sábado, 30 de março de 2013

[Stanathan] The Birthday Gift




The Birthday Gift

Autora: Karen Jobim
Classificação: NC-17
Gênero: AU/Real shipper
Advertências: Sex/Romance – aproveitando o aniversário de Nathan Fillion
Capítulos: One-shot
Completa: [X ] Sim [  ] Não
Resumo: Logo após a festa de 100 episódios, as atenções se voltam para os protagonistas e no dia de seu aniversário, Nathan recebe um presente inesperado que o faz repensar algumas atitudes.
Nota da autora: Essa fic é mais um mini projeto que serve como treino (ainda não cheguei no tom ideal) para a longfic que escreverei no hiatus. Baseado em uma conversa do grupo do Facebook – Castle Fanatic BR. Enjoy!


ATENÇÃO NC-17...


The Birthday Gift 

Set de Castle

Passava um pouco mais das 8h da manhã quando Stana chegou para gravar. Hoje era o dia que seu novo photoshoot estaria visível a todos pelo caderno Alexa do New York Post e ao caminhar para o trabalho, ela já pode sentir os efeitos de ver sua cara estampada em pelo menos três bancas de revistas fora um outdoor. Ela gostava de fazer esses ensaios fotográficos porém ficava nervosa ao ver o marketing que acompanhava o resultado. Torcia para que seus amigos e companheiros de trabalho não tivessem visto ainda.

Doce ilusão.

A primeira pessoa que Stana encontrou no set foi Luke que já veio parabeniza-la pelo lindo ensaio. Ele adorara as roupas e nem precisava comentar a beleza dela, simplesmente radiante e sexy. Ela agradeceu e respirou fundo. Sua primeira cena da manhã foi com um dos atores convidados, uma cena de interrogatório, o que para ela adiava qualquer possibilidade de ter alguém falando sobre as fotos.

Tudo bem, ela admitia que adorara fazer o ensaio e sim, gostaria de ouvir a opinião de seus colegas mas no fundo, ela queria saber o que ele pensaria, como encararia e mais importante se daria sua opinião. O jeito egocêntrico de Nathan era de conhecimento de todos mas isso não o tornava antipático, ao contrário! A forma como lidava com isso, através de brincadeiras, risadas e ironia, conquistava aos demais inclusive a ela. Claro que existia um outro motivo para ela querer saber da reação dele. Não queria elogios para se gabar, ela apenas queria saber se isso despertaria algo a mais nele. Ela suspirou. Stana, porque você é tào idiota? Ficará esperando quanto tempo mais para ele perceber que basta chamar e você irá até ele sem receio apenas pelo fato de estar apaixonada? Ela já chegara a considerar a ideia de ficar com ele apenas uma noite somente para matar essa vontade, esse desejo de te-lo em seus braços. Sentiu o arrepio percorrer seu corpo. Muitas vezes só de imaginar qualquer coisa com ele, ela já se sentia excitada. Foco, Stana! Você precisa trabalhar.

Respirando fundo, ela levantou-se e decidiu se preparar para sua próxima cena com Nathan. Assim que reapareceu no meio do set do distrito, Seamus foi o primeiro a brincar.

- Olha quem vem aí. A bela da vez. Oi, Stana!

- Bom dia, Seamus.

- Eu e Jon estávamos comentando sobre você, suas fotos já estão espalhadas por toda a internet.

- E os elogios não param! – disse Jon – incrível como os fãs dela são fiéis e o mais engraçado é ver as mulheres surtando com as fotos, dizendo que ela é linda e que não é justo tanta beleza. O que mais vi foi tweets com a palavra “dead” após ver as fotos suas.

- Isso é porque os marmanjos estão fazendo outra coisa que, bem... deixa pra lá! – disse Seamus.

- Ok, gente. Obrigada mas vamos trabalhar.

- Se acostume menina, vai ser assim o dia todo – disse Andrew, o câmera encarregado da próxima cena.

- Cadê o Nathan? Não deveríamos gravar agora?  

- Ele está na maquiagem ainda já deve estar vindo.

- Tudo bem.

Nem bem ele termina de falar, Nathan surge – Cheguei, sentiram minha falta? Atrasei um pouco – ele virou-se para Stana – está pronta pra gravar, parceira? Ela sorriu e eles dirigiram-se ao local de filmagem.

Mais tarde quando eles estavam almoçando no set mesmo, Penny se aproxima para comentar as fotos com os amigos. Dividindo a mesa, estavam Stana, Nathan, Jon e Seamus. Ela sentou-se ao lado de Nathan e começou a falar.

- Garota! O que foram aquelas fotos? Você está divina! Me conta Stana qual o segredo porque eu gostaria de saber... se bem que – ela deu uma olhada para Stana - nem precisa de esforço. As roupas estavam lindas também. Vocês não acharam o ensaio maravilhoso meninos?

- Sim! – Jon respondeu.

- Muito bonito. Fiquei com uma dúvida porém, Stana estava pensando em Castle quando fez todas aquelas caras sensuais?

Ela parou de comer e prendeu a respiração por uns segundos. Penny percebeu e completou o pensamento de Seamus.

- Acho que o que Seamus quis dizer é que ele não sabe se aquela é a Stana ou a Beckett. Ás vezes, eu também me confundo, não se preocupe, não é o único aqueles olhares são bem Kate Beckett.

- Na verdade, são meus e foram incorporados à minha personagem – o rosto ainda meio enrubescido, não queria dar bandeira.

- Mas porque você não pergunta ao especialista em Beckett? – provoca Jon e Penny não perde a oportunidade virando-se para Nathan que até então estava calado.

- O que me diz Nathan? O que você achou do ensaio? Jon tem razão, você é a melhor pessoa para falar.

- Não vi o ensaio ainda, só vi a foto que saiu no Post mas o que posso dizer? Stana foi Stana. Perfeita como sempre e você está correta nem precisa tanto – ele virou-se para ela sorrindo – Parabéns!

- Obrigada, Nathan – respondeu um pouco surpresa e sentindo o coração palpitar. Nesse momento, ela é surpreendida por uma pessoa que a abraça.

- Meu Deus que fotos! Vou ter que esconder essa revista do Andrew porque ele já é seu fã e sabe lá o que ele vai sentir ao ver esse ensaio.

- Terri! Quer parar? E vocês também – ela disse olhando sorrateiramente para Nathan – podem parar com esses comentários, foi só umas fotos! Vocês me conhecem então agradeço os elogios mas não me deixem envergonhada.

- Vocês ouviram a moça, nada de implicar com ela – disse Terri piscando para Stana e eles rindo deixaram o assunto de lado voltando a trabalhar.

Porém, por pelo menos dois dias seguintes da saída da revista, qualquer cena que filmava, ou alguém da técnica a elogiava, ou tecia um comentário sobre o jeito dela. Novamente a brincadeira entre ser ela ou Beckett voltava à tona e ela acabava rindo e cedendo aos elogios. Para o set, ela era a rainha do momento e todos queriam conversar sobre o ensaio ou apenas dizer o quanto ela estava linda. Quando tinha uma folga nas gravações, ela checava as redes sociais. Ainda ficava impressionada com tantos comentários vindo de tantas partes do mundo. Como me tornei tão notada? Um sorriso a fazia pensar em Marlowe e Castle, devia isso a eles. Alguém chamou por ela e teve que deixar o iphone de lado.

Naquela tarde, Nathan estava sentado em um canto conversando com um dos técnicos de imagem e seu telefone tocou, pediu licença e foi atender. Depois, ele ficara fingindo estar na internet e observava o que acontecia ao ser redor. Ela era a estrela. Não que realmente já não fosse, afinal não tinha uma pessoa naquele set que não adorasse Stana. O photoshot era apenas um pretexto para mima-la. Estava incomodado com isso, não pelo fato dele ser egocêntrico e estar deixando de ser o foco das atenções por um tempo. O incomodo surgira pela situação. Apenas por ver a foto do New York Post, ele ficara balançado. Não, a palavra correta era extasiado. Ela é bela e Nathan não mentira ao dizer que fora perfeita. Não era a primeira vez que se perguntava como ainda não acontecera nada entre eles. E não foram poucas as vezes que houveram flertes, muitos descarados, toques, duplos sentidos. Porém, o período mais complicado estava sendo esse da quinta temporada.

Os toques eram mais constantes, os beijos, os momentos juntos. Sim, Stana era divertida e bem diferente dele. Era reservada, meio tímida. Ele era espalhafatoso, egocêntrico, egoísta também. Um relacionamento era algo que ele não pensara antes porque de fato ela parecia ser daquelas que não gosta de misturar negócios e prazer. Mas ele bem que gostaria de tentar, de te-la em seus braços e se não desse certo, eles partiriam para outra não? Então, ele ficou pensativo. Na verdade não tinha resposta para essa pergunta. Ele estava entretido quando Jon chegou perto dele e puxou conversa.

- Hey, checando as fotos da Stana na internet? – ele provocou ao ver Nathan mexendo no celular.

- Ha! Ha!

- Qual é bro! Não te recriminaria por isso. Ela é linda e se você não está vendo, tem um monte de marmanjos que está. Só acho que seria um desperdício você não aproveitar a menos que você já tenha visto com menos roupa ou seja gay. É isso?

- Não! – mas o comentário de Jon não o agradou muito, a ideia dela sendo vista por vários homens que a usariam e a olhariam como um objeto fez surgir nele um sentimento de possessão indevido – Jon, me responde uma coisa: você já teve algo com ela? Sei que você gosta dela, é amigo mas você quer mais não?

- Não vou mentir e dizer que Stana é o tipo de mulher que chama atenção, um pedaço de mau caminho e que homem não gostaria de te-la? Mas eu não, porque sei como é a pessoa, ela merece muito mais que uma noite, além disso seu jeito, seus principios, são diferentes dos meus. Fora o coração, não são todos que conseguem tocar aquele coração e os que o fazem não sabem honrá-lo.

- Você falou bonito agora, Jon.

- Apenas falei a verdade. E convenhamos você sequer deveria perguntar isso. Se você olhar as fotos e ver a entrevista vai perceber que se tem alguém perdendo tempo por aqui, é você. Confessa, você já viu o ensaio não? Vamos, diga a verdade e aproveite para elogia-la “adequadamente”.

- Jon, não é da forma que você pensa...

- Não... realmente, sabe o que a maioria desses marmanjos e devo acrescentar também mulheres que estão babando nas fotos dela pensam? Ah, se eu fosse Nathan Fillion... -  com isso, Jon deixou-o sozinho com cara de paisagem.


Dias depois...


As filmagens continuavam intensas. Todas as vezes que se aproximava o final da temporada, tudo parecia se intensificar. Começariam a filmar o episódio de número 24 apesar desse não ser a season finale. Após receber o script com o cronograma de gravações, Stana que estava em seu camarim conversando com Penny percebeu que terminariam o episódio no dia do aniversário dele. Todos estariam reunidos, o que facilitaria para celebrar.

- Será um episódio bem puxado com várias cenas de rua para nós. E bem divertido pelo que estou lendo.

- É, o bom é que terminará no dia do aniversário do Nathan – o comentário foi tão natural que Penny não percebeu Stana se martirizando por ter soltado. Penny não era boba, aquela química toda das telas indicava outra coisa para ela. Stana arrastava um caminhão por Nathan. Resolveu atiçar o tópico.
- O que vamos fazer para comemorar? Um bolo? Umas cervejas? Podemos ir para algum lugar também.

- Penny vamos estar tão envolvidas nessas gravações que duvido acharmos tempo pra sair do studio a não ser para casa. O bom e velho bolo vai ser suficiente. Na verdade, acho que ninguém se ligou na data.

- Eu não sabia mesmo mas sou nova nisso tudo então estou perdoada.

Stana riu ao vê-la piscando.   

- E presente?

- Nathan nunca exige presente. Ele pede para fazermos doações. Acho isso bem bacana. Mas se você quiser, claro que pode presentea-lo. Eu já dei alguns pequenos presentes a ele, nada muito caro ou chique...ah! você sabe.

- Então você não vai comprar nada para ele vai preferir doar?

- É, eu doou todo o ano só que Nathan não imagina.

- Como assim? Você sabe que seu nome....oh! Você doa anonimamente – ela olhou para Stana e sorriu, pegou a mão dela na sua – querida, é um gesto lindo para a sociedade mas um pouco pesado para o seu coração não?

- Não, estou ajudando, apoiando uma causa.

- E se escondendo? Porque Stana? Porque você não quer admitir que gostaria de agarrá-lo e dar uma de Kate Beckett com ele? Porque ele é na grande maioria das vezes egocêntrico e imaturo? Irritante e divertido?

- Penny não é tão simples assim.

- Concordo que relacionamentos não são simples, exigem respeito, paciência e uma troca, é preciso ceder e aceitar os erros dos outros. Mas não precisa ser algo sério, não foi você que declarou um dia desses no twitter YOLO? Você prefere ficar aí segurando essa vontade e sem experimentar? Já são quatro anos. Quanto tempo mais você deve esperar para ver o que acontece, ou ainda, vai deixar a série terminar e com ela sua chance de saber como seria?

Ela olhava para a mulher tão linda a sua frente, viu Stana suspirar. Ela podia ter todos os homens que quisesse, escolher. Mas o coração tem dessas coisas, nos engana. Quer apenas o que quer. Ela não gostava de ver Stana assim. Deu uma tapinha na perna dela e falou.

- Força, querida. E deixa que vou agitar o pessoal pro aniversário do Nathan. E saiu do camarim dela.

Penny foi direto ao andar de cima onde ficavam os escritores, tinham confirmado que Terri estava por lá. Se ela ia coordenar essa festinha, precisava começar por eles e o diretor do episódio. Ela bateu na porta da sala e Rob a mandou entrar.

- Oi, Penny.

- Oi, Rob. Bom encontrar você aqui também. Estava pensando, semana que vem é o aniversário do Nathan. Como vamos comemorar?

- Eita! É verdade – Rob falou.

- Penny, não sabia que você sabia do aniversário do Nathan, afinal você trabalha aqui...espera um momento, foi a Stana que te disse não?

- Stana? Não! Eu vi no twitter e... – mas Terri a interrompeu.

- Penny não precisa disfarçar. Ela sabe que é o aniversario dele. Todos os anos é ela quem primeiro lembra. Ai nós organizamos.

- Ok, foi ela.

- Rob, você pode nos dar um minuto? – pediu Terri.

- Claro – e ele saiu da sala. Ao ficar sozinha com Terri, ela se sentiu mais à vontade para falar.

- Terri estou aqui com vocês a um bom tempo mas claro não o suficiente para saber de toda a história. Porém, se tem algo que eu vejo de longe é mulher apaixonada e Stana tem os quatro pneus arriados e mais o step pelo Nathan.

- Penny, Penny... você está certa em seu raciocínio. O pior é que esse amor já dura tempos e parece que ela não tem coragem suficiente de arriscar. Por um lado a entendo. Nathan é um amor de pessoa mas tem algumas características que não combina com Stana. Algumas coisas que ela não se acha preparada para lidar.

- E por isso fica fingindo que está tudo bem?

- Sim, eles se dão bem. Brincam, convivem de maneira natural. Então basta dizer ação e tudo que guardam entra em cena e o resultado é a química perfeita na tela.

- Queria poder ajudar...

- Eu também,acredite. Stana é a mulher mais incrível que já conheci e merece muito ser feliz.Mas vamos ao que interessa? O que você tem em mente para a comemoração?

E as duas ficaram confabulando.


Dia do aniversário


Quando acordou naquela manhã, ela olhou para a data em seu celular de maneira especial, quase saudosista. Mais um aniversário Nathan, será igual aos outros, ela pensou. Já fizera a sua doação na noite anterior e não levaria nada para o set. No máximo ele ganharia um beijo e um abraço além dos parabéns. Então, levantou-se da cama.

Estava terminando de se arrumar para o trabalho ajeitando os cabelos no espelho para prende-los já que hoje iria à pé para o set e se deparou fitando o próprio pescoço. Um pensamento pervertido povoou a sua mente. Era quase como se ela pudesse vê-lo através do reflexo abraçando-a por trás e beijando sua nuca. Sentiu um arrepio percorrer sua pele e prendeu a respiração por cinco segundos para então suspirar e sacudir a cabeça. Stana, chega! Isso não é hora de ter esses tipos de pensamentos, repreendeu a si mesma.   
                  
Ela pegou a sua bolsa, o ipod e saiu caminhando pelas ruas, infelizmente o pensamento em Nathan não a deixou.

Nathan estava checando o seu twitter logo que acabara de tomar café da manhã. E novamente sua timeline estava repleta de perguntas para ele e comentários sobre as fotos de Stana. Ele ainda não vira a revista mas não resistiu a ver algumas fotos. Sim, ela estava linda o que não era difícil mas ela estava sexy. Aquele olhar era simplesmente hipnotizante. E cada dia que passava, em cada nova cena, era mais difícil escapar e esquecer do quanto ela mexia com ele.  Gostaria de poder dar uma chance a esse desejo que o consumia mas ela nunca aceitaria porque na cabeça de Stana, ele apenas queria satisfazer uma curiosidade, que queria usá-la e depois seguir a vida normalmente. Talvez isso fosse culpa dele. Reconhecia que às vezes causava certa animosidade entre eles com comentários estranhos, outras ele simplesmente era egoísta ou exibicionista. E porque não assumir que seu lado nerd o fazia um pouco infantil frente aos amigos e isso era algo que ela realmente não apreciava. Brincalhão sim, imaturo era quase inaceitável.

Ele lembrou da última cena que gravaram no episódio dedicado a Ryan. Quando Stana inclinou-se para beijá-lo ali ele decidiu aproveitar e por causa do nervosismo, eles gravaram a cena umas três vezes. Claro que isso não foi um problema para ele, filmar cenas com ela é sempre ótimo, além de profissional, Stana é muito divertida e aquela risada....ah, ele adorava vê-la rir.

Nathan pensou sobre tudo isso em apenas cinco minutos. Devia ser a influência do aniversário. 42 anos. Será que não estava na hora de arriscar, de pensar em deixar para trás essa vida de bachelor? Ele sentia falta de estar em um relacionamento e o fato de conviver com Stana quase 18h por dia acabava por minar qualquer possibilidade de procurar por alguém no fundo aquém queria enganar? Ele não queria conhecer ninguém, sua escolha era ela. A pergunta era uma só: ela estava disposta a se entregar?

Decidiu que era melhor parar com toda essa divagação e ir para o trabalho. Pelo menos o direito de observa-la e sorrir com ela não lhe podia ser negado.

Ao chegar no set, fora logo saudado por várias pessoas da técnica, câmeras e outras pessoas da equipe de edição e roteiro. O primeiro membro do elenco que ele encontrou foi Jon. Trocaram um abraço e ele desejou ao amigo um feliz aniversário sendo ainda mais curioso, Jon perguntou:

- E qual será a comemoração de hoje, bonitão? Quem será a felizarda?

- Não é bem assim. Quem você pensa que eu sou?

- Ora Nathan por favor, você é solteiro, cheio de amigos e amigas tem que rolar algo.

- Sei, até poderia mas não, vamos gravar por boa parte da noite então... se pudesse escolher, ao contrário do que você pensa, queria um aniversário tranquilo, algo diferente.

- Espera um momento é você mesmo Nathan? Bateu a cabeça? Você está apaixonado?

- Jon, me sinto diferente sabe? Chame do que quiser mas não estou a fim de noitadas, prefiro ficar sozinho do que no meio de uma multidão e com a sensação de solidão ou vazio.

- Nossa! Que profundo! É a crise da meia idade mesmo...

- É talvez você não esteja lá ainda ou não compreenda – Jon sorriu. Nathan retribuiu o sorriso.

O que Nathan não sabia era que Stana ouvira a conversa e ficara intrigada.

E os cumprimentos continuaram de cada um deles, Tamala, Penny, Seamus, Molly entregou-o um presente especial, Susan. Quando ele estava falando com Terri, ela se aproximou.  Ficou parada por um tempo observando a cena e criando coragem para se aproximar. Terri notou a presença dela e sorriu.

- Hey, Stana venha até aqui. Quer falar comigo?

- Não Terri, quero falar com o aniversariante do dia. Ela sorriu e ele virou-se para fitá-la. Terri, sabiamente, afastou-se. De frente um para o outro, ela falou.

- Hey – ela afagou o braço dele – parabéns! Empolgado com seu aniversário?

- O que há pra me empolgar? O fato que estou ficando mais velho?

- Não, festejar. Sei o quanto você gosta de glamour, festa, não poderia faltar isso hoje.

- Na verdade, você não está de todo errada mas sinceramente não estou no clima de grandes comemorações. Além do mais, você bem sabe que tem pelo menos quatro anos que não tenho uma festa de aniversário de verdade.

- Isso é um pouco inesperado vindo de você. Olha, Nathan eu realmente desejo muito sucesso a você que seus sonhos se tornem realidade e mais importante, seja feliz – ela inclinou-se para abraça-lo e ele retribuiu aproveitando para te-la em seus braços só um pouco. Instintivamente, deixou a mão deslizar para cima e para baixo nas costas dela. Mantendo-a ainda presa, ele respondeu quase sussurrando.

- Vindo de você só poderá ser um sinal de boa sorte, obrigada Stana, significa muito.

O abraço estava muito bom mas ela sabia que não podia prolongar isso para sua própria sanidade. Distanciou-se, ele mantinha o sorriso nos lábios. 

- O que você prepararam para mim?

- Quem disse que fizemos algo? – ela saiu andando. Ele atrás.

- Vocês sempre fazem algo pra mim, vai me conta... por favor!

- Acho que você está delirando Nathan... – e ela gargalhou vendo que a curiosidade de menino parecia ter tomado conta dele e isso era quase perdição para ela porque mesmo reclamando, essa era uma das qualidades dele que adorava. Não podia negar apesar disso ser um defeito na maioria das vezes.

Nathan seguiu para seu camarim pois precisava fazer a maquiagem e vestir o figurino para a primeira cena. Não havia ninguém por perto. Ele abriu a porta e logo que entrou se deparou com alguns  envelopes e pacotes no chão. Apanhou-os e pensou: deve ser cartas de fãs, fotos e presentes. Sempre recebia o triplo de correspondência na época do seu aniversário. Passando os olhos rapidamente, ele comprovou o que pensara. Porém, deparou-se com algo estranho. Um envelope pardo grande sem remetente ou P.O. Box. O que seria? Curioso como era, não resistiu e abriu o pacote. De dentro, ele retirou o conteúdo. Ficou surpreso ao encontrar um exemplar do caderno Alexa do NY Post e um DVD. Intrigado, ele pegou o disco e olhou mais uma vez dentro do envelope pois a revista não continha dedicatória, assinatura ou recado. Sacudiu o envelope e um pequeno post-it caiu sobre a mesa. Estava escrito em letra cursiva uma frase que serviu apenas para atiçar ainda mais a curiosidade dele. Dizia: “Are you blind?”

Confuso, ele pegou o dvd e correu para coloca-lo no notebook que sempre tinha no camarim. Enquanto o mesmo ligava, Nathan olhava fixamente para a revista. Ele relutara olhar aquelas fotos ao vivo, vira apenas pelo twitter do celular, em tamanho pequeno. Agora com as originais ali à sua frente, a tentação estava grande. Ele não resistiu e abriu o caderno.

A primeira foto já era de tirar o fôlego. Ela estava estonteante de branco e com aquele decote que deixavam o colo e os seios a amostra estrategicamente. A segunda foto ela estava com um olhar perdido e a foto realçava as pernas longas no macacão. A cada foto, ele tinha a certeza que ela era a mulher mais linda e sexy que ele já conhecera. Sua beleza era tanta e tão natural que além de hipnotizado, ele chegava a se sentir intimidado, acanhado. Era como se fosse de vidro de tão frágil. Mas a foto que tirou seu fôlego foi a que ela aparecia em seu semblante natural. O vestido estampado, o sorriso cativante e o olhar feliz. Essa era sua Stana.

Apertou play no DVD e a entrevista dada por ela surgiu na tela. Ele assistia sem piscar. Não queria perder um segundo sequer, nenhum detalhe. E Nathan ficou sem fôlego ao vê-la no vídeo. Os olhares, o sorriso e as poses. Deus! O que era essa mulher? Sexy e tímida ao mesmo tempo. De repente, ele lembrou de uma das frases de Castle : “You know what I thought when I first met you? You were a mystery I was never going to solve”.

Sim, ela ainda era um mistério para ele a frase aplicava-se bem a personagem e à atriz. Sentiu uma pontada na região da virilha e ficou vermelho ao perceber o quanto aquilo mexera com ele, o volume nas calças era bem perceptivel. Repreendeu-se. Não era justo agir dessa maneira com ela.

Terminado o video, Nathan tinha apenas uma pergunta. Quem lhe enviara esse pacote? Isso não estava cheirando a coisa de fã devido ao acesso ao set era alguém de dentro. Tinha que ser mas quem? Procurando não pensar no impacto do vídeo para se acalmar e ficar decente para receber a maquiadora, ele começou a avaliar suas possibilidades e quem seriam seus principais suspeitos. Sim, trataria como um caso. Nesse momento batidas na porta indicavam que a maquiadora chegara. Ele disfarçou o seu embaraço colocando o paletó sobre o colo e escondeu o envelope da vista de qualquer um. Depois de tirar uma brincadeira com a moça, ele se calou para ser maquiado mas a mente continuava girando tentando encontrar a pessoa responsável por isso.

Seria ela, a própria Stana? Apesar de soar como uma tapa na cara, porém não era do feitio dela. Usaria outra pessoa? Não, isso está soando mais e mais como uma espécie de operação cupido. Jon talvez? Aquelas perguntas logo pela manhã podiam ser parte de uma estratégia. Deveria perguntar a ele? O ato de perguntar de certa forma denunciava sua curiosidade e se não tivesse sido Jon, ele poderia dar com a lingua nos dentes já que é amigo de Stana. Quem mais seria capaz de algo assim?

Sua reflexão no entanto, fora interrompida pois precisava gravar.

As cenas eram tantas para esse dia que Nathan mal teve tempo de voltar ao assunto. Quando eles deram uma parada de quinze minutos até a arrumação do set da próxima cena, ele pegou um café e voltou a pensar sobre o assunto.

Terri poderia ser outra suspeita para esse ato. Não era de hoje que ele desconfiava que ela fazia gosto da relação dos dois, de uns tempos para cá isso tem se mostrado ainda mais claro, impulsionado pelos próprios roteiros da série. Ele tinha um olhar perdido quando ouviu alguém o chamando.

- Nathan, hey...Nathan! Terra para Nathan – era Penny - Oi, está no mundo da lua?       

- Desculpe Penny, estava apenas pensando.

- Não, algo parece estar te incomodando, é a idade? Está pesando?

- Ouch! Agora você me arrasou.

- Ah, você sabe que estou brincando. Você é que nem vinho quanto mais velho, melhor.  E abriu o sorriso. Nathan a abraçou com carinho. Estavam abraçados quando Stana entrou na sala.

- Oh, chega de abraço ou sua namorada vai querer me bater.

Ao ouvir a palavra namorada, Stana congelou onde estava. Penny percebeu e aliviou.

- Ah, pensei que era a Beckett mas é apenas a Stana – piscou para ela e riu – Stana você não acha que o nosso aniversariante está meio perdido, preocupado. Você o conhece mais que eu diga se tenho razão.

Stana olhou para ele e recebeu um lindo sorriso. A visão dela trouxe as lembranças das fotos que o surpreendera naquela manhã. Suspirou. O que Penny dissera tinha fundamento. Algo estava acontecendo.

- Você me parece aéreo, Nathan. Penny tem razão. Em outros tempos você estaria mais animando com o seu aniversário.

- Gente, está tudo bem. Mas se vocês não fizerem nada para mim hoje aí sim, ficarei deprimido – ele já sabendo o que trouxera Stana ali, tratou de providenciar – aqui, deixa eu fazer seu café – ele mexera na máquina e Penny sentou-se na mesa junto com Stana para saborear o iogurte que trouxera. Seus olhos observaram as reações faciais de ambos. Stana olhava fixamente, atenta ao que ele fazia. Nathan estava concentrado em preparar o café para ela. Ao virar-se, estendeu a xicara e Penny pode perceber que ela tentava se recompor em sua cadeira. Penny a flagara olhando para o traseiro dele.

Ao segurar a xicara em suas mãos, ela percebeu que a expressão dela mudara e sorriu.

- Acho incrível a capacidade de vocês serem tão devotados a café. Stana parece que está admirando alguém especial, como se quisesse fazer amor com essa caneca, menina!

O que Penny não sabia era que a caneca que Nathan lhe entregara, continha um desenho de coração feito por ele na máquina. Ela olhou para ele e sorriu.

- Obrigada.

Ele piscou para ela e sentou-se para admira-la tomar o café. Penny sentiu que estava atrapalhando mas Nathan aproveitou para perguntar do seu aniversário mais uma vez e Penny quis manter o suspense mas tudo era apenas um pretexto para ele observa-la sem deixa-la embaraçada. Sua mente ainda vagava pela possibilidade de alguém que pudesse ter enviado aquele envelope. Assim que terminara de beber o café, ela o chamou para gravarem a próxima cena.

Antes de começarem a outra cena, o diretor os avisou que precisariam gravar duas cenas externas à noite por volta das 8h. Ele e Stana. Como ele previra, era mais um aniversário daqueles. E as horas passaram consumidas por trabalho. Eram seis da tarde quando o celular tocou e ele pediu licença por meia hora para resolver algo. E foi a chance que eles tiveram para arrumar uma das salas para comemorar o aniversário dele. Tudo pronto faltava apenas o aniversariante. O diretor ligou para ele dizendo que precisavam dele ou iriam furar o cronograma de filmagens mas ele já dissera que estava entrando no Studio.

Nathan surgiu com duas caixas grandes em mãos e um dos técnicos foi ajuda-lo.

- Nathan, o que você está fazendo? – depois de colocar as caixas sobre a mesa.

- Comemorando meu aniversário com vocês. Trouxe um pequeno mimo canadense – ele abriu a caixa e o cheiro tomou conta do espaço – espero que goste é uma gordice. Se chama...

- Poutine – disse Stana. 

- Obrigada minha conterrânea. Isso mesmo. Então, aproveitem.

- Não tão rápido, Mr. Fillion – era Penny quem falava e brincava – primeiro cantaremos parabéns. Feliz Aniversário, Nathan! – e só então ele viu o bolo. Sorriu. A turma começou a cantar Parabéns para você e todos gritavam seu nome, outros assobiavam e tudo virou um momento de descontração dentro de um dia de trabalho. Um instante de alegria. Mesmo já tendo cumprimentado a ele durante todo o dia, Nathan recebeu abraços, beijos e tapinhas nas costas. Ele apagou as velas e Kate, uma das roteiristas pediu para ele cortar o bolo e oferecer o primeiro pedaço. Ele cortou e começou a falar.

- Bem, vocês devem imaginar que o primeiro pedaço de bolo deveria ir para o Andrew afinal é por causa dele que eu não tenho uma festa de aniversário em cinco anos, Castle fez quatro anos no ar mas nós gravamos antes esse piloto – as gargalhadas encheram o salão – claro que o correto seria dar a fatia de bolo para a esposa dele, coresponsável. Mas em vez disso, eu prefiro dar para alguém que está ao meu lado e faz esses momentos, os cinco anos valerem a pena. Minha parceira e formiguinha oficial do set, Stana esse é seu.

- Eu não sou formiga!

- Devo perguntar que comeu aquele pedaço que está faltando? – ela ficou vermelha – então tecnicamente você já teve seu pedaço, esse seria o segundo! – novas gargalhadas surgiram – o que posso dizer? Obrigada pelo bolo, pela lembrança e por me aturarem por mais de cem episódios agora. E aproveitem o poutine e sejam rápidos antes que Stana esconda de vocês.

Os gritos foram se misturando com as palmas e eles voltaram a cumprimenta-lo. Stana deixou ele ter o destaque que precisava no seu dia e esperou um pouco para tornar a falar com ele. Comera o bolo e estava acabando o poutine quando teve sua chance.     

- Isso está delicioso, Nathan... fazia tempo que não comia um desses tão bom.

- São de um bistrô francês, o dono é canadense. Te dou o endereço depois. Ela terminou de comer e pegou um guardanapo para limpar a boca.

- Sabe, você podia ter dado essa fatia de bolo pra Terri...

- Sim, poderia mas não seria justo com você, Stana. Você merece. E desculpa pela brincadeira da outra fatia.

- Porque se foi verdade? Quem te deve desculpas sou eu mas não foi porque quis, eu fui ajeitar uma falha e deixei pior, tive que comer  – ela inclinou-se para ele e beijou-lhe o rosto – parabéns, Nathan – e ele a abraçou.

Penny observava os dois de longe. Como eram perfeitos juntos! O entrosamento era dentro e fora da tela. Seria esse pequeno instante um sinal de que seu esforço valera a pena? Podia não saber exatamente o que Nathan estava pensando mas certamente ele ficou intrigado com a encomenda que recebera, podia apostar. Sorte dela que o dia estava tumultuado para que ele pudesse pensar em dar uma de detetive e investigar. Pela caligrafia, ele descobriria quem fora o mandante do crime. Se desse certo, ela talvez contasse a eles depois.

- Pessoal! Odeio ser o estraga prazer mas precisamos voltar a filmar. Penny e Stana, preciso de vocês agora e depois dessa cena vamos para as tomadas externas tudo bem, Nathan?

- Ok – ele virou-se para ela – vá lá, ainda temos uma longa noite pela frente.

Enquanto ela gravava, Nathan resolveu voltar ao seu camarim e se preparar para as cenas da noite. Porém, a primeira coisa que fez ao fechar a porta foi pegar o caderno de fotos novamente. Ficou admirando um pouco mais a beleza dela e só então leu a entrevista. Ela não escondera o fato de que gostava de ter seu espaço, ser reservada principalmente em relacionamentos. Isso o deixava desestimulado. Como ele pensava, ela não estaria aberta a misturar as coisas. Não a culpara por isso mas como explicar essa vontade de tentar?

Alguém estava pregando uma peça nele. Mas seria uma peça mesmo ou estavam querendo dizer o quão estúpido ele estava sendo especialmente agora que Stana estava filmando tantas cenas junto dele, trocando carícias, beijos.... seria uma maneira de dizer que eles estavam perdendo tempo ou que tudo dependia dele? Nathan não sabia qual era o motivo certo apenas que quem fez isso despertou nele a vontade de arriscar.

Guardando tudo, ele trocou a roupa e pegou seu texto para se preparar para as gravações que faria em seguida.

Por volta das oito horas, eles deixaram o Studio para uma esquina de Los Angeles onde tudo já estava preparado para que eles filmassem. O diretor explicou aos dois que seriam duas cenas apenas. As demais filmariam depois. O clima primaveril deixava o tempo muito agradável à noite e estava bastante ventilado. Posicionaram-se para a primeira cena e ouviram as recomendações do diretor. Fizeram o primeiro ensaio. Stana se atrapalhou com uma fala e repetiu a palavra umas três vezes. Cada vez que errava, ela gargalhava e Nathan a estimulava adorando aquele som. Logo que sentiu-se segura, eles gravaram de verdade. Levaram apenas um take.

Enquanto a segunda cena estava sendo montada, fazendo os ajustes de luzes, Stana encostou-se no furgão da produção e cruzou os braços, depois começou a mexer seus braços por estar com frio. Ele se aproximou e estendeu um copo para ela.

- Achei que você precisaria disso agora – ele disse.

- Anda lendo meus pensamentos, Nathan?

- Certas coisas nunca mudam. Eu presto atenção mas do que você imagina.

- Vamos lá pessoal? – gritou o câmera.       

- Está na nossa hora de novo.

- Pelo menos, essa é a ultima cena de hoje. Torça pra eu não errar as falas – ela sorriu e suspirou. Ele sorriu de volta.

- Não me importaria se errasse, estou bem, me divertindo e em boa companhia.

Stana sentiu as borboletas no estomago se formando. O que ele queria dizer com isso? Foco, Stana! Você precisa trabalhar. Não é a hora de vagar por uma explicação. Ela sacudiu a cabeça e se posicionou na cena. Dessa vez, não perderam nada. A cena foi perfeita da primeira vez e ao som do diretor eles terminaram .

- E corta! Excelente pessoal, terminamos por hoje. Tenham uma boa noite e nos vemos amanhã.

Nathan virou-se para ela.

- Estou cansado. Como você está? Precisa de carona?

- Preciso, vim a pé hoje.

- Vou dar um jeito. Hey, Mark! Pode dar uma carona pra nós até o Studio? Meu carro está lá.

- Claro! Entrem ai pessoal.

Já no estacionamento do Studio, eles se despediram de Mark e Nathan indicou o seu carro. Abriu a porta para ela e depois entrou no banco do motorista. Deu a partida.

- Você vai querer pegar a HWY-6, fica mais fácil do que pegar a Wilshire. Que aniversário não? Aposto que tudo o que você quer é chegar em casa e se jogar na cama – o comentário foi inocente mas ao perceber o que dissera ela se enrolou – quer dizer, dormir certo você mesmo disse que estava cansado e...

- É verdade, estou cansado mas – ele consultou o relógio – ainda são 11 da noite. Tecnicamente ainda é meu aniversário. O que você acha de tomar um drinque comigo?

- Eu...eu não sei...talvez seja melhor...

- Stana, por favor, é meu aniversário. Um drinque apenas, para fazer um brinde. Podemos ir ao bistrô que te falei, tipicamente canadense – ele a olhava com uma certa ansiedade.

- Tudo bem, um drinque só porque é seu aniversario – disse sorrindo.

Ele estacionou o carro na frente do tal bistrô “Le petit Canada”. Eles entraram e Stana ficou surpresa de perceber que o lugar lembrava muito os restaurantes do Canada. Capacetes de hockey, a decoração em vermelho, vários elementos que a faziam recordar do país que nascera. Também reparou que só havia um outro casal no local. Nathan se dirigiu ao balcão puxando-a pela mão, gesto que surpreendeu Stana.

- Hey, Luke! Trouxe uma canadense para conhecer seu bistrô.

- Hey, Nathan e quem você trou... wow! Stana Katic. É uma honra conhecê-la – ele estendeu a mão e pegou a dela beijando-a – enchanté... o que posso fazer por vocês? O poutiche estava bom?

- Delicioso como sempre, Luke. Na verdade, nós queremos beber. Alguma preferência, Stana? Bourbon, whisky, tequila...

- Um vinho ou uma cerveja. O que prefere?

- Acho que tenho o vinho ideal para vocês, porque não escolhem uma mesa e já levo a bebida para vocês?

Eles escolheram uma mesa próxima ao balcão principal. A iluminação do local era um tanto escura o que criava um ambiente reservado e propício ao romance. Sentaram-se um de frente para o outro. Nathan ia aproveitar o momento para entender se existia qualquer possibilidade deles se entenderem.

- Esse lugar é muito bacana, não conhecia. Gostei.

- Venho muito aqui. Ás vezes assisto jogos de hockey, uma forma de lembrar as tradições.

- Homesick, você? Interessante.

- É, acredito que minha mãe sinta mais que eu. Hoje ela me ligou três vezes.

- Nossa....

Nesse momento, Luke chegou com as taças e a garrafa de vinho tinto. Trouxe também uma tábua de queijos dos mais variados. Sem falar nada, deixou-os sozinhos. Nathan serviu a bebida a ambos e ergueu o copo. Ela fez o mesmo.

- A você Nathan. Que todos os seus sonhos se realizem. Saúde!

- Espero que você esteja certa. Obrigado, não podia estar brindando em melhor companhia. As taças se tocaram e eles provaram a bebida. Realmente muito gostosa. Stana pegou um pedaço de queijo e levou a boca. Percebeu que ele a observava, o olhar intenso como já sentira outras vezes. Como seria fácil perder-se nesse olhar, nesses braços. Tomou mais um pouco do vinho tentando afastar aqueles pensamentos que mexiam demais consigo e que apenas iriam fazê-la sentir-se mal quando estivesse em casa sozinha. Mas então, Nathan a surpreendeu trazendo à tona um assunto que ela não esperava.

- Stana eu queria dizer que esse convite não foi espontâneo, pelo menos não totalmente. Às vezes no set fica difícil para nós conversamos sem atrair atenção ou brincadeiras dos outros como naquele dia que o pessoal estava falando do seu photoshot. Falando o quanto você estava bonita e aquelas menções sobre eu conhecer mais você, sei o quanto você fica incomodada por isso e creio que te devo desculpas.

- Desculpas? Por que? Você não falou nada que me ofendesse ou que eu não gostasse. Não entendo.

- Por isso mesmo. Conheço você e sei que não gostaria que me estendesse no assunto. E foi o que fiz. Eu não tinha mesmo visto o seu trabalho mas agora eu vi e me sinto na obrigação de dizer o quanto gostei. Talvez você não tenha noção do seu poder de hipnose e sedução. Aquele ensaio foi sim perfeito. Você merece todos os elogios e os creditos que recebeu. E não tenha vergonha disso. Não se deve ter vergonha do que é bonito. O que eu estou dizendo bonito está longe de tudo o que você é. E sobre os olhares, eu concordo com você, sempre foram seus. Sabe qual a foto que eu mais gostei? Aquela do vestido estampado. Onde você foi apenas Stana. Natural, linda e com o sorriso que faz qualquer um se apaixonar.

Ela congelou. O que estava acontecendo? Um arrepio percorreu-lhe a espinha.

- Nathan, não entendo. Porque isso agora?

- Achei que lhe devia a verdade apenas. Sei que você gostaria de saber. Além do mais, às vezes eu sinto que nós criamos situações em nossas mentes, algumas são estereótipos relacionados seja a personalidade, a convenções da sociedade ou mesmo por não querer arriscar. Antes que você sugira, isso não é uma crise de meia-idade. Porque se quer saber a verdade, essa taça de vinho e esse momento com você foi o melhor que aconteceu no meu dia, no meu aniversário. Você estar aqui,significa muito. Sei que muitas vezes eu sou egocêntrico e infantil, isso incomoda a você. Talvez eu devesse mudar essa parte do meu comportamento. Olhe para nós, Stana. Será que estamos fazendo algo errado com a nossa vida? Como explica que não temos um relacionamento decente em anos? Não gostaria de criar algo ruim entre nós mas estou errado em querer tentar?

- Nathan, não devia...

- Shhh, Stana, deixe-me terminar. Não quero magoa-la porém, eu preciso saber se nem por um segundo você não pensa assim também. A cada dia que passa, as coisas tem sido mais difíceis. Como ter que te abraçar, te tocar e não sentir nada? Aquela cena que gravamos no sofá, eu me senti um idiota, com medo de toca-la errado, fazer algo errado quando a vontade era de esquecer tudo isso e me entregar. Estou ficando louco? Me diga. Se não tem questionamentos, se não se pergunta sobre isso vou entender e paro por aqui. Sou louco por achar que merecemos uma chance?    

- Nathan, isso é... não é algo que deveríamos falar. Droga! Sim, você me irrita, é infantil,imaturo, egoísta. Pensa que o mundo gira ao seu redor. Tudo isso é verdade mas eu estaria mentindo se dissesse que você deveria mudar. Talvez algumas coisas, pequenas e irritantes. Porém, isso não é da minha conta. Você não me deve nada, Nathan.

Ele pegou a mão dela na sua e falou.

- Não se trata de dever, Stana. Trata-se de sentimento, gostar, querer, desejar. Porque parece tão difícil que eu goste de você, que eu me preocupe e que queira estar ao seu lado? Não por uma curiosidade, para satisfazer o ego mas porque você me fascina, me desafia, me faz querer ser alguém que você se orgulharia? O que a impede de tentar ser feliz?

Ela puxou a mão da dele, engoliu em seco. Percebera o jeito que a olhava.

- Preciso ir ao toilete. E levantou-se não antes dele perceber as lágrimas que se formavam nos olhos dela. Bateu com a mão na mesa. Nathan como você é idiota! Estragou tudo e agora sabe lá o que vai acontecer. Ele virou o resto do vinho de uma vez.

Stana fechara a porta do toilete e se escorara nela. Fechando os olhos, ela tentava controlar a respiração e os batimentos descompassados do seu coração. O que ele pensa que está fazendo? Me dizendo essas coisas, me fazendo tremer e... Deus! Será que ela se daria a chance? Seria isso algo que valia a pena lutar? Seu coração, seu corpo diziam sim, sua mente dizia que não. Ela sorriu ao lembrar do olhar dele quando dizia tudo isso a ela. Não estava sozinha nessa loucura. Nathan fora sincero. E então Stana, o que vai ser?

Ela ajeitou os cabelos e retocou os olhos. Sorriu e no próximo segundo ficou séria de frente para o espelho.

Nathan já pedira a conta. Ele sabia que a noite estava encerrada e não tinha ideia do que esperar no dia seguinte. Ele passou a mão no rosto e escondeu o mesmo por uns instantes pensando no que fizera. Sentiu uma mão tocar seu ombro. Ao virar-se a viu olhando para ele. Tocou-lhe o rosto.

- Podemos ir, Nathan?

- Claro, já imaginava. Vou leva-la pra casa – ele ergueu-se da mesa e ficou meio sem ação. Não sabia se deveria toca-la ou apenas acompanha-la. Para ele, a noite tinha sido arruinada. Perdido em seus pensamentos, ele não percebeu que ela estava sorrindo. Vira que ele havia perdido o chão. Ao chegarem lá fora, ele foi dominado pelo impulso. Ao invés de abrir a porta para ela, Nathan a empurrou contra o carro e beijou-a. Não se importava com as consequências, ele apenas queria mostrar o que sentia a ela.

Stana fora surpreendida pelo gesto nos primeiros segundos mas a vontade de beija-lo fora maior. Ela retribuiu o beijo. Quente, ardente e cheio de desejo. Sem fôlego, ele se distanciou dela mas o olhar não se quebrou.

- Desculpe, eu não devia... desculpe Stana.

- Não, peça desculpas. Você não tem que fazer isso. Eu quis. Eu quero.

Ele olhou para ela franzindo a testa.

- O que você disse?

- Disse que quero tentar. Precisamos tentar – ela passou a mão pelo peito dele e sorriu – já estamos adiando por muito tempo.

E da maneira mais rápida possível, ele dirigiu até sua casa. De mãos dadas com ela, Nathan entrou em casa. Nem deu tempo dela perceber onde estava. Ele a tomou nos braços e beijou-a apaixonadamente. Quando finalmente se separaram, Stana sorria.

- Fique a vontade, vou pegar uma bebida para nós.

Ela observou ao seu redor. Estava na casa dele. Ela passou a mão no tecido do sofá. Sentou-se para espera-lo e o sorriso não deixava o rosto. Nathan voltou com duas taças de vinho. Entregou uma a ela. Brindaram novamente.

- Ao melhor aniversário!

- Ainda é seu aniversário?

- Cinco minutos para a meia-noite...

Ela tomou outro gole da bebida, pegou a taça da mão dele e colocou junto com a sua sobre a mesa.

- Então, é melhor não perdermos mais tempo e comemorarmos.

Ela inclinou-se sobre ele e Nathan a puxou pela nuca colando seus lábios no dela. Foi a vez dele inclinar-se deitando-a no sofá enquanto as mãos se perdiam no corpo dela. Stana saboreava o beijo tão desejado, aquilo era real, naquele momento ela não era uma personagem, nem ele. Nathan quebrou o contato com os lábios e passou a vagar pelo pescoço dela, pelo colo. Abriu os botões da blusa dela e a mão tocou o soutian, depois os lábios roçaram os seios dela, sugaram-nos e retornaram aos lábios. Ele saiu de cima dela e ofereceu-lhe a mão.

- Vem...

Ele a guiou até o quarto. Nem bem a porta fechara, ela se encarregou de desabotoar a camisa dele e jogá-la no chão. Depois tirou a sua. Nathan a abraçou e enquanto mordiscava a orelha e beijava o pescoço dela, desfazia o fecho do soutian. Em seguida, ele ainda entretendo-a com beijos, abriu a calça dela e logo levou a peça ao chão. Ele a puxou gentilmente colando seu corpo no dela. A suspendeu e colocou-a na cama. Enquanto tirava a própria calça, ela sentara-se na cama para observa-lo. É verdade que ela já o vira sem camisa, já fizera cenas com ele na cama mas tudo era ficção ou pelo menos era para ser. Agora, ela estava ali, na cama de Nathan apenas de calcinha. Era real, muito real.

Somente de boxer, ele sentou-se na cama com ela. Afagou os cabelos cheirosos e acariciou-lhe o rosto. Sorriu. Beijou-lhe os lábios novamente e com as mãos nos ombros dela, ele a deitara cuidadosamente sobre o colchão. Beijou-a novamente com carinho.

- Você é linda demais...

Seguiu beijando-lhe o pescoço, saboreando a pele macia dela, deliciosa como sabia que seria. As mãos acariciavam os seios e a boca perdeu-se neles. Sugou um depois outro, deixou a língua brincar com um dos mamilos e ouviu-a gemer. Com destreza, ele continuou a explorar cada centímetro do corpo dela. Usando a ponta dos dedos, ele brincou com o elástico da calcinha dela, a única peça que ainda estava impedindo de vê-la totalmente nua. Ainda sem retira-la, ele correu os dedos pelo centro dela e a instigou com o toque sobre o tecido. Novamente, a viu falar qualquer coisa que não compreendia. Querendo prova-la, Nathan tirou a calcinha e logo em seguida seu boxer. Stana abriu os olhos assim que percebeu a perda de contato. Então, ela o viu de pé. O membro dele ereto, excitado. Era a primeira vez que ela o via completamente nu. Nathan voltou a inclinar-se na cama e erguendo as pernas dela um pouco colocando-as no ombro, ele finalmente a provou. Com maestria, ele sugava o seu centro. A língua massageava o clitóris dela fazendo-a soltar gritinhos de prazer. Usava os lábios, dentes e língua para proporcionar a ela o prazer quase imediato. Não demorou muito para que uma explosão tomasse conta dela. Mas quando o primeiro orgasmo a atingiu, nem passou pela cabeça dele parar, pelo contrario, aproveitando a onda de prazer, ele usou os dedos dessa vez para toca-la penetrou dois deles dentro dela e voltou a brincar com seus seios.

Ela estava consumida pelo orgasmo desejando ainda mais te-lo dentro de si. Não podia esperar e chamou por ele.

- Nathan... por favor...

Ele sabia o que ela queria. Ele também precisava disso. Nathan roubou-lhe um beijo e a penetrou de uma vez. Ela gritou e mordeu o queixo dele. E o ritmo foi dado, os corpos ajustando-se e sentindo cada momento de prazer, começaram lentamente mas em pouco tempo, tudo se intensificou, desejo demais, prazer demais. Eram anos reprimidos. E não demorou muito para que ambos gozassem e sentissem seus corpos explodirem. Ele se deixou cair sobre ela. O peso dele era algo que a sufocava de maneira boa. Gostava de saber que era ele. Ela ainda tremia do orgasmo quando ele virou para o lado. Mesmo assim, ele não queria deixar de acaricia-la, manteve-se de lado com as mãos ainda passeando pelo corpo dela, tocando-lhe suavemente os seios.

Nathan procurou os lábios dela e voltou a beija-la. Agora de maneira mais lenta, mais sensual e carinhosa. Ela retribuiu. Quando ele se afastou, foi a vez dela tocar o rosto dele e fazê-lo voltar a deitar-se no colchão. Deitou sobre ele e começou a dar vários beijinhos no rosto dele, nos lábios, no peito. Ela o olhou sorrindo.

- Porque você está me olhando assim?

- Você é maravilhosa. Como perdemos tanto tempo?

- Não sei – ela beijou-lhe os lábios novamente – quer aproveitar para recuperar um pouco disso? – ela gargalhou e já sentiu o membro dele despontando novamente – agora é a minha vez, Captain – e ela começou a beijar-lhe o peito roçando as unhas pelo estomago dele ate seu membro nas mãos. E juntos, eles aproveitaram o prazer mais duas vezes.

Acabaram adormecendo. Pela manhã, Stana acordou um pouco assustada até perceber onde estava. Virou a cabeça e viu que Nathan ainda dormia, o braço dele a envolvia na cintura mantendo seu corpo junto ao dele. Sorriu. Virou-se com cuidado para não assusta-lo. De frente para ele, Stana deslizou sua mão no peito dele e começou a beijar-lhe o rosto e o pescoço. Viu o sorriso se formar no rosto dele e Nathan abriu os olhos.

- Hey...

- Hi... dormiu bem?

- Sim, e acordei da melhor maneira possível. Que horas são, Stana?

- Um pouco mais de sete. Precisamos estar no Studio às 9h. Vai fazer café pra mim?  

- Com prazer, apenas preciso despertar um pouco mais – ela se aconchegou um pouco mais sobre ele.

- Isso ajuda? E começou a acariciar seu peito deixando a mão deslizar por outro lugar. Ele soltou uma gargalhada e ergueu-a do seu corpo sentando-se na cama com ela. Mexendo nos cabelos dela, ele a tomou num beijo demorado e apaixonado dessa vez, Nathan deixou-a sem fôlego. Levantou-se da cama e foi ao banheiro. Quando saiu ainda a encontrou sentada na cama, o olhar pensativo. Aproximou-se e beijou-a rapidamente.

- Fique a vontade para usar o banheiro, vou preparar o café. Antes de sair pela porta do quarto, ele virou-se para ela e falou.

- Stana... está tudo bem, tudo ótimo mesmo.

Assim que saiu, ela suspirou.

Meia hora depois, ela descera totalmente vestida e Nathan já a esperava com pães, queijos e ovos. Estava sentado lendo o jornal. Ela o abraçou no pescoço.

- Finalmente, pensei que ia ter que te buscar. Sente-se e coma antes que esfrie.

Ela o obedeceu. De vez em quando, ela o fitava e sorria. Depois de um tempo, Nathan deixou o jornal de lado e mordiscou mais um pedaço de pão. Serviu-se novamente de café.  Vendo que ela já acabara, ele falou.

- Preciso me arrumar, se quiser pode subir comigo de novo.

- Tudo bem, vou num segundo.

Stana ficou pensando em tudo o que acontecera naquela noite. Em questão de horas, sua vida girara 180 graus. Não se arrependia do que fez, nem da decisão que tomou mas o que vinha em seguida? Eram um casal? Isso era uma coisa de uma única vez? Como lidariam com isso? Suspirou. Muitas perguntas sem qualquer resposta. Ficara tão absorta em pensamentos que apenas perceberam quando ele descera as escadas já pronto.

- Vamos, Stana. Acredito que você ainda queira passar na sua casa não?

Ela se levantou da mesa e foi até ele mas Nathan percebeu o semblante que maquinava algo. Conhecia bem a mulher a sua frente para saber quando alguma coisa a incomodava.

- O que foi, Stana? No que você está pensando?

- Nathan eu...como posso dizer, bem eu adorei a noite, estar com você. Mas o que acontece agora?

- Foi tudo maravilhoso. E quanto a sua pergunta acredito que depende de você. Se tiver pensando que isso muda minha admiração por você, ou que isso vai me afastar de você, está errada. Isso não é uma noite e só – ele a tomou nos braços – só você pode me dizer o que quer. O trabalho, a nossa vida, a série nada vai me fazer trata-la diferente. Se quiser manter em segredo por um tempo, tudo bem. Se quiser desistir, vou ficar bastante chateado mas não vou fazer nada para prejudica-la. Então, o que você quer Stana?

- Eu quero tentar, ver até onde isso pode nos levar – ele sorriu – mas até eu me acostumar com a ideia, preciso manter isso entre nós. E tem uma razão para isso Nathan.

- Você tem medo de se machucar, eu entendo.

- Não é isso, até poderia mas tem algo maior – ela respirou fundo, baixou a cabeça procurando a coragem quando voltou a fita-lo, as palavras guardadas com receio saíram suavemente quase sussurradas - Eu já estou apaixonada por você, essa é razão que preciso experimentar tudo devagar.

- Você está .... a quanto tempo? – ela sorriu.

- Ah, faz um tempinho... quase quatro anos.

- Oh, Stana... – ele a beijou com vontade – somos dois idiotas mesmo.

- Sim, dois idiotas que podem perder o emprego se ficarmos mais cinco minutos aqui.

Eles saíram rindo. Passaram na casa dela e para não levantar suspeitas, Nathan a deixou a um quarteirão do Studio conforme ela pedira. Ele chegara sorrindo no set e distribuindo bom dias. Sua alegria era por um conjunto de coisas, pela vida, pelo trabalho que tinha e principalmente por ela. Se não fosse tão cego talvez já tivesse experimentado essa sensação gostosa antes. Além disso, ele tinha que agradecer a alguém. E tinha uma suspeita de quem fosse seu cupido.

Como de costume, ele foi direto servir-se de café. Encontrou Jon conversando com um dos câmeras.

- Hey, Nathan.... curtiu seu aniversário?

- Ah, com certeza. Acabamos de gravar perto das onze! Maravilha!

- Então porque você está com cara de que viu passarinho verde ou unicórnios?

- Ah, Jon não enche!

Nesse instante, Stana entra na sala e já faz um comentário.

- Olha que lindo as crianças começaram a brigar cedo. Bom dia pra vocês.

- Não estamos brigando é só o Jon que acha que eu fui farrear ontem.

- Depois das onze? Sério Nathan? – ela entrou no jogo.

- É claro que não mas parece que o boboca aqui não acredita que a gente estava trabalhando.

Ela revirou os olhos e falou que ia fazer a maquiagem. O dia correu bem. Às vezes, ela se pegava olhando para Nathan e percebera ele fazendo o mesmo. Como tiveram cenas casketts para gravar, tudo se tornou mais fácil. Pela parte da tarde, eles tinham que gravar cenas externas junto com todos os outros incluindo Penny. Num momento de intervalo, enquanto o diretor trocava uma Idea com Stana, ele se aproximou de Penny e puxou conversa.

- Vi que você estava falando de um doce com o Seamus. Você pode me dar o nome do local ou o endereço? - ele entregou um pedaço de papel para ela que escrevendo sem saber o que ele pretendia, ao examinar a letra, sorriu – muito obrigado Penny. E apenas para seu conhecimento, eu não sou cego.

Ao ouvir isso, ela ficou boquiaberta por alguns segundos. Ele sabia! Recuperando-se do susto, ela perguntou.

- O fato de não ser cego não quer dizer muita coisa diante da situação em questão.

- Ah, Penny pois para mim quer dizer tudo. E piscou para ela que soltou um OMG e calou-se no mesmo instante que ele fez sinal de silencio levando o indicador aos lábios. Stana apareceu em seguida chamando por ele.

- Nathan, somos nós de novo. Oi, Penny!

- Oi, querida! Você parece muito bem hoje. Tem um brilho diferente no olhar.

Ela tentou disfarçar franzindo a testa mas o rosto enrubesceu. Penny somente sorriu.

- Vamos, Stana porque não estou a fim de trabalhar até tarde hoje, tome isso é pra você – entregou-lhe um copo de café e eles saíram caminhando pela rua – me diz uma coisa, você acredita em contos de fadas?

- Um pouco de mágica e imaginação não faz mal a ninguém. Porque pergunta?

- Porque você acabou de falar com a sua fada madrinha.

- Como assim? Ela olhava para ele intrigada.

- É uma história que adoraria contar a você, honey mas para isso precisamos sair daqui cedo.

Ele foi caminhando na frente. Stana parou apenas a fim de digerir o momento. Ele acabara de chama-la de honey? Ouvira direito? E sorriu, claro que ouvira. E soou como música em seus ouvidos.

- Hey, você vem?  

- Claro! E mantendo o sorriso nos lábios, ela correu para acompanha-lo. Ao seu lado, ela apenas pensava que ainda tinha muito o que entender disso tudo mas estava ansiosa para ver o que viria pela frente.

The End