terça-feira, 22 de agosto de 2017

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.118


Nota da Autora: E tem mais um capitulo com um pouco de tudo. Um momento SN interessante, um telefonema com perspectivas de futuro, conversa de irmãs, risadas, Giff e um assunto que decidi abordar não tão profundamente porque não é prioridade da historia em si, mas é importante (e viva o casal aka os personagens secundários das historias!) Retornará em outros capítulos, em pequenos diálogos e pedaços. Enjoy! 


Cap.118 

Após arrumar a filha novamente, Stana colocou Katherine para brincar no tapetinho enquanto checava seu celular. A mensagem de Gigi acalmou um pouco seu coração, agora ela precisava se preparar para uma outra conversa com o marido. A curiosidade era grande, assim como o medo. Não que ela duvidasse de uma possível rixa. Michelle talvez tivesse suas ressalvas sobre o relacionamento ou a forma como Nathan tratara tudo em segredo, porém não acreditava que a amiga de seu marido ia comprar uma briga por isso. O medo estava mais relacionado com a aceitação porque sabia o quanto era importante para Nathan ver que sua agente e melhor amiga ficara feliz e o apoiara em suas decisões. Se a resposta dela fosse negativa, ele ficaria decepcionado. Claro que pelo pouco que dissera ao telefone, esse não era o caso. Contudo, ele sabia disfarçar bem para não preocupa-la. 
Se tudo desse errado, ela tinha certeza que ele ficaria ao seu lado. Pegou o celular e mandou uma mensagem para descobrir se ele estava disponível. No minuto seguinte ele respondeu “Cinco minutos. Eu ligo. XNF”. Enquanto esperava, ela checava o assado que estava no forno. A filha brincava com o elefantinho e um livro de historias acolchoado. Stana percebeu que estava todo babado, começava a suspeitar de outros dentinhos a caminho. O telefone vibrou a assustando. 
— Hey… estava filmando? 
— Não, terminando um ensaio. Está chovendo muito e não podemos gravar na locação. Acabei de ter o resto do dia livre. 
— Ah, que bom. Podemos conversar? 
— Claro, mas você deixa eu ir para o hotel? Não vou demorar muito. Michelle está me esperando no carro. 
— Tudo bem, ligue quando puder. 
— Cadê minha princesa? 
— No tapetinho fingindo que lê - ela virou a camera para mostrar a menina - sugiro não chamar por ela agora porque vai ficar eufórica e você terá que desligar. Prometo que deixo você brincar com ela depois que conversarmos. 
— Ok, já entendi. Não demoro. Um beijo, amor - ela retribuiu jogando um beijo que Nathan apanhou no ar. 
Quando ele tornou a ligar, ela estava preparando o prato de almoço de Katherine. Ao ver a imagem do pai, a menina repetia incansavelmente as silabas mágicas “dadada…” ele ria todo orgulhoso e conversava com a filha. Stana não se importou, de certa forma ele a ajudou a alimentar Kate prendendo sua atenção. Nathan fazia caretas, sons divertidos e arrancava risos da pequena. O almoço foi finalizado com sucesso. Stana limpou o rosto da menina e entregou um copo com suco certificando-se que estava bem vedado. 
— Hoje de manhã ela tomou banho de suco de laranja, tive que desligar quase na cara da dona Cookie para cuidar dela. 
— Falando na mamãe, eu não esqueci. Como estão nossos irmãos? Você não me soou convincente ontem. 
— Eles estão bem, Nate. Gigi me confirmou por mensagem essa manhã. A crise foi controlada, mas não me peça detalhes porque não sei. Ainda não conversei com ela - Stana nota que a filha está sonolenta. Tira a menina da cadeirinha aconchegando em seus ombros. Pega o telefone e começa a se movimentar pela casa. 
— Foi ciúmes mesmo? Jeff tinha razão? O cara deu em cima de Gigi?
— Foi bem mais que isso, babe. O ciúme serviu como estopim. Está muito mais voltado ao acontecimento do passado de seu irmão e sua insegurança. 
— Então a culpa é do Jeff? 
— Eu não disse isso. Em parte sim, mas Gigi também errou. Isso não é importante, eles se resolveram - ela deixou o celular sobre a cômoda para acomodar Katherine no berço, murmurava baixinho uma canção. Ajeitou a coberta e sorriu ao ver que a menina dormira instantaneamente - estava cansada - disse para si mesma pegando o celular outra vez e saindo do quarto. Deitou-se em sua cama olhando diretamente para o rosto do marido - pronto, Nate. Tem minha total atenção. 
— Ela dormiu? 
— Como um anjinho. 
— Você estava falando de Gigi. 
— Não, nós terminamos esse assunto. Depois eu descubro os detalhes. Temos algo mais urgente para conversar que diz respeito a nós dois. Sua conversa com Michelle. Como foi? 
— Foi tudo bem. Contei sobre nós, Kate, Jeff. Não há mais segredo. 
— Qual foi a reação dela? 
— O que você acha? De surpresa, mas ficou tudo bem - ele viu a esposa suspirar. É claro que ela não ia ficar satisfeita com essa informação pobre. 
— Nate, seja sincero. Nós falamos sobre isso. Eu quero saber o que Michelle achou, o que pensou ao saber que eu sou sua esposa. Sem rodeios, babe. 
— Como disse, ela ficou surpresa. Na verdade, estava desconfiada porque não apareço com ninguém há algum tempo, não vou para festas, achava que eu estava apaixonado e quase morreu quando disse que estava certa e era por um amor antigo. Pensou que era a Ochoa - ele riu da careta que Stana fez - desculpe, sei que não goste que mencione esse nome. Só que ela não esperava que fosse você. O susto foi grande especialmente quando disse que eram quase cinco anos. 
— O que ela disse sobre mim? 
— Ela tentou montar uma linha do tempo na cabeça, entender como tudo aconteceu e… 
— Nathan, responde a minha pergunta. 
— Depois do choque, ela confessou que não esperava que fosse você. Também disse que não tem nada contra a Stana, ela te admira. O problema dela era com o que você fazia comigo, o que provocava. Ela foi a pessoa que ouviu minhas lamentações ou ficou por horas escutando eu te elogiar. Segurou uns porres quando você estava namorando. Ela detestava me ver sofrendo e você representava isso. Ela falou que ficou aliviada quando parei de falar, achava que eu tinha superado quando na realidade eu estava com você, eu a conquistara - ele percebeu a mudança no semblante da esposa. Apreensão. 
— Então, ela não ficou satisfeita… ah, Nate… 
— Hey… não é nada disso. Eu expliquei tudo para ela, porque o segredo, o sigilo e principalmente o quanto eu sou feliz. Falei do que você representa e da nossa familia. Amor, preste atenção: Michelle não a odeia, ela pode ver o quanto estou realizado. Deixei claro que você e Katherine virão sempre em primeiro lugar. Sabendo do nosso segredo será mais fácil para ela entender minhas escolhas profissionais. Ela perguntou quando poderá conhecer Kate e rever você oficialmente como esposa. Eu sugeri o natal. 
— Natal? É uma festa de familia, quer dizer, ela não vai querer passar com a dela? 
— Staninha, por favor, está tudo bem. E ela já aceitou. Será um ótimo natal. Eu mal posso esperar para estar junto de vocês outra vez. 
— Já sabe quando vem? 
— Na semana do natal. No mínimo dois dias antes, mas quero ver se consigo antecipar isso. Prometo que quando souber realmente eu aviso você - ele ainda enxergava a ruga de preocupação na testa da esposa - Staninha, quer parar de se preocupar? Está tudo bem. 
— Mesmo? Você promete que Michelle não me odeia? 
— Prometo. O mesmo já não posso dizer quanto a Gigi. Ela me pareceu bem decepcionada quando falei que Jeff casou. 
— Oh, Deus! Você está brincando, certo? Por favor, não me diga que Michelle tem uma paixonite por Jeff. Gigi vai morrer com isso e a ultima coisa que precisamos é uma nova briga por causa de ciúmes. 
— É platonico, amor. 
— Nathan! - ele gargalhou. 
— Jeff é como um irmão mais velho. Gigi pode ficar sossegada. Ela ficou bem surpresa por conta da história do passado. Só isso e está louca pelos detalhes. Acho que a minha cunhada vai gostar de conversar com ela. 
— Assim espero ou o nosso natal será um verdadeiro fracasso. 
— Desencana, Staninha. Será que pode sorrir um pouco para mim? - ela obedeceu - o que vai fazer agora? Está ocupada ou topa uma brincadeira? 
— Eu não diria não ao meu marido… o que tem em mente, babe? 
No mesmo dia, ao fim da tarde, Stana decide tentar falar com a irmã. Ao terceiro toque, Gigi atendeu a ligação da irmã. 
— Pensei que tinha me esquecido. Tudo bem com você? 
— Oi, sis! Está tudo ótimo! Estive ocupada, você sabe… 
— Oh, desculpe. Esqueci que você está na reta final do seu projeto. Essa historia de não estar trabalhando agora me confunde. Nem perguntei, pode falar? 
— Ah sim! Eu me dei folga hoje. Não trabalhei. Tinha outras coisas mais importantes em mente. 
— Posso imaginar. Se não foi trabalhar, aposto que teve tempo para falar com Jeff. Você resolveu todos os seus problemas com o seu marido? 
— É foi uma conversa longa, difícil, eu realmente falei tudo. Do que senti, do significado da minha gota, da minha independência. E não deixei de falar do passado, e-eu até sugeri que se quisesse fazer terapia. 
— Sério? E o que ele disse? 
— Quanto a isso nada, mas ele pediu mais que desculpas, pediu perdão. Você precisava ver… de joelhos e… ele não dormiu achando que ainda devia algo para mim. Tenho que confessar que não foi uma briga fácil, foi uma DR bem tensa. Tudo que posso dizer é que valeu muito a pena. Eu acredito que nunca falei tão sério sobre o nosso relacionamento, o nosso casamento. Eu me sinto bem melhor agora. 
— Fico feliz de ouvir, talvez você possa me contar isso em um almoço. Por que não aproveita que está de folga e sai comigo? 
— Adoraria, mas eu acabei de almoçar. A sogrinha fez carne assada e… 
— Um café então… 
— Ah, seria bom… só que hoje está um pouco complicado e…. espera, você não está me convidando para sair porque quer ouvir sobre a minha DR com Jeff, a curiosa aqui sou eu. Se você está insistindo então quer dizer que você tem algo para me falar. Por favor, Stana, não me diga que você brigou com Nathan também! Será que a gente não vai ter um mês de paz? 
— Hey, eu não briguei com Nate. Está tudo bem. E-eu apenas queria conversar com você. 
— Sua voz não me parece de alguém que está tranquila, escuto uma certa preocupação. O que você realmente quer me dizer? 
— Não é bem um problema, sis… - ela suspirou - é só que… Nathan contou sobre nós para Michelle. 
— Sem você saber? Como ele pode fazer isso? 
— Não! Eu concordei. Nós conversamos antes. 
— E qual é o problema? Oh! Ela não gostou? Quer dizer, eu sempre achei que ela era a fim do Nathan. Pensava até que se ele não se casasse, era capaz dela se oferecer para ser a esposa dele, para cuidar do cara no futuro, sabe? Aqueles acordos doidos? 
— Gigi, Michelle é como uma irmã para Nate. Não tem nada a ver com ciúmes ou sentimentos escondidos. Segundo Nathan, ela aceitou a situação depois do susto, claro. Ele sugeriu que ela passasse o natal conosco para conhecer Katherine e rever a mim. 
— Sei… e sua insegurança atacou de novo. Ah, sis! Se o Nathan disse que está tudo bem, por que tem que ficar procurando pêlo em ovo? 
— Porque é Michelle! Quero que ela goste de mim como esposa. Não estou falando da atriz, da possível mulher que virou a cabeça dele por um tempo. Quero que ela veja o quanto eu o amo, o quanto o nosso casamento é importante. Não quero falhar com ela, entende? 
— Acho que sim. E se quer minha opinião, só um cego não enxergaria o amor de vocês. Já entendi. Podemos nos encontrar sábado. Posso levar a sogrinha para ficar com Katherine. 
— Mas sábado não é o dia do seu marido? Não vive cheia de “programações”? 
— Fizemos um pouco disso hoje e vamos almoçar, posso aproveitar a manhã. 
— Tudo bem, sábado está ótimo. Entendi que ela ficou surpresa com a noticia do casamento de Jeff. 
— Nathan falou de nós? 
— Sim, ele contou todos os segredos. 
— Tem algo que eu deva saber em relação a ela e Jeff? 
— Nate não disse muito. 
— Ha! Vou perguntar do meu Jeff. Você me deixou curiosa. Sábado, sis. E não se preocupe muito. Vá assistir Outlander para relaxar. 
— Você não tem jeito mesmo! Deixa o Jeff escutar você falando… 
— Tchau, Stana… - rindo, desligou o telefone. Ela adorava essa irmã. 
Ao fim da tarde, Gigi estava na piscina com Jeff. Sentado no degrau com ela ao seu colo, brincava com os dedos e fazia carinhos em seu pescoço usando os lábios. Ela gemia baixinho apreciando o gesto. Lembrando da conversa com a irmã mais cedo, Gigi resolveu sondar um pouco mais sobre Michelle. Tudo o que sabia sobre a mulher era que era amiga de Nathan, sua conselheira profissional ou como o pessoal gostava de dizer: assistente pessoal e que conhecia a familia há muitos anos. Ela não mentira para Stana quando falara que achava que Michelle gostava do cunhado além da amizade. Talvez seja uma percepção errada, por isso valia a pena descobrir algo mais. 
— Jeff? 
— Sim, amor? 
— O que você sabe sobre Michelle? 
— Michelle? A amiga de Nathan? Por que quer saber dela? 
— É, ela mesmo. Stana me contou que ela e Nathan concordaram em falar sobre o casamento deles e de Katherine. Abriram o segredo para Michelle. Eu estou apenas curiosa sobre como é a relação dela com o seu irmão. Tudo que sei é que ela o ajuda com tudo de carreira e muitas coisas de sua vida pessoal, pelo menos até Stana ficar de vez com ele. 
— Se a sua cabecinha está cogitando que Michelle gosta do mano romanticamente, errou feio. Eles são amigos de longa data. Confidentes, Nate dividi tudo com ela. Na verdade, a única coisa que escondeu foi sobre o casamento e a filha. Michelle é como uma irmã que ele não teve. Ele já contou o segredo? 
— Sim, contou sobre o casamento, Katherine e também sobre nós. Segundo a sis, ela ficou muito surpresa especialmente ao saber de você. Devo me preocupar, Jeff? - obviamente Stana não dissera detalhes sobre eles, Gigi estava jogando um verde para ver a reação do marido.
— Ela disse? Mesmo? Puxa! 
— Ok, sinto que devo ficar preocupada com essa sua reação - ela virou-se para fita-lo, as mãos firmes nas coxas dele - o que você não está me contando? 
— Ah, Gi… sei lá! Quando você comentou que Michelle ficou surpresa, eu lembrei de algo que eu e o mano conversávamos. Nós achávamos que ela tinha uma paixonite por mim. Completamente platônica - viu que Gigi fechou a cara virando o rosto para o lado. Usando a ponta dos dedos em seu queixo, ele ergueu seu rosto fazendo-a olhar diretamente em seus olhos - hey, pode parar. Eu não gosto de Michelle, ela está na nossa familia há anos esteve presente quando aquele episódio aconteceu e se realmente quisesse algo comigo, teria tentado naquele momento. 
Gigi observava o jeito do marido. Via sinceridade naquele azul penetrante. 
— O que mais preciso dizer? Eu te amo, Gi. Você é a mulher da minha vida. Minha, exclusivamente. Não quero ninguém mais - ele colou os lábios aos dela saboreando-lhe a boca de modo lento, sensual. Sentiu as mãos dela apertando a sua coxa e uma delas se dirigindo ao membro dele. Quebrou o beijo - onde estávamos? 
— Na parte que você tira meu biquíni outra vez e faz amor comigo… 
— Ah! Essa parte… - ele apertou um dos seios dela enquanto a outra mão desfazia o laço da parte superior do biquini. A peça boiou na agua e Gigi gemeu ao sentir a boca do marido sorver seu seio. 
No sábado, Gigi chegou toda serelepe acompanhada da sogra na casa da irmã. Após beijar e apertar a sobrinha, ela saiu puxando Stana a caminho da porta. Não queria perder tempo. 
— Por que tanta pressa? 
— Não é pressa, é fome. Eu voltarei aqui de qualquer forma para brincar com a minha fofinha. Tem alguma preferência por comida ou eu posso escolher? 
— Vá em frente. 
— Ótimo - Gigi dirigia em direção a Santa Monica. Escolhera almoçar em um restaurante do pier bem casual e que tinha uns frutos do mar decentes. Devidamente sentadas, ela pediu um coquetel parecido com uma margarita. Stana ficou no suco natural mesmo - jura que não vai beber? Achei que você estava precisando relaxar. 
— Estou bem tranquila, se não fosse a ansiedade pela volta de Nate e o possível encontro com Michelle. Porém, antes de entrarmos nesse assunto, que tal você me contar o que rolou com Jeff? 
— Basicamente o que já havia falado. Nós conversamos, quer dizer, eu falei a maioria do tempo sobre tudo, abri meu coração mesmo e depois… bem, você conhece Jeff. Acredito que ele se sentiu realmente culpado por ter começado a briga. Talvez porque eu chorei e relembrei algumas coisas referentes aos nossos votos. Ele ficou de joelhos, Stana. Enfim, fizemos as pazes e daqui para frente se algo acontecer, eu serei a pessoa tomando as decisões. Estou falando do Steve. 
— Você acredita que ele vai tentar uma aproximação? 
— Não sei, mas estarei preparada - ela fez sinal para o garçom e ordenou o que queria - voltando a você. A conversa com Nathan foi tão ruim assim? Por que essa ansiedade e medo da Michelle? 
— Não definiria bem medo. Talvez um pouco. É a relação dela com Nate e a importância, a opinião dela. Michelle está na vida de Nate bem antes de mim. Ela acompanhou o nosso dia a dia e o drama que vivemos no set de Castle antes mesmo de estarmos juntos, eu percebia que apesar de eu e ele convivermos bem, ela não parecia me aceitar muito bem. 
— Será que essa não é a sua opinião? As pessoas tendem a ter diferentes perspectivas sobre determinados assuntos. Vocês eram parceiros de trabalho. A interação era outra. 
— Exceto que não era. Quer dizer, eu achava que Nate gostava de mim bem antes. No nosso primeiro ano, vivíamos cheios de brincadeiras, implicâncias. A quem eu quero enganar? Nós experimentamos uma conexão no meu teste e durante as filmagens do piloto. Só que eu estava ali pelo trabalho, era muito importante para a minha carreira e não estava sozinha, você lembra… 
— Sim, mas prefiro esquecer. Vamos para o que importa. 
— Tudo o que falei não passou despercebido a Michelle e acredito que ela criou uma imagem de mim que não a agravada totalmente. Quando Nate me disse que ela ficou surpresa, eu pensei provavelmente decepcionada. Ele me explicou que não foi assim e que aceitou. Para ele é fácil, não está sob julgamento. 
— E você acha que é uma questão de julgamento? Ah, Stana! Ele te ama, vocês estão felizes. Será que a aprovação dela é tão importante que o faria mudar de ideia? Duvido! Você está querendo encontrar problema onde não tem. Sabia que eu joguei verde para o Jeff? Queria descobrir a opinião dele sobre a reação de Michelle. Segundo ele, os dois achavam que Michelle tinha uma queda por Jeff. Ele ficou surpreso quando eu contei a reação dela. Perguntei se deveria me preocupar. Ele disse absolutamente não. 
— Olha só! Quem diria, Jeff roubando corações… 
— Não acho nada interessante nisso, mas eu confio que ela não é uma ameaça. E você deveria fazer o mesmo.  
— Senhora de si, não? Acho que preciso garantir um pouco dessa sua confiança, sis. O natal está batendo a porta. 
— É verdade. E essa semana é o meu prazo final para entregar o projeto. 
— Achei que era mais proximo do natal.
— Sim, o prazo do escritório é dia 20. O meu é sexta-feira. Minha própria meta. Depois de tudo o que eu já dediquei a esse projeto, a sociedade é um prêmio mais que esperado. Então posso me dedicar a dar um tempo. Reduzir o stress. Quem sabe programar uma viagem? Eu disse para o meu Jeff que precisávamos de um momento só nosso. 
— Como se você não tivesse nenhum - Gigi fez uma careta - Vai conseguir, sis. Tenho fé em você. 
— O que vamos fazer no natal? A ceia será na sua casa, certo? 
— Sim, e provavelmente eu e dona Cookie iremos cuidar de tudo. Mamãe não virá nos visitar. Marcus deve passar o natal conosco e viaja em seguida para ficar com eles.
— Isso é bom. Deixa Marcus lidar com a fera. Quer sobremesa? - Gigi não dispensou um doce. Enquanto saboreava, continuava as perguntas - quando Nathan vem para casa? 
— Ainda não me disse a data. Não fecharam o período de hiatus. Acredito que até o fim da semana devo ter uma resposta. Por mim, podia vir amanhã! 
— Alguém está bem desesperada, não? Você não viu mais Outlander ou foi a série que te deixou com mais vontade? - ela gargalhou sozinha - com certeza faz isso comigo. 
— A série é muito interessante, não nego. Tem umas cenas bem picantes. Eu não sei se conseguiria. Acho que se tivesse uma cena dessas em Castle, eu não responderia por mim. 
— Falando em carreira, o que você pretende fazer agora? Está procurando um novo trabalho? 
— Ainda não. Absentia sequer estreou e temos que garantir a sua compra por emissoras para apresenta-la. Estava trabalhando em uns roteiros, talvez faça um filme. Nada decidido. Estou curtindo minha filha. 
— Está vendo? E depois não entende que eu e meu Jeff precisamos de um tempo para nós - Stana riu. Sentia-se bem mais aliviada e animada. Conversar e rir com a irmã sempre a relaxava. De volta a casa, Gigi ainda brincou quase uma hora com a sobrinha tentando sem sucesso faze-la dizer seu nome. A sogra se despediu de Stana e rumaram para casa. 
Dias depois, Stana recebe um telefonema inesperado de Dara. 
— Nossa! Quanto tempo! 
— É, Stana… minha vida anda bastante movimentada. Como vão as coisas em Absentia? 
— Terminamos de filmar. Agora a Sony precisa vender a série. Tem uma premiere previamente agendada para março, está interessada? 
— Claro! Soube que Nathan está em Vancouver. Como você está se virando com a pequena? 
— Ah, demos um jeito. Quando ainda estava trabalhando, dona Cookie me ajudou. Agora somos só nós duas. Tem sido excelente, exceto pela parte que morro de saudades do Nate. 
— Imagino. Do jeito que são! Fico empolgada em saber que você está com um certo tempo livre. Diga, por favor, que está trabalhando em sua série. 
— Eu andei relendo uns roteiros, organizando a linha do tempo e acabei tendo outras ideias. Pretendo dar mais atenção a ela. Por que? Você escreveu novos scripts para mim? 
— Não, mas eu conheci umas pessoas que talvez estejam interessadas em produzir e dirigir uma série diferente, se quiser posso indicar seu nome e marcar um encontro. O que acha? 
— Parece uma ideia bem tentadora, mas eu ainda não tenho nem dez scripts escritos, Dara. Quero ao menos fechar a ideia como um todo. Pelas minhas anotações, preciso de quatro scripts para ter algo coerente. E no ultimo gostaria de dar a ideia de fim e um possível cliffhanger em seguida. 
— Não estou te pressionando. Na verdade, eu estava curiosa com a sua motivação. Não disse nada a ninguém. Como o natal está chegando, as cabeças desses caras não estão voltadas para negócios. Continue trabalhando e quando você estiver perto de terminar, me avise. Vejo grandes possibilidades no futuro, Stana. 
— E claro que você quer ser minha escritora. 
— Por que não? Aceito dividir o titulo com você. Manda um beijo para o Nathan. Eu estou viajando de novo daqui a três dias para o rancho. Hora do descanso. 
— Divirta-se! Um beijo, Dara. Se cuida. 
— Não esquece o projeto, Stana. Beijo. 

XXXXX

Outra pessoa também estava com a semana agitada. Gigi andava de um lado a outro da loja certificando-se de cada detalhe. Não queria erros. Passava orientações para a equipe da limpeza, para os marceneiros, tudo para que não cometessem deslizes ao manusear as peças de decoração. Os últimos objetos de decoração chegaram e ela catalogava cada um deles para destina-los ao seu lugar. Se continuasse nesse ritmo, amanhã encerraria o projeto. Quinta-feira. Seria um sonho se conseguisse. 
Steve chegara após o almoço na loja. Segundo sua secretaria, ele vinha de uma viagem que fizera a Boston. Vendo a agitação, logo entendeu que Gigi estava por ali. 
— Olá, Gigi. As coisas estão movimentadas por aqui, não? - beijou o rosto dela como sempre fazia - o que aconteceu? 
— Estamos ajustando as ultimas exposições. Está praticamente pronta. Começamos até a faxina. Assim que eu terminar de verificar esse novo carregamento, irei preparar os stands e amanhã posso entregar a loja para você. 
— Mas já? Temos mais de uma semana para o prazo expirar. 
— Esse é o prazo do escritório. Do contrato. Eu trabalho com o meu prazo. Amanhã é o prazo da Gigi. 
— Nossa! Isso é eficiência ou quer se livrar de mim? - ele riu demonstrando que era uma brincadeira, porém por um instante, Gigi percebeu que tinha um certo tom de verdade ao menos para ela naquela provocação. 
— Que isso, Steve! Meu ritmo é mesmo acelerado. Prometo que ficará do jeito que combinamos. 
— Não duvido - ele sorriu vendo a bela mulher se afastar admirando-a. 
Gigi trabalhou até às dez da noite. Havia uma boa razão para estar insistindo em terminar tudo no dia seguinte. Depois do que aconteceu com ela e Jeff, queria evitar ao máximo o contato com Steve por um tempo. De fato, ela começava a matutar o que poderia fazer para manter-se afastada do projeto das lojas dele assim que conseguisse seu titulo de sócia. Sabia que seria uma tarefa difícil para isso precisava tirar um belo coelho da cartola, em outras palavras, encontrar um super cliente. 
Ao chegar em casa, encontrou Jeff sentado na cama com o notebook no colo. 
— Hey… ainda trabalhando? - ela inclinou-se para beija-lo. 
— Sim, considere uma espécie de ato solidário com a minha esposa. Por que demorou, amor? 
— Queria adiantar o máximo que podia - ela tirava os sapatos, a roupa colocando o roupão sobre a lingerie - Amanhã entrego a loja. Estou morrendo de fome. Tem algo para comer? 
— Você não jantou? - Jeff pareceu feliz com essa novidade. Sinal de que o tal Steve não tentou compra-la com um convite para jantar. 
— Prioridades, gostoso. Pode fazer algo para eu comer? 
— Claro. Sobrou um pouco do jantar. Mamãe fez um risoto - ele se levantou da cama e de mãos dadas seguiram para a cozinha. 
A quinta-feira começou agitada para Gigi. Cedo ela coordenava as ultimas atividades na loja, chegou bem antes do dono e não se importou em revolucionar com sua equipe. Por volta das três da tarde, ela subiu até a sala de Steve. A secretaria avisou que ele terminara a reunião que fazia com suas outras unidades. Gigi também concluíra seu trabalho e não via a hora de mostra-lo para o cliente e voltar para o seu escritório com o projeto concluído. Entregar um relatório completo de suas atividades para seu chefe e Steve era o seu proximo foco. 
— Steve, tem uns minutos? 
— Para você, claro! Entre e sente-se. 
— Na verdade, eu prefiro que você me acompanhe até o térreo. Quero lhe mostrar minha obra concluída. 
— Como assim? 
— Terminei o projeto. Claro que estou falando da execução física da loja, mas você receberá relatório completo de tudo o que foi feito, os gastos, o antes e depois. Não se preocupe. Quero entregar até a próxima semana. 
— Para que a pressa? - perguntou Steve obviamente já imaginando não ter a companhia de Gigi daqui para frente. 
— O natal está chegando, vamos entrar no ritmo das festas. Se deixasse para terminar somente na data especificada, podia perder a atenção e o foco da equipe - eles chegaram ao salão principal - bem, Sr. Mackenzie, contemple seu novo espaço - ela se afastou um pouco dando a oportunidade para o seu cliente de avaliar o que acontecera com sua loja. Durante algum tempo, Gigi observava o cliente e seu olho clinico passeando pelos espaços, balançando a cabeça, ouviu alguns “wow”, “nossa”, mas permaneceu calada até que ele se manifestasse. 
— Gigi, eu realmente estou impressionado. Isso é um trabalho excelente. A forma como aproveitou espaços, trabalhou cores, eu não consigo ver nada errado. Minha loja certamente apresenta um ar de modernidade e elegância que não existia antes. Parabéns, não poderia estar mais satisfeito - ele estendeu a mão para cumprimenta-la, em seguida, deu-lhe um beijo no rosto. 
— Obrigada, Steve. A opinião e satisfação do cliente significa muito para mim. 
— Precisamos comemorar o resultado inclusive o fato de que você antecipou a entrega. Eu tenho champagne no meu escritório. Vamos até lá. Acredito que você já acabou seu trabalho pelo dia de hoje, não? 
— Tudo bem, uma taça de champagne não fará mal. Nem acredito que terminei! Antes de irmos eu preciso fazer algo importante - Gigi chamou todas as pessoas da sua equipe e alguns funcionários da loja que sempre estavam por perto ajudando. Fez um discurso de agradecimento para todos destacando o comprometimento e a alegria com que trabalharam com ela nesse projeto. Steve a olhava encantado. 
De volta a sala dele, após servir as taças com champagne, ele fez um pequeno brinde. 
— Ao seu sucesso, Gigi. Ao seu talento, espirito de equipe e alegria. Belo discurso lá em baixo. A firma onde trabalha tem muita sorte de ter alguém tão competente no time e seriam loucos se não lhe dessem o titulo e a posição de sócia.   
— Obrigada, Steve. Isso acontece quando se faz o que gosta - ela o viu se aproximar mais um pouco, estava quase imprensada em um dos cantos do escritório que davam vista para rua. A sala de Steve tinha um lado todo de vidro. Ela bebeu o champagne fingindo estar admirando a vista. Sentiu a mão dele deslizar em suas costas, o corpo encostar no seu. Ele falou em tom baixo, quase sensual. 
— Podemos comemorar de outro jeito…- se projetou contra o corpo de Gigi diminuindo o espaço e forçando-a a ficar com a cara no vidro. Ela engoliu em seco antes de reagir. O coração disparado ao sentir a mão do seu cliente em seu traseiro. Enfrentando o bloqueio momentâneo que a congelou, Gigi empurrou o próprio corpo contra o dele afastou-o. 
— O que você pensa que está fazendo? - ela tentou se desvencilhar dele, mas Steve segurou um de seus pulsos firme, as costas pressionadas contra a parede. 
— Podemos sair daqui, ir para o meu apartamento e aproveitar nossas ultimas horas juntos. Estender a comemoração - ao sentir os dedos dele deslizarem sobre sua pele e tocarem o colar que usava, a fera dentro dela despertou. Gigi remexeu o corpo conseguindo achar a posição para acertar seu joelho bem no meio das pernas dele. A dor o fez se afastar. Ela aproveitou para escapar do canto onde estava. Jogou o resto da bebida na cara dele. 
— Você está… maluca? - disse tentando recuperar-se da dor. 
— Eu? Isso é assédio! O que você estava pensando? Que ia dormir com você? Eu sou casada! 
— Isso não quer dizer nada, não a impede de transar, fazer sexo e posso garantir que sou muito bom nisso. 
— Eu sou casada e isso - ela mostrou a aliança - significa muito para mim. Você faltou com respeito, depois de todo o meu trabalho! Eu vou embora daqui e você não ouse falar desse episódio com ninguém. Se eu desconfiar que disse algo our se tentar qualquer tipo de coerção contra a minha pessoa, eu vou denuncia-lo! 
— Hey, ainda temos relações profissionais. Sou cliente da sua firma. Temos um contrato.
— Eu sei, mas eu lhe devo serviços de arquitetura não serviços sexuais. Quer saber? Que se dane o contrato! Vá para o inferno, Steve! - ela saiu feito um furacão. Desceu as escadas, pegou suas coisas e mal disse adeus as pessoas. A verdade era que se ficasse mais um minuto ali não conseguiria controlar as lágrimas. Entrou em seu carro e acelerou. Somente quando estava a uns bons metros do local, ela tornou a estacionar perto de uma cafeteria. Esmurrando o volante, ela se deixou chorar. Raiva, frustração. Todo o trabalho de três meses poderia ter sido perdido em cinco minutos. Homens são uns porcos chauvinistas! Jeff tinha razão, ela subestimara as palavras do marido. Claro que lidara com a situação como prometera, mas a que custo? Deitando o rosto no volante, ela suspirou fundo. Não sabia o que esperar. 
Um pouco mais calma, ela tornou a dirigir rumo a sua casa. Sabia que o marido ainda estaria trabalhando. Jogou suas coisas no sofá e foi direto para a geladeira pegar um pote de sorvete. Sentou-se no banco e comia uma colherada após outra. Foi assim que dona Cookie a encontrou. 
— Minha filha! Você chegou cedo em casa. Está com fome? Já devorou metade do pote de sorvete, posso fazer um lanche para você. Por acaso você almoçou? - quando encarou a nora, dona Cookie percebeu que tinha algo errado. Os olhos de Gigi estavam vermelhos e o semblante triste - o que aconteceu, Gigi? - tocou a mão da mulher a sua frente. Com o gesto, Gigi largou a colher e baixou a cabeça escondendo-a entre as mãos. 
— Ah, sogrinha… meu dia tinha tudo para ser incrível, então tudo se destruiu em cinco minutos. 
— Algo deu errado no projeto? 
— Não, eu conclui o projeto. Está entregue - ela voltou a fitar a sogra - Jeff tinha razão. Sobre Steve. E-eu acho que destruí minha chance de ser sócia. Diacho! Posso até ser demitida! Que droga! - dona Cookie veio até seu encontro e a abraçou carinhosamente. 
— Oh, Gigi… não fale isso… 
— E-eu agredi meu cliente, sogrinha… duvido que possa me destacar depois disso. 
— Ele a assediou? - Gigi apenas meneou a cabeça - sinto muito. Não deve ser fácil estar nessa posição, porém você não pode deixa-lo estragar tudo o que trabalhou. Se for preciso, denuncie o que ele fez. 
— Eu sequer tenho testemunhas. Em quem a senhora acha que meu chefe vai acreditar? Numa design ou no cliente com um contrato de milhões de dólares? Posso ser demitida. 
— Se seu chefe pensar assim, melhor você não trabalhar para ele. Oh, minha menina… - a sogra abraçava e aninhava Gigi. Beijou seu rosto - vamos nos concentrar no agora. Vou fazer uma comidinha especial para você. Deixe para pensar nisso amanhã. 
— Como? Ainda tem o Jeff… 
— Vai contar para ele? 
— Claro que sim. Eu prometi sinceridade e faz parte da confiança. Eu sei que ele vai ficar uma fera, mas eu não posso esconder o que aconteceu dele. A senhora acha que ele vai querer matar o Steve? Quer dizer, não matar no real significado da palavra… eu só… 
— Eu entendi sua preocupação. Ele já quis bater nesse homem antes, tenho certeza que vai ficar com muita raiva e vai querer revidar. É você que terá que controla-lo. Não é nada saudável querer resolver as coisas no braço. Mesmo que essa seja parte da natureza masculina. Não pode deixa-lo pensar assim. 
— E-eu sei… - ela passou as mãos nos cabelos - eu vou tomar banho. Volto para comer - ela viu a nora subir as escadas com o ar cansado e preocupado. Esperava que seu filho servisse de conforto e não estourasse com a situação. Gigi não merecia alguém julgando o que fizera. Tinha muita coisa em jogo. Meia hora depois, ela estava sentada a mesa finalizando a comida que dona Cookie preparara para ela. Comida de mãe, como a própria Gigi falara. Ela tinha acabado de pegar uma caneca de café fresco quando Jeff surgiu na sala com um buque de flores nas mãos e um sorriso enorme no rosto. 
— Onde está a mais nova sócia dessa casa? Uma tal de Kristina Katic Fillion - ao ver o marido a sua frente, as pernas dela fraquejaram. Ele estava feliz. Deixou a caneca sobre o balcão e correu até Jeff abraçando-o forte. 
— Oh, amor… e-eu acho que estraguei tudo. 
— Do que você está falando, Gi? Eu trouxe essas flores para você - ela pegou o buque, cheirou e respirou fundo. 
— Eu não sei se serei sócia, nem sei se tenho emprego ainda! 
— Gi… - ela o pegou pela mão e sentou-o no sofa. 
— Eu vou contar o que aconteceu, mas promete que vai ouvir? Sem julgar, sem se revoltar. Por favor?! - ele viu a aflição nos olhos da esposa. Balançou a cabeça concordando. Dona Cookie aproveitou o momento para sair à francesa. Era uma conversa intima de marido e mulher. Gigi relatou tudo o que acontecera, o que dissera e fizera com todos os detalhes possíveis. Viu o semblante do marido mudar, seu rosto ficar vermelho. Ele estava com raiva. Ao falar do que fizera, ele apertou a mão dela em concordância, expressando sua compreensão. Gigi terminou de falar e baixou a cabeça antes de voltar a fitar Jeff. 
— E-eu não podia ficar calada, Jeff. Mas eu acredito que acabei com todas as chances que tinha de me tornar sócia - ele a abraçou forte. Beijou os cabelos dela e acariciava seus braços. Finalmente, ele falou. 
— Esse cara é um idiota. Eu devia ter socado a cara dele quando tive a chance. Eu sabia que algo assim ia acontecer! Por Deus, Gi! Isso é errado! 
— Eu sei… Jeff, por favor, olha para mim - ela forçou o rosto dele em sua direção, o olhar sério - eu disse a você que lidaria com a situação caso ela acontecesse. Foi o que eu fiz e acredite, não vou nada fácil nem bonito. Eu me defendi sem pensar nas consequências, contudo acabou. Eu não quero que você vá atrás de Steve para tirar satisfações ou ativar sua testosterona. O que eu preciso nesse momento é de paz e de apoio. Eu não sei o que vai acontecer quando eu chegar amanhã no escritório. 
— Mas Gi, ele é cliente. Você terá que lidar com ele eventualmente. Como vão trabalhar? Como vai encara-lo? Isso não está certo, é assedio. Precisa contar o que aconteceu. 
— Jeff, acha que eu não sei? É errado, sexista e droga! Eu posso ser demitida. Não é uma escolha fácil. E quanto a trabalhar com ele… e-eu nem sei como me sinto sobre o assunto ainda. Por favor, promete para mim que não vai fazer nada para “defender minha honra”, a ultima coisa que preciso é isso. Podemos simplesmente esquecer o que aconteceu até amanhã? E-eu só quero esquecer… - Jeff reparou que ela estava quase chorando. Acariciou o rosto dela. 
— Tudo bem, já esqueci - sorveu seus lábios carinhosamente - que tal nós sairmos para dar uma caminhada e depois jantar em algum lugar. Acho que você está precisando de uns tacos e umas doses de tequila - ela riu. 
— Você quer me ver fora de mim, não? Vai me embebedar, gostoso? E depois? O que pretende? 
— Fazer o que você merece. Trata-la como uma rainha e fazer amor bem gostoso. O que acha? 
— Parece o programa perfeito - ele beijou novamente os lábios da esposa, dessa vez com mais desejo. Juntos, ele subiram para o quarto, se arrumaram e saíram. 
O assunto não poderia ser esquecido. Independente do que acontecesse, era fato. Abuso, assedio eram comportamentos desprezíveis dentro de casa e no ambiente de trabalho. Era em momentos como esse que ele tinha vergonha dos homens, da sociedade machista que acabara por impor esse comportamento. Isso tinha que ser combatido e Gigi tinha razão, sem violência. Somente não hoje. 

Um dia de cada vez, pensou Jeff ao ver Gigi colocando o casaco antes de entrar no carro. 


Continua...

4 comentários:

cleotavares disse...

Estou muito ansiosa para esse encontro da Stana com a Michelle, e acho que elas vão se dá muito bem. E a Gigi, hein, gostei de vê, bate nesse safado mesmo.
Estou com saudades da Annie.

Unknown disse...

Ansiosa pelo encontro de Stana e Michelle e Gigi você e guerreira mesmo, uma mulher excepcional em tudo principalmente por defender seu ponto de vista,você foi incrível colocou aquele vigarista no lugar dele bateu e bateu com vontade, isso mesmo homem igual este têm que levá na cara e naquele lugar entre as pernas mesmo

Vanessa disse...

Stana mais calma com a msg da irmã, mas agora está pensando na conversa de Nathan com Michelle.
Gostei dessa fofura de Nate interagindo com a filha enquanto Stana alimenta a pequena.
Cria uma atmosfera bem bacana, como se ele estive ao lado delas.
Nate preocupado com o desentendimento dos irmãos. Staninha o tranquilizando e resumindo.
Ele procurando culpados,e ela dizendo que ambos erraram.
Stana ja perguntando da conversa. Nathan resumiu bem, mas mesmo assim Staninha está insegura.
Nate usando suposta paixonite de Michelle por Jeff para fazer a esposa rir e desencanar um pouco. E claro que teve brincadeira...
Stana não se aguentou e ligou pra irmã. Gigi resumindo mais ou menos a conversa com o marido. Esse foi o capitulo dos resumos hahaha
Aliás Stana está bem desesperada para desabafar com a irmã.Gigi sacando, e achando que ela tinha brigado com Nate.hahaha
Stana está querendo agradar como esposa e mãe, e não como a atriz que Michelle ja conhece. Não apenas agradar, ela quer que Michelle veja o quanto ela ama o amigo dela,e a seriedade do casamento deles.
Gigi sondando Jeff sobre Michelle hahaha
Gostei dele falar a verdade e quando percebeu que a esposa não gostou, ja foi logo falando para ela não se preocupar seguida de uma declaração linda de amor. Não é que eles aprenderam a conversar mais.
Que orgulho dos meus bichinhos.
O almoço entre irmãs sempre é otimo. Gostei da segurança de Gigi com relação a Michelle. E Stana tb deveria fazer o mesmo. Na boa, ta supervalorizando demais, ta pior do que quando foi conhecer os pais do Nate.
Seria otimo se não ficasse nenhum clima e elas se dessem bem de forma pessoal, claro que sim. Mas se nao acontecer, que se dane. Nate ja deixou claro sua prioridade e o lado de quem ele ficaria.
Planos para o natal. Adoro. Ainda mais com Anne, e os sogrinhos Fillions. E com dona Rada bem longe.
Dara dando ar da graça. É bom ver que ela mantem contato e que Dara está super apoiando Stana no seu projeto.
Adorei Gigi chegando em casa e com fome. Pode parecer que é besteira, mas se ela percebeu que o cara tava interessado, ela deveria que cortar e nao aceitar (digo as flores e jantares), sei que não foi por mal, pq na maior parte do tempo ela estava focada no trabalho e não percebia. Então gostei de ver ela mudando a atitude.
Gigi trabalhando pra caramba para entregar seu projeto antes do prazo e finalmente consegue.
E ai vem a parte chata. Fiquei enojada. Esse cara é... Não tenho nem palavras.
Um chute nas partes e jogar a bebida na cara dele foi pouco. Adorei a postura dela mostrando ate a aliança. Não que duvidasse que ela fosse agir diferente.
Tem que denunciar esse idiota mesmo. Gigi não merece ser prejudicada por causa desse...
E depois reconhecendo que Jeff tinha razão sobre o cara. Tadinha da minha bichinha.
Dona Cookie acalmando e cuidando da minha bichinha.
Que maravilhoso ela não tentar esconder do marido, apesar do medo da reação dele. Adoro a cumplicidade das duas, Gigi expondo seu medo e dona Cookie dizendo que ela que teria que controla-lo.
Jeff chegando todo feliz e orgulhoso da esposa, mal imagina o que aconteceu.
Ela ja pede para ele ouvir, sem julgamento e sem se revoltar. Dificil hein.
Mais uma vez eu bem acho que o cara merece uns belos socos naquela cara de pau. Claro que não sou a favor da violencia, mas ele passou dos limites (comentario passional)
Jeff tem razao em se indignar e tb no fato de que é errado e vai sem complicado ela conviver com esse cara depois disso.
Mas achei lindo que apesar de ter ficado irritado, ele priorizou a esposa. E fez o que ela pediu.
Cuidou dela, deu apoio e prometeu esquecer o assunto por hora.
Não sei se Jeff não irá socar o cara, talvez nao faça pela esposa. E quando ao assedio, tem que denunciar sim, provalmente ele ja fez isso outras vezes.
Um dia de cada vez, agora o que importa é minha bichinha se recompor depois desse episodio repugnante. Jeff irá ajuda-la com todo amor que ela merece e por hora isso é suficiente.
Amanha é outro dia... E confio na autora. ;)

Unknown disse...

Resumo da nossa vida em uma unica declaração da Gigi
" — Sim, mas prefiro esquecer. Vamos para o que importa. "
UHEUHAUHAUH
Quero ESQUECER isso também, mas a realidade me bate impiedosamente!