domingo, 26 de fevereiro de 2012

[Castle Fic] Rise Again - Cap. 13


Nota da autora: Ao ler esse capitulo, usem a imaginação ou o episódio kkk as partes referentes ao passado encontram-se em itálico. The Blue Butterfly foi um ótimo episódio mas tive que dar uma mexida porque ninguém é de ferro! Espero que gostem, especialmente da parte final.



Cap.13


Kate estava mais uma vez no consultório do terapeuta. Agora as suas sessões passaram a ser uma vez na semana. Como o próprio médico dissera, ela já evoluíra bastante e sabia exatamente o que queria para ela. Bastava Kate descobrir qual era o melhor momento.

- Tem algo novo que você queira me contar Kate?

- Na verdade essa semana eu descobri algo a mais sobre Castle. Algo interessante. Não só ele está disposto a me amparar e socorrer quando preciso como ele também está mudando seu ponto de vista com relação a outras mulheres.

- Você poderia explicar em mais detalhes o porquê disso?

- Quando terminamos de investigar o crime envolvendo o prefeito, eu voltei a ter pesadelos mas diferentes daqueles comigo e com o tiro. Eles envolviam Castle. Era sempre a mesma temática, ele me deixava, ou morria, sempre me dizendo que não acreditava que eu o traíra e que não esperava nada de mim, que eu era uma decepção. Isso mexeu demais comigo e me vi quebrar novamente. Eu o procurei, desabafei. E ele me acolheu e cuidou de mim sem esperar nada em troca.

Ela tomou fôlego e continuou.

- E nesse último caso, tivemos uma celebridade envolvida, Kay Cappuccio. E pela primeira vez eu vi Castle não se importar com a presença dela. Quer dizer, para mim foi uma surpresa afinal depois daquela Serena, eu esperava tudo.

Ele notou que Kate ainda ficava magoada ao falar no assunto da ladra.

- E porque parece tão difícil para você aceitar Kate que ele não quer viver pequenos romances ou aventuras? Ele quer algo concreto, sério e real. Até eu que não o conheço tanto consigo ver isso. Porque você não?

Ela esboçou um pequeno sorriso.

- Eu comecei a perceber também.

- Já é um começo.

- Acho que as demonstrações dele estão cada vez mais sinceras e coerentes. Sinto que ele realmente gosta de mim.

- Acredite, Kate. Ele a ama e por isso está esperando você dar o primeiro passo.

- É, sei que sou eu quem precisa decidir o momento. Mas ainda assim é o Castle. Tenho que me reservar de alguma forma.

- Basta você estar pronta.

Eles conversaram por mais um minuto e Kate se despediu voltando para casa a fim de descansar. Porém, um telefonema no meio da noite a fez começar seu dia de trabalho um pouco mais cedo.



NOVA IORQUE, 1947

Uma melodia de blues invadia o ambiente sombrio de um bar da típica New York dos anos 40. A cantora recitava versos para acompanhar animando o público do salão. Um detetive charmoso trajando um pesado sobretudo entra no bar e com seus olhos de lince busca respostas a um enigma. Aproxima-se do bar pois ele bem sabe que em lugares como esse o barman sempre é a pessoa mais indicada para dar informações sobre todos os movimentos legais ou escusos desse tipo de local. Escorando-se no balcão, ele chamou pelo cara. A música tocava ao fundo.

Vem a chuva, calce suas galochas
Vem a nevasca, pode se aquecer um pouco
Vem o amor, nada pode ser feito

- Mande outra, está ótimo.

Vem o fogo...

- Talvez possa me ajudar, procuro por uma dama.

- Todos procuramos.

- Esta é especial. Conhece-a?

E ele mostrou uma foto para ele de uma jovem deslumbrante. A dama lembrava muito a Gilda de Rita Hayworth.

- Conhecê-la? - Disse após verificar a foto - Estou olhando para ela.

O detetive vira-se na direção sugerida pelo barman e seu ar de surpresa não podia ser maior. Lá estava ela, deslumbrante. Uma mulher de tirar o fôlego.

- Por onde você esteve a minha vida toda?


Como era normal, assim que recebera a ligação, ela avisou a Castle e pediu para encontrá-lo no endereço informado pela central de polícia. Quando ele viu o lugar em questão, começou a fantasiar.

- É uma parte da história. O Bar Pennybaker. No anos 40, os poderosos jogavam aqui. Se as paredes falassem, imagine o que diriam.

- É, mas a única que precisamos ouvir é sobre...

- Stan Banks. Um único ferimento à bala no esterno. Estou pondo a hora da morte entre 6h e 8h. Parece que ele tentou se defender com isto.

-Obviamente, não funcionou.

-Um roubo que deu errado?

- Ele ainda tinha a carteira, celular e uma chave de hotel.

- Os bolsos foram revirados, indicando que o assassino revistou o corpo. Pelo quê, não faço ideia.

- Estranho. Ele tem uma chave de hotel, mas o endereço na carteira de motorista é da Rua 34.

- Iremos ao hotel tentar descobrir algo sobre ele.

- Obrigada.

- Procurando por uma bebida? Acho que o bar fechou.

Ele estava agachado por trás do balcão.

- Estava procurando por uma pista. E acho que encontrei. A casa de um sem-teto e o jornal de hoje. Ele esteve aqui esta manhã.

- Quem quer que seja, talvez tenha visto algo. Mandarei as unidades vasculharem a área.

Os rapazes não deram muita sorte na visita ao apartamento, voltaram com pequenos pertences de lá. Ao chamar a ex-mulher de Stan, Castle e Beckett descobriram que ele era deslumbrado com o caçador de recompensas Clyde Belasco e que por causa disso largou o emprego e passou a procurar raridades, pequenos tesouros. A ultima vez que o viu, ele procurava uma tal de borboleta azul. E sua ex-mulher salientou que ele estava com problemas financeirps e tinha alguém atrás dele.

Castle revirava as coisas da vitima.

- Não há nada nos objetos pessoais dele sobre borboletas, azuis ou algo do tipo.

- Só vários livros sobre gângsters de Manhattan dos anos 40.

-Tudo bem, consegui uma pista sobre o telefonema com a ameaça. Veio de uma lavanderia.

- Talvez não lavem somente roupas.- disse Ryan -Vou checar.

-Obrigada.

Castle ria folheando um livro.

- Este diário nas coisas de Stan também é dos anos 40. Parece que era de um detetive particular. Ouça isto: "Geralmente as esposas se desesperam quando vêem fotos da traição dos maridos. Mas não esta dama. Ela queria vingança. O que é pior: ter um caso com uma cliente ou depois cobrá-la pelos serviços prestados?"

-Fofo. E ela fora irônica mas adorava ver Castle se perdendo em uma leitura entusiasmada.

-Fofo? Ele parece ser um detetive durão. Saído de um livro de Raymond Chandler. Pergunto-me onde Stan o conseguiu.

Esposito se aproxima.

- Beckett, ainda não encontrei o sem-teto. Mas o dono de uma adega viu um Mustang branco parado na área de carga do bar nos últimos 3 dias.

- Verifique se alguém viu a placa.

Castle continuava fascinado com o diário.

- Beckett? Posso levar isto para casa esta noite? Talvez tenha a chave para o que Stan procurava.

Ela sorriu.

- Você quer ler porque acha legal.

- Isso também.

- Certo, contanto que...

Mas ela já falava sozinha. Castle ia rumo ao elevador.

- traga-o pela manhã.

Em casa, ele se preparou psicologicamente no escritório para ler o tal diário. Quer achasse algo relevante ao caso ou não, a leitura seria divertida e uma ótima fonte de pesquisa para quem sabe um próximo livro. Ele abriu o livro com cuidado e começou a ler enquanto se servia de uma dose de whisky.

“18 de junho de 1947.

O dia começou como qualquer outro. Despertei na cadeira do escritório com uma garrafa de uísque, a garganta seca e a cabeça como se houvessem sinos de igreja. Então percebi que mataria 2 coelhos com uma só cajadada: para evitar a ressaca, mantenha-se bêbado.

Sua assistente entrava pela porta.

- Minha nossa, sr. Flynn. Para que ter um apto. se bebe até dormir no escritório?

- Nunca me atraso para o trabalho. O que temos, afinal?

- Uma possível cliente, seja gentil.

E tirou o copo de bebida da mão dele.

- Gostaria de pagar meu próximo aluguel, se não se importa.

Ela ajeitava o escritório para dar uma aparência descente.

- Certo?

- Como estou?

- Como uma estrela.

Ele era bonito sem fazer esforço."

Castle se imaginou na cena. Cabelos bem arrumados com gel, camisa de manga comprida, suspensórios e paletó. Ajeitou a gravata. Um cara charmoso típico dos anos 40.

“Só mais um dia na Ilha de Manhattan... até que ela entrou com um caso que mudou a minha vida. Usando sapatos Salomé e uma roupa caipira, diria que ela era um passarinho recém-saído do ninho.

- Olá, meu nome é Sally Mulqueen. Digo, Scofield. Desculpe, sou recém-casada. Continuo usando o nome.

- Joe Flynn, sra. Scofield. Então, o que a traz aqui?

A moça já estava sentada e começou a explicar o porquê da visita.

- Falei com meu marido para passarmos a lua de mel aqui em Nova Iorque, mas não por querer escalar arranha-céus ou ver espetáculos na Broadway. Eu tinha outro motivo. Estou procurando por minha irmã mais velha, Vera. Vera Mulqueen. Houve problemas em casa e Vera fugiu há dois anos com o sonho de ser uma dançarina aqui na cidade grande.

- Ela enviou algum cartão postal, qualquer coisa com o endereço?

- Pode encontrá-la, senhor? Minha mãe está doente...e não tem muito tempo.

Ela enxuga uma lágrima teimosa.

- É claro que ele pode – disse a assistente - Por US$ 15 diários mais despesas.

A moça se levantou e trazia na mão uma foto.

- Só... poderíamos manter isso em segredo? Como eu disse, há problemas em casa, e se Vera descobrir que há um estranho procurando-a, isso pode afastá-la ainda mais.

- Sra. Scofield, antes de tudo, sou discreto.

Ela estende a foto para ele. Na primeira olhada ele sabia que estava perdido. Vera era encantadora.

E foi quando a vi. Olhando a fotografia, tudo que podia pensar era... que bonequinha linda.

Sally disse que Vera almejava ser dançarina. Talvez tenha conseguido. As coisas mais estranhas acontecem nesta cidade. Minha última parada foi no Bar Pennybaker.

Ele circulava pelo bar atento as pessoas e aos olhares. Vestia um sobretudo bege e chapéu.

Estava esperando Satchmo, minha performista favorita, mas não tive essa sorte. Não pude reclamar, no entanto, porque Betsy Sinclair estava lá, e aquela cantora tem voz de ouro.

Enquanto escutava a música, ele se aproximou do bar e pediu a bebida.

- Uísque.

A breve caminhada fez os estilhaços de meu quadril latejarem. Mas eu sabia onde conseguir minha cura.

Ele ficou pensativo por uns instantes e resolveu perguntar ao barman sobre a tal moça.

- Talvez possa me ajudar, procuro por uma dama.

- Todos procuramos.

- Esta é especial. Conhece-a?

E mostrou a foto a ele.

- Conhecê-la?

- Estou olhando para ela.

Ele virou-se e a viu. Linda num vestido azul royal e coberta nos ombros com uma peça de pele de algum animal branca. A boca pintada de um vermelho sangue e os cabelos ondulados caídos aos ombros.

- Por onde você esteve a minha vida toda?

O que eu estava pensando? Essa dama é um problema ambulante. Ficava dizendo a mim mesmo para desviar o olhar. Ela estava com Tom Dempsey. O mais cruel chefe da máfia que Nova Iorque já teve.

Ela cochichava algo ao ouvido de Dempsey sem desviar o olhar de mim.

Dempsey enviou dois de seus gorilas... Um irlandês e um cubano emprestado de uma família da máfia de Havana.

- Nosso chefe quer vê-lo, bacana.

- Sinto muito, rapazes.

- Já escolhi os pares desta noite.

- Não é um pedido, compadre.

E eles o agarraram pelo braço e o levaram para um canto reservado. Jogaram-no contra a parede.

- Sabe quem eu sou? Era Dempsey que o encarava.

- O garçom? Vou querer um uísque. Vocês podem dividir um Sloe Gin Fizz.

- Melhor tomar cuidado. Segure a língua, ou corto fora.

- Um espertinho. Odeio espertinhos tanto quanto olhos sobre minha garota. É rude, grosseiro – Dempsey dá um tapinha no rosto de Joe - Tudo bem, parceiro. Os rapazes lhe ensinarão algumas lições.

- Certo, bacana, primeira lição.

E meteu um soco no rosto dele. Joe porém, não iria apanhar de graça. Os capangas eram realmente bons de briga e bateram com vontade nele.

- Aqui, pegue-o.

Por fim, o jogaram para fora sobre as lixeiras.

Lá estava eu, coberto de restos de um prato feito, me perguntando: valeu a pena?

E ela apareceu correndo.

Valeu. Ela valeu cada soco.

-Está machucado?

-O quê, isto? Não foi nada. Devia ver o que meu rosto fez com o pulso do outro cara.

Ela sorriu e isso a deixava ainda mais deslumbrante.

- Qual seu nome, valentão?

-Isso importa, boneca?

O cubano gritou.

-Vera! Qué pasa?

- Sabe que não deve sair de nossa vista usando o equipamento do chefe.

Ela virou-se ainda sorrindo para Joe e ele a viu. A borboleta azul.


Castle largou o livro maravilhado. O sorriso estampado no rosto.

- A borboleta azul! É um colar! Por isso Stan Banks foi morto.

Ele parou por um instante antes de beber um pouco mais de whisky.

- Por que estou narrando?

Satisfeito com a sua descoberta, Castle fechou o livro e foi para a cama. Demorou a dormir ainda pensando na historia e no fato de que ao le-la, ele se imaginou como o detetive Joe e principalmente sua Vera era ninguém menos que Kate Beckett.


12th Distrito
Dia seguinte


Beckett organizava algumas informações no quadro enquanto discutia com Ryan a situação da lavanderia, eles levantavam a suspeita de um agiota estar atrás de Stan até que Castle chegou falando de sua própria descoberta.

-Stan não estava lá pela dívida. Nem estava lá por causa de uma borboleta azul. Estava lá pela Borboleta Azul. É um colar. Um ornamento em forma de borboleta, feita de diamantes azuis. Deve valer US$ 1 milhão.

Ele mostra a foto do suposto colar. Beckett intrigada pergunta.

-De onde tirou isso?

-Do diário do detetive.

-Stan caçava o tesouro.

-Exato. Fiz uma pesquisa. A Borboleta Azul desapareceu nos anos 40 e há boatos de que esteja escondida no Bar Pennybaker. Se ele o encontrou, um colar de US$ 1 milhão é um bom motivo para assassinato.

A propósito, Ryan, diga "bacana".

-Bacana.

-Bacana.

Beckett ria sozinha do jeito de Castle. Ele continuou.

-Bacana.

-Enfim... fiz uma pesquisa na internet. Não havia muita coisa, mas soube que é amaldiçoado e já pertenceu à amante de um oficial nazista. Depois da guerra, veio parar aqui, na mãos de Tom Dempsey, chefão da máfia, dono do bar, motivo pelo qual precisamos voltar lá.

-Precisamos? Beckett perguntou meio incrédula.

-Sim. Lembra do bastão verde que encontramos na mão do Stan? – ele pega a foto da evidência - Aparentemente, o escritório de Dempsey era pintado de verde. Stan tem que ter ido lá. E, de acordo com o diário, o colar era mantido em um cofre secreto no escritório do Dempsey. É possível que tenhamos deixado algo passar. Nós não olhamos lá embaixo.

- Ryan, veja se consegue falar com o apostador. Castle e eu voltaremos à cena do crime.

-Bacana.

-Bacana.

-Como um duende.

- Castle!

- Desculpe.

De volta à cena do crime, Castle continuava a contar para Beckett o que descobrira.

- O detetive diz à Sally que achou a irmã dela aqui no clube.

-E Sally foi falar com a irmã?

- Não. Joe diz que Sally, uma inocente garota do campo, estava nervosa para lidar com gângsters, então ele ofereceu voltar e falar com Vera.

- Cheio de bondade no coração, claro.

- Pode culpar o cara? Ela era bonita. Então Joe diz à Sally que irá marcar um encontro – eles descem para o porão do bar - Sally concorda, mas insiste que Joe não conte para Vera que a estava procurando por causa do rancor em casa.

De repente, ele para de falar e comemora.

- Eu estava certo! Aposto que foi onde ele conseguiu o bastão e, provavelmente, foi o que usou para abrir o cofre secreto.

E lá estava o cofre escancarado na parede.

- Odeio dar más notícias, Castle, mas isso não guarda algo há anos. Parece que Stan estava desapontado.

- Sim, provavelmente, se esse fosse o cofre secreto.

- Esse não era o cofre secreto?

- Eis um fato engraçado... as pessoas mantêm 2 cofres, um fácil de se encontrar, para coisas de menor valor, e outro, muito mais difícil de se localizar, para coisas especiais, como borboletas azuis.

-Onde está o cofre secreto?

-Estou chegando lá. Faz 5 dias que Joe e Vera se conhecem. E estão muito apaixonados.

-Depois de 5 dias? Qual é!

E a incredulidade de Beckett fala mais alto.

- Eles não perdiam tempo nos anos 40. Na verdade, estavam tão apaixonados... que arriscaram tudo.

Ele divagou por um momento e Beckett interrompeu.

- E o que isso tem a ver com nosso cofre secreto?

Ele continuou divagando e uma imagem se formava na sua mente.

- E isso aconteceu nos bastidores. Lá em cima.

Castle imaginava a cena perfeitamente na sua cabeça. Kate estava com um vestido vinho e o colar no pescoço, procurava por ele.

- Estavam juntos, o que era perigoso, pois ela era a garota do Dempsey. Quando eles se olharam nos olhos, o coração de Kate acelerou.

Beckett assustou-se e o interrompeu.

- Acabou de dizer "Kate"? Está se imaginando como o detetive e eu, como a amante do gângster?

- O quê? Não! – Castle foi pego de calças curtas - E eu não disse "Kate". Eu disse "lady". "O coração da lady acelerou". Estava sendo poético. Deus!

Mas Beckett não se convenceu e a idéia de pensar em Castle a imaginando numa história como essa a fazia lembrar o quão fértil a imaginação dele podia ser.

- Enfim, como dizia, eles estavam prestes a se beijar, quando...

-Oye, chico!

-Quem é?

- Oi, bacana. Você demora a aprender.

Nesse momento, Betsy aparece nos bastidores e surpreende a todos.

- Aí está meu garoto. Ela o beija.

- Ele está com você, srta. Sinclair?

- Está, e não gostei de vocês, brutamontes, limpando o chão com ele na outra noite.

Vera olhava a cena ainda com ar de preocupação.

- Não é por nada, mas deve manter isto em segredo. Dempsey não gosta muito de emprestar a cueca.

- Então esse será nosso segredo.

-O que dizem?

-Tudo bem, pessoal.

Ela esperou os capangas saírem para confrontar Vera.

- Melhor ficar esperta, Vera. Dempsey irá te massacrar se descobrir. Ele beija bem e tudo mais, mas caramba, esse delícia vale a pena?

Sorrindo ela respondeu sem pestanejar.

- Ele é o creme do meu café.

- Vocês são um conto de fadas real. Deus do céu.

E Betsy os deixou. Joe puxou Vera.

- Vamos.

Eles escapam para um outro cômodo vazio.

- Betsy está certa, sabe? Dempsey nos enforcará se nos pegar juntos.

- Tem que me levar para longe daqui, para longe de Dempsey e de tudo isto.

- E ir para onde? Podemos escapar desta cidade, mas até onde iremos se não temos dinheiro?

- Temos dinheiro, Joe. Temos todo o dinheiro que precisamos no meu pescoço. Só temos que levá-lo conosco.

- Você está louca? Sempre há dois brutamontes com você quando usa essa coisa.

-É engraçado. Quando eu vendia cigarros, eu via Dempsey e a namorada dele usando-o ao redor do pescoço e eu o queria. Pouco depois, eu era a garota com o colar. Mas não é um colar, Joe. É uma coleira de diamantes e está ficando difícil de respirar.

- Vamos transformar essa coleira em uma corda de salvamento. A pergunta é: como?

Então Vera contou o segredo.

- Quando não o uso, Dempsey deixa-o em um cofre secreto e sei onde fica.


De volta ao presente, Beckett o questiona.

- E?

- E... é isso. Foi a última anotação do diário.

Ele fecha o diário. Kate está indignada, ela queria respostas.

- Como assim? O que houve com Joe? O que houve com Vera?

-Não sei.

- Por que contaria uma história que não sabe o final?

- Se quer começo, meio e fim, escrevi 27 livros, pode escolher.

- Onde fica esse cofre secreto?

- Não sei, mas Stan deve ter encontrado-o. Talvez para isso que precisou da estaca, para abrir uma parede ou algo assim.

Beckett olhava o ambiente ao seu redor até encontrar algo interessante.

- Castle, olhe a moldura. O que...

Ela empurrou a moldura e achou o segundo cofre.

- Está destrancado.

- Stan o achou. Por isso que ele foi morto. Mas por quem?

Ryan e Esposito interrogaram Ray Horton e acabaram por descobrir que Stan era sócio dele, na verdade Ray financiava a busca pela Borboleta azul. Ele ligou para a esposa de Stan porque achava que estava sendo enrolado e foi quando Stan o contou que achara a peça faltante para o enigma mas que não revelara a ele.

Enquanto isso, Castle continuava dando corpo a historia de 47.

- Rastreei o diário. Stan fez sua pesquisa. Ele o comprou da neta da antiga secretária de Joe, uma mulher chamada Ruth Huntsacker.

-E?

-E falei com a sra. Huntsacker. Ela disse que ainda pode ter antigos documentos do detetive e que podem mostrar o que houve. O filho dela irá procurá-los e ela me ligará.

- Castle, admito que a história de Joe e Vera é divertida e romântica, mas o que aconteceu em 1947 não tem nada a ver com o assassinato de Stan.

Ryan os interrompeu.

- Não tenho tanta certeza. O agiota tinha álibi. Mas a balística chegou e temos uma compatibilidade. O revólver calibre .38 que matou Stan foi usada em um homicídio duplo não solucionado... em 1947.

-Sabia que havia conexão.

-Quem eram as vítimas?

- Uma moça chamada Vera Mulqueen e um detetive particular chamado Joe Flynn.

Beckett e Castle se entreolham.

- Assassinados. É uma pena. Eu achava que esses pombinhos conseguiriam.

- É, não era o final que eu esperava.

- Não sabia que havia balística na época.

-Desde os anos 20.

-Como é um caso antigo, não há muito no sistema. Os restos de Joe Flynn e Vera Mulqueen foram achados no carro de Flynn, parado no beco do Pennybaker. As vítimas foram atingidas por um revólver .38 e o carro foi incendiado. O único suspeito foi Tom Dempsey, mas nunca houve provas para prendê-lo.

Beckett tinha sua própria teoria.

- Aposto que Dempsey pegou os dois tentando fugir e os matou. Mas como o assassino de Stan conseguiu a arma de Dempsey 60 anos depois?

Foi a vez de Ryan teorizar.

- A não ser que... Dempsey tenha matado Stan. Ele teria uns 90 anos, mas ainda é possível.

- Não pode ter sido Dempsey. Morreu de ataque cardíaco 4 meses depois que Joe e Vera foram mortos. Mesmo assim... deveríamos olhar o relatório policial de 1947. Pode haver algo lá sobre a arma que ajudará na morte de Stan.

Beckett aprovou a idéia de Castle.

- Tudo bem. Irei ao depósito pegar arquivos de casos antigos.

-Eu quero ir.

Típico de Castle, Beckett aprovou.

- Certo.

-Posso dirigir?

-Não me importo.

E Ryan e ele saíram. Beckett estava sentada em sua mesa quando Esposito a abordou sobre a arma do crime que foi comprada num leilão por Clyde Belasco. A ligação entre Stan e Belasco surgia mais uma vez,além de uma artigo onde falavam da busca de Belasco pela Borboleta azul a mais de 15 anos.

Enquanto isso, Castle e Ryan vasculhavam o depósito a procura do caso de 47. Castle achou a caixa e reparou que a mesma não estava coberta de poeira, alguém mais se interessou por ela recentemente.

- Stan esteve aqui. Com certeza.

- Pense bem. O diário, os assassinatos... Estamos seguindo os passos dele. Esta é a próxima peça do quebra-cabeças.

- Foto de Vera e do detetive na cena do crime. Ryan estende a foto para Castle.

- Que droga, Joe. Seu tolo. Encantado por uma dama e acaba sendo cozido.

Ryan provocou.

- Sr. Bogart, o que exatamente está procurando aqui?

- Os assassinatos de 1947 e nosso assassinato atual devem ter mais conexões do que apenas a arma. Em algum lugar aqui, está essa conexão.

Beckett e Esposito chamaram Clyde Belasco para interrogatório. Belasco revelou sim o interesse de Stan na Borboleta azul e que queria toda a pesquisa dele referente ao bar Pennybaker. Ele contou que havia descoberto um diário de um detetive particular com novas pistas mas quando Belasco pediu para ver, Stan recusou. Belasco também revelou que Stan achava estar sendo seguido por um mustang branco. Ryan e Castle continuavam sua busca por conexões quando pensavam não encontrar nada, Castle achou um depoimento da secretária de Joe.

- Foi pega logo depois da morte dele.

"Sra. Florence Kennard, secretária da vítima, Joe Flynn, atesta ter testemunhado a seguinte conversa entre as duas vítimas na manhã de 24/06/1947."

E Castle, empolgado, começa a narrar novamente a história imaginando-se no papel de Joe e claro, Beckett no papel de Vera.

“Olhei todas as possibilidades, boneca. Não há forma de arrombarmos o cofre de Dempsey.

- Então como o pegaremos?

- Fácil. Você sairá pela porta com ele esta noite.

- Como? Já foi difícil despistar os capangas dele esta manhã. Será mais difícil se eu estiver usando a Borboleta Azul.

- Será moleza. Confie em mim. Especialmente com a ajuda de nosso amigo Jimmy Doyle.

-Quem é Jimmy Doyle?

-Um lutador. Esta noite enfrenta Sugar Ray Robinson pelo título de Meio-Médio.

-E?

- Todo homem verdadeiramente irlandês se reunirá ao redor de um rádio, torcendo por Jimmy. Você esperará até uma parte animada da luta e então pedirá para se retirar. O responsável por te observar mal prestará atenção. Então você sairá pela porta do fundo. Estarei lá esperando por você.

- Joe... – Vera se aproxima dele sorrindo - é perfeito.

- Não, é loucura. No que está pensando, sr. Flynn? Essa garota não é coisa boa.

A secretária era enfática.

- Do que está falando? Olhe para mim. Sou um novo homem. Um homem melhor. Não bebo desde que conheci Vera. Se isso não é um milagre, não sei o que é.

- Era melhor você com uma garrafa do que com essa aí. E em que estão baseando seu relacionamento? Em um roubo e em uma mentira?

- Qual mentira? Vera perguntou.

- Acho que é hora de esclarecer as coisas, não é? Boneca, não foi coincidência nos encontrarmos no clube. Fui contratado para te achar. Mas eu não podia te dizer. É que...

- Seja direto, Joe – ela pediu angustiada - Quem te contratou?

- Sua irmã.

- Joe... não tenho irmã.”


-E depois?

-Não sei. Acaba a declaração.

- Se Sally não era irmã de Vera, quem era ela?

- Sally enganou o detetive. Reviravolta clássica de Film Noir.

-Mas por quê?

-Não sei.

-O que Sally planejava?

-Não sei. A cara de satisfação de Castle era única.

-Estava ligada a Dempsey?

-Não sei. Isso não é demais?

De volta ao distrito, Esposito recebe uma ligação do gerente do hotel que Stan ficara dizendo que um cara em um mustang branco acabara de entrar no quarto alugado por Stan. Beckett e ele segue para o hotel e conseguem pegar o cara no flagra. Ao pedir para se virar, ela não acreditava no que via.

- Você é Tom Dempsey.

- Sou eu.


Na sala de interrogatório...


- Tom Dempsey III. Idênticos. Uma réplica exata.

Castle estava admirado.

- É DNA, gente. Não um truque de mágica. Sou o neto dele. Sinto muito por ter quebrado a porta. Pagarei os estragos. Nada demais. Por que ainda estou aqui?

-Estávamos curiosos para ver se herdou algo de seu avô além da aparência.

- Como um dos revólveres .38 dele, que você usou para matar Stan Banks.

- Isso não aconteceu. Stan me procurou, mas disse se chamar Nathaniel Jenkins. Disse ser um biógrafo e que queria fazer uma história sobre meu avô. Prometeu não se focar nos negócios ilegais dele, só nas coisas boas. Como meu avô ser um pilar da comunidade.

- Está mais para assassino da comunidade.

- Quando ele fez a oferta, você, querendo restaurar o nome da família, cooperou.

- Claro. Dei a ele acesso aos antigos documentos do vovô e tudo estava bem. Até eu descobrir que era tudo mentira.

- E como descobriu?

- Havia uma cantora que costumava cantar no bar de meu avô. Betsy Sinclair. Há algumas semanas, ela faleceu. Fui lá dar minhas condolências e quem vejo? Nathaniel. Conversando com um senhor. Ele me viu e saiu correndo de lá. Eu pensei: "O que foi isso?". Então olhei no livro de presença e descobri. Ele assinou com o nome real, Stan Banks.

- Foi quando descobriu que ele não era um biógrafo.

- Era só mais um caçador de tesouros procurando a Borboleta Azul.

- Se alguém mereceria a Borboleta Azul, seria você, certo? Então seguiu Stan.E quando Stan a achou, você o matou.

- Eu não... Não atirei nele. Stan... Como é? Ele a encontrou?

- Por favor. Diga você.

- Não sei. Eu não estava lá. Li no jornal que ele foi morto. Fui ao apartamento dele ver o que encontrava. Não matei o cara.

E Tom teve seu álibi confirmado. Espósito informou que encontraram Wally Oeste mas foi Castle quem realmente trouxe um breakthrough para o caso. Ele descobriu quem era o homem que Stan conversara no funeral de Betsy. Jerry Maddox.

- Stan falou por muito tempo com um amigo da falecida chamado Jerry Maddox. E ouçam só isto: Jerry era garçom no Bar Pennybaker. Provavelmente, a última ligação viva com a Borboleta Azul.

-Bom trabalho, Castle. Esposito elogiou.

-Mesmo?

- Sim.

Beckett e Castle foram visitar Jerry.

- Jerry. Esses são a detetive Beckett e o sr. Castle. Querem falar com você.

-Tudo bem.

- Querem sopa? É caseira. A senhora perguntou.

- Eu quero. O cheiro está delicioso. Foi a resposta de Castle, Beckett ao contrario recusou.

- Não, obrigada. Estamos bem.

Castle prestava atenção na canção que tocava.

- Essa é "I can't give you anything but love"?

- Isso mesmo, garoto. Esta é a melhor versão dessa música. Vieram aqui para falar de música?

- Na verdade, viemos por causa da morte de Stan Banks. Soubemos que o conheceu no funeral de Betsy Sinclair.

- Sim. Ele foi assassinado? Pobre criança.

Ele mencionou um colar chamado A Borboleta Azul?

- Claro. Ele me perguntou muito a respeito. Onde estaria e coisas assim. Mas eu era só um garçom. Não pude ajudá-lo muito.

Castle arriscou.

- Pode parecer uma pergunta estranha, mas em 1947, lembra-se quando Vera Mulqueen e Joe Flynn foram mortos?

-Claro. Foi um grande escândalo. Dempsey, o dono do bar, atirou neles a sangue frio.

- No mesmo ano, lembra-se de uma mulher chamada Sally Scofield? Ela era ruiva. Em 1947, deveria ter uns 18 anos.

- Acho que sei de quem está falando. Foi em 1946, eu havia acabado de ser contratado no Pennybaker.

E as imagens em flashback encheram a cabeça do bom homem.

“- Cigarros. Charutos. Era Vera vendendo essas coisas.

- Dempsey não namorava Vera nessa época. Ele saia com uma garota chamada Priscilla Campbell. Priscilla tinha uma filha. Uma ruiva chamada Sally. Acho que é a ela que você se refere. Foi triste o que aconteceu. Não muito depois de Vera chamar a atenção de Dempsey, ele largou Priscilla e ela e Sally ficaram na sarjeta. Disseram que era a maldição da Borboleta Azul. Priscilla se matou com remédios. "

- E Sally? Castle perguntou.


- Alguns meses depois... de Vera e o detetive serem mortos... Dempsey morreu de infarto. Na noite do funeral dele, Sally foi até lá, toda elegante. Pediu um uísque puro e o bebeu em um só gole, deu um sorriso enorme para mim e disse que estava livre. Então ela caminhou até a porta e foi a última vez que a vi.

- É uma história de vingança. Sally culpava Vera pela morte da mãe dela, então ela conspirou contra Vera. De algum modo, usou o detetive para isso. Ela dever ter armado para eles.

- Mas como isso nos ajuda a descobrir quem atirou em Stan?

No distrito, Ryan e Esposito interrogaram Wally Oeste o mendigo que supostamente morava no bar onde Stan fora assassinado. Ele disse que não morava mais lá pois já havia negociado outro lugar, o Professor tinha lhe dado 400 dolares e ele saíra de lá. Oeste identificou o Professor como Clyde Belasco e Beckett o trouxe novamente para interrogatório.

- Sabemos que estava no Bar Pennybaker, Sr. Belasco. Você pagou a um sem-teto para que tivesse o lugar só para você.

- Tenho um apartamento no Upper East Side, uma mansão em Bordeaux, um chalé em Gstaad e, mesmo assim, pelo que um mendigo disse, acreditam que eu pagaria por um lugar abandonado? Eu? Clyde Belasco?

- Basicamente.

- Gostaria de vê-lo provar, senhor.

- Certo, faça do seu jeito, professor. Vejo você na audiência. Pode fazer seu programa da prisão.

Ela recolheu as coisas e fez menção de sair da sala.

- Esperem. Tudo bem. Eu estava lá. Admito. Estava no Bar Pennybaker quando Stan foi morto. Mas não o matei. Como já disse, Stan veio até mim e perguntou sobre minha pesquisa a respeito da Borboleta Azul.

- E disse não?

- Claro que disse não. Procurei por esse colar por 15 anos e agora deveria ajudá-lo? A fama tinha de ser minha.

- Mas sabia que ele tramava algo, não é?

- Claro. Poderia dizer que ele estava muito perto. Stan sabia de coisas do bar, do colar, das quais nunca ouvi falar.

- Então se escondeu no bar e quando Stan apareceu, você atirou nele.

-Não atirei nele, detetive. Sim, havia uma pistola e um chicote comigo. São minhas marcas. Todos sabem disso. Também comprei máscara e luvas porque só iria ameaçá-lo e levar o prêmio.

- Então o que aconteceu?

- Estava deitado, esperando. Stan desceu as escadas e quando voltou, ele estava... segurando a Borboleta Azul. Deveriam ter visto como brilhava. Magnífica. Eu iria atacar quando, de repente, colocaram um lenço na minha boca. Tinha um cheiro doce, como se tivesse sido mergulhado em clorofórmio.

Beckett e Castle se entreolharam.

- Clorofórmio? Sério?

-Tinha de ser. Tudo escureceu e quando acordei, Stan estava morto. Procurei no corpo, mas quem me atacou levou a Borboleta Azul.

Eles deixaram a sala e voltaram para a mesa de Beckett.

- Espero que seja ele.

- Mas sem confissão, nosso caso é circunstancial.

- Verei se consigo um mandado para a casa de Belasco.

- Qual delas? O condomínio, a mansão ou o chalé?

Beckett não respondeu a ele e tentava conseguir o mandato. Castle começava a desfazer o quadro de evidências.

- É meio decepcionante. Achava que resolvendo o homicídio de Stan, teríamos as respostas do que aconteceu com Joe e Vera.

- Mas já sabemos o que aconteceu. Dempsey os matou.

- Essa é a versão óbvia. E Sally? Qual a parte dela nisso? E... por que contrataria Joe?

- Acho que nunca saberemos.

- Algo mais estava acontecendo. Algo que não percebemos. Ele segurava a foto da Borboleta Azul e começou a recitar.

- "Usando sapatos Salomé e uma roupa caipira, diria que ela era um passarinho recém-saído do ninho."

- Espere. O que disse?

- Foi como Joe a descreveu no diário dele.

- Não, a parte sobre os sapatos?

- Salomé. É quando a fivela vem...

Mas Beckett o cortou para falar ao telefone.

- Sim. Posso te ligar depois?

Assim que desligou, ela foi até o quadro e pegou a foto da cena do crime de Vera e Joe.

- Tudo bem. Olhe esta foto. Havia um sapato perto do carro. E olhe qual o tipo de sapato.

- É um Salomé? Não acha...

- Se Vera estivesse no bar, estaria usando um vestido elegante e...

- E saltos. Esta não é Vera.

-É Sally.

-Mas não pode ser ela. O garçom disse que a viu meses após os assassinatos. A menos que...

Os dois perceberam no mesmo momento o que acontecera.

-Ele mentiu.

-Ele mentiu.

- Mas isso acabou há meio século. Por que mentiria?

-Beckett, percebi algo.

-O quê?

- "I can't give you anything but love".

Aquilo a pegou de surpresa. Por um momento ela chegou a pensar...

- O quê?

- Era o que tocava quando entrevistamos o garçom.

... que Castle estava dizendo algo a ela. Nonsense, se repreendeu silenciosamente.

- Certo. Certo. Ele disse que era a melhor versão da música.

- Era a versão de Louis Armstrong. No diário, Joe diz que seu artista favorito é Satchmo. Qual o nome real de Satchmo?

-Louis Armstrong.

- Juntando tudo... a resposta é clara.

Eles voltaram ao apartamento do garçon, procurando agora pela verdadeira versão dos fatos.

Quando a senhora abriu a porta os cumprimentou.

- Olá, de novo.

- Olá, Vera. Disse Beckett.

- E olá, Joe.

- Se não são Vera Mulqueen e Joe Flynn vindo dos mortos.

- Tudo está bem, pessoal?

- Tudo bem. Obrigada, Frankie.

- O que aconteceu? Stan descobriu a verdade, que estavam vivos, que mataram duas pessoas para desaparecessem com a Borboleta Azul? Então você o atraiu até o bar e atirou nele?

- Moça, você entendeu errado.

- Stan me acuou no funeral de Betsy, querendo saber como a conhecia. Então menti e disse que era garçom.

- Mas Stan era esperto demais. Ele nos descobriu. Ele veio aqui querendo saber onde a Borboleta Azul estava. Ele ameaçou nos expor.

- Como um cachorro após achar um osso. Então dissemos o que ele tinha que saber. Contamos onde estava. Mas não o matamos.

- Qual é, pessoal. Sabemos que foram vocês. Usaram a mesma arma dos assassinatos de 1947.

- Mesma arma? Vera parecia surpresa - Guardamos aquela arma...

-Na gaveta do armário chinês. Completou Joe.

Nesse momento Frankie alcançava o armário onde a arma estava e Beckett num movimento rápido sacou a sua.

- Nem pense nisso. Coloque a arma no chão.

- Francis Benjamin Huntsacker, o que você fez?

- Espera aí, Huntsacker? Foi sua mãe quem vendeu o diário para Stan.

Beckett o algemou.

-Que diário?

-O seu diário.

- Então você o leu e ficou procurando pelo colar todo esse tempo.

- Por isso que peguei esse trabalho ruim. E por 6 meses, criei confiança, adquirindo informação. E aquele idiota apenas passa aqui e descobre a localização da Borboleta Azul? Qual é!

- Quando você percebeu que era agora ou nunca, você matou Stan e pegou a Borboleta Azul?

- Levei a antiga .38 deles apenas como precaução. Só iria cloroformizar Stan e a roubar.

- Mas encontrou Belasco escondido atrás do bar.

- Saquei a arma, Stan a agarrou... Eu não queria.

- Vamos, Frankie. Você está preso.

XXXXXX


Castle estava desfazendo o quadro quando Beckett se aproximou.

- Castle, adivinha o que encontramos no apartamento de Francis.

Ela desembrulhou um lenço e ele a viu. A Borboleta Azul.

- Meu... Meu Deus.

Ele a pegou em suas mãos.

- É linda.

-É falsa.

-O quê?

- Confirmamos com um avaliador. É uma bijuteria bem trabalhada.

- Todo esse tempo e era uma réplica? Isso é... Talvez seja uma reviravolta em uma reviravolta. Talvez a Borboleta Azul real foi trocada por esta anos atrás.

- Seja o que for, não muda coisa alguma. Temos mais um caso para encerrar.

E voltaram ao apartamento de Joe e Vera. Estavam sentados no sofá conversando quando Beckett trouxe o assunto à tona. .

- Certo, agora sabemos que Frankie matou Stan, mas ainda há duas mortes que precisam ser resolvidas. Sally Campbell e seja quem for que colocaram naquele carro.

- É hora de vocês esclarecerem o que aconteceu na noite de 24/06/1947, na noite que vocês desapareceram.

- Conte a eles, Vera.

- Estávamos juntos ao redor de um rádio escutando a luta entre Ray Robinson e Jimmy Doyle...

E a mente de Vera vagou para o passado.

“ Estava criando coragem para fugir.

Ela parecia muito apreensiva.

-Impede o golpe baixo.

Jimmy Doyle, cansado, lança uma esquerda, outra. Aí vem o Robinson. Uma esquerda, uma direita, outra esquerda...

- Preciso passar pó no meu nariz. Ela falou.

- Está brincando?

-Não pode esperar?

-Não.

- O que você diz, chefe?

- Certo, vá rápido.

Os ruídos da luta continuavam. Vera sai correndo pela porta dos fundos apenas para encontrar Joe já esperando por ela. Abre um sorriso e corre para os braços dele.

- Vocês não são um retrato?

-Quem é você?

-Estou com ela.

Sally aparece carregando uma arma. Um .38.

- Mãos para cima.

O cara era o marido de Sally. Ela contratou Joe para me afastar de Dempsey, então ela teria sua vingança.

Eles ergueram as mãos em sinal de cooperação.

- Você irá sofrer, Vera, como minha mãe sofreu.

-Espere, Sal.

- Deixe-me pegar a peça antes.

O cara caminhou até Vera e quando ameaçou pegar o colar, ela segurou a mão dele em tempo de Joe o agarrar. Enquanto o segurava, Sally se desesperou e atirou.

- Lenny!

Vera correu até ela e lutava para pegar a arma.

- O que está fazendo?

- Dê-me a arma!

E na briga, a arma tornou a disparar acertando Sally.

-Joe!

Vera com olhar desesperado foi até ele segurando ainda a arma.

-Tínhamos uma arma e dois corpos nas mãos, tínhamos que fazer algo.

Castle estava fascinado pela história.

- E Joe... tinha o plano. Ninguém procuraria por aqueles dois.

Colocaram os corpos no carro e Joe jogou gasolina nele ateando fogo em seguida.

- Precisávamos fugir. Obviamente, não fomos longe o bastante. Então... vocês vão nos prender?

Beckett parou uns segundos para pensar, apenas para criar um suspense.

- Por que eu faria isso? Parece ser autodefesa. Além disso, procuramos por uma mulher chamada Vera, não Viola. E um detetive chamado Joe, não um ex-garçom chamado Jerry.

- Não sabemos como lhes agradecer.

Beckett sorria. Mas Castle ainda não estava satisfeito.

- Eu sei. Respondam duas perguntas. Primeira... se tinham a Borboleta Azul, por que não a pegaram? E segunda... onde ela esteve todo esse tempo?

- Estávamos livres até esta boneca aqui ter uma epifania.

E voltaram ao passado...

- Esta coisa está amaldiçoada.

- É apenas uma pedra cara em uma corda.

- Não, é mais que isso. É a miséria. Joe, não podemos.

Ela puxou o colar e já ia joga-lo nas chamas quando Joe segurara seu pulso.

- Não amo essa coisa, amo apenas você. Mas odiaria deixar Dempsey colocar as mãos nisso.

Ele pegou um lenço e envolveu o colar. Escondeu-o atrás de um tijolo solto da parede do bar.

Deixe-o passar o resto da vida sem saber que sua preciosa está debaixo de seu nariz.


Foi a vez de Beckett perguntar.

- Amaldiçoada ou não, nunca pensaram em pegá-la?

- Eles não entendem, Joe.

- Eu...

- Temos 4 filhos, 7 netos, dois bisnetos... e um ao outro. Por que precisaríamos de uma Borboleta Azul?

Beckett sorriu. Ao deixarem o apartamento, Beckett perguntou a Castle.

- Acha que deveríamos contar a eles sobre a Borboleta Azul?

- Não. Por que estragar tudo para eles? Os sonhos são feitos dessas coisas.

E no interior do apartamento, Joe e Vera estavam abraçados relembrando o final daquela noite onde se tornaram um só.

Ele a puxou para seus braços e Vera olhando-o nos olhos pediu.

-Diga que me ama, Joe.

-Sempre.

E ela o beijou. Sorrindo, eles seguiram de mãos dadas para longe daquilo tudo.


XXXXXX


Castle e Beckett voltaram ao distrito e enquanto juntavam suas coisas para ir embora, Beckett soltou um comentário.

- Esse caso foi bem interessante não Castle?

- Sim, um crime no estilo noir, um mafioso, uma bela dama e um detetive esperto o bastante para roubar a garota e viver sua história de amor.

- Nossa, Castle! Você me pareceu bem poético.

- Talvez seja influência de Joe e Vera, o amor realmente estava no ar ali.

Beckett olhava para o nada por um instante, pensativa.

- É, acho que tem razão. Foi uma boa história de amor...

Ao vê-la tão absorta em pensamentos, não pode deixar de imaginá-la novamente com aquelas roupas elegantes e o colar ao redor do pescoço. Femme fatale.

- Hum, quem sabe eu não transforme essa história em um novo romance de Nikki Heat? Você ficaria muito linda de femme fatale, na verdade, você me lembra muito Rita Hayworth.

Ela olhou para ele intrigada. Castle quase sussurrou.

- Gilda...

Beckett sentiu o corpo estremecer. Castle pegou o casaco e sorriu.

- Boa noite, Kate...

Ela não respondeu. Sua cabeça estava em outro lugar. Milhares de idéias confusas se desenhavam em sua mente naquele momento. Gilda, Nikki Heat, Vera, noir. Castle estaria mesmo falando sério quando disse que não a imaginara como a mulher dos anos 40?

Ela suspirou e pegou a bolsa. Viu o diário de Joe sobre a mesa e por impulso, levou-o consigo.


Apartamento de Beckett


Ela já estava de banho tomado. Vestia uma calça de moleton e uma regata. Trouxe uma taça de vinho e a garrafa para o quarto pousando os mesmos na cabeceira da cama. O diário de Joe estava sobre a cama. Ela se ajeitou sob as cobertas, encostou-se nos travesseiros e colocou o diário sobre seu colo. Pegando a taça de vinho, ela saboreou o primeiro gole e abriu o diário.

E como um passe de mágica, ela se viu nos anos 40 revivendo a história de Joe e Vera por seus próprios olhos. Ela conseguia imaginar o detetive charmoso e esperto trajando um paletó e gravata usando por cima dele um sobretudo marrom que combinava muito bem com sua aparência e seu chapéu.

Caminhava com classe e um certo ar de mistério pelo bar Pennybaker. Desde a primeira vez que o vira, ela podia imaginá-lo ao seu lado. Foi amor à priimeira vista mesmo sabendo que ela não acreditava em tal feito, era exatamente o que acontecera com Vera naquele momento. Para Joe, o sentimento era mútuo. Exceto que naquele momento, eram Kate e Rick.

Em uma das escapadas, eles se encontraram em um pequeno cômodo no bar. Kate trajava um vestido vermelho e os cabelos bem arrumados caiam-lhe sobre os ombros ondulados. A boca vermelha com um batom que o fazia desejar beijar aqueles lábios e não parar mais. Ela era linda mas naquela noite em particular Kate estava deslumbrante. A visão de uma deusa, como Gilda... e Castle bem sabia que nunca houve uma mulher como Gilda. Agora havia uma em sua vida, sua Kate.

Sem resistir nem mais um minuto, ele esmagou seus lábios nos dela sedentos por prová-la mais uma vez. Kate deixou suas mãos vagarem pelos ombros, costas indo parar no pescoço dele e no rosto apenas para intensificar o beijo entre eles. Kate sentia um arrepio percorrer-lhe a espinha fazendo as sensações de prazer inundar-lhe o corpo e a mente. Ela queria mais que um beijo, ela o queria por inteiro. Quebrando o beijo, ela sussurrou.

- Isso é loucura, Castle.

- Você é a minha loucura, Kate.

- Eu quero mais, muito mais. Eu preciso de você Castle.

Ele a puxou pela cintura e Kate instintivamente se enroscou no corpo dele deixando a perna exposta através da fenda do vestido. Castle não resistiu e acariciou a pele da coxa dela fazendo-a gemer e mordiscar a mandíbula dele.

- Vamos sair daqui, Rick.

- E os macacos?

- Danem-se eles! Vamos sumir. Rick.

- O que eu não faço por você, Kate.

Ele segurou a mão dela e após verificar o lugar, eles correram para longe dali. Chegaram no apartamento de Castle em tempo recorde. Kate pode notar que era um lugar modesto mas aquilo pouco a importava desde que estivesse nos braços dele.

Sem perder mais tempo, Kate se jogou nos braços dele e beijaram-se novamente. As mãos dela livraram-se do sobretudo e do paletó. Ela o beijava e brincava com a gravata dele. Castle passeava suas mãos pelo corpo dela e concentrou-as no bumbum de Kate apertando-o de leve fazendo-a sorrir. Com uma agilidade incrível, ele baixou o zíper do vestido dela deixando-a apenas de lingerie à sua frente.

Deus! Ela é linda demais!

Uma melodia suave enchia o lugar. Kate livrou-se da camisa de Castle e ele ajudou com as calças. Castle a colocou suavemente sobre a cama e deslizou uma das mãos pelo corpo dela enquanto a outra acariciava o rosto dela. Sentir o peso do corpo dele era algo novo e excitante para ela. A mão dele envolveu um dos seios dela e apertou-lhe o mamilo fazendo Kate gemer. Os lábios dele vagavam pelo rosto, pescoço, colo chegando aos seios. Provou-os um a um, sugando e usando a língua para provocar deixando os mamilos rijos e arrancando sussurros de prazer de Kate.

Continuando sua viagem de prazer, ele provou a pele do abdômen e roçou os dentes no tecido da calcinha que o separava de seu maior objeto de desejo. Usando as duas mãos, ele livrou-se da última peça de roupa que o mantinha longe de tê-la por completo. Então ele a provou.

Kate sentia-se nas nuvens. Seu corpo estava em êxtase com o toque dele, ela o incentivava passando a mão pelos cabelos dele incentivando-o. Seu corpo todo tremia em antecipação ao prazer que estava prestes a sentir. E quando Castle massageou o seu clitóris, ela se rendeu finalmente gemendo e contorcendo o corpo sob ele. Mas Castle não parava por ai. Ele deslizou os lábios novamente pela pele dela enquanto ela ainda tremia por causa do orgasmo. Uma das mãos mantinha-se massageando o clitóris e a outra acariciava um dos seios dela brincando com o mamilo entre seus dedos, apertando-o e puxando-o. Ela clamava por ele.

- Oh, Rick...

Suas bocas se encontraram novamente e perderam-se num beijo apaixonado. Olhando-o nos olhos, ela pediu.

- Diga que me ama, Rick.

- I Love you, Kate.

Sorrindo ela complementou.

- Quero você agora, Rick. Não quero esperar mais...

Beijando-a uma vez mais, ele a penetrou. Juntos, eles moviam-se buscando o melhor do prazer. Seus corpos tinham sincronismo e encaixavam-se perfeitamente. Sim, eles foram feitos um pro outro realmente. E após muitos movimentos, eles atingiram o orgasmo juntos.

Passando o momento de êxtase que os dominava, Kate alinhou-se no peito de Castle e sussurrou.

- I Love you, Rick Castle.

Ele a puxou para si e a beijou intensamente fazendo-a gemer entre seus lábios.

- Castle... oh, Castle...


De repente, Kate senta-se assustada na cama. Ela estava suada e seu coração batia descompassado no seu peito. O diário estava jogado ao seu lado e então ela entendera o que acontecera. Ela tivera um sonho louco e erótico! Com Castle!

Ela passou as mãos no rosto e suspirou.

- No que eu estava pensando? Isso e loucura!

Ela encostou a cabeça no travesseiro e compreendeu o quanto a historia de amor dos anos 40 mexera com ela. Sentia o corpo em alerta e percebeu que seus próprios mamilos estavam endurecidos e sua pele quente e arrepiada ainda pelos efeitos do sonho.

Ela sonhara com Castle. Ela dormira com Castle. Em seus sonhos, nos anos 40.

Kate fechou os olhos e sorriu relembrando a loucura que acabara de vivenciar. Uma melodia ecoava na sua cabeça. I can’t give you anything but Love.... e ela percebeu que essa era a mesma musica suave que ela ouvira no sonho.

Pela primeira vez em um bom tempo, Kate Beckett fora influenciada positivamente por um caso. Afinal, não seria esse o propósito de uma historia de amor? A questão era: como isso afetaria seu relacionamento com Castle? Só o tempo poderia dizer.



Continua......

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

[Castle Fic] Rise Again - Cap. 12


Nota da autora: Bem, taí o cap do episódio 4x13 AEOB, não está tão bom mas o próximo é The Blue Butterfly então... ah! Fiquem imaginando :) Antes que me esqueça, vou dar uma parada nos posts e caps pq vou viajar no carnaval ok? Enjoy!



Cap.12


Beckett espreguiçou-se caprichosamente na cama. Ainda tinha os olhos fechados. As mãos se esticaram procurando por alguém. Encontrando o vazio, um bico deu lugar ao sorriso. Abriu os olhos apenas para constatar que estava sozinha na cama. Depois do ultimo pesadelo, ela apagara.


Sentou-se e criando coragem se dirigiu para o banheiro. Conhecendo Castle, ele devia estar preparando o café. Depois de lavar o rosto e fazer sua higiene, ela desceu. Mal chegou ao último degrau, já sentia o cheiro gostoso do café e de panquecas. Ela percebeu que ele estava sozinho, nada de Martha e Alexis. Ela não sabia até que ponto isso era bom.

Pressentindo os passos, Castle virou-se sorrindo.

- Bom dia, Kate.

- Bom dia, Rick.

Ela sentou-se num dos bancos da cozinha americana. Apoiou a cabeça com uma das mãos e olhava para ele. Castle colocou uma caneca fumegante de café na frente dela.

- Sei que precisa disso para despertar. Dormiu melhor?

Ela bebericou um pouco do café e sorriu. Era revigorante.

- Depois do pesadelo, eu apaguei. É, posso dizer que dormir melhor.

- Bom saber. Quer panqueca? Ovos? Bacon?

- Panqueca.

- Só? Nada de ovos?

- Agora não... cadê o resto dos moradores dessa casa?

- Mamãe já saiu e Alexis ainda está dormindo, acredito.

Ela provou a panqueca e derramou um exagero de mel. Estava muito gostosa. Ela estava bem mais tranqüila agora, nem parecia aquela pessoa sem rumo que chegara no escritório dele. Castle sentou de frente para ela comendo ovos e bacon. Tinha um pedaço de bacon na mão e enquanto o saboreava, mantinha os olhos nela. Adorava ficar admirando-a, não importava o que ela estivesse fazendo. Ela percebeu o jeito dele e seu coração se encheu de ternura.

- Vou chegar atrasada no trabalho hoje. E você devia parar de me mimar.

E roubou um pedaço de bacon do prato dele.

-Não estou mimando. Isso é um café.- ela já vinha com a mão para o prato dele quando ele deu um tapinha nela - Você adora fazer isso, diz que não quer bacon e rouba o meu.

Ela riu.

- Ainda não agradeci pelo que você fez ontem por mim. Significou muito.

- Não foi nada, eu apenas confortei uma amiga, alguém que merece toda a minha atenção.

- Mesmo assim, obrigada Rick.

- Ah, gosto quando você me chama de Rick. Devia fazer isso mais vezes, Kate. E apenas para acrescentar, eu gosto muito dessa nova Kate, que se deixa ser vista, que se abre comigo. Não deixe ela desaparecer.

- Sabe, apesar do caso tenso, das discussões e de não termos encontrado o assassino, acho que podemos tirar algo positivo de tudo isso, Rick.

- Como fato de que mesmo na dificuldade apoiamos um ao outro?

- Também. Porém, eu estava me referindo a ligação que criamos. Somos parceiros, amigos e isso nos ajuda a entender o outro, se ver no lugar dele.

- Nossa! Kate você está filosofando... será que coloquei algum ingrediente diferente nesse café?

Ela balançou a cabeça sorrindo e esticou a mão para tocar a dele. Nesse instante, Alexis se aproxima mas estavam tão absortos olhando um para o outro, sentindo o momento que apenas notaram a menina quando ela falou.

- Bom dia.

Beckett assustou-se e rapidamente tirou a mão de cima da dele. Procurou disfarçar em vão. Sabia que a menina tinha visto.

- Oi, filha. Café?

- Por favor...

- Tudo bem, detetive Beckett? Parece mais relaxada.

- Seu pai não me deixou ir embora ontem. E ainda me deu um remédio pra dormir.

- Você bem que estava precisando.

- Até você Alexis?

- Você não viu sua cara ontem, Kate.

Ela se levantou e sorriu.

- O papo está bom mas preciso trabalhar. Sabe lá como estará o humor da Gates hoje.

- Não vá ainda, me espere para irmos juntos.

- Não, eu preciso ir em casa e quem tem hora sou eu. Vou pegar as minhas coisas.

Assim que Beckett saiu, Alexis abriu a boca silenciosamente falando “OMG”.

- Ela dormiu aqui, pai?

- Dormiu e foi exatamente o que aconteceu. Ela estava péssima, precisava descansar e já era tarde. Tire qualquer idéia que esteja crescendo nessa cabecinha...

- Nem falei nada...

Ao ver Beckett descendo as escadas, Castle foi até ela e abriu a porta.

- Vejo você mais tarde, Kate.

- Sim, espero você no distrito.

Ela se inclinou e beijou-o na bochecha.

- Obrigada de novo, Rick.

E ele fechou a porta com um sorriso nos lábios.


Três dias depois...


Castle argumentava uma suposta viagem de Alexis com uma amiga de nome bem peculiar quando o celular tocou.

- Ou Hassel-Castle. Oi.

- Não, estava só provando um ponto de vista.

A voz por telefone aproveitou para implicar. Beckett falou.

- Ah, Hassel-Castle é pior. Prefiro kitten.

- Não me chame disso.

Ela ria do outro lado da linha e pediu para ele encontrá-la na cena do crime.

- A vítima é Francisco Pilar, juiz da competição. Encontrado no camarim. Ainda está com o dinheiro, carteira, celular e um cartão magnético.

- A causa da morte é o que parece?

- É. Alguém colocou uma coleira no pescoço e puxou.

- Tem a hora estimada da morte?

Esposito se precipitou e respondeu.

-Colocaria entre...

-Com licença? Lanie o interrompera.

- Está fazendo meu trabalho? Não sabia que tinha feito Medicina. Mas vá em frente, Dr. Esposito.

Castle e Beckett se entreolharam. Tenso.

- A última pessoa a vê-lo vivo saiu daqui às 17h15 para buscar o jantar. O Sr. Greene o encontrou morto 20 minutos depois.

- Certo. Obrigada.

Beckett resolveu conversar com ele.

-Olá

-Olá. Adam Greene. Sou o organizador do concurso.

-Conhecia bem nossa vítima?

- Ele tem sido nosso juiz por quase duas décadas. Ninguém se importava com cães mais do que ele.

- Não tinha familiares com quem possamos falar?

-Royal era sua família. E mostrou a foto do cachorro.

-Que cão lindo.

- Francisco o amava muito. A verdade é que ele se dava melhor com os cães que com os donos.

- Era Encantador de cães, e não Encantador de pessoas.

- Ele tinha problemas com algum dos donos?

- O que quer dizer?

- Que ele foi morto meia hora depois de divulgar o vencedor.

- Admito, donos de cães de shows podem ser entusiasmados, mas não para tanto.

- Alguém enrolou a coleira no pescoço dele.

- Precisamos da lista de nomes dos participantes e das pessoas que poderiam ter acesso a esta sala.

- É claro.

Nesse instante ao deixarem a cena do crime, o cachorro surge à frente deles. Castle pergunta.

-Não é o cão de Francisco?

-É, é o Royal. Achamos melhor mantê-lo fora da sala.

Royal começou a arranhar as patas no chão como se estivesse cavando.

- Por que ele está fazendo isso?

- Fazia o mesmo perto do corpo quando o encontramos. Talvez um processo de luto. Pegarei a lista.

- O cão estava na cena do crime na hora da morte.

- O que quer, interrogá-lo?

- O melhor amigo do homem não ficaria junto ao dono enquanto fosse atacado?

- E se interveio, talvez tenha DNA ou pistas que possam levar ao assassino.

Ryan encontrou com eles.

- Talvez tenha minha própria pista. Um dos participantes preencheu um recurso contra a decisão de Francisco. Chama-se David Hernand. Disseram que estava tão bravo que uma veia da testa estava pulsando. Parece que shows de cães são a vida dele.


Beckett resolveu interrogá-lo ali mesmo. Infelizmente, não David não trouxe grandes revelações apenas confirmou sua raiva por seu cão não ter ganho o concurso. Também declarou seu álibi e levantou a possibilidade de suborno mas tudo era muito evasivo. Espósito porém tinha uma pista bem melhor. Uma das freqüentadoras do concurso viu uma mulher saindo da sala de Francisco bem na janela de tempo do assassinato, melhor ainda, tinha um vídeo para comprovar. Só que não se tratava de qualquer mulher e sim de uma estrela de reality show. Kay Cappuccio.

Eles andavam pela rua discutindo o caso.

- Eis o que não entendo: como essa mulher tem sua própria linha de perfume, um exército de paparazzi fora de seu apartamento, milhões de seguidores no Twitter, dezenas de capas de revista, tudo sem nenhum talento discernível para mostrar?

Beckett realmente não tolerava essas celebridades superficiais e vazias.

- Ainda mais chocante, por que em quase todas fotos ela posa deste jeito?

E Castle imitou a foto. Um monte de paparazzi começou a fotografá-lo. Beckett sabia que o ego dele falaria mais alto.

- Pessoal. Desculpem. Sem tempo para fotos. Tudo bem, talvez só uma.

- Sorria. Esse não é Jason Bateman.

-O quê?

-Não! Qual é!

- Isto está ficando sem graça.

Os fotógrafos saíram contrariados e Beckett ria sozinha pela cena que acabara de presenciar. Eles seguiram para um encontro com Kay. No estúdio, muito agito e fotógrafos. Após um pequeno estresse, Beckett usando seu distintivo conseguiu começar a conversar com Kay. Ela contou que havia contratado Francisco para treinar sua cachorra por duas semanas pois estava muito agressiva. Ontem, alguns dias depois, Francisco devolveu a cachorra dizendo não querer trabalhar com ela.

- Então terminamos aqui? Porque tenho provas, umas reuniões de patrocínio, 3 tapetes vermelhos a comparecer...

Beckett tentando manter a paciência disse.

- E tenho uma testemunha que te coloca na cena do crime, então sente-se.

- Claro.

- Por que foi ver Francisco após o concurso?

- Queria uma explicação do porquê ele não queria treinar Lolita.

- E o que ele te disse?

- Preferiria não falar sobre isso.

- Temos um vídeo de você saindo do camarim dele bem na hora do crime. Então "não falar sobre isso" não é uma opção.

- Está bem. Não falamos sobre nada porque ele já estava morto.

- Encontrou o corpo?

-Foi.

-E não chamou a emergência? Beckett não podia acreditar no que estava ouvindo.

- Não, chamei assim que cheguei na limusine. Não prejudiquei ninguém, certo?

- Você fugiu de uma cena do crime.

- Tudo bem. Já ouviu a frase "não existe publicidade ruim"? Ter sua foto tirada com um cara morto é a exceção. Preciso ter cuidado com minha imagem. Minha imagem é tudo que tenho.

- Sim. Acabamos de falar sobre isso.

- Srta. Cappuccio, quando ele te devolveu o cão, ele agiu de maneira estranha?

- Não o vi. Ele apareceu no meio da minha ginástica.

- Eu estava aqui, então peguei Lolita. Mas está certa. Ele estava agindo estranho. Dizia: "para quem ela trabalha? Sei que trabalha para alguém. " Ele pareceu bem paranoico.

- Faz idéia do que ele estava falando?

- Nenhuma pista. Por isso fui falar com ele.

- Certo. Acho que terminamos... por enquanto. Continue disponível para esclarecimentos.

- Deus, como se fosse a algum lugar. Não posso dar um passo sem que um milhão de pessoas tire minha foto.

A cara de Beckett estava sem expressão e da mesma forma passava toda a impaciência que ela sentira com o comentário. De volta ao distrito, ela tentava achar uma justificativa para tudo aquilo. Os rapazes pareciam ter encontrado indícios que confirmasse o suborno de Francisco e também que ele tinha uma queda por perdedores. Descobriram uma terapeuta e Beckett pediu para traze-la para interrogatório. Nesse instante, Lanie chega ao distrito trazendo Royal.

- Trouxe um visitante para vocês.

Castle logo se passou para o cachorro.

- Olhem quem é. É o Royal.

Beckett também.

-Olha só. Você é adorável.

-É, adorável.

Examinamos sua boca para DNA humano, mas não tenho esperanças. Mesmo se houvesse sangue, com toda essa baba, já deve ter sumido.

- O que faremos com Royal? Francisco não tinha família.

- Não tive coragem de chamar a carrocinha.

- A amiga da Jenny tem um abrigo.

- Ou podemos ficar com ele aqui na delegacia. Poderíamos ter um mascote.

-Achei que fosse você. Espósito remendou Castle.

- Isso... o que é isso? O que é isso, amigão? O senso de humor do Esposito caiu num poço e não consegue sair?

Ele olhou para Beckett com um ar de pidão, ela não resistia aquele olhar.

- Por favor.

- Está bem, mas só até acharmos um lar para ele.

-Então é melhor descobrirem o que ele come, porque ele nem tocou no que dei para ele.

-Deve haver algo na casa de Francisco. Quem quer ir lá?

- Para pegar comida de cachorro? Espósito perguntou -Castle.

-Ryan.

- Esposito.

- Podemos resolver isso como homens?

- Tudo bem.

Eles se preparam para resolver jogando pedra, papel ou tesoura. Kate observava achando tudo bem engraçado até cômico. Ryan perdeu.

- Duas de três?

E Ryan perdeu de novo. A terapeuta veio até o distrito e enquanto Beckett e Castle a interrogavam foi que perceberam que Royal era seu paciente não Francisco. Beckett tentava ao máximo não deixar seu ceticismo e sarcasmo falarem mais alto. Castle sugeriu que seria interessante deixá-la ver Royal e ela permitiu já que era o tempo dele que estaria sendo desperdiçado. Ryan encontrou dispositivos de vigilância no apartamento de Francisco, não parecia ser somente paranóia, algo acontecia.

- Certo, Francisco achava que estava sendo vigiado. E então ontem, por volta das 11h, ele foge, perto da hora em que a assistente de Kay disse que ele estava paranóico.

- E algumas horas depois, ele é assassinado.

- Então para onde ele foi?

- Temos o celular do Francisco nas evidências. Se o GPS estava ligado, pode nos dizer aonde ele foi.

Enquanto isso, Castle observava a terapeuta falar com Royal. Até mesmo para ele que era um cara mente aberta, isso tudo parecia muito estranho. Ela parecia levar bem à sério seu trabalho e Castle não pode deixar de se sentir meio idiota vendo tudo aquilo. Beckett e Esposito seguiram a pista do GPS até o possível endereço onde Francisco estivera. Com um cartão de acesso entre as evidências, eles entraram no suposto galpão que lembrava até um canil. Gaiolas espalhadas sem animais e de repente dois cães ferrozes rosnavam para eles.

- Corra!

Beckett e Esposito corriam o máximo que podiam, ela gritava e tentava se livrar da perseguição até que os cães pararam ao sentir a presença de um homem. Sentaram-se.

- O que estão fazendo no meu depósito?

- Detetives Beckett e Esposito, Polícia de Nova Iorque.

-Têm um mandado?

-Quem é você?

- Jack Patterson. Trabalho para Francisco Pilar. Trabalhava. O que querem?

- Estamos investigando o assassinato dele. O que é este lugar?

- Francisco estava criando um novo tipo de cão, o Pilar Retriever. Eu conduzia o trabalho quando ele viajava. É uma tragédia. Gastou toda a vida desenvolvendo um cão. Estava quase pronto para divulgá-lo.

- O que sabia sobre Francisco?

- Ele tinha apostas como hobby, talvez aceitou suborno das pessoas erradas?

- Francisco não tinha passa-tempos. A vida dele era o trabalho, trabalho honesto.

- O problema é que ele fez vários depósitos significativos.

- Deixe-me adivinhar. US$ 10 mil cada, certo? Notícias sobre o Pilar Retriever estavam circulando. As pessoas o paravam, dando dinheiro para reservar um filhote da primeira ninhada.

- Sabe por que veio aqui com pressa ontem?

- Sei. Ele varreu o lugar detector de escutas.

- Por que alguém colocaria um canil sob vigilância?

-Não sei. Sua criação e métodos de treinamento eram secretos e o Pilar Retriever deixou os competidores bem nervosos.

- Alguém em específico?

- Pareceu loucura na época, mas ele pensava que um dos clientes estava ajudando alguém a se infiltrar na operação.

- E ele disse qual cliente?

Eles voltaram ao distrito e contou o que descobriram para Castle.

- Kay Cappuccio? Por que ela roubaria os segredos de Francisco?

- Ainda não temos certeza se roubou. Na verdade, não sabemos se foi subornado por alguém.

- Sabemos agora. O varredor de Francisco tem uma memória e liberou uma escuta ontem de manhã. Falou Ryan.

- A mesma hora que ele confrontou a equipe de Kay e perguntou para quem ela trabalhava. Não poder ser coincidência. Tudo no mesmo dia da morte.

- Meu palpite é que Kay Cappuccio sabe muito mais do que diz. Teremos que falar com ela de novo. E desta vez, ela virá até aqui.

Kay Cappuccio sabia como fazer uma entrada triunfal. Seguida de alguns assistentes e o namorado, ela caminhava pelos corredores da NYPD com sua cachorrinha na mão mexendo com todos os nervos dos homens do distrito. Beckett tentava ser o mais simpática possível.

- Por aqui, srta. Cappuccio.

E parou a comitiva no mesmo instante.

- Apenas ela.

Ryan, Castle e principalmente Esposito pareciam estar meio que hipnotizados pela presença dela. na mesma hora que ela passou pela mesa de Ryan, o detector de escutas disparou. Já na sala de interrogatório, Beckett perseguia sua linha de abordagem com Kay.

- Não assisto muitos programas de TV, srta. Cappuccio. Gostaria de saber por quê?

A cachorra rosnou no colo dela e sem prestar muita atenção ao que Beckett dissera, ela conversava com o animal - Quer beijinhos? Beijinhos.

Beckett virou-se para olhá-la contando até dez para não perder a paciência antes do tempo. Castle também observava a moça.

- Porque descubro, com frequência, que não são tão reais. E não gosto de coisas ou pessoas que apresentam ficção como verdade. Na verdade, acho perda de tempo.

- Essa é a razão pela qual me trouxe aqui, para insultar meu programa?

-Não se trata do seu programa. Quero saber o que aconteceu com Francisco. Desta vez, fale a verdade.

-Eu disse a verdade.

- Segundo sua assistente, Francisco te perguntou para quem você trabalhava. O que ele quis dizer?

-Já disse, não sei.

- Sério? Não sabia que ele criava cães, que os adversários estavam loucos para saber a respeito? A expressão "espionagem coorporativa" significa algo para você?

-Não. Sério. Não tenho idéia do que é isso.

Ela olhava para Castle e depois para Beckett confusa e eles entenderam que ela realmente não sabia do que se tratava. Ryan interrompeu-os.

- Posso falar com vocês um momento?

Eles saíram com Ryan que contou a novidade.

-Ela ativou o detector.

-O quê?

- O detector estava na minha mesa. Quando ela passou, ele ativou.

- Acha que ela está com uma escuta?

- Cara, olhe aquela roupa. Onde ela a colocaria? Esposito falou então Castle respondeu.

- Se for para ser criativo, diria que... foi retórico.

E parou nesse mesmo momento após ver o olhar fuzilante de Beckett sobre ele.

- Fomos à eletrônica isolar a freqüência em que a escuta está trabalhando e encontramos...

-Bom...

-Mostre a eles.

- Tudo bem.

E Ryan soltou um vídeo onde apenas se ouvia a voz de Kay e via-se os seus seios fartos.

- Bebezinha, mamãe te levará para casa logo.

- Seios? Foi Beckett quem falou.

- Não quaisquer seios, os dela. Espósito remendou mas Castle não parecia afetado com aquilo e confirmou.

- Está na coleira. Há uma câmera em uma das jóias da coleira da cadela. Disse que ela leva a cadela para todo lugar que vai?

- Então Francisco provavelmente não era o alvo da vigilância.

- É Kay Cappuccio.

E então eles contaram a ela.

- Não acredito que alguém tem me observado.

- Srta. Cappuccio, disse que seu cão vai com você a todo lugar...

- Meu Deus. Ele podia me ver no chuveiro. Podia ver Reggie e eu na cama. Ele podia me ver sem maquiagem! Sinto-me tão violada.

E ela se mostrava mesmo chocada com tudo isso.

- Os paparazzi são agressivos, mas grampear a coleira de um cão? É muito trabalho só pelo vídeo de uma celebridade.

Kay retrucou.

- Não é o vídeo de qualquer celebridade. TMZ ofereceu US$ 1 milhão pela primeira foto de mim nua.

- Se me perguntar, esse valor é pouco.

- Você é tão gentil.

Beckett se surpreendeu com o comentário de Esposito, geralmente esperava esse tipo de comportamento de Castle mas ao observá-lo percebeu que a celebridade parecia não afeta-lo. Ela gostou disso.

- Obrigado.

- US$ 1 milhão é um incentivo poderoso.

- É.

Quando adquiriu aquela coleira?

- Há algumas semanas.

- A câmera teria sido colocada depois disso, então precisariam de acesso à cadela.

- Lolita mal sai da minha vista. Só quando ela vai passear ou aos tosadores.

- Precisamos do nome desses e da equipe na sua casa. Checaremos os antecedentes de todos eles.

- Enquanto isso, devemos manter a câmera ativa. Não queremos que saibam que a achamos.

- Certo. Então siga sua rotina normal.

- Só tente manter seus momentos privados... mais privados.

Esposito continuava com um sorriso bobo nos lábios.

Beckett tentava entender se Kay era o alvo da vigilância, o que isso teria a ver com Francisco. A única conclusão era que possivelmente alguém queria uma boa grana, provavelmente um paparazzi. E achando o paparazzi podiam achar o assassino. Então, Castle deu a idéia.

- Poderíamos checar as fotos recentes de Kay de tablóides, sites de fofoca e ver se ela identifica alguma como sendo da câmera na coleira. Podem ter um rastro que nos leve ao culpado.

- Precisamos de alguém para pegar as fotos...

Espósito rapidamente se prontificou.

- Eu faço.

Castle implicou com ele.

- Tem uma quedinha por alguém, Esposito?

- Você sabe que ela tem namorado, não é?

- Quem? Reggie? Ele foi figurante em um vídeo de ginástica. Nem sei o que ela está fazendo com aquele idiota. Não. Reggie é um nada...

Beckett não agüentou e gargalhou diante da situação. Castle ouviu Royal chorando.

- Parece que o Esposito não é o único cãozinho frustrado aqui. Quem o trancou aí?

-Ele precisava tirar uma soneca. Mas ele não pode passar a noite aí.

- Posso levá-lo. Alexis não está este fim de semana, ele me faria companhia.

- Ou eu poderia levá-lo para casa. Sugeriu Beckett - Tenho pensando em arrumar um cachorro. É uma ótima chance de ver como é.

Castle pareceu meio desolado mas certamente abriria mão do cachorro por ela. Beckett porém, também não queria deixá-lo chateado.

- Tudo bem. Pode levá-lo.

- Eu... não quero que fique solitário.

-Vamos decidir na moeda.

-Nada de joquempô? Beckett provocou.

- Isso te deixaria em desvantagem. Sou muito bom...

-Vamos, Castle. Ande.

Ela sorriu e se preparou para jogar.

- Tudo bem. Só para saber, há estratégias neste jogo que...

Enquanto ele falava, jogavam a primeira vez e Beckett já ganhara dele sorrindo e querendo instigá-lo.

- Melhor de 3?

Ela nada dissera apenas concordava e jogava.

-Melhor de 5?

-Claro.

E perdera de novo para ela. Beckett sugeriu outra coisa.

- Há outro jeito de resolvermos isso.

Sim, ela sugerira guarda compartilhada, assim nenhum dos dois deixava de aproveitar a companhia do cachorro. Ela estava em casa esperando ansiosamente por ele quando finalmente ouviu batidas na porta.

O cachorro entrou correndo no apartamento seguido de Castle que ria.

- Castle, deveriam estar aqui há 1 hora. Chama-se guarda "compartilhada", não guarda "apareça quando quiser". O tom de Beckett porém, não era de alguém que brigava. Era apenas uma observação. Na verdade, ela estava doida para passar um tempo com o cachorro.


- Eu achei que tinha pegado tudo, mas no último minuto, não achava o sr. Barulho. Não precisa alimentá-lo.

E mostrou o brinquedo para ela. Ao falar dele, Castle parecia uma criança e Beckett não podia deixar de sorrir por ver isso.

- Não consegui terminar minha costela.

Ela virou-se para olhar o cachorro que parecia já bem à vontade deitado no chão da sala dela.

-Deu bife para ele?

-Sim. Mas relaxe, gastamos as calorias. Ele brincou de pegar e vimos "Perdido pra Cachorro". E esse carinha... Ele gosta de se aninhar.

- Aposto que o deixou deitar no sofá, não é?

Ele assentiu.

- Não, tudo bem. Você pode ser o legal, eu serei a malvada – ela virou-se para o cachorro de novo - De jeito nenhum você vai encher meu sofá de pelo.

- Ele está perfeitamente feliz onde está.

- Ele ama que esfregue entre os olhos. Pequenos círculos com o dedão.

Ele pegou a mão dela e começou a mostrar como fazer.

- Bem assim. Não muito forte, só...

Aquilo porém, provocara outra sensação em Beckett. Ter Castle gentilmente massageando sua mão, fazia seu corpo responder automaticamente. Arrepios percorriam sua espinha e amoleciam suas pernas. Ela olhou para ele e Castle parou por um segundo e continuou circulando seu polegar pela pele dela agora sem quebrar o olhar.

-Castle...

-Sim. Isso...

De repente, ele percebeu que ela estava incomodada e meio envergonhada.

- Você entendeu.

Ele soltou a mão dela.

- Tudo bem. Divirtam-se.

Ela ainda estava mexida.

- Não sinta muito a minha falta. O cachorro, não você.

Ela sorriu. Foi até o sofá observando o cachorro. Sentou-se.

- Tudo bem, venha. Venha aqui.

O cachorro pulou no sofá e começou a lambê-la. Ela não podia conter o sorriso e acariciava o animal.

- Venha. Você é tão fofo.

Ela permaneceu na sala com o cachorro a seu lado. Quando ele se acalmou, ela não pode deixar de pensar na cena que acabara de ocorrer a alguns minutos bem ali. O toque de Castle a deixava zonza. O corpo amolecia. As vezes, ela achava que ele nem se tocava e outras como agora, que sabia e fazia tudo de propósito, para ver a reação dela. Kate acariciava a cabeça do cachorro. De certa forma, ela estava satisfeita com o comportamento de Castle nesse caso. Pela primeira vez, ela não o vira babar nem tecer comentários sobre Kay, o que geralmente sempre acontecia e pior Castle sempre dava um jeito de sair com elas, ou se tornar intimo. Não era o caso. Depois da última tentativa com aquela ladra da Serena, ele não parecia afetado pela bela celebridade. Para Kate isso era muito bom mas o que exatamente significava? Será que por causa dos últimos acontecimento entre eles Castle passou a valorizar ainda mais o relacionamento deles?
Beckett não sabia explicar apenas estava feliz por vê-lo aparentemente mudado.

No dia seguinte, Esposito já selecionara varias fotos de Kay Cappuccio e estava na sala mostrando a ela a fim de descobrir quando poderiam ter colocado a câmera na coleira. Isso lhe deu um momento a sós com Kay e de certa forma pode ver que ela se sentia mal pelo que fazia, deprimida e solitária. Ele tentou animá-la e ela acabou encontrando a possível foto que eles queriam. Esposito conseguiu identificar o fotógrafo. Marcus Hiatt.

- Ele estava no prédio de Kay com os paparazzi.

- Ele é um "perseguirazzo". Assédio, invasão e até arrombamento. Parece que faria qualquer coisa para conseguir dinheiro.

- Sabemos que teve oportunidade porque ele tinha passe para a exposição de cães.

- Onde será que ele está agora?

Eles foram atrapalhar a tocaia do tal fotógrafo. Esposito o abordou enquanto Beckett entrava no carro ao seu lado. Levaram-no para a delegacia e acabaram por descobrir que ele não era nem o chantagista nem o assassino mas acabou fornecendo informações valiosas sobre Francisco. Ele estava metido em negócios escusos e com argentinos. Drogas.

Ryan confirmou várias viagens a cidades portuárias, parecia um bom esquema. Viajar internacionalmente para julgar cães. Então Beckett decidiu interrogar o cara do depósito onde la estivera com Esposito.

-O Pilar Retriever?

-Boa história, não é? Tinha que te tirar de lá.

-Sr. Patterson, acho que não está entendendo a seriedade do caso. Estamos obtendo um mandado. Vasculharemos aquele armazém inteiro.

- E temos idéia do que encontraremos lá.

- Digo o que encontrarão: maletas com fundos falsos para transporte de drogas, há 2 kg de heroína pura da argentina e o melhor cão farejador que já tivemos. Meu nome não é Jack Patterson. É Kenny Weizer. Agente Federal disfarçado. Tem café?

Abismados com a descoberta, Castle e Beckett deixaram a sala de interrogatório e seguiram com Kenny para a pequena copa, enquanto tomavam café debatiam o caso.

- Francisco estava treinando cães farejadores?

- Seus métodos eram ótimos. Iríamos onde achávamos que o navio ancoraria.

- Explica as viagens às cidades portuárias, os pagamentos e todo o silêncio.

- Desculpe por ter mentido sobre o armazém, mas quando lidamos com cartéis, nunca se é muito cauteloso.

- Então por isso deu o nome de Kay Cappuccio, pensou que ela grampeou Francisco. Não podemos tocar a investigação sem nos depararmos com a operação Vasquez. Contei o que sabia para ver o que conseguiam.

- Vasquez é da argentina? É uma família especializada em tráfico.

Então Castle lembrou-se de Royal.

- Agente Weizer, o que os cães eram treinados a fazer quando farejavam drogas?

- Cavavam o chão, por quê?

- Porque foi isso que Royal fez. A terapeuta estava certa. Ele tentava nos dizer algo, que farejou drogas no assassino.

Beckett começou a levar à sério a linha de raciocínio de Castle.

- O cartel Vasquez ganharia muito com a morte de Francisco. Os cães os fizeram perder fortunas em carregamentos.

- Por isso queriam vigiar Francisco. Queriam saber como os cães trabalhavam.

- Mas quando percebeu que era vigiado, já sabiam o que acontecia.

-Conseguiram alguém que o matou. A mesma pessoa que grampeou o colar do cão de Kay Cappuccio.

Eles estavam agora na frente do quadro de evidencias. Castle tomou a dianteira para expor sua teoria. Desenhando foi falando.

- Quem grampeou aquele colar tinha que ter três coisas. 1, acesso à cadela. 2, saber que Francisco estava treinando o cachorro. 3, conexão com o cartel Vasquez. A interseção destes três círculos contém a identidade do assassino.

A atenção de Castle voltou-se para o cão. Ele estava ao lado de Beckett que fazia carinho nele.

- Ele está fazendo de novo.

- Mas não estou com heroína, Castle.

- Não reagiria assim, a menos que...- ele sentiu um aroma diferente no ar - Beckett, está usando perfume?

E ele não pode perder a chance de completar.

- E para referências futuras, gosto de Fracas.

- Não fique se achando, certo? – e mostrou a caixa para ele - Usei um pouco disso que Kay mandou em uma cesta de presentes.

- Por que ele reagiria a isso?

- Porque o componente principal é flor de papoula.

- E heroína é feita de morfina, que vem do ópio da papoula.

E Castle teorizou.

- E se na cena do crime, ele não estivesse farejando drogas, mas a essência do perfume.

- Mas o perfume nem foi lançado ainda. Quem o usaria?

- Só uma pessoa.

Esposito se pronunciou em defesa da celebridade.

-Não Kay.

-Ela estava na cena do crime.

- Castle, não falamos de paparazzi e celebridades. Lidamos com um cartel.

Castle insistiu.

- Vamos lembrar o que procurávamos. 1, acesso à cadela. Ela possuía. 2, saber que Francisco treinava o cachorro. Possuía. A única coisa que falta é a conexão com o cartel.

Nesse momento, Ryan se aproxima deles. Beckett resolveu se manter calada e deixar Castle pressionar Esposito.

- Pessoal, acho que encontrei a conexão. Kay fotografou um comercial na Argentina meses atrás.

- E daí? A Argentina é um país grande. Não quer dizer que conhecia a família Vasquez.

- Mas isto sim: ela ficou no apartamento de Junior Vasquez, que é integrante do cartel.

- É ela.

Eles assistiam novamente o vídeo de Kay apresentando seu perfume com ela. Após pausar, Castle falou.

- Prazer da Culpa? Ou só culpa?

- O que o vídeo tem a ver com tudo?

- Isso foi uns 15 minutos antes de ir às coxias onde fica o camarim de Francisco.

-E?

-Temos motivos para suspeitar que o assassino estava usando o seu perfume.

- É impossível. A fragrância nem saiu ainda. Sou a única que usa.

Ryan e Esposito observavam o interrogatório do lado oposto ao vidro.

- Ela sabe que acabou de se incriminar?

- Disse que ela era legal e não esperta.

Nesse instante, uma policial chama Esposito, alguém queria falar com ele sobre o caso. Ele atendeu e acabou descobrindo algo bem interessante para a investigação. O interrogatório continuava.

- Qual seu relacionamento com Junior Vasquez?

- Junior? Ele é um amor. Há "Fique Alerta com Cappuccio" na Argentina, ele é um grande fã.

-Sabe que a família Vasquez é a exportadora número um de heroína na América do Sul?

- O quê? Gente, eu não sabia disso.

E no fundo, Beckett acreditava que ela realmente não soubesse. Ela não era uma pessoa esperta. Espósito entra na sala e cochicha algo no ouvido de Beckett. Ela se levanta e pede licença.

- Com licença. Um minuto, Castle.

Ele permaneceu com Kay que estava visivelmente abalada.

- Isto é um pesadelo. Heroína, assassinato... só queria nunca ter ouvido falar de Francisco.

- Kay, como... Como ficou sabendo sobre ele?

- Reggie. Ele leu sobre ele em uma revista. Disse que era o melhor, insistiu em usá-lo.

- Foi ideia de Reggie levar Lolita para treinar com Francisco?

-Foi.

Castle reviu a parte final do vídeo apenas para se certificar que chegara a conclusão correta. Enquanto isso, Beckett dialogava com Esposito.

-Tem certeza?

-Positivo. A alfândega ligou Kay aos Vasquez através de Reggie. Ele estudou com um dos filhos de Vasquez. Ele é a conexão, não Kay.

Reggie que tomava um café percebeu a movimentação de Esposito com outra policial e entendeu que estava perdido. Na tentativa de fugir, correu pela delegacia mas Castle que também deduzira o caso, estava com Royal que latia em alerta. Castle o soltou na direção de Reggie.

- Pegue-o, Royal.

E ele acabou confessando tudo. Ele queria proteger o cartel e ao descobrir o esquema de Francisco se apavorou. Com isso, tramou tudo usando a cachorra de Kay como isca. Ele apenas se aproveitava dela e logo essa mamata acabaria. Não haveria casamento como os tablóides diziam.

Ela contava a história sentada na mesa e acariciando, junto com Castle, o cachorro.

- Quer dizer que os tablóides estavam errados?

- Sim, e eu estava errada sobre algo também. Ter um mascote na delegacia pode ser bastante útil.

- Estava pensando que você poderia levá-lo hoje e eu o pego amanhã, por volta de 9h30?

- Não sei, Castle. Não sei se essa coisa de tempo dividindo é uma boa solução a longo prazo.

- Então alternar noites? Semana sim, semana não.

- Acho que isso só confundirá o coitadinho.

- Deus sabe que ele já teve muita terapia.

-Acho que ele merece um lar.

-Entendi onde isso vai dar.

Ele fechou o punho e assoprava já se preparando para mais uma rodada de joquempo. Mas Beckett riu e declinou.

- Não, não, na sorte não.

- Tem uma idéia melhor?

- Acho que devemos deixar Royal decidir. Vamos para lados opostos da sala e aonde ele for, será sua casa.

- Vamos fazer isso.

Eles se levantaram e tomaram suas posições deixando o cachorro no meio deles. Beckett já se abaixava sorrindo.

- Sente-se. Sente-se. Bom menino. Fique aqui. Fique aqui. Muito bem.

- Pronto?

Castle se agachou também.

- Pronto.

E os dois começaram a chamar pelo cachorro à sua maneira para tentar conquistá-lo.

-Venha aqui, garoto.

-Venha aqui, Royal.

-Venha, garoto.

-Venha aqui.

-É uma grande decisão...

-Quem te ama?

-mas fará o certo.

-Vamos, Royal. Meu sofá é superconfortável.

O cachorro olhava para um e outro enquanto eles falavam e faziam gestos. Confuso.

-Venha aqui, querido.

-Sabe...

-lá no fundo...

-Venha aqui. Vamos, Royal.

-melhor amigo...

-Venha aqui.

do homem.

De repente, Royal dá uma ultima olhada para os dois e corre para a direção de Kay.

- Parece que ele fez sua escolha e sou eu. Você tem bom gosto, Royal.

Ela acariciava o cachorro.

- Oi, amigo. Você tem muito bom gosto.

-Olá, amigo.

-Tem certeza que quer levá-lo?

Kate olhava para Castle meio chateada e constrangida. Ele insistiu.

-Vamos tentar de novo.

-Lolita e eu precisamos de um homem forte na casa, especialmente um tão leal quanto este, certo, amigo? Royal, você é oficialmente um Cappuccio agora.

Kay voltou-se para Esposito.

- E você foi muito fofo.

Beckett tentou disfarçar o riso ao ver Esposito todo animado estufando o peito.

- Se... Sei que os paparazzi podem ser muito cruéis, então se precisar de algo, qualquer coisa mesmo, sabe onde me encontrar.

-Talvez eu te chame algum dia.

Ela beijou o rosto dele e acariciou-o. Beckett observava a interação dos cachorros e falava tentando consolar a si mesma.

- Estou certa de que é o melhor. Ficaria sozinho na minha casa. Ninguém para brincar.

- Na minha casa também.

- Eles parecem gostar um do outro.

E Beckett olha pra ele sorrindo. Pensando em ficar mais um tempo na companhia dele, ela propôs.

- Agora que o caso está encerrado e nem ficamos com Royal, o que me diz de afogarmos as mágoas com cerveja e um bom hot dog Castle?

- Gray’s Papaya?

- Ótimo! Vamos?

Ela pegou o casaco e ele a seguiu. Já na lanchonete, eles comiam cada um o seu hotdog acompanhado de long necks. Aproveitando o momento de descontração, ela puxou a conversa.

- Acho que vou sentir saudades do Royal, já estava me acostumando a ele.

- É, ele é um cachorro especial mas vai ficar bem com a Kay.

- Sim, ela gosta de animais e bem, ela é uma boa pessoa pena que não é muito esperta.

- Mudou de idéia, Beckett?

- Talvez, sobre ela mas ainda acho totalmente desnecessário o que ela faz. Não me admira que seja tão avoada.

- Nem todas tem a mesma sorte que você, Kate.

Ela olhou intrigada para ele.

- Como assim?

- Umas tem o look, a beleza. Outras tem a inteligência, a sagacidade. Você, tem o melhor dos dois mundos.

Ela riu.

- Isso foi um elogio, Castle?

- Claro. E não deixa de ser também uma verdade, um fato.

- Então, na sua opinião, Kay é aquela que tem a beleza. Não chama a sua atenção?

- É claro que ela é bonita, boa pessoa diria até ingênua. Cativa e torna-se objeto de desejo de muitos homens, como o Esposito. Não para mim. Sei bem o que quero.

Ele olhava fixamente para ela. Kate sentiu o corpo arrepiar. Castle acabara de confirmar as suspeitas dela. Estava mudado e isso era muito importante para ela.

- Obrigada, Castle.

- Pelo elogio? Claro, você merece!

Ela sorriu. Eles continuaram a conversar e beber por mais um tempo e finalmente se despediram.

- Boa noite, Kate. Não sinta tanta saudade do Royal.

- É, você também não.

Ela pegou a mão dele e a exemplo do que ele fizera com ela, Beckett começou a fazer pequenos círculos com o polegar sobre a pele dele. Mantinha o olhar grudado ao dele. Castle tentava se manter centrado mas reparou que sua respiração estava mais pesada. Ele instintivamente mordeu os lábios e Beckett finalmente soltou a mão dele inclinando-se para beijar o rosto dele. Sorrindo, ela falou.

- Boa noite, Castle.

- Boa...boa noite...Kate. Falou zonzo.

E seguiram seus rumos.


Continua....