quarta-feira, 26 de julho de 2017

[Castle Fic] Vendetta - Cap.6


Nota da Autora: E no dia do escritor, quem ganha presente é vocês! Um pouco atrasado, mas vale. Quero agradecer os comentários que recebi e lembrar mais uma vez que o ponto principal dessa fic é angst psicológico (não disse que não haverá nada fisico...). Também volto a falar de um outro momento, uma cronologia diferente de Caskett ja que essa historia tem uma conexão com outra. Sim, estou falando de ONO. Para quem não leu, sugiro dar uma olhada porque as interações não param por ai. Enjoy! 


Cap.6   

— Certo, sou toda ouvidos. 
— Logan foi o meu primeiro grande caso como detetive. Meu primeiro serial killer. Eu não era a investigadora principal, nem poderia ser. Fazia poucos meses que recebera a patente. Montgomery me colocou no caso porque queria olhos frescos. Foi difícil ver mulheres mutiladas e sem justiça. Eu encontrei a evidência que o levou para o tribunal. Por teimosia mesmo, voltei a uma das cenas do crime sozinha, revi as provas. Eu já havia encontrado o cílio entre o anel e o dedo da última vítima, acabei encontrando outro item que ajudou os peritos no DNA. Claro que ele soube que fora eu a responsável. Quando recebeu o veredito, ele jurou vingança. Nunca esqueci a forma que aqueles olhos frios me fitavam - Beckett sentiu um arrepio na espinha - ele não é um criminoso qualquer. Inteligente, astuto. A verdade é que depois do que passamos com Tyson, não sei se estou preparada para lidar com outro serial killer.  
— Tyson? Jerry Tyson? Você que o pegou? Quer dizer, acabou com ele.  
— Sim. Eu e Castle. Éramos nós ou eles. Não tivemos escolha.  
— Eu estava fora do país quando aconteceu. Soube do ocorrido na volta, porém sem detalhes.  
— Não foi nada fácil.  
— Nunca é, Kate. Serial Killers são indivíduos com percepções do mundo e personalidades completamente fora da nossa aceitação. Eles nos desafiam, nos fazem duvidar da humanidade. Chamamos a maioria de monstros porque não conseguimos exatamente identificar esse componente de sentimento e compaixão humana. Agora me fale de Logan. Por que agora? Doze anos depois? Será que você não está exagerando? Vendo algo que apenas sua mente quer? Projetando cenários e mexendo com seu inconsciente?  
— Jordan, não tente dar uma de psicóloga para cima de mim. Você sabe que isso não é brincadeira. Está aqui porque concorda comigo.  
— Tudo bem. E qual é seu receio nisso tudo?  
— Temo que ele use Castle para se vingar, que o tire de mim da mesma forma que eu o privei de sua suposta “arte”. Ele matou a noiva porque ela, na sua mente doentia, o traiu. Castle representa a noiva dele para mim. Acho que é assim que ele vai me atingir.  
— Eu não sei. Eu comecei a estudar o caso. Ainda não montei o perfil. Pelo pouco que já vi, ele tem um público alvo de vitimas. Mulheres. Por que quebraria o seu M.O.? 
— Vingança. Ele quer acabar comigo, me desmoralizar. Que melhor maneira do que destruindo o que eu amo? 
— Você nunca disse isso para mim antes. Que me via como vitima. 
— Eu sei, babe. Eu mesma não queria aceitar a realidade, mas estou sendo direta com Jordan como ela pediu. 
— Isso mesmo, não quero que me esconda nada. Sua apreensão e suspeita tem fundamento, eu diria que pode ser um dos ângulos a explorar, não o único. E o que sabemos sobre o cúmplice? A pessoa que claramente está imitando Logan, possivelmente a mesma pessoa que fez a denúncia para a mídia?  
— Não muito, Ryan está tentando usar os laboratórios do FBI para identifica-lo através de uma imagem.  
— Quando Beckett trabalhou a primeira vez com Logan, ninguém pediu um perfil psicológico dele. É por isso que está aqui - disse Castle.  
— Tem mais uma coisa. Eu não dividi essa teoria com os meus detetives, muito menos a ameaça de vingança. Pretendo continuar assim por enquanto. Pelo menos até identificarmos quem está ajudando Logan.  
— Tem ideia de quem seja? Algo além da foto?  
— Não. Suspeito que seja alguém que tenha contato com ele por algum tempo. Devia visita-lo constantemente na prisão. Por isso quero o acesso a Sing Sing. Espero tê-lo ainda hoje - nesse instante o celular dela toca, o comandante - terei que atender. Podem me dar licença? - ela deixa sua própria sala indo para um outro ambiente da delegacia. A sós com Castle, Jordan tem a chance de ouvir a opinião do parceiro da capitã, afinal ele a conhecia como ninguém.  
— Certo, Castle. Agora que estamos apenas eu e você aqui quero saber sua opinião. Concorda com a teoria da sua esposa ou tem uma própria?  
— Você acha que eu penso diferente? Não realmente. Desde o início vi que o caso mexeu com Beckett. Ficou claro para mim que Logan a vê como uma inimiga, a recíproca é verdadeira. 
— Castle, o que eu disse para Beckett se aplica também a você. Sem mentiras. 
— Não é mentira. Acredito que seja uma questão de vingança e temo que por tudo que passamos com Tyson, ela se deixe envolver demais e acabe não pensando racionalmente. 
— Essa não é a Beckett que eu conheço. Para mim é difícil imagina-la assim. Ela é uma pessoa racional, Castle. Vai atrás das evidências, analisa, por isso chegou até onde está. Não estou dizendo que ela não sinta medo, claro que sim. Nós dois sabemos disso. Contudo, ela é uma das pessoas mais determinadas, teimosas e justas que já conheci durante a minha vida profissional e já conheci muitos agentes e policiais. Eles não tem metade da coragem, do caráter e do senso de justiça da sua esposa - as palavras de Jordan elogiando sua musa e amada, fizeram o escritor se abrir. 
— Eu sei que ela é tudo isso, não nego. Mas Jordan, ela teve pesadelos - ele fitou a mulher a sua frente. Tinha que ser honesto - Tudo bem. Eu tenho outra teoria e não dividi com Beckett, eu temo que saber o que penso possa influenciar seu pensamento e suas ações. E-eu… Deus! isso é difícil. Eu entendo a vingança, mas acredito que ele não virá atras de mim. Ele escolherá se vingar dela transformando-a em uma de suas vitimas, é ela quem corre perigo na minha opinião. 
— Os dois pontos são válidos e possíveis. Não posso concordar com um ou outro porque preciso terminar minha análise de Logan e estaria subestimando o papel do cúmplice nesse caso. Ele também tem um objetivo importante. Um serial killer como Logan não dividiria seus conhecimentos, sua “arte” como ele mesmo denomina seu jeito de matar para um terceiro se não tivesse um plano claro, uma razão. Esses são os dois pontos que devemos nos concentrar: o perfil dele e o objetivo do cúmplice. 
— Melhor você acrescentar mais um. O comandante está uma fera com o boletim da mídia.  Eles contataram a central que não quis se pronunciar e soltaram isso na mídia. Estamos diante da mesma pressão de doze anos atrás. Serei obrigada a ir para uma coletiva confirmar o que foi revelado e dizer o que estamos fazendo para pegar o culpado. Não é uma tarefa fácil. 
— Então o melhor que fazemos é começar o quanto antes. Tem algum problema se eu acampar na sua sala? 
— De forma alguma. Fique à vontade, eu preciso ir para o 1PP me preparar e escolher o que iremos revelar para a imprensa. Castle, você pode continuar ajudando os rapazes e Jordan no que ela precisar. Volto ainda hoje.
— Que horas é a coletiva? 
— As três. Eu volto assim que terminar. Jordan, nem preciso dizer que as respostas e teorias viriam bem a calhar o quanto antes. 
— Iremos fazer o possível - disse Jordan olhando para Castle. 
1PP - Sala de conferências
Beckett entrou ao lado de Gates e do Comandante. Os repórteres estavam se posicionando com seus câmeras para fazer gravar cada palavra pronunciada. Ela estava nervosa. Conhecia seu temperamento muito bem e não tinha paciência para ficar ouvindo perguntas ou insinuações idiotas de como fazer seu trabalho. Claro que Gates sabia disso e a alertou embora as perguntas fossem ser respondidas pelo Comandante. 
Finalmente, sentaram-se à mesa e deram o sinal para começar. O Comandante explicou no nível de detalhes que acordaram o caso em questão e o motivo do sigilo. Não se tratava apenas de alarde, queriam proteger os cidadãos. Porém, precisavam de um tempo para lidar com as pistas e não revelar o jogo para o suspeito. 
— Em outras palavras, não queriam que a NYPD fizesse papel de incompetente. E quanto aos cidadãos de Nova York? Eles estão alheios ao perigo. Acha justo? 
— É claro que não é justo, porém não há motivo para criar um pânico desnecessário. 
— Vocês tem um suspeito? 
— Sim e não iremos revelar nada para que não comprometamos a investigação. 
— Qual a ligação com Logan? É um copycat? Queremos ouvir da Capitã Beckett - eles haviam combinado que iriam afirmar sobre o imitador para não revelar as suspeitas de Beckett e desviar o foco quanto ao cúmplice.
— Sim, trata-se de um imitador - respondeu Beckett - temos várias provas que apontam para esse caminho. 
— E quanto a Logan? - perguntou um dos repórteres - você era detetive na época que ele foi condenado, ajudou a prendê-lo. Ele não está envolvido? 
— O único envolvimento de Logan nesse caso são as evidências encontradas na cena do crime que levam a conclusão do copycat. Nada além disso. É uma pena que alguém se identifique com um ser humano tão vil como Andrew Logan e seja capaz de matar para homenagea-lo. 
— E se for um serial killer também? Isso quer dizer que o caso é pessoal para você, Capitã Beckett. Não gosta de Logan - o reporter foi incisivo. 
— Não podemos ainda descartar a possibilidade do serial killer. Quanto a sua segunda afirmação, sou contra qualquer pessoa que tire a vida de outra, seja da maneira mais simples usando uma arma ou uma faca, ou de forma vil e atroz. Não se trata somente de Logan, qualquer assassino merece o mesmo tratamento. O caso é pessoal porque busco a justiça. Todos os casos que eu e meus detetives trabalham são. 
— Quanto tempo estima para concluir o caso? 
— Não podemos afirmar. Nosso objetivo é o mais rápido possível. 
— A sessão de perguntas está encerrada. Temos trabalho a fazer - disse seu superior. 
— Só uma ultima pergunta, Comandante. Quem está responsável pelo caso? A Central? 
— Não, o responsável é o 12th distrito. A Capitã Beckett pessoalmente. Obrigado por terem vindo e agora deixe-nos trabalhar - aos poucos os repórteres foram deixando a sala. Beckett se refugiou na saleta ao lado esperando pelo comandante que conversava com a assessora de imprensa da NYPD. Quando reapareceu, ele disse claramente para a sua capitã. 
— Foi melhor que eu esperava, porém eu sei que todos os holofotes estarão em sua direção. Eu orientei a RP da NYPD para informar a mídia que somente nos pronunciaremos de forma oficial via conferências, se precisarmos. Infelizmente, não posso garantir que você não será incomodada. Sabe muito bem como existem profissionais e ratos nessa industria. O que preciso é que faça seu trabalho e encontre esse assassino. 
— Essa é a minha prioridade, senhor. 
— Quanto ao que me pediu da Sing Sing, terá o acesso disponível amanhã pela manhã. Acho que merece um descanso, Capitã. 
— Eu preciso checar o andamento do caso, senhor. Um dos meus detetives estava seguindo uma informação, se conseguiu podemos identificar um suspeito. Voltarei a minha delegacia. 
— Certo. Obrigado, Capitã. 
Beckett despediu-se de Gates e entrou em seu carro. Durante o trajeto para a delegacia, ela se pegou pensando na pressão que sofreria para fechar essa investigação. Ter a mídia fungando em seu pescoço era terrível. Queria respostas rápidas. 
Mike estava sentado na poltrona confortável de frente para a televisão. Sorria. Copycat. O mestre acertara, ele sabia que a tal policial metida iria seguir a linha do imitador. Bom. E ele julgava que os detetives de hoje haviam evoluído. Melhor para nós, pensou. Ela está perdida. Pode notar sua irritação diante das perguntas dos repórteres. Ela não compreendia o mestre, seu objetivo. Era por esse motivo que precisava de uma lição. Mulheres não merecem poder e atenção.  
Seu mestre ia ficar satisfeito. Não só a mulher não desconfiava de seu envolvimento como também não tinha ideia de quem era o seu copycat ou quem alertara a mídia. Estava atirando no escuro. Daria a boa noticia da conclusão da segunda fase amanhã para Logan. Agora era uma questão de tempo e paciência. 
No 12th, Jordan e Castle trabalhavam separados em suas próprias análises e teorias por algum tempo. Ao ver a profiler esfregar os olhos, sabia que precisava aproveitar o momento para dar uma pausa e conversar com ela. Castle foi até a mini copa voltando com duas canecas de café fumegando. 
— Café? 
— Obrigada. Consegui concluir boa parte da minha análise sobre Logan. Entendo a preocupação dos dois quanto a ele. 
— Eu também terminei minha leitura. Cada vez mais concordo que esse caso é pura vingança. Esse cara é completamente louco. Onde já se viu usar a arte como desculpa para matar? 
— Ele é um sociopata, Castle. Em outras palavras é louco. Infelizmente, um louco extremamente inteligente. E após ler e concluir meus pensamentos, devo dizer que você tem razão ao afirmar que é vingança e que Beckett é um alvo. Se quisermos evitar isso, precisamos achar esse cúmplice. Tem mais uma coisa, Castle. Eu terei que contar a ela, porém algo me diz que Kate já desconfia disso. 
— Ela vai chegar chateada. Detesta esse tipo de exposição na mídia, ser cobrada, ouvir que é incompetente. Não lida bem com flashes e holofotes. 
— Pensei que ela já tivesse se acostumado. É casada com você - ele riu. 
— Não. Ela os detesta, de verdade. Posso convida-la para jantar lá em casa conosco? Eu cozinho, faço Beckett relaxar e então podemos dar a noticia ruim a ela. 
— Eu aceito - nesse instante, Beckett entra na sua sala. 
— Cade o Ryan? 
— Imagino que a conferência não foi muito bem. 
— Nunca é. Só que a pressão vai aumentar. Preciso de respostas. Ele ainda não voltou? Não ligou? 
— Não. Ele deve estar ocupado. Se tivesse achado alguma coisa, ligaria. Deixe-o trabalhar - a sugestão de Castle sequer fora ouvida, ela estava discando o número de Ryan - aliás deveríamos fazer… - não concluiu seu pensamento. Beckett colocou o indicador nos lábios dele quando seu detetive atendeu ao telefone. 
— Ryan, diga que você tem algo para mim. O Comandante quer respostas e eu também não quero a droga da imprensa no meu cangote - ela escutou o que o detetive comentava, Castle viu a frustração aparecer no rosto da esposa. Ela não estava recebendo boas noticias - e quanto tempo você estima para isso? 24 horas? Não dá para agilizar isso? - ela bufou jogando-se na cadeira - certo, veja o que consegue - deixou o celular sobre a mesa - eles ainda não conseguiram nada. Segundo os técnicos do FBI, a imagem precisa ser trabalhada um pouco mais. É muito pobre. Ryan disse que levou todos os videos que conseguiu dos dias em que Jane frequentou os cafés. A estimativa do laboratório é 24 horas. Droga! Eu apenas terei acesso às informações da Sing Sing amanhã! 
— Então, sugiro irmos para casa. Não há muito o que fazer por aqui hoje. Convidei Jordan para jantar conosco, ela aceitou. 
— Castle, você não ouviu uma palavra do que eu disse? Ryan não tem respostas, a mídia está me pressionando e louca para deitar e rolar chamando a NYPD de incompetente. O Comandante quer prioridade. Não posso pensar em ir para casa diante disso tudo. Eu sequer ouvi o que Jordan conseguiu - ela virou-se para a mulher sentada a sua frente - imagino que você já tenha um perfil para me mostrar… 
— Claro que ouvi o que disse, amor. E sei o quanto está sendo pressionada só que não há nada que possa fazer agora. Nada. Então, vamos aproveitar a noite em boa companhia - ele se levantou colocando-se atrás dela massageando seus ombros. 
— Castle, eu estava falando com Jordan… - ela suspirou, as mãos dele estavam fazendo efeito - você tem algo para me dizer? 
— Sim, eu tenho. Mas eu concordo com Castle, você precisa dar uma pausa. Casos estressantes já nos consomem. Se eles envolvem algo pessoal, do passado ou por ter relação com um serial killer, o nível de estresse e frustração triplica. Com a cabeça quente não iremos a lugar algum. Aceite a sugestão do seu marido. Vamos jantar, tomar um bom vinho e mais tarde, quando você estiver mais relaxada, nós falamos de perfil e teorias. 
— Como ele a convenceu de ficar contra mim?
— Castle não me convenceu a nada. Eu sei o quanto você quer achar respostas para esse caso, é importante. Acredite, se tornou para mim também. Mas você precisa manter a calma. Irritada, você irá perder o foco e pode acabar prejudicando a investigação. Não teve um dia bom com toda essa invasão da imprensa. Merecemos umas duas horas de descanso, não? - Beckett suspirou. 
— Tudo bem. Duas horas. Jantamos e depois você me conta como vê Logan. 
— Ótimo! Estamos todos entendidos. Na mesma página. Podemos ir para o loft? - perguntou Castle sorrindo. O jeito dele fez Beckett sorrir. Pegaram suas coisas e deixaram o distrito.  

Loft dos Castle

Enquanto Castle tratou de providenciar o jantar, Beckett seguiu para a sala ligando a televisão por impulso. Não seria novidade ver que os jornais noticiavam sobre a coletiva. Pior, o mesmo reporter que dirigiu a pergunta afirmando que não gostava de Logan, questionava em rede nacional sua competência e seu equilíbrio emocional para investigar o caso devido seu envolvimento com o serial killer no passado. 
— Estaremos diante de um novo fracasso? Seria a Capitã Beckett capaz de esquecer suas mágoas, controlar suas emoções e fazer o seu trabalho? Até quando os cidadãos de Nova York vão ficar aflitos com medo de serem atacados por um monstro? Honestamente não podemos prever e ao que tudo indica nem a NYPD. 
— Que idiota, filho da…- Castle desligou o aparelho - o que você está fazendo? Eu estava assistindo isso! 
— Eu disse que viemos para casa relaxar. Pergunte a Jordan como está a nova vida dela como Diretora Assistente no FBI, pergunte de sua filha e beba seu vinho - ele entregou a taça para ela - o jantar sai em meia hora - Beckett suspirou frustrada. 
— Você sabe que ele tem razão. Devo acrescentar que vocês dois são um belo casal. Complementam um ao outro e Castle ainda não tive a oportunidade de parabeniza-lo pelas grandes aventuras de Nikki. Você vem se superando a cada livro. Confesso que uma coisa me frustrou na saga. 
— O que? - a curiosidade do escritor foi aguçada. 
— Eu lembro que quando trabalhamos juntos naquele caso, você comentou que ia escrever sobre uma agente do FBI. Se eu sou aquela personagem do Frozen Heat, devo mencionar que detestei. Você não soube me descrever mesmo - ele riu ao ver o semblante chateado de Jordan - achei que era melhor em ler pessoas. 
— Não era você. Então você quer mesmo que crie uma personagem? Eu falei aquilo na época para implicar com Beckett. Eu ficaria honrado em escrever sobre você e Nikki trabalhando juntas, em parceria para pegar um criminoso. Quem sabe eu não crie uma historia quando esse caso for finalizado? 
— Jordan, você não deveria incentiva-lo - Beckett retrucou quando Castle se afastou para voltar sua atenção ao jantar. 
— Por que não? Você faz isso todos os dias - ela implicou - tudo bem, vamos mudar de tópico. Eu vejo que a posição de capitã lhe cai bem, Beckett. Mencionei isso antes que eu fiquei contente e orgulhosa de vê-la no lugar de seu capitão. E você deve reconhecer que sua parceria com Castle, dentro e fora do trabalho a ajudou a crescer. Isso que esse reporter acabou de dizer? Ambas sabemos que é pura provocação. A única maneira que suas emoções interferem em seu trabalho é para guia-la para o objetivo final. Em prol da vitima e da justiça, isso que a torna competente no que faz. Não se deixe abater por esses caras. 
— Eles me irritam, de uma forma boa porque fico energizada, quero provar meu ponto. Mostrar que estão errados. 
— Motivação sempre é bom. 
— Você sabe disso, apesar de achar que você é uma líder menos passional. Pragmática, talvez. 
— Infelizmente precisamos disso as vezes quando estamos fazendo nosso trabalho. 
— Eu sei, também sou assim. Lembro quando Castle foi acusado de assassinar alguém. Eu bloqueei tudo o que sentia, medo, meu amor e mantive a raiva. Funcionou. 
— Tem seus momentos positivos e negativos. Estou ficando com fome, esse jantar sai ou não sai? - perguntou Jordan.  
— Ele vai dizer para não apressar o mestre. 
— Sendo assim, voltemos a outro tópico interessante. Quanto tempo depois que eu trabalhei com vocês que ficaram juntos? Devem ter sido meses, não? Eram loucos um pelo outro. 
— Meses? Tente anos! - Castle reapareceu na sala - o jantar está servido, caras damas - percebeu que Jordan olhava intrigada para ele - o que? É verdade! Kate é complicada - de repente, ele arregalou os olhos ao ver a expressão no rosto da esposa - quer dizer, ela tinha… problemas para resolver, o que eu aceitei numa boa e… acho que não me expressei direito. Quase dois anos depois, foi isso. E eu a amo, foi por isso que esperei - Jordan gargalhava. 
— Vocês davam um belo estudo para a psicologia… dois anos? 
— Está atrasada, Jordan. A terapeuta e amiga de Kate já fez isso. Devemos contar a verdade a ela? - Beckett deu de ombros - entre idas e vindas, nós tínhamos algo quando nos conheceu. 
— Como eu disse, nunca me engano. Quem foi essa heroína? Gostaria de lhe dar os parabéns. 
— Castle, ela está zoando com a nossa cara? Jordan, não esperava isso de você. Eu aposto que Dana ia adorar conhece-la. O problema era que iam trocar figurinhas e nos analisar todo o tempo. Melhor não. 
— Definitivamente não. Comam antes que esfrie. Detesto massa gelada. Todos estávamos precisando de uma comida caseira e gostosa depois do dia de hoje. O que expressa isso melhor que um spaguetti a carbonara? Nada! 
Eles conversaram animadamente durante o jantar. Jordan falou da filha, do trabalho, quis ouvir as ultimas aventuras do casal e o clima continuo muito agradável por mais de duas horas. 
— Quem diria, quando a conhecemos Beckett torceu o nariz a principio. Entendo que teve seu território invadido pelos federais, contudo o melhor mesmo foi o ciúme. Não vou esquecer nunca! 
— Ciúme? De onde você tirou essa ideia? 
— Não se faça de ingênua. Você morria de ciúmes da Jordan porque eu a admirava e aos brinquedinhos do FBI - a essa altura a cara de Beckett mostrava irritação e contrariedade, Jordan se divertia rindo da maneira interessante como Castle conseguia mexer com a esposa, sabia exatamente que botões apertar. 
— Eu ainda me lembro daquela conversa no carro, parece que muito não mudou. Ele continua te irritando, não? 
— Eu não estava com ciúmes de Jordan. 
— Vamos, Beckett. Você ficou chateada por eu estar fascinado com a agente famosa do FBI, toda vez que conversávamos sobre um caso você entortava a boca e voltou para o seu quadro fixo. Confessa você se sentiu deixada de lado quando eu e Jordan começamos a teorizar - ela sorriu e jogou o guardanapo na cara dele - você disse isso na minha cara quando fui ao seu apartamento. 
— Em seus sonhos… 
— Ela é louca por mim - Castle sorria - e confessou o ciúme. Disse que eu devia estar criando teorias com ela em vez de você. 
Terminada a refeição, ela sabia que Beckett iria mudar o tom descontraído da noite para algo mais profissional. Jordan Shaw conhecia bem o estilo da mulher a sua frente. Como ela, Beckett não conseguia relaxar enquanto um lunático estava lá fora causando medo e incerteza para os cidadãos. Sentados no sofa e com o vinho por companhia, a capitã foi objetiva. 
— Certo, acredito que você já pode compartilhar o resultado de sua análise. 
— Andrew Logan é um sociopata. Ele vê a morte como um resultado. O ato de matar em si lhe é precioso assim como o planejamento. É extremamente inteligente e acredita em suas próprias regras. Misógino e assumido, acredita que as mulheres são um mal, em sua mente elas devem ser submissas ou não existir. Esse é o gatilho de toda a sua obsessão por matar, o que denomina de arte. Afinal, tudo começou com o abandono da noiva. Ela é o motivo, a razão porque escolhe mulheres como vitimas. Ele se orgulha de ser conhecido como o Noivo de Aço e jamais irá se intitular assassino. Ele é um artista na sua concepção e seu trabalho tem muito a ver com isso. Talvez ai esteja o deslize de Logan e a nossa chance. 
— O que você está pensando? 
— Logan é inteligente e orgulhoso. Gosta de ver seu trabalho sendo falado, evidenciado. Usar um cúmplice? Não parece muito seu estilo. 
— A menos que seja um admirador. Alguém disposto a seguir cada um dos seus passos, valorizar sua arte e concordar com seus princípios - disse Castle. 
— Alguém que não se incomode em ser subserviente e fazer o trabalho sujo - completou Beckett. 
— Exato. Ele precisaria ter certeza de que o seu suposto discípulo seguiria suas orientações meticulosamente. Esse tipo de relacionamento leva tempo - complementou Jordan.  
— Mas não é impossível, vimos acontecer com Tyson. Kelly Newman - disse Beckett. 
— Outro ponto importante é a supervalorização das artes. Para Logan, tudo tem uma explicação, o que me leva a outro problema. 
— O número sete, eu percebi - disse Castle - é o numero ligado às artes. Ele se vê como um artista. Você está dizendo que há uma conexão entre os crimes de Logan e o assassinato de Jane pelo copycat/cúmplice? - Jordan anuiu. Eles ficaram calados por uns minutos, Beckett soltou um longo suspiro. 
— Conexão… que tipo de conexão… - ela pensava alto. De repente, viu Castle revirando uma pasta que havia largado no aparador da sala - Castle, por acaso esse é o arquivo oficial do caso Logan da NYPD? Você surrupiou documentos oficiais? Outra vez? Isso é propriedade do departamento de policia de Nova York! - Jordan segurava o riso observado a interação entre os dois.  
— Não surrupiei, trouxe trabalho para casa. Sou o marido da capitã! Se perguntarem digo que foi você que trouxe. 
— Ah, ótimo! Em outras palavras, você vai mentir! 
— Hey! Achei que estávamos discutindo teoria para o caso, não atos disciplinares. Foco, por favor? - Beckett a olhou. 
— Não estamos discutindo… 
— Claro, estou vendo. Essa sou eu sendo pragmática. Estamos procurando uma conexão. 
— Exato, era o que eu estava tentando mostrar quando Beckett me interrompeu - ele a viu revirar os olhos, mas bastou Castle começar a falar que sua atenção voltou-se completamente ao escritor - Logan matou cinco vitimas, ou como ele gosta de dizer, executou sua arte. O suposto cúmplice executou uma vez - Beckett pulou na hora intrometendo-se na conversa. 
— Lembra quando você disse que havia similaridades? Os números impares eram pinturas com mulheres de famosos? 
— Sim, foi por isso que atribuímos a ideia do copycat. Porque o cúmplice usou uma obra a exemplo de Logan no seu primeiro trabalho. 
— E se não foi uma copia? E se foi uma quebra proposital de padrões? - Beckett questionava o marido. 
— Se você estiver certa, devemos concluir que Logan nos induziu a pensar em um copycat quando na verdade, ele estava continuando seu trabalho, então esse é de fato o… 
— Número seis! - disseram juntos. Beckett continuou. 
— O que significa que haverá mais um assassinato para completar o ciclo. O número sete. 
— Amo essa sincronia de vocês, mas vocês não acham que ao quebrar o seu estilo, ele queria alcançar outra coisa? Será que deixaria seu discípulo fazer o fechamento de toda a sua obra? Não seria ele a executar seu trabalho principal? 
— Ele está preso, Jordan. 
— Até quando? 
— Ele pegou 60 anos. Cumpriu doze. 
— Certo, existe a possibilidade de condicional? - Beckett a fitou por um instante. 
— Você está dizendo que ele está pensando em executar o número sete? Eu não consigo ver um criminoso como ele recebendo apoio para conseguir uma condicional. 
— Já checou a ficha dele? Seu comportamento na prisão? Tudo é possível. Se essa suposição estiver correta, eu tenho que ser sincera com você, Kate. Há uma grande probabilidade de que Logan deixe a Sing Sing e complete sua obra. Seu número 7 é você - ela olhou para Castle e depois para Jordan. 
— Não, você está indo longe demais. Não há razão para liberarem um cara como Logan em condicional. Ele é um serial killer, um sociopata misógino como você mesmo o classificou. Quem em sã consciência faria isso? 
— O mundo está cheio de advogados com pensamentos malucos e visando apenas lucro. Por que não? 
Castle se aproximou da esposa tocando-lhe o ombro, acariciando-a de leve. Isso fez seus olhos se encontrarem outra vez. Então, Beckett viu. Ele também acreditava na teoria de Jordan.  
— Você também pensa assim… 
— Sim, na verdade, eu acredito que você está certa quando pensa em vingança. E qual seria o melhor ato para encerrar o ciclo de Logan se não ter sua inimiga como vitima? Quando você falou para Jordan que temia por mim, que ele poderia me usar para atingi-la, não discordo que o objetivo maior é chegar a você. Só que não será me usando. Suas vitimas são mulheres. 
— Castle, há alguns minutos concordamos que Logan quebrou seu padrão. Pode fazer isso outra vez. 
— Poderia, não nesse caso. Ele fez uma única vez para nos manipular. Tyson também usou do mesmo artificio, contudo ele não abriu mão de se vingar de mim em nenhum momento, fez questão de vir ao meu encontro contar vantagem, lembra? Fez o mesmo da ultima vez. A vingança é um prato que se come frio, nós já sabemos disso, Kate. 
— Em outras palavras, Castle está lhe dizendo para ter cuidado e aceitar que você é o alvo principal de Logan. Eu concordo com ele. 
— Não… e-eu não aceito. 
— Confesse, Kate. A possibilidade já havia lhe ocorrido. Você não disse porque não queria preocupar seu marido, eu posso simpatizar com isso. Contudo, vocês já passaram da fase de esconder o que pensam para proteger um ao outro. Viveram muitas situações complicadas para se privarem de agir juntos. Sao parceiros e trabalham melhor quando estão focados no mesmo objetivo. 
Beckett passou as mãos no cabelo. Apenas de olhar para ela, Castle entendia que o pensamento lhe ocorreu. 
— Eu me recuso a ser uma vitima. Não irei ficar sentada esperando o proximo movimento de Logan. Precisamos encontrar o cúmplice. 
— Concordo. Não apenas encontra-lo, mas descobrir o que os uniu - Castle sorriu. 
— Eu disse que valeria a pena traze-la para o caso. Alguém quer sorvete? - Beckett revirou os olhos, mas sorriu. Enquanto Castle se ocupava servindo sorvete para as duas na cozinha, Jordan aproveitou o momento para dar um conselho a capitã. 
— Kate, esse caso ainda vai mexer bastante com você, sua relação com Castle. Talvez haja momentos em que seu julgamento seja afetado pelos seus sentimentos por ele, ou sua raiva por Logan. Seria prudente ter alguém para conversar e ajuda-la se for preciso. Não estou falando do seu marido. É claro que ele a apoiará quase que incondicionalmente. 
— Quase? 
— Mesmo com toda a sua preferência por aventuras e curiosidade pelo desconhecido e casos complicados, acredito que quando se trata de quem ele ama, Castle pode ser bem racional. Talvez ele tente convence-la a não fazer certas coisas, talvez você não escute. É ai que uma terceira pessoa se torna importante. Pense nisso. Eu não estarei disponível por muito tempo. 
Castle retornou para a sala carregando a bandeja com sorvete, um pote de mashmellows, calda e m&m’s. Eles mudaram o tom da conversa outra vez e terminam a noite de maneira divertida. Jordan despediu-se dos dois e prometeu estar na delegacia às nove para continuarem a investigação. 
Naquela noite, antes de dormir apesar do pedido de Castle para ela relaxar, a mente de Beckett não conseguia desligar do fato de que poderia ser a vitima final de Logan. O resultado  expressou-se em forma de pesadelo. 
Ela acordou no meio da noite gritando por Castle. Assustado à principio, ele logo se recompôs e tratou de acalma-la. 
— Está tudo bem. Nada aconteceu. 
— Detesto quando me deixo abater por isso - ela reclamou abraçada a ele. 
— É natural, amor. Você está sob muito stress - ele beijou seus lábios - procure relaxar - começou a massagear seus ombros, pescoço, as costas. Trocou vários beijinhos com ela e continuou usando o toque para acalma-la. Minutos depois, ela adormeceu. A respiração era firme e tranquila. Satisfeito, ele voltou a dormir. 

Sing Sing

Assim que Logan retornou do café, ele encontrou o “xerife” no caminho da biblioteca. Esse era o apelido que um dos capangas do rei do pedaço usava. Ele passou sorrateiramente um envelope para Logan que apenas sorriu e seguiu seu caminho como se nada houvesse acontecido. 
No conforto e solitude da biblioteca, ele pegou um livro abrindo-o para manter o disfarce de que estava pesquisando algo antes de iniciar suas atividades naquela manhã. Tirou o pedaço de papel do envelope posicionando-o entre as paginas para finalmente ler. 

“Querido Mestre, acredito que o relato que farei o agradará imensamente. A segunda fase do plano foi concluída com igual sucesso. A imprensa não somente noticiou o crime que a NYPD fez questão de esconder como colocou a sua inimiga na berlinda. Houve uma coletiva de imprensa na qual ela afirmou que o crime foi cometido por um copycat exatamente como o mestre previra. Eles estão perdidos. Os repórteres a questionaram sobre um suspeito e eles usaram o velho jargão da policia sobre sigilo que em outras palavras significa que não sabem o que fazer, não tem nada. A pressão aumentou para a capitã e alguns repórteres estão colocando em cheque sua objetividade e competência. Foi bem divertido assistir a repercussão de tudo. 
Também confirmo que a identidade da fonte permanece desconhecida e acontecerá exatamente como o mestre previu. Ficarão rodando em círculos, sem qualquer chance de encontrar o tal copycat ou resolver o que chamam de crime. 
Novamente, quero expressar minha admiração pelo mestre e dizer que estou pronto para qualquer nova tarefa que seja necessária. Acredito que a terceira parte tende a ser um sucesso. Trata-se apenas de uma questão de tempo e logística. Estarei esperando ansioso para vė-lo e então concluirmos nosso objetivo. Ninguém perceberá. 
Seu servo e admirador, 
M.” 

Logan sorria diante do bilhete. Não esperava nada diferente daquela mulher. Auto-confiante e arrogante. Ela não tinha noção do que aconteceria dali a algum tempo. O ditado era certo: a vingança é um prato que se come frio. A sua seriam verdadeiro banquete. Bem gelado. O que eram alguns meses para quem já esperou doze anos? Seria um prazer tornar-se um “cold case” para então ressurgir das cinzas como a fênix e destruir de vez a figura vista como poderosa por muitos. Reduziria Kate Beckett a nada. Sua obra de numero 7 seria eternizada. Seu nome ficaria registrado para a posteridade. Então, ele poderia desaparecer. Sem vestígios, sem pistas ou rastros como planejara desde o principio. 
Rasgou o bilhete em pedaços minúsculos e comeu-os. 
Sem rastros. Sorriu. 
Quem o visse naquele instante, veria o brilho maligno de um monstro em seu olhar. 

XXXXXXXX 

Ao chegar no 12th distrito pela manhã, Beckett estava ávida por novidades. Ficaria extremamente frustrada se Ryan não tivesse algum resultado para compartilhar. Ryan estava em sua mesa revisando alguns papeis. 
— Bom dia, Ryan. 
— Beckett, Castle. Bom dia! 
— A Jordan já chegou? - perguntou Castle antes que Beckett começasse seu próprio interrogatório com o detetive. 
— Está na sala da capitã. 
— Vou chama-la. Não comecem sem mim - ele saiu correndo para trazer a especialista para ouvir as atualizações do caso. De volta ao salão, Beckett a cumprimenta e vira-se para focar a sua atenção completamente em Ryan. 
— Ryan, tome a liderança e nos diga o que conseguiu. 
— Conforme informei ontem ao telefone, o processo de melhora da qualidade do video nos tomou mais tempo do que pretendíamos, porém também nos possibilitou encontrar mais um pedaço do quebra-cabeça que se tornou crucial para identificar o suspeito - ele se aproximou do quadro de evidências e colocou a primeira foto nele - essa era a imagem que eu havia encontrado antes. Um dos encontros de Jane. Ao rodarmos os videos com os programas do FBI, voilá! - colocou a segunda imagem no quadro - a principio não há semelhança, certo?  O cara na segunda foto está de boné por uma razão - ele colocou a foto ampliada - ele é careca e reparem na falta da sobrancelha direita nesse angulo. Usando um programa de reconhecimento facial, chegamos a uma acuracidade de 98%. Trata-se da mesma pessoa. 
— Filho da mãe! - exclamou Beckett. 
— Eu adoro os brinquedos do FBI! - Castle afirmou empolgado. 
— Ele se livrou de qualquer pelo no corpo para não cometer o mesmo erro de Logan - disse Jordan focando na ideia do copycat enquanto olhava para a capitã que pensava o mesmo que ela, o serial killer não queria cometer deslizes, esperto. 
— Pode identifica-lo? 
— Ai temos um outro problema - Ryan colocou duas novas fotos no quadro, dessa vez saídas do sistema e do banco de dados do FBI. VICAP - Sim, eles são a mesma pessoa de acordo com a imagem, contudo estão listado no sistema com três nomes diferentes - Ryan escreveu. 
Mark Doyle. John Michael Steven. Michael Doyle. 
— Nenhum deles aparece como condenado. Acredito que o sistema do FBI também tem suas falhas. 
— Não posso confirmar, mas também não tenho argumentos para defende-lo. No fim das contas, o imput é humano. Passível de erro - disse Jordan. 
— Ou no pior dos casos, manipulável - disse Castle - nenhum endereço? 
— Três. Esposito está checando se são verdadeiros ou falsos. A única forma de encontrar uma conexão ou registro de prisão é se formos direto as fontes, as prisões e sem um mandato e causa provável… 

— Estamos de mãos atadas. Nenhum juiz concederá permissão ou o documento para vasculharmos as prisões, o que nos deixa dependentes exclusivamente do Comandante. Um desses nomes é verdadeiro. Vasculhe tudo o que puder sobre eles e apresse Esposito com os endereços. Vou pressionar o Comandante - ela saiu apressada em direção a sua sala, o celular no ouvido. O tempo estava passando. 


Continua....

terça-feira, 18 de julho de 2017

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.21


Nota da Autora: Certo, estou um pouco atrasada na minha programação de escrita e postagem, mas vida que segue. Nesse capitulo tem vovô Jim, Joh e Kate, para as fanzzocas: casal Greys Anatomy em um milestone importante e vocês estão com saudades da melhor parceria de todos os tempos? Tem um pouco disso também. O capitulo está grandinho! Enjoy! 


Cap.21 


Beckett estava na cozinha fazendo um lanche para ela e Martha enquanto Castle se isolara desde a manhã para escrever. As duas conversavam sobre os últimos acontecimentos da gravidez e a saga do kebab. Martha ria da própria loucura que o filho teve que encarar para satisfazer a nora.  
— Confesso que cheguei a me arrepender de ter feito Castle sair a procura desse kebab, mas o desejo foi maior do que a culpa. Juro que ainda me surpreendo ao perceber o quanto somos vulneráveis ao comportamento de nosso corpo.  
— Coisas da gravidez, Katherine. Ao menos você tem alguém como Richard ao seu lado disposto a fazer qualquer sacrifício por você.  
— Isso é verdade, porém não é tudo. Martha quando eu penso que já vi Castle fazer todas as loucuras possíveis, ele vem com uma novidade e me pega de surpresa. Não apenas ele encontrou o cara do kebab como acabou pagando uma dívida que ele tinha comprando kebabs para todo o distrito. Eu juro que não sei explicar, a bondade, a visão que ele tem da vida é... droga! Nem sei ao certo definir - tinha um sorriso lindo no rosto.  
— Katherine, quando eu escuto você falando sobre meu filho desse jeito, de seus feitos, percebo que criei um bom homem. E não se engane, você também é assim. Sua mãe estaria orgulhosa da mulher que se tornou - Martha beijou-a no rosto acariciando a barriga. Voltaram a experimentar os petiscos que faziam. Nesse instante Castle surgiu já abraçando a esposa por trás.  
— O que as duas tanto conversam sobre mim? - Beckett ergueu a sobrancelha olhando de volta para o marido. 
— Quem disse que estávamos falando de você?  
— Eu sei. Sou o assunto preferido das duas. Não adianta negar.  
— Diga, Martha. Você o ensinou a ser super convencido também?  
— Isso veio dele, quem sabe do pai... ou o mundo das artes onde esteve desde pequeno o influenciou, vai saber!  
— Ele definitivamente continua com a síndrome de Peter Pan - elas riram.  
— Isso é algo bom! Melhor voltarem para a parte que estavam me elogiando - a campainha toca - eu atendo. 
— Alguém quer evitar uma discussão - disse Martha. Kate riu. Castle voltou acompanhado do pai de Beckett. 
— Finalmente alguém para me ajudar a balancear a discussão.  
— Olá, Jim!  
— Pai! Que surpresa boa... - Beckett se levantou e abraçou o pai.  
— É bom ver você, filha. Olha só, está linda. Como estão minha Lily e minha Katie?  
— Muito bem, se o tanto que ela se mexe for um indicativo de como será, prepare-se para correr, vovô - ele riu.  
— Sente-se, Jim. Aceita um café? Eu e Katherine estamos acabando de fazer um lanche - ela o acomodou na mesa de jantar onde as guloseimas já estavam arrumadas esperando para serem devoradas. Martha fez questão de servir o pai de Beckett enquanto a nora colocava uma jarra de suco sobre a mesa. Castle estava sentado em seu lugar cativo.  
— Muito obrigada, Martha. Aproveitei uma folga para vir saber as novidades. Vocês dois não estão aprontando por aí colocando a minha Lily em risco, certo?  
— Por incrível que pareça, eles andam bem comportados - disse Martha - o que é uma vitória em se tratando desses dois. Katherine estava comentando sobre seu último desejo. Kebab.  
— Ah! Mas esse desejo é fácil de resolver, o que não falta em Nova York é kebab.  
— Ah, Jim, você conhece a sua filha. Claro que não ia querer qualquer kebab. Tinha que ser um específico fui do Brooklyn ao Queens para satisfazer a vontade dela.  
— A Johanna também teve desejos, eram simples para ser honesto, mas durante a gravidez de Katie, ela mudou toda a nossa alimentação porque só queria comer com pimenta. Tudo levava pimenta. Algumas vezes eu fugia do almoço ou do jantar porque era pimenta demais - Castle ria - é sério, duvido que você aguentaria.  
— Com certeza não, mas não é por isso que estou rindo. Agora entendo de onde vem todo o fogo da Kate - ela o olhou entortando a boca, jogou o guardanapo na cara dele.  
— Castle! Olha como fala! - Jim ria vendo a filha ficar envergonhada.  
— Abençoada Johanna... - deixou escapar.  
— Isso não foi tudo, várias vezes eu peguei sua mãe chupando limão com sal de madrugada.  
— Limão com sal? Caramba, não é à toa que sua filha é irritada! E brava.  
— Acho bom você se calar antes que eu perca a paciência e decida revogar alguns dos seus privilégios se você me entende - a cara de pânico de Castle fez Jim gargalhar. Kate olhou para o pai surpresa.  
— Isso definitivamente ela herdou da Joh, a arte da negociação e ameaça. Você é muito parecida com ela, inclusive a teimosia, Katie - a filha sorriu.  
— Termine de comer que vou mostrar o quarto e as coisas de Lily, pai. 
— Ótimo! Assim eu tenho uma ideia do que comprar de presente para a minha neta. É difícil competir com Castle. 
— Não seja tão educado, Jim. É impossível competir com Richard, apenas diga a verdade - Martha acabou fazendo todos rirem. O pai de Beckett ainda passou muito tempo na companhia da filha, ficara realmente impressionado com todo o cuidado que os futuros pais tiveram em preparar tudo para o bebê que logo chegaria e prometeu comprar um presente especial para Lily. 
No dia seguinte, Beckett decide ligar para Johanna. A verdade era que ela estava curiosa para saber como fora a viagem e contar sobre a saga do kebab. 
— Hey, Katie! 
— Joh, você esqueceu dos amigos ou Paul está te mantendo muito ocupada? 
— Que nada! Depois que voltamos estamos trabalhando direto. Plantões e mais plantões. 
— Juntos? Espera, você está falando no sentido profissional mesmo? 
— Claro! Seu marido anda te influenciando demais, Kate. E como está a Lily? 
— Ótima. Você está de plantão amanhã ou pode tirar umas duas horas para almoçar com uma amiga? 
— Eu estou trabalhando, mas posso dar uma escapada. Uma da tarde está bom? Qualquer coisa, eu peço para Paul me cobrir. 
— Combinado. Encontre-me no distrito. Sairemos daqui. Um beijo. Lembranças ao Paul e vê se vai devagar com esses plantões, Joh - a médica desligou o telefone ainda rindo, mas não sem antes de provocar. 
— E falou a mulher das quatro vezes na semana com média de dois orgasmos.  
— Johanna! - era tarde demais, a amiga já desligara. 
Por volta da uma da tarde do dia seguinte, Johanna surge no 12th. A primeira pessoa que vê é Castle.  
— Oi, Johanna. O que faz aqui? - ele beijou o rosto da médica.  
— O que mais? Vim visitar sua esposa. Ela está ocupada?  
— Na sala dela. Vem, me siga - Castle abriu a porta e sorriu para a capitã - visita para você, amor.  
— Hey, Joh! - checou o relógio - nossa! Pontualidade britânica.  
— Espera, você sabia que ela vinha?  
— Nós combinamos.  
— E não me disse nada? - fez cara de magoado, mas no mesmo instante ele lembrou da pergunta que queria fazer - Johanna, como foi a viagem?  
— Ótima!  
— Só isso? Ótima? E quanto aos detalhes? O que você aprontou com Paul? Recriou uma cena de Nikki ou criou algo que eu possa usar no meu próximo livro?  
— Castle, isso é pessoal! Para de querer saber as intimidades dos outros.  
— Ué, eu sei que ela vai contar para você. Pode fazer o mesmo comigo. Onde vamos almoçar? - ele já se convidara automaticamente.  
— Eu e Johanna iremos sair para comer em um restaurante vegan que abriu.  
— Vegan?! E vocês chamam isso de almoço? É tortura!  
— Tem muitas comidas gostosas e saudáveis.  
— Não tem carne! - Johanna riu da careta que Castle fazia.  
— Exato e esse é um almoço de garotas. Da última vez que chequei apesar de ter muitas semelhanças no jeito de reclamar, nos cuidados com beleza e na implicância você ainda é homem - ela implicou se aproximando dele deslizando a mão até o meio das pernas dele apertando a calça. Ele arregalou os olhos - chequei a evidência ontem à noite, aliás.  
— Kate comporte-se! Você é uma capitã, está grávida e...e... Johanna...Johanna está... - ela se afastou rindo.  
— Johanna está acostumada. Agora vá encher a paciência do Esposito. Estou de saída. Vamos, Joh - elas deixaram a delegacia. Na rua, a médica perguntou.  
— Você estava apenas implicando com Castle, certo? Não vamos comer em um restaurante vegano.  
— O que foi? Não consegue fazer uma refeição sem carne? Logo você, uma médica? Que decepção! - Kate riu - não, boba. Fiz somente para implicar com ele. Vamos ao Brooklyn, quero te apresentar o melhor kebab de Nova York. Que tal começar a falar da sua viagem? Como foi passar 4 dias direto com Paul? - ela viu o sorriso despontar no rosto da mulher ao seu lado.  
— Ah, Katie... foi tão bom! Sabe essa implicância que você faz com Castle? Eu fiz com Paul. Precisava ver o jeito dele, envergonhado com os carinhos na frente de desconhecidos na conferência. Irritante, mas ao mesmo tempo tão adorável! E sabe o que foi o melhor? Ele me pedindo para ter paciência com ele e dizendo que ia sentir falta de me ter ao seu lado 24 horas por dia.  
— Meu Deus! Você está muito apaixonada. Por que não se mudam logo? Sabe você fica colocando obstáculos e - Beckett parou de falar e começou a rir.  
— Perdi alguma coisa?  
— Eu acabei de me lembrar da minha amiga Maddie. Ela fez um escândalo depois que conheceu Castle e meio que me viu com ciúmes. Ela disse que eu estava louca para fazer bebês com ele, demorou - ela tocou a barriga - mas acabei fazendo. O jeito que estou agindo com você, pareço Maddie é engraçado porque eu não era assim. Não sei se posso culpar a gravidez dessa vez.  
— Continue pensando assim, seus conselhos vem me ajudando muito. Realizei uma das minhas fantasias - ela olhava com um jeito levado para Beckett. 
— Hum, que fantasia dona Johanna? 
— Eu sempre me imaginei fazendo amor com ele depois de uma corrida. Eu sonhava com aqueles músculos, a pele suada, a mistura de suor e do cheiro de Hugo Boss. E aconteceu. Só que não foi bem fazer amor, foi muito intenso - Beckett riu. 
— Nem pense em contar isso para Castle! Ele vai querer escrever. 
— Paul morre - elas gargalharam - Desde que voltamos, eu tento passar o máximo de tempo com Paul. Quando meu plantão termina às duas da manhã eu vou direto para a casa dele. Tanto que ontem Audrey me questionou.  
— Ela reclamou que você estava trabalhando muito?  
— Não, ela me deixou perplexa com a sua colocação. Acredita que me perguntou no café por que eu voltava para casa às seis da manhã quando poderia ficar mais tempo com o meu namorado? Perguntei como ela sabia. Ela disse que podia sentir o perfume dele, “você não usa Hugo Boss, mamãe”. Eu disse que voltava para vê-la, dar o seu café e falar com a minha filha antes de ir para a escola. Ela retrucou. Disse mamãe, eu sei que você quer ficar com ele. Eu sou uma moça não preciso de babá. Nem sei porque vocês não estão morando juntos! 
— Alguém é mais mente aberta que você… - Kate riu - acho que você e Paul deveriam escutar os conselhos de Audrey. Deviam morar juntos logo. É tão estranho ficar escondendo essas coisas da sua filha. 
— Não acabou. Eu já estava super embaraçada e ela me sai com a seguinte pergunta: mãe, você ama o Paul? 
— Sério? E o que você respondeu? Por favor, diga que foi a verdade. 
— Sim, foi a verdade. Ela me disse para ficar com ele de verdade, morar junto se não quiser casar. “As pessoas fazem isso o tempo todo, mãe.” juro que fiquei chocada diante dessa revelação.  
— Talvez seja a hora de escutar sua filha - Beckett estacionou o carro - vem, chegamos. É logo ali na esquina. Você vai amar. Principalmente a historia. 
— Já estava curiosa, agora mais ainda. O que tem de tão especial nesse kebab? 
— Vou deixar outra pessoa te dizer. Hey, Jack! 
— Olha quem é! A policial que ama kebab - ele bateu continência - quer um caprichado com batata e molho, certo? 
— Certo, dois na verdade. Trouxe essa amiga muito especial para conhecer seu kebab. Quero que você conte para ela porque ele é importante. E especial - Jack sorriu. Entregou o prato para Beckett e preparou o segundo para Johanna. Ao entregar o espeto, Jack pegou um para si mesmo e sentou-se em um banquinho proximo a sua carrocinha. 
— Você quer que eu conte o que seu marido fez? - Beckett anuiu - tudo bem, vou contar em detalhes - Jack começou a falar enquanto uma Johanna atenta saboreava o seu kebab. Ela ria de várias partes da historia e Beckett apenas comia com um sorriso satisfeito no rosto - onde já se viu pagar três mil dólares por um kebab? Só um louco! Então eu acabei entendendo o porque - Jack meneou a cabeça na direção de Beckett - amor. Ele a ama. A esposa e a criança. Claro que ajuda o fato dele ter bastante dinheiro, porém não é apenas isso. Ele é um homem muito bom. Após eu ajuda-lo, ele me ajudou. Castle é engraçado também e posso dizer exagerado. Não conte para ele que disse isso, mas ele morre de medo dela. 
— Eu sei. Que historia, não? Digna de Rick Castle. E Kate tem razão, o kebab é incrível. E esse molho! Lily é uma garota de bom gosto. Foi um prazer conhece-lo, Jack e muito em breve eu voltarei aqui com outra pessoa também especial, para mim. 
— Ótimo! Adoro novos clientes. Falando nisso, cadê o Castle? 
— Está trabalhando ou fingindo, um dos dois - Beckett riu - esse é um almoço somente para garotas. Aqui, Jack - ela estendeu o dinheiro para o vendedor - ele fez sinal de não querer receber - nem comece. Tantas vezes que vier aqui, tantas vezes irei pagar. Simples assim. Pegue o dinheiro, Kebab Black. 
— Tudo bem. Até a próxima - Beckett saiu caminhando lado a lado com Johanna, a médica ainda ria, no carro ela falou. 
— Sua gravidez está fazendo história. Que tal um café para encerrar nosso almoço? Smoothie para você.  
— Ótima ideia - elas entraram no carro e Beckett dirigiu de volta para os arredores da delegacia. Estacionou o carro e após fazerem seus pedidos, sentaram para saborear a bebida.  
— Castle sempre roubando a cena mesmo quando o desejo é seu.  
— É, ele nunca para de me surpreender.  
— Fora isso, o resto da gestação está tranquilo?  
— Sim, estive com Charlotte depois que completei sete meses, Lily está se desenvolvendo muito bem - ela tocou a barriga instintivamente, Johanna fez o mesmo, sentiu a criança mexendo-se.  
— Hey, Lily... você não esqueceu da sua dinda Joh, certo? Espero que sua mãe não tenha parado de falar de mim. Estou louca para te carregar no colo, te beijar, abraçar. Vamos deixar sua mamãe bem doidinha com o que vamos aprontar. Vou te encher de presentes - Beckett observava o jeito da amiga com a filha, conversava com a menina como se não tivesse ninguém mais ali - falando em presente...- Johanna remexeu a bolsa e tirou de lá uma sacolinha azul que Beckett não reconheceu.  
— Ah, Joh... não precisava. Você e Castle ficam enchendo a Lily de presentes, até meu pai entrou na onda.  
— Porque é isso que se faz. E como sou a madrinha queria dar algo especial. Eu comprei em LA, lembrança de viagem, mas estava tão agoniada com os plantões que não tive tempo de ir até sua casa. Vamos, abra!  
Beckett sorriu desfazendo o nó do laço com cuidado. Retirou um embrulho com papel de seda e abriu. Dentro havia um sapatinho vermelho. 
— É da cor vermelha, para proteção. Eu já convivi com muitas mães para saber que é importante a criança sair do hospital com algo vermelho. Faça com que Lily use ao sair do hospital queremos evitar a inveja e o mal olhado para a nossa princesa. 
— Joh, isso é… obrigada. 
— Um presente especial de madrinha. Apenas isso, não precisa ficar espantada. Eu já disse que Lily terá tratamento de princesa. Confesso que a mão coçou para comprar outras coisas ontem. Especialmente uma pulseira linda que vi na vitrine da Tiffany’s de ouro branco com…  
— Com vários corações e um brilhante na ponta? - Johanna concordou - Meu Deus! Como pode? 
— Do que você está falando, Kate? 
— E-eu estou impressionada porque ontem eu passei na vitrine da Tiffany’s e não resisti. Entrei e olhei as joias. Havia o colar foi o meu preferido junto com a pulseira. Eu decidi comprar apenas um. Eu nem sequer mostrei para Castle, estava imaginando que quando comentasse ele iria atrás do colar. Então a moça me mostrou outras coisas, mas…
— Você comprou a pulseira. 
— Sim e agora você… como foi gostar do mesmo conjunto, Johanna? Pensar no mesmo? 
— Tenho bom gosto? - ela sorria. 
— Muito obrigada, de verdade - ela inclinou-se para abraçar a amiga. Johanna fez o mesmo e deixou os dedos tocarem o topo da nuca bem na área onde a coluna se juntava com o inicio do couro cabeludo fazendo movimentos circulares. O gesto pegou Beckett completamente desprevenida. Johanna sentiu o corpo da amiga enrijecer. Afastou-se para fita-la. 
— Está tudo bem, Katie? Você ficou tensa de repente e… 
— Joh, o que você acabou de fazer… tocando minha nuca e os dedos, minha mãe fazia isso comigo. Tanto que faço o mesmo gesto com Castle - ela suspirou - nossa! - voltou a se sentar. 
— Foi apenas um carinho, de verdade. 
— Eu sei, exceto que para mim foi bem mais que isso - ela sorriu apertando a mão da amiga - melhor voltarmos. Eu ainda tenho muito o que fazer antes do dia terminar. 
Na mesma semana, Beckett voltou a receber a visita do pai. Dessa vez, Jim veio preparado para entregar um presente especial para sua netinha. Eles estavam conversando na sala enquanto Castle preparava uma segunda rodada de café para o sogro. 
— Hora de entregar o presente da minha neta - ele abre a pasta de trabalho e tira uma sacola que Beckett reconheceu como sendo da Tiffany’s. 
— Pai… não precisava. 
— Nem comece, por acaso não tenho o direito de dar um presente a Lily? Vamos, abra - Beckett obedeceu, Com cuidado, ela desfez o nó da sacola e pegou a pequena caixa azul turquesa. Dentro dela havia uma medalhinha. 
— É um agnus dei, para proteção. Eu levei para benzer na catedral de San Patrick. Faça com que Lily saia do hospital com ele e use-o sempre que for sair com ela. Nada de inveja para a minha menina. 
— O senhor falou igual a Johanna, nossa… Obrigada, pai - ela o abraçou - essa Lily é a menina mais sortuda que já conheci. 

XXXXXXX

Johanna acabara de sair da sala de cirurgia, checou o relógio. Meia-noite e meia. Seu plantão hoje ia até às seis da manhã. Esfregou os olhos e decidiu ir até a cafeteria pegar um café decente e um sanduíche. Será que Paul estava operando? Ele tinha sorte que seu plantão acabava à uma da manhã. Pelo menos amanhã era sexta-feira e ela podia ir direto para a casa dele. Audrey fora para um acampamento da escola voltava somente no domingo. Sorvendo a  bebida e suspirando, ela entrou no conforto. Desabou numa das poltronas e comeu metade do sanduíche terminando o café rapidamente. Cansada, deitou-se em um dos beliches para esticar as pernas. Fechou os olhos. 
Minutos depois, ela sente alguém se aproximar. 
— Hey, Joh… - ela abre os olhos - desculpa, te acordei?  
— Não, amor. Eu só estava descansando um pouco. Já está de saída? 
— Sim, vou só trocar de roupa - ele tirou o jaleco colocando sobre a outra cama. Em seguida, tirou a camisa do uniforme. Ele só podia estar de brincadeira! Isso era provocação, ela pensou. Como Johanna não era de desprezar uma demonstração de implicância, sentou-se no beliche admirando o homem a sua frente. Puxou-o pelo elástico da calça para junto de si - o que você está fazendo, sua louca? 
— Respondendo a sua provocação, o que mais? - ela se levantou e deslizou as mãos pelo peito dele, pelas costas, deixando-as descansar sobre o bumbum dele. Os lábios beijavam os ombros, o pescoço, mordiscou o lóbulo da orelha dele e sentiu as mãos de Paul invadirem seu corpo por baixo do uniforme que usava. As bocas se encontraram, o beijo foi se aprofundando. Johanna baixou as calças dele levando a cueca junto. Ergueu os braços para que ele tirasse a camiseta dela. Paul entendeu o gesto. Estando apenas de sutiã a sua frente, ele beijou o meio dos seios, abriu o fecho e a peça se perdeu no chão do conforto. Ele a empurrou contra a parede devorando-lhe os seios. Ela gemeu baixinho. 
— Tem certeza que quer seguir em frente? - ela pegou a mão dele enfiando no meio das pernas pressionando para que ele sentisse o calor que já emanava em antecipação ao que viria. 
— Por favor… você começou, Paul… 
Paul baixou as calças dela enfiando uma das mãos no centro dela massageando o clitoris. Ela enterrou a cabeça no ombro dele para suprimir o grito. Então ele a instigou incansavelmente com os dedos. Johanna sentia o calor a consumir, o desejo circulando nas veias. Queria mais, ele também. Sem aviso, ele abaixou-se provando-a. O contato da lingua foi rápido o bastante, intenso. Um prelúdio para o que a esperava mais tarde. Ele impediu seus gemidos calando-a com uma das mãos sobre seus lábios ao sentir seu corpo se entregar ao orgasmo. 
Ele se afastou um pouco dela, tornou a vestir as calças escondendo o membro rijo e beijou-lhe a testa antes de ir para o banheiro. Johanna respirava vagarosamente, o coração batendo descompassado. Ele apenas a deixara com mais vontade de tê-lo dentro de si. O corpo amolecera pelo orgasmo e a provocação anterior não foi suficiente para acalma-la. Ao voltar completamente vestido com uma calça jeans e camiseta preta encontrou a namorada ainda escorada na parede sem sutiã. Aproximou-se dela, acariciou seu rosto e sorriu. 
— Melhor colocar ao menos a blusa novamente, Joh. Eu te espero lá em casa mais tarde - ele beijou o pescoço dela, a médica podia sentir o cheiro característico do perfume dele. Virou o rosto para beijar os lábios de Paul. 
— Sabe, você anda muito saidinho ultimamente. Pensa que pode brincar com fogo e não se queimar? - ela apertou o membro dele sob o jeans - Se prepare porque vou querer revanche, Paul - ela sorria. 
— Mal posso esperar - deu mais um selinho nela e saiu. Johanna sentou-se resignada no colchão colocando a blusa outra vez. O corpo amolecido o suficiente para querer dormir. O bipe soou. 911. Nada de soneca, hora de trabalhar.   

Dias depois… 

Beckett estava em sua sala avaliando os últimos números do mês. Estava bem satisfeita com a performance de seu time. A cada dia que passava, Ryan vinha se mostrando um ótimo lieutenant, sabia gerenciar bem os casos, as equipes e mostrava traços de liderança que a própria Beckett não observara antes. Acariciava a barriga sentindo a filha mexer-se. 
— É Lily, parece que seu tio Kevin vai dar conta de substituir a mamãe. Uma semana para completar oito meses. Logo você estará em meus braços, meu amor - Esposito bateu na porta de leve, ela fez sinal para que entrasse. 
— Beckett, creio que preciso da sua ajuda. Lembra do caso que eu estou investigando com a ajuda de Castle? Da empresária morta após sair de sua loja? O marido e principal suspeito está na sala de interrogatório. Ele se recusou a falar comigo. Quer falar com a pessoa responsável, a autoridade maior. Eu disse a ele que ia chama-la, porém adiantei que você é uma pessoa bem ocupada. Sabe como é, não gosto de dar moral à criminosos que pensam ser melhores que todo mundo. Não quer ser questionado por mim. 
— Tem o rei na barriga, já entendi. Temos evidências que apontam contra ele? 
— Sim, fez um seguro de vida no nome da mulher colocando-o como beneficiário há três meses, encontramos traços de sangue nos acessórios que a vítima usava e não pertenciam a ela. Havia DNA por baixo da unha. Eu mandei uma amostra da saliva dele para Perlmutter apenas para comprovar. É ele, o assassino. 
— Ele consentiu a amostra de DNA? 
— Não, usei o truque do copo. Servi água para ele. Beckett, o cara é arrogante, se acha melhor que os outros e tem mais um detalhe. A esposa pediu o divórcio há um mês talvez previsse que algo estava prestes a acontecer. Cheque isso - Esposito mostrou alguns papeis para ela, Beckett analisava atenta. 
— Tem razão. Motivo. Você acha que ele sabia do plano de Melanie? Do testamento? 
— Não,a irmã comentou que foi redigido em segredo e que Melanie fez questão de não levar qualquer papel para casa. 
— É uma pena. Ela era uma pessoa de sucesso. Integra e inteligente, merecia a posição que ocupava como empreendedora do mundo da moda. Pode deixar que eu assumo daqui. Castle estava com você? 
— Durante a investigação, não na sala de interrogatório. 
— Ótimo. Vou chacoalhar esse sujeito um pouquinho - ela saiu de sua sala com a pasta do caso nas mãos - Castle? Quer me acompanhar em um interrogatório? 
— Ainda pergunta? - disse empolgado - que papel eu farei? Tira mal ou o tira bom? 
— Apenas siga meu raciocínio, sei que vai encontrar um jeito de me ajudar - eles entraram na sala. Castle fechou a porta atrás dela. O suspeito olhou surpreso para ela. O que uma grávida estava fazendo ali? - Sr. Chapman? Sou a Capitã Kate Beckett, autoridade maior desse distrito. Sei que deve ser um período complicado para o senhor, perder a esposa. Eu sinto muito, estamos apenas querendo ajudar a solucionar o homicídio dela e fazer justiça. Entendi pelo meu sargento que o senhor se recusou a prestar depoimento e responder as perguntas dele. Posso saber a razão disso?
— Não costumo tratar com empregados. Eu me dirijo apenas a pessoas de um certo nível, nesse caso a de maior patente. 
— É uma pena porque eu não tenho empregados, o senhor está equivocado. Eu gerencio uma equipe de policiais, detetives, sargentos e tenentes qualificados e perfeitamente capazes de investigar homicídios, por mais difíceis que sejam. 
— Você é de fato a autoridade aqui? Está grávida, não devia estar em casa se preparando para a maternidade, fazendo crochê? Disse capitã, não? Sabe mesmo com quem está falando? Tem noção de quem eu sou? 
— Sim, eu sou a Capitã e gravidez não é doença. Certamente não atrapalha meu trabalho. E sim, para as outras perguntas também. Eu sei quem é - antes que Beckett pudesse completar o que ia dizer, o sujeito se pronunciou. 
— Eu sou o dono da grife Intentions, uma das dez mais respeitadas de Nova York. Famosa por seus acessórios, bolsas, venerada por celebridades. Não sou qualquer um. 
— Desculpe, capitã. Se me permite um esclarecimento… - disse Castle olhando para ela. 
— Vá em frente. 
— Sr. Chapman, acredito que o senhor está equivocado duas vezes. Primeiro, a grife Intentions pertencia a sua esposa. Segundo, isso aqui é uma delegacia não um spa cinco estrelas para clientes VIP’s. Não há tratamento especial. 
— Quem é esse idiota? 
— Oh, desculpe. Acredito que para você seria seis estrelas, devido, erh…seu calibre, sua fortuna… Meu erro - Beckett teve que se esforçar para não rir.
— Mas que… responda, quem é o idiota? 
— Ele é um consultor civil que auxiliou no caso da sua esposa. Sr. Chapman pode me confirmar se sua esposa tem seguro de vida? 
— Claro que tem! Eu a aconselhei a fazer. 
— E o senhor é o beneficiário? 
— Naturalmente. Nós não temos filhos. O seguro foi avaliado no valor da empresa. 
— Então o senhor contava com o dinheiro do seguro. Foi por isso que a assassinou? Por que ela pediu o divórcio e levaria consigo toda a fortuna que construiu? Sabemos que o negócio era dela e não eram casados em comunhão de bens. 
— Ah… as maravilhas de um acordo pré-nupcial. Salva muitos casamentos e divórcios devo acrescentar, eu deveria ter sido mais esperto com minhas duas ex-esposas - Castle comentou para provocar. 
— De onde você tirou essa ideia insana? Eu tenho direito a receber o dinheiro do seguro. Ela era minha mulher. Vocês não sabem de nada! Bando de amadores! Tem noção dos milhões que eu tenho, que a grife representa? - ele sorri com desdém - é claro que não! A quem eu quero enganar? Seu salário de policial não a possibilita de chegar perto da minha loja, que dirá comprar acessórios! H&M é o tipo de lugar que você frequenta, que seu dinheiro pode pagar. Estou perdendo meu tempo tentando explicar o valor do meu negócio. 
— Nossa! Falou como um típico novo rico que infelizmente não conhece nada de negócios. Como poderia se quem gerenciava tudo e investia era a sua esposa? Você sabia que ela deixou um testamento? - pelo jeito que arregalara os olhos, Beckett soube que não - estou vendo que não tinha essa informação. Ela redigiu logo após pedir para se divorciar de você. Deixou com a irmã. Talvez ela estivesse pressentindo o que estava por vir. E sabe, tem razão, Sr. Chapman. Meu salário de Capitã não suporta o privilegio de comprar na Intentions. Para a minha sorte, meu marido tem dinheiro suficiente para tal, afinal ele é milionário e poderia comprar um item de cada na loja se eu o pedisse. A propósito, ele é um escritor de best-seller bem sucedido. Apresento-lhe Rick Castle, meu marido - ela apontou para Castle - ele é o tal idiota a quem você se referiu antes. 
— Por essa você não esperava, um esnobe metido a rico trabalhando com a policia apenas porque é casado com a capitã. Exceto que isso é onde as coincidências sobre eu e você acabam. Ao contrario de você, Sr. Chapman, eu trabalhei bastante pelos meus milhões. Tenho que concordar com a capitã. Voce é péssimo em negócios. Quanto vale a grife, você sabe? 
— Claro! 50 milhões. 
— O exato valor do seguro… que interessante! - Beckett puxou um saquinho com uma pulseira - reconhece esse objeto? 
— É um bracelete da Intentions de uma coleção exclusiva e limitada. Minha esposa tinha um. 
— É o dela. Encontramos sangue nele, não era da vitima. Também havia resíduos na bolsa que usava. Tem ideia de quem seja o sangue, Sr. Chapman? - Beckett havia recebido uma mensagem de Esposito confirmando o DNA. Pegaram o babaca.  
— Claro que não. Esse é o seu trabalho! Descobrir quem a assassinou. 
— Sei perfeitamente disso. Tanto que estou prestes a afirmar de quem é. Seu. Você assassinou sua esposa para receber o seguro de vida no valor de 50 milhões de dólares. Uma pena ter sido tudo em vão. 
— Você não pode me acusar de mata-la! 
— Por que não? Tenho provas. Vamos para a próxima pergunta, onde estava anteontem entre sete e dez da noite? 
— Agora você vai checar meu álibi? Pensei que tinha provas - desdenhou - estava em um bar com um amigo. Saí de lá por volta das nove da noite, fui para casa. 
— Esse seu amigo tem nome? 
— Peter Cross. 
— Saiu às nove no entanto chegou em casa somente às onze e meia. Não havia transito à essa hora. Por que demorou tanto? 
— Quis dar uma volta, espairecer. Por que? Vai dizer que é proibido? 
— Claro que não. Só achei interessante você querer espairecer na esquina da loja da sua esposa - Beckett puxa a foto da câmera que Espo anexara a pasta - vai me dizer que esse não é você? Conseguimos um mandado para revistar seu carro, quer me dizer o que meus supostos oficiais incompetentes vão achar? 
— Você não tem esse direito! Precisa de meu consentimento! 
— Claro que tenho direito, afinal eu tenho o que na lei se chama “probable cause”, mas você não conhece o trabalho chato e insignificante de um policial - Esposito aparece na porta, Beckett faz sinal para ele entrar. Entrega um saco com a faca parcialmente limpa para a capitã - parece que alguém não se livrou das provas… tenho certeza que poderemos conseguir digitais e DNA. 
— Encontramos uma camisa também capitã, com resíduos de sangue. Já enviamos para o laboratório. 
— Obrigada, sargento. Prioridade zero - Castle esperou Esposito sair. A cara de Chapman não era das melhores, perdera a pose no instante que Beckett mencionara a foto. Ele ainda tinha alguns comentários a fazer, queria ver o babaca confessar.  
— E vale ressaltar outra vez sua incompetência para negócios - Castle o fitava - você me disse que a grife da sua esposa valia 50 milhões quando de fato vale o triplo. Melanie sabia disso, está em seu testamento. Ela deixou a empresa para a irmã e o sobrinho com 10% dos lucros revertidos para a caridade. Sabe qual a sua quantia? Nada. Acho que seus dias de spa e tratamento VIP acabaram. Incrível! 
— Aquela vaca! Ela me enganou! Devia ter forçado a assinar uma oferta maior. Eu tive que aguenta-la por cinco anos para isso? Ela mereceu morrer. Devia ter furado-a mais vezes - ele estava vermelho, Castle riu e continuou sua provocação. 
— Não fique tão triste, sei que não tem spa na prisão, mas eles tem massagens especiais e não estou me referindo ao estilo convencional. É uma massagem diferente, especialmente para os VIPs. Certamente será um candidato. 
— Marc Chapman, você está preso pelo assassinato de Melanie Chapman. Tem o direito de permanecer em silêncio. Tudo o que disser pode e será usado contra você no tribunal. Tem direito a um advogado, se não puder pagar, o estado lhe fornecerá um. Sinto muito, Sr. Chapman. Terei que algema-lo com as algemas comuns. Deixei o meu par com diamantes em casa hoje. 
— Como ousa? Isso é abuso de poder. Não pode falar assim comigo. Vou te denunciar. 
— Esposito, pode leva-lo daqui? Providencie a papelada e a transferência o mais rápido possível. O meu distrito não é lugar para assassinos de quinta categoria - Castle riu, ela se virou para ele - Castle, eu sei que havia pedido uma bolsa da Louis Vuitton de você, mas diante do que agora sei sobre essa outra marca, quero rever meus conceitos. Ouvi dizer que usaram o sangue da dona para confeccionar o ultimo item da coleção. Será que pode me comprar uma bolsa da Intentions, então babe? Gosto de fazer boas ações e 10% do valor vai para a caridade.  
— Até dez, amor - Beckett deu uma ultima olhada para o criminoso. Ele bufava. Saiu em direção a sua sala. Castle foi no seu encalço. Fechou a porta - wow! Isso foi incrível! Como nos velhos tempos - ela sorriu, beijou os lábios dele suavemente. 
— Foi bom mesmo. Eu me divertir. Somos uma dupla e tanto. 
— Como Starsky e Hutch? 
— Melhor, babe - ela colocou seus braços em volta do pescoço de Castle - bem melhor. Uma pena a historia de Melanie acabar assim, mas acredito que ela deve estar aliviada por não ter aquele traste ao seu lado. Que tal comemorar? 
— Adoraria e falei a verdade, se quiser uma bolsa nova, vá em frente. 
— Eu passo. Porém, não dispenso um jantar com melhor parceiro que também é o meu marido milionário no Le Cirque… 
— Seu desejo é uma ordem, minha Capitã - Beckett pegou o casaco, a bolsa e saiu de braços dados com o marido do 12th distrito. 
Era quinta-feira e Johanna estava radiante para terminar o seu plantão. Fazia um bom tempo que ela não saia às cinco da tarde do hospital. Paul estava de folga e esperava por ela para passarem a noite juntos visto que ambos não tinha trabalho no dia seguinte. Dessa vez, ela avisou a filha que ia ficar com o namorado. Audrey levou a noticia numa boa. Apenas sorriu e disse para a mãe aproveitar. 
Era bom saber que ela aceitava razoavelmente bem a condição de namoro da mãe. A médica se dirigiu para o conforto a fim de trocar de roupa e encerrar o plantão. Ao passar pela recepção, entregou os dois últimos arquivos pedindo para Cindy encaminhar para o seu residente que estava no quarto andar. Agradeceu, desejou boa noite e saiu.  
Ao chegar no apartamento de Paul, ele a recebeu com um enorme sorriso ao vê-la escorada na porta. Ela usava apenas uma calça legging e uma camiseta de alcinha. 
— Oi, moreno… a fim de companhia para a noite? 
— A sua? Sempre. Entre, Joh - ela passou pela porta mantendo o olhar fixo no tórax nu à amostra a sua frente - estava começando a preparar o jantar. Está com fome? 
— Vai cozinhar para mim? 
— Eu aprendi a preparar um guacamole bem gostoso e farei uma quesadilla. Minha namorada é fã de tequila. É sempre uma boa combinação.  
— E se eu disser que o jantar pode esperar porque eu estou com outro tipo de fome nesse instante? - ela se aproximou deslizando a mão pelo peito nu indo até a altura do elástico da calça de moletom que ele usava. A boca vagava pelos ombros roçando os dentes de leve na pele morena. Paul baixou as alças da camiseta que ela usava beijando as sardas. 
— Eu adoro suas sardas, Joh… por mim você as exibia sempre - ele acariciava o colo dela com as pontas dos dedos. Segurando seu pescoço enquanto o polegar brincava na garganta de Johanna, ele sorveu seus lábios com carinho. Provocando de maneira sensual. Virou-a de costas para si e vagarosamente devorava sua nuca, beijo atrás de beijos que faziam as pernas de Johanna enfraquecerem. Lingua, dentes, eram parte do instante de sedução. Paul mordiscava o lóbulo da orelha dela. Podia ver os mamilos despontarem sobre a camiseta. Ela gemia. Sentiu o membro dele contra o seu bumbum. A cada segundo que passava, ela o queria mais, o desejava. Ela ergueu os braços para sinalizar a ele qual deveria ser o próximo passo. Paul ergueu a camiseta pela cabeça dela e jogou-a no chão. 
Ao contrário do que Johanna esperava, ele não usou as mãos para tocar-lhe os seios que tanto ansiavam pelo seu toque. Paul dirigiu sua atenção ao estômago liso beijando-o até chegar ao ventre. Baixou a calça que ela usava, mordiscou o interior das coxas e ouviu os gemidos de prazer da namorada. 
— Meu Deus… e-eu não….
— Shhh… quieta. Quer fazer amor, Joh? 
— Sim, por favor… sim… - ela quis se antecipar livrando-se da legging. Paul se afastara para admirar a bela mulher. Finalmente, ele se aproximou erguendo-a do chão de surpresa e levando-a para o quarto em seu colo. Sorrindo, ele fez amor com ela. 
Horas depois, os dois permaneciam deitados na cama. Johanna estava aconchegada no peito dele. As mãos acariciavam seu rosto, seu ombro descendo pelo seu braço. Ela notou a cicatriz no biceps. Não era a primeira vez, mas nunca perguntara onde ele adquirira. 
— O que foi isso? Você já foi herói algum dia? Brigou na rua? - ele riu. 
— Tinha quinze anos. Estava no mercado publico de Seattle com uns amigos. Uma gangue tentou atacar uma moça, devia ter a idade de Audrey. Eu tive a impressão de que eles iam feri-la não apenas com o canivete e as facas que usavam, um deles se tocava olhando para ela. Então eu resolvi intervir. Cheguei distribuindo chutes e socos. Um deles me acertou no braço. Tive sorte não foi profundo, porém levei pontos. Meus amigos encontraram um policial que chamou reforços. Dois deles foram presos. A garota estava assustada. Eles me levaram para o hospital e descobri que o pai dela era médico. Ele me agradeceu por salvar a filha. Eu acabei namorando com Missy por dois anos, até me mudar para Nova York para fazer faculdade de medicina. 
— Ah, eu sabia que você tinha um bom motivo para ter essa cicatriz. É muito certinho para ter uma marca por uma atitude de rebeldia. 
— Isso é uma critica? Queria que eu tivesse feito loucuras? 
— Não, eu gosto do meu namorado do jeito que ele é. Se for para cometer loucuras, que seja por mim. Por amor. Acho que minha pessoa justifica isso, não? 
— Você é bem confiante. Quem disse que é tudo isso? Que é tão especial? 
— Eu sei - ela ria, Paul beijou seus lábios - amor, eu preciso contar algo para você. Sobre Audrey. 
— Ela está com algum problema, Joh? 
— Não, ela… na verdade, ela andou me fazendo alguns questionamentos. Sobre você, sobre nós. Queria saber porque eu não me mudo para morar com você. 
— E o que você disse? 
— Que não podia, tinha que cuidar dela. Sou responsável. Ela é uma adolescente de quatorze anos. Isso não é tudo. No ultimo ano, mesmo antes de nós estarmos juntos, ela estava estudando francês. Realmente se empolgou com a lingua e depois que voltou do acampamento me disse que queria fazer um intercâmbio, passar um ano em Paris. Acredita que ela já pesquisou tudo? Audrey me entregou o orçamento e o planejamento completo. Disse que ia acontecer em duas fases. Quer ir em julho passar o verão trabalhando e se ambientando para ano que vem seguir com o curso de um ano a partir de abril. 
— Ela é bem sua filha, gosta de aventuras e desafios. Como está seu coração diante dessa proposta? Sei que mães são bem protetoras de suas crias - Johanna sentou-se na cama. O olhar fixo no homem deitado e atento a ela. 
— Eu fiquei surpresa à principio, mas a quem quero enganar? DNA e genética não negam. Finalmente entendi a insistência dela em me ver morando com você. Ela quer ter certeza que ficarei bem. Fico feliz por ela querer explorar o mundo, vou morrer de saudades mesmo assim estou orgulhosa de vê-la tomando decisões para sua vida. Ela é nova, perder um ano de escola não mata ninguém especialmente comparado ao que ela vai ganhar de experiência de vida. Eu quero que Audrey seja independente. 
— Acho que ela já demonstrou a você que é - Paul sentou-se na cama. Acariciou o rosto da namorada, deslizou o polegar pelo seus lábios. Tomou a sua mão na dele - Joh, eu quero te fazer uma proposta. Quero que você se mude para cá assim que Audrey viajar para as ferias na Europa. 
— Serão apenas três meses, Paul… 
— Eu sei, escute. Nós passaremos esses três meses morando juntos e quando ela voltar, se não se sentir bem o suficiente para morar aqui conosco, vou entender e deixarei você retornar ao seu apartamento com a promessa de que quando ela viajar para o intercâmbio, você vem ficar comigo. 
— Paul, e-eu não sei… 
— Joh, eu amo você. Não é você que me diz para deixar de ser travado? Estou dando a você a chance de me destravar mais um pouco. Está na hora de colocar seu lado rebelde em ação. Se até sua filha lhe aconselha a dar o proximo passo, por que não? 
— Você tem certeza que quer conviver 24 horas comigo? Posso ser um pé no saco. 
— Eu me acostumo. Então, é uma promessa? 
— Sim, eu prometo. Não vale se arrepender depois, moreno. 
— Isso é meio impossível. Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida nos últimos anos. 
— Acho que teremos que agradecer a Kate e Castle mais uma vez. Sem eles, talvez não estivéssemos aqui, juntos. 
— Eu não teria tanta certeza, eu desconfiava que você me atacaria mais cedo ou mais tarde - ela riu. 
— Hey! Você está dizendo que sou alguma tarada? A pervertida da relação? Não fui eu quem atacou no conforto médico semana passada. 
— Que culpa eu tenho se você me tenta? 
— Ah, coitadinho… tão inocente - ela o empurrou de volta para o colchão, subiu nele inclinou-se e roubou um beijo - eu te amo, sabia? Demais. 
— Mesmo? Não está dizendo isso apenas porque eu te convidei para morar comigo? - ela apertou o membro dele fazendo-o gemer - Deus! - Ela se perdeu por uns instantes nos olhos verdes. 
— Está duvidando dos meus sentimentos, Paul? 

— Nunca! Vem cá, amor… hora da sobremesa - ele sorveu os lábios de Johanna.


Continua....