segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

[Castle Fic] One Night Only?! - Cap.45


Nota da Autora: Esse capitulo trás algumas cenas bem interssantes no mundo alternativo dessa fic... sim, ainda é a S4, mas adicionei um pouco de sabor além do que vimos na tela. Estamos no episódio 4x05. Como vocès sabem não me atenho a todo o contexto, apenas as partes que combinam com a história. Vocês devem ter percebido que há muita Dana nos últimos capítulos e ela continuará aparecendo para o bem de Kate... enfim, divirtam-se!  


Cap.45

Castle e Serena foram para um bar encontrar alguém. Claro que a nova consultora não perdeu a chance de flertar com ele, o que não foi levado muito a sério naquele momento. Sim, descobriram rumores de alguém querendo passar diamantes puros adiante. Enquanto isso na delegacia após conversar com a Interpol, Beckett já tinha uma ideia do tipo de criminoso que era Falco. O interessante era que ele não rouba para si, é contratado. Eles recebem uma visita intrigante de uma dondoca alegando que seu marido foi que contratou os serviços para roubar o punho e a razão era para atrapalha-la. Essa não seria a primeira tentativa dele em fazer isso.
Mesmo não acreditando realmente, Beckett foi obrigada a pedir a presença do Sr. McHugh para explicar o que a esposa falava e ter a chance de se defender. No fim, tratava-se de uma estratégia para conseguir uma vantagem no processo de divórcio. Aparentemente não havia muito o que fazer. Serena e Castle voltaram para o 12th confirmando que quem estava trabalhando com o Falco era o diretor do museu. Tudo indicava que Falco decidira ficar com o prêmio e por isso matou-o. Beckett pediu uma análise das finanças do diretor. Serena comentou que ia checar com suas fontes o que fez Castle ficar todo empolgado para se juntar a ela, dessa vez recebeu um corte da investigadora. Beckett por outro lado, torceu a boca não gostando nada daquela história. Já que ele claramente se oferecia para trabalhar com a outra, ela saiu de perto. Estava detestando aquela situação.
Por esse motivo, ela não teve outra alternativa do que expressar a sua frustração na terapia com Dana. Mal sentou no divã e a terapeuta percebeu que ela não estava tendo um bom dia. Se fosse em outra ocasião, provavelmente Dana teria que instiga-la para falar o que estava lhe incomodando, não foi o caso.
- Hey, Kate. O que você me conta de novo? Como estão as coisas no trabalho?
- Péssimas! Pior do que podia imaginar – seu semblante estava irritado – detesto esse caso que estou trabalhando.
- Isso tem a ver com a sua capitã ou com Castle?
- Com nenhum dos dois! A menos que você leve em consideração que foi Gates que me obrigou a trabalhar com uma consultora. A tal Serena Kaye. Uma investigadora de uma companhia de seguros. Ela chegou no distrito achando que pode mandar e desmandar, dominar minha investigação. Detesto isso! – estava claro para Dana que Kate se sentia ameaçada pela concorrente e podia apostar que o real motivo era Castle.
- Bem, é sempre bom ter alguém que entenda de algo especifico na equipe. Ou ela está lhe tomando seus recursos e fazendo Castle trabalhar com ela? É esse o problema? Castle está trabalhando com Serena ao invés de você?
- Castle? Por que tudo com você tem que ser sobre Castle? – a irritação cresceu. Acertara na mosca. Beckett fora até a mesa onde havia o café e se serviu de uma caneca. A terapeuta ia fazer o seu jogo até dar o xeque-mate.
- Tudo bem, então me diga como ela é?
- Ela é egoísta, arrogante, teimosa e sabichona – Dana teve que segurar o riso antes de fazer a próxima pergunta.
- Mas é boa no que faz? – inconsciente, Beckett respondeu.
- Castle acha que sim – e a linguagem corporal também a traíra.
- Ah, certo. Castle acha que sim. E isso te incomoda?
- Claro que sim.
- Por que?
- Porque ele deveria ser... – então Kate percebeu o que Dana já sabia desde que começara a contar a história. Suspirou e voltou a sentar-se no divã. Baixou a cabeça. Sabia que a terapeuta não ia deixar passar o seu deslize.
- Ser o que?
- Meu parceiro. Devia ser da minha equipe. Não ser tão impressionável.
- Por que não diz a ele como se sente?
- É complicado. Você sabe por que.
- Sim, sei o que me contou. Está com ciúmes e nem adianta negar, mas esse não é o principal problema – ela via a aflição da detetive em tentar esconder seus sentimentos, hora do xeque-mate – Kate, do que você tem medo? De que ele não espere por você ou de que espere? – a pergunta a fez calar-se, ficou sem resposta por uns instantes.
- Eu não sei. Está tudo muito confuso. Eu tenho minhas prioridades, disse isso a ele, mas até quando ele realmente está disposto a esperar. Eu não sei se quero que espere tanto, porém a ideia...
- A ideia de vê-lo com outra mulher não lhe agrada. Lembra do que eu disse numa outra sessão? Siga os momentos que se apresentam a sua frente. Se você perceber que é uma boa hora para dizer a Castle que não gostou da forma que ele agiu com Serena, diga. Vocês trabalharão as consequências daí por diante. Você é uma pessoa que não leva desaforo para casa, pode não demonstrar seus sentimentos, porém se achou que Castle agiu errado diante do acordo que você tem com ele em nome da NYPD, diga.
- Tudo bem, preciso me concentrar no caso. Até outro dia.
- Kate, é normal ter ciúmes. Faz bem para o ego do outro e desafia seu coração.
Na manhã seguinte, Beckett tentava se concentrar nas nuances do caso, porém sua mente não esquecia a conversa com Dana no dia anterior. Ela levantou-se de sua mesa e deu de cara com Castle.
- Hey, pensei que tivesse com Serena... – ela jogou verde.
- Não, ela tinha uma reunião com seus chefes pela manhã.
- Ah, então você esteve com ela essa manhã – a cara de Kate era um misto de desapontamento e irritação.
- Não, ela me mandou uma mensagem...- ele entendeu o que ela insinuara – oh, você pensou que nós estivéssemos...
- É, bem está na cara que ela gosta de você, então... – agora Kate estava sem graça.
- Está é... – ele percebeu que ela não estava à vontade com a situação, decidiu perguntar – você acha que eu devo investir? – novamente o embaraço estava por todo o rosto de Kate porém ao invés de dizer o que deveria, ela acabou deixando o caminho livre para Castle escolher.
- Fique à vontade – por um momento, ele achou que ela estava sendo educada e reservada, mas percebeu que deveria ler nas entrelinhas. Ela estava com ciúmes? Será que investir em algo com Serena poderia despertar algum sentimento dentro de Beckett, nem que fosse raiva dele? Era algo a se pensar.
Ryan e Esposito descobriram uma conexão entre as finanças e a conta telefônica de Hayes. Ele parecia ter se encontrado com alguém em um restaurante. Castle e Beckett foram até o local. A garçonete lembrava-se de Hayes. Ele estava acompanhado e tiveram uma conversa bem intensa. Beckett ficou surpresa ao saber que ele se encontrara com uma mulher. Melhor ainda, quando Castle mostrou uma foto, a mulher era Serena. Apesar de odiar ter visto a foto, por dentro Beckett vibrava por Serena estar envolvida.
E toda a checagem de seu passado confirmou que Serena era uma ladra, porem nunca foi pega. Há cinco anos atrás, ela procurou uma companhia de seguros querendo se redimir e começou a trabalhar com eles. Por isso ela sabia de tudo sobre o suposto crime. Se juntou a eles para engana-los com a história de Falco. Gates estava realmente chateada e exigira de Beckett que a trouxesse sob custodia o mais rápido possível.
Castle estava chateado por se deixar levar por Serena, o que deixou Beckett bem satisfeita.
- Então, onde ela está agora?
- No seu hotel – respondeu Castle fazendo todos os olhares se voltarem para ele – o que? Ela me convidou para tomar um drinque.
- Parece sem pressa para sair da cidade.
- Então vamos usar a nossa única vantagem – disse Beckett – ela não sabe que suspeitamos dela, portanto vamos investiga-la sem que ela saiba.
- E como faremos isso? – perguntou Ryan.
- Simples, Castle a convida para um encontro. Era o que você queria não? Tudo que tem que fazer é mantê-la longe do quarto dela. Leva-la ao restaurante do hotel e a entretenha. Enquanto a mantem ocupada, nós entramos no quarto dela.
- Então, o que eu estou fazendo nesse jantar? Tento faze-la cometer um deslize, confessar?
- Não, apenas enrole, faça piadas. Conversa fiada. O importante é mantê-la fora do quarto para podermos vasculha-lo. O que me diz, Castle? Acha que consegue seduzi-la por uma hora?
- Está falando sério? – até ali ele não acreditava que Beckett estava jogando-o nos braços de outra mulher. Mesmo que fosse um disfarce. Era bem sério.
Enquanto o encontro rolava, no qual Serena deixou bem claro seu interesse em Castle, Beckett vasculhava o quarto já um tanto frustrada por não ter encontrado nada. Esposito percebe que havia mais nessa caçada que apenas o senso de justiça. Beckett estava incomodada com a situação com Castle.
No encontro, Serena acabou contando que era uma ladra antes, tudo parecia um grande jogo de sedução e Castle não podia negar que ela o intrigava. Esperava sinceramente que Beckett terminasse logo sua busca porque resistir estava tornando-se muito difícil. Eles já estavam escolhendo a sobremesa. Serena, porém, tinha outra coisa em mente.
- Eu tenho uma ideia, por que não descartamos a sobremesa? Podemos ir para o meu quarto e pedir alguns drinques.
- Eu ouvi falar que a torta de morango aqui é realmente deliciosa. Morangos frescos.
- Ótimo, podemos pedir como serviço de quarto. Com chantilly extra – ela se levantou já indicando que não esperaria, rapidamente Castle pegou o celular e mandou uma mensagem para Beckett “saia daí”. Ela estava concentrada no tablet de Serena e não viu o recado. Espo encontrara várias ferramentas e o transmissor. Ao ver a mensagem, Beckett respondeu “enrole-a”, mas eles já estavam no corredor prestes a entrar no quarto. Sentindo-se encurralado, Castle teve que agir rápido para evitar que Serena entrasse na suíte e desse de cara com Beckett, então fez a única coisa que lhe veio à mente. Puxou-a contra a parede e beijou-a. Nesse mesmo instante, Beckett abre a porta e se depara com a cena. Não aguentou.
- Hey! – gritou. Isso interrompeu o beijo.
- O que você está fazendo aqui? – Serena perguntou enquanto Castle limpava os lábios. A cara de Beckett não parecia nada boa.
- Prendendo você por roubo... e assassinato.
De volta a delegacia, antes de interrogar Serena, Castle e Beckett entram numa discussão.
- Espera, agora você está dizendo que não acha que ela está envolvida?
- Por que ela me revelaria que ela é uma ladra?
- Porque ela está lhe dando o suficiente para ser mais fácil engolir as mentiras – Beckett estava definitivamente irritada, a razão era uma só, o beijo.
- Eu não acho que ela está por trás disso.
- É, está pensando com o órgão errado – ela cruzou os braços encarando-o.
- Foi só um beijo, eu estava fazendo o que mandou, mantê-la ocupada. Eu estava tentando te dar tempo para vasculhar o quarto.
- O quarto onde encontramos a maleta e o e-mail ambos evidências contra ela agora.
- Só acho que deveríamos dar a ela a chance de se explicar.
- Nós? Não iremos ao interrogatório juntos.
- Fala sério!
- Sinto muito, Castle, mas com base nessa conversa e no seu comportamento no hotel, é obvio que você foi comprometido – ela entrou na sala batendo a porta. Ele gritou.
- Eu só estava fazendo...- baixou o tom de voz – o que você me pediu – agora era ele quem estava irritado e frustrado com a situação. Tanto que ainda não percebera que todo o ato de Beckett era puro ciúme.
O interrogatório começara pesado com alfinetadas de ambas as partes. Serena chegou a se referir a Castle pelo primeiro nome. Ryan provocou.
- Rick, wow vocês já estão usando o primeiro nome!
- Ele estava se agarrando com ela no hotel – confirmou Esposito.
- Beckett disse para enrola-la!
- Ela também lhe disse para usar a língua? – retrucou Esposito e finalmente a ficha de Castle caiu. Como não percebera isso antes. Mulheres! Sempre evasivas em suas colocações. Beckett disse que estava tudo bem se quisesse sair com Serena, mas no fundo esperava que não o fizesse. Ela estava com ciúmes. Nossa! Quanta complicação! Parece uma espécie de ardil-22. Afinal, o que Kate queria dele?
As coisas esquentavam na sala de interrogatório. Um verdadeiro pingue-pongue de acusações e resposta até o momento que Serena deu sua cartada final. Castle observava sério a interação entre as duas.
- Eu fiz meu dever de casa sobre você detetive Beckett. Sei que é inteligente, metódica e com ótimos instintos. E esses instintos estão lhe dizendo que eu sou inocente. Por algum motivo, você está ignorando-os. Por que está fazendo isso? – com essa pergunta, Castle pode ver o que estava além da atitude da detetive. Seus sentimentos por ele, mesmo que nunca admitisse. Beckett justificou sobre o seu trabalho que era resolver o homicídio. Novamente, Serena a golpeou.
- Então, por que não deixa de lado sua agenda pessoal e pergunta sobre o meu álibi para a investigação continuar? Para sua informação, eu estava numa reunião de negócios com um dos meus chefes quando recebi a ligação. Se quiser checar. 
Serena acabou se fazendo de boazinha da história, o que irritou ainda mais a detetive. Falou que escondia informação porque a polícia apenas atrapalha, porém, esse caso era diferente. E prometeu que dali em diante não haveriam mais segredos.
- Não será necessário, não trabalharemos juntas.
- Mudaria de opinião se lhe dissesse quem é Falco? - Beckett detestava seu lado frágil pela justiça, mais uma vez teria que engolir Serena porque tinha um homicídio para solucionar. Colocou suas raivas e frustrações de lado e ouviu o que ela tinha a dizer. Ela mostrou um vídeo de segurança do museu de duas semanas atrás onde um cara examinava o punho. Alegou que ele era Falco. Com a nova informação sobre o gel de cabelo encontrado na van, só havia um lugar que ele poderia estar. Hotel Wessel. Os rapazes prenderam o sujeito.
Depois de vai e vens na sala de interrogatório, Castle e Beckett não conseguiram nada. No fundo, eles não tinham prova concreta de que o homem a sua frente era de fato Falco e nem que ele matara o diretor do museu. Além do mais, ele garantiu que não era um assassino. Serena e Beckett sabiam que ele escondia algo, sabia de alguma informação importante. Serena pediu para falar com ele, de ladra para ladrão.
A conversa entre Falco e Serena estava bem interessante, Castle observava da minicopa, Beckett esperavam bebendo café.
- Acha que ela vai conseguir convencê-lo a falar?
- Quem sabe, Castle? Talvez ela o beije – ouch! Pensou Castle. Ele realmente queria dar uma resposta para ela, confronta-la, porém do jeito que ainda estava irritada com tudo e tendo Serena no outro cômodo não era a ideia mais esperta. Teria que esperar.
Serena contou sobre a mulher vestindo preto. Claro que Beckett não comprou a princípio.
- Vamos Beckett, ele não tem motivos para mentir.
- Ele é um ladrão tem muitos motivos para mentir.
- Não sobre isso, ele sabe não tem provas. É só esperar até solta-lo.
- Se Falco diz a verdade, Hayes estava sem dinheiro, o pagamento de 200 milhões o exclui da jogada.
- Então por que ele foi ao bar falar sobre diamantes?
- Ele estava paranoico sobre alguém roubar o punho – disse Serena.
- Não paranoico, ele estava certo. Então o assassino é quem Falco viu entrando na sala do punho.
- Havia 200 pessoas naquela exposição e metade das mulheres estavam usando preto. A questão é como ela saiu do museu com o punho se não usou as docas?
Novamente na cena do crime eles discutiam possibilidades. Nada parecia se encaixar com relação a fuga do museu, Castle teve uma ideia e estava certo. O punho nunca deixou o museu, estava escondido numa outra escultura, as das telas da tv, que ele quebrou para provar sua teoria. Juntando dois mais dois, eles chegaram a sua assassina usando como cúmplice a própria dona da escultura da tv. A verdadeira assassina era a dondoca com o problema do divórcio. Sra. McHugh.
O caso estava encerrado e aparentemente a irritação de Beckett também, não totalmente, mas reduzira. Serena se aproximou dela para agradecer.
- Eu gostaria de agradecer sua ajuda. Eu não teria conseguido sem você. Sou muito grata.
- Quer dizer que ganharei parte da sua recompensa? – perguntou Beckett.
- Não tão grata assim.
- Bem, eu acho – ela viu Castle preparando café na máquina de expresso, distraindo-se e pensando em tudo o que acontecera – que todos terminamos com o que queríamos.
- É, quero que saiba, depois que você e Castle tiveram o encontro...
- Foi uma emboscada.
- Ele nunca achou que você estivesse envolvida – por que estava fazendo isso? Sua consciência gritava. Estava jogando-a direto nos braços de Castle! Pare agora, Kate. A sua voz interior gritava, mas ela seguiu falando – ele acreditou em você, quando eu não acreditei.
- Por que está me dizendo isso? – perguntou Serena surpresa.
- Precisa saber com que tipo de pessoa está se envolvendo.
- Aqui está senhoritas – Castle entrega uma xicara de café para cada um. Ambas agradeceram. Ele notou um olhar estranho em Beckett – algo errado?
- Não, eu devo ir arquivar algumas coisas – foi a deixa de Beckett para deixar Serena sozinha com Castle, não era o que queria, seu coração estava apertado, mas infelizmente, ela não podia impedi-lo de seguir em frente se quisesse, já que ela não estava pronta.
- E eu devo voltar para o meu hotel. Eu o convidaria para me acompanhar, mas é como eu disse, não roubo nada que pertença a outra pessoa – ela deu um beijo em Castle e deixou o distrito. Beckett apareceu logo em seguida.
- Não saíram juntos? – sim, ela estava surpresa.
- Não.
- Por que?
- Porque não posso pagar. O museu mandou a conta da obra que quebrei – ele mostrou a ela.
- Nossa!
- Eu achei que me safaria por ajudar a resolver o caso.
- Acho que o mínimo que a NYPD deve fazer é te pagar um hambúrguer – ela tentava segurar a ansiedade pela resposta dele.
- Eu aceito – ela sorriu.
- Vamos – eles saíram conversando pelo corredor. Claro que iriam no Remy´s. Ao chegar na lanchonete, Kate ficou surpresa de ver o quanto estava lotado.  Estava difícil encontrar um lugar. Como ela era cliente cativa da casa, a garçonete fez de tudo para tentar acomoda-los em uma mesa. Infelizmente, o melhor que conseguiu foi um lugar onde deveriam dividir a mesa com outras pessoas. Eles sentariam lado a lado no sofá. Como Castle não se negou a isso, ela deu de ombros.
- Certo, vai querer o de sempre, detetive?
- Sim, mas dessa vez sem a batata frita e capriche no milk-shake de morango. E você, Castle? Cheeseburguer duplo, batatas e milk-shake de chocolate?
- Você me conhece bem, Beckett. Isso aí.
- E coloque chantilly extra no milk-shake dele – ela alertou fazendo Castle sorrir. As coisas começavam a voltar ao normal entre eles. Serena realmente mexeu com a Beckett. Ciúmes, ela podia negar o quanto quisesse, mas a ideia de vê-lo saindo com outras pessoas não lhe agradava mesmo. Independente de não querer embarcar em um relacionamento. Só que essa situação não era justa com nenhum dos dois – por que está tão quieto? A conta do museu o deixou tão triste assim? – ela sorria pegando na mão dele.
- Não, estava pensando em outra coisa – o semblante de Kate mudou.
- Serena?
- Não diretamente. Estava pensando em como nossas atitudes não escondem o que realmente somos e sentimos. Podem enganar-nos até certo ponto, mas logo a verdadeira face aparece. Foi assim com Serena, foi assim com você.
- Mas você nunca achou que Serena estivesse envolvida. Está falando da parte que ela é uma ladra?
- Sim, mas realmente estava analisando você – ele a fitou – por mais que lute, certos anseios, dúvidas e desejos transparecem Kate. Eu lhe devo desculpas, eu interpretei errado as suas palavras. Você ficou irritada comigo, percebi. Vou chamar de ciúmes, mas você provavelmente não vai concordar com isso. Porque eu conheço você, morreria negando. Eu tenho quase certeza que ultrapassei um limite. O problema é que não consigo dizer qual deles já que nós não temos um relacionamento. Por que ficou tão brava comigo?
- Quer a verdade? Você é muito fácil, Castle! Eu não estava com ciúmes de você, eu estava irritada pelo fato de você se bandear para o lado de Serena. Bastou ela jogar um charminho e você já estava lá adulando-a, do seu lado.
- E você insiste que isso não é ciúmes...
- Não é ciúmes – claro que a cara dela não era de todo convincente – você ultrapassou um limite, Castle. O da nossa parceria. Você deveria ser meu parceiro, ficar ao meu lado, me apoiar não correr atrás do primeiro par de pernas que te proponha uma aventura.
- Entendi. Você se sentiu rejeitada. Eu apenas estava tentando trabalhar em vários ângulos do caso. Eu fiz tudo o que você pediu, quer dizer, quase tudo.
- Não, mandei enrola-la não enfiar sua língua na boca de Serena.
- Em minha defesa, eu estava encurralado, sem opções. Mas eu entendo. Violei nossa parceria, culpado. Prometo que isso não irá se repetir.
- Eu agradeço – a comida chegou, ela provou o milk-shake e sorriu – parceiros novamente?
- Sim, parceiros – mas a conversa ainda não havia terminado para Castle, ele apenas dera uma pequena pausa para saborear o seu hambúrguer. Kate comentava o quanto ela gostava do molho daquele sanduiche. Ele concordava esperando por um novo momento para fazer um comentário que a deixaria talvez desconfortável. Foi Kate quem pareceu dar o próximo passo para estreitar os laços entre eles.
Pegando uma batata, mergulhou-a no ketchup e levou a boca, repetiu o gesto e já ia para a terceira quando ele exclamou.
- De que adianta não pedir batatas fritas se vai comer as minhas?
- Não estou comendo, estou provando – mordeu a terceira batata e novamente estava com outra entre os dedos – quem disse que essa é para mim? – ela ofereceu a batata para Castle praticamente colocando-a em sua boca – elas são gostosas, não?
- As melhores – disse ele sorrindo obviamente falando com duplo sentido. Foi dessa maneira que eles continuaram a refeição, comiam o sanduiche, ela o brindava com batatas na boca e sorrisos eram trocados. Mais tarde, quando estavam praticamente terminando a refeição, Castle tornou a falar.
- Sabe o que eu acho muito interessante ao seu respeito, Kate? Você me pede desculpas por não estar pronta para um relacionamento, depois me ataca com um beijo sedutor no elevador, agora tem um ataque de ciúmes por eu ter beijado outra mulher e está com o orgulho ferido porque pensou que eu quase te troquei por outra pessoa. Se não conhecesse bem sua história diria que tudo é parte de um jogo para me seduzir ou me enlouquecer.
Ela permaneceu calada. Onde ele estava querendo chegar com isso? Por que tinha que tocar nesse assunto quando estavam tão bem?
- Você acabou de rachar um pedaço daquele muro embora não tenha percebido. Não estou te pedindo nada, mas seria um relacionamento ou um simples namoro algo tão difícil de lidar? Poderíamos aproveitar tanto se ao menos nos permitíssemos tentar novamente.
- Castle... eu, eu sei que é confuso. Complicado. Preciso de tempo para compreender, tenho uma prioridade e...
- Sim, o caso do passado. Eu sei. Tudo bem, não vamos mais falar sobre isso. Talvez eu tenha que usar alguma das minhas teorias com Nikki – ele sorriu. Kate retribuiu o sorriso diante da sinceridade que via em seu rosto. Não era fácil para nenhum deles. Aos poucos, o público da lanchonete diminuía. Castle e Beckett estavam sozinhos na mesa. Ela terminara de comer e instintivamente esticou o corpo contra o sofá acabando por deitar sua cabeça no ombro de Castle.
- Meu Deus! Comi demais... tenho a sensação de que irei explodir.
- Que pena – ele olhou para ela, adorando o pequeno gesto de intimidade – eu ia sugerir que dividíssemos um sundae.
- Sem condições! O sorvete certamente sairia pelas orelhas – gargalhou ainda com a cabeça no ombro dele. Castle viu-se tentado quando uma mecha de cabelo pairou sobre o rosto dela quase cobrindo-lhe os olhos. Não resistindo, ele ajeitou a mecha para trás de sua orelha, seus rostos quase colados. A presença dele tão próximo a ela, fizera seu corpo retensar-se, mas apenas por um breve segundo. Ela acomodou-se ainda mais em seu ombro e colocou a mão sobre a coxa dele acariciando-a de leve.
Castle agia como se tudo estivesse bem. Um gesto como aquele era um grande passo para Kate, quem sabe não estava considerando as suas palavras? Eles precisavam ir. Ela deveria pedir a conta, sabia, contudo que no momento que fizesse isso, ela seria obrigada a se afastar. E estava tão bom ficar assim, próximo ao corpo dele.
- Que tal um café?
- O café do Remy´s não é tão bom.
- Quem disse que é daqui? Estava pensando em pedir para a minha parceira me acompanhar até o loft. Tem uma Starbucks 24 horas no caminho, pegamos o café e saboreamos até que me deixe em casa. Mas você terá que pagar pelos hambúrgueres primeiro. O café é por minha conta.
- Castle, você está tentando me recompensar pelas besteiras que andou fazendo? – ela perguntou olhando para ele porém sem mudar de posição, continuava acomodada no mesmo lugar.
- Funcionaria?
- É, posso dizer que sim – ele sinalizou para a garçonete que trouxe a conta. Infelizmente, Beckett foi obrigada a deixar o conforto do ombro de Castle e pagar. Levantaram-se e agradeceram a moça. De volta ao distrito, ela pegou seu casaco e a chave do carro. Pararam na cafeteria que ele indicara e Castle saltou do carro para pegar os cafés. Enquanto esperava, ela se lembrou de Dana, eram desses momentos que ela falava? Kate tinha quase certeza que sim.
Quando Castle voltou ao carro, entregou-lhe seu café preferido. Ficaram uns minutos parados saboreando a bebida, então Kate voltou a dirigir. Em cinco minutos chegaram ao loft. Ele terminou o café, o dela ainda estava pela metade.
- Mais um caso solucionado. A justiça foi feita.
- É, as vezes damos sorte – ela disse sorrindo. Ele queria prolongar aquele momento, ficar próximo a Kate, não havia como. Sendo assim, ele virou-se para fita-la.
- Te vejo amanhã? – ela assentiu – foi um prazer, detetive e obrigado pelo meu hambúrguer. Prometo que da próxima vez será por minha conta – ele inclinou-se ao encontro dela, sua intenção era beija-la no rosto, mas não sabia explicar ao certo se ele errara o lugar ou se ela desviara o rosto propositalmente fazendo-o acertar os lábios. Ciente do que estava acontecendo a sua frente, Castle sorveu os lábios de Kate calmamente. Prolongando aquele momento já que ela parecia estar comprometida 100% com ele. Ao se afastar, ele falou.
- Bons sonhos, Kate. Quer saber? Isso foi bem melhor que sundae de chocolate – ele desceu do carro, porém pode perceber que ela apoiava a cabeça no acento e sorria. Talvez não fosse tão difícil assim penetrar aquele muro, afinal.
Castle chega em casa assobiando uma canção. It had to be you. Com o paletó nos ombros, ele estava relaxado e feliz. Ao ver o filho em um momento de alegria, Martha logo assumiu que a noite tinha sido boa. Ela não o via nesse estado de espirito já há algum tempo.
- Então, parece que sua noite foi interessante? Chegou cantando um clássico romântico. A tal investigadora tem potencial pelo visto. Estava em um encontro com a sua nova musa?
- Não, eu não tenho outra musa. Mas, sim estava em um encontro com a minha musa. Kate. Não sou tão volúvel assim, mãe. Além do mais, eu estava errado sobre Serena. Nada é o que parece.
- Espera, você estava em um encontro com Katherine? Como isso aconteceu? Achei que ela não quisesse mais um relacionamento. 
- E não quer ou continua se enganando sobre isso. Mas hoje, eu acredito que tenha rachado um pedaço daquele muro. Algo me diz que ela ainda mudará de opinião mais cedo do que imagina.
- Espero que esteja certo, kiddo. Não ser correspondido no amor é a pior coisa que pode acontecer com uma pessoa. E certamente não quero isso para você – ele se aproximou da mãe, deu-lhe um beijo e sorriu – meu Deus, até seus olhos estão brilhando. Essa mulher mexe mesmo com você, Richard!
- Mãe, não se trata de um amor não correspondido. Especialmente pelo que senti no beijo.
- Oh... nesse nível? – ela olhou para o filho como quem analisa - Isso explica muito.
- Boa noite, mãe.
Ao chegar em casa, Kate ainda estava sob o efeito daquele momento íntimo que dividiram. Ela virara o rosto para que Castle atingisse seus lábios. Sim, fizera de propósito. Era mais forte que ela. Especialmente após presenciar aquela cena com Serena. Depois de toda a irritação que passara durante o caso, o desfecho fora bem melhor do que ela havia esperado. Na sua mente, já desenhara várias prováveis discussões e desentendimentos com Castle por causa de seu futuro envolvimento com Serena. Mas a quem ela estava querendo enganar? Ele tinha razão quando apontara os ciúmes, tinha sua parcela de culpa e o beijo, por mais que soubesse da atração de Serena por ele e da curiosidade de Castle por ela, foi um reflexo. Essa era a conclusão que chegara agora de cabeça fria, depois da conversa da lanchonete.
Mesmo não estando pronta para entrar de cabeça em um relacionamento, a ideia de vê-lo desfilando com alguém como Serena era quase intolerável para Kate. Ela tendia a ver o pior das coisas, nem por um minuto durante sua crise ela lembrou-se que aquele era o mesmo homem que dissera que a amava meses atrás. E a pergunta que Dana lhe fez voltou a mente. Castle respondera nas entrelinhas que estava ali por ela, que esperaria.
E ali estava o maior medo de Kate. Se ele esperasse, ela seria capaz de fazer o tempo perdido valer a pena? Estaria de fato preparada? A última coisa que queria era que Castle saísse frustrado por sua culpa, por ser complicada e quebrada. Tinha medo de não conseguir retribuir tudo o que ele sentia por ela no momento apropriado. Afinal, existia um momento certo?
Nos dias seguintes, Castle e Beckett investigaram casos menores. Nada muito fora do comum. Nada desafiador. A relação entre eles estava bem mais leve, os rapazes até estranharam que toda aquela raiva de antes desaparecera muito depressa. Não houveram mais “encontros” exceto pelos breves momentos do café. Quando retornou para sua consulta semanal com Dana, a terapeuta notou a melhora instantânea no semblante de Kate. A pergunta exata que fizera foi “viu passarinho verde?” e imediatamente deduziu que a tal Serena sumira de suas vidas.
- Aconteceu mais alguma coisa além do desaparecimento de Serena?
- Não realmente. Só é bom voltar ao que éramos. Parceiros, Dana – tratou de responder ao ver a cara de curiosidade da amiga, não queria comentar sobre o que acontecera naquele dia no Remy´s. resolveu falar do último tópico da outra sessão, sabia que desviaria a atenção de Dana e daria munição para que falasse sobre outro assunto – eu pensei na pergunta que você me fez. Sobre o medo.
- Chegou a alguma conclusão?
- Talvez. Eu reconheço o que me deixa mais aterrorizada nessa situação. Tenho medo que ele espere demais por mim e quando realmente acontecer, que ele se decepcione. Tenho receio de não corresponder as suas expectativas.
- Kate, por que não corresponderia? Não é como se não se conhecessem. Não será sua primeira vez. Vocês já estavam juntos antes.
- Mas será diferente.
- Por que diz isso?
- Porque eu serei outra pessoa, eu serei alguém em um relacionamento. Terei que aprender a me portar diante de situações novas e os sentimentos... talvez não esteja à altura dele.
- Pare! Você não percebeu o que acabou de dizer? Kate acabou de ter uma visão de seu futuro no qual considera estar em um relacionamento sério com Castle. O simples fato de admitir isso já é prova suficiente de que irá funcionar. O resto são detalhes, na verdade a parte boa de se estar em um relacionamento são as descobertas. Ninguém nasce sabendo sobre como agir, aprendemos. Seu parceiro é o maior exemplo disso. O Richard Castle que você conheceu era mulherengo, já teve dois casamentos que deram errado e olhe para ele agora, está investindo novamente. Está esperando pela mulher que ama. Não podemos parar de tentar, essa é a chave de tudo. Ele já errou bastante, não diga que não está à altura dele porque isso não passa de desculpa.
Kate ficou calada, mas um pequeno sorriso se formava no canto dos lábios.
- Ele a beijou. Serena.
- Isso é grande. Eu não sabia disso, o que pode me fazer reconsiderar o que disse a menos... por que você está sorrindo? Esperava uma atitude como do outro dia, uma Kate irritada e...
- Eu admiti que senti ciúmes, não dela. Da nossa parceria. E não foi realmente um beijo. Ele estava tentando me acobertar. Entendo isso agora, mas no momento fiquei com muita raiva. Estou sorrindo porque vi a sua reação. Não é fácil admitir que você está certa, Dana. Mas estava.
- Como ele reagiu?
- Ele se justificou. Disse que estava fazendo o que eu pedi. Sabia que eu estava com ciúmes e que pensei que ele me trocaria por ela.
- E acertou, não?
- Não disse isso a ele.
- Estou bem mais satisfeita com esse desfecho, real progresso, Kate. Como disse, espero ansiosa o dia que verei você entrar por aquela porta e me confessar que está com Castle para valer – elas se despediram e Kate deixou o consultório.
Naquela noite, Kate sentou-se em sua cama com um pequeno caderno nas mãos. Azul. Após a última conversa com Dana, ela sentiu a necessidade de voltar a escrever sobre o que acontecera desde que Castle se juntou a ela novamente no distrito. Os beijos, o ciúme, as dúvidas. Passou uma hora escrevendo antes de deitar-se para dormir. Não contaria para Dana, pelo menos não ainda.
XXXXXXX
Após fecharem um caso na noite anterior, Castle não aparece pela manhã no distrito. Beckett sabia o porquê. Papelada. Ele fugia como um verdadeiro maratonista dessa parte do trabalho. Não que a manhã dele estivesse sendo interessante.
Martha o arrastou para o banco porque queria conseguir um empréstimo para a sua escola de arte e se recusava a deixar o filho lhe dar dinheiro. A discussão enfadonha sobre limites de crédito, taxas e juros, estavam deixando Castle entediado. Não aguentando mais ouvir os argumentos da mãe, ele se levantou e ligou para Beckett. Ao ver o nome dele no visor, sorriu.
- O que você quer, Castle?
- Diga que precisa de mim – a frase pegou-a desprevenida.
- O que?
- Estou preso num banco ajudando minha mãe conseguir um empréstimo com o meu gerente. Por favor, diga que há um caso que poderíamos estar resolvendo – a voz dele era de tédio, mas o tom dava uma conotação sensual a ela.
- Desculpe, não há cadáveres, apenas muita papelada esperando você vir e fazer sua parte ao menos uma vez.
- Pergunto o que seria pior estar aqui ou fazendo a papelada.
- Como podemos ser parceiros quando estou atrás dos bandidos e assim que aparecer papelada estou sozinha? – de repente, ele começou a observar a cena que se desenhava a sua frente. Algo não parecia certo – o que foi?
- Acho que esse banco está prestes a ser roubado.
- Sério, Castle? Está tão entediado assim?
- Tem um homem e uma mulher aqui, com máscaras cirúrgicas e uniformes e ambos têm suspeitas protuberâncias em suas jaquetas.
- Castle, acho que sua imaginação de escritor está fluindo – então Castle viu a porta do banco ser fechada e o grito que Beckett ouviu também.
- Todos no chão!
- Não é a minha imaginação. Definitivamente – ele foi se agachando sem deixar de falar ao telefone, foi ao encontro da mãe trazendo-a para perto de si.
- Vai vai vai! Movam-se! No chão!
- Castle, o que está acontecendo? Onde você está? 
- Estou no banco e financeira New Amsterdam na Lex.
- Esposito, há um 10-30 no banco e financeira New Amsterdam na Lex. Chame a central.
- 10-30? Desde quando cuidamos de assaltos a banco? – perguntou Ryan.
- Castle está lá – e foi tudo o que bastou para que os rapazes começassem a trabalhar. A confusão no banco continuava, os bandidos gritavam com os clientes mandando-os deitarem-se no chão e livrarem-se dos celulares. Ele continuava ao telefone relatando o que acontecia para Beckett.
- Eu estou agachado em uma das mesas, todos estão usando máscaras cirúrgicas e uniformes, um está esvaziando os caixas – Castle percebeu que um dos reféns o viu no celular e fez sinal para que continuasse quieto – outro foi até o gerente, pegou sua chave. Foi para o fundo do banco – Esposito avisa Beckett que as viaturas estão a caminho.
- Castle, preciso que ouça com atenção, quantos são?
- São três – então ele ouviu a arma ser engatilhada em seu pescoço – conte 4 – o bandido pegou o celular da mão de Castle.
- Então, você é o herói que farei de exemplo. Desculpe seu amigo não pode falar agora – ele já ia desligar quando a voz de Kate soou pelo telefone.
- Não me preocuparia com ele, e sim, com você. Tenho viaturas a caminho.
- Você é tira? Você ligou para um tira?
- Não, eu já estava conversando quando vocês entraram.
- Escute, até agora ninguém se feriu e nada foi roubado, então se você sair por onde entrou, você pode desaparecer.
- Promete que não irá me procurar?
- Eu não procuro. Eu caço. E acredite, você não quer isso. Saia agora e será apenas um artigo no jornal local.
- Desculpe, querida. Prefiro a primeira página – ele desligou, jogou o celular no chão e o destruiu. Na mesma hora, o olhar de pânico se formou em Beckett. Ela se levantou de sua mesa e ordenou.

- Vamos.  

Continua...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

[Castle Fic] An Unexpected Visitor - Cap.3


Nota da Autora: Demorou, mas tia Teresa está de volta... aliás, as coisas andam tensas no loft dos Castle. Preparem-se para ver o que uma tia pode fazer com Kate. Só que não tenham raiva dela, é possivel entende-la... divirtam-se! 


Cap.3 

Kate se preparou psicologicamente para passar as próximas horas na companhia da tia. Devidamente vestida para frequentar a 5ª avenida nos termos que Teresa aceitava, ela subiu as escadas a procura da sua companheira de compras.

- Tia? Já está pronta? Estou apenas lhe aguardando – ela mal virou no corredor e deu de cara com a tia pronta, na opinião de Kate, para um jantar de luxo.

- Já estava descendo. Pelo menos você está adiantada. Onde iremos?

- A escolha é sua. Estamos mais próximas do SoHo, sugeriria começar por aí. Podemos caminhar e aproveitar cada loja que apareça. Tem muita grife boa por aqui.

- Não vamos de carro? Você não espera que eu vá entrar em um metro para ir até a quinta avenida, certo? E nem pense em me fazer andar naquele seu carro de segunda da NYPD – ela respirou fundo, melhor não retrucar.

- Pegarei um dos sedans de Castle. Não terá que se preocupar.

Elas andaram por muitas lojas no Soho. Nada parecia satisfazer a tia. Experimentara vários vestidos, fizera muitas vendedoras se rebolarem para achar peças dificílimas apenas para desistir de leva-los no fim. Kate estava envergonhada por tanto descaso com o trabalho das moças. Quando entraram na Burberry, uma das garotas veio logo na direção de Kate.

- Capitã Beckett! Que bom vê-la por aqui. Já faz alguns meses. Acredito que sua última compra aqui foi há uns dois meses. Mas o senhor Castle esteve aqui comprando aquele casaco divino vermelho da coleção nova – de repente, ela se atentou – ah, não! Você não sabia do casaco, estraguei a surpresa! Desculpe!

- Não, Diana. Eu ganhei na semana passada e você tem razão, ele é divino.

- Recebemos umas pashiminas e echarpes lindas que tem tudo a ver com o casaco. Quer dar uma olhada? São da última coleção – Teresa olhava desconfiada para a interação da sobrinha com a vendedora. Ao que tudo indicava, Kate era uma espécie de cliente VIP da loja e devia gastar bastante ali. Talvez o casamento tenha lhe dado certas vantagens. Além de ser conhecida como seu título da polícia.  

- Vamos ver, sim. Porém, hoje estou aqui com a minha tia. Ela é a prioridade.

- Claro, capitã. Podem me acompanhar? O que a senhora deseja olhar? Casacos, vestidos? Acessórios?

- Casacos, mostre-me sua nova coleção – enquanto a moça trabalhava proporcionando o melhor atendimento que podia, ela conversava com Beckett sobre vários assuntos, de moda ao noticiário chegando na curiosidade sobre os livros de Castle. A tia fazia o mesmo que fizera em outras lojas, dava trabalho para a vendedora sem lhe dar a certeza de que levaria algo.

- Quando vai sair um próximo Nikki Heat? Não aguento de curiosidade! Os livros de Rick Castle são ótimos, mas ele realmente se superou na série Heat, muito melhor que Derrick Storm. A dobradinha Frozen e Deadly é excelente, e o Raging muito intenso e o romance? Lindo demais. A senhora deve ter muito orgulho da sua sobrinha, não é qualquer pessoa que pode inspirar tantas histórias excelentes.

- Um escritor deve ter imaginação, não quer dizer que ela é responsável pelas histórias – retrucou Teresa.

- Claro que o escritor tem a técnica, as palavras, mas se não tiver o exemplo, a inspiração? Ele não vai tão longe. Sua sobrinha serve de inspiração para muita gente, dentro e fora da NYPD. Motivo de orgulho.

- Nossa! Obrigada – Beckett ficou mesmo surpresa com a demonstração da moça.

- Qual foi o casaco que você mencionou antes, o vermelho? – Teresa estava curiosa para ver se era realmente bonito. A vendedora foi buscar a peça.

- Temos o mesmo modelo em bege e cinza, além da estampa característica da nossa marca. Que tal experimentar? – quando viu o casaco, Teresa teve que reconhecer, era muito elegante.

- Realmente é uma bela peça, elegante – disse finalmente.

- Sim, concordo tia. Rick tem muito bom gosto. Ele sabe exatamente o que gosto, não escolheu o vermelho à toa. Eu tinha um outro em tom parecido daqui mesmo, infelizmente estava muito velho, não combina com uma profissional na minha posição um casaco puído.

- Surpreendente! – a tia sorriu – seu marido não é tão desligado como parece. Pena que seja com a aparência – Kate não se deixou levar pelo comentário, ela só queria um motivo para iniciar uma discussão e não daria esse gostinho a ela – vou provar o bege. Combina mais comigo.

E finalmente, Teresa faz alguma compra. Saindo da loja, ela diz a Kate que quer fazer uma pausa antes de seguirem para a Saks. A sobrinha sugere uma visita a Dean e Deluca. Novamente, ganhou uns pontos com a tia. Aproveitou para elogiar sua compra. De volta a quinta avenida, Teresa acabou encontrando seu lugar na Saks. Após uma sessão de maquiagem, a tia comprou vários cremes e cosméticos. Quando estava provando algumas roupas de Carolina Herrera, Beckett recebe um telefonema. Uma situação surgira na 54th e ela precisava ir até a central para uma reunião dali a trinta minutos. Esperou que a tia saísse do provador para dar a notícia.

- Nossa, ficou muito bem em você, tia. Devia levar, sem dúvida foi feito sob medida.

- Sei que está bonito, não precisa exagerar nos elogios – ok, ela tentara. Era hora de encerrar o passeio.

- Tia, acabei de receber uma ligação do meu chefe. Preciso estar na central em meia hora. Acho que nosso passeio acabou. Se quiser ficar comprando, eu entendo. Posso leva-la para casa se preferir.

- Você não é a chefa? Pensei que estava de folga. Não tem autoridade para isso?

- Do meu distrito, sim. Estou falando do comandante da polícia. Ele é meu superior.

- Provavelmente vai fazer você trabalhar até de madrugada outra vez. Não sei como consegue manter esse casamento.

- Ossos do ofício.

- Vou pagar esse vestido e podemos ir.

Kate deixou a tia em casa e checou o relógio. Droga! Tinha quinze minutos para chegar a reunião. Nem sequer avisara Castle que não poderia encontra-lo. A hora da reunião era a mesma que ele dissera que estaria em casa. No caminho para a Central, ela ligou para o marido.

- Hey, honey. Já estou me arrumando para sair. Sua tia lhe deu muito trabalho?

- O de sempre. Estou ligando porque tenho más notícias. Fui chamada para uma reunião de emergência. Estou a caminho da 1PP nesse instante. Desculpe por estragar nossos planos, amor. Não era minha intenção e você vai ficar preso a tia Teresa novamente.

- Isso está virando uma constante. Talvez seja melhor eu ficar por aqui. Sua reunião vai demorar?

- Espero que não. Quero ao menos jantar junto com você. Não deixe ela abusar, Castle. Nada de salada. Faça o bolo de carne que está temperado na geladeira. Vou fazer o possível para ser rápida. Quero ficar sozinha com você essa noite, compreendeu?

- Claramente. Faça o que precisa fazer, Kate. Eu me viro.

Castle enrolou um pouco mais no escritório por não querer aturar Teresa por muito tempo. Então, lembrou-se que se não fosse para casa, provavelmente seria obrigado a comer igual tartaruga. Chegando em casa, encontrou Teresa assistindo tv. Cumprimentou-a e foi direto para a cozinha para colocar a carne no forno. Somente então fez a parte social. Sentando-se ao lado dela no sofá, ele perguntou.

- Então, como foi a sua tarde de compras? Aproveitou bastante?

- Bem menos do que eu esperava, mas consegui comprar algumas coisas interessantes. A quinta avenida não é a Rodeo Drive, mas dá para o gasto – vendo Castle com um pote de sorvete nas mãos, exclamou – você não vai comer isso agora! Nem fez seus exercícios hoje.

- Tenho pressão baixa, preciso do açúcar nesse momento – ela tirou o pote da mão dele.

- Coma uma fruta, é mais saudável e faz o mesmo efeito – ela colocou o pote no freezer voltando com uma maçã – aqui está – Castle se segurou para não gritar, mas logo em seguida ela mudou o tópico da conversa – sua esposa parece ser bem conhecida. Hoje na loja, as pessoas a chamavam pelo nome e falavam do livro.

- Kate é reconhecida como policial. Como detetive ela fez coisas grandes pela cidade, prendeu criminosos importantes. O prefeito e a 1PP reconhecem seu profissionalismo, sua determinação e comprometimento com a justiça. Ela coloca seu coração no que faz para honrar as vítimas. Isso a torna extraordinária. Uma pena que você não enxergue essa Kate, Teresa. Devia ter orgulho de sua sobrinha.

Pela primeira vez, Teresa pareceu encantada com a sobrinha e com o jeito como Castle a descrevia. Podia ver em seus olhos o amor que sentia por ela. Mesmo assim, não estava disposta a ceder.

- Ah, mas ela não é famosa como minha filha. Claire é modelo em Paris, desfila para grifes famosas. E não corre o risco de voltar para casa com um ferimento. Kate tem marcas por todo o corpo! Acaba com a beleza.

- Essas marcas são parte da história dela, definem quem ela é. Eu não me importo, na verdade, eu a amo ainda mais por isso. Ela é minha musa, minha – ele não ia entrar no mérito da história da filha dela que Kate lhe contou.

- Que seja! Ainda acho que ela podia ter ido para Paris com Claire e sido modelo ao invés de caçar bandidos.

- Se fosse diferente, se sua mãe não tivesse sido assassinada, certamente seria uma advogada brilhante. Talvez estivesse conduzindo a suprema corte. Mas o destino a mudou e sinceramente foi para melhor. Não sei se ela concordaria comigo, porém sei que se a história fosse outra, a NYPD perderia muito. E não sei se eu estaria aqui falando da minha esposa para você.

Nesse instante, o silêncio pairou entre eles, Teresa podia ver que ele falava com emoção, vindo do coração. A porta do loft se abriu e Kate entrou sorrindo.

- Hey, pensei que estivessem jantando. Não estão com fome? Passa das sete – Castle se levantou indo em sua direção, o beijo a pegou desprevenida – alguém sentiu minha falta?

- Estávamos esperando por você – ele respondeu – vamos, Teresa?

No jantar, procuraram falar de assuntos neutros, porém Teresa não resistiu em perguntar de Kate sobre o seu sumiço para o trabalho.

- Então, você vai trabalhar de madrugada de novo? Vai caçar bandidos? Ou você inventou aquela reunião apenas para não ter que ficar comigo?

- Não é nada disso, tia. A reunião aconteceu, na verdade, eu terei que voltar para a 54th. Haverá uma nova emboscada hoje à noite e preciso estar presente. Ryan vai servir de isca – ela olhou para Castle – sinto muito, amor. O comandante e toda a 1PP estão de olho nessa operação. Querem resultados rápidos – ele esticou a mão para tocar a dela em sinal de compreensão – prometo compensa-lo depois. Tia, quando estava vindo para casa, papai me telefonou. Disse que amanhã está livre para leva-la aos museus, fazer passeios e assistir um musical na Broadway – o tamanho do sorriso de Castle foi impagável, iria se livrar da tia carrasca e nada de exercícios – disse que liga mais tarde para acertar os detalhes.

- Será bom passar um tempo com meu irmão.

- Que horas você vai ter que ir trabalhar? – perguntou Castle claramente pensando em passar um tempo sozinho com sua esposa.

- As dez horas. Não sei que horas volto.

- Sinceramente não consigo entender esse seu trabalho. Chefes não trabalham de madrugada.

- É diferente, tia. Estamos lidando com crimes.

- Mesmo assim. Médicos eu posso entender, mas policiais? Espero que tenha um tempo para mim antes de ir. Quero arrumar umas coisas e saber onde encontro umas encomendas aqui em Nova York para uma amiga.

- Certo – ela olhou relutante para Castle que obviamente viu seus planos irem por água abaixo. Teresa fez questão de ocupar Kate até vinte minutos antes da hora que precisava estar na delegacia. Enquanto vestia-se correndo, Castle comentava a história do sorvete.

- Você pode pegar o pote para mim antes de sair? Não quero mais dar de cara com a sua tia hoje.

- Tudo bem – cinco minutos depois ela volta de mãos abanando – Castle, não tem nenhum pote de sorvete no freezer.

- Mas ela colocou lá...

- Não tem. Revirei tudo – ela viu o marido fechar os punhos, a cara irritada - Vou checar de novo.

- Não precisa. Sei o que ela fez. Ela jogou no lixo! Só para eu não comer.

- Será? – relutante, Beckett voltou para checar. Tinha razão. O pote estava na lata de lixo derretido, o que daria trabalho para limpar, voltou ao quarto – sinto muito, amor. Você estava certo. Está todo derretido no lixo – ela se aproximou dele dando um beijo rápido em Castle – esses não tem sido bons dias para nós, não? Amanhã faz uma semana e somente mais três dias, babe. Volto assim que puder - e saiu. Ele também não vira a hora que a esposa retornara para casa. Pensava que ia se livrar de Teresa no dia seguinte, porém ela acordara mais cedo especialmente para colocá-lo na academia fazendo exercícios. Seu café da manhã? Uma tigela de aveia e linhaça com frutas.

Kate e Castle se desencontraram por dois dias. Falavam-se brevemente por telefone, mensagens nas quais Castle reclamava do tratamento que recebia da tia. Por isso, decidira se esconder em seu escritório de PI dizendo que somente voltaria para casa quando ela estivesse lá para dividir o fardo. Kate estava surpresa, ela pedira ou melhor, implorara para o pai tirar a tia de casa e dar um descanso para os dois, especialmente para Castle, infelizmente, não contava que tivesse que trabalhar tanto nesses dias. Ela também estava exausta. A operação chegara ao fim, fora bem-sucedida. Porém, Beckett acabou tendo que lutar com uns bandidos, o que lhe rendeu um roxo no ombro e no rosto.

Ela estava louca para ir para casa, encontrar Castle e relaxar. Estava farda da adrenalina e da tensão. Já se passara uma semana desde que a tia chegara e ela não conseguira ter um minuto de paz com o marido. Ao entrar no loft, percebeu que Castle não estava lá. Da cozinha, Teresa a olhou com uma cara de desaprovação.

- Lembrou que tem casa e marido? Meu Deus! Você já se feriu de novo?

- Não foi nada.

- Para você não foi nada, nem que quisesse poderia ser modelo como a Claire com esse corpo cheio de hematomas e marcas. A propósito, seu marido não está em casa. Abra o olho, se continuar trabalhando desse jeito, ele vai arranjar é uma amante.

- Tia Teresa, por que você é assim? Não admito que fale dessa maneira de mim e do meu marido. Um pouco de respeito, a senhora está na minha casa. Juro que estou tentando fazê-la se sentir bem-vinda, curtir um tempo conosco, infelizmente a senhora torna isso praticamente impossível. Se meu corpo está cheio de cicatrizes, isso é um problema meu. Eu escolhi minha profissão ao contrário da minha prima que prefere servir mesas em um restaurante qualquer em Paris do que morar perto da mãe. Sabe qual é a diferença entre eu e Claire? Eu perdi a minha mãe, a dela a afastou – as palavras de Kate foram um baque para Teresa. Talvez tivesse exagerado, fora dura, mas era resultado do estresse que vivera nos últimos dias. Não importava, ela precisava ouvir.

- Eu vou trocar de roupa. Tenho que voltar para o meu distrito – cinco minutos depois, Beckett saia pela porta. Seu destino não era o 12th.

XXXXXX

Castle chegara da rua há uns cinco minutos chamando por Alexis várias vezes.

- Que foi, pai? Por que esse desespero?

- Estou morrendo de fome. Só comi fruta e cereal hoje e são quatro da tarde. Pode mandar entregar um cheeseburguer duplo, batata frita, nachos e um pote de sorvete de chocolate.

- Pai, o Remy´s não vai entregar um pote de chocolate.

- Então, você compra e traz para mim.

- Nossa, o que deu em você? O lance com a tia da Kate está tão ruim assim?

- Ruim nem começa a descrever. A mulher tem uma birra com Kate e parece que faz questão de me punir por defende-la ou para atingi-la. Ela jogou meu sorvete no lixo!

- Ok, pai. Já entendi. Vou providenciar o que quer – vinte minutos depois, Alexis estava sentada na sua mesa esperando a suposta entrega da refeição do pai. Ao ouvir um barulho na porta, pensou finalmente. Ao erguer a cabeça do computador, se deparou com Beckett bem a sua frente.

- Alexis, me escute. Você vai se levantar dessa mesa, pegar esse dinheiro e tirar uma hora, não! Duas horas de folga. Tome um café, coma alguma coisa. Melhor, estou te dando o resto do dia de folga.

- Mas o papai pediu comida e eu...

- Esquece a comida. Eu preciso ficar a sós com seu pai, é urgente!

- Oh! – ela entendia que estavam falando de intimidade – tudo bem, estou sumindo. Fui! – a menina saiu correndo pela porta, queria estar bem longe para sequer imaginar o que fariam naquele escritório. Kate abriu a porta da sala de Castle. Ele estava cabisbaixo examinando uns papeis.

- Até que enfim, Alexis. Pensei que ia jantar esse hambúrguer. E você trouxe... – ele ergueu a cabeça calando-se com o que viu. A sua frente, Kate jogara o casaco no chão, tirara os sapatos e abrira a blusa. A passos largos, ela caminhou até ele.

- Castle, feche esse computador, largue essa papelada. Eu estou estressada, cansada, sem paciência. Sinto sua falta. Já faz uma semana que não conseguimos ficar juntos, transar como um casal normal e eu estou no meu limite.

- Kate, o que aconteceu com seu rosto?

- Não ouviu o que eu disse? Eu não aguento mais! Eu preciso de sexo! - puxando-o pela gola da camisa para a sala secreta de reunião praticamente jogando-o sobre a mesa, ela abriu as calças dele e puxou a camisa deixando os botões rolarem pelo chão - Estou enlouquecendo e se ficar mais um minuto naquele loft sem você vou acabar matando a minha tia! E você terá que chamar a minha equipe para me prender por homicídio – ele tocou de leve o rosto dela, via em seus olhos que ela estava irritada, tensa - Faça amor comigo – jogou a blusa que vestia no chão ficando apenas de sutiã - Não! Sexo selvagem! – ela sorveu os lábios dele com vontade.       

As mãos dela passeavam pelo corpo de Castle tentando se livrar das peças de roupa que os impedia de sentir pele contra pele. Sim, Kate estava movida pela raiva, o stress e o desejo contido nesses últimos dias. Ela não queria nada devagar. Deitada sobre o corpo dele na mesa de madeira, ela mordicava seus lábios e esfregava o corpo no dele. As mãos de Castle mal conseguiam toca-la como gostaria tamanha era a dinâmica dos dois. Para freá-la um pouco, ele trocou de posição com a esposa prendendo seus punhos sobre a cabeça com suas mãos e usando a boca para prova-la no pescoço, colo, seios. Vendo que ela começava a relaxar, soltou os braços dela permitindo que usasse suas mãos para explorar o corpo.

Arrancou-lhe a calcinha e abriu suas pernas para prova-la. Kate não precisou de muito estímulo para atingir o orgasmo, ela já estava energizada. Trocando novamente de posição, Castle a colocou sentada na mesa ficando de pé. A altura da mesa era ideal para o que ele tinha em mente. Quando ele a penetrou, o grito de Kate ecoou pela sala. Ela estava úmida e pronta para tê-lo dentro de si. Buscou pelos lábios dela sorvendo-os em um beijo sensual e cheio de tesão. Movimentava-se dentro dela apoiando as mãos nos quadris da esposa. Rápido, preciso e profundo.

Quebrou o beijo para admirar o corpo da mulher a sua frente. De repente, se viu beijando-a no meio dos seios, bem no local da cicatriz do tiro. Depois, abocanhou um deles e arrancou vários gemidos prazerosos. Ouviu-a repetir seu nome várias vezes, implorando por uma nova explosão de prazer. A cada estocada, ele sentia que estava mais próximo de atingir o clímax. No ápice, ele sentiu os dentes de Kate mordendo seu ombro e seu pescoço. O corpo dela já tremia em suas mãos e Castle aproveitava-se disso para fazer da experiência algo ainda mais intenso. Quando em um movimento de penetração ele adentrou profundamente dentro dela, Kate cedeu. Juntos, eles deixaram os corpos falarem por si sós numa explosão mútua de prazer.

Castle deixou seu corpo tombar sobre o dela. Permaneceram assim por alguns minutos até que ele ergueu-se puxando-a pela cintura. Carregou-a até um sofá no canto da sala. Deitou-se e acomodou-a perto de si. Então viu o hematoma no ombro. Cuidadosamente, beijou-lhe a pele e acariciou o local com a ponta dos dedos.

- Você disse que não ia para o campo.

- Não deveria, mas houveram imprevistos. Não foi nada, Castle.

- Como se sente?

- Bem melhor agora, obrigada.

- Eu não recusaria uma transa no meio da tarde com a minha esposa. Afinal, o que deu em você? Não que eu esteja reclamando, longe disso.  

- Eu apenas precisava. Diante de tudo que vem acontecendo, a distância de você por causa do trabalho, a minha tia nos testando, vontade, desejo. Você sabe que não sou uma pessoa de ficar muito tempo sem fazer amor, nós dois somos assim. Tinha que me sentir bem novamente.

- Entendo. Agora vai me contar como se feriu?

- Não foi nada importante. Tivemos um contratempo ao prender os caras e tive que ajudar Ryan, me descuidei na luta e acabei deixando ele me acertar. Depois o derrubei com vontade.

- Como derrubou aquele cara quando demos nosso primeiro beijo?

- Parecido – então ela calou-se por vários minutos, Castle ficou acariciando seus cabelos enquanto ela parecia ter se perdido em uma outra dimensão em meio aos seus próprios pensamentos. Aquele silêncio incomodou-o, porém conhecia a esposa o suficiente para saber que ela estava remoendo alguma coisa e quando isso acontecia, era preciso dar um tempo e saber como endereçar a conversa para que Kate o dissesse o que estava lhe incomodando. Esperava que não fosse o trabalho.

- Alexis... eu esqueci completamente dela.

- Eu disse para que tirasse a tarde de folga.

- Ah... então foi tudo premeditado, capitã Beckett – ele sorriu beijando-lhe o topo da cabeça, ergueu o rosto dela de modo a beijar-lhe o queixo e os lábios – hey, o que houve? Pensei que você tivesse dito que estava melhor. Pensando no trabalho?

- Não, na verdade estava pensando na minha tia. Aconteceu uma situação realmente chata antes de eu vir para cá. Foi por causa do que disse que acabei vindo atrás de você – Castle a olhava encorajando-a a falar - Eu cheguei em casa cansada, ferida, querendo um beijo e um abraço seu, do nada ela começa a me atacar. Insinuando coisas, falando mal do meu trabalho, de você, de nós.
      
- Kate... você...

- Deixe-me contar. Eu disse certas coisas para ela que não deveria. Foi coisa de momento, na raiva. Reconheço que não deveria ter feito o que fiz, mas ela me deixa louca! Por que não pode ser uma pessoa normal, uma tia que quer saber como você está, se precisa de conselhos, que te elogia? Por que tem que ser uma pessoa tão arrogante e crítica! Poxa, ela é minha única tia – Castle a muda de posição para que pudesse ficar em cima dele, porém fitando-o.

- Kate, escute. Reconheço que você tem razão, sua tia é uma pessoa extremamente difícil de lidar. Você não estava brincando. Mas, o que digo a você desde que a conheci? Há sempre uma história, uma cadeia de eventos que guia a pessoa e a muda, com Teresa não é diferente. Após a morte do marido, isso se intensificou. Ela se sente sozinha, infelizmente o mecanismo que achou para driblar a carência foi o criticismo, a arrogância, mostrar-se superior sempre. Tudo isso porque é solitária, não tem a filha por perto. Quer um conselho? Tente entender sua tia. Minha família é pequena, nunca tive a oportunidade de conviver com um tio para me dar conselhos. Eu sinto falta disso. Você tem alguém. E depois que perdeu sua mãe, ela deveria ser sua base, como mulher. Porque no fundo, isso é o que Teresa sente falta, de ter alguém para cuidar, exercitar seu lado maternal, embora de maneira totalmente errada. Veja o que ela fez comigo! Ainda assim... dê a ela a oportunidade de fazer o que Johanna faria.

Kate deixou a cabeça pender escondendo-se por trás dos cabelos com o rosto contra o peito dele.

- Eu sou horrível. Eu falei justamente disso para a minha tia. Que Claire não aguentava ficar com ela porque era uma péssima mãe.... não com essas palavras, mas... ah, droga! Como vou consertar isso?

- É difícil, porém não impossível. Não estou dizendo que aprovo o que faz, eu mesmo já dei umas indiretas nela. Só que eu entendo que ela está me usando para lhe testar, amor. E de certa forma, está cuidando de mim, exercitando seu lado maternal. Terrivelmente, devo acrescentar – ele fez com que Kate o encarasse, acariciou-lhe o rosto - Existem meios de consertar, o melhor deles é com uma conversa fraca e um pedido de desculpas. Antes terá que dar um tempo porque ela deve estar com muita raiva de você. Eu achei que você ia explodir antes, talvez tenha adiado porque esteve ausente com o trabalho.  

- Eu me sinto mal por isso. Como você consegue ler as pessoas tão bem?

- Você também é boa nisso, Kate. Apenas bloqueou sua qualidade por ser sua tia. Você já tinha um certo pré-conceito dela. Devia aprender com o mestre – o jeito como olhou para ela de ego inflado, fez Kate esmurra-lo. Ele perdeu o equilíbrio e os dois acabaram caindo do sofá direto no chão. Estatelados, só podiam rir.

- Melhor encerrar o expediente por hoje, PI. Precisamos ir para casa e não sei o que encontraremos a nossa espera.

Ela se levantou com cuidado começando a juntar as roupas jogadas pelo chão e vesti-las. Castle fez o mesmo, porém quando a viu a sua frente apenas de calcinha e sutiã, não resistiu e agarrou-a beijando-a apaixonadamente.

- O que você está fazendo?

- Apenas testando se você ainda está relaxada ou se precisa de uma mãozinha...

- Não comece, Castle... – tarde demais. Ele já desabotoara o sutiã e a empurrava contra a parede. Alguns minutos a mais de prazer não faz mal a ninguém.

Ao voltar para o loft, Castle e Beckett encontram Martha sentada no sofá tomando uma taça de vinho. Nem sinal de tia Teresa. Ela acenou para a sogra, tirou o casaco e foi direto para o quarto trocar de roupa enquanto Castle se juntava a sua mãe.  Ao retornar, perguntou sobre a tia.

- Martha, você está sozinha? Tia Teresa saiu?

- Não, Katherine. Quando eu cheguei, ela estava por aqui vendo umas revistas. Notei que ela estava meio cabisbaixa, não parecia a mulher que ostentava poder e superioridade outro dia. Perguntei se estava tudo bem, disse que sim só ficara um pouco desapontada com a educação de uns certos nova-iorquinos. Por acaso ela não se referia a vocês, certo? – a cara de Kate revelava tudo, isso e a mordida característica nos lábios. Suspirou – oh, entendo. Venha cá, Katherine... – ela se levantou indo até a nora abraçando-a pela cintura trazendo-a para sentar-se ao seu lado.

- Quer um pouco de vinho, amor? – ela assentiu. Ele queria dar espaço para as duas conversarem.

- Sabe, Katherine, as pessoas tendem a fazer e dizer coisas estúpidas por não se sentirem confiantes o bastante para expressar o que realmente querem. Não fique encucada com isso. Sua tia não é moleza. De qualquer forma, acho que os salvei de alguns problemas. Eu a convidei para um dia de spa amanhã.

- Martha, você não precisava fazer isso.
- É, talvez não. Mas eu queria aliviar as coisas para vocês e ela me pareceu bem mais sociável. O que me lembra, seu pai telefonou. Ele vai sair com ela hoje a noite. Eu atendi o telefone, avisei para Teresa porém, não sei se ela realmente prestou atenção. Um último conselho de Martha Rogers, Katherine. Nós não escolhemos nossos parentes. Devemos aprender a conviver com as diferenças. Só que no momento em que fazem parte da nossa vida, nós os apoiamos porque como diz a palavra são da família.

- Obrigada, Martha – Castle entregou a ela a taça de vinho. Ouvira o que a mãe dissera a Kate. Martha se levantou dando um beijo na nora.

- Estarei lá em cima no meu antigo quarto. Sugiro um de vocês avisar Teresa. Jim deve estar chegando em meia hora – Kate bebeu um pouco do vinho. Castle sentou-se ao lado dela.

- Sua mãe, vocês entendem bem do que é ser uma família, eu estou reaprendendo. Durante muito tempo eu apenas me concentrei em estudar, trabalhar, perseguir a justiça. Minha ideia de família depois que minha mãe morreu era jantar ou almoçar esporadicamente com meu pai, alguns telefonemas. Tudo isso após ele ficar sóbrio outra vez. Essa harmonia, apoiar um ao outro, voltei a viver com você. Não estava acostumada. É difícil.

- Eu sei. Mas para tudo na vida se tem uma segunda chance. Você pode ser a que dá o primeiro passo – Beckett já fazia menção de se levantar para ir até a tia, Castle a impediu – não agora. Ela ainda está com raiva de você. Deixe que eu vou. Amanhã quando ela retornar do passeio com minha mãe, pode ser sua oportunidade. Iremos para o Old Haunt e teremos uma noite em família. Volto já – Castle subiu as escadas caminhando até o quarto da sua hospede. Bateu de leve na porta.

- Teresa, é o Castle. Apenas para lembra-la que Jim estará aqui logo mais. Vocês irão sair, não? Teresa? Está me ouvindo? – ele esperou um instante, bateu na porta novamente - Teresa? – ela finalmente abriu a porta.  

- Já ouvi, Rick. Sabe, você atrapalhou meu sono da beleza. Agora não fará efeito. Para um nova-iorquino você realmente não sabe dar espaço as pessoas, não? – Castle respirou fundo, ela estava claramente chateada, não iria entrar no jogo – será que pode me dar licença para eu me arrumar?

- Tudo bem. Porém, primeiro eu gostaria, ou melhor, eu e Kate queremos fazer um convite para você. Após a sessão no spa com a minha mãe, queremos leva-la a um lugar especial. Na verdade, é um lugar típico da Nova Iorque antiga.

- Vocês não irão me levar em algum lugar tipo Staten Island, por favor!

- Não, iremos a um bar. Meu bar. Um lugar típico da cidade na época da lei seca.

- Você tem um bar? Logo vi que você não podia fazer tanto dinheiro como escritor. Tudo bem, agora pode deixar eu terminar de me arrumar?

- Claro.

De volta a sala, ele encontrou Kate sentada ainda com o copo vazio. Foi até ela, pegou sua mão e a guiou até a cozinha onde encheu seu copo com mais vinho e beijou-a na testa e nos lábios.

- Vamos tirar essa ruga de preocupação da testa, amor? Vou preparar nosso jantar. Algum pedido especial?

- Não, faça o que quiser... – ele tornou a pegar a sua mão – hey, as palavras da minha mãe não foram tão duras assim. Você não precisa ficar remoendo isso, Kate, logo vai poder falar com a sua tia e esclarecer tudo.

- Como pode ter certeza que eu não estraguei tudo? Eu sou muito ruim nessa história de relacionamento e cuidar do outro. Não tenho essa veia familiar.

- Hey, o que você está dizendo? Você é excelente em relacionamentos. Olha para a gente, você cuida de mim, se preocupa comigo, adora minha mãe, está sempre me ajudando com Alexis. Você é mais família do que imagina, Kate. Apenas se privou disso por algum tempo. E mesmo que não concorde, você será uma ótima mãe algum dia, porque está em seu DNA.

- Essa é a sua maneira de tentar me convencer a engravidar?

- Você quem está dizendo. Vou fazer uma omelete para nós, mas antes vou até o mercado da esquina comprar sorvete. Estou merecendo depois de todo o trabalho árduo de hoje à tarde – rindo, ela puxou-o para si pela gola da camisa. Envolvendo seus braços no pescoço dele, ela o beijou carinhosamente. O gesto evoluiu para algo mais intenso, Castle a colocou sentada em um dos bancos do balcão da cozinha. As mãos já deslizavam por baixo da camisa que ela vestia instigando o contato com a pele. Kate jogou a cabeça para trás dando acesso para que ele a provasse com a boca, talvez tirasse a peça de roupa. Ela abriu o botão e o zíper da calça de Castle fazendo-a deslizar até o meio das pernas expondo o bumbum que tanto adorava. Beliscou-o enquanto sentia os lábios dele roçando em seu pescoço, sugando-o.

Ela já começava a sentir a umidade crescendo em seu centro. Um desejo louco de tê-lo completamente para si. Inclinou-se para experimentar o contato com o corpo dele. Ao fazer isso, ela colocou as duas mãos sobre o bumbum dele apertando-o. ouviu gemer em resposta. Sabia que ele gostava disso. Quando estava atracando as pernas na cintura dele, um grito os tirou do transe.

- Meu Deus! – Kate perdeu o equilíbrio e quase se espatifou no chão não fosse o reflexo de Castle em segura-la – vocês não têm educação ou decoro? Ou vergonha? Não podem fazer isso no meio da cozinha. Meu Deus! – Teresa cobria os olhos com as mãos – não tem quartos nessa casa? Que ridículo!

Kate tentava se ajeitar e Castle todo atrapalhado permanecia de costas vestindo as calças. Isso não estava acontecendo. Pegos no flagra pela tia. Não, era um pesadelo!

- Tia, desculpe eu... não...

- É isso que vocês fazem normalmente em casa? Cadê os modos de vocês? Tem visitas! Se a sua mãe e sua filha não se importam com esse tipo de comportamento, eu sim! Francamente!

- Tia, eu... – mas Castle intercedeu para ajudá-la, não queria que a situação ficasse pior para o lado de Kate.

- A culpa é minha. Kate acabara de chegar, estava com saudades e foi me envolvendo no momento e acabei me deixando levar. Foi inapropriado porque eu sabia que estava em casa. Eu assumo o erro e a responsabilidade. Não fazemos isso regularmente, não! Nós não fazemos isso nunca, quer dizer, fazemos sexo, mas no nosso quarto e... – ele estava todo atrapalhado e Kate segurou sua mão apenas com o olhar indicando para que ele parasse de falar. Nesse instante a campainha toca. Salvos pelo gongo. Kate voa para atender. Castle corre para o refrigerador, precisava se acalmar.

- Pai... bom te – ainda tentando se recuperar do susto – ver.

- Hey, Katie... – deu um beijo na filha – olá, Teresa. Está pronta?

- Você não imagina o quanto. Preciso urgentemente de ar puro – Jim franze a testa olhando para a filha que dá de ombros. Nem em um milhão de anos ela comentaria o ocorrido na frente do pai e esperava que a tia fizesse o mesmo. Como ele já estava acostumado com o jeito da irmã, atribuiu o comentário a mais um de seus caprichos.

- Você sabe que iremos jantar em um restaurante, não passear no Central Park para você respirar ar puro.

- Força de expressão, Jim. Vamos que preciso ficar longe desse ambiente por algumas horas. O clima aqui está estranho – olhou diretamente para Kate que teve certeza que seu rosto ficara vermelho com o comentário. Para sua sorte, seu pai não percebeu. Tentando alcançar a tia de alguma maneira, ela disse.

- Divirta-se, tia. Espero que tenha uma excelente noite.

- Do jeito que começou meu dia e pelo ocorrido da noite, qualquer coisa será lucro para meus olhos – Jim olhou para a filha intrigado, Kate deu de ombros.

- Tudo bem, vamos indo. Até mais tarde. Tchau, Rick! – Jim acenou ao vê-lo de longe na cozinha.

- Tchau, Jim.

Assim que a porta fechou, Kate virou-se para fitar Castle. Seu rosto era um misto de vergonha e pânico. Ele riu.

- O que nós fizemos?

- Nada demais, agimos como um casal apaixonado dentro da nossa própria casa, Kate.

- Nada demais? Minha tia praticamente nos pegou fazendo sexo! Como pode afirmar que não é nada? Ela já tem um milhão de razões para implicar comigo, agora mais essa! Meu Deus, esses dias virarão um completo pesadelo. E se ela comentar algo com o meu pai? E com que cara vou olhar para ela amanhã? Você disse que devia pedir desculpas e agora...

- Kate, nada mudou. Vem aqui – ela caminhou até onde ele estava – você ainda vai fazer o mesmo que disse amanhã, a diferença é que se Teresa comentar algo sobre hoje, você irá responder naturalmente. É um direito seu como esposa e que sente muito por ela ter presenciado algo assim. Não tem que ter medo de falar com sua tia, você é capitã de um distrito de homicídios, lida com criminosos o tempo todo. Vai saber como abordar sua tia e se desculpar. Vai ficar tudo bem.


- Queria ter a sua certeza, babe.  


Continua...