terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.18


Nota da Autora: Quem está com saudades da Anne? Ela está de volta! E aproveitando o capítulo, achei uma forma de mencionar o maravilhoso episódio de Dara "Smell Like Teen Spirit" mesmo que em flashback, espero que gostem! Enjoy...

Pitadas de NC...

Cap.18

Stana chegou com a sobrinha por volta das quatro na casa de Nathan graças a cunhada que deixou-a mais cedo na casa da tia. Ao abrir a porta, Nathan se deparou com a pequena vestida de rosa e com uma mochilinha nas costas. Stana segurava uma outra sacola com os demais pertences da menina. Ao vê-lo, Anne se jogou nos braços dele e tascou um beijo na bochecha dele. Nathan a carregou no colo para abraça-la.  

- Olá, Anne! Seja bem-vinda a minha casa. Preparei muitas coisas bacanas para nós fazermos. Tudo bem com você? – ele a colocou de volta no chão.

- Tudo ótimo...wow! Que casa grande! – os olhinhos passavam pelos cantos da sala maravilhados – você ganha mais que a tia?

- Não, Anne. Só estou no ramo um pouco mais de tempo e sou mais exagerado. Quer conhecer a piscina?

- Tem piscina? – a carinha de felicidade não podia ser melhor. Stana observava a interação dos dois. Nathan estendeu a mão para ela e puxou-a no rumo do quintal. Stana foi atrás. A piscina da casa era grande, retangular com uma pequena parte um pouco mais rasa projetada para os adultos sentarem e relaxarem bebendo e conversando, além do outro lado que seria exclusivamente para adultos – que tal?

- Adorei! – ela buscou o olhar da tia e pediu – tia, eu posso ir pra piscina?

- Claro! Vem cá, vou trocar sua roupa. A menina correu até ela e em questão de minutos ela já estava de volta com um biquini vermelho acompanhada da tia que também vestia um short curtinho sobre o biquini azul. Nathan já esperava por elas e tratou de colocar a boia nos braços da menina. Depois da chuveirada, Nathan pulou na piscina e esperou a pequena descer a escada pelo lado mais raso. Stana optou primeiramente por sentar-se na parte rasa e deixar os dois curtirem um momento juntos. Nathan perdia-se brincando com a menina até o momento que Stana não aguentou e se juntou à brincadeira. Passaram cerca de uma hora se divertindo com Anne.

Foi a tia que sinalizou a hora de sair da água. Ela aproveitou para dar um copo de suco à menina e biscoitos. Então, Nathan apresentou a próxima brincadeira. Esconde-esconde. A correria pelos jardins acabou entrando pela casa e três partidas depois Anne ganhou uma e Nathan, duas. Em se tratando de brincadeiras, Nathan era um menino crescido tão competitivo como qualquer criança. Era um lado dele que estava sempre presente em qualquer momento da vida. Vendo o dia escurecer, ela alertou a ele e Nathan sugeriu uma nova brincadeira. Video game. Com a deixa dele, Stana levou a menina para o banheiro e reapareceu meia hora depois, ambas de banho tomado e extremamente cheirosas. Nathan já esperava por elas no sofá. Ele havia escolhido alguns joguinhos que condiziam com a idade da menina. Elas se juntaram a ele no sofá em frente ao telão e começaram a jogar.

Nathan muito safo, começou a roubar no jogo sem Anne perceber mas a atitude não passou em brancas nuvens pelo olhar de Stana que para implicar começou a jogar sujo. Vendo que não conseguia neutraliza-lo, ela botou a boca no trombone.

- Nathan! Quer parar? Você está roubando!

- Eu? – fazendo cara de inocente – não estou nada.

- Está sim! Anne olhou para Nathan e depois para a tia espantada.

- É feio robá! Tia, ele não pode fazer isso!

- É o que estou falando. Não vou mais brincar. Peça desculpas a Anne, Nathan. Agora!

- Mas... – ele relutava, no fundo estava adorando a indignação de Stana e a oportunidade de fazer raiva a ela porque adorava as caras dela quando estava com raiva. Ficava vermelhinha e ainda mais linda.

- Nada de “mas”. Não é correto ensinar as crianças a trapacearem no videogame. Que lição espera que eles aprendam com isso? Ou pede desculpas a mim e a ela ou nada de jogos.

- Tia Stana ficou brava... melhor você obedecer tio.

- Tudo bem, eu errei mesmo mas só queria te ver com raiva. Fica tão bonitinha – ela lança um olhar matador para ele – ok, desculpe Anne, Stana. Trapacear é errado e não devemos fazer isso. Agora podemos voltar a jogar? – a ansiedade e o sorriso maroto no rosto dele faziam Stana derreter e esquecer a raiva. Sorrindo, ela jogou uma almofada na cara dele. Stana deixou os dois jogarem sozinhos. Sentada no sofá, ela observava o jeito de Nathan ao ensinar para Anne como ela deveria se movimentar e como fazia para acertar os inimigos. O riso frouxo da menina encheu a sala. A cena era muito bonita e por um breve momento, causou uma tristeza repentina a Stana ao lembrar que já estivera muito próximo de terem seu próprio bebê. Balançou a cabeça para afastar o pensamento ruim. Não era hora de pensar sobre isso.

No meio do que parecia ser a quarta partida entre eles, Anne jogou o controle na mesa e se aproximou da tia. Manhosa, ela abraçou e beijou a tia antes de dizer o que realmente queria.

- Tô com fome, tia Stana...

- Confesso que também estou – consultando o relógio, ela se assustou – também pudera, olha a hora! Vou preparar algo para você jantar. Ao ouvir a conversa das duas, ele interviu.

- Não, não e não. Você não vai cozinhar nada para o nosso jantar.

- Nathan você vai pedir comida de restaurante? Anne pode não gostar.

- Não, hoje eu e Anne vamos cozinhar.

- Vamos? – o brilho no olhar da menina se acentuou – minha mãe nunca deixa eu cozinhar, só a vovó que pede ajuda. O que vamos cozinhar? Nathan largou o controle do videogame e se levantou do sofá. Foi até a cozinha e puxou a forma redonda.

- Pizza!                
      
- Oba! – a menina gritou já correndo para o lado dele.

- Nate isso não é uma boa ideia, Anne deveria comer algo saudável. Está crescendo...
- Ah, Staninha por favor... é sábado! Dá um desconto...

- É tia, eu não quero comer “bocoli” hoje. Por favor? Deixa eu cozinhar com o tio Nathan... – Stana revirou os olhos mas cedeu.

- Tudo bem, mas caprichem no queijo e no orégano.

- Sim, senhora! Anne venha aqui que vou dizer exatamente o que vamos fazer.

Stana se sentou em um dos bancos do balcão para observar o que ele aprontaria. Nathan colocou duas pás de pizza típicas para irem ao forno à lenha. Tirou duas massas grandes de pizza semiprontas e colocou-as sobre as pás. No balcão havia molho de tomate, azeite, muito queijo, pepperoni, orégano e folhas de manjeiricão.

- Gosta de pizza de muzzarela, Anne?

- É minha preferida, tio.

- Ótimo. Vamos fazer uma de muzzarela que se chama marguerita e outra de pepperoni. A primeira coisa que vamos fazer é regar as maasas com o azeite – ele fez enquanto conversava – viu? Agora é a vez da massa de tomate. Aqui está sua colher, você vai espalhar assim – ele fazia os movimentos – entendeu? Bem de leve. Não queremos rasgar a massa. Tente você – ele estendeu a colher para ela e a menina fez exatamente como ele mandou – excelente! O próximo passo é o queijo. Aqui – empurrou o pratinho de queijo pra ela – um para você e outro para mim. Você ouviu sua tia, ela quer muito queijo. Desfie em pedaços grandes assim – ele demonstrou a ela – entendido? Mãos à obra!

A menina pegava os pedaços de queijo com as mãozinhas e distribuia por cima da massa. Stana percebia que ela já se sujara com o molho de tomate ao colocar o queijo na massa. Anne não tivera pena e encheu a pizza de fartos pedaços de muzzarela. O balcão continha pedaços de queijo e o molho derramara em alguns pontos. Nada disso incomodava aos dois que continuavam a preparar as pizzas e fazer uma bagunça só sua.

- Como sua pizza ficou bonita! – elogiou Nathan – antes do próximo ingrediente, me deixe colocar na outra o pepperoni. Pegue o oregano e espalhe assim, de pouquinho sobre o queijo – ele demonstrou – entendeu? – a menina sacudiu a cabeça em afirmação – ótimo, tente.

- Tia Stana gosta desse “tempeio”, vou colocar mais.

- Pode colocar mas não exagere senão a gente não vai sentir o gosto do queijo. Vou regar com azeite mais uma vez e chegou a hora das folhinhas. Pode joga-las sobre a pizza.

Stana ria do jeito da menina. Ela fazia caras e bocas muito concentrada na preparação do prato. Ainda melhor era ver que Anne tinha molho de tomate no rosto e no cabelo e sinceramente ela não tinha idéia de como a menina conseguira esse feito. A pizza de pepperoni já estava totalmente montada e Nathan supervisionava a pizza que Anne fazia, orientando-a.

- Tá pronta tio? Já pode comer?

- Não querida, primeiro vou coloca-las no forno para assar.

- Anne parece muito gostosa, já estou salivando – disse Stana – vamos fazer assim? Enquanto Nathan coloca as pizzas no forno, vamos ao banheiro lavar as mãos e limpar seu rosto e o que mais for preciso antes de jantar ok? Você tem molho sabe-se lá aonde – ela disse rindo e deu a mão para a menina ajudando-a a descer do banco – aproveite para arrumar a mesa do jantar, Nate.

- Você está adorando dar ordens não? – implicou com ela e Stana mostrou a lingua para ele.

Quinze minutos depois, as duas estavam sentadas à mesa aguardando as pizzas. Nathan supervisionava o forno que estava programado com timer para avisar quando as pizzas estivessem prontas. Aproveitou para tirar o vinho e servir para os dois. Já Anne recebera um belo copo de suco de morango.

- Tio Nate vai demorar muito? To com fome...

- Não querida, mais cinco minutos no máximo.

E nem bem ele terminou de falar o timer do forno apitou. Nathan tirou as pizzas do forno e o cheiro de queijo derretido entrava pelas narinas delas e aumentavam ainda mais a fome. Pelo visual estavam mais que aprovadas. Ele cortou as fatias e serviu um pedaço para cada uma delas. Sentou-se na cabeceira da mesa e fizeram o teste.

- A hora da verdade. Vamos ver se Anne e você passaram no teste de cozinheiro? – disse Stana provando em seguida um pedaço da pizza – hum, nossa! Está uma delicia. Acho que vocês podem receber o título de cozinheiros. O que achou Anne?

- Está muito gostoso. Agora posso fazer pizza lá em casa. Acha que a mama deixa tia?

- Claro que sim, diga que aprendeu comigo e quer ensinar a ela. Tenho certeza que ela vai deixar você destruir a cozinha dela. Aliás, depois vou limpar essa bagunça. Vocês podem ser bons cozinheiros mas de arrumação são uns bagunceiros de primeira.

Eles riram e continuaram a comer. Terminada a refeição, Nathan convidou Anne para ver tv enquanto Stana limpava a cozinha. Estava uma verdadeira meleca aquele balcão. De longe, ela podia ouvir a vozinha de Anne colocando ordem na casa com Nathan. Ela escolheu o filme e ainda chamara sua atenção sobre o modo de sentar. Ouviu também que ela corrigia-o sobre algo da história e Stana ria sozinha imaginando a cena. Depois de uns quinze minutos, ela terminou seus afazeres e após servir-se de um copo com água, Stana resolveu se juntar a eles.

Ao chegar na sala porém, teve uma surpresa. Os dois estavam literalmente jogados no sofá. Nathan tinha metade do corpo deitado sobre o sofá enquanto as pernas ficavam de fora. Anne deixava-se cair na barriga dele. Ambos de olhos fechados, a mão de Nathan estava protetoramente sobre as costas de Anne. Aquela cena mexeu com Stana. Pareciam pai e filha. Era uma atmosfera de harmonia e amor. Ela sabia que estavam cansados afinal o dia foi bastante puxado para a pequena e porque não dizer para o seu menino grande? Desligou a tv e se debruçou sobre o sofá para pegar a menina no colo. O movimento despertou Nathan mas pediu silêncio já que a menina parecia querer acordar.

Com cuidado, Stana levou a sobrinha para o quarto de hóspedes e no momento que colocou a menina na cama, Anne abriu os olhos.

- Shhh... volte a dormir docinho. Você está com soninho.

- Tia, deita aqui comigo...

- Tá, só um pouquinho ok? – Stana se deitou ao lado da menina acariciando seus cabelos – feche os olhos, docinho. Mas a menina estava desperta e pediu o que toda criança gosta antes de dormir. Uma história.

- Tia, conta uma “históia”? Mama sempre conta uma antes da Anne dormir.

- Tudo bem. Era uma vez uma princesa muito bonita mas que ainda não era realmente uma princesa. Ela era uma moça considerada estranha porque amava ler. Seu nome era Bella.

- Não, tia. Anne não quer “histoia” de princesa, Anne quer uma “histoia” da policia, da detetive. Conta uma por favor!

- Da Beckett? Mas porque você quer ouvir sobre crimes e Castle? Depois pode ter pesadelo.

- Não, conta uma. Stana pensou por um tempo. Não queria contar nada de impacto e nem de envolvimento romântico entre as personagens porque certamente geraria perguntas para ela. Então Stana começou a contar sobre um dos episódios que gostava muito. Cops & Robbers. Ela focou em mostrar o lado bobo e de investigador de Castle, sem ficar mencionando as ações dos bandidos mas em meio ao desenrolar da história, a pequena a interrompeu.

- Ah, tia essa não.... não tem beijo.

- Anne nem toda a história precisa obrigatoriamente ter beijo. Existem outras coisas que são importantes e interessantes também.

- Eu sei mas Anne gosta de beijo do moço “boito”. Tia por que o moço “boito” deu o presente de namorado da tia para a chefe dela?
- Na verdade Castle queria fazer uma surpresa para Kate, mas como ele é bem atrapalhado e bobo acabou colocando a caixa no casaco da chefe dela. Ai, deu tudo errado.

- E Kate ficou sem o presente... tadinha – ela parecia triste ao dizer isso então Stana consolou a menina.

- Não docinho, ele deu uma pulseira linda de ouro para ela que Kate usa o tempo todo. Stana não reparou mas Nathan acompanhava observando toda a conversa escorado na porta do quarto.

- E você tia, ganhou presente de namorado?

- Ainda não é dia dos namorados, só na próxima semana – a menina revirou os olhos diante da resposta da tia.

- Eu sei mas você já ganhou muito presente dele? Do tio? – sim Stana estava em maus lençóis mas teria que dizer algo então falou das flores do PCA. Disse o quanto eram lindas e que adorou o cartão também.

- Mas tem isso também – e Stana mostrou a pulseira com as notas musicais – é a letra do meu nome e a dele. A menina abriu o sorriso examinando a joia.  

- É linda! De supetão, Anne lança uma pergunta que pega Stana totalmente desprivinida.

- Tia, como é beijar o tio? De olhos arregalados, ela prendeu a respiração por um tempo. Surpresa pela pergunta procurou enrolar. Nathan segurou o riso ao ver o semblante de Stana que era realmente impagável.

- Anne, isso não é um assunto correto para uma menina de quatro anos. Você não perguntaria isso para sua mãe com certeza. Ela brigaria com você. Além de ser feio porque o beijo é algo íntimo para as pessoas, algo somente delas. Por acaso com quatro anos você tem ideia do que seja beijar na boca?

- Eu sei como é. Molhado e tem sabor de chocolate se você tomar sorvete antes. É um pouco estranho e tem que fechar os olhos. As pessoas sempre dão sorriso depois de um beijo. É uma coisa “boita”e feliz. É como beijar a mão, assim ó – ela demonstrou beijando a própria mão e fazendo Stana sorrir e agarra-la para beijar o rosto daquela criaturinha linda que ela amava tanto.

- Eu te amo, sabia docinho?

- Também te amo, tia. Muito, muito e muitão...

- Agora feche os olhos e durma. Vou ficar aqui até você pegar no sono. E Stana permaneceu velando o sono da menina até ter certeza de que não havia perigo dela acordar novamente. Devagar, ela levantou da cama e cobriu a menina beijando-a na testa. Apagou as luzes do abajur e reduziu o switch para a iluminação mínima. Ao deixar o quarto se deparou com Nathan no corredor esperando por ela. Sem dizer nada entrelaçou sua mão na dele e o puxou para o quarto.      

No quarto de Nathan, ela aproveitou para perguntar enquanto trocava de roupa.

- A quanto tempo você estava ali, ouvindo a conversa?

- Desde o momento que Anne pediu para você contar uma história. Ela te enrolou direitinho, Stana. Mas até que você se saiu bem com o lance do beijo.

- Nem sei como. Estou impressionada com o jeito que a Anne conversa sobre essas coisas de beijo, relacionamento. Ela só tem quatro anos, Nate. Nem devia estar assistindo Castle.

- Nisso concordo com você mas hoje em dia as crianças são bem mais espertas que na nossa época. Prestam atenção em tudo, se você bobear, elas te pegam ou numa mentira ou num deslize. Por isso sou sempre a favor da verdade. Gostei quando você falou sobre os presentes, as flores. Mentir só iria trazer problemas futuros – ele entrelaçou-a em seus braços – agora chega de falar da Anne, vamos curtir um tempinho só nosso – ele beijou o pescoço dela – namorar um pouquinho, beijar – e tomou os lábios dela nos seus.

Stana se deixou levar um pouco pela vontade de beija-lo, enroscou-se ao corpo dele e retribuiu as carícias provocando com a sua lingua o interior da sua boca. Sentiu as mãos dele invadirem o seu abdomen por baixo da camisa do pijama. Chegou até os seios e os contornou com as mãos sem em qualquer momento deixar de beija-la. Ela suspirou entre os lábios dele e Nathan resolveu se divertir no pescoço dela.

Ao sentir que as carícias dele já estavam provocando reações mais fortes em seu corpo, Stana empurrou-o um pouco para tentar diminuir o clima que começava a esquentar entre os dois. Primeiramente, Nathan entendeu como uma incentivo para que ele tirasse a roupa. Ele mesmo tirou a camiseta que vestia e jogou no chão colando em seguida o peito nu a ela. Stana sentiu o cheiro de loção pós barba quando o rosto dele roçava o seu e um tom amadeirado proveniente do pescoço e do peito nu. Sem resistir, ela inalou passando o nariz pelos ombros e pescoço.

Um pequeno ruido indiscriminado a trouxe de volta a realidade. Tinha que parar antes que a loucura se espalhasse de tal forma que não conseguiriam parar, não haveria volta. Precisavam parar.

- Nate – ela sussurrou tentando empurra-lo – melhor parar... – mas as mãos dele continuavam nos seios dela e agora a deitava na cama – por favor... a menina.... – o peso do corpo dele quase a deixou sem ar mas ele a fitou para saber se ela estava realmente falando sério sobre parar – só uns beijinhos... só mais um... – e devorou os labios dele com vontade. As pernas enroscadas no corpo dele até o momento que arfou por ar. Nathan saiu de cima dela para lhe dar espaço.

- Por que quer parar?

- Não se trata de querer parar, é preciso. Tem uma criança no outro quarto. Já pensou se ela entra aqui e pega a gente sem roupa e bem, você sabe... – ela viu a cara de decepção dele – ah, Nate! – ela se debruçou sobre ele e acariciou-lhe o peito – você sabe que tenho razão, não faz essa carinha – ela viu a cara de pidão dele e acabou cedendo um pouquinho – tá bom, só mais uns beijinhos. E namoraram por mais alguns minutos antes de deitarem-se apropriadamente para dormir.

No meio da madrugada, Stana tinha o corpo enroscado pelos braços de Nathan, o rosto enterrado dele enterrado em seus cabelos. Uma das mãos estava sobre o seio dela. Não ouviu os passos leves adentrarem o quarto. Apenas quando uma mãozinha sacudiu seu ombro foi que ela abriu os olhos e viu Anne ajoelhada no colchão a sua frente.

- Anne? O que foi? – ao ouvir a voz dela, Nathan despertou.

- Posso dormir aqui com você tia? Anne sonhou com um moço mau...

- Oh, docinho. Foi só um sonho ruim. Vem aqui... – Nathan se afastou para dar espaço a menina que habilmente se colocou entre os dois, Stana beijou-lhe o rosto e deixou a menina a abraçar. Ao virar-se para ele, sorriu. Muito perspicaz, ela notara que ele estava sem camisa e não deixou o fato passar em brancas nuvens.

- Tia, por que o tio Nathan ta sem camisa? Mama diz que não pode faz mal ficar assim no ar. Vai ficar doente. Mama não deixa o papi ficar sem camisa, ela briga com ele. Por que você não briga com ele? Ou você gosta tia? – e então a menina arregalou os olhos e abriu a boca formando um grande “O”- Vocês estavam namorando? – Stana lança um olhar de “se manca” para ele vestir a camisa.

- Não! Estávamos dormindo. E agora, melhor você fechar os olhos e fazer o mesmo.

- Isso mesmo e comporte-se mocinha. Nada de me empurrar para fora da cama, viu? – Nathan brincou – e nada de muito chamego com a sua tia, estou de olho! – ele fez uma cara de mau e apontou o dedo para ela o que só fez a menina rir.

- Você não tem moral mesmo, Nate. Já chega, vamos dormir. Anne se aconchegou na tia e fechou os olhos dormindo instantaneamente.

Na manhã seguinte, a cama estava tomada pelos três. As pernas de Anne estavam sobre o estomago de Nathan e os dedinhos de uma das mãos seguravam um tufo de cabelo da tia. Quem olhasse para eles veria uma cena típica de familia. Ao despertar, Anne coçou os olhinhos e subindo na tia, encheu-a de beijos. Stana acordou sorrindo e retribuindo os carinhos da menina. Nathan nem se mexera. Então a menina virou-se para ele, subiu em seu peito e começou a tocar o rosto dele, apertou o nariz e deu uma beijoca na bochecha. Nathan abriu os olhos e deu de cara com o sorriso dela.

- Bom dia, dorminhoco!

- Bom dia!

- Eu estou com fome... quem vai fazer café pra Anne?

- Essa é a sua função – disse Stana para ele – vamos ao banheiro, Anne? Nathan vai descer para fazer café para nós. Ela arrastou a menina até o banheiro que ficava próximo ao quarto de hóspedes deixando o caminho livre para Nathan. Viu ele se levantar para fazer o que elas pediram. Lavou o rosto, escovou os dentes e desceu para a cozinha.

Quando elas chegaram, ele já estava com a frigideira no fogo fazendo panquecas. Na outra havia ovos e bacon. O cheiro inundava as narinas de Stana fazendo-a salivar. Adorava bacon. Ela serviu o achocolatado para a menina e colocou café na caneca para ela e Nathan. O primeiro gole do líquido quente foi revigorante. Stana ajeita a mesa e à medida que as panquecas vão saindo, ela as tempera com manteiga e mel. Outras com maple syrup da sua marca favorita, a maravilha de estar na casa de um canadense. A pequena Anne observa a dinâmica dos dois, pareciam combinar os movimentos. Assim que a tia serviu a panqueca para ela, fez um prato para Nathan e entregou a ele sorrindo. Intrigada, a menina soltou mais uma pérola.

- Tio, porque você não beija a tia Stana de manhã. Papi e Mama fazem isso o tempo todo no café – ela disse olhando para ele enquanto mastigava um pedaço da panqueca. Como que sentindo-se desafiado por uma criança e também porque estava morrendo de vontade de sentir aqueles lábios, Nathan puxou Stana pela cintura e beijou-a. A menina achou tão lindo o gesto que aplaudiu.  

Ao separar-se dela, Nathan sorriu para Anne.

- Satisfeita? Mas lembre-se isso é parte do nosso segredo certo? Você prometeu.

- Está certo. Tia Stana ficou vermelha.

- É que ela fica envergonhada com essas coisas, parte do segredo...

- Mas é tão “boito” vocês.

- Também acho – Nathan sentiu os dedos de Stana enroscarem-se aos dele por baixo da mesa – agora termine sua panqueca porque tenho uma nova brincadeira para propor.

- Oba! – a menina exclamou rindo.

Enquanto ela comia, Stana ajeitava as coisas na cozinha e Nathan preparava os ingredientes que usaria para o almoço. Nada complicado. Grelharia carnes e frango na churrasqueira na área da piscina para eles. Pediu a ela que preparasse uma salada e o e cortasse batata para que ele fritasse mais tarde.

- Enquanto você termina por aí, vou buscar os instrumentos da minha próxima brincadeira com Anne.

- Calma, Nate. Deixa pelo menos ela trocar de roupa – virou-se para a menina – Anne, já vi que acabou de comer então antes de qualquer brincadeira você vai subir e escovar os dentes. Tire o pijama e vista o biquini que está no banheiro. Já está seco. Consegue sozinha ou precisa da minha ajuda?

- Não tia, já volto.

Assim que Anne subiu as escadas, Stana olhou para ele sorrindo.

- O que foi? – ele perguntou.

- Por que você me beijou? Ela é apenas uma menina podíamos ter enrolado-a com outra coisa.

- Não, lembra o que falei sobre mentir? Além do mais ela é muito esperta e Staninha por favor não subestime a inteligência da sua sobrinha e ela nos viu dormindo juntos, na mesma cama – ele a abraçou – esse é o nosso segredo então ao invés de ficar nervosa ou vermelha, apenas aproveite e me beije. Os lábios de Nathan encontraram os dela. Stana deixou os braços ao redor do pescoço e intensificou o beijo e o contato beliscando-lhe o bumbum. Afastando-se dele, ela deu um tapinha no peito dele.

- Você é impossível mesmo. Vê lá o que você vai aprontar com a Anne.

- Ah, tenho certeza que ela vai adorar.... me aguarde – roçou os dentes na nuca dela – e olha quem fala, fica só esperando por uma oportunidade de beliscar meu traseiro. Sumiu das vistas dela e logo em seguida, Anne aparece de biquíni e toalha na mão.

- Tia, você vai para a piscina?

- Daqui a pouco, docinho. Vou adiantar as coisas para o almoço.

- E cadê o tio Nathan?

- Quem chama por mim? – Nathan aparece na cozinha já usando seu traje de banho e com algo escondido atrás de si – preparada para a sua nova aventura do dia? Preparei algo que você vai adorar.

- Jura o que? – Anne pergunta já empolgada e Stana revira os olhos ao observar o jeito do homem a sua frente. Se estivesse cega poderia jurar que era um moleque de seis anos. Nathan fazendo uma voz de guerreiro mal soltou uma risada e perguntou.

- Você está pronta para lutar Anne? Capaz de derrotar o mestre dos mestres – puxou os braços revelando o que escondia – da guerra da água – eram duas pistolas coloridas já cheia de água prontas para molhar quem aparecesse na sua frente.

- Oba! Guerra de água! Quem será nossa vitima? – os dois olharam para Stana e Anne gritou – tia Stana!

- Não, não mesmo. estou cuidando do almoço vão brincar no quintal – ela já olhava mandona para Nathan mas ele não ia cair na dela. Queria a brincadeira.

- Está com medo, Staninha?

- É só água, tia.    

- Eu sei que sim Anne mas preciso terminar isso aqui. Vão aproveitar o dia que já encontro vocês depois.

- Vamos Anne.... temos uma batalha para vencer. Eu te desafio – e saiu correndo com a menina atrás dele. Dez minutos depois, Stana aparece vestindo um biquíni e um short com os óculos escuros no rosto. Ela os avistou no jardim ao lado da piscina, Anne se escondia atrás de um vaso e Nathan atrás da coluna do armário onde guardava a churrasqueira. Ela sentou-se numa das cadeiras de sol e observou-os. De repente, Nathan sai do seu lugar e a pequena corre na direção dele atirando. Quando vai revidar, ele percebe que está sem água. Foi a chance que Anne teve de molha-lo totalmente derrubando-o na grama e sentado sobre ele. As risadas deles ecoavam e também a fizeram rir. Ela percebeu que a menina ria, abraçava e beijava Nathan aquilo mexeu muito com ela. Nathan parecia ter nascido para cuidar de crianças, lidar com elas. Sorrindo ainda, ela se espreguiçou na cadeira e fechou os olhos por um momento.

Anne cutucou Nathan pedindo silêncio e apontando para tia. Apenas com o jeito de olhar da menina, ele entendeu o recado. Levantaram do chão e foram até o chuveiro encher as armas. De fininho, eles se aproximaram dela e Nathan fez sinal para ela atirar.

- Te peguei! – gritou Anne. Stana tomou um susto e levou a primeira baforada de água.

- Nathan! – ela gritou repreendendo-o.

- Eu não fiz nada!

- Vamos tio, é agora.

- Não, Nathan por favor... você não... – mas ele não a deixou terminar. Deu um impulso e carregou-a da cadeira. Sem pensar duas vezes, jogou-a na piscina. Anne ria da cara de susto da tia – Nathan! Vou te matar!

- Só fiz o que a sua sobrinha pediu, vem Anne pode pular que te seguro. E a menina pulou sem medo ficando no colo de Nathan que a aproximou da tia.

- Vocês dois não valem nada! Devia te dar um caldo só não faço isso porque você está com a menina nos braços. Mas caiu na gargalhada jogando água na direção dele.

- Essa é a sua desculpa? A menina? – ele colocou Anne na parte da piscina onde ela podia ficar sem perigo – quer me dar um caldo? Agora pode. E Stana correu na direção dele para se vingar jogava água tentando acerta-lo e ele sempre se desvencilhava dela. a garota ria sozinha da brincadeira dos dois.

- Vamos tia! Afoga ele!

Finalmente, Stana conseguiu se suspender nos ombros dele e o empurrou para o fundo da piscina. A menina batia palmas contente de ver a alegria dos dois. Ele deu um caldo nela também e Stana repetiu a dose mas pediu trégua logo em seguida. Ambos se aproximaram da parte rasa da piscina e sentaram-se próximo a Anne. Impulsivamente, ela beijou a bochecha dele e agarrou-se no pescoço da tia beijando-a também. Depois de passarem um tempo de molho juntos, Nathan convidou Anne novamente para uma revanche com as pistolas d’agua. Os dois saíram correndo da piscina mesmo com Stana pedindo para eles terem cuidado. Cada um com sua pistola na mão desapareceram das vistas dela.

Ela resolveu trazer as carnes do almoço para fora. Do jeito que a brincadeira estava interessante, ela sabia que ele não faria fogo certamente preferiria usar o grill elétrico. Deixou tudo preparado para ele usar. Ela mal sentara de volta na cadeira de sol quando ouviu o grito da menina. O coração disparou. Era um grito de dor. Imediatamente saiu correndo em direção ao som apenas para encontrar Nathan com a menina nos braços. O joelho ralado e o sangue escorrendo pela perna e as lagrimas enchendo o rostinho alvo.

- Oh meu Deus! O que foi que aconteceu? Anne, oh Anne... – ela estava apreensiva mas Nathan tratou de acalma-la.

- Foi só um queda, nada demais. faz parte da brincadeira não Anne?

- Mas tá doendo, tia... e ardi. Nathan a colocou sobre a cadeira, Stana se sentou ao seu lado mas automaticamente a tia a puxou para o seu colo. Ela beijava o rosto da menina e limpava as lágrimas. Ele sumira uns instantes e reaparecera com um kit de primeiros socorros. Sentou-se no chão de frente para as duas. Cuidadosamente puxou a perna dela e examinou o corte. Sorriu. Era superficial. Ele abriu a caixa e tirou algodão, um antiseptico e gases. Segurou a perninha dela e pegou o remédio para limpar. Ao ver o que ele fazia, a menina começou a choramingar.

- Não, vai doer... não quero...

- Shhh, tudo bem princesa. Preciso limpar seu joelho, não vai doer. Sabe, esse remedinho doía quando eu tinha sua idade agora os cientistas conseguiram tirar o que fazia ele arder. Vou te mostrar. Vamos Anne... sei que você é uma menina muito corajosa e sabe por que? – ela balançou a cabeça em negação – Por que você é sobrinha da Stana. Alguém capaz de ser tão durona como Kate Beckett não pode ter medo de um arranhãozinho e como sua sobrinha você é igual a ela.

- Tem certeza que num vai doer?

- Tenho, vou te mostrar. Não bem melhor, você vai me ajudar. Segure esse algodão – a menina obedeceu e relaxou a perna. Nathan espirrou o liquido na pele e falou – agora passe o algodão de leve para tirar o excesso da sujeira – ele observava o jeito dela – muito bem. Até agora tudo bem? Nada de dor certo?

- Certo.

- Minha vez – e Nathan repetiu o procedimento para realmente limpar o local e também o sangue que já secara na perna – agora um novo algodão para você. Esse remédio que vou aplicar é o antiseptico mas antes o melhor de todos os remédios – e se inclinou beijando a área do joelho ferida – esse beijo é mágico porque está cheio de amor – Anne sorria para ele e Stana suspirou – aplicando o remédio, sua vez: passe o algodão por cima. Isso! – Anne terminou de limpar e ficou olhando o que ele fazia. Nathan tinha uma gaze nas mãos e lambrecava com o o antiseptico novamente – dobre o joelho pra mim – ele aplicou a gaze e pegou um esparadrapo cor de neon verde e amarelo – prontinho, olha como ficou fashion! – a menina sorriu para ele.

- Obrigada tio.

- Está doendo? – ele perguntou.

- Não, nem um pouquinho.

- Excelente, sabia que era tão corajosa como sua tia. Só por isso vai ganhar uma taça enorme de sorvete com cobertura de chocolate e m&m’s depois do almoço.

- Sério?

- Claro! Agora fique quieta com a sua tia que vou preparar nosso almoço – ele saiu andando mas virou-se – e nada de correria!

Isso fez a menina rir. Stana beijou o topo da cabeça da menina e sorriu. Na verdade, estava encantada com a cena que presenciara a sua frente. Era impossível não se apaixonar ainda mais por ele, esse fim de semana estava sendo cheio de revelações para ela. Tudo que conseguia pensar era o quanto ela queria permanecer ao lado dele.

Nathan as chamou para almoçar meia hora depois. Riam e conversavam sobre várias coisas. Depois, como prometido Nathan entregou a taça de sorvete para Anne que comeu lambendo os lábios. Por volta das três da tarde, Stana levou a menina para tomar banho e se arrumar mas Anne pediu para que Nathan refizesse o curativo em seu joelho. A tia foi chama-lo de bom grado.

- Hey, Nate... Anne quer que você faça o curativo do seu joelho. Parece que você conseguiu hipnotizar mais uma Katic com seu charme – ela piscou para ele que abriu um sorriso.

- Não é fácil ser irresistível! – disse passando ao lado dela. Stana mordeu os lábios com os dentes sorrindo e deu uma palmadinha leve no bumbum dele – como eu disse, atraio como magnetismo. Que fixação, Staninha – ele entrou no quarto seguido dela – alguém solicitou meus serviços? 

- Eu. Anne gosta como tio Nathan cuida do dodói. A tia Stana sabe mas quero você.

- Nossa! Assim você vai deixar sua tia com ciúmes...

- Eu gosto do dois igual. A tia conta história e faz carinho em Anne, o tio brinca muito e cura dodói legal.

- É uma diplomata nata essa menina! – ele olhou para Stana e sorriu. Rapidamente deu conta do recado e ganhou um beijo como pagamento.

Estava tudo pronto para Stana ir para casa com sobrinha. Sua cunhada passaria para buscar sua filha por volta das quatro e meia. Na porta da casa dele, ela vira-se para a menina.

- Anne está na hora de se despedir de Nathan, precisamos ir para casa. Sua mãe vai chegar daqui a pouco.

A menina se aproximou dele e Nathan agachou-se para falar com ela. Com um sorriso enorme, ela segurou o rosto dele com as duas mãos e após acariciar as bochechas dele, deu vários beijinhos no rosto dele. Depois o abraçou com força.

- Obrigada tio Nathan. Anne gostou muito muitão do fim de semana. Anne pode voltar de novo? – ela olha para a tia – pode tia Stana? Mas foi ele que respondeu.

- Claro que sim. Gostei muito de brincar com você e vou combinar com a sua tia quando podemos marcar outra vez, combinado? – ele estendeu a mão para ela sugerindo um aperto para selar o acordo, a menina apertou balançando a cabeça e sorrindo.

- Combinado.

Stana se despediu dele e comentou que mandava uma mensagem tão logo a barra estivesse limpa para encontra-la em seu apartamento. Meia hora depois, ele recebia um what’s dela. Quinze minutos apenas foi o tempo que ele levou para chegar e bater na porta dela. Assim que o viu, saiu do caminho para ele entrar. Bastou fechar a porta que Stana sentiu os braços ao seu redor. Ela segurou o rosto dele com as duas mãos e beijou-o.

- Pensei que não ia querer me ver mais, não enjoou de mim?

- Claro que não, afinal ainda não tive a oportunidade de te agradecer apropriadamente – disse ela.

- Pelo que?

- Por tratar tão bem de Anne, por ser esse moleque no corpo de um homem – ela o beija novamente – você será um ótimo pai, Nate.

- Obrigado e sinceramente espero que seja dos seus.

- Meus?

- Seus filhos, nossos. No plural e no futuro – ele agarrou a nuca de Stana, fez uma caricia e tornou a beija-la intensamente. O arrepio no corpo e a reação automática ao toque a fizeram gemer. Os dedos dele passearam pelo colo dela desfazendo os botões da blusa que usava. Ao despi-la, viu que estava sem soutian. O polegar traçou a linha ao redor do mamilo dela. O toque, o mais simples dos toques era capaz de fazer maravilhas no corpo dela, da nuca e até o dedo do pé sem esquecer da sensação úmida no meio das pernas. Então a urgência tomou conta dela e Stana fez menção de puxar a camiseta dele pelo pescoço, queria sentir a sua pele contra a dele. Entendendo o recado, ele puxou a peça sobre a cabeça e jogou-a longe.

Stana espalmou o peito dele com as duas mãos totalmente abertas sentindo o calor da pele, a rigidez dos músculos. Sentiu os lábios de Nathan roçar pelo seu pescoço, sua garganta, beijando, sugando, deixando marcas de dentes. Continuou a percorrer o contorno do seu colo, descendo entre os seios. Fazia uma trilha de beijos até usar a língua para capturar um dos mamilos e por fim abocanha-lo completamente com os lábios. Ela gemeu e arqueou o corpo para trás dando a ele mais espaço para prova-la e proporcionar prazer. A pele já ardia de desejo, as entranhas clamavam por ele. Queria-o, desejava-o alem do que podia suportar. Ela entrelaçou as pernas na cintura dele em um impulso. Nathan a apoiou com cuidado e Stana puxou os cabelos dele buscando seus lábios. Dessa vez, o contato foi frívolo e cheio de prazer. Ela sussurrou ao ouvido dele.

- Me ame, Nate... quero você....muito....

E ele a levou para o quarto onde entregaram-se ao prazer.

XXXXXXXXX

Na segunda, ela chegara animada para trabalhar. Entre o intervalo de uma cena e outra, Stana tomava um café na sala dos escritores quando Dara aproveitou para comentar sobre um assunto num post que vira no twitter.

- Nossa! Sexta já é dia dos namorados. Não podia cair em um dia melhor. Estou pensando na noite que vou passar com meu maridinho. Aliás já falei com a Terri e vamos liberar todos cedo para curtirem a ocasião. Já decidiu o que vai fazer Stana?

- Ainda não sei – na verdade ela realmente não pensara em como passaria essa noite com Nate – ah, falando nisso na próxima segunda é o seu episódio não? Smell like teen spirit? De certa forma, é um Valentine’s para Castle e Beckett. Foi muito bom fazer esse episódio, Dara. Teve um tom especial para mim. Tenho certeza que você deixará os fãs extasiados e se já não a amam, passarão a venera-la. Dara riu do jeito que Stana colocara a possível reação do fandom e estava muito curiosa para vê-la.

Pediu licença para voltar ao set a fim de gravar a próxima cena. Na verdade, Stana queria sair de perto dela. Mencionar o tal episódio, trouxe de volta momentos importantes para ela. Fora tão gostoso gravar aquelas cenas com Nathan além do significado que tiveram para ela. Dara tocou a ferida e consequentemente o coração de Stana. Essa era uma das características de Dara. Escrever diálogos ou cenas em que Nathan e Stana pudessem ser eles mesmos, sem deixarem de ser e convercer como Castle e Beckett. Ao fim do dia, o pensamento ainda povoava sua mente.

Naquela noite, ela estava sozinha em seu apartamento. Tinha uma taça de vinho nas mãos e sentada em sua cama, esperava retomar a sua leitura mas a mente a atraia para um evento passado a algum tempo atrás. Semanas atrás para ser mais exata. Stana lembrava-se vividamente das gravações do episódio de Dara.

Quanto recebera o script, ela sentiu-se perdida em lembranças ao lê-lo. Na cena entre ela e Nathan sobre a tal discussão sobre banda versus DJ, Stana sorriu ao se deparar com a referência ao “Blue Eyes” ali significando o eterno Sinatra. Na mente dela, porém, a expressão a lembrava Nathan, sempre Nathan. As frases usadas por Dara lembraram-na de outras já ouvidas em outro trabalho mas naquele momento, aquela fala da personagem de Nathan parecia ter sido escrita para eles. Seria isso que Dara queria que ela pensasse? Curiosa, ela procura Dara e pergunta da cena. Nada dizia porém sobre a música.

- Dara, o que você quis expressar com essa declaração de Castle na cena do baile?

- Além de criar um momento romântico para os dois, foi uma forma que encontrei de lembrar o dia dos namorados para eles. É apenas um simples texto para Caskett.

- Não, Dara. Isso não é um simples texto. É uma declaração de amor muito bonita e digna de Castle, algo que não se pode assumir como comum especialmente ao som de uma música que aliás não está sendo mencionada aqui. Qual foi a sua ideia ao escrever isso? Dara sorriu porque no fundo Stana já decidira o qe era aquela cena para ela.

- Tudo bem, confesso que escrevi essa última cena pensando em vocês. porém, cabe a vocês tornar a cena mágica. Considere um presentinho meu para vocês já que deve ir ao ar próximo do dia dos namorados. Mas não insista, a música é segredo. E piscou para ela.

Naquela noite, eles estavam no apartamento dela se preparando para dormir quando Stana começou a questiona-lo com base no clima do episódio.

- Nate, qual é a nossa música? Quer dizer, temos uma?

- Claro que sim! Ou você esqueceu de “Baby, it’s cold outside”? É a nossa cara – ele sorria obviamente na brincadeira apenas para ver a reação dela. Stana jogou o travesseiro na cara dele que caiu na risada – Você já parou para pensar que a nossa música é a mesma de Castle e Beckett?

- Por que diz isso? Você sabe de algo que não sei? Sabe que música vão usar na cena da dança? – a ansiedade em descobrir algo mais e a forma como ela se ajoelhou na cama se aproximando dele era uma graça. Era o seu lado shipper falando mais alto.

- Staninha, tenho o mesmo script que você. Até onde sei a tal canção permanece um mistério para nós.

- Será que é a canção de Robert, a do piano? Ficaria linda.

- Ficaria sim, mas lembre-se que a cena se passa em um baile de formatura do colegial. Música instrumental não é a preferência deles a menos que seja eletrônica.

- Não gosto disso. Esse suspense... e se eu não gostar? E se for pior, eu gostar e der vexame? Fizer alguma bobagem pela situação? Tenho medo de dar bandeira, Nate – ele a abraçou e beijou-lhe o ombro.

- Deixa disso, gorgeous. Se algo acontecer, será parte da sua atuação ou do seu jeito de ser uma eterna fangirl. E eu também estarei lá, não deixarei desconfiarem de você – ele a apertou mais um pouco e beijou-lhe a nuca fazendo-a se arrepiar.

No dia seguinte, continuaram as cenas do episódio deixando a última para o fim da tarde. Essa teria sido uma recomendação de Dara para proporcionar mais privacidade a eles. Estava curiosa para saber se eles aprovariam a escolha da música. Ela teve a ideia ao ver um vídeo no youtube feito por uma fã e pensou porque não repetir a dose de um marco tão especial para a vida das personagens? Procurou Marlowe já com o texto pronto e sem qualquer dúvida, ele aprovou de imediato. Desde Always, a canção de Andrew Belle se transformou em uma espécie de hino Caskett ao lado da bela composição instrumental de Robert Duncan. 

Mas Dara não sabia o que aquele conjunto de palavras ao som de uma música como In my veins podia representar para ela, não. Afinal, esse era um segredo dela e de Nathan. A emoção de gravar a cena final extrapolou as lembranças de Always da cabeça e somente o ato de olhar para ele já fazia o corpo tremer em resposta às sensações de desejo e amor que estavam presentes literalmente em suas veias, debaixo da pele no minuto que os primeiros acordes da canção tocaram. Uma surpresa muito bem-vinda. Tiveram que gravar a cena duas vezes por causa dela no ponto do discurso de Nathan. O nervosismo tomou conta dela quando ele começou a falar seu texto da declaração. Segurando a mão dele e balançando o corpo ao ritmo da música, Stana foi tomada por uma sensação indescritivel de nervosismo e caiu na gargalhada sem conseguir se conter. Nathan que percebera o que realmente estava por trás desse excesso de riso, disfarçou muito bem a ponto de ninguém perceber a lágrima que caía no rosto. Deixou sua cabeça repousar no peito dele tentando se recompor. As palavras exatas de Nathan no momento foram.

- Não é possível, mulher! O que eu tenho que fazer para você me levar a sério? Esse é um momento romântico, Stana. Por Deus! As coisas que eu tenho que enfrentar por Kate Beckett! – ele fazia uma cara de insatisfação e ao mesmo tempo marota que não apenas acalmou o coração dela como a fez ama-lo ainda mais por livra-la de um vexame ou coisa pior em frente às câmeras - Dara, será que você não pode interferir e dizer para essa moça que isso é um trabalho sério?

Mas Dara já estava rindo junto com o marido e os demais assistentes de palco. Stana ergueu a cabeça e deu um tapinha no peito dele.

- Palhaço! E novas risadas, discretamente ela murmurou para ele – obrigada...

- Então, Stana podemos gravar? – perguntou Chad. Ela respirou fundo, fez sinal para a maquiadora que correu para retocar o olho e respondeu.

- Pronto. Desculpem.

- Atenção, luz, camera... ação!

Na segunda tentativa, um filme passou em sua cabeça desde Always até ali. E finalmente a gravação correu como deveria. A cena foi suave e muito tocante. A cada palavra, a emoção voltava a se manifestar através dela. Kate Beckett era a personagem sortuda que recebeu a declaração mas foi Stana quem sentiu todo o efeito dela. Ao escorar sua cabeça no ombro de Nathan e fechar os olhos, agradeceu mentalmente por esse momento. Os olhares apaixonados eram suficientes para diante de uma camera, exaltar o amor que os definia e moldava.Dançar com ele ao som da linda canção de Andrew Belle foi um momento especial mesmo sendo apenas a gravação de uma cena. Ao final, já não se importava se as pessoas ao seu redor iriam pensar quando ela disse “shut up and kiss me”, Stana esqueceu da personagem e aproveitou o instante para tornar a cena ainda mais real. O corpo literalmente inclinou-se e encaixou ao dele feliz por ter a oportunidade de beija-lo novamente. A música perfeita, o clima propício e o resultado não podia ser melhor. Para Chad, era pura quimica em cena, para eles era apenas uma demonstração de amor.

Chad disse “corta” e eles continuaram o beijo ao som da música ao fundo até ouvi-la terminar. Agindo como se nada houvesse acontecido, eles sorriam e os olhares diziam tudo. Dara agradeceu e os liberou. Nathan afastou-se dela não antes de apertar-lhe a mão uma vez mais.

A taça vazia estava sobre a mesa de cabeceira. Ela suspirava e tinha um sorriso bobo nos lábios. Fora um excelente dia de gravações, um daqueles momentos inesquecíveis. Recordando o que aconteceu durante a cena, ela pensou que talvez Nathan tivesse razão, era uma música marcante para os dois assim como para suas personagens. Mas talvez pudessem ter mais de uma, sorriu lembrando de algo do passado que Dara a fizera recordar de quando estava começando a ceder aos encantos dele pela primeira vez, não que ele não a fascinasse desde o início do trabalho juntos. Movida pelo momento, ela passou uma mensagem para ele.

“Just wanna say good night, lov u babe. S”

Minutos depois, ele responde.

“Love u too, gorgeous. Feel the kiss. NF”

XXXXXXXX

Dois dias depois, ela estava terminando as filmagens do episódio centrado nela. Nathan já tinha deixado o estúdio e ela falava ao celular com Monica. As amigas já estavam se preparando para sair na sexta para curtir a noite bebendo e dançando. Nem por um decreto, ela podia dizer que não aceitaria o convite. Nada podia levantar suspeitas sobre seu relacionamento com Nathan. Teria que encontrar uma forma de suprir aos dois lados.

Sim, ela não abriria mão de passar o dia dos namorados com ele e especialmente depois da ideia que tivera para fazer uma surpresa a ele. Tinha planejado surpreende-lo com algo que ele sequer imaginava e colocaria o plano em prática. Precisava convence-lo que devia sair com as amigas para então ficar com ele o resto da noite. Estava perdida em pensamentos quando ouviu o diretor a chamar, estava na hora de sua mais pesada cena do dia.

Ela saiu tarde do estúdio. Exausta. A última cena fora muito intensa. Só pensava em tomar uma ducha e esparramar-se na cama. Mas ainda tinha uma última tarefa a fazer. Assim que terminou o banho, Stana ligou para ele. Já passava das onze. Ele atendeu prontamente.

- Com saudades, Staninha?

- Sim, isso também.

- Chegou agora?

- A algum tempo já estou deitada.

- Hum... o que está usando? Ela riu.

- Nate, estou cansada. O dia foi muito puxado, liguei para você porque quero falar da sexta. Precisamos combinar o que faremos.

- Fácil, saimos do trabalho, você vem para minha casa e não precisa se preocupar com roupas, afinal você não irá precisar delas.

- Não tão rápido, seu pervertido. Temos uma reputação e um disfarce a zelar. Minhas amigas já me convidaram para sair e não pude recusar. Faz parte do plano, de manter o nosso segredo.

- Ah não! Você vai me abandonar em pleno dia dos namorados? Isso não é justo, gorgeous. Não mesmo.

- Quem falou em abandonar? Vou sair com elas e usar a desculpa do cansaço das gravações para voltar para casa mais cedo. Espero chegar na sua casa por volta das onze. E trate de me esperar acordado. Quero usar e abusar de você.

- Quer comer o que? – ele perguntou.

- Você!

- Wow! Staninha...por que você fez isso? A minha imaginação e outras coisas já ficaram alerta. Isso é maldade demais comigo, Staninha.

- Estou sendo sincera – ela ria – mas provocar você é sempre bom,babe... preciso ir dormir, estou quebrada. Temos um acordo, para sexta?

- Com certeza. Vou te esperar para o prato principal e pensarei na sobremesa... durma bem, amor.


- Boa noite, Nate – soltou um beijo estalado ao telefone.

Continua.......