Nota da Autora: Voltei! E pelo jeito tenho ótimas ideias para a nossa fic S/N... vamos agitar então?! Não sei se a Stana tem sobrinha mas eu inventei uma kkkk - espero que goste!
Cap.15
Era véspera de natal e Stana já
se acomodará na casa da mãe para ajudá-la com a ceia. Porém, esse ano ela
apesar de feliz não estava no clima para grandes festas. Era ótimo estar com a
família mas no fundo, sentia falta dele. Depois de tudo pronto, ela foi se
arrumar para ficar com os irmãos. Todo aquele cheiro de comida a enjoou. Sentiu
o estômago revirar ao sentir o cheiro do whisky que seu irmão tomava. Correu
para o banheiro e colocou pra fora a última refeição que fizera das misturas de
comida que preparara com a mãe. Quando retornou, seu irmão ofereceu a ela vinho
mas Stana recusou. Novamente um comportamento nada comum a sua filha, Rada
percebeu. Ela também não comentou com ninguém o que havia ocorrido.
Após a ceia, trocaram presentes
e conversaram bastante. A sala da casa da mãe se encheu de risadas e a alegria
reinou por duas horas ininterruptas. Somente após ajudar a mãe a arrumar tudo,
Stana foi para o quarto que fora destinado a ela. Já de pijamas, ela deitou a
cabeça no travesseiro e fechou os olhos por alguns minutos. Apesar do momento
de descontração com a família, sentia-se só. No fundo, ela estava com saudades
dele. Queria ouvir sua voz. Decidida, pegou o celular e discou.
Nathan estava à mesa com o
irmão e os pais além dos sobrinhos. O barulho era grande,alguns gritos de um
lado, risadas do outro, uma verdadeira confusão de sons. E claro que o telefone
passou desapercebido. Frustrada, ela não deixou recado na caixa postal. Ela
olhava para o telefone quando sua mãe entrou no quarto.
- Filha? Já está dormindo? -
percebeu o jeito como Stana olhava o telefone, um olhar perdido. Havia algo
acontecendo com ela. Percebera desde que a filha chegara em sua casa.
- Ainda não,mãe. O que foi?
- Nada, vim desejar boa noite.
- Como nos velhos tempos?
- Sim, como nos velhos tempos.
Slatki snovi.
- Slatki snovi - sorriu.
- Esta tudo bem mesmo, filha?
Estou te achando triste...
- Estou bem, só estou cansada o
dia foi puxado. Não tenho costume de cozinhar para muita gente.
- Você não me engana. Tem algo
te incomodando Stana. Mas se você quiser me contar, estou aqui senão tudo bem.
Não precisa pedir quando precisar do colo da sua mãe.
- Obrigada mãe. Mas estou bem -
Rada beijou o rosto da filha e sorrindo a deixou sozinha. Apagou a luz. No
instante que Stana ia largar o celular sobre a cabeceira, a tela se iluminou
com a foto dele. O sorriso ressurgiu no rosto.
- Hey babe...
- Hey... Vi que você me ligou.
Aconteceu alguma coisa?
- Não, eu apenas... – suspirou
profundamente – eu queria ouvir sua voz, estou com saudades Nate. Devia ter
viajado com você.
- Eu também sinto sua
falta,gorgeous... ,mas às vezes temos que nos contentar com o que temos. E
temos um disfarce a zelar. Claro que eu preferiria estar com você ou acha que
esqueci da nossa comemoração? Só de lembrar perco o ar... não é fácil ficar
longe de você. Sinto uma vontade louca de te beijar apenas de ver a sua foto
com aquele sorriso enigmático e tão lindo.
- Nate... não faz isso, estou
carente, solitária. Queria tanto me aconchegar em seus braços e dormir com seu
corpo quente junto ao meu.
- Ah,Staninha... você nem
imagina... – uma voz gritou ao longe – tenho que desligar. Meu irmão está me
chamando, não pode desconfiar. Fica bem e feliz natal, meu amor.
- Nos falamos no ano novo?
- Claro!
- Feliz natal, babe. Lov ya –
ao desligar o telefone suspirou, sentia-se melhor apenas por ouvir a voz dele
por cinco minutos. Stana não sabia que seu dia de natal ainda lhe traria fortes
emoções.
Quando acordou por volta das
nove da manhã, o falatório já corria solto na sala de jantar. As crianças
agitadas com seus presentes e os irmãos já tomavam o café com rabanadas. Stana
estava desejando um copo de eggnog mais do que a própria vida. Beijou a mãe no
rosto e já foi abrindo a geladeira servindo-se da bebida assim que a encontrou
na prateleira. Também pegou um pedaço de brioche e mordiscou intercalando com
goles da bebida. A sobrinha mais nova de apenas quatro anos se enroscou nas
pernas dela e pediu colo. Era louca pela tia. A menina era capaz de passar
minutos cariciando o rosto da tia e
beijando seu nariz e suas bochechas. Tinha um fascínio por Stana. Ela
certamente não se incomodava, amava crianças e não via a hora de ter a sua.
Com a menina no colo, ela se
concentrou em seu café logo depois que terminou o eggnog. Sentir o aroma da
bebida quente a fez pensar em Nathan. O que estaria fazendo naquele momento? A
julgar pela hora, dormindo provavelmente. Era o que ela faria se tivesse ao seu
lado. O aroma de salsicha frita e ovos invadiu suas narinas. O irmão preparava
para ele e a esposa. Aquele cheiro a deixou novamente enjoada. Levou a costa da
mão à altura do nariz e cheirou. Isso sempre acalmava o enjoo. Repetiu o movimento
umas três vezes quando finalmente se sentiu melhor. Tomou o último gole do café
e levantou-se da cadeira com a pequena no colo rumo à sala de estar.
Sentou no sofá e ligou a TV.
Foi surpreendida por um episódio de Castle na TV. Terceira temporada. O episódio
do policial stripper. A cena que aparecia na tela era dela e de Nathan no clube
de stripper vendo a apresentação dos caras no palco. Beckett vestira-se bem
para a cena e já despertava ciúmes de Castle. Ela gostava quando isso acontecia
porque podia perceber as reações além de Castle, as de Nathan. Estava tão
absorta na cena que tinha esquecido da sobrinha em seu colo. A pequena Annie
também olhava atenta a TV. A voz da criança a tirou do transe quando disse.
- Tia Stana ta “boita... vai
usa o volve”? Annie gosta do moço “boito”. O namorado da tia – e ao mesmo tempo
que ela arregalava os olhos a menina ria do extintor de incêndio, virando-se
para ela, continuou – porque não beija seu namorado, tia? Mama e daddy beijam
na boca. A tia pode também... é “gande”.
- Ele não é meu namorado,
docinho.
- Ele gosta da tia, é o
namorado. Boito moço. Boito – Stana balançou a cabeça e riu da sobrinha – tia
Stana?
- Hum... – ela levou umas nozes
a boca esperando a sobrinha falar.
- Quando vai casa com o moço
boito? – e ela se engasgou com as nozes. Tossiu tanto que uma lágrima escorreu
de seus olhos – num chora tia... ele gosta de você...
- O que está acontecendo? Tudo
bem Stana? – era sua cunhada preocupada – Annie deixe sua tia em paz. O que
você fez?
- A tia ta triste, ela gosta do
moço boito.
- Eu me engasgei com as nozes,
ela não fez nada – a cunhada olhou para a TV e viu o que passava, começava a
fazer sentido agora – está tudo bem Annie. A tia está bem, ok? – a menina deu
de ombros mas a olhou como se dissesse “mentirosa” ou pelo menos era essa a
interpretação de Stana.
O dia passou preguiçoso e além
de comer, Stana decidiu dormir logo após o almoço. Mais tarde ao acordar, sua
sobrinha pediu para brincar com ela. Sentada no chão, ela brincava de fazer
comidinhas para as duas e encantada com a criança, entrou no clima. Perdeu a
noção do tempo quando a cunhada veio chama-las para jantar, se assustou. O dia
já terminara e ela nem mandara uma mensagem de bom dia a ele. Pensativa,
reuniu-se aos demais.
Assim que acabou de jantar, ela
organizou as coisas com a mãe e ao colocar o primeiro pedaço da torta de
cheesecake na boca, sentiu o estomago revirar. Respirou fundo mas ficou pálida
no mesmo instante. A mãe percebeu assim como a cunhada.
- Stana, está se sentindo bem?
Você está pálida! Pega um pouco de sal e um copo com água na cozinha pra ela,
Marko! Ponha a cabeça entre as pernas querida, assim... – e a cunhada a ajudou,
o enjoo foi passando e o sangue voltou ao rosto, suava frio – está melhor?
- Sim, obrigada. Acho que essa
mistura de comida me deixou com dor de estomago. Pode fazer um chá pra mim mãe?
- Claro! – assim que voltou com
o cha, a mãe a repreendeu – você não está se cuidando filha. Nem deve estar
comendo direito. Quando foi a última vez que foi a um médico? Percebi que você
estava estranha desde que chegou e agora esses enjoos... se fosse em outros
tempos eu já tinha uma suspeita mas... você não está namorando...
- Tia Stana tem namorado... o
moço boito da TV.
- Querida, aquele não é o
namorado da sua tia – disse a vó – ele é só o colega de trabalho dela.
- É por isso que ela num beija
ele? O moço gosta dela.
- Meu deus! E ela só tem quatro
anos! – disse a mãe abismada com o raciocínio da menina. Stana por outro lado sentiu
a cabeça latejar. Sabia o que a mãe insinuara e não queria pensar na
possibilidade. Não nem pensar! Ela pediu licença para se deitar e trancou-se no
quarto. Nervosa, passava as mãos pelo cabelo. Começou a fazer as contas. Tinha
ficado com ele dia vinte não muito cedo. Antes disso apenas ficaram nos amassos
e nada de mais. Isso é besteira da minha cabeça, pensou. Pelas suas contas, o
seu período era essa semana. Não espera, semana passada. Tudo bem, ainda estava
dentro do esperado... Fechou os olhos por um momento e respirou fundo. Nada de
desespero dizia a si mesma.
Fitando o teto, ela decidiu que
precisava de algo para ocupar a mente. Falar com ele ou mandar uma mensagem
podia ser reconfortante. Ao pegar o celular porém, primeiro entrou no twitter e
começou a ler suas mentions. Toneladas de mensagem bonitas e carinhiosas de fãs
desejando feliz natal, ano novo e várias fotos dela e dele juntos e separados. Então,
ela se deparou com algo inesperado. No fundo, ela leu um tweet de algum fã
criticando a Ochoa mas porque? Ela foi atrás da possível mensagem original. Ao
vê-la, Stana também não acreditou.
Como ela pode fazer isso? Por que
com tantas canções de natal ela fez isso? Escolheu justamente a do meu tweet? A
cabeça voltou a doer. Havia muitos outros posts com mensagens, xingamentos e
defesas para Stana. Com tudo que lera, ela conseguia se sentir melhor exceto
por um único post que ainda não tinha percebido até dois segundos atrás. Nathan.
Ele mandou um recado aos fãs
que aparentemente estavam xingando e ameaçando a Ochoa. Ele tinha razão em
chanar a atenção de leve mas ao fazer isso gerou raiva porque para o fandom,
ele estava defendendo-a em detrimento dela. Por que defender Ochoa e não Stana
fora alguns dos comentários que ela conseguiu captar em algumas línguas. Ochoa
provocou e parece que Nathan acabou colocando mais lenha na fogueira. Stana
sentiu a raiva domina-la. Ele não precisava ter feito isso. Ficasse calado.
Ela mordia os lábios pensativa.
Devia ou não ligar pra ele? Tirar satisfações? Nathan dizia que ela era apenas
uma amiga mas para Stana, Ochoa era sua pedra no sapato assim como sabia que
Mark era a de Nathan. Por mais que tentasse se controlar e lembrar que estavam
juntos e não devia ceder ao ciúme, era impossível. Ela nem conseguia raciocinar
quando o assunto era Ochoa.
Andava de um lado a outro do
quarto tentando decidir se deveria tomar uma atitude. Não podia responder a
todos com uma das suas indiretas pois tirara férias da rede social. Isso não
era algo que ela esperava na noite de natal. Não mesmo, especialmente dele.
Resoluta pegou o celular e
escreveu uma mensagem para ele.
“Nathan, está online? Preciso
falar com você. S”
O tom que usou na mensagem
deixava claro que ela estava chateada. Stana esperou por vinte minutos sem
qualquer resposta dele. Irritada, ela resolveu tomar um banho e dormir. A
última coisa que ela precisava agora era alimentar sua raiva por Ochoa e
principalmente Nathan. Mas ela demorou muito para dormir e dois dias se
passaram sem qualquer noticia dele.
O humor dela apenas piorou e
logo após voltar para seu apartamento, ela não tinha qualquer motivação para
sair. Mas tinha fome e por isso ordenou uma entrega de comida chinesa. Ela bem
que tentou comer mas após cinco garfadas, ela sentia-se cheia e novamente veio
o enjoo. Vomitou o que comera e o resto da bile. Fazia umas dez horas que não
colocava nada no estomago além de café. Após tomar um banho, ela secava o
cabelo quando a campainha do seu apartamento tocou. Quem poderia ser?
Ao aproximar-se para abrir a
porta, ela sentiu um arrepio de excitação percorrer sua espinha. Sim, por um
segundo ela pensou que poderia ser ele. Seu coração, mesmo com a raiva, se
encheu de esperança com a ideia de vê-lo. Mas ao checar o olho mágico, viu sua
cunhada e a sobrinha na porta. Tinha esquecido completamente!
- Oi!
- Hey, Stana... você não está
pronta....oh, você esqueceu! Se quiser nós...
- Não, eu acabei de secar o
cabelo me arrumo num instante – disse Stana com a sobrinha agarrada às pernas.
Elas tinham combinado de comprar roupas para o ano novo e um presente que
ficara devendo para Annie – o tempo voou. Acredita que amanha já é véspera de
ano novo?
- Annie, largue sua tia. Deixe
ela se arrumar.
A menina obedeceu e Stana pode
se vestir. No fim, seria bom sair um pouco com ela e esquecer o suposto
problema da sua vida amorosa naquele momento. Em quinze minutos, deixaram o
local.
Stana tinha razão. A saída com
a sobrinha e a cunhada renderam boas risadas e momentos bacanas. Ajudaram-na
passar o tempo de uma maneira agradável. Quando sentaram-se para jantar em um
pequeno restaurante italiano, porém, a lembrança de Nathan e do fim de semana
em Santa Monica vieram à mente. O garçom trouxe as bebidas e a cunhada percebeu
que as feições dela mudaram, na verdade parecia que Stana estava prestes a
chorar. Não disse nada mas a pequena não foi tão discreta quanto a mãe.
- Tia? Você está triste?
- Não meu anjo, estou bem. Me
diverti muito hoje - deu um sorriso para a menina não muito convincente.
- Mama, a tia Stana ta triste...
ela não pode mentir porque é feio – virou-se para Stana – é o moço boito? Ele
num gosta mais da tia? Stana teve que respirar fundo e engolir em seco para não
deixar levar-se pela memória e pela emoção. Percebendo o jeito dela, a mãe
chamou a atenção da filha.
- Annie, deixe sua tia em paz e
como suas verduras.
- Mas mama ela tá triste –
pegando na mão da tia, a garota falou – não fica triste, tia. Ele gosta muito
de você.
Nesse instante ela recebeu uma
mensagem no celular. Era ele. Stana sentiu o coração parar por um segundo.
Olhou o display. A única palavra que conseguira ler era um “Hey, gorgeous”. O
restante da mensagem foi omitida. Ela estava louca para ler mas não queria
fazer isso na frente da cunhada. Sabiamente, disse que ia ao banheiro. Claro
que sua cunhada não era burra e saberia que aquela mensagem era bem importante
e por causa disso concordou sem fazer qualquer pergunta. Apenas disse que ia
espera-la para pedir.
No banheiro, Stana se encostou
na parede e destravou o celular. Suspirou antes de continuar a ler a mensagem
dele.
“Hey, gorgeous. Desculpe pela
demora. Meu irmão sequestrou meu celular quando estava bêbado e não se lembrava
onde deixara. Está tudo bem? Você me pareceu nervosa. se quiser posso te ligar.
Hoje pego o avião para Vegas. Me responda assim que puder. N.”
Ela leu e releu a mensagem umas
três vezes. Vegas... porque ele estaria indo para lá? Ela respondeu
rapidamente.
“Que horas é o voo? Não posso
falar agora.” E recebeu a resposta quase imediatamente.
“Dez da noite.” ela consultou o
relógio. Eram oito e meia. Sabia que não teria tempo de chegar em casa para
falar com ele então decidiu sugerir outro horário.
“Posso ligar meia-noite?”
“Claro, se não ligar eu
ligarei. Miss you. N”
Ela ficou olhando para a última
mensagem por alguns segundos. Ou ele era tapado ou o lance com Ochoa não foi
nada demais. Ela preferia acreditar que ele não estava dando uma de Castle e
que a segunda opção era a mais apropriada. De alguma forma, sentia-se melhor.
Ao voltar para a mesa, seu
semblante estava bem melhor mas a cunhada não comentou. Assim que sentou pegou
o menu e perguntou se elas estavam prontas para pedir. Em cinco minutos já
sabiam o que iam comer. Ela escolheu penne ao pesto porque lembrava momentos
deles. O resto do jantar seguiu bem e com direito a sobremesa. A sobrinha se
lambrecava com o sorvete. Uma imagem linda de infância. Despediram-se e com um
beijo estalado de Annie, ela foi pra casa.
Chegou ao apartamento e verificou
o relógio. Dez e meia. Ele deveria estar em solo logo. Para conter a ansiedade,
ela encheu a banheira e preparou um banho de espuma. Despiu-se e entrou na água
morna e relaxante. Colocou uma pequena toalha e manteve-se imóvel procurando
relaxar. Nem se tocou do tempo que passara de molho envolta na espuma. Quando
decidiu deixar o banho percebeu já passar das onze da noite. Vestindo seu
pijama e com o celular na mão, Stana deitou-se na cama e esperou. Eram
meia-noite e cinco quando o celular vibrou com uma mensagem.
“Ainda acordada? Posso ligar?“
“Pode. Estou esperando.” E o
celular tocou.
- Oi, Staninha... tudo bem com
você?
- Recuperou seu telefone?
Espero que alguém não tente toma-lo de novo. Foi horrível ficar sem noticias
suas por quatro dias. Me senti ignorada. Aliás, isso foi o mínimo.
- Sinto muito, amor – percebeu
pelo tom de voz que ela não estava bem, pior estava com raiva – você está
chateada e não sei como farei para me desculpar por algo que não tive culpa.
Stana, amor estou com saudades. Podemos apenas passar um tempo conversando?
- Não estou chateada, Nathan.
Estou irritada é bem diferente. Você passa quatro dias sem falar comigo mas em
cerca de vinte minutos defende a Ochoa. Afinal quem é sua prioridade?
Ah, então era ciúmes. Ele
detestava quando discutiam por besteira.
- Você. Sempre você, Staninha.
Por que isso agora?
- Qual o problema dela, Nathan?
Porque pra mim, ela parece merecer bem mais sua atenção. O pior não foi ela
usar a mesma frase do meu post mesmo com milhares de frases de canções de
natal, o que doeu mesmo foi a sua defesa e a tentativa patética dela de querer
se desculpar. O que ela quis dizer com misturar ficção e realidade? O que ela
estava insinuando? Por acaso ela acha que pode ficar com você e eu não?
- Stana para de imaginar coisas
que não existem. Ela apenas fez uma escolha ruim na hora do post, estava
falando do clima.
- Do clima ou provocando a mim
com a foto de biquíni. Você está realmente defendendo ela? Não estou
acreditando!
- Ela não fez nada de mais.
Esquece isso, gorgeous. Queria tanto conversar com você, matar a saudade – mas
aparentemente nada do que ele falava surtia efeito nela. Estava em plena crise
de ciúmes e ia colocar tudo pra fora.
- Não parece que estava com
saudades ou teria achado seu telefone mais cedo se é que você perdeu mesmo. Estava
ocupado com outra coisa Nathan?
- Já disse a você que meu irmão
escondeu o celular e não achava. Porque você tem que ser tão passional, Stana?
Nada do que eu diga parece mexer com você. Te acalmar. Poxa! Eu não fiz nada
errado, nada. Mas você parece ver chifre em cabeça de cavalo! A Ochoa é minha
amiga de anos. Não temos nada.
- Ela é sua ex-namorada! – e de
repente um pensamento lhe ocorreu, Vegas – Nathan, o que você está fazendo em
Vegas?
- Foi o destino que meu irmão
escolheu para o fim de ano. Falei que ele ia ter esse direito a você.
- Tem algum evento nerd
ocorrendo ai?
- Stana....
- Responda a pergunta. Tem
algum evento em Vegas?
- Tem, com campeonato de
videogame – Stana sentiu as pernas bambearem com a confirmação. Tinha medo de
fazer a próxima pergunta.
- Nathan, e-ela está nesse
evento? A Ochoa, ela está em Vegas? – Nathan podia sentir a insegurança na voz
dela. Era incrivel como ela escolhia não acreditar nele ou talvez apenas
escolhia se cegar.
- Eu não sei.
- É claro que você sabe. Ela te
conta tudo. Sempre que está em perigo corre para pedir ajuda ao bom e velho
Capitão... – ela fora sarcástica e dura, reconhecia mas a raiva era maior, bem
maior.
- Agora você me ofendeu. Eu não
sei da vida da Ochoa. Ela não me deve satisfações e se ela estiver por aqui,
irei conversar com ela numa boa. Isso não tem nada a ver com ela. Trata-se de
nós ou melhor de você e esse seu ciúme bobo e sem razão. Por que você insiste
nessa bobagem? Qual parte do eu te amo você não entende? Você sabe que mantenho
amizades antigas que prezo por elas, foi assim que você me conheceu. É tão
difícil aceitar?
- Às vezes você é tão ingênuo,
Nathan. Ela sempre provoca, sempre alfineta. Todos notam, os fãs notam porque
você é o único cego da história?
- Eu não sou cego, apenas não
vejo a maldade que vocês parecem enxergar a todo o instante.
De repente o silêncio pairou no
ar. Apenas as respirações eram ouvidas. Stana parecia estar reconsiderando o
que ele disse. Exagerara? Pelo ponto de vista dele, sim. Essa carência, essa
raiva não era algo normal. Então o que era? Ele quebrou a linha de pensamento
dela ao chamar seu nome carinhosamente.
- Staninha, você ainda está ai?
Será que podemos conversar normalmente, sem farpas ou agressões? – aquela voz
chamando seu nome era musica para os ouvidos dela. Como resistir ao tom tão sereno
e rouco daquela voz? Droga! Ela se vendia fácil demais – Stana... por favor...
- Ainda estou aqui – suspirou –
eu não sei mais o que pensar. Não quero dividir você com ninguém. Esse é o meu
problema.
- Isso será um pouco difícil
devido ao número de fãs que tenho, sou um cara do tipo popular, não notou? – ele brincou e isso a fez sorrir – ah, parece
que estamos melhorando.
- Você me entendeu, Nate...
- Nate... agora sei que estamos
bem. Fico em Vegas até o dia quatro. Devo estar em L.A. no domingo se quiser me
ver antes do trabalho. Eu falei a verdade quando disse que estava morrendo de
saudades.
- Eu também estou. Porque você
me provoca tanto? Me afeta... passei quatro dias horríveis. Queria arrancar sua
cabeça fora!
- Ouch! Tenho medo quando você
encarna esse seu lado Beckett – ele ouviu um grito - Preciso desligar, meu
irmão está chamando e ainda vou ter que inventar uma mentira para o meu sumiço
temporário. Te ligo amanhã assim que conseguir despista-lo ok?
- Tá.
- Boa noite, Staninha e relaxe.
- Nate, me desculpa...
- Claro! Não tenho culpa de ser
irresistível. Mamãe passou açúcar em mim.
- Bobo! Um beijo.
Finalmente, Stana conseguiu
relaxar um pouco e pode curtir uma boa noite de sono. Sem qualquer pesadelo. No
dia seguinte, eles se falaram rapidamente e desejaram um bom 2014 para os dois.
Provocando, Stana disse que tinha um casamento importante naquele ano o que fez
Nathan rir do jeito sempre shipper dela.
Na celebração de ano novo, ela estava bem diferente. Sorria, brincava
era novamente a boa e velha Stana de sempre e claro que a sua mãe e a cunhada
notaram. Os dias passaram rápido e quase às vésperas de voltar a trabalhar, ela
saiu à rua para fazer compras e apesar do clima não tão quente da California, a
agitação a pegou desprevinida.
Stana caminhava na rua e entrou
no café acompanhada do irmão, da sobrinha e de um amigo o colunista Tony
Cabrera. Assim que saiu segurando o copo de café nas mãos, um flash a cegou
pegando-a desprevinida. A cara de susto e apreensão causou uma reação
interessante na pessoa que tirara a foto, como se ela tivesse algo a esconder.
Fora o impacto de não esperar tal ação, Stana se preocupava com a imagem da
sobrinha e tratou de esconder a menina atrás do irmão e pediu para a moça que
tirara a foto a sua compreensão e privacidade já que estava em um momento
intimo com um amigo. Felizmente a pessoa não criou caso e a deixou em seguida.
Despediu-se de Tony e seguiram o caminho. Todo o ocorrido mexeu com ela e assim
que andaram uns trezentos metros, ela sentiu a pressão baixar. Estava muito
fraca e se o irmão não a segurasse teria caído na rua.
Annie ficou assustada e
preocupada com a tia. Marko levou-a direto para a casa da mãe apesar das
reclamações dela. Explicou o que acontecera e a sábia dona Rada ficou realmente
intrigada. Havia algo muito estranho acontecendo com essa menina e de alguma
forma se ela sabe o que é não quer contar, pensou.
- Filha, você tem que ir a um
médico! Não é normal desmaiar, passar mal do estomago. Tem algo estranho aí.
- Não foi nada mãe. Apenas me
assustei com um suposto fotógrafo. Pensei ser papparazzi. Não gosto de expor a
Annie. Está tudo bem agora, o Marko que é exagerado. Preciso ir para casa.
- Tem certeza que está bem? De
verdade filha?
- Sim, de verdade mãe – ela se
levantou e beijou a sobrinha e depois a mãe – ligo no meio da semana.
- Pelo menos marque um médico,
Stana. Você estará logo naquele ritmo louco de gravações. Precissa se cuidar.
Ela sorriu para a mãe e saiu. Stana
tinha esperanças de falar com Nathan no dia seguinte e isso realmente podia
acontecer não fosse por um pequeno detalhe. Uma foto dele com a turma de nerds
e claro abraçado a Ochoa. Aquilo a irritou e Stana sentiu a bile subir pela
garganta. Correu para o banheiro e colocou o resto do conteúdo do estomago pra
fora. Sentia a pele gelada. Suava frio. Lembrou-se que precisava respirar com
cuidado ou podia sofrer outro enjoo incomodo. Permaneceu sentada no chão frio
do banheiro por algum tempo até se sentir mais forte. Caminhou até a cozinha e
serviu-se de um copo de leite quente. Tomou-o vagarosamente.
Ao terminar, tomou um banho e
deitou-se na cama. Tinha que admitir, sua mãe tinha razão. Havia algo estranho
acontecendo com ela. Se irritava facilmente, tinha enjoos, dor de cabeça e
tonturas. Talvez o melhor mesmo era procurar um médico. Stana ficou olhando o
teto perdida no vazio de pensamentos. Não tinha forças para pensar em seu
namorado e na sua amiguinha. Era mais uma provocação. O teto parecia bem mais
interessante que o celular que tocava insistentemente ao seu lado. Ela sabia
que era Nathan mas ainda não estava pronta para falar com ele. Daria um gelo
nele apenas pela foto.
Fechou os olhos por uns minutos
e cochilou. Foi um tempo pequeno mas suficiente para recordar bons momentos com
ele. Ao despertar, as memórias pareciam vividas em sua mente provocando
sensações gostosas em seu corpo involuntariamente. Ela se lembrou dos dias no Hawaii. Não...isso não
podia, mas ainda assim. Droga! Um pensamento espantoso a fez arregalar os
olhos. As mudanças de humor, hormônios e... – oh meu Deus! Enjoos!
Stana sentou-se na cama
assustada. Fez as contas mentalmente. Estava duas semanas atrasada. Não podia
ser.... mas então ela se lembrou que na loucura do Hawaii, ela não tomara os
seus anticoncepcionais e nem usaram camisinha, afinal eles nunca usavam. Será
que ela realmente estava... ela não conseguia dizer a palavra em voz alta.
E agora? Isso poderia mudar
tudo! Sua carreira, o show e inclusive seu relacionamento com Nathan.
Nathan. Como ele reagiria se
sua suspeita fosse verdade? Ele ficaria feliz ou perderia a cabeça porque era
assim que Stana se sentia, numa mistura de sentimentos controversos. A
possibilidade de estar esperando um filho dele era incrível mas ainda assim
aterrorizante. Estaria mexendo com a vida de muita gente não? Ela se lembrava
das palavras dele. Dissera que adoraria ter um filho com ela, que seria o homem
mais feliz do mundo. Ainda seria assim?
Pode ser alarme falso. Somente
nervosismo, coisa da imaginação dela. Tinha que ser. O celular finalmente
parara de tocar. Ele certamente desistira de falar com ela. E ela? Deveria
ligar para Nathan? Suspirou. Melhor não. Durante toda a manhã do domingo Nathan
insistiu em falar com ela. Stana resistia a cada tentativa. Irritada pela
campainha e a vibração do aparelho, ela decidiu ir para rua espairecer um
pouco. Pegou sua bicicleta, o capacete e os óculos escuros. Deixaria o celular
em casa. Dessa forma, ela pedalou por vários quarteirões. O vento no seu rosto
fizera bem a ela. Começara a relaxar. Ao passar por um seven eleven, sentiu uma
enorme vontade de tomar um sorvete de blueberries.
Parou a bicicleta e desceu.
Entrou no local indo direto para o freezer. Por sorte, tinha o tal sorvete. Ela
pegou um pote e começou a saborea-lo ali mesmo. Encostou-se em um pequeno
balcão e ficou observando o movimento enquanto comia. Viu quando uma moça
entrou com um bebê no colo e não pode deixar de sorrir. Era lindo, carequinha e
com grandes olhos azuis. A ideia de ser mãe a agradava mas também a deixava à
beira da loucura. Era algo novo e de certa forma inesperado e porque não dizer
surreal?
Terminou o sorvete e antes de
dirigir-se ao caixa, ela resolveu entrar no corredor da farmácia. Ficou por
cinco minutos olhando os testes de gravidez. Por fim, escolheu dois diferentes
e foi pagar. Colocou os mesmos na pequena bolsa que usava e seguiu para seu
apartamento. Sentia vontade de falar com ele. Apesar de comprar os testes, não
tinha coragem de fazê-los sem ele. Se estavam prestes a ter um bebê, ele
precisava saber. Estar ao seu lado, ela precisava que ele segurasse sua mão e
dissesse que tudo ia ficar bem.
Checou o celular assim que
chegou. Havia apenas uma ligação de Nathan. Esperaria por mais um contato e
então atenderia. Stana esperou quase a tarde toda. Por volta das seis, soube
que ele não ligaria mais. Retornou a ligação. Ao terceiro toque, ele atendeu.
- Alo?
- Hey... sou eu. Vi sua
ligação.
- Estou tentando falar com você
desde ontem. Imaginei que você não quisesse falar comigo. Fiz mais alguma coisa
inapropriada no seu julgamento?
- Não, a bateria descarregou e
eu não vi – ela decidira que não tocaria no assunto Ochoa por telefone, não
diante do que tinham para enfrentar – tinha saído e vi sua ligação a pouco
quando cheguei. Como foi de viagem? Tudo bem?
- Sim, o voo foi tranquilo mas senti
muito sua falta. Devia ter ido comigo a Vegas.
- Para jogar videogame? – disse
sarcástica.
- Stana a última coisa que eu
faria em Vegas se você estivesse comigo seria jogar videogame, acredite! – ela
sorriu – posso ir até ai? Preciso te ver.
- Hoje não, Nate. Estou cansada.
Passei o dia fora e amanhã temos que estar cedo no estúdio. Você recebeu a
mensagem da Terri certo? Devemos estar lá às sete.
- Sim, eu sei. Nem um beijinho?
Estou com saudades desses lábios, dessa boca... vai Staninha apenas uns amassos
não vai fazer muita diferença.
- Vai sim porque uma coisa leva
a outra e você sabe muito bem onde vamos acabar.
- Ta tudo bem mas amanhã você
não me escapa. Boa noite e sonhe comigo.
- Boa noite, te vejo amanha.
Apesar de mais calma, Stana
demorou um bom tempo para dormir. Sonhou que estava grávida e Nate não aceitava
o bebê. Ele a trocava por Ochoa, acordou chorando.
Raleigh Studios – 7 am
Stana chegou ao estúdio por volta
das sete e quinze. Seus companheiros de elenco estavam quase todos lá exceto
por Seamus. Nathan se encontrava na copa preparando um café junto com Terri e
Jon. A primeira pessoa que veio cumprimenta-la foi Luke. Com um abraço
apertado, ele lhe disse que não via a hora de começar a trabalhar com ela nesse
episódio. Eles ainda iam finalizar alguns pontos do episódio 14 onde Kate
provava seu primeiro vestido de noiva.
A próxima pessoa que veio faar
com ela foi Dara. Depois de beijos e abraços, ela quis saber das férias.
- E então, curtiu suas mini
férias? Beijou muito? Aproveitou o réveillon?
- Foi tudo bem, Dara – Stana
ria do jeito da produtora. Ela sempre era atrevida quando se tratava de Caskett
e de seu relacionamento com Nathan. Ela estava adiando o encontro com Nathan.
Depois do tal sonho, ela se sentia melhor. Estava mais calma e esperava pela
reação dele quando contasse o que podia estar por vir para os dois nesse
momento.
Ao entrar na copa, seu coração
disparou. Nathan estava de pé próximo a maquina de café com uma caneca na mão,
sorria conversando com Terri. Deus! O que era aquilo? Como aquele homem podia
estar tão lindo? Ele estava ainda mais magro, os olhos azuis brilhavam e o
charme o dominava. O coração de Stana batia como louco no peito. Ela sabia
estar com saudades mas apenas ao vê-lo pode constatar o quanto sentia a falta
dele.
- Olá, Stana! Como foi de
festas? – disse Terri ao ver que ela estava parada fitando ao seu parceiro de
cena, quase babando.
- Oi, Terri... tudo bem – ela respondeu
ainda sem tirar os olhos dele – oi, Nathan...
- Stana.... – ele deu uma
olhada bem prolongada para ela – bom te ver. Nathan se aproximou dela e a
abraçou beijando seu rosto em seguida. Stana fez questão de prolongar o abraço,
apenas para sentir o calor do corpo dele junto ao seu. Dara vem avisa-los que
já estão todos na sala dos escritores esperando por eles. Nathan agradece mas
espera as duas produtoras saírem da copa para falar propriamente com ela.
Deixou a mão deslizar pelo corpo até encontrar a mão dela e aperta-la na sua.
Ele inclina o rosto para baixo e sussurra no ouvido dela.
- Você continua linda,
Staninha... como senti sua falta – e sem qualquer cerimônia, ele beija o ouvido
dela roçando os dentes no lóbulo da orelha e novamente beijou o rosto dela.
- Nathan... – a voz dela saiu
como um gemido – por favor não faz isso.... – ela já sentia os pelos da nuca
arrepiarem. O efeito que ele causava nela era imediato – precisamos ir para...
– ele se colocou atrás dela e beijou-lhe a nuca - a reunião...
- Que saudades, Staninha... –
ela fechou os olhos para absorver aquela voz sensual chamando por ela e
procurando a concentração. Respirou fundo e percebeu quando ele se distanciou e
saiu pela porta para reunião. Stana após se recompor da demonstração de desejo
de Nathan, foi a última a entrar na sala. Ainda tinha as maças do rosto
rosadas. Terri apenas sorriu pois imaginava o que os dois podiam ter feito
sozinhos naquela sala.
- Bem-vindos de volta! Pelos
semblantes estou vendo que estão todos descansados com sorrisos no rosto, isso
é muito bom porque temos muito trabalho pela frente. Seamus você está
bronzeado!
- É o efeito Brasil. Sol
maravilhoso.
- Que bom! Então depois quero
saber os detalhes. Nossa rotina começa com alguns pontos de acertos do 614
principalmente com Stana e Luke. Para os demais, já estaremos distribuindo os
scripts do 615, mais um episódio da Dara – enquanto ela falava como era o
episodio e qual a sequencia de gravação, uma das assistentes entregava os
textos para todos. Terri dividiu com Dara a explicação de pontos importantes do
episodio. Todos ouviam com atenção.
Ao que tudo indicava, haveria
uma certa tensão entre as personagens de Stana e Nathan o que para ela parecia
irônico já que estava prestes a ter uma discussão dura com o seu parceiro ainda
hoje. De alguma forma, as vidas de suas personagens pareciam se fundir com as
deles, ficção e realidade misturadas. Dara percebeu que ela estava muito
calada, então resolveu mexer com ela.
- Hey, Stana... o gato comeu sua
língua ou você ainda está em ritmo de férias? Está muito calada. Nenhuma
pergunta ou comentário sobre o que acabei de dizer?
- Não.... afinal nem adianta eu
perguntar se vai rolar uma DR e depois uma cena quente de reconciliação porque
nunca rola mesmo então prefiro ficar calada.
A sala explodiu em risos pelo
comentário dela.
- E ela está de volta, nossa
shipper Queen – disse Terri ainda rindo da situação – bem feito Dara! Foi
cutucar a fera, deu nisso. Tudo bem, pessoal. Vou dar umas duas horas para
vocês se familiarizarem com o roteiro, passar as falas e começamos a filmar por
volta das nove com a cena de abertura e na sequencia Seamus e Jon. Nathan, você
terá que esperar a Stana terminar com o Luke para ensaiarem e gravar a primeira
cena.
E assim o dia correu. Depois
que terminou com Luke, Stana foi ao set do loft e ensaiou a cena com Nathan.
Gravaram três cenas seguidas e tão rápido como começou, o dia chegara ao fim. O
que de certa forma para Stana era ruim. Ela começava a ficar nervosa para a
próxima conversa que iria ter com Nathan. Temia a reação dele e a sua própria.
Em um pedaço de papel, ela escreveu um recadinho para ele a encontrar em seu
apartamento por volta das oito.
Apartamento de Stana
Ela estava nervosa.
Vestindo uma simples calça
jeans e uma camiseta branca, Stana perambulava de um lado a outro mordendo o
canto de suas unhas e o lábio inferior. Antes de revelar a sua suspeita, ela
pensava em confronta-lo sobre a relação e sobre Ochoa. Sim, ela revisitaria a
questão. O assunto precisava de encerramento para Stana.
A campainha tocou por volta das
oito e trinta. Assim que abriu a porta, ela deu espaço para ele entrar evitando
contato. Nathan não estranhou pensando ser apenas uma precaução para qualquer
possível suspeita. Porém, ao tentar beija-la, percebeu que ela se esquivara e
não entendeu.
- Hey, o que aconteceu? Estou
morrendo de saudades e você... por que não deixou eu te beijar? Ela se
aproximou dele e colocou as duas mãos no peito dele, sobre a camisa polo.
Deslizou-as repetidamente apenas olhando para elas, meio que evitando fita-lo.
Engoliu em seco e finalmente o encarou.
- Não estou evitando o beijo,
Nathan. Eu...eu te chamei aqui porque preciso conversar com você, um assunto
importante. Sei que você já me disse várias vezes que me ama mas eu preciso
saber. Onde estamos indo com isso? Nossa relação, quer dizer, ainda vivemos em
segredo e isso é um dos motivos que preciso saber se o que temos é real,
importante.
- Stana você está querendo
expor nossa relação, sair do anonimato? Por isso as perguntas?
- Não é bem isso. Quero
entender o que somos juntos, para saber quando podemos dar o próximo passo.
Nathan, sei que você não gosta que eu fale disso mas preciso saber. Não existe
nada entre você e Ochoa? De verdade? – ele pode ver a apreensão no rosto dela
da mesma forma que ela pode ver a irritação no dele.
- De novo esse assunto, Stana?
Você não se cansa? – ele se afastou dela, passou a mão na cabeça e socou o ar –
droga! Por que toda essa obcessão com Ochoa? Por que você não esquece isso?
- É bem difícil esquecer quando
ela posta uma foto sua abraçado a ela em Vegas! – ela elevou a voz quase
gritando – acha que é fácil? Porque aos meus olhos, ela estava adorando estar
agarradinha a você. Eu sabia que ela estaria lá. E como acha que me sento ao
ver aquilo, saber que você está bebendo e se divertindo ao lado dela enquanto
eu estou aqui vendo a festa de todos através de fotos no twitter e sem poder
reclamar nada! Ah, pode ser que ela seja apenas sua amiga mas aos meus olhos
ela se oferece sempre a você.
- Eu não tenho nada com ela. Você
é minha namorada!
- Bem conveniente não acha? Já
que eu posso ser a namorada secreta enquanto você está indo para festas e
noitadas com as amigas. Quem o culparia se ficasse com uma delas? É o garanhão
solteiro e charmoso.
- Se esse é o problema vamos à
mídia e contamos tudo.
- Nathan esse não é o único
problema. Quero saber se temos compromisso aqui.
- Stana qual o problema com
você? Acabei de dizer que podemos ir aos jornais e contar tudo, ainda dúvida do
meu amor, de que tudo que quero é ficar com você? O que aconteceu nesse fim de
ano para você estar tão insegura? Está com medo de que eu queira te assumir de
verdade e está inventando desculpas para cair fora? É isso? Se arrependeu?
- Hormonios... – e desatou a
chorar. Se tinha algo que deixava Nathan desconcertado era ver Stana chorando.
Mesmo na ficção aquilo deixava ele muito nervoso. Ela sabia que parte do que
dissera era por causa deles – eu estou....eu preciso – e não concluía a frase,
apenas chorava. Nathan aproximou-se dela e a abraçou. Com o rosto sobre o peito
dele, ela se deixou chorar até acalmar. Ele afagava os cabelos dela, calado.
Nessas horas ele preferia deixa-la tomar a frente, seria dela o próximo
movimento. Agora não tinha dúvidas que tinha algo sério acontecendo.
Stana ergueu o rosto para
fita-lo. As lágrimas ainda marcavam o rosto. Ele tomou o rosto dela com as duas
mãos e a beijou. A principio ela aceitou, precisava disso, ansiava por aqueles
lábios. Mas precisava concluir sua conversa. Era bem mais importante que a
saudade que sentia de beija-lo e abraça-lo.
- Nathan, eu preciso te contar
uma coisa. É sério. Lembra da nossa viagem para o Hawaii?
- E como poderia esquecer? O
melhor thanksgiving que tive em muito tempo.
- Então, naquele fim de semana
eu...nós fizemos muito sexo e eu esqueci de tomar, sabe, meu remédio. Quando
foi na época do natal, eu passei mal e venho me sentindo diferente. Nathan, o
que eu quero dizer é que estou atrasada faz duas semanas. Eu... – ele a
interrompeu.
- Stana, você está grávida? –
ela viu os olhos azuis arregalarem-se diante de si. Ele parecia assustado ou
seria surpreso? – Deus!
- E-eu ainda não sei... porque
eu não podia...comprei o teste mas não podia fazer sem você. E-eu não sabia
como você ia reagir e se, eu vi você com a – Nathan colocou o dedo nos lábios dela
impedindo-a de falar.
- Deus! Uma criança... eu não sei...será
que...isso muda tudo! Nossa vida, moramos juntos e ... as gravações – ele começou
a andar de um lado para o outro – espera, você deveria ficar sentada – colocou ela
sentada na cadeira da sala de jantar. Seu exagero acabou por acalma-la e
desatou a rir. O riso se tornou uma gargalhada.
- Do que você está rindo? Isso é
sério gorgeous! Vamos ter um bebê... eu...eu preciso me sentar – e a puxou da
cadeira e sentou respirando fundo.
- Nate, ainda não sabemos ao
certo e eu esperava que você me acalmasse. Preciso fazer o teste.
- O que você está esperando? Quer
me matar de ansiedade? Se você tiver esperando um filho meu, serei o primeiro a
espalhar aos quatro ventos. Você me fará o homem mais feliz do mundo. Faça esse
teste, por favor.
Stana se aproximou dele
envolvendo seus braços no pescoço dele e sentou-se ao seu colo. Sorrindo,
beijou a ponta do nariz dele e em seguida os lábios dele carinhosamente. Sentia-se
feliz, renovada. Não importava o que acontecesse, ela tinha um homem
maravilhoso ao seu lado que a amava.
- Nate, babe, não sabemos ainda
se estou grávida então não crie muitas expectativas. Não quero que você se
decepcione. Não importa o que acontecer, se for a hora nós enfrentaremos
juntos. Se não for, quando acontecer será maravilhoso, tudo bem? Eu te amo
apenas por querer isso. Mais nada.
- Hey, sweetie... – ele enxugou
com o polegar a lágrima teimosa – não importa o resultado. Faremos o que
precisar. Agora, faça esse teste.
Stana se levantou e abriu a
bolsa para tirar os dois testes. Ela mostrou a ele.
- Dois?
- Só pra ter certeza. Volto já
- Ela sumiu em direção pelo banheiro. Dois minutos depois, ela volta do
banheiro com os dois testes nas mãos – diz aqui que temos que esperar cinco
minutos. Se eu tiver grávida, deverá aparecer duas litras rosas. Se não, apenas
uma.
- Então, nos resta esperar –
ela sentou-se ao lado dele e Nathan entrelaçou os dedos nos dela. Stana
encostou a cabeça no ombro dele e fechou os olhos. Não tinha percebido que ele
colocara o celular para fazer a contagem regressiva e quando os minutos se
passaram e a campainha tocou, ela se assustou.
- É a hora da verdade,
Staninha. Preparada? – ela olhou para ele e mordeu os lábios antes de abrir um
sorriso.
- Pronta.
Stana se levantou e pegou os
dois testes. Olhava para um e para outro ainda sem emitir qualquer reação. Ele estava
ansioso demais com o silêncio dela e era impossível definir o que a feição dela
significava naquele momento. Levantou-se e se colocou na frente dela.
- Stana por favor...não me
torture! Qual o resultado?
- Isso não pode estar certo. Não
mesmo.
- Como não? Você está grávida ou
não?
- E-eu não sei...olhe – e ela
estendeu os resultados para ele – um diz que estou grávida e o outro não. Continuamos
sem saber, Nate.
- Qual o índice de acerto desse
teste?
- 97% é o que diz a caixa. Mas isso
não importa. São dois resultados diferentes. Qual será o certo?
- Só tem um jeito de saber. Você
terá que fazer um exame de sangue para tirarmos a dúvida. E não podemos
esperar. Amanhã pela manhã sem falta. E nem adianta reclamar, eu dormirei aqui
hoje.
- Mas acho que não tem roupa
alguma sua aqui, como vai trabalhar amanhã?
- Sou um homem previnido. Trouxe
minha roupa, está no carro. Eu disse que estava com saudades e mesmo você me
agredindo quando eu cheguei, não iria deixar você me expulsar daqui hoje – ele a
enlaçou pela cintura e com o rosto quase colado ao dela continuou – se você precisa
de mais provas para ter certeza de que eu te amo, me diga o que tenho que
fazer, caso contrario eu quero fazer amor com você...
- Quis tanto estar com você...
senti sua falta demais, Nate. Vem, vamos para cama – ela o guiou ao quarto dela
e deitou-se na cama. Nathan se debruçou sobre ela e começou a beija-la. Lábios,
pescoço, entre os seios. Ela já sentira o membro dele se animando.
- Espere... será que devemos
quer dizer, se você estiver realmente grávida? Nós podemos machucar o bebê e...
- Sabe, às vezes você é um nerd
completo Nate. Sexo não faz mal ao bebê é cientificamente comprovado.
- Mesmo? Ou você está me
dizendo isso porque não consegue resistir ao meu charme e precisa
desesperadamente de mim? Isso tudo é fogo, Staninha?
- O que disse é verdade mas
infelizmente tenho que inchar seu ego porque estou louca de desejo por você. Agora,
vê se cala a boca e me beija, Nate.
- Wow... e ele a puxou para si
num beijo intenso enquanto as mãos deslizavam para o interior da calcinha dela
provocando os gemidos inteligíveis. Foram duas horas de puro prazer.
No dia seguinte, levantaram bem
cedo e Stana seguiu em jejum para o hospital a fim de fazer o exame. Nathan esperou
no carro e em seguida iriam para o estúdio. Ele consultava o relógio de minuto
em minuto tamanha a ansiedade que sentia. Stana não estava agindo tão diferente
dele além da dúvida sobre a gravidez também estava na expectativa do PCA. O exame
foi relativamente rápido em quinze minutos tudo estava acabado. O resultado
estaria disponível ao final do dia na internet mediante a um código que Stana
recebera.
Ao chegar no carro, encontrou
seu namorado quase morrendo. Explicou tudo o que aconteceu e quando teriam o
resultado. Pediu por favor que ele mantivesse a calma e não demonstrasse
ansiedade. Não podiam dar bandeira. Assim que chegaram ao estúdio, ela foi
direto para a copa pois estava morrendo de fome. Por sorte tinham vários donuts
próximos a maquina de café. O ritmo das gravações foi intenso não dando tempo a
eles de pensar no exame.
Por volta de seis da tarde, Dara
dispensou-os para um intervalo de quinze minutos pois faltava filmar uma última
cena. Stana foi à copa e serviu-se de água. Nathan veio atrás dela direto para
a maquina de café.
- Então, já podemos verificar o
resultado? Está disponível não?
- Sim, mas você tem certeza que
quer ver aqui? Não levantaremos suspeitas? Eu... eu estou com medo, Nate – ele se
aproximou para segurar a mão dela, beijou-a.
- Não tenha medo, gorgeous. Nós
estamos juntos. Leia.
Stana acessou o site no celular e digitou a senha. Lentamente a pagina
carregava. Um longo silêncio reinou entre eles.
- Então, qual o resultado? –
Nathan perguntou e Stana o fitou apertando a mão dele.
Continua.......
6 comentários:
Morrendo aos poucos tava muito ansiosa só não demora pra postar o próximo pliss to morrendo aos poucos <3
Aaaaaaahhh NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO
EU PASSEI TODOS ESSES DIAS ENTRANDO NO BLOG ESPERANDO ANSIOSAMENTE PRA SABER SE ELA ESTÁ MESMO GRÁVIDA OU NÃO E TU ME APRONTA UMA DESSAS??
Não é legal. Não mesmo u.u
Por favooooooor não demora a postar o próximo capítulo, tou ansiosa demais aqui
*Torcendo por um resultado positivo*
Carambaaaaaaaaaaa.. não acredito que vc fez isso conosco!!! Escreve logo o próxxx please!!!
Tô achando q ela tá grávida sim!! Andei vendo umas fotos do PCA q foram divulgadas na net e teve uma q mostrava a barriguinha saliente da Stana!!
Ohhhhhhh! Que tortura. Posta logo! Na fic pode até ser, mas na vida real acho que não.
Ah ! e Parabéns pela fic linda.
AAAAAAAAH VC NUMCA PERDE O COSTUME DE PARAR NA MELHOR PARTE,KAREN ANN JOBIM!!!!!
Natal da familia Katic Adoroamo =))
essa sobrinha dela saca das coisas e tem neu total respeito.Sobre a bitch da Ochoa e o plagio Stana tem que por ordem na casa e fazer essa filhote de cruz credo se tocar e deixar de provocar,por que o dia que eu topar com ela na rua dou nela sem dó,Nate ainda defendi?Stana segura teu homi,bora gata vai lá que to logo atras de ti.
Esses sintomas dela,ai ai sei aonde vamos parar =p volta ao trabalho com o Nate provocando muito safado kkkkkkkkkkkkkkk
Os testes de grávidez acabaram comigo foi um chute na trave com o positivo e o negativo,eu pirei...Não mais com vc parando no resultado do exame de sangue,malvada muuuuuito malvada!!!
CADÊ O PROXIMO CAP.?????
PRECISOOOOOOOO PELAAMORDEDEUS!!!!!!
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