quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.16


Nota da Autora: Eu disse quando publiquei o último capítulo que estava a fim de causar, então é isso que vou fazer. Não fiquem nervosos mas devagar ao ler as proximas cenas... ainda tem muito para acontecer nessa fic, aliás quem diria que rendesse tanto. Divirtam-se! 

Atenção! NC17....


Cap.16            

- Stana por favor... você está me matando – ela olhou para ele e engoliu em seco. A voz saiu como um sussurro.

- Negativo, eu sinto muito Nate – ela fazia um esforço sobrehumano para não chorar. Podia ver a decepção no rosto dele – eu preciso sair daqui, e-eu não posso gravar mais hoje – o olhar de súplica que ela deu a ele partiu seu coração. Tinha que inventar algo para Dara.

- Espere aqui, vou procurar a Dara. Tenho certeza que ela vai entender. Mantenha a calma, Staninha. Eu já volto.

Cinco minutos depois, ele volta com a Dara ao seu lado. Stana sentara-se e apoiara os cotovelos à mesa para segurar a cabeça que parecia latejar. Ela não esperava por esse impacto diante do resultado. Realmente, a possibilidade de estar esperando um bebê de Nathan era quase a realização de um sonho que acabara de se esvair pelas suas mãos. Não se permitira chorar, não ali.

- Stana, hey... querida Nathan já falou comigo. Se está se sentindo mal melhor ir para casa descansar. Não quero ninguém enfraquecendo por aqui. Ainda mais que amanhã você tem que estar divina para brilhar no PCA. Como veio trabalhar hoje? Quer que eu chame um taxi ou... mas o que estou dizendo, Nathan leve a Stana para casa.

- Obrigada Dara.

- Não precisa agradecer, fique bem logo. Agora vão logo. Vê se leva Stana para um hospital se ela piorar.

Nathan segurou na mão dela e esperou ela se levantar. Juntos foram até o carro dele. Seguiram direto para a casa dele. Se iria cuidar dela, melhor que você em seu ambiente lá saberia como agir. Claro que se preocupou em perguntar se ela precisava de algo mais, se queria algum remédio ou algo para comer em especial. A resposta dela foi uma só.

- Eu apenas quero me deitar ao seu lado, tudo bem?

- Tudo bem.

Na casa foram direto ao quarto de Nathan. Ele não ousaria fazer nada que ela não quisesse. Estava surpreso com a reação que ela apresentara diante do resultado do teste. Isso mandava um alerta importante para Nathan, ela queriam muito ser mãe, assim como ele ansiava ser pai. Mas o relógio começava a pesar contra eles talvez por isso o baque tão forte contra ela. Stana tinha imaginado um outro desfecho para essa historia.

Ela sentou-se na cama e carinhosamente vendo que ela não se mexia, Nathan tirou os sapatos dela, o blazer e afrouxou a calça dela. Deitou-se na cama e a puxou para si. Stana se aconchegou nos braços dele fechando os olhos. Nathan permaneceu em silêncio, procurava apenas dar conforto a ela acariciando seus braços e seu cabelo. Alguns beijinhos e as mãos entrelaçadas. Ouvia que ela estava chorando e partia seu coração presenciar isso, era tão impotente diante disso.

Stana permaneceu em silêncio somente dando espaço ao choro. Nathan não soube dizer por quanto tempo eles ficaram ali deitados e calados. Finalmente ela se virou para fita-lo. os olhos amendoados estavam vermelhos, o rosto molhado pelas lágrimas. Ela passou a mão no rosto dele e um sussurro saiu de seus lábios.

- Eu sinto muito, de verdade Nate.... sinto mesmo. E-eu queria tanto... vi o seu olhar de decepção....

- Shhhh – ele a impediu de falar – não é sua culpa. Você não precisa se desculpar. Essas coisas acontecem. Além do mais, eu nem sequer cogitava a possibilidade de ser pai. Foi tudo uma surpresa, uma espécie de furacão que chega faz uma revolução na sua vida e vai embora tão rapidamente te deixando perdido, algumas vezes sem chão.

- Eu pensei que, quando eu vi a possibilidade de estar esperando um filho seu eu... outro dia eu estava em um Seven eleven e vi uma moça com um bebê carequinha, ele tinha dois grandes olhos azuis. Eu pensei que seria... seria muito bom ter um filho seu. Fiquei empolgada com a ideia e agora...

- Staninha, eu entendo o que está acontecendo. Não é de hoje. Desde daquele episodio com o bebê, o pequeno Aiden vi o quanto você está ligada a bebês, seu relógio biológico está mandando mensagens.

- Nate mas você não parece tão triste com a notícia. Ontem você estava mais envolvido....hoje você parece aliviado?

- Não! – ele se sentou na cama e ela o acompanhou – nem pense em algo assim. Acredite. Stana, ter um filho é um dos sonhos que ainda quero realizar. A ideia de vê-la grávida com uma criança minha era tão linda e especial. Estou tão arrasado quanto você. Mas nesse momento, isso não é sobre mim, é sobre você. Ter um filho com você seria a melhor coisa que podia acontecer, eu quero muito isso. Mas...

- Mas? – ela estava intrigada depois de toda essa demonstração de amor porque havia um “mas”?

- Mas você não está preparada. Olhe o que apenas essa experiência fez a você? Te arrasou. Saiba que se decidirmos tentar novamente isso não implicará em uma gravidez na primeira tentativa. Poderão existir outros resultados negativos em nossa vida e se cada vez que isso acontecer você sofrer desse jeito... – ele acariciou os cabelos dela e apertou-lhe a mão na sua – Stana, eu quero tentar de verdade ter um bebê com você mas apenas quando você sentir que está realmente pronta. O processo de engravidar é para ser uma coisa boa. Quase devastou você. Talvez o que aconteceu serviu apenas para mostrar que ambos queremos a mesma coisa, esse porém não é o momento.

- Como você pode ter certeza?

- Não tenho. Independente disso, esse é um assunto que não se pode pensar demais, estressar. Você tem que deixar tudo acontecer naturalmente. Por isso você ficou tão devastada. Porque você estava pensando demais, já imaginando tudo. Você precisa relaxar para o melhor acontecer. Você não está totalmente pronta, estamos bem juntos e o mesmo acontece com as nossas personagens. Você vai receber um prêmio pelo seu trabalho. Está em evidência. Daremos tempo ao tempo e quem sabe quando Castle e Beckett tiverem seus bebês, possamos ter o nosso.

- Castle e Beckett?

- É, de alguma forma acho que nossa história se confunde com a deles – ele tocou o queixo e sorriu – vamos fazer o seguinte: agora você vai tomar um banho, lavar o rosto e fazer aquelas coisas com cremes que só vocês mulheres saber fazer. relaxar, ficar ainda mais linda do que você já é. Amanhã você brilhará e então voltaremos a vida normal. E Stana, quando você estiver pronta, você me dirá e nós tentaremos novamente. E quando estiver grávida, poderá dizer que seu bebê será tão charmoso como o pai. Afinal eu sou muito charmoso e bonito.

Stana sorriu.

- Ah, finalmente um sorriso. Agora, vá se cuidar para brilhar na frente das câmeras.

- Como você pode ser tão maravilhoso?

- Não consigo evitar, sou mesmo especial. Ele piscou para ela,sorria. Stana segurou os ombros dele e suspirou.

- I Love you... – e se levantou da cama rumo ao banheiro. Sozinho, Nathan suspirou. O pensamento sobre tudo o que acontecera naqueles últimos minutos o fez estremecer. Um bebê. E Nathan deixou uma lágrima escapar longe do olhar dela. Recuperado, ele se levantou da cama. Stana foi encontra-lo na cozinha onde ele preparava sanduiches para os dois. Ela precisava se alimentar, reparara que perdera peso nas últimas semanas. Ao vê-la, reparou que estava com uma aparência melhor, mais tranquila.

- Sente-se e coma seu sanduiche. Quer café?

- Quero. Ele a serviu e fizeram a refeição quase em silêncio exceto por algumas pequenas frases. Não podiam negar, ambos estavam mexidos com os acontecimentos. Mesmo tentando conforta-la, Stana sabia que ele estava triste com o que se passara e fazia o possível para não demonstrar a ela, para poupa-la, protege-la. Ele tinha razão, precisava estar pronta. Ela queria ser mãe, queria um filho dele mas não era a hora. Ouviu o toque de seu celular, ela se levantou e procurou pela sua bolsa. Era sua agente. Falaram por quinze minutos ao telefone. Ao desligar, chamou-o para dormir.

- Era minha agente. Disse que vai deixar o vestido no estúdio. Para o PCA. Vou sair direto do trabalho para lá, temos um dia cheio de gravações amanhã. E uma festa. Você disse que eu ganharia o prêmio, por que?

- Porque você é a melhor e porque a sua legião de fãs votou muito por você. Eles seriam idiotas se não te dessem esse prêmio.

- Queria que fosse comigo...

- Eu também – ele esticou a mão e acariciou a dela - Adoraria estar ao seu lado vendo sua ascensão. Mas... tenho que me contentar com uma comemoração intima e especial depois. Estarei esperando em sua casa.

- Isso eu posso concordar. Quanto à vitória, não vamos nos precipitar. Vem, vamos para cama.

- Em um minuto, vou terminar de arrumar a cozinha. Já estarei lá.

Assim que ela sumiu, Nathan foi ao balcão e serviu-se de uma dose de whisky. Ele precisava de algo forte para fechar o dia. Sob o efeito de apenas um copo de bebida, ele cedeu a emoção e chorou sobre a perda que ele não sabia existir até 24 horas atrás. Minutos depois, ele se juntou a ela na cama.

No estúdio na manhã seguinte eles entraram em um ritmo de trabalho bem pesado. Terminaram as cenas que ficaram do dia anterior e continuaram o cronograma de gravações. Por volta da hora do almoço, Dara perguntou se Stana melhorara e estava pronta para sua grande noite. Ela disse sim às duas perguntas e agradeceu a preocupação. Por volta das três da tarde, uma caixa chegou ao local aos cuidados de Stana. Era o vestido da noite. Luke tratou de tomar a frente de tudo e preparar as coisas para que ela fosse maquiada e estivesse linda à noite. A previsão de terminarem as gravações era por volta das sete. Apenas ela e Nathan iam ficar até o final. Para não levantar qualquer suspeitas sobre os dois, Nathan declinou o convite do PCA.

Mais tarde, Stana deixou o estúdio vestindo vermelho e com os cabelos arrumados em um coque e a maquiagem delicada. Estava linda como sempre e dessa vez Nathan não conseguiu disfarçar e ficou suspirando à imagem a sua frente. Por sorte, apenas Terri e Dara estavam no local.

- Arrase, garota! – foi o que Dara disse a ela antes de sair numa limosine. Vendo Nathan pensativo, a produtora se aproximou dele e dando de ombro sorriu e perguntou – sonhando com a sua garota, Nate? Ela está incrível nesse vestido. Espero que ela ganhe – Nathan sorri de volta e suspira.

- Isso também mas estava pensando em algumas coisas relevantes da vida. Além do amor sabe?

- Sentindo-se filosófico Nathan? O que deu em você? Cadê o palhaço de sempre?

- Acho que ele não veio trabalhar hoje, talvez amanhã.

- Nossa! Isso tem a ver com o fato de você não estar concorrendo ao PCA? Com a possível premiação de Stana? Ciúmes profissionais?

- Não! Dara, não! É a noite dela, Stana precisa disso. Bem mais do que possa parecer – ele se levantou – vou pra casa, escolher uma boa garrafa de vinho e acompanhar a premiação pela internet. Boa noite, Dara.

- Boa noite e Nathan? Não pense demais. A vida acontece um dia após o outro. Espero te ver amanhã com um grande sorriso no rosto, prefiro você assim.

- Obrigado, Dara.

Apartamento de Stana

Nathan usou a chave extra que ela escondia num vaso para entrar. Trazia uma sacola de papel com bebidas, vinho e champagne. A escolha seria dela. Claro que ele sabia que o humor dela ainda não estava pedindo grandes celebrações mas ele talvez pudesse fazê-la aproveitar o resto da noite caso a premiação somente não a animasse.

Ele tomou um banho, vestiu uma calça de moleton e uma camisa polo que havia deixado por lá uma outra vez e ligou a TV deitando-se na cama dela. Ele não sabia que Stana ia apresentar algo no palco por isso o choque ao ve-la aparecer. Ficou tão atônito que quase perdeu o que o apresentador disse. Ela ganhou! Um sorriso enorme apareceu em seu rosto. Ela está feliz, muito feliz. E nervosa. Será que ela não esperava ganhar?

Ele pegou o celular e começou a vasculhar o twitter assim que ela terminou de apresentar Sara Bairelles. Precisava de entrevistas, saber o que ela achara de tudo e mais do que isso ele queria comemorar com ela. Não demorou e achou um link de entrevista, as redes sociais estavam uma loucura. Stanatics surtando... ah! ela vai amar isso, pensou. Como ela está linda.... e emocionada. Ele assistiu a entrevista onde ela agradecia os fãs e sinceramente não podia ouvir isso de outra pessoa. Aquelas palavras diziam Stana em cada uma delas.

E ele perdeu o interesse na premiação, a internet estava bem mais interessante. Não via a hora dela chegar em casa para começar sua festa particular. Só esperava que ela não demorasse muito. Ele sentiu fome e foi a cozinha voltando com um pacote de batatas chips. Percebeu que tinha umas mensagens para ele. Era ela. Três para ser mais exato.

“OMG! Não estou acreditando.... é demais. E tudo por causa de você. ILY. X S” , a segunda era para avisar de que horas estaria em casa logo.

“Estarei em casa daqui a meia hora....sdds. S” e a última mensagem veio com um agradecimento a mais.

“Esse prêmio é nosso, era o que eu precisava agora. Obrigada, babe. XS”

Depois de tanto choro, ele estava aliviado que ela estivesse bem e feliz.

Nathan estava quase cochilando quando ouviu o barulho da chave na porta. Ela chegara. Ele correu para o banheiro e tratou de bochechar um pouco de listerine. Jogou água no rosto e sentou-se na cama esperando ela aparecer no quarto. Ela entrou tirando o sapato. Sorriu ao vê-lo.

- Está tão silencioso que pensei que estava dormindo.

- Quase, é muito chato assistir esses eventos pela TV sem ninguém ao lado para comentar – ele se levantou e puxou-a pela mão – vem cá, quero dar os parabéns de forma apropriada – ele a segurou pela cintura e beijou-a intensamente. Stana deixou o braço envolver os ombros dele enquanto uma das mãos foi direto ao traseiro dele – humm – ele gemeu nos lábios dela – já chegou animada Staninha?

Ela sorriu e encostou a testa na dele.

- Sabe, eu queria falar de você, agradecer, gritar seu nome ali naquele palco.

- Não, eu li suas mensagens. Não tem que agradecer a mim, Stana. O mérito é seu, por ter tornado Castle um hit junto comigo. Marlowe pode ter escrito a personagem mas foi você que a tornou um sucesso. Você trouxe Kate Beckett à vida e a fez ser admirada fazendo de você e dela um exemplo. Vi que estava emocionada.

- Depois de tudo o que aconteceu nesses dias, esse prêmio foi como um bálsamo. Eu fiquei chocada de verdade.

- Foi mais do que merecido. E cotando seu alter ego: “Even in the worst days, there’s a possibility of joy”.

-Você tem prestado atenção…

- Apenas no que é importante. Espere aqui, vou buscar o champagne para brindarmos – ele não demorou muito mas ao voltar para o quarto, ela já soltara os cabelos e abrira parte do fecho do vestido. Ele já abrira a garrafa e trazia duas taças nas mãos que serviu logo em seguida. Entregou a ela.

- A mulher, a atriz, a pessoa, a você Stana!

- Obrigada, babe...

Ele virou a taça de champagne e continuou a tirar o vestido dela abrindo o zíper completamente. Ela não usava soutian e assim que os seios ficaram à amostra, ele percebeu que estavam duros parte pelo frio parte pelo desejo que já começava a aflorar pela pele dela. Ainda não tinham recuperado o tempo que passaram separados e os corpos ansiavam pelo toque um do outro. Ela terminou de beber e deixou a taça próximo a garrafa. Enfiou suas mãos por baixo da camisa dele. Sentiu o contraste da pele quente com suas mãos frias. Ele estremeceu ao primeiro contato, mas seus lábios logo voltaram a ação e devoravam vagarosamente os ombros dela, subindo para o pescoço e chegando a boca maravilhosa.

O beijo foi delicado à principio e caminhou para uma espécie de dança sensual. Ele apoiou o rosto dela com ambas as mãos para aprofundar o contato. Ela já baixara a calça com boxer que ele vestia, o mesmo jazia no chão assim como o seu vestido em um emaranhado. Sentiu o membro dele contra suas coxas e gemeu entre o beijo. Nathan deslizou as mãos até os seios dela e os apertou, ela jogou a cabeça para trás quase sem fôlego ao sentir a língua dele em seu mamilo seguido dos lábios. Ele a ergueu do chão e a deitou na cama. Tirou a própria camisa que foi se juntar com as demais peças de roupa e pousando seu corpo sobre o dela, tornou a beija-la. Não tinha pressa. Cada segundo era importante.

Uma das mãos deslizou pela lateral do corpo dela e se erguendo um pouco, acariciou a calcinha dela por cima do pano instigando. Os dedos brincavam com o elástico enquanto a boca continuava saboreando-a com longos beijos. Ela reagia abrindo as pernas para dar ainda mais acesso a ele. Era tão fácil se entregar a ele. o toque de Nathan sobre seu corpo tinha o efeito de uma corrente elétrica que percorria cada centímetro do seu corpo, elevando os pelos, eriçando-os até atingir seu ápice como um curto-circuito que explodia em orgasmos múltiplos. Ao sentir que ele retirara a peça de lingerie, ela gemeu pois sabia o que estava por vir.

Finalmente quebrando o beijo, ele a penetrou com dois dedos ao mesmo tempo que sorvia um de seus seios com os lábios. Ali começou a perdição de Stana. Ela se remexia debaixo dele e o estimulava massageando seus cabelos ou empurrando seus ombros mandando a simples mensagem para ele prova-la. Ele sabia muito bem o que ela queria. E para Nathan, seu desejo era uma ordem. Vagarosamente, ele escorregava pelo corpo dela lambendo-o até chegar ao lugar tão desejado. Assim que seus lábios encostaram no centro dela, ela clamou por ele.

- Nate.... por favor...

E não preciso de mais nada o grito dela ecoou pelo quarto quando ele a tomou com a língua, as mãos dele estavam agora sobre o estomago dela e por vezes escapavam para apertar um ou outro seio alternadamente. Ela não podia mais segurar e gritando o nome dele sentiu o choque a transportar em orgasmos múltiplos. A consciência desaparecera, nada de pensamento. Ela queria apenas sentir. O calor do desejo a envolvia. Nathan abandonou o que estava fazendo e voltou a buscar os lábios dela. Ela se colocou sobre ele mas não foi rápida o bastante.

Nathan a colocou semi sentada apoiada nos travesseiros e ergueu uma de suas pernas colocando-a sobre seu ombro. Roubando-lhe mais um beijo, ele a penetrou de uma vez. Nesse instante, o desejo foi triplicado e ambos pareciam estar energizados e loucos para saciar um ao outro. O sincronismo era perfeito, os movimentos atiçavam todos os sentidos. Ele estava à beira do êxtase mas não podia sucumbir antes dela. e não foi preciso.

Stana o empurrou para cama e ainda com o membro dentro de si estava sentado sobre ele. apoiava-se no peito dele e movia-se como ninguém. Usavam os músculos para apertar e provocar fazendo o membro dele latejar dentro dela e foi assim que eles se entregaram de vez ao prazer.

Ele ergueu-se da cama, tornou a abraça-la e beija-la mas não estavam prontos para parar. Queriam mais. Rolaram pela cama e alguns minutos depois gozaram outra vez. Somente assim, eles deixaram os corpos cansados e suados caírem sobre o colchão. Ficaram buscando o ar que escapara deles em meio ao clímax. Ela sentia que seu coração estava prestes a sair pela boca. Fechou os olhos e procurou se acalmar.

Durante alguns minutos não falaram nada. Então, Nathan se apoiou no cotovelo e ficou de lado fitando-a. A pele vermelha ainda suada pelo esforço do sexo. Os olhos amendoados o olhavam com ternura e sorriso singelo formou-se nos lábios praticamente convidando-o a beija-la novamente. A urgência deu lugar a sutileza e os lábios se exploravam em um encontro preguiçoso. Ao quebrar o beijo, ela acariciou o rosto dele e deixou escapar o que seu coração implorava para dizer.

- I Love you, Nate....

Ele aconchegou a cabeça sobre o estomago dela e Stana ficou brincando com os dedos dele. Levou a mão até os lábios e beijou cada um dos dedos. Nathan a fitava sorrindo.

- Obrigada por tornar esse dia melhor. Hoje passei por uma montanha-russa de emoções. Ainda bem que você estava lá quando eu precisei.

- Só quero te ver feliz – e foi a vez dele beijar a palma da mão dela, suspirou – amor, promete uma coisa para mim?

- O que?

- Promete que vai procurar um médico, apenas para saber se está tudo bem mesmo e se de repente... – ele parou por um segundo – se por acaso decidirmos tentar ter um bebê, quero saber se está tudo bem com você. Só isso.

- Sabe, eu não sei explicar ao certo mas desde que comecei a ter enjoos e tonturas me senti grávida. Talvez seja besteira da minha cabeça ou mesmo ansiedade por algo tão inesperado, o fato é que quando minha mãe levantou a suspeita, apesar de ter descartado-a tão prontamente pelo fato de não ter um namorado – ele riu do jeito dela de falar - aquilo ficou na minha mente. Você quer mesmo voltar a tentar? – ela parecia surpresa e Nathan acenou com a cabeça concordando – tudo bem, prometo que ligarei ainda essa semana para a minha ginecologista.

- Ótimo, e quando você tiver pronta, tentaremos outra vez. Mas será porque ambos queremos isso – ele beijou o meio dos seios dela e mudou de posição puxando-a para acomoda-la em seu corpo. Em menos de dez minutos, adormeceram.

No dia seguinte, Nathan saiu antes dela. Não queria suspeitas e estar no estúdio antes dela lhe dava tempo para preparar a surpresa que queria e hoje ela era esperada um pouco mais tarde devido a premiação de ontem. Dara tinha organizado junto com Terri algumas guloseimas para eles tomarem com café a fim de festejar não apenas o sucesso de Stana mas o fato de que Castle ganhara pela terceira vez seguida o título de melhor procedural do PCA.

Quando Stana chegou ao estúdio não dava dois passos sem que alguém viesse lhe cumprimentar pela vitoria. Beijos, abraços e gritinhos, estes por conta de Dara, eram algumas das comemorações do dia. Todos pareciam ter decidido que hoje era o dia dela. Os rapazes também brincaram com ela e no primeiro cenário onde deviam gravar, o salão do distrito, ela viu uma buque de flores sobre a mesa de Beckett. Viu o cartão sobre as flores com o seu nome e não precisava ser gênio para saber quem as mandara. Retirou o cartão e cheiros as flores apreciando-as. Tulipas brancas e lírios.

Ela queria ler o cartão mas Seamus e Jon estavam por perto e preferiu colocar em seu bolso para depois. Ele aparecera no salão com duas canecas de café e sorrindo estendeu uma para ela.

- Bom dia, favorite dramatic actress!

- Lindas flores, obrigada Nathan – ele se aproximou dela e beijou-lhe o rosto.

- Você merece. David apareceu e já avisou que precisavam começar a gravar pois teriam um lanche em meia hora. Pediu a Stana que fosse fazer o cabelo o que ela agradeceu pois queria muito ler o cartão dele. Chegando ao seu camarim, ela pediu cinco minutos das meninas da maquiagem e sentou-se na cadeira abrindo o cartão. Numa letra firme e bonita, a mensagem dele enfeitava o papel de  cor parda.

“Staninha,

Your glow ofuscate a thousand stars every night but yesterday, only you deserved to shine. Congratulations, gorgeous. ILY. 

Nathan.

PS.: I told you’re going to win but you’re too stubborn to believe me…. Wink”            

Um suspiro encheu seu coração de amor. Pegou o celular e enviou uma mensagem para ele “U always surprise me, lov u. XS”

Mais tarde, depos da maquiagem, cabelo e uma cena gravada, eles se reuniram na sala dos escritores onde Stana entregou o PCA de melhor série para Marlowe. Eles brindaram com café e comeram varias guloseimas enquanto conversavam sobre os prêmios, a beleza de Stana no palco, o nervosismo. Meia hora depois, Marlowe agradeceu a todos por mais uma conquista e eles voltaram a trabalhar. Deixaram o estúdio depois das sete da noite e em casa ela constatou que finalmente seu período chegara. Por causa disso, ela não pode marcar a consulta. Precisaria estar novamente bem.

Conseguiram estar juntos pelo menos algumas horas do final de semana. Stana tinha algumas coisas para resolver e Nathan tinha compromissos. Mesmo assim, as horas que passaram na companhia um do outro foram suficientes para recuperar as energias para a próxima semana que segundo o aviso de Terri, seria da pesada. Pela primeira vez, eles estavam atrasados no cronograma de filmagens naquela temporada. Ela estava deitada no colo dele que acariciava os seus cabelos recostado no encosto. A tv passava comerciais e ao ver uma garotinha muito parecida com Annie ela riu. Curioso, Nathan perguntou.

- O que foi?

- Estava me recordando da minha sobrinha. Estávamos na casa da minha mãe e inventei de assistir tv. Adivinha o que passava? Castle. Um episódio da terceira temporada, aquele do strip. Sabe o que descobri? Você tem uma fã. Mais que isso, ela gosta de você e teima em dizer que você gosta de mim. Te chama de moço “boito” na linguagem dela.

- Sua sobrinha é bem inteligente. Como ela se chama?

- Annie. Ela me perguntou porque você não me beijava. Sério, me deixou em maus lençóis porque eu estava sentindo tanto a sua falta e recordar qualquer coisa sobre você era muito complicado. Eu adoro aquela menina... ela é linda e tão meiga.

- Uma verdadeira Katic então. Gostaria de conhece-la.

- Tenho certeza que ela também. Um dia desses,quem sabe?  

Quando se despediram naquele sábado e Stana chegou em casa notando que já não sangrava mais algo que já percebera cedo pela manhã, achou estranho. Seu período durara apenas dois dias e fora muito escasso. Não ligou. Possivelmente era uma consequencia do anticoncepcional. Não comentou nada com ele e fez uma anotação mental para marcar a consulta para depois da semana pesada de trabalho. 

O ritmo das gravações apertaram e passaram a semana seguinte chegando às seis da manhã e saindo por volta da meia-noite. De vez em quando para descontrair, algum deles aprontava alguma. Seja Jon com Nathan, Stana com Seamus ou mesmo dois deles com os escritores, havia sempre risos no ambiente de trabalho. Nathan estava doido para pregar uma peça em Stana então resolveu pega-la pelo vício. Eles estavam prestes a filmar uma cena no distrito onde eles discutiam o caso na frente do quadro branco. Após Beckett expressar sua opinião, ela pegava o copo de café sobre sua mesa e bebia enquanto Castle divagava em uma das suas teorias malucas que a faziam revirar os olhos. Nathan aproveitou sabendo que o café do copo seria de verdade e que Stana viria com vontade para vira-lo em seus lábios, ele colou o copo na mesa para ver o que acontecia.

Estavam todos a postos para gravar e ao sinal de ação do diretor, eles começaram o diálogo. Conforme previsto, ela terminou sua fala e se dirigiu ávida para pegar o copo sobre a mesa. Ao agarra-lo, por estar colado acabou apertando o copo e derramando o café na mesa molhando um pouco sua mão. Ele não aguentou e caiu na gargalhada.

- Nathan! Ela virou-se para ele com um olhar irritado mas ao vê-lo gargalhando, ela desatou a rir também – já é a segunda vez que você faz isso comigo. Seu bobo! Você me paga, pode aguardar. Ele não conseguia parar de rir e ela não resistiu e deu um soco no peito dele ainda rindo. Após se acalmarem e a produção limpar e arrumar o cenário, eles voltaram a gravar.

Por volta do dia 16, ela estava muito cansada. O ritmo intensivo continuava por conta do atraso causado na primeira semana devido aos eventos ocorridos. Era por volta de cinco da tarde quando ela arrumou um tempo para respirar e tinha que filmar até às dez da noite. aproveitou o intervalo para ir ao banheiro. Nem bem tirou a calça, percebeu o filete de sangue descer pela sua perna. Apavorada, ela mandou uma mensagem para Nathan pedindo ajuda, repetiu a mensagem três vezes sem retorno então resolveu apelar para Dara. Discou o numero dela. Ela mal atendeu e Stana já foi falando.   

- Dara... por favor, acha o Nathan. Preciso de ajuda... no banheiro logo.

Desligou e sentiu o corpo gelar, a pressão caira e ela sentou no vaso e colocou a cabeça entre as pernas para melhorar. Dara foi achar Nathan no set do loft onde gravava uma cena com Molly por isso não vira as mensagens. Ela interrompeu a gravação e disse que precisava muito falar com Nathan. David não gostou muito da interrupção mas Dara não se importou e saiu puxando o ator rumo aos banheiros. Sem entender nada, ele perguntou.

- Espera Dara, o que aconteceu? Onde está me levando?

- Ela precisa de você, não sei porque. No banheiro... – ela invadiu o local com Nathan atrás dela e encontrou Stana pálida sentada, o sangue escorrendo pelas pernas.

- Meu Deus! Você está sangrando! O que aconteceu? – Dara perguntou. Nathan sentiu as pernas bambearem ao ver a cena.

- Eu não sei... sinto uma dor fina no meu ventre.

- Nathan, temos que leva-la para o hospital. Precisamos ver o que está acontecendo.

- Não hospital, não – e gemeu de dor – a clínica... da ginecologista.

- Ok, vou ligar para Terri e pedir para continuarem as gravações sem vocês, Nathan segure-a firme e a coloque em seu carro. Vou com vocês mesmo porque imagino que não seria nada bom alguém ver vocês dois entrando juntos numa clínica ginecológica – ela percebeu que ele continuava estático e de boca aberta – Nathan, mexa-se!

Saindo do transe, ele a apoiou nos ombros perguntando antes se conseguia andar. Do estacionamento até a clínica fora relativamente rápido. Nathan pisou o quanto pode e ao parar o carro na frente da entrada, Dara saltou com ela deixando-o para estacionar.

- Fica no carro, te mando mensagem pra informar o que está acontecendo.

- Tudo bem. Mas não estava. Nathan estava muito nervoso, com o coração apertado. O que estava acontecendo com ela? Estaria doente? Ele não queria pensar no pior. Mantinha os vidros fechados e o ar condicionado ligado mas suava. A ansiedade o fazia mexer-se constantemente na cadeira do motorista e olhar intensamente para o celular como se pudesse faze-lo tocar com notícias dela.

Na clínica, Dara acompanhava a entrada de Stana numa maca para a sala de pequenas cirurgias, a médica que sempre a atende estava presente e já examinava procurando entender o que acontecera. Fazia algumas perguntas para ela e após a enfermeira limpar a area e coletar uma nova amostra de sangue dela para um exame, a médica começou a fazer uma ultrasom transvaginal e suas suspeitas se confirmaram ao analisar o monitor. Em silêncio, ela trabalhava fazendo anotações para logo em seguida instruir a enfermeira a ministrar um antibióticio na veia. Ela executou todo o procedimento sem dizer uma palavra, o que deixou Dara ainda mais preocupada.

Ao terminar, a médica pediu para Stana se vestir e se juntar a ela e a Dara na sala ao lado. Porém, deixou Dara sozinha para checar os resultados do laboratório. Quando se juntou a produtora, ela olhou enigmatica para ela buscando alguma resposta. Infelizmente ambas estavam no escuro. Stana checou o celular e viu mais de cinco mensagens de Nathan perguntando o que estava acontecendo e se ela estava bem.

- Nossa, o Nathan está desesperado e eu não sei o que falar para ele.

- Teremos que esperar a médica – apertou a mão dela em sinal de conforto – vai dar tudo certo.

A doutora voltou e sorriu pela primeira vez para elas.

- Olá, Stana. Fazia um tempinho que você não aparecia por aqui. Como você está se sentindo?

- Um pouco melhor. Eu ia ligar para visita-la esta semana mas como tive meu período, não podia e o trabalho está muito acelerado e...

- E você optou pelo trabalho ao invés da sua saúde? Entendo. Você descreveria seu período como regular, um relógio?

- Na verdade eu suspendi o anticoncepcional no meio de novembro e na quinta passada eu finalmente vi o resultado mas fazia tempo que estava tomando o remédio portanto acho que como durou apenas dois dias imagino que não dá pra eu dizer que está normal.

- Certo, Stana você teve um sangramento, um princípio de hemorragia que se iniciou mesmo na quinta-feira como você mencionou. Você teve um aborto espontâneo – a cara de choque e os olhos arregalados serviram de resposta para a médica, o coração dela estava acelerado – pela sua reação presumo que não sabia. Eu sinto muito.

- E-eu não entendo. Eu fiz teste de farmácia, dois com resultados controversos mas o exame de sangue deu negativo. Como pode?

- Sua gravidez foi tubária e por isso não resistiu e também não foi detectada no exame por ser apenas de quatro semanas. Seu sistema imunologico está com os hormônios desregulados. Me diga, a quanto tempo tem vida sexual ativa? Um parceiro fixo ou essa gravidez poderia ter sido um acidente?

- Já tenho um parceiro fixo a quase um ano mas a gravidez não era esperada.

- Tudo bem, vou passar alguns exames e você terá que fazer uma reposição hormonal. Devido ao procedimento que fiz com você quero que fique esses dois dias e o final de semana em repouso. Nada de trabalho, entendido? E nada de sexo – a médica receitou o que devia, já agendou a nova consulta e entregou a ela – só mais uma pergunta. Você pretende engravidar logo ou posso descartar essa possibilidade?

- Não pretendo engravidar tão cedo, doutora – Dara olhou para ela com cara de quem não acreditava no que ela dizia.

- Tudo bem, pode ir e se cuide. Vejo você para seu preventivo semana que vem.

As duas deixaram o consultório e na recepção Dara a parou antes de seguir para o carro.

- Stana, eu sinto muito. Vá pra casa com o Nathan, descanse. Pego um taxi e volto para o estúdio. Tenho que negociar algo com o Marlowe e a ABC. Se cuida, te vejo na segunda e preocupe-se em se recuperar – ela abraçou Stana e ao se separar sorriu para ela. Seguiu para o carro devagar e somente então a ficha do que descobrira caíra. Ela realmente estivera grávida. Quando Nathan a viu chegar ao lado do carro, respirou aliviado. Ela entrou no carro e ele foi logo falando.

- Amor, você demorou. Estava aflito, o que aconteceu? Você está bem? Cadê a Dara?

- Dara voltou para o estúdio, me leva pra casa e apenas dirija. Lá eu conto pra você. E Nathan obedeceu. Em silêncio, viu quando ela não segurou mais o choro e as lágrimas invadiram o rosto. Era muito difícil manter-se calado ao vê-la chorar. Doía-lhe o coração. Chegando em casa, ela foi diretamente para o quarto e ele a seguiu.

- Vai me contar o que aconteceu? – sentou-se ao lado dela na cama.

- Nate, eu tive uma hemorragia. Um aborto espontâneo, estava grávida mesmo. Tubária, o que justifica o resultado negativo do exame. Eu estava certa, me sentia grávida – ele a abraçou forte e acariciou os cabelos – e-eu não sei o que pensar...

- Não fique assim, Staninha. Procure não pensar, precisa descansar e vou cuidar de você, fazer o que mais gosto, te mimar. Vem, deita na cama – deitou ao lado dela e a aconchegou em seu corpo – feche os olhos e se lembre que no dia que resolvermos ter um bebê, será um momento feliz para os dois. Você ficará bem, nós ficaremos. Procure dormir eu estarei aqui quando você acordar.

E ele ficou ali até ela pegar no sono. Queria poder tirar essa tristeza do coração dela, fingir que isso não acontecera. Eles podiam estar comemorando ou talvez nem cogitando a ideia de um bebê. Um dia eles fariam da maneira correta, por decisão dos dois. Tendo certeza que ela já estava no sono pesado, Nathan levantou da cama e resolveu preparar uma refeição leve para ela. Mal se alimentara hoje e não podia ficar sem comer nada. Faria uma sopa e torradas com alho.

Duas horas depois ela acordou. Esticou o braço e encontrou Nathan ao seu lado escorado na cama e velando o sono dela. Sorriu e apertou a mão dele. Sorrindo de volta, ele beijou-lhe os dedos e ficou admirando-a por um tempo.

- Está se sentindo melhor?

- Sim, fisicamente. Emocionalmente ainda tenho que entender, estou confusa. Por um lado a descoberta da gravidez foi uma surpresa mas nem tanto, eu ainda me sentia estranha como se entendesse que estava diferente. Acho que não tinha percebido o quanto desejo uma criança em minha vida até esse acontecimento.

- Entendo, mas daremos um passo de cada vez. Você precisa estar bem fisica e emocionalmente para voltarmos a pensar nisso. Agora precisa se cuidar. Deixa eu mimar você um pouquinho. Levante-se vá até o banheiro, tome um banho, troque de roupa enquanto vou buscar seu jantar. Quero que se alimente direito e se sentir alguma coisa, qualquer dor você precisa me dizer o quanto antes. Tudo bem? – ela balançou a cabeça em sinal de concordância – ótimo, agora vá se cuidar – e beijando a testa dela a viu caminhar vagarosamente até o banheiro. Satisfeito, ele se levantou e foi buscar o jantar.

Stana conseguiu comer toda a sopa e adorou as torradas dele. O restante da noite foi tranquila. Nathan não deixar de dar a atenção a ela nem por um segundo e a paparicava de todas as maneiras que podia. Acabaram dormindo relativamente cedo. O cuidado e o tratamento dele não se alterou no dia seguinte, sempre atencioso com ela, Nathan se desdobrava para agrada-la e ela estava adorando ser mimada dessa forma por ele.

Nos estúdios da ABC após Dara conversar com Marlowe e Terri, explicou o que acontecera sem mencionar a gravidez e a ausência de Stana pelos dois próximos dias sob ordens médicas e o final de semana. Sugeriu que propusessem à rede de televisão o postergamento do próximo episódio em uma semana além de mexer no calendário de exibição para o seu episódio também. Eles estavam com apenas 25% do 616 filmado e precisariam intensificar o ritmo das gravações para voltarem ao cronograma previsto. Marlowe concordou com ela e juntos foram negociar com o chefe da programação da ABC. Depois de algumas discussões que envolviam audiência, spoilers e exibição do episódio para a imprensa, eles chegaram a um consenso. Agora restava lidar com os fãs que certamente ficariam bem chateados com o adiamento de Dressed to Kill já que o episódio era bastante esperado por eles. Para isso, escolheram por soltar algumas informações do episódio sabendo que os jornalistas divulgariam algo em redes sociais e blogs.

No fim, tudo poderia se acertar, ter uma pausa na exibição com retorno logo após o superbowl tinha chance de favorecer a audiência da série. Voltando ao estúdio, Dara tratou de comunicar a equipe técnica e os atores. Em seguida, ligou para Nathan e avisou do que ocorrera. Também mencionou que não falara nada sobre a gravidez e quis saber como ela estava. Após conversarem por cerca de dez minutos, ele desligou. Stana assistia TV deitada no sofá. Ele se sentou e colocou as pernas dela sobre as dele. Começou a fazer uma massagem nos pés dela.

- Era a Dara. Seu cartaz é bom, Staninha. Ela e Marlowe conversaram com a ABC e acertaram o adiamento de Dressed to Kill para três de fevereiro com isso suspenderam as gravações até segunda para você estar bem. Ah, ela também não contou o real motivo do seu afastamento, quis deixar o assunto apenas entre nós por privacidade.

- Ela é um amor, não? Dara realmente torce pelo nosso relacionamento. Mas e como ficam os outros episódios? Acho que temos atrasos nas gravações não?

- Sim, um pouco mas ela também negociou o episódio escrito por ela e Chad para dezessete de fevereiro. Assim ganhamos algum tempo para gravar.

- Os fãs não vão gostar nada dessas novidades especialmente quanto ao episódio com o vestido da Kate.

- Relaxe, amor eles vão reclamar talvez xingar a ABC e no fim esperarão para assistir ainda mais ansiosos.

- É, tem razão. Quer assistir um filme ou quer nos ver na TV?

- Um filme...

- Você devia fazer minhas vontades... não disse que me mimaria? Quero nos ver. Que tal a segunda temporada? Adoro as provocações entre Castle e Beckett.

- Ah, você não tem jeito mesmo. Uma shipper incorrigível. Vamos lá, eu prometi.

- E a pipoca? – ela fez cara de manhosa e Nathan revirou os olhos brincando com ela.

- Seu desejo é uma ordem minha rainha. E ele se mandou para a cozinha ao som das risadas dela.

E o mimo continuou pela sexta-feira toda. Comidinhas, beijinhos, um bom banho a dois e algumas conversas animadas entre eles. Stana tinha razão, os fãs reclamavam direto no twitter sobre o adiamento do episódio. Por outro lado, a chuva de spoilers mantinha a ansiedade a toda. Na manhã de sábado, ela acordou com o celular tocando incessantemente. No display, viu as horas. Não eram nem oito da manhã mas era a sua cunhada que ligava.

- Oi... tudo bem?

- Oi, Stana. Desculpe te ligar tão cedo mas não sei o que fazer. Desde ontem de madrugada, Annie acordou chorando do que eu imagino ter sido um pesadelo e ficou pedindo repetidamente que eu ligasse para você. Eu tentei acalma-la falando que era tarde mas ela não dormiu mais. Choramingou até agora e murmurava seu nome muitas e muitas vezes. Eu não sabia mais o que fazer e ela não quis me contar o sonho.

- Tudo bem, você não atrapalhou nada e sinceramente estou preocupada com o que pode estar acontecendo com Annie. Me deixe falar com ela – Nathan acordou e após beijar o ombro dela sussurrou.

- Quem é?

- Shhh... depois de conto – ela ouviu a voz chorosa da menina do outro lado.

- Tia Stana?

- Oi, meu amor. Tudo bem com você?

- Sonhei com você. Tinha sangue. A tia tava sangrando... você está dodói tia? Onde fez o dodói do sangue? – Stana estava boquiaberta com as palavras da menina.

- Eu estou bem, querida. Titia não está dodói, está tudo bem.

- É feio mentir, Annie sabe que tia tá dodói. Foi um bandido com “volver”? O moço “boito” salvou a tia Stana?

- Não amor, ninguém atirou em mim. Vamos fazer o seguinte, vou falar com sua mãe e pedir para ela leva-la no meu trabalho segunda-feira para você ver que estou ótima e não tem sangue. Tudo bem?

- Tá, Annie não gostou do sonho. Não quer tia Stana dodói. Tem medo, tia Stana não pode morrer, Annie ama muito a tia.

- Eu amo você também, docinho. Agora deixa eu falar com sua mãe. Oi, nossa ela teve um pesadelo mesmo. Prometi a ela que podia me ver na segunda. Pode leva-la ao estúdio? E antes que você me pergunte, ela não vai atrapalhar.

- Tudo bem. Se não puder levar, Marko leva. Achei bem estranho essa historia de sangue. Ela deve ter visto algo na TV e imaginou essas coisas. Obrigada, Stana. Só de olhar para ela sei que relaxou um pouco falando com você.

- Que isso, é meu dever de tia. A gente se vê na segunda. Após desligar, Stana fitou Nathan ainda um pouco surpresa com o que ouvira de Annie – minha sobrinha. Acredita que ela sonhou comigo sangrando? Ela afirmou que eu estava doente. Desde ontem chora e pede para a mãe para falar comigo. Isso é tão estranho. Até me arrepio falando disso – mostrando o braço e os pelos eriçados.

- Crianças são muito sensitivas. A julgar pelo que você havia me contado antes, sua sobrinha gosta muito de você e essa ligação pode ser ainda maior do que você acredita. Mas a pergunta é pertinente, você realmente está bem? Não existe nada além do sangramento provocado pelo aborto espontâneo? Também fico preocupado.

- Sim, ela disse que após me recuperar do procedimento que ela fez preciso fazer mais um exame que é referente a hormônios. Estão desregulados por causa do anticoncepcional. Uma vez medicada e estando eles normalizados, posso engravidar novamente se quiser.

- Hum, e você falou de nós? – perguntou ele com um certo receio – sei que é difícil a nossa situação e esse lance de não poder te acompanhar nesses processos.

- Apenas disse que tinha um parceiro fixo a quase um ano. Não revelei quem era.

- E o que você estava falando sobre segunda com a sua sobrinha? Ela irá ao set de filmagens?

- É melhor que ela me veja trabalhando para ter certeza de que estou bem do que ir até minha casa e não me encontrar ou mesmo termos que nos separar a fim de que ela possa me visitar. Não se preocupe, não atrapalhará em nada e será por pouco tempo.

- Sim, tudo bem – e beijou a testa dela. O fim de semana foi tranquilo para os dois. Stana se queixou de cólicas mas nada que um analgesico não resolvesse. Recuperada quase que completamente, Nathan a deixou na noite de domingo e voltou para sua casa não antes de fazer mil recomendações inclusive a de não ir de bicicleta ou a pé para o trabalho no dia seguinte. Insistiu em busca-la para irem juntos ao estúdio mas Stana foi irredutível apesar dos protestos de Nathan.

Na segunda, ela chegou cedo e Dara foi a primeira pessoa que a questionou sobre seu estado de saúde. Ela atualizou a produtora e agradeceu por todo o apoio inclusive pela discrição. Dara sorriu e lembrou que precisaria da dedicação dela quase que redobrada essa semana e Stana garantiu que a teria.

Tão logo Nathan chegou, eles rumaram para o estúdio e continuaram a gravar de onde haviam parado. Estavam próximos ensaiando uma nova cena quando uma das assistentes do elenco veio procura-la.

- Com licença. Tem uma moça e uma menina procurando por você Stana. Deixo entrar no estúdio, levo pro seu camarim?

- Ah, deve ser a Annie. Se importa de pararmos um instante para eu falar com ela? – perguntou a Nathan.

- Claro que não! Na verdade, estou bastante curioso para conhece-la também.

- Cuidado com o que você deseja... – ela sorriu e avisou a assistente que já estava indo encontra-las. No momento que Stana as avistou na entrada do estúdio, um pequeno furacão correu em sua direção e agarrou em suas pernas. A pequena de pele alva, olhos verdes e cabelos castanhos amendoados longos e cheios de cachinhos na ponta, ergueu o rosto chorosa para olhar a tia, as pequenas lágrimas relutavam em cair.

- Tia Stana.... Annie tava com saudades – Stana se agachou e abraçou a menina para em seguida beija-la. Annie segurou o rosto da tia com as duas mãos como se a examinasse procurando saber se estava tudo bem com a tia. Ela não ficara satisfeita com a resposta que recebera ao telefone. Enquanto as mãozinhas acariciavam o rosto dela e os olhinhos se concentravam em reafirmar que estava tudo bem, Nathan se aproximou de Stana sorrindo e perguntando.

- Nossa, quem é essa menina tão bonita? Annie desviou os olhos da tia e percebeu o homem que se encontrava ao seu lado. Num gesto tipicamente infantil, ela largou da tia e abriu a boca arregalando os olhos. A resposta fora involuntária.

- Wow... o moço boito é gigante... – Stana riu da reação da menina que não conseguia tirar os olhos de Nathan. Parecia hipnotizada por ele.

- Nathan, esta é a Annie uma menina linda e inteligente. A sobrinha mais linda que alguém pode ter. Annie, esse é o Nathan, meu amigo.

- Olá, Annie – ele se agachou para falar com ela e estendeu a mão – você é linda que nem sua tia. Prazer em conhece-la – mas Nathan certamente não estava preparado para a resposta da pequena. Annie ainda em transe conseguiu fita-lo e foi direta.

- Quando você moço boito val casar com a tia Stana?



Continua.....

sábado, 25 de janeiro de 2014

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.15


Nota da Autora: Voltei! E pelo jeito tenho ótimas ideias para a nossa fic S/N... vamos agitar então?! Não sei se a Stana tem sobrinha mas eu inventei uma kkkk - espero que goste!


Cap.15

Era véspera de natal e Stana já se acomodará na casa da mãe para ajudá-la com a ceia. Porém, esse ano ela apesar de feliz não estava no clima para grandes festas. Era ótimo estar com a família mas no fundo, sentia falta dele. Depois de tudo pronto, ela foi se arrumar para ficar com os irmãos. Todo aquele cheiro de comida a enjoou. Sentiu o estômago revirar ao sentir o cheiro do whisky que seu irmão tomava. Correu para o banheiro e colocou pra fora a última refeição que fizera das misturas de comida que preparara com a mãe. Quando retornou, seu irmão ofereceu a ela vinho mas Stana recusou. Novamente um comportamento nada comum a sua filha, Rada percebeu. Ela também não comentou com ninguém o que havia ocorrido.

Após a ceia, trocaram presentes e conversaram bastante. A sala da casa da mãe se encheu de risadas e a alegria reinou por duas horas ininterruptas. Somente após ajudar a mãe a arrumar tudo, Stana foi para o quarto que fora destinado a ela. Já de pijamas, ela deitou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos por alguns minutos. Apesar do momento de descontração com a família, sentia-se só. No fundo, ela estava com saudades dele. Queria ouvir sua voz. Decidida, pegou o celular e discou.

Nathan estava à mesa com o irmão e os pais além dos sobrinhos. O barulho era grande,alguns gritos de um lado, risadas do outro, uma verdadeira confusão de sons. E claro que o telefone passou desapercebido. Frustrada, ela não deixou recado na caixa postal. Ela olhava para o telefone quando sua mãe entrou no quarto.

- Filha? Já está dormindo? - percebeu o jeito como Stana olhava o telefone, um olhar perdido. Havia algo acontecendo com ela. Percebera desde que a filha chegara em sua casa.

- Ainda não,mãe. O que foi?

- Nada, vim desejar boa noite.

- Como nos velhos tempos?

- Sim, como nos velhos tempos. Slatki snovi.

- Slatki snovi - sorriu.

- Esta tudo bem mesmo, filha? Estou te achando triste...

- Estou bem, só estou cansada o dia foi puxado. Não tenho costume de cozinhar para muita gente.

- Você não me engana. Tem algo te incomodando Stana. Mas se você quiser me contar, estou aqui senão tudo bem. Não precisa pedir quando precisar do colo da sua mãe.

- Obrigada mãe. Mas estou bem - Rada beijou o rosto da filha e sorrindo a deixou sozinha. Apagou a luz. No instante que Stana ia largar o celular sobre a cabeceira, a tela se iluminou com a foto dele. O sorriso ressurgiu no rosto.

- Hey babe...

- Hey... Vi que você me ligou. Aconteceu alguma coisa?

- Não, eu apenas... – suspirou profundamente – eu queria ouvir sua voz, estou com saudades Nate. Devia ter viajado com você.

- Eu também sinto sua falta,gorgeous... ,mas às vezes temos que nos contentar com o que temos. E temos um disfarce a zelar. Claro que eu preferiria estar com você ou acha que esqueci da nossa comemoração? Só de lembrar perco o ar... não é fácil ficar longe de você. Sinto uma vontade louca de te beijar apenas de ver a sua foto com aquele sorriso enigmático e tão lindo.

- Nate... não faz isso, estou carente, solitária. Queria tanto me aconchegar em seus braços e dormir com seu corpo quente junto ao meu.

- Ah,Staninha... você nem imagina... – uma voz gritou ao longe – tenho que desligar. Meu irmão está me chamando, não pode desconfiar. Fica bem e feliz natal, meu amor.

- Nos falamos no ano novo?

- Claro!

- Feliz natal, babe. Lov ya – ao desligar o telefone suspirou, sentia-se melhor apenas por ouvir a voz dele por cinco minutos. Stana não sabia que seu dia de natal ainda lhe traria fortes emoções.

Quando acordou por volta das nove da manhã, o falatório já corria solto na sala de jantar. As crianças agitadas com seus presentes e os irmãos já tomavam o café com rabanadas. Stana estava desejando um copo de eggnog mais do que a própria vida. Beijou a mãe no rosto e já foi abrindo a geladeira servindo-se da bebida assim que a encontrou na prateleira. Também pegou um pedaço de brioche e mordiscou intercalando com goles da bebida. A sobrinha mais nova de apenas quatro anos se enroscou nas pernas dela e pediu colo. Era louca pela tia. A menina era capaz de passar minutos cariciando o rosto da tia e  beijando seu nariz e suas bochechas. Tinha um fascínio por Stana. Ela certamente não se incomodava, amava crianças e não via a hora de ter a sua.

Com a menina no colo, ela se concentrou em seu café logo depois que terminou o eggnog. Sentir o aroma da bebida quente a fez pensar em Nathan. O que estaria fazendo naquele momento? A julgar pela hora, dormindo provavelmente. Era o que ela faria se tivesse ao seu lado. O aroma de salsicha frita e ovos invadiu suas narinas. O irmão preparava para ele e a esposa. Aquele cheiro a deixou novamente enjoada. Levou a costa da mão à altura do nariz e cheirou. Isso sempre acalmava o enjoo. Repetiu o movimento umas três vezes quando finalmente se sentiu melhor. Tomou o último gole do café e levantou-se da cadeira com a pequena no colo rumo à sala de estar.

Sentou no sofá e ligou a TV. Foi surpreendida por um episódio de Castle na TV. Terceira temporada. O episódio do policial stripper. A cena que aparecia na tela era dela e de Nathan no clube de stripper vendo a apresentação dos caras no palco. Beckett vestira-se bem para a cena e já despertava ciúmes de Castle. Ela gostava quando isso acontecia porque podia perceber as reações além de Castle, as de Nathan. Estava tão absorta na cena que tinha esquecido da sobrinha em seu colo. A pequena Annie também olhava atenta a TV. A voz da criança a tirou do transe quando disse.

- Tia Stana ta “boita... vai usa o volve”? Annie gosta do moço “boito”. O namorado da tia – e ao mesmo tempo que ela arregalava os olhos a menina ria do extintor de incêndio, virando-se para ela, continuou – porque não beija seu namorado, tia? Mama e daddy beijam na boca. A tia pode também... é “gande”.

- Ele não é meu namorado, docinho.

- Ele gosta da tia, é o namorado. Boito moço. Boito – Stana balançou a cabeça e riu da sobrinha – tia Stana?

- Hum... – ela levou umas nozes a boca esperando a sobrinha falar.

- Quando vai casa com o moço boito? – e ela se engasgou com as nozes. Tossiu tanto que uma lágrima escorreu de seus olhos – num chora tia... ele gosta de você...

- O que está acontecendo? Tudo bem Stana? – era sua cunhada preocupada – Annie deixe sua tia em paz. O que você fez?

- A tia ta triste, ela gosta do moço boito.

- Eu me engasgei com as nozes, ela não fez nada – a cunhada olhou para a TV e viu o que passava, começava a fazer sentido agora – está tudo bem Annie. A tia está bem, ok? – a menina deu de ombros mas a olhou como se dissesse “mentirosa” ou pelo menos era essa a interpretação de Stana.

O dia passou preguiçoso e além de comer, Stana decidiu dormir logo após o almoço. Mais tarde ao acordar, sua sobrinha pediu para brincar com ela. Sentada no chão, ela brincava de fazer comidinhas para as duas e encantada com a criança, entrou no clima. Perdeu a noção do tempo quando a cunhada veio chama-las para jantar, se assustou. O dia já terminara e ela nem mandara uma mensagem de bom dia a ele. Pensativa, reuniu-se aos demais.

Assim que acabou de jantar, ela organizou as coisas com a mãe e ao colocar o primeiro pedaço da torta de cheesecake na boca, sentiu o estomago revirar. Respirou fundo mas ficou pálida no mesmo instante. A mãe percebeu assim como a cunhada.

- Stana, está se sentindo bem? Você está pálida! Pega um pouco de sal e um copo com água na cozinha pra ela, Marko! Ponha a cabeça entre as pernas querida, assim... – e a cunhada a ajudou, o enjoo foi passando e o sangue voltou ao rosto, suava frio – está melhor?

- Sim, obrigada. Acho que essa mistura de comida me deixou com dor de estomago. Pode fazer um chá pra mim mãe?

- Claro! – assim que voltou com o cha, a mãe a repreendeu – você não está se cuidando filha. Nem deve estar comendo direito. Quando foi a última vez que foi a um médico? Percebi que você estava estranha desde que chegou e agora esses enjoos... se fosse em outros tempos eu já tinha uma suspeita mas... você não está namorando...

- Tia Stana tem namorado... o moço boito da TV.

- Querida, aquele não é o namorado da sua tia – disse a vó – ele é só o colega de trabalho dela.

- É por isso que ela num beija ele? O moço gosta dela.

- Meu deus! E ela só tem quatro anos! – disse a mãe abismada com o raciocínio da menina. Stana por outro lado sentiu a cabeça latejar. Sabia o que a mãe insinuara e não queria pensar na possibilidade. Não nem pensar! Ela pediu licença para se deitar e trancou-se no quarto. Nervosa, passava as mãos pelo cabelo. Começou a fazer as contas. Tinha ficado com ele dia vinte não muito cedo. Antes disso apenas ficaram nos amassos e nada de mais. Isso é besteira da minha cabeça, pensou. Pelas suas contas, o seu período era essa semana. Não espera, semana passada. Tudo bem, ainda estava dentro do esperado... Fechou os olhos por um momento e respirou fundo. Nada de desespero dizia a si mesma.

Fitando o teto, ela decidiu que precisava de algo para ocupar a mente. Falar com ele ou mandar uma mensagem podia ser reconfortante. Ao pegar o celular porém, primeiro entrou no twitter e começou a ler suas mentions. Toneladas de mensagem bonitas e carinhiosas de fãs desejando feliz natal, ano novo e várias fotos dela e dele juntos e separados. Então, ela se deparou com algo inesperado. No fundo, ela leu um tweet de algum fã criticando a Ochoa mas porque? Ela foi atrás da possível mensagem original. Ao vê-la, Stana também não acreditou.

Como ela pode fazer isso? Por que com tantas canções de natal ela fez isso? Escolheu justamente a do meu tweet? A cabeça voltou a doer. Havia muitos outros posts com mensagens, xingamentos e defesas para Stana. Com tudo que lera, ela conseguia se sentir melhor exceto por um único post que ainda não tinha percebido até dois segundos atrás. Nathan.

Ele mandou um recado aos fãs que aparentemente estavam xingando e ameaçando a Ochoa. Ele tinha razão em chanar a atenção de leve mas ao fazer isso gerou raiva porque para o fandom, ele estava defendendo-a em detrimento dela. Por que defender Ochoa e não Stana fora alguns dos comentários que ela conseguiu captar em algumas línguas. Ochoa provocou e parece que Nathan acabou colocando mais lenha na fogueira. Stana sentiu a raiva domina-la. Ele não precisava ter feito isso. Ficasse calado.

Ela mordia os lábios pensativa. Devia ou não ligar pra ele? Tirar satisfações? Nathan dizia que ela era apenas uma amiga mas para Stana, Ochoa era sua pedra no sapato assim como sabia que Mark era a de Nathan. Por mais que tentasse se controlar e lembrar que estavam juntos e não devia ceder ao ciúme, era impossível. Ela nem conseguia raciocinar quando o assunto era Ochoa.

Andava de um lado a outro do quarto tentando decidir se deveria tomar uma atitude. Não podia responder a todos com uma das suas indiretas pois tirara férias da rede social. Isso não era algo que ela esperava na noite de natal. Não mesmo, especialmente dele.

Resoluta pegou o celular e escreveu uma mensagem para ele.

“Nathan, está online? Preciso falar com você. S”

O tom que usou na mensagem deixava claro que ela estava chateada. Stana esperou por vinte minutos sem qualquer resposta dele. Irritada, ela resolveu tomar um banho e dormir. A última coisa que ela precisava agora era alimentar sua raiva por Ochoa e principalmente Nathan. Mas ela demorou muito para dormir e dois dias se passaram sem qualquer noticia dele.

O humor dela apenas piorou e logo após voltar para seu apartamento, ela não tinha qualquer motivação para sair. Mas tinha fome e por isso ordenou uma entrega de comida chinesa. Ela bem que tentou comer mas após cinco garfadas, ela sentia-se cheia e novamente veio o enjoo. Vomitou o que comera e o resto da bile. Fazia umas dez horas que não colocava nada no estomago além de café. Após tomar um banho, ela secava o cabelo quando a campainha do seu apartamento tocou. Quem poderia ser?

Ao aproximar-se para abrir a porta, ela sentiu um arrepio de excitação percorrer sua espinha. Sim, por um segundo ela pensou que poderia ser ele. Seu coração, mesmo com a raiva, se encheu de esperança com a ideia de vê-lo. Mas ao checar o olho mágico, viu sua cunhada e a sobrinha na porta. Tinha esquecido completamente!

- Oi!

- Hey, Stana... você não está pronta....oh, você esqueceu! Se quiser nós...

- Não, eu acabei de secar o cabelo me arrumo num instante – disse Stana com a sobrinha agarrada às pernas. Elas tinham combinado de comprar roupas para o ano novo e um presente que ficara devendo para Annie – o tempo voou. Acredita que amanha já é véspera de ano novo?

- Annie, largue sua tia. Deixe ela se arrumar.

A menina obedeceu e Stana pode se vestir. No fim, seria bom sair um pouco com ela e esquecer o suposto problema da sua vida amorosa naquele momento. Em quinze minutos, deixaram o local.

Stana tinha razão. A saída com a sobrinha e a cunhada renderam boas risadas e momentos bacanas. Ajudaram-na passar o tempo de uma maneira agradável. Quando sentaram-se para jantar em um pequeno restaurante italiano, porém, a lembrança de Nathan e do fim de semana em Santa Monica vieram à mente. O garçom trouxe as bebidas e a cunhada percebeu que as feições dela mudaram, na verdade parecia que Stana estava prestes a chorar. Não disse nada mas a pequena não foi tão discreta quanto a mãe.

- Tia? Você está triste?

- Não meu anjo, estou bem. Me diverti muito hoje - deu um sorriso para a menina não muito convincente.

- Mama, a tia Stana ta triste... ela não pode mentir porque é feio – virou-se para Stana – é o moço boito? Ele num gosta mais da tia? Stana teve que respirar fundo e engolir em seco para não deixar levar-se pela memória e pela emoção. Percebendo o jeito dela, a mãe chamou a atenção da filha.

- Annie, deixe sua tia em paz e como suas verduras.

- Mas mama ela tá triste – pegando na mão da tia, a garota falou – não fica triste, tia. Ele gosta muito de você.

Nesse instante ela recebeu uma mensagem no celular. Era ele. Stana sentiu o coração parar por um segundo. Olhou o display. A única palavra que conseguira ler era um “Hey, gorgeous”. O restante da mensagem foi omitida. Ela estava louca para ler mas não queria fazer isso na frente da cunhada. Sabiamente, disse que ia ao banheiro. Claro que sua cunhada não era burra e saberia que aquela mensagem era bem importante e por causa disso concordou sem fazer qualquer pergunta. Apenas disse que ia espera-la para pedir.

No banheiro, Stana se encostou na parede e destravou o celular. Suspirou antes de continuar a ler a mensagem dele.

“Hey, gorgeous. Desculpe pela demora. Meu irmão sequestrou meu celular quando estava bêbado e não se lembrava onde deixara. Está tudo bem? Você me pareceu nervosa. se quiser posso te ligar. Hoje pego o avião para Vegas. Me responda assim que puder. N.”

Ela leu e releu a mensagem umas três vezes. Vegas... porque ele estaria indo para lá? Ela respondeu rapidamente.

“Que horas é o voo? Não posso falar agora.” E recebeu a resposta quase imediatamente.

“Dez da noite.” ela consultou o relógio. Eram oito e meia. Sabia que não teria tempo de chegar em casa para falar com ele então decidiu sugerir outro horário.

“Posso ligar meia-noite?”

“Claro, se não ligar eu ligarei. Miss you. N”

Ela ficou olhando para a última mensagem por alguns segundos. Ou ele era tapado ou o lance com Ochoa não foi nada demais. Ela preferia acreditar que ele não estava dando uma de Castle e que a segunda opção era a mais apropriada. De alguma forma, sentia-se melhor.

Ao voltar para a mesa, seu semblante estava bem melhor mas a cunhada não comentou. Assim que sentou pegou o menu e perguntou se elas estavam prontas para pedir. Em cinco minutos já sabiam o que iam comer. Ela escolheu penne ao pesto porque lembrava momentos deles. O resto do jantar seguiu bem e com direito a sobremesa. A sobrinha se lambrecava com o sorvete. Uma imagem linda de infância. Despediram-se e com um beijo estalado de Annie, ela foi pra casa.

Chegou ao apartamento e verificou o relógio. Dez e meia. Ele deveria estar em solo logo. Para conter a ansiedade, ela encheu a banheira e preparou um banho de espuma. Despiu-se e entrou na água morna e relaxante. Colocou uma pequena toalha e manteve-se imóvel procurando relaxar. Nem se tocou do tempo que passara de molho envolta na espuma. Quando decidiu deixar o banho percebeu já passar das onze da noite. Vestindo seu pijama e com o celular na mão, Stana deitou-se na cama e esperou. Eram meia-noite e cinco quando o celular vibrou com uma mensagem.

“Ainda acordada? Posso ligar?“

“Pode. Estou esperando.” E o celular tocou.

- Oi, Staninha... tudo bem com você?

- Recuperou seu telefone? Espero que alguém não tente toma-lo de novo. Foi horrível ficar sem noticias suas por quatro dias. Me senti ignorada. Aliás, isso foi o mínimo.

- Sinto muito, amor – percebeu pelo tom de voz que ela não estava bem, pior estava com raiva – você está chateada e não sei como farei para me desculpar por algo que não tive culpa. Stana, amor estou com saudades. Podemos apenas passar um tempo conversando?

- Não estou chateada, Nathan. Estou irritada é bem diferente. Você passa quatro dias sem falar comigo mas em cerca de vinte minutos defende a Ochoa. Afinal quem é sua prioridade?

Ah, então era ciúmes. Ele detestava quando discutiam por besteira.

- Você. Sempre você, Staninha. Por que isso agora?

- Qual o problema dela, Nathan? Porque pra mim, ela parece merecer bem mais sua atenção. O pior não foi ela usar a mesma frase do meu post mesmo com milhares de frases de canções de natal, o que doeu mesmo foi a sua defesa e a tentativa patética dela de querer se desculpar. O que ela quis dizer com misturar ficção e realidade? O que ela estava insinuando? Por acaso ela acha que pode ficar com você e eu não?

- Stana para de imaginar coisas que não existem. Ela apenas fez uma escolha ruim na hora do post, estava falando do clima.

- Do clima ou provocando a mim com a foto de biquíni. Você está realmente defendendo ela? Não estou acreditando!

- Ela não fez nada de mais. Esquece isso, gorgeous. Queria tanto conversar com você, matar a saudade – mas aparentemente nada do que ele falava surtia efeito nela. Estava em plena crise de ciúmes e ia colocar tudo pra fora.

- Não parece que estava com saudades ou teria achado seu telefone mais cedo se é que você perdeu mesmo. Estava ocupado com outra coisa Nathan?

- Já disse a você que meu irmão escondeu o celular e não achava. Porque você tem que ser tão passional, Stana? Nada do que eu diga parece mexer com você. Te acalmar. Poxa! Eu não fiz nada errado, nada. Mas você parece ver chifre em cabeça de cavalo! A Ochoa é minha amiga de anos. Não temos nada.

- Ela é sua ex-namorada! – e de repente um pensamento lhe ocorreu, Vegas – Nathan, o que você está fazendo em Vegas?

- Foi o destino que meu irmão escolheu para o fim de ano. Falei que ele ia ter esse direito a você.

- Tem algum evento nerd ocorrendo ai?

- Stana....

- Responda a pergunta. Tem algum evento em Vegas?

- Tem, com campeonato de videogame – Stana sentiu as pernas bambearem com a confirmação. Tinha medo de fazer a próxima pergunta.

- Nathan, e-ela está nesse evento? A Ochoa, ela está em Vegas? – Nathan podia sentir a insegurança na voz dela. Era incrivel como ela escolhia não acreditar nele ou talvez apenas escolhia se cegar.

- Eu não sei.

- É claro que você sabe. Ela te conta tudo. Sempre que está em perigo corre para pedir ajuda ao bom e velho Capitão... – ela fora sarcástica e dura, reconhecia mas a raiva era maior, bem maior.

- Agora você me ofendeu. Eu não sei da vida da Ochoa. Ela não me deve satisfações e se ela estiver por aqui, irei conversar com ela numa boa. Isso não tem nada a ver com ela. Trata-se de nós ou melhor de você e esse seu ciúme bobo e sem razão. Por que você insiste nessa bobagem? Qual parte do eu te amo você não entende? Você sabe que mantenho amizades antigas que prezo por elas, foi assim que você me conheceu. É tão difícil aceitar?

- Às vezes você é tão ingênuo, Nathan. Ela sempre provoca, sempre alfineta. Todos notam, os fãs notam porque você é o único cego da história?

- Eu não sou cego, apenas não vejo a maldade que vocês parecem enxergar a todo o instante.

De repente o silêncio pairou no ar. Apenas as respirações eram ouvidas. Stana parecia estar reconsiderando o que ele disse. Exagerara? Pelo ponto de vista dele, sim. Essa carência, essa raiva não era algo normal. Então o que era? Ele quebrou a linha de pensamento dela ao chamar seu nome carinhosamente.

- Staninha, você ainda está ai? Será que podemos conversar normalmente, sem farpas ou agressões? – aquela voz chamando seu nome era musica para os ouvidos dela. Como resistir ao tom tão sereno e rouco daquela voz? Droga! Ela se vendia fácil demais – Stana... por favor...

- Ainda estou aqui – suspirou – eu não sei mais o que pensar. Não quero dividir você com ninguém. Esse é o meu problema.

- Isso será um pouco difícil devido ao número de fãs que tenho, sou um cara do tipo popular, não notou?  – ele brincou e isso a fez sorrir – ah, parece que estamos melhorando.

- Você me entendeu, Nate...

- Nate... agora sei que estamos bem. Fico em Vegas até o dia quatro. Devo estar em L.A. no domingo se quiser me ver antes do trabalho. Eu falei a verdade quando disse que estava morrendo de saudades.

- Eu também estou. Porque você me provoca tanto? Me afeta... passei quatro dias horríveis. Queria arrancar sua cabeça fora!

- Ouch! Tenho medo quando você encarna esse seu lado Beckett – ele ouviu um grito - Preciso desligar, meu irmão está chamando e ainda vou ter que inventar uma mentira para o meu sumiço temporário. Te ligo amanhã assim que conseguir despista-lo ok?

- Tá.

- Boa noite, Staninha e relaxe.

- Nate, me desculpa...

- Claro! Não tenho culpa de ser irresistível. Mamãe passou açúcar em mim.

- Bobo! Um beijo.

Finalmente, Stana conseguiu relaxar um pouco e pode curtir uma boa noite de sono. Sem qualquer pesadelo. No dia seguinte, eles se falaram rapidamente e desejaram um bom 2014 para os dois. Provocando, Stana disse que tinha um casamento importante naquele ano o que fez Nathan rir do jeito sempre shipper dela.  Na celebração de ano novo, ela estava bem diferente. Sorria, brincava era novamente a boa e velha Stana de sempre e claro que a sua mãe e a cunhada notaram. Os dias passaram rápido e quase às vésperas de voltar a trabalhar, ela saiu à rua para fazer compras e apesar do clima não tão quente da California, a agitação a pegou desprevinida.

Stana caminhava na rua e entrou no café acompanhada do irmão, da sobrinha e de um amigo o colunista Tony Cabrera. Assim que saiu segurando o copo de café nas mãos, um flash a cegou pegando-a desprevinida. A cara de susto e apreensão causou uma reação interessante na pessoa que tirara a foto, como se ela tivesse algo a esconder. Fora o impacto de não esperar tal ação, Stana se preocupava com a imagem da sobrinha e tratou de esconder a menina atrás do irmão e pediu para a moça que tirara a foto a sua compreensão e privacidade já que estava em um momento intimo com um amigo. Felizmente a pessoa não criou caso e a deixou em seguida. Despediu-se de Tony e seguiram o caminho. Todo o ocorrido mexeu com ela e assim que andaram uns trezentos metros, ela sentiu a pressão baixar. Estava muito fraca e se o irmão não a segurasse teria caído na rua.

Annie ficou assustada e preocupada com a tia. Marko levou-a direto para a casa da mãe apesar das reclamações dela. Explicou o que acontecera e a sábia dona Rada ficou realmente intrigada. Havia algo muito estranho acontecendo com essa menina e de alguma forma se ela sabe o que é não quer contar, pensou.

- Filha, você tem que ir a um médico! Não é normal desmaiar, passar mal do estomago. Tem algo estranho aí.

- Não foi nada mãe. Apenas me assustei com um suposto fotógrafo. Pensei ser papparazzi. Não gosto de expor a Annie. Está tudo bem agora, o Marko que é exagerado. Preciso ir para casa.

- Tem certeza que está bem? De verdade filha?

- Sim, de verdade mãe – ela se levantou e beijou a sobrinha e depois a mãe – ligo no meio da semana.

- Pelo menos marque um médico, Stana. Você estará logo naquele ritmo louco de gravações. Precissa se cuidar.

Ela sorriu para a mãe e saiu. Stana tinha esperanças de falar com Nathan no dia seguinte e isso realmente podia acontecer não fosse por um pequeno detalhe. Uma foto dele com a turma de nerds e claro abraçado a Ochoa. Aquilo a irritou e Stana sentiu a bile subir pela garganta. Correu para o banheiro e colocou o resto do conteúdo do estomago pra fora. Sentia a pele gelada. Suava frio. Lembrou-se que precisava respirar com cuidado ou podia sofrer outro enjoo incomodo. Permaneceu sentada no chão frio do banheiro por algum tempo até se sentir mais forte. Caminhou até a cozinha e serviu-se de um copo de leite quente. Tomou-o vagarosamente.

Ao terminar, tomou um banho e deitou-se na cama. Tinha que admitir, sua mãe tinha razão. Havia algo estranho acontecendo com ela. Se irritava facilmente, tinha enjoos, dor de cabeça e tonturas. Talvez o melhor mesmo era procurar um médico. Stana ficou olhando o teto perdida no vazio de pensamentos. Não tinha forças para pensar em seu namorado e na sua amiguinha. Era mais uma provocação. O teto parecia bem mais interessante que o celular que tocava insistentemente ao seu lado. Ela sabia que era Nathan mas ainda não estava pronta para falar com ele. Daria um gelo nele apenas pela foto.

Fechou os olhos por uns minutos e cochilou. Foi um tempo pequeno mas suficiente para recordar bons momentos com ele. Ao despertar, as memórias pareciam vividas em sua mente provocando sensações gostosas em seu corpo involuntariamente. Ela se lembrou dos dias no Hawaii. Não...isso não podia, mas ainda assim. Droga! Um pensamento espantoso a fez arregalar os olhos. As mudanças de humor, hormônios e... – oh meu Deus! Enjoos!

Stana sentou-se na cama assustada. Fez as contas mentalmente. Estava duas semanas atrasada. Não podia ser.... mas então ela se lembrou que na loucura do Hawaii, ela não tomara os seus anticoncepcionais e nem usaram camisinha, afinal eles nunca usavam. Será que ela realmente estava... ela não conseguia dizer a palavra em voz alta.

E agora? Isso poderia mudar tudo! Sua carreira, o show e inclusive seu relacionamento com Nathan.

Nathan. Como ele reagiria se sua suspeita fosse verdade? Ele ficaria feliz ou perderia a cabeça porque era assim que Stana se sentia, numa mistura de sentimentos controversos. A possibilidade de estar esperando um filho dele era incrível mas ainda assim aterrorizante. Estaria mexendo com a vida de muita gente não? Ela se lembrava das palavras dele. Dissera que adoraria ter um filho com ela, que seria o homem mais feliz do mundo. Ainda seria assim?

Pode ser alarme falso. Somente nervosismo, coisa da imaginação dela. Tinha que ser. O celular finalmente parara de tocar. Ele certamente desistira de falar com ela. E ela? Deveria ligar para Nathan? Suspirou. Melhor não. Durante toda a manhã do domingo Nathan insistiu em falar com ela. Stana resistia a cada tentativa. Irritada pela campainha e a vibração do aparelho, ela decidiu ir para rua espairecer um pouco. Pegou sua bicicleta, o capacete e os óculos escuros. Deixaria o celular em casa. Dessa forma, ela pedalou por vários quarteirões. O vento no seu rosto fizera bem a ela. Começara a relaxar. Ao passar por um seven eleven, sentiu uma enorme vontade de tomar um sorvete de blueberries.

Parou a bicicleta e desceu. Entrou no local indo direto para o freezer. Por sorte, tinha o tal sorvete. Ela pegou um pote e começou a saborea-lo ali mesmo. Encostou-se em um pequeno balcão e ficou observando o movimento enquanto comia. Viu quando uma moça entrou com um bebê no colo e não pode deixar de sorrir. Era lindo, carequinha e com grandes olhos azuis. A ideia de ser mãe a agradava mas também a deixava à beira da loucura. Era algo novo e de certa forma inesperado e porque não dizer surreal?

Terminou o sorvete e antes de dirigir-se ao caixa, ela resolveu entrar no corredor da farmácia. Ficou por cinco minutos olhando os testes de gravidez. Por fim, escolheu dois diferentes e foi pagar. Colocou os mesmos na pequena bolsa que usava e seguiu para seu apartamento. Sentia vontade de falar com ele. Apesar de comprar os testes, não tinha coragem de fazê-los sem ele. Se estavam prestes a ter um bebê, ele precisava saber. Estar ao seu lado, ela precisava que ele segurasse sua mão e dissesse que tudo ia ficar bem.

Checou o celular assim que chegou. Havia apenas uma ligação de Nathan. Esperaria por mais um contato e então atenderia. Stana esperou quase a tarde toda. Por volta das seis, soube que ele não ligaria mais. Retornou a ligação. Ao terceiro toque, ele atendeu.

- Alo?

- Hey... sou eu. Vi sua ligação.

- Estou tentando falar com você desde ontem. Imaginei que você não quisesse falar comigo. Fiz mais alguma coisa inapropriada no seu julgamento?

- Não, a bateria descarregou e eu não vi – ela decidira que não tocaria no assunto Ochoa por telefone, não diante do que tinham para enfrentar – tinha saído e vi sua ligação a pouco quando cheguei. Como foi de viagem? Tudo bem?

- Sim, o voo foi tranquilo mas senti muito sua falta. Devia ter ido comigo a Vegas.

- Para jogar videogame? – disse sarcástica.

- Stana a última coisa que eu faria em Vegas se você estivesse comigo seria jogar videogame, acredite! – ela sorriu – posso ir até ai? Preciso te ver.

- Hoje não, Nate. Estou cansada. Passei o dia fora e amanhã temos que estar cedo no estúdio. Você recebeu a mensagem da Terri certo? Devemos estar lá às sete.

- Sim, eu sei. Nem um beijinho? Estou com saudades desses lábios, dessa boca... vai Staninha apenas uns amassos não vai fazer muita diferença.

- Vai sim porque uma coisa leva a outra e você sabe muito bem onde vamos acabar.

- Ta tudo bem mas amanhã você não me escapa. Boa noite e sonhe comigo.

- Boa noite, te vejo amanha.

Apesar de mais calma, Stana demorou um bom tempo para dormir. Sonhou que estava grávida e Nate não aceitava o bebê. Ele a trocava por Ochoa, acordou chorando.
             
Raleigh Studios – 7 am

Stana chegou ao estúdio por volta das sete e quinze. Seus companheiros de elenco estavam quase todos lá exceto por Seamus. Nathan se encontrava na copa preparando um café junto com Terri e Jon. A primeira pessoa que veio cumprimenta-la foi Luke. Com um abraço apertado, ele lhe disse que não via a hora de começar a trabalhar com ela nesse episódio. Eles ainda iam finalizar alguns pontos do episódio 14 onde Kate provava seu primeiro vestido de noiva.

A próxima pessoa que veio faar com ela foi Dara. Depois de beijos e abraços, ela quis saber das férias.

- E então, curtiu suas mini férias? Beijou muito? Aproveitou o réveillon?
- Foi tudo bem, Dara – Stana ria do jeito da produtora. Ela sempre era atrevida quando se tratava de Caskett e de seu relacionamento com Nathan. Ela estava adiando o encontro com Nathan. Depois do tal sonho, ela se sentia melhor. Estava mais calma e esperava pela reação dele quando contasse o que podia estar por vir para os dois nesse momento.

Ao entrar na copa, seu coração disparou. Nathan estava de pé próximo a maquina de café com uma caneca na mão, sorria conversando com Terri. Deus! O que era aquilo? Como aquele homem podia estar tão lindo? Ele estava ainda mais magro, os olhos azuis brilhavam e o charme o dominava. O coração de Stana batia como louco no peito. Ela sabia estar com saudades mas apenas ao vê-lo pode constatar o quanto sentia a falta dele.

- Olá, Stana! Como foi de festas? – disse Terri ao ver que ela estava parada fitando ao seu parceiro de cena, quase babando.  

- Oi, Terri... tudo bem – ela respondeu ainda sem tirar os olhos dele – oi, Nathan...

- Stana.... – ele deu uma olhada bem prolongada para ela – bom te ver. Nathan se aproximou dela e a abraçou beijando seu rosto em seguida. Stana fez questão de prolongar o abraço, apenas para sentir o calor do corpo dele junto ao seu. Dara vem avisa-los que já estão todos na sala dos escritores esperando por eles. Nathan agradece mas espera as duas produtoras saírem da copa para falar propriamente com ela. Deixou a mão deslizar pelo corpo até encontrar a mão dela e aperta-la na sua. Ele inclina o rosto para baixo e sussurra no ouvido dela.

- Você continua linda, Staninha... como senti sua falta – e sem qualquer cerimônia, ele beija o ouvido dela roçando os dentes no lóbulo da orelha e novamente beijou o rosto dela.

- Nathan... – a voz dela saiu como um gemido – por favor não faz isso.... – ela já sentia os pelos da nuca arrepiarem. O efeito que ele causava nela era imediato – precisamos ir para... – ele se colocou atrás dela e beijou-lhe a nuca - a reunião...

- Que saudades, Staninha... – ela fechou os olhos para absorver aquela voz sensual chamando por ela e procurando a concentração. Respirou fundo e percebeu quando ele se distanciou e saiu pela porta para reunião. Stana após se recompor da demonstração de desejo de Nathan, foi a última a entrar na sala. Ainda tinha as maças do rosto rosadas. Terri apenas sorriu pois imaginava o que os dois podiam ter feito sozinhos naquela sala.

- Bem-vindos de volta! Pelos semblantes estou vendo que estão todos descansados com sorrisos no rosto, isso é muito bom porque temos muito trabalho pela frente. Seamus você está bronzeado!

- É o efeito Brasil. Sol maravilhoso.

- Que bom! Então depois quero saber os detalhes. Nossa rotina começa com alguns pontos de acertos do 614 principalmente com Stana e Luke. Para os demais, já estaremos distribuindo os scripts do 615, mais um episódio da Dara – enquanto ela falava como era o episodio e qual a sequencia de gravação, uma das assistentes entregava os textos para todos. Terri dividiu com Dara a explicação de pontos importantes do episodio. Todos ouviam com atenção.

Ao que tudo indicava, haveria uma certa tensão entre as personagens de Stana e Nathan o que para ela parecia irônico já que estava prestes a ter uma discussão dura com o seu parceiro ainda hoje. De alguma forma, as vidas de suas personagens pareciam se fundir com as deles, ficção e realidade misturadas. Dara percebeu que ela estava muito calada, então resolveu mexer com ela.     

- Hey, Stana... o gato comeu sua língua ou você ainda está em ritmo de férias? Está muito calada. Nenhuma pergunta ou comentário sobre o que acabei de dizer?

- Não.... afinal nem adianta eu perguntar se vai rolar uma DR e depois uma cena quente de reconciliação porque nunca rola mesmo então prefiro ficar calada.

A sala explodiu em risos pelo comentário dela.

- E ela está de volta, nossa shipper Queen – disse Terri ainda rindo da situação – bem feito Dara! Foi cutucar a fera, deu nisso. Tudo bem, pessoal. Vou dar umas duas horas para vocês se familiarizarem com o roteiro, passar as falas e começamos a filmar por volta das nove com a cena de abertura e na sequencia Seamus e Jon. Nathan, você terá que esperar a Stana terminar com o Luke para ensaiarem e gravar a primeira cena.

E assim o dia correu. Depois que terminou com Luke, Stana foi ao set do loft e ensaiou a cena com Nathan. Gravaram três cenas seguidas e tão rápido como começou, o dia chegara ao fim. O que de certa forma para Stana era ruim. Ela começava a ficar nervosa para a próxima conversa que iria ter com Nathan. Temia a reação dele e a sua própria. Em um pedaço de papel, ela escreveu um recadinho para ele a encontrar em seu apartamento por volta das oito.

Apartamento de Stana

Ela estava nervosa.

Vestindo uma simples calça jeans e uma camiseta branca, Stana perambulava de um lado a outro mordendo o canto de suas unhas e o lábio inferior. Antes de revelar a sua suspeita, ela pensava em confronta-lo sobre a relação e sobre Ochoa. Sim, ela revisitaria a questão. O assunto precisava de encerramento para Stana.

A campainha tocou por volta das oito e trinta. Assim que abriu a porta, ela deu espaço para ele entrar evitando contato. Nathan não estranhou pensando ser apenas uma precaução para qualquer possível suspeita. Porém, ao tentar beija-la, percebeu que ela se esquivara e não entendeu.

- Hey, o que aconteceu? Estou morrendo de saudades e você... por que não deixou eu te beijar? Ela se aproximou dele e colocou as duas mãos no peito dele, sobre a camisa polo. Deslizou-as repetidamente apenas olhando para elas, meio que evitando fita-lo. Engoliu em seco e finalmente o encarou.

- Não estou evitando o beijo, Nathan. Eu...eu te chamei aqui porque preciso conversar com você, um assunto importante. Sei que você já me disse várias vezes que me ama mas eu preciso saber. Onde estamos indo com isso? Nossa relação, quer dizer, ainda vivemos em segredo e isso é um dos motivos que preciso saber se o que temos é real, importante.

- Stana você está querendo expor nossa relação, sair do anonimato? Por isso as perguntas?

- Não é bem isso. Quero entender o que somos juntos, para saber quando podemos dar o próximo passo. Nathan, sei que você não gosta que eu fale disso mas preciso saber. Não existe nada entre você e Ochoa? De verdade? – ele pode ver a apreensão no rosto dela da mesma forma que ela pode ver a irritação no dele.

- De novo esse assunto, Stana? Você não se cansa? – ele se afastou dela, passou a mão na cabeça e socou o ar – droga! Por que toda essa obcessão com Ochoa? Por que você não esquece isso?

- É bem difícil esquecer quando ela posta uma foto sua abraçado a ela em Vegas! – ela elevou a voz quase gritando – acha que é fácil? Porque aos meus olhos, ela estava adorando estar agarradinha a você. Eu sabia que ela estaria lá. E como acha que me sento ao ver aquilo, saber que você está bebendo e se divertindo ao lado dela enquanto eu estou aqui vendo a festa de todos através de fotos no twitter e sem poder reclamar nada! Ah, pode ser que ela seja apenas sua amiga mas aos meus olhos ela se oferece sempre a você.

- Eu não tenho nada com ela. Você é minha namorada!

- Bem conveniente não acha? Já que eu posso ser a namorada secreta enquanto você está indo para festas e noitadas com as amigas. Quem o culparia se ficasse com uma delas? É o garanhão solteiro e charmoso.

- Se esse é o problema vamos à mídia e contamos tudo.

- Nathan esse não é o único problema. Quero saber se temos compromisso aqui.

- Stana qual o problema com você? Acabei de dizer que podemos ir aos jornais e contar tudo, ainda dúvida do meu amor, de que tudo que quero é ficar com você? O que aconteceu nesse fim de ano para você estar tão insegura? Está com medo de que eu queira te assumir de verdade e está inventando desculpas para cair fora? É isso? Se arrependeu?

- Hormonios... – e desatou a chorar. Se tinha algo que deixava Nathan desconcertado era ver Stana chorando. Mesmo na ficção aquilo deixava ele muito nervoso. Ela sabia que parte do que dissera era por causa deles – eu estou....eu preciso – e não concluía a frase, apenas chorava. Nathan aproximou-se dela e a abraçou. Com o rosto sobre o peito dele, ela se deixou chorar até acalmar. Ele afagava os cabelos dela, calado. Nessas horas ele preferia deixa-la tomar a frente, seria dela o próximo movimento. Agora não tinha dúvidas que tinha algo sério acontecendo.
Stana ergueu o rosto para fita-lo. As lágrimas ainda marcavam o rosto. Ele tomou o rosto dela com as duas mãos e a beijou. A principio ela aceitou, precisava disso, ansiava por aqueles lábios. Mas precisava concluir sua conversa. Era bem mais importante que a saudade que sentia de beija-lo e abraça-lo.

- Nathan, eu preciso te contar uma coisa. É sério. Lembra da nossa viagem para o Hawaii?

- E como poderia esquecer? O melhor thanksgiving que tive em muito tempo.

- Então, naquele fim de semana eu...nós fizemos muito sexo e eu esqueci de tomar, sabe, meu remédio. Quando foi na época do natal, eu passei mal e venho me sentindo diferente. Nathan, o que eu quero dizer é que estou atrasada faz duas semanas. Eu... – ele a interrompeu.

- Stana, você está grávida? – ela viu os olhos azuis arregalarem-se diante de si. Ele parecia assustado ou seria surpreso? – Deus!

- E-eu ainda não sei... porque eu não podia...comprei o teste mas não podia fazer sem você. E-eu não sabia como você ia reagir e se, eu vi você com a – Nathan colocou o dedo nos lábios dela impedindo-a de falar.

- Deus! Uma criança... eu não sei...será que...isso muda tudo! Nossa vida, moramos juntos e ... as gravações – ele começou a andar de um lado para o outro – espera, você deveria ficar sentada – colocou ela sentada na cadeira da sala de jantar. Seu exagero acabou por acalma-la e desatou a rir. O riso se tornou uma gargalhada.

- Do que você está rindo? Isso é sério gorgeous! Vamos ter um bebê... eu...eu preciso me sentar – e a puxou da cadeira e sentou respirando fundo.

- Nate, ainda não sabemos ao certo e eu esperava que você me acalmasse. Preciso fazer o teste.

- O que você está esperando? Quer me matar de ansiedade? Se você tiver esperando um filho meu, serei o primeiro a espalhar aos quatro ventos. Você me fará o homem mais feliz do mundo. Faça esse teste, por favor.

Stana se aproximou dele envolvendo seus braços no pescoço dele e sentou-se ao seu colo. Sorrindo, beijou a ponta do nariz dele e em seguida os lábios dele carinhosamente. Sentia-se feliz, renovada. Não importava o que acontecesse, ela tinha um homem maravilhoso ao seu lado que a amava.

- Nate, babe, não sabemos ainda se estou grávida então não crie muitas expectativas. Não quero que você se decepcione. Não importa o que acontecer, se for a hora nós enfrentaremos juntos. Se não for, quando acontecer será maravilhoso, tudo bem? Eu te amo apenas por querer isso. Mais nada.

- Hey, sweetie... – ele enxugou com o polegar a lágrima teimosa – não importa o resultado. Faremos o que precisar. Agora, faça esse teste.

Stana se levantou e abriu a bolsa para tirar os dois testes. Ela mostrou a ele.

- Dois?

- Só pra ter certeza. Volto já - Ela sumiu em direção pelo banheiro. Dois minutos depois, ela volta do banheiro com os dois testes nas mãos – diz aqui que temos que esperar cinco minutos. Se eu tiver grávida, deverá aparecer duas litras rosas. Se não, apenas uma.

- Então, nos resta esperar – ela sentou-se ao lado dele e Nathan entrelaçou os dedos nos dela. Stana encostou a cabeça no ombro dele e fechou os olhos. Não tinha percebido que ele colocara o celular para fazer a contagem regressiva e quando os minutos se passaram e a campainha tocou, ela se assustou.

- É a hora da verdade, Staninha. Preparada? – ela olhou para ele e mordeu os lábios antes de abrir um sorriso.

- Pronta.

Stana se levantou e pegou os dois testes. Olhava para um e para outro ainda sem emitir qualquer reação. Ele estava ansioso demais com o silêncio dela e era impossível definir o que a feição dela significava naquele momento. Levantou-se e se colocou na frente dela.

- Stana por favor...não me torture! Qual o resultado?

- Isso não pode estar certo. Não mesmo.

- Como não? Você está grávida ou não?

- E-eu não sei...olhe – e ela estendeu os resultados para ele – um diz que estou grávida e o outro não. Continuamos sem saber, Nate.

- Qual o índice de acerto desse teste?

- 97% é o que diz a caixa. Mas isso não importa. São dois resultados diferentes. Qual será o certo?

- Só tem um jeito de saber. Você terá que fazer um exame de sangue para tirarmos a dúvida. E não podemos esperar. Amanhã pela manhã sem falta. E nem adianta reclamar, eu dormirei aqui hoje.

- Mas acho que não tem roupa alguma sua aqui, como vai trabalhar amanhã?

- Sou um homem previnido. Trouxe minha roupa, está no carro. Eu disse que estava com saudades e mesmo você me agredindo quando eu cheguei, não iria deixar você me expulsar daqui hoje – ele a enlaçou pela cintura e com o rosto quase colado ao dela continuou – se você precisa de mais provas para ter certeza de que eu te amo, me diga o que tenho que fazer, caso contrario eu quero fazer amor com você...

- Quis tanto estar com você... senti sua falta demais, Nate. Vem, vamos para cama – ela o guiou ao quarto dela e deitou-se na cama. Nathan se debruçou sobre ela e começou a beija-la. Lábios, pescoço, entre os seios. Ela já sentira o membro dele se animando.

- Espere... será que devemos quer dizer, se você estiver realmente grávida? Nós podemos machucar o bebê e...

- Sabe, às vezes você é um nerd completo Nate. Sexo não faz mal ao bebê é cientificamente comprovado.

- Mesmo? Ou você está me dizendo isso porque não consegue resistir ao meu charme e precisa desesperadamente de mim? Isso tudo é fogo, Staninha?

- O que disse é verdade mas infelizmente tenho que inchar seu ego porque estou louca de desejo por você. Agora, vê se cala a boca e me beija, Nate.

- Wow... e ele a puxou para si num beijo intenso enquanto as mãos deslizavam para o interior da calcinha dela provocando os gemidos inteligíveis. Foram duas horas de puro prazer.

No dia seguinte, levantaram bem cedo e Stana seguiu em jejum para o hospital a fim de fazer o exame. Nathan esperou no carro e em seguida iriam para o estúdio. Ele consultava o relógio de minuto em minuto tamanha a ansiedade que sentia. Stana não estava agindo tão diferente dele além da dúvida sobre a gravidez também estava na expectativa do PCA. O exame foi relativamente rápido em quinze minutos tudo estava acabado. O resultado estaria disponível ao final do dia na internet mediante a um código que Stana recebera.

Ao chegar no carro, encontrou seu namorado quase morrendo. Explicou tudo o que aconteceu e quando teriam o resultado. Pediu por favor que ele mantivesse a calma e não demonstrasse ansiedade. Não podiam dar bandeira. Assim que chegaram ao estúdio, ela foi direto para a copa pois estava morrendo de fome. Por sorte tinham vários donuts próximos a maquina de café. O ritmo das gravações foi intenso não dando tempo a eles de pensar no exame.

Por volta de seis da tarde, Dara dispensou-os para um intervalo de quinze minutos pois faltava filmar uma última cena. Stana foi à copa e serviu-se de água. Nathan veio atrás dela direto para a maquina de café.

- Então, já podemos verificar o resultado? Está disponível não?

- Sim, mas você tem certeza que quer ver aqui? Não levantaremos suspeitas? Eu... eu estou com medo, Nate – ele se aproximou para segurar a mão dela, beijou-a.

- Não tenha medo, gorgeous. Nós estamos juntos. Leia.

Stana acessou o site no celular e digitou a senha. Lentamente a pagina carregava. Um longo silêncio reinou entre eles.


- Então, qual o resultado? – Nathan perguntou e Stana o fitou apertando a mão dele.

Continua.......