segunda-feira, 11 de março de 2013

[Castle Fic] Don't Give up on Chasing Rainbows - Cap.15


Nota da Autora: Sei que estou atrasada com a fic e também sei que é chato ler um capítulo do 2-part mas... esse epi foi tão intenso que não sei se pude agregar muito a ele mas gostaria de saber a opinião de vocês. Prometo que posto a continuação mais rápido! Enjoy...



Cap.15


Castle acorda naquela manhã sem ideia do pesadelo que estava prestes a enfrentar. Ele tinha acabado de descer e encontrou Martha na cozinha aparentemente cozinhando.  

- Está cozinhando. Deve ser um sonho ou talvez um pesadelo.

- Escolho ser superior e ignorar isso. O café da manhã está servido.

- São minhas panquecas especiais patenteadas que fazia para Alexis.

- Não tão especiais. Aprendi como fazer para ela neste último ano.

- A aluna se torna... – Castle prova a panqueca e se arrepende quase cuspindo - A aluna fracassada, a desistente. Você a alimentava com isso? Mãe... está proibida de praticar a arte do "pan-que-ca-do".

- Onde eu errei?

- Por onde eu começo? Alexis não mora mais aqui. Por que as fez? – Martha suspirou e ele concluiu - Você sente falta dela.

- E você não?

- É claro que sinto – ele tomou a mão dela nas suas - Mas Columbia é a um pulo de taxi.

- Ela foi o centro de nossas vidas por tanto tempo, agora simplesmente... partiu?

- Agora é hora da Alexis seguir seu caminho no mundo. Mas ela irá voltar. Como Simba em "O Rei Leão", é o ciclo da vida – mas ele não parecia muito convincente ao dizer isso.

- Querido.

E no caminho para a cena do crime, Beckett após ouvir a história comenta sobre a saudade de Martha e a reação de Castle a tudo.

- Parece que adotou uma postura zen sobre isso, Castle.

- Percebi que, às vezes, era superprotetor com Alexis – o olhar de Kate foi certeiro para ele rever o afirmação - Tudo bem, muitas vezes. Desde que ela foi para Columbia, aprendi a relevar. Parei de visitar o "video blog" dela. Não peço mais para conhecer o namorado dela. Percebi que, como um pássaro, Alexis precisa sair do ninho. Então, estou deixando-a voar. Eu virei a página. É aceitação.

- Mas aceitação não seria deixá-la ir, ver para onde ela voa e então ficar bem com isso? – perguntou Beckett não acreditando no que ele dizia.

- Mas eu não ficaria bem. Não quero ver aonde ela vai, que outros pássaros estão lá, ou em que outros ninhos...

- Então é aceitação ou negação? – ela insistiu.

- Era aceitação até você começar a aplicar sua lógica diabólica.

- Que tal você aplicarem alguma lógica diabólica aqui? – falou Lanie - Conheçam Hasim Farouk. Homem contra van, 1h na noite de ontem. Morreu imediatamente.

- Foi arremessado do ponto de colisão – disse Esposito.

- Atropelamento e fuga.

- É só a ponta do iceberg. Uma testemunha, morador de rua, disse que a vítima esvaziou a arma na van, atirando do meio da rua até ser atropelado.

- Por que faria isso? – perguntou Castle.

- Não sei. Mas ele definitivamente entendia de armas. Janey! – e um policial entregou uma arma a Espo - Esta é uma Sig P220S com um compensador de peso, alvo e um gatilho personalizado para a mão dele. Era um verdadeiro atirador.

- O que sabemos sobre ele?

- Hasim Farouk é um saudita morando aqui como estudante – disse Ryan.

- Graduando em quê? Guerra urbana? – perguntou Castle.

- Não declarado, na verdade, em Columbia.

- O que ele fazia no sul de Manhattan? Se perguntava Beckett.

- Mais importante... o que Columbia está fazendo aceitando atiradores doidos e existem mais deles? – Castle já estava navegando pelo iphone quando Beckett olhou para ele de forma estranha - Para constar, não estou ligando para Alexis. Só olhando meu e-mail. Aceitação.

- Busquem nas câmeras de trânsito pela van, chequem a vida de Hasim Farouk. Vejamos se tinha algum inimigo.

- Parece que tinha ao menos um. Acusações de agressão foram registrados contra ele há 2 dias por Bram Stoker – disse Ryan.

- Bram Stoker, autor de "Drácula", que morreu em 1912? – questionou Castle.

- Se for ele, diria que ele é imortal – disse Ryan mostrando a foto de um jovem.

Beckett e Castle foram até Columbia procurar pelo rapaz.

- Com licença. Bram Stoker?

- Pois não.

- Detetive Kate Beckett, Polícia de NY.

- E me permita dizer quão jovem você aparenta ser. Espirituoso – Castle não ia perder a chance de tirar sarro.

- Nunca ouvi essa antes.

- Nunca conheci algum Bram Stoker antes, exceto Bram Stoker.

- Aparentemente, é um parente distante e meus pais são eruditos em inglês. Acharam que seria fofo, mas não foi.

- Do que se trata?

- O falecido Hasim Farouk.

- Falecido? Ele está morto?

- Morto um dia após registrar queixa contra ele.

- Com certeza, eu não o matei. Registrei queixa para me proteger.

- Do quê?

- Hasim era meu aluno. Sou professor assistente de um seminário sobre Joyce.

- Qual foi o problema entre vocês?

- Não achei que havia um. Até que, 3 dias atrás, ele me confrontou após a aula. Começou a me acusar de ser... muito íntimo com algumas alunas. Disse que, se eu não parasse, iria me matar.

- Por assediar estas mulheres?

- Não. Eu não as assediava. Posso ter flertado com alunas ocasionalmente. Mas, acredite, nunca foram indesejadas. Moças estão curtindo vampiros agora. E meu nome é Bram Stoker. Pela primeira vez na vida, estava no lucro.

- Talvez Hasim estivesse com ciúmes. Alguma delas era namorada dele?

- Não, não acredito que ela tinha uma namorada ou mesmo amigos.

- Preciso de uma lista das garotas com as quais flertou.

Enquanto isso, Ryan e Esposito foram verificar o prédio onde Hasim morava. Para a surpresa de ambos não somente Hasim vivia muito bem para um universitário como também possui um arsenal de armas pesadas, equipamento de vigilância, tecnologia de ponta. De volta ao distrito Beckett avaliava as informações.

- As armas podem encaixar com terrorismo, mas o equipamento de escutas?

- Talvez seja um espião. Tem treinamento militar. Ele era comandante nas Forças Sauditas Especiais – Castle sugere.

- Mas então tem isso, US$ 25 mil transferido para ele todo mês de uma conta na Suíça. O que ele estava fazendo, estava bem financiado.

- O que os colegas dele têm a dizer?

- Falei com a maioria das garotas na lista de Bram Stoker e nenhuma delas via Hasim em sala de aula ou sequer sabiam quem ele era. É como se ele fosse invisível.

- Ele estava escondido à vista de todos. Um agente estrangeiro disfarçado em alguma missão especial de reconhecimento – começava a divagar.

- Então por que ele atirou na van?

- Talvez Jack Bauer estivesse dirigindo – e Beckett torceu a boca com o comentário. Nesse momento, Espo os interrompe com noticias.

- Ryan está vendo as filmagens do tráfego em busca da van. As coisas com Hasim continuam ficando mais estranhas. O técnico checou o material de vigilância. Parece que o usava para monitorar uma escuta ativa instalada em um apartamento a cerca de 800m do dele.

- De quem era o apartamento?

- De acordo com o contrato, pertencia a esta garota, Sara El-Masri. Liguei e deixei mensagem no celular dela.

- Espere. Sara El-Masri era uma das alunas da turma de Joyce – Beckett checava a lista - Ela era uma das garotas na lista de flerte de Bram Stoker.

- O que ela disse sobre Hasim?

- Não falei com ela. Só deixei uma mensagem – afirmou Beckett.

- Pessoal. Tenho algo aqui que precisam ver – Ryan alertou-os - Infelizmente, não havia câmera de tráfego ou segurança perto da cena do crime. Mas achamos essas imagens, filmadas mais abaixo na rua onde Hasim foi atingido. Ele mostrou a filmagem.

- Definitivamente, é a van que o levou. A frente está acabada. Pode ver os buracos da bala.

- Agora, assistam isto. Ryan apertou o play e a porta da van se abriu. Uma garota correu tentando fugir mas foi apanhada novamente.

- Espere. Volte para quando ela corre. Aproxime o rosto dela – Beckett a reconheceu - É Sara El-Masri. Ela foi sequestrada.

- E Hasim morreu tentando impedir.

- Quem quer que seja, sequestrou a garota e matou a nossa vítima – disse Beckett olhando para uma foto que conseguiram da filmagem - O que sabemos dele pelo vídeo?

- É homem, cerca de 30 anos, sem cicatrizes ou tatuagens distintivas. Mas mandamos as imagens para o FBI, ver se conseguem verificar no reconhecimento.

- Eles sabem do sequestro?

- Sim. E enviarão um agente para ajudar. Estamos verificando outras câmeras de tráfego para ver aonde a van foi após Sara tentar escapar.

- Hasim estava vigiando o apartamento dela e estava perto quando ela foi raptada. Mas por quê? Qual a relação deles?

- A colega de Sara está vindo. Talvez ela tenha a resposta. Não houve telefonemas entre eles. Parece mais que ele estava perseguindo-a. Não só ele grampeou a casa dela, estava em duas turmas que ela estava.

- Talvez seja como "A Conversação" – disse Castle.

- Eu não...

- Francis Ford Coppola – Castle disse.

- Gene Hackman. Subestimado – Beckett completou.

- Obrigado. No filme, um perito em vigilância ouve um complô à mulher que ele persegue. Talvez Hasim ficou sabendo do sequestro, tentou impedir e pagou com a vida.

- Ainda não explica as armas no apartamento – disse Beckett.

- Verdade. Gene Hackman não possuía um arsenal.

- Pode ser que Hasim participasse do sequestro e piorou as coisas. Ou ele amarelou – sugeriu Ryan.

- Chequem e-mail e registros telefônicos. Vamos ver com quem ele falava.

- Pode deixar.

Beckett analisou as informações sobre Sarah. Estudante de biologia marinha, nascida no Cairo de família rica. Ela esperava pelos pais, tudo indicava ser um sequestro por resgate. Os pais estavam bem nervosos, eles apenas queriam a filha de volta. Sentados a frente de Beckett e Castle que tentavam buscar mais informações e consola-los.

- E estamos fazendo o possível para isso acontecer, Sr. El Masri, junto com o FBI.

- Ela só tem 20 anos, uma criança. Quem fez isso com ela?

- Até agora, sabemos que ao menos duas pessoas estavam envolvidas. O motorista e este homem – Beckett mostrou a foto para ele - Ele parece familiar para você?

- Não, não para mim. Lina?

- Não.

- Eu vou pagá-los. Vou pagar o quanto pedirem.

- E se isso não for o que eles querem? Você fez inimigos, Anwar – disse a esposa.

- No Egito, não aqui. Isto é por causa de dinheiro. Sempre é por causa de dinheiro.

- Também é por causa deste homem. Hasim Farouk – Castle mostrou a foto - Já o viu alguma vez?

- Tentei falar com Hasim quando soube disso. Talvez ele possa nos ajudar...

- Espere. Você o conhece? Perguntou Castle.

- Sara não aceitaria um guarda-costas, então contratei Hasim para vigiá-la discretamente. Onde ele está?

- Morreu tentando protegê-la – disse Beckett - Você o contratou para proteger Sarah. Ela recebia ameaças?

- Não. Mas um homem na minha posição... – ele demonstrava pesar e nervosismo - Implorei a Sarah para ser cuidadosa. Mas ela disse, "Papa, você se preocupa demais." Ela pensa como americana agora, confia como uma americana. Pagarei qualquer coisa. Ela é minha única filha. Por favor.

Enquanto ele falava, Castle permanecia calado. A dor do pai era genuína. Ele pensou em Alexis. Como pai entendia a angustia dele. Gates abriu a porta e fez sinal a eles. Beckett pediu licença e saíram da sala.  

- Detetive Beckett, Sr. Castle, este é o agente Harris investigará o sequestro.

-Prazer em conhecê-los. O detetive Ryan me pôs a par dos fatos. Como estão os El-Masris?

-Assustados. Devastados – disse Beckett.

-Certo, isso é bom.

-É mesmo? Castle pareceu intrigado.

- Melhor que raiva ou na defensiva. Querem ser úteis e honestos, o que é importante, porque, ao final, é a precisão de nossas informações que determina se isso acabará bem ou mal. Eu os manterei informados.

- Faremos o mesmo. Respondeu Beckett lembrando porque ela detestava essas situações de sequestro. Era uma esperança torta, você não conseguia prever se teria sucesso ou não. Ela viu Castle se distanciar. Foi encontra-lo minutos depois na pequena copa servindo-se de café. Ela o atualizou.

- Coloquei Ryan e Esposito para investigar os passos de Sara da noite passada. Se pudermos descobrir o que ela fazia no sul de Manhattan, isso poderia nos levar ao assassino de Hasim – ela percebeu que ele tinha um olhar fixo nos pais de Sarah, um olhar quase perdido - Você está bem?

-Estou. Eu só... não posso imaginar o que estão passando.

- Acha que isso é realmente sobre dinheiro?

- Pesquisei por El-Masri na Internet. Ele vale mais de US$ 300 milhões.

- Mesmo assim, quem contrata um ex-soldado como babá da filha?

-Já pensei nisso.

- Não duvido disso, mas notou como ele a fez calar quando ela falou de inimigos?

- Ele só não quer acreditar no pior e, francamente, não o culpo.

Ryan informou-os que a colega de Sarah não sabia nada sobre o sequestro ou Hasim. Mas que será saira ontem para um evento de ciência. Após procurar pelos possíveis eventos de ciência que ocorreram em New York ontem, Espo encontrou três possibilidades. Uma amostra de ficção, um passeio pelo observatório guiado por um astrônomo e uma palestra de um cientista chamado Hayden Posner, no salão de festas do Hotel Beaumont. Castle reconheceu o nome.

- Dr. Posner é especialista em mudanças climáticas. Alexis me comprou seu livro, mas ainda não li.

- O hotel explicaria por que Sara estava no sul de Manhattan – disse Beckett.

- Ela cursa Biologia Marinha e estaria interessada em mudanças climáticas – complementou Castle.

- Vamos.

No hotel, Beckett e Castle interrogam o assistente do especialista. Ele disse que se lembrava dela, que era muito simpática. Quando perguntado se ela falara com alguém suspeito, ele disse que não apenas com a pessoa que viera, pareciam amigas e não sabia o nome dela. Ao pedir para descreve-la, Castle desconfiou e pediu para ver a lista e lá estava o nome da filha. 

- É Alexis. Ela está na lista. Esteve aqui ontem à noite.

- Talvez ela a conheça e tenham se encontrado no evento – sugeriu Beckett.

- No mínimo, sei que poderá nos ajudar – ele discava o número dela e algo estranho aconteceu - É o toque do celular dela – ele saiu andando pelo salão quando avistou uma caixa e o iphone - O que é aquilo?

-Nosso achados e perdidos. Um convidado entregou o telefone ontem à noite. Encontraram-no na rua, aqui na frente.

Castle olhava espantado para Beckett e o olhar dela já dizia tudo.

- Pegaram Alexis também.

Automaticamente, ela foi na direção dele e segurou sua mão. Respirou fundo. Precisava escolher as palavras.

- Castle, nós precisamos...

- Porque Alexis?

- Eu não sei, mas precisamos descobrir. Vamos pro distrito, lá eu poderei te ajudar e o FBI. Castle, vamos por favor – ela apertou a mão dele e envolveu seus braço no dele como se estivesse apoiando-o. Durante a volta para o distrito, ele não dissera uma palavra e isso preocupava Beckett. Ela sabia o quanto a menina era importante para ele. Tinha medo do que esse sequestro podia significar para ele e pior tinha medo de não poder ajuda-lo. Tornou a suspirar para conter o nervosismo e procurou a mão dele mais uma vez no carro apenas para mostrar a ele que não estava sozinho nessa. 


No distrito...


Castle e Beckett estavam sentados no mesmo local que antes se sentaram os pais de Sarah. O agente do FBI sentou-se na frente dele. Beckett estava atenta as reações de Castle.

- Sr. Castle, faremos tudo ao nosso alcance para trazer sua filha de volta.

- Não quero ser enrolado. Deixe-me a par de tudo.

- Vamos começar com os fatos que agora entendemos. Sua filha foi ao evento ontem à noite com Sara El-Masri. Parece que se conheceram na aula de ciência ambiental e se tornaram amigas. GPS do telefone mostra que foi largado fora do hotel, logo após o final do evento. E o fato de que ninguém viu ou ouviu falar dela há 16h, leva-nos a concluir que ela, também, foi colocada na van.

- Por que levariam Alexis se Sara era o alvo? – perguntou Beckett.

- Porque deveria estar com Sara no momento. Ela era testemunha. Seria mais fácil levá-la que... não levá-la.

- Está dizendo que ela estava no lugar e na hora errados – falou Castle.

-Parece que sim.

-Vocês têm algum suspeito? – ela perguntou.

- Temos um nome. O reconhecimento facial identificou o homem do vídeo – mostrou a foto a ele - Roger Henson. Sabemos que é um traficante de drogas de médio nível.

- Se ele estiver à solta, podemos pegá-lo. Iniciaremos uma caçada humana – disse Beckett a ele tentando perceber o que ele estava pensando.

- Já estamos atrás de Henson e de todos seus associados conhecidos. Mas ele é um criminoso de carreira. Encontrá-lo será difícil.

- Como um traficante está metido em um sequestro? Perguntou Castle.

- Não sabemos. Mas Roger Henson não é tão poderoso assim. Um intermediário, um assassino de aluguel. Ele pode ter sido contratado para sequestrá-las.

- O que acontece agora?

- Avançamos em várias frentes, mas focando no Henson. Encontrá-lo pode solucionar o caso. Estamos criando planos de contingência para se ou quando o sequestrador fizer contato.

Enquanto o agente falava, Beckett sentia-se incomodada. Ela não estava sendo útil e tudo o que queria era abraça-lo e poder dizer que tudo ficaria bem.

- Se? Como assim "se"?

- Sabemos que os El-Masri são ricos e você nos disse que o alvo era a Sara – falou Beckett, ela também não gostava de “se” em casos de sequestros.

- Sr. El-Masri era próximo do antigo governo no Egito. Consequentemente, fez vários inimigos poderosos. É possível que o sequestro tenha sido por vingança.

- E como isso deixa minha filha? Quer dizer, se... Se não estavam atrás dela e só estava no caminho.

- Sr. Castle, precisa pensar positivo. Quaisquer que sejam os motivos, os sequestradores perceberão que ela tem valor. Agora, precisamos ir a sua casa criar armadilha para rastrear a linha telefônica, ficar preparados para a ligação. Esperarei lá fora.

Castle engoliu em seco. Assim que o agente saiu, Beckett e ele se levantaram mas ela não o deixou sair da sala. Abraçou-o. Lutava para permanecer forte na frente dele, sabia que ele estava devastado.

- Gates vai ver – ele disse.

- Não me importo – Kate falou ainda abraçada a ele.

- Não acredito que isso está acontecendo.

- Vamos encontrá-la, Castle. De verdade – e ela queria acreditar piamente em cada palavra que dizia.

Ele balançou a cabeça meio aéreo. O semblante sisudo e preocupado, em nada comparado com o jeito brincalhão de todo o dia. A preocupação também era notória no rosto dela quando o observava deixar o distrito. Gates também olhava para ele e falou.

- Faça o que for preciso para recuperar a garotinha dele. Tudo que precisar, detetive.

- Obrigada, senhora.

Ryan e Esposito também observavam preocupados. Quando ela se aproximou Espo perguntou.

- Como ele está? Mas foi Ryan quem respondeu.

- É a Alexis. Deve estar destruído. Eu estou. E Kate pensou, eu também mas isso não vai me ajudar a fazer meu trabalho.

- Temos que por tudo isso de lado e ajudá-lo a encontrá-la. E a van?

-Olhamos as filmagens e fizemos progresso.

-Após ela deixar o sul, foi a East River Drive, em direção ao túnel do Queens.

- Temos que saber para onde ela foi. Vamos trazer mais gente para ver a filmagem. Se acharmos a van, achamos Alexis.


Apartamento de Castle


Ele observava os técnicos do FBI arrumando os aparelhos de escuta. Se avastou com Martha por um momento.

- Mãe... sinto muito. Sinto muito mesmo.

- Richard, não é culpa sua – ela podia ver a angustia no olhar do filho.

- Não sei. Se eu talvez...

- Sem "se". Não se torture com os "se". Os únicos culpados aqui foram quem a pegaram. Alexis é como o pai. Ela é forte, esperta e vai passar por isso.

- Eu sei.

- Não. Não estou dizendo por dizer. Ela vai ficar bem. Sinto no meu coração e ele nunca erra.

- E o seu primeiro casamento?

-Bom...

-E o segundo?

- Está bem. Às vezes, meu coração erra –ela percebeu um tímido sorriso no rosto dele - Mas não neste caso.

- Fico pensando, como os sequestradores sabiam que Sara estaria no Hotel Beaumont?

- Você tem Kate Beckett e o FBI procurando a Alexis. Deixe-os fazer o trabalho deles. E eles precisam que você fique aqui.

- Está bem. Não soando bastante convincente. Ele sentou-se no sofá e calado via mil ideias percorrerem a mente dele. Sabia que Beckett estaria procurando por Alexis, sabia que ela não descansaria até acha-la. Conhecia a detetive muito bem para apostar nisso e ela usaria os rapazes e todo o recurso que pudesse porém uma pergunta ainda permanecia na mente dele: seria suficiente? E se não achassem ou se encontrassem Alexis... não! Ele não podia pensar nessa possibilidade, porque então não saberia o que fazer da sua vida. Era um caso de sequestro repetiu mentalmente para si, não de homicídio.

Beckett entrou apressada na sala onde Ryan estava.

- O que você tem?

A van saindo do túnel no Queens para Greenpoint. Pegou a Avenida Greenpoint à McGuinness. Pegaram oeste em Huron.

-Daí para onde?

- Não sei, mas esta área aqui, fica entre a Avenida Greenpoint, McGuinness e Franklin. Vimos as filmagens dessas ruas. A van entrou no bairro, mas não saiu.

- As garotas devem estar por lá... com Henson.

- E o tamanho da área de busca?

- 20 quarteirões.

- Trabalhem com o FBI e a polícia do Queens. Vamos procurar a van rua por rua. À paisana e apenas carros sem placa.

Ao deixar os rapazes agirem, ela pegou o celular e ligou para ele. Castle viu a foto dela no visor e atendeu no segundo toque.

- Você a achou?

- Não ainda. Os rapazes estão na rua seguindo a pista da van. Como você está?

- Estou bem.

- Não minta para mim, Castle. Eu sei que você está preocupado, com medo. Eu sei disso porque eu estou assim e sei o quanto Alexis significa para você. Eu não arredo o pé desse distrito até que eu tenha respostas.

- Eu sei.

- Apenas... eu só queria pedir para você ficar em casa, com Martha. E para você...

- O que Kate?

- Não faça nenhuma besteira, Rick. Por favor. – ele percebeu o nervosismo na voz dela - Me ligue se precisar de qualquer coisa.

- Está bem, e me ligue com qualquer novidade. E, obrigada Kate.

- Tchau, Castle.

Castle estava sentado em seu escritório chegando o vlog de Alexis. Haviam várias fotos demonstrando suas atividades. Ele percebeu o último vídeo.ONTEM, 14h36. Apertou play.

- Estava sentada nessa fonte no South Quad hoje de manhã, tomando meu macchiato, tentando estudar para a prova de química e eu tive... Acho que foi outro momento de caloura. Sei que, um dia, virarei cansada e cínica, mas não hoje – só de ouvir a voz dela doía, sua garotinha - Hoje, eu olho em volta e vejo esses prédios lindos. Vejo estudantes que são como eu e nada como eu, e me sinto... maravilhada... com todas as possibilidades, com a sorte que eu tenho de fazer parte disso e... como não há nenhum outro lugar onde gostaria de estar agora.

Ouvi-la falar daquele jeito, trazia lágrimas aos seus olhos. Sua garotinha crescera, era inteligente, uma mulher, uma adulta mas ele não conseguia deixar de pensar nela como aquela pequenina com apenas 4 anos de cabelos de fogo e duas contas azuis segurando o macaquinho em uma das mãos e um copo com achocolatado na outra que ele tinha preparado. Sua eterna garotinha. E ela estava sabe lá em que parte de New York. E o vídeo continuou.

- Agora, aguarde para um alerta nerd. Eu e minha amiga Sara temos ingressos para ver o Dr. Posner no Beaumont esta noite. E, para quem não sabe, ele é um dos maiores pensadores sobre mudanças climáticas, um herói pessoal meu e estou ansiosa...

Imediatamente ele pegou o celular e ligou para Beckett. Deu o link para ela acessar. Estava ansioso.

-Você viu?

- Se os sequestradores sabiam que Sara e Alexis eram amigas...

- Eles sabiam. Eles tinham que saber. Eles seguiram Sara ao hotel através desse vídeo. Alexis postou ontem de tarde às 14h36. Os sequestradores devem ter acessado o site.

- Estou contatando os técnicos agora.

- Peça para eles checarem os endereços de IP que acessaram o site depois das 14h36.

- Pode levar tempo, dependendo... mas Castle a interrompeu.

- E se ela não tiver tempo?

- Castle, escute...

- Não – ele a cortou deixando-a sem reação - Não prometa que vai achá-la, a menos que consiga, porque... eu nunca te perdoaria – ela estava calada, boquiaberta e sem saber o que dizer - Como eu nunca perdoaria a mim mesmo.

Ela procurava achar palavras para responder a ele quando Ryan a chamou.

- Beckett. Achamos algo.

- O que foi? Beckett? O que está acontecendo?

- Castle, tenho que ir. Ligo quando souber algo, certo?

- Beckett, espere. Mas ela já havia desligado.

Ryan começou a falar.

- Achamos a van. Estamos mandando um time da CSU e Lanie para verificar se há DNA ou qualquer outra pista e – então ele notou que ela parara de prestar atenção assim que ele mencionara que achara a van – Beckett, você está bem? Se quiser – mas ela o interrompeu.

- Kevin , eu preciso de um minuto. Ela saiu apressada para a região dos banheiros já segurando as lágrimas.

Quando entrou no banheiro, ela procurou um dos cubículos e se fechou lá dentro apenas em tempo de deixar as lágrimas rolarem pelo seu rosto. Ela precisava daquele momento, precisava colocar para fora um pouco da sua frustração e seu medo ou iria explodir. Somente assim ela teria sua concentração de volta. No fundo, ela não sabia se poderia dar a Castle o que ele queria e suas palavras a machucaram ainda mais.

Não. Ela não estava com raiva dele, entendia perfeitamente a reação dele, Kate odiava conviver com a culpa e isso a estava destruindo nesse momento. Um único sentimento a consumia. Impotência. Diante do trabalho do FBI havia muito pouco para ela fazer. Pessoalmente, não gostava de trabalhar com eles era por isso que encontrar essa van era tão importante e ela esperava sinceramente que obtivesse respostas, boas respostas. Suspirou e passou mais uns dois minutos apenas chorando. Em seguida, levantou-se e lavou o rosto. Disfarçou como pode as marcas no rosto e os olhos vermelhos. Foco. Você precisa de foco para achar Alexis e ajudar Castle. Ela dizia para si em frente ao espelho. Fechou os olhos e mordiscou o lábio, procurando sua força interior e sua concentração.

Refeita parcialmente, ela deixou o banheiro ao encontro de Ryan. Tinha que estar lá supervisionando a atividade daquela van. 

Quase duas horas depois, Castle finalmente conseguira contatar alguém no distrito desde que Kate desligara o telefone.

- Certo, obrigado. Tudo bem, eu vou – desligou - Era o tenente da delegacia. Disse que só sabe que acharam a van estacionada desde ontem.

- Beckett vai te ligar assim que tiver notícias – Martha disse.

- A van está em Greenpoint. Ela deve ter chegado lá há mais de uma hora. A única razão para ela não ter ligado...

- Pare, Richard. Não sabemos disso. Mas ela sabia apenas pelo olhar dele que palavras não bastavam. Então ela disse o que ele queria ouvir - Querido, vá a Greenpoint. Vá. Posso cuidar das coisas aqui.

Ao chegar em Greenpoint, ele viu a confusão de carros e policiais espalhados pela área. Assim que desceu do taxi, Beckett o avistou.

- Castle, o que está fazendo aqui?

- Disseram que você achou a van. Porque não me ligou?

- Não sabemos o que é ainda. Não precisa ver isso, está bem? – ele estava muito nervoso, as lágrimas voltaram a tomar seus olhos, ela tentava segura-lo, poupa-lo mas era em vão. Ele começou a gritar enquanto ela lutava para mante-lo afastado da van.

- O que tem na van?

- Castle, por favor.

- O que tem na van? E ele se desvencilhou dos braços dela e deu de cara com o chão da van. Sangue, uma boa parte de sangue. Ele gemeu. 

As lágrimas ardendo nos olhos.

- Lanie, de quem é esse sangue? Alguém morreu ai dentro? Lanie, ela morreu ai?

- Castle, não sabemos, está bem? – Beckett tentava acalma-lo mas a sua própria voz a traiu. Ela também estava com medo e não conseguia disfarçar especialmente depois de vê-lo assim - Ainda não.Lanie acabou de chegar.

- Qual é o tipo sanguíneo dela? – perguntou Lanie para tentar acabar logo com a agonia dele.

-A-positivo.

-Certo, dê-me um minuto.

- Venha. Vamos aqui. – Beckett afastou-o da área onde estava a van para que Lanie pudesse trabalhar. Ela não sabia o que fazer. Castle andava de um lado para o outro, ansioso, nervoso mal conseguia se controlar. Só queria saber do resultado, não podia ser sua garotinha. Beckett mal conseguia olhar para ele também nervosa por ver o sofrimento dele. Ele não conseguia controlar as lágrimas.

Castle viu Lanie se aproximando, quase desesperado perguntou. 

- Deu positivo?

- É B-negativo. Não é da sua filha.

- Deus, obrigada – Beckett deixou escapar.

- Estou com você, querido – disse Lanie - Tenho que avisar o agente Harris.

- Ela está bem. Está por aqui. Tem que estar por aqui.

- Ela esteve por aqui. Castle, há uma trilha de sangue que sai da van e para. Os sequestradores devem ter trocado de carro.

-De quem é a van?

-Foi roubada há uma semana.

-Digitais? Ele começava a perguntar, agia de modo frenético. Ansioso e angustiado. Beckett respondia.

-A perícia está procurando, temos policiais checando a área... – ela pegou a mão dele na sua - Castle, se houver uma pista, iremos achá-la.

- Beckett. Lanie chamou por ela. Suspirou.

- Já volto. Tudo bem?

Nesse instante, Castle viu o outro casal chegar ao local. O agente foi conversar com eles. Confirmaram que o sangue também não era de Sarah. Castle se aproximou deles ainda tentando controlar as lágrimas.

- O sangue não é da Sara.

- Nem da Alexis.

- Então há esperança.

- Há.

- Sinto muito por sua filha ter sido envolvida nisto.

- Em que exatamente elas foram envolvidas?

- Eu gostaria de saber.

Em algum lugar desconhecido Alexis estava deitada no chão desacordada. Ao seu lado, Sara. Aos poucos, ela foi despertando ainda sem noção de onde estava e do que estava fazendo ali.

- Sara? Sara? Sara, você está bem? – Alexis chamava por ela já sentada.

- Acho que sim – disse Sara se levantando

- Onde estamos?

- Não sei. Espere. A palestra. O hotel – disse Sara tentando lembrar de seus passos - Saímos do hotel e aquele cara... nos forçou a entrar em uma van e... não lembro de nada.

Alexis escuta a amiga e sua cabeça também está embaralhada - Acho que fomos drogadas – ela se levanta começa a observar o local, vê uma porta.

- Ainda estamos vestidas. É um bom sinal. Isto é minha culpa. Meus pais me alertaram sobre isso, desde que me mandaram para o colégio interno – enquanto ela falava Alexis batia na porta a procura de algo - Eles me fizeram ter aulas sobre sequestro com o chefe de uma empresa de segurança.

- Espere. Por que alguém te sequestraria?

- Meu pai é muito rico. A boa notícia é que ele vai pagar o resgate. Quero dizer, deve ser esse o motivo, certo?

- Certo. Mas meu pai nos encontrará. Ele trabalha com a polícia. Deve estar nos procurando.

- Então vão nos tirar daqui?

- Queria saber o que há ali – Alexis caminhou até o outro lado do que parecia ser um container ou um galpão. Havia outra porta, essa fácilmente aberta. Um banheiro.

- Certo, isto é assustador – disse Sara.

- Roupas, toalhas? Quer dizer que nos querem vivas – disse Alexis sem muita convicção exatamente quando ouviram um barulho, alguém colocara uma bandeja de comida para elas - Viu? Estão cuidando de nós.

De volta ao distrito, Beckett acabara de sair do telefone e atuaiizava Castle.

- Era o agente Harris. Uma testemunha viu uma Yukon preta deixando Greenpoint logo após a van chegar. Os sequestradores as transferiram para o Yukon.

- Eles tiveram 24h de vantagem. Podem estar em qualquer lugar. E o sangue?

- A análise mostra que veio do motorista. Ele foi baleado por Hasim.

- Deixou digitais na van. Deve estar no sistema.

- Não. Só encontraram as digitais de Roger Henson. Não há outra combinação – disse Beckett.

- Temos que achar uma vantagem.

-Talvez tenhamos – disse Espo - A perícia inspecionou a van. Descobriu alguns ajustes para aumentar a octanagem do tanque, remoção do catalisador, controle de ignição foi alterado para aumentar a potência.

-Alguém o mudou para a fuga.

- Não apenas alguém. Um verdadeiro profissional. Provavelmente, o motorista.

- Procure um motorista que modifica carros para fugas. Alguém com sangue B-negativo – ordenou Beckett.

- Certo. Beckett olhou para ele, ela realmente não sabia o que dizer.

Novamente, Alexis tentava encontrar alguma forma de entender a situação.

- Esse cara da segurança, você disse que ele falou sobre sequestro. O que ele disse? Mas Sara não ouviu, ela estava amendrontada, quase entrando em pânico.

-E se não estiverem procurando? E se nem notaram que sumimos?

- Sara, pensemos nas perguntas que podemos responder com o que sabemos.

- Não sabemos nada. Esse é o problema. Não sabemos quem nos pegou ou quanto tempo estamos aqui, nem onde estamos.

- Certo, vamos descobrir isso. Vamos descobrir onde estamos – ela pisou repetidamente no assoalho  Ouviu isso? É oco sob o assoalho. Então, não estamos em um porão.

- Este é um prédio antigo. Baseado no desgaste do piso.

- E tem o som.

- Que som?

- Exatamente. Sem ronco de motor, nenhum ruído de tráfego. Ou este lugar é à prova de som, ou não estamos em Nova Iorque.

Esposito voltou com novidades. Douglas Stevens foi preso por dirigir na fuga de um assalto a banco. E seu colega de cela? Ninguém mais que Roger Henson, melhor seu sangue B-negativo. Beckett decidiu alertar a todos, ele teria que ir a um hospital por causa do sangue mas Ryan tinha outra noticia, a Irma dele é enfermeira e não fora trabalhar hoje. Beckett nem pensou duas vezes, foram a casa dela.

- NYPD, abra!

- O que é isso? O que fazem aqui?

- Estamos atrás do seu irmão. Beckett disse isso e empurrou a porta já entrando no apartamento.

- Doug? Não o vejo há semanas. Não sei onde ele está.

- Certo, não vamos considerar isso.

- Não podem fazer uma busca.

- Na verdade, podemos – Ryan entregou a ela o mandato enquanto isso, ela vasculhava o lugar com Esposito. Ao ouvir um gemido, ela abriu a porta e surpreendeu Douglas apontando a arma e gritando.

- NYPD. Não se mexa! Douglas Stevens, você está preso. Beckett guardou a arma e muito séria começou a fazer as perguntas. Castle estava escorado na porta ouvindo e tentando se controlar.

- As garotas que você pegou, onde elas estão? Onde está seu parceiro Roger Henson? Quem colocou vocês para fazerem isso?

- Eu não tenho nada a dizer.

- Então você será preso por tudo isso. Estava dirigindo a van. É assassinato, duas acusações por sequestro. Sabe quantos anos você ficará preso por isso? É um número de três dígitos. Diga-nos onde as garotas estão. É sua única esperança.

- Avise-me quando minha ambulância chegar.

Castle sabia que ele não ia falar tão facilmente por mais que Beckett engrossasse no interrogatório. Ele não era qualquer um. Então, ele fez o seu pedido.

- Eu gostaria de um minuto com ele.

Ela sequer relutou diante do pedido. Podia ser contra as regras ou mesmo um ato desesperado mas não ia negar esse direito a ele, afinal Gates disse para ela fazer o que fosse necessário para ajuda-lo não? Saiu do quarto dando uma certa privacidade a ele. Castle fechou a porta.

- Já disse que não quero falar, então você não pode me questionar. Tenho direitos. Não direi nada sem um advogado.

- Não sou um policial.

- Então, quem é você?

- Lembra-se da garota ruiva? Eu sou o pai dela. Saiba que farei o que for preciso para tê-la de volta. Os policiais que estão lá fora são meus amigos. Amigos da minha filha também. Então é só você e eu.

- Se tocar em mim, prestarei queixa.

- Não me importo. A cara de Castle mostrava dor e seriedade mas seu olhar demosntrava que ele não estava ali para implorar ou brincar - Onde elas estão?

- Sou apenas um motorista. Não sei de nada.

- Você sabe que Henson trocou a van pelo Yukon preto. Aonde ele foi? Aonde ele levou as garotas? – Castle se aproximou da cama - Não perguntarei novamente. Aonde ele levou as garotas?

Ao não receber resposta, ele fechou os olhos e suspirou. Tinha que tomar medidas por si. Castle pressionou a ferida com o joelho sem dó nem piedade enquanto as mãos seguravam a cara dele para o lado pressionando firme contra o colchão . Diante da dor, ele se debatia em vão. Não consegui pensar e gritava. Do lado de fora, Beckett ouvia atenta. Ela deixaria ele ter esse momento, era uma espécie de vingança temporária e justa. 

- Pare!

Um minuto depois, Castle saiu do quarto e disse o endereço a ela que ligou imediatamente para sua superior. Ao voltar para o carro, ela não fez a pergunta óbvia sobre como ele estava, apenas o abraçou e apertou a mão dele. Era sua maneira de dizer que estava ali, apoiando.

Assim que voltaram para o distrito, já encontraram Gates no saguão do prédio e ela foi atualizando-os.

- O endereço que Stevens te deu é de uma fazenda na Rota 301. Fica a 96km ao norte daqui. O agente Harris e uma equipe tática estão a caminho.

-Já?

-Devem estar chegando a qualquer momento.

-E o que farão então?

- O que for preciso para recuperar Alexis e sua amiga. Irei te avisar assim que tiver notícias. Ele pode ver a preocupação no rosto da capitã. Agradeceu.

- Obrigado.

- Quer café? Beckett ofereceu, queria um meio de ajuda-lo.

- Não, obrigado. Minha adrenalina é o suficiente.

- Descobriu quem é o dono da fazenda? Ela perguntou aos rapazes.

- Ninguém. A propriedade foi embargada em 2009. Está vazia desde então e é isolada. Ryan respondeu.

- O FBI sabe o que está fazendo – Beckett dizia a ele, algo que ela também queria acreditar com todas as suas forças - São treinados em resgate de reféns. Alexis está nas melhores mãos possíveis.

- Estou no rádio com a Polícia Estadual. O FBI chegou ao local agora.

Enquanto o FBI vasculhava o local, em seu isolamento, Alexis e Sara ainda procuravam respostas. Alexis tentava manter a calma e pensar como seu pai, analisar as possibilidades pois essa também era uma forma de se manter sã e não ceder ao medo e à pressão da situação. 

- Certo. Em algum momento, vão aparecer com mais comida e precisamos estar preparadas. O que o tal segurança te disse?

- Evite contato visual com os captores para que não te vejam como testemunha – disse Sara.

-Bom. O que mais?

-Seja vulnerável. Faça com que o captor te veja como humana, alguém com quem possa se relacionar. Tente construir confiança, um relacionamento.

- Como construir um relacionamento sem contato visual?

- Boa pergunta.

Castle estava observando o jeito de Gates, ela andava de um lado para o outro em sua sala. Isso certamente o deixava em agonia, Beckett percebeu e usou isso para conversar com ele.

- No minuto que ela souber, você saberá.

- Só queria que esse minuto fosse agora.Tudo acontece rápido e devagar demais, ao mesmo tempo.

- Diga-me o que aconteceu com Douglas Stevens.

- Apelei à sua humanidade. Ela entendera bem o que ele queria dizer com isso.

- Eu não achei que você tivesse esse lado.

- Quando se trata de quem amo, eu tenho.


XXXXXX


Alexis e Sara ouviram um barulho. Por uma pequena brecha um cara com sotaque falou.

- Passem a bandeja de comida por debaixo da porta.

- Meu nome é Alexis. Essa é a Sara. Ela tentava em vão um contato.

- Passem a bandeja de comida por debaixo da porta. Sara obedeceu.

- Está meio frio aqui. Será que poderiam nos dar mais cobertores? – de repente o homem falou no rádio e fechou a abertura.

- O que aconteceu?

- O homem no rádio falava em árabe. Disse, "Voltem a seus lugares. Temos visita."

No distrito ainda sem noticias, Beckett estava sentada de frente para ele, segurava suas mãos como uma forma de apoio. Então, Castle começou a falar da filha. E ela o ouvia, atenta.

- Sabe, ainda me lembro... Quando Alexis nasceu, entregaram-me aquela... pessoinha, toda enrolada em uma coberta. Ela apenas... olhou para mim. E quando olhei para ela, um sentimento me atingiu... como se tivesse sido acertado por um raio. Era amor. Aquele amor instantâneo e inexplicável que só sentimos por um filho. Naquele momento, eu soube. Soube que minha vida havia mudado para sempre.
Ela baixou os olhos. Sentia o coração apertar com as palavras dele. Não tinha filhos não podia imaginar a dor que ele sentia. Mas vê-lo tão despedaçado partia seu coração.

- E agora está prestes a mudar novamente. Ela tornou a fita-lo e no mesmo instante o telefone na sala de Gates tocou. Os dois levantaram-se rapidamente ansiosos pelas noticias. Olhavam para Gates, apreensivos.

- Gates. Certo – ela desligou e fitou Castle - A fazenda estava vazia. Alexis e Sara não estão lá.

Ele ficou perplexo, ela fechou os olhos. Sabia que estava longe de terminar e que precisava leva-lo até lá para sua própria sanidade e a dela.  

- Tem certeza de que ela não está no porão ou em um quarto escondido?

- Procuramos de cima a baixo. Elas se foram. Mas encontramos isso. Algum deles é da Alexis?

- Sim, aquele ali. É dela. O que isso significa?

- Deve ter sido um ponto de parada até levarem as garotas a outro local.

- Eles sempre estiveram um passo à nossa frente – deixou escapar Beckett frustrada.

- Estamos lidando com um pessoal sofisticado. Há câmeras lá fora. Nossa chegada foi transmitida a um endereço de IP anônimo. Esse mesmo IP acessou o site de sua filha.

-Pode rastreá-lo? perguntou Castle.

- Foi passado por 4 continentes. Não estamos otimistas. Isso não era algo a se dizer para um pai desesperado para encontrar sua filha. Ela buscou um outro ângulo.

- E Roger Henson?

- Foi morto com um tiro após ser torturado por alguém que sabia o que estava fazendo. As unhas dele foram arrancadas.

- Não entendo. Ele trabalhava para os sequestradores. Por que o torturariam? – perguntou Castle.

- Não sei.

- Mas o que acha? Qual é seu palpite do que isso significa para Alexis, para as garotas? – Castle estava cedendo ao limite do desespero.

- Significa que recuperá-las será um pouco mais complicado.

De volta ao esconderijo, Sara após chorar revela para Alexis que talvez isso não seja sobre dinheiro já que seu pai tinha muitos inimigos no Egito e os caras falavam árabe. Diante dessa revelação, Alexis sabia que deveriam sair dali, ao ver os grampos no cabelo de Sara, teve uma ideia e ora, não custa tentar pensou.


12th Distrito


Castle fitava o quadro de evidências que tantas vezes o dera ideias e o fizera descobrir assassinos. Agora, aquelas palavras e fotos pareciam nada diante do seu medo. Não conseguia extrair sequer uma pequena informação para preencher qualquer lacuna. Beckett se aproxima dele com um copo de café para ele e sua caneca. Ela o observou antes de falar, tinha que impedir que ele desistisse. Com uma voz baixa e tentando passar calma, ela disse.   

- Há sinais de esperança, Castle. Eles não estão machucando as garotas. Eles as querem vivas. Isso nos dará tempo para achar quem está por trás disso.

- Como? O principal suspeito está morto, a única coisa que Stevens sabia era sobre a fazenda e... Não temos ideia de quem estamos procurando.

- O FBI está buscando evidências na fazenda. Estão procurando testemunhas pela área que possam ter visto quem esteve lá.

- Isso é só outro jeito de dizer que voltamos à estaca zero.

- Não seria a primeira vez – ela ficou de frente para ele, quase perdeu a firmeza na voz - Resolveremos isso, Castle. Acharemos um jeito. "Conseguimos antes, tendo menos." Sabe quem me disse isso? – ela lembrou de como ele tentara ajuda-la quando estava sob a ameaça de morte.

- Fui eu. Em um momento de otimismo irracional – ele estava prestes a chorar e se destroçar mais uma vez quando ela pediu cuidadosamente para não parecer que o excluía de tudo.

- Castle, vá vê sua mãe. Descanse. Volte de manhã. Ninguém aqui desistirá.

- Não posso, eu... mas ela o cortou estendendo o copo de café para ele.

- É descafeinado. Para a viagem. Ele pegou o copo da mão dela.

- Obrigado.

Beckett suspirou. Não desistira, ela acharia uma brecha. Precisava disso e não arredaria o pé do distrito.

Assim que ele entrou no taxi, pediu para o motorista rodar um pouco pela cidade de New York. E dessa vez, ele se deixou desabar e chorar por um bom tempo pedindo a Deus que sua menina estivesse bem e que ela achasse uma forma de entrar em contato com ele. Mais calmo, ele bebeu o café que ela o dera e ordenou ao taxista para seguir para o seu apartamento. Ao chegar em casa, ele passou um bom tempo com a mãe abraçado e contando as últimas notícias. Castle não dormiria, não havia como sabendo que Alexis estava perdida sabe lá por onde.   

Fazia um bom tempo que Alexis tentava abrir a porta com os grampos de Sara.

- Meu pai me ensinou a fazer isso quando pesquisava para um livro. Ele comprou uma porta para praticarmos.

- Isso foi recentemente?

- Eu tinha 10 anos.

- Meu Deus.

- Eu consigo. Um grampo é a chave de torção e o outro é a alavanca. Só preciso ter cuidado para não aplicar muita pressão. Sara ouviu um clique, como algo se quebrando.

- Você quebrou o grampo? Era o último.

- Não. Consegui. E Alexis girou cuidadosamente os grampos e abriu a porta para espiar.

- Meu Deus! O que tem aí fora?

- Um corredor. Como em um prédio de escritórios. Não vejo ninguém.

-E se nos pegarem?

- Eles nos querem vivas, lembre disso. O plano: seguimos pelo corredor. Tem que haver uma saída. Se tiver 2 caminhos, nos separamos e dobramos as chances de uma sair daqui – Alexis sentia a adrenalina começar a fluir pelo seu corpo.

- Acho que vou vomitar.

- Não vai, não. Você sairá daqui.

- Certo, está bem.

As duas saíram pelo corredor. Como previsto, elas encontraram uma bifurcação, era a hora de se separar. 

-Vá.

-Não, não.

- É o combinado. Vá. E Alexis seguiu pelo outro caminho cautelosamente. Encontrou uma sala com a porta semi aberta. Entrou. Percebeu um monitor que filmava o corredor. E um celular sobre a mesa. Sem pensar duas vezes, ela discou 911. Sem sucesso apelou para o skype.

O celular de Castle tocava, indicando que alguém queria falar com ele via skype. Ele estava sentado, meio aéreo, o celular sobre a mesa. Ele o pegou vendo que era um desconhecido.

- Aguardava uma chamada no Skype?

- Não. Então o rapaz deu o sinal a ele para atender. Ao ver o rosto da filha ele gritou.

- Alexis!

- Pai? Meu Deus. Tentei ligar para a emergência, mas não deu.

- Querida, está bem? Onde você está? – ele via os olhos vermelhos.

- Não sei. A bateria está no fim.

- Estamos em um prédio. Estávamos trancadas, mas escapamos.

- Onde? Que prédio? O que vê pela janela?

- Nada. Não vejo nada. As janelas estão cobertas – ela ouve um barulho - Estão vindo. Estão vindo. Viram que saímos – ela sussurrava.

- Querida, saia daí! Saia daí agora! Vá, vá!

Alexis obedeceu. Largando o telefone ao chão ainda ligado, correu. A imagem que ficara na tela de Castle era de um assoalho. Ela corria como louca em busca de uma saída e ao empurrar uma porta estava do lado de fora. Ela não podia acreditar no que via. Não podia estar certo. Estava no alto de um prédio e correu para sua fachada.  

- Pode ver de onde a chamada está vindo? Castle perguntou ao rapaz, o coração batendo rápido.

- Estou rastreando. Não pode estar certo.

- Por quê? O que foi?

- Diz aqui que a chamada veio de uma torre em Paris, França.

E ao contemplar a imagem da torre Eifel, ela gritou para a rua no instante que sentiu uma mão tapando-lhe a boca e a arrastando de volta ao cativeiro.

- Socorro! Não! Não! Soltem-me!

Castle não podia acreditar nisso. Era quase surreal. Como ela pode estar em Paris? Paris!

Ele procurou se controlar, algo bem difícil. O raciocínio fora substituído pela emoção de falar com a filha. Só havia uma única pessoa que precisava avisar.Beckett.

Ela olhara para o relógio. 4h da manhã. Serviu-se de mais um pouco do café. Não pregara o olho. Passara grande parte da noite olhando para o quadro em busca de um elo, de algo que pudesse ter perdido. Ryan e Esposito saíram as 2 da manhã com a promessa de que se algo mudasse ela os avisaria. Estava sem pistas. O sentimento de impotência voltou a domina-la. Agora estava na mini copa. Bebericava o café. O cansaço começava a vencê-la mas não ia deixar isso acontecer. Ela estava quase cochilando com a caneca na mão quando o seu celular tocou fazendo-a pular na cadeira. Era Castle.

- Castle está tudo bem? Ele planejara falar com calma mas ao ouvir a voz dela ansiosa do outro lado perdeu o foco.

- Kate...eu sei...Paris...ela...Alexis...

- Calma, Castle devagar...por favor.

- Paris – ele respirou fundo – ela está em Paris... ela ligou.

- Paris? Deus! Ela está ferida? Ela está bem?

- Sim, está bem aparentemente.  Está viva!

- Castle venha pra cá, agora. Vou ligar para o agente Harris.

- Ok, estou indo.

Beckett desligou o celular. As mãos tremiam. Respirou fundo. Levou uma das mãos ao rosto, espremeu o canto dos olhos e murmurrou uma prece em agradecimento quase silenciosa antes de pegar o celular novamente e ligar para sua capitã e o agente do FBI.


Continua.......

2 comentários:

Marlene Brandão disse...

Hoje consegui ver o episodio,como eu digo"estudar e trabalhar,não é de Deus hahahahahah"
Eu li o cap da fic antes do epi que me deixou mais ansiosa para ver,lendo pude perceber o que estaria me aguardando.Castle sofrendo dói o coração,Beckett se sentindo impotente diante da situação de Catle. Alexis puxou o pai,nos provou isto diante da situação. Eu quase gritei no meio da madrugada lendo,no momento em ela entra em contato com o pai. O cap conseguiu explorar todos os momentos.Parabéns!

larynhapaulista disse...

Esse episódio deixou todo mundo apreensivo. Nathan Fillion foi maravilhoso em cena.
E convenhamos esse episódio e provavelmente o próximo foram ótimos para por em prática a frase de Castle no final do 05x13 - Death Gone Crazy que ele diz que um pai faz de tudo por sua filha.
Fiquei com o coração apertado em várias cenas desse episódio: quando vi que Alexis também tinha sido sequestrada, quando ele cortou a Beckett quando falando por telefone e principalmente na cena da van com o sangue e Castle se desesperando(Castle já teve cenas memoráveis, mas essa ficará para sempre na minha lista).
Sei que é uma coisa de série e que precisavam fazer uma cena do FBI localizando o sinal da ligação, mas Alexis poderia ter levado o celular com ela. Facilitaria e muito a busca.
Achei que a Martha ficaria descontrolada ao saber da neta desaparecida, mas ela me surpreendeu.

Abraços