terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.36





Cap.36 

Inicio de outubro 

Kate Beckett estava pronta. Às oito da manhã, ela vestia uma calça preta, blusa branca de botões e o blazer preto. Nos braços, segurava a filha que mamara há cerca de meia hora. Castle terminava de tomar café. 
— Nem acredito que estou voltando ao trabalho. Passou rápido não acha? 
— Sim, mas confesse que está empolgada. Voltar, ver a justiça sendo feita, muito café, a papelada que você adora e quem sabe não temos casos para investigar juntos? 
— É, eu gosto da ideia de voltar, investigar, mas e Lily? Fico pensando como ela irá reagir. Está acostumada a mim praticamente 24 horas do dia, ainda mama no peito. Vai estranhar e…
— Tem certeza que está falando de Lily? - ele sorria. 
— É tão óbvio assim? 
— Amor, é perfeitamente natural você ficar com saudades. Não seria a primeira nem a ultima mãe a se sentir assim. Saudosa, receosa. Com o devido tempo, ambas irão se acostumar. Além do mais, não é como se você não pudesse escapar de vez em quando. É a capitã, a chefe do 12th distrito. Pode se dar ao luxo de sair para ver sua filha ou esticar o horário de almoço. Vamos nos adaptar a tudo isso. 
— E você, escritor, também precisa se lembrar que tem bastante trabalho pela frente. Você ainda vai ter tempo para investigar? 
— Talvez não como antes. Mas se precisar de mim, eu darei um jeito. Sempre terei tempo para você, Kate - ele inclinou-se para beija-la no instante que Martha surgia na sala. 
— Bom dia, meus queridos! Pronta para caçar bandidos, Katherine? 
— Acredito que sim, embora torça para que o numero de assassinatos em Nova York diminua. Quanto menos violência, melhor. 
— Posso pegar minha neta? Já está na hora de vocês, não? Nós vamos nos divertir muito hoje, certo Lily? - Martha viu a nora beijar a cabecinha da filha murmurando palavras doces até entrega-la em seus braços. Suspirando, ela se pos de pé e ajeitou os cabelos. Castle já estava a postos com a bolsa dela em mãos. 
— Vamos? - ela trocou um olhar com ele e sorriu. 
— Vamos. 
12th distrito 
Assim que as portas do elevador se abriram, ela soltou a mão de Castle e após um longo suspiro, deu um passo em direção ao grande salão. Os primeiros policiais ao vê-la sorriram e cumprimentavam-na. 
— Bom dia, Capitã…
— Seja bem-vinda, Capitã… 
— Capitã Beckett, bem-vinda de volta - Beckett retribuiu sorrindo e agradecendo. No meio do salão, ela pode experimentar novamente o ambiente de uma delegacia. O burburinho de vozes, os telefones tocando, o cheiro do café e as pilhas de papeis sobre as mesas. Quadro de evidências, policiais e detetives conversando. Ela tornou a olhar para Castle que sorriu aproximando-se da esposa e sussurrando ao seu ouvido. 
— Bem-vinda de volta a sua segunda casa, Capitã. 
Esposito que estava ao telefone, acenou em sua direção e assim que desligou veio ao encontro deles. 
— Olha quem resolveu voltar a comandar esse lugar! É bom ver você, Beckett - ele a abraçou. 
— É bom estar de volta, Espo. Como andam as coisas por aqui? 
— Ah, você sabe. É Nova York, sempre tem alguém com motivo para matar alguém. A selva continua ativa e louca. Estamos com três homicídios em aberto. 
— Algum interessante? - perguntou Castle. 
— Nah! Muito chatos para você, Castle. 
— Ryan? 
— Está na sua sala. Disse que precisava falar com promotor de um caso que vai a julgamento amanhã. Ele tem andado muito no ciclo das burocracias ultimamente. Acho que gostou do lance. 
— Vou falar com ele. A gente conversa mais depois - Beckett se dirigiu a sua sala. Pelo vidro, viu Ryan ao telefone falando com alguém. Ao virar-se, percebeu que Beckett estava na porta. Fez sinal para que ela entrasse. 
— Claro, Johnson. Podemos ir por esse caminho. A evidência suporta o seu discurso. Certo. Se tiver alguma outra pergunta, basta ligar. Eu tenho que ir. Reunião importante. Até amanhã - colocou o fone no gancho já se levantando e sorrindo - Beckett! - ele abraçou a amiga - é um prazer vê-la por aqui outra vez. Como senti sua falta esses meses! E Lily? Deve estar crescida. 
— Está ótima! E eu morrendo de saudades e preocupada. 
— Martha está com ela? Vai ficar bem. Hey, Castle! Pronto para investigar conosco? - ele apertou a mão do escritor e deu um abraço nele - confesso que senti falta de suas teorias malucas em uns casos que investigamos. 
— Vocês as chamam de malucas, mas quando resolvem seus casos não reclamam. Bom ver você, Ryan. Acho que gostou de ser chefe, não? Cheio de pose… - Ryan riu.  
— Que tal um café? Tenho muito o que conversar para lhe colocar a par de tudo que anda acontecendo. É aquela época do ano outra vez. 
— Orçamento?
— Exato, acho que teremos que trabalhar juntos nos números. 
— Por favor, mas primeiro o café - ela disse. 
— Volto já! - Ryan deixou a sala e Beckett passou a examinar o local. A sala estava intacta. Exatamente do jeito que ela deixara. A mesma organização, os mesmos objetos sobre a mesa.  Pegou o porta retrato com a foto dela e de Castle. Tinha sido tirada nos Hamptons. 
— Acho que precisará de um novo porta-retrato para sua mesa, amor. Tenho que providenciar um com uma bela foto de Lily. 
— É… ela servira de guia e inspiração. Como você. 
A única exceção em sua mesa era uma foto de Jenny e as crianças que Ryan provavelmente colocara pelo mesmo motivo que ela. Beckett também notara um quadro na parede cheio de anotações. Planejamento organizacional. Bela sacada, Ryan… ela pensou. O amigo retornou à sala com três canecas de café fumegando. Viu que Beckett observava o quadro. 
— Aqui está - entregou as canecas para eles - vejo que está observando meu quadro. Eu decidi fazer isso porque ficava mais fácil de saber meus prazos, o que é critico. Usei o código de cores para definir urgência. Eu sei que o computador pode fazer tudo isso, mas sou um cara visual. Se não quiser aderir a ideia, não se preocupe. Eu tiro da sua parede em dois tempos. 
— Não, a ideia é bem interessante. Especialmente em tempos de orçamento. 
— Eu comecei por causa dos relatórios. Tivemos dois meses muito agitados durante o verão e eu não queria me perder na aprovação na papelada de conclusão dos casos e isso me ajudou. Quando começamos a falar de orçamento, sabia que ia ser bastante util. 
— Não duvido. Eu também gosto dessas coisas, uso em meus livros. Eletronicamente, claro. 
— Voce está esquecendo que tem um monitor de 42” no seu escritório, Castle. 
— Pode mandar instalar uma tv aqui se quiser. 
— Não, eu gosto do modo antigo. Então, quer me contar o que anda acontecendo por aqui? - eles sentaram-se com as canecas na mão e Ryan contou como estavam as coisas nos últimos meses que Beckett esteve afastada. A conversa demorou bem mais do que ela imaginou, porem estava muito satisfeita com a maneira como Ryan conduzira tudo. Quando consultou o relógio, já passava de meio-dia. Ela sabia que teria que reunir toda a sua equipe e conversar rapidamente com eles, queria fazer isso antes de sair para o almoço. 
— Vamos reunir o pessoal rapidamente? Sei que alguns já devem ter ido para o almoço. 
— Se quiser esperar para ter todos aqui sugiro que os reuna por volta de duas horas. Podemos alerta-los para que estejam aqui. 
— Acho que será melhor mesmo - Ryan mandou uma rápida mensagem a todos marcando a reunião e escreveu no quadro principal de informações para que estivessem no salão às duas da tarde - agora se me dá licença, eu vou almoçar - Ryan fez uma pequena reverência apontando a porta para a sua capitã. Ela já estava do lado de fora quando chamou pelo marido que parecia não ter ouvido, na verdade ele estava avaliando o quadro de Ryan - Castle? Você vem? 
— Oh, sim… certo! Vejo você depois, Ryan. Belo trabalho! - apressou o passo para alcançar a esposa. Sozinhos no elevador, ele tornou a comentar - ele realmente trabalhou bem como capitão, não? Muito organizado e metódico. Você consegue ver o zelo e a metodologia em cada parte daquele quadro. 
— É, mas eu nunca duvidei que ele varia um bom trabalho. Confesso que me surpreendi positivamente. Está tudo atualizado e os indices do distrito continuam altos. Vou saber mais quando for me encontrar com Gates no fim do mês. Sabe o que é mais interessante nisso tudo, escritor? 
— Eu tenho uma certa influência sobre o trabalho de Ryan? - vendo a careta de Beckett, ele complementou - Não, o que? 
— Eu tenho um possível substituto. O que significa que se eu quiser, ou melhor, se nós quisermos nos afastar do distrito por mais tempo não há problemas. 
— Se afastar? Mas você acabou de voltar… 
— Não estou falando nesse instante, Castle. Estava pensando se quisermos fazer uma viagem, tirar umas férias… Ryan assume a casa. 
— Oh! Não tinha pensado por esse lado. 
— Pois pense! Uma viagem para Paris pode vir bem a calhar. Fiquei com vontade desde que Johanna mencionou a dela e podemos visitar Alexis, não? Um pensamento para o futuro…
— Já está anotado. O que você quer comer? Precisamos comprar algo, não tem almoço em casa. 
— Remys. Você sabe exatamente o que pedir. 
— Ótimo. 
Quinze minutos depois, eles estavam no loft. Beckett perguntou como Lily se comportou pela manhã, Martha elogiou a neta e logo a colocou no colo da mãe para receber um pouco de carinho e leite. Depois de colocar a filha para dormir, ela sentou-se ao lado do marido para saborear seu cheeseburguer, as fritas e o milkshake de morango que era seu preferido. Terminaram a refeição e agradeceu o marido com um beijo carinhoso nos lábios. 
— Você sabe como agradar uma garota… 
— Sabe como é, essa garota é bem simples de agradar. Ela prefere um milkshake de morango em vez de uma joia. 
— Quem disse? Cuidado com suas palavras, escritor… 
— Você nunca reclama do jeito como as uso. 
— Touché. Precisamos voltar. Tenho a reunião, esqueceu? 
— Claro que não, capitã. Seu distrito a espera. 
De volta ao 12th, Beckett reuniu os seus funcionários no salão. Todos os olhos estavam atentos à sua capitã. 
— Primeiramente gostaria de dizer que é muito bom estar de volta. Para aqueles que não sabem nos últimos quatro meses eu embarquei em uma outra jornada, assumi outra profissão: a de mãe. Lily está muito bem e já estava mais do que na hora de voltar à ativa, afinal Nova York precisa do melhor time de detetives, sargentos, oficiais. Durante meu tempo ausente, o lieutenant Ryan esteve no comando dessa que considero minha segunda casa e fez um excelente trabalho. Agradeço a cada um de vocês que contribuiu ajudando-o a tornar nossa cidade mais segura. E Lieutenant Ryan, parabéns! Você cuidou muito bem do forte enquanto estive longe. Estou orgulhosa de todos vocês. Agora, voltem ao trabalho. Nova York precisa de nós. Obrigada! - sorrindo, ela recebeu uma salva de palmas. Fez sinal para Ryan a acompanhar a sua sala, eles ainda tinham vários assuntos para tratar juntos. 
Nos dias seguintes, Beckett tentava organizar sua nova rotina. Trabalho, casa, ser mãe. Castle também tentava uma nova adaptação. Com os livros e a filha pequena, eles estabeleceram que o escritor ia na companhia da capitã para o distrito apenas três dias por semana ou quando os rapazes realmente achassem que precisavam da sua ajuda, o que incluía qualquer caso bizarro, condições expressas do próprio escritor. 
Eles sobreviveram à primeira semana e aos poucos foram entrando no ritmo. Beckett estava impressionada com a forma como o tempo estava passando rápido. O fim do mês se aproximava e logo iria conversar com Gates sobre o seu desempenho após sua volta. Felizmente, o 12th distrito continuava muito bem. 
Chegou em casa e encontrou Castle sentado na poltrona conversando com a pequena Lily. Ela se aproximou e beijou-lhe o rosto. 
— Seu pai ficou sem criatividade e veio conversar com você, meu bebê? Melhor inspiração que esses olhinhos e essa boquinha não há - ela sentou-se no braço da poltrona. 
— Tenho que concordar, ambos são iguais ao da minha musa. Certo, Lily? 
— O que estão conversando? 
— Estávamos falando da mãe incrível que ela tem. Um certa capitã do 12th distrito. Badass. Não se preocupe, eu expliquei o que isso significa. E quanto a minha criatividade, ela vai muito bem. Trabalhei a tarde toda, mas no momento que essa princesinha acordou, tive que vir ficar um tempo com ela. Lily, será que está na hora daquele leitinho especial? - ele olhou para Beckett - o que acha, mamãe? 
— Pode me dar Lily.
— Eu vou cuidar do nosso jantar. Relaxe, capitã. Sem pressa, tome um banho. Eu aviso quando estiver pronto. 
Uma hora depois, com Lily dormindo no berço, Beckett apareceu na sala usando uma roupa simples. Calça de moletom e uma camiseta da NYPD. 
— Estou com fome. Esse jantar sai ou não sai? 
— Está pronto. Sirva vinho para nós. Eu vou tirar a massa e misturar tudo - eles sentaram para comer em cinco minutos. Castle perguntou como foi seu dia, Beckett falou dos crimes que estavam sendo investigados e da preparação que estava fazendo para a reunião com Gates na próxima semana. Então retornou a pergunta. 
— E quanto ao seu dia? 
— Foi bem produtivo. Consegui escrever uma cena que estava parada por dois dias e terminei mais dois capítulos, o que me leva ao meu proximo desafio. Preciso falar com Johanna outra vez para entender alguns detalhes dos nossos prontuários. Liguei para ela. Vamos nos encontrar para um café amanhã e ela me intimou a levar Lily. Tem algum problema? 
— Ela está de folga? 
— Não necessariamente. Ela entra às seis no plantão. Vamos nos encontrar às três. 
— É claro que pode levar Lily. Vai ser bom ela fazer um passeio e Joh pode chamegar também. 
— Ótimo! Ela me fez prometer que ia perguntar de você. Não quer confusão com a mamãe - ele riu. 
— Ela me conhece bem. Divirtam-se. 
Dois dias depois, uma sexta-feira para ser mais exata, Castle estava animado transformando todas as anotações da conversa com Johanna no novo capitulo que escrevia. Lily estava com Martha o que lhe dava liberdade para desligar e viajar em suas historias. Era por volta de duas da tarde quando finalizou o capitulo e decidiu fazer uma pausa. Tomar um café quem sabe comer um pouco de sorvete. Na cozinha, reparou a mãe cantando e dançando com a neta nos braços. Riu sozinho. Fazia tempo que ele não via sua mãe tão empolgada. Bem, Alexis já crescera há uns bons anos. Com o pote de sorvete de chocolate e uma colher, ele foi ao seu encontro para provoca-la. 
— Se fizer isso mais uma vez, vai acabar traumatizando minha filha. 
— Deixe de besteira, Richard. Ela está adorando. Eu teria colocado música de verdade, mas quando liguei a televisão não consegui acessar o que queria. Tem uma mensagem piscando toda hora - Castle pegou o controle remoto e ligando o aparelho entendeu o que a mãe falava. Era o PS4. Alguém estava jogando online e o chamava. Reconheceu o login que ele mesmo criara. Paul. Rapidamente pegou o controle e respondeu ao médico. 
Castle esperou alguns segundos antes de ver o que o médico diria. Será que queria ajuda com o jogo? Se está no videogame no meio da tarde, sinal de que Johanna estava trabalhando.  “Afim de uma partida”. Por que não, pensou Castle. Ele respondeu e começaram a jogar. Parecia ter funcionado por quinze minutos, mas a verdade era que com Paul sendo novo no videogame, era difícil explicar como deveria agir. Escreveu outra mensagem. “Isso não está funcionando como deveria”. Paul respondeu quase imediatamente “Ocupado? Quer vir até aqui jogar um pouco?”. Ele teve que rir. E Kate queria culpa-lo por Paul estar gostando do jogo. Ele precisava de uma distração, não? A escrita estava adiantada então não faria mal. Lily. Sua mãe estava em casa, podia olhar a menina. Beckett deveria voltar do distrito apenas cinco horas. Podia jogar um pouco. Respondeu a Paul com um sim. 
— Mãe! Cade você? Mãe? 
— O que foi, kiddo? 
— Eu preciso sair por umas duas horas! Será que pode tomar conta da Lily? Se não puder, vou leva-la comigo. 
— Se você não for demorar, não vejo problema. Katherine deve estar em casa por volta das cinco - foi apenas após ouvir as palavras da mãe que Castle pensou. Se de repente decidissem fazer algo ou se o jogo tomasse mais tempo. Algo lhe dizia que era melhor levar Lily. 
— Quer saber? Melhor eu leva-la. Um passeio fará bem a minha pequena. Vou arruma-la. 
— E se Katherine chegar e ela não estiver aqui? 
— Não vai acontecer - ele arrumou a menina, pegou a bolsa e o carrinho e saiu. Quinze minutos depois batia na porta de Paul. 
— Hey, Castle… você trouxe a Liily?  
— É, podia ter deixado com a minha mãe, mas pensei que se nos estendermos e… 
— Por acaso ela não precisa de Kate para se alimentar ainda? 
— Nós começamos a dar fórmula para ela em emergências. Temos duas horas para nos divertir. Beckett sai do distrito às cinco, com o trânsito deve chegar no loft depois das cinco e meia. 
— Ótimo. Joh sai às seis do plantão - Castle colocou o carrinho com a filha ao lado do sofá. 
— Então, o que vamos jogar? 
— Call of Duty - eles sentaram no sofá com os controles a postos e começaram a brincadeira. Não sentiram o tempo passar. Quando Lily choramingou, Castle pausou o jogo e foi checar a filha conversando baixinho com ela. Paul foi pegar umas cervejas e reparou no relógio do microondas na cozinha. Quinze para as cinco. Se eles quisessem jogar mais um pouco, ele não teria tempo de fazer o jantar para Johanna. De repente, ele se lembrou o que aconteceu da ultima vez. Suspirou. 
— Acho que teremos que parar, Castle. São quase cinco horas. 
— Ah, não! Agora que estávamos chegando na melhor parte! 
— É, mas se eu não parar e preparar o jantar para Joh nem quero pensar no que pode ocorrer e você não vai querer estar aqui quando isso acontecer. Lily terá que comer em algum momento. 
— Tem razão. Beckett deve estar de saída do distrito - ele olhava para a filha e depois para a tv onde o jogo estava em pausa. Abriu um sorriso - tenho uma ideia. Que tal proporcionar para as nossas garotas uma noite de queijos e vinhos? 
— Joh está esperando um jantar, Castle. 
— Algo similar pode ser arranjado. Tenho o lugar perfeito. Posso ligar e pedir para entregar. Só preciso falar com Beckett antes, contar uma mentira branca sobre o seu convite de hoje. Assim ela vem direto para cá. 
— Tem certeza que isso vai funcionar? 
— Vai, só me deixe agir - ele acionou o nome de Beckett. 
— Hey… estou saindo da delegacia. Está tudo bem? 
— Promete não ficar brava? Eu fiquei tao envolvido com a escrita que esqueci de ligar para voce. Paul nos convidou para uma noite de queijos e vinhos. Ele queria tentar uma coisa nova em vez do jantar para Johanna. Estou ligando para que voce vá direto para o apartamento deles. Eu estou saindo de casa. Lily está comigo. 
— Engraçado, essas coisas sempre partem de Joh. 
— Como disse, ele quer tentar algo novo. Ela está de plantão. Não sabe. 
— Tudo bem, vou mudar meu caminho. Até mais - Beckett desligou achando a historia muito estranha. Castle fez a segunda ligação para encomendar a refeição. Quando Beckett chegou ao apartamento, foi fácil entender o que acontecia. As crianças estavam jogando e pelo jeito a tarde toda. Resolveu não falar nada por enquanto. 
— Olá, Paul. 
— Oi, Kate. Como se sente voltando à ativa? 
— Muito bem. Joh ainda não chegou? 
— O plantão dela acaba as seis - Castle se aproximou com a filha nos braços. Beijou o rosto da esposa. 
— Olha quem chegou, Lily? Estava com saudades da mamãe? Sim, estávamos com muita saudade. Não vai me dar um beijo, amor? - Beckett sacudiu a cabeça e beijou Castle rapidamente nos lábios. 
— Seja bem-vinda, Kate. Se quiser amamentar Lily, por favor fique à vontade. Pode usar nosso quarto. 
— Obrigada, Paul. Vou fazer isso, aposto que você não deu nada para Lily comer. Estou certa, Castle? 
— Está. Mamãe deu um suco de maçã umas quatro horas, mas ela deve estar louca por um leitinho. 
— Bem, se vocês me dão licença, eu e Lily temos que colocar as fofocas em dia - Kate seguiu para o quarto. Sentada na cama, Beckett abriu a blusa liberando o seio. Ajeitando a filha nos braços, ela viu Lily abocanhar ávida em busca de leite. Sorriu - ah, Lily! Seu pai pensa que me engana. Sei que tem dedo dele por trás dessa reunião. Se você pudesse falar, me contaria tudo. Não se preocupe, bebê. Eu vou descobrir. Deve estar bem adiantado na escrita. A quem quero enganar? Ele está com a criatividade a mil ultimamente. Só que ele não tinha como saber que era o dia de folga do Paul, o que quer dizer que Paul pode ter o contatado. A armação pode ser dos dois. Interessante… - Beckett suspirou - mamãe estava com saudades - beijou a cabecinha da filha. Ao terminar, Kate deixou Lily no carrinho e foi ao banheiro. Lavou o rosto, as mãos e decidiu que estava na hora de aproveitar a noite. 
Chegando na sala, encontrou Castle jogando e Paul prestando o máximo de atenção no que seu marido fazia. Ela pigarreou para chamar a atenção dos dois. Na mesma hora, Castle deu pausa no jogo. 
— Ela está satisfeita? 
— Está quase dormindo no carrinho, mas você nem reparou que a coloquei aqui, né? - ele ia tentar justificar, porém apenas abriu e fechou a boca sem emitir um único som. Resolveu mudar de tática. 
— Quer vinho, amor? Branco ou tinto? 
— Vou começar com o branco - Castle a serviu e Paul resolveu ir para a cozinha arrumar as tábuas de queijos e frios que Castle encomendara e recebera enquanto Kate estava amamentando. Ele desembalou tendo o cuidado de não deixar qualquer pedaço da embalagem visível porque do jeito que Kate era, capaz de conhecer a empresa e não duvidava que ela estivesse desconfiada dessa ideia como um todo. Paul trouxe a bandeja com os petiscos e uma cestinha com torradas e fatias de pão italiano. Estavam degustando os vinhos sentados no sofá entrou em casa tirando o casaco e falando. 
— Moreno, que dia! Um idiota fez um estrago na ponte do Brooklin. Dez feridos, três em estado grave - ela tirava as botas - estou louca para comer e por uma taça de vinho. Não vou reclamar se quiser abusar de mim hoje e… - ela finalmente se virou percebendo que não estavam sozinhos - wow! Isso é uma surpresa. Vieram nos visitar? 
— Na verdade, Paul nos convidou - disse Castle antes que Beckett se manifestasse. 
— Você os convidou? Isso é novo! Meio inesperado, eu diria… - Kate trocou um olhar com a amiga. 
— É, eu vim direto da delegacia. Olha, se você quiser descansar e ficar com o seu “moreno” para fazer o que tem em mente, nós vamos embora. 
— Não, Kate. Tudo bem. Vai ser bom conversar sobre assuntos diferentes depois do dia agitado que tive. Eu e Paul íamos acabar discutindo os casos provenientes do acidente. O que estão comendo? - Paul rapidamente já entregara uma taça de vinho tinto para a namorada. 
— Queijos diversos e frios - disse Kate. 
— Obrigada, moreno. Mas me conte como teve essa ideia? Muito boa por sinal - ela olhou para a amiga sinalizando que um possível interrogatório ia começar. 
— Eu estava querendo fazer algo diferente hoje para o nosso jantar. Então olhei a geladeira e nada parecia interessante. Pensei em delivery ai lembrei da nossa viagem de Paris. Nice, queijos e vinhos. Como a quantidade era grande eu pensei… não, sinto muito. Eu não posso! Não foi isso que aconteceu. Eu e Castle estávamos jogando. É tudo por causa do videogame - Johanna e Kate se entreolharam. 
— Videogame, agora isso está começando a fazer sentido - Beckett cruzou os braços. A pose de detetive era clara para Castle. Ela não ia deixar barato. De fato, o fuzilou com um de seus olhares, mas foi Johanna quem fez a próxima pergunta capciosa. 
— Estão jogando desde que horas? 
— Um pouco antes das três… - respondeu Paul. 
— Interessante. Pessoas normais jogariam por duas horas. Você teria tempo de fazer o jantar, mas não foi o que aconteceu. A historia se repetiu. Estou certa, Paul? 
— Não foi como da outra vez. Demos uma pausa e falei do jantar. Castle estava preocupado com Lily que precisava comer, então… - Beckett o interrompeu. 
— Então ele o induziu a pedir delivery, inventar essa reunião para que eu viesse alimentar Lily e vocês pudessem jogar mais um pouco, despreocupados. Matando dois coelhos com uma cajadada. Muito apropriado… 
— Hey! Em minha defesa, eu estava no meu escritório escrevendo concentrado. Tinha terminado um capitulo e decidi ir à cozinha pegar sorvete, fazer uma pausa. Minha mãe reclamou que não conseguia acessar a tv. Foi quando vi a mensagem de Paul no PS4. Eu respondi, joguei um pouco online e ele me chamou para vir aqui. Queria umas dicas. 
— E você prontamente pegou sua filha e correu porque não pode dispensar o videogame, não Castle? 
— Por que eu sinto como se estivesse em uma das salas de interrogatório do 12th? De repente, isso virou um interrogatório. Será que preciso chamar meu advogado, capitã Beckett? - ele ironizou. Nesse instante, Paul interviu. 
— Olha, Kate. É tudo minha culpa. Castle está dizendo a verdade. Fui eu quem o contatou e convidou-o para vir aqui. Se não há jantar, não foi por causa dele. Eu achei que seria mais fácil se pedíssemos alguma coisa porque teria mais tempo para observa-lo jogando, tirar umas dúvidas. Ele é inocente nessa historia e Joh? Eu prometi que não mentiria mais para você sobre esse assunto ou qualquer outro. 
Beckett olhou para o marido que estava com a cara agoniada típica de quando ele aprontava, depois fitou Paul. Seus instintos de policial não a enganavam, ela sabia pelo semblante dele que estava dizendo a verdade. Por ultimo, ela olhou para a amiga e comentou. 
— Quem diria! Achei que não ia viver para ver essa cena, Joh. Paul está defendendo Castle? Eu escutei direito? 
— É, parece que sim. 
— Acho que nós perdemos o momento em que eles se tornaram melhores amigos, encobrindo um ao outro. Estou realmente impressionada. Será que esse bromance vai superar nossa amizade? 
— Kate Beckett! Você está nos zoando? Tirando uma com a nossa cara! Paul falou a verdade aqui, abriu o seu coração - Beckett gargalhou e fez um high five com Johanna - que coisa feia, uma capitã da NYPD com essa atitude… você foi maldosa, Beckett. Realmente má. 
— Deixa de drama, Castle! Vai buscar mais vinho… não melhor eu vou. 
— Olha só, Paul. Viu como elas nos tratam? - Johanna ria. Olhando para Beckett, perguntou. 
— Posso? 
— Vá em frente. 
— Cala a boca, Castle - elas riam. Johanna foi até o namorado e deu um beijo nos lábios - tudo bem, moreno. Obrigada por dizer a verdade. Kate, me espere. Eu também quero mais vinho - elas seguiram para a cozinha. Sozinhas continuaram a conversar - você acredita nesses dois? Não esperava mesmo ver Paul defendendo Castle. 
— Isso é um bom sinal. A cara do Castle foi impagável. 
— Parabéns pelo interrogatório. Foi bem divertido. 
— É, foi mesmo. Eu sinto falta disso. Especialmente com ele, como parceiro. O lance de ser vitima é um bom role play para provoca-lo. 
— Agora eu preciso é comer. O que você está fazendo? - ela viu a amiga zanzar pela cozinha. Beckett achou mais duas garrafas de vinho e abriu a geladeira para se certificar de que não havia alguma aberta e deparou-se com um dos pratos de queijo de uma rotisserie que ela estava mais do que familiarizada. Uma de suas preferidas. Castle sempre encomendava coisas de lá. 
— Eu sabia. Nada de Nice… 
— O que foi? 
— Só mais uma prova do crime desses dois. A ideia de queijos e vinhos. Foi Castle. Nós usamos muito essa rotisserie. Joh, será que criamos um monstro? 
— É bom ver os dois se entendendo. Eu gosto. 
— Eu também, mas não vou perder a chance de zoar só mais um pouquinho. Vai me acompanhar? 
— Claro! - elas voltaram para sala com mais duas garrafas de vinho e sentaram-se ao lado de seus respectivos pares. Bebericavam o vinho e Johanna se esbaldava comendo os diferentes queijos. Beckett achou o momento apropriado para colocar os dois na fogueira outra vez. 
— Nossa, a qualidade desses queijos é incrível. Onde você os comprou, Paul? - viu o rosto do médico enrubescer na hora. Droga! Por que ele não prestara atenção no nome do lugar? 
— Er… e-eu acho que se chama… é… - ele tentou olhar para Castle, mas Beckett o interrompeu. 
— Você não sabe porque foi Castle quem pediu o delivery. Você ao menos sugeriu? O lance de Nice? Ou a ideia… 
— Foi Castle. Tem razão. 
— Você podia ter decorado o nome da rotisserie, não Paul? - elas riram. 
— Castle, eu conheço você muito bem. Eu já sabia que a ideia tinha sido sua porque quando me ligou eu já estava na metade do caminho. Qualquer outra comida com o transito na hora do rush chegaria bem depois de Johanna. Tinha que ser algo prático e a rotisserie fica a dois quarteirões daqui. É, bastou eu ir na cozinha. 
— Às vezes esqueço que casei com a melhor investigadora da NYPD… - Castle resmungou - foi mal, Paul. 
— Ah, Joh! Olha para eles. O que não fazem por um videogame - ela beijou o rosto de Castle - e você não devia esquecer que sou a melhor - beijou os lábios dele - Nossos maridos são duas crianças grandes. 
— Hey! Eu não sou casada… - disse Johanna na defensiva. 
— Potato… po-ta-to… - Beckett respondeu a ela, provocando. Castle entrou na brincadeira. 
— É, só porque você insiste no papel de namorada. Já tem o pretendente, o anel, o apartamento… - foi a vez de Paul ficar vermelho, mas encarou a namorada. 
— Não me olha assim, Paul. Eu não fiz nada de errado e… 
— Você quer continuar a conversa, Johanna? Tem certeza? - Castle instigou mais um pouco. 
— E-eu, vocês… é complicado. E, quer parar de me olhar assim? - Paul não aguentou e riu. 
— Você fica linda nervosa - Beckett tentava segurar o riso, mas não conseguiu. Mesmo assim, socorreu a amiga. 
— Vamos mudar de assunto, para o bem de Johanna. Ela já teve um dia muito agitado hoje. 
— Obrigada, Kate - Paul aproveitou o momento para beijar a namorada. Eles continuaram a conversa em um rumo completamente diferente. Beckett comentou sobre a volta ao trabalho e da boa descoberta que fizera sobre seu substituto. Ele era tão bom que ela estava pensando que fazer uma viagem de férias ou dar uma escapada seria bem mais fácil agora com Ryan para cobri-la no distrito. 
— Quem sabe não vamos a Paris? 
— Essa não é uma má ideia. Viagem de casais - disse Castle - podemos pensar no futuro. Vocês pretendem passar o natal com Audrey? Em Paris? 
— Ainda não sabemos. Sequer pensamos sobre isso. Eu não teria nenhum problema em ir. Você, moreno? 
— Não, a ideia me agrada. Eu geralmente trabalho no natal. Seria uma primeira vez, não trabalhar nessa época. 
— Eu espero que Alexis possa vir para Nova York. Quero celebrar um natal em familia. É o primeiro de Lily. E se não tiverem planos estão antecipadamente convidados para o natal dos Castles. 
— Preparem-se, é intenso. Eu aprendi a apreciar a data depois que ficamos juntos. E sobre Alexis? Eu acho que ela virá, babe. Chame de instinto - eles conversaram mais um pouco e se despediram agradecendo pela noite prazerosa. Castle aproveitou que estava na frente das duas e comentou que esperava o próximo convite de Paul para jogarem - desde que seja na folga do Paul e que você não o impeça de fazer o jantar para Joh - ela piscou para a amiga. 
Chegando em casa, Lily chorou querendo comer. Beckett a levou para o quarto e a alimentou. Ao terminar, seguiu para o banheiro e depois de um banho quente, ela se enrolou debaixo das cobertas, enrolando-se no corpo do marido. Estava quase cochilando quando ele perguntou. 
— Beckett, voce não está com raiva pelo que aconteceu hoje. Está? O lance do jogo e eu sei… - ela colocou o indicador nos lábios dele. Apoiando seu queixo no peito dele, sorriu e respondeu. 
— Claro que não, babe. Está tudo bem. Por que acha que eu estou com raiva? 
— Sei lá, você pegou pesado naquele interrogatório e não pareceu muito contente quando Paul me defendeu - ela riu. 
— Que bobagem, Castle. Na verdade, eu cheguei a comentar com Johanna. Eu gostei de interroga-lo. Eu me lembrei como nós éramos, trabalhando juntos há anos atrás, implicando e provocando. Eu sinto falta disso. 
— Eu também. Adorava ver você revirando os olhos e morrendo de ciúmes sem dar o braço a torcer - ela beliscou a barriga dele - ouch! Disso eu não sinto muita falta, a violência. 
— Faz parte do pacote, bobo. Ou deveria dizer, escritor charmoso e bonitão? 
— Alguém sempre prestou atenção nas supostas bobagens que eu falava… apesar de que o que você falou são duas verdades. Eu sou muito charmoso e bonitão… foi o que fez voce se apaixonar por mim.
— Convencido! - mas sorveu os lábios do marido com vontade. Ele a colocou contra o colchão e deixou as mãos vagarem pelo seu corpo - eu devia puni-lo pelo lance do videogame… sem sexo - ele roçou o lábios sobre um de seus mamilos instigando mesmo com o tecido da blusa que ela vestia - awww Cas, droga… a carne é fraca - disse empurrando a cabeça do marido em direção ao centro das pernas. O sono seria adiado por alguns bons minutos. 

XXXXXX

Às vésperas da sua reunião com Gates, Beckett estava bastante ocupada com a leitura dos relatórios dos últimos casos e seus resultados. Ela precisava revisa-los para incluir no número desse mês, não que estivesse precisando aumentar o percentual do distrito nesse mês, porém era interessante mostrar algo mais para a capitã. 
Ela estava com os olhos ardendo. Esticou a mão para pegar sua caneca em busca de café, porém ao leva-la aos lábios percebeu que não tinha nenhum liquido ali. Deixando a caneca de lado, ela esfregou os olhos e checou as horas no computador. 
— Duas da tarde? Onde o tempo foi? - ela esqueceu totalmente de parar para almoçar o que significava que sua filha estava com fome. Não sabia se Castle teria feito uma mamadeira de fórmula. Teria que ligar para checar e manda-lo fazer isso. Infelizmente, ela precisava aceitar o fato de que cada vez mais ela teria que diminuir a freqüência de amamentação de Lily. Pelo menos ela estava começando a comer coisas diferentes. Charlotte introduziu frutas, verduras e diferentes sucos. Pegou o celular, mas mal desbloqueara quando o marido apareceu na sua frente carregando a filha no canguru e um saco em uma das mãos. 
— Olá, capitã. 
— Castle, o que faz aqui? 
— Bem, eu sei que você estaria muito ocupada trabalhando nos seus papéis maçantes e provavelmente perderia a noção do tempo, não almoçaria ou estaria praticamente morrendo de tédio. Então, eu e Lily tivemos uma conversa e decidimos vir visita-la. Assim, minha Lily pode se alimentar com um leitinho e damos tempo para a mamãe relaxar um pouco curtindo a filhota. Como bonus, eu trouxe seu almoço. Não se preocupe, salada e salmão. Bem natureba, do jeito que você gosta. 
— Ah, babe… - ela se levantou pegando a filha do canguru. Inclinou-se para beija-lo nos lábios - obrigada. Eu vou gostar de um tempinho com a minha princesa. Foi só por isso que você veio? 
— Precisa de outro motivo? - ela acariciou a gola da camisa dele. 
— Por que eu o conheço muito bem? O que foi, Castle? 
— Eu apenas precisava de uma pausa. Descansar minha cabeça. 
— Castle, você está começando a ter problemas para escrever? Bloqueio, talvez? 
— Você me conhece até demais. Não é bloqueio. Eu estou muito focado nos meus livros. Escrevo nem sem quantas palavras ao dia sobre Loksat e termos médicos. Eu só preciso de uma distração - ao vê-la erguer a sobrancelha, ele se rendeu - tudo bem, eu preciso de um homicídio. Um caso interessante para investigar. Irá clarear minha mente, ver sangue, interrogar suspeitos, visitar cenas de crime… isso ajuda na escrita. Claro que preferiria investigar algo com você, mas sei que está ocupada e não faz isso com tanta freqüência nesses dias… será que posso? Voce tem algum caso para mim? 
— Temos alguns em andamento. Terá que falar com Ryan, mas se você vai investigar com os rapazes, como fica Lily? Você sabe que não posso ficar com ela na minha sala, tenho muito a fazer e… 
— Relaxe, Beckett. Uma coisa por vez. Primeiro, foque em curtir sua filha e alimenta-la enquanto eu falo com Ryan. Prometo que se tiver um caso que me interesse, eu pego a Lily e levo-a para casa. Minha mãe pode ficar com ela. Eu volto e investigo com os rapazes e por favor, não se esqueça de se alimentar também. Eu vou deixa-la à sós com Lily. Não precisa presa, capitã. Aproveite a companhia de sua filha - ele fechou a porta atrás de si. Rindo, ela fez carinho na filha. 
— Esse seu pai não existe, Lily. Quer apostar que ele vai voltar nessa sala dizendo que Ryan precisa urgentemente da ajuda dele? É, será exatamente o que ele fará - Beckett não estava errada, vinte minutos depois ele adentra sua sala dizendo o quanto Ryan precisava dele naquele momento. 

— Despeça-se da sua filha, pois ela vai para casa. Daddy tem que trabalhar com o tio Kevin para pegar bandidos - Sorrindo, ela cheirou a cabecinha da menina, beijou-a se despediu da filha sussurrando “viu, o que eu disse, Lily?” e deixou o marido ir finalmente provando o salmão que ele trouxera. 


Continua...

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.127



Nota da Autora: Esse capitulo tem um pouco de tudo, SN, Giff, trabalho e momentos domésticos com Katherine... além de uma surpresa... enfim, divirtam-se e mais uma vez, desculpe a demora em postar são muitas atividades paralelas. 



Cap.127 


Nathan chegou em casa por volta das sete horas. Encontrou Stana na cozinha dando o jantar da pequena. Assim que o viu, Katherine bateu palmas falando. 
— Dada…dada… tata bom… 
— Oi, minha princesa. Está jantando? E pelo que entendi está gostoso. 
— É, sua filha ama batata. Devem ser os genes canadenses - ele se aproximou de Katherine dando um beijo em seu rosto e fez o mesmo com a esposa. Deixou uma sacola sobre o balcão antes de se dirigir a geladeira procurando uma garrafa de vinho - você demorou. A reunião foi longa? 
— Nem tanto. Saímos da agência depois das cinco, porém eu peguei um transito e também desviei caminho para comprar o nosso jantar. Espera, devia ter ligado antes. Você não cozinhou, certo? 
— E Kate deixa? Passei o dia brincando com minha princesa. Fomos para a piscina, brincamos com jogos. Contamos, cantamos. Foi divertido, não filhota? - ela sorria para a mãe mostrando os dentes logo voltando sua atenção para o prato de comida - agora ela aprendeu a sorrir assim. 
— Seu dia foi melhor que o meu. 
— Você ainda não me disse como foi a reunião… - Nathan suspirou, ela notou que algo acontecera - o que foi? 
— Podemos não falar sobre isso agora. Quero jantar tranquilo, tomar um vinho na companhia da minha esposa. Depois eu conto. Nada de trabalho nesse instante. 
— Tudo bem, se quer tanto a minha companhia, por que você não me conta o que trouxe para jantar, termina de alimentar a Kate e a coloca para dormir? Enquanto isso, eu vou tomar um banho para poder proporcionar a boa companhia que voce anseia. 
— Olha o golpe, Staninha. Você quer me botar para trabalhar… - ele riu - será um prazer. E à propósito, trouxe vitela a parmegiana. Tiramisu de sobremesa. 
— Hum… tenho que ser rápida nesse banho. Minha fome acabou de triplicar. Só mais uma coisa… - ela se aproximou dele segurando a gola da camisa e tascou um beijo demorado no marido. Ao ver a cena, Katherine tornou a bater palma - esse é o jeito que deve cumprimentar sua esposa quando chega do trabalho. Espero que tenha aprendido a lição - rindo, ela subiu as escadas deixando Nathan com a menina. Ela já ouvia a voz dele fazendo brincadeiras com a pequena. 
Uma hora depois, Stana esperava o marido terminar de fazer Katherine dormir a fim de esquentar o jantar. Serviu-se de vinho tinto e colocou uma taça para Nathan sobre a mesa. Lembrando que era um jantar italiano, ela resolveu cortar várias rodelas de pão e preparar em pequenos pratos a mistura de azeite extra virgem e balsâmico para que eles saboreassem durante o jantar. 
Quando Nathan apareceu na sala, Stana estava sentada em um dos bancos próximo ao balcão segurando a taça de vinho e checando o celular. Reparou que ela usava apenas um vestido simples de alcinha e uma sandália rasteira. Os cabelos soltos nos ombros. 
— Hum… que bela visão. Tudo isso para mim, Staninha? 
— Não sei, ela dormiu? 
— Como um anjinho - ele se aproximou dela, acariciou as coxas ficando no meio delas, sorveu seus lábios com vontade em um beijo apaixonado - o que você acha? Melhorou? 
— Bem melhor. Vou esquentar o jantar. Já coloquei no forno, quinze minutos e comemos. Tem uma taça com vinho para você na mesa - ela apoiou a sua no balcão levantando-se para ligar o forno. Nathan bebeu um pouco do vinho e roubou uma rodela de pão molhando-o na mistura com azeite e levando à boca. 
— Sua irmã deu noticias? Aqueles dois andam muito calados ultimamente. 
— Ela deve estar ocupada com o projeto de Ryan. Você sabe se ele já voltou de Vancouver? 
— Deveria ser nesse fim de semana. 
— Isso explica o sumiço. 
— Mais uma semana e o mês acaba. Já começou a pensar no aniversário de Katherine? 
— Não. E não será uma super festa, Nate. Ela é muito nova para entender tudo isso. Será só um bolinho, uns docinhos e o jantar para nós. Só para não passar em branco. A menos que queira comemorar seu aniversário. 
— Nah, prefiro deixar para o próximo ano quando puder dar uma festa do arromba ao lado da minha esposa - Stana sorriu. O timer do forno soou alertando que o processo estava finalizado. Ela retirou a travessa onde colocara as vitelas e levou-as para a mesa. Nathan encheu outra vez o copo dela. 
— O cheiro está convidativo. O que estamos esperando? Manjare! - eles saborearam o jantar calmamente, beberam toda a garrafa de vinho, namoraram e ao terminarem, Nathan pegou as taças vazias e levou-as para a pia. Pegando a sobremesa, eles seguiram para a sala. Ele serviu uma dose de licor para ambos, escolheu Bailey’s. Sentaram-se no sofá. 
Stana devorava a torta com vontade. Tinha comido a metade quando percebeu que ele servira para os dois. Rindo, ela encheu a colher e ofereceu a ele. Assim que Nathan provou o doce, ela viu um restinho de chocolate no canto da boca do marido e não esperou. Lambeu o resto do doce e beijou-o. 
— Esse tiramisu acaba de ficar melhor… - eles esqueceram a sobremesa por alguns minutos concentrando-se em beijos e caricias como dois adolescentes no auge da puberdade. Sem fôlego, ele se afastou e acabou virando o licor de uma vez - quer me matar, mulher? 
— Só se for de prazer… - a mão foi direto para o meio da calça dele - acho que já perdemos tempo demais nesse jantar, não? Precisamos queimar as calorias… - bastou o gemido do marido para ela saber que ele concordava com a ideia. Subiram as escadas correndo e pelas próximas duas horas, eles se exercitaram da melhor maneira possível. 
Esparramada na cama, Stana tinha a cabeça no estômago de Nathan. As mãos entrelaçadas. Podia ouvir a respiração dele começando a voltar ao normal. Virou-se de lado para fita-lo. Largou a mão dele e acariciou o braço dele, o rosto. Nathan sorriu. Ela apoiou o queixo no peito dele. 
— Hey… - beijou o peito e mexeu-se para se aconchegar no travesseiro ao lado dele. Nathan ficou de lado também, os rostos quase colados. Nariz contra nariz - vai me contar o motivo da sua reunião na agência? Eu sei que isso o chateou de alguma forma, babe. Ou o preocupou - ele suspirou, roçou seus lábios nos dela. 
— Você percebeu tudo isso? 
— Eu conheço você, o que foi? 
— Eu não sabia o que esperar. Nem Michelle tinha ideia do que eles estavam aprontando. A verdade é que tudo parecia um grande mistério ou eles pensavam. Queriam me oferecer um papel em uma série para a Fall season do ano que vem. Querem que eu faça o piloto. 
— Eu deveria vibrar e dizer que é uma ótima noticia, mas sei que ainda não é o momento. 
— É, foi ai que o mistério apareceu. Perguntei o contexto da série, se já tinha um script e quem era o canal e os criadores. Disseram que estava em estágio embrionário que ainda era segredo para as emissoras que haviam duas grandes interessadas. Eu pressionei dizendo que não ia concordar em participar de algo que nem sabia o que seria, precisava de detalhes. 
— Isso é o mínimo. Como um ator pode pensar em fazer teste sem saber que tipo de papel o espera? 
— Basicamente o meu ponto. Na realidade, eles estavam enrolando para não revelar quem estava por trás do projeto. Como ameacei não participar, eles disseram quem é o produtor. É o Alex, Stana. O que significa… 
— Que a emissora que está por trás deve ser a ABC… - ele viu o semblante da esposa mudar. 
— Eu fiquei muito chateado. Depois de tudo o que passamos? Disse que se o Alex quisesse me fazer uma proposta de trabalho que deveria fazer da forma correta, não quero saber de joguinhos. Acredito que tenha dado o recado. Desculpa, amor… e-eu sinceramente não queria, nem sabia que havia qualquer possibilidade de eu trabalhar e… - ela colocou o indicador nos lábios dele. 
— Hey, quer parar? Não é sua culpa. E se for um bom trabalho, por que não? Você renovou com eles. Não pode se privar de oportunidades por minha causa, babe. 
— Você não vê, Stana? Isso apenas comprova que tudo estava sendo orquestrado para tira-la do caminho. Primeiro as mudanças na série, a sua demissão, aquela historia ridícula de continuar Castle e agora isso? Alex estava envolvido desde o inicio. Eu sou capaz de apostar que essa nova serie é policial.    
— E se for? Nate, tudo bem. Eu segui em frente. Absentia está sendo bem divulgada, temos casa na maioria das cidades da Europa, America latina e Canadá. Pare de se preocupar ou sofrer por isso. E não o faça por mim, pensando em me proteger. Além do mais, eu fiquei com o melhor de Castle, os momentos, as amizades e principalmente você. 
— Wow! Nós realmente invertemos os papeis aqui? Quem costumava dizer para não se preocupar era eu… 
— O que posso dizer? Faz parte do casamento. Um estará sempre pronto para apoiar o outro. Na alegria e na tristeza. Always… - ela sorveu os lábios dele com carinho. Sorrindo, ele a abraçou cheirando seu cabelo profundamente fechou os olhos e adormeceu quase em seguida. 

XXXXXXX 

Uma semana depois, Gigi chega ao endereço em Malibu para a sua primeira reunião com Ryan após o começo da reforma. Estava um pouco nervosa. Na semana anterior, ela terminara a sala de jogos e adiantara o máximo da sala de estar e área externa. Esperava sinceramente convencer o cliente de que o trabalho estava em dias e claro, agrada-lo. Ela teve sorte que a esposa do ator acabou optando por ficar mais uns dias em Vancouver na companhia do marido, o que possibilitou Gigi de avançar no cronograma. O único cômodo que ela não tocara era o quarto do casal. A única providência que tomara fora pedir os modulados de acordo com a indicação deles na ultima conversa e o memorial descritivo que criara. Estava ansiosa para ouvir as impressões deles. 
Ao chegar no local, falou primeiramente com a equipe que trabalhava na área externa. Deu algumas instruções e entrou para encontrar o casal já esperando por ela. Ao vê-la, Ryan sorriu e veio cumprimenta-la. 
— Olha se não é a experiente Gigi. Quantos dias se passaram desde que eu a contratei? Essa casa está muito mudada! 
— Mais de um mês, Sr. Reynolds. Estou apenas seguindo o cronograma. Olá, Sra. Reynolds. 
— Blake, por favor. Ryan tem razão, a casa está com outro aspecto. 
— Vocês já tiveram a oportunidade de olhar os cômodos. 
— Somente a sala de estar porque não tem como. Queremos que você faça esse tour conosco explicando o que fez e quais os próximos passos. Eu lembro de você ter dito que deixaria a área externa por último e já estão trabalhando nela. 
— Na verdade, estávamos dependendo do clima e como a chuva deu uma trégua em Los Angeles, achei interessante adiantar um pouco se o tempo contribui conosco. Lixamos, quebramos onde pudemos para fazer as instalações elétricas necessárias para a nova cozinha e as luminárias e começamos a fazer a aplicação das texturas nas paredes. Podemos ir até a sala de jogos? 
— Por favor! Estou curioso - ela guiou os clientes até o cômodo. Enquanto explicara exatamente o que fizera, Gigi podia ver a cara de satisfação de Ryan ao avaliar cada detalhe. Ela tivera um cuidado redobrado com esse ambiente porque sabia ser o mais importante para o ator. De certa forma, ela se inspirou no cunhado e no marido para criar a melhor atmosfera possível e aparentemente acertara. 
— Nossa! Quando eu vi a planta e a sugestão que você montou dessa sala eu tinha uma ideia de como ia ficar, mas confesso que foi além das minhas expectativas. É muito melhor na realidade. 
— Obrigada, Ryan. Ainda não terminamos. Estou no aguardo dos nichos para os jogos e as poltronas, o minibar. Segundo meus fornecedores tudo deve estar aqui entre a primeira e segunda semana de março. A sala de estar vai ser um pouco mais demorada. Estimo inicio de abril para estar completa. A área externa, fim de abril incluindo a cozinha e a área da churrasqueira com a ajuda do clima, obviamente. O que preciso mesmo discutir com vocês é o quarto do casal. Eu não fiz nada fisicamente, apenas contatei o fornecedor dos modulados e encomendei o que vocês já tinham aprovado anteriormente. A verdade é que preciso discutir alguns detalhes sobre cores, papel de parede, luminárias… Blake, gostaria de leva-la à duas lojas muito bacanas da cidade para que você escolha a iluminação que deseja. O mesmo para o banheiro. 
— Eu vou adorar. 
— Na verdade, eu preciso saber se podemos retirar tudo o que compõe o quarto, onde colocar para então começarmos a trabalhar. Será que podemos descer e discutir um pouco mais a fundo? 
— É para isso que estamos aqui - sentados no sofá da sala, Gigi, Ryan e a esposa trocaram ideias, revisitaram o cronograma e alguns detalhes levantados nas primeiras discussões. A conversa se estendeu por pelo menos duas horas sendo bastante proveitosa para a designer definir seus próximos passos. 
— Então, com base em tudo que discutimos, quando você acha que podemos começar a reforma do quarto? - perguntou Blake. 
— Basta vocês retirarem suas coisas e no dia seguinte eu boto fogo na equipe. Sério, se você disser amanhã retiro tudo, no dia seguinte nós partimos para a ação. 
— Ótimo! Eu ligo para você assim que tivermos deixado o caminho livre. 
— Certo, e por favor, cheque sua agenda para as nossas visitas às lojas. 
— Pode deixar. 
— Eu vou dar mais uma palavrinhas com os rapazes e devo aparecer daqui a dois dias para checar como está o andamento. Foi um prazer revê-los. 
— Igualmente, Gigi. 
Ela deixou a casa de Ryan Reynolds animada. Era bom ver seus clientes felizes e satisfeitos com o andamento das coisas. Gary e Phillip ficariam muito empolgados com essa resposta. Suspirou. Tudo parecia estar caminhando para melhor. E pensar que ela chegou a cogitar que nem trabalhando estaria. Animada com o resultado do dia, ela decidiu passar no escritório para falar com alguns fornecedores e comprar algo especial para impressionar seu marido. 
Após umas duas horas dedicadas ao projeto de Ryan no escritório, Gigi deu algumas orientações para os seus colegas em outra conta que estava administrando, respondeu alguns emails e por volta das cinco da tarde, ela deixou o local passando em uma delicatessen que havia perto da sua casa.   
Encontrou dona Cookie na cozinha preparando o jantar. Bob conversava e ajudava a esposa. Ela deu um beijo estalado em cada um deixando uma sacola de papel sobre o balcão. 
— Tudo bem com vocês, sogrinhos lindos? 
— Quanta animação, minha filha. 
— E nem é sexta-feira - disse Bob - conta para a gente o que está rolando. 
— Ah, está tudo dando certo, sogrinho. Meu cliente está animado com a reforma, as coisas na firma vão de vento em polpa. Só tenho motivos para comemorar. Jeff ligou para a senhora dizendo que horas vai chegar? 
— Não, imagino que no máximo em uma hora deve estar em casa. Estou adiantando o jantar. Por que, Gigi? 
— Quero fazer uma surpresa para o meu gostoso. Vou fazer o bolo de chocolate que ele tanto ama - a sogra riu vendo a nora tirar uma champagne da sacola levando-a para o refrigerador. 
— Ela está animada mesmo, meu velho. 
— É, acho que vamos precisar de fones de ouvido para dormir hoje, Cookie. 
— Oh, sogrinho! - Gigi riu - até que não é uma má ideia, viu? - eles gargalharam - vai me ajudar com as medidas do bolo, hum minha sogra linda? - ela encheu dona Cookie de beijos. 
— Eu vou… eu vou… quer parar, menina! Não temos muito tempo, Jeff pode chegar antes e se a vir na cozinha acaba com a surpresa. 
— Tudo bem, vou botar uma roupa de guerra porque vai começar a sujeira. Já volto! - ela subiu as escadas como um furacão. 
— Gigi não tem jeito mesmo. Você acha que os filhos deles podem ser tão doidinhos quanto a mãe, Cookie? 
— Filhos? Você está usando o plural? 
— Ah, minha velha, quando essa menina tiver o primeiro vai tomar gosto. Pode anotar - eles riram. Cinco minutos depois, ela estava de volta colocando literalmente a mão na massa com a ajuda da sogra. 
Passava das sete quando Jeff chegou em casa. Da porta já foi comentando. 
— Que cheiro bom é esse? - o bolo já estava no forno e a calda pronta. Dona Cookie dava os últimos toques no jantar. Gigi havia subido para tomar um banho para esperar o marido para jantar. 
— Eu estou finalizando o jantar. Deve ficar pronto em vinte minutos. Tempo suficiente para você tomar um banho, filho. Sua esposa já chegou faz algum tempo. Está no quarto - ele beijou a mãe querendo bisbilhotar o que ela fazia - você não ouviu o que disse, Jeff? 
— Ouvi. Quero saber o que é o jantar. 
— Quer largar minhas panelas? 
— Estou sentindo um cheiro de doce. Fez sobremesa, mãe? 
— Jeff, deixa de ser curioso. Vai procurar sua esposa. Quando estiver pronto, eu chamo vocês - dona Cookie praticamente expulsou o filho da cozinha. Por sorte, ela escondera a calda do bolo dentro do microondas para que ele não visse ou desconfiasse. Jeff acabou subindo as escadas à procura de Gigi como a mãe mandara. Ao chegar no quarto, ele ouviu o chuveiro ser desligado. Tirou a camisa, as meias e a calça. Pegou o roupão atrás da porta e caminhou até o banheiro. Gigi estava na frente do espelho enrolada na toalha, o corpo ainda molhado. Ela secava os cabelos. Ao vê-lo pelo reflexo do espelho, abriu um sorriso. 
— Oi, meu gostoso…- ele beijou o pescoço molhado dela. 
— Hey, Gi… está cheirosa. Chegou cedo hoje? 
— Cheguei, mas meu dia foi bem produtivo - ela deixou o secador sobre a bancada da pia, virou-se para fita-lo, as mãos brincavam com a gola do roupão que ele usava - você vai tomar banho agora? 
— Era o que tinha em mente, uma pena que você já acabou. Eu bem que precisava de alguém para esfregar minhas costas… 
— Hum… vai ter que guardar esse pedido para outra ocasião. Não fique decepcionado, hoje você está com sorte. Mais tarde eu pretendo fazer um agrado especial para o meu maridinho - ela beijou-lhe rapidamente nos lábios, deixou os lábios deslizarem pelo rosto dele - você está com a barba crescendo… arranha… 
— Isso é ruim? Estava pensando em deixar crescer, mudar o visual um pouco. Não aprova? 
— Podemos testar, se não gostar de ser arranhada, eu mesma resolvo o problema - dando uma tapinha no bumbum dele, ela voltou a pegar o secador e continuou o que fazia. Rindo, Jeff despiu-se e entrou no chuveiro. O olhar comprido de Gigi através do espelho não passou despercebido - o que foi, Gi? Perdeu alguma coisa? 
— Não, estava apenas admirando o meu material. Continua muito bom. E funciona melhor ainda - ele gargalhou. 
Desceram de mãos dadas para jantar. Dona Cookie e Bob estavam sentados na mesa. O sogro bebia uma cerveja. 
— Finalmente! Pensei que iam desistir da comida - alfinetou Bob. 
— Depois de todo o trabalho da sogrinha? De jeito nenhum! A culpa é do seu filho que leva um século tomando banho - os pais de Jeff olharam para o filho e se entreolharam rindo. 
— Se esse é o problema… venham, o jantar está servido. Carne assada, pure de inhame e uma salada porque precisamos comer coisas saudáveis. 
— A senhora está andando muito com a Stana, sogrinha. Está cheirando… - eles sentaram-se à mesa. Serviram-se de comida e conversaram animadamente. Gigi acabou contando sobre sua reunião com Ryan e a reação positiva que teve do casal. Jeff beijou-a e apenas pelo jeito que falava dava para ver o quanto estava orgulhoso da esposa. Ao terminarem o jantar, Gigi discretamente perguntou da sogra onde estava o bolo. Cookie se apressou para ajudar a nora. Jeff estava distraído conversando com o pai quando as duas chegaram com os pratos para a sobremesa e Gigi carregava a travessa com o bolo de chocolate. 
— Hoje a sobremesa é por minha conta. Fiz especialmente para você, amor. Seu bolo preferido com a calda do Jeff gostoso - ela sorria. 
— Você cozinhou? Fez um bolo para mim, Gi? 
— Achei que merecíamos depois de um dia tão bom. Posso servi-lo? 
— Claro que sim… - ele olhava apaixonado para a esposa. Sempre que ela fazia isso, Jeff sentia o coração esquentar. Era a maneira de Gigi expressar o quanto ele era importante. Ela cortou uma fatia generosa do bolo e caprichou na quantidade de calda afogando o pedaço. Jeff provou o primeiro pedaço e suspirou - ah, Gi… eu estava com saudades desse seu bolo… está divino como sempre - ele a puxou pela cintura e tascou um beijo com gosto de chocolate nos lábios dela. Safada, ela pegou a sua colher e melecou os lábios de calda apenas para beija-lo outra vez. 
— Ficou muito bom mesmo… melhor ainda assim - eles riram e voltaram sua atenção à sobremesa. Ao terminarem, dona Cookie guardou o que sobrou do assado na geladeira e deixou os pratos sujos na lava-louça. Não ia estender seu tempo na cozinha porque sabia que o casal queria sua privacidade. 
— Vamos deitar, meu velho? Boa noite, meus queridos. 
— Boa noite, mãe. Pai. 
— Boa noite, sogrinho. Não esquece o fone - ela piscou para ele que subiu as escadas de braços dados com Cookie rindo. Assim que eles ficaram longe das vistas de Gigi, ela se dirigiu ao refrigerador tirando a garrafa de champagne do gelo - acho que podemos levar a festa para o andar de cima, gostoso. Sugiro servir mais um pedaço de bolo e muita calda, pode vir a calhar no que estou planejando… 
— Não precisa falar duas vezes… - eles subiram as escadas e trancados no quarto, fizeram a temperatura subir. 

Inicio de março

Nathan estava na sala de video estudando suas próximas cenas de dublagem para o dia seguinte. Stana cuidava do almoço ao mesmo tempo que mantinha os olhos atentos em Katherine que brincava no tapetinho fazendo vários sons diferentes. Não era uma tarefa fácil porque a menina muitas vezes escapava de suas vistas. Sempre que isso acontecia, Stana sentia o coração pular algumas batidas até que visualizasse a sua filha novamente. Stana também notou um padrão. Todas as vezes que fora busca-la, Katherine estava de pé agarrada à mesinha de centro. Ela tirou tudo o que poderia ser quebrado com pavor de que a menina se machucasse. Eram nesses momentos que ela admirava a sogra. Dona Cookie parecia saber organizar tudo sem grandes problemas. Experiência, pensou. Afinal, ela criara dois filhos praticamente sozinha. 
Voltou sua atenção para as verduras que cortava. De repente, como uma bala, Katherine engatinhou até a porta de vidro que dava acesso à área externa da piscina. Ela abria por sensor e a menina prontamente escapou para o quintal. Ao vê-la do lado de fora, Stana deixou a faca escapar cortando seu indicador. O sangue jorrou misturando-se às verduras, mas ela não se importou. Saiu correndo para pegar a filha. 
— Katie! Quer matar a mamãe do coração? - ela sussurrou ao pegar a filha no colo - meu amor, você é rápida - beijou o rosto da pequena. Ela pressionava o corte com o polegar tentando estancar o sangue - é isso! Vou colocar seu daddy para trabalhar ou o almoço não sai. Terei que cortar todos os temperos de novo! - Stana chegou na sala batendo à porta. 
— Nate? - ele estava sentado no sofá concentrado segurando os papeis, uma das mãos coçava a testa. Ele não a ouviu à primeira vez - Nate? 
— Oh! Oi, amor… o que foi? - então ele viu o sangue - o que aconteceu com seu dedo? 
— É só um corte. Sua filha está impossível hoje. Não para quieta. Acredita que ela estava no quintal? 
— Como? Eu desativei a porta. 
— Aparentemente, não. Eu preciso da sua ajuda. Se incomoda de olha-la enquanto faz sua leitura? Não consigo preparar o almoço e tomar conta dela. A menos que não esteja com fome. Já estive à beira de vários ataques cardíacos em menos de uma hora - Nathan deixa o papel sobre o sofá pegando a menina do colo da esposa, ele beijou a testa da Stana. 
— Katie, você vai deixar a mamãe doida. Tecnicamente, ela é um pouco… - Stana deu um tapinha nele - o que? Você casou comigo, não? Ok, nós iremos voltar para a sala e a mamãe vai lavar esse corte e colocar um band-aid antes que infeccione. Nada de teimosia, Staninha. 
Eles voltaram para a sala. Nathan colocou a filha no tapetinho sentando-se no sofá ao lado. Stana voltara do banheiro já com um curativo no dedo indicador. Lavou as verduras maiores que não tinham sido afetadas pelo sangue e jogou os temperos no lixo. Recomeçou a corta-los. Ela estava distraída preparando o suflê de legumes quando viu Nathan atrás de si. Ele tinha um dos copos de Katherine nas mãos. Abriu a geladeira e já ia servir um suco artificial no copo quando ela perguntou. 
— O que está fazendo, Nate? Não vai dar esse suco de laranja artificial para Kate. Tem fruta, bata e dilua bem com agua e… espera, cadê a Kate? Você estava tomando conta dela e… 
— Está no tapetinho, relaxa Stana…
— Ela não está, Nate! - era verdade, Katherine já desaparecera de suas vistas - eu disse que ela é rápida - Stana largou o que fazia e correu para próximo do que parecia ser o lugar favorito da filha batendo no braço do marido e derrubando parte do suco no chão da cozinha. Nathan foi ao seu encalço. Então ela parou abruptamente fazendo Nathan que vinha logo atrás dela tombar em suas costas. 
— Ai, Stana! 
— Shhh… olha… - Katherine estava de pé segurando-se na mesinha de centro apenas com uma das mãos. Deu três passinhos e soltou-se completamente da mesa. Outros três passos e titubeou conseguindo manter o equilíbrio. Deu mais dois passinhos - oh, meu Deus! - Stana deixou escapar. Sentiu as mãos de Nathan em seus ombros - olha para ela - a menina tentou dar mais um passo e virar-se ao mesmo tempo devido ao som da voz da mãe. A combinação de movimentos a fez cair com o bumbum no chão. Stana fez menção de socorre-la, porém Nathan a segurou. 
— Deixe - no mesmo instante, sem grandes problemas, Katherine se levanta apoiando as mãozinhas na perna da cadeira a sua frente. Recuperara o equilíbrio e dava mais um passo, e outro. 
— Oh, meu Deus… Nate… ela está andando - ela virou-se para fita-lo com os olhos cheios de lagrimas. Ele acariciava os braços dela. Stana se ajoelhou devagar para observar a filha. Katherine ao ver a mãe tão próxima, sorriu e começou a andar, toda desengonçada, ao seu encontro caindo após três passinhos. Stana riu e incentivou. 
— Muito bem, Katie. Você está andando… levante, meu amor. Vem até a mamãe - a pequena riu e se apoiou outra vez nas perninhas. Stana esticou o braço para que ela pudesse se segurar. A menina agarrou o braço da mãe e tornou a ficar de pé com uma certa facilidade. Ainda segurando na mãe, ela caminhou jogando-se no peito de Stana que a encheu de beijos. 
— Que linda voce é, meu bebê. Andando. Muito bem - Nathan beijou a cabecinha da filha e viu a menina bater palmas como se estivesse se parabenizando. 
— Daddy está orgulhoso de você, princesa. Agora que a mamãe vai ficar doida mesmo correndo atrás de você - ouviu a gargalhada de Stana. 
— Nem pense que vou fazer isso sozinha. 
— Vou pegar o celular. Preciso registrar esse momento. Mostrar para a mãe e principalmente mandar para a Gigi. Ela vai ficar chateada por perder isso. 
— Até nessa hora você quer implicar? Se conheço minha irmã, ela dará um jeito de vir aqui no instante que assistir o video. Deixa de ser implicante, Nate! - abraçada a mãe, Kate notou o curativo no dedo. 
— “Quí iche?” 
— Mamãe fez dodói - no mesmo instante, a menina pegou o dedo da mãe levando-o à boca para beija-lo. 
— Dodó… kiss, kiss… - não resistindo, Stana deu um beijo estalado na bochecha da filha. 
— Obrigada, princesa - Nathan estava de volta com o celular. Levando a filha de volta a sala, Stana sentou-se no sofá para observa-la, ou melhor, admira-la. Nathan conversava com a menina para que ela andasse e ele gravasse a cena. A bagunça na cozinha foi esquecida por pelo menos uma hora. Stana observava o jeito com que a filha parecia testar seus limites. As quedas eram inevitáveis e Katherine parecia não se importar com isso. A imagem da filha andando era linda. Parecia uma patinha. Nathan já perdera a conta de quantos videos e fotos tirara. Enviou vários para a cunhada que respondeu ligando para o celular da irmã que sequer teve chance de dizer alô. 
— Minha fofinha está andando? - Gigi gritava no ouvido de Stana. 
— Você vai me deixar surda, sua doida. E sim, está! 
— Eu preciso ver isso, pessoalmente. Estou indo para aí. 
— Gigi, você não está… - ela desligara - trabalhando… o que foi que eu disse? Ela está vindo para cá. 
— Ligue de volta. Diga para trazer o almoço porque tenho certeza que voce não volta para essa cozinha hoje - rindo Stana liga para a irmã. Mesmo assim, ela voltara à cozinha para limpar a sujeira no chão por causa do suco de laranja. 
Meia hora depois, Gigi chegava com duas sacolas do restaurante grego para a irmã. Mal entregou a comida, já foi correndo se sentar ao lado de Nathan. 
— Por que ela está sentada? 
— Porque ela está brincando. 
— Mas eu quero vê-la andando! Kate, você vai andar para a dinda? - a menina ainda não tinha percebido a presença de Gigi até ouvir a voz. Abriu um sorriso para a dinda e engatinhou rapidamente erguendo-se em suas pernas - oi, meu amor. Vai andar para mim? 
— Kiss,kiss… - Gigi não resistiu e pegou a pequena no colo. Kate a encheu de beijinhos incluindo os lábios. 
— Que beijo bom… agora você vai andar para mim, fofinha? 
— Eff…Eff? - Katherine esticava as mãozinhas como quem pergunta sobre o tio. 
— Que linda! Quer saber do seu tio, bebê? - perguntou Stana - ele não veio hoje. Vem almoçar, Nate - Gigi colocou a sobrinha no chão novamente frustrada. 
— Não é justo! - reclamou. Avistando a mãe a uma certa distância, ela se apoiou no sofá para ficar de pé e ensaiou uns passinhos na direção de Stana. Ao ver aquilo, Gigi gritou animada - fofinha! - isso bastou para a menina perder o equilíbrio e cair com o bumbum no chão. 
— Oh, sis! Você a assustou. Katie, vem meu amor. Levante para a mamãe - Stana agachou-se e abriu os braços sorrindo. Katherine entendeu que era para ir até a mãe a exemplo do que fizeram antes. Ela se levantou segurando no sofá até sentir-se segura para caminhar. Dessa vez, Gigi levou a mão aos lábios sem gritar, encantada com a cena. Katherine andou até onde a mãe estava agarrando suas pernas quase desequilibrando a própria Stana que conseguiu se manter na posição e segurar a filha. Então a ergueu do chão. 
— Papa… tata? 
— Está com fome, meu amor? Vamos almoçar, sim. Você vem, sis? - Gigi estava com cara de boba olhando para a sobrinha no colo da irmã - Gi? 
— Isso é… tão…tão… 
— Especial? É sim. Vem sua boba, vamos comer.     
— Mamãe e Jeff me responderam. Todos querem ver você andando, minha princesa. Orgulho do daddy… - ele beijou o rosto da filha que não parecia muito interessada nas novidades. Os olhos estavam atentos ao prato de comida que a mãe preparava. Nathan serviu-se da comida e comentou com a cunhada - você não deveria estar trabalhando, Gigi? 
— Estou na minha hora de almoço. Além do mais, sou sócia. Posso sair para resolver problemas ou visitar clientes, para uma emergência como essa. Não tenho que dar satisfações - Nathan riu do jeito irritado que ela o respondeu. 
— Certo, isso é ottimo. 
— Implicante! - ela virou-se para a irmã - sis, você não vai fazer nada no aniversário de um ano de Katherine? 
— Sim, eu e Nate decidimos fazer ao menos um jantar para nós da familia e um bolinho para não passar em branco. Nada de super festa, mesmo porque nossa lista é restrita. Era isso que eu pretendia fazer hoje à tarde. Uma lista de pessoas e definir o que faremos, tenho que ligar para as pessoas principalmente para a mamãe. Não sei se ela estaria disposta a vir para Los Angeles somente para um jantar. Claro que pode ficar mais tempo para curtir a neta, não me importo. 
— É só dizer que a dona Cookie estará presente que ela pega o avião no dia seguinte - elas riram. 
— Deixa de ser maldosa, Gigi. Coitada da minha sogra… - Gigi mostrou a lingua para Nathan o que fez Katherine dar uma risada gostosa. 
— Está vendo? Kate concorda comigo. Falando sério, você vai seguir adiante com ideia mesmo? 
— Vou, sis. Pode deixar que eu aviso quando estiver tudo certo. 

XXXXXXX 

Naquela tarde, assim que Stana conseguiu terminar de alimentar a filha, dar um banho e finalmente coloca-la para dormir, deu uma geral na cozinha e seguiu para o quarto. Os videos com as cenas dos primeiros passos de Katherine eram o assunto preferido nas mensagens em seu celular. Nathan fez o favor de mandar o video para a familia e para os amigos que conheciam o segredo. Orgulhosa e boba, ela respondia as mensagens quando o seu celular tocou. Anne. 
— Oi, docinho! 
— Tia! A Kate está andando! 
— Você viu? 
— Sim! Ela é meio atrapalhada e deve ter ficado com o bumbum doendo de tanto que caiu. 
— É assim mesmo, docinho. Ela tem que cair e criar firmeza nas perninhas, mas ela não chorou nenhuma vez. 
— Que bom! A tia está feliz porque a Kate andou, não? 
— Estou, Anne. Eu lembrei quando foi com você. Tão pequenina e cheia de si… eu quase chorei quando vi minha pequena andando, sabia? Eu dizia para o seu pai, Marko, ela é tão delicada, tão fofa e andando… 
— Anne não sabia disso… tia Stana, você chorou com Kate? 
— Quase. Eu fiquei muito emocionada. 
— Isso é bom, eu acho. Quero pedir uma coisa da tia. 
— O que é docinho? 
— Quero fazer o bolo de aniversario da Katherine. De chocolate! Para ela e para o tio Nathan! A tia vai fazer aniversario, não? Com docinho … hummm… - Stana riu. 
— Bem, não vai ser uma super festa, mas eu deixo você fazer o bolo e quem sabe me ajudar com os docinhos. Quem sabe não convencemos a tia Gigi a ajudar também? 
— Pode esquecer,tia. Talvez a vovó ou a dona Cookie. Tia Gigi vai comer tudo! - dessa vez Stana gargalhou. 
— Acho que você tem razão. Temos um acordo. Eu ligo para você avisando quando faremos a festa e quando precisarei da sua ajuda, combinado? 
— Combinado! Kate vai adorar o bolo dela. Certeza! - rindo, Stana conversou um pouco mais com a menina e desligou. Anne acabara tirando o foco do que fazia, mas não se importou. Adorava conversar com a sobrinha e Nathan ia gostar de saber que teria um bolo de chocolate para se esbaldar em seu aniversario. Melhor começar a fazer a lista e decidir o que serviria. O tempo andava voando ultimamente.  
Ao voltar para o escritório, Gigi foi surpreendida por Gary minutos após finalizar uma ligação com um dos seus fornecedores de modulados. 
— Oi, Gigi! Como anda seu projeto? 
— Muito bem. Acabei de confirmar uma antecipação na data da entrega dos modulados da sala de estar. Se continuar nesse ritmo, vou entregar antes do prazo como pretendia. 
— Que ótimo! Será que tem um tempinho para conversar comigo e com Phillip? Uma reunião rápida apenas para nos atualizarmos no que anda rolando com os contratos da firma. 
— Claro! Pode me dar dez minutos? Quero responder o email oficialmente para ter o acordo com o meu fornecedor e já apareço na sua sala com a pasta do meu cliente para conversarmos. 
— Espero você. 
Quinze minutos depois, ela entrava na sala de Gary que estava preparando café para os três. Phillip lia um relatório e ao vê-la sorriu. 
— Olá, designer das estrelas. 
— Hey, Phillip! Tudo bem? 
— Se melhorar estraga - Gary entregou as canecas de café para seus sócios sentando-se na mesa ao lado de Gigi. Pegou o telefone e discou um ramal. Chamou outro designer para vir ao encontro deles. Mike. Então Gigi lembrou que era ele que estava responsável pelo contrato de Steve. Assim que entrou na sala, cumprimentou os sócios e Gary não quis perder tempo, foi logo falando. 
— Sente-se, Mike. Estamos fazendo uma pequena reunião para ter uma ideia do status dos nossos projetos principais. Quer nos atualizar sobre a loja do Steve? Você voltou ontem de Nova York, não? 
— Isso mesmo. Fico três dias em Los Angeles e volto para a big Apple. O projeto está indo muito bem. Tudo dentro do prazo. O estilo da loja segue o mesmo da decorada por Gigi com alguns ajustes menores solicitados pelo próprio Sr. Mackenzie. Pelas minhas expectativas e contando que os nossos fornecedores cumpram as datas acordadas, devo finaliza-lo em abril. Qual é a próxima loja? Será decorada por mim ou Gigi voltará ao projeto? 
— Calma, Mike. Uma coisa de cada vez. Concentre-se em fazer um bom trabalho em Nova York. Você se lembra do que disse quando lhe dei esse projeto, não? É um teste quanto a sua capacidade de gerir um projeto. Não queira antecipar as coisas. Fico satisfeito de saber que as coisas estão sob controle. Vocês tem algum comentário, questionamento? Gigi? Phillip? 
— Não. Por mim, está tudo bem. Continue assim, Mike - disse Gigi. Na verdade, quanto menos ela falasse sobre o Sr. Mackenzie, melhor. 
— Eu também não tenho nada. Obrigado pela atualização, Mike. Pode ir - Phillip esperou o rapaz sair da sala e voltou a falar - bem, está sendo melhor do que imaginamos. Eu falei com o Sr. Mackenzie ontem. Ele me ligou para comentar do projeto e também para dizer que está proximo de fechar um novo contrato com uma firma de Nova York. Sua expectativa é assina-lo no fim do mês o que marcaria abril como o fim de nossos negócios com ele, definitivamente. 
Um suspiro de alivio escapou dos lábios de Gigi que sorriu pela primeira vez desde que Mike começara a falar. Era fato que o assunto Steve Mackenzie era bem complicado para ela. 
— Acho que essa é a melhor noticia que recebo desde o contrato com Ryan. 
— Eu posso imaginar - disse Phillip - falando em Ryan, como anda o projeto? 
— De vento em polpa como diria meu pai. Eu já entreguei um dos cômodos completos, o segundo e o terceiro estão 70 e 50% concluídos respectivamente e pretendo finaliza-los no inicio de abril. O último cômodo está em suas modificações iniciais, mas de acordo com o cronograma eu pretendo finaliza-lo em maio. Não se preocupem, eu entregarei o projeto completo antes da data assinada em contrato. 
— Você realmente anda se superando, Gigi. Eu vou ter uma reunião na próxima semana com outro cliente em potencial. Dependendo de como aconteça essa primeira conversa, talvez a chame para me acompanhar nas reuniões seguintes. Suas ideias sempre deixam os clientes intrigados. 
— Obrigada, Phillip. Se precisar, pode chamar. 
— Ótimo! Acho que podemos dar a reunião como encerrada. Eu preciso dar as boas noticias sobre o contrato do Steve para os nossos advogados. Ver como proceder após o fim do projeto de Nova York. 
— E eu vou terminar de atualizar meu relatório e o cronograma. Preciso fazer uma lista de prioridades para a equipe executar na próxima semana e depois vou para casa. Nem acredito que amanhã já é sexta! 
— Queria estar animado como você para ir para casa. Tenho um jantar com uns parentes super chatos de Maggie - disse Gary. Gigi riu. 

— Não posso te ajudar nisso, Gary. Eu adoro a familia do meu marido, às vezes até mais que a minha… tirando minha irmã, claro! - rindo, ela saiu da sala disposta a terminar tudo o que tinha para fazer até às seis da tarde. 


Continua....