sábado, 27 de outubro de 2012

[Castle Fic] Don't Give up on Chasing Rainbows - Cap.4


Nota da Autora: Esse capítulo é especial. O episódio dos Hamptons entrou para a história de Castle como uma declaração de amor escrita para os fans. Minha forma de interpreta-lo : é uma fanfic vindo à tona na telinha. Se eu apenas transcrevesse o episódio completo já estaria perfeito mas podemos transforma-lo um pouquinho em algo mais caliente não? Carinhosamente denominado Hamptons Heat esse será um epi que ficará marcado na vida dos Casketters! Enjoy! 

Atenção NC-17!!!



Cap.4


12th Distrito

Beckett esperava ansiosa por Gates para falar de suas supostas férias. Fingia que trabalhava checando seus emails observando tudo o que acontecia ao seu redor. Ryan e Esposito estavam fechando o relatório do último caso e Castle acabara de chegar entregando-lhe o seu copo de café.

- Obrigada.

- E então? Já falou com ela?

- Ainda não. Ela não parou na sala dela. Espero que não ponha dificuldade.

- Porque colocaria?

- Sei lá! Ela é a Gates!

Ele sorriu. Castle sabia que tudo daria certo mas Beckett só acreditaria depois de ver o papel assinado em suas mãos. Ele fitou-a e sorrateiramente acariciou a mão dela sobre a mesa. Ao ver o gesto, ela sorriu para ele porém manteve os olhos atentos as coisas ao seu redor. Não poderiam ser pegos trocando caricias no meio do distrito. Ela viu Gates entrar na sala. Castle recolheu a mão e disse.

- Vai lá, confie em mim. Teremos nosso momento a sós.

Beckett entrou na sala de Gates pedindo licença e dizendo que gostaria de falar com ela. A Capitã mandou sentar-se.  

- Detetive já fechou o relatório do último caso?

- Estamos finalizando, Ryan e Esposito estão compilando as últimas informações.

- Ótimo. O que você queria falar comigo?

- Capitã eu gostaria de saber se é possível eu tirar uma semana de férias. Sei que tenho mais de trinta dias disponíveis contudo sei também que não posso me afastar do trabalho por tanto tempo porém, eu precisava mesmo de um tempo para resolver uns problemas particulares. É possível?

- E quando seria isso?

- Ao final da próxima semana se a senhora concordar. Acredito que os rapazes podem segurar as investigações durante a minha ausência. Tecnicamente seriam apenas cinco dias.

- E durante sua ausência, o Sr. Castle estaria por aqui?

- Definitivamente não. Castle apenas trabalha no distrito quando há um caso mas sem eu estar presente normalmente ele não se sente estimulado para acompanhar uma investigação com Ryan e Esposito apenas. Se quiser posso muito bem afastá-lo daqui nesse período.
Gates ficou pensativa por uns minutos. Beckett remexeu-se na cadeira, aparentando um certo nervosismo diante daquela situação. Finalmente, Gates falou.

- Acredito que posso ceder essa semana para você especialmente se isso significar não ver o Sr. Castle bisbilhotando coisas no meu distrito. Consegue garantir isso detetive?

- Absolutamente, senhora.

- Pois bem, prepare a papelada que eu assino.

- Obrigada Capitã. Beckett mantinha o semblante sério para não levantar suspeitas na frente de Gates. Por dentro, ela estava explodindo de alegria. Assim que deixou a sala de Gates, ela abriu um sorriso e andou na direção dele. Fez cara de séria. Sentou-se no computador. Digitou sua senha.

- E então?

Ela suspirou fingindo aborrecimento. O semblante de Castle que já demonstrava certa expectativa positiva para a resposta mudou. Sem tirar os olhos do computador, ela falou.

- Melhor você assegurar que esteja tudo pronto na próxima sexta-feira caso contrário, terá que sumir desse distrito porque Gates não quer sonhar te ver aqui durante uma semana.

- Quer dizer que ela deixou? Vamos a nossa escapada?

- Pode apostar que sim. E ela deu um sorrisinho de canto de lábios para ele.


Na véspera...


Beckett chamou os rapazes e comunicou que estaria tirando uma semana de férias a partir daquela sexta. Claro que tratou de informa-los sem a presença de Castle no distrito. Também explicou que durante sua ausência eles não deveriam chamar o escritor, ordens expressas de Gates. A curiosidade de ambos era maior do que de qualquer mulher. Ryan e Esposito não passavam de dois mexeriqueiros.

- Porque essas férias repentinas?

- Preciso resolver algumas coisas.

- Vai viajar? Perguntou Ryan.

- Talvez... – ela quis parecer misteriosa para evitar de falar e acabar se denunciando mas o que ela esperava? Eles eram detetives e ainda por cima bem insistentes – tudo bem,vou viajar satisfeitos?

- Isso tem a ver com seu namorado misterioso?

- Ryan isso não é da sua conta!

- Ah qual é, Beckett! Você vai viajar com ele não? Beckett revirou os olhos e suspirou resignada.

- Tudo bem, vou viajar sim com ele. Mas por favor, não contem a ninguém. Não quero que Gates saiba.

- Quem é ele? Conta logo Beckett!

- Rapazes, por favor... será que dá pra respeitar só um pouquinho minha privacidade? Acho que mereço ter um pouco de sossego na minha vida não?

Os dois trocaram um olhar e depois voltaram à atenção a ela – É, está certa.

Naquela noite em seu apartamento Kate revirara quase todo o guarda-roupa. Na cama espalhadas, havia calças, vestidos, lingerie. Encontrava-se num dilema. Que tipo de roupa deveria levar? Sabia que eram férias mas Hamptons é um lugar chique, nem tinha ideia de como seria a casa de Castle, como deveria se vestir para andar na cidade, se iria a restaurantes... droga! Ela já passara dias nos Hamptons na sua época de faculdade e lembrava-se do quanto havia luxo naquele lugar. Porém, quando estivera lá era apenas por curtição e bastava uns biquínis e shorts para estar entre os jovens. Olhando para a valise que separara, ela teve uma ideia. O que ela mais queria nesse fim de semana prolongado era ficar com Castle. Se esse era o objetivo da viagem, então roupas casuais fariam o papel correto. Para o que tinha em mente, Kate não precisava de muita roupa, o que não poderia esquecer eram as lingeries. Um sorriso malicioso formou-se nos lábios. Ela reservara algumas surpresas para Rick Castle e mal podia esperar para ver a cara dele.

Terminou de arrumar suas coisas e sentou-se com uma taça de vinho de frente para a TV. Não estava prestando atenção no programa. Sua mente vagava pela possibilidade que tinha a sua disposição a partir de amanhã. Ela estaria indo para os Hamptons, viajar com o seu namorado como todos sugeriam. Era finalmente sua primeira oportunidade de estar a sós com ele, em outro lugar que não fosse os ambientes comuns de suas vidas. Não podia deixar de sorrir, ela estaria entrando em um mundo desconhecido, diferente do que estava acostumada. Kate queria aproveitar cada segundo com ele. Durante uma semana não seriam a detetive e o escritor, eles seriam um homem e uma mulher buscando relaxar e agir como pessoas normais. Parando para pensar, além do jantar que preparara para ele a uma semana atrás, esse seria o seu primeiro encontro de verdade com Castle. Apesar de trabalharem juntos por quatro anos, depois que deram o passo a mais em seu relacionamento, tiveram pouco tempo juntos para curtir essa nova fase. E ao mesmo tempo que estava excitada com a possibilidade dessa nova experiência, estava ansiosa. O que essa ida aos Hamptons reservaria para eles? E mais importante, o que essa viagem significaria para eles? Ela estava a menos de 24h de descobrir.      


XXXXX


No apartamento de Castle, as coisas pareciam mais agitadas. Era verdade que estava contado as horas para estar sozinho com Kate em sua casa nos Hamptons mas estava tranquilo. Um único pensamento importava para ele: fazer Kate se sentir em casa. Tudo estava preparado e na manhã seguinte quando estava se preparando para deixar o apartamento, teve que lidar com a excitação da sua mãe e Alexis que pareciam bem mais ansiosas que ele.

-Não é emocionante?

-É só um final de semana, mãe – ele preferiu deixa-la pensar que era isso mesmo. Imagina se dissesse que iam passar sete dias juntos? Era capaz delas surtarem de vez.

- Pai, é seu primeiro fim de semana com a Beckett. É importante.

- Certo, sem pressão e vamos torcer para que aconteça. 16h30. Se não aparecer um homicídio até às 17h, estaremos livres – sim, porque apesar das férias certas, ele conhecia Kate se alguém morresse ela era capaz de cancelar tudo.

- Quais são os planos? – Martha perguntou.

- Eu... Como assim?

- Não tem um plano? Alexis rebateu.

- O plano é fazer nada, relaxar.

- Isso não é um plano. Não gostamos de homens sem planos. Estou na faculdade. Vivendo a vida. E leio muitas revistas. Não ter planos é muito ruim.

-Certo...

-Ela está certa. Um homem diz: "O que faremos no jantar?" Ele morre para mim.

-Certo. Farei reservas.

-Algum lugar romântico.

-Certo.

-E elegante – Martha lembrou - porque Kate é o tipo de garota elegante.

-Certo.

-Sob as estrelas seria ideal. Alexis completou.

- Sabe o que pode fazer sob as estrelas... – Martha dando ideia.

- Certo. E ele saiu de casa antes que elas dessem todas as ideias possíveis e acabassem fazendo um roteiro para ele.


12th distrito


Kate Beckett estava sentada fitando o relógio no computador. Nada de relatórios, casos ou análise de pistas. Ela tinha em seu monitor um grande relógio com ponteiros lerdos na sua opinião. Porque estava demorando tanto para as 17h? Seu olhar dividia-se entre a tela e o telefone. Sua mente repetia um mantra silencioso: Não toque, não toque, não toque. A ansiedade a dominava e ela não via a hora de sair dali para encontrar Castle.

- Menos de um minuto e contando. A voz a fez pular na cadeira. O coração acelerar – ela virou-se para ele sussurrando.  

- Castle, o que está fazendo aqui? Deveria me esperar na esquina para que ninguém nos visse.

- Eu sei, mas achei que seria divertido estar com você quando desse 17h. Como em uma noite de ano novo, exceto pelo beijo, por razões óbvias. Mas haverá muitos no final de semana.

-Pode ficar quieto?

-Ninguém irá me ouvir. Olhe ao seu redor. Está em uma sala cheia de detetives e nenhum deles desconfia – ele implicou mantendo a voz sussurrada.

- Castle, obrigada por me lembrar que estou mentindo para várias pessoas especiais para não ser demitida por violação de ética por sair com você.

- Pode tirar tudo isso da cabeça em 3... 2... 1. – o relógio finalmente marcou 17h - Sem assassinato. Aí está. Não foi divertido? Certo, tudo bem. Partirei. E ninguém jamais saberá...

Nesse instante, Ryan e Esposito se aproximam.

-Oi, Castle. O que está fazendo aqui?

- Estava a caminho do Hamptons para escrever durante o final de semana, pensei em aparecer, ver se prendemos alguém.

-Tudo para evitar escrever? Beckett tentou parecer implicante e normal mas obviamente não estava conseguindo por causa do nervosismo. Nesse ponto, Castle era melhor que ela e conseguia desguiar os rapazes.

-Justamente.

- Ouviu sobre o fim de semana da Beckett?

- Não. Grandes planos?

- Ela vai sair com o namorado. Droga, Ryan! Porque você tem que ser tão mexeriqueiro? E se eu me denunciar?

- Um namorado? Beckett! É sério? Quem é o sortudo?

Ela se levantou e foi pegando o casaco. Porque Castle entrava na deles?

- Ela não quer nos contar.

- É sério, pessoal? Ela virou-se para eles tentando fazê-los perceber que gostaria de uma certa privacidade. Mas Castle parecia querer colocar mais lenha na fogueira.

- Na verdade, estou ofendido que não esteja nos contando.

- Depois de tudo que passamos?

-Merecíamos mais.

- Tenho algumas ideias sobre o que vocês merecem - Castle como você pode ser tão cínico! Pensou.

- Vamos, Beckett. Dê-nos uma pista. Ele é bonito? Ryan perguntou e Castle foi na corda, adoraria vê-la falando dele.

-É, ele é bonito?

- Ou ele é do tipo fodão? Perguntou Esposito.

- É isso, Beckett? Ele é, tipo, um “bad boy”? – ela virou as costas para eles e caminhou para a saida, Castle fingiu ir atrás dela para manter o disfarce - Tipo James Dean? Ele é um bandido?

Mas nesse instante Kate Beckett já tinha desaparecido das vistas deles. Sendo assim, Castle também se despediu. Estando a sós, Esposito começou a propor a Ryan que investigassem o tal namorado de Beckett afinal ele poderia ser um ladrão, um cara perigoso e eles tinham a obrigação de protegê-la certo? É claro que tudo isso seria um gesto muito nobre se o real motivo não fosse a curiosidade dos dois em descobrir o que estava acontecendo.


XXXXXXX


Eles estavam a caminho dos Hamptons seguindo pela autoestrada. Kate finalmente conseguira começar a relaxar. Deixava a música no rádio e a beleza da estrada a confortarem. Observa-las nesse momento era sua única preocupação. Isso e aproveitar ao máximo o tempo ao lado de Castle. Enquanto ele dirigia, conversavam coisas amenas, curiosidades do que viam na estrada, um pouco de história do local. Ele comentara sobre um restaurante excelente de frutos do mar que deveriam experimentar. Kate ouvia e concordava com tudo. Durante a viagem, a mão de Kate não saia da coxa dele, ou não deixava de estar sempre acariciando alguma parte do corpo dele. Precisava do toque. Quando o carro parou finalmente de frente a uma propriedade enorme, ela sentiu o coração acelerar. Olhando para tudo aquilo, ela não sabia o que dizer. Estava abismada com a grandeza e a beleza do lugar. Castle desceu do carro e abriu a porta para ela como um perfeito cavalheiro.  

-E aqui estamos.

-Meu Deus do céu, Castle – ela dera alguns passos observando a extensão da área externa – WOW - O lugar impecavelmente gramado, imenso. Ela vira o mar a alguns metros - Então... você é rico ou algo assim?

- Não sou rico como James Patterson – ele brincou sorrindo - mas estou no caminho. Venha. Vou te mostrar a casa.

Eles entraram. Após servir vinho a ambos, Castle começou a leva-la pelos cômodos da casa fazendo um tour. Enquanto falava e explicava as reformas que fizera naquele lugar que para ela parecia uma mansão de Hollywood, Kate ficou pensativa. Era como se não pertencesse aquele mundo, não se sentisse parte dele. Era algo tão imenso. A magnitude de tudo aquilo, o modo como ele parecia tão confortável ao fazer aquilo, natural para ele. Aquilo a incomodou. Não se enganara ao decidir por um relacionamento com Castle que seria exposta a um outro mundo, ele era uma celebridade e devia ser muito conhecido naquele lugar. Porém, não era isso que a incomodava, a fama. Era o que ela proporcionava a ele. Como um escritor de best-seller, ele tinha dinheiro para ostentar esse tipo de luxo na vida. Kate não conseguia deixar de pensar em quantas mulheres ele já trouxera ali, quantos finais de semana maravilhosos já aconteceram. Com a sua própria ex-mulher. Quantas outras tiveram direito a esse privilegio? Desfrutar de um tour e de fins de semana com Rick Castle? Tinha medo de imaginar um número. Isso a fazia sentir ciúmes claro, só que esse não era o sentimento principal que mexia com ela. Ela sentia-se insegura diante daquele novo mundo. Abrira mão de muito para estar ali hoje, expusera seus sentimentos e deixara Castle entrar de vez em sua vida. Derrubara o muro. Fora um grande passo e temia que tudo desandasse. Ela estava muito envolvida e a ideia de decepcionar-se com ele depois de quatro anos de foreplay e espera não era algo que Kate aceitaria fácil. Na verdade, ela nem queria pensar nessa possibilidade. Entrara de cabeça nesse relacionamento e apesar de todas as dificuldades que iriam enfrentar, para ela não haveria volta agora, terminar estava absolutamente fora de questão.

O que ela realmente representava para ele? Não queria imaginar que seria mais uma, não podia. Mais que isso, não deveria deixar essas dúvidas arruinarem o seu momento com ele ali.   

Castle comentava detalhes da reforma quando percebeu que ela não estava prestando muita atenção. Pensou que talvez fosse muita informação sem graça para ela. Ou simplesmente o choque de estar diante de tudo aquilo, sabia que Kate era uma mulher elegante mas simples, todo aquela suntuosidade poderia assusta-la. Precisava de alguns minutos para digerir, quem sabe um tempo ao ar livre? Ele abriu a porta que dava para a parte de trás da casa.  

- Você vem?

- Vou – ela respondeu ainda incerta, a insegurança parecia querer vencer sua vontade de esquecer e aproveitar.

- Esta é minha parte favorita. O som do oceano, privacidade... a serenidade... A piscina é logo ali. Muitos a consideram mágica – ele percebeu que ela estava parada no meio do gramado, o semblante sério, introspectivo e a conhecia muito bem para saber que algo a incomodava, voltando sua atenção a ela, ele perguntou - Está tudo bem?

- Está. É... espetacular, Castle – era verdade porém sabia que se não arranjasse uma forma de expressar o que a incomodava poderia arruinar tudo. Ela não queria isso.

- E isso é um problema?

- É só... Não posso deixar de imaginar quantas outras mulheres tiveram este tour.

- Certo – então era esse o problema, o passado dele e a própria insegurança de Beckett, fitando-a continuou - Não vou negar que trouxe outras mulheres aqui – ela respirou fundo ao ouvir isso e então Castle completou - Mas... – segurou a mão dela na sua - nenhuma delas era você.

Ela não pode deixar de sentir um alívio e um arrepio percorrer seu corpo após essa declaração. Eram palavras sinceras. Sorriu para ele deixando transparecer que ela gostara do que ouvira. Dizia para si mesma, era hora de relaxar. Aproveitar. Ás vezes, ela esquecia o quanto ele já dissera que a amava. Percebendo que suas palavras a deixaram mais calma, ele manteve o sorriso e as mãos conectadas. Ela estava mais relaxada e resolveu provar a ele que estava pronta para curtir a casa com ele.  

- Quer ir conferir a piscina?

- Vamos?

De mãos dadas, eles caminharam pelo gramado até a área da piscina. Castle não mentira. Era incrível. Ela já poderia imaginar várias coisas para fazer naquele lugar. Sentaram-se em uma das espreguiçadeiras, ela de costas para ele debruçada em seu peito sentindo os braços dele a envolverem pela cintura. Ela ainda admirava a beleza do lugar. Virando o rosto para ele, trocavam um beijo. Kate se deixava perder naqueles lábios. O toque das mãos dele era tão gostoso... olhando para a água da piscina, ela não pode evitar de divagar diante de tudo que tinha a sua frente naquele instante. Já conhecia Castle a quatro anos, sabia das falhas dele, alguns defeitos e principalmente de suas qualidades. Agora estava em um relacionamento com ele. Mesmo assim, pelo pouco tempo dessa fase, ela se via totalmente envolvida e na racionalidade de Kate, isso era um pouco louco. Castle sabia o que dizer, o que fazer para convencê-la e transformar uma coisa simples em algo especial. Kate não queria se precipitar mas estava sendo traída por ela mesma. Tudo o que sentia era grande demais, intenso demais. Evitava falar a tal palavra mas suas emoções e seus sentidos, mostravam exatamente que ela estava se apaixonando cada dia mais por Castle, se deixando levar por um caminho sem volta. E cada novo gesto, era apenas um ingrediente a mais na relação deles.

- Porque você está tão calada? Ainda pensando sobre...

- Não! Estava pensando na gente e admirando a vista. Pensando em todas as coisas que podemos fazer aqui e não sei porque estou perdendo tempo falando ao invés de estar beijando você.

Ela abriu o sorriso e virou o corpo de frente para ele. Suas mãos foram moldar o rosto do homem a sua frente. O polegar acariciava os lábios e Castle o beijara demonstrando carinho para com ela. Kate inclinou-se para provar aqueles doces lábios enquanto uma das mãos escapava deslizando pelo pescoço e peito dele. O beijo começou lento e carinhoso. Kate fazia um movimento com a língua que o levava a loucura. Era impossível não ansiar por mais, não devorar aquela boca sensual ali, apenas para seu bel-prazer. Ele a envolveu pela cintura e puxou-a consigo para deitar na espreguiçadeira. Com o corpo dela sobre o seu, ele intensificou o beijo. Kate adorava sentir os braços dele apertando seu corpo. Acariciava os cabelos dele e quando não estava beijando os lábios, ela distraia-se com o pescoço, a orelha e cada parte do rosto dele sempre retornando a boca ao fim. Pode sentir as mãos deles vagando em seu corpo até apertar o bumbum. Ela teve que rir lembrando da vez que ele apertara seu traseiro naquela casa mal assombrada.

Perderam a noção do tempo sentindo o vento suave que vinha do mar. Eles deixaram-se levar namorando durante toda tarde. Apenas quando a temperatura pareceu esfriar, ele sugeriu que entrassem e comecem algo. Comentou a ela que fizera reservas para jantarem amanhã apenas. Hoje, ele cozinharia para ela. Kate porém, ao contrario do que Martha pensara, não queria que ele fosse para cozinha na primeira noite deles ali. Sugeriu que ele pedisse algo simples para comerem. Não tinha fome, apenas queria beliscar algo. Então, Castle pediu alguns petiscos e eles comeram acompanhados de um bom vinho. Ao terminar, Kate estava disposta a fazer sua primeira surpresa a Castle.

- Hey, Castle... o que você acha de experimentarmos aquela piscina?

- Você gostaria?

- Você tem algum problema em tomar banho de piscina à noite? – ela provocou.

- Claro que não!

Eles se levantaram e subiram para trocar de roupa. Desceram juntos enrolados em roupões. A beira da piscina, Castle explicava sobre a água. Kate olhava fixamente para ele sorrindo e esperando o momento certo para fazê-lo calar.    

- Sei que achará a temperatura adequada, mas se gostar de mais quente, posso mudar a temperatura ou posso só... – e na frente dele, Kate abrira o roupão e mostrava o corpo nu deixando a única peça de roupa cair ao chão - parar de falar. Esqueceu seu biquíni.

- Eu sei – ela sorriu com uma carinha levada.

Castle não podia acreditar naquela visão espetacular. Kate sabia deixa-lo sem palavras. Mal podia esperar para o que ela aprontaria a seguir. Porém, não entendeu quando ela apanhou o roupão e cobriu-se novamente.

- O quê?

-Alguém está vindo.

Um cara cambaleava sem rumo e com a camisa suja com algo que parecia sangue. Caiu na piscina. E Castle não pode acreditar no que via.

- O quê?

-Ligue para a emergência.

-Você acha?

E contra todas as possibilidades, um assassinato acabara de acontecer nos Hamptons fazendo da piscina de Rick Castle, uma cena de crime.

Alguns minutos depois, Castle explicava o que acontecera ao delegado local. Kate sabia que logo o rapaz iria perguntar seu nome e querer saber um pouco mais. Como ela poderia manter isso em sigilo? Não poderia mentir, era uma investigação.  

- Ele veio cambaleando da praia, logo após às 22h15. Caiu na piscina. Tentei reanimá-lo, mas...

- Você também estava aqui, senhora? O delegado virou-se para Kate.

-Estava.

-Nome, por favor.

- Katherine Beckett, - receosa perguntou - acha que podemos manter isso fora do registro público?

- Claro.

- Não fazíamos nada errado. Só...

- Certo.

- O que isso significa? – Kate indagou sem entender.

- Não se preocupe. É o Hamptons. Seremos discretos. Não estamos interessados nos seus negócios.

- Negócios? – Ah não! Era só o que faltava! Esse cara realmente estava pensando que ela era uma...uma prostituta? Não, isso não.... estava indignada. Castle interveio, ou tentou pois já imaginou o que poderia acontecer.

- Chefe, eu... Eu não... Eu não...Ela não é...

- Não sou prostituta. Ela olhava para Castle chateada.

- Tenho certeza.

- Há algo que gostaria de adicionar ao depoimento do sr. Castle, mada... Senhora?

- Sim. Apenas que não ouvimos tiros, provavelmente o assassino usou silenciador.

- Assiste programas policiais, não é? Ela já estava pronta para discutir quando Castle interrompeu.

- Já sabemos quem a vítima é?

- Randall Franklin. É um veranista, veio de Manhattan. Sabemos que ele estava em uma festa na praia na casa de Douglas Shapiro esta noite mais cedo. E um dos seus o chamou. Voltou dizendo que pegaram o culpado. Casius McMurray. Usuário de metanfetamina. Tinha a carteira da vitima. Chapado. Mas os dois não ficaram muito convencidos com a resolução dada. Indagaram sobre as manchas de sangue, o que o delegado desconversou já que tinha pego o cara afinal tinha a carteira da vitima. Castle sugeriu que ele podia ter encontrado a carteira na praia e o deputado se irritou perguntando se estava questionando-o. Castle resolveu calar-se. Quando seus homens voltaram com o suspeito ele se despediu deixando ambos com varias interrogações.

De longe, Kate observava o interesse de Castle enquanto discutia com o policial. Conhecia bem Castle para saber o quanto ele podia ser irritante com as perguntas. Ela estava realmente chateada por ter que passar por isso. Queria muito ter se divertido na piscina com ele. Dando uma última olhada para ele daquele jeito em que se mostra entediada com a situação de uma forma que só ela sabia expressar, Kate virou as costas para ele e saiu andando pela casa.   

Eles estavam agora no quarto de Castle, deitados ainda digerindo o que presenciaram a algum tempo. Ambos olhavam para o teto e Castle parecia obcecado com a ideia do crime.

- Que tipo de assassino sangue frio tira um cochilo na praia após atirar em alguém?

- Castle, estou de folga. Se quisesse investigar um assassinato, teria ficado na cidade.

- O cara morreu no meu quintal.

- Não é nosso caso. Ela insistira novamente.

- Tem que admitir, como o caso vai, é bem fraco.

- Ainda não é nosso caso e, se continuar obcecado nisso, vai estragar o fim de semana.

Ele ficou calado por um momento, ela tinha razão - O que fazemos?

Ela jogou o corpo sobre o dele e sorrindo começou a sugerir exatamente o que queria.

- Talvez apenas tentamos tirar isso da nossa cabeça.

Beijou de leve os lábios dele, buscando iniciar algo mais interessante. Afinal, não vieram ali pra relaxar e namorar? Mas parece que a mente de Castle não conseguia se concentrar em outra coisa além do morto na sua piscina.

- Mas e a arma? A arma estaria com ele.

- Castle, isso não é tirar da cabeça. E continuou na sua tentativa de ir além beijando-o varias vezes.

- Está certa. Desculpe – ele respondia entre beijos - Estou obcecado. Não vou ficar obcecado. Certo – Kate começava a se animar quando ele após outro beijo voltou a falar - Exceto que você mesma disse que não ouviu os tiros. Que tipo de viciado, que não sabe em que planeta está, carrega uma arma com um silenciador? Que, por sinal, indica premeditação.

Frustrada, ela sabia que perdera. Como podia acontecer justamente isso hoje que ela estava a sós com ele?

- Não relaxaremos até que tenha respostas, não é?

- Vou pegar o café.

Quando ela finalmente cedera à necessidade dele de investigar o caso, ele saiu feito uma bala em busca de café para iniciarem as discussões. Frustrada, ela agarrou-se ao travesseiro dele e suspirou. Isso que dá namorar um escritor de mistérios, tudo girava em torno de criar uma história, como ele mesmo falara para ela quando a conheceu. E esse morto na piscina dele não seria diferente. Conhecia Castle muito bem, ele não deixaria isso de lado. Nem seria ele se o fizesse, mesmo tendo uma mulher como ela na cama com ele. Sorriu. Não era exatamente por isso que ela acabara se envolvendo com ele? Por ser alguém capaz de entender o que ela faz sem questionamentos, sem julgamentos? Alguém que cairia de cabeça nas batalhas junto com ela? “Pague o preço, Kate. Foi exatamente o que você pediu” – pensou ao vê-lo chegar ao quarto com duas canecas de café fumegando e um sorriso de menino nos lábios.

No dia seguinte, estavam no quintal dele aproveitando a vista e com um notebook no colo, investigando. Castle estava no telefone com o tal Douglas da festa de ontem. Ele sentou-se na cadeira ao lado dela e a atualizou.

- Certo. A última vez que Shapiro viu Franklin vivo foi na festa dele às 20h15.

- Isso dá 2h antes de ele morrer.

- Certo.

- Ele estava na praia discutindo com uma mulher de vestido branco, mas, porque já estava escuro, Shapiro não conseguiu ver quem ela era. Sabia que não era a esposa dele, pois ela estava na cidade. Descobriu por que alguém o queria morto?

- Na verdade, ele foi banqueiro na Irmãos Lehman e se envolveu em um escândalo interno antes de falirem. Fez um acordo de liberdade ao depor contra seus colegas.

-Rachel Rosenber, Jeff Forshim, Emily Monroe, Angela Colabro e Aaron Lerner. Todos cumpriram pena, mas já estão soltos, qualquer um poderia querer vingança.

- E 3 podem ser a mulher misteriosa.

- Precisamos falar com a esposa de Franklin, ver se ele tinha inimigos. Castle sugeriu.

-Não – ela fora incisiva - Acabamos de chegar. Não vou voltar para a cidade.

- Felizmente, não precisamos voltar. Já sei para quem ligar. E ela já sabia que ele ia envolver os rapazes.

Enquanto isso em Manhattan, Ryan e Esposito continuavam sua própria investigação sobre o suposto namorado de Beckett. Foram até Lanie para obter respostas. Eles explicaram qual era sua teoria. Ela havia ficado triste e emotiva após a suspensão e precisava de um ombro amigo, as suspeitas recaiam sobre um ex por isso o embaraço em contar a eles. Lanie estava indignada com a cara de pau dos dois.  

- O namorado de Beckett? Não têm nada melhor para fazer?

-Não temos.

- Certo, entendo que você não tenha vida, Javi, mas você é casado, Kevin, qual a sua desculpa?

-Eu... Ryan ficou sem graça.

-Quem quer que seja o namorado, não é da conta de vocês – nem serei eu que falará para vocês,pensou. Que tipo de amiga eu seria? Coitada da Kate nem pode curtir o fuzileiro sem ter alguém fuçando sua vida. Se ela descobrir isso, eles estão perdidos.

-Qual é, Lanie. Você deve saber quem é. Ela voltou para o Josh, não é?

- É assim que interrogam pessoas? Porque só estão conseguindo me irritar. Não sei quem é e respeito a privacidade da Beckett, mas sei que não é o Josh porque ele está na Amazônia montando clínicas gratuitas o ano todo.

- Tem certeza disso? – Espo perguntou mas o olhar da Lanie não deixava dúvidas.

- Acho que ela tem – Ryan atendeu o celular que tocava - Oi, Castle. Vou te colocar no viva-voz para opinar nisto.

- Opinião no quê?

- Estamos no necrotério com a Lanie tentando descobrir quem é o namorado da Beckett. Kate arregalou os olhos.

- Não tenho nada a ver com essa maluquice.

- Até que esteja ensacando os corpos mutilados deles quando Beckett descobrir – Castle sugeriu e fez ela sorrir.

-Como se tivéssemos medo dela. Aliás, como ela vai saber?

Num impulso ela esticou o braço para apanhar o telefone e dizer umas boas para os dois mas Castle fora mais rápido que ela levando o telefone para longe e continuando a conversa - Enfim, preciso da ajuda de vocês. Houve um homicídio aqui no Hamptons no meu jardim.

- Sério? Você está em um episódio de "Assassinato por Escrito"?

- Mais para "Escrito por Ele", mas diferente de Jessica Fletcher, o chefe de polícia local não gosta de mim e acho que ele pegou o cara errado, então... Preciso que vocês interroguem a esposa da vítima aí, descubram o que ela sabe.

- É um grande favor a se pedir, Castle. Precisaremos de algo em troca. E Castle já sabia o que pediriam.

-A Ferrari.

-Por uma semana.

-Para cada.

-Sério? Pessoal. Pessoal? Mas eles já tinham desligado.

No 12th, os rapazes chamaram a esposa e fizeram as perguntas. A esposa garantiu que o marido não tivera qualquer contato com os colegas após estes saírem da prisão e quanto a discussão antes de morrer, sugeriu que eles perguntassem a namorada dele. Com as informações nas mãos, eles informaram Castle e ele atualizava Beckett nas descobertas.

- Ele tinha um caso? Kate perguntou enquanto saboreava algumas uvas.

- Natalia Roosevelt. Ela é daqui. A mulher descobriu e o mandou terminar. É a típica história espalhafatosa do Hamptons – e Kate já sabia que viria uma teoria a seguir - Veranista conhece beldade local, o remédio para a vida estressante da cidade. O romance fogoso se desenvolve... mas quando a esposa descobre, obriga-o a terminar, é quando o remédio se torna o veneno. Com uma arma, só... Preciso melhorar esse final.

- Não, é uma ótima história, mas como provaremos que era ela que discutia com ele na praia?

- O primeiro passo é determinar se ela estava na festa.Verificarei a lista de convidados – e remexendo no seu email, abriu o convite -  Ali está, Natalia Roosevelt, na lista de confirmadas. E parecendo uma mulher fatal.

- Castle, ela era do conselho municipal do Hamptons e dona de um bar no litoral no Hamptons.

- É um local popular. Posso te pagar uma bebida?

Ela sorria.

Já no bar, Castle pediu bebidas para ambos. Kate entregou o copo a ele e avistaram a mulher.

- Ali está ela...Nossa dama de vestido branco. Só que agora ela está estonteante em vermelho sangue. Qual a nossa jogada? Ele perguntou a Kate em voz baixa.

-Só vá com calma, Castle. Tente citar o assassinato de forma natural. Veja como ela reage – Kate respondeu sussurrando.

-Sei o que fazer- ele se aproximou dela, Kate o acompanhou - Oi, reconheço você. Estava na festa de Douglas Shapiro ontem.

-Quem não estava?

-Não é? Mas te vi na praia. Não discutia com Randal Franklin? Kate quase cuspiu a bebida.

- Com calma, Castle. Eu disse com calma.

- O que está insinuando?

- Nada. Só acho estranho. Ser a última pessoa que o tenha visto vivo – ah droga! Ele estragara tudo.

- Chefe.

- Sim, Natalia.

- Venha cá.

- Opa.

- Pois é.

-Conhece eles? Pois estão praticamente me acusando de assassinato.

- Castle, o que faz aqui?

-Só estamos conversando.

-Sobre Franklin ser assassinado? Algum problema com a forma que conduzo meu trabalho?

- Nunca falei exatamente essas palavras – xi! O tempo fechou pensou Kate.

- O que acha destas palavras? Você e sua amiguinha da vida estão presos por interferirem na minha investigação. Virem-se.

-Obrigada pela bebida.

-Saúde.

E o policial os algemou.

Na delegacia, eles estavam sentados na cela entre o viciado preso na noite anterior que roncava dormindo. Como eles acabaram ali? Não eram essas as férias que ela tinha em mente. 

- Não acredito que você me convenceu a me envolver na investigação de outro departamento.

- Como se tivesse te forçado a isso. Ao menos estávamos certos quanto a ele. Parece que tem a consciência pesada? Está dormindo como um anjinho.

- Parece um bebê em um berço – ela resmungou.

Então um dos policiais veio soltá-los pois o chefe queria falar com eles. O chefe parecia bem solicito com eles, oferecendo café e Beckett sabia que havia algo mais ali. E seu instinto de detetive não falhara. Ele pesquisara e já descobrira o que ela era. Disse também que nunca trabalhara num assassinato. E que eles estavam certos, não havia resíduos no viciado. Portanto, o assassino continuava lá fora.   

- Estou sendo muito pressionado pelo prefeito. Um veranista rico assassinado não é bom para os negócios.

- Ainda não entendo por que está falando isso. Beckett questionou.

- Certo. Retiro as acusações de interferência se me ajudarem com a investigação.

-Parece bom!

-Com licença um segundo. Ela pediu.

- Parece bom? Acabamos de passar duas horas da nossa folga presos. Já não é o suficiente? Kate estava irritada e sabia que se deixasse, Castle ia enveredar-se na investigação e adeus descanso!

- Não acho que conseguiremos descansar sem as respostas. Sem ter... justiça? – ele não usara a carta da justiça com ela, ah não! Ás vezes tinha vontade de matar Castle. Ele sabia que não diria não à justiça.

- Certo. Desde que na minha delegacia não saibam disso.

- Por mim, tudo bem. O que faremos agora?

E Beckett começou a fazer as perguntas, em segundos a detetive já tomara conta dela. Estava no sangue mesmo. Perguntou sobre a balística. Descobriu que foram usados balas de calibre 30, geralmente usado em caça ao perguntar sobre o resultado do legista e receber uma resposta negativa, ela percebeu que teria que assumir mesmo a frente da investigação. Ordenou que ele pressionasse o legista e eles iriam interrogar Natalie. Apesar do chefe ter dito que já fizera isso, para Beckett e Castle ficou bem claro que ele não fizera as perguntas certas.

- Achei que os tinha prendido, John.

Beckett sentou-se na cadeira com a pose de detetive que lhe era peculiar, mesmo em roupas casuais, ela não perdia a pose, observou Castle e já tomava conta da investigação.

- É chefe Brady para você, srt.ª Roosevelt, deveria estar mais preocupada com o fato de ter mentido sobre seu relacionamento com Franklin.

- Eu não menti. Chefe Brady nunca me perguntou sobre isso.

- Randall terminou com você noite passada na praia?

- E se sim?

- Isso te daria motivo, srt.ª Roosevelt.

- Veja, não estou negando que discuti com Randall. Eu o acusei de me usar pelo meu voto no conselho.

-Seu voto no quê? Perguntou Castle.

- No seu amado heliporto. Ele pôs aquela coisa no jardim dele há 6 meses. Precisava de permissão, aprovamos semana passada. O próximo passo dele foi me deixar.

- E foi assassinado duas horas depois.

- Duas horas depois, eu já estava no meu bar. A última vez que o vi, ele estava na praia. Discutíamos quando ele recebeu um SMS e partiu correndo.

-E que horas foi isso?

-Por volta de 20h30.

- Para que lado ele foi?

- Praia acima.

Elas saíram da sala do interrogatório. Antes de continuar a investigação do caso, ele lembrou-se das reservas.

- Acho que está na hora de pedir ajuda aos rapazes. Ah, esqueci de falar. Tínhamos reservas para o almoço – checou o relógio – quase duas da tarde, vamos ter que nos contentar com outra coisa, sinto muito, Kate.

- Ah, sei que sente – ela falou provocando e Castle entendeu o recado – tudo bem, eu concordei com isso. Vamos pegar um sanduiche de algum lugar. Isso vai para a lista que estou fazendo.

- Lista? Que lista? Ele já estava ficando preocupado.

- A lista das minhas coisas que você deixou de cumprir nas minhas férias. Você vai saber na hora que for te cobrar. Vamos estou com fome.   

Agora até Beckett resolveu chantageá-lo? Se bem que as chantagens de Beckett devem ser mesmo interessantes. Castle ainda intrigado ligou para o distrito e falou o que precisava. Pediu para rastrearem a mensagem. Ryan informou que veio de um celular descartável. E mudaram de assunto novamente para o misterioso namorado de Beckett. Espo já tinha inclusive checado Demming. Castle não pode perder a oportunidade de falar sobre o cara, especialmente com Beckett ouvindo-o.

- Demming? Qual é! Ela conseguiria coisa melhor – Kate que estava tranquilamente comendo o almoço que eles compraram no caminho de volta a delegacia, já ficou alerta - Obrigado pelas informações.Tenho que ir.

- Por que você está ajudando-os?

- A boa notícia é que não fazem ideia que estamos juntos.

- Não sei por que eles se importam. Ela já estava ficando irritada com essa situação, será que não tinha direito a levar uma vida normal, ter um namorado?

- Por que as pessoas se importam com Brangelina?

- Agora somos que nem Brangelina? E lá vem as teorias de Castle...

- Não, não. Somos... "Rickate". Não. Somos... "Kate-ick" - ela fez uma careta - "Caskett"? Esse é bom porque tem a ver com assassinatos...e contra todas as previsões, ela até gostou desse apelido... Caskett.

O Chefe Brady confirmou o álibi de Natalia Roosevelt. 3 fregueses do bar confirmaram sua história, já estava lá às 21h. Estava investigando os moradores da região que ela indicara. Também entregou o relatório do legista a Beckett. Ela descobriu que os pulmões de Franklin estavam cheios de água salgada. Além disso, os ferimentos à bala indicavam que ele estivera no oceano 20 minutos depois de ser atingido. Um bom momento para Castle teorizar.

- Certo, então...No oceano por 20 minutos, ninguém ouviu os tiros... Por isso ninguém ouviu os tiros. Ele foi atingido em um barco, bem "Poderoso chefão".

- O mar retardou o sangramento, teve tempo de chegar à costa. Beckett completou aceitando a teoria dele como correta. Ela se empolgou porque o próximo passo estava bem simples. Escorou-se na mesa do chefe de frente para Castle sorrindo num jeito bem sensual como quem estava pronta para provocar. 

- É. Então...Temos uma testemunha que sabemos que estava na praia?

- Diz alguém como... nosso viciado favorito... – ele gritou: - McMurray?

- Sério? O chefe não acreditara muito neles.

Mas Beckett e Castle continuaram sua linha de investigação. Durante a entrevista, o cara falou que vira um barco a 90 metros da praia e estava sendo atacado por um tubarão vermelho. Na verdade, o chefe Brady levou-os a marina pois sabia que havia um barco que se encaixava nessa descrição. Era de Aaron Lerner. É um dos que Franklin mandou para a prisão. A próxima pergunta de Beckett foi se o barco saíra na noite anterior. E não ficou surpresa ao saber que a resposta era sim. Por volta das 21:30. Uma hora após Franklin deixar Natalia Roosevelt na praia. Eles andavam pelo cais conversando.

- Se o barco saiu daqui às 21h30, pode ter chegado até a praia da minha casa às 21h45 – disse Castle. Kate que ia na frente, avistou o barco e apressou o passo.

- Tubarão vermelho.

- Ataque de tubarão. E Castle foi adiantar o passo e engatou o pé num daqueles nós de marinheiros desfeitos na beira do cais.

- Cuidado onde pisa. Desculpe. Velejadores amadores!

Beckett estava abaixada para verificar o cais - Castle... manchas de sangue. Franklin foi baleado bem aqui – E o dono apareceu, Castle não perdeu a chance – Hey,Lerner.Barco matador.

Eles levaram Lerner para a delegacia. Beckett informou que o sangue do cais era de Randall ou seja fora baleado no seu barco. Lerner disse que não podia e nem fazia sentido, quando questionado por Beckett sobre onde estava no intervalo da morte de Randall, ele falou que estava no grupo de apoio para pessoas com sobrepeso. Castle ainda insistiu afinal Randall era o cara que o dedou como não haver desejo de vingança? Foi quando Lerner contou que fizera as pazes com Randall e inclusive frequentava a sua casa. Sugeriu então que investigassem seu vizinho, aquele sim era um cara perigoso. Chefe Brady verificou o álibi de Lerner. Conferira. Beckett baixou a cabeça e suspirou, frustrada. Será que ela não teria um momento de paz nessas férias? Ao perguntar sobre o vizinho, Beckett percebeu a insegurança do chefe. Insistiu e ele desconversou com uma história de disputa de propriedade e que isso não era motivo para matar.    

- Não deveríamos ao menos falar com o cara?

- Certo, não é qualquer cara. É Vicent Cardano.

- Vinni Cicatriz da família mafiosa Cardano? Isso explica o estilo "Poderoso chefão" no barco. Sou amigo do primo dele, Sal – Castle falou - Ele tenta nos apresentar há anos.

- E qual melhor momento do que este? Podemos trazê-lo e perguntar sobre a noite passada. Sugeriu Beckett.

Mas o Chefe Brady não queria mesmo aceitar. Ficou notório que ele morria de medo do cara, desconversou e disse que ia precisar sair deixando claro que eles não deveria fazer nada na sua ausência. É claro que ele não conhecia Castle e Beckett, desde quando eles obedeceriam a uma ordem dele? Eles voltaram para casa e juntos decidiram como iam trazer Vinni para conversarem. Precisava ser na casa dele. Kate sugeriu que fizessem um jantar, era casual e teriam mais liberdade para investiga-lo sem suspeita.  

- E quem vai cozinhar? Castle perguntou.

- Se preocupe em trazer Vinni até aqui, deixe o resto comigo. Deve haver algo nessa cozinha que possamos usar.

Castle estava sentado à mesa saboreando a boa comida e o vinho. Kate acabara de juntar-se a eles trazendo mais uma travessa.  

- Fico feliz em finalmente nos encontrarmos, Ricky. Saúde. Sei que Sal te disse que sou fã de seu trabalho – Vinni ergueu a taça e brindou com Castle e Beckett - A novos amigos.

-Saúde – Kate brindou sorrindo com ele e sentou-se à mesa.

-Querida. Este molho é de matar.

- Obrigada, Vinnie.

- Verdade, ele é excelente. Não sabia que você cozinhava.

- Você deveria ser mais atento, Castle.- ela falou provocando afinal essa já era a segunda vez! Como ele dizia isso?

- Essa é a diferença entre Castle e eu. Você ganhou a minha total atenção desde que entrei aqui, querida.

- Cuidado, Vinnie. Senão farei com você o que fizeram ao seu vizinho.

- Você ouviu sobre isso?

- Ouvi? O cara acabou na minha piscina.

- Tenho que admitir, não derramarei uma lágrima por esse cara.

- Então você o conhecia? Perguntou Kate.

- O cara era um verdadeiro cretino. Ele construiu um heliporto no quintal, nem a 15 metros da minha casa. Toda terça-feira, à meia-noite, aquilo pousava perto do meu quarto.

- Isso é um absurdo. Castle falou encorajando a conversa.

- Sim, então... eu reclamei, mas o conselho da cidade aprovou de qualquer jeito. Realmente esse cara merecia umas boas palmadas. Eu queria matá-lo.

-Eu aposto – e Castle começou a puxar por mais informação - Onde estava quando soube da morte?

- Não sei, no que isso importa?

- É que um cara que você queria morto acaba morto? Quais as chances?

- Eu não sei – e Kate percebeu que as coisas tomaram um rumo errado e sentiu que o clima começara a ficar pesado. Ela percebeu a mudança no semblante de Vinni, isso não ia terminar bem... - O que você quer dizer, Castle? Você acha que eu matei o cara? Ele se levantou.

- Não. Vinnie, não. Estamos conversando aqui. Não, sente-se. Tome mais vinho.

- Não, terminamos aqui. Francamente, sinto-me ofendido por você pensar que eu faria tamanho estardalhaço. Se tivesse matado o cara, ninguém jamais encontraria o corpo. Não me obrigue a fazer uma demonstração.

E o jantar fora por água abaixo. Kate estava apreensiva e chateada.

- Ele fez valer seu argumento.

Depois de arrumar um pouco a cozinha, ela voltou a pegar sua taça que Castle já havia enchido.

- Corpos, metanfetamina e mafiosos... Nisso que pensou para um fim de semana romântico? – ela não estava reclamando realmente mas queria ficar um tempo sozinha com ele. 

- Esqueceu que nos conhecemos por causa de assassinatos? Ele disse com um certo charme para se redimir. O telefone dele tocou e Castle acabou ouvindo um sermão do chefe Brady.

-Alô.

- O quê? Foi só uma refeição amigável. Na verdade, fizemos linguine se quiser vir aqui.

Mas isso não bastou. Ele continuava gritando com Castle.  -Você o acusou de assassinato! – e sem comentar nada ele ouviu as ofensas do chefe apenas tentando lembrar as partes boas que a situação gerara. Desligou.

- Então acredito que isso é um “não” para o linguini.

- Não. Ele... disse que já comeu. Vamos?

Parece que finalmente ela teria seu momento de paz. Ou era o que pensava.

Enquanto isso em New York, Ryan investigou os imóveis de Randall Franklin. Ele estava comprando imóveis em bairros com dificuldades para transforma-los em condomínios. Exceto que não fizera nenhum investimento nos prédios. Eles decidiram verificar inloco e acabaram por descobrir que Randall estava ganhando muito dinheiro com um laboratório de metanfetamina. Ryan, claro, passou as informações a Castle.

Kate estava sentada no sofá saboreando o vinho. Estava pronta para dar continuidade a seu descanso, uma noite romântica e quem sabe algo mais. Talvez conseguisse fazer algo do que tinha em mente quando viera para os Hamptons. Então, Castle contou as descobertas dos rapazes.   

- Então Franklin era um chefão da metanfetamina? Ele sentou-se ao lado dela.

- Todas as suas propriedades tinham laboratórios de MA, o que faz sentido para alguém que falsificava documentos.

- Por isso ele foi morto. É um negócio arriscado.

- Agora cabe a Nova Iorque. Os rapazes assumem daqui e nós retomamos de onde paramos logo antes disso chegar a nós. Ele se inclinou para beija-la mas agora era a mente de Beckett que parecia fervilhar com perguntas.

- É, mas... por que isso chegou a nós?

- O universo tem senso de humor, eu acho.

- Mas se era sobre metanfetamina, por que não o mataram em NY?

- Talvez o assassino goste de praia – e ele se inclinara de novo porém achara apenas o vazio, ela já se levantara e começara a andar pela sala fazendo suas análises.

- Acho que tem algo a mais nessa história. Eles sabiam do barco do Lerner.

-Sabe, Sei que os rapazes descobrirão.

- Era preciso conhecimento sobre a vida do Franklin. Conhecimento local.

-Certo, certo – ele começava a massagear as costas dela - Talvez o assassino tenha feito o dever de casa.

Ela esquivou-se das mãos dele para continuar o raciocínio, sabia que não conseguiria pensar direito com ele a tocando - Mas por que se dar a esse trabalho? Se ele era um chefão em NY, por que o matariam aqui?

E então, Castle acabou cedendo e passou a avaliar - A não ser que parte do negócio fosse aqui.

- Isso explica o helicóptero. Ele precisaria dele para trazer as drogas para cá – ela começara a andar na direção dele a exemplo de como faziam quando estavam trabalhando no distrito.

- E o porquê dele dormir com Natalia e o suborno. Queria aprovação para o heliporto.

Ao contrario do distrito, porém, ali ele podia envolve-la em seus braços pela cintura - É muito menos arriscado mover seu produto de helicóptero do que de barco ou carro – e ela gostava de estar abraçada a ele, sentir aqueles braços - Não há polícia para pará-lo.

- Brady disse que os problemas com drogas dobraram em 6 meses.

E Castle a puxou com vontade colando seu corpo ao dela, Kate gemeu - Exatamente quando Franklin começou a usar o helicóptero – ela foi ao encontro dele deixando escapar gemidos, o toque dele era urgente e ela não conseguia resistir.  Estava quase beijando-o quando a sua consciência de detetive falou mais alto. 

- Desculpe, Castle. Acho que você deveria...

-Ligar para Ryan e Esposito.

-É.

Quando ele distanciou-se dela, Kate suspirou. Sentia um calor domina-la. Aquela pegada fora demais para ela. Despertara sensações maravilhosas. Como resistir a um homem com esse toque por tanto tempo? Realmente se ela precisava de uma prova, Castle acabara de dar a ela. Kate Beckett não podia mais negar isso a si mesma, estava totalmente apaixonada por Castle, cada pedacinho do seu corpo estava apaixonado por ele. E a sensação disso tudo era maravilhosa.

Em Manhattan, Ryan confirmou que os planos de voo do helicóptero coincidia com o dia do carregamento de metanfetamina. Também descobrira que Randall tinha um acompanhante na última terça. Lerner. Não só isso, Ryan trouxe o cara ao distrito e ainda mostrou que ele fazia parte do esquema.  Lerner jurou não ter matado Franklin e revelou que ele estava preocupado com um traficante local. Ryan pediu um nome mas Lerner disse não saber apenas que ele estava com medo. Aliás já tinha dito tudo a Brady e seus consultores. 

- Dois consultores?

- É, o escritor, Castle, e sua namorada.

- Namorada? Como... Como assim, namorada? Agora Ryan estava muito interessado.

- O que importa?

- Eu faço as perguntas aqui, camarada! Está dizendo que Castle levou a namorada ao interrogatório?

-Sim.

-Qual o nome dela?

-Não me lembro.

-Então descreva-a – ele tornou-se mais rígido e gritou demonstrando autoridade - Descreva-a, Lerner! Agora!

- Está bem! Alta! Cabelo médio! Do que isso se trata?

-Que cor? Diga a cor do cabelo.

-Castanho! Castanho! Olhos castanhos também, eu acho. Muito bonita.

-Tipo do corpo? Isso estava ficando cada vez mais suspeito. Quem seria a beldade de Castle? Não podia...ou...

-Incrível. Quero dizer, incrível! Ela era magra, linda. Ela era gostosa. Ela era muito gostosa.

- Kate! O nome era Kate!

- Filho da... – Ryan não conseguiu terminar a frase. Cachorro! Eles esconderam direitinho. Ele decidiu ligar para ele apenas para implicar.

- Você estava certo, Castle. Franklin usava o helicóptero para levar MA para o Hamptons. Parece que você resolveu o caso. Agora você pode voltar a escrever, não é?

- Ainda é preciso descobrir quem é o assassino.

E Ryan explicou que ligara para Brady e falara sobre o traficante local se sentir ameaçada. Castle parabenizou Ryan por isso mas Ryan revelou a parte que mais interessava a ele naquele telefonema. 

- Aaron Lerner quem disse quando o interroguei esta manhã.

- Aaron Lerner? – a menção do nome a fez vir correndo para o lado de Castle - Você interrogou Aaron Lerner também?

- Acabou que ele era parceiro do Franklin.

- Nossa! Quem diria.

Kate estava apavorada, sussurrava para ele - Castle, isso não é bom.

-Eu sei, relaxa!

- Relaxar? Como posso relaxar? Ela fazia o mínimo de barulho porém Ryan sabia que deixara os dois agoniados.

-Ainda está aí, Castle?

-Sim, estou aqui. O que mais Aaron Lerner disse? Ele disse algo mais sobre... algo mais?

- Sabe, o de sempre."Não fui eu, você pegou o cara errado." Tenho certeza de que ele disse tudo que sabe.

-Tudo? Kate passava a mão pelo rosto. Isso não podia ter acontecido, ela não podia ser descoberta. 

-Tudo, é? Isso é bom.

-É. Boa sorte com a escrita. E desligou antes que Castle pudesse responder.

-Obrigado. E a companhia tocou. Kate ainda estava digerindo o que acabara de acontecer. Precisava lembrar-se de respirar. Justo agora que eles pareciam livres para aproveitar a piscina de Castle, Ryan ligava e agora a campainha. Frustração era pouco pra descrever o que ela estava sentindo. Ao abrir a porta, Castle viu o chefe ali. Kate se juntou a ele ainda abalada, mais do que nunca ela precisava de um momento a sós.

- Chefe Brady. O que eu fiz agora?

Brady contou a eles que Ryan entrara em contato e ajudara a ele resolver o caso. Iria nesse momento fazer a prisão. Revelou ser o cara da marina. Marty Bentley. Acharam o celular usado para o sms. Queria agradecer pela ajuda deles e dos rapazes da cidade. E recebeu os parabéns de Castle. Enquanto falava Kate dava sinais claros de que queria acabar essa conversa o quanto antes. Até o Chefe fazer o comentário. 

- Eu ficaria honrado se viessem à captura.

- Não. Ela disse disfarçadamente para Castle. Mas ele era Castle e nem pensou antes de falar. 

- Como poderíamos dizer não? – E tudo que passou pela mente de Kate foi uma palavra: Fuck! Castle apenas pediu um minuto para se 
trocarem e foi nesse exato momento que ela resolveu falar.

- Porque Castle? Custava dizer “não, obrigado!”? Você não viu que sussurrei para você?

- Hey, é só uma prisão rápida. Não vai tomar muito tempo...

- E não bastasse tudo isso, e aquele telefonema de Ryan, aquilo foi suspeito. Castle e se Lerner deu com a língua nos dentes? E se Ryan souber ... oh, Deus!

Ele a via andar de um lado para outro, falava sem pensar em respirar, ela estava preocupada. Ele foi até ela e segurou-a levemente pelos braços – Hey, respire. Calma. Olhe para mim – ela obedeceu, os olhos azuis a fitavam com uma profundidade incrível – esqueça o que Ryan disse, não interessa se ele sabe. Nesse momento iremos efetuar a prisão com o Chefe Brady e depois viremos para casa aproveitar nossa noite como realmente merecemos ok?

Ela ficou olhando para ele perdida naqueles olhos, já estava mais calma.

- Vamos... – ele tentava jogar um certo charme para cima dela a fim de se redimir. Ela estava chateada mesmo e não tirava a razão dela de certa forma. Ele se aproximou dela e puxou-a para si. E no momento que ele fazia isso, as defesas de Kate caiam por terra. Não que esquecera o episodio com Ryan e o fato de todo esse caso tirar seu sossego mas ela não resistia ao toque de Castle e nem aqueles olhos de menino pidão. Realmente, estava perdida porém, não sairia por baixo.

- Tudo bem, você apenas adicionou mais algumas horas perdidas às minhas férias e outros pontos negativos para você na minha lista. Então não tenho muito o que fazer a não ser auxiliar o chefe Brady nessa prisão.

- Pontos negativos... o que isso significa? Mas ela não respondeu a ele. Desvencilhou-se dos braços dele e tratou de se arrumar.

A prisão do dono da marina acontecera bem fácil. Chefe Brady já estava recebendo os parabéns de Castle e Beckett.

- Como em seus livros, não é, Castle?

- Pois é. Dono de marina com negócio paralelo de metanfetamina mata concorrente, título: Hamptons Heat. Se eu escrevê-lo, colocarei um corajoso chefe Brady.

Tudo se encaixa, acharam metanfetamina e a arma do crime apesar do homem gritar aos quatro ventos que não fizera nada. Foi observando-o ser levado que Castle reparou no nó ao chão. Ao questionar Marty, ele chegou à conclusão que as provas foram plantadas. Por um momento, Castle chegou até a acusar o Chefe Brady. Mas Beckett sacou o que acontecera. Estavam certos, o assassino era na verdade o delegado Jhones. Ele possuía um laboratório de metanfetamina e usou o dono da marina como escudo. Ao ser ameaçado por Franklin, teve que mata-lo. Quando Jhones fez menção de atirar, Brady foi mais rápido e acertou-o. Exceto por um pequeno detalhe, quase prenderam o homem errado. Beckett correu até o delegado e o algemou. Brady ainda estava meio abalado, não acreditando que fizera realmente aquilo.

- Legal! Não esperava essa reviravolta em "Hamptons Heat". Desculpe pela parte em que te acusei. Amigos?

-Claro.

Na casa de Castle, eles se reuniam na cozinha para um drink. Enquanto Kate os servia, Brady agradeceu mais uma vez a ajuda de Castle.

- Fico sempre feliz em ajudar meus amigos policiais.

- Falando nisso, gostaria de fazer um brinde. Chefe Brady, nem todos conseguiriam agir como você no cais hoje. Você é um bom policial.

-Chefe Brady.

-A você.

- Obrigado, det. Beckett.E tenham certeza que seu segredo está seguro comigo.

Eles agradeceram sorrindo. Estavam de mãos dadas algo que para eles agora era muito natural.  Quando pensavam que finalmente iam se livrar de tudo e do chefe, ele começou a repetir que atirara em alguém  na frente deles ainda abalado pelo fato. Eles tentavam disfarçar sem ser indelicados mas não estava surtindo efeito, primeiro porque tornavam-se monossílabos e segundo Brady parecia não entender a indireta. Até o momento estranho em que palavras não conseguiam ser mais ditas e tudo o que Kate e Castle pensavam era porque ele ainda está aqui? Finalmente, ele percebeu. 

- É melhor eu ir.

-Claro.

-Não... – Kate dizia mas na sua mente tudo o que pensava era: Finalmente!

- Achar um novo delegado...

- Foi ótimo conhecer você – por favor dá pra sumir mais depressa?

- Você também. Tchau.

-Tchau.

Assim que ele saiu ela o puxou pela mão, disposta a não perder mais um minuto sequer.

-Vamos!

-Por favor.

Eles correram para a sala e Kate nem ao menos esperou. Já foi jogando Castle no sofá e sentando-se sobre ele. As bocas se encontraram e uma explosão aconteceu. Muito desejo acumulado. Kate passava suas mãos nos braços, pescoço e cabelos de Castle. Mordiscava a orelha dele, voltava para os lábios e deixava seu corpo colado ao dele. Movido pela mesma vontade e ansiedade, ele a jogou no sofá e deitou-se sobre ela. Kate gemeu ao sentir o peso do corpo dele sobre o seu. Também pode perceber que ele já estava excitado. Castle tocava seus seios acariciando-os, sobre o tecido, roçava os dentes levemente provocando. O corpo de Kate reagia sob o dele, ela já sentia a umidade formar-se em seu centro. Ele começava a desabotoar a blusa dela e perdeu o equilíbrio levando ambos ao chão. Os dois caíram na gargalhada mas isso não diminuiu o fogo deles. Já recompostos continuaram os amassos no chão da sala mesmo. Castle livrou-se da camisa dela e jogou a sua longe. O toque elétrico e tão familiar se fez presente. Não havia limites para eles, a intensidade dos beijos, a sensualidade dos movimentos dos corpos, a urgência de sentir. Pareciam dois adolescentes. Castle já ia desabotoar a bermuda de Kate quando ela a muito custo parou-o.

- Não, Castle... pare...

- Porque... – mas continuava a tentativa de livrar-se da bermuda até que ela o empurrou e se distanciou dele.

- O que foi agora? Fiz alguma coisa?

Kate estava sentada olhando para ele e recuperando seu fôlego. Ele não fizera nada de errado. Era ela que queria outra coisa.

- Não, Castle! Está tudo bem é só que... desde que chegamos aqui, esperava ter uma noite romântica, tranquila com você e nada disso aconteceu. Acabamos nos enrolando com esse caso, trabalhando e deixamos de aproveitar nossos momentos a dois. Pelo menos nessa noite, será que podemos fazer algo certo?

- O que você quiser... ele disse sorrindo.

- Ok, então vamos para o quarto. Você se arruma e eu também vou me arrumar. Vamos ter uma noite decente como um verdadeiro casal.
E subiram as escadas de mãos dadas.       


XXXXX


Esposito voltou ao distrito ainda reclamando por não descobrir quem era o namorado de Beckett. Ryan permanecera calado por uns instantes. Ele sabia a importância da privacidade em um relacionamento, especialmente para Beckett que demorara tanto para se acertar com Castle. Por causa disso, ele tentou persuadir Esposito a deixar a privacidade de Beckett de lado. Não fora muito convincente em suas defesas mas por hora, conseguira desviar a atenção dele.


Nos Hamptons....


Castle estava deitado na cama esperando Kate que acendia as velas do quarto, ele não pode deixar de reparar na lingerie sexy e minúscula que ela usava provando que Kate realmente se preparara para bons momentos nos Hamptons. Ele tentava puxar uma conversa casual com ela para se manter focado porque olhar para ela daquele jeito era tentador demais e ele já sentia a excitação se formando debaixo do lençol.

- Sabe o que é engraçado? Minha desculpa era vir aqui para escrever e realmente tive uma ideia para um livro.

- "Hamptons Heat". Estava falando sério?

- Já tenho a história formada. Isso é o mais difícil.

- Já tem um final? Ela apagou o pauzinho que usava para acender as velas. Caminhava em direção a cama.

- Bom... tive algumas ideias, mas... estou aberto a sugestões.

- Que tal esta? – ela foi se aninhando na cama - "O fim de semana não havia sido exatamente o que det. Heat imaginou – Kate levantou as cobertas e atravessou sua perna para o lado ficando sobre Castle, surpreendendo-o - mas nada... nem mesmo outro assassinato – ela ajeitava os cabelos balançando-os - a impediria de conseguir, exatamente, o que ela mais desejava."

E Kate inclinou-se sobre ele para beijar-lhe os lábios - Muito bom – Castle exclamou entre um beijo e outro - Posso ganhar os créditos? E ele respondeu retribuindo os beijos - Depois vemos.

-Está bem. Ela concordou e aprofundou o beijo definitivamente não era a hora para conversas. Castle envolveu-a em seus braços sentindo-a devorar sua boca. Kate fazia uns movimentos com a língua que o levava a loucura, além de morder seus lábios. Ela ergueu-se mais uma vez e deslizou as mãos pelo peito dele. Castle esticou os braços e tocou a pele dela por baixo da camisola. Devagar, ele ergueu a peça e jogou-a para o lado aos pés da cama. Imediatamente depois ele tocou-lhe os seios, inclinou-se e beijou-os um a um arrancando gemidos dela. Com a língua ele rodeava o mamilo para então abocanha-lo fazendo Kate jogar a cabeça para trás. Gemendo baixinho o nome dele.

- Oh, Castle...involuntariamente ela mexia-se sobre ele como uma forma de provocação.

Quando ele largou o seio, Kate tornou a olhar pra ele. Seus olhos expressavam puro desejo. Ela o empurrou de volta a cama. Inclinou-se e mordiscou seus lábios antes de beija-los. Depois, deslizou os lábios por toda a extensão do pescoço dele as mãos passeavam pelo peitoral, ela deixava um caminho de beijos pela pele dele, às vezes roçava os dentes provocando. Com os dedos ágeis, ela puxou o elástico do boxer e foi baixando-o até tira-lo por completo. Pode ver a ereção dele já pronta para recebê-la. Com a palma da mão, ela fazia círculos na cabeça do membro dele fazendo-o gemer. Mas Castle não ia deixa-la tomar conta de tudo, segurando-a pela cintura, ele a colocou deitada na cama e foi a vez dele vagar pelo corpo perfeito dela, sentir aquela pele suave e o aroma tão delicioso que ela exalava. Kate nem se deu conta para onde fora sua calcinha, apenas sentiu os lábios dele beijando o interior de suas coxas. Ele tocou-a com a língua fazendo Kate arquear o corpo contra os lábios dele. Ele a provava e massageava seus pontos de prazer. Ela agarrava-se aos lençóis da cama sentindo todo o efeito que ele a proporcionava naquele momento. A pele começava a ficar vermelha e os pelos dos braços já eriçavam evidenciando a chegada do primeiro orgasmo. Castle imprimira mais dedicação à tarefa e por fim, a viu ceder ao poder do prazer. Ele voltou a ficar na altura dela e percebeu que estava de olhos fechados. Ele a beijou. Kate sorriu entre os beijos.

Seu corpo precisava de mais, queria mais. Ela virou colocando-se novamente sobre ele. Posicionou o corpo para recebê-lo e vagarosamente procurava pelo encaixe perfeito. Ao sentir-se completamente tomada por ele,  gemeu e sorriu de satisfação. Começava então a dança de corpos. Ela movia-se sobre ele num ritmo compassado sentindo as mãos dele na sua cintura. Oras elas escapavam e acariciavam um dos seios dela. Kate imprimia ritmo ao momento deles. Pressionando as próprias mãos no peito dele ela seguia fazendo movimentos mais rápidos e intensos. Ele a acompanhava estava quase no seu limite por causa do jeito como ela friccionava-se contra o membro dele porém, não podia gozar antes dela. Ela inclinou-se para frente e roubou-lhe um beijo, foi a vez dele aumentar o ritmo levando-a ao limite. Ela gritou e foi tomada pela onda de prazer de um novo orgasmo, ele a acompanhou.

Exausta, ela deitou-se sobre o corpo dele. Ainda tremendo do orgasmo. Sentia as batidas do coração dele. Ela respirava forte contra o pescoço dele. Castle ergueu o rosto dela com a ponta dos dedos e beijou-a apaixonadamente.         

- Está melhor agora?

- Bem melhor... mas você ainda tem muito para se redimir... está tudo na minha lista.

- Sério? E o que preciso fazer?

- Pode começar pegando um vinho para nós.

- Seu desejo é uma ordem. Ele se ergueu da cama e procurou pelo roupão para descer. Antes que ele o vestisse ela chamou.

- Hey, Castle... lindo bumbum... e sorriu.

Ele voltou poucos minutos depois com uma garrafa de vinho e duas taças. Serviu-os e brindaram antes de dar o primeiro gole. Sentado na cama, ele queria saber o que mais tinha na tal lista dela.

- Não vai me dizer o que tem na lista?

- Só algumas coisas que você precisa fazer para se redimir comigo. Quero que me leve para jantar em um lugar chique dos Hamptons já que perdemos nossa reserva, ah, e um almoço também. Um passeio na praia... um banho de mar.

- Fácil, vou te levar para comer no melhor restaurante de frutos do mar dos Hamptons. E de almoço, um steak de morrer. Faço as reservas amanhã cedo. 

- Velejar.

- Eu não tenho barco, Kate.

- Não perguntei se tem, disse que quero velejar. Se vire!

- Ok, verei o que consigo. Algo mais?

- Talvez... mas só direi isso por hora.

Ela tomou mais um pouco do vinho. Deixando a taça sobre o pequeno balcão próximo a cama, ela tirou a dele das mãos também.

- Ah, Castle... tem outra coisa que você precisa fazer...agora...

- E o que é? Ela inclinou-se para ele e mordiscou o queixo dele.

- Só tem uma chance de adivinhar... e pegando-a pelo pescoço, Castle a beijou e eles se renderam ao ato de amar mais uma vez.

No dia seguinte, eles acordaram cedo. Na verdade, ela o acordou com uma mordida no bumbum escondido pelo lençol. Caminharam na praia e Castle utilizou seus contatos para não só fazer as reservas para o jantar daqui a duas noites como para arrumar um barco. Depois do almoço, eles retornaram a marina e saíram para velejar como ela queria. Kate tinha razão, era um ótimo programa para relaxar. Namoraram um pouco e viram o sol se por, uma imagem de tirar o fôlego. Melhor ainda por estarem desfrutando disso ao lado um do outro. Ao retornarem do passeio, não resistiram e caíram no mar. Brincando como crianças, namorando, eles curtiram cada minuto do dia terminando em seu lugar preferido, o quarto.

Agora sim eram as tão sonhadas férias para os dois. Cada dia era uma nova descoberta. Castle a levara aos principais lugares dos Hamptons. Passeavam, curtiam o lugar e principalmente muito sexo. Essa era sua última noite. Voltavam para Manhattan no dia seguinte. Eles iam sair para jantar. Kate maquiava-se na frente do espelho, já vestida. Estava com um vestido branco de alças que batia acima do joelho fazendo contraste com a pele bronzeada. As sandálias altíssimas eram prata. Os cabelos ainda estavam presos. Castle apareceu na porta do banheiro vestindo uma calça social preta e uma camisa azul marinho que realçava a cor de seus olhos. Ao vê-la, ele abriu o sorriso.

- Você está deslumbrante...

- Ainda não...e dizendo isso ela soltou e arrumou os cabelos – agora sim, vamos?

- Linda demais... – ele estendeu a mão para ela e saíram.

Quando entravam no restaurante, era impossível não olharem para o casal. De mãos dadas, eles chamavam atenção caminhando pelo lugar até a mesa reservada para eles. Castle puxou a cadeira para ela sentar como um perfeito cavalheiro. De frente um para o outro, Kate logo perguntou.

- Porque todo mundo estava olhando pra gente?

- Você ainda pergunta? Um cara charmoso e bonito como eu acompanhado de uma mulher extremamente sexy e deslumbrante, tinham que olhar. E podem olhar...

- Você é muito convencido! 

- Apenas digo a verdade. Por mim, podem olhar e morrer de inveja de mim por ter uma mulher maravilhosa ao meu lado. Mas que parem por ai...

- Detecto ciúmes, Castle? Ela sorriu e acariciou a mão dele sobre a mesa. O garçon se aproximou e Castle pediu champagne. Em seguida fez o pedido da entrada e o prato principal.

- Os bolinhos de caranguejo daqui são deliciosos e sei que você vai apreciar a lagosta ao termidor. É dos deuses.

- Confio no seu bom gosto Castle... – ela falou piscando para ele.

- Quem está sendo convencida agora hum?

A champagne chegou e eles brindaram aos dois e as férias. Enquanto saboreavam a entrada, conversavam sobre diversos assuntos, falavam dos próximos trabalhos dele, de peculiaridades do local, da tranquilidade na atmosfera dos Hamptons. A lagosta chegou e Castle não mentira. Estava sublime. Foi a melhor lagosta que Kate já comera. Ele pediu uma segunda garrafa de champagne para acompanhar o jantar e a noite tornara-se muito prazerosa para ambos. Kate roubava comida do prato dele, ou Castle inclinava-se para trocar um beijo. Era um clima romântico de casal apaixonado mesmo. Castle perguntou da sobremesa e sugeriu o cheesecake com calda de frutas vermelhas. Ela aceitou a sugestão mas apenas se ele dividisse com ela. Saboreavam juntos o creme alternado. Por vezes, ela levava a colher a boca dele e Castle fazia o mesmo com ela. Para finalizar, não poderia faltar um expresso acompanhado de uma dose de licor Baileys. Enquanto saboreavam o café, Kate sorrateiramente tirou a sandália e começou a esfregar seu pé na perna de Castle. A principio, apenas deslizava na perna dele pra cima e para baixo sob a calça.

Ao primeiro toque, ele se assustou mas sorriu ao perceber o que ela estava fazendo. Esperou para ver até onde ela iria, porque em se tratando de Kate Beckett, ele já aprendera que não devia esperar o convencional. Ela era uma verdadeira caixinha de surpresas. E não estava errado. Ela inclinou-se na cadeira e esticou a perna de modo a tocar com o pé a região do membro dele massageando-a com a plataforma do pé. Castle suprimiu um gemido que a fez gargalhar pois ele quase se engasgara com o café.

- Está louca? Ele sussurrou para ela. Kate riu. Percebeu um certo volume se formando nas calças dele e continuou o movimento com o pé para provocar. Ela mesma já começava a sentir o calor dominar seu corpo, não sabia se era devido a sua atitude, a bebida ou ao café mas o clima certamente esquentara naquele restaurante. Ela tirou o pé e voltou a se calçar. Empurrou a cadeira para perto dele e buscou os lábios. Kate o envolveu em um beijo sensual. Sugava cada canto da boca de Castle ao mesmo tempo que suas línguas realizavam um balé próprio. Deixou uma das mãos acariciarem o peito de leve desceu para a calça dele e a exemplo do que fizera no elevador, ela passou a massagear e apertar o membro dele sobre a calça, sua mão encoberta pela toalha da mesa. Aquilo tudo era muito empolgante e Castle já estava excitado. Precisavam sair daqui. Kate quebrou o beijo deixando-o aspirando por ar e finalmente sugeriu sussurrando.

- Castle, acho que você deveria pedir a conta e não reclamaria se levasse mais uma garrafa daquele champagne delicioso...

-É... tá...ok...

E após se recompor, ele chamou o garçon pediu mais uma garrafa de champagne para levar e a conta. Dez minutos depois, ele pagara a conta e já estava mais calmo para deixar o restaurante. Em cinco minutos, estavam de volta a casa de Castle. Ela enroscou seus braços no pescoço dele e depois de beija-lo calmamente ela disse.

- Que tal você preparar um balde de gelo pra essa champagne e pegar as taças? Vou te esperar lá fora na área da piscina.

- Ok...

Quando Castle chegou, viu Kate sentada na cadeira em frente a piscina. Ela já tirara as sandálias e estava com as pernas cruzadas.sobre a cadeira como se meditasse. Ela parecia uma menina vestida de branco se ele não soubesse a mulher sexy por trás da figura quase angelical à sua frente. Castle colocou o balde sobre a mesa ao lado de onde ela estava sentada e serviu a taça da bebida para ela. Kate tomou o primeiro gole e sorriu. Castle sentou na outra cadeira de frente para ela. Sorria observando-a. Ela estava olhando para o céu. A noite estava muito bonita nos Hamptons, estrelada e com uma lua cheia, meio azulada. Ela tornou a bebericar um pouco mais do champagne e levantou-se sentando ao lado dele. Envolveu seus braços ao redor do pescoço dele e beijou-lhe o rosto. Sorrindo ela falou.

- A noite está linda, especialmente a lua – ela mordiscou o lóbulo da orelha dele – dizem que quando a lua está meio azulada é chamada de lua dos amantes – ela voltou a beija-lo, Castle acariciava o braço dela ainda envolto ao pescoço dele – então, o que me diz de celebrarmos nossa última noite aqui nessa casa maravilhosa com aquele banho de piscina?

- Você está sugerindo o que eu penso que você está sugerindo?

- Hum,hum... ah, Castle vamos não é a hora de fingir-se de desentendido...

Ele sorriu e beijou-a mais uma vez. Os dedos ágeis dela já desabotoavam a camisa dele e jogavam-na no chão, ela desceu para a calça dele e rapidamente abriu-a. Ele a ajudou ao se livrar da peça, estava apenas de boxer. Kate levantou-se e ficou de costas para ele. Puxando o cabelo para frente, ela pediu.

- Se importa de puxar o meu zíper, Castle?

A forma como ela chamou o nome dele fora tão sexy... ele se levantou e puxou o fecho. Usando ambas as mãos, ele baixou calmamente as alças do vestido acariciando os ombros e braços dela. A roupa caiu ao chão. Para a surpresa de Castle, ela estava sem calcinha.

- V-você saiu sem calcinha? Estava no restaurante....assim? Ele tinha os belos olhos azuis arregalados. Ela sorriu. Virou-se para ele e tocando-lhe o rosto, ela respondeu.

- Relaxa, Castle. Não sou tão devassa assim, tirei antes de você chegar. Estava curiosa para ver sua reação. Sua cara foi meio de pânico.

- Como não seria? Quer dizer estávamos num restaurante chique, você de branco se estivesse sem calcinha seria muito até para mim.

- Como eu disse, nem tanto assim pelo menos por agora.

- O que você quer dizer com isso?

- Shhhh – ela colocou o dedo indicador sobre os lábios dele – que tal pararmos de falar e curtirmos o nosso banho de piscina?

Ela o pegou pela mão e se aproximou da beira da piscina. Mergulhou. Castle viu a silhueta dela embaixo d’agua. Parecia uma sereia. Ela emergiu e sorriu – A água está deliciosa, você vem? – ele tirou o boxer e mergulhou. Nadou até ela e a tomou nos braços. Ela percebeu que ele já estava excitado. Castle beijou-lhe os lábios num beijo sedutor. Ela envolvia os braços ao redor do pescoço dele e aprofundava o beijo. Sentiu as mãos dele tocarem seus seios. Quando se separaram, ele tocou-lhe o rosto e depois os cabelos. Linda. Exatamente como ela estava ao bater à sua porta naquela noite. Ele inclinou-se para beijar-lhe os seios e ela gemeu. As mãos deslizavam pelo corpo dela causando uma sensação deliciosa do toque dele e do movimento da água. Castle fitou-a e surpreendendo-a, ele a puxou de jeito contra seu corpo, Kate gemeu e sentiu os lábios dele devorarem sua boca novamente. Instintivamente, ela agarrou o bumbum dele e o beliscou. Castle a empurrou contra um dos cantos da piscina sem quebrar o beijo. Ela entrelaçou as pernas na cintura dele e deixou tudo acontecer.
Ele beijava o pescoço dela descendo pelo colo. As mãos acariciavam os seios dela. Kate estava excitada queria tê-lo dentro dela. Como se adivinhasse seus pensamentos ele a penetrou. Ela gemeu e sorrindo mordiscou o ombro dele. Castle movia-se dentro dela. Ia e vinha ritmadamente, o contato com a água tornava a sensação ainda mais prazerosa. Os movimentos eram ágeis e precisos. Kate gemia e sentia o corpo todo vibrar pelo ato. Cravava suas unhas nas costas dele. O tremor percorreu seu corpo e ela sabia que seria tomada pelo prazer. Gemeu quando o orgasmo a atingiu. Castle beijou aqueles lábios sedentos e continuou mantendo o ritmo. Depois de uns minutos, ele a fez gozar novamente dessa vez deixando a si mesmo sentir o poder do orgasmo.

O corpo de Kate ainda tremia encostado à parede da piscina. Ao recobrar a respiração, ele voltou a passar a língua nos lábios dela. Percebeu o sorriso se abrindo. Kate retribuiu o beijo com paixão. Estava feliz.

- Acho que somos dois loucos, sabia?

- Ah, Castle o que há de errado em se divertir? E voltou a beija-lo.

Eles ainda ficaram um bom tempo se agarrando naquela piscina até que ela sentiu o frio chegando. Subiram para o quarto e se amaram mais uma vez antes de dormir. Na manhã seguinte, após o café servido por ele na cama, recolheram todas as suas coisas e foram para o carro. Kate deu uma última olhada na casa e sorriu. Apesar de alguns percalços, essa estada nos Hamptons foi bem além do que ela imaginara. Castle a abraçou por trás e beijou-lhe o pescoço.

- Vamos?

Ele entrelaçou os dedos nos dela, voltou a beijar seu pescoço. Ela virou-se para fita-lo e beija-lo mais uma vez.

- Obrigada.

- Pelo que?

- Por tudo isso, pelas férias, pelo carinho. Fazia muito tempo que não me divertia tanto.

- Mesmo com o assassinato?

- Até com ele.

- Sempre que quiser repetir a dose, podemos fugir para cá... sinta-se em casa, Kate.

Ela sorriu e beijou-o novamente. Entraram no carro e pegaram a estrada. Para Castle, aqueles dias tinham uma única definição – Kate...

- Hum...

- Essa foi a melhor estada dos Hamptons que já tive. Apenas queria que soubesse disso.

Ela sorriu e beijou-lhe o rosto carinhosamente, passando a mão levemente pela coxa dele. Depois desviou o olhar para a estrada e abriu um sorriso. Ele tinha razão, amara cada segundo ali. Ao longe, ela podia ver a silhueta de arranha-céus de Manhattan. A cidade parecia agora uma pintura a céu aberto confirmando o estado de felicidade que ela se encontrava.  


Continua.....