terça-feira, 26 de novembro de 2013

[Castle Fic] There's Always Tomorrow - Cap.6


Nota da Autora: Castle e Beckett sendo bem domésticos e sentindo os efeitos da vida de casados...o caso começa a tomar corpo e aproveitem porque as coisas para os próximos caps vão ficar tensas! Enjoy!


Cap.6          


Nas semanas seguintes, Castle e Beckett se dedicaram a organizar sua nova vida juntos. De volta ao bureau, as pessoas sequer perguntaram como ela se sentia diante do fato de estar casada. Seu chefe já lhe informou sobre um novo caso que precisaria participar das investigações. Novamente um daqueles casos tediosos mas que exigiam uma quantidade enorme de análises e dedicação de horas. Não podendo recusar, sobrou para ela se juntar a equipe e trabalhar. Tratava-se de um caso de corrupção envolvendo o departamento de justiça. Um funcionário condenado ao corredor da morte daqui a possivelmente dois meses que apontara um funcionário do governo como seu cúmplice fazendo a promotoria geral reabrir o caso. Burocracia e mais burocracia fazendo com que Beckett deixasse de lado sua investigação pessoal.

Além disso, ela passara a chegar mais tarde em casa o que lhe dava pouco tempo para dedicar sua atenção a Castle. Assim, ela ainda possuía muitas coisas no seu antigo apartamento que precisariam ser trazidas para o novo endereço. Decidiram fazer isso nos finais de semana, tempo que também aproveitavam para ver alguns itens de decoração para o apartamento. Com o passar dos dias, o novo lar do casal começava a ganhar a cara deles. O toque feminino ressurgia diante da praticidade masculina. Um dos cantos preferidos do apartamento e que virou xodó de ambos, foi a sala de tv onde ficavam todos os livros, CD’s e claro um telão de 80 polegadas acompanhado de um home theater. Para Castle, a sala era um refúgio para ver filmes com ela e jogar sempre que podia. Para Kate, ela gostava de sentar-se na confortável poltrona com um livro ou seu ipad tendo a seu lado uma vista linda da cidade acompanhada de um pequeno jardim de inverno que ela fizera questão de montar.

A vista era algo que não podiam reclamar. O apartamento ficava no 12th andar e à noite era possível ver a cidade iluminada e o obelisco da varanda da sala. O escritório de Castle também era um lugar muito convidativo. A mesa em vidro e os tons de marrons e cinza combinavam para deixar o ambiente aconchegante. Kate o intimou a trazer o quadro em profundidade que ficava atrás da sua mesa no loft de New York porque ela simplesmente adorava aquela peça. Aos poucos, eles foram criando sua nova rotina.

Quando Kate estava muito ocupada com seu caso e acabava por se atrasar ou trabalhar demais, Castle supria a falta dela em casa escrevendo. Seu novo livro baseado no caso da máfia estava andando muito bem. Dera algumas escorregadas nas conexões mas por fim encontrou novamente o caminho da escrita imaginativa pela qual era tão conhecido, uma qualidade peculiar dele que a própria Kate adorava, afinal quantas vezes ela riu de suas teorias malucas? Porém, ele sabia que ainda precisava encontrar o clímax perfeito e um plot twist que deixasse o leitor surpreso. Para tanto, precisava de mais informação sobre o caso de Kate que infelizmente fora posto de lado por conta de outras prioridades do bureau.

Castle acabou se virando com o lado doméstico da relação. Na grande maioria das vezes, ele era o responsável por providenciar compras e as refeições. Nos fins de semana, Kate retribuía os gestos semanais dele. Ela não reclamava por Castle tomar conta da cozinha e fazer sua bagunça porém quando decidia limpar a casa, ele tinha que sumir do caminho dela. As atividades típicas de casal, a divisão do banheiro, as louças na pia. Tudo apareceu e eles conseguiram se entender. Não que tudo fosse uma maravilha. Brigaram e discutiram por bobagens que todo o casal sempre leva muito à sério. Castle numa das suas aventuras domésticas operando a máquina de lavar acabou manchando uma das blusas preferidas de Kate o que lhe rendeu um gelo de dois dias pois ela havia avisado para ele não mexer nas roupas sujas para lavar. Essa entre outras eram algumas das exigências de Kate. Não era porque casara com um milionário que precisavam viver cheios de luxo. Lavanderia apenas para roupas mais finas, roupas de cama ou quando ela realmente estava assoberbada. Dizia que preferia aproveitar o dinheiro em viagens, jantares e mimos. No fim, ela era bem esperta.

O tempo passou e a convivência de marido e mulher já estava quase completando três meses. Ainda não haviam se matado e considerando como ela o tratava no inicio de sua relação profissional, isso era muito bom um sinal claro de evolução.

Nove meses antes

Castle recebeu a três dias um telefonema de sua editora para ir a uma reunião em New York. Além de querer ver avanços no livro, ela queria conversar sobre outras propostas. Kate chegara em casa mais que satisfeita no inicio da mesma semana porque se livrara do caso chato que estava trabalhando e podia voltar a sua investigação anterior. Quando sentaram à mesa para jantar, Castle deu a ela a notícia.

- Então, recebi um telefonema hoje. Querem que eu vá a New York na próxima semana para uma reunião com a editora. Claro que essa é uma maneira de me cobrar pelos capítulos do livro mas ela disse que gostariam de conversar sobre outro assunto. Vai ficar chateada se eu passar uma semana longe de você?

- Claro que não, Castle. É o seu trabalho. Nós sabíamos que isso podia acontecer algumas vezes. Assim como eu trabalho até mais tarde alguns dias, você também vai precisar se ausentar.

- Nossa que esposa mais compreensiva! – ele se inclina e a beija – não é à toa que me casei com você.

- Sei, sei... sabe estava pensando. Quando você viaja?

- Pensei em sair daqui no domingo para ao menos curtir o fim de semana com você.

- Podemos fazer diferente. Por que não passamos o final de semana em New York? Podemos aproveitar para matar a saudade da Big Apple, pegar alguns objetos do loft que precisam vir para DC e se Alexis estiver disponível é uma chance de vê-la. Podemos jantar todos juntos inclusive Pi antes que você invente algo mais – ela percebeu logo a cara dele demonstrando um certo desconforto - Temos um compromisso com ela não?

- Alexis? – ele se fez de desentendido.

- Sim ou você já se esqueceu do que prometemos a ela antes de nos casarmos?

- Eu... olha eu não esqueci apenas achei que não tínhamos assumido nada, que aquele era um pretexto para amenizarmos a situação entre nós. Não pensei que estava falando sério – ela fez uma careta para ele. Isso era típico de Castle quando queria se esquivar de um assunto que o deixava desconfortável ou que o obrigava a encarar algo que não gostaria que acontecesse – sendo assim, esse fim de semana em New York não será um momento a dois...

- Ah, sempre podemos aproveitar ao máximo. Não é um jantar com sua filha e o namorado dela que vai acabar com o nosso final de semana.

- Fale por você – ela sorriu e voltou a degustar o jantar. Ela teria que aborda-lo de uma outra forma. Ao terminarem, Kate recolheu as coisas e pediu para Castle fazer café enquanto cuidava da louça. Eles dividiam as tarefas domésticas muito bem ultimamente.

Assim que sentaram no sofá para apreciar a bebida, Castle comentou que iria marcar as passagens deles para sexta ao final da tarde, ela aceitou. Conseguiria sair mais cedo. Ali, envolta em seus braços ela pensava em como abordar o assunto Alexis e viagem sem deixa-lo em uma situação incômoda. Como pai, ela entendia que não era fácil entender que a filha crescera e queria alçar seus próprios voos. Não era mais a garotinha do papai e por experiência, Kate sabia que os pais não aceitavam tão facilmente essas mudanças especialmente com filhas. Arriscou. Ela desvencilhou-se do abraço dele e virou-se para fita-lo.

- Quando conversei com Alexis, eu tive que lidar com meus próprios sentimentos. Como eu me sentia diante de tudo isso. Afinal, a novata da história era eu. Você e ela tem um passado, uma bagagem. Criaram sua própria história, seu jeito de conversar, manias. De repente eu apareço e começo inconscientemente a disputar sua atenção, te roubar para minha casa, meu trabalho e passo a ser uma espécie de competição. Não de propósito mas aconteceu. Foi sobre isso que conversamos. Não foi tão fácil mas como eu fui uma jovem como ela, imaginei qual seria a reação dela.

- E então colocou uma sementinha na cabeça da Alexis. Você não a conhece como eu. O gênio dessa menina é...

- Como o seu? Teimosa e extremamente persistente que chega a irritar? Castle isso tem nome. DNA. Sei muito bem para quem ela puxou somente não descobri de onde ela ganhou o juízo porque você e Meredith bem... não são os melhores exemplos – implicou.

- Ha Ha! Muito engraçado. Avise-se da próxima vez que fizer uma piada – ela sorriu e acariciou o rosto dele.

- Castle eu sei que você se sente inseguro quanto a Alexis ganhar mundo. Sair do seu círculo, experimentar. Sua filha é uma mulher agora cheia de sonhos, ideias. Ela está querendo buscar seu lugar no mundo. Você é a pessoa que pode proporcionar essa oportunidade a ela. Quando você faz isso, mostra que confia nela, deixa subentendido que aceita ela estar pronta para tomar as suas próprias decisões. Não o culpo por estar se sentido um pouco traído ou impotente. Haverá sempre aquele sentimento de super proteção, de não querer vê-la assumir riscos e errar, porém esse é o ciclo da vida. Meu pai também se sentiu assim e tenho certeza que um dia sentirei isso também com nossos filhos – nenhum dos dois percebeu o que Kate disse sobre filhos tão naturalmente - Ao dar essa chance a Alexis estará fazendo um bem ao crescimento dela como pessoa e fortalecendo os seus laços de pai e filha.

- Tudo bem, posso até dar a ela a viagem como você sugeriu mas não sou obrigado a pagar para aquele natureba ir também.

- Porque não? Aceitação, Castle. Você faria Alexis feliz.

- Não quero minha filha viajando com um moleque cheio de hormônios! Você acha que eu não sei como ele é? Eu já tive a idade dele e acredite, eu era ingênuo perto dele. Não posso aceitar isso numa boa.

- Castle eu também já fui jovem e movida a hormônios. Acredite não será evitando Alexis de viajar com Pi que vai mantê-la inocente, ela não tem mais seis anos. Ela cresceu. Eu sugeriria não ir contra a ordem natural das coisas, a repercussão disso pode ser bem pior. Pense que em proporcionando essa viagem aos dois, você ganha a admiração de ambos.   

- Kate, o que você quer dizer com repercussão, ordem natural... por acaso sabe de algo que eu não sei? Está insinuando algo?

- Não, babe – ela beijou o rosto dele – não estou insinuando nada, apenas gostaria que você entendesse a importância dessa conversa e suas consequências. Além de querer muito que você me apoie e ajude a manter a promessa que fiz a ela. Vamos, Alexis é ajuizada. Confie nela.

Ele ficou encarando-a por um momento. Não entendia como Kate conseguia derrubar todos os seus argumentos sempre. Seja em um caso ou em algo pessoal, era impossível vencê-la. Além disso, ele confiava na opinião dela como mulher e filha única. Ela já provara a ele várias vezes que se preocupava com Alexis. Talvez valesse a tentativa.

- Castle... – ela se aproximou dele esfregando o nariz e os lábios no rosto e descendo para o pescoço dele, manhosamente tirando-lhe a concentração – confie em mim.

- Tudo bem. Vou fazer o que você está sugerindo. É incrível como não consigo ganhar nenhuma discussão com você.

- Isso acontece porque sabe que tenho razão.

- Ah Kate... a modéstia é um privilégio meu... – ela revirou os olhos.

- Sua sorte é que eu te amo, seu bobo. Vem, preciso dormir. Acordo muito cedo amanhã – e saiu puxando-o pela mão.

No final daquela semana, Castle já tinha as passagens e conforme havia combinado com Kate, iriam se encontrar no aeroporto de Dulles. O voo saia por volta das quatro da tarde. Ela apareceu vinte minutos depois dele. Trocaram um beijo e seguiram para o embarque. O voo era tão rápido que mal sentaram no avião e já desembarcavam no JFK. Novamente, Kate voltou a experimentar a sensação de casa ao sair do aeroporto de New York. Pegaram um taxi e seguiram para o SoHo. Ao entrar no loft, foram recebidos por Martha com muita festa. Castle tratou de preparar um café para eles porque Kate já vinha pedindo desde que desceram do avião. Sentados já com as canecas em mãos, Martha quis saber como estavam.

- Como está a vida de casado em DC?

- Muito boa – Kate disse sorrindo.

- Sim, para ela que me faz de escravo do lar e sexual.

- Castle! Deixa de ser mentiroso! Martha ele sempre foi bagunceiro?

- Ah Katherine... melhor eu nem começar...

- E falou aquela que nunca limpou o chão desse apartamento...

- Richard, posso não ter limpado nada aqui mas isso não quer dizer que eu nunca tenha feito isso. Fora isso, tudo certo?

- Claro!

- E qual a programação de você em New York? Confesso que esperava ver apenas o Richard. Pensei que estaria trabalhando, aliás nem esperava vocês aqui hoje.

- Eu acabei uma investigação e achei que seria bom aproveitar um fim de semana. Sinto saudades dessa cidade e também preciso checar algumas coisas por aqui. Falando em programação, Alexis e Pi pretendem aparecer por aqui amanhã?

- Talvez, não avisaram nada para mim. Por que? Oh, querem privacidade...

- Não, Martha. Na verdade, nós gostaríamos de chama-los para jantar conosco aqui amanhã. Castle irá convida-los. Um jantar em família.

- Eu irei convidar? Mas a ideia foi sua!

- Ah, que ideia maravilhosa Katherine, quer que eu encomende algo?

- Não precisa. Eu farei o jantar e Castle está encarregado do convite. E não há discussão sobre isso.

- Bom ver que ela te mantém na linha, kiddo. Ligue logo para sua filha, obedeça a sua mulher – Kate ri e faz uma cara de quem diz “viu?” vendo Martha subir as escadas.

- Estou perdido com vocês mulheres... – ela se aproximou dele que ainda estava sentado em um dos bancos da cozinha e começou a brincar com a gola da camisa.

- Que tal tomarmos um banho, colocar uma roupa casual e dar uma volta naquele seu bar? The Old Haunt? Afinal, já que estamos em New York... podemos chamar os rapazes. Será que Jenny tem com quem deixar o bebê? Sabe estou com saudades do pequeno Patrick.

- Gostei da ideia mas me diga que horas você vai investigar o tal armazém se ainda tem um jantar para preparar?

- Não se preocupe,eu me viro. Vou ligar para Lanie. Enquanto isso, você liga para Alexis. Fale para estar aqui amanhã às sete. Depois, você liga para Ryan e Espo. Se eles puderem que tal oito horas?

Ele ligou para a filha e explicou o que pretendia. Surpresa e feliz, Alexis agradeceu o convite e falou que estaria no loft por volta das seis com Pi. Ele cumprira a primeira parte do combinado, amanhã discutiriam o restante. Ficou feliz ao ver como a filha reagira ao seu convite e teve a constatação de que Kate estava certa mais uma vez. Hora de ligar para os amigos.  

No bar, eles chegaram primeiro e como bom anfitrião e dono do lugar, Castle reservou uma área VIP para eles. Perguntou o que ela queria beber e Kate optou por vinho mesmo. Escolheu um do gosto dela e pediu whisky para ele. Também solicitou uma porção de queijos e outros frios. Os primeiros a chegarem foram Ryan e Jenny. Depois de se cumprimentarem, Kate quis logo saber notícias do pequeno Patrick. Orgulhosa, Jenny tratou de mostrar a ela as fotos do celular.

- Ah, ele está lindo! E tão gordinho! Olha Castle... – Kate sorria feito boba ao mostrar as fotos para Castle – ele cresceu muito!

- Sim e não vejo a hora dele andar – disse Ryan.

- Isso é porque você não tem ideia do trabalho que é cuidar deles quando estão nessa fase – lembrou Castle - Tudo tem que ser suspenso, você fica super alerta, uma loucura. Mas bem divertido, você irá correr bastante.

- Veja Kate, tenho outras fotos aqui no meu celular. Essa aqui eu estava tentado dar a sopinha para ele.

- Ah não, de novo bro? Já não basta passar o dia falando de bebês aqui no happy hour também?

- Ah, Espo.... sempre querendo passar uma impressão de machão. Senti falta disso, cara! – Castle se levantou para abraçar o amigo – vocês não tem mais casos para investigar naquele distrito? Se podem passar o dia vendo fotos - Kate também se levantou para cumprimentar o amigo.

- Kate você não tem ideia do que ele faz comigo no distrito. É bullying.

- O que eu posso fazer se meu parceiro só sabe conversar sobre fraldas, músicas de bebê e papinhas?

- Você podia aprender um pouco com ele, Javi – era Lanie que surgia logo atrás dele.

- Lanie! – e Kate abraçou a amiga com vontade.

- Aliás, falando em aprender, como vão os pombinhos? Praticando muito? – perguntou Lanie – quando vão encomendar um desses? – ela disse apontando para a foto de Patrick. Ryan e Jenny riram.

- Lembra do que disse? Vocês não tem nem um ano de casados e já estão exigindo um bebê. Daí para pior.

- Não Ryan, por enquanto estamos apenas treinando mesmo. Ainda temos muita coisa a fazer na nossa vida de casal – disse Kate – vão beber o que?

E assim, velhos e bons amigos sentaram-se ao redor de uma mesa com muita bebida, troca de novidades, risadas e alegria. Esses amigos aproveitaram uma noite maravilhosa deixando um pouco da saudade de conviver diariamente como antes ser suprida por esses bons momentos. Quando perceberam já passava das duas da manhã e finalmente decidiram encerrar a noite. Despediram-se e já se mostraram ansiosos por uma nova oportunidade. Kate prometeu que da próxima vez que viesse à cidade, visitaria o pequeno Patrick. Chegaram em casa quase três da manhã mas ela estava elétrica. Não tinha sono e aparentemente todo aquele papo de treinar para fazer bebês a deixou ainda mais alerta e com uma vontade imensa de trabalhar um pouco esse lado com Castle.

Ele estava um pouco zonzo e após sair do banheiro, ele já foi se entregando às cobertas. Mas Kate não era uma mulher de desistir fácil. Vestindo apenas uma camiseta, ela se enfiou debaixo dos lençóis disposta a provar que ainda podiam se divertir. Não deu outra. Ao sentir o que ela fazia com os lábios por baixo das cobertas não resistiu e a puxou para junto de si devorando-lhe a pele, a nuca, o corpo inteiro. A noite definitivamente era uma criança para os dois.

Kate levantou-se por volta das nove da manhã. Ele ainda dormia. Esperando não perder muito tempo e a fim de conseguir fazer tudo o que planejara, ela preparou uma caneca de café para si e checou novamente sua lista. Pegou a bolsa, a chave e saiu rumo ao mercado. Quando voltasse se Castle ainda estivesse dormindo, ela iria adiantar as coisas para o jantar e depois o chamaria para visitarem e explorarem o armazém que rastrearam pelas coordenadas do caso da máfia.

Cheia de compras, ela voltou e encontrou Castle sentado no sofá de roupão com uma caneca de café nas mãos.

- Que horas você acordou hoje?

- Umas nove. Está de ressaca?

- Um pouco. Dor de cabeça.

- Então, vamos facilitar. Você vai tomar um banho para espantar o resto de sono e o cansaço. É o tempo que adianto algo do jantar. Depois, vamos trabalhar um pouco no caso.

- Seu desejo é uma ordem mas será que a cozinheira não pode ajudar o seu marido com um beijo de bom dia?

- Mas é muita manha... – ela se aproximou dele e colocando suas mãos nos ombros, ela o beijou – agora vá se arrumar, quero sair em no máximo meia hora.

Castle estacionou o carro próximo ao porto. A área dos galpões e armazéns ficavam à direita do complexo portuário. Beckett tinha consigo a identificação de agente e a sua arma por segurança. Não sabia o que iria encontrar pela frente. Seguindo o gps no celular de Castle, eles chegaram a uma espécie de corredor onde se enfileiravam vários compartimentos trancados por cadeados. A localização identificada pelas coordenadas encontradas no código, indicavam um armazém com porta de ferro vermelha enumerado #332. Havia um cadeado nele. Calçando luvas ela examinou o cadeado e reparou que estava um pouco enferrujado. Como não tinha mandado, ela teria que tomar uma decisão, burlaria as regras ou arriscava-se a descobrir mais sobre sua investigação? Suspirou e manteve-os olhos no cadeado. Castle interviu.

- Me permite? – ele tirou o cadeado da mão dela e examinou – eu consigo abrir esse cadeado se quiser. A última palavra é sua mas sei que você não tem permissão para invadir esse armazém. Como fica sua investigação?

- Como você vai abrir isso? 

- Técnicas altamente desenvolvidas ao longo dos anos – ela revirou os olhos – não acredita? Basta me dizer que posso fazer.

- Faça – ele ficou olhando para ela – o que foi?

- Por acaso você não teria um grampo aí, teria? – ela balançou a cabeça sem conseguir conter o riso – é, foi o que pensei. Não se preocupe, tenho algo na carteira que serve para isso – ele abriu a carteira e puxou a pequenina chave de algemas que carregava escondido, a mesma que usara no primeiro caso deles juntos.

- De onde você pegou isso? Castle você anda mexendo nas minhas coisas?

- Não! Tenho isso a muito tempo. Inclusive já usei para me salvar, lembra do nosso primeiro caso juntos que você me deixou algemado no carro? Foi com isso que consegui me livrar das algemas e perseguir o suspeito.

- Nem vou perguntar como conseguiu isso então... vou esperar sua expertise funcionar enquanto isso irei verificar os arredores, ver se existe algo suspeito que possa contribuir para nossa investigação. Me chame se tiver sucesso.

Ela se afastou deixando Castle trabalhando no cadeado. Por mais que procurasse algo suspeito, ela não viu absolutamente nada. Aliás não havia qualquer indicação disso, nem uma viva alma ali por perto. Satisfeita por enquanto, ela voltou para perto dele. Estava chegando ao seu lado quando viu o grito de satisfação de Castle ao abrir o cadeado.

- Ahá! Quem é o gênio?! – ele já ia pegar o celular para ligar para Beckett quando a viu de braços cruzados olhando para ele com um sorriso no rosto – chegou na hora, pronta para entrar e descobrir algo mais sobre esse mistério?

- Vamos lá. Ela empunhou a arma e esperou Castle abrir a porta de ferro. O resultado não foi mesmo o que ela esperava. O local estava vazio. Bastante empoeirado, escuro e sem qualquer sinal de pistas decentes, Beckett caminhava cautelosamente procurando não deteriorar muito o local. Em um canto, ela encontrou apenas três caixas amontoadas. Com as luvas, ela ergueu uma das abas e verificou seu interior. Havia caixas de celulares e tablets ainda nas caixas.

- Castle me ajuda aqui. Calce as luvas.

Ele obedeceu. De luvas nas mãos, ele se aproximou dela e juntos ergueram a caixa colocando-a no chão. Beckett abriu a segunda caixa e encontrou brinquedos. Bonecas e carrinhos. Castle estava avaliando os eletrônicos. Ao tirar um dos tablets da caixa estranhou o peso.

- Isso deveria ser mais leve. Tem algo pontiagudo para ajudar abrir essa caixa?

- O que aconteceu com sua chave?

- Não vai servir – ela fez uma carinha de deboche para ele e tirou do bolso um canivete. Entregou a ele.

- Onde você arranjou isso? Tá, nem quero saber. – Castle começou a sua atividade enquanto Beckett examinava a segunda caixa. Pegou uma das bonecas e avaliando cada parte dela resolveu fazer um teste. Primeiramente, ela cheirou o corpo da boneca mas não percebeu nada suspeito. Sacudiu o brinquedo e ainda não se deu por satisfeita.

- Castle pode me emprestar o canivete um instante?

- Espere, estou quase... – ele deu mais um puxão – consegui! Veja você mesma, sabia que tinha algo errado com o peso daquele aparelho.

- Castle isso é o que estou pensando?

- Pasta de cocaína? Sim, isso mesmo – ele estendeu o canivete para ela – aposto que teremos mais dentro dessa boneca. Faça as honras. 

Beckett pegou o canivete e rasgou o corpo da boneca. Sem qualquer dúvida, era cocaína e ainda haviam pílulas que ela poderia apostar ser êxtase ou outra droga ao estilo “boa noite cinderela”.

- Se isso está aqui é porque a máfia chinesa certamente teve alguém cuidando para que essa carga escapasse da fiscalização federal.

- Talvez algum agente federal ou mesmo policial. Não duvidaria.

- Bem, acho que precisamos fazer uma varredura completa aqui nesse lugar. Vou pedir ajuda ao 12th distrito. Vou ligar para o Espo.

- Você não teria que falar com a Gates?

- Deveria mas como não tenho um mandado vou tentar primeiro pelas vias mais simples. Ela pegou o celular e verificou que estava sem sinal – Castle vou ligar lá de fora ok? – ela saiu e conseguiu fazer a ligação. Explicou a situação e viu Esposito relutar, não era um caso de homicídio, como justificaria chamar uma equipe do CSU? Beckett explicou que estava sim ligado a possivelmente três assassinatos. Depois de medir os pós e contras com ela, Esposito finalmente resolveu ajuda-la. Disse que mandaria uma equipe nos próximos vinte minutos. E assim aconteceu. Quando a equipe chegou, Beckett mostrou a insígnia de agente federal e explicou o que precisava que eles fizessem. Não apenas deveriam colher as provas de drogas e procurar por digitais não apenas nas caixas mas em toda a extensão do armazém. Chamou Castle e ficaram do lado de fora esperando o time terminar de fazer sua analise.

- Sabe o que eu acho estranho? Porque abandonaram essa carga aqui? Porque apenas essas caixas para trás?

- Não deveria fazer sentido, talvez alguém foi surpreendido quando descarregava a carga ou talvez os nossos mortos tentaram tirar algum proveito próprio e daí deixaram alguns itens para trás a fim de arrecadar algum extra em seu beneficio – especulou Castle.

- E por isso foram mortos? Por tentar tirar vantagem da máfia? – considerou Beckett – faz sentido serem mortos por roubarem e traírem a confiança dos chineses. Saberemos mais em breve – ela apontou para o líder da equipe do CSU que vinha em sua direção – então, o que encontrou?

- Encontramos drogas, cocaína, êxtase, anfetamina e algo que suspeito ser ópio. Além disso encontramos vestígios de sangue seco e digitais. Minha dúvida é com quem comparar.

- Na verdade acredito que posso ajudar. Apreenda tudo e leve ao laboratório. Amanhã estou indo para Washington e posso comparar essas digitais com a de três mortos que penso ter relação com o crime que estou investigando. Você pode me enviar os resultados? – Beckett entregou o cartão a ele – quanto às drogas, eu mandarei um oficial federal recolhe-las.

- Tudo bem. Faremos isso. Agora acredito que não temos mais o que fazer. Se quiser ir agente.

- Obrigada pela ajuda Wilson.

- Não precisa agradecer, pelos velhos tempos Beckett. Ele piscou para ela. Beckett virou-se e chamou por Castle.

- Vamos, Castle. Tenho um jantar para preparar.


XXXXXX


De volta ao loft, Kate tratou de continuar o seu trabalho na cozinha. Preparava um jantar simples. Chester assado a Califórnia, uma salada bem tropical, arroz tailandês e purê de batata doce. Para agradar a Pi, ela fez guacamole já que o rapaz tem uma dieta toda especial. Para sobremesa, optou por compotas de frutas pêssego, blueberries e morango. Claro que ia preparar um merengue especial e comprara chantily pois tinha certeza que Castle iria reclamar caso não tivesse nada que estragasse o doce. Era uma formiguinha esse Castle. Vendo-a concentrada cortando verduras e temperos, ele aproveitou para compartilhar seus pensamentos sobre o caso com ela.

- Estava pensando se encontramos alguns itens de contrabando naquele armazém, qual seriam as chances de encontrarmos algo nos demais? Quer dizer ficou claro que alguém queria tirar proveito da operação e tentou enganar os chineses. De repente, o mesmo se repete em DC.

- Acho pouco provável. Estou mais interessada em saber se as digitais encontradas no local são de algum dos envolvidos. Se isso acontecer é mais uma evidência de que estamos no caminho certo. Também quero saber quanta droga tinha naquelas caixas. Isso pode dar uma ideia de quanto toxico está entrando ilegalmente no país. Vou pesquisar a etiqueta das caixas. Tem uma data de registro lá. Tirei uma foto e espero que o CSU nos envie alguma delas para análise – nesse instante o celular tocou – olá Wilson, tem novidades para mim? Certo, isso é bom – ela meneava a cabeça e escutava com atenção – as evidências também. Combinado. Pode mandar para o endereço do J. Edgar Hoover em Washington aos meus cuidados. Obrigada – ela desligou – ele já enviou as digitais colhidas e mandará as demais evidências para o bureau aos meus cuidados.  Será mais fácil usar a tecnologia do FBI para investigar. Quem sabe encontro algo realmente importante em meio a tudo isso?

- Sim, será excelente se você encontrar um fio da meada no meio disso tudo. Ao perceber que ela começava a temperar uma ave, ele se aproximou e curioso foi logo perguntando.

- Você está fazendo frango para o jantar? Caso não saiba, Pi não come proteinas, animais. Ele se alimenta de frutas.

- Eu sei, por isso estou fazendo guacamole e uma salada bem caprichada com vários tipos de verduras, legumes e frutas. Aliás, isso é chester que irei servir à California mais uma opção de frutas para ele. Agora se queria descobrir o cardápio porque não perguntou logo?

- Você esqueceu da sobremesa, será fruta também? – ela reparou na cara de poucos amigos de Castle.

- Sim, compotas. 

- Ah sério? Eu estava sonhando com um brownie ou um cheesecake... por que esse trabalho todo se não podemos curtir o jantar? Comer uma sobremesa decente. Você está mesmo caprichando em tudo para Pi não? – ela percebeu o jeito de menino birrento dele.

- Castle quer parar de implicar com o rapaz? Não quero você se trocando com ele. Você deveria estar avaliando a viagem para eles, afinal é esse o objetivo desse jantar. Chegou a ver passagens? Possíveis destinos?

- Porque tenho que ver isso? A viagem não é deles?

- Você deveria dar ideias, mostrar-se interessado. Poxa, Cas... estou começando a achar que a Alexis realmente não é o problema aqui. Você não ajuda. Estou fazendo de tudo para criar uma harmonia entre vocês mas está se mostrando algo bem difícil – ele percebeu que ela se chateara – qual o problema dessa vez? Ah, quer saber? Se não quiser fazer nada, não faça mas também não atrapalhe nem revire os olhos quando estivermos conversando sobre esse assunto. Eu vou resolver sozinha, afinal dei a minha palavra – ela jogou a faca sobre o balcão pegou o pano e limpou as mãos. Passou-as pelo cabelo e suspirou, ele conseguira irrita-la. Droga porque Castle era tão teimoso? – porque é tão difícil para você compreender que quero me encaixar na sua família, criar laços e fazer nossa própria história? Sua filha e o namorado dela fazem parte disso quer você queira ou não. Ela é sua filha não minha mas parece que somente eu estou tentando. Aqui estou eu fazendo um jantar para a sua família, para a nossa família – enfatizou - e você está reclamando de um garoto, com ciúmes de um rapaz que tem metade da sua idade? Mostre que se importa, que confia em Alexis e a apoia. Você precisa ceder. O que isso te custa?  

Percebendo a besteira que fizera, ele se aproximou dela para tentar consertar tudo, segurou-a pelos braços ainda vendo a irritação no rosto dela, os olhos focados como se ele fosse um obstáculo a ser derrubado e a testa franzida. Teria que convencê-la de que estava errado e pedir desculpas. Era o mínimo que podia fazer. 

- Kate, eu reconheço. Desculpe. Você tem razão sobre Alexis, sobre a viagem, sobre tudo. Por favor, não vamos brigar. Não quero passar as últimas horas do nosso final de semana vendo você chateada e emburrada comigo. Não vamos estragar o jantar. Prometo fazer tudo certo. Eu vou pesquisar algumas coisas sobre destinos europeus para mochileiros. Terei algo para discutirmos na hora do jantar – ela mordia os lábios. Castle sabia que ela não se acalmara de todo – por favor, Kate me perdoe quero você bem nesse jantar. Eu já disse que errei e que você tem toda a razão. Não acontecerá novamente.

Ela deu um longo suspiro. Fitou-o longamente, os olhos verdes intensos. Ela percebeu que Castle estava sendo sincero e calmamente soltava os braços dela. O olhar dele era de angustia, não queria brigar com ela e foi exatamente o que acontecera a poucos minutos ali. Sua primeira briga séria. Kate olhava para ele ainda calada, de certa forma ela dera um choque nele porém será que exagerara? 

- Nos desentendemos e você está com raiva. Não gosto disso. Essa é a nossa primeira briga como casados e eu não gostei, Kate. Você sabe que te ver brava é a última coisa que preciso especialmente comigo. Vou consertar tudo, Alexis e Pi logo chegarão para jantar e teremos uma noite maravilhosa. Eu prometo – ele a olhava buscando algum sinal de que tudo estava bem.

- Tudo bem, Castle. Mas você não tem que fazer isso porque eu estou pedindo, ou porque vai me satisfazer. Isso é sobre sua relação com sua filha e o namorado dela. Não é a mim que você deve agradar. Minha intenção é fazer vocês perceberem que mesmo num relacionamento pai e filha há concessões a serem feitas. Se cada um ceder um pouco, as coisas melhoram e entram nos eixos. Faça isso e Alexis o verá com outros olhos. Quanto a nós, estamos bem. Também peço desculpas pelo meu comportamento, exagerei um pouco mas com a intenção de fazê-lo entender.

Ele beijou a testa dela. A campainha tocou.

- Melhor assim. E ele se afastou para abrir a porta já imaginando que eram Alexis e Pi. Nesse instante, Martha também desce as escadas. Ao ver o pai a menina o abraçou forte. PI segurava as mochilas e a bolsa da namorada. Depois de soltar de Castle, Alexis tirou a bolsa do ombro e a mochila das mãos de Pi deixando-a livre para cumprimentar o pai dela. Seguiu para a cozinha onde encontrou a vó e Kate.

- Olá Mr.C! – e apertaram as mãos – hum, que cheiro bom é esse?

- Tudo bem, Pi? Acho que você está se referindo ao jantar que Kate está preparando.

- Sim, Mrs.C! O que cheira tanto? Está exercitando seus dotes culinários?

- Oi, Pi. Como foram de viagem? Vocês chegaram mais cedo. Estou fazendo algo para comer mas ainda não sei o resultado. Alexis porque você e Pi não vão se refrescar, tomar um banho e para depois aproveitarmos nosso jantar.

- Não precisa de ajuda? – perguntou Alexis – posso te dar uma mãozinha.

- Obrigada Alexis, está tudo sobre controle. Vai lá. Só espero que o cardápio agrade a Pi já que ele não come qualquer coisa.

- Não se preocupe, Kate. Vem Pi, vamos subir. Ela deu mais um beijo na avo e subiu para seu antigo quarto. Martha olhava para a sua nora concentrada na cozinha. Castle já tinha se retirado para o escritório para fazer o que prometera.

- O que posso fazer para ajudar? Devo dizer que estou ficando com água na boca. E estou me sentindo mal por você estar fazendo tudo isso sozinha.

- Não é nada. Mas se quiser pode arrumar a mesa para nós.

- Ótimo.

Em meia hora Kate terminara tudo que estava fazendo e resolveu tomar um banho para poder usufruir do jantar com todos. Castle continuava no escritório e não havia ninguém na sala. Ela rumou para o quarto e reapareceu na sala já vestindo uma roupa casual, jeans e camiseta com cabelos ainda molhados. Alexis, Pi e Martha estavam conversando alegremente no sofá. Ela ofereceu vinho a eles e apenas Martha aceitou. Kate sentou-se de frente para Alexis e começou a participar da conversa. Kate e Martha já estavam na segunda taça de vinho quando Martha sugeriu deles começarem a comer.

- Katherine querida, porque não vai chamar o Richard? Não sei o que ele faz enfurnado dentro daquele escritório.

- Eu imagino o que. Hoje eu fui resolver umas coisas de uma investigação que está em andamento e ele me acompanhou, voltou cheio de teorias e como está usando esse caso de base para seu livro, deve estar escrevendo ou pesquisando algo sobre isso. Vou arrasta-lo até aqui. Volto já.

Kate se levantou e seguiu para o escritório. Parou na porta e ficou observando-o por alguns minutos. Castle estava concentrado na tela do notebook, o barulho dos dedos no teclado como em uma dança, a testa franzida.

- Hey... você está escrevendo ou procurando o que prometeu da viagem?

- Estou quase terminando Kate. Acho que três roteiros com opções variadas está bom, não?

- Está sim, babe – ela se aproxima dele por trás e massageia os seus ombros beija o topo da cabeça dele – termine logo isso ai pois Martha já quer que comecemos a jantar.

- Estou terminando. Pode ir colocando as coisas na mesa. Já vou.

Kate voltou à sala e comentou que ele já estava vindo. Iria trazer as comidas. Martha foi ajuda-la.  Quinze minutos depois, eles estavam sentados à mesa. A conversa estava animada e o que dizer do jantar? Kate preparara tudo com muito cuidado e carinho que arrancou elogios de todos. Um observador externo ao ver aquela cena entenderia que ali estava uma família feliz envolvida em um momento deles, próprio. Era isso que a imagem passava, mesmo que ainda naquele instante aquele jantar fosse uma tentativa de se acertarem, de criar um laço. Estava funcionando.

Ao terminarem o jantar, Kate recolheu os pratos com a ajuda de Pi enquanto os demais se dirigiram à sala exceto Castle que voltou ao escritório para pegar os papeis que pretendia mostrar a filha. Kate voltou com a taça na mão e a garrafa de vinho. Serviu Martha e voltou a encher a taça de Castle que estava sobre a mesa. Ele retornou com as propostas em mãos e Kate sorriu para ele batendo no sofá para que ele sentasse ao seu lado.

- Nossa! Estou tão cheia! – disse Alexis – estava tudo delicioso, Kate.

- É verdade, Mrs.C. e obrigado por lembrar das frutas.

- Tentei agradar a todos.

- Ainda temos a sobremesa mas antes – Castle colocou os papeis na mesinha – queria que desse uma avaliada nesses roteiros filha. Não sei qual agradaria mais vocês. Eu não me esqueci do que prometi antes do casamento. Quero sua opinião antes de fecharmos, afinal a decisão é sua, ou melhor, sua e de Pi.

- Sério, pai? – Alexis estava surpresa.

- Sim, nós combinamos não? Deem uma olhada enquanto eu e Kate vamos buscar a sobremesa – ele a puxou pela mão e saíram para a cozinha não sem antes observar o jeito dos dois avaliando os papéis. Ao chegarem na cozinha, Kate tirou as compotas de frutas e merengue. Castle separava os potinhos e as colheres então ela o puxou para si. Beijou-o carinhosamente.

- Você foi maravilhoso com eles. Obrigada.

- Eu que devo agradecer a você por me chacoalhar. Sabe que Alexis é muito importante para mim. Você e ela.

- Bom saber que terei você para ser o pai dos meus filhos – aquela declaração tão solta e natural deixou Castle um pouco surpreso mesmo Kate não tendo reparado a reação – Vamos, estou curiosa para ver o que eles escolheram. Não esquece do chantilly! Ela saiu caminhando na frente dele e Castle abriu um sorriso tentando imaginar o que seria ver Kate grávida.

- Então, quem quer sobremesa?

- Mrs.C! Frutas! Quanta consideração, obrigado.

- Por nada, Pi. Tive que improvisar porque tenho uma formiga em casa que não suportaria comer apenas as frutas portanto quem quiser merengue ou chantilly fique à vontade. E por favor, já te pedi para me chamar de Kate.

- E quanto a vocês? Chegaram a alguma conclusão?

- Pai os três destinos estão ótimos! Seria bem difícil de escolher por onde começar.

- A ideia é vocês escolherem um ponto de partida e depois podem visitar os outros lugares e Pi tem mais uma coisa – Castle puxou o celular e checou uma informação para continuar – falei com um amigo na embaixada. Você pode ir nesse endereço e tirar a segunda via do seu passaporte. Anote aí – ele estendeu o celular para o outro - Assim pode viajar sem problemas e tenho certeza que deverá mostrar a bela Amsterdã para Alexis. É uma cidade maravilhosa.

- Concordo. Adorei o tempo que passei lá – disse Kate – não sei se vocês já se resolveram mas eu começaria pela Itália. Depois de viverem ali, ver todas as maravilhas arquitetônicas podem seguir pra Grécia, Espanha, Alemanha, enfim o resto é com vocês. Apenas uma opinião.

- Por acaso foi exatamente isso que nós pensamos. A Itália tem muita arquitetura, bela gastronomia, lugares encantadores com praias e um mar lindo. Nem temos o que pensar. Começaremos pela Itália.

- Ótimo! Itália será. Vocês já tem ideia de quando pretendem ir?

- Bem, eu estou no fim do período da faculdade – Alexis olha pra Pi – então setembro está bom.

- Setembro é daqui a vinte dias, Alexis. Dará tempo de Pi resolver o lance do passaporte?

- Claro, Mr. C. pode comprar a passagem.

- Tudo bem - Alexis se levantou e abraçou ao pai agradecendo a ele – só preciso que vocês nos informem como estão se virando, o que visitaram. Tem um curso interessante de italiano, talvez seja uma boa forma de interagirem e aprender.

- Iremos pensar a respeito, pai – ela se afastou do pai e ficou de frente para Kate – obrigada por incentivar a mim e principalmente por convencer meu pai, sei que não foi uma tarefa fácil – também a abraçou.

- Que isso! Ainda não terminei – Kate piscou para ela – vou procurar um guia ótimo que tenho da Itália para te emprestar. E te dar umas dicas sobre uns lugares bem diferentes que conheci. Nessa hora Castle arregala o olho para Kate lembrando de algumas coisas que ela já tinha comentado sobre lugares que frequentara bem antes deles se conhecerem. Ela riu da cara de desespero – seu pai está com medo que te mande atrás de alguns motoqueiros ou coisa pior. Relaxa Castle, somente irei mostrar um lado exótico da Itália para ela. Acho que Pi não deixaria Alexis posar como modelo para alguém.

- O que? – Pi se assustou.

- Nem ouse continuar essa conversa, Kate. E Alexis ria do desespero do pai.

- Esses homens.... – e Kate abraçou o marido com carinho.

Eles ainda ficaram conversando por meia hora na sala mas o sono começou a pesar para Alexis pois tinha estudado até três da madrugada. Pedindo licença eles se recolheram e Martha também. Kate resolveu arrumar a cozinha e arrastou Castle consigo. Enquanto guardava a comida, ele lavava a louça. Kate limpava a mesa e enxugava os pratos. Em vinte minutos, tudo estava em seu lugar. Ela se aproximou dele e abraçou-o beijando-lhe o rosto.

- Você foi perfeito. Já te disse que te amo hoje?

- Não me lembro...

- Então, melhor repetir. Eu te amo, Cas. Vamos para a cama porque hoje eu quero um tratamento especial.

- Pensei que seria eu quem merecesse, afinal não estava me elogiando?

- Sim mas depois desse jantar não acha que eu mereço algo como uma massagem especial?

- Sempre querendo tirar vantagem não? Vamos lá, Kate. Sei exatamente do que você precisa.

No dia seguinte, Castle e Beckett acordaram cedo para arrumar alguns objetos dele além de roupas e livros que levariam para Washington. Com a ajuda dela, Castle teve que escolher poucas coisas para levar nesse momento. Alguns foram colocados já em caixas para serem despachados. O quadro tão admirado por Kate foi cuidadosamente embalado por ela para ser despachado. Agora faria parte de um novo ambiente, a sala deles. Após terminarem, eles se despediram de Alexis e Pi que já iriam pegar trem de volta ao campus. Castle prometeu voltar no inicio de setembro para dar uma ajuda a eles quando fossem viajar.

Para aproveitar o resto do dia que possuíam, Kate e Castle saíram para almoçar no Le Cirque, o restaurante preferido de Castle e depois fizeram um passeio pelo Central Park, namoraram um pouco e terminaram tomando um bom café novaiorquino em uma padaria no Soho. Voltaram para casa e de malas em punho seguiram para o La Guardia. Chegaram em Washington por volta das dez da noite.

Beckett voltou a trabalhar no bureau logo na segunda e nem bem chegou ao trabalho, seu chefe pediu sua presença para compor a equipe de um caso prioritário que surgira na sexta e precisava do máximo de agentes que pudesse. Beckett era muito boa em montar histórias e ligar fatos, era exatamente o que ele queria no momento. Assim, ela sequer teve tempo de avaliar as provas que encontrara no armazém em New York. Durante toda a semana Beckett trabalhou até tarde voltando para casa por volta das dez da noite.

Chegava exausta. Castle sempre procurava anima-la fazendo refeições rápidas para ela quando estava disposta a comer ou proporcionando massagens nos pés e no corpo. No fim de semana, depois de trabalhar até às quatro da tarde, foi a primeira vez que ela pode descansar. Após tomar um banho bem relaxante de banheira, Castle trouxe café e brioches na cama para ela. pegou o computador e mostrou a Kate todo o roteiro que montara para Alexis e incluíra o livro que já fora recomendado por ela. Disse para ela descansar que faria um jantar especial para Kate mas a mesma não concordou.

- Não, babe. Eu quero sair. Vamos a um restaurante, namorar um pouquinho. Não estou cansada para isso. Somente com um pouco de dor de cabeça mas já tomei um analgésico. Que tal fazer reservas para nós em um bom restaurante tailandês?

- Seu pedido é uma ordem.

- E amanhã quero sua ajuda para analisar os dados do caso da máfia. Desde que voltamos de New York nem peguei nas informações que recebi.

- Pensei que tinha mandado para o laboratório do FBI.

- Nem tive tempo. Esse caso que estou trabalhando nem me deixa sentar no meu computador e avaliar o que tenho em mãos antes de saber o que pedir e enviar para análise. Não posso deixar essa investigação de lado Castle.

- Eu sei. Temos algo grande acontecendo aí e quero te ajudar mas isso é para amanhã. Hoje é sobre nós.

Mais tarde saíram para jantar e emendaram para um bar de punk rock recomendado pelos moradores de Washington conforme Castle pesquisara. Eles se divertiram, dançaram, namoraram. Kate sentiu-se muito bem ao lado dele. Claro que ao chegarem em casa, eles não foram direto dormir, após alguns amassos no sofá da sala a diversão continuou na cama onde fizeram amor como gostavam.

Durante o domingo, eles sentaram no escritório de Castle e anaiisaram todas as provas. As etiquetas nas caixas indicavam um peso maior do que a mercadoria tinha o que deveria ser o motivo de encher os produtos de drogas. Além disso, Kate separou as etiquetas para verificar as datas que elas passaram pela alfândega. Deveria haver registro dessa carga e vinculo a algum importador. Esse seria um ponto de partida para sua investigação. Quanto às digitais, Kate ia envia-las ao laboratório para serem comparadas com as dos mortos.

- Você acha que um daqueles mortos podem ser os donos dessas digitais? Acha que os outros armazéns podem conter mais pistas?

- Sim, acho. Na verdade, gostaria que um daqueles armazéns tivesse um carregamento cheio neles, isso nos daria uma certa vantagem na investigação. Eu preciso encontrar um tempo para fugir desse caso e visitar o laboratório do FBI. Como isso não é um caso oficial, precisarei mexer uns pauzinhos e pedir uns favores para algumas pessoas.

- Contanto que não sejam favores sexuais... – ela revirou os olhos – estou brincando. Quando você acha iremos visitar os outros armazéns?

- Uma vez que eu tenha o resultado dos testes, além de me livrar do caso, podemos ir.

- Ótimo. Ela se aproximou dele e envolvendo-o em seus braços beijou o rosto dele.

- E você? O que anda fazendo nessa semana em que mal tenho tempo para conversar com você? – ela queria dar uma oportunidade a ele de comentar como foram seus dias, o que andara fazendo, enfim ter uma conversa normal de casais como ela imaginava que teriam quando estivessem casados.

- Eu avancei mais dois capítulos do livro, montei o roteiro da viagem para Alexis como já mencionei. Para falar a verdade, fizemos praticamente juntos. Eu liguei para ela a fim de pedir uma opinião, uma coisa levou a outra e acabamos discutindo alguns lugares e passeios. Então posso dizer que graças a você, eu tive uma semana muito boa. Nunca pensei que essa ideia de viagem pudesse ser tão interessante para Alexis e realmente nos aproximar novamente nessa fase difícil. Você é brilhante – ele a beijou.

- Eu sei – disse Kate sorrindo.

- Precisamos rever esse seu lado de convencida. Você está convivendo demais comigo. Acho que vai acabar me superando Kate Beckett.

- Kate Beckett? Não seria Kate Beckett Castle? Talvez por isso esteja mais convencida. O peso do nome – brincou.
- Sim, ainda não me acostumei totalmente. Nós casados de verdade e pensar que você dizia que não queria isso de jeito nenhum, lembra? Você me maltratava.

- Você mereceu cada uma das vezes ou esqueceu o quanto era irritante?

- Por irritante você quer dizer charmoso?

- Melhor não começarmos esse debate novamente, da última vez acabamos os dois quase morrendo com uma bomba a meus pés. Vem, vou fazer um café para nós – ela o puxou pela mão até a cozinha – quando você irá para New York ajudar Alexis?

- No final da próxima semana. Irei aproveitar para fazer uma reunião com Gina. Acredito que se você desvendar esse crime antes do fim do ano, posso lançar o livro na primavera. Já estou pensando na próxima aventura de Nikki Heat.

- Nossa! Você anda inspirado esses tempos. Já pensando em mais um livro? Para quem implorava por participar de um caso apenas para não ter que escrever temos uma evolução – ela estendeu a caneca – quem diria não Mr. Castle?

- Você é a causa disso. Continua a me inspirar. Talvez a vida de casado tenha me ajudado, quantos tem a sorte de se casar com a sua musa?

- Bom ponto.

Uma nova semana começou e como Beckett previra, ela ainda estava envolvida com o caso prioritário. Felizmente, o mesmo encerrou-se na terça à noite. Sendo assim, seu chefe avisou que ela teria alguns dias de folga, três para ser mais exatos. Porém, ela negociou para tira-los depois. Disse que tinha umas pendências com o laboratório de algumas análises que solicitara e pretendia aproveitar a quarta para fazer uma visita a eles e pressiona-los. Como seu chefe sabia que os agentes trabalhavam em média com dois a três casos por vez, não estranhou a explicação.

Na quarta, Beckett foi diretamente para o laboratório com todas as informações que precisava para solicitar a análise, por não estar liberada para investigar o tal caso, ela teria que conseguir o acesso aos técnicos de outra maneira. Nesse um ano de FBI, ela fizera boas amizades com algumas pessoas no laboratório que poderiam auxilia-la agora. A primeira pessoa que procurou foi o geek da informática McQuinn. Além de adorar as nerdices como Castle, ele era um jovem bastante promissor. Ela bateu na porta da sala onde normalmente ele se escondia.

- McQuinn? Você está aí? – ele saiu de trás de uma pilha de equipamentos eletrônicos.

- Hey, Nikki! Bom de ver, faz umas semanas que você não aparece aqui. Estão arrancando seu couro no FBI?

- Um pouco de tudo... – sim, ele era fã dos livros de Castle e adorou conhecer a verdadeira Nikki Heat.

- Ah, não! – ele reparou na aliança de Kate – você realmente se casou com o escritor? Como você pode fazer isso comigo? Partir meu coração? Eu deixei a mulher maravilha por você, Nikki – ele brincou com uma cara dramática e Kate riu.

- Poxa, McQuinn. Sinto muito. Será que você ainda irá querer me ajudar? – ela fez uma carinha de magoada.

- Claro que sim, diga o que você precisa. E Beckett começou a explicar o que precisava relembrando várias vezes que isso era estritamente confidencial e deveria ser tratado com descrição. Ele prometeu devolver a análise no máximo para a próxima segunda. 

Beckett agradeceu e rumou para o laboratório de bioquímica. Encontrou sua xará Catherine com C logo no corredor tomando um café.

- Oi, Catherine! Estava mesmo querendo falar com você.

- Hey, Beckett! Quer um café? Me acompanhe. Precisava sair daquele laboratório uns minutos, esfriar a cabeça. Tenho umas análises “top priority” que estão me tirando o sono. Mas e você? O que a traz aqui com os menos procurados do FBI?

- Preciso da sua ajuda em um caso. E sim é confidencial.

- Ok, vou te ajudar mas apenas porque você é uma pessoa muito bacana. A melhor agente que já trabalhei. Está sempre falando conosco, se importa. Porque para o resto somos um bando de segunda classe, quase robôs que apenas servem para analisar o que querem.

- Hum, detecto TPM? Acho que tenho algo pra te acalmar – Beckett puxou do bolso do casaco uma barra de chocolate com pimenta – seu favorito.

- Ah, você é o máximo! Vem, vamos ver o que posso fazer por você.

Elas sentaram à mesa do laboratório e Beckett entregou as amostras das drogas que gostaria que Catherine avaliasse além da amostra de DNA colhida no armazém para ser comparada com os dna’s dos três mortos. Beckett voltou a pedir sigilo e cuidado dela, essas informações não podiam vazar de forma alguma e os resultados deveriam ser entregues apenas a ela. Quando tivesse os resultados, ligariam para seu celular. Despedindo-se da moça, ela deixou o lugar voltando à sede do bureau.

Castle viajou na sexta à noite e ela aproveitou o fim de semana para fazer coisas de garotas, foi ao salão, manicure e bateu perna pelo shopping em busca de algumas roupas e sapatos, a paixão de Kate. No domingo, ela aproveitou para fazer uma corrida no parque de Washington e aproveitar um pouco de sol, algo geralmente raro naquela cidade cinza. Falavam-se toda noite pelo celular. Ele comentou que esperava voltar na quarta.

Beckett estava trabalhando em um novo caso durante a terça com um de seus colegas quando recebeu um email de McQuinn dizendo que a análise que ela solicitara estava pronta. Também perguntava se ela queria recebê-la em seu email criptografada. Ela respondeu a ele agradecendo e respondendo positivamente a sugestão dele. Assim que o email caiu em sua caixa, Beckett pegou um pendrive novo e baixou todo o conteúdo para o dispositivo. Queria levar para casa e trabalhar com Castle nas informações. Claro que abriu e espiou o que McQuinn descobrira. Tinha que reconhecer, estava impressionada com o relatório dele pelo nível de detalhes. Pegou o telefone e discou seu número, agradeceu e tirou algumas dúvidas. Estava muito satisfeita com o trabalho.

À noite, ela aproveitou por estar sozinha e fez uma sessão de ioga com alguns exercícios de pilates. Após um banho, sentou-se na cama com o tablet em mãos e começou a se interar das descobertas de McQuinn. Tudo confirmava as suspeitas dela e de Castle. O que estava por trás dessa máfia era grande, esse caso era grande. Agora com essas novas evidências, talvez conseguissem montar algo sólido para apresentar ao seu superior mas isso apenas aconteceria depois que ela visitasse os outros dois armazéns. Estava distraída quando o telefone tocou.

- Beckett.

- Oi, sou eu xará. Terminei sua análise nesse instante. Garota, você está com tudo! Não apenas identifiquei o DNA como tenho a descrição química daqueles compostos que você me entregou. O DNA bate com um dos caras assassinados. O tal do Hu.

- Excelente! E quanto às drogas? O que descobriu?

- Beckett, esses caras são bons. A primeira amostra era cocaína pura da mais valiosa, a segunda tinha a mesma cocaína pura mas com algumas dosagens de LSD, você imagina o estrago dessa droga para um ser humano? Muito pesada mesmo. Os comprimidos eram de êxtase e alguns daqueles chamados roupinol ou vulgo “boa noite Cinderela” mas um pouco mais forte do que os que já estamos acostumados a ver no mercado negro dos USA. Quem quer que esteja por trás disso tem muita grana e influência sem contar que deve estar faturando com os ricaços viciados porque isso não é o tipo de droga pra circular nas ruas com meros traficantes. É barra pesada. Posso enviar o relatório para o seu email.

- Sim, pode mas mande criptografado. Muito obrigada, Cat. Te devo uma.

- Não deve nada, talvez outra barra de chocolate. Godiva dessa vez?

- Fechado.

Ela desligou e já sabia que Castle estava ligando pelo som que recebia durante a ligação com Catherine. Ela retornou.

- Hey, babe.

- Nossa, porque não atendeu logo?

- Estava falando com a bioquímica do bureau. Castle, estamos no caminho certo. Nossas suspeitas se confirmaram. Tenho várias novas evidências e mais do que nunca preciso visitar os demais armazéns de DC. Isso é grande.

- Vejo que está bem animada com o caso. Você prometeu não investiga-los sem mim.

- Prometi e irei cumprir. Quando você volta?

- Amanhã. Devo chegar por volta de meio-dia. Mas provavelmente nos veremos apenas à noite não?

- Sim. E Alexis? Como ela estava com a viagem?

- Super empolgada. Acredito que vou sentir mais falta dela do que o contrario.

- Você verá que será bem rápido. E se precisar de carinho, acho que posso dar um jeito nisso. Te vejo amanhã.

- Sim, estou com saudades. Um beijo, gorgeous. Love you.


- Me too. 


Continua....