quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

[Castle Fic] There's Always Tomorrow - Cap.10


Nota da Autora: Esse capitulo deveria estar maior infelizmente apesar de ter me afastado do trabalho por motivos pessoais, ele me acha e me atrapalha. A partir de agora, haverá uma abordagem diferente nessa fic, será mais densa, angst. Mas vou procurar criar um clima ameno de vez em quando... e peço: não matem a escritora, please?! Enjoy!

Cap.10         


Sons. Não, vozes.

Vazio.

Dor.

Escuridão. 

Parecia estar flutuando. Algo a fazia sentir-se aérea, sem forças. Precisava abrir os olhos. Sentia frio mas não por queda de temperatura, era uma espécie de mau presságio. Fez um esforço enorme para os olhos finalmente se abrirem apenas para serem cegados pela luz da lâmpada acima de si. A claridade fez a sua cabeça doer.

- Ela está acordando – disse Ryan.  

- Calma, dê um tempo a ela. O choque ainda não a atingiu. Ela apenas desmaiou com a notícia. Precisa assimilar – ela podia ouvir vozes distantes. Onde estava? O que aconteceu? Eram perguntas que surgiam em sua mente ainda sem respostas. Você precisa se lembrar o que fazia, dizia para si mesma. Tornou a fechar os olhos num instinto de proteção. De repente, imagens vieram à tona. Ela estava no aeroporto, falava com Castle ao telefone. Sorria. Dizia estar com saudades. Mesmo não o vendo podia imagina-lo na Ferrari de óculos escuros e cabelos ao vento a caminho do aeroporto. Castle... então sentiu um aperto no peito e o coração acelerou. Castle, ela precisava dele não, ele precisava dela. A ficha caiu. Ela se ergueu na cama de supetão ficando sentada abrindo os olhos e sentindo a tontura a dominar, a vista falhar.

- Castle...quero ver o Castle...onde ele... – não conseguiu mais completar a frase devido ao gosto de bile na boca. O médico a apoiou e a tomou-lhe o pulso.

- Hey... cuidado, vamos com calma. Você ainda não pode fazer muito esforço. Respire fundo. Você está fraca.

- Ela vai ficar bem doutor? – perguntou Ryan aflito.

- Sim, os dois vão ficar bem. Ele sorriu.

- Mas você falou a pouco que Castle estava em cirurgia complicada como pode dizer que ele...- Ryan não terminou de falar porque Esposito que até aquele momento permanecia calado ao canto aproximou-se dele e deu-lhe uma tapa na cabeça.

- Bro! Kate ainda estava um pouco aérea e as conversas que aconteciam a sua frente não eram assimiladas em sua totalidade. Ela tinha um único pedido. Virando-se para o médico com um olhar suplicante, ela falou.  

- Castle... eu quero ver o Castle.

- Querida você não pode vê-lo agora, ele está passando por uma cirurgia delicada. E você precisa descansar, está fraca e no seu estado não é bom, precisa pensar em você e no seu bebê.

- Meu ... o que? – a cabeça latejava. Os olhos arregalaram-se.

- Seu bebê... – ele observou sua reação – a julgar pela forma que está me olhando assustada posso deduzir que você não sabia. Kate, você está grávida de cinco semanas. Parabéns!

- Grávida? Não... eu não... oh, Deus... – e ela começou a chorar – Castle... ele vai ficar bem? O que... o que aconteceu... – ela disse entre lagrimas.

- É difícil dizer mas estamos fazendo o possível para salvá-lo. A batida foi violenta. Um acidente de carro no cruzamento, o outro carro estava bem acima da velocidade e após a batida, o motorista fugiu.

- A NYPD está investigando. Vamos acha-lo Kate – disse Esposito – assim que souberam ser Castle ligaram para nós e Martha confirmou que ele saíra para busca-la no aeroporto. Vamos pegar esse filho da mãe.

- E Martha? Alexis?

- Ela está na sala de espera da recepção. Lanie está com ela. Alexis não sabe ainda. A sra Castle prefere esperar o fim da cirurgia para ter algo mais concreto e avisar a neta. Disse que ela está na Alemanha com o namorado.

- Doutor, quanto tempo de cirurgia?

- Umas cinco horas. Ele estava bem machucado quando deu entrada na emergência, cabeça, membros. Está sendo operado por um neuro. Rapazes, sugiro vocês deixarem Kate descansar. Vou buscar algo para comer e assim que ele sair da cirurgia eu aviso você.

- Promete?

- Sim, prometo – ele fez sinal para a enfermeira entrar com uma sopa. Ryan e Esposito se aproximaram dela e a cumprimentaram cada um ao seu jeito. Ela tentou sorrir mas não conseguia. Parecia estar presa em um pesadelo. Queria acordar. Não podia ser real. A enfermeira colocou uma tigela na frente dela que pouco recebeu atenção de Kate. Ela fitava o vazio. Tentava assimilar tudo o que fora lhe dito nos últimos quinze minutos. Muita informação. Castle. Sentiu os pelos do corpo arrepiar. Ele não podia deixa-la, simplesmente não podia. Ele era o seu porto seguro, seu esteio. Ela limpou o rosto e viu que a enfermeira olhava para ela.

- Você precisa comer querida. Tome sua sopa.

- Eu não quero, estou sem vontade.

- Mas precisa comer. Como você esperar melhorar para cuidar do seu marido e do futuro bebê que cresce nessa barriguinha? Vamos apenas umas colheradas. Por você. Não sairei daqui até vê-la tomar um pouco de alimento.

Kate não teve outra alternativa se não obedecer a enfermeira. Vagarosamente, ela fazia o sacrifício de ingerir a sopa. Quando chegou a um quarto do prato, ela olhou para enfermeira quase implorando para parar. A senhora riu.

- Tudo bem, é suficiente por hora. Mais tarde passo aqui para fazer você comer mais um pouco de outra coisa. Agora descanse – ela recolheu o prato e se afastou na porta voltou-se para Kate que já estava deitada na cama – ah! quase esqueci. Parabéns pelo bebê querida. Saiu.

Parabéns. Aquela palavra nunca tivera um sabor tão amargo para Kate. Ela podia perder o amor de sua vida e as pessoas lhe davam parabéns. Ela levou a mão até o ventre. Grávida. Estava esperando um bebê de Castle. Nosso bebê, pensou. Aquela noticia era para ser a mais esperada e comemorada da vida deles e no entanto ali estava ela deitada numa cama de hospital, Castle numa sala de cirurgia lutando pela vida e tudo o que ela gostaria era abrir seus olhos e se encontrar no quarto deles em Washington ou no loft de Castle com ele ao seu lado. Mas isso era uma ilusão. A realidade do momento era cruel demais.

Kate já tivera sua cota de tragédias na vida. Desde que se casara, sua vida assumira um novo ritmo, ganhara um novo propósito. Estava muito feliz ao lado de Castle. Sentia-se amada, festejada. Tudo corria bem profissionalmente e na sua vida pessoal. Não imaginava passar por outra tempestade. Ela não era boa com crianças, especialmente bebês. Ela os achavam tão frágeis. Temia machuca-los. Talvez essa reação estivesse ligada ao seu instinto protetor. Não foi até segurar o pequeno Patrick em seus braços que sentiu-se pela primeira vez à vontade naquele papel. Tê-lo em seus braços despertou o desejo escondido a tantos anos dentro dela, ser mãe. Ter um filho nunca esteve nos planos de Kate desde que ela perdera a mãe. Família para ela perdera um pouco de sentido. Castle foi quem despertou todos esses sentimentos outra vez. Ensinou-a que todos nós temos direito a uma família e que não necessariamente ela deve ser tradicional. Kate não contara para ele mas imaginava o dia em que estivesse grávida e contaria a ele. Podia imaginar a alegria em seu rosto, a forma como vibraria. Na cena em sua mente, Castle chorava. Ele a abraçaria tão forte e beijaria seu ventre maravilhado, dessa forma começaria sua família com o homem que admirava e amava.

O pensamento trouxe lágrimas aos olhos novamente. Kate não conseguia segurar as emoções. Para ela a ideia de criar um filho sem ele era algo inconcebível. Não estava preparada para isso. Contava com ele para aprender. Castle tinha experiência e qual o propósito de se criar um filho sem pai? Deus! Como isso foi acontecer com eles? Tantas situações perigosas,tiroteios e um acidente de carro provocado por algum irresponsável poderia destruir a vida deles. Ela balbuciou sozinha.

- Por que meu Deus? Castle não merecia isso, eu também não. A ideia de vê-lo morto... – um arrepio percorreu-lhe as espinhas – por favor, Deus! Não me deixe perder mais alguém que amo, eu não conseguiria passar por tudo aquilo novamente. Minha sanidade depende disso. Por favor.... – murmurou uma prece e adormeceu.


Washington DC


O senador Denver estava sentado em seu gabinete olhando a paisagem pela janela. Pensativo. Havia pedido para entrar em contato com ele assim que tivesse notícias. Até agora nem sinal dele. Voltou para sentar-se na sua cadeira. Então o celular dele tocou.

- Alô?

- Está feito. Simples e sem qualquer rastro. Prometo que o FBI e a tal agente sairão da sua vida muito em breve. Pode tocar seus negócios em paz. Tem minha palavra.

- Ótimo! Vou fazer aquela recomendação que prometi na próxima vez que eu falar com o meu sócio. Tenho certeza que ele aprovará. Tudo certo para o carregamento da semana que vem?

- Sim, eu e mais dois supervisionaremos a descarga do navio. Depois distribuiremos para os locais de produção. Quinta já temos entrega programada.

- Qualquer mudança me mantenha informado.

Ao desligar o telefone, o senador sorriu. Agora poderia continuar seus negócios. Afastar o FBI de seu pé era crucial para a continuidade da operação e seu alívio. Finalmente podia falar com seu sócio sem temer alguma retaliação ou desconfiança da parte dele. Mais que isso, podia focar apenas em ganhar dinheiro e na sua carreira política. Se o seu sócio realmente fosse se candidatar à presidência dos Estados Unidos, ele queria a vaga de secretário do Estado, o braço direito dele. A partir de agora nada daria errado.

Pegou novamente o celular e ligou para o sócio.

- Olá! Acabei de falar com o encarregado. Ele confirmou a chegada do carregamento e a venda na próxima quinta. Quer receber sua parcela em dinheiro ou em depósito? Garanto que não há perigo em depositar sua parte. – ele escutou os comentários feitos do outro lado da linha – prometo que é seguro. Não tem ninguém em nossa cola. Certo. Combinado – desligou.

Ele não comentara o que ordenara o encarregado de fazer para o seu sócio. Não havia necessidade de envolve-lo nisso tudo. A única coisa que importava era garantir o dinheiro a ele e o fim da perseguição. Nunca gostara daquela agente. Metida demais, certinha demais. Aquele tipo que adora ser heroína. Justiça acima de tudo. Era irritante. Pelo menos teria com que se preocupar ou se lamuriar daqui pra frente.     
Em outro canto da cidade, Catherine entrava no necrotério para encontrar o legista. Nas mãos trazia um saquinho de evidências contendo alguns fios de cabelo. Assim que se identificou, foi liberada para falar com ele. Pediria urgência nesse exame de DNA mesmo sabendo que teriam que esperar pelo menos quinze dias. Ela queria ter boas noticias para Beckett mas sempre existia a tal da burocracia para atrapalhar um pouco mais seu trabalho. Esperava que McQuinn tivesse mais sorte que ela.   


New York


Ela acordou novamente. Não tinha ideia de quanto tempo dormira. Queria notícias de Castle. Viu um botão próximo a cabeceira da cama e apertou. Dois minutos depois a enfermeira surgiu na frente dela.

- Olá querida. Que bom vê-la acordada, aposto que está com fome. Vou já providenciar uma janta para você bem leve. Alimentação é primordial nessa fase da gravidez.

- Por favor, meu marido, Rick Castle já saiu da cirurgia? Quero saber noticias, falar com o médico.

- Ah, claro. Vou chamar o Dr. Mathews para conversar com você. Sua sogra queria te ver. Posso manda-la entrar?

- Claro.

A enfermeira saiu e quase em seguida Martha entrou no quarto. Kate percebeu os olhos vermelhos. As feições cansadas. Ela se aproximou da cama e apertou a mão de Kate na sua. Beijou-lhe a testa e fitou a nora por alguns instantes antes de falar.

- Katherine... como tudo isso foi acontecer? Quando soube que vocês dois estavam no hospital eu pensei que fosse algum daqueles casos perigosos mas Lanie me contou que você não estava com ele. O que aconteceu, querida?

- Eu não sei ainda. Estou esperando o médico para obter respostas. É muita informação ao mesmo tempo. Eu não sei o que pensar – Martha percebeu a aflição no olhar dela, lutava para não chorar – eu me sinto perdida. Eu preciso dele, Martha. Não posso ter esse bebê sozinha.

- Bebê? Do que está falando?

- O médico não lhe disse?

- O que eu não disse? – o médico interrompeu a conversa das duas. Não era a mesma pessoa que estivera com ela mais cedo. Então, outro médico também entrou na sala. Esse sim era um rosto conhecido e foi logo perguntando.

- Como se sente, Kate?

- Aflita. Não tenho nenhuma noticia de Castle e vocês não contaram nada para Martha?

- Achei melhor você dar a notícia, Kate. Afinal é um assunto de família. Este é o Dr. Mathews, foi ele quem operou seu esposo.
Mas antes do médico conseguir falar, Martha virou-se para Kate.

- Katherine, você está grávida? É isso?

- Sim, acabei de saber.

- Oh, mas isso é uma noticia muito boa, querida. Vou ser avó novamente. Obrigada, Katherine – e abraçou a nora com carinho. De mãos dadas, elas fitaram o médico – então Doutor, o que aconteceu com o meu filho?

- O senhor Castle deu entrada na emergência por volta das três e meia. Estava bastante ensanguentado e desacordado. Os primeiros socorros foram aplicados pelos paramédicos que constataram varias lesões no corpo e um traumatismo na cabeça. Quebrou uma costela e tem vários ferimentos no corpo. A cirurgia foi demorada, cerca de cinco horas. Ele tinha um pequeno coágulo na lateral do cérebro. Teve uma parada cardíaca no meio da cirurgia mas conseguimos reanima-lo. Removi o tumor completamente mas não sei dizer se a parada ou mesmo o coágulo deixou sequelas. Ele está sedado, em coma induzido na UTI.

- Oh meu Deus! – exclamou Martha.

- Podemos vê-lo? – perguntou Kate.

- Hoje não. Ele está sob observação e o caso dele é grave. Preciso monitora-lo constantemente essa noite. Prometo que amanhã você irão vê-lo. – elas se entreolharam temendo o pior, ele percebeu – por favor, não vamos nos precipitar. Não posso garantir nada ainda seja para melhor ou para pior. Recomendo que a senhora vá para casa e quanto a futura mamãe, descanse. Você precisa estar bem. As primeiras 48 horas são críticas para a recuperação dele.

- Tudo bem mas antes me dê um minuto com a minha nora.

- Claro – e os dois saíram do quarto. bastou olhar para ela que Martha foi incapaz de dizer qualquer coisa. Abraçou-a e chorou.

- Eu...não posso...fa-fazer isso sozinha. Preciso dele... é o nosso bebê. não conseguirei sem Castle. Se ele...

- Não diga isso. Você é a pessoa mais forte e determinada que conheço. Quantas vezes lutou e se arriscou por meu filho, minha neta e por você mesma? Katherine, você é uma fortaleza. Esse é o momento que meu filho mais precisará de você. Não sei o que nos aguarda pela frente mas posso lhe garantir que Richard não irá nos deixar. Ele estará conosco quando seu bebê nascer.

- Como você sabe?

- Instinto materno. Algo que você logo aprenderá a entender. Eu quero ver a mulher destemida que conquistou o meu filho desde o primeiro contato. Richard já fez muitas besteiras e escolhas erradas na vida, imaginei que passaria o resto da vida desfilando com mulheres bonitas, modelos, enfim essas garotas sem qualquer objetivo na vida a não ser dinheiro e fama. Sou grata por tê-la ao lado dele. Você fez de Richard um homem ainda melhor, Katherine. Enfrentaremos isso juntas. Ele vai superar isso e nós também.

- Obrigada, Martha. Estava precisando de umas palavras assim. E quanto a Alexis? Como faremos?

- Esperaremos. Quero ter algo concreto para poder conversar com ela. Eu liguei para seu pai. Contei o que aconteceu mas expliquei que você está bem.

- Martha, você não devia ter feito isso. Ele está em Londres num projeto. Não era para preocupa-lo.

- Não, se trata de preocupar ninguém. Como você acha que eu me sentiria se você não me avisasse que Richard estava doente ou sofrera um acidente? Ele é seu pai. Agora ligue pra ele e acalme o coração dele com a noticia que será avó. Ele vai gostar – ela se inclinou e beijou o rosto de Kate – depois que falar com seu pai descanse e se alimente. Até amanhã querida.

- Boa noite, Martha – esperou estar sozinha e pegou o celular. Não podia ligar para o pai pois já era madrugada na Inglaterra. Suspirou e tentou comer a maçã que a enfermeira deixara na cabeceira da cama com um copo de suco e torradas. Algumas mordidas e duas torradas depois, ela foi ao banheiro. Ainda sentia as pernas um pouco fracas, ao voltar para cama adormeceu.

Na manhã seguinte, ela acordou com a enfermeira trazendo a refeição matinal, sucrilhos ao leite e um pedaço de mamão. Dessa vez, Kate tomou toda a tigela e pegou o celular com a intenção de ligar para o pai. No segundo toque, Jim atendeu.

- Katie... filha como você está?

- Estou bem, pai. O problema não é comigo.

- Eu sei, Martha me contou o que aconteceu com Castle e porque você desmaiou? Por que foi parar no hospital? Como ele está?

- Eu desmaiei pelo susto. E-eu não sei como ele está. Ainda não pude vê-lo, pai. Tenho medo que ele não acorde mais. O caso é grave. Não sei dizer como me sinto diante de tudo isso e da notícia que tenho para te dar. Parece que alguém decidiu chacoalhar minha vida e me testar mais uma vez.

- De que notícia você está falando?

- Pai, eu não desmaiei apenas do susto. Eu estou grávida, pai. Você vai ser avô – ela percebeu a agitação na respiração dele do outro lado da linha, podia ouvi-lo sorrindo. Isso acalmou seu coração um pouco.

- Avô? Um bebê! Ah, Katie. Que notícia maravilhosa. Sei que veio numa hora tensa e conturbada mas talvez se já uma forma do universo compensar as coisas. Se sua mãe estivesse aqui certamente seria o que ela diria. Sua mãe ia adorar ter um bebê para mimar. Ela deve estar muito feliz onde quer que esteja.

- Eu lembrei tanto dela ontem à noite, querendo me dizer como criar meu filho ou enchendo a criança de presentes, roupinhas – ela suspirou - ela sempre sabia o que dizer em situações difíceis. Mas pai, não quero que se preocupe. Pode continuar seu projeto ai que eu e Martha vamos cuidar de tudo por aqui. Eu aviso quando tiver notícias de Castle.

- Tudo bem, se cuide. Você tem que olhar por dois. Vou rezar para que vocês tenha paz logo. Ele vai ficar bem, minha filha. Você precisa acreditar nisso. Fique bem filha, qualquer coisa é só ligar. Te amo.

- Também te amo. Desligou o telefone e lutou para segurar as lágrimas. Batidas leves na porta a fizeram mexer-se na cama para descobrir quem era.   

- Bom dia, Kate – disse o Dr. Mathews – vim trazer notícias de Castle e leva-la para vê-lo. Quero que você saiba o que está prestes a ver. Como mencionei ontem, ele sofreu vários ferimentos, seu rosto está inchado e coberto com alguns curativos. O corpo também. O mais importante. Você verá a bandana na cabeça dele devido a operação e muitos tubos pois ele continua sedado. Será uma imagem forte, tem certeza que está pronta para visita-lo?

- Estou. Já vi muitos corpos mortos e dilacerados na minha profissão, acho que posso aguentar o que estou prestes a ver. E quanto aos seus sinais vitais? Suas reações? Alguma melhora? Ele pode acordar se parar de seda-lo? – Kate já se colocou de pé para acompanhar o médico – ele pode não? – o médico aproximou-se dela e olhou-a seriamente.

- Kate, a recuperação de Castle pode não ser tão rápida. É um pouco mais difícil do que imaginávamos. Levei-o para fazer uma tomografia hoje e verifiquei que não houve danos aparentes ao cérebro dele e não há sinais de sequelas ou mesmo de outros coágulos. Mas o acidente foi muito grave e Castle está fraco. Eu não sei dizer quanto tempo ele precisará para acordar por conta própria e nesse meio tempo, eu tenho que mantê-lo com os aparelhos ligados.

- Ele... pode, por muito tempo, ficar numa cama? – o médico percebeu que a notícia a perturbou, não podia culpa-la. Era difícil de lidar com tudo isso.

- Sim, ele pode. Semanas, meses. Isso varia de caso a caso. Depende também do paciente. Desculpe por não poder dar uma resposta concreta a você. Pessoalmente, eu gostaria que ele acordasse logo para curtir o bom momento da vida de vocês, a gravidez. Vamos? – ele acompanhou-a lado a lado até a área da UTI onde ele estava. O médico apontou o caminho para ela. Havia apenas mais uma cama ocupada no outro canto da sala – pode ir em frente. Darei a vocês dois alguma privacidade. Ele saiu e fechou a porta.

Kate respirou fundo e seu olhar foi cair sobre a cama onde ele estava deitado. A imagem era difícil de encarar. Tubos e mais tubos corriam sobre o corpo dele. Ela aproximou-se da cama e o coração apertou. Ele parecia tão frágil, tão vulnerável. Ela quase não reconhecia o rosto tão inchado e vermelho das pancadas. Ela cuidadosamente tomou a mão dele na sua e entrelaçou seus dedos ao dele.

- Castle.... oh, Castle.... como você se meteu nesse acidente? Eu tive tanto medo que você tivesse morrido, tenho tanto medo de perder você. Eu te amo tanto – ela beijou a mão dele e não pode conter a lágrima – hoje era pra ser talvez o dia mais feliz das nossas vidas. Você estaria sorrindo e quando eu dissesse que tinha algo importante para contar, ficaria sério. Aquele seu ar que denota preocupação quando parece desatento. Seu olhar não me enganaria. Então, eu contaria a novidade para você e veria o sorriso aparecer novamente. Um sorriso bobo de menino que eu amo tanto, você me abraçaria e não conteria a sua felicidade. Eu riria do seu jeito bobo e te beijaria apaixonadamente – ela limpou as lágrimas do rosto e tocou no rosto dele. Acariciando-o de leve. Ela daria tudo para ver aqueles olhos azuis brilhantes olhando para ela, suspirou.

- Rick, eu estou grávida. Nós vamos ter um filho. I Love you so much, Castle. Não me deixe, por favor. Você precisa acordar por mim, pelo bebê, por Alexis e sua mãe – ela inclinou-se sobre o peito dele e chorou. Ficou sob a mesma posição por um bom tempo até o momento que uma enfermeira entrou para testar os sinais vitais dele.

- Querida, você deveria voltar ao seu quarto – Kate levantou-se um pouco assustada.

- Eu não percebi que tinha mais alguém aqui.

- Tudo bem, vim examina-lo e limpar os curativos. Você pode ficar ou pode ir comer alguma coisa. Há quanto tempo está aqui?

- Não sei, umas duas horas talvez. Tem algum problema se eu ficar?

- Essa é a unidade intensiva portanto não podemos ter muitas pessoas circulando por aqui. Porque não fazemos assim, você vai se alimentar e quem sabe te deixo ficar mais um pouquinho com ele? – ela notou a pulseira no braço dela que indicava ser paciente do hospital – você está internada também? Querida, não devia estar aqui. Não podemos arriscar de ter nada que cause infecções, contaminações. Melhor você sair daqui.

- Mas eu não estou doente, estou grávida.

- Então mais uma razão para você não estar aqui. Qualquer complicação não fará bem para você querida. Vamos, amanhã você pode voltar a visita-lo.

Um pouco contrariada, Kate soltou a mão de Castle vagarosamente. Beijou-lhe o curativo sobre a testa e sussurrou ao ouvido dele “Eu volto, Cas. I Love you”. Saiu da UTI e voltou para o seu quarto apenas para encontrar a sua enfermeira já esperando com o almoço. Kate não teve outra opção se não se alimentar.

Ao fim da tarde, Martha foi encontra-la. Tinha acabado de ver o filho e a imagem dele inerte naquela cama ainda a pertubava. Estava as duas conversando quando Gina apareceu. Queria noticias dele. Explicou que conseguiu cancelar o evento mas talvez por conta da notícia, os quadrinhos venderam muito mais do que se esperava. Na verdade, ela vinha recebendo feedbacks de várias livrarias querendo encomendar mais livros de Castle.

- Eu sei que é totalmente inapropriado mas pelo menos é uma forma de manter a imprensa longe. Como ele está realmente? Já acordou?

- Não, ele ainda está em coma. Os médicos não conseguem prever quando ele acordará.

- Oh, Deus... eu sinto muito. Uma pessoa como Rick tão cheia de vida não pode acabar assim. Eu vim aqui porque queria falar com as duas. Quero que saibam que podem contar comigo para o que precisarem. Não hesitem em me procurar – elas conversaram mais um pouco e Gina deixou o hospital. Ao final da noite, o médico veio ver Kate a fim de saber se já poderia libera-la do hospital. Após fazer alguns cheques, ele se deu por satisfeito.

- Você terá alta amanhã.

- Doutor, sabe que não adianta me dar alta se não vou sair do hospital. Não deixarei Castle sozinho aqui.

- E quanto ao seu emprego, Katherine? – perguntou Martha.

- Eu tiro uma licença, peço despensa vou dar um jeito. Não posso abandona-lo aqui.

- Pense bem, Katherine. Não tire conclusões precipitadas.

- Eu sou o motivo dele ter sofrido o acidente. Ele estava indo me buscar. Deve ter saído atrasado e por isso aconteceu essa tragédia. É minha culpa.

- Não é culpa de ninguém, Kate. Foi uma fatalidade.

- Olha doutor, eu vou resolver minha vida. A única coisa que peço é que você cuide do meu esposo e faça com que ele se recupere o mais rápido possível.

- Como eu disse para você antes, não desistirei dele. É meu dever como médico, salvar vidas. Amanhã quero que deixe o hospital, vá pra casa. Dedique um tempo a si mesma, faça aquilo que toda mulher gosta de fazer, um bom banho, cremes, cuidar da pele. Relaxe um pouco. Somente então você pode se permitir a tomar uma decisão. Depois, volte para visita-lo. Garanto que se sentirá melhor. Lembre-se que você deve manter a sua energia tem um bebê crescendo aí dentro e seu marido para cuidar.

- Tudo bem.

No dia seguinte, antes de deixar o hospital, ela visitou Castle. Nada mudara e mais uma vez deixou o lugar com o coração apertado. Foi estranho entrar no loft e não dar de cara com ele. O seu falatório, a televisão acesa, o movimento na cozinha. Tudo dava a ela uma aparência de casa fantasma. Tentando fugir dessa sensação, Kate foi direto para o banheiro. Tirou a roupa e fez a imersão na banheira. O corpo todo doía não por doença ou fragilidade, por tensão, stress e preocupação. A imagem de Castle deitado inerte naquela cama de hospital arrasava com seus sentidos, seus sentimentos. Deixava seu coração em frangalhos. Fechou os olhos e procurou esvaziar a mente, um exercicio de ioga que servia para trazer o equilibrio. O silêncio pairava no ar e o único som presente era a respiração profunda e pesada dela. A dor lembrava uma série de agulhas pinicando em seus ombros e Kate cedeu deixando o choro domina-la.

Ficou deitada na banheira por um longo tempo. Precisava repensar toda a sua vida de agora em diante, por um periodo de tempo que ainda era indeterminado, ela teria que fazer concessões. Sua prioridade era Castle. Nada de casos, trabalho ou ela. Toda a sua atenção seria voltada para ele nesse momento. Não voltaria a Washington, não até ter a conclusão do que aconteceria com Castle. Teria que falar com seu superior. Pelo menos por uma semana ela teria que se afastar do FBI para acompanhar o que acontecia no hospital. Telefonaria amanhã para ele. Toda essa mistura de emoções e sentimentos, fez Kate esquecer da mais nova descoberta de sua vida. Uma gravidez. Em meio ao turbilhão, ela não podia deixar de pensar que o bebê que carregava dentro de si fora concebido por ela e Castle provavelmente em uma noite de prazer, era fruto do amor dos dois. Eram muitas preocupações, interrogações e incertezas. Dar o próximo passo para ela era uma decisão muito difícil de se tomar.

Saiu do banho, secou o cabelo e após colocar o pijama, ela se jogou na cama exausta.

No dia seguinte, Kate ligou cedo para o seu superior e explicou a situação para ele pedindo a semana de licença para cuidar das coisas em New York e ver quais seriam seus próximos passos. Ele consentiu e estendeu sua solidariedade a ela desejando que tudo se resolva o quanto antes. Ela não disse nada sobre a gravidez mas fez questão de avisa-lo que McQuinn e Catherine estavam trabalhando com afinco para comprovar algumas evidências sérias que poderiam ser usadas como prova do envolvimento de alguëm do alto escalão de Washington. Villante disse que falaria diretamente com eles.

Ela se arrumou e saiu novamente para o hospital. Infelizmente, nada mudara. Castle não acordara e continuava em coma induzido. Ela não saiu do lado dele. Essa foi a rotina de Kate durante toda a semana. Martha também passou muito tempo no hospital com ela. As duas decidiram que esperariam uma nova reação e conversa com o médico para então comunicarem a Alexis. Não queriam preocupar a menina fazendo-a sair voando de volta para casa sem ter uma resposta concreta.

Ao fim da semana, Esposito e Ryan vieram fazer uma visita a ela e Castle. Trouxeram com eles a Capitã. Aquilo de certa forma surpreendeu Kate. Nos últimos dias, ela ficou matutando sobre o acidente de Castle. Ela queria saber o que acontecera. Chamou Ryan e Esposito em um canto enquanto Gates ficara conversando com Martha.

- Eu preciso que façam uma coisa para mim. Quero saber quem atingiu a Ferrari de Castle. Esse foi um caso clássico de “hit and run” até onde eu sei, o fato é que eu não sei ao certo como tudo aconteceu. Provavelmente, o caso deve estar esquecido. Sei que não é um homicidio mas será que vocês não poderiam checar?

- Beckett gostariamos de saber tanto quanto você mas não é nossa jurisdição. Tudo o que soubemos foi que um carro, uma van na verdade atingiu Castle e ao reconheceram o escritor ligaram para nós porque sabem que ele trabalhava no distrito. Foi apenas isso.

- O máximo que poderiamos fazer é tentar checar com o pessoal da polícia de transito ou entrar em contato com aqueles que nos comunicaram o acidente – sugeriu Ryan.

- É melhor que nada – disse Kate. Gates saiu do quarto e veio até ela.

- Como você está Kate? – perguntou Gates e percebeu ela morder os lábios sem saber o que responder. Gates virou-se para os rapazes – vocês poderiam me dar licença? Quero trocar uma palavrinha com Kate.

- Claro – os dois responderam quase ao mesmo tempo. Ao ver que eles se distanciaram, Gates voltou a falar.

- Eu sinto muito, Kate. Nem consigo imaginar o que você está sentindo. Aconteceu tudo tão rapidamente. E não vê-lo reagir deve te deixar ainda mais aflita. Eu quis vir aqui para dar meu apoio a você. Apesar de não ser mais minha funcionária, eu me sinto responsável por você e a admiro. Além disso, o Sr. Castle trabalhou vários anos com o meu time e devo dizer que apesar de algumas bobagens e um comportamento questionável, ele se tornou parte do time e alguém que realmente contribuiu para nossas investigações, mas não diga a ele que falei isso. Serviria apenas para inflar ainda mais aquele ego que só falta explodir.

- Obrigada senhora e fique tranquila, não direi nada a ele – Kate calou-se por uns segundos e resolveu seguir seus instintos – Senhora, diante do que me disse eu gostaria de pedir um favor.

- O que seria?

- Eu sei que não se trata de um homicídio e também não sou mais sua funcionária... eu apenas gostaria de ter uma resposta, de saber quem fez isso com ele e porque fugiu. Seria muito pedir para a senhora liberar Ryan e Esposito para checar isso com o pessoal da polícia de transito?

- Claro que não, você tem esse direito e mesmo no FBI, Kate Beckett ainda é uma das nossas. Você tem alguma desconfiança?

- Não sei ao certo. Quero poder acreditar que não há nada por trás e isso é apenas uma fatalidade, uma obra do destino sei lá... obrigada Capitã, significa muito para mim.

- Ótimo! Vou conversar com eles. Caso encontrem alguma coisa peço para falarem diretamente com você. Não se preocupe com isso agora, Kate. Foque em cuidar de Castle.

- Obrigada novamente, senhora – Gates sorriu para ela. Despedindo-se dos rapazes, ela voltou ao quarto onde Martha estava sentada ao lado da cama, velando o sono do filho. Ao vê-la pensativa olhando para ele, Kate se aproximou e colocou a mão no ombro em sinal de conforto.

- Ele é um guerreiro, Martha. Castle vai sair dessa. Ele lutou muito para conseguir tudo o que conquistou até hoje. Comprou uma briga que não era dele, uma que colocou sua vida em risco tantas vezes. Fez isso por mim. As vezes me pergunto como ele não se cansou de me esperar, de acreditar. Talvez pelo mesmo motivo que eu sempre alimentei a vontade, a esperança e o desejo de ficar com ele, ama-lo como ele merecia ser amado. Por quanto tempo adiamos o momento, ele me respeitou, me deixou estar preparada, de coração aberto para recebe-lo, sem muros, sem barreiras.

- Ele não se cansou porque era amor verdadeiro, Katherine. Você se arrepende? De ter esperado?

- Não. Acredito que tudo aconteceu como deveria. No momento certo, eu acordei. Não faria nada diferente.

- Eu vi a transformação que você realizou no meu filho mesmo não estando namorando ainda. Você o fez feliz como nunca ninguém fez. Tenho certeza que você continuará fazendo-o muito feliz com o bebê que estar por vir formarão uma bela família e envelhecerão juntos. Eu sei.

- Você sabe que eu faria qualquer coisa pelo seu filho não Martha? Qualquer coisa. Daria minha vida por ele.

- Eu sei. Ele faria o mesmo.

O médico entrou no quarto para verificar como ele estava. Ao ver as duas cumprimentou-as. Depois de examinar seu paciente, ele anotou algumas coisas no prontuário e checou outras. Kate olhava os movimentos atenta, procurando algum indício de problema ou de melhoria. Quando tornou a colocar o prontuário no lugar, Kate automaticamente fez a pergunta.

- Como ele está, doutor?

- Sinais vitais estáveis. Nada que indique uma melhoria significativa.

- Mas ainda precisa dos aparelhos?

- Por precausão os aparelhos ajudam numa recuperação mais rápida. Vou observar as reações dele neste fim de semana e conforme for o comportamento dele, eu farei uma tentativa de tira-lo dos aparelhos na segunda.

- E qual a sua expectativa? – perguntou Martha.

- Não posso dizer ao certo. Em casos como esses, pode se dizer que o tempo é uma loteria. Qualquer período que eu informe a vocês será mera suposição. Temos que esperar, infelizmente.

- Obrigada – Kate pediu licença para o médico e saiu do quarto. Diante do que ela escutara dele, sabia que tinha uma decisão a tomar. Na verdade, não era uma decisão. Ela precisava comunicar a seu chefe em Washington que não voltaria ao trabalho por tempo indeterminado. Provavelmente não agradaria nem um pouco mas ela não voltaria para DC sem ele. Não poderia continuar trabalhando como se nada tivesse acontecido enquanto Castle estava deitado sozinho numa cama de hospital. Não. Sua volta a Washington seria apenas para pegar algumas coisas suas e dele. Voltaria a morar no loft.

Era fim da tarde de sexta quando Kate pegou o celular e discou o número do seu superior. Estava nervosa pela notícia que daria a ele, por não saber a sua reação. No quarto toque ele atendeu. Ela o cumprimentou e educadamente ele perguntou pelo marido dela. E foi assim que ela começou a contar o motivo do telefonema. Após explicar a situação para o seu chefe com o máximo de detalhes possíveis, Beckett pediu sua licença prêmio de seis meses. Não tinha outra alternativa e se desculpou com ele mas não poderia voltar para o bureau nessa condição. Para ele foi inicialmente um choque. Não contava em perder mesmo que por um tempo determinado uma de suas melhores agentes, todavia era direito dela usar sua licença nessa situação e sabia que se dissesse não, ele poderia ter uma pessoa trabalhando por trabalhar e sem render quase nada ou pior, ela poderia pedir demissão. Não havia outra alternativa se não conceder a licença. Respondeu positivamente para ela e disse que ia entrar com a papelada no departamento de recursos humanos. Ela agradeceu. 
Ao desligar o telefone, Kate suspirou encostando-se na parede do corredor.

Na manhã de sábado, ela comunicou a Martha que ia a Washington buscar algumas coisas e retornava a noite para New York. Quanto menos tempo passasse naquele apartamento melhor. Logo após abrir a porta, Kate seguiu direto para o quarto. A cama ainda estava exatamente como ela deixara. Não poderia ser diferente já que ninguém estivera ali depois dela. Sentou-se na cama do lado que ele dormia. Acariciou os lençóis com a palma da mão, fez a mesma coisa com o travesseiro e o levou até o nariz. Inalou. O cheiro dele ainda estava lá. O suor masculino e o perfume. Ela agarrou o objeto sem tira-lo do seu rosto e deitou na cama. Ficou um bom tempo ali, deitada tentando tornar aquele momento real. Engoliu em seco e finalmente se levantou da cama para arrumar o que precisaria levar para New York.

Duas horas depois, tudo o que precisaria estava na mala. Ela foi até o escritório onde ele escrevia. Ao entrar ali, sentiu um aperto no coração. Aquele era o espaço dele, o mundo de criação e fantasia de Castle. Seu território. Ela avançou até a mesa e avaliou o que ele deixara para trás. Haviam algumas fotos da investigação, um pendrive e um bloco de notas todo rabiscado de ideias. Ela juntou tudo e colocou dentro de uma pasta transparente que achara na primeira gaveta. Sobre a mesa, um porta-retrato grande com a foto dos dois sorrindo. Ela lembrava daquela foto. Fora tirada na primeira visita de Castle a DC, dentro do museu Smithsonian. Ele estava tão feliz! Parecia um menino em um parque de diversões. Sorriu ao fitar a foto e lembrar do momento. Carregou consigo o porta-retrato.

Desligou os aparelhos eletrônicos e se certificou que nada apresentava perigo ali. Afinal o lugar ficaria fechado por um bom tempo. Com um único suspiro, ela passou os olhos por todo o espaço. Foram felizes ali. Muito felizes. Kate sabia que o bebê que esperava fora concebido ali. Um dia, ela esperava voltar com ele para aquele lugar e mostrar ao filho ou filha deles que esse era o lar dos Castle. Mordendo os lábios para conter o choro, ela fechou a porta.

De volta a New York, cansada, apenas jogou as coisas no closet do quarto. Deitou-se na cama e dormiu imediatamente. No dia seguinte, após passar o dia no hospital, ela jantava com Martha no loft. Elas não conversavam e Kate por um momento apenas brincava com a comida no prato, pensativa. A sogra notou e a preocupação a invadiu.

- Katherine querida, se está sem fome tudo bem. Pode deixar a mesa mas não brinque com a comida – ela percebeu um pequeno sorriso no canto dos lábios em resposta – você está pensativa. O que houve? O que está se passando nessa cabecinha?

- Estava pensando em como tudo isso começou, esse acidente. Castle não é uma pessoa descuidada no transito. E mesmo sabendo que disse a ele para não demorar, eu sei que não estava correndo. A culpa desse acidente não foi dele. Então como pode ser tão brutal a ponto de deixa-lo inconsciente e em coma?  

- Ah querida... eu gostaria de poder responder mas tudo o que sei foi que após o acidente ligaram para o seu antigo distrito e o rapaz veio a minha porta dizendo que meu filho havia sofrido um acidente de carro e fora levado ao hospital. O único detalhe que eu me lembro foi ele mencionar que fora atingido por uma van. Nada mais.

- Tudo bem, espero que Ryan e Esposito encontrem uma explicação para tudo isso.

Na segunda ao chegar ao hospital, Kate se encontrou com o médico e acompanhou-o a unidade de terapia intensiva. Primeiramente, ele observou os sinais vitais dele e checou os monitores. Continuava estável. Com a ajuda de uma enfermeira, eles começaram a retirar os tubos devagar e ver como ele reagia. Nos primeiros movimentos, tudo parecia correr bem mas então ao desconectar o monitor cardíaco, o pulso dele caiu junto com a pressão. Kate arregalou os olhos não acreditando na cena que via, ela implorou.

- Nãooo, por favor... ponha de novo...por favor – ela virou-se de costas não suportando olhar aquela cena. O médico trabalhava rapidamente para restabelecer o quadro anterior do paciente. Ela o viu falar para a enfermeira se afastar e usou o desfribilador. Ao ouvir o barulho, ela gritou por ele – nãooo, Castle... Rick... reage! E caiu no choro.

Felizmente, o batimento foi recuperado com a reconexão do monitor cardíaco. Quando o médico virou-se para encara-la, encontrou Kate encostada na parede sentada ao chão e agarrada aos seus joelhos. Ele foi até ela. Agachou-se e tocou seu braço para conforta-la.

- Kate, está tudo bem agora. Ele está bem, respirando pelos aparelhos mas bem. Desculpe. Pensei que ele estivesse pronto para se livrar dos aparelhos, como disse é algo imprevisível. Desculpe tê-la assustado dessa maneira. Venha, me dê a mão – ele ajudou-a a se levantar – venha ver com seus próprios olhos. Castle está novamente estável – ela se viu olhando para o homem inerte deitado naquela cama, o rosto marcado pelas lágrimas, o coração pulando loucamente no peito pelo simples indício da possivel perda. Ela não estava preparada para enfrentar uma vida sem ele. Não podia. Cautelosamente como se um movimento brusco o fosse afasta-lo de si, ela se aproximou da cama. Os dedos longos e frios devido ao susto tocaram a pele quente das mãos dele. Kate fazia pequenos circulos nela. O médico fez sinal para a enfermeira e saíram.

Ela inclinou-se um pouco mais para perto dele. Dessa vez tocou-lhe o rosto. Aproximou-se do ouvido de Castle e sussurrou.

- Você prometeu que estaria sempre ao meu lado. Nunca, nunca pense em partir. I love you, Rick. Always.

Beijou a testa dele e por um longo tempo permaneceu apenas ao seu lado, olhando-o.

XXXXXXXX    

Na quinta-feira da semana seguinte, Ryan liga para ela.

- Hey, Beckett! Como vão as coisas?

- Na mesma.

- Sinto em saber. Mas aposto que ele vai sair dessa e voltar a nos encher de teorias malucas. Eu tenho novidades. Chequei com o departamento de transito e havia câmeras ativas no momento do acidente. A boa notícia é que conseguimos ver qual o carro que bateu nele. Uma van azul marinho. A má notícia é que não há placa nela e nada que possa nos dar um registro nos computadores a fim de descobrir quem é seu dono.

- Então, isso é o mesmo que voltar à estaca zero.

- Não exatamente. No vídeo que examinamos da câmera, havia uma testemunha. Uma moça. Ela estava numa das mesas externas da cafeteria da esquina antes da batida e ainda permaneceu lá até a retirada de Castle para a ambulância. Ela parecia chocada. Talvez tenha algo a nos dizer. O vídeo está com a técnica de informática. Ela está tentando melhorar a imagem para conseguirmos identificar a moça. Assim que descobrirmos eu ligo para você.

- Obrigada Ryan... é possivel mesmo ver a cena, do acidente?

- É sim, mas não aconselho você ver esse video. É chocante demais. Na verdade, eu te peço que não veja. Ah! Eu quase esqueci. Jenny quer visita-la e levar o Patrick. Ela quer ver Castle mas não sei se devemos leva-lo ao hospital.

- Eu adoraria vê-lo, aos dois. Por que não pede para ela vir ao loft e outro dia você a leva para ver Castle. Diga para ela vir no domingo.

- Tudo bem. Qualquer novidade te aviso. Vamos descobrir quem fez isso, Beckett. Prometo.

No domingo, os Ryans foram visita-la. Kate foi capaz de matar a saudade do pequeno Patrick e mima-lo um pouco. Claro que ela perguntou a ele se havia encontrado algo mais e a resposta foi negativa. Em um dado momento, elas ficaram sozinhas com o bebê enquanto Ryan foi até a cozinha preparar uma mamadeira para o bebê. Foi então que Jenny tocou no assunto que mais queria conversar com Kate. Sobre o bebê que estava esperando.

- Kate, eu sei que você está vivendo um momento crítico e todas as suas atenções estão voltadas para Castle mas como mãe eu preciso te dar um conselho. Não deixe de cuidar desse serzinho que está aí dentro, crescendo. Ele precisa tanto do seu amor como Castle. Talvez mais que ele, bebês são sensitivos. Cuide bem dele. É a prova viva do amor de vocês. E quando precisar de ajuda não deixe de me procurar.

- Obrigada, Jenny.

Quase uma semana se passou e nenhuma noticia de evolução da investigação do acidente. Em compensação, ela recebera uma ligação de Catherine querendo saber notícias e para atualiza-la apesar do afastamento dela de Washington. Catherine contou que estavam montando um dossiê completo do senador Denver. Ela e McQuinn conseguiram achar muitas ligações do filho e dele mesmo com o amigo de Sean, Damien. Estavam trabalhando sozinhos porque se alguém desconfiasse que estão muito próximos de desmascarar o senador, tudo podia ir por água abaixo. Confirmou que novos carregamentos continuavam chegando e com o novo programa que McQuinn conseguira, estava melhor para seguir o rastro do dinheiro. Beckett parabenizou a ela e pediu para transmitir o mesmo ao técnico de informática. De repente, teve uma ideia. Pediu a Catherine para avisar a McQuinn que alguém da polícia de New York entraria em contato com ele.
Assim que desligou o telefone, ligou para Ryan.

- Oi, Ryan!

- Hey, Kate. Se está ligando para saber novidades, infelizmente não as tenho. Sei que não é o que você gostaria de ouvir mas...

- Não, Ryan. Eu não estou cobrando nada. É que me lembrei de alguém que pode nos ajudar a achar a testemunha do vídeo. Ele trabalha comigo em DC, McQuinn. Ele é um às da informática, pelo menos nunca me deixou na mão. Anota aí o telefone dele – ela recitou os números – tudo certo? Avisei que você ia ligar.

- Tudo bem, acho que qualquer ajuda é bem-vinda. Alguma mudança em relação a Castle?

- Não, está na mesma.

- Força, Kate! E desligou.


Cinco meses antes...


Kate estava novamente no hospital. Dessa vez porém, não estava no quarto de Castle. Ela tinha uma consulta com sua ginecologista. Èra sua primeira desde que descobrira estar grávida. Preferiu vir sozinha. Enquanto esperava na antesala da ala da maternidade onde sua médica atendia, ela observava as pessoas ao seu redor. Cada uma mais grávida que a outra, em estágios diferentes de gravidez. As mais avançadas estavam acompanhadas dos supostos maridos ou namorados. Na verdade, as únicas pessoas sozinhas naquela sala eram ela e uma outra moça que estava ali apenas para um preventivo, ela já perguntara.

Sentia-se estranha. Nunca imaginara vir sozinha a um consultório estando grávida. Estava nervosa. Remexia na sua aliança constantemente, sinal claro de ansiedade. Ao ouvir a assistente chamar seu nome, ela travou. Respirando fundo, ela conseguiu levantar-se e caminhar até o consultório. A médica ao vê-la abriu um sorriso. Kate havia contado para a médica o que acontecera e certamente seu sorriso queria expressar uma compaixão, talvez mesmo pena pela situação que ela se encontrava mas Kate não queria nada disso. Não tinha intenção alguma de fazer os outros a olharem de maneira diferente. Ela seria mãe e seu bebê tem um pai, um homem maravilhoso que terá o maior orgulho de segura-lo nos braços. Era assim que ela teria que encarar os meses que estavam por vir até que Castle pudesse se juntar a ela nesse momento deles.

Os exames preliminares mostraram que estava tudo bem com ela e a gravidez. Recomendou cuidado na alimentação e passou algumas vitaminas a ela. Por fim, pediu que ela se dirigisse a outra sala para fazer o ultrasom. Esfregou a barriga dela onde depositara o gel e as primeiras imagens apareceram. Ela descrevia o que Kate estava vendo. Tudo estava bem com o bebê agora com quase doze semanas. A médica percebeu que a emoção começava a tomar conta dela. Conhecia Kate Beckett para saber que ela era uma mulher forte e não costumava desabar na frente de ninguém, sendo assim, ela deu a sua paciente algum espaço.

Kate olhava para a tela do monitor com a imagem do feto. Não, com a foto de seu bebê, seu e de Castle. Crescia dentro dela e tinha as características dos dois. Ela queria que tivesse os olhos dele. aquele azul hipnotizante e sincero. Ele certamente diria que gostaria que a criança tivesse o nariz dela e a boca, mas podia ver ele dizendo que não se importaria que fosse uma cópia dela, até no gênio. Ao perceber isso, ela deixou uma lágrima escapar. A realidade do momento a atingiu como um raio. Aquele que era para ser um momento de alegria e risos, transformara-se em um momento solitário. Levou a mão ao rosto e afastou as lágrimas. Ela ainda iria rir muito com Castle e juntos iam formar uma linda família. Ela precisava se apegar em algo para continuar acreditando.

Deixou o consultório com a foto da ultrasom nas mãos e foi direto ao quarto dele. Finalmente eles tinham uma certa privacidade, ele havia sido transferido para um quarto individual. Ela entrou de mansinho, sem fazer barulho. Não que precisasse. Sentou-se na poltrona ao lado da cama e ficou por alguns instantes fitando-o. Trazia nas mãos a imagem do ultrasom. Olhando para a suposta primeira foto do seu bebê, ela acariciava o papel com a ponta dos polegares. Engoliu em seco antes de começar a conversar com ele. Afinal, ela viera até ali para contar como foi seu dia, sua primeira ultrasom, a experiência de fazer isso sem ele ao seu lado.

- Hey, babe... sou eu de novo. Quero te contar algo importante, falar sobre a nova fase da nossa vida. Hoje fiz meu primeiro ultrasom, Castle. Foi estranho estar sozinha naquele lugar, bem diferente do que eu imaginara ser a nossa primeira vez. Confesso que no momento que a doutora mostrou o nosso bebê eu olhei para o lado te procurando e você não estava lá. Não estou culpando-o, por favor, nunca faria isso. Mas eu sei o quanto você queria ter um bebê comigo e ele agora está aqui e você não pode aproveitar momentos preciosos comigo – ela limpou uma lágrima teimosa – sabe, durante a consulta pensei que adoraria que nosso bebê tivesse seus olhos. Percebe que o chamo de bebê? Não sei qual será o sexo da criança e aqui eu prometo, não vou querer saber sozinha. Esperarei por você para descobrirmos juntos – ela colocou a foto da ultrasom por baixo da mão dele – pode sentir? Essa é a imagem da nossa criança. Promete que você acordará para vê-la nascer?

O silêncio era incomodo no quarto. Kate exercitava um monólogo. Aproximou-se um pouco mais da cama e entrelaçou seus dedos aos dele. Beijou-lhe o rosto e deixou a cabeça pender sobre o peito dele.

- Eu sinto tanto sua falta, Cas.... será que você consegue me ouvir quando converso com você? Será que reconhece minha voz? Não quero que me esqueça, Castle. Estarei aqui todos os dias para ter certeza de que isso não aconteça e um dia espero estar contando algo sem importância e de repente ouvir sua voz rouca dizendo que preferia ouvir histórias de zumbis. Esse será o dia mais feliz da minha vida, babe. Te ver sorrindo e fazendo alguma piada idiota comigo. Gostaria de saber se esse dia está próximo de acontecer – ela se levantou e desatou os dedos levando-o ao rosto dele. Beijou-lhe a testa e ficou esperando uma reação qualquer, sabia ser loucura a essa altura mas tinha esperança.

Quando nada aconteceu, ela esboçou um sorriso triste.

- Eu tenho que ir. Como um autor de best-seller me ensinou um dia, eu me despeço. Até amanhã, babe. Que amanhã seja mais promissor que hoje.

Ela caminhou até a porta e suspirou. Antes de deixar o quarto, sussurrou.


- I love you, Rick... – e a porta se fechou atrás dela. 


Continua.......

8 comentários:

cleotavares disse...

Sério? Como você acaba o capítulo assim. Desse jeito eu choro. Ansiosa para o próximo.

Pathy Cardoso disse...

Quando o cap. 9 terminou eu disse pra mim mesma.. o q vou fazer pra esperar até o próximo? OMG! Nesse cap. ñ foi diferente, melhor, foi bem pior q o anterior claro.. um nervoso, uma aflição.. Ver Kate sofrendo gravida, ñ tem como ñ sofre junto com ela.. OMG Castle em coma.. Eu aquii comendo cada linha desse capitulo e esperando chegar uma hora que Kate chega no quarto e ele ta acordando ou no meio de uma conversa dela, ele abra os olhos.. Me pergunto mais uma vez o q faço até o próximo cap.? rsrsrs Estou acompanhando as duas fics estão a dia cada sensacionais.. E obrigada lá pela mensagem que você mandou para nós leitores.. Thanks! Vc é 1000! Fique tranquila eu entendo e sei o q é correria, o tempo é curto.. Bjos.. Mais ainda assim ñ demora tantoo kkkkkkkkkkk

Cacau disse...

Meu Deus!! Tô com a voz embargada depois de ler tudo isso, concordo com a cleo, como você termina um capitulo assim?! Quer me matar do coração, preciso do proximo capitulo!!
aaah!! E antes que eu me esqueça adorooooo as suas historias, estão cada vez melhores. Parabéns, mas pelo amor de Deus acorda logo o Castle...
bjoks

Unknown disse...

Quanta tristezaaaa, fiquei arrasada com esse capítulo!!! :(
Castle tem q acordar logo p aproveitar esses momentos únicos da gravidez junto com sua amada!!

Ansiosa pelo próximo c ele acordando!! :)

Unknown disse...

nossa me senti dentro do episódio, muito lindo Castle e a Beckett aumentando a família, acorda logo ele...vc escreve muitoooo bem parabéns!!!Ansiosa pelo próximo capitulo

Debora leal disse...

onde aperta pra curtir? kkkk Pathy Cardoso vc disse tudo tbm me senti assim talvez ate mais pq imagino quando a alexis souber tenho medo que ela grite com kate falando coisas e deixar a kate mais triste ainda e depois ela tenta pedir desculpas e as dar apoio a kate pq é isso que ela merece e quanto a castle Karen nao demora de acordar ele Kate precisa dele não tortura tanto ela bem aguardo o próximo cap já disse uma vez mas nao custa reforçar amo suas fic vc escreve muito bem a cada semana espero um cap novo e toda vez me surprieendo não foi diferente nesse parabens

Unknown disse...

Nossa ... Chegou a dar um nó na garganta ... Já estou ansiosa pelo próximo capítulo ... Parabéns ...

Unknown disse...

OMG!!!!!!!
O CASTLE NÃO!!!!!
A KATIE GRÁVIDA!!!!!
Ele tem que ficar bem logo porfavozinho,não.aguento ve-la sofre desse jeito quando.ela descobrir quem.esta por tras,tenho pena do infeliz,mentira não tenho não U.u
Quando desligaram o aparelho e tudo aconteceu,vontade de te bater não faltou e com Katie no.chão abalada.
Ei cadê o amor ao proximo????Isso não se faz Ká,ela indo ao.medico sozinha,é desse jeito que vc quer que suas leitoras fiquem vivas até o fim?!Binks!!!
Preciso do proximo cap.