quinta-feira, 30 de novembro de 2017

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.31


Nota da Autora: Esse capitulo tem um lado interessante a ser abordado. Aprendemos que Rick Castle costuma se isolar quando escreve. A verdade é que todo escritor (eu me incluo) necessita de um pouco de reclusão, nós nos trancamos no nosso mundo imaginário e esquecemos do real. Aqui, vocês verão Kate se adaptando a isso. Todo autor gosta de passar suas impressões na própria historia, ou contar algo que realmente gosta. Tem algo sobre mim nesse capitulo. Conseguem adivinhar o que é? E se preparem porque os próximos capítulos estaremos viajando... divirtam-se! 


Cap.31 

Três dias depois, Beckett estava na cozinha servindo-se de café após fazer os ovos para ela e Castle. Onde ele se metera, pensou. Martha apareceu na sala. 
— Martha, por acaso sabe onde seu filho se meteu? Os ovos vão esfriar. Castle! - ela gritou - viu? Sequer me responde. 
— Deixe que vou ver o que ele está aprontando - Martha se dirige ao escritório. Nada. Segue para o quarto da neta onde o encontra sentado na poltrona com a filha no colo. Conversava baixinho com a menina como se ela pudesse escutar e entender. 
— Richard! Não ouviu sua esposa chamando? Ela fez o café para você, kiddo. Não devia deixa-la esperando. Me dá minha neta, eu vou cuidar de Lily enquanto vocês tomam café - Castle fez uma careta para a mãe e entregou a filha após beijar-lhe a testa. Ao chegar na cozinha, logo reparou na cara de poucos amigos da esposa. Tratou de usar seu charme para trazer um sorriso para o rosto de Beckett. Ele a agarrou pela cintura e depositou vários beijinhos na sua face e no pescoço o que provocou cócegas nela fazendo-a rir. 
— Para, Castle! Não adianta jogar seu charme para cima de mim. Não vai funcionar - ele mordiscou o lóbulo da orelha dela, Beckett riu e deu um soquinho no ombro dele - quer sentar para comer? Vai ficar frio e ruim. 
— Nada do que você faz é ruim, Kate - ele finalmente se sentou. Ela ficou de frente para o marido no outro lado do balcão. 
— Vai sair hoje? 
— É a folga de Johanna. Estou esperando ela me dizer que horas e aonde vamos nos encontrar. 
— Deve ser na parte da tarde - disse Beckett. 
— Talvez. 
— Você sabe que ela e Paul tem aquela regra de que quem está de folga faz o jantar então imagino que não poderia se encontrar muito tarde. Ou ela pode não fazer o jantar, estariam quites - Beckett deixou escapar sem querer. 
— Do que você está falando? - Castle se fez de desentendido. 
— Não vem com essa historia de bancar o inocente que não vai colar. Você provocou o desentendimento.
— Não entendi. 
— Deixa de ser cínico, Castle! Você está incitando Paul para jogar, quer que fique viciado como você. Droga! Eu prometi para a Joh que não ia falar disso com você. 
— Hey! Eu apenas sugeri. Se Paul perdeu o controle, não é minha culpa. Não sei qual o problema de vocês com o jogo. Tanto Johanna como você, Beckett, queriam que eu e ele nos entendêssemos, agora que parecemos estar encontrando algo em comum, ficam reclamando. 
— Só se eu não te conhecesse. Sugerir é uma coisa, virar vicio é outra. E não estou reclamando, fiquei chateada por saber que eles quase brigaram feio por sua causa. 
— Ela disse isso? Que eu saiba, Paul mentiu para ela. Fui eu quem mandou ele contar mentiras? - Beckett bufou - acho que provei meu ponto. 
— Sempre saindo como o bonzinho da historia… 
— Porque eu sou… - ele sorriu para ela e esticou a mão para toca-la - os ovos estão deliciosos. Será que pode me servir de café, amor? - ela não aguentou e rir. Jogou o pano de cozinha na cara dele. 
— Convencido! 
— Apenas falo a verdade - o celular dele vibrou - ah, é Johanna. Hey! Tudo bem? Sim, você escolhe onde - aguardou - almoço? Por mim tudo bem! Uma hora, combinado - desligou - bem, tenho que me preparar para o meu compromisso. 
— Vocês vão almoçar? 
— É, acho que você tinha razão no fim. Ela deve querer terminar cedo para fazer o jantar de Paul. Você podia se inspirar e fazer o nosso jantar também, que tal? 
— Está me achando com cara de serviçal doméstica? Não sou sua escrava. 
— Claro que não, capitã. Era só uma sugestão. E quanto ao escrava, saiba que não me importo nem um pouco de ser o seu, especialmente se for para satisfazer prazeres sexuais - ele roubou um beijo dela de surpresa. 
— Vai trabalhar, Castle - ria balançando a cabeça. 

Le Cirque

Castle já estava sentado em sua mesa cativa quando Johanna entrou no restaurante. Ele se levantou para cumprimenta-la e puxou a cadeira para sentar a sua frente como o perfeito cavalheiro que era. 
— Confesso que fiquei surpreso com o convite para o almoço. É meio difícil trabalhar na mesa de um restaurante. 
— Eu sei, mas eu realmente estava com muita vontade de comer o filé daqui. Podemos fazer assim, na primeira parte do almoço você me conta o que está pensando em fazer com a historia agora que irá escrever três livros. Depois, pode começar a me fazer perguntas. Tenho certeza que seu telefone tem um aplicativo que pode gravar tudo e reaproveitar nas suas anotações para escrita. Você é bem geek - ele riu. 
— Tenho mesmo. Tudo bem, faremos isso. 
— Podemos sempre tomar um café depois. Tem um bem na esquina e você pode seguir com seu trabalho, escrever o que precisar. 
— Ótimo! Que tal pedirmos a comida antes? 
— Excelente - eles pediram o almoço, as bebidas e mergulharam numa longa conversa no universo de Nikki Heat. O tempo parecia voar à medida que os detalhes e as ideias iam sendo discutidas. Castle fez muitas perguntas a Johanna que respondeu todas que podia da maneira cientifica e leiga a fim de dar significado para que o escritor as entendesse da forma correta. Ao terminarem o almoço com direito a cheesecake de sobremesa, ele ficou com a consciência pesada. Sabendo que iam continuar o trabalho na cafeteria, Castle chamou o maitre. 
— Quero lhe fazer uma pergunta. Eu sei que vocês fecham às três e meia e tornam a abrir às seis. Será que poderiam preparar um chateaubriand para viagem? O problema é que não quero levar agora. Eu preciso terminar um trabalho e imagino que posso passar de volta umas seis, talvez antes. Acha que consegue preparar o prato para mim? - ele virou-se para Johanna - estou pensando em Kate. Ela gostaria de um jantar especial, principalmente depois do que eu disse essa manhã. 
— Agora que você falou, Paul não reclamaria se tivesse um filé do Le Cirque para jantar. Assim poderíamos ficar despreocupados com o horário e focar no trabalho. É possível fazer dois? 
— Claro que sim, Sr. Castle. Para nosso cliente VIP sempre damos um jeito. Qual o ponto dos filés? 
— Ao ponto para mal - eles falaram na mesma hora. Riram - é tem que ter sangue para aqueles dois - completou Johanna. 
— Querem pagar agora ou quando vierem buscar? 
— Pode incluir na conta - disse Castle. 
— Ótimo! Eu só peço para quando estiverem próximos de vir, liguem para cá. Assim podemos fazer o filé somente perto de entrega-los. Prezamos pela qualidade de nossos pratos. 
— Claro! Pode trazer a conta para nós. 
— Aceita o café? 
— Não, hoje iremos dispensar o café. Obrigado - afinal eles iriam toma-lo em outro lugar. Quando a conta chegou, Castle não deixou Johanna pagar - de jeito nenhum! Estou aqui a trabalho. Fazendo pesquisa para o meu livro e você é minha fonte. 
— Mas o filé de Paul… nao é justo! 
— Claro que é. Eu estou tirando a namorada dele de casa, impedindo-a de cozinhar e tenho que me redimir por outras coisas - ele piscou para ela. A principio, Johanna não entendeu - não quero ninguém brigando por minha causa. 
— Ah, você está falando do jogo… Kate lhe contou… 
— É, em sua defesa, saiu sem querer. Não se preocupe, não vou fazer de Paul um viciado. Isso é por conta dele - pagou a conta e juntos seguiram para a cafeteria da esquina a fim de continuar o trabalho. 
Ao chegar em casa por volta das sete da noite, encontrou a esposa sentada na poltrona dando de mamar a filha. 
— Você demorou. Quase um almoço ajantarado. Encontro proveitoso? 
— Muito - ele se inclinou para beija-la - trouxe seu jantar. Especial. Fomos no Le Cirque. Achei que a minha esposa merecia um belo jantar hoje para compensar o fato de que a deixei sozinha o dia todo e provavelmente farei o mesmo amanhã quando me sentar no escritório para transcrever tudo o que obtive hoje. 
— Ah! É um daqueles períodos de reclusão… pretende virar a noite, escritor?  
— Deveria, porém acho importante passar um tempo com a minha esposa e minha princesa. Ela está terminando de comer? 
— Sim, viu o estômago como está quase estourando? Ela está pesadinha. 
— É, notei essa manhã. Quase três meses! Passou tão rápido! Lily, por favor, termine logo porque não quero que a mamãe coma frio. 
— Você não vai jantar comigo? 
— Claro que sim. Quer que fique com ela um pouco? Posso fazê-la dormir. Sou bom nisso, o encantador de bebês, esqueceu? 
— Da ultima vez que se intitulou assim, o encantador falhou - ela riu entregando a filha para o marido - coloque-a para arrotar, vou tomar um banho rápido - Beckett já estava quase saindo do quarto quando sentiu o puxão no braço. Castle sorveu seus lábios com vontade. 
— Agora pode ir. 
Eles sentaram para jantar à mesa. Castle colocou a filha no bebê conforto ao lado deles para que pudessem observa-la. O filé estava magnifico como sempre e o vinho escolhido por Castle caiu como uma luva. 
— E não se preocupe, eu fiz outra boa ação no dia de hoje. 
— Mesmo? Posso saber o que? 
— Como eu de certa forma roubei Johanna, paguei o jantar de Paul. Ela levou um filé para ele também. 
— Nossa! Como estamos bonzinho hoje… - ela implicou - pena que vai se esconder no escritório com a Nikki. Eu bem que estava precisando de uma massagem. 
— Massagem de verdade ou aquele outro tipo de massagem, capitã? - ela riu. 
— De verdade. Acho que dei um jeito nas costas aqui na região da omoplata e próximo ao pescoço. 
— Eu posso cuidar disso. Já disse que não pretendo escrever hoje. A menos que você esteja cansada e durma, ai talvez eu adiante um pouco da escrita - ela colocou a ultima garfada na boca. 
— Estava mesmo delicioso. Você acertou, escritor. 
— Calma, ainda não terminou - ele se levantou da mesa e foi até a geladeira voltando com um pedaço de torta - afinal, um jantar do Le Cirque nunca está completo sem um pedaço de cheesecake. Mais uma boa ação para você. 
— Ah, Castle… - ela puxou-o pela camisa tascando um beijo nos lábios. 
Castle cumpriu o prometido para a esposa. Eles foram para o quarto, a fez deitar de bruços e com um dos oleos próprios para massagem, se ajoelhou ao lado dela na cama e começou a usar os dedos vagarosamente pelas costas dela. 
Não demorou muito para Beckett estar gemendo baixinho. O toque dos dedos de Castle parecia magia. Estava completamente relaxada. Ele achou o ponto onde ela reclamara. Dedicou-se a desfazer os nós que se formaram ali. Depois, apenas continuou explorando o corpo da esposa. As mãos escapavam sorrateiramente para a lateral do corpo, acariciando os seios, beijando-lhe a nuca e arrancando gemidos gostosos de Kate. 
— Está melhor? 
— Sim, muito… eu estava quase dormindo… 
— Posso continuar um pouco até você pegar no sono… - e foi o que ele fez. Dez minutos depois, ele sabia que ela adormecera. Cobriu seu corpo com o edredom, deixou a babá eletrônica na cabeceira ao seu lado e seguiu para o escritório. 
Beckett apenas acordou com o choro da filha por volta de uma hora de manhã. Reparou que a cama continuava vazia ao seu lado. Vestiu o roupão e foi amamentar Lily. Ao terminar e ter certeza de que a menina dormira, ela caminhou para o escritório. Ele estava sentado na frente do computador, porém não escrevia. O olhar era para o monitor, os óculos sobre a testa. Beckett podia ver que ele estava cansado, os olhos azuis pareciam perdidos em meio a tanta informação na tela. 
Ela se aproximou devagar. Colocou a mão levemente em seu ombro, tirou os óculos da testa colocando-os sobre a mesa e beijou-lhe o topo da cabeça. 
— Vem para a cama, babe. Você está dormindo acordado. Seus olhos estão vidrados nesse monitor. Amanhã você continua. 
— E-eu só estava pensando numa ideia e… - ela colocou o indicador sobre seus lábios para cala-lo. 
— Não tente me enganar. Já chega por hoje - ele acariciou a mão dela ainda sobre seu ombro. Desligou o monitor e fechou o notebook. Levantou-se da cadeira espreguiçando-se. Ela o empurrou na direção do quarto - tome um banho e venha para a cama. O pijama é opcional. 
— Beckett, você acabou de dizer que eu deveria dormir… 
— É para dormir mesmo, é que eu gosto de encostar meu corpo no seu enquanto durmo. Pele quente - ela deu um selinho nos lábios dele e deitou-se na cama para espera-lo. No instante que Castle deitou ao seu lado e Beckett se acomodou no calor do corpo do marido, ela adormeceu rapidamente. 
No dia seguinte, Castle acordou cedo e após o café se trancou no escritório para escrever. Sabendo de todo o ritual do marido, do jeito meticuloso e como ficava extremamente chato quando estava criando nesse nível, ela decidiu por cuidar da filha. Amamentou-a, trocou fraldas, deu banho e colocou-a para dormir. Sozinha, ela sentou-se no sofá para ler. Duas horas depois, estava entediada e com fome. 
Depois de fazer uma inspeção na geladeira, Beckett acabou escolhendo um peito de frango, preparou uma quinoa com verduras e um suco verde. Sentou-se no balcão para comer. Martha apareceu na sala e decidiu ir ao encontro da nora. 
— Katherine, o que você está fazendo almoçando sozinha? Cadê o Richard? 
— Ele está concentrado escrevendo. Não tem problema, Martha, ele me avisou ontem que ia precisar se dedicar ao livro. 
— Ah, é aquela época de isolamento.   
— Sim, mas está tudo bem. É o trabalho dele - ela come mais um pedaço do frango e suspira - exceto que… droga! Eu estou entediada. Lily está dormindo e não tenho muito o que fazer. Tentei ler um livro, consegui me concentrar por duas horas. O problema não é a historia, sou eu. 
— Entendo completamente. Por que você não espera Lily acordar e vai dar um passeio com sua filha? Saia desse loft, vá ver gente, conversar, respirar ar puro ou pelo menos o ar de Nova York. Se dê a chance de aproveitar o resto do verão, não está tão quente.  Vai ser bom para as duas. 
— Você acha? Eu tenho receio de que algo possa acontecer. Lily é tão pequena, indefesa. 
— Bobagem, Katherine. Ela está vacinada. Precisa explorar o mundo e você precisa de uma mudança de ares. Termine de almoçar, tome um banho e assim que a sua filha acordar arrume-a e ganhe as ruas de Nova York. Olhe vitrines, pare em alguma confeitaria coma um doce, satisfaça um pouco o seu ego de alguma maneira. Você vai se sentir bem, energizada. 
— Obrigada, Martha. Acho que irei seguir seu conselho. 
— E tem mais uma coisa, se precisar de um tempo exclusivamente para você, não hesite em me dizer. Terei o maior prazer em ajuda-la com isso. Fico com minha neta sem problema algum - ela acariciou a mão da nora e se levantou subindo as escadas. 
Beckett fez exatamente o que Martha sugeriu. Após um longo banho de espuma, vestiu-se e ficou sentada na cama esperando a manifestação de Lily. Meia hora depois, a menina choramingou com fome. Ela deu o leite, aprontou a filha, arrumou a bolsa com as coisas necessárias e pegou o carrinho. Certa de que não esquecera nada, ela deixou o loft. 
Beckett optou por primeiramente levar Lily ao parque. Não o Central Park, mas seu lugar favorito de Nova York, palco de tantos acontecimentos memoráveis na sua historia com Castle. 
Para sua sorte, não havia muita gente no local. Estacionou o carrinho de bebê perto de um dos bancos. Pegou Lily no colo e se dirigiu ao balanço. Sentada com a menina no colo, ela começou a se balançar. Beckett parou para observar a paisagem ao seu redor. O céu límpido sem qualquer nuvem estava lindo. A vegetação tinha uma cor brilhante de verde. Automaticamente, ela olhou para a mão esquerda onde o anel de compromisso e a aliança estavam. Ela lembrava-se de cada detalhe daquele dia. Quando pensara que se deparava com uma encruzilhada em sua vida da qual não conseguiria se livrar sem prejudicar seu coração ou machucar a pessoa mais importante da sua vida, Castle a proporcionou a solução da maneira mais séria e tocante. Ele realmente a surpreendeu. 
— Lily esse lugar que estamos é muito especial para a mamãe e para o papai. Foi aqui que muitas cenas da nossa historia imperfeita aconteceu. Quando você crescer mais, eu a trarei aqui para brincar nesse balanço, com outras crianças e principalmente contarei porque esse é o lugar preferido da mamãe em Nova York - ela cheirou a cabecinha da filha. Resolveu voltar para o banco. Notou que havia outra mãe com um carrinho lá. Educadamente cumprimentou-a. 
— Nossa! Ela é tão pequena. Quantos meses? 
— Quase três, faz em duas semanas. 
— E você já sai com ela? Corajosa! É sua primeira? 
— Sim, minha primeira. Lily está vacinada, não tem perigo. Eu estava precisando de um tempo. Ver gente. Não sei se me entende. 
— E como! Lembro na minha primeira gravidez - ela apontou para uma garotinha de aproximadamente três anos que brincava com uns bloquinhos na grama - eu mal saia de casa. Morria de medo que Missy tivesse algo. Não tinha diversão além de fraldas, mamadeiras, era complicado. Você não se cuida direito, não aproveita as noites e os dias, está sempre cansada. E nem me venha falar de sexo. Acho que voltei a ter minha primeira relação com meu marido quando Missy tinha seis meses. Tudo bem que fiz cesariana e o resguardo é maior, mas eu não tinha ânimo para nada e tinha medo. 
— Você não sentia vontade? Desejo? 
— Até sentia, mas eu não sei explicar o que acontecia. Meu marido também não parecia muito seguro ou a fim. Você teve parto normal? 
— Tive. Todos dizem que é melhor. 
— Ah, sim. Eu planejava ter normal, mas quando meu médico disse que Missy estava pesando 3,5 kg eu desisti. Tentei ter o Will Jr. normal, porém uma vez que você faça cesariana, não quer passar pelo sofrimento e as longas horas de espera. Ele está com seis meses agora, ao menos nessa gravidez eu estava mais preparada e o jejum de sexo acabou em quatro meses. Mesmo assim, não acho que façamos tão regularmente como antes. As coisas mudam depois da gravidez entre o casal. Que falta de tato a minha! Eu reclamando das minhas experiências e você escutando. Desculpa, não quis assusta-la. Espero que no seu caso seja diferente.  
— Bem, acho que já está sendo - Beckett deixou um risinho escapar. 
— Você e seu marido já voltaram à ativa? 
— Sim, tudo normal nessa área - ela sorriu e suspirou aliviada. Ela realmente tinha sorte, Castle nunca reclamou de seu corpo, de seus desejos, respeitou seu tempo e não negou fogo quando ela precisou. 
— Você é uma mulher de sorte! 
— Posso afirmar que sim. Eu preciso ir. Quero ir a um outro lugar antes de voltar para casa - Beckett levantou-se, colocou Lily de volta no carrinho e seguiu pelo parque. Ela não pode evitar de ficar triste com a historia daquela mulher. Certamente teria apenas dois finais possíveis: ambos ficariam entediados e pediriam o divorcio ou um deles iria trair o outro o que levaria novamente ao divorcio, o que era ainda mais triste. Balançando a cabeça, ela preferiu não pensar sobre isso naquele momento. Não era sua vida muito menos sua historia. 
A próxima parada foi na livraria da quinta avenida. Não que Kate tivesse alguma compra para fazer. Ela simplesmente gostava do ambiente. Era calmo, aconchegante e o que mais gostava, o cheiro. Ela era apaixonada pelo aroma resultante das páginas impressas prontas para serem consumidas por ávidos leitores e do café. Uma das combinações mais perfeitas em termos de aroma. Beckett vagou pelos corredores empurrando o carrinho da filha. Checava alguns livros, lia resumos e não pode resistir em cheirar algumas paginas. Também fez questão de passar na sessão de mistério e ver os livros do marido. Um banner em seu tamanho real estava ao lado de uma coluna formada pelos exemplares de Driving Heat. Viu que haviam duas pessoas folheando os livros. Uma delas explicava para a outra. 
— É sério, Tina. Se você gosta de thrillers, uma boa historia, um casal quente esse é o tipo de livro para você. Uma personagem feminina forte, Detetive Heat. E o parceiro dela é ótimo. Mas tem que começar do primeiro. É uma sequencia - a amiga ouvira atentamente a recomendação da outra. 
— Tudo bem, qual é o primeiro? 
— Heat Wave - Beckett não resistiu se intrometendo. 
— Você também leu? - a amiga de Tina perguntou. 
— Sim, todos - li, reli, protagonizei boas partes deles, Beckett pensou. 
— Qual seu preferido? 
— É difícil dizer. Todos tem algo especial. Uma cena, um diálogo… tenho dificuldades em escolher, mas diria que Heat Wave por ser o primeiro e Raging Heat por uma cena especifica com um significado especial na minha vida. Driving Heat foi tocante, você me entende… sem spoilers. 
— Está vendo? Todos adoram os livros de Rick Castle! Compra logo! - rindo, Beckett se afastou. 
Seguiu para a cafeteria que ficava dentro da livraria, pediu um café gelado, um pedaço de uma torta e sentou-se numa mesa de canto onde podia colocar o carrinho da filha sem atrapalhar a passagem das pessoas. Martha tinha razão. Era bom ver pessoas, observa-las em atitudes simples do dia a dia. Levando um pedaço da torta a boca, Kate não pode evitar o sorriso. Sentia-se bem melhor. Lily choramingou. A reclamação significava fome. Beckett a pegou em seu colo e discretamente abriu a blusa para amamenta-la. A menina pegou o seio da mãe com gosto. 
Era engraçado como sua visão mudara uma vez que se tornara mãe. Não que ela tivesse nada contra mães que não se importavam em amamentar em qualquer lugar. Por vezes se questionara o que levava uma mulher a abrir a blusa e oferecer o seio a um bebê. É preciso se colocar no lugar do outro. Hoje, ela não pensa duas vezes em alimentar sua filha no minuto que ela chora. Instinto materno, reconhecimento da necessidade, não sabia como chamar, apenas fazia porque era o melhor para Lily. 
Quando a menina terminou, ela bebeu o resto do café e pediu agua antes de deixar o local. O passeio foi muito bom, andar pelas ruas de Nova York era sempre revigorante. Checou o relógio. Seis e meia. Hora de voltar para casa, pensou. Será que conseguiria convencer Castle de jantar? 
De volta ao loft, ela encontrou Martha ao telefone. Alexis. Esperou a sogra terminar a ligação para saber do marido. 
— Katherine! Como foi o passeio? 
— Excelente, Martha. Me sinto revigorada. Lily também gostou bastante. Ela já mamou e aposto que vai dormir em pouco tempo. 
— Ótimo. Eu posso coloca-la para dormir. 
— E Castle? Continua trancado no escritorio? 
— Sim, ele saiu para pegar um café e voltou. Falou rapidamente com Alexis e voltou. Nem sequer deu falta de você. Acho bom arranca-lo de lá um pouco. Tenho certeza que não comeu nada. 
— É, quero ao menos que jante comigo. Vou pedir comida porque não estou no clima de cozinhar. Acha seguro eu atrapalha-lo? 
— Querida, é você. Se ele ficar emburrado, tenho certeza que dará um jeito de mudar a situação. Vamos dormir com a vovó, Lily - ela pegou a menina do carrinho. Beckett levou as coisas da filha para o quarto e depois de deixar tudo em ordem, foi até o escritório. 
 Ele estava concentrado na tela do notebook. A testa franzida por baixo dos óculos. Mordiscava os lábios e teclava. Beckett optou por uma estratégia diferente dessa vez. Sentou-se na mesa de frente para ele e ficou calada observando-o. Ela ouviu o barulho do teclado cessar. Castle pegou a caneta e rabiscou algo no bloco ao seu lado. Na verdade, ele sabia que a esposa estava ali, sentira o perfume dela, largou a caneta e finalmente a encarou. 
— Hey… 
— Ah, resolveu tentar algum contato humano. Que bom. Como estão indo as coisas? 
— Evoluindo. Tem muitos detalhes para rever e preciso encontrar as palavras certas para me comunicar com o leitor. Você? Cadê a Lily? 
— Com a vó. Eu vim saber se quer jantar. Eu não vou cozinhar, vou pedir algo. Ouvi dizer que não comeu nada o dia inteiro - Castle estava tão focado na escrita que não percebeu que Beckett estava lhe dando abertura para perguntar de seu dia. 
— E-eu não posso parar, Beckett. Faça o que for melhor para você, amor. De verdade - ela suspirou. Levantou-se da cadeira e sem dizer qualquer palavra deixou o local. Com o menu nas mãos, ela escolheu algo para comer, perguntou se Martha iria se juntar a ela porque ia jantar sozinha. A sogra concordou. Iriam de tailandesa. Quarenta minutos depois, o jantar batia a sua porta o que foi perfeito para Beckett que teve tempo de amamentar e tomar um banho enquanto Martha fez Lily dormir. 
Beckett arrumou todas as caixinhas na mesa. Antes de servir-se, ela pegou um prato e colocou um pouco de cada item para o marido colocando o prato dentro do microondas para mante-lo quente. Só então sentou-se com a sogra para comer. Elas conversaram animadamente. Após terminar a refeição, Beckett lavou os pratos e organizou a cozinha. Em seguida, esquentou a comida do marido e levou para ele no escritório. Apesar do cheiro, ele sequer levantou a cabeça, era como se não notasse a presença dela. Beckett podia ficar chateada, mas não foi o que aconteceu. 
Antes de deixar o escritório, talvez guiada por um sentimento de nostalgia ou pela atmosfera que experimentara mais cedo na livraria, ela se encaminhou até a estante e retirou um exemplar de Heat Wave do marido que outra vez não percebera o que se passava ao seu redor. Estava imerso na dança dos dedos sobre o teclado. 
Beckett vestiu o pijama, checou a filha mais uma vez e deitou-se na cama para ler. Todas as vezes que folheava aquele livro, ela lembrava-se da festa de lançamento de Heat Wave, do quanto ficara tocada com a dedicatória de Castle e da maneira como os dois conseguiram estragar o momento deles na festa. Sorriu. Os olhos perderam-se nas paginas do best-seller. 
A ultima vez que alimentara Lily, Castle ainda não viera para o quarto. Passavam de meia-noite. Beckett não foi checar como ele estava dessa vez. Acabou adormecendo. Ele deixou-se render pelo cansaço por volta das duas da manhã. Ao chegar no quarto, deparou-se com a cena da esposa dormindo serena enrolada no edredom e na sua cabeceira um exemplar de Heat Wave. Sorriu diante do pequeno gesto. Isso apenas significava uma coisa: Beckett estava sentindo-se excluída do seu mundo de escrita. Ela já conhecia o processo metódico que ele usava, porém dessa vez ela parecia estar sentindo mais os efeitos por estar sem trabalhar. Cuidar de Lily não necessariamente ocupava todo o seu tempo. Castle suspirou. Ele não ficou preocupado, afinal sabia exatamente quando poderia reverter a situação e acabar com esse sentimento que ela estava cultivando para si mesma. Deitou-se ao seu lado e apagou. 
Na manhã seguinte, Beckett acordou com o chorinho de Lily. Ao olhar para o lado, viu que Castle não estava na cama. Será que ele dormiu ao menos duas horas? Ela sentiu sua presença na cama em um dado momento, mas eram apenas oito da manhã e tudo indicava que já estava de volta ao escritório. Balançou a cabeça suspirando. Não ia pensar nisso agora nem ficar chateada. Lily era sua prioridade. 
Depois de amamentar a filha, Kate apareceu com Lily na cozinha e ficou surpresa ao ver o marido à beira do fogão. 
— Bom dia! Eu já ia lhe acordar para tomar café. Sente-se, está quase tudo pronto. Estou esperando as torradas. Cadê a princesa do papai? - ele se aproximou beijando a testa de Beckett e pegando a filha nos braços. Chamegou, beijou e cheirou a menina falando várias bobagens que fizeram a esposa rir. Torradas prontas, ela colocou Lily no bebê conforto e se concentrou no café. 
— Quantas horas você dormiu ontem, Castle? Eu sei que veio para cama em algum momento, mas se levantou cedo… você vai acabar doente com esses exageros. 
— Estou bem, dormi umas cinco horas e me alimentei. A comida tailandesa estava deliciosa. Hoje prometo pegar mais leve. Eu queria adiantar o máximo que pudesse da parte médica. Os cinco capítulos iniciais estão todos revisados, escrevi mais dois e acredito que os próximos serão bem mais fáceis. Tenho organizado cena a cena como irá acontecer. E você? Pretende fazer algo hoje? 
— Acho que irei dar outro passeio com Lily. Ela gostou muito de sair do loft. 
— Outro? Sair do loft? Do que você está falando? 
— Você estava perdido em seu mundo particular que nem notou que nós saímos ontem. 
— Saíram? É seguro? Ela ainda é muito pequena e… 
— Castle, ela está vacinada. Não há perigo. Foi muito bom rever Nova York. Levei-a ao nosso parque favorito. 
— Você a levou aos balanços sem mim? - ele parecia magoado. 
— Levei e Lily gostou. Demos uma balançadinha. Contei para ela que quando estiver maior, eu explicarei porque o lugar é especial. Para falar a verdade, não vejo a hora de conversar essas coisas com ela. Depois, continuamos o passeio pelas ruas da cidade. Fomos a livraria da quinta avenida. 
— Por acaso isso tem alguma relação com o exemplar de Heat Wave na sua cabeceira? 
— Talvez… não se preocupe, escritor. Terá muito tempo para curtir Nova York com sua filha. 
— E onde você está pretendendo ir hoje? Vai demorar? 
— Não sei ainda. E claro que não é um passeio longo, Lily não pode ser exposta à cidade grande tanto assim. Devo ir depois do almoço, umas duas da tarde - ela notou que ele parecia chateado, esticou a mão tocando-o - hey, trata-se de prioridades. Você tem um prazo, uma meta. O passeio foi bom para mim também, ver pessoas, sentir o calor e a vibração da cidade. Me deixou animada, energizada. 
— Que bom. 
Mais tarde como programara, Beckett saiu de casa com a filha nos braços. Dessa vez, optou por não levar o carrinho. Vestiu o canguru acomodando Lily em seu peito. Com a bolsa no ombro, ela deixou o loft. Apos caminhar um pouco pelas ruas de Nova York, ela sabia exatamente onde queria ir. 
Quando as portas do elevador do 12th se abriram no quarto andar, Beckett pode sentir a atmosfera estimulante, os burburinhos, o cheiro de justiça e café. Sim, ela sentia falta de estar ali. Assim que os oficiais notaram sua presença, a cumprimentavam, sorriam, alguns batiam continência em respeito. Ela sorria para todos. Com os olhos no salão, ela procurava por Esposito, nem sinal do amigo. Dirigiu-se então à sua sala que estava ocupada por Ryan. Tinha certeza que ele estaria lá. Pelo vidro podia vê-lo ao telefone. Esperou algum tempo para que ele saísse da ligação e então bateu de leve na porta. 
— Entre… - ao ver a amiga com a filha, Ryan abriu o sorriso. 
— Capitã Beckett, veio visitar os amigos? Matar saudades do ritmo louco dos homicídios? E já trouxe uma recruta. A nova rookie da NYPD - ele se levantou para cumprimenta-la - é bom ver você, Beckett. 
— Digo o mesmo de você, capitão Ryan… 
— Hey, interino… não tenho a patente. Essa cadeira é sua. Estou apenas mantendo as coisas em ordem para sua volta. E você escolheu um dia relativamente calmo para vir nos visitar. Aceita um café? Terei o maior prazer em preparar uma caneca para você. Nada para você, mocinha - ele mexeu com a bebê - puxa! Ela cresceu da ultima vez que vi. 
— Quase três meses já, tio Kevin. Logo a mamãe estará de volta à ativa. Eu aceito o café. Cadê o Espo? 
— Acabou de sair para pegar um suspeito. E Castle? Não quis vir com você? Aposto que está louco para voltar a investigar por aqui… 
— Acredito que sim, mas para falar a verdade ele não sabe que eu estou aqui. Está super envolvido com os capítulos do novo livro. E quando ele escreve, você nem imagina o quanto fica chato. Ele se tranca naquele escritório e esquece do mundo. Algumas vezes vira a noite e se esquece de comer. 
— Nossa! Isso deve ser ruim para você, não? 
— Já me acostumei. A primeira vez foi estranho. Ele estava escrevendo Raging Heat, depois em Driving eu ja sabia o que esperar - ela bebeu o café devagar. 
— Pelo menos você não está trabalhando agora e pode cuidar da sua filha porque quando voltar será ele quem vai ficar a maior parte do tempo com Lily, não? 
— Ainda não discutimos isso, claro que não posso trazer minha filha para cá. Martha certamente vai ajudar, mas agora com essa oferta dos três livros, nem sei se Castle terá muito tempo. 
— Três livros? 
— É, Gina ordenou mais três livros com o enfoque médico, thrillers médicos. A nova personagem fez sucesso na editora. 
— Está me deixando curioso. 
— Vai ter que esperar para ler. Assim como eu… - ela riu - ao contrario do que você pensa, musa não tem regalias. 
— Caramba! Então Castle deve estar muito chato… mudando de assunto, quer ver os números desse mês? Vamos, Beckett, você não me engana sei que está morrendo de curiosidade para saber se seu distrito continua bem… 
— Eu não consigo disfarçar… - eles riram. Ryan mostrou tudo, ela comentou alguns assuntos, deu palpites e sugestões. A conversa corria solta até Lily reclamar com fome. Ryan ofereceu a sala para que ela ficasse mais a vontade para amamentar a filha. 
Depois de se fartar com o leite materno, Lily logo fez um presente. Beckett trocou a fralda, conversou mais um pouco com Ryan e resolveu voltar para o loft. Despediu-se do amigo e elogiou o belo trabalho que vinha executando. 
Quando chegou no loft, ela surpreendeu-se ao ver Castle na cozinha mexendo com panelas. Será que acabara de escrever ou estava experimentando um daqueles momentos de bloqueio criativo? Ao vê-la, ele abriu o sorriso. 
— Olá, amor. Como foi o passeio? 
— Ótimo! Ryan mandou um abraço para você e disse que está ansioso pelos novos livros. 
— Você foi ao distrito? Levou nossa filha para um ambiente cheio de criminosos? Maníacos? 
— Castle, eu levei Lily para um dos lugares mais seguros de Nova York, uma delegacia de homicídios com vários policiais armados. Não faz drama. 
— Devia ter me falado que ia até lá podia ter a acompanhado. 
— Você estava ocupado. E pode me dizer o que está fazendo na cozinha? Acabou a criatividade? 
— Estou fazendo nosso jantar, Beckett. E ao contrario do que você pensa, eu estou bem adiantado. Na verdade, eu gostaria de saber se você está muito cansada ou está disponível para me ajudar hoje à noite com suas expertises de capitã e investigadora outra vez. Eu já terminei a parte de Johanna e preciso do seu parecer para saber se estou seguindo a linha correta de investigação. 
— É claro que estou disponível. Mas posso saber qual será o jantar? 
— Risotto ao funghi. 
— Hum, eu aprovo. Se continuar me comprando com essas comidas gostosas vou engordar - nesse instante o celular de Kate toca. Johanna - hey, Joh! Tudo bem? 
— Oi, Kate. Tudo ótimo, como vai minha pequena? 
— Está ótima, com a agenda cheia. Tem passeado bastante. 
— Ah, é bom acostuma-la aos sons e movimentos da cidade mesmo. E Castle? Escrevendo muito, imagino. 
— O livro ocupa 24 horas da vida dele, me esqueceu totalmente - ela riu claramente provocando o marido. 
— Dramática… - ele deixou escapar. 
— É sobre isso que quero falar. Preciso saber se ele ainda precisa da minha ajuda por esses dias. Estou de viagem marcada daqui a três dias com Paul para Paris.  
— Oh, isso é uma noticia e tanto! Joh vai para Paris em três dias - ela disse para o marido - quer saber se ainda precisa dela antes disso - coloca a ligação no vivavoz. 
— Nah… está tudo sobre controle, Johanna. Aproveite bastante Paris com o Paul, em todos os sentidos - a médica riu. 
— Vou tentar. Vamos ficar uma semana longe. São somente cinco dias em Paris, o resto é o transito de viagem. O objetivo é resolver a situação de Audrey e namorar um pouquinho que ninguém é de ferro. Parece pouco, porém eu e Paul não podemos nos afastar tanto do hospital. 
— Cinco dias dá para fazer muita coisa em Paris, Joh. 
— Concordo. E vai com calma com sua filha. Ela não me parece nem um pouco inclinada a mudar de ideia, lembra do que lhe falei. 
— Pode deixar, Castle. Obrigada. Vejo vocês na volta. 
— Boa viagem, Joh! Divirta-se! - ela desligou - quanto tempo para o jantar ficar pronto? Quero tomar um banho. 
— Meia hora. Fique à vontade, Beckett. 
Ela teve tempo para fazer a filha adormecer, tomar banho e usufruir da companhia do marido em um delicioso jantar. Ao finalizarem a refeição, eles seguiram para o escritório e começaram a discutir os pontos que Castle havia separado para ela. Acabaram por passar a noite em claro empolgados com a análise do crime que fez ambos relembrarem dos momentos de parceria que viveram. Eles foram interrompidos por Lily duas vezes, Beckett a alimentou e Castle trocou uma fralda. Foram para cama por volta das cinco da manhã. Na mente de Beckett, ela apenas podia afirmar que esse tempo com o marido era melhor que qualquer encontro romântico de casais. Acomodando-se no abraço dele, ela adormeceu. 
Três dias depois, Johanna está sentada ao lado de Paul aguardando seu voo para Paris ser anunciado nos alto-falantes confirmando o momento do embarque. Paul não comentara nada, contudo notara que a namorada estava tentado parecer calma. Por dentro estava uma pilha de nervos. A voz da funcionaria da American Airlines anunciou o embarque. Ele se levantou e segurando a mão dela a puxou para o portão. Com a mão na parte de baixo das costas de Johanna, ele a guiava carinhosamente. Após identificarem seus lugares no avião, ele acomodou-se, apertou o cinto de segurança e observou-a fazer o mesmo. Com um sorriso nos lábios, ele beijou o rosto dela e exclamou. 

— Paris, ai vamos nós - Johanna suspirou e deixou a cabeça pender no ombro dele. Paul manteve os dedos entrelaçados aos dela durante toda a decolagem. 


Continua....

sábado, 25 de novembro de 2017

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.123


Nota da Autora: Vocês sabem que eu não gosto de deixar assuntos pendentes nas minhas histórias, então nesse capitulo verão o desenvolvimento do assedio de Gigi, os próximos passos com o novo cliente e alguém está voltando para o Canadá... #snifsnif. É uma fic portanto alguns nomes de serie que citei aqui é apenas para dar teor a historia. Enjoy! 


Cap.123

No dia seguinte, Gigi telefonou para os sócios avisando que iria fazer uma visita a um dos fornecedores de modulados e depois trabalharia em casa, contudo garantiu que em breve eles receberiam ótimas noticias. 
Ela mergulhou nos detalhes do projeto de Ryan Reynolds. Estava com 70% do trabalho pronto, agora sua atenção aos pequenos detalhes, ser especifica era crucial para finalizar a proposta para fechar o negocio. 
Por ser inicio de ano, Jeff não tinha um grande volume de trabalho no escritório então optou por ficar com a esposa. Claro que não ousava atrapalha-la, estava ali apenas dando apoio, fazendo-a comer porque quando estava concentrada ela esquecia de tudo até de ir ao banheiro. Vendo que ela estava bem instalada, ele foi para a sala jogar videogame. 
Na outra residência dos Fillions, Stana começou a ajudar Nathan a fazer as malas. Era uma atividade que não a agradava. O tempo fora muito pouco. Nem acreditava que amanhã ele voltaria a Vancouver e apenas o veria em fevereiro. 
— Você realmente precisa voltar agora? Por que não vai na próxima semana? 
— Amor, você sabe que há planejamento, cronograma de gravações. Pense que será mais rápido, logo estarei de volta a Los Angeles.   
— Eu sei, o problema é que me acostumei a tê-lo comigo, dormir ao seu lado, seu cheiro - ele se aproximou dela abraçando-a e sorrindo - você deve estar me achando uma boba. Conheço esse sorriso presunçoso. 
— Ah, sim! Uma boba apaixonada. Eu amo essas demonstrações de saudades e carência. 
— Não estou carente! - ela retrucou, mas vou surpreendida por um beijo. 
— Fica mais linda com esse bico - ele mordiscava o pescoço dela e os dedos brincavam com as costelas dela. 
— Para, Nate… - ela ria. 
— Tudo bem, eu estava pensando em chamar a familia para um churrasco de despedida hoje. Você se incomodaria? Eu também preciso conversar com o pai, eu não comprei a passagem dele de volta para Edmonton porque queria que saber se a mãe ia voltar com ele. Alias isso diz respeito a você também. Se ela quiser voltar. 
— Claro que não me importo e quanto a sua mãe, ela me ajudou muito. Mas se quiser voltar para casa, não vou impedi-la. Eu adoro a companhia da dona Cookie, porém entendo que algumas vezes tudo o que desejamos é a nossa casa, nosso canto. Pode chama-los, babe. 
— Vou ligar para o mano - ele saiu animado para pegar o celular. Assim que Jeff atendeu, Nathan foi logo falando - hey, bro! Está trabalhando? 
— Não, estou em casa. Fiz um pouco de home office, mas inicio de ano é meio parado. E você? Pronto para voltar para o Canadá? 
— Eu preciso, Jeff. Escuta, que tal vocês virem para cá. Fazemos um churrasco de despedida, tomamos uma cerveja quem sabe até jogamos um pouco? 
— O convite é tentador e excelente, mas vou ter que checar com a Gi. Ela está debruçada no computador para terminar o projeto de Ryan. Ela é quem manda. Espere, vou perguntar. 
— Ah, ela está em casa? 
— Sim, fica mais fácil para se concentrar. Só um segundo, bro - ele colocou o celular de lado e de frente para a esposa - Gi, o Nate está nos convidando para um churrasco de despedida hoje. O que você acha? Podemos ir? 
— Jeff, se for só na hora do jantar acredito que consiga. Eu tenho que ficar no pé do advogado. Ele me prometeu o contrato final para eu enviar a Ryan às duas da tarde, não posso deixar de checar. E ainda tenho que finalizar o memorial descritivo e a revisão do orçamento. Então, só jantar mesmo! 
— Tudo bem, Gi - ele voltou a colocar o celular no ouvido - bro? 
— Eu ouvi. Por mim, tudo bem. Deixe-a terminar o trabalho. Espero vocês depois das sete. 
Felizmente, Gigi conseguiu enviar o contrato para Ryan dando-lhe a oportunidade de checar com os seus advogados. Também terminara o memorial e o novo orçamento. Estava confiante que não teria problemas. Passava das seis da tarde quando ela fechou o computador e se espreguiçou. 
— Juro que eu preciso de um bom banho e de uma bebida - suspirou e levantou-se indo para o quarto. Encontrou o marido pronto assistindo ao noticiário. Ela inclinou-se para cheirar o pescoço dele - hum… o que você pretende ficando tã o cheiroso assim, gostoso? 
— Nada… - ele sorriu mal intencionado puxando-a para um beijo. 
— Hummm… isso é bom, mas eu realmente preciso de um banho. Os sogrinhos estão prontos? 
— Sim, só falta você. 
— Tudo bem, uma pena que você já está todo cheiroso. Podíamos ter curtido uma brincadeira no chuveiro - ele riu enquanto ela despia-se na frente dele - não demoro. 
Por volta das sete e meia, eles chegaram a casa de Nathan. Ele já comandava a churrasqueira enquanto Stana dava o jantar de Katherine. Gigi logo se juntou a irmã, antes porém pegou uma cerveja. Bob foi ajudar o filho com a carne. Dona Cookie ficou observando o jeito da nora com a neta. A comida não demorou a ficar pronta. Sentados ao redor da mesa, Nathan acabou perguntando sobre a reunião com Ryan. 
— Ah, Nathan! Deu tudo certo, ele realmente gostou das minhas ideias, do que propus e pelo que pude notar dele e da esposa dinheiro não é problema. 
— Disso tenho certeza. E quando ele vai lhe dar a resposta? 
— Na verdade, ele irá dia cinco assinar o contrato. A nossa firma já está contratada. 
— Ah,sis! Isso é fantastico! - Stana sabia o quanto era importante ter o novo cliente. Jeff concordou. 
— Sim, cunhada. É o melhor que podia acontecer agora - ela sorriu para o cunhado, no olhar a certeza de que estavam pensando a mesma coisa. Eram quase confidentes silenciosos. 
— E tenho muito a agradecer a você, Nathan. 
— Ah, Gigi. Foi você que convenceu o Ryan. Eu apenas abri a porta. O mérito é seu - Gigi sorriu e tascou um beijo estalado no rosto do cunhado - ok, eu aceito seus agradecimentos. 
— Dada…dada… - Kate chamava pelo pai esticando a mãozinha. Ele a pegou no colo.  
— Vai ficar com saudade do daddy, não? - beijou a cabecinha da menina, mas Gigi notou que não era bem no colo do cunhado que a menina estava interessada. Kate esticava as mãozinhas até o prato do pai. 
— Nathan, eu acho que ela quer outra coisa… veja - alertou Gigi. A pequena se esticava toda para pegar a carne no prato do pai - sua comida - e Gigi caiu na gargalhada. 
— Mas ela acabou de comer um prato enorme de frango, vegetais e macarrão! Não pode estar com fome - retrucou Stana. 
— Ah, minha filha, ela está vendo todos comendo quer participar - disse dona Cookie - dê um pedaço de carne para ela chupar, bebês gostam e faz bem - Stana obedeceu a sogra e cortou um pedaço da sua carne dando para a menina segurar com as mãozinhas gordinhas. O sorriso de satisfação foi lindo. Katherine ainda soltou um gritinho antes de meter parte da carne na boca sugando com vontade. 
— É bem sua filha, não? - Stana riu mexendo com o marido. 
— Mudando de assunto, eu queria saber do pai quando ele quer voltar para Edmonton. Eu não comprei sua passagem de volta, lembra? Precisa decidir com a mamãe. 
— É, dona Cookie, por mais que eu adore sua companhia e sua ajuda, não se preocupe conosco. Tem todo o direito de voltar para casa. Imagino que sinta falta do seu canto. 
— Olha, filha. Eu realmente adoro ficar aqui com vocês, com Gigi e Jeff. Estaria mentindo se dissesse que não sinto falta da minha casa. Mas quando eu lembro que é inverno em Edmonton e provavelmente tudo o que eu e meu velho vamos fazer é comprar comida e ficar em casa se protegendo do frio, nem tenho vontade de voltar agora. Quer dizer, não tem muito  o que fazer no inverno. É rigoroso, vamos ter trabalho com a neve. Por mim, ficava por aqui mais um pouco. Se o Bob não se importar… 
— Nem um pouco, Cookie. Só que não é apenas nossa decisão. Somos hóspedes aqui, será que não estamos atrapalhando a vida de nossos filhos? 
— Que bobagem, sogrinho! Nós adoramos ter vocês por perto. Se estão preocupados em ficar lá em casa, podem ficar tranquilos. É um prazer, não Jeff? 
— Sim, pai. Sintam-se em casa. 
— Acho que está decidido então - sorriu Nathan - sou o único a voltar ao Canada. 
— Ah, babe… não fala assim - ela o beijou e Katherine se empolgou batendo palmas e espirrando suco de carne na roupa e em todo o rosto que já estava mais do que sujo. Stana riu - Filha, você precisa de um banho antes de dormir. 
— Será que posso fazer isso, Stana? - pediu dona Cookie. 
— Se a senhora quiser… - a avó pegou a menina dos braços do pai. Katherine não largara a carne. Subiu as escadas brincando com a neta. 
— Ela certamente está se divertindo bem mais aqui do que em Edmonton - falou Bob - obrigado, filho. Nós aceitamos a hospedagem. 
Quando dona Cookie voltou, anunciou que Kate dormira quase instantaneamente depois do banho. Gigi consultou o relógio e fez sinal para Jeff que estava conversando com o irmão enquanto tomavam um café. Hora de ir embora. Quase meia-noite. 
— Vamos, amor. Os pombinhos tem que se despedir apropriadamente. Amanhã Nathan viaja e a sis vai ficar chupando dedo - ela sussurrou baixinho para a irmã - ou vendo outlander - Jeff se levantou - viu como eu sou boazinha com você, meu cunhado. Eu estou te devendo, então já comecei a dar um bonus - Nathan gargalhou. Eles se despediram e mais uma vez Gigi agradeceu ao cunhado pela ajuda do seu jeito. Enchendo-o de beijos por pura provocação - aproveitem a noite, crianças. Façam loucuras! - Stana revirou os olhos sorrindo. Assim que estavam sozinhos, Nathan fez menção de começar a limpar a sujeira. Recolheu os pratos colocando-os na pia quando Stana o interrompeu. 
— Hey… deixe isso. Você ouviu a Gigi, temos que aproveitar a noite. 
— Quer fazer loucuras, Staninha? 
— Podemos começar com um banho de piscina e depois a gente vê. 
— Hum, sinto que será uma longa noite. Quem precisa dormir? Vou dormir no avião - ele a puxou beijando-a, Stana se desvencilhou dos braços dele tirando a roupa e correndo para mergulhar na piscina. Como diz o ditado: dormir é para os fracos. 
No dia seguinte, a despedida foi bem demorada. Stana perdeu a conta de quantos beijos deu no marido atrasando sua saída o quanto podia com seu jeitinho pedindo “só mais um”. Finalmente, Nathan deixou sua casa rumo ao aeroporto para pegar o voo às quatro da tarde. 
Gigi chegou no escritório cedo para trabalhar em toda a documentação a fim de facilitar o processo durante a visita de Ryan Reynolds. Recebera a confirmação de que o contrato estava dentro das expectativas dos advogados portanto poderia seguir com o processo. A verdade era que ela não gostaria de faze-lo esperar muito menos criar um frenesi devido sua presença no local de trabalho.    
Com tudo devidamente arrumado em uma das salas de reunião, ela optou por reserva-la durante todo o dia e ficar trabalhando lá mesmo. O lado positivo disso era que inicio de ano, a maioria dos funcionários tiravam dias de folgas ou férias. Haviam poucas pessoas no escritório. Quando seu celular tocou, sabia que era o seu cliente. 
— Olá, Gigi. Eu e minha esposa estaremos ai no máximo em meia hora, tudo bem? 
— Claro, estarei esperando. Basta me ligar e vou busca-los pessoalmente na recepção. Obrigada. Vejo vocês em breve. 
Vinte minutos depois, ela recebe uma nova ligação e conforme prometera recebe-os pessoalmente levando-os para a sala de reunião. Entregou uma copia do contrato para cada um deles e um portfolio contendo todas as fotos, as plantas dos cômodos, seus projetos e o memorial descritivo. 
Blake estava impressionada com a qualidade do trabalho. Gigi serviu um café expresso para Ryan e um chá de camomila para a sua esposa. 
— Se tudo estiver de acordo, eu apenas preciso da sua assinatura. Então irei assinar também e levar para um dos meus sócios assinarem. Depois será apenas tramite de cartório. Oficialmente, se me derem sinal verde começarei as tratativas de material e discussões com fornecedores. Anexei um cronograma ao memorial iniciando o projeto no dia 8 e a primeira visita da equipe no dia 11. Tem preferência por um cômodo para iniciar? Particularmente, eu deixaria a área externa para o final devido ao clima a menos que continuemos tendo sol. 
— Acredito que a sala de jogos é um bom começo. Com Ryan em Vancouver, não usamos a área. Eu deveria viajar com ele só que optei estar presente com meu sogro na primeira visita. Dessa vez passarei menos tempo em Vancouver. Devo voltar no fim de janeiro. 
— Ótimo! Eu acompanharei a equipe em todas as visitas. A ideia é trabalhar espaços, pintura, papel de parede no máximo de cômodos possíveis, assim ficamos apenas na dependência de modulados e materiais de cena em geral. E assim que você retornar de Vancouver, se achar que falta algo não se acanhe em me questionar. 
— Acho difícil termos algum problema. Estou ansiosa para ver como vai ficar - disse Blake.     
— Que bom - eles assinaram o contrato, conversaram mais um pouco e se levantaram para despedir-se. Gigi os levou até a recepção novamente e desejo boa viagem aos dois. Sorrindo, ela fez uma mini dancinha após se certificar que os novos clientes não estavam por perto. A moça da recepção olhava um pouco pálida para ela. 
— E-eu vi direito, dona Gigi? Aquele era…era o Ryan Reynolds? Deadpool?  
— É sim, Marcia. Meu cliente, nada de fofocas por aqui. 
— Wow! Não, claro dona Gigi. Não se preocupe. 
Gigi voltou para a sala de reuniões. Colocou o contrato assinado cuidadosamente em uma pasta. Respirou fundo e ligou para a sala de Gary a fim de saber se ele e Phillip estavam disponíveis para uma reunião. Gary disse que ia confirmar com o sócio porque sabia que ele estava em uma conferência com um fornecedor para resolver um problema e não sabia quanto tempo mais iria demorar. 
— Se tiver problemas, podemos agendar para amanhã. Não vou mentir que tenho uma certa pressa, afinal são ótimas noticias! 
— Você me deixou curioso. Espere um minuto na linha que irei checar - Gigi esperou e não demorou para que Gary esteja de volta - pode aguardar 30 minutos e vir para minha sala? 
— Claro, estarei ai. 
Obedecendo o compromisso, Gigi suspirou mais uma vez na frente da sala de Gary antes de entrar com a pasta na mão. Nada relacionado com o projeto de Ryan e sim com a tarefa de expor o que aconteceu a ela para os sócios. Não era algo fácil. 
— Olá, garotos! Como vocês estão? Agora que me dei conta que é a primeira vez que os vejo depois da passagem de ano. 
— Tudo ótimo comigo - disse Gary - acredito que o Phillip está melhor agora que gritou com o fornecedor - eles riram. 
— Tem sido uma semana difícil, mas Gary disse que você tem boas noticias. Estou ansioso para ouvir. 
— É, tenho uma ótima noticia para nós e para a firma. Um novo cliente que, na minha humilde opinião, levará o trabalho desse escritório para outro nível. 
— Você anda procurando novos clientes? Pensei que estava focada no projeto de Steve. Diga o que tem em mente.    
— Como sócia dessa firma, eu acredito que tenho que ter minha parcela de contribuição na nossa carteira de clientes. Então eu fiz alguma pesquisa, sondei o mercado e descobri alguém que estava procurando por um designer para um projeto de verão - claro que Gigi floreou a história para causar uma ótima impressão nos sócios - e o que aconteceu? Eu tive uma reunião com ele, discutimos possibilidades e… - ela tirou o contrato da pasta - conheçam nosso mais novo cliente. Mr. Ryan Reynolds. Ele acabou de assinar um contrato comigo para uma super reforma em sua casa de Malibu. 
— Espera, você está nos dizendo que o Ryan Reynolds, o ator de Hollywood assinou um contrato com você? Para que a nossa firma através de você reformasse a casa dele em Malibu? 
— É exatamente o que estou dizendo. Esse contrato vai abrir portas para nós em Los Angeles, em Hollywood! Não é o máximo? 
— Nossa! E-eu preciso realmente repetir isso para mim. Ryan Reynolds, o próprio Deadpool assinou esse contrato? Caramba! Gigi, você se superou - disse Phillip - isso não é uma boa noticia, é uma noticia incrível! Isso pode trazer uma projeção enorme para a nossa firma, se ele gostar do projeto. 
— Bem, ao meu favor eu posso acrescentar que ele e a esposa ficaram bastante impressionados com a proposta que formulei para os cômodos da casa. Também tem mais um detalhe, eles querem minha dedicação total no projeto porque eles estarão durante uma parte do tempo fora de Los Angeles. Querem a casa pronta para o proximo verão. De acordo com meu planejamento, eu consigo entregar tudo no inicio de junho seguindo o contrato, mas estou determinada a finalizar em maio. Claro que não contei isso a eles. É minha carta na manga. 
— Olha, eu estou muito feliz. Nós realmente tomamos a decisão certa ao promove-la, Gigi - disse Gary - foi um home run. 
— Obrigada, Gary. 
— Eu apenas estou um pouco preocupado em como você conseguirá gerenciar tudo isso. Quer dizer, esse projeto, as lojas de Steve e toda a parte administrativa que como sócios precisamos cuidar. Seu marido vai ficar um bom tempo sozinho - eles riram. 
— Certo, vamos por partes. Primeiro, eu preciso que você assine o contrato junto comigo para eu levar ao advogado e finalizar essa burocracia o mais rápido possível - Gary pegou o contrato e rubricou todas as páginas. Devolveu o contrato para Gigi - obrigada, Gary. Diante das suas preocupações, eu tenho que priorizar. É por esse motivo que eu estou pedindo a vocês para colocar outro designer no comando do projeto do Sr. Mackenzie. De agora em diante, eu vou me dedicar a casa de verão de Ryan e aos meus deveres com a firma. Acredito que após a execução da primeira loja do Sr. Mackenzie torna-se mais fácil para seguir o conceito empregado. 
— Mas Gigi, ele deixou claro que quer você a frente da conta - Gigi respirou fundo. Ela precisava contar o real motivo de estar tirando seu corpo fora, a razão porque não queria trabalhar com Steve. Gary e ela estavam de pé naquele momento porque a conversa era empolgante. Ele acabara de se servir de outra caneca de café. Ela sentiu a necessidade de se sentar. 
— Gary, Phillip, o que eu estou prestes a dizer a vocês pode custar minha sobrevivência nessa firma, meu titulo de sócia. Contudo, eu já deixei muito tempo passar e a ideia de ter experimentado isso e não dividir com vocês é injusta. Afinal, é seu cliente, sua firma. Mesmo que isso seja extremamente difícil para mim - eles notaram que o rosto de Gigi estava sério - Quando eu trabalhei na loja, eu coloquei meus skills e minha dedicação naquela conta como prometi. Ganhar a conta significou muito para mim além de toda a confiança que vocês depositaram em mim. Eu me diverti, eu dividi minhas ideias e preocupações com o cliente e ao entregar o projeto para Steve Mackenzie algo muito errado aconteceu. É claro que eu vinha ignorando os sinais, até meu marido me alertou, e-eu apenas achei que não ia chegar a esse nível ou que eu saberia lidar… Steve me assediou sexualmente - nesse momento, Gary quase se engasgou com o café. 
— O que? 
— Na última noite quando estive na loja, ele quis me levar para cama. Quando eu falei depois do choque que era casada e queria respeito, ele me disse que não tinha nada a ver com casamento, era sexo, puro sexo. Desejo e atração! Eu surtei. Gritei e dei uma tapa na cara dele, mas não parei por ai. Eu o atingi com uma joelhada entre as pernas. Naquele momento, eu sabia que tinha estragado minha oportunidade de ser sócia, de até continuar nessa firma. Eu jurava que estava na rua. Então, vocês me deram a notícia da promoção e li o email. Foi bem difícil de acreditar. 
— Por que não disse antes? 
— Eu achei que não era justo mencionar uma bomba dessa quando vocês abriam uma garrafa de champagne e me recebiam de braços abertos. Saber que ele exigiu minha presença nas próximas etapas, foi um tiro no coração. Eu não podia deixar isso acontecer. Venho lutando com esse segredo e buscando algo novo para não ter que passar por algo assim outra vez. Talvez seja difícil para vocês, como homens, entender o quanto é ruim uma experiência dessas. Não os culpo se quiserem manter o cliente, mas eu não posso. Não quero ficar sozinha em uma sala com Steve outra vez. Não por medo, mas por repulsa. 
Phillip que estivera calado até ali, esmurrou a mesa. 
— Isso é inacreditável. Como um cara com todo o dinheiro, a bagagem que ele tem pode fazer isso em uma experiência profissional? É desrespeitoso. Triste! Gigi, eu sinto muito por você ter passado por isso. Não tinha ideia. 
— Phillip, eu entendo que o contrato é grande, importante. Não precisam desistir da conta. Outros designers podem querem tocar o processo. Desde que sejam homens. Eu não vou permitir que vocês deixem outra mulher se sujeitar a Steve. 
— Gigi, eu não vou tirar sua promoção que dirá demiti-la. É muito para absorver e você tem razão, a conta do Sr. Mackenzie é importante para a nossa firma. Contudo, uma situação como essa, nós teremos que pensar muito em como dar o próximo passo. Do meu ponto de vista, não há dúvida. Você tem carta branca para cuidar do projeto de Ryan Reynolds. Tem alguma objeção, Gary? 
— Nenhuma, o projeto é seu. Quanto a conta de Mackenzie, realmente precisamos pensar bem. Se era isso, Gigi, vá em frente. Você já fez a parte mais difícil ao conseguir uma estrela de Hollywood para a nossa carteira de clientes. Você me deixa orgulhoso, de verdade. 
— Obrigada, Gary. Significa muito ter a confiança de vocês em mim. Vejo vocês depois, tenho muito trabalho a fazer. 
— Vá em frente - ela saiu da sala direto para o banheiro. Escorou-se na porta e fechou os olhos. Ela conseguira. Um alivio percorreu seu corpo e deixou um longo suspiro escapar. O coração estava leve. Agora ela podia trabalhar em paz no projeto de Ryan. 

XXXXXX  

Ao chegar em casa encontrou o sogro e a sogra na cozinha conversando. Dona Cookie cuidava do jantar. Ela se aproximou deles beijando um de cada vez, viu que a sogra cortava vários temperos e verduras, curiosa perguntou. 
— O que a sogrinha está aprontando para o jantar? Vejo muitas verduras parece até a Stana. 
— Seu marido que mandou eu cortar, ele estava cuidando da carne há pouco. Ele que vai cozinhar estou apenas ajudando a preparar para facilitar. Estávamos esperando você chegar. Ele deve estar no quarto ou no escritório. 
— Vou atrás dele - ela saiu rumo ao escritório. Nada de Jeff. Subiu as escadas para o quarto, porém logo ouviu o barulho da televisão no quarto que transformaram em uma pequena sala de tv para que Jeff não colocasse o videogame no quarto. Abriu a porta com cuidado. Ele estava tão envolvido no jogo que não percebeu a presença dela na sala. O barulho dos tiros também não ajudavam. Gigi esperou um pouco a fim de ver se ele se tocava. Dois minutos se passaram e ela desistiu de esperar. Colocou-se entre ele e a televisão com as mãos na cintura. 
— Está tão vidrado que não percebeu que estava aqui uns cinco minutos? 
— E-eu não sabia que já tinha chegado, amor - ele largou o controle de lado e desligou a tv. Jeff a puxou pelo casaco - oi… como é bom ver você. Tudo bem, Gi? - ela esticou a mão acariciando os cabelos dele, Jeff apoio o queixo no estômago dela para fita-la. 
— Mais que bem. Ryan assinou o contrato. Eu contei a novidade para Gary e Phillip, eles adoraram. 
— Como não poderiam? Foi um home run - ele beijou o estômago dela, puxou-a para sentar em seu colo. Ela acariciou o rosto do marido. 
— Eu contei para eles sobre o assédio. Abri o jogo sobre Steve. Não foi algo fácil, mas eu precisava fazer isso. Eu percebi o quanto ficaram surpresos e chocados. Eu não terei que trabalhar com Steve, eles aceitaram eu largar a conta. 
— E quanto ao resto? Eles não vão fazer nada? 
— Jeff, foi uma revelação inesperada. Eu inclusive disse que entendia a importância do contrato para a firma. Eles ainda tem que pensar, processar tudo antes de tomar uma decisão, contudo me prometeram que nenhuma mulher assume a conta. Eu sinceramente gostaria de não ter que encontrar com aquele cara outra vez, mas eu entendo o receio deles. É um projeto milionário. Sao mais cinco lojas para reformar. 
— Oh, Gi! Eles deveriam rescindir esse contrato. Assedio é crime. 
— Acho que ficaram tentados a isso, porém não podem tomar uma decisão baseada na emoção. Eles prometeram me dizer qual a decisão final e me ouvir quanto ao plano. Sinceramente, somente por saber que não preciso ter medo de trabalhar, de ficar na mesma sala com aquele homem, é suficiente por hora. 
— Confesso que estou aliviado também - ele a beijou - vai ficar tudo bem, minha Gi. 
— Eu sei que sim, gostoso. Hey, o que você está aprontando para o jantar? A sogrinha não quis me dizer. 
— Um yakisoba caprichado e comprei uns gyozas também. Vamos? Você deve estar com fome. Eu estou. 
— Claro. Não vai demorar, certo? 
— Um pouquinho,amor. 
— Então eu vou tomar banho e encontro você na cozinha - ela beijou-o mais uma vez, piscou para ele - não demoro, gostoso. 
Antes de entrar no banheiro, ela pegou o celular e mandou uma mensagem para a irmã. 
“Oi, sis! Eu consegui. Ryan é meu cliente exclusivo e contei sobre o assédio de Steve para meus sócios. Estou aliviada, achei que gostaria de saber. Obrigada, sis. XG.” 
Quinze minutos depois, ela surgia na cozinha vestindo uma legging e uma camiseta de alcinhas. Jeff estava à beira do fogão controlando a yoki. Dona Cookie terminara de fritar os gyozas e colocava-os na mesa junto com o molho. Os pratos, hashis, guardanapos e shoyu sobre a mesa. 
— Está cheirando bem, me deu até agua na boca. 
— Está quase pronto, Gi. Quer cerveja ou vinho? 
— Vinho não combina com yakisoba. Ficou com a cerveja, quer também sogrinho? 
— Claro que sim - minutos depois, eles sentavam para apreciar o jantar. Gigi contou a novidade sobre trabalhar para Ryan Reynolds e ganhou beijos e abraços dos sogros empolgados. Ao terminarem a refeição, ela ficou perambulando na cozinha conversando com o sogro enquanto Jeff cuidava da louça. Bob a divertia fazendo-a rir que nem percebeu o marido avisando que ia subir para tomar um banho. Mais tarde ao voltar para o quarto, Gigi  encontrou-o sentado na cama debaixo do edredom lendo concentrado. Tirou a calça legging e enfiou-se nas cobertas ao lado de Jeff. Aconchegou-se no peito dele fazendo-o largar o livro que lia e olhar para a esposa. 
— A conversa estava animada, não? 
— Seu pai tem muita historia divertida. 
— Gi,lembra que conversamos sobre tirar um tempo para nós quando o seu projeto acabasse? Passar uns dias somente nós dois em algum lugar? Queria muito fazer isso, mas com o novo projeto como conseguiremos escapar?
— Eu também. Depende do que você tem em mente, gostoso. Eu não me oponho a fazer algo agora no inicio. Ryan e a esposa deverão voltar para LA em fevereiro. Não sei a data correta ainda. 
— Era nesse período que estava pensando. Próximo dos dias dos namorados. Algo curto um fim de semana prolongado, quatro ou cinco dias. Nada muito longe, Las Vegas, São Francisco? 
— Gosto de São Francisco. É uma cidade divertida e que combina com dia dos namorados. Eu tenho a primeira visita com a equipe técnica agendada para o dia 11. Blake estará lá, posso perguntar quando voltam e também adiantar o máximo que puder de pintura e aplicação de textura nos cômodos antes dos moveis. Haverá períodos que não estarei trabalhando diretamente na casa, vou encaixar isso ao meu planejamento e você cuida das passagens, hospedagem, essas coisas. 
— Ótimo - ele a beijou ajeitando os óculos no rosto. 
— Você fica tão sexy com esses óculos, sabia? 
— Ah, quer dizer que a minha dificuldade de enxergar para ler é sexy? 
— Hum, hum… parece um professor. Eu adoraria ser sua aluna. O que tem para me ensinar hoje, mestre? 
— O que poderia ensina-la que você já não saiba, Gi? Algumas vezes, a aluna supera o mestre. 
— Não sei, que tal me surpreender? - ele a colocou de volta ao colchão forçando o corpo sobre ela - vamos, meu gostoso. Faça aquilo que só você sabe fazer, tire meu chão… 
— Não tem nada que eu aprecie mais do que isso, Gi - ela tirou os óculos dele colocando na cabeceira mais próxima e em poucos minutos, o quarto mudou de temperatura criando uma atmosfera de paixão e intensidade que apenas os dois sabiam fazer acontecer. 
Alguns dias depois, Stana concentrava-se em cuidar da filha e se manter ocupada para não sentir tanta falta de Nathan. Eles se falavam quase todas as noites e cada vez que deslocava o telefone, a saudade apertava ainda mais. Foi devido a essa necessidade de continuar ocupando-se que ela voltou a pensar sobre a proposta de Dara. Lembrando do conselho do marido, ela resolveu ligar para a amiga. Ao ouvir a voz de Stana, ela quase gritou. 
— Ah! Que surpresa, minha amiga! O que você anda fazendo sumida? 
— Ocupada com minha nova profissão. Mãe 24 horas? E teve o natal, familia, Nate veio passar uns dias em LA… enfim, você entendeu a situação. 
— Totalmente. Ele já voltou para Vancouver? 
— Sim, infelizmente. Tenho que aguentar mais um mês. Você anda ocupada ou tem tempo para conversar e ouvir um pouco sobre meu projeto? 
— Claro! Você escreveu mais? 
— Sim, fiz isso. Eu andei pensando sobre a nossa ultima conversa onde você tinha comentado que conhecia alguém interessado em investir em um novo show, então eu queria te perguntar se a proposta está valendo? 
— Claro que sim. Confesso que não achei você muito confiante quando ofereci da primeira vez, o que mudou? 
— Eu estou explorando minhas opções e depois de conversar com Nate, ele realmente recomendou que ouvisse e avaliasse o que o seu cara já fez no show business, qual é o estilo dele. Acho que vale a pena conversar, não? 
— Com certeza. Quer que eu entre em contato com ele e marque um encontro? Terei o maior prazer em fazer isso. Tem alguma preferência por dia ou lugar? 
— Não, desde que me avise com antecedência para que eu deixe Katherine com a minha sogra. E você também tem que estar disponível. Quero que vá comigo. Facilitar o terreno. 
— Tudo bem, vou contata-lo e aviso você quando será nosso encontro. 
— Ótimo, aguardo sua ligação. 
Dois dias depois, o encontro aconteceu. Stana deixou Katherine em casa com dona Cookie e seguiu para o encontro com Dara. Antes do potencial investidor chegar, a amiga lhe deu umas dicas de como conduzir a conversa. A ideia era deixa-lo falar e revelar o mínimo possível sobre o seu projeto. Tinha que ver qual era o grau de comprometimento do sujeito. Seu nome era John Mayor. Conhecido em Hollywood por bancar projetos sem deixar seu nome nos holofotes. Dara o conhecia da época de faculdade. Ele expos a Stana o que vinha procurando em um show e porque queria investir. Sua ultima boa aposta foi “This is Us”, embora tenha aberto portas para a serie Lúcifer acontecer também com a ajuda de um amigo. 
Stana gostou bastante da conversa e revelou um pouco de sua storyline. Por segurança, ela comentou que o projeto era embrionário. Escrevera apenas o esqueleto e três scripts. Mesmo assim, achou interessante a sugestão de Dara em encontra-lo e ouvi-lo. Mayor concordou e pediu para que assim que tivesse mais material o procurasse para que ele avaliasse a proposta. 
Satisfeita, na volta para casa ela comentou suas impressões com a amiga. 
— Gostei da conversa. Ele realmente tem feeling para o negócio. Shows como Lucifer e “This is Us” tem peso. 
— Não é somente isso, ele tem outros no currículo. Hannibal e Jane, the virgin. Foi assim que o reencontrei. 
— Eu não podia dizer a ele que tenho quase dez episódios escritos. Estou avaliando minhas possibilidades. Eu e Nathan tínhamos discutido sobre apresentar a ideia a Sony após a estreia e repercussão de Absentia. Uma vez que eles conheçam meu trabalho pode ficar mais fácil, estarão abertos para me escutar. 
— Eu concordo e não se preocupe, Stana. A minha intenção aqui é ajuda-la, não estou forçando você a trabalhar com Mayor. É mais uma opção. 
Na casa de Stana, Dara brincou um pouco com Kate e aproveitou que estava lá para checar o material que a amiga estava trabalhando. Leu dois roteiros, deu algumas dicas para melhorar a forma de ambientação e pediu que a enviasse os últimos que ela escrevera para dar uma olhada. 
— Devo dizer que tudo está muito bom. Você está revelando um lado seu que não conhecia, Stana. Tem talento para escrever. 
— Será que as duas aceitam tomar um cafezinho? Acabei de fazer e tem bolo de laranja, scones e brioche - disse dona Cookie. 
— Claro que eu aceito. 
— Dona Cookie, por que não aproveita que Kate está dormindo para descansar? Fica fazendo essas guloseimas e me acostumando mal… não é à toa que Gigi adora tê-la por perto. 
— Falando em Gigi, como ela está? - perguntou Dara. 
— Atarefada. Tornou-se sócia na firma em que trabalha e está cuidando da reforma da casa de  verão de Ryan Reynolds. 
— Oh! Toda poderosa! 
— É, mas ela e Jeff estão programando uma viagem rápida para fevereiro. Segundo os dois, precisam recarregar as baterias - disse a sogra - relaxar foi a outra palavra que usaram. 
— A senhora está sabendo mais que eu. Falei com Gigi ontem e ela nem mencionou nada de viagem. Estão se programando para aprontar, isso sim! Sabemos bem o que a palavra relaxar significa para aqueles dois - elas riram. 
— Incrível! Eles estão curtindo a vida mesmo. Acho que a senhora vai esperar um pouco mais para o proximo neto ou neta. 
— Não me importo, Dara. Eles devem obedecer o tempo deles. 
— E Nathan? Quanto tempo vai ficar no Canada ainda? Essa distância não deve ser fácil para vocês. 
— É, tentamos gerenciar da melhor forma possível. Segundo ele, deve retornar no máximo na segunda semana de fevereiro. Ainda não tem data certa. Pelo menos, tenho que esperar mais umas semanas agora. Procuro me manter ocupada. Amanhã tenho o screening de Absentia para a industria local. Veremos se algum canal se interessa pela série. Nós tivemos muita sorte na Europa e America latina. Aqui as coisas são um pouco diferentes. 
— É estranho não ter exibição da série nos Estados Unidos - disse Dara. 
— Mas é possível de acontecer. 
No dia seguinte, Stana compareceu ao screening de Absentia em Los Angeles, deu entrevistas e respondeu bastante perguntas dos executivos dos canais presentes no evento sobre a série, sua personagem, a classificação. Apesar do evento ter sido bom, ela não tinha grandes expectativas quanto ao resultado final. 
Naquela noite, Nathan ligou para ver como ela estava. Contou sobre o evento. 
— Você não parece muito animada, Staninha. 
— Como eu falei, o evento foi bom considerando que o resultado final não deve ser diferente do que eu já imaginava antes de chegar lá. Acho que desde o que aconteceu com a ABC, eu perdi um pouco a confiança em emissoras de tv e aprendi a gerenciar minhas expectativas. 
— Não se preocupe, independente do cenário em Los Angeles, Absentia está fazendo sua historia. Cadê a minha filha? 
— Dormindo. Você ligou tarde, daddy. Nate, quando você volta? 
— Se tudo correr como o planejado estarei em casa dia 10 de fevereiro. 
— Quase três semanas… é bom estar preparado para cuidar da sua filha quando voltar. 
— Só de Kate? - ela riu - estou morrendo de saudades, amor. 
— Eu sei. Só posso desejar que o tempo voe. 
— Eu preciso dormir. Amanhã filmo às cinco da manhã. Sonhe comigo, Staninha - ele jogou um beijo para ela. Stana beijou a tela do celular. 
— Eu te amo, babe. 

— Também te amo - ao desligar o telefone, Stana suspirou. Mais uns dias. Aconchegou-se na cama puxando o travesseiro dele para junto de si. Fechou os olhos. 


Continua....