terça-feira, 30 de novembro de 2010

[Bones Fic] Six Months or a Lifetime? - Cap.15

Cap.15


Brennan sentou-se no sofá e ali ficou durante quase 10 minutos. Booth sentou-se numa cadeira a frente dela. Finalmente, ela começou a falar.


- Como foi de viagem Booth?


- Fui bem, muito bem.


- Deve ter sido mesmo, afinal você esqueceu todos aqui por uns 10 dias.


Ele ficou calado achou que era melhor não responder.


- Porque você não me avisou que ia viajar?


Direta,sempre.


- Ah, é que foi tão depressa, tão corrido que acabei esquecendo.


- Booth, eu sei perceber quando alguém está mentindo, você e o Sweets de certa forma me ensinaram isso. Só não sei porque você mente para mim. Entendo que você talvez não quisesse conversar comigo sobre o seu relacionamento com Hannah, falar de sua vida pessoal, você sempre ficava incomodado comigo quando eu falava de sexo, imagino ser algum problema de intimidade que você ainda não conseguiu resolver. Mas e quanto a nossa parceria? Você devia ter me informado. E tempo aqui não é desculpa. Você não precisava me avisar no mesmo dia, mas acredito que faz parte da etiqueta profissional. Ou nossa parceria não existe mais?

- Bones, é claro que a nossa parceria ainda existe não sei porque você diz isso.

- Não sabe? Bem deixa eu enumerar os fatos. Primeiro, você não me avisou da viagem. Soube pelo Sweets e pela Perotta e além disso tive que aturar os olhares do Sweets me analisando por causa disso e você sabe que eu detesto isso. Segundo, desde sua volta do Afeganistão, está distante. Pensa somente em trabalho. Terceiro, no trabalho aje mecanicamente como se não houvesse uma amizade entre nós. Quarto, desde que Hannah entrou na sua vida você parece ter esquecido os amigos. E não falo somente por mim mas todos sentem a sua falta. Quinto, nós costumávamos sair para beber, comer, conversar quase todos os dias após o trabalho agora, almoço com Angela ou sozinha. Quando foi a última vez que você me convidou para comer e conversar? Sexto e o que acho mais importante. Você mudou. Não é o Booth que eu conheci, está frio comigo e eu que era a pessoa fria e racional. Porque?

- Eu não mudei. Continuo o mesmo. Só não estamos tendo muitos casos ultimamente e não passamos muito tempo livre, e tem a Hannah e...

- Booth, desculpe mas isso não é motivo. Você está distante. Me deixou preocupada várias vezes, eu me senti como se não fosse mais sua amiga, como se minha amizade não fosse mais importante. Então eu comecei a me questionar sobre o que eu poderia ter feito, afinal eu sempre fui péssima em entender e tratar com pessoas e de repente vi o meu melhor amigo me ignorando, se distanciando. Por dias avaliei cada minuto que passamos, lembrei de como éramos antes do Afeganistão e depois. E por fim eu entendi, eu percebi que o único momento em que te magoei, que te machuquei de verdade foi quando te disse não. Naquele dia, ambos saímos diferentes, de certa forma destruídos. Porém, eu mesma te pedi para que pelo menos a nossa parceria continuasse e você disse que tudo bem. Com o passar do tempo, eu vi que algumas coisas que pareciam naturais entre nós tornaram-se estranhas. E então veio a Hannah e eu vi que você realmente seguira em frente. Tudo bem, eu entendo mas não esperava que esse seguir em frente significasse o distanciamento entre nós e o fim da nossa amizade.

Ela tomou fôlego e Booth fez menção de querer falar mas ela levantou a mão e o impediu. Continuou.

- Isso dói Booth. Dói principalmente por lembrar que eu me abri pra você, expus minha vida, meus segredos, você foi a única pessoa que viu minha vulnerabilidade. De repente, tudo isso acabou. Você parece ter esquecido tudo o que passamos juntos. Seis anos, Booth. Seis anos que valeram por todos os outros onde eu me senti abandonada. E veja onde eu estou agora? Com a mesma sensação. Abandono. E por alguém que prometeu não me abandonar.

Ela suspirou e baixou a cabeça, tentava controlar as lágrimas que se formavam nos olhos. Não iria chorar. Ele continuava calado, estava digerindo tudo que ouvira. Porque isso agora? Logo agora? Será que não dá para ele tentar algo diferente nem uma vez? Porque ela vinha falar de abandono com ele?

- Bones, eu acho que você está exagerando. Primeiro porque não te abandonei, segundo porque você não estava exatamente sozinha, você estava namorando aquele professor. Me pareceu muito bem. O que foi ? Ele te deixou?

- Não, ele não me deixou e Jack é meu amigo. Ele vem sendo meu amigo desde que você me abandonou.

- Eu vi como você tratava o seu “amigo”. Você nunca me tratou daquele jeito.

- Ciumes,Booth? Sério? E depois de um comentário desses você ainda me diz que não mudou. Você está amargo. O que eu te fiz Booth? Me fala por favor.

- Eu não estou com ciúmes. E você não me fez nada.

- Porque não consigo acreditar nas suas palavras? Ah, eu lembrei! Porque você está mentindo! Se escondendo atrás de uma desculpa que nem mesmo você acredita. Na verdade, Booth, você nunca aceitou o fato de eu ter dito não naquela noite, você com certeza acha que eu o rejeitei. Não o culpo, qualquer pessoa poderia ter cometido o mesmo erro apenas porque acreditava tanto no sentimento, por saber que era tão real. Porém, eu não o rejeitei. Tudo que eu fiz naquele momento foi explicar o que eu entendia, foi simplesmente falar a verdade, eu apenas queria te proteger. Minha decisão foi apenas essa, te proteger.

- Me proteger do que Bones?

- De mim. Simplesmente de mim mesma. Eu não sou uma pessoa fácil de se conviver e não sei agir direito quando o assunto é relacionamento. Mais que isso, eu cansei de ve-lo sofrer, correr perigo, tudo por minha causa. Por isso parti, precisava pensar, rever minha vida. Eu não queria ser a responsável pela sua morte, por lhe causar dor.

Ela já não segurava o choro, as lágrimas se formavam e corriam pelo rosto antes alvo agora ligeiramente vermelho.

- Tudo o que eu queria era tirar a dor da sua vida, a culpa, e se continuasse ao seu lado você acabaria matando por mim e isso não é justo com você.eu sei o quanto te destrói ter que atirar em alguém que dirá matar alguém mesmo que seja para me salvar. Nunca esqueci suas palavras e sua história sobre a época que você foi um atirador. Equilibrio cármico. Por você eu acreditei e sempre estive ao seu lado para prender os bandidos e de certa forma tirar esse peso das susas costas. Eu parti em busca de novos ares, de algo que me trouxesse uma energia nova, algo que me encantasse. A ironia disso tudo? Mesmo distante, você não me saía do pensamento. Senti demais sua falta e aos poucos eu fui entendendo porque. A cada dia que passava, as peças do quebra-cabeça se encaixavam e percebi que depois de muitos anos eu poderia quebrar uma barreira, derrubar os muros que construí ao meu redor, porque era você quem me estendia a mão. Você, meu melhor amigo, parceiro, companheiro de trabalho. Você me mostrou que sentimentos podem ser controlados e demonstrados sempre que o outro estivesse disposto a recebe-los. Por você, eu me dei uma chance, eu quis arriscar.

Booth estava atônito diante das palavras dela. Ele realmente não esperava por isso. Bones poucas vezes se abrira para ele mas agora, ela estava revelando o que estava no seu coração.

- Quando voltei a Washington e recebi aquele balde de água fria, eu percebi que perdi a minha chance. Vi que você fez o que havia dito naquela noite. Você seguiu em frente. Aquilo foi um choque para mim, não posso negar. Eu tentei me conformar, vi que você estava feliz. Eu persisti no erro de antes, me enganando e fingindo que estava tudo bem. Não estava e isso me fez muito mal. O medo voltou a povoar meus pensamentos e novamente me questionei se você ainda me amava,afinal parecia tão feliz ao lado da Hannah e me deixava de escanteio. Eu tentei mais uma vez fingir que podia também seguir em frente e não me abalar com o seu relacionamento. Vesti a armadura de mulher resolvida e liberal e acabei conhecendo Jack, inventei um relacionamento e acredite, Jack tinha tudo para ser o melhor namorado se eu quisesse, queria poder dizer que conseguiria construir uma vida com ele. Mas não posso. Não poderia. Não seria justo comigo e nem com ele. Já tinha muita gente sofrendo nessa história, Jack não seria mais um.

Temperance esfregou as mãos no rosto limpando as lágrimas.

- Engraçado como as coisas mudam, talvez nunca tivesse passado pela sua cabeça me ouvir dizendo esse tipo de coisa. Isso normalmente era a sua função. Nós invertemos os papéis. Você frio e distante e eu emocional. Como isso foi acontecer,Booth?

- Eu...eu não sei...

Ele se pos de pé, passava as mãos pelo cabelo, nervoso. Era isso mesmo que estava acontecendo? A sua maneira Bones estava dizendo que o amava? Isso era algo tão inesperado. Ela se aproximou dele. Os olhos vermelhos, mordia os lábios. Segurou-o pela camisa e olhou-o fixamente com os olhos brilhantes de um azul profundo.

- Booth, o que mais você precisa ouvir? Fala!

Ela deu um murro no peito dele.

- Booth seu idiota, será que você ainda não percebeu que eu te amo? Sempre foi você. Eu tinha tanto medo de aceitar, de mudar as coisas entre nós, eu não sou boa nisso, eu sou um gênio e não sei nada de relacionamentos mas isso não importa, posso aprender se você ainda quiser me ensinar.

Ele segurava a mão dela na sua, ouvia cada palavra. Ele sentia-se no meio de um furacão, um tsunami chamado Temperance Brennan.

- E se for da sua vontade ficar com Hannah, eu entenderei. Mas não me peça para aceitar numa boa, não mais.

- Bones eu não posso... a Hannah....

Então ela não pensou, apenas fez o que queria fazer quando entrou ali. Ela o puxou para si e beijou-o. Um misto de paixão, tristeza e saudade compunham aquele beijo.

Booth que a princípio permanecia estático, cedeu ao beijo puxando-a para mais perto dele. Sentiu os lábios dela se entreabrirem e a língua penetrar após certa insistência no interior da boca dele. Ele pode sentir os dedos dela acariciando o rosto e o pescoço dele e da mesma forma que o beijo começara, rápido, urgente, ela o quebrara. Ela o olhou mais uma vez e sorriu.

- Bye, Booth. Eu vou entender se não me procurar. Obrigada por tudo que você me ensinou e obrigada principalmente por me fazer amar incondicionalmente.


Ela saiu rapidamente fechando a porta atrás de si. Um Booth ainda perdido em pensamentos estava plantado no meio da sala.

XXXXXXXXX


Brennan não pensou em voltar, rapidamente ela entrou em seu carro e seguiu dirigindo rumo ao seu apartamento. Estava nervosa e ainda não era capaz de controlar as lágrimas teimosas que marcavam seu rosto. Ela tinha feito o possível para fazê-lo entender o que ela estava sentindo. Nada de mentiras, nada de ciência. Pela primeira vez na vida, ela se abrira para ele, Temperance Brennan fora somente sentimentos, somente coração.

Ao chegar em casa, a ansiedade estava ainda maior e ela não aguentou ficar esperando precisava dividir o que aconteceu com alguém. Pegou seu celular e discou.

- Olá,Tempe!

- Jack... é tão bom ouvir sua voz.

Ele percebeu o nervosismo nas palavras dela.

- Como você está?

- Eu fui lá, Jack. Eu criei coragem e o enfrentei. Disse tudo o que queria dizer, sobre amizade, sobre o comportamento dele e sobre meus sentimentos.

- E como foi? Você se sente melhor?

- Uma vez que comecei a falar, parece que a coragem fluia pelas minhas veias. Eu não conseguia parar. Mal dei chance a ele para falar. Eu coloquei tudo pra fora. De certa forma, me sinto mais tranquila por parar de esconder o que estou sentindo dele porém estou nervosa, não sei dizer como ele entendeu tudo isso! Como pode? O que estou dizendo não faz nenhum sentido! Não posso estar tranquila e nervosa ao mesmo tempo! São sentimentos antagônicos, eu ...eu não estou raciocinando eu...

- Shhh hey! Calma. Respire fundo... uma, duas...três vezes... breath in breath out....

Ela obedeceu as palavras de Jack. Foi ficando mais calma.

- Tks,Jack. Você sabe como me trazer para o controle da situação.

- E o que você vai fazer agora?

- Ainda não sei. Acho que vou esperar. Já disse tudo que podia dizer. Mas a ansiedade está me deixando louca, será que tudo o que fiz foi em vão? Será que eu o sufoquei? Será que ele não me ama mais?

- Hey, pare com isso. Você o pegou de surpresa ou você acha que Booth espera ver você se declarando tão abertamente?

- É , acho que não.

- Dê um tempinho a ele, logo você vai saber o que ele fará.

- Jack, e se ele não gosta mais de mim, e se ele ama a Hannah?

- Sem chance.

- Como você pode dizer isso? Ter tanta certeza?

- Eu simplesmente sei. Ele a ama da mesma forma que você o ama. Incondicionalmente.

- Sua certeza me acalma.

- Tempe, você já esteve bem mais longe. Falta pouco agora. Apenas aguente firme. Logo ele estará batendo a sua porta, confie em mim.

- Eu confio, Jack.

- Fique bem, tá?

- Ok.

- Bye,Tempe.

Brennan colocou o celular na cabeceira da cama e deitou-se.

XXXX


Apartamento de Booth


Booth permanecia estático no meio da sua própria sala. Toda aquela situação que acontecera a cerca de uma hora parecia surreal para ele. Não sabia o que pensar realmente. Sua parceira invadira seu apartamento fazendo acusações graves e de certa forma parecidas com as que Angela o dissera. Ele sabia que ela tinha razão em todas. Contudo, não foram as acusações que o deixaram perplexo. Foram as declarações claras, precisas, fortes que ela despejara sobre ele. Ouvir tudo o que ela guardara para si durante esse tempo em que se mantinham distantes. Constatar que ela se declarara para ele como um livro aberto. Eu te amo, ela disse. Bones me ama.

Ok, não era a primeira vez que ele a ouvia dizer isso mas dessa vez era diferente. Ela estava falando de amor verdadeiro. O que você vai fazer Booth?

Ele sentou-se no sofá e apoiando a cabeça nas mãos, ele chorou.

Booth assustou-se ao ouvir a porta de seu apartamento se abrir. Será que ela voltara?

Os passos firmes sobre a madeira do assoalho o fizeram levantar a cabeça.

- Hannah? Você não estava viajando?

- Cancelaram o vôo. Fiquei no escritório até agora para enviar todas as informaçõex necessárias e...

Só então ela percebera o rosto vermelho e marcado por lágrimas.

- Seeley, o que aconteceu? Você está chorando?

- É que, é eu estou chorando.

- O que foi? Algum parente seu morreu?

- Não, meu choro é de raiva e alegria ao mesmo tempo.

- Como assim?

Ele tomou fôlego e coragem. Não podia adiar mais isso.

- Estou com raiva de mim mesmo por ter sido tão cego, por ter feito mal a tanta gente de uma única vez. Estou com raiva por ter que causar um pouco mais de tristeza a mais alguém.

- Você não está se fazendo entender, Seeley.

- Hannah, eu sinto muito mas nossa relação acabou. Ela não tem futuro algum. Eu gosto de você, sério e não queria que passasse por isso.

- Mas o que... você está me dispensando?

- Sinto muito, não posso enganá-la. Eu não amo você, eu estou apaixonado por outra pessoa.

Hannah estava boquiaberta. Não era o tipo de recepção que ela esperava ao voltar para casa.

- Apaixonado por outra?

- Na verdade, eu a amo. Sempre amei.

Então Hannah entendeu. Temperance Brennan, só poderia ser ela.

- É a cientista, a sua parceira.

Ele assentiu.

- De certa forma eu já sabia. Não vou discutir nem pedir para você reconsiderar sua decisão. Eu sei quando perdi uma batalha. Não se preocupe comigo, vou ficar bem.

Ele pegou a mão dela na sua e fitou-a mais uma vez.

- Me desculpe, Hannah.

- Tá, que seja. Vou arrumar minhas coisas. Hoje mesmo deixo seu apartamento.

Ela soltou a mão dele e foi em direção ao quarto. Vinte minutos depois, ela saiu do quarto carregando uma valise e uma mala.

- Adeus Seeley.

- Sem ressentimentos,Hannah?

- Não, por hora ainda tenho que digerir isso tudo, talvez no futuro.

Booth suspirou.

- Espero que você saiba o que está fazendo e não se arrependa depois.

- Eu sei.

Ele a acompanhou até a porta e fechou-a atrás de si.


Apartamento de Brennan
2 am


Brennan revirava-se na cama. Por mais que tentasse, ela não conseguia dormir. Ela se levantou. Resolveu ir até a cozinha para tomar água. Ela ainda considerava se deveria tomar um comprimido para dormir. Estava com o copo nas mãos quando sua campainha tocou assustando-a. O copo por pouco não fora ao chão.

O susto a fizera sentir medo, o coração batendo descontrolado ao peito. Então lhe veio a constatação. Só podia ser ele! Tinha que ser ele! E esse pensamento foi suficiente para trazer a tona todo o nervosismo de antes, agora enquanto se dirigia a porta ao som insistente da campainha, seu coração estava quase saindo pela boca. Pelo olho mágico, ela o contemplou.

Ao abrir a porta, Brennan deu de cara com um Booth bem diferente do que ela estava acostumada a ver. Ele estava abatido e tinha os olhos vermelhos. Ao ve-la porém, abriu o sorriso.
Ela se afastou para deixa-lo entrar. Calado, ele se dirigiu até o meio da sala dela. Brennan se pos na frente dele.

- Desculpe....você tem razão, eu sou um idiota. Eu sempre disse que não queria te fazer sofrer, disse tantas coisas, fiz tantas promessas mas acabei quebrando todas elas. Estou furioso comigo mesmo. Eu pensei que a entrada de Hannah na minha vida ia me fazer bem, de certa forma fez, porém, eu acabei esquecendo de coisas fundamentais na minha vida como minhas amizades, você me cobrou, Angela me cobrou, todos tinham razão. Até Sweets tem razão. Eu afastei a todos vocês. Mais que isso, eu magoei as pessoas que sempre fizeram parte da mnha vida, da minha família.

Ele tomou fôlego.

- Eu que sempre me exibi para todos por ser super intuitivo, agir seguindo meus instintos, não percebi a maior de todas as mudanças, você. Bones eu não soube interpretar a sua rejeição, não soube perceber a grande mudança que aconteceu com a minha parceira e melhor amiga. Parece que eu fiquei cego, alheio ao resto do mundo. Ao fazer isso, eu magoei e fiz você sofrer mesmo conhecendo o seu problema do passado, eu prosegui fazendo besteiras. No ínicio é verdade, eu não percebi, estava empolgado com a nova namorada afinal ela entrou na minha vida num momento onde tudo parecia estar desmoronando, me sentia perdido como você mesma falou. Hannah foi uma espécie de bálsamo para a ferida aberta do meu coração.

Brennan ouvia atentamente, não pretendia interrompe-lo, ele também precisava falar. Booth sentou-se no sofá, passou a mão no rosto e suspirou fundo antes de continuar.

- Você tem razão em mais uma coisa. Eu menti. Sim, quando disse que a viagem a NY foi ótima, eu menti! No começo estava tudo bem até eu visitar o museu de história natural. Para todos os cantos que eu olhava, eu via você, aquele lugar tem seu cheiro, seu jeito, sua cara. Por várias vezes me peguei a ponto de fazer um comentário absurdo ou engraçado apenas para ver você me repreender e falar aquele monte de termos científicos horrorosos que só você acha interessante. Então eu percebia que você não estava ali. Foi ali que minha viagem foi pro espaço. Não conseguia tirar você da minha mente, em tudo eu via você, sonhei com você. Voltei para Washington lutando com meus pensamentos. Tudo o que eu estava passando e bem ao lado de Hannah, não, ela não merecia isso. Eu nunca traí qualquer mulher com quem eu tive um relacionamento e naquele momento, eu me sentia sujo, traindo a confiança e o amor dela. Porém, não poderia negar o óbvio, eu não a amava.

Ele se levantou e foi até Brennan. Tomou as mãos dela nas suas e olhou-a profundamente.

- Eu amo você, Bones. Só você, sempre foi você.

Sem esperar a reação dela, Booth a puxou contra si e beijou-a. Os lábios secos pelo medo de fracassar, recebiam agora o carinho dos lábios sedentos dela. Brennan queria sentir cada pedacinho daquela boca. Ela ansiava por isso a muito tempo. Entreabriu os lábios permitindo a invasão da lingua que roçava a sua intensamente, urgente como um copo d’água perdido no deserto, ele sugava a boca tão desejada. Brennan esperava que esse contato não acabasse nunca. Deixou as mãos vagarem pelas costas dele. As mãos de Booth se dividiam entre o rosto e a nuca dela.

Brennan colou o corpo ao dele e levantando a camisa, passou a deslizar os dedos sobre a pele dele. Booth gemeu. Ele quebrou o beijo e passou a beijar-lhe o pescoço. Brennan puxou a camisa dele pra cima e retirou-a jogando no chão. Em seguida, ela própria tirou a camisola e a peça caiu no sofá. Os seios estavam a amostra. Booth parou para admirá-la por um instante. Ela o olhava intensamente. Segundos depois ele fez menção de voltar a beijá-la mas Brennan o parou colocando a mão sobre o peito dele.

- Booth, lembra quando você me disse que duas pessoas podem se tornar uma só, quebrando as leis da física?

Ele sorriu.

- Sim, eu lembro.

- Essa é a sua chance de provar. Faça amor comigo, Booth.

Ele não esperou. Tomou a nos braços e voltou a beijá-la com paixão. As mãos tocavam os seios perfeitamente ajustados a elas. Os polegares roçavam os mamilos que já eriçados causavam um arrepio na pele dela fazendo-a gemer entre os lábios dele. Booth a levantou do chão acomodando-a em seus braços. Brennan o envolvia pelo pescoço. Ele a levou até o quarto.

Cuidadosamente, ele a deitou na cama. Livrou-se das calças e do boxer. Brennan pode perceber o quanto ele já estava excitado, o quanto o seu pênis estava ereto. Ele se ajoelhou na cama e se pos entre as pernas dela. Beijou-a mais uma vez e com os lábios traçou uma de pequeninos beijos ao longo do pescoço, do colo rumo aos seios dela. Ao tomar um dos seios em sua boca, ela gemeu e arqueou ao sentir o toque dos lábios em uma parte tão sensível do seu corpo. As mãos de Booth acariciavam a pele na lateral do corpo e o abdomen indo brincar provocantemente com a calcinha dela. Ele provou o outro seio, dessa vez a língua rodeava todo o mamilo e o sugou. O gemido dela era música para os ouvidos dele.

Não tinha pressa.

Booth esperara tanto por aquele momento que a pressa era una palavra proibida ali. Os dedos dele provocavam massageando o centro dela sobre o tecido, ela se contorcia. Devagar, ele retirou a calcinha dela, a única peça que ainda o impossibilitava de senti-la por inteiro. Booth deixou seu corpo então tombar sobre o dela. Pele contra pele. O calor dos corpos refletiam o desejo a tanto tempo escondido, controlado. Ela o puxou num beijo urgente, mordiscou o lábio inferior dele, seu olhar revelava o tesão e o prazer que ela ansiava em sentir. Ele tirou o peso dela e abriu as pernas.

Delicadamente, ele posou os lábios no centro dela e o beijou. Ela estava úmida. Ele a provou com a lingua e ela gemeu contorcendo-se contra ele. Não querendo mais resistir, ele a provou de verdade, os lábios e a lingua sugavam a umidade do interior dela, os dedos ágeis massageavam o clitóris com precisão. Brennan gemia com mais frequencia agora, as vezes soltava uns gritinhos. Ele sentiu a mão dela tocando seus cabelos pressionando-o ainda mais contra ela. O calor do momento era intenso demais. O tremor começou a se manisfestar pelo corpo, eriçando os pelos dela e finalmente a explosão a atingiu. Booth pode sentir o gosto dela na boca, eram múltiplos. Brennan arfava e gemia. Ele pode ouvir seu nome sendo pronunciado baixinho por ela. Ele não parou de massageá-la, queria que ela continuasse a sentir prazer. Sentia o próprio membro endurecer ainda mais, se é que era possível, a dor causada pelo desejo era imensa mas ele não iria apressar as coisas. Ela precisa experimentar todo o prazer que ele pudesse lhe dar.

Ele tornou a beijar e apertar os seios dela. Perfeitos. Ele ouviu quando ela gemeu seu nome, chamando-o.

- Booth...

Ele inclinou-se sobre ela nivelando seus olhos aos dela. As pupilas indicavam o desejo ardente do momento. Ele sorriu para ela.

- O que foi?

- Por favor, me preencha. Quero você por inteiro.

Ele a beijou com carinho e por fim a penetrou lentamente. A sensação de te-lo dentro de si era indescritível. Ele moveu-se devagar, fazia questão de olhar para ela, Booth tinha o sorriso no rosto. Era a realização de um sonho já esquecido por ele. Brennan tinha o olhar fixo no dele, o desejo exalando por todos os poros. Ele aumentou o ritmo fazendo-a gemer. Os corpos se completavam, as mãos dele vagavam pelo corpo, ele adorava o perfume dela.

Brennan sentia o coração disparar, te-lo todo para si fazia apenas comprovar o quanto ele tinha razão sobre sentimentos. Algo inmensurável, não dá para explicar racionalmente. Sentiu ele aumentar as estocadas e o corpo começar a ceder ao prazer. Ele beijou-a novamente e acariciou-lhe os seios.

- Você está comigo,Tempe?

Ela gemeu. A voz rouca a excitou ainda mais.

- Repita, diga mais uma vez...

- O que?

- Meu nome, diga...

- Temperance....Tempe.... você está pronta?

Ele tirou o membro deixando a sensação de vazio momentanea ser representada num gemido de descontentamento.

- Não...Boooothiiee...

Mas então ele a penetrou de uma vez. Brennan não resistiu. Junto ao grito, a sensação de orgasmo invadiu sua mente e cada poro do corpo impedindo-a de pensar em mais nada. Ela apenas sentia. Booth ainda mantinha os movimentos mas estava no seu limite e ao ouvi-la gemer o seu nome novamente, ele se entregou.

O quarto era pequeno para tanto amor e prazer. Corpos suados, exauridos pelo desejo enfim se encontravam e se abraçavam. Booth deixou o corpo sobre o dela por um momento. Beijou-lhe o ombro ainda recuperando o fôlego. Ao voltar a olhar para ela, percebeu as lágrimas entre o sorriso de satisfação. Devagar, ele deitou-se ao lado dela apenas para ouvir as reclamações.

- Não... quero sentir seu corpo aqui.

- Sou pesado, Bones...

- Então me abrace, quero o calor do seu corpo junto ao meu.

Ele obedeceu. Abraçou-a em posição de conchinha. Beija-lhe o rosto.

- I love you,Bones.

Ela riu.

- O que foi?

- Nada. Estava pensando. A algum tempo atrás, eu sequer cogitava pronunciar essas palavras. Sempre tive dificuldade de entender o seu significado. Sei que parte disso se deve ao abandono que sofri quando criança. Então, você entrou na minha vida... como um furacão, me desafiou e eu como uma pessoa ávida por desafios e por querer provar que estava sempre certa, aceitei a parceria. Quem diria que íamos nos tornar bons amigos, mais ainda quem diria que você me fizesse querer amar novamente. Eu não me arrependo de ter entrado no taxi e ido embora naquele dia a seis anos atrás, do contrário, eu não teria percebido o quanto você é importante na minha vida, não teria aprendido o tanto que aprendi sobre pessoas e sentimentos. Mais que isso, ao estar longe de você, não teria percebido o quanto te amava. I love you too, Booth.

Ela virou-se para ele e sorveu os lábios que agora seriam somente seus. Ao quebrar o beijo, um sorriso lindo se formou no belo rosto a sua frente. Ele reparou no brilho dos olhos da mulher a sua frente.

- Como você pode ser tão linda? Eu vou adorar me perder nesses olhos profundos que me deixam várias vezes na dúvida. São azuis sempre a luz do sol, agora parecem de um verde-esmeralda que lembram o oceano. Você já ouviu a frase, não lembro quem disse agora, “Os olhos são o reflexo da alma”? Então, para mim os seus olhos refletem exatamente a sua alma, misteriosa. E adoro poder vivenciar esse mistério a cada dia.

- Booth poeta... gosto disso.

- Vida nova, Temperance?

- Vida nova, Booth.

Exausta por todas as emoções da noite, ela dormiu imediatamente. Booth ficou velando o sono da amada, feliz pela realização de um sonho a tanto perseguido, um futuro vasto de oportunidade para uma vida nova, a dois.


Continua....











quarta-feira, 24 de novembro de 2010

[Demily] Hiatus - Cap.17

Cap.17
FOX Studios


As gravações seguiam a todo o vapor. Na última reunião com Hart, ele levantou a possibilidade de anteciparem o recesso de natal, sendo assim, ninguém reclamou e desde então trabalham para alcançar esse objetivo. Na noite anterior, ela e David conversaram sobre a série no jantar e combinaram que deviam ter uma conversinha com Hart.


Eram 2 da tarde quando David e Emily terminaram de gravar mais uma cena.

- Vamos lá Emily?

- Você verificou se ele estava disponível?

- Er...não...

- David não podemos invadir a sala de Hart e achar que ele vai nos receber sorridente. Ele precisa seguir agenda... vai checar quando ele pode nos receber, sem forçar a barra hein?

Ele saiu andando sorrateiro, Emily revirou os olhos. Quinze minutos depois, ele volta sorrindo.

- Tudo certo, vai nos receber amanhã. Ele queria saber sobre o que queríamos conversar e se isso não podia entrar na reunião de quarta que vem.

- E o que você disse?

- Disse que era sobre trabalho e o assunto seria melhor tratado em particular.

- Que horas amanhã?

- 10 da manhã.

- Ok, estou faminta. Vamos almoçar?

- Alguém falou em almoço?

- Oi, Tamara. Estamos indo agora.

- Ok, estou dentro.

Dia seguinte
10 horas

David entra no estúdio onde Emily gravava uma cena com Tamara e Ryan. Ele faz sinal para ela que nem percebe devido a concentração na cena. Com as mãos no bolso, ele espera ansioso por ela terminar de gravar. Cinco minutos depois, ela termina. David faz sinal novamente e ela vem ao seu encontro.

- Esqueceu da reunião?

- Não mas tenho que gravar a cena,ora! Vamos.

Eles chegaram na porta da sala de Hart e David bateu. Abriu a porta devagar.

- Oi, David, pode entrar.

Ele deu espaço para que ela entrasse primeiro. Emily sentou-se e David fez o mesmo.

- Bom dia! A que devo a honra de ter meu casal protagonista na minha sala? Espero que não seja para pedir aumento.

Eles riram.

- Não, nada de aumento.

- Por enquanto, David.

- Hum... então?

Eles se entreolharam e David resolveu começar a falar.

- Sabe o que é Hart, eu e a Emily estivemos conversando sobre alguns pontos da série e, sabe, bem, como produtores tambem temos essa preocupação de avaliar e...

- Para David!

Ele olhou pra ela surpreso.

- O que foi?

- Você está enrolando!!! Hart, o assunto é a audiência da série e a satisfação dos nossos fãs com o andamento da série, entenda-se Hannah.

- Emily... você não pode...


- Calma, Hart. Ainda não acabei. Eu fiz uma pesquisa pela internet e percebi que os fãs estão bem insatisfeitos com a presença de Hannah nessa temporada.

- Não sabia que você andava frequentando redes sociais do tipo twitter,Emily. Se está falando desses fãs, bem eles não representam a maioria e são um tanto malucos demais, fora do normal, quase obcecados.

- Bem, não estou falando somente deles. Visitei vários fóruns, blogs e sites dedicados ao nosso seriado e a resposta é a mesma: todos os fãs reclamam de Hannah e claro também de Booth. No episódio 5, eles até comentaram que nunca viram um episódio tão cheio de cenas de sexo em Bones antes.

- É verdade,Hart. Eu também fiz umas pesquisas e acabei chegando a mesma conclusão. Só que no meu caso é pior. As pessoas estão ficando com raiva de Booth. A campanha a favor da Brennan é imensa. Emily não tem problema, ela é venerada na internet.

- E qual a proposta de vocês?

- Não parece óbvio? Tirar a Hannah da série!

- Ah, certo. E vocês acham que é fácil assim?

- Sim, basta escrever umas duas cenas e terminar a participação dela em um episódio.

- Emily, não é tão simples. Na verdade, o que está acontecendo hoje é reflexo do que programei pra série. Eu sabia que a entrada de Hannah ia gerar um certo desconforto, é normal.

- Hart você vai me desculpar, mas quando você criou a personagem talvez essa fosse a sua idéia, provocar uma reação na minha personagem e no público só que você perdeu o controle da situação, o tiro saiu pela culatra. Agora mais que a Hannah, as pessoas estão chateadas com o Booth.

Hart ficou calado. No fundo sabia que ela tinha razão.

- Olha, entendo a preocupação de vocês mas esse é um assunto entre eu e a emissora. Fiquem tranquilos que os fãs vão ficar bem, prometo.


- Assim espero!

- Você vai ver David.

- Eu também espero pois hoje a audiência está a nosso favor mas isso pode se perder facilmente.

- É, eu sei Emily. Sério, gente! Gostei muito de ver que vocês estão preocupados com o destino da série.

- É claro que sim, adoramos a série e as personagens!

- Vocês tem mais alguma coisa para me contar?

Hart pareceu olhar suspeito para os dois.

- Não, eu não tenho mais nada, você tem David?

- Não, quer dizer... podemos falar de salário?

David riu.

- Saiam já daqui e vão trabalhar.

Hart viu-os saindo e rindo voltou a se concentrar no próximo script que escrevia. O que eles não sabiam era que naquele exato momento, ele estava se preparando para escrever a cena que dava o destino final à personagem de Katheryn.

- O que você achou?

- Ele quis disfarçar mas acho que também está preocupado. Já filmamos o episódio 9 e Hannah continua lá.

- Bem, fizemos nossa parte vamos acompanhar.

A semana transcorreu sem mais problemas. Tudo o que tinham pra fazer, fora feito. Emily estava louca para curtir o final de semana com David. Foi até o seu camarim e começou a trocar de roupa. Estava vestindo a saia e ainda sem blusa quando David mais uma vez entrou e fechou a porta.

- David, eu já disse pra você parar de invadir meu camarim desse jeito!

- Ah, você nem tem uma desculpa para eu não fazer isso...

Ela ficou olhando para ele e sorriu.

- É exatamente por isso que não quero que você venha aqui, além de não ter um motivo pra te expulsar, minha vontade é outra.

Ela se aproximou dele e tascou um beijo pegando-o desprevinido. Porém, David se recompôs rapidamente e puxou-a para si.


XXXXX


Michaela ajeitava o cabelo a frente do espelho. Ao procurar pelo seu gloss, não encontrou.

- Onde é que meti isso?

Pensou por um momento e lembrou que mais cedo emprestara o gloss para Emily porque ela precisava retocar os lábios antes de entrar em cena.

- Deve estar com ela. Será que ela já fora?

Ela terminou de arrumar-se e pegou a bolsa. Saiu do camarim em direção ao camarim de Emily. Reparou que as luzes estavam acesas. Ótimo! Sinal de que ela ainda estava por ali.

Quando Michaela abriu a porta, soltou um grito e levou a mão à boca.

- OMG!

Emily estava debruçada sobre Booth no sofá beijando-o e acariciando o peito dele. No instante que ouviu o grito, ambos se assustaram e separaram-se.

- Michaela...

Emily estava vermelha. David tentava se recompor abotoando a camisa.

- Eu sabia! Você não podia ser tão controlada a esse ponto...mas oh, eu ...eu preciso sentar.

Ela deixou o corpo cair numa cadeira estilo de diretor. Ela passava a mão no rosto. Suspirou e olhou para cada um dos dois longamente.

- Ok, a quanto tempo vocês estão nessa sacanagem?

- Michaela!

- Me diz foi antes da separação?

Eles se entreolharam. David respondeu.

- Não! Depois...

Mas Michaela não se convenceu, voltou a encarar a Emily.

- Tá, tudo bem, foi antes.

- Safada! E eu achando que você estava se fazendo de durona.

David riu.

- Quem sabe disso?

- Ninguém e você não pode contar.

- Nem o Hart?

- Nem ele.

- Wow! Impressionante!

Emily olhou para ele com cara de apaixonada.

- Isso é pra valer? Quer dizer, é um relacionamento ou só curtição?

- Emily não é mulher para curtição, Michaela. Ela é minha namorada e o relacionamento entre nós é bem sério.

- Tipo amor?

- Sim, amor. Eu a amo.

Michaela ficou sem fala. Estava boquiaberta diante da revelação de David.

- Estou vendo que deixamos você sem palavras.

- É parece que conseguimos,David.

Michaela se levantou e abraçou Emily. Em seguida, abraçou David.

- Eu estou tão feliz por vocês! Sempre torci para que isso acontecesse. Vocês formam um casal tão lindo. E não se preocupem! O segredo de vocês está a salvo.

- Tks, Michaela.

- Eu já vou mas sugiro vocês procurarem um quarto! Sabe lá quem pode decidir bater na porta do camarim?

Eles riram.

- Já vamos pra casa.

Emily pegou sua blusa e começou a vestir.

- Sei que vocês estão com pressa , tão com um fogo ardendo aí mas se eu fosse você David abotoava a camisa direito pra não dar bandeira.

Ela saiu gargalhando e David olhou a camisa, todos os botões estavam trocados.

- Viu no que deu você invadir meu camarim assim, de surpresa?

- Ah,tadinha... agora a culpa é minha? Foi bem eu que me joguei em cima de você né Emily? Safada!

Ela gargalhou. Foi até ele e desabotoou toda a camisa. Devagar, começou a beijar o pescoço dele enquanto abotoava dessa vez corretamente a camisa. Ele a afastou devagar.

- Porque você está me vestindo novamente?

- Porque...(beijou-o) se eu continuar (beijou-o) vendo esse tórax exposto (beijou-o) não respondo por mim.

- Wow... e o que você está esperando?

Ela se afastou dele.

- Não senhor! Outra vez não! David Boreanaz se recomponha e deixe esse camarim. Em quinze minutos estarei no meu apartamento entendeu?

- Opa! Claramente! Estou indo...

- Hey, recomponha-se se não vai ser preso por atentado ao pudor.

Ela apontou para a região pubiana dele e soltou uma gargalhada. David ficou vermelho.

- Sem graça! A culpa é sua!

Ele caminhou até a porta e tornou a olhar pra ela.

- Quinze minutos, Emily.

Saiu.

Sábado

Hart havia pedido para David, Tamara, Emily e Michaela voltarem aos estúdios naquele dia para um retomada. Aparentemente, houve um erro na edição e acabaram perdendo parte da cena. David chegara de óculos escuros e com cara de ontem. Emily também tinha olheiras. Michaela olhou para ambos e não se controlou.

- Sexta foi boa?

- Não, estou com dor de cabeça, não dormi direito a noite.

Emily tenta disfarçar na frente de Tamara.

- Porque Hart fez a gente vir tão cedo para cá? É sábado!

- David são quase dez da manhã!

Elas se distanciaram e deixaram os dois sozinhos. Ele sussurrou para ela.

- Da próxima vez que você me oferecer tequila vou recusar! Você é quase uma alcóolatra.

-Tá, foi bem a tequila mesmo e não o fato de você ser insaciável.

Depois da gravação da cena, Emily já tinha ido ao camarim se arrumar. David aproveitou que Michaela estava ainda no set conversando com o diretor para conversar com ela.

- Michaela, tem um minuto pra mim?

- Claro David.

Ela pediu licença e foi se juntar a ele.

- O que foi?

- Eu queria te pedir uma coisa.

- Fala.

- Sei que nós já pedimos a você para manter o meu segredo e da Emily mas não custa nada reforçar principalmente porque eu não quero revelar o que está acontecendo para a imprensa, quero preservar a Emily. Tem mais outra coisa...

- David, fica tranquilo eu entendo a preocupação de vocês, confia em mim. Torço demais por vocês e quero que tudo dê certo. Qual a outra coisa?

- Você sabe que como me separei recentemente, não posso assumir nenhum compromisso com ela ainda. Não quero gerar espectativas porém, se pudesse fazia da Emily minha mulher ontem mesmo.

- Wow... é sério assim?

- Muito. Eu a amo demais e a única coisa que quero é fazê-la feliz.

- Ok, não se preocupe. Tem minha palavra.

- Tks Michaela.

David caminhou até o estacionamento. Ele tinha combinado com ela que a veria apenas a noite. Ia passar a tarde com o filho. Um pequeno plano se desenhava na mente dele, se tudo desse certo, teria uma semana para aprontar tudo e assim que entrassem em recesso no trabalho, David pretendia surpreendê-la mais uma vez.



Continua.......

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

[Bones Fic] As Time Goes By - Cap.29

Cap.29

Dois dias após a chegada em Washington, Brennan já providenciara todo o cronograma de terapia dele. Além disso, também o arrastara com mala e tudo para o seu apartamento. Nem deixou-o argumentar, voltou ao apartamento dele sozinha para buscar mais roupas e alguns objetos pessoais que eventualmente ele precisaria.

No caminho de volta para sua casa, ela ligou para Cam a fim de atualizá-la nas informações.

- Oi, Cam.

- Dr. Brennan!

- Estou ligando para informar as notícias. Já estamos em Washington e o Booth já recebeu todas as informações que precisa pra começar a fisioterapia amanhã. Estarei acompanhando toda essa etapa afinal o Booth é muito teimoso e nem quer fazer o processo, vou ter que levá-lo em todas as sessões.

- Ok, você faz bem em acompanhá-lo. Não vejo problema em você se ausentar Dr. Brennan.

- Obrigada Cam apenas avise a todos aí ok?

- Pode deixar.

Quando chegou em casa encontrou a tv ligada e um barulho vindo da cozinha. Booth estava cozinhando e o lugar parecia que tinha experimentado um furacão.

- Booth, o que você está fazendo?

- Ah, apenas um lanchinho pra gente.

- Lanchinho? Com essa confusão parece que você está fazendo um banquete!

- Oh, Bones! Fiz uma fritada de legumes pra você e uma fritada de ovos e bacon pra mim.

O cheiro parecia maravilhoso e isso despertou a fome de Brennan que nem percebera que já passava das duas da tarde.

- Tá bom, vou arrumar a mesa pra gente mas depois você vai arrumar essa bagunça na cozinha!

- Sim, senhora!

Ela rapidamente deu um jeito na mesa e arrumou os pratos, talheres e copos. Ele trouxe as travessas para a mesa e sentaram-se para almoçar.

- Que outras estripulias você andou aprontando enquanto estava fora?

- Nada. E para de agir como se fosse minha mãe.

Ela riu.

- Tá mas meu apartamento não é bagunçado entendeu?

- Ah, deixa de ser certinha! Se não vou ao meu apartamento.

- Ah, Booth, ameaças não valem nada aqui. Eu estou no comando e você tem que me obedecer.

- Hum, isso é uma ameaça?

- Não, é um fato.

Ele riu.

Terminada a refeição, eles se revezaram e limparam a cozinha. Depois de um breve descanso no sofá da sala, Brennan decidiu tomar um banho e sentar-se a frente do computador para organizar algumas coisas do seu dia-a-dia que deixara de lado esses dias em que se dedicara totalmente a Booth. Também precisava retomar seu livro, ela acreditava que pela primeira vez, receberia alguma repreensão da sua agente.

Ela estava concentrada lendo os emails quando ele chegou por trás e começou a beijar o pescoço dela. Brennan até se esforçava para permanecer indiferente mas ele era bem insistente. Ele passava a mão nas costas dela e Brennan fechou os olhos automaticamente. Adorava aquele toque. Ela deixou o computador de lado e virou-se para ele. Ela o envolve com seus braços e roça seus lábios nos dele.

- Eu preciso trabalhar um pouco, organizar as coisas. Você está tirando minha concentração.

- O que você está fazendo?

- Organizando uns assuntos e criando coragem para escrever meu próximo livro.

Ela o beijou por um instante. Quando quebrou o beijo, ela sorriu.

- Agora você vai me deixar trabalhar?

- Ah, nada de trabalho...

- Booth, não comece. Eu preciso. Porque você não vai ver um filme, ler um livro?

- Chatoooo... quero ficar com você.

- Se você prometer se comportar, eu termino logo e sobra mais tempo pra você.

- Tá, você não vai largar esse notebook mesmo!

Ela balançou a cabeça, uma eterna criança.

Brennan terminou o que tinha pra fazer e desligou o computador. Ao sair do escritório, viu que Booth estava na sala, dormindo no sofá. Ela desligou a tv e ele prontamente reclamou.

- Hey, eu estava assistindo isso.

- Sei, dava pra notar. São quase 7 da noite.

- Terminou o que você estava fazendo?

- Por hoje. Amanhã temos que estar no hospital as 9 da manhã para sua primeira sessão de fisioterapia.

- Isso vai ser um saco!

- Booth para de agir como criança! Porque você não pensa que quanto mais rápido você se recuperar, mais cedo nós poderemos aproveitar.

- Hum... ok, não discuto mais...

- Vai tomar banho enquanto vejo algo pra gente comer.


No dia seguinte

Brennan acordou cedo e preparou o café da manhã para os dois. Booth levantou ainda resmungando por ser tão cedo. As 8:30 já deixavam o apartamento de Brennan rumo ao hospital. A sessão de fisioterapia duraria uma hora e meia e Brennan decidiu acompanhar o processo de perto mesmo que não entrasse na sala.

O local continha um vidro onde Brennan podia observar o que Booth fazia. Ela olhava cada exercício com aquele olho clínico que só ela possuia. No interior da sala, Booth se esforçava para completar os exercícios respiratórios e pela primeira vez constatou que Bones tinha razão ao afirmar que ele não estava bem ainda. Sentiu dores durante a sessão mas não reclamou. Teve momentos em que não aguentou e soltou alguns palavrões.

- Chega, não posso mais doutor.

- Pode sim, Sr. Booth. Ainda temos mais vinte minutos.

- Tudo isso? Parece que eu já estou aqui a uma eternidade!

- Paciência, Sr. Booth. Paciência.

O médico percebeu o olhar analítico e ansioso de Brennan observando o processo.

- Me diz uma coisa, aquela bela mulher nos observando é sua esposa?

- Namorada.

- Você é um cara de sorte não Olívia?

A enfermeira sorriu.

- Na verdade doutor, diria que ela também é uma mulher de sorte. Claro que nesse momento está em desvantagem.

- Como assim?

- Ora sr.Booth, está vendo a carinha dela? Aposto que ela está aflita por saber se a fisioterapia está funcionando. Ela está se perguntando se não seria possível reduzir o número de sessões e quando ela finalmente terá o seu namorado de voltar por completo. É só um conselho, mas acho que você deveria se esforçar por ela.

- Eu sei.

- Então mostre disposição, vontade. Por uma mulher como aquela, vale tudo não?

Ele sorriu.

- Se vale!

Assim que terminou a sessão, o médico foi falar com ela.

- Então, doutor como foi?

- Muito bom. Como toda primeira sessão o sr.Booth apresentou problemas para se adaptar e dores, o que é normal em qualquer paciente. O desempenho dele foi bem satisfatório para a sua recuperação. Pode ser que ele sinta dores durante o dia ou à noite. Nesse caso, peço para você não dar a ele anti-inflamatórios a menos que a dor seja muito intensa. Procure usar compressas, bolsas de água quente, a solução natural.

- Ok, farei isso.

Booth escutava as recomendações do médico. Sabia que Brennan as seguiria à risca.

- Bem,vejo você depois de amanhã sr. Booth.

Eles se despediram e deixaram o hospital.

À noite, como Brennan já esperava, ele teve dores e ela fez exatamente o que o médico orientou-a. Além disso continuava a limpar e trocar os curativos dele. Mais alguns dias e ele tiraria os pontos.

Brennan e Booth estavam levando a vida normalmente. Brennan fazia o possível para deixá-lo confortável e bem. Booth completara uma semana de fisioterapia e já se observava um evolução no quadro dele. Estavam saindo do médico onde Booth fora tirar os pontos da cirurgia quando o celular de Brennan tocou.

- Brennan.

- Bren! Como você está? Sumiu!

- Oi, Angie. Está tudo bem.

- E você tem notícias do Booth?

- Claro, ele está bem, se recuperando.

- Isso é bom. Posso fazer uma visita pra ele? Aposto que ia gostar. Deve estar entediado em casa sem nada pra fazer.

- É verdade, Booth é muito ativo e uma situação dessa sempre causa ansiedade.

- Será que ele se incomoda se eu bater na porta dele sem avisar?

- Acredito que não mas você não vai acha-lo em casa. ele está comigo, saimos do hospital.

- Não falei agora, ia outro dia.

- Mas ele não está em casa, ele está comigo no meu apartamento.

- O que?

- É uma forma de vigiá-lo para que ele cumpra todas as recomendações médicas.

- Ah, ok. Quando posso ve-lo?

- Que tal depois de amanhã? Ele tem fisioterapia na parte da tarde, às 3h e deve voltar pra casa as 5h. Você viria depois do Jeffersonian.

- Parece ótimo. Estou com saudades da minha amiga também...

- Quer almoçar amanhã?

- Você vai deixar o Booth sozinho?

- Umas horinhas não vai matar.

- Tudo bem. Combinado.

Ela olhou para ele e sorriu.

- Acho que está na hora de contar a ela.

- Certeza?

- Ela quer te visitar, a Angela é esperta, vai acabar percebendo alguma coisa.

- Então deixamos para falar se ela perceber algo.

- Você está com dúvidas Booth?

- Não, porque estaria? Adoraria exibir você por aí. Só acho que a gente nem matou as saudades ainda e podíamos manter o segredo por mais tempo para termos alguns momentos a sós. Ou você acha que a Angela vai conseguir se segurar quando descobrir?

- Se pedirmos segredo....

- Duvido!

- É, você tem razão. Vamos ver o que ela nota então.


Founding Fathers
1 da tarde

Angela chegou ao restaurante um pouco antes de Brennan. Ao avistar a amiga, acenou. Ela se dirigiu até a mesa onde Angela estava.

- Desculpe o atraso!

- Que nada! Acabei de chegar apenas cinco minutos antes de você.

- Booth parece criança! Tenho que checar e me preocupar com tudo! Doente ele nem parece aquele homem decidido que é um agente do FBI.

- Homens são assim mesmo e quando estão doentes é pior.

- Quer tomar o que?

- Suco. Esqueceu que não posso beber nada alcóolico?

- Oh, Angela! É verdade, que esquecimento o meu.

- Tudo bem.

- Eu preciso de uma taça de vinho.

- Hum, o Booth tá realmente te dando trabalho hein?

- Nem tanto, teimoso ele sempre foi mas tá tudo bem. É que não posso beber com ele, ele está proibido ainda. Tenho que aproveitar. Como estão as coisas no Jeffersonian?

- Em ordem, nada muito agitado.

- E como vai a mamãe?

- Ótima. No próximo mês saberemos o sexo.

- O que você acha?

- Digo que tanto faz, será amado da mesma forma mas uma menininha seria muito bom.

- Veremos.

Elas continuaram conversando e o almoço trasncorreu tranquilamente. Ao final se despediram e acertaram tudo para o dia seguinte.


Apartamento de Brennan

Eles acabavam de chegar do hospital e Brennan foi logo preparar algo para comer, afinal Angela viria visitá-los.

- Booth porque não vai logo tomar um banho? Vou fazer o mesmo assim que terminar aqui na cozinha.

- Estou indo.

Meia hora depois, a campainha toca.

- Oi, Angela. Pode entrar.

- Oi,Bren!

Ela se depara com um Booth muito a vontade de bermuda e camiseta, nos pés chinelos. Ele sorriu para ela e se levantou.

- Oi, Angela.

- Booth! Que bom te ver.

Ela o beijou no rosto e sorriu. Sentou-se no sofá.

- Que susto você deu na miha amiga,hein Booth?

- Eu imagino.

- Aliás aquele oficial devia ser proibido de dar notícias difíceis, pela forma que ele falou você já estava morto! A Bren ficou branca que nem vela.

- Angela tem razão, as pessoas não esperam uma recepção daquelas.

- E como você está, Booth?

- Muito melhor. Graças a Bones, claro! Ela é muito chata com esses lances médicos. Mas valeu a pena, acho que logo, logo estarei 100% novamente.

- Só faço isso porque me preocupo com você, quero ver você bem, inteiro.

Angela percebeu os olhares entre os dois. Resolveu não falar nada. Brennan se levantou e foi até a cozinha. Voltou com algumas coisas que colocou na mesa.

- Angela, venha fazer um lanche.

- O que tem pra comer?

- Apenas alguns pães diferentes, patês, café. Você não está enjoando nada disso não né?

- Não, estou bem. Acho que não vou ter esses problemas de gravidez tipo enjôo, desejo.

- Sorte do Hodgins! Eu penei com a Rebecca, ela tinha cada idéia para comer...

Ele se sentou ao lado de Brennan. Ela se preocupou em servi-lo como vinha fazendo normalmente desde que voltaram a se encontrar no Afeganistão. Dessa vez, Angela ficou mais intrigada com o que via. Tem alguma coisa aí, pensou.

Booth fez menção de roubar um bacon do prato de frios e Brennan o repreendeu.

- Booth! Já falei para você que tem que comer o mínimo possivel de gordura. Isso faz mal para suas cicatrizes e não quero seu corpo todo marcado.

Ele sorria maroto para ela. Por um momento até esqueceram que Angela estava ali. Ela claro não deixou de registrar a frase de Brennan e começou o questionamento.

- Peraí, como é Brennan? Você não quer o corpo dele marcado? Que história é essa?

Brennan arregalou os olhos e seu olhar cruzou com o de Booth. Ela estava vermelha. De repente, começou a rir. Booth a acompanhou.

- Hey, eu estou aqui.

- Conte...

- Angela, eu ainda não falei nada porque eu tinha combinado com o Booth mas depois disso...

- É o que eu estou pensando?

A cara de Angela demonstrava surpresa.

- Se o que você está pensando é que eu e Booth estamos juntos então...

- Oh meu deus!!! Sério? De verdade? Como isso aconteceu?

- De verdade.

- Como? Me explica, por favor!

Antes mesmo que Brennan começasse a falar, Angela deu um grito. Não cabia em si de contentamento, Brennan demonstrou preocupação.

- Angie, se acalme. Você não pode se exaltar, lembre-se do bebê.

- Isso é uma notícia maravilhosa!

- É sim, tenho que concordar.

Os dois se olhavam, olhares apaixonados como podia notar Angela.

- Contem como isso aconteceu? Foi na sua ida ao Afeganistão, Brennan?

- Não,foi antes?

- Antes? Como? Você estava nas ilhas e o Booth na guerra e...

- Quer deixar eu contar,Angie? Ou melhor resumir a história?

- Tá,desculpe.

- Fui para a Indonésia e Booth para o Afeganistão. Decidi manter contato com ele por carta para que ele soubesse que as coisas estavam bem e também para eu saber como ele estava, afinal ele corria perigo, estava numa zona de concentração. Trocamos cartas, as palavras, a solidão, as lembranças e com seis meses Booth foi me visitar na Indonésia,apareceu do nada e uma coisa levou a outra e bem, aqui estamos. Juntos.

- Isso é....é OMG! É incrível!

Ela se levantou e abraçou a amiga.


- Estou tão feliz por você. E por você também, Booth. Eu sabia que um dia você ficaria com a garota mais bela do baile.

Brennan ergueu as sobrancelhas e olhou para a amiga.

- Baile? Ah, metaforicamente...

Eles riram.

- Posso espalhar a todos?

Eles se entreolharam. Booth foi quem falou.

- Angela, a gente sabe que esse relacionamento é novo e não sabemos como o FBI vai entender isso mas também sei que você não vai conseguir se segurar como Daisy fez então só depende de você.

- Daisy sabia?

- Sim, afinal ela estava comigo. Manteve segredo. Nem Sweets sabe.

- Nossa!

Angela olhou mais uma vez para os dois de mãos entrelaçadas e deixou escapar mais um gritinho. Foi a vez de Brennan e Booth rirem do jeito dela.

- Ok, vou tentar ser discreta mas devo contar pelo menos para o Hodgins.

- Tá, Angela.

Eles permaneceram conversando e sorrindo. Olhar para eles nesse momento era algo muito gratificante, principalmente depois de saber o quanto eles já sofreram e viveram juntos como parceiros e amigos. Mais tarde, Angela finalmente foi embora. Assim que a amiga saiu, Brennan foi até booth e roubou mais um beijo.

- Está feito! Sei que Angela merecia saber e agora vai faltar pouco para todos saberem.

- Estou doido para que saibam, quero andar pelas ruas te abraçando, te beijando, sem medo.

- Tá bom, Don Juan mas agora me ajuda a arrumar isso aqui.

- Você sempre estragando o clima.

Ela riu e deu um tapinha nele. Brennan se sentia realmente em casa, pela primeira vez em muitos anos.



Continua......

domingo, 14 de novembro de 2010

[Bones Fic] Six Months or a Lifetime? - Cap.14

Cap.14

Angela ficou calada por uns segundos encarando Booth.

- O que foi,Angela?

- Ah, você pergunta? Bem, por onde devo começar? Ah, que tal pelo fato de você ter voltado da guerra depois de um ano com uma namorada? Ou o seu comportamento devido essa nova namorada?

- Você tem problema com a Hannah?

- Ah, não! Só acho ela meio irritante e de certa forma metida, sabe? Nariz empinado? Ela não gosta da gente e não faz sequer algum esforço para esconder isso. Mas na verdade, não sou eu quem deve gostar da Hannah, é você. Meu problema é outro.

- Hannah irritante? Angela você está exagerando!

- Viu? Taí o problema! Você está cego! Você não consegue enxergar o que anda fazendo, está tão encantado com a nova namorada que não percebe o que está fazendo com as outras pessoas ao seu redor. Você deixou seus amigos de lado, deixou de fazer certas coisas que eram rotineiras na sua vida antes da Hannah. Há quanto tempo você não almoça ou janta com a Brennan? Você deixou de lado uma amizade de seis anos como se fosse algo normal! Parece que você esqueceu a amiga que tem! Você esqueceu quem é a Brennan!

- É claro que não esqueci quem a Bones é, Angela! Que besteira.

- Pois parece que esqueceu. A Brennan tem problemas de abandono, confiou a vida toda dela a você, tem problemas para se relacionar com a maioria das pessoas mas com você, ela foi além, você sabia que em todos esses anos de amizade comigo, Brennan nunca havia chorado na minha frente? Ela demonstrava emoções para você que escondia de todos os outros. Como você pode esquecer isso? Vocês tem uma história de amizade e amor que talvez você não tenha com mais ninguém.

- Angela, você está parece estar vendo só o lado da Bones mas e o meu? Será que não tenho o direito de ser feliz?

- Sim, você tem todo o direito para ser feliz desde que isso não machuque as outras pessoas ao seu redor. Apesar de achar que você está procurando a felicidade no lugar errado. Me responda uma coisa com sinceridade, você ama a Hannah?

Booth abriu a boca para responder mas fechou-a imediatamente. Não era essa a pergunta que ele esperava.

- É claro que não! E sabe porque? Porque por mais que você se esforce, tente mudar, o óbvio não precisa ser dito. Você é apaixonado pela Brennan. Sempre foi. O problema é que bastou você se afastar por um longo período para balançar e se encantar com a Hannah. Você não funciona longe da Brennan, não adianta negar.

- Você fala como se eu não tivesse tentado. A Bones me rejeitou. Fui fragilizado para a guerra e a Hannah me mostrou um outro lado, me fez sorrir novamente.

- Como você pode dizer que a Brennan te rejeitou? Ela foi honesta com você! Ela colocou o seu coração nas suas mãos. Você desistiu. Você decidiu seguir em frente. Booth, mais do que ninguém você sabe que a Brennan não se abre, ela não sabe lidar com sentimentos como eu e você. Do jeito dela, Brennan disse que não podia fazer algo que não era sua especialidade e você não soube aproveitar essa chance. É tão difícil ver o quanto ela te ama? O quanto ela abriu mão por você? Tudo que interessa a Brennan é que você esteja feliz mesmo que isso signifique o sofrimento dela.

- Não concordo com tudo que você falou. Bones não tá sofrendo tanto assim, ela também seguiu em frente. Ou você esqueceu aquela noite na boate? Onde ela bebeu, dançou e até se agarrou? Ela também tá namorando com aquele cara!

O rosto vermelho de Booth denunciava o ciúme. Exatamente como Angela queria.

- Ah, então o problema é o Jack agora... ao contrário de você, ele está presente na vida dela. Ele consegue preencher o vazio que você deixou na vida dela. Se você acha que a culpa é da Brennan por ter dado a ele uma chance, você está errado.

- Ela me pareceu muito bem da última vez que a vi com o tal Jack. Porque o mesmo sermão não vale pra ela também? Brennan escolheu o Jack.

- Resposta errada, Booth! Jack procurou Brennan e fragilizada ela encontrou nele o amigo que perdeu em você. Booth concordo que você queira ser teimoso e não dar o braço a torcer querendo ficar com a Hannah mas não posso acreditar que você ache normal a forma como você se afastou dela. Você excluiu a Brennan da sua vida! Você nem avisou a ela que ia viajar! Isso não se faz! Você não teve a decência de avisar... que não seja pela amizade mas profissionalmente você deveria ter ligado pra ela. Sabe o que você fez, Booth? Você a abandonou.

Angela segurava as lágrimas que enchiam os olhos nesse momento. Tomou fôlego e continuou.

- Para alguém que se diz movido por instinto, você está muito mal porque você não percebeu o que estava acontecendo ao sua volta. Você está cego! A Brennan está apaixonada por você. Ela voltou dessa última viagem disposta a tentar, você sequer percebeu isso. Você se isolou.

- Porque você está aqui defendendo a Bones? Se ela está apaixonada, porque ela não veio falar comigo?

- Booth, você bateu com a cabeça? Tá delirando? É a Brennan! Você nem deveria fazer essa pergunta. Tapado, isso é o que você é, um tapado!

- Angela não fala assim comigo.

- Falo e provo o quanto você é tapado!

Ela pegou o telefone e acionou o vídeo.

- Me diga quem é essa pessoa que está cantando e pra quem ela está cantando,Booth?

O som da voz de Brennan invadiu a sala. Booth calado, ouvia e via algo que de certa forma o surpreendeu. Mordeu os lábios tenso. Sentiu o coração apertar. Quando o vídeo finalmente acabou, Angela o olhou séria. Percebeu a mudança no semblante de Booth.

- Eu nunca imaginei ver Brennan cantando Mariah Carey. Confesso que fiquei surpresa com essa cena também.

Booth tomou o celular da mão de Angela. Repassava o vídeo.

- Foreigner.

- O que você disse?

- Não é da Mariah, essa música é do Foreigner, um dos grupos preferidos da Bones.

Ele parecia tocado pelo gesto que claramente foi dirigido a ele. Angela não deixou o comentário passar em branco.

- Eu não sabia disso. Mais uma prova de que você a conhece como ninguém. Acho que não preciso mais falar nada depois dessa demonstração de amor.

Booth ainda assistia o vídeo, olhando com cuidado.

- Sei que você tem condições de perceber agora como a sua parceira mudou, o quanto ela está disposta a arriscar. Booth, seis anos não são seis meses. A decisão é sua, o que vai ser: um romance de momento ou um amor pra toda vida?

Ele estava concentrado na tela. Reparando detalhes. Viu quando Jack a abraçou depois de cantar. A raiva o dominava.

- O que vai ser Booth?

- Eu não sei, Angela. Porque essa decisão é só minha? Porque sou eu quem deve abrir mão de um relacionamento quando ela parece não estar disposta a deixar esse cara?

Angela revirou os olhos. Não acreditava no que Booth estava dizendo.

- Eu não posso fazer isso com a Hannah, ela não merece. Ela me ajudou num momento difícil. Ela me trata bem, se preocupa comigo...

- Mas ela não te ama realmente,mais importante: você não a ama! Porque essa teimosia?

- Não quero magoar a Hannah, não é justo Angela.

- Ah, tá não é justo com a Hannah e quanto a Brennan? É justo o que você está fazendo com ela? A Brennan pode ser magoada, ferida, abandonada? Francamente, Booth! A Brennan não está com ninguém.

Ele passava as mãos na cabeça claramente mexido com as palavras de Angela.

- Não sei realmente o que aconteceu nesse momento, você é outra pessoa,Booth. Eu me enganei quanto a você. Pensei que era um cara de decisão, de coragem. Acho que você se acovardou depois de ter ido ao Afeganistão. Você é o coração da questão, ou pelo menos era. O verdadeiro Seeley Booth que conheci saberia exatamente o que fazer.

Ele permanecia de rosto fechado. Calado. Angela se rendeu as lágrimas pela primeira vez, mesmo contra a vontade, passou a mão rapidamente no rosto.

- A minha amiga está sofrendo por sua causa e entre ve-la sofrendo e sua felicidade, eu prefiro que ela o esqueça.

Angela suspirou profundamente.

- Nunca pensei em dizer isso mas se esse é o novo Booth, você não merece a Brennan. Fique com a sem graça da Hannah. Você se perdeu e não é nem de longe metade do homem que Brennan conheceu. Panaca! Você é um panaca, Booth.

Ela levantou rapidamente e saiu batendo a porta atrás dela. Booth respirou fundo e deixou o corpo cair na poltrona, a cabeça explodia confuso e torturado. Pela primeira vez em muito tempo, Seeley Booth sentia-se derrotado.

XXXXXX


Brennan acabava de entrar no restaurante onde encontraria com Jack. Ontem durante o jantar, ele conversou muito com ela sobre o momento que ela vivia. Deu conselhos e fez com que ela refletisse muito à noite. Ele dormiu novamente na casa dela mas dessa vez não acontecera nada, ele apenas deu a ela um conforto, ele sabia que ela estava carente. Sorriu ao ve-lo na mesa de fundo do restaurante. Sentou-se ao lado dele.

- Oi, Jack!

Beijou-o na bochecha.

- Tudo bem?

- Está sim. Estou morrendo de fome. Já pediu?

- Não, o que quer comer?

- Lasanha de beringela.

Ele chama o garçon, faz o pedido e inclui um chá gelado para ela. Depois que ela tomou o primeiro gole da bebida, ele voltou a falar.

- Sabe,você não me convenceu. Como está o seu coração?

- Batendo...

- Tempe não seja literal. Fale a verdade. Todas as respostas que você procura estão aqui.

Ele apontou para o peito dela indicando o coração.

- Você teve notícias de Booth?

- Não, acho que volta hoje.

- Ele não ligou né?

Ela balançou a cabeça negativamente. As vezes não entendia essa dinâmica de relacionamentos.

- Jack, porque você está preocupado com o Booth? Na linguagem dos relacionamentos ele seria seu rival. Parece que está querendo me jogar pra ele.

- Tempe eu não sou rival do Booth, eu sou alguém capaz de perceber a hora de sair do jogo, recuar. Eu já perdi antes mesmo de jogar. Quando cheguei, seu coração já estava tomado. Porém nada do que eu faça irá valer a pena se você continuar infeliz, eu quero ve-la feliz, isso é a coisa que mais me interessa nesse momento. Sua felicidade.

Ela sorriu e tomou a mão dele na sua.

- Como você pode ser tão maravilhoso?

- Engraçado você dizer isso. Você não é tão diferente de mim nesse sentido. Na verdade, somos iguais.


- Não entendo a sua lógica. Você é muito mais emocional que eu e lida melhor com os sentimentos do que eu.

- Será Tempe? Vamos fazer uma comparação entre nós dois. Primeiro: ambos somos pessoas racionais, defensores da ciência cada um na sua área, acreditamos em fatos e dados. Até aqui tudo bem?

- Sim, concordo mas você se deixa levar pelas emoções, eu não.

- Discordo e posso provar. Ambos reprimimos nossas emoções até o limite que aguentamos evitando com isso demonstrar fraqueza, o que é ilógico pois ter momentos difíceis não quer dizer que somos fracos essencialmente. Você não reprime suas emoções pelo contrário já demonstrou-as para mim e todos os seus amigos mais de uma vez, seja cantando ou chorando. Mesmo em uma conversa comigo ou com Angela, o tom da sua voz denuncia o sentimento que está te incomodando naquele momento.

Ele tomou um pouco de água para recuperar o fôlego. Ela o fitava e intimamente se perguntava se o homem a sua frente era real. Novamente ele tinha razão no que dizia.

- Posso seguir para o próximo ponto ou você quer acrescentar algo?

- Pode seguir, aceito os fatos.

Ele riu da seriedade nas palavras dela.

- Continuando, o próximo ponto onde somos iguais é que ambos já sofremos muito na vida.

- Como assim? O que você sabe sobre minha vida?

- Sei que você perdeu seus pais cedo e teve que lidar com o abandono deles. Isso a afetou naturalmente.

Brennan arregalou os olhos. Jack sabia a sua história?

- É claro que você não me contou a história completa, achei estranho alguns comentários seus e fui pesquisar, por favor, não fique com raiva de mim por bisbilhotar sua vida assim porém, eu precisava saber como uma mulher brilhante e inteligente como você se mostrava tão vulnerável quando se falava de sentimentos especialmente o amor. Foi aí que descobri.

Ele olhou para ela, suspirou.

- Você ficou chateada. Desculpe, Tempe. Não foi minha intenção.

Ele procurou a mão dela e levou aos lábios, beijou-a.

- Não estou. Não consigo ficar chateada com você. Estou curiosa porque eu não imagino como você pode dizer que somos iguais nesse sentido.

- Eu me casei aos 23 anos e perdi alguém muito querido quando tinha 27 anos, Kate era o amor da minha vida, minha namorada desde o colegial. Era minha vida. Ela, ela sofreu um acidente de carro e faleceu. Kate estava grávida de 6 semanas, ela planejara um jantar especial naquela noite para me contar a novidade. Eu perdi minha alma gêmea e minha chance de ser pai na mesma noite e a vida nunca mais foi a mesma desde então. Mergulhei nos estudos, fiz doutorado e as pessoas mais importantes na minha vida passaram a ser meus alunos. Meus amigos sempre me apoiaram mas queriam que eu voltasse a namorar, tentaram alguns encontros, sejam às cegas ou mesmo com mulheres que conhecia, não deu certo. Eu sempre procurava Kate em todas elas. Parei de procurar quando me convenci que ela era minha alma gêmea e que um dia eu a encontrarei.

- Nossa Jack, eu não imaginava... eu sinto muito.

Ele deu um sorriso triste.

- Só uma coisa não explica seu raciocínio, como um homem da ciência, você acredita que a encontrará então você acredita em Deus como o Booth?

- Acredito em uma força superior porém minha certeza ao poder encontrá-la é apenas uma demonstração do meu amor incondicional por ela. Talvez de tanto estudar mitologia e história antiga, eu tenha me identificado com o filho de Vênus, Cupido. Pensar que viveria para tocar as pessoas que precisam de amor seria uma forma de manter Kate amada e sempre presente na minha vida.

Brennan tinha os olhos mareados. Não sabia o que dizer. Jack continuou.

- Tem mais um ponto que nos torna iguais. Ambos amamos tão incondicionalmente que somos capazes de abrir mão desse amor se isso significar a felicidade do outro. Você foi a única mulher que me tocou depois de Kate. Fiquei encantado com você, com seu jeito de ver o mundo, me identifiquei com a sua dor. E o mais interessante é que você não se parece em nada com Kate. Ela era totalmente passional. Mesmo dessa maneira, eu me deixei envolver mas bastou perceber o que se passava em seu coração para eu saber exatamente que deveria recuar em nome do verdadeiro amor, pela sua felicidade.

Brennan chorava. Abraçou-o tão forte que sentiu as batidas do coração dele junto ao seu. Beijou-lhe o rosto. Acariciou-lhe os lábios com o polegar. Sorriu.

- Obrigada, Jack.

- Você não tem que me agradecer, eu não fiz nada que qualquer um dos seus amigos faria. Agradeça a você mesma por entender tudo o que está acontecendo com você. Eu só dei uma ajudinha.

Ela riu.

- Não, Jack. É sério, só uma pessoa conseguiria causar o mesmo efeito em mim.

- Booth, como a Kate em mim. Mais um ponto em comum.

- É, mais um ponto.

- Tempe, faz um favor para o seu amigo Cupido? Vai atrás dele, Temperance. Não deixe a oportunidade passar. Não se deixe esmorecer pela segunda opção dele. Siga seu coração, não espere mais.

Ela abriu o sorriso e inesperadamente Jack se viu envolvido num beijo carinhoso. Ele retribuiu o gesto da mesma forma. Ela quebrou o beijo e o abraçou mais uma vez e sussurou no ouvido dele.

- I love you, Jack.

Ele a olhou sorrindo.

- Eu também, Tempe. É impossível não te amar mesmo que seja como amiga.

- Foi exatamente isso que queria dizer.

- Eu sei. Agora some daqui. Você tem algo muito importante a fazer.

Ela se levantou rindo. Quando estava no meio do restaurante, tornou a olhar pra trás. Ele sorria. Fez sinal para ela correr com as mãos.

Brennan deixou o restaurante e Jack levantou o copo de whisky.

- A você, Kate. E a mais uma bela história de amor.

E virou a bebida de uma vez.


XXXXXXX



Booth saiu do FBI ainda afetado pelo que Angela havia lhe dito. Chegando em casa, ele encontrou um recado de Hannah na geladeira.

“Complicações no trabalho, tive que viajar urgente para Chicago. Volto em 2 dias.”

Incrível, depois de tudo que acontecera hoje essa foi a melhor notícia do dia. Ele não tnha condições de encarar Hannah depois do que ouviu hoje. Abriu a geladeira e tirou uma cerveja. Deu um primeiro gole e sentou-se no sofá. Esfregava a garrafa gelada na testa tentando minimizar a dor de cabeça que insistia em incomodá-lo. Voltou a tomar a cerveja esvaziando a garrafa. Pegou mais uma na geladeira e voltou a se sentar. O celular estava ao lado dele. Pegou-o nas mãos e mexeu até ter o número dela na tela. O polegar dançava sobre o display decidindo se iria apertar a tecla verde. Por fim, suspirou e jogou o celular de volta no sofá.

Ele já estava na metade da cerveja quando ouviu as batidas na porta. Levantou-se intrigado.

Booth nem abrira a porta completamente e ela já entrava no apartamento.

- Oi, Booth. Tudo bem?

- Bones... oi.

- Você está sozinho?

- Estou mas o que você...

- Ótimo! Nós dois precisamos conversar.



Continua.....

sábado, 13 de novembro de 2010

[Bones Fics] As Time Goes By - Cap.28

Cap.28

O dia passou lentamente para Temperance Brennan. Booth apesar de acordar ainda estava muito fraco e grogue devido a quantidade de antibióticos no seu corpo. Dormiu boa parte do dia. Masi calma, Brennan aproveitou para conversar com os médicos sobre os próximos passos e também para avisar a todos em Washington.

Segundo o médico que o atendeu, ele precisa ficar em observação por mais dois dias e dependendo da sua reação, receberia alta e estaria apto a viajar conforme era o desejo de Brennan. Ela ligou para uma agência e providenciou as passagens para a Inglaterra. Claro que seria de primeira classe e com todos os cuidados que Booth precisava. Em seguida, ligou para Cam.

- Oi Cam.

- Dr.Brennan! Finalmente! Quais as notícias de Booth?

- Ele está bem, ainda fraco mas se recuperando. Se tudo correr bem, ele deve ter alta em dois dias. Eu irei para a Inglaterra com ele, pretendo fazer mais uma rodada de testes apenas para me certificar que ele está bem.

- Ah, claro! Queremos o Seeley de volta inteiro.

- Cam ainda não sei de quanto tempo vou precisar ficar longe do trabalho, Booth irá precisar de acompanhamento e cuidados. Ele provavelmente fará fisioterapia respiratória e teimoso do jeito que é não vai levar as instruções médicas á sério.

- Dr.Brennan, fique o tempo que precisar.

- Obrigada Cam. Quando tiver outras novidades, aviso.

Desligou o telefone, voltou ao quarto e ao certificar-se que ele dormia, seguiu para a cantina. Estava com fome. Depois procurou o médico e disse que ia se ausentar um pouco. Brennan foi para o hotel tomar um banho.

Mais tarde ao voltar para o quarto, viu que a enfermeira estava checando algumas informações sobre o quadro de Booth. Era a mesma da primeira noite.

- Oi, hum vejo que você está com uma carinha bem melhor não? Namorado já acordou, tá melhor...

Brennan sorriu.

- Sorria mesmo! Seria um desperdício um homem lindo desse morrer. Você formam um belo casal.

- Obrigada.


- Hum, ele parece estar acordando novamente. Vou buscar a refeição dele.

Brennan se aproximou da cama ao ve-lo abrir os olhos. Segurou a mão dele na sua e abriu o sorriso.

- Hey, sleephead!

Ele sentiu o perfume dela adentrar seus pulmões.

- Hey, você está tão linda.... e cheirosa.

Ela se inclinou na cama e beijou-o nos lábios.

- Boas notícias! Se a sua recuperaçào continuar bem, você terá alta depois de amanhã.

- Que ótimo! Não vejo a hora de sair dessa cama e desse hospital.

- Não tão rápido, Booth! Você não irá fazer nenhuma loucura depois que sair do hospital. Nós vamos a Londres fazer uma série de exames para termos certeza de que você está bem, além disso, você provavelmente deverá fazer fisioterapia então nada de arte!

- Ah,não! Mais hospital! Bones por favor, eu estou me sentindo bem.

- Que bom mas isso não vai fazer eu mudar de idéia.

Ele entortou a boca fazendo bico.

- Sabe que você fica uma graça fazendo biquinho?

Ela voltou a beijá-lo e sentou-se ao lado dele na cama. Ficou abraçada a ele fazendo carinho por um bom tempo.

- Estou tão aliviada que você está se sentindo melhor. Eu sofri demais quando soube de tudo.

- Você parece cansada...

- Cansaço é o que menos importa agora, quero ver você bem.

A enfermeira bateu na porta e sorrindo trazia a bandeja com o jantar dele. Após colocar a refeição sobre a cama, ela deixou o quarto.

- Vai comer?

- Não estou com muita vontade...

- Você precisa se alimentar, como vai melhorar e ficar forte o bastante para a gente matar as saudades?

Ele riu.

- Hum... só se você me der na boca?

- Como é que é?

- Por favor, estou doente...

- Manhoso!

Ela pegou a colher e serviu de sopa levando a altura da boca de Booth que a tomou.

- É, parece bom.

Ela riu e durante um bom tempo se alegrou com algo tão simples, tão pequeno. Ela começava a perceber que as coisas estavam se encaminhando. Após o jantar, ela o beijou e em seguida, a enfermeira entrou para retirar a bandeja e ministrar mais um remédio a Booth. Assim que ela saiu, Brennan checou o relógio. 8 da noite. O cansaço a dominava.

- Avisei ao pessoal que você está bem. Liguei pra Cam.

- Sabe Bones, não vejo a hora de estar em casa. Queria tanto te encontrar logo, mas não desse jeito. Queria tanto que fosse diferente, Estava morrendo de saudades de você. De te tocar, te beijar e você sabe o que mais...

- Sei sim só que teremos que esperar mais um pouco até a sua recuperação total.

- Que jeito né?

Ele fazia cara de manhoso, ela acariciou o rosto e beijou-o mais uma vez.

- Acho que você precisa descansar...

- Não vou deixar você sozinho,Booth....

- Amor, não estou sozinho, tem médicos, enfermeiros, vou ficar bem.

- Não sei não.

Booth sabia que ela não concordaria facilmente com ele. Resolveu convence-la de outra forma. Ele pegou a mão dela na sua e beijou. Ajeitou uma mecha de cabelo dela e sorriu. Beijou o pescoço e cheirou o perfume presente na pele dela.

- Viu como estou bem?

- Você não devia fazer isso... vai me deixar ainda mais na vontade!

- Por favor, você precisa descansar. Amanhã você volta.

O olhar dele era tão apaixonado que trazia um calor gostoso ao corpo dela. Brennan sabia que ele tinha razão, precisava estar bem para acompanhá-lo e dar toda a assistência que ele precisaria.

- Tá bom, você venceu. Vou para o hotel e volto amanhã bem cedo ok?

- Ok.

Ela se pos de pé e beijou-o mais uma vez antes de ir. Já ia saindo na porta quando se lembrou de algo. Remexendo na bolsa, ela acha finalmente o que procurava.

- Como sei que você pode ficar com saudades de mim, vou deixar meu ipod com você. Está vendo essa playlist? Contém todas as músicas que conheci através de você.

- Mesmo?

- Hum,hum. Boa noite, Booth.

- Vou sonhar com você...

Ela beijou-lhe a testa e deixou o quarto.

No hotel...

Brennan foi direto tomar um banho quente. Sentia os ombros doerem. A tensão dos últimos dias foi grande e pela primeira vez ela sentia-se aliviada. Depois do banho, ela já de pijamas ligou o notebook, estava com muita vontade de escrever.

Dia ??? – vou chamá-lo de 1 – após o susto e recomeçar o diário.

Depois da angústia dos últimos dias, finalmente estou mais calma. Booth está se recuperando bem e logo iremos para Londres onde teremos que enfrentar outra maratona de exames. Pelo menos ele vai gostar de viajar de primeira classe. A espera pelo reencontro com ele, a vontade de te-lo em meus braços ainda deve perdurar talvez por uns dois meses. Mas não faz mal, o que importa é que estarei ao lado dele durante todo esse tempo. Logo poderei dormir com ele de novo.

Ele vai dar trabalho, sempre teimoso principalmente quando estiver novamente em outro hospital. No fundo, eu queria mesmo era estar em casa e ele poderia estar comigo, na minha cama. Como alguém pode ficar tão dependente de outro assim? O sono me domina agora...


Ela desligou o notebook e colocou-o sobre a mesa. Deitou-se e logo adormeceu.

No dia seguinte, Brennan surpreendeu-se ao ve-lo de pé no corredor conversando com as enfermeiras. Ao ve-la, abriu o sorriso e foi até ela. Beijou-a.

- Hum, você está bem melhor hoje.

- E você já está andando pelos corredores? Só falta me dizer que vai ter alta hoje!

- Tomara!

- Já falou com seu médico?

- Não.

Ela deu o braço para ele e juntos caminharam pelo corredor ao encontro do médico. E após um check-up total, o médico constatou que ele apenas precisaria passar o dia no hospital para completar o tratamento a base de remédios. Ele teria alta por volta das seis da tarde.

O sorriso de felicidade não podia ser maior. Durante a tarde, Brennan observou a forma como a enfermeira trocava o curativo dele, como limpava. Ela sabia que nos próximos dias seria ela quem faria isso. As seis da tarde, após assinar os papéis da alta, Brennan e Booth deixaram o hospital. No caminho para o hotel, ela passou na farmácia e comprou tudo que precisaria por esses dias de acordo com a receita do médico. Quando chegaram ao hotel, Booth já demonstrava sinais de cansaço. Ela o fez sentar na cama para descansar.

- Fique um pouco quieto. Vou preparar seu banho.

Cinco minutos depois, ela já estava de volta. Com cuidado, ajudou-o a tirar a camisa e as calças.

- Cuidado, Booth. Você acha que consegue tomar banho na banheira?

- Claro que consigo, Bones.

- Não quero que se canse muito. Ainda teremos uma maratona de 14 horas amanhã até Londres.

Ela tirou o curativo que cobria a cirurgia e examinou. Parecia bem, limpo. Ela se levantou e tirou a blusa e a calça ficando apenas de soutian e calcinha.

- Vamos para o banheiro?

Ele levantou-se com o auxílio dela e caminharam lentamente até o banheiro. Lá ela tirou o boxer dele ajudou-o a entrar na banheira. A água estava morna e os sais tinha cheiro de eucalipto. Booth adorou a sensação relaxante da água contra a pele. Recostou-se na banheira.

- Isso, relaxe Booth. A água morna ajuda a melhorar a sensação dolorida do corpo.

Ela sentou-se na beira da banheira e pegou uma esponja molhou-a com um pouco de sabonete líquido e começou a esfregar calmamente os braços dele.

- Hum que bom...

Ela massageou o pescoço dele, os ombros, voltando em seguida para ensaboar os braços. Mudou de posição e começou a passar a esponja no peito dele com muito cuidado. Vendo que ficava cada vez mais sem ângulo ela decidiu entrar na banheira também. Cautelosa, ela se pos entre as pernas dele.

- O que você está faxendo Bones?

- Te dando banho.

- Eu posso tomar banho sozinho....

- Jura que você não quer minha ajuda, assim...

Ela deslizava a mão sobre a esponja em todo o peito dele passando pelo abdomen. Sorriu e beijou-o nos lábios.

- Vamos fazer assim, você se lava normalmente deixando somente eu cuidar dos lugares feridos do seu corpo ok?

- E eu vou discutir com você? Não mesmo!

Como ela já havia limpado os braços, virou-se de costas para ele e concentrou-se em lavar a coxa machucada. O local ainda estava bem vermelho mas aparentemente não indicava sinais de infecção e os pontos pareciam bem feitos não devia ficar com uma marca feia. Ao encostar a esponja sobre a coxa dele, Booth gemeu. Ela tirou a mão imediatamente e olhou para ele.

- Está dolorido?

- Sim, um pouco.

- Vou ter mais cuidado.

Ela voltou a tocar a área e limpou-a sem fazer pressão. Quando se deu por satisfeita, saiu da banheira e esperou ele terminar de se lavar.

- Booth, você pode mudar de posição? Preciso lavar suas costas e principalmente o ferimento.

- Prefiro ficar de pé pra isso.

E assim ele fez, Brennan tornou a entrar na banheira e lavou cuidadosamenre as costas dele e o lugar da cirurgia. Ela inclinou-se e beijou o local antes de uma última limpeza. Aproveitou a oportunidade e o abraçou por trás.

- Senti tanta falta do seu corpo junto ao meu...

Ela beijou as costas dele. Sentiu as mãos dele sobre os braços dela.

- Eu também.

- Espero que você se recupere logo para podermos aproveitar.

Ele riu. Segurando a mão dela, ele virou-se e beijou-a nos lábios, os braços dele a envolveram sentindo o calor da pele dela contra a sua própria. Ela quebrou o beijo sorrindo.

- Vamos, chega de banho pra você, sua resistência ainda está baixa.

Ela saiu da banheira e esperou ele lavar o sabão do corpo mais uma vez. Assim que saiu do banho, Brennan o enrolou na toalha e colocou a banheira para secar.

- Tente não exagerar, Booth me espere vou vesti-lo.

Ele enxugava o corpo da melhor maneira possível enquanto Brennan separava um boxer limpo e uma camiseta para ele. Ajudou-o a se vestir e Booth sentou-se na cama. Brennan alinhou os travesseiros e ele apoiou-se neles. Em seguida, ela voltou para o banheiro.

Dez minutos depois, ela saiu do banheiro de calcinha e vestiu apenas uma camiseta sobre o corpo. Booth estava assistindo um jogo de futebol na tv. Ela pegou o material para fazer o curativo e sentou-se ao lado dele.

- Você pode virar um pouco para eu fazer o curativo da sua costa?

Ele obedeceu. Ela então concentrou-se em dar a ele o melhor curativo que pudesse. Depois foi a vez de proteger a coxa também. Assim que terminou, ela retirou todo o material da cama e lavou as mãos, ao voltar para perto dele aconchegou-se ao ombro e suspirou.

- Você está com fome, Booth?

- Um pouco mas não estou com vontade de comer. Estou com dor ao redor do ferimento da coxa e tenho dor de cabeça.

- Só vou dar remédio a você se comer. Vou pedir serviço de quarto.

Ela inclinou-se até a cabeceira e discou o numero. Em 15 minutos, dois pratos de sopa acompanhados de pão e manteiga foram deixados para eles. Comeram e em seguida, Brennan deu o analgésico a ele.

Booth recostou a cabeça no travesseiro e acomodou-se na cama. Brennan deita-se ao lado dele e observa-o. Ele dorme em questão de minutos.

Na manhã do dia seguinte, Brennan não se preocupou em acordar Booth queria que ele dormisse para estar bem relaxado e descansado para viajar. Não cansava de admirá-lo. Mesmo com a cirurgia, o tempo de hospital e toda a dor que ele já sentia , continuava lindo. Ela pediu o café da manhã no quarto e somente quando ela estava tomando café, ele acordou.

- Bom dia...

- Dia.

- Como você está se sentindo?

- Melhor. Com saudade do seu corpo junto ao meu.

- Vem cá...

Ele se levanta de mansinho e por trás beija-lhe a nuca. Ela o puxa pelo rosto e roça os lábios nos dele até ceder ao beijo.

- Senta aqui para tomar café.

Ela o serve, com carinho, se preocupa em deixa-lo à vontade.

- Hoje temos pouco tempo até a hora de viajar. Temos que estar no aeroporto às 2 da tarde.

- Temos mesmo que ir a Londres?

- Claro que sim! Mesmo se não fóssemos para fazer exames teríamos que passar por lá antes de voltar a Washington.

Ela acaricia a coxa dele e sorri.

- Deixa de ser manhoso, Booth. Temos que ter certeza que está tudo bem com você. Não quero um macho alfa pela metade.

- Sem graça...

Sorrindo ele volta a beijá-la.

- Tudo por você, Booth.

Naquela tarde, eles foram os primeiros a entrar no avião. Receberam todo o apoio da companhia aérea e seus funcionários. Booth sempre empolgado com o fato de viajar de primeira classe. O vôo foi muito tranquilo. Depois de chegarem a Londres cedo pela manhã foram descansar no hotel. A consulta era apenas às 3 da tarde. E aconteceu na maior naturalidade, vários raios-x, exercícios de respiração e testes, sugerindo o que Brennan já esperava. Booth estava bem apenas precisaria fazer fisioterapia respiratória numa média de três vezes na semana.

Ao saírem do hospital, Booth brincou com ela.

- Quer dizer que basta eu fazer muito exercício respiratório? Hum isso significa que tenho que te beijar muito...

E ele a pega desprevinida num beijo rápido. Em seguida, foi a vez de Brennan se aproveitar do momento e segurar o rosto dele nas mãos deixando os lábios sorverem o gosto dele sem perder a vontade de explorar a boca dele com a língua,depois de um tempo eles se separaram arfando por ar.

- Tá bom pra você?

- E como.... Bones, eu queria comer italiano. Macarrão.

- Ok, seu pedido é uma ordem.


Brennan indicou ao motorista onde deveriam ir. No restaurante, Booth escolheu uma macarronada simples a bolhonesa. Nada de bebida alcóolica.

- Quando voltamos para Washington?

- Você decide se quer passar uns dias em Londres.

- Eu? Em Londres? Tá brincando né?

- Porque? Ela provocou,

- Bones, você sabe quanto eu odeio essa cidade. Estou louco pra voltar pra casa.

- Ok, você venceu.

Ela pegou o celular e discou. Depois de uns minutos, ela desligou.

- Tudo certo. Voltamos a Washington amanhã no vôo das 9 da manhã.

- Excelente!

O jantar deles chegou e durante a refeição eles conversavam animadamente.

Após mais uma noite tranquila, eles embarcaram no vôo de volta para casa. Novamente, Booth foi muito bem acessorado pelos comissários na primeira classe. Brennan se divertiu com as reações e os comentários dele durante a viagem. Ao desembarcarem no Dulles, ele a parou no mesmo local do saguão onde a mais de um ano haviam se despedido.

Segurando as mãos dela nas suas, ele a fitou longamente por uns segundos antes de falar.

- A pouco mais de um ano nós estávamos exatamente aqui nos despedindo, nos separando pela primeira vez em 5 anos. É aqui que aproveito para dizer o que tenho esperado a tempos, farei uma promessa aqui pra você Bones. Nunca mais me separarei de você se isso depender exclusivamente de mim.

- Booth, acho que naquele momento em que nos despedimos tudo estava incerto para nós dois, íamos de encontro ao desconhecido de certa forma fragilizados. Fico feliz em saber que essa pausa me fez perceber o óbvio que neguei em muito tempo, meu amor por você e isso valeu o risco da nossa separação.

- I love you, Temperance Brennan.

- I love you too…

- É bom estar em casa.

Ele a abraçou e seguiram juntos para a saída do aeroporto.



Continua......