domingo, 17 de junho de 2012

[Cinema/Séries de TV] Dublado sem Opção Não!



Desde o domingo passado eu estou remoendo a reportagem que saiu na Revista Época com o seguinte título : A Dublagem venceu....

A revista conta em uma reportagem no meu ponto de vista no mínimo duvidosa que a população brasileira prefere assistir filmes e séries de tv dubladas. O argumento para tal conclusão chega a ser revoltante e um exemplo de "estímulo" à leitura num país que certamente presa pela não educação de seu povo.

A desculpa utilizada foi a preguiça dos telespectadores de ler a legenda! Como é? Ainda não acredito que li isso.

No Brasil, o índice de livros lidos por ano é de apenas 2 exemplares por brasileiros. Triste? É pode ser uma das palavras usadas sim. Porém, mais triste é ver a qualidade de jornalistas que temos. Porque como profissional eu teria vergonha de escrever uma matéria dessa. Em outras palavras, eles estão concordando em celebrar a preguiça e o não desenvolvimento da massa crítica do país.

Imaginem agora você indo para o cinema assistir um filme onde sequer sabe-se o contexto real da história? Sim, porque se a legenda já não era lá essas coisas, pensem nas inúmeras expressões coloquiais ridículas e gírias que serão impostas aqueles que assistem o filme. Pensou?

Aliás, essa reportagem foi uma dádiva para os canais de TV a cabo como Sony, Warner e Fox que há algum tempo querem forçar que seus assinantes assistam as suas séries dubladas. Melhor ainda foi a declaração de que os dubladores se esforçam ao máximo para passar as expressões e emoções dos atores para a telinha... hum, acho que perdi isso... 

Quer entender do que estou falando? Sintonize sua tv no canal Sony no final de semana e prepare-se para ser "agraciado"com o "melhor" da dublagem....

Só posso me recordar da frase de um poeta para descrever a situação toda. Como diria Renato Russo: 

Vamos celebrar a estupidez humana... 

Provavelmente meus dias como cinéfila estão contados pois me recuso a sair de casa e pagar caro pra ver um filme ser mediocrimente dublado. Vou morrer vendo séries online e aqui vai um conselho : se vcê não sabe inglês, essa é uma excelente hora pra começar a aprender. 

Sempre que possam usem a hashtag #DubladosemopçãoNão e mostre sua indignação!  

Revista Época é sinônimo de Globo e bem, o resto vocês já sabem... calar-me-ei , por enquanto!


[Castle Fic] Starting Over - Cap.5


Nota da Autora: Capitulo leve, sem maiores pretensões. Estou montando terreno para o que vem em seguida. Sobre o Pastis....amo aquele lugar em NY. Não podia deixar de cita-lo aqui. Enjoy!



Cap.5

O despertador começou a gritar. Marcava 8 da manhã. Kate acordou e revirou-se para sacudir Castle da cama.

- Acorda, Castle... lembra o que você me prometeu... – ela beijou-lhe o ombro enquanto ouvia ele resmungar – vou ao banheiro e quando sair de lá quero o senhor de pé. Vamos aproveitar que o sol está bonito e calmo.

Ela foi ao banheiro e tratou de se arrumar. Ela era assim. Focada. E com um novo projeto: colocar Castle para correr, fazer uns exercícios. Além de ser bom para a saúde, ia ajudá-los a fazer mais coisas juntos. Já pronta, ela saiu do banheiro e encontrou-o sentado na cama esfregando os olhos.
- Por que fui concordar com você nisso?

- Porque eu sei como convencê-lo de maneiras mais que satisfatórias.

Ela riu.

- É vai se gabando... você vai me pagar por isso.

- Não seja tão ranzinza de manhã, Castle. De repente, se você se comportar pode ganhar uma recompensa. E o rosto dele logo se iluminou.

Seguiram para a praia, mas ele deveria saber que Kate Beckett não estava de brincadeira quando resolveu fazê-lo suar. Alongamentos, corridas, flexões, tudo num ritmo bem rápido. Castle sentia os músculos doerem, o coração palpitar e ao não aguentar mais, ele pediu arrego. Ficou estirado na areia. Ela deu um tempo para ele e arrastou-o para a água. Depois de uns bons amassos, ele já estava bom novamente.

Tinham combinado de ir a Manhattan na próxima semana para encontrar com Lanie e Esposito. Além disso, Castle tinha detalhes do próximo livro para discutir. Kate estava na cozinha quando seu celular tocou. Ao olhar para o visor, ela viu que alguém estava ligando do 12th distrito.  Prendeu a respiração por um momento e declinou a ligação. Não podia ser Esposito, se ele fosse ligar para ela seria do celular. Receber aquela ligação fora um choque. Até aquele momento, ela tinha isolado as lembranças de seu tempo de detetive no subconsciente. Fechou os olhos e respirou pausadamente tentado ficar calma. Queria ignorar esse telefonema, precisava.


12th Distrito


Ryan desligou o telefone. Era inútil. Ele queria muito poder falar com alguém que o ajudasse a matar essa charada. Kate Beckett era a melhor detetive que conhecera. Precisava da ajuda dela. Sabia que Gates jamais aprovaria te-la como consultora do distrito. Principalmente porque ela pediu demissão. Ele já revirara aquele caso todo e não conseguia achar uma pista diferente que o fizesse soluciona-lo de vez. Mais um caso com duas semanas de investigação e sem encerramento.

Esposito voltara a trabalhar no distrito mas estava evitando chefiar casos de homicídios assim como evitava Ryan. Cumprimentava-o e falava o estritamente necessário. Concentrava-se em analisar filmagens, fazer as visitas ao necrotério, trabalhar sem muita sede, de certa forma, antes aquele lugar era seu lar, onde ele trabalha e tinha amigos, sem Beckett e Castle aquilo mais parecia uma repartição pública que não lhe oferecia nenhum tesão.     

Ryan viu que a Capitã estava sozinha. Resolveu fazer uma proposta a ela, se não podiam ter Beckett talvez...

Ele entrou na sala dela.

- Detetive Ryan, diga que você tem boas noticias sobre o caso. Pegou algum suspeito?

- Não, ainda estou trabalhando nisso. Capitã, eu estive pensando, já revirei esse caso várias vezes, por diferentes ângulos e não acho mais nenhuma pista que possa nos levar ao assassino. Sei que está lá, tem que estar. Gostaria de propor algo para a senhora. Castle sempre foi bom em achar pequenos detalhes nas cenas do crime que nos davam boas pistas e nos levavam a resolver casos. Podemos contratá-lo como um consultor civil. Acredito que seria muito bom tê-lo de volta na equipe. Bom para o distrito.

Mal Ryan terminou de falar e Gates já o fulminava com os olhos. Levantou-se da cadeira e apontou o dedo para ele.

- Bom para o distrito? Contratar um escritor de ficção é bom para essa delegacia de homicídios? Isso seria o mesmo que assinar nosso atestado de incompetência, Detetive Ryan! Eu não preciso de consultores, eu preciso de detetives capazes de fazer o seu trabalho que é prender bandidos.  Como você ousa entrar na minha sala para pedir isso? Eu não preciso de um escritor atrapalhado fingindo ser policial, eu preciso de detetives competentes. Fui clara o bastante para você? Agora saia daqui e faça seu trabalho!

- Sim, senhora. E Ryan saiu cabisbaixo da sala dela.  Sentia falta de todos. E precisava continuar buscando assassinos. Ossos do ofício, pensou.


XXXXXXXX


Eles estavam de volta a cidade para seus compromissos. Castle passou no apartamento antes de ir para a reunião e Beckett resolveu ligar para Lanie se encontrar com ela na Macy’s. Precisava fazer umas comprinhas. Ela se despediu dele e disse que ia ao seu apartamento pegar umas roupas e ligava quando estivesse vindo para o apartamento dele e irem encontrar os outros no restaurante.

- Não se atrase, Castle. E beijou-o nos lábios antes de sair pela porta.

Beckett encontrou Lanie bem na frente da loja e sorriu. Apenas ao ver a amiga que percebeu o quanto sentira falta de estar entre amigos. Elas entraram na loja e foram direto para a sessão de roupas femininas. Kate encontrou umas peças ótimas e passou a maior parte do tempo tagarelando sobre seu tempo nos Hamptons com Castle. Lanie implicou um pouco com ela mas estava adorando ver a amiga feliz e desencanada.  Olhando a amiga pelo espelho ela falou.

- Quem te viu, quem te vê Kate Beckett. Sorrindo para as paredes, a pele está mais bonita, sem olheiras, relaxada. Como estar apaixonada faz bem não? Castle me surpreendeu! Ele é tudo isso mesmo?

- O que você quer dizer com isso?

- Essa felicidade toda é por conta dele então o cara é bom! Conta pra mim, quero detalhes!

- Lanie! -  a amiga bateu o pé, demonstrando que estava esperando resposta em sinal de impaciência – não vou revelar detalhes, para responder a sua pergunta direi apenas que ele tem pegada, além de ser Castle. Carinhoso, inteligente, engraçado, sabe?

- OMG! O que você fez com aquela minha amiga cética que achava que o romance estava morto?

- Ela continua aqui somente mudou sua perspectiva.

Beckett pegou as roupas que ia comprar e encaminhou-se para o caixa. A conversa animada com Lanie fez com que ela nem percebesse que o celular estava descarregando. Assim que elas saíram da loja, Kate lembrou-se de algo que precisava comprar.

- Ah droga, Lanie! Esqueci de ir na sessão de lingerie... podemos voltar?

- Pra Castle?  Kate revirou os olhos divertida.  

- Pra mim! E também, pro Castle. E sorriu se entregando.

- Você não vai comprar lingerie na Macy’s! Vamos a Victoria’s Secrets, é logo ali na esquina.

Elas seguiram para a outra loja e perderam-se vendo lingerie, hidratantes e maquiagem. Quando deram por si, já era seis da tarde. Despediram-se e Beckett seguiu para seu apartamento. Sabendo que estava atrasada, já foi correndo para o banho e sequer lembrou de ligar pra ele.

No seu apartamento, Castle andava de um lado para o outro. Ele ligara para ela quatro vezes desde as duas da tarde e sem sucesso. Como ela não retornara, a apreensão começou a tomar conta dele. Será que ela tinha sido perseguida? Estaria exposta na cidade? Porque não ligara? Havia um atirador de elite que certamente estava louco para se livrar dela. Não devia ter deixado-a ir sozinha para a rua. Pegou seu celular e discou o numero dela mais uma vez, caiu na caixa postal.

Precisava conseguir controlar o medo que o tomou, respirou fundo e ligou para Lanie.

- Oi, Castle.

- Lanie a Kate está com você?

- Não, já nos separamos a um bom tempo. Era umas seis horas. Ela ainda não chegou?

- Não e nem atende o celular. Já passa das oito!

- Ela me disse que ia se arrumar no apartamento e depois ia se encontrar com você.

- Ah, droga! Castle retomava o nervosismo de antes. E se algo acontecesse com ela?

- Calma, deixa eu tentar. Já retorno para você.

E Lanie desligou. Cinco minutos depois, ela retornou dizendo que não conseguira falar com ela também. No momento em que estavam no telefone, a campainha tocou. Castle pediu um minuto da Lanie e foi abrir a porta com o celular no ouvido. Lá estava ela, com um vestido curto mostrando as belas pernas, o cabelo solto e um sorriso no rosto. A reação de Castle foi espontânea. Ele a puxou para si e a envolveu num abraço. Depois, informou Lanie que ela havia chegado e relembrou para estarem às 9 horas no restaurante.       

- Onde você estava? Porque não atendeu o celular? Liguei varias vezes!

- Fui me arrumar no meu apartamento, eu te avisei. Na correria eu nem percebi que o celular descarregou, somente agora no caminho para cá quando fui ligar para você para avisar que já estava a caminho, foi que percebi. Desculpa!

- Você quase me matou de susto! Fiquei pensando milhares de besteiras aqui, Kate. Fiquei apreensivo, pensei o pior e...

Ela se aproximou dele e colocou o indicador entre os lábios dele.

- Shhh...tudo bem, já passou. Eu estou aqui e pronta para curtirmos nossa noite. Desculpa mais uma vez, Castle. E deixou a mesma mão deslizar até o peito dele. Ela deu um selinho nele e só então Castle reparou nela. Estava linda como sempre – podemos ir? Aliás, onde vamos?

- Você está linda. Está vestida como uma musa. Minha musa. Vamos ao Pastis, um bistrô Francês no Meat Packing.   

Ela sorriu. Gostava quando ele a chamava assim. Ele pegou as chaves do carro e os dois desceram para a garagem. Eles conversavam animadamente sobre as novidades da reunião de Castle. A capa de Frozen Heat já fora aprovada e o livro já vai para a gráfica. O lançamento estava previsto para daqui a dois meses. Além disso, a editora já aprovou o próximo livro pedindo para que ele começasse a desenvolver o enredo nas próximas semanas. Kate adorou as novidades e foi a vez de Castle perguntar como fora o dia dela.

- Foi muito bom e serviu para me lembrar de uma coisa: sinto falta dos meus amigos. Estava com saudades de Lanie.
- Isso é um bom sinal. Talvez você precisasse mesmo desse tempo aqui pra pensar em voltar para Manhattan.

- É pode ser mas não apresse as coisas. Não podemos esquecer que os dois precisam estar preparados, afinal você quase surtou hoje.

- Não surtei, fiquei preocupado – ela olhou para ele do jeito que só Kate Beckett sabia fazer para intimida-lo – ok, ok admito que posso ter exagerado um pouco. Bem, voltamos para os Hamptons amanhã. Chegamos.

Castle estacionou o carro e eles desceram. Caminharam de mãos dadas até o restaurante e informou que tinha reserva. Foi logo reconhecido e guiado até sua mesa. Ele informou que estavam esperando mais um casal. Já sentados, Castle avaliava a carta de vinhos enquanto Beckett admirava o local. Era descolado e fino ao mesmo tempo. Muita gente jovem e bonita frequentava ali. Ela já tinha ouvido falar nesse restaurante, porém nunca tivera a oportunidade de ir até lá.

- Esse lugar é muito bacana! Já tinha ouvido falar mas não sabia que era assim.

- Achei que ia gostar, tem uma atmosfera leve e um toque sofisticado. A comida é deliciosa e a sobremesa... excelente. O tipo de lugar para colocar o papo em dia, encontrar amigos...

- Falando em amigos... ela viu Lanie e Esposito vindo na direção deles. Levantaram-se para cumprimenta-los. Castle deu um forte abraço em Javi. Tinha motivos para agradecer a ele por causa de Kate. Ao ver o amigo, Kate o abraçou com força. Era bom vê-lo novamente. Sentaram-se.

- Então, Castle, estou sabendo que você tirou a sorte grande...

- Com certeza. E pegou a mão da Kate e beijou-a.

Castle insistiu para escolherem as bebidas e a entrada. Feito isso voltaram a conversar.

- E como vão as coisas, Javi? Era a vez de Beckett entender como estava a vida no distrito agora que ele voltara.

- Não são mais as mesmas. Estou querendo pedir transferência. Estou consultando alguns amigos.

- Tão mal assim? E Ryan?

- Está lá, Gates não sai do pé dele. Depois que você se demitiu e eu fui suspenso, ela só podia contar com ele. Agora faz da vida dele um inferno. Quem mandou ser paranóico?

- Javi, você ainda não está falando com ele? Não estão trabalhando juntos?   

 Ele ficou calado e Lanie o dedurou. – Não. Ele fica só na retaguarda, indo ao necrotério, fazendo pesquisas. Já cansei de falar sobre isso. Talvez você consiga colocar um pouco de juízo na cabeça teimosa do seu amigo.

Kate sabia que precisava mudar essa história, afinal ela era a razão de tudo isso estar meio perdido. Ela olhou para Castle e ele assentiu com a cabeça para encoraja-la. Em meio à chegada dos aperitivos, ela começou a falar.

- Javi, sei que você ficou de certa forma magoado com a minha demissão e a sua suspensão. Gates foi dura conosco e talvez você pense que foi por esse motivo que eu pedi demissão. Não foi. Somos amigos e não podemos desamparar Ryan, especialmente você. Na verdade, se tem uma pessoa que merece nosso respeito em toda essa história é ele. Se Ryan não tivesse agido pelas regras, eu não estaria hoje aqui. Ryan salvou minha vida. E por causa disso, serei eternamente grata. Você também deveria agradecer a ele. Do seu modo, ele me apoiou e a você também. Os dois me ajudaram, cada um do seu jeito.  Isso é a única coisa que peço a você, ajude o Ryan, fique ao lado dele. Não o culpe pela minha loucura ou pelo conceito errado da Capitã sobre nós. Apoie seu amigo, Javi. Agora só são vocês dois. Promete?

Javi olha para ela ainda calado. Percebera que Kate Beckett estava realmente mudada. No fundo, sabia que a amiga tinha razão. Ele ergueu o copo e concordou com a cabeça.

- Bem, agora que já conversamos e nos entendemos que tal pedir o jantar? Estou morta de fome!

- Não podia concordar mais com você Lanie. Vamos escolher – E Castle começou a falar sobre as especialidades da casa e o que ele recomendava. Depois de escolhidos os pratos, eles continuaram a conversar sobre diferentes assuntos. Eles riam, brincavam entre amigos e Castle sempre saindo com suas tiradas engraçadas. E mais uma vez ele tinha razão. O jantar fora maravilhoso, a comida era deliciosa, a companhia perfeita e Kate teve que admitir que essa volta a Manhattan fora necessária para ela lembrar-se das coisas boas que sentira falta na sua vida.

Na hora da sobremesa, Castle não deixou ninguém escolher. Ele pediu o mesmo doce para todos. Segundo ele, a especialidade da casa. Creme bruleé. E mais uma vez, ele acertara em cheio. Lanie ainda saboreava o prato quando Beckett teve que comentar.

- Que doce maravilhoso, gostoso demais Castle.

- Gostoso como eu? Ele fez aquela cara de safado arrancando um lindo sorriso de Beckett.

- Oh, Castle... coloque os dois juntos e você tem sua resposta.

- Quer saber? Arrumem um quarto, seus pervertidos.

Os quatro caíram na gargalhada com o comentário de Esposito. Eles mudaram o tom da conversa e Castle serviu mais vinho para os amigos. Uma garrafa a mais vazia, risos e comentários sagazes, implicâncias entre si e brincadeiras a parte, os quatro amigos curtiram muito bem a noite e o tempo juntos. Pediram a conta e Castle não deixou ninguém pagar. Na saída do restaurante, eles se despediram.

- Foi muito bom rever você, bro. Vão ficar em New York?

- Não, voltamos para os Hamptons amanhã. Ainda temos algumas coisas que preciso fazer por lá. Estou começando um novo livro.

- Estamos – corrigiu Kate – estou ajudando o Castle como consultora nos livros de Nikki Heat.

Ao ouvir isso, Esposito percebeu que era a chance de perguntar aquilo que queria desde o momento que encontrara a amiga. Ele tinha que saber.

- Consultora? Sério? Agora você escreve junto com Castle?

- Sim, acho que minha experiência da policia pode ajudar Castle a escrever as aventuras de Nikki e tem sido bem interessante.

- Isso quer dizer que você não pretende voltar a NYPD?

Kate sabia que essa pergunta surgiria em algum momento, especialmente do Esposito. Ela responderia da mesma forma que já conversara com Castle a algum tempo atrás.

- Não. Eu adorei ser detetive, tive uma carreira formada muito boa na NYPD. Cresci, fiz amigos porém por causa do principal motivo de ter me tornado uma detetive, a morte da minha mãe, eu quase perdi a vida, duas vezes. Fiz uma escolha ao pedi demissão e não me arrependo disso, Javi. Quero tentar algo diferente. Mas você precisa continuar ao lado de Ryan. Você não pode desistir.

O olhar de tristeza era inevitável nos rostos dos amigos. Tanto Lanie quanto Esposito haviam se acostumado em ter os dois por perto. A vida deles estava mudando e eles deviam respeitar as escolhas deles.

- Sei que a decisão é sua mas confesso que sinto muita falta de trabalhar com vocês. Passar o dia no necrotério já é difícil, agora sem as visitas de vocês e os comentários e teorias viajantes de Castle fica tudo mais sombrio. Não pensei que sentiria tanto e que algum dia diria isso. Eu realmente sinto falta de Castle durante minhas investigações e suas conclusões, até das piadas.

Lanie falava isso com sinceridade e sorrindo. Castle sorriu de volta e deu um abraço na médica.

- Obrigado, Lanie. Prometo que quando voltarmos a New York, vou fazer uma visita especial a você no necrotério somente para saber com que você anda mexendo naquele lugar. 

- Quando voltam?

- Daqui a dois meses. Para o lançamento de Frozen Heat. Vocês receberão os convites.

Despediram-se mais uma vez com beijos e abraços. Satisfeitos, tomaram seu rumo.

De volta aos Hamptons, Kate e Castle começam a trabalhar no próximo romance de Nikki Heat. O entrosamento entre os dois era cada dia mais perfeito. Eles descobriram que alem de possuírem um lance especial para desvendar crimes juntos, também conseguiam interagir de maneira excelente escrevendo e elaborando histórias.

Os exercícios na praia continuavam firmes. Kate não abria mão da sua corrida matinal e agora Castle fazia companhia a ela. Ele mesmo já percebera que estava mais magro e acabou concordando que a insistência de Kate realmente valera a pena. Quando não estavam elaborando os capítulos do romance ou aproveitando a praia, eles tinham seus momentos de namoro e também de individualidade.

As vezes, Kate deixava Castle sossegado para escrever e começava a escolher e estudar alguns cursos online da universidade de New York visando sua preparação para obter o registro para atuar como advogada nos tribunais. Também checava a possibilidade de fazer algum estagio em firmas de New York e como bem lembrado por Castle, ela decidiu consultar alguns dos juízes com quem trabalhara nos casos de tribunal e negociava um estágio de meio período para ganhar experiência nesse novo ambiente que pretendia atuar agora.

Alexis voltara a ligar para ela e Castle dando noticias e para dizer que estava adorando tudo nessa experiência na Europa. A garota estava feliz e sem que o pai soubesse ela mantinha um contato bem direto com Kate não apena para tirar algumas duvidas de lugares mas principalmente para pedir conselhos amorosos. Alexis estava curtindo um namorico com um espanhol durante sua viagem e Kate acabara se tornando sua confidente e conselheira, o que aproximou ainda mais as duas e dava a oportunidade de Beckett ajudar a filha de Castle.

Castle e ela conversaram bastante sobre a volta a New York e como seria a vida deles ao voltarem à cidade. Após várias ponderações, eles concordaram que precisavam voltar. Combinaram que aproveitariam a festa de lançamento de Frozen Heat para deixar de vez os Hamptons. Alexis voltava de viagem uma semana antes do evento e já partia para o campus na semana seguinte. Precisavam estar em Manhattan quando isso acontecesse.  As coisas encaixavam-se perfeitamente. Tudo estava muito bem para eles.  

Alguns já não podiam dizer o mesmo.
   
Nesses três meses que se passaram, o 12th distrito continuava sofrendo em termos de popularidade e comando. Apesar de Esposito ter seguido o conselho de Beckett e retomado a parceria com Ryan, o tempo de resolução médio de um caso era de pelo menos três semanas. Não que eles fossem detetives ruins, pelo contrário, por causa deles o distrito ainda conseguia um pouco de dignidade frente aos demais. O problema era que os outros detetives tinham seu próprio método de trabalho e sempre estiveram abaixo do desempenho da equipe de Kate Beckett. Agora sozinhos, os rapazes tinham que trabalhar duplamente sem alguém para auxilia-los e isso tornava o trabalho mais moroso.

Desde o inicio dessa semana, Gates estava mais estressada que o normal. Fizera uma reunião com sua equipe e exigiu a melhora do resultado dos índices até o fim da semana pois ela teria uma reunião com o prefeito, o Chefe dos detetives e o secretário de segurança. Ela precisava mostrar que ainda tinha total comando do 12th e que a situação estava sob controle. A semana chegara ao fim e para a completa insatisfação de Gates, os números não mudaram muito. é claro que Ryan e Esposito sabiam desde o principio que as coisas não melhorariam do dia pra a noite e por ser bastante orgulhosa, a Capitã não reconhecia que precisava de reforços, talvez mais dois detetives para estabelecer uma rápida guinada na unidade. Irritada diante dos fatos, Vitoria Gates teria que se preparar muito bem para defender o próprio pescoço numa reunião decisiva com o prefeito.


Gabinete do Prefeito de New York
2 pm


Vitoria Gates adentrara o gabinete do prefeito com uma expressão séria. Já esperavam por ela o chefe dos detetives e o secretário. Assim que entrou, cumprimentou a todos. Ela tinha muito em jogo ali hoje.

- Boa tarde, senhores.

- Capitã Gates. Por favor, sente-se.

Ela obedeceu e manteve a pasta sobre seu colo. Não era uma pessoa de demonstrar nervosismo mas por dentro, Gates sentia o estomago revirar.  Estava de frente para o prefeito quando este começou a falar.

- Capitã, imagino que a senhora saiba exatamente o motivo que a chamamos aqui. Estamos observando bem de perto a performance de alguns distritos policias da nossa cidade e monitorando seus resultados ao longo do tempo. Um deles é o 12th que é dirigido por você. O Chefe dos detetives me procurou bastante preocupado com a baixa performance registrada nesses últimos meses. Se compararmos com o desempenho do distrito quando estava sob o comando de Roy Montgomery, a situação fica pior ainda. Portanto, Capitã, pode nos explicar o que aconteceu com a sua equipe e como pretende reverter esse resultado?

- Senhor prefeito, como deve ter chegado ao seu conhecimento, tivemos alguns problemas disciplinares a cerca de uns quatro meses atrás que acabou afetando a objetividade do meu distrito. Suspensões e demissões. Porém, gradativamente estamos voltando a normalidade e acredito que para o próximo mês já estaremos de volta a nossa performance inicial antes dessa pequena perturbação observada.

- Capitã Gates, o que a senhora chama de “perturbação observada” eu entendo como problema de gestão de recursos – era o chefe de detetives quem falara agora – talvez o seu comando à frente do 12th distrito tenha sido incorreto. Seu modo de tratamento e gestão dos seus detetives pode ser a causa raiz desse que é o pior desempenho já registrado em quatro anos. Em minha opinião pessoal, alem da gestão diferenciada, essa baixa performance deve-se ao fato de você ter perdido a sua melhor detetive e uma das melhores de toda a forca policial de New York. Nesse dez anos que estou no cargo, nunca vi uma detetive de homicídios melhor do         que ela.

- Senhor, a saída da Detetive Beckett da NYPD não foi ocasionada por mim, nem imposta. Ela se demitiu.

- Acredito que a senhora não possa afirmar com tanta convicção que não teve uma parcela de culpa nessa decisão e mais do que isso, se você respeitasse a detetive que tinha em seu quadro e tivesse uma relação promissora com ela, imaginaria que tentaria persuadi-la. Afinal, era o mínimo que poderia fazer não? Me diga, o que você fez no momento em que a detetive pediu a demissão, falou com ela? Tentou convencê-la?
Gates prendera a respiração. Tudo estava se tornando a cada minuto mais difícil para ela. O que responderia agora? Ela não fizera nada para evitar que Beckett fosse embora e parece que os senhores a sua frente sabiam exatamente disso.

- Estamos esperando a sua resposta Capitã. Ou talvez prefira não responder a pergunta já que sabemos que não houve qualquer tentativa para persuadir a detetive em voltar atrás.

- Correto, senhor.

- Numa cidade como Manhattan onde a segurança é um dos itens mais críticos cada dia que passa, não podemos nos dar o luxo de perder uma detetive como Beckett, Gates – era a vez do secretário de segurança – há crimes e mortes ocorrendo todos os dias e precisamos de pessoas capazes de virar o jogo e prender o Maximo possível de assassinos.

O prefeito levantou-se e passou a caminhar em seu gabinete. Retomou a palavra para si.

- Capitã Gates, infelizmente queremos reverter a situação do 12th o quanto antes. A senhora precisa de recursos portanto em conversa anterior com o secretário, estou lhe dando mais dois detetives da 15th e um mês para colocar as coisas nos eixos. Fui claro?

- Sim senhor.

- Caso não consiga reverter o fato, teremos que tira-la do comando.

Aquelas palavras do secretário a fizeram engolir em seco. Um mês para reverter a situação ou estava fora. A pressão sobre ela acabara de ser elevada ao nível máximo. O chefe dos detetives virou-se para ela e deu seu último aviso.

- Se eu fosse você, Capitã, consideraria a oportunidade para buscar Kate Beckett, convencer a sua melhor detetive a voltar para seu distrito e talvez a senhora tenha uma chance.

- Aliás – complementou o prefeito – eu também tentaria persuadi-la através de Rick Castle. No seu lugar, tratava de colocar os dois de volta ao seu distrito investigando homicídios.

- Com todo o respeito, o Sr. Castle é um escritor. Não um policial formado.

- Para um autor de ficção, ele trabalha melhor do que seus detetives, Capitã. Os números estão ai para demonstrar isso. Está dispensada e boa sorte, Capitã Gates. Parece que a senhora vai precisar de muita.

Após um cumprimento respeitoso final, Gates deixou a sala. Do lado de fora do prédio, ela voltou a respirar profundamente escorando-se na parede do prédio. Isso era um verdadeiro pesadelo. Sua carreira estava em cheque por conta de uma detetive obstinada e um escritor de Best-sellers. Como isso era possível? Fato era que Vitoria Gates não queria dar a mão à palmatória e admitir o que ela sabia a muito tempo. Kate Beckett era uma das melhores detetives que já vira na policia. Era a sua melhor detetive. Talvez pela competição, pela vontade de desafia-la, Gates a tratou implacavelmente durante esse seu ultimo ano no 12th distrito e certamente algo que era para ajudar a detetive a crescer e se desenvolver acabou criando um clima de animosidade errônea entre elas. A situação agravava-se pelo envolvimento do escritor. Ter Rick Castle agindo como um policial sem qualquer treinamento adequado a irritava. Porém, o real motivo da raiva era por saber que simplesmente ele era melhor que muitos detetives da NYPD.

Ela acabara de entrar numa corrida contra o tempo e infelizmente estava em desvantagem. Mesmo assim, Gates não deixaria o seu orgulho de lado portanto procurar Beckett estava totalmente fora de questão.


XXXXXXXXX


A noite já estava em sua metade. Era madrugada na verdade. Kate havia despertado antes mesmo do céu começar a clarear. Cuidadosamente, ela levantou-se da cama e seguiu para a varanda. O vento frio vindo da praia fez com que ela fechasse o roupão e encolhesse os braços que tinham os pelos arrepiados. Contemplando o céu, ela percebeu algumas estrelas conhecidas. As três Marias e o Cruzeiro do Sul pareciam resplandecer ao lado de uma lua cheia. Ela respirava pausadamente, quase que no ritmo das ondas que quebravam na praia à sua frente. Era o último dia dessa temporada nos Hamptons para ela. Se alguém chegasse a alguns meses atrás e dissesse a ela que sua vida mudaria em 180 graus, ela provavelmente riria na cara dessa pessoa. Ali, sentindo a brisa com cheiro de iodo, ela experimentava outras sensações. A mudança era bem-vinda. Kate aprendera a desacelerar, a curtir o dia. Aos poucos sua vida tomou um novo rumo, tocava em um novo ritmo, começava a ser pintada em um novo tom. Os cabelos de Kate estavam enrolados dentro do roupão mas o vento deixava algumas mechas escaparem cruzando seu rosto. Ela suspirou. Estava feliz.

Kate fechara os olhos para sentir o cheiro de mar. As mãos apoiadas na parapeito da varanda de maneira espaçada. Sentiu algo envolver sua cintura até perceber que eram os braços de Castle que a envolviam. No mesmo instante, ela soltou o parapeito e colocou suas mãos sobre as dele aconchegando o rosto entre o ombro e o rosto dele. Castle beijou-lhe o pescoço.

- Você me deixou sozinho na cama. O que faz aqui a essa hora da madrugada, gorgeous?

- Acordei e decidir vir olhar o mar. Não quis te acordar.

- Prefere olhar o mar do que estar dormindo ao meu lado, sei... – ele falava somente para implicar com ela.

- Seu bobo, estava pensando que hoje é o nosso ultimo dia aqui. Gostei demais de tudo o que aconteceu nesses três meses.

- Do jeito que você fala, parece que nem podemos voltar mais aqui. Essa casa é nossa, podemos voltar sempre que você quiser.

Ele beijou novamente o pescoço dela e no ombro que acabara ficando exposto por causa dos abraços. Kate voltou o corpo na direção dele e manteve os braços ao redor do pescoço dele. Encostou seu nariz no dele e sorriu. Somente então ela encostou os lábios nos dele e começou uma dança sensual. Sentiu as mãos dele envolverem as laterais do seu corpo enquanto ela se perdia saboreando a boca tão ansiada por ela. Ao quebrar finalmente o beijo, ela mordiscou o queixo dele e suspirou.

- Quer voltar para cama, Castle?

- Desde que não seja para dormir... com um sorrisinho maroto, ela o puxou pela mão e guiou de volta ao quarto.    


XXXXXXX


Castle e Beckett estavam no JFK esperando por Alexis. A volta a Manhattan a três dias atrás fora tranquila. Kate ainda não voltara ao seu apartamento, ela estava esperando a chegada de Alexis para não ter que deixar Castle sozinho. Beckett foi quem avistou a garota primeiro.

- Olha ela ali, Castle.

Alexis usava uma boina e óculos escuros. Coisas que Kate bem sabia era característica de meninas em Roma. Ela avistou o pai e acenou pelo vidro. Ao sair pela porta, como um foguete ela correu na direção de Castle e o abraçou. Kate reparou a felicidade no rosto dele ao ver a filha. Isso era uma das coisas que mais admirava nele desde que o conhecera, o amor incondicional e a dedicação a Alexis. Ela soltou dos braços do pai e sorriu para Kate.

- Oi, Kate! E abraçou-a pegando Kate de surpresa.

- Como foi de viagem, Alexis?

- Ah, foi tudo maravilhoso. Um sonho mesmo. Muito obrigada pelas dicas.

- Por nada, precisando...

- Sério Kate, visitei cada lugar que você falou, os museus, as boates, as praças... cidades. Conheci gente maravilhosa, especialmente em Madrid e Roma.

- Tirou fotos?

- O bastante para encher a memória do ipad e mais dois cartões de memória.

- Ótimo! Você tem muito para nos contar então que tal irmos logo para casa?

Assim os três deixaram o aeroporto rumo ao apartamento de Castle. Passaram boa parte do tempo vendo fotos e ouvindo as historias de Alexis. Kate estava interessada em saber do namorado, o que não deixou Castle muito feliz. Ao ver uma foto do rapaz, ele realmente ficara nervoso.

- Esse é o Javier?

- Não, esse é o Niccola. O italiano que conheci em Roma. Fiquei com ele no fim de semana que passei lá.

- Logo vi que não poderia ser o Javier. Tem toda a pinta de ragazzo.

- Quem é Javier? Castle estava com cara de pânico.

- Meu namorico de verão pai. Um espanhol que conheci em Madrid. Ele frequentava a mesma cafeteria que eu. Estuda direito, segundo ano.

- Um espanhol e um italiano? Alexis o que deu em você?

- Nada pai, só estava fazendo amizades. Além disso, nem sei se os verei novamente.

- Amizade? Desde quando ficar é amizade? Isso pra mim é outra coisa. E olha o tamanho da mão desse cara? Quantos anos ele tem? E...

- Relaxa, Castle. Já passou. Ela está bem aqui, sã e salva não? Esquece isso. Kate tentava ficar séria mas a cara dele a fazia perder a concentração e rir toda hora. Beijou-lhe o rosto e piscou para Alexis. Para evitar confusão, a menina anunciou que precisava dormir, ainda estava cansada por conta do jetlag. Kate aproveitou a deixa para dizer que ia voltar ao seu apartamento. Mesmo sob protestos de Castle, ela explicou que precisava arrumar algumas coisas e ele também devia curtir um pouco sua filha.

- Ela irá para a universidade em uma semana. Fique um tempo com ela. E não vou desaparecer. Vou ajeitar minhas coisas, separar umas roupas, objetos. O que preciso trazer para cá. Aliás, preciso arranjar um vestido para sexta ou você já se esqueceu do lançamento do seu livro?

- É claro que não esqueci. E sobre o vestido, posso providenciar. Já fiz isso antes.

- E qual seria a graça em saber exatamente o que sua musa vai vestir? Ela brincou.

- Tudo bem, você venceu. Mas amanhã que a mamãe estará aqui, você não me escapa.

- Calma, Castle. Temos muito tempo para isso... celebraremos outra hora, talvez quando a critica sair. 

Ela se aproximou dele e envolvendo o rosto dele com ambas as mãos, beijou-o apaixonadamente. Ele colocou as mãos na cintura dela e a puxou para si intensificando o beijo. Depois de um bom tempo, ela quebrou o contato e sussurrou.

- Até amanhã.  Temos muito o que fazer ainda, ou esqueceu que temos trabalho Rick Castle?

Ele riu e guiou-a até a porta. No corredor, ele tornou a chamar por ela.

- Hey, gorgeous!

Ela virou-se para fitá-lo.

- Sonha comigo.

- Always.

E com um sorriso no rosto, ela entrou no elevador. Gorgeous. Ela gostava quando ele a chamava assim. Era a partir de agora sua marca registrada assim como "minha musa". E Kate apreciava bem mais que um simples “amor” ou “querida”. Significava muito mais para ela. No caminho de casa, ela refletia sobre sua volta a New York. Daqui a três dias tinha um evento de peso e pela primeira vez ela iria acompanhar Castle não por ser a sua inspiração e sim como sua namorada. Pensar sobre isso a fazia sorrir mas também criava um certo nervosismo. A imprensa, os fotógrafos, flashes e entrevistas. Exatamente o tipo de publicidade que ela tinha medo. Fãs e amigos dele estariam presentes. Uma possível prova de fogo para o relacionamento deles, ou não. Podia ser tudo apenas um exagero da parte dela que não estava acostumada a esse tipo de badalação. De repente, essa seria apenas mais uma etapa na vida nova que escolhera, um capitulo a mais para escrever da sua nova história.

Os três dias passaram voando. Todos estavam na maior agitação para o evento. Kate acordara cedo e estava tomando seu café quando reparou na nota do jornal de meia pagina anunciando o evento da noite. Ela sabia como essas festas eram, afinal foi numa delas que confrontou Castle pela primeira vez e onde toda sua historia começou.

Frozen Heat  - a nova aventura da detetive mais sexy da NYPD... hoje na biblioteca pública de New York. E amanhã nas melhores livrarias do país. 
 
Ela está de volta para a mais difícil missão de sua vida. Prepare-se! A temperatura irá subir.


Ela suspirou e fechou o jornal. Tinha muito o que fazer e a noite prometia ser muito longa.


Continua....