segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

[Bones Fic] Remembering The Story

Remembering The Story


Autora: Karen Jobim
Classificação: PG-13
Gênero: Missing Scene / Songfic/ Brennan POV
Advertências: Angst,Drama
Capítulos: One-shot
Completa: [x ] Sim [ ] Não
Resumo: Após se declarar para Booth, Brennan relembra o dia e acaba por refletir sua vida até ali.

Nota da autora: Essa fic é dedicada a Marina aka @ninhalouise. Ela me pediu para escrever algo sobre o 609 e achei super justo! Amore, essa é especialmente para você! Love U!

A música é linda! Adoro.... merecia ser feito um vídeo B&B dela.


Remembering The Story

Song : The Story – Brandi Carlile (http://www.youtube.com/watch?v=1RPBZaB03xA )



Temperance Brennan abriu a porta do seu apartamento. Suas mãos tremiam. Ela estava sem forças para fazer qualquer coisa. Jogou-se no sofá. Fechou os olhos. O único som que se ouvia no ambiente era a respiração profunda e pesada dela. Por mais que tentasse apagar o seu cérebro, faze-lo parar de pensar no assunto, era algo impossível para ela. O único meio de superar toda essa avalanche que a tomara era refletindo. Seu reflexo no espelho demonstrava a nova mulher que ela tanto demorara a expôr ao mundo.



All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am

Como cheguei até aqui? Como me deixei ser envolvida nessa situação? Eu sou uma mulher inteligente, bonita, viajada. Já viajei o mundo todo trabalhando em pesquisas, desvendando mistérios antigos, ajudando a história se moldar durante os séculos. China, Indonésia, Malásia, Egito, Equador, Peru, Colômbia tantos que nem adianta elencar. Meu nome está ligado a história do mundo e a revelações de mistérios. Durante todos esses anos da minha vida, eu nunca me envolvi ou deixei alguém chegar perto de mim, minha relação com pessoas sempre se restringiu ao profissional. Não sou boa assim com relacionamentos. Nunca fui. Todos os meus casos se baseavam em sexo, afinal o que são os sentimentos senão reações químicas provocadas pelo nosso próprio organismo?

Então, a mais de seis anos eu conheci alguém. No início não foi algo tão natural, para mim não passava de uma simples consulta ao FBI e também a possibilidade de me dar bem, one night stand talvez? Aos poucos descobri que as coisas não funcionam dessa forma. Senti-me atraída pelo agente e pelo caso e isso não poderia terminar bem, e foi o que aconteceu. O caso terminou e jurei não ve-lo mais na minha frente, raiva foi o que senti por ele ter duvidado de mim. Na cabeça de Booth, foi o destino que nos uniu novamente, para mim ele apenas forçou uma situação para poder me consultar. Ele me prendeu no aeroporto. Como eu queria bater nele naquele dia! Só que algo inesperado aconteceu, eu gostei de solucionar o mistério, de pegar o assassino, isso trouxe para mim uma nova perspectiva de como minha profissão podia ajudar outros campos da ciência como a criminalistica forense. Ao fim do caso, eu ofereci meus expertises a Booth, para ser sua parceira e dividir com ele a responsabilidade de pegar assassinos e fazer justiça. E aqui estou eu. Seis anos depois, uma vida cheia de histórias que encantariam e deixariam qualquer pessoa impressionada, mas essas histórias pertencem apenas a mim e a ele, incondicionalmente.


But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

Tanto eu vivi nesses anos, prendi pessoas, briguei, fui ameaçada de morte, sequestrada, passei dos limites várias vezes, desobedeci ordens, tudo pela busca da verdade, por querer fazer o que eu considerava certo. E sempre que burlava ou desobedecia uma regra, foi para salvar você. Foi para te proteger. Meus momentos de impulsão tinham sempre um único foco: Seeley Booth.

Foi justamente num desses momentos onde busquei te proteger que acabei te afastando, te magoando sem querer.

Aprendi muito em todos esses anos. Eu evolui. Infelizmente com a minha evolução, veio o peso da responsabilidade e do reconhecimento de algo que para mim era novo, os sentimentos puros de paixão e amor.


I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you


O que aprendi sobre amor e pessoas devo a você, Booth. Você esteve comigo em tantos momentos difíceis! Sempre me mostrando o que lado bom de cada situação, me explicando que apenas a racionalidade não pode ser considerada em alguns momentos. É preciso deixar o coração falar e o cérebro se fechar. O que me deixa mais triste agora é que justamente quando deixei meu coração falar, eu não fui ouvida. Eu encontrei um novo obstáculo. Foi algo inesperado para mim. E então, eu me deparei com aquele caso, ela era eu. Nem Booth, nem ninguém pode tirar isso de mim. Eu sei. Foi assim que eu vi os sinais de tudo que esteve ali na minha frente, todo esse tempo. Eu queria poder ter feito algo mais, queria poder dizer que ainda tinha uma chance. A verdade é que não tenho. Booth deixou isso bem claro para mim.


Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks
Yeah you do and I was made for you

You see the smile that's on my mouth
Is hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess


Sempre mantive meus sentimentos escondidos. Você sabia como eu estava, o que eu sentia. Um sorriso, um toque, uma frase de efeito traduzia exatamente o que você precisava me dizer e eu precisava ouvir. E agora, quanto finalmente resolvi deixar claro que não queria ter nenhum arrependimento na minha vida, quando a coragem se fez brotar de dentro de mim e dizer o que eu queria de você, recebi o mais frio dos discursos.

“Estou com uma pessoa.Hannah não é um prêmio de consolação. Eu a amo.A última coisa que quero fazer é te magoar mas esses são os fatos.”

Eu perdi minha chance e eu me perdi nesse furacão. Finalmente compreendi o que é ter meu coração partido, metaforicamente, ter sua alma arrancada. Eu me sinto triste e meu mundo está de pernas para o ar. Tenho que supercar isso, minha sanidade, minha vida depende disso. Como se arranca um sentimento como amor da sua vida? Eu não sei como. Demorei muito para encontrá-lo, o que devo fazer para seguir em frente? Tantas perguntas sem respostas e a única pessoa capaz de respondê-las é a única que, ironicamente, não posso consultar.


No, they don't know who I really am
And they don't know what I've been through like you do
And I was made for you...

Pela segunda vez, eu experimentei a dor.

O peito dói, como se não fosse possível respirar, meu corpo produz lágrimas em quantidades que nunca pensei ser possível. A cabeça lateja a ponto de explodir. E as frases duras se repetem em loop na minha mente tornando-se difíceis de esquecer.

“Eu a amo. Hannah não é um prêmio de consolação... Eu a amo...”

Só havia sentido isso uma vez, quando meus pais me abandonaram. E você de todas as pessoas era quem sabia do meu sofrimento, sabia o quanto foi difícil me abrir novamente. E agora, aqui estou eu, sentindo a dor da rejeição, do abandono mais uma vez pela única pessoa que prometeu não fazer isso. Eu nunca esperei isso de você, Booth. Apesar da tristeza que sinto, da dor presenciada pelas suas palavras, do “não” claro que você me deu, é impossível voltar atrás.

Sei que te magoei Booth e a forma que posso te oferecer para consertar o dano que causei é te amando. Como você não quer meu amor, posso apenas continuar te oferecendo minha inteligência e minha amizade se assim você quiser.

Por mais que eu tente, a verdade está aqui. Eu não posso te esquecer, você já é parte de mim.

De tudo o que vivi, de tudo o que experimentei, trabalhar com você, estar ao seu lado, ter sua amizade. Foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu não quero meu nome gravado na história do mundo como antes, eu quero meu nome gravado no seu coração. Quero meu mundo sendo seu.

Eu não deixarei de te amar, Booth. Não posso voltar atrás. Não quero. Não irei.

A partir de agora, eu vou me reajustar. Sei que posso. Nada é impossível para Temperance Brennan. Levarei comigo a verdade mais pura e sincera, durante anos e anos serei sua parceira de trabalho mas você será para sempre o dono do meu coração.

Talvez seja essa a minha missão na sua vida. Estar a seu lado, morrer por você, matar por você mas não ser incondicionalmente sua.

A solidão sempre me acompanhou, nada na minha vida foi fácil. Temperance Brennan não é uma mulher que foge, eu luto. Desistir não é parte de mim. Nesse caso, porém, não basta somente eu lutar. Essa guerra não é de um só. Tem que haver reciprocidade, amor é uma via de mão dupla. Como as pessoas gostam de dizer : takes two to tango.

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

Seguirei a minha vida, sozinha novamente como tem sido até aqui. Sozinha e ainda assim certa do meu amor por você.

Três dias... e o mundo fará sentido novamente.

Oh yeah it's true... I was made for you


THE END

domingo, 27 de fevereiro de 2011

[Bones Fic] Between Love & War - Cap.5

Cap.5




Brennan estava deitada na cama lendo, quase cochilando já lera a mesma página umas 3 vezes. O cansaço parecia querer vence-la. Tudo por causa dos acontecimentos do dia. A tal sensação não a abandonava.


Quando decidiu telefonar para Booth pensava em um almoço simples, casual onde poderia talvez conversar e conhecer um pouco mais dele, apenas o suficiente para quem sabe ter uma boa noite de sexo. De repente, ela se vê perdida em pensamentos estranhos, lembranças de um dia inteiro na companhia dele. A vontade de te-lo na sua cama não passara, na verdade só aumentara. Porém, a descoberta maior do dia foi perceber que ela estava disposta a esperar para ter essa experiência, aceitara as regras por ele impostas e mais que isso, ao ouvir Booth falar em encontros, regras e paixão não considerou a idéia estúpida como em outras épocas, Brennan abraçara a causa. E isso foi suficiente para deixá-la excitada com a idéia e querendo mais.

Claro que ela não acreditava que Booth iria ficar com ela por muito tempo, ela não era boa nisso. Não lidava bem com sentimentos e imaginava que ele poderia desistir. Para alguém que nunca se apaixonou, o que ele propunha era algo bem difícil, quer dizer, como ele podia afirnar que ela se apaixonaria por ele? Como ele apostava nisso? Mesmo não mantendo suas expectativas altas, ela gostou da idéia, gostou de passar mais tempo com ele e talvez de ser paparicada, mas porque? Para uma pessoa racional como ela, nada disso tinha sentido e ainda assim ela se viu ansiosa, querendo saber o que mais poderia acontecer.

Sorriu e fechou o livro de vez. Aconchegou-se na cama e sentiu o celular tocar. Ao olhar o visor, percebeu que seu coração acelerava.

- Oi...

- Hey...Tempe!

- Já está me testando Booth?

- Podemos dizer que sim mas minha ligação tem um propósito. Desejar uma boa noite de sono para você.

- Mesmo? Você ligou somente para isso?

- Sim e também para ouvir sua voz, você tem razão é linda mesmo. Podia dormir a noite toda ao som da sua voz.

- Eu aposto que sim.

- O que você estava fazendo?

- Lendo....

Brennan não diria que estava pensando nele e nem no encontro de hoje.

- Você está de plantão amanhã?

- Sim, pego as 7 da manhã, plantão de 12 horas. Isso se não aparecer nenhuma emergência.

- E quando será sua folga?

- Segundo a escala, sexta a noite.

- Daqui a dois dias...

- Sim, porque?

- Estava pensando sobre o nosso segundo encontro. Podemos marcar para a sexta?

- Acho que sim, o que você tem em mente?

- Ainda não sei mas não se preocupe, eu vou pensar em algo e ligo para você para acertarmos os detalhes.

- Ok, por mim está tudo bem.

- Então, é um encontro. Sexta. Mal posso esperar.

- Você está muito ansioso não Booth?

- Confesso que sim e Tempe não é somente ansiedade, é saudade...

- Saudade? Fazem apenas 4 horas que nos separamos!

- Pra você ver o efeito que causa em mim...

Booth não podia ver mas ela estava sorrindo com as palavras dele.

- Tá certo, eu sei que sou difícil de esquecer....

- Ah, olha a modéstia aflorando... eu sabia! Não sou o único convencido da história.

- Só estou falando a verdade, Booth.

- Ah, disso não tenho dúvidas! Você é bem direta.

- E isso é ruim?

- Na maioria das vezes não....gosto disso.

- Bom saber.

- Apesar de não querer desligar, vou te deixar dormir agora. Boa noite,Tempe e de preferência, sonhe comigo.

Ela riu.

- Boa noite, Booth...

- Um beijo.

Ela desligou. Ficou quieta por algum tempo até colocar o celular na cabeceira e aconchegar-se na cama para dormir com um sorriso nos lábios.

No dia seguinte Brennan levantou super disposta e saiu muito cedo para o hospital nem mesmo falou com Angela. Reviu toda a sua agenda para o dia. Tinha 2 cirurgias agendadas e o resto eram consultas e as emergências que sempre apareciam. Wendell chegou apenas 15 minutos antes da ronda. Brennan logo o chamou.

- Dr. Bray quero que você faça a ronda e atualize todos os prontuários dos meus pacientes. As 11 horas terei uma cirurgia, cesariana. É a paciente do 602, quero que você tenha um cuidado especial com ela verifique seu estado de meia em meia hora e caso ache algo errado, me avise. Você está responsável pelo pré-operatório dela e poderá participar da cirurgia.

- Certo, Dr.Brennan.

Wendell se afastou e já foi providenciar o que ela pedira. Nesse momento seu bip tocou. Chamada no ER e começava mais um dia agitado.

Meia hora antes da cirurgia, Brennan foi ao quarto de sua paciente e checou o estado dela. Depois, informou como a cirurgia iria ocorrer e antes que saísse, ouviu elogios sobre o residente que era bem atencioso. Brennan gostou do feedback. Quinze minutos depois, Wendell a procurou no consultório de pediatria onde ela estava avaliando um paciente com a pediatra.

- Dr. Brennan, a paciente está pronta.

- Obrigada, pode leva-la para a OR. Irei em seguida. Ah, e se prepare para me acompanhar.

Brennan e Wendell trabalharam juntos na cesaria. A cirurgia fora simples, sem maiores problemas e o bebê nasceu grande e saudável. Após fechar a paciente e examinar o bebê pela primeria vez, Brennan orientou as enfermeiras e deixou a sala. Eram quase duas da tarde e ela já sentira o estômago reclamar. Pegou o elevador e desceu até a cantina. Serviu-se de um sanduíche natural e uma salada, para beber chá gelado. Sentou-se numa mesa isolada.

Alguns minutos depois, viu Wendell com a bandeja na mão e fez sinal para ele. Ele achou estranho mas ao mesmo tempo ficou lisonjeado. Sentou-se ao lado dela. A cantina estava quase vazia.

- Tudo certo? A Sra. Smith está no quarto?

- Sim, tudo normal.

- Ótimo!

Ficaram alguns instantes sem falar nada, Wendell se distraía com a comida. Brennan mordeu a maçã e resolveu perguntar algo que a instigava.

- Dr.Bray como você conhece o Booth?

Wendell arregalou os olhos primeiramente espantando-se com a pergunta, rapidamente ele se recompôs e respondeu.

- Servimos juntos no Afeganistão. Ele era o capitão da minha unidade. Uma pessoa amiga, compreensiva e leal. Brigou muito para proteger a nossa unidade. Ele sempre disse para mim que eu seria médico, ele sabia. Um grande amigo, quase um irmão para mim.
Brennan olhava com atenção para ele.

- Porque a pergunta?

- Curiosidade, ele é mais velho que você e quando vi você juntos estranhei.

- Certo. Você gosta dele?

- Como assim?

- Desculpe perguntar mas vi que estavam juntos na festa e...

- Estávamos nos divertindo que é o que se deve fazer numa festa.

Wendell entendeu a deixa para não perguntar mais, isso não dizia respeito a ele.

Brennan terminou a refeição e pediu licença.

- Ah, Dr.Bray temos uma cirurgia marcada para as 18h você ainda estará de plantão?

- Sim, até as 7h mas posso ficar até o fim da cirurgia.

- Ótimo!

Ela deixou a cantina e rumou para o andar da pediatria, havia combinado de dar uma consulta sobre um bebê de 6 meses. Mais tarde, eles realizaram a cirurgia com sucesdso e a noite terminou de maneira calma. Brennan voltou para casa e encontrou Angela se arrumando para sair.

- Hey,Angie!

- Bren quanto tempo! Nem parece que a gente vive na mesma casa. Quando é que você vai deixar de trabalhar exageradamente e curtir um pouco?

- Oh,Angie pare com isso....

Brennan não queria contar ainda para a amiga sobre Booth e tinha um bom motivo para isso. Ela própria ainda estava tentando entender o que estava acontecendo. Conhecia Angela muito bem e sabia que a amiga não só lhe daria forças como incentivaria os encontros com Booth mas não era isso que ela precisava, pelo menos nesse momento. Ela precisava explorar esse misto de sentimentos e reações que aconteciam toda vez que ela pensava nele.

- Vai sair?

- Vou, tem uma exposição na galeria de uma amiga e depois quem sabe... quer vir comigo?

- Não Angie, acabei de chegar de um plantão de 12h e preciso de um banho e descanso.

- Você está de plantão amanhã?

- Cedo como sempre....só tenho folga na sexta depois das cinco.

- Mas seus plantões são geralmente de doze horas 7 as 7 não?

- Amanhã fico até as 10 e na sexta minha ultima cirurgia está marcada para as 3 da tarde.

- Hey, e aquele carinha da festa? Nem tive tempo de perguntar...era bom?

- Não sei do que você está falando.

- Bren! Do bonitão do exército. Ele parece um pedaço de mau caminho. Não rolou nada.

- Não.

Brennan olhava cínica para a amiga.

- Não sei o que faço com você juro! Desperdiçar um cara daquele!

Brennan deu de ombros.

- Ah, concordo que ele deveria dar uma boa transa.

- Tempe! Não estou falando de sexo, está na hora de você mudar esse seu conceito,sexo é bom mas um relacionamento a dois é muito melhor. Pense nisso.

Brennan sorriu.

- Tenho que ir,amiga.

- Ok, divirta-se.

Brennan foi para o seu quarto tomar um banho e descansar.

Era sexta e Brennan estava no conforto médico logo após o almoço. Ela estava lendo um livro concentrada quando ouviu o celular tocar. O sorriso no canto dos lábios foi imediato.

- Hey...

- Olá, minha doutora preferida. Sentiu minha falta?

Ela riu.

- OI, Booth....

- Estou ligando para ouvir sua bela voz e também para lembra-la que hoje temos um encontro. Você não esqueceu né?

- Não, apesar de não ter nenhuma idéia do que iremos fazer.

- Ah, quanto a isso não se preocupe. Iremos fazer um programa bem novaiorquino.

- Eu não sei o que isso quer dizer.

- Quer dizer que você irá fazer algo que muitas pessoas em NY costumam fazer. Vamos nos divertir vendo cestas e comendo hot dogs.

- Pensei que íamos jantar em algum restaurante...

- Não hoje é a noite da diversão, vista-se casual. Jeans e camiseta de preferência. Você é fã dos Knicks?

- De quem?

Booth riu.

- Deixa pra lá, apenas confie em mim. Passo na sua casa as 7. Temos que estar no Madison antes das 8.

- Então passe 6 e meia.

- OK, você manda.

O bip de Brennan começou a tocar. Era um 911.

- Tenho que ir, Booth. Emergência.

- Tá bom,linda. Mas não vai me dar nem um beijinho?

Foi a vez de Brennan sorrir.

- Tá bom, um beijo Booth.

- Outro bem especial para você. Te vejo a noite.

- Bye, Booth até a noite.

Ela desligou o celular e sorrindo seguiu para a emergência.

Brennan chegou em casa e foi logo se arrumar. As 6 e meia ela já estava pronta vestindo jeans e uma camiseta baby look vermelha que realçava suas curvas. A maquiagem resumia-se ao gloss e um lápis nos olhos. O interfone do seu apartamento tocou e ela soube que era ele que havia chegado pegou o casaco e saiu. Ao descer, encontrou-o encostado em um carro na calçada trajando jeans, camiseta branca e uma jaqueta nos braços. Estava lindo.

- OI...

- Você está linda, parece uma garotinha.

Ele se aproximou dela e sorriu. ajeitando o cabelo por trás da orelha, ele inclinou-se e beijou-a. Ao quebrar o beijo, ele vestiu a jaqueta e Brennan aproveitou para observar o conjunto do homem a sua frente. Como ele era bonito, másculo. A camisa branca apenas servia para evidenciar o corpo esbelto e bem delineado dele. De repente, ela sentiu uma vontade súbita de sentir aquele abdomen. Ela o abraçou e buscando mais um beijo pode deslizar sua mão pelo tórax e abdomen dele. Booth sorriu.

- Hum... alguém sentiu minha falta. Isso é saudade, Temperance?

- Não, apenas estava me certificando de algo.

- O que?

- Nada...

- Hey, fala vai.

- Deixa de ser curioso,Booth!

Ela percebeu que sentia um calor repentino, ajeitou o casaco e colocou-o para o outro braço.

- Vamos?

- Sim, pegaremos a linha A ou C a que passar primeiro.

Começaram a andar na calçada lado a lado. Ela queria saber onde iam.

- Então qual o programa da noite?

- Curiosa?

- Não diria que é curiosidade, apenas quero saber onde vamos.

- Sei, você não dá o braço a torcer né?

- Como assim? Não sei o que isso significa.

- Você nunca admite o que está sentindo. Curiosidade, ansiedade, saudade.

- Booth todos esses supostos sentimentos que você mencionou são frutos de reações químicas do próprio corpo humano, reações de adrenalina, liberação de endorfinas entre outras...

- Ah, doutora porque você só não admite que está feliz de me ver?

Ela sorriu. Booth pegou seu cartão do metrô e passou.

- Damas primeiro.

Ela passou e ele a seguiu. Enquanto esperavam o trem, Brennan sentiu uma vontade súbita de segurar a mão dele e assim entrelaçou seus dedos nos dele. Booth sorriu. Isso, aos poucos ela ia mostrando algo. Chegando na estação desceram e Booth indicou a esquerda para caminharem rumo ao Madison Square Garden. Ao virar, ela reparou no símbolo e o nome na costa da jaqueta dele.

- Ah, Knicks... é uma grife esportiva, entendi.

Booth não se aguentou e riu alto soltando da mão dela.

- Temperance sério de que planeta você veio?

- Não sei o que você quer dizer.

- NY Knicks o time de basquete de New York, NBA?

- Ah, esportes… não ligo para essas coisas fúteis.

- Ouch!

Ele botou a mão no coração.

- Você me matou agora, acabou com a minha idéia de encontro.

De repente, ela se viu abalada. Ela queria ficar com ele, não queria que o encontro acabasse.

- Booth não, eu-eu não entendo essas coisas, nunca fui a nenhum jogo. Por favor, quero que você me mostre. Desculpe, apenas me ensine.

Ela tornou a enroscar seus dedos no dele e falou sorrindo.

- Vamos?

Booth sorriu de volta e continuaram a caminhada até o Madison. Booth orientou-a até a entrada. Assim que se viu dentro do lugar, Brennan ficou perdida. Um mar de camisas azuis, balões, faixas e mãos gigantes coloriam o lugar. A música era alta e envolvente.

- Booth isso é...incrível!

- Você ainda não viu nada...vem comigo, temos que achar nossos lugares.

Booth a guiou até o lugar indicado. Ao seu redor, Brennan pode ver homens,mulheres e crianças bastante animados com o tal jogo que nem começara ainda. Os telões exibiam clipes e jogadas de basquete. Isso tudo era novo para ela, não sabia qual a intenção de Booth ao traze-la ali porém era sempre importante conhecer algo novo. Sentaram-se e Brennan continuou de mãos dadas com ele.

- Você está com fome?

- É, estou não como desde o almoço.

- Vou comprar hot dog para nós. Quer cerveja?

- Quero.

- Volto já.

Booth se foi por uns 10 minutos, tempo para Brennan observar o ambiente e como as pessoas reagiam a algo dessa magnitude. Percebeu dançarinas na quadra, lembrou do pouco tempo que frequentou a escola e como as meninas queriam tanto ser cheerleaders ou mesmo rainha de bailes. Ela achava tudo aqui futilidade, ilógico. Seu pensamento voltara agora para Booth, ela gostava de estar com ele, ouvir sobre coisas para ela estranhas, podia aprender muito com ele. O que mais a intrigava porém, era a forma como ele parecia penetrar em sua mente e ficar. Ela gostava de olhar para ele, beijá-lo, sentir o calor do corpo dele e o perfume. Ele parecia um imã, tinha um magnetismo próprio. Será que ele se dava conta disso? O pensamento foi interrompido pela volta dele.

- Demorei?

- Um pouco.

Ele entregou a ela o hotdog e a cerveja. Manteve consigo as fritas e seu próprio sanduíche.

- O jogo vai já começar...

- Então, como isso funciona?

- Ok, são cinco jogadores em cada time, uns servem para bloquear o adversário e impedir a cesta, outros são atacantes ou como se diz na linguagem do esporte alas e todo time tem um armador responsável pelas jogadas. O jogador que mais cestas faz no jogo é chamado de cestinha. O objetivo maior é fazer o maior número de cestas.

- Hum, parece um pouco monótono não? Correr de uma lado pro outro para arremessar uma bola a um cesto. Qual a graça nisso afinal?

- Depois do jogo, você me diz.

O apito do juiz soou e o jogo começou. Knicks e Suns. O jogo prometia ser quente. Brennan acompanhava atentamente o desenrolar do jogo, Booth vibrava com as jogadas do time junto com os outros torcedores. Quando um dos jogadores fintou o adversário e roubou a bola na meio da quadra e correu para a cesta, Brennan se levantou e gritou.

- Vai,vai, vai...

O jogador fez a cesta e se pendurou no aro.

- WOW! UHU!!!

Booth olhou para ela surpreso.

- Você viu o que ele fez? Muito bom!

Ele riu e ela virou-se para a quadra. Não queria mais sentar. Ela começou a vibrar com as jogadas e se agitar com a multidão de fãs. Um dos jogadores deu um passe e um drible mas o juiz entendeu que cometera falta. A vaia foi geral. Booth gritou.

- Ladrão!

Brennan arregalou os olhos.

- Onde?

- O que?

- O ladrão, Booth! Temos que chamar a polícia.

Ele desatou a rir.

- O que foi?

- Não tem ladrão aqui, Tempe. É o juiz. Ele inventou uma falta que não existiu por isso chamei ladrão, é assim que funciona. Quando o juiz erra, o público o xinga.

- Ah, entendi.

Ela tomou um gole de cerveja e voltou a olhar o jogo mas a campainha soou indicando fim do primeiro tempo.

- Acabou?

- Não esse foi o primeiro tempo, são 4 ao todo. Você quer mais alguma coisa?

- Que tal outra cerveja? E talvez algo doce...

- Que tal um sorvete?

- Ótima idéia.

- Vou buscar.

- Não demore.

Booth porém demorou mais do que da outra vez, a fila estava enorme e quando voltou já havia começado o segundo tempo.

- Ainda bem! Estava preocupada.

- A fila estava enorme. Pelo menos agora eles vão começar a vender as coisas na arquibancada.

- Vamos assistir o jogo, Booth.

Ela saboreava o sorvete e prestava atenção no jogo. As vezes gritava junto com os demais e fazia perguntas a Booth que pacientemente explicava o que ela queria saber. Durante o intervalo entre o terceiro e o quarto tempo, ela sentou-se ao lado dele e apoiou a cabeça no ombro de Booth. Enroscou seu braço no dele.

- Esse lance de torcer cansa a gente, é empolgante.

- Você está cansada? Quer ir embora?

- E perder o final do jogo? De jeito nenhum.

- Se quiser é só dizer,Tempe.

- Sabe o que seria bom?

- Hum...

- Um beijinho...

Ele virou o rosto para ela e roçou seus lábios levemente aos dela antes de beijá-la. Brennan sorveu os lábios dele com vontade. Em vez de intensificar o beijo porém, Booth preferiu beijar-las várias vezes fazendo a sorrir entre os beijos. Quando finalmente se separaram, ele perguntou.

- Melhorou?

Ela tascou um beijo estalado na bochecha dele e sorriu.

- Muito.

O jogo estava quase no fim e mais uma vez o juiz errou. Ao ouvir o público gritar com ele, Brennan se empolgou e pos-se a gritar também.

- Ladrào, seu filho da mãe, cabeça de bagre, cego!!!

O pessoal perto dela começou a aplaudir e repetir o que ela dizia. Booth observava aquilo muito feliz. Até ali ele ainda estava receoso da reação dela e pensara ter estragado o encontro mas parece que Temperance se divertia mesmo.

- Quanto falta para acabar?

- Três minutos.

- Três? Mas os knicks estão com um ponto de vantagem! Eles podem perder.

- Eles não vão perder, Tempe.

- Como você sabe?

- Porque trouxe meu amuleto da sorte.

- Booth sorte é algo irreal, supertição? Não acredito nisso.

- E o Phoenix Suns convertem mais 3 pontos, agora os Knicks estão 2 pontos atrás. Quem vira o jogo?

Brennan estava com os olhos grudados na quadra, um nervosismo se espalhou ao seu redor. Eles não podia perder esse jogo... várias tentativas de ataques dos Suns bloqueadas e mais uma cesta para o Knicks. Jogo empatado. Faltavam um minuto quando mais uma cesta de 2 pontos foi convertida deixando o Knicks na frente. Brennan vibrou. Faltando dez segundos para terminar o jogo, o ala arriscou e converteu uma cesta de três pontos com apenas 3 segundos faltando. O apito soou e o ginásio explodiu em alegria. Booth ficou tão feliz que a puxou com força para junto dele e tascou um beijo nela. As pessoas ao redor aplaudiram e alguém gritou.

- Olha! Eles estão no telão!

Booth e Brennan olharam e se viram no telão, sorriram e voltaram a se beijar. Quando finalmente cansaram e precisaram de fôlego, eles voltaram a olhar para a quadra. O telão exibia lances do jogo intercalados com imagens do público, entre elas, o beijo deles. O lugar já estava bem vazio e Booth segurando a mão dela começou a guiar-los até a saída. Já na rua, ela parou em frente a um quiosque e pediu água, Booth pagou. Após um longo gole, ela ofereceu a ele. Sentiu o vento frio nos braços e vestiu o casaco.

Booth a segurou pela cintura e começou a caminhar com ela.

- Então, o que achou? O basquete ainda soa fútil para você?

- Foi muito divertido, não sabia que as pessoas se deixam levar tão facilmente por um esporte. A adrenalina é incrível. Gostei muito. Obrigada, Booth.

- Não precisa agradecer mas fico mais aliviado em saber que você gostou, por um momento pensei que esse encontro ia ser um desastre.

- Não! E nós ainda ganhamos. Você acertou.

- Eu disse a você, tinham meu amuleto da sorte.

- E o que é seu amuleto afinal? Um pé de coelho? Uma ferradura?

- Não, você. Meu amuleto da sorte é você, Tempe.

- Booth....

Ele a beijou novamente e então seguiram abraçados para o metrô.

Na frente do apartamento de Brennan, ele a abraçava bem junto ao seu corpo. As mãos dela estavam no peito dele. Ela não queria que ele fosse mas sabia que Booth não aceitaria subir com ela por causa daquelas regras que ele já mencionara da outra vez. Estavam chegando ao fim de mais um encontro e a sensação de vazio e perda começava a tomar conta dela.

- Você trabalha amanhã?

- Não, estou de folga no final de semana mas devo manter o meu bip ligado para qualquer possibilidade de alguém me procurar. Uma emergência, algo assim.

- Então você poderia sair comigo amanhã também?

- Poderia.

Brennan estava tentando ser casual mas por dentro ela estava vibrando em pensar que poderia passar mais um tempo com ele.

- Tem um restaurante italiano bem simples perto do Rockefeller Center com um fettuttine ao pesto fantástico! Quer jantar comigo?

- Adoraria.

- Gostaria de passar o dia todo com você mas preciso resolver umas coisas no sábado que não pude fazer na semana. Passo aqui as 7. Vou fazer reserva para as 8h.

- Espera, esse lugar é chique? Como devo me vestir?

- É simples não se preocupe. Aliás, você fica linda de qualquer jeito, Tempe.

Ela deu um selinho nele.

- Preciso ir...

- Tem certeza que não quer subir um pouco, tomar uma bebida, café?

- Não, está tarde. E você trabalhou muito hoje, vai descansar. Amanhã é outro dia, Tempe.

Ele percebeu que ela ficara meio triste. Puxou-a para si e olhando-a nos olhos falou.

- Confia em mim, descanse. Amanhã nós estaremos juntos novamente. Prometo que você não sairá dos meus pensamentos.

Ele a beijou carinhosamente. Para ele um beijo apaixonado, para ela um beijo envolvente. Quando os lábios finalmente se soltaram, ele beijou-lhe a mão e a testa.

- Boa noite, Tempe.

- Boa noite, Booth.

As mãos demoraram a se soltar e quando realmente aconteceu, Brennan entrou no prédio e deu uma última olhada apenas para ve-lo sumir na esquina. Ao entrar em casa, estranhou ao ver Angela sentada na sala com uma tigela de cereal na mão.

- O que você faz em casa em plena sexta a noite?

- Eu que pergunto onde você estava, emendou plantão?

- Não sai um pouco mais tarde e fui comer algo. Você não respondeu minha pergunta Angie...

- Estou com dor no pé, sem condições de calçar sapato alto.

- O que aconteceu? Deixa eu ver.

- Não é nada pisei de mau jeito ontem ao descer do táxi e acho que machuquei o tornozelo.

- Angie, tá inchado. Vou buscar algo para fazer uma compressa.

- Não precisa, Bren...

Mas Brennan não ligou para o que a amiga dizia. Preparou a compressa e aplicou no tornozelo e no pé dela, pegou o antiinflamatório e um copo d’água fazendo Angela tomar. Ao se debruçar para ver o estado do pé após a compressa, Angela notou uns fiapos prata e azul no casaco e sobre a blusa dela.

- Você foi trabalhar assim? De jeans?

- Não, essa roupa estava no meu armário.

- E o que é esse fiapo prata?

Angela pegou com a mão e mostrou para ela. Brennan ficou sem graça, precisava inventar alguma coisa.

- E-eu estava no restaurante e alguém fazia aniversário, jogaram esses negócios na hora do parabéns.

- Sei... e esse broche dos knicks?

- O que?

Brennan olhou para ela intrigada.

- No seu casaco, na gola.

Brennan olhou e não sabia o que dizer. Booth deveria ter colocado isso sem que ela percebesse.

- Eu não sei de onde veio isso. O que é knicks?

- Bren... o que você está aprontando?

- Eu? Nada!

- Temperance Brennan eu te conheço, você está me escondendo alguma coisa e vou descobrir o que é!

- Não sei o que você quer dizer.

Ela tocou o pé da amiga e percebeu que estava menos inchado.

- Já melhorou, amanhã repita a compressa e o tome o remédio depois do café. Vou me deitar, boa noite Angie.

- Boa noite, amiga.

Brennan se retirou para seu quarto. Após tomar um banho, ela já de camisola e deitada na cama, pegou o celular e mandou uma mensagem para Booth.

“Você me colocou em apuros...TB”

Em seguida o celular vibrou. Ela atendeu.

- O que aconteceu linda?

- Você colocou um broche no meu casaco sem avisar.

- Gostou?

- Gostei mas esse não é o ponto. Minha amiga viu e começou a fazer perguntas.

- E você não falou que tinha ido ao jogo para ela?

- Não!

- Ué, ela não é sua amiga, sua melhor amiga?

- É.

- Então você está dizendo para mim que sua amiga não sabe que estamos saindo?

- Não Booth...

- Mas porque? Você tem vergonha de mim?

- Não é isso booth, você não conhece a Angela, ela é bem diferente de mim, é complicado.

- Não é nada complicado Tempe. Acho que você gosta de segredos e mistérios, sou seu admirador secreto?

- Booth pare de falar besteira...

- Soa excitante não acha? Me sinto meio James Bond.

Ela revirou os olhos e sorriu.

- Booth, vou desligar agora.

- Já?

- Adorei o broche,tá?

- É pra você usar no próximo jogo.

- Tá, boa noite Booth.

- Já estou morrendo de saudades de você,baby. Boa noite.

Ele desligou sem tempo para ela responder. Ele a chamava de baby... o que ele queria com isso? Ela lembrava que era uma forma carinhosa de chamar alguém que se gosta, outras pessoas já usaram essa palavra para ela também. Mas soara tão diferente agora,tão sincera...

Do lado de fora do quarto Angela ouvira a conversa.

- Brennan sua mentirosa...você está saindo com alguém. Ah, mais eu vou querer saber tudinho. Muito espertinha...

E Angela seguiu para seu quarto sorrindo.


Continua...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

[Bones Fic] Between Love & War - Cap.4

Cap. 4




Ao entrar em casa, Brennan serviu-se de um copo d’água e sentou-se numa cadeira da sala.

O que foi aquela noite? Como tudo parecia diferente para ela? Fazia tempo que ela não experimentava uma noite tão agradável e cheia de surpresas. Primeiro, o encontro com o seu residente Wendell, depois o reencontro com o militar desastrado do Central Park e por fim, uma noite bem diferente com Booth ao seu lado. O que tudo isso significava? Certamente não era um flerte comum, apenas um encontro casual. De alguma forma, aquele homem mexia com ela e Brennan ainda não entendia porque, racionalmente não encontrara resposta.

Angela não estava ali aquela noite. Talvez ela pudesse explicar e tirar a dúvida de Brennan. Ou não. Talvez o fato de Angela não estar ali fosse melhor. A amiga pensava de maneira bem diferente dela e certamente desenvolveria uma louca história na sua imaginação e faria com que Brennan acreditasse ser a verdade. É bem melhor e racional não comentar nada com Angela por enquanto. Na verdade, era melhor nem pensar mais nesse assunto, esquecer era o ideal. Isso! Melhor esquecer.

Brennan levou os dedos aos lábios. Fechou os olhos. Ainda podia sentir o frisson causado pelo beijo dele. O calor dos lábios de Booth junto ao seu. Era um beijo tão envolvente, tão carinhoso. Um beijo capaz de fazê-la experimentar sensações de prazer e de certa forma desconhecidas para ela. O que há de errado comigo? Como um homem pode provocar com beijos tantos questionamentos na minha mente?

Ela resolveu tentar dormir, esquecer a situação toda por enquanto. E sobre Booth, ela realmente não sabia ainda o que faria a respeito.


Dois dias depois...


Brennan estava de volta ao plantão. Teve uma cirurgia mas o dia tornou-se mais calmo a partir de então. Wendell estava tomando conta dos seus pós-operatórios e tinha muita vontade de saber se a Dr.Brennan gostara de estar com Booth. Algo dizia a ele que aquela noite rendera e essa história estava apenas começando. Ela apenas atendera alguns pacientes para check-ups. Saiu do consultório.

- Wendell, você pode vir aqui um minuto?

- Claro doutora.

Wendell a seguiu até a sala.

- Pois não, Dr. Brennan?

- Como as coisas são calmas por aqui hoje, o Dr. James precisa de um par de mãos extras.

- Ah, ok. Eu já fiz as rondas de seus pacientes e já atualizei os prontuários.

- Obrigada, Wendell! Ótimo trabalho.

Ele deixou a sala ainda remoendo se devia falar em Booth ou não.

E assim, por falta de emergências ou casos críticos, ela emprestou Wendell para o PS.

Durante seu almoço na lanchonete do hospital, ela se pegou pensando em Booth novamente. O que ele estaria fazendo agora? De repente, percebeu como esse pensamento era estranho para ela e mesmo assim não conseguia entender porque ele reaparecera em sua mente. Terminou sua salada e voltou ao consultório. Atendeu até as seis da tarde. Seu plantão terminava as 7 então ela decidiu fazer a última ronda para checar seus pacientes internados e verificar se precisavam de algo mais.

Brennan terminou a ronda quando já passava das 7 e meia. Voltou ao consultório e pegou suas coisas. Deixou o hospital. Ao entrar se deparar com a entrada do metrô, ela percebeu que não queria ir para casa. Mudou então a rota e decidiu ir a Barnes & Noble, livraria que ficava na 5ª avenida e fechava meia noite. Assim que entrou foi procurar as novidades em best-sellers. Ela sempre gostara de ler mas fazia algum tempo que não se dedicava a leitura. Após ler o resumo de alguns títulos, ela segurava três em seus braços. Pegou uma sacola e dirigiu-se a sessão médica. Depois de rodar uns quinze minutos, decidiu tomar um café. Pediu um mochaccino e abriu um dos livros no primeiro capítulo iniciando a leitura enquanto saboreava seu café.

Ao terminar, ela pagou e dirigiu-se ao caixa da livraria. Decidira levar os 3 livros. Ao puxar seu cartão de crédito, Brennan deparou-se com o cartão de Booth. Sentiu um arrepio na nuca e os dedos da mão coçarem. Uma vontade de ligar para ele. Pagou a conta e seguiu para a saída da loja. Amanhã ela não estava de plantão. Com o cartão dele roçando nos dedos, ela tomou uma decisão. Pela manhã ligaria para ele e o convidaria para almoçar. Satisfeita, ela desceu as escadas do metrô com um sorriso nos lábios.


Academia do exército – 10 am


Booth acabara de dar uma aula e dispensar mais uma turma. Tinha a próxima classe somente as 15h. Ele resolveu tomar um café antes de revisar suas anotações para a tarde e decidir onde almoçar. Serviu-se de café e enquanto degustava a bebida, ele pensou em chamar Wendell para almoçar. Será que ele estava trabalhando? Pegou o celular e discou. No quarto toque ele atendeu.

- Alo...

- Que voz e essa? Está dormindo?

- Estava,Booth. Que foi?

- Você não tem que trabalhar?

- Estava de plantão até as 7 da manhã e volto para o hospital à noite.

- Ah, tá... falou com a doutora? Ela também vai trabalhar à noite?

- Não sei da Dr. Brennan. Trabalhamos juntos ontem muito rapidamente. Não sei se ela está de plantão.

- Ela falou de mim?

- Não, Booth não falou.

- Droga!

- É, a Dr. Brennan não se impressiona fácil. Vai por mim...

- Hey! Eu não sou qualquer um!

- Tá, tudo bem Booth...preciso dormir...tchau.

Wendell desligou.

- A Dr.Brennan não se impressiona fácil, sei... pois para mim ela parecia bem impressionada naquela noite. Humpt!

Booth serviu-se de mais uma caneca de café e voltou a pensar nela. Será que ele entendera errado? Será que ela ia mesmo esquecê-lo? Parecia que ela havia gostado da sua companhia, ele certamente adorava te-la por perto. Não podia desistir. Mas como chegaria até ela? Pelo que percebera um passo em falso e ele viraria cinzas para ela. Booth suspirou.

Quando voltava para a sala, sentiu seu celular vibrar. Número estranho. Booth ignorou, deve ser engano. O telefone parou e booth o colocou sobre a mesa, indicava uma chamada perdida. Mal ele sentou-se na mesa e o telefone voltou a tocar, o mesmo número. Deve ser engano mas atendeu mesmo assim.

- Booth.

- Já estava pensando que você me deu o número do telefone errado...

- Temperance?

- Oi, Booth! Ainda se lembra de mim?

- Você não é fácil de esquecer. Eu não reconheci o número afinal você não deixou uma possibilidade sequer para eu contactar você.

- Está ocupado?

- Não e se tivesse desocuparia...

- Cheio de galanteios não?

Ele riu.

- Você aceita almoçar comigo hoje?

- Claro! Onde você quer ir?

- Tem um novo restaurante tailandês Isle no Soho, que tal?

- Parece ótimo! Onde fica? Na Bleecker St.

- Ah, eu passei pela frente dele outro dia. Eu topo!

- Ok, ao meio-dia lá.

- Até mais Tempe...


Isle Restaurant


Temperance Brennan chegara primeiro e estava tomando chá gelado. Quando olhou para a porta, viu o homem que esperava chegando. Ele era de tirar o fôlego. Ela fez sinal para ele. Sorriu. ele se aproximou dela e inclinou-se para cumprimentá-la com um beijo no rosto.

- OI, Tempe! Fiquei muito feliz com o convite.

- Que bom.

Ele sentou-se de frente para ela.

- De folga hoje, isso é algo raro na vida de uma workaholic...

- Sempre existem pausas. Estou faminta! Não tomei café hoje. Você quer beber o que?

- Que tal uma cerveja?

- Ok, vamos de cerveja. Dê uma olhada no menu para decidirmos logo o que comer.

- Apressada você hein?

- Isso se chama fome, necessidade básica de qualquer ser humano.

Ela sorriu. booth adorava ve-la sorrindo, ela ficava mais linda ainda. Pediram a comida e assim que o garçon voltou com as bebidas e o couvert, eles retomaram a conversa. Booth reparou que ela tinha um livro ao lado dela que já ia guardar.


- O que você está lendo? Aposto que é um daqueles livros chatos de medicina.

- Errou! Apesar de ler bastante material científico, eu gosto de uma boa trama. Investigação de assassinatos claro que envolve ciência. Gosto de comparar se existe furos na escrita.

- Então você lê pela diversão de chamar alguém de incompetente?

- Não! Claro que pego alguns casos mas acabo desistindo do autor nesse caso. Essa é ótima! Kathy Reichs. Ela é antropologa forense. Escreve bem e sabe tudo da profissão. Tá vendo nem só de trabalho e ciência vivo eu... gosto de ler.

- Estou vendo.

- Eu até pensava em ser cantora quando era mais nova porém a situação não era favorável e desisti.

- Sei, e eu queria ser mocinho de filme de bang-bang.

- Sério?

- Hey, tava brincando... você não estava?

- Falei sério sobre ser cantora. Tenho uma bela voz.

- Mesmo? Gostaria de ouvir um dia... você é cheia de mistérios, gosto disso!

- Você nem imagina...

- Hum, isso foi um convite para te conhecer melhor?

- Não sei, você acha que aguenta, que pode lidar comigo?

- Porque não me testa?

- Ok, qual a sua posição sexual favorita?

Booth quase se engasga com um pedaço de pão.

- O que?

- Sua posição sexual preferida?

- Você....você não sai por ai perguntando a posição sexual , isso é..é

- Nossa! Ou você é muito tímido ou tem problemas com sua performance sexual!

- Eu- eu não sou tímido! E...

- Então tem que ser insegurança na cama...

- Eu não sou , não tenho nada de errado ok? Isso é muito íntimo!

- Pensei que você quisesse investir em me conhecer nada mais justo que saber o que acho de sexo, é uma necessidade básica assim como comer. Eu adoro sexo!

Booth tinha os olhos arregalados. Essa mulher não existe!

- Você não pode ser tão direta com um cara assim... eles podem se assustar e fugir.


- Se fugirem sinal de que tem problemas para fazer de algo tão natural como sexo. São perdedores.

Booth se levantou.

- Onde você vai? Fugir?

- Não, só vou ao banheiro.

- Tem certeza que não está fugindo da conversa?

Ela sorria provocando, Booth sorriu de volta.

- Não estou fugindo, só preciso ir me dá um minuto.

Ela permaneceu sorrindo. Taí algo que não espera descobrir desse homem tão másculo. Vergonha de falar sobre sexo! Só que essa não era a primeira coisa sobre ele que a intrigava. Na verdade, tudo que ela descobrira até agora parecia uma novidade e a fazia sentir diferente, como se não quisesse parar de descobrir o que mais ele teria a oferecer, qual seria sua próxima ação... e quando ligou hoje para ele, parecia que ela esperava exatamente por isso mais um momento de alegria ao lado dele, descontração.

Ela estava sorrindo perdida em seus pensamentos quando ele voltou. Booth aproveitou para deixar um beijo no pescoço dela.

- Pronto. Agora vou continuar a conversa expondo o meu ponto de vista. Não gosto de sexo, por sexo. É claro que as vezes ele é inevitável mas prefiro encarar de outra maneira.

- Se masturbando?

- Temperance! Não fale assim!

Ela deu de ombros.

- Estou falando de algo mais, de envolvimento, sentimento. Gosto de fazer amor. Aquele momento antes do climax onde tudo parece se encaixar, o toque, os beijos, o desejo te envolvendo... o momento em que tudo para e só existe os dois apaixonados que logo se tornarão um só.

- Da forma que você fala parece conhecer muito bem a arte. Você faz amor desde quando já que não faz sexo?

- Tempe, não é assim. Você precisa estar apaixonado. Só experimentei isso com duas pessoas.

- Só? 2 pessoas?

- Eu não saio por ai me apaixonando por qualquer uma. A primeira foi minha namorada do high school namoramos cinco anos.

- Tudo isso? Nossa!

- Do jeito que você fala já vi que não teve um relacionamento longo...

- Não. Porque acabou?

- Nós crescemos, viramos adultos e percebemos que queríamos coisas diferentes.

- E a segunda?

- Conheci na base militar durante a guerra. Nos apaixonamos mas não era para ser afinal a guerra era nosso lugar comum, não poderia dar certo.

- Como assim?

- Ela não era a escolhida. A mulher da minha vida.

- Alma gêmea.... você acredita nisso?

- Não, mas acredito que há um alguem para cada um de nós.A nossa metade.

- Como a história dos deuses...

- Isso, como a história dos deuses.

- Agora me diz mulher misteriosa, você já se apaixonou quantas vezes?

- Nenhuma.

- Como assim?

- Achei que me apaixonara uma vez, me enganei e fui enganada.

- Ah, entendi...

- Você vai querer sobremesa?

- Se você quiser Temperance...

- Prefiro um sorvete, tem um lugar aqui perto que vende sabores incríveis.

- Vou pedir a conta.

Booth não deixou ela pagar a conta, Temperance resmungou muito mas acabou cedendo. Saíram do restaurante e Brennan os guiou até a sorveteria. Já de sorvete na mão, eles caminhavam pelas ruas do Soho até a estação do metrô.

- Esse sorvete é muito bom!

- Eu disse a você. Só gosto de coisas boas...

- Sei, como eu?

Ela olhou para ele com a testa franzida.

- Você não é nada modesto.

- Aposto que você também não... e nem precisa pode ter qualquer homem a seus pés.

- Ah, sim! Sempre que quero consigo alguém para transar nunca tive problema.

- Ah imagino! Mas não foi nesse sentido que quis dizer. Sabe eu falei bastante sobre coisas íntimas hoje porque você não conta algo sobre a sua vida hum Tempe?

- Não tem nada para contar.

- Como não? Todo mundo tem algo para contar. Você é uma cientista de sucesso, médica competente resumindo uma profissional e tanto porém, e a mulher Temperance Brennan? Como ela é? Do que ela gosta? Não seja tão misteriosa!

- Não é questão de mistério, eu apenas não tenho o que contar...

- Não concordo, você está se fechando para mim, ah Temperance lembra o que falei para você naquele dia no Central Park? Que precisa curtir a vida, mudar seu pensamento, interagir com as pessoas... vamos.

Nesse momento, Booth a pegou olhando com admiração para ele não pode deixar de sorrir. Pegou o celular e discou.

- Me dá um minuto ok?

Ele se distanciou um pouco e falava ao telefone. Dois minutos depois, ele voltou a ficar ao lado dela.

- Agora sim, temos a tarde toda para conversar. O que você quer fazer?

- A tarde toda?

- Sim, você está de folga e agora eu também...

- Se importa se formos apenas caminhar por aqui?

- Melhor, podemos conversar durante uma caminhada do SoHo a Little Italy, depois pegamos o metro e passeamos um pouco mais que tal?

- Parece bom...

- Sim vamos curtir New York como verdadeiros novaiorquinos com uma condição.

- E qual é?

- Você tem que contar pelo menos um pouco da sua vida para mim.

- Só pode ser essa sua condição? Não pode ser sexo?

Ela olha pra ele com uma carinha sedutora.

- Não Temperance, você tem que contar algo!

Ela fez bico e cara de desapontada.

- Mas uns beijinhos não farão mal a ninguém.

- Mesmo?

- Mesmo, porque?

Ela se aproximou dele e começou a mexer na aba do casaco dele, a cabeça inclinada para o lado. Sorria.

- Porque eu estou morrendo de vontade de te beijar desde que você apareceu na minha frente.

Sem esperar um segundo sequer, ela inclinou-se e tocou o lábio dele. Sentiu a energia tomar-lhe o corpo. Aprofundou o beijo entreabrindo os lábios e enfiando a lingua ávida por explorar e sentir a boca dele novamente. Booth não se mostrou supreso e aproveitou para puxá-la para perto de si. As mãos habilidosas sentiam as curvas do corpo dela acariciando calmamente. Brennan puxava-o pela nuca e mordiscava os lábios dele. Era tão bom beijá-lo....

Sem fôlego, ela quebrou o beijo mas continuou a sentir os lábios dele agora no pescoço dela. Um calor súbito a envolveu. Ela queria parar ou faria alguma loucura, gemeu baixinho. Ela queria mais. Foi então que Booth se distanciou dela. Ela reclamou gemendo.

- Porque parou?

- Porque qualquer coisa a mais nesse momento pode ser prejudicial a nós dois, poderíamos ser presos por atentado ao pudor.

- Podíamos ir para algum lugar, um hotel, meu apartamento ou...

- Nada disso, sei o que você está tentando fazer e não vai conseguir. É sua vez de compartilhar. Vamos caminhar um pouco.

Ele pos-se lado a lado com ela e instintivamente segurou a sua mão. Brennan a princípio se assustou com o toque mas ficou lisonjeada com o gesto e apertou a mão dele em retorno. Brennan martelava na sua mente o que poderia contar a ele realmente. Sua história era tão diferente das dos outros, raríssimos momentos felizes. Achou melhor começar pelas coisas simples caso ele insistisse.

- Então? Estou esperando...

- Ok, você disse que queria saber do que eu gosto. Além de trabalhar, gosto de assistir documentários científicos na tv e na internet, estudar, adoro museus principalmente o de história natural de NY e o Smithsonian em Washington, as vezes gosto de ir ao cinema mas não pergunte o último filme que vi. Adoro ler, livros são fontes de aprendizado e excelentes para relaxar. Deixa eu ver o que mais...

- Músicas?

- Como eu disse, até podia cantar profissionalmente mas não tenho um gênero preferido de música prefiro as mais calmas que nos façam manter a concentração e relaxar só que as vezes um rock é bom.

- Gosta de dançar, Temperance?

- Não.

- Nem um pouquinho?

- Muito raramente.

- Patinar no gelo?

- Nunca tentei...

- O que?

- É nunca tentei. Porque o espanto?

- Você mora em NY! Tem uma pista de patinação no Central Park e no Rockfeller Center todo o outono e inverno!

- Pronto, você descobriu algo bem diferente sobre mim.

- Só que não é nada íntimo.

Ela revirou os olhos.

- Tem irmãos?

- Um irmão mas não nos falamos, vivemos em mundos diferentes.

- Só se seu irmão for um alien! Vivemos na Terra.

- Booth, é complicado. Não pergunte, por favor.

- Hum, então não foi somente na vida amorosa que você teve decepções, com a família também. Não é à toa que você seja uma workaholic. Você se esconde no trabalho e acaba se sentindo muito sozinha.

- Detesto psicologia.

- Isso não é psicologia, estou apenas ligando os pontos.

- Podemos mudar de assunto, por favor?

Ele viu o desconforto dela e a tristeza nos olhos dela. Tinha que ceder ao pedido dela se quisesse continuar a ve-la. Tinha ainda um única coisa a dizer.

- Sabe, você é muito especial e mesmo que ache que você não é amada, que não foi feita para o amor, isso não é verdade. Você é capaz de amar e ser amada. Tenha isso em mente.

Ela o olhava serena. Como ele conseguia dizer essas palavras tão marcantes e faze-la por um segundo realmente acreditar nelas?

- Hey, estamos na Little Italy, que tal um tiramisú?

- Acho que não consigo comer mais nada!

- Depois de toda essa caminhada?

- É . mas se você comprar para você posso provar do seu...

- Ok.

Ele comprou um copo de tiramisú e uma garrafa de água mineral. Deu a ela a garrafa e ofereceu o doce.

- Não você primeiro, vai que não está bom?

- Engraçadinha!

Ele provou e sorriu.

- Tá uma delícia sua boba. Prova!

- Você pode estar me enganando só comeu uma colher!

Ele meteu outra colher na boca e saboreou lambendo os lábios. Pegou uma nova colher e ofereceu a ela. Brennan provou o doce. Realmente estava delicioso mas ela queria algo mais. Pegou a colher e passou nos lábios dele. Em seguida, sorveu os lábios nos seus lambendo e beijando-os.

- Realmente, uma delícia!

- Nossa! Você não presta mesmo.

- Sei, vai dizer que você não gostou?

Ele ficou calado. A verdade era que a cada minuto que passava ao lado dela, ele se maravilhava mais. Estava ficando difícil não admira-la e Booth sabia que mesmo sem saber quase nada sobre ela, se apaixonar era involuntário, natural.

- Onde você mora Booth?

- No SoHo.

Ela abriu um sorriso lindo.

- Eu sei o que você está pensando e a resposta é não.

- Anh?

- Se você estiver cansada e quiser minha companhia te levo pra casa.

- Eu moro no upper east side Booth… bem longe de você.

- Não importa, será um prazer. Tem uma estação de metrô ali na esquina. Não me importo mesmo de ficar mais uns minutos na sua companhia.

- Tá bom.

Eles caminharam juntos para o metrô, assim que subiram no trem, sentaram-se lado a lado e Brennan voltou a beijá-lo. Passaram a viagem inteira de metrô trocando beijinhos e carícias. Ao soltarem na estação, Brennan teve vontade de entrar no trem novamente, apenas para te-lo perto de si e sentir aqueles lábios maravilhosos sobre os seus.

Assim que saíram da estação, Brennan avistou uma starbucks. Puxou Booth pela mão e comprou dosi cafés. A um quarteirão de casa, ela já começava a se sentir estranha, parecia que estava prestes a sofrer uma perda grande, sentia-se vazia. O que estava acontecendo com ela? O que será isso? Ela estaria sentindo saudades dele antes mesmo de se separarem?

Finalmente, chegaram em frente ao prédio dela. Booth percebeu que ela estava inquieta de alguma forma.

- Pronto, chegamos.

- Você não quer subir?

Ele sorriu. acariciou o rosto dela e deu mais um selinho nela.

- Por mais tentador que seja, eu não vou para a cama no primeiro encontro. Regra minha e não aceito exceções.

- Esse não é nosso primeiro encontro! Acho que é o terceiro...

- Não, esse foi oficialamente nosso primeiro encontro e se depender de mim, o primeiro de muitos.
- Mas você me beijou!

- Beijos são permitidos no primeiro encontro se você gosta da garota.

Ela sorriu.

- Você gosta de mim?

- Como não poderia? Você é linda em todos os sentidos! E além de linda é inteligente e misteriosa.

- Sabe Booth, mesmo que esteja morrendo de vontade de ir para cama com você, vou reconsiderar isso. Algo me diz que devo esperar, que devo dar uma chance a você. Aceito sua justificativa de primeiro encontro.

Ela pegou o celular e apertou a tecla. O celular de Booth começou a tocar. O número na tela.

- Agora você já pode me ligar.

- Você vai enjoar de ouvir minha voz. Eu não desisto fácil, Temperance.

- Quer saber?

Ela se aproximou dele e o abraçou.

- Acho que não quero que desista Booth, afinal seria uma pena não saber como é a sua performance na cama.

Ele riu.

- Você não tem jeito mesmo não?

- Questão de hábito e decisão. Não desisto fácil.

- E nem quero que você desista.

Ela beijou-o mais uma vez. Um longo e suave beijo, bem diferente dos anteriores. Ao quebrar o beijo, ele afastou-se dela e ainda segurando sua mão falou.

- Você está oficialmente com problemas, eu entrei na sua vida e não vou sumir facilmente. Você pode aguentar?

- Cuidado, Booth. Nada na minha vida é assim tão fácil... você não me conhece.

- Mas vou conhecer e mais vou faze-la se apaixonar perdidamente por mim.

Ele deu mais um selinho nela e soltou-lhe a mão.

- Boa noite, Tempe. Te vejo por aí...

Ele virou-se e saiu andando. Brennan ficou uns instantes acompanhando-o desaparecer da sua vista. Suspirou. Nada fazia sentido naquele dia e mesmo assim Temperance podia afirnar que adorara cada momento dele. Booth tinha razão, ela estava com problema, ele era um problema na vida dela que Brennan não sabia ainda como lidar, como resolver. Porém, ao contrário dos problemas do dia a dia, esse era doce, diferente e totalmente excitante. Quem dera todos os seus problemas fossem gostosos como Booth.

Ainda com um sorriso nos lábios ela tomou o elevador rumo ao seu apartamento.



Continua....

domingo, 13 de fevereiro de 2011

[Demily] Behind the Scenes (NC-17)

Atenção! NC-17....

Behind the Scenes
Autora: Karen Jobim
Classificação: NC-17
Gênero: AU
Advertências: Angst,Drama,Romance – gravações da SF da season 4 (4x26)
Capítulos: One-shot
Completa: [x ] Sim [ ] Não


Resumo: O roteiro de The End in the Beginning foi entregue e com ele vieram a ansiedade. Como Emily e David realmente encararam esse novo desafio de suas carreiras?


Nota da autora: Essa fic é dedicada a Carol (@annalopesl). Espero que esteja a altura do que você imaginou. Tks pelos comentários tão elaborados! Love you, chuchu!!!



Behind the scenes




Apartamento de Emily
Noite





Emily estava sentada na cama. Vestia uma camisola de seda e estava recostada nos travesseiros. Um script nas mãos. Ela olhava para o nada, pensativa, tentando ordenar as idéias. Ela sabia que algo nesse sentido ia acontecer um dia e para variar, ela não saberia como reagiria. E até agora continuava sem saber.


Os olhos voltaram para o papel mais uma vez. O título do episódio despontava em negrito. “The end in the beginning”. Quando leu o roteiro pela primeira vez, Emily não pode deixar de sorrir. Era perfeito. Mais que isso, era tudo o que os fãs pediam e ansiavam por ver. Então, a realidade a atingiu. Ela deveria fazer o papel de esposa de Booth, haveria beijos, abraços e, seu maior temor, uma cena na cama.

Isso não deveria ser um problema para ela afinal tinha uma relação ótima com o escritor e principalmente com seu parceiro de cena e de trabalho, David Boreanaz. Eles tinham a quimica perfeita para tirar essa cena de letra exceto por um único detalhe. Emily não se sentia segura para contracenar com David nesse tipo de cena. Ela não se sentia segura ao estar tão perto dele. Por mais que ela repetisse o mantra que vinha dizendo a si mesma a dois dias atrás quando recebeu o roteiro, seja profissional, você é uma atriz - isso não parecia ajudar.

Emily sempre lutara para manter sua carreira em foco. Nunca fez um inimigo no showbiz. Muito pelo contrário, por onde passava as pessoas eram só elogios para ela. Não foi diferente com seus colegas de elenco em Bones, especialmente ele. Desde o primeiro contato, eles se conectaram. Parecia mágica. Os dois primeiros anos trabalhando juntos foram excepcionais. David era o melhor parceiro que uma garota pode ter. Carinhoso, cavalheiro, preocupado, um excelente professor em cena e um amigo verdadeiro em quem se pode confiar. Além disso, ele parecia ter encontrado nela uma amiga mais que especial, os dois eram a alegria do set, aprontavam com todos os colegas e mostravam o quanto eles eram próximos. No terceiro ano, Emily não poderia negar o que acontecia com ela. A única coisa que não poderia acontecer: ela se apaixonara por David Boreanaz.

Tudo que Emily sabia era que não era uma simples paixonite por ele ser um cara bacana, bonito, charmoso... ah que diabos, gostoso! Era tudo isso mas principalmente o modo como ele a tratava. Ele sabia ser o cara perfeito mesmo não sendo oficialmente seu parceiro, seu namorado. Seu sentimento eram tão errado em tantos níveis! Primeiro, ele era casado, depois o trabalho, terceiro a amizade que eles acabaram por desenvolver ao longo dos anos e quarto e menos importante, a fama de mulherengo. Tudo isso misturado era um verdadeiro coquetel molotov.


Porém, uma coisa era certa para Emily, não se pode enganar um coração apaixonado e por isso ela estava tão angustiada.

Ela virou a página e releu a cena que deveria filmar. Ao perceber a beleza das cenas nos detalhes, ela suspirou. Era tudo que ela gostaria de fazer na vida real com ele. Ao imaginar sua reação, bem, não podia imaginar mesmo! Por mais que pensasse, não tinha a mínima idéia de como reagiria aos beijos de Boreanaz, ao toque dele, seria algo sensual.

Por outro lado, essa poderia ser a chance de sua vida. O momento que ela tanto ansiava por estar com ele. Não, esse momento não poderia ser o único. Booth e Brennan precisavam ficar juntos. Hart devia isso a eles.

Emily folheou o roteiro. Amanhã cedo tinham uma reunião com o Hart para discutir o episódio que começava a ser filmado amanhã. Será que David estava tão nervoso ou ansioso como ela?


Apartamento de David


Ele estava na sala. Jamie já dormia, foi a forma que ele arranjou para despistá-la cedo para cama, fingiu assistir a um jogo de futebol americano. Quando se viu sozinho, pegou o roteiro que escondera debaixo do sofá. O sorriso despontou nos lábios.

Ele folheou as páginas vendo onde apareciam as partes grifadas em amarelo. Ele mesmo usara o marca texto para destacar as partes mais calientes do script. As cenas que o fizeram vibrar quando lera o texto pela primeira vez. David estava muito feliz com o efeito que Hart dera nessa season finale.

Meu sonho realizado – pensou. Tudo que sempre quis, uma cena íntima entre eles. Finalmente teria a chance de ter Emily em seus braços. A ansiedade tomava conta dele, queria que a noite passasse logo, queria ir ao encontro dela. O que não dava para ver a carinha dela ao ler esse roteiro... como será que ela reagira? Será que estava nervosa? Conhecendo a parceira e amiga que tinha, ele podia jurar que sim. Emily era a pessoa mais correta que ele já conhecera. Tinha certeza que ela estava analisando, como sua personagem, os prós e contras disso. É claro que são mais prós nesse caso porém, ela é muito séria e deve estar pensando em como será ultrapassar a linha tênue entre eles.

David sempre implicara com ela desde o começo da série. Eles sempre se afinetavam e jogavam indiretas um ao outro. Provocavam-se mutuamente principalmente nos dois primeiros anos. Ele adorava roubar beijos dela. Sempre quis te-la só pra ele. Primeiro era apenas pela conquista, afinal Emily é uma mulher deslumbrante. Qualquer homem deveria agradecer aos céus por ter a oportunidade de cruzar o seu caminho e se pudesse ser seu namorado, ou ficar com ela, então tinha uma experiência rara na vida. Com o tempo porém, ele descobriu que não se tratava apenas de uma conquista. Era mais que isso.

Emily além de linda era extremamente cativante, doce. Uma amiga sem igual e então como não se apaixonar por ela? Como não amá-la? E foi exatamente isso que aconteceu com David, ele se apaixonara pela sua parceira. O que sentia por ela era uma espécie de amor proibido. Ele era casado e ela era a certinha. Emily não permitiria se envolver com um homem casado, mesmo que fosse ele.

Por isso essas cenas nesse episódio eram tão importantes. Era uma espécie de presente para os fãs e principalmente para eles, um modo de serem um casal, nem que fosse na ficção.

Ele checou o relógio. 1 da manhã. Melhor ir para a cama.


Apartamento de Emily
Manhã


Emily estava tomando uma xícara de chá. Não dormira direito. A cabeça não conseguia desligar. Mil e uma idéias rondavam sua mente por causa das cenas desse episódio. Mas Emily precisava encarar o que vinha pela frente. Ela era uma mulher decidida e nunca fugira de um desafio. Mesmo com toda a preocupação, era um desafio tentador de se cumprir.

Ela pegou a bolsa e saiu.


FOX Studios


Hart estava no seu escritório aguardando seus dois atores principais. Estava concentrado no computador quando David entrou.

- Hey, Hart!

- David! Que bom que chegou. Leu o roteiro? O que achou?

- Adorei! Acho que é exatamente o que os fãs precisavam. Gostei mesmo das cenas.

- David... fala logo que você não vê a hora de contracenar com a Emily...

- É verdade, mas também estou preocupado. Você sabe como é a Emily, ela deve estar pensando um milhão de coisas. Eu quero que ela fique bem, se sinta bem.

- Como parceiro de cena só depende de você,David!

- Eu sei.

Nesse momento, Emily entra na sala.

- Bom dia!

- Bom dia,Emily!

Ela sentou-se ao lado de David e ele lhe deu um beijo na bochecha.

- Já vi que os dois estão bem hoje, sorrindo, de bom humor. Assim que gosto. Sinal que estão dispostos a discutir e trabalhar com afinco na nossa season finale. Você gostou do script, Emily?

- Muito. Acho que você acertou. Tenho certeza que todos os fãs de Bones irão gostar.

- Ok, foi por isso que chamei vocês aqui. Hoje começamos a filmar o episódio mas a partir da cena 3. Iremos filmar logo com os outros e deixar as cenas de vocês juntos para o final.

- Porque essa ordem Hart?

- Porque imagino que vocês queiram mais privacidade para filmar essas cenas principalmente a cena 1 e 2. Não, Emily?

- É, você tem razão.

- Certo, devemos terminar as filmagens em seis dias, o último será o das cenas de vocês. Então, até lá concentrem-se nas demais cenas. É claro que vocês devem pensar em como querem fazer as cenas introdutórias.

- Iremos discutir isso em algum momento?

- Claro David, se terminarmos cedo as filmagens no dia 5 conversaremos ou no dia seguinte.

- Ok, entendido.

- Ao trabalho, pessoal.

Emily e David deixaram o escritório em silêncio. Emily não queria conversar com David sobre isso agora. Dirigiu-se ao seu camarim.

As filmagens seguiram bem durante todo o dia. Emily sequer pensou no que tinham que fazer daqui a cinco dias. Despediu-se de todos e foi para casa. E então a mente voltou a lembrar do que estava por vir. Assim que entrou no carro, ela fez o favor de lembrar das palavras iniciais da cena. Suspirou. Tudo indicava que sua mente não obedecia comandos e a única imagem que lhe vinha a mente era a do seu parceiro David Boreanaz.

Ao chegar em casa, jogou a bolsa no balcão e tirou os sapatos. Sentou-se no sofá da sala. Apoiou a cabeça nas duas mãos. Hart havia dito para pensarem em como gostariam de fazer a tal cena. Como imaginaria esse momento?

Decidiu tomar um banho, talvez isso a ajudasse no modo de pensar.

Emily preparou a água e foi até a geladeira pegar uma taça de vinho tinto. Despiu-se e entrou na banheira. A água quente a relaxou por uns momentos. Ela mantinha os olhos fechados por um momento apenas aproveitando a sensação da água. Tomou um gole de vinho e se perguntou mentalmente como ela queria que fosse essa primeira cena de amor entre Booth e Brennan, mesmo sendo apenas fruto da imaginação de Booth.

Na cabeça de Emily, isso deveria ser um momento romântico entre eles. Calmo, especial. A imagem se formou diante dos olhos dela. David sem camisa virando-se para beijá-la. Apenas o pensamento já lhe causou arrepios. O desejo começava a se formar apenas com uma imagem. Como isso poderia dar certo? David até poderia agir com cautela e romanticamente mas se ela tinha dificuldade em manter o auto-controle, como ele conseguiria? Quer dizer, ele é homem. Realmente, pensar sobre o assunto só fazia Emily sentir-se mais ansiosa e temerosa de deixar transparecer o quanto o contato dele era importante, o quanto ansiava por isso. A fazia de certa forma, triste, por saber que tudo era ficção e que ela nunca seria dele e ele dela de verdade.

Suspirou e deixou a banheira. Resolver deitar-se mas já sabia que a noite certamente seria longa, novamente.


XXXXXXXX


Os dias passaram e a ansiedade de Emily apenas aumentava. Eles acabavam de gravar a última cena do episódio e agora só restavam as cenas dos dois. Michaela e os demais foram dispensados pelo diretor e Hart chamou David e Emily para conversar.

- E aí? Pensaram em como querem fazer a cena?

- Eu pensei, você também Emily?

- Sim, qual a sua idéia?

- Bem avaliei da seguinte forma: eles são casados, se amam e já vivem juntos a um tempo. Então pensei numa noite quente entre eles.

- Ah, não concordo. Acho que as coisas entre eles tem que ser mais calmas, românticas até. Afinal, temos que passar a idéia de que Booth e Brennan são muito bem casados e ainda tem seus dias de romance. E também será o primeiro contato dos fãs com eles juntos, mesmo em sonho.

- É, a Emily tem razão. Gosto dessa linha de pensamento.

- Ah, mas olha o tempo que os fãs estão esperando por isso? Querem ver ação!

- E terão ação, mas não precisa ser tão exagerado David. Você é afoito demais.

Emily riu.

- É bem você mesmo não?

- Ah, Emily só você para me fazer aceitar tudo isso. Você é mesmo especial, garota.

Emily sentiu o rosto vermelhar.

- Tks, David.

- Estamos no caminho certo mesmo. Vejo vocês amanhã cedo. Bom descanso.

Os dois saíram juntos da sala de Hart. Num impulso, Emily perguntou.

- O que você vai fazer agora?

- Nada em especial, ia pra casa.

- Quer comer alguma coisa, beber?

- Ah, ótimo! Adoro sua companhia.

- Vou pegar minha bolsa e te encontro lá fora. Pizza?

- Parece perfeito!

Em cinco minutos, Emily o encontrou no estacionamento.

- Você me segue?

- Não é melhor irmos num carro só?

- O lugar é contra-mão, David. Teríamos que voltar aqui depois.

- Pra mim não seria problema nenhum trazer você aqui mas tudo bem. Vamos cada um no seu carro.

Emily entrou no carro e deu partida. David fez o mesmo e a seguiu até a cantina reservada em um bairro pouco movimentado de Los Angeles.


Pizzaria


Eles entraram juntos na cantina. Emily cumprimentou o maitre seu conhecido e escolheu uma mesa de canto. Recebeu o menu das mãos do garçon. Ela olhou e já sabia o que pedir.

- Vamos tomar um vinho?

- Vamos.

Emily escolheu o vinho e enquanto o garçon foi buscar, ela decidia o que comer com David.

- Estou faminta. Você acha que uma pizza média é suficiente?

- Pra nós dois? Pode ser, pede e se ainda tivermos fome, pedimos algo mais.

- Que sabor você quer, David?

- Pepperoni.

- Então pede meia pepperoni, meia vegetariana.

- É pra já!

Após o garçon servir o vinho, David pediu a pizza. Assim que o garçon se afastou, David a encarou por uns instante e por fim perguntou.

- O que foi, Emily? Sei que esse jantar não é casual... o que passa nessa cabecinha?

Emily suspirou. Incrível como ele sabia le-la tão bem.

- Estou nervosa... essa situação é tão nova pra mim... quer dizer, é você David!

- Sim, sou eu e não vou fazer nada que a deixe constrangida. Nada que te decepcione. É por ser eu que peço que confie em mim.

- Eu confio,David. Não é insegurança por você mas ao modo como reagirei a cena, eu-eu não sei...

- Hey...

Ele alcançou a mão dela e acariciou.

- Vai ficar tudo bem, nós faremos do seu jeito como você escolher.

- Oh,David.

- Tudo para te ver melhor e satisfeita.

- Você não existe. Vou agradecer o Hart pra sempre por ter te chamado para fazer meu teste comigo.

- Emily, você é que é maravilhosa não precisa fazer nada para as pessoas gostarem de você. Mas tenho uma confissão para fazer...

- O que é?

- Eu também estou ansioso. Essa cena é muito importante pra gente, pro público. E não posso esconder de você que tenho medo da minha reação. Tenho medo de passar dos limites.

Emily entendeu o que ele quis dizer mas se fez de desentendida. Perguntou.

- Passar dos limites? Como assim?

- Ah, Emily... olhe para você! Você é linda, um pedaço de mau caminho. Eu não quero que você pense mal de mim...

- David, nunca vou pensar mal de você, nem comece a encanar com isso.

Ela sorria encantadoramente para ele, David sorriu de volta.

- Tá bom, vamos deixar para pensar nisso amanhã.

A pizza tinha acabado de chegar e eles mudaram de assunto. Após comerem, pediram a conta que David pagou e deixaram o local. Se despediram no estacionamento.

- Emily, vai pra casa e tenha uma boa noite de sono. Amanhã é outro dia.

- Tá bom, você tem razão. Boa noite, David.

Ela beijou-o no rosto.

- Boa noite, Em.

E retribuiu o beijo. Sorrindo, Emily entrou no carro e rumou para casa.


FOX Studios
9 da manhã


Quando Emily chegou, David já estava conversando com Hart no set.

- Bom dia!

- Oi, Emily, bom dia. Estávamos conversando sobre a cena e o figurino. Vem dar uma olhada.

Ela se aproximou dele. Viu as roupas no cabide. Sorriu. pegou as primeiras peças de roupa. David teria que se controlar muito.

- Gostei. Como faremos agora?

- Sugiro que vocês façam um ensaio primeiro, sintam o espaço, os objetos de cena que tal?

- É uma boa!

- Vou deixar vocês a vontade. Me chamem quando tiverem prontos.

Assim que Hart saiu, Emily e David começaram a debater a cena. O que parecia ser tão difícil, enganou aos dois e o ensaio correu muito bem. É claro que eles ainda não tinha feito a cena 1, começaram com a cena 2 quando eles já estão deitados na cama e a campainha toca. Até ali tudo bem.

- Ok, acho que tudo bem por enquanto. Agora vamos para a cena 1.

Emily respirou fundo.

- Certo, você deve estar deitado na cama.

David correu para a cama e se meteu debaixo das cobertas. Claro que ainda mantinha as roupas. Emily dirigiu-se a porta do quarto e começou a simular a cena. Ela andou devagar até a cama, meteu-se nos lençóis ao lado de David. Ele virou-se e a encarou.

Do you love me?

Yes. Do you want me to prove it?

Hmm, if you’re not too sleepy….

- É nessa hora que eu te beijo e...

- E eu faço isso.

David se pos sobre ela. Um arrepio correu o corpo dela. O peso dele sobre si mandou uma mensagem automática ao cérebro, Emily sentiu uma pontada no seu centro e gemeu. David aproveitou o momento e acariciou-a com os lábios beijando exatamente como gostaria na cena. Emily se deixou levar pelo clima e ia continuar a cena quando sentiu a pressão do membro dele sobre ela. Estavam indo longe demais. Nesse momento, David roubou um beijo dela de forma louca e selvagem. Parecia ter perdido o controle da situação e deixado o desejo falar mais alto. Emily o empurrou na cama.

- Para,David!

Ela tomou fôlego.

- Não é assim que quero fazer isso. Quero algo mais romântico, sentimento entende?

Só então ela percebeu que suas palavras tinham duplo sentido, será que ele percebera? Além disso, ela percebeu o quanto ele estava excitado.

- Me desculpe, Emily. Eu errei. Você tem toda razão, não é assim que se deve tratar uma dama, uma flor delicada como você. Desculpe-me, por favor.

Ele buscou as mãos dela e olhava em seus olhos intensamente. Emily percebeu as pupilas dilatadas pelo desejo. Sorriu.

- Tudo bem, David. Tá desculpado, isso tudo é novo demais para a gente. Posso ver que você perdeu o controle...

Ela sinalizou com a cabeça. David olhou para baixo e viu a ereção imponente escondida pela calça. Ficou vermelho e desatou a rir. Quebraram o gelo. Emily gargalhava.

- Nós não temos juízo mesmo...

Eles sentaram na cama ainda rindo. Ele entrelaçou os dedos nos dela. Olhou para ela mais uma vez.

- David, se você ficar digamos “alegre”desse jeito na hora de gravar a cena, eu não vou conseguir fazer, sério. Como vamos resolver isso?

- Acho que tenho uma idéia...

- Tem?

- Hum, hum... está pronta para gravar?

- Se você prometer se comportar...

- Prometo, você terá uma cena sensual e bem romântica. Vou chamar o Hart pra ver como ele quer proseguir.

- Vou fazer a maquiagem.

Quando David voltou com Hart, ele orientou-os para fazer a maquiagem e vestir-se conforme a cena no caso de David, despir-se. Rapidamente, Emily desapareceu no camarim. David livrou-se da camisa, fez o básico de maquiagem e trocou a sua idéia com Hart.

- Ela falou que não vai se concentrar se, você sabe, eu me excitar. Então pensei em usar uma almofada, disfarço não causo constrangimento a ela e não a machuco.

- Gostei da idéia. Janet, arranje uma almofada para o Boreanaz.

Em cinco minutos, David estava pronto e deitado na cama. Emily retornou ao set. Bastou olhar para ela naquela roupa para sentir a fisgada na virilha. Ele sorriu parece que não era apenas Emily que teria dificuldade de se concentrar. Quem poderia culpá-lo? Não é todo dia que se tem uma mulher como ela deitada na mesma cama.

Emily olhou para ele deitado na cama debaixo das cobertas, suspirou.

- Estou pronta.

- Ok, nós filmaremos quantas vezes forem necessárias, a regra é evitar interrupções de câmera. Os únicos aqui que podem realmente parar a cena são Emily e David certo? Por favor, em seus lugares.

Emily dirigiu-se para trás da porta. Antes de começar a cena, ela fechou os olhos. Imaginou-se fazendo isso na vida real ainda que no mundo da sua imaginação onde apenas os seus sentimentos por David existiam, nada de esposa, imprensa, dificuldades, no seu mundo eles eram livres para amar.

Hart continuava a dar dicas ao câmera man e ao assistente de iluminação. E então as palavras tão esperadas foram ditas.

- Luz, câmera e.... ação!

A porta se abriu e o som do salto alto ecoou pelo quarto, um David que fingia dormir sentiu a ansiedade dominá-lo e excitar o membro protegido pela almofada. Ela tirou a saia e os sapatos. Deitou-se ao lado dele. Ele sentiu as mãos dela o tocando envolvendo-o, vira-se para ela. O contato macio dos dedos dela na sua pele era como eletricidade. Ela sorria e proferiu sua fala.

- Você me ama?

- Sim, quer que eu prove?

Ele acariciava os cabelos dela. A resposta fora natural,verdadeira.

- Se você não estiver tão cansado...

Ele sorri e vira-se na cama ficando por cima dela e começa a beijá-la apaixonado e urgentemente.

Ela quebra o beijo e tira a blusa ficando somente de soutian. Eles voltam a se beijar. David sente a ereção ficar ainda mais proeminente mesmo que seja contra a almofada. Emily presentiu que ele protegera as partes baixas para não deixá-la desconfortável com a situação mas ela ainda podia sentir a força do membro dele contra ela.Emily intensifica o beijo e eles mudam de posição mais uma vez. Ela está por cima agora, as bocas não se deixam e tudo parece natural, as línguas se exploram, as mãos deslizam na pele. Gemidos são ouvidos e nenhum é parte da atuação, todos são demonstrações reais de prazer pelo momento. Emily sente o prazer umidecer seu centro. As bocas não querem se deixar, ela morde os lábios dele levemente durante o beijo. Ele sussurra.

- Adoro quando você faz isso...

Pequenas risadas escapam entre gemidos. Eles estavam gostando e aproveitando cada segundo. Parecia que já faziam isso a muito tempo. Quem assistisse pensaria o quão bons atores eles eram mas a verdade era apenas uma, aquilo não era uma atuação, aquilo era na verdade bem real, uma demonstração de verdadeiros sentimentos, desejos contidos por muito tempo.

Finalmente, eles ouviram Hart dizer “Corta” e a separação de seus corpos foi inevitável, infelizmente.

Ela deixou o corpo cair ao lado dele e cobriu-se com o lençol. Por debaixo do lençol, ela tirou o soutian. David suspirou fundo. Estava vermelho e a excitação ainda persistia de forma imponente.

Novamente, o som da direção.

- Rodando!

Virou-se para o lado. Fingiu dormir como a cena pedia. A simulação da campainha e as falas leves e engraçadas entre eles aconteceram. Boreanaz sentou-se na cama e logo em seguida levantou-se.

- Isso foi ótimo, pessoal! Tão real! Na minha opinião, nem precisamos filmar novamente. Está perfeito!

Emily olhou para David, sorriu. Ele retribuiu o sorriso e percebeu uma certa decepção nos olhos dela ao ouvir Hart falar. Será que ela queria filmar novamente? Será que ela não gostara? Nah, não era isso. O que ele presenciou nessa cena foi bem real. Foi ela que introduziu lingua ao beijo. David sabia que havia algo ali, na verdade, ele teve a comprovação que precisava a vários anos naquele momento. Ela o queria tanto quanto ele a queria, porém, ainda havia uma pergunta a ser respondida: ela o amava?

- Estamos livres então?

- Sim, dispensados. Ótimo trabalho pessoal. Vocês arrasaram.

Emily levanta-se enrolada no lençol.

- Vou me trocar.

- É, eu – eu também.

David se enrolou em outro lençol. Ele ainda precisava se acalmar para então se vestir. Ele sabia que a almofada ia para a lavanderia ou para o lixo.

Quinze minutos depois, Emily estava de volta ao set já vestindo a calça jeans e a camisa que viera trabalhar hoje pela manhã. David apareceu em seguida.

- Hart, eu vou indo.

- Hey, Emily espera! Eu também já vou, vamos juntos ao estacionamento.

- Ok, tchau pessoal e obrigada.

- Bom fim de semana para vocês. Vejo vocês na segunda para a finalização da edição e ajustes.

Eles sairam caminhando lado a lado. O silêncio entre eles continuava. Emily revivia em sua mente aqueles momentos tão doces e tão prazerosos. Pequenos prazeres. Ela sabia, queria mais.

- Emily, está com fome? Podíamos comer algo? Que tal comida chinesa?

- Adoraria mas estou cansada, preciso ir para casa.

Ele sabia que era o efeito da tensão provocada pelo dia agitado e diferente.

- Podemos pegar para levar. Faremos assim, você vai para o apartamento e eu vou pegar a comida. Te encontro lá.

- Tá bom.

Ela entrou no carro e rumou para casa. Ainda refletia sobre a tarde de hoje. Fora algo muito fora do comum. Um misto de prazer e nervosismo ainda tomava conta dela. Emily ainda podia sentir o gosto dos lábios dele na sua boca. Só de pensar novamente naquele momento, ela sentia o corpo reagir. Finalmente chegou em seu apartamento. Entrou e foi direto a geladeira precisava de uma bebida urgentemente. Serviu-se de uma taça de vinho tinto.

Ela tomava longos goles da bebida. Suspirava ao lembrar do peso de Boreanaz sobre ela. Sentiu uma excitação se formar no seu centro. Era incrível o efeito de um simples pensamento sobre ela. Sua mente debatia em dúvida o próximo passo. Fazer essa cena com ele foi algo que ela sempre quis. A cena saiu exatamente como ela imaginara mas apesar de antes pensar que isso bastaria, o ocorrido serviu apenas para confirmar que ela queria mais dele, Emily queria te-lo por inteiro. E exatamente aí era que sua consciência pesava. Ela debatia sobre o fato dele ser casado, do que isso poderia significar para a família dele. Emily sempre fora uma mulher de princípios, ética. Ela nunca se imaginara na situação atual, de ser a “outra”. Mas então, nunca é uma palavra forte demais e quem poderia dizer que ela conheceria um pedaço de mau caminho como o David na sua vida?

A campainha tocou tirando-a da sua reflexão. Ela levantou-se e abriu a porta. O coração disparou só de olhar para ele escorado na porta sorrindo.

- Delivery especial...

- Ah, bem especial. Entra David.

Ele entrou e colocou a comida sobre a mesa da sala. Emily foi pegar o jogo americano e pratos.

- Você quer beber alguma coisa?

- Trouxe cerveja. Ah, e não precisa de talher trouxe hashi.

Ela se aproximou da mesa e sentou-se ao lado dele. Trazia uma taça de vinho.

- Sirva-se!

Emily escolheu o que queria e começou a comer. David também serviu-se. Por alguns minutos comeram calados. Emily tomou um gole do seu vinho e criando coragem finalmente perguntou.

- David, como você está se sentindo agora?

- Estou ótimo! Porque não estaria? Estou comendo com minha melhor amiga depois de um dia excelente de trabalho.

- Oh, obrigada mas não foi bem isso que quis dizer... estava me referindo a, bem, a cena sabe?

David olhou-a com intensidade. Suspirou. Estaria Emily querendo entender como ele realmente se sentira?

- Você quer a verdade nua e crua?

Emily não esperava uma reação tão rápida mas agora não podia mais correr, queria saber.

- Sim, a verdade.

Ele segurou na mão dela e fixou o olhar no dela.

- Emily, o que aconteceu hoje à tarde mesmo sendo parte do nosso trabalho foi algo incomum. Não posso esconder de você como realmente me senti. Você é espetacular, Emily. Você é linda por dentro e por fora. Qualquer homem seria sortudo em te ter. Para mim que conheço-a a quase cinco anos agora, hoje foi extremamanete difícil. Você tem idéia do efeito que provoca em mim? Em como você me faz querer te cobrir de beijos e carinhos? Eu não coloquei aquela almofada por nada Emily, eu a coloquei porque seria muito embaraçoso se eu provocasse uma cena ridícula na sua frente. Bastou você entrar vestida daquele jeito para eu reagir. Não quero enganar você, eu te desejo, muito. Tanto que chega a doer. Eu não contaria isso a você se não tivesse percebido a sua reação hoje durante aquela cena. Foi real demais, Emily. Demais.

Os dedos agora estavam entrelaçados aos dela. Ele tomou fôlego e continuou.

- Talvez eu esteja nesse momento ultrapassando a linha imaginária que nós criamos durante todos esses anos. Talvez Hart seja o grande culpado por nos expor dessa maneira. Só que eu não estaria aqui dizendo tudo isso a você se não acreditasse que é recíproco. Aquele beijo, Emily... aquilo foi real, foi você e não a sua personagem. Ali naquela cama éramos Emily e David não Booth e Brennan. Eu conheço você e sei que está se martirizando com essa situação desde que recebeu esse roteiro, sei das suas vontades mas também conheço seus valores. Infelizmente, eu tenho um rótulo que não a agrada mas estou disposto se você quiser esquecer tudo o que aconteceu hoje apenas saiba que o que eu queria, não o que eu quero de verdade é terminar o que começamos, quero ter você para mim. Existe desejo e sentimento. Tenho certeza que você concorda comigo porém não farei nada que possa te machucar, nada que você não queira. Basta dizer que quer que eu vá embora e eu sairei por essa porta como se nada tivesse mudado. Você pode confiar plenamente em mim.

Emily o olhava intensamente. Os olhos estavam cheios de lágrimas. Quando pediu a verdade, não imaginara que David seria tão direto e sincero, que se abrisse tão facilmente. As palavras dele a fizeram esquecer o debate lógico e racional que travava com sua mente antes dele aparecer na porta dela. Simplesmente ele apagara sua pouca razão que perdurava até então. Ela sabia que ia sucumbir, sabia que iria sofrer sozinha porém a vida estava lhe apresentando uma oportunidade única e ela não poderia virar as costas agora.

- Então, Emily você quer que eu vá embora?

A resposta de Emily não foi dada com palavras. Ela apertou a mão dele e inclinou-se sobre ele sorvendo seus lábios nos dela. Um beijo doce até o momento que ela separou os próprios lábios e forçou a língua contra os lábios dele. David gemeu e deu a ela todo o acesso que precisava. Emily intensificou o beijo puxando-o pela nuca. As mãos de Boreanaz deslizaram sobre o corpo dela a procura da parte inferior da camiseta levantou-a de uma vez forçando-a a separar-se dele por uns segundos.

David tocou os mamilos dela sob o soutian arrancando gemidos dela fazendo-a arquear a cabeça o que tornou o acesso de David ainda melhor. Ele começou a beijar o pescoço dela com maior vontade. Os dedos de Emily deslizavam por baixo da camiseta dele sentindo a pele quente. A boca de David deslizou até o meio dos seios e logo abocanhou um dos seios mesmo sob o tecido. A lingua provocava e deixava o mamilo rijo. Emily pode sentir a umidade se formando na sua área sensível. David parou de provocá-la por uns segundos. Tirou a camisa e quando pretendia voltar a brincar, Emily o empurrou sobre o sofá e começou a sua própria exploração. Os dedos ágeis passeavam pelo peito dele arranhando-o suavemente com as unhas enquanto os lábios se encarregavam da mandíbula e do pescoço. Ela sentou-se sobre as coxas dele. Foi a vez da boca deslizar pelo peito dele e mordiscar um a um dos mamilos dele fazendo-o gemer de prazer. Ela sentiu a pressão no seu estômago ao debruçar-se sobre ele. Precisava livrar-se da calça jeans.

Levantou-se rapidamente e tirou sua calça jogando-a no chão da sala. Voltou sua atenção a ele e e percebeu que ele já desabotoara a dele também. David encontrava-se de pé ao lado dela apenas de boxer. O membro exibia-se ereto. Ele a agarrou por trás e pos-se a beijar sua nuca e acariciar os seios com uma das mãos enquanto a outra estava pressionando a cintura dela contra a ereção dele. Ela virou o rosto e roubou mais um beijo dele.

- Vamos para o quarto...

David obedeceu o pedido prontamente sem abandonar as carícias que proporcionava a ela nesse exato momento. A cama estava perfeitamente arrumada. Ela virou-se de frente para ele e tornou a beijá-lo dessa vez mais lentamente, com carinho e ainda de forma sensual. Ele desabotoou o soutian dela e Emily quebrou o beijo sussurrando ao ouvido dele.

- Faça amor comigo, David.

Ele a conduziu a cama e deitou-se sobre ela. Coincidentemente, os primeiros movimentos foram exatamente iguais aos da cena que gravaram pela manhã mas então David tornou a ficar por cima e começou a deslizar sua boca por todo o corpo dela. Agora sem o tecido que antes o conteve, ele tomou o seio com os lábios e sugou-o com desejo. Ela gemia. Sentia o desejo crescendo nela. Ele continuou o caminho a procura do proibido. Tirou a ultima peça de roupa que os separava e abrindo as pernas dela, ele a provou. Ela gemeu alto. Ágil, ele a provava e provocava, entre lambidas,beijos e pequenos chupões, ele a fazia agarrar-se aos lençois e arquear o corpo gemendo e gritando pedindo por mais. Ela sentiu suas forças esvaindo-se e o tremor a dominar. O orgasmo foi inevitável então. Ela estava excitada e úmida. Ele louco de desejo a provava sentindo mais e mais a dor na virilha provocada pelo aumento do desejo.

Quando percebeu que ela acalmara-se, ele tornou a beijar-lhe os seios. Seus olhos se encontraram e ela pediu em silêncio o que tanto desejava. Ele a penetrou devagar. Ao senti-lo preenche-la por completo ela deixou escapar o nome dele em sussurro.

- David....

Ele começou a mover-se firme e ritmado dentro dela, as mãos dela estavam sobre as costas dele e a cada estocada mais forte, ela cravava as unhas nele. Emily já sentia o desejo a tomando novamente, David também percebeu e aumentou o ritmo. Ele também não aguentava mais segurar, lutara contra isso o dia inteiro. Ao ouvir o pedido dela entre gemidos, ele sucumbiu.

- David...vem... por favor... vem comigo....

A explosão que se sucedeu naquele quarto era imensurável, o prazer estava em todos os cantos. Eles se entregaram a um momento ansiado a tempos. Ofegantes, eles procuravam absorver cada segundo daquele momento, gravar na memória cada detalhe.

David rolou para o lado. Emily tinha os olhos fechados. O coração ainda acelerado. Ele acariciava o braço dela com a ponta dos dedos. Ela virou-se para ele.

- Obrigada David...

- Hey, você não precisa agradecer... foi maravilhoso.

- Eu sei... não esquecerei esse momento por toda minha vida.

Ele inclinou-se e beijou-a suavemente.

- Está gravado aqui – ele apontou a cabeça – e aqui – dessa vez David apontou o coração.

Ela sorriu.

- Você pode até não acreditar no que vou dizer Emily mas é a mais pura verdade : I love you.

Ela arregalou os olhos. Isso era inesperado.

- Mesmo que as nossas vidas não estejam desenhadas para ficarmos juntos, continuarei te amando e não me arrependo de nada que eu fiz.

- Eu também não me arrependo, David. De nada!

Ele a beijou novamente e checou o relógio na cabeceira dela. Marcava 10:15 da noite. O rosto dele ficou sério de repente e ela soube o motivo. A realidade os chamava. Viu-o suspirar profundamente.

- E-eu preciso ir, Em...

- Eu sei.

- Não importa o que aconteça nós sempre teremos essa noite, essa lembrança. Eu sempre estarei aqui para você.

- David... amigos?

- Para sempre, amigos.

Ele se levantou e vestiu-se. Deu uma última olhada nela antes de dirigir-se a porta do quarto. Ela parecia ainda mais linda agora. Quando ele saia pela porta, ela o chamou de novo.

- David....

Ele encarou-a.

- Eu também te amo.

Ele sorriu e deixou o quarto. Ela sabia que ele sairia em segundos pela porta da frente. Mas isso não importava.

Na verdade nada mais importava naquela noite, apenas o momento deles, a lembrança eterna gravada na memória e no coração dos dois. A noite em que o sonho de uma vida inteira tornou-se enfim, realidade.



FIM