segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Reflexões de uma Escritora



Último dia do ano. Geralmente todas as pessoas aproveitam esse momento para preparar sua lista de promessas para o ano que se inicia. Eu farei diferente. A partir de agora, vou elencar alguns acontecimentos importantes. 

Na vida profissional, foram muitas batalhas difíceis, perdi algumas, ganhei algumas, aprendi muito. Conheci pessoas e desconheci outras. As decepções me ajudaram a crescer. Sei que ainda terei muitos obstáculos pela frente mas para isso estamos aqui. 

No lado pessoal, ah, poderia dizer que tive momentos ruins porém foram totalmente esquecidos por causa de uma palavra especial: amigos. 

Em vários momentos poderia ter fraquejado, poderia ter desistido, por causa dos amigos eu soube encarrar as coisas de frente, ter energia e sabedoria para continuar. 

Tive gratas surpresas como minha ida a Bienal de São Paulo e um projeto grande que defendi também em Sampa. Vitórias conseguidas por causa de amigos maravilhosos. Porém, nada seria completo se não mencionasse o apoio da minha familia sempre presente. E quando falo de família, incluo uma muito especial: A Familia Castle. 

Mesmo nos momentos mais difíceis, foram essas Casketters loucas que me fizeram sorrir, foi o King e Gênio Marlowe que me inspirou a escrever talvez uma das mais bonitas fics (na minha opinião) esse ano. Ganhei novos amigos, cultivei os atuais e busquei alguns antigos, afinal o que é a vida sem amigos? 

Nesse capitulo especial chamado Castle, tenho que agradecer aos folllowers do @TodoFandeCastle pelas conversas, surtos, risadas e excelentes madrugadas durante a S4 e S5. Por lerem minhas fics e me incentivarem a escrever mais. Vocês talvez não tenham ideia de quanto me ajudaram. 

Desejo que no ano de 2013 o meu número de amizades apenas aumente e que nossos vícios por séries sejam capazes de nos ajudar nos momentos complicados.

Por último, agradeço a Deus porque sem ele nada do que escrevi acima seria possível. 

Como lembrança desse ano podia postar aqui várias fotos lindas de momentos que nos fizeram suspirar porém prefiro deixar vocês com um trecho de um livro de Fernando Sabino: "Encontro Marcado" e a música do ano que sinceramente acho difícil alguém não concordar comigo. 

"De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estamos começando,
A certeza de que é preciso continuar e
A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar
Fazer da interrupção um caminho novo,
Fazer da queda um passo de dança,
Do medo uma escola,
Do sonho uma ponte,
Da procura um encontro,
E assim terá valido a pena existir! "


 E a música.... http://www.youtube.com/watch?v=tAY7kHz0-xo

FELIZ ANO NOVO!!!!!!!! HAPPY NEW YEAR!!!


So, Tomorrow?! 

Bjks!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

[Castle Fic] New Year's Heat




New Year’s Heat
Autora: Karen Jobim
Classificação: NC-17
Gênero: AU 
Advertências: Romance,sexo – After Secret Santa 
Capítulos: one-shot
Completa: [ x ] Sim [   ] Não

Resumo:  Depois de passarem o natal juntos, Castle vê a oportunidade perfeita para celebrar o ano novo com Kate. Será que ela estava pronta para uma festa romântica a dois?

Nota da Autora: Hiatus sucks! Depois de um episódio muito bem feito de natal, nós acabamos querendo mais. Então eu decidi, só pra nos divertir, escrever uma fic sem muito esforço. Aqui são apenas palavras para nos fazer rir e matar a saudade do nosso casal,ok? Nada de ligações, assassinatos ou dúvidas....hum talvez algumas mas nada realmente preocupante. Vamos nos divertir! Presentinho de ano novo pra vcs!

PS: A música mencionada na fic é de Joe Cocker – You can leave your hat on – escutem e vocês vão entrar no clima.  

Atenção NC-17.....



New Year’s Heat


Apartamento de Castle
29 de dezembro


Castle estava terminando de tomar seu café quando Alexis desceu já com a sua mala, ela voltaria para o campus e já avisara que não passaria o ano novo com ele. Na verdade, Castle adorou a ideia.

- Já de saída? 

- Sim combinei com uma amiga de encontra-la na esquina em cinco minutos – ela foi até ele e beijou-lhe no rosto – divirta-se com Beckett e feliz ano novo, pai.

- Certo, você também juízo!

- Eu que deveria dizer isso. E saiu rindo.

Castle já sabia que estaria sozinho, a mãe também viajara ontem e ele decidiu aproveitar o bom momento que passaram no natal para aproveitar a época do ano novo e ficar a sós com Kate. Somente precisava convencê-la a não trabalhar. Talvez fosse mais fácil agora que ela voltara a abraçar as tradições de fim de ano. Mas a grande pergunta era para onde iriam? Ele não queria passar a virada do ano no apartamento, viajar não tinha mais tempo só restava mesmo os Hamptons. Ok, o lugar não combinava tanto com o fim de ano já que era inverno. Bem, ele sabia que haveria pessoas por lá, ele mesmo recebera uns três convites para festas. Não adiantava ficar apenas cogitando, tinha que falar com ela. Assim, levantou-se e foi até o distrito.


12th Distrito


Beckett estava dando uma consulta a um caso do tribunal, Gates a designou para isso pois sabia quanto ela era boa nisso. Beckett lia os detalhes do caso e fazia suas próprias anotações quando Castle chegou com um copo de café para ela.

- Olá Detetive Beckett!

- Hey, Castle! Não esperava você por aqui hoje, não temos nenhum assassinato para investigar.

- Quer dizer que somente posso aparecer por aqui quando você me chama para usar minha inteligência para ajuda-la a pegar os assassinos?

- Hum, é isso, você disse tudo - ela sorriu – obrigada pelo café.

- Estou magoado. Você só quer me usar! Será que não aprecia em nada minha companhia? – ele a viu entortar a boca e rapidamente acrescentou – ou você pode me usar de qualquer jeito que quiser, pra qualquer coisa se é que você me entende.

- Certo, tudo bem, porque você realmente está aqui?

- Ora, vim visitar você. Sinto sua falta, será que com o nível do nosso relacionamento eu não posso sentir saudades e querer te visitar? Ele disfarçadamente acariciava a mão dela. Sorrindo, Beckett não se deixou enganar. 

- Eu te conheço muito bem Rick Castle, então porque você não me conta o que está maquinando nessa sua mente brilhante?

- Eu agradeço o elogio mas não sou tão transparente assim.

- Sério? Desembucha.

- Ok, estava pensando sobre o que vamos fazer na véspera do ano novo. Como não fiz planos para a data, queria te convidar para voltarmos aos Hamptons. Somente eu e você.

- Mas estamos no inverno...

- Eu tenho uma lareira e além do mais não pretendo sair do quarto a maioria do tempo – ele piscou para ela – aquela maratona que propus no natal ainda está de pé. O que me diz? E por favor não me diga que vai trabalhar.

- Castle eu não sei se vou trabalhar. E dessa vez não estou mentindo. Talvez precise convencer Esposito a trabalhar no meu lugar.

- Esposito? Sei... você pode me deixar tentar? Quer dizer, depois de você, se ele não aceitar sua proposta.

- Combinado. Espere aqui.

Ela se levantou tomando ainda o café que ele trouxe para ela e Castle já ficou pensando em como chantagearia o detetive, sim porque em se tratando de Esposito, nada era de graça. Ele via Beckett conversando com o amigo e pelos gestos já entendera que não teria chance. Ele não cederia a Kate sem lucrar. Viu quando ela retornava para sua mesa. Ela sentou-se e permaneceu calada.

- Deixe-me adivinhar, ele não cedeu mas está disposto a negociar.

- Eu tentei mas acredito que amizade não é tudo por aqui especialmente quando se namora um autor de Best-sellers rico.

- Já entendi. Vou ter que aceitar a chantagem. Alguma ideia do que ele quer?

- Não me disse...

- Tudo bem, vou lá. Deseje-me sorte, afinal nosso fim de ano depende disso.

- Você vai tirar de letra! Afinal você não é qualquer um, é Rick Castle um cara que anda com 2 mil dólares no bolso – ela provocava.

- Quer parar de me sacanear?

- Desculpa, não posso. E começou a rir.

- Sem graça!

Ele caminhou até o Esposito e cumprimentou-o. Sem rodeios, ele foi logo começando a negociação.

- Então, Esposito. O que preciso te oferecer para poder passar o reveion com a minha musa? Um par de ingressos para o jogo dos knicks na fila da frente, uma volta na Ferrari...

- Não, isso é muito simples para você. Quero algo mais interessante e nada de pão durice. Um par de ingressos? Ah você já foi bem melhor!

- Isso é chantagem!

- Não, isso é pra mostrar a Beckett o quanto você quer ficar com ela na véspera de ano novo. Que tal um encontro com uma supermodelo?

- Você? Com uma supermodelo? Há!

- O que? Está duvidando do meu charme? Tudo bem, aproveite seu fim de ano sozinho.

Esposito virou-se e já ia deixar Castle no vácuo quando ele chamou-o novamente. Droga! Ele não podia ficar sozinho.

- Esposito espere! Tenho uma proposta – ele viu o rapaz virar-se – talvez não tenha como oferecer um encontro com uma supermodelo mas que tal ter a oportunidade de andar entre várias delas e quem sabe, com o seu charme latino você até se dê bem?

- Continue... – agora Esposito parecia interessado.

- Haverá uma festa com as modelos da Victoria’s Secret no dia 2. Como eu estou comprometido, ia responder que não ia mas agora posso te dar meu convite. São dois. Haverá bebidas, comidas e desfile... de lingerie! Que tal? Temos um acordo?

- Supermodelos, de lingerie?

- Sim!

- Ok, aceito. E mais um par de ingressos para os knicks.

- Mas eu já – Esposito fechou a cara e ele logo mudou de ideia – tudo bem, mais os pares de ingresso mas você irá trabalhar do dia 30 ao dia 01 combinado?

- Fechado. E apertaram as mãos.

Castle voltou para a mesa de Beckett.

- Tudo certo. Foi moleza.

- Sério? Porque de onde eu assistia parecia que você estava bem enrolado – ela implicou.

- Nah, só estava usando minhas habilidades de jogador de poker com ele. O mais importante é que consegui sua folga e já podemos ir amanhã para os Hamptons. Então, arrume suas malas e prepare-se para a diversão. Pego você às 9h da manhã.

Ele saiu e ela sorriu. Esposito veio em sua direção.

- Seu namorado é muito trouxa ou gosta muito de você. Dispensar um monte de modelos da Victoria’s Secret não é para qualquer um.

Aquilo fez Beckett sorrir ainda mais e ansiar pelos dias ao lado dele.

No dia seguinte, Castle pontualmente passou no apartamento dela e seguiram juntos para os Hamptons. A casa parecia bem diferente agora no inverno. Kate podia dizer que se surpreendera com a decoração de natal mas depois de ver o quanto Castle era ligado na data, ela já não achava estranho. Os jardins ainda que bem cuidados, estavam sem folhas e ainda havia um resto de neve nos cantos da casa resultado da nevasca leve de um dia atrás. Assim que entrou na casa, ela reparou que a temperatura esquentara. Tirou o cachecol e as luvas de imediato e foi avisada por ele para tirar o casaco também pois o aquecimento estava ligado. Porque ela não se surpreendera?

Logo que arrumaram suas coisas, ele a serviu com uma taça de vinho e avisou que o almoço logo estaria pronto. Hoje ela não cozinharia. Castle parecia bem à vontade no balcão e à beira do fogão. Picava alguns temperos para fazer um refogado e separava uma massa. Em outra panela, ele colocara água para ferver.

- Sabe, acho que tenho aproveitado pouco essa historia de namorado. Você leva jeito mesmo para cozinhar, estou considerando levar a sério esse lance de escravo doméstico.

- Pena que detesto lavar roupa mas cama e mesa é comigo mesmo.

- Sem vergonha!

- Olha quem fala? Foi você que sugeriu. Aproveitando que estamos falando de planos e favores, estava pensando em cearmos aqui mesmo amanhã e não se preocupe, você não irá cozinhar. Já falei com um conhecido e posso reservar o nosso jantar. Será servido aqui mesmo a menos que você prefira ir para um restaurante o que seria muito difícil de conseguir nessa altura mas não para mim.

- Sei... quer parar de se exibir?

- Não estou me exibindo, apenas atestando fatos. O que você prefere?

- Acho que ainda prefiro uma coisa mais íntima, não sei se estou pronta para ser vista com você por aqui, você lembra bem o que aconteceu da outra vez. A última coisa que quero ouvir no ano novo é que sou uma interesseira atrás do escritor rico e mais cobiçado de New York ou pior.

- Tudo bem. Intimo será e apenas para sua informação, você nunca seria vista como uma interesseira talvez como uma supermodelo e além do mais, fui eu que tive que correr atrás de você, não o contrário. Kate Beckett não é mulher de se rebaixar para conseguir o que quer, ela apenas consegue.

- Hum... isso foi um elogio? - ela se inclinou no balcão – porque a meu favor, isso é verdade. Eu consigo o que quero. E ela o beijou vagarosamente e tão sensual que Castle gemeu e deixou a colher que mexia a panela do molho cair no chão, espirrando um pouco no braço dele. Sem se importar, ela segurou a mão dele e lambeu o lugar. Olhou para ele e sorriu marota.

- Hum, está delicioso...

Ele não quis saber de comida. Ergueu-a no balcão e avançou nos lábios dela com vontade. Kate foi logo se livrando do avental que ele usava e também da camisa. Castle puxou a camiseta branca que ela usava e jogou-a no chão. Com ambas as mãos, ele acariciava os seios dela por sobre o soutian enquanto os lábios não se cansavam de realizar um balé de movimentos que apenas servia para aumentar o calor e o desejo de ambos. Ela desfez o botão da calça dele e Castle a empurrou gentilmente no balcão a fim de livrar-se da calça jeans que ela usava juntamente com a calcinha. Kate mordiscava os ombros dele e deixava suas unhas arranhar a pele do peito dele, tudo porque a urgência de tê-lo dentro dela era grande demais. E Castle não esperou. Ele a penetrou de uma vez fazendo-a gritar. E não esperou nem mais um minuto para mover-se dentro dela. Puxou-a com força contra si e rapidamente a dominou com movimentos rápidos e precisos. Kate sentia o coração bater descompassado e o calor especifico e familiar que sentia ao toque de Castle, fez seu corpo tremer reagindo a todas as sensações provocadas por ele. Desejo de pele, de vida, de júbilo. Poucos minutos depois, ela cedeu ao orgasmo tomando os lábios dele mais uma vez, ela sussurrou ao ouvido dele.

- Porque a sobremesa primeiro, Rick?

E soltou uma gargalhada jogando a cabeça para trás. Aproveitando a deixa, ele segurou os seios com as mãos e beijou-os um a um. Brincou com o fecho do soutian até soltá-lo e poder provar os mamilos que já estava rijos novamente, prontos para o toque dele. Ele os sugou um de cada vez e logo em seguida, beijou a cicatriz do tiro. Feito isso tornou a beija-la e aumentar o ritmo do movimento fazendo Kate agarrar-lhe os ombros para pouco depois ambos cederem a um novo orgasmo.

Saciados, eles ficaram um tempo envoltos no abraço deles. Quando voltaram a se olhar, Castle pode ver o brilho nos olhos verdes intensos.

- Agora que você já experimentou a sobremesa, sinto muito mas não vou ficar sem meu almoço. Que tal terminar o que começou?

Percebendo o que acontecera ali, ela ponderou. Afinal, o lugar onde eles acabaram de fazer essa loucura ficava a poucos metros de onde ele cozinhava.

- Hum, pensando bem... pizza?

- Boa pedida!

Ele se recompôs e foi atrás de um numero de delivery. Kate vestiu-se e tratou de ajeitar o lugar. As vezes, ela não sabia que loucura era essa que os dominava tão fortemente que eles mal conseguiam manter as mãos longe um do outro.


31 de dezembro


O céu do Hamptons estava limpo apesar da temperatura local marcar cerca de 5 graus. Mais tarde, era esperado algo em torno de zero grau ou negativo. Kate observava o céu da varanda de Castle. Depois do quarto e da piscina, esse era seu lugar preferido da casa. Era somente a segunda vez que estava ali e já se sentia em casa com direito a lugares preferidos e isso não era algo comum ou típico de Kate Beckett.

Porém, esses últimos meses ao lado dele tinham feito muito bem a ela. Nem todos os momentos foram lindos e apaixonados. Ela teve crise de ciúmes, dúvidas, momentos bem interessantes como a primeira vinda aos Hamptons, além de momentos tensos como o jantar com os pais deles. Na sua opinião, o momento mais difícil que passara foi quando viu Castle ser acusado de algo que não cometera. Assassinato. Castle jamais seria um assassino, talvez ele um dia matasse por ela como fizera com Tyler, nada a sangue frio. Mesmo ali, ela não deixou de acreditar nele nem por um segundo e havia sempre duas coisas que serviam de esteio para quando ela queria fraquejar: o olhar de compreensão e admiração, o olhar que dizia tudo e as palavras tão bem colocadas como apenas ele sabia fazer, a arma mais poderosa de um escritor e que era responsável pelo encanto que sentira por ele desde a primeira vez quando Castle era apenas seu escritor preferido e ela uma simples fã do gênero.

Ela sentiu os braços a envolverem por trás e um beijo na nuca que fez seus pelos se arrepiarem.

- Hey, o que você tanto faz ai? Estou me sentindo trocado pela paisagem. Um beijo por seus pensamentos.

Ela virou-se para ele e beijou-o.

- Não tenho nada a esconder. Estava fazendo um balanço do ano. Do nosso ano.

- Mesmo? Isso não deveria acontecer mais tarde?

- Não se deve ter hora para fazer reflexões.

- E qual a sua conclusão sobre o ano? – beijando-lhe o ombro.

- Foi um bom ano. 

- Um bom ano? Apenas bom? – ele a virou para fita-la - Ah, você está sendo muito exigente Detetive Beckett.

- Talvez, ou essa seja a forma de garantir que o próximo seja ainda melhor, ótimo. Qual seria a graça se todos os anos fossem ótimos? O que teríamos a nossa frente? Aquela esperança de melhoria e superação que ronda nossos desejos mais íntimos, aquela chama simplesmente seria descartada ou esquecida. É por isso que digo que esse foi um bom ano.

- Nossa! Você parece estar usando minhas palavras, Kate. Tenho que me cuidar ou posso desaparecer como escritor.

- Se cuide porque eu já estou até escrevendo cenas de sexo entre Nikki e Rook – ela envolveu os braços no pescoço dele e beijou-lhe suavemente os lábios – quem sabe não escreva o próximo livro de Heat? Falando em cenas quentes talvez a gente pudesse... – mas Kate não terminou a frase aprofundando os lábios e o beijo. Perderam-se por uns instantes e Castle finalmente quebrou o contato.

- Por mais que eu adorasse partir para mais uma rodada, eu quero que você se arrume. Todo o jantar está encaminhado, a champagne no gelo, o clima perfeito para nossa primeira virada do ano juntos e não quero apressar as coisas, quero que aproveitemos cada minuto juntos para encerrar bem o que você chamou de um bom ano.

Ela sorriu e concordou.

- Tudo bem. Vou me arrumar.

Kate estava dando os últimos retoques na maquiagem. Castle pensava que apenas ele tinha algo especial para a noite. Não mesmo. Ela também preparara algo interessante e conhecendo o homem que ele era, Castle ia adorar, podia apostar.

Ela desceu as escadas trajando um vestido branco colado ao corpo. A sandália prata era super alta e de salto fino do jeito que ela gostava. Os cabelos estavam presos num coque deixando apenas duas mechas caírem sobre os ombros. No pescoço uma gargantilha bem simples. Castle a esperava com um copo de vinho branco nas mãos. Ele vestia uma calça preta, uma camisa vermelha e o blazer. Estava muito charmoso.

- Você está testando minha saúde Detetive?

- Esse vestido simples? – ela falou dando uma de inocente – não há nada de mais nele.

- Exceto o fato de estar colado no seu corpo perfeito ressaltando cada curva e – ele parou de falar quando ela deu uma volta – e essa costa totalmente...- ele engoliu em seco – nua... você é má, Kate...

Ela foi até ele e beijou-o. Depois tirou a taça da mão dele tomando o primeiro gole do vinho.

- A julgar pela cor que você veste, não se preocupa com as supertições da virada de ano, taí algo realmente novo sobre você, Castle. Achei que seguisse religiosamente as tradições.

- E sigo. Vê a camisa vermelha é por querer muita paixão no ano que está vindo. Nosso jantar? Porco, lentilhas e uvas para a meia-noite além do champagne. Então não diga que não sigo tradições.

- Mas você está vestindo preto! Não é uma cor recomendada para a virada.

- História interessante. Anos atrás quando ainda tentava publicar meu primeiro livro, depois de vários nãos recebidos, eu estava arrasado e me questionava se eu realmente chegaria a ser um escritor de sucesso. Deprimido, eu decidi passar a virada do ano usando preto, veja eu não tinha nada a comemorar e a sorte definitivamente parecia estar fugindo de mim. O ano novo entrou e com ele veio a primeira chance real com a editora. O primeiro livro finalmente chegara às livrarias e logo em seguida, minha agente me pedia o segundo. Desde lá, o preto sempre esteve presente na minha roupa de ano novo.

- Claro, não seria Rick Castle se não levasse as supertições à serio – ela o beijou e voltou sua atenção ao champagne. De mãos dadas, eles seguiram para a frente da lareira. Ali, ficaram um bom tempo namorando até que uma campainha tocou avisando que o porco estava pronto. Castle a levou para a varanda. Kate ficou surpresa ao ver o esmero dele com a preparação do jantar. A mesa elegantemente colocada com taças, pratos e guardanapos adequadamente compostos como em um restaurante chique. O arranjo de flores naturais e velas ao centro da mesa também estava muito bonito. Ele puxou a cadeira para ela e convidou-a para sentar. Em seguida, sentou-se de frente para ela e tocou com a faca de leve na taça de cristal. Em um minuto, um garçon apareceu do nada trazendo a entrada para eles. Ostras seguido de porções de queijo fino. O rapaz serviu mais vinho a eles e se retirou.

- Castle, você concordou com algo intimo. De onde veio esse garçon?

- Não é porque queremos um momento a dois que teremos que nos preocupar com comida ou bebida e como devem ser servidas.

- Oh, Castle... tinha que ser você mesmo. Está tudo tão lindo, tão perfeito.

- Calma, a noite está apenas começando Kate.

- Pode apostar que sim – ela ergueu a taça – a nós. E ele brindou e respondeu.

- A um bom ano.

O jantar continuou de maneira impecável. O prato principal, pernil ao molho de ervas e hortelã estava divino assim como o arroz com lentilhas. Uma garrafa de vinho já se fora e por vários momentos durante o jantar, Kate buscava por ele, seja um carinho nas mãos, um roçar de pernas de leve por baixo da mesa, um beijo rápido. A cada minuto que passava, ela não conseguia perceber nada de errado naquela noite. Seria uma noite para guardar com carinho entre suas lembranças independente do que acontecesse dali para frente. Para a sobremesa, ele sugeriu que eles fossem até a lareira saborear o doce e um bom café com licor enquanto esperavam a meia-noite. Kate estava curiosa para ver os fogos da varanda de Castle. Terminado o café, Castle deu ordem ao garçon para preparar o champagne e as taças no local previamente informado e o dispensou. Faltavam dez minutos para a meia-noite quando ele a puxou pelas mãos para irem à varanda.

A noite estava linda, várias estrelas cobriam o céu límpido. A temperatura caira bastante e o vento vindo do mar causava arrepios no corpo de Kate. Ciente disso, Castle tinha deixado um casaco branco dela próximo à varanda. Cobriu-lhe os ombros.

- Obrigada - Ele a abraçava pela cintura – adorei a noite, Castle.

- Hey, ela não terminou ainda. Faltam apenas cinco minutos para a meia-noite. Cinco minutos nos separam de mais um ano, de expectativas, mistérios, dificuldades e incertezas. O momento é para repassar tudo o que vivemos nesse ano que termina, fazer um balanço das nossas conquistas, perdas e aprendizados.

- E como você, Rick Castle, definiria o ano?

- Para mim, foi um ano excelente. Não costumo me ater apenas às coisas boas que acontecem, penso nas ruins e o mais engraçado é que são elas, as ruins ou os momentos difíceis que trazem o melhor do ano. Por exemplo, se você não fosse teimosa o bastante para não aceitar meu conselho e deixar de perseguir o algoz da sua mãe e o seu também, talvez nós não estivéssemos aqui hoje. Juntos. Se você não tivesse enfrentado a morte não apareceria no meu apartamento dizendo que apenas me queria. Nós construímos uma amizade e foi através da confiança que criamos um no outro que estamos aqui. Outras situações nos testaram mas todas apenas serviram para nos tornar mais fortes. O nosso caso mais complicado, o do 3XK nos fez demonstrar o quanto confiamos e lutamos um pelo outro. Não tenho arrependimentos, não tenho dificuldades. Estou aqui nos braços da mulher que amo e admiro, olhando para um céu que de tão lindo parece ter sido encomendado para nós. Não foi um bom ano, Kate, foi um ano mágico.

Ele percebeu que ela tinha lágrimas nos olhos mas o sorriso continuava iluminando o rosto tão bonito. Ela acariciava a gola da camisa dele com os dedos como já fizera tantas vezes e deixou-os deslizar sobre o peito dele. Castle deu uma olhada rápida no relógio. Quinze segundos. Ela aproximou o corpo e os lábios dele e o beijo foi um misto de tudo o que as palavras de Castle podiam representar em sentimento. Nada poderia tornar aquele momento ainda mais perfeito. Ou quase nada. Os foguetes começaram a inundar o céu dos Hamptons e finalmente eles quebraram o beijo. Os olhares fixos como sempre acontecia entre eles e Castle apenas sorriu ao falar.

- Happy New Year, Kate.

- I love you, Castle. Happy New Year. 

Diante da revelação, ele fez o que podia fazer. Beijou-a profundamente.

- I Love you too. Always - E deixou a mão acariciar o rosto dela – agora está perfeito.

Ele pegou a champagne e estourou derramando a bebida pelo chão da varanda. Serviu as taças e eles fizeram o brinde oficial.

- A um ótimo ano, Castle.

- A outro ano mágico, minha musa. Eles beberam o champagne e ficaram observando o céu cheio de fogos abraçados. Quando os fogos cessaram, Kate bebeu o último gole da sua taça de champagne e pediu licença para ir ao banheiro. Castle decidiu entrar e sentar no sofá pois sabia que ela estava sofrendo com o frio da noite. Ele bebericava a taça de champagne quando ouviu os acordes de uma música. Estranhando, ele olhou para trás apenas para encontrar Kate com o mesmo casaco fechado sobre o vestido, o batom vermelho nos lábios e uma cartola branca na cabeça. Sorria e remexia o corpo no ritmo da musica que agora Castle reconhecera pelo sax como a famosa “You can leave your hat on” de Joe Cocker. Ela brincava com a cartola se aproximando dele dançando. Ela rebolava a frente dele e obedecia certas frases da musica.


Baby take off your coat real slow, baby take off your shoes I’ll take off your shoes… baby take off dress, yes, yes, yes…
But you can leave your hat on, you can leave your hat on… you can leave your hat on!


Ela tirou os sapatos elevando uma das pernas para tocar com o pé no meio das pernas dele provocando-o. Castle a olhava intensamente e deixou sua mão tocar a pele macia da perna dela. Visando tortura-lo, ela tirou a perna e continuou dançando. Ela ameaçou tirar o vestido puxando uma das alças mas em vez disso, ela o surpreendeu sentando no colo dele e remexendo-se para atiça-lo. Castle sentiu um calor formar-se por baixo da pele e o membro já despontava excitado. Ela passava as mãos pelo corpo ainda rebolando no colo dele aquilo tudo o levava a loucura. Ele passou as mãos pela lateral do corpo dela chegando até os seios. Percebendo que ele já estava se animando para pular algumas etapas, ela se levantou sob protestos dele. De frente para ele, Kate abriu o zíper do vestido e deixou-o deslizar vagarosamente pelo corpo. Ficara apenas de calcinha e com a cartola na cabeça. Ela debruçou-se sobre ele e roubou-lhe um beijo enquanto as mãos abriam os botões da camisa. Com o peito nu a sua frente, Kate passou a deslizar os lábios deixando uma trilha de beijinhos no peito dele, ele tentou toca-la mas Kate escapou. Ela rebolava na frente dele agachando conforme a musica tocava.


You give me reason to leave, you give me reason to live , you give …ah!


Ela abriu a calça dele com destreza e Castle encarregou-se de descê-la rapidamente até o chão levando com ela a cueca. O membro exibia sua forma mais rígida. Sem querer mais atrasar o momento, Kate baixou a calcinha e sentou-se novamente no colo, de frente para ele usando apenas a cartola. Ele roubou um beijo dela, o toque era urgente, Kate mordiscou os lábios dele e sorriu ao vê-lo tentar pegar a cartola da cabeça dela. Kate tirou a peça por um instante e colocou na cabeça dele apenas para soltar o coque e balançar os cabelos provocando-o na frente dele, tornou a colocar a cartola na cabeça quando sentiu as mãos dele passeando por seu corpo, sentindo o calor da pele sedosa numa dança verdadeiramente prazerosa. Ela mesma ajeitou o corpo para recebê-lo e molda-lo da melhor maneira, estava pronta para o prazer.

Castle pode perceber o quanto ela estava pronta para ele. Úmida o suficiente para gemer ao senti-lo totalmente dentro de si. Ele tocava-lhe os seios acariciando-os da maneira que somente ele sabia fazer para excita-la. Kate beijou-o intensamente explorando cada centímetro da boca tão desejada. Castle começara a se mover dentro dela provocando todas as reações desejadas. A entrega era completa, intensa e em poucos minutos ambos renderam-se ao prazer. Quando o orgasmo a tomou fazendo-a tremer e jogar o corpo para trás, ele estava lá para segurá-la e mantê-la segura mais uma vez. Ele aproveitou para instiga-la um pouco mais tomando um dos seios em sua boca e sugando o mamilo, tudo aquilo aumentava a libido dela e a fazia clamar por mais. Chamar por ele.

Castle a ergueu e recomeçaram novamente a dança do prazer. Dessa vez, o ritmo era acelerado. Não mais a cadencia do balé e sim a fúria de amantes que se buscam, se completam, se amam. A explosão fora ainda mais intensa prova do desejo, do sentimento e da cumplicidade dos dois. Ela se deixou cair sobre o corpo dele, seus lábios perdidos no pescoço dele ainda murmuravam palavras inaudíveis e roçavam a pele com gosto masculino.

Suados, cansados e satisfeitos eles permaneceram naquela posição por um bom tempo. Era tão surreal e ao mesmo tempo tão certo. Foram necessários cinco anos, muitos assassinatos e várias quase-mortes para uni-los. O resultado era tão perfeito que os levava a pensar porque evitaram de render-se por tanto tempo.

Kate finalmente ergueu a cabeça e fitando pela primeira vez após fazerem amor, ela sorriu. Acariciou o rosto dele e beijou-lhe a testa, as bochechas, o queixo, o nariz e por fim os lábios.

- Agora sim, a noite está perfeita.

- Ás vezes me pego acreditando que vivo entre realidade e ficção. A bela mulher que antes jantava comigo era Kate Beckett, minha musa. De repente, me vejo sendo engolido por um furacão conhecido como Nikki Heat. Fica difícil definir onde uma começa e onde a outra termina.

- Talvez você esteja olhando a imagem a sua frente pela perspectiva errada. Há uma linha tênue entre realidade e ficção, o único problema nesse caso é que não existe a linha entre Beckett e Heat, eu sou as duas no exato momento que me for apropriado. Foi exatamente por isso que você me escolheu como musa, por eu ser verdadeira quando preciso, corajosa quando é necessário e dominadora sempre que eu precisar mostrar quem manda.

- Wow! E eu não tenho como não me apaixonar novamente. Ah, Kate... devo concordar com você. Isso é perfeição.

Ele a beijou carinhosamente e ela se levantou. Pegando o casaco, ela vestiu-o e sugeriu.

- Então Castle, o que me diz de levar essa festa para o andar de cima?

- Seiu pedido é uma ordem, Kate....

De mãos dadas, eles subiam a escada trocando pequenas caricias. Ao chegar à porta do quarto, ele a beijou novamente e falou:

- Eu disse que minhas supertições sempre davam certo, a camisa vermelha... e esse momento de paixão intensa. Me faz pensar se no primeiro dia do ano já estamos nesse fogo todo, talvez eu escreva não apenas um Hamptons Heat esse ano. O que você acha de pelo menos três?

- Calma, Castle. A vida não é feita dos Hamptons, ainda teremos muitos assassinos para colocar atrás das grades e além disso não sei se você aguenta ação suficiente para três livros de Nikki Heat.... – ela disse provocando e olhando em direção ao membro dele como quem faz pouco. Castle não se deixou abater. Puxando-a com força contra seu corpo, ele a deixou sem fôlego com um beijo arrebatador.

- Quer apostar, Detetive?

E ela gargalhou caindo com ele sobre a cama.


The End                            


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

[Castle Fic] Don't Give up on Chasing Rainbows - Cap.9


Nota da Autora: Taí o capitulo que faltava antes do hiatus da fic. Esse em especial foi difícil de escrever porque muito do que Castle falou lembra minha mãe e meu pai. Tudo muito especial, o natal é mágico para minha família tanto quanto é para Castle e foi por isso que esse episódio tornou-se um dos meus preferidos e estando longe deles me deixa um pouco down.... mas é natal então vamos celebrar!!! Enjoy! 

Atenção ....NC-17!



Cap.9

Ah Natal... não tem melhor época do ano que essa. Castle pensava enquanto estava empolgado remexendo nas caixas com os enfeites. E esse ano seria ainda mais especial por causa de Kate. Ele planejara uma noite especial para eles e fazia questão de incluí-la nas tradições familiares de natal. Ele ainda não havia convidado-a mas esperava fazer isso hoje. Assim terminou de descer as caixas, deixou-as num canto para arruma-las no final de semana quando Alexis vinha para casa. Em seguida arrumou-se e foi encontrar com ela no distrito.
Eles estavam indo muito bem ultimamente. Após o tal jantar com os pais, as coisas ficaram ainda melhores. E certamente o natal era a ocasião perfeita para celebrar. Ele deixou o café dentro de um saco na mesa dela e esperou sentado no seu lugar. Viu que ela estava na sala de Gates. Cinco minutos depois, ela apareceu.

- Bom dia, Castle.

- Bom dia Detetive Beckett. Trouxe seu café.

- Obrigada – ao abrir o saco, ela encontrou um “bagel” e um copo de café todo enfeitado com dizeres de natal. No guardanapo, ele escrevera: “Passe o natal comigo?” Ela o olhou e sorriu.

- O convite é sério. Adoraria passar esse natal com você. Será o nosso primeiro realmente juntos. Nós poderemos cear, trocar presentes, beber eggnogs e quem sabe o que o papai Noel poderá reservar para você, hum? Você foi uma menina boazinha esse ano, Kate?

- Castle não precisamos de tudo isso.

- Mas são tradições natalinas que fazem parte da família Castle. E adoraria vê-la experimentar tudo isso. Então, você aceita?

- Tudo bem mas sem presentes não acredito que seria bom pra gente. Lembre-se porém que se precisarem de mim no trabalho...

- Não vão precisar. O que você estava fazendo na sala da Gates?

- Acertando os últimos detalhes do último caso. Colheram meu depoimento hoje pela manhã. Preciso finalizar o relatório.

Naquela noite, Kate se pegou pensando em casa sobre o convite de Castle. Como pude concordar com isso? Não posso. E Castle está contando com a minha presença, ele ficará chateado se eu não for. Tudo que queria fazer era desaparecer nessa época, sumir! Todas essas luzes, enfeites, músicas. Tudo isso só me faz querer me isolar em casa e sair um mês depois. Não fora fácil. Quinze anos longe de tudo que lembra alegria, recomeçar e celebrar. Ela não seria boa companhia. Certamente estragaria a noite dele. Não, ela sequer pensava em ir. Seu maior problema? Como contar a Castle sem magoa-lo?


Uma semana para o natal


Castle estava às voltas com a decoração de seu apartamento. Alexis lhe deu um bolo no final de semana que iam arrumar tudo e ele ainda tinha algumas coisas para finalizar. Ele revirava varias caixas buscando por algo.      

- Achei!

- Pai, livre-se disso. Está ficando nojento.

- Livrar-me do anjo de biscoito? Sem chances. Você fez para mim na primeira série com suas mãos fofinhas.

- Querido, poderia pegar uma garrafa extra de Aquavita da nossa adega?

- Extra de 50% de álcool? Está adulterando nossa receita sagrada?

- Não, só quero fazer um estoque para levar comigo na Cantata de Natal. Será depois do nosso jantar de Natal. Não se importa, não é?

- É noite de Natal. É quando abrimos os presentes.

- Talvez possamos abri-los de manhã – Alexis sugeriu.

- De manhã? Manhãs são para meias!

- Acho que Alexis está tentando dizer é que ela também tem outros planos.

E o rosto de Castle foi se transformando de alegria para decepção. Franzia as sobrancelhas não acreditando no que ouvia da mãe e da filha.

- Só com alguns amigos...

- Que amigos? Que planos? O que aconteceu com nossa tradição familiar? – Castle não poderia estar mais chateado. Ele respeitava muito essa época e tudo que ela representava para ele.

- Pai, acho que você está exagerando.

Ele calou-se e olhou para a decoração ao seu redor. Estava triste. Porque as pessoas não valorizavam as tradições? O natal é uma época mágica. Para ele nada justificava não aproveitar esse momento feliz em família.


Dois dias para o Natal


Castle ainda remoia a ideia de passar o natal sem a família quando seu celular tocou. Beckett. Um assassinato. Pelo menos ele iria esquecer um pouco a decepção que sua família estava fazendo-o passar.

Porém ao ver Beckett, ele percebeu que podia comentar o assunto com ela afinal eles estavam juntos e num relacionamento você pode falar de seus momentos tristes e das suas frustrações também não? Eles prometeram não manter segredos. E foi assim que ao encontra-la, ele despejou sua desilusão de natal nela. Beckett via que ele realmente estava chateado o que não facilitaria nada para ela mais tarde. 

- Não estou exagerando. É uma noite no ano. É pedir muito para aderir à programação?

- Talvez sua programação precise evoluir.

- Está evoluindo. Convidei você, não foi? Você ainda virá, não é? – o rosto dele denotava medo e insegurança, aquilo lhe dava um aperto no coração.

- Se eu não tiver que trabalhar. Mas veja. Sem presentes, lembra? Nós prometemos. É um pouco estressante no primeiro ano.

- Sem presentes. Sou flexível – enquanto caminhavam para o local do crime ela percebia o jeito como ele levava a data a sério - Há certos aspectos que precisam ser honrados... O coração... O batimento do coração no feriado de Natal.

Quando ele olhou para o corpo estendido no chão vestido de papai Noel foi a gota d’água.

- E agora o Papai Noel está morto? Quando isso vai acabar?

- Odeio te desapontar Castle, mas não existe Papai Noel.

- Não mais – ele soara tão sincero, como um garotinho que acabara de encarar a verdade. Era até um tanto bonitinho ver a reação dele. Talvez esse fosse o caminho para Beckett trilhar, tentar coloca-lo numa situação de que a data não seria tão importante, assim não o magoaria demais ao contar que não pretendia passar o feriado com ele.

- Precisa admitir, com essa barba e essa barriga, ele parece de verdade – disse Lanie.

-"De verdade", quer dizer um homem acima do peso de roupa vermelha que, espero, estava com seus documentos.

- Sim. Junto com embalagens de bengalas doces. Embora eu não ache que a identidade dele fará muito bem.

- "Kris Kringle." Endereço: Polo Norte? Que fofo.

- Talvez seja mesmo o Papai Noel, como em "Milagre na Rua 34." – disse Castle fantasiando.

-Mas sem final feliz. Este Papai Noel caiu do céu por volta das 21h30.

-De uma aeronave?

-Talvez, mas não de um avião comercial, posso assegurar. Com uma queda desta altura, veríamos queimaduras de frio em seus olhos e rosto.

Ryan se aproximou - Acabei de falar com a família. Não viram ou ouviram algum avião de carga.

- Não faz sentido – disse Beckett - Ele caiu de algum lugar.

- Desculpem-me. Estamos cegos para o óbvio aqui? Ele pegou turbulência e caiu do trenó, para sua desgraça – disse Castle o que fez Beckett revirar os olhos.

- Papai Noel... a mentira morta. Em que tipo de mundo vivemos? Ryan corroborou.

- Em um que não existe Papai Noel e pessoas não caem de lugar nenhum. Pode checar com o Tráfego Aéreo e descobrir quem sobrevoou a área?

- Claro."Bah humbug".

- A queda foi a causa da morte?

- Parece que sim, só terei certeza quando voltar ao necrotério.

- Papai Noel ou não, ele estava comprometido. E não há nada na carteira dele que indique uma pausa na carreira?

-Nada.

- Exceto estas botas – Beckett estava abaixada examinando o cadáver - Definitivamente não são do Polo Norte. São de uma loja de calçados de couro no Queens. Tenho um par de botas de lá. Esperemos que tenham registro de quem ele é.

De volta ao distrito, Castle se encarregava de preencher o quadro de evidencias enquanto Beckett o observava. Ryan se aproximou.

- Falei com o Controle de Tráfego Aéreo, mas não vai gostar das notícias. Não há registros de voos no parque no horário que ele caiu no chão.

-Como isso é possível?

-O trenó estava no silencioso.

- Não. Depois do 11/09, como é possível que alguém simplesmente sobrevoe por Manhattan?

- Helicópteros de turismo fazem isso sempre – disse Castle - Uma vez dei uma volta à meia noite pela Estátua da Liberdade com essa latina... – ele percebeu a mancada e o olhar de Kate e corrigiu rapidamente - editora.

- Não, está certo. Há um corredor aéreo em Manhattan que não exige autorização se estiver abaixo de 400m – era Gates - Minha sogra é piloto licenciada, como faz questão de me lembrar. Parte do esforço para que eu me sinta inferior – eles ficaram surpresos por ver a capitã reclamando de algo pessoal -  Sinto muito. Eu disse isso em voz alta?

- Parece que ela está com vocês, Capitã? – disse Ryan.

- Em breve, seus sogros também irão te visitar e, quando eles forem, procure um hotel. Senhor, eu odeio feriados.

- Mais uma qualidade que ela tem em comum com o Grinch – observou Castle.

- Se não sabemos de onde ele caiu, descobriremos quem ele é?

Então Esposito informou que estavam procurando nas faturas da loja de botas. Beckett recebeu uma mensagem de Lanie para ir ao necrotério. Aproveitando que estavam sós, Esposito perguntou se Ryan e ele iriam manter as tradições da noite de natal mas Ryan claramente tinha outros planos agora que ele estava casado. Por um momento, Esposito sentiu-se só, parece que todos tinham planos menos ele.


No necrotério


- Lembra que perguntou se a queda foi o que o matou? Não foi. Tirei isto das costas dele.

- E isso é um calibre 38. – ela olhou provocando - Ainda acha que ele caiu do trenó, Castle?

- Não. Claramente, ele foi baleado para fora dele. Uma guerra no Natal.

- Ou ele foi baleado no avião e empurrado para fora.Temos mais alguma coisa?

-Só isto... integrado no traje dele. Um pedaço de tinta ou algum tipo de esmalte, vermelho cereja.

-De um trenó.

-Não sei ainda. Estou enviando ao laboratório para análise.

- Provavelmente de um trenó – insistiu Castle.

- Estamos mais perto de descobrir quem ele é? E Beckett foi surpreendida por Esposito. Ele revelou que o nome da vitima era Edmund Smith do Bronx.

- Desculpe. Veio até aqui para me entregar isto?

- Sim. Você me disse para te manter informada. Você disse isso, certo?

- Quer saber? Castle e eu vamos verificar o local e ver o que há para ver.

É claro que a ida de Espo até o necrotério nada tinha a ver com o caso. Ele queria jogar charme para ela a fim de quem sabe passarem o natal juntos. Claro que Lanie percebeu o que ele estava fazendo e decidiu poupa-lo de qualquer situação constrangedora.  Ela falou que tinha planos para o natal mas que depois se ele realmente quisesse ficar junto, bastava ligar. Não era bem o que ele tinha em mente porém era bom saber que Lanie ainda estava disposta a dar uma chance a eles.

Castle e Beckett foram até o endereço que conseguiram com Esposito. Claramente não tinha ninguém em casa mas os vizinhos tinham a chave e abriram o apartamento. Disseram que Ed era um papai Noel profissional, o que Beckett pode perceber tanto pela decoração do lugar quanto pelo guarda-roupa. Ela contou que ele fora assassinado. Ela o vira ontem a noite achava que ele estava saindo para trabalhar. Só tinha elogios para Ed. Além de voluntário num abrigo de crianças, ele também ajudou-os com um processo.

- Ele era Noel e advogado? Perguntou Castle.

- Não, nós perdemos nossa casa e ele só estava tentando nos ajudar. Ele era assim.

- Parece que se envolveu na vida de muitas pessoas. Acha que ele fez algum inimigo pelo caminho?

- Eu não achava, mas, semana passada, ouvi um homem batendo na porta de Ed, gritando palavrões.

-Você viu quem ele era?

- Eu vi. Eu olhei – disse o garoto - Era um... cara mais velho, com cara de durão. Quando me viu, ele disse: "Diga a Ed que se eu o vir de novo, vou matá-lo". Então eu disse a Ed.

-Como ele reagiu?

- Disse para não nos preocuparmos, mas dava para ver que ele estava abalado.

- Acha que pode descrevê-lo?

- Quer saber? Não preciso. Aquele é ele – e mostrou uma foto no mural de Ed, alguém num avião.

- Quem quer que ele seja, é um piloto.

Beckett mandou uma mensagem para Ryan com a foto e o cara foi identificado através do avião David Dunne. Com o endereço, eles decidiram visita-lo.

Kate se surpreendeu quando deparou com o lugar. Enfeites por todos os lados, luzes, bolas, guirlandas. 

- Alguém leva o Natal a sério.

- Deveria ter visto nossa casa. Nossa árvore é uma noble fir de 4,5 m, nossa guirlanda importada de um lago que não sei pronunciar da fronteira canadense, e espere até ver meus trens.

- Mal posso esperar – e sentiu o estomago embrulhar por engana-lo mais um pouco.

-Oi. Feliz Natal.

- Procuramos por David Dunne.

- Dave está na sala grande dando uma aula.

- O que vocês fazem aqui, exatamente? Perguntou Castle.

- Fazemos mágica. E a atendente sorriu fazendo Castle olhar para Beckett com um lindo sorriso, aquela resposta a fez sorrir também.

- De novo! De novo e vindo do diafragma – Dave gritava enquanto vários homens vestidos de papai Noel faziam hohoho - Excelente!

- Escola de Papai Noel? Disse Castle.

- E aposto que está faltando um Noel.

- Isso é loucura. Eu não matei Edmund.

- Acredite, terá que fazer melhor para convencê-la.

- Pode começar nos dizendo a última vez que voou.

- Faz semanas. Podem verificar.

- Pretendemos. Onde estava às 21h30 de ontem?

- No Centro Harlem de Jovens entregando presentes às crianças. Não estava perto de Edmund.

- Mas você se envolveu em um comportamento anti-Noel no apartamento dele.

- É disso que se trata? Isso não foi nada.

- Você ameaçou matá-lo e agora ele está morto. Não chamaria isso de "nada".

-Eu posso explicar. Ele pegou um de meus melhores serviços. Um anúncio impresso para a Cartier. Eu era o Papai Noel deles. Este ano eles queriam deixar mais acolhedor e fofo. Olhe para mim. Sou acolhedor. Sou fofo. Mas não. Eles escolheram Edmund. Então bebi muita Schnapps de menta e fui à casa dele e o ameacei. Não me orgulho disso, mas foi tudo o que fiz.

-Voltou a vê-lo depois disso?

-Não. Precisa entender, quando conheci Edmund há 5 anos, ele passava por dificuldades. Eu o levantei. Ensinei-lhe tudo o que sabia. Transformei-o num Papai Noel de classe e agora perco serviços para ele? Talvez seja isso. Talvez seja hora de pendurar o saco vermelho.

- Isso é uma metáfora ou realmente... mas Castle não completou seu raciocínio, Beckett o interrompeu.

- Quando Edmund foi morto, estava usando o traje de Noel. Ele fez algum serviço ontem à noite?

-Pergunte ao agente dele.

-Papais Noéis têm agentes? Agora Castle estava surpreso.

- Claro. Usamos mais a Agência Sinos Divinos.

- Disse que Edmund estava passando por dificuldades. O que quis dizer com isso?

- Acho que ele se tornou Noel para mudar de vida. E de trabalho, também.

- Mudar de vida? Estava com que tipo de problema?

- Tudo o que sei é que quando o conheci, Edmund era um cara totalmente diferente.

O álibi de David Dunne conferiu e além disso o avião não era usado fazia um mês. Também descobriram o que ele fazia antes de decidir virar papai Noel. Era gerente de patrimônio de uma grande empresa. E não decidira ser papai Noel pelo dinheiro ganhava meio milhão por ano. Como Noel, 1/10 disso. Pelas finanças descobriram que ele sacara 2 mil dólares e sabiam que não possuía dinheiro na carteira quando encontraram.

- Olhem a filmagem desse caixa e vejam se havia alguém com ele. Pode ter sido assaltado.

-Assaltado e lançado do céu? Provocou Castle.

- Como isso é menos plausível que o seu trenó? Retrucou Beckett.

- Acho que quis dizer menos "natalino".

Ryan informara que ele ligara para uma advogada no Brooklin e a última foi para a ex-mulher e não ligava para ela a três anos.
-Sr.ª Noel.

-Gwenn Harwin.

- Ele saca US$ 2 mil, liga para a ex-mulher e, horas depois, acaba morto? Vamos trazê-la.

Assim que a Sra. Harwin chegou, Beckett logo iniciou a conversa com ela. Edmund ligou para ela porque queria se desculpar.

- Desculpar-se pelo quê?

- Pelo jeito como saiu da minha vida.

- Nos dávamos bem. Ao menos eu achava que sim. 12 anos de casamento, construindo uma vida juntos e, então, há 5 anos, na véspera de 
Natal, fomos a uma festa e, depois, ficamos para assistir "A felicidade não se compra". Na manhã seguinte, ele foi embora só com umas roupas e nenhuma explicação.

- Por que ele te visitou agora?

- Queria que eu soubesse o quanto lamentava pelo jeito como partiu, caso... algo acontecesse com ele.

- O que ele quis dizer?

- Também não sei. Eu nem sabia quem era esse homem. Ele parecia muito nervoso e no limite.

- Ele deu alguma indicação do que tinha medo ou quem estaria atrás dele?

- Depois que saiu, fui à janela para vê-lo entrar no táxi. Quando o táxi saiu, um motociclista o seguiu.

- Precisaremos de uma descrição dessa moto e do homem.

Esposito viu uma caixa de presente na mesa de Ryan, curioso quis saber o que era.

- Presente de Natal antecipado da Jenny?

- Algo assim. Importa-se de não tocar? Mas Espo nem ouviu o que ele dissera e foi logo abrindo o pacote.

- Ora, ora, ora – Espo puxou a lingerie sensual - Agora vejo o que você e Jenny planejaram para a véspera de Natal. Todos estarão ocupados – e começou a dançar com a roupa a sua frente provocando Ryan. Gates sai da sala e se depara com Esposito segurando a camisola

- Essa é a sua ideia de trabalho no caso do Papai Noel? Detetive Esposito, deveria estar examinando as filmagens do caixa rápido. E você está...

- Atrás da advogada com quem a vítima falou, senhora.

- Certo. Vamos parar com as gracinhas e nos concentrarmos nisso.

- Sim, senhora.

- Culpa sua.

Kate voltava da mini copa com a caneca de café na mão e na companhia de Castle. Ela estava intrigada com o caso.

- Como uma cara numa moto se conecta a Edmund pousando no parque?

- Nada se conecta. Por que ver um filme natalino e largar tudo para se tornar o Papai Noel? A menos que a chave para a história de Edmund seja "A Felicidade não se compra" – disse Castle - lembra que no filme George Bailey tenta se suicidar na dia 24 e foi salvo por um anjo?

- Que na nossa história é David Dunne – acrescentou Beckett acompanhando o raciocínio.

- Elenco estranho, eu sei, mas e se Edmund queria pular de uma ponte metafórica, sabe, recomeçar?

- Como Papai Noel?

- É. É, a partir daí não faz sentido – Castle teve que concordar com ela.

Ryan veio até eles com informações interessantes. A advogada que Edmund falava entrou com o processo em nome de seus vizinhos, os Cabots, que perderam a casa num esquema de empréstimos, o Fundo Suncove. Envolvendo práticas ilegais e documentos falsificados. É um processo conjunto representando 43 famílias com milhões de dólares em jogo. Ela perdeu muito com o caso e ia larga-lo, Edmund implorara para que ela não fizesse isso. Pediu que esperasse alguns dias que ia virar o jogo. E a única coisa que viraria o jogo eram 25 mil dólares.

- O que sabemos dessa empresa que Edmund enfrentava?

- Suncove? Nada confiável. Eles fizeram dinheiro e se mandaram. Gates tem um amigo no SEC tentando descobrir mais.

- Pode falar com a Divisão de Fraudes, ver o que sabem?

-Pode deixar.

-Obrigada.

Beckett tornou a beber seu café depois que Ryan saiu. Castle aproveitou a deixa para falar novamente de natal.

- Falando em "A felicidade não se compra", estive pensando em amanhã. Talvez pudéssemos fazer uma maratona de filmes natalinos, ou outra maratona que traz felicidades que não se compram – ele percebeu a cara dela - O quê?

Beckett sabia que era agora ou nunca. Não poderia enrola-lo mais e teria que ser o mais sutil possível. Ela ficava de coração partido por ter que fazer isso mas sabia que estando junto a ele naquela data não suportaria, somente estragaria tudo e contar o real motivo era muito doloroso então era mais simples dizer que trabalharia. Ela se levantou e passou a mão nos cabelos. Diria de uma vez.  

- Castle, sei o quanto as festas significam para você e sei que você ama o Natal, mas não posso ir amanhã.

-O quê?

-A delegacia está com pouco pessoal, então terei que trabalhar.

- Como... O que... Você não tem prioridade? – ele não acreditava no que ouvia - Não... Como... – estava realmente chateado, ele contava com ela - Como isso pode acontecer?

- Olhe... Eu não pude contar à Gates. Ela não sabe sobre nós – a cada palavra dita, ela sentia um nó se formar na garganta, odiava ter que fazer isso - Desculpe-me. Sei que está desapontado.

- Não. Não... – disse Castle - Não é culpa sua, eu sei. Está tudo... Tudo bem – mas ela sabia que não estava, ele não conseguira disfarçar - Tenho que ir embora mesmo. Vou encontrar Alexis. Fazer umas compras de Natal.

-Certo. Divirta-se.

-Certo.

-E não me compre nada.

-Certo.

Esposito se aproximou. Ele tinha ouvido parte da conversa. Ele sabia o real motivo. Tentou desviar a mente dela do pensamento falando sobre o caso.

- Peguei esta gravação do caixa rápido. Edmund estava só quando retirou o dinheiro, mas ele entrou num taxi.

-Sabe aonde foi?

- Rastreei o taxi pelo número da licença.

O taxista disse que o levou a Ho-Ho-Kus, um campo de decolagem em Jersey.

-Foi onde pegou o avião?

-Era de se pensar, mas não. O taxista disse que esperou enquanto ele encontrou alguém. Quando voltou para o taxi, foram para Long Island City.

- Isso não faz sentido. Como ele foi parar no ar se foi para Long Island?

- Não sei, mas quem o encontrou no campo deve saber.

Eles saíram juntos para investigar. Espósito percebeu que ela estava calada e seu semblante demonstrava preocupação. Como conhecia o motivo, resolveu abrir caminho caso ela quisesse conversar sobre isso.

- Então... Você pegou o turno do Natal de novo?

- Sabia que não deveria ouvir a conversa dos outros? – e mudou de assunto ao perceber a cor do helicóptero - Espo, aquilo parece vermelho-cereja para você?

- Parece.

- Que nem a lasca de tinta encontrada em Edmund – ela caminhou até o helicóptero, calçou as luvas e mexeu na porta para abri-la - Mexeram na fechadura. Parece que foi forçada. Há sangue fresco aqui. E muito.

- Parece que achamos a cena do crime.

Eles chamaram a equipe para vasculhar dados e digitais. Também conversaram com o encarregado do lugar. Aparentemente, não havia controle nem segurança no lugar. Sem câmeras, registros, qualquer um poderia pegar o R-44 e sair dali se soubesse pilota-lo. o dono do equipamento, Mr. Ames, estava de férias no Havaí.  A única informação que obtiveram era que seu tanque estava cheio e Beckett pediu o contato do Sr. Ames. De volta ao distrito, Ryan já esperava Beckett com algumas ideias do possível plano de voo do helicóptero.
Ryan disse que fora gasto 1/5 do tanque. O R-44 queima cerca de um galão a cada 6 ou 8 Km portanto voou tempo suficiente para ir e voltar de Long Island. Edmund foi até lá de taxi e deve ter pego o helicóptero. Beckett pediu para checar todos os heliportos em Long Island.

Castle voltava das compras com Alexis que insistia em não passar o natal com ele.

- Já é ruim que o Papai Noel foi assassinado. Será a primeira noite de Natal, em 18 anos, que não passamos juntos. Abre precedente tenebroso.

- Pai, está sendo dramático.

- Pode ver seus amigos toda hora.

- Bom... E se for só uma pessoa e ele não for, exatamente, um amigo?

- Um cara novo. Certo. Essa única pessoa não amigo tem nome?

- É Max.

- Max.

- Eu o conheci na Competição Anual de Poesia, logo antes da Ação de Graças.

- Entendo. Traga-o também. Adoraria conhecer esse poeta.

-Conhecer meu pai no Natal?

-É.

-É muita pressão.

-Pressão sobre o quê? Comer, beber e ser feliz? Será...

- Max irá para Londres com a família no dia seguinte. Só o verei de novo depois do recesso. Queríamos ir patinar no gelo no parque.

Castle compreendeu que não tinha chance e de certa forma queria que a filha se divertisse, era o que esperava fazer com Kate.

- Claro, claro. Vá. Divirta-se.

- Além do mais, você estará com Beckett.

- Verdade – ele não diria que estaria só para ela e apenas de lembrar a tristeza voltava ao rosto.

- E não se preocupe. Estarei na cama antes do Papai Noel passar.

- Certo. Ele olhou pensativo para a árvore de natal. Ainda não aceitava o fato de não poder passar a data sem Beckett. E então ele teve uma ideia. 

Castle voltou ao distrito com um plano em mente e esperava não encontrar Beckett antes de Gates. E conseguiu. Logo que saiu do elevador, ele encontrou Gates no corredor.   

-Capitã Gates.

-Sim, o que foi?

- Só queria que recebesse isto antes da folga de fim de ano – e entregou um embrulho de presente para ela.

- Obrigada, sr. Castle.

- Desculpe. Não tenho nada para você.

- Só de estar aqui todos os dias é um presente. Só queria que soubesse o quanto valorizo tudo que faz, você e a detetive Beckett.

Estou indo para a zona norte encontrar com minha sogra para tomar chá e comer aqueles sanduíches mínimos. – é claro que Gates não caíra na dele, esses elogios tinham outro propósito - Então por que não diz logo o que quer?

- Estou muito preocupado com a detetive Beckett. Ela trabalha pesado. Não acha que merece uma folga? Não há alguém que possa cobrir o turno do Natal?

- Primeiro, como escalo meu pessoal não é problema seu. Dito isso, a detetive Beckett se voluntariou para esse turno.

Agora ele estava surpreso. Era quase uma apunhalada nas costas.

-Quando ela fez isso?

- Hoje mais cedo. Ela me pediu para pegar o turno do detetive Eldin. Ele tem família e ela, não.

- Tudo bem, então – e Castle sentiu uma pontada no estomago - Problema resolvido. Olhando de longe para ela ele se pegou pensando : O que isso significa? Kate não queria passar o natal com ele? Será que ele se precipitara em convida-la? Ou havia outro motivo para ela não estar com ele? Sabia que o natal não tinha a mesma importância para ela e Castle já se perguntava se não havia forçado ao para o qual ela não estava preparada. Ele se aproximou dela e Ryan para observa-la melhor. De alguma forma ele iria trazer o assunto à tona. Se tinha algo perturbando Kate sobre o natal ou a relação deles, ele a faria falar.

- Isso reduz para 5 heliportos na cidade de Long Island.

- Um é em uma delegacia. Outro, em um hospital. Os dois são monitorados, sobram os do prédio Bankcorp, do Hotel One West e do prédio Case Commerce – disse Ryan.  

- Case Commerce... CC – Beckett ja havia ouvido sobre essa empresa, então lembrou - As bengalas doces. Case Commerce. CC. É onde Edmund estava. Vamos descobrir o motivo.

Ela ainda não tinha notado ele ali até virar-se do quadro.

- Oi, Castle. Você vem?

- Sim, claro.

Na sede da Case Commerce, Castle aproveita a atmosfera para fazer Beckett confessar o real motivo de não passar o feriado de natal com ele.

- Não pode fugir. O Natal está em todos os lugares. Tanta pressão para que nos divirtamos.

- Você está bem? – ela perguntou notando um tom estranho na voz dele.

- Por que não estaria?

- Case Commerce. Aí está.

- Oi. O que está havendo aqui?

- Houve um roubo durante a festa da firma noite passada.

-Roubo?

- Não percebi que algo tinha sumido até esta manhã. Foi quando chamei a polícia.

- Havia um Papai Noel trabalhando em sua festa?

-Havia.

-Ele tinha esta aparência? – Beckett mostrou a foto.

- Tinha. Era nosso Noel. Por quê?

- Parece que o Noel era mais malvado que bonzinho – disse Castle a Beckett.

- Não, nunca o tinha visto até a noite passada. Eu não sabia que tinha roubado algo. Mas, pelo nosso trabalho, poderia ter sido bem pior.

- E com que sua empresa trabalha, sr. Case? Perguntou Beckett.

- Serviços de investimentos. Gerenciamento de bens. Dado o montante de informações sobre clientes e contas, seríamos uma mina de ouro para ladrões de identidade. Nenhum dos sistemas foi tocado.

- Então o que roubaram?

-Um relógio de um escritório.

-Desculpe. Disse "relógio"? Beckett rapidamente perguntou.

- Não qualquer um, detetive. Um antigo Tomas Tilledge.

- Relojoeiro lendário do Período da Restauração. Deve valer muito dinheiro.

-Era avaliado em US$ 30 mil.

- Nossa. Qual era seu tamanho?

- Mais ou menos, deste tamanho.

- Cabia no saco.

- Já é difícil imaginar um dos convidados roubando, mas Papai Noel?

- Certeza que não há mais nada sumido? Beckett insistiu.

- Absoluta. Por quê?

- As provas indicam que ele fugiu de helicóptero que estava no heliporto. Por que pegaria um helicóptero? Não ouviram nada da festa?

- Não, mas a música estava alta e as paredes são à prova de som.

- Havia mais algo de especial nesse relógio?

- Não que eu saiba.

- Certo, um dos meus detetives interrogará sua equipe. Enquanto isso, passe-me uma lista de todos os presentes.

- Claro.

- Olharemos vídeos dos elevadores para ter certeza de que não houve penetras.

De volta ao distrito, Beckett atualizava o quadro com a foto do relógio roubado.

- US$ 30 mil. Um pouco mais do que os Cabots precisam para seu processo. Talvez o Noel seja Robin Hood, rouba dos ricos para dar aos pobres?

- Mas por que usaria um helicóptero para roubar isso? Poderia ter só colocado no saco e saído de lá disfarçadamente. O relógio não pode ser o único motivo.

- Havia mais relógios em sua bancada.Talvez esse seja significativo.

- Certo. Qual sua teoria? Ela perguntou a Castle.

- Há um mapa do tesouro dentro. Não. Não. O relógio foi programado por uma sociedade secreta para contar até o fim dos dias. Uma sociedade secreta de Papais Noéis, que são os guardiões do tempo. Essa foi boa.

 Beckett disfarçou o riso e pegou o único gancho na viagem de Castle que parecia fazer sentido.

- Certo, deixando de lado o mistério do helicóptero, vamos dizer que é sobre o relógio. Como Edmund soube sobre isso?

Ninguém do escritório o reconheceu.

-Talvez já tenha trabalhado lá.

Mas Esposito checou e Edmund não havia trabalhado ali a única informação interessante era que Ed queria ser o papai Noel daquela festa. A empresa havia selecionado outro Noel com uma semana para a festa, alguém ligou para cancelar. Tudo esquema de Edmund que apareceu na festa como se nada tivesse acontecido. Alguém desconfiou, alias os próprios sócios de Ed. Beckett pediu para informar o departamento de Roubos e mandar a foto para verificação em casas de penhores e leilões.

Castle estava preparando um café para ela na mini copa enquanto Beckett examinava a pasta do caso que estava lhe intrigando muito. em busca de respostas, começou a divagar em voz alta.    

- Um homem deixa a sua vida e um bom trabalho para se tornar o santo do bairro e acaba morto a tiros depois de roubar um relógio que vale menos que o seu carro popular. E então ele é jogado de um helicóptero que ele nem deveria estar, para começar. Não faz sentido. Concluindo por tudo que sabemos desse cara, isto não é seu perfil.

- Às vezes, as pessoas fazem coisas inexplicáveis – Castle entregou a ela a xícara de café, ela sorriu ao ver o zelo dele e o carinho apenas em uma xícara de café.

- Há uma explicação para tudo.

- Há mesmo? Você se ofereceu para pegar o turno do Eldin. – ela estava saboreando o café e sentiu o mesmo aperto de antes no coração - Não finja. Se não está pronta, por que não me disse?

- Sinto muito, Castle. Eu não quis... – era isso, a hora da verdade. Não esconderia o motivo dele mesmo que isso significasse não vê-lo por vários dias, mesmo que isso causasse problemas para eles.

- Você não quis o quê?

- Natal significa algo diferente para mim e para você.

- É o Natal. Como pode ser diferente?

- Castle, a cada inverno, assim que chega o frio, eu volto àquele beco. Era 9 de janeiro e não tínhamos tirado a decoração de Natal. Assim que meu pai e eu a retiramos, foi como se estivéssemos enterrando o Natal. Não abrimos aquelas caixas desde então.

- Não sabia.

- É por isso que, que todo ano, meu pai viaja para sua cabana e, desde meu primeiro ano, pego o turno do Natal. Porque sei que há famílias lá fora que estão celebrando juntos em suas casas e eu estou vigiando, é a minha tradição – enquanto ela falava tentado conter as emoções, Castle finalmente teve a sua resposta - E isso é importante para mim. É tão importante quanto sua tradição é para você. E eu sinto muito, Castle. Eu pensei que poderia deixar para trás. Mas eu...

-Eu entendo – e sorriu pra ela que retribuiu o sorriso de forma aliviada por ele não ter feito uma tempestade sobre tudo aqui. 

O celular de Beckett tocou e Ryan informou que fora achado alguns itens no heliporto que provavelmente continham DNA entre eles, tabaco para cachimbo. Eles já sabiam quem procurar. Pediram a Esposito e Ryan para ir a escola de papai Noel. Ele explicava algumas instruções para os seus alunos e pegando o gancho, Esposito questionou sobre o helicóptero. Bastou isso para que Dunne partisse para cima dele. Depois de muito brigar e levar umas pancadas dos papais noéis, Ryan interceptou o suspeito e finalmente o prenderam.   

Pressionado por Castle e Beckett, ele ainda insistira que não estava no helicóptero naquela noite mas eles confirmaram que o álibi dele não confirmara. Apenas quando Beckett revelou que encontrara o relógio na casa dele foi que Dunne se viu sem saída. Beckett decidiu fazer sua leitura dos fatos a ele.  

- Deixe-me te ajudar novamente. Edmund descobriu uma forma de obter dinheiro rápido. Ele trabalhava na festa e você era o piloto da fuga. E quando voltou ao helicóptero, você decidiu que queria tudo para si mesmo.

- Tudo o quê? Tudo o que ele tinha era um maldito relógio.

- Não um relógio qualquer. Um Tilledge Tomas no valor de US$ 30 mil.

- Essa porcaria vale US$ 30 mil?

- Você não sabia disso? Castle surpreendeu-se.

- Não, eu... E eu não o matei.

- Qual é, Dave! Você admitiu estar lá – Beckett pressionou.

- Tudo bem! Eu estava lá. Disse que me pagaria US$ 2 mil para ir até lá de helicóptero, esperar enquanto pegava algo e levantar voo. E não era relógio algum. Ele queria saber quanto peso extra o helicóptero aguentava.

-O que ele planejava pegar?

-Por US$ 2 mil, não perguntei. Só voei até o heliporto e esperei. Do nada, veio Edmund correndo com o relógio e dizendo para ir. Quando vejo, estão abrindo fogo.

-Alguém atirou em vocês?

-Foi. Acertaram Edmund assim que ele embarcou no helicóptero.

-Você viu quem era?

-Não, estava escuro. Só saí correndo de lá. Pobre Ed. Eu gritando com ele para fechar a maldita porta, mas quando me virei, ele já estava morto. O helicóptero sacudiu muito. Quando vi, ele já tinha caído.

Castle e Beckett continuavam discutindo o caso.

- Se Dave diz a verdade, o atirador estava no prédio.

- Não apenas no prédio. O único acesso ao heliporto é pela Case Commerce, então nosso assassino estava na festa.

- Certo, mas o que Edmund fazia? O que ele planejava roubar que pesava tanto? E por que ele pegaria aquele relógio? Não faz sentido.

-Faz ainda menos agora. Esposito e Ryan encontraram nas câmeras do elevador da festa ninguém menos que Tim Cabot, ele era o motociclista que seguiu Edmund. E Gates parecia ter mais informações.    

- Lembram daquele processo contra o Fundo Suncove? Meu contato na SEC encontrou isto. O artigo de incorporação original da Suncove, com o nome do signatário da conta. Parece familiar? – ela mostrou uma pasta para Beckett.

- "James Edmund Smith", a vítima.

- Noel é o culpado dessas pessoas terem perdido seus lares?

- Ele tem ainda mais sangue em mãos. O pai de Tim Cabot morreu em um acidente de carro. Dormiu ao volante porque tinha três empregos para pagar a hipoteca cara, cortesia de Edmund Smith. Foi na véspera de Natal há 5 anos.

- O Natal em que Edmund abandonou sua vida – disse Ryan.

- Então... É um conto de redenção. Edmund vai morar ao lado da família que destruiu, dedicando sua vida a consertar a deles, sem nunca contar quem realmente é.

- Mas e se Tim descobriu?

- Então é um conto bem diferente.

Castle e Beckett foram ao apartamento de Tim.

- Sua mãe não sabia, não é? Mas você sabia. Você sabia quem ele era e como ele arruinou suas vidas.

- É. Eu sabia.

-Tim, o que...

-Foi o Ed, mãe. Ele era da Suncove. Ele que nos tirou tudo.

- Ed? Nosso Ed?

- Você deve ter ficado bravo quando soube.

- É, fiquei bravo. Quanto ele me contou, quis matá-lo. Mas não matei.

-Espere. Ele te contou?

- É. Semana passada. Ele pediu meu perdão e disse que queria consertar as coisas. A advogada ia largar o processo, mas Ed disse que não permitiria. Ele sabia que havia evidência para ganhar o caso, mas precisava da minha ajuda.

-Que tipo de ajuda?

- Sou bom com fechaduras, certo? Ele precisava que eu entrasse na festa e abrisse a fechadura do depósito.

-Por que não disse isso antes?

-Não podia me encrencar de novo. Preciso estar ao lado da minha mãe.

-O que havia no depósito?

-Arquivos. Várias caixas deles. Ed disse que eram os documentos originais da Suncove.Eram a evidência que ele precisava para consertar tudo.

- Um de seus velhos parceiros deve trabalhar lá – Beckett virou-se para Castle - Ele reconheceu Edmund, viu que ele queria os arquivos.

- Por isso ele precisava do helicóptero.

Beckett pediu um mandato e invadiu a sala da CC.

-Que diabos é isto?

-Íamos perguntar a mesma coisa.

- Estou dizendo, nunca vi esses arquivos antes.

- Então o que faziam no depósito do seu escritório, sr. Case?

- Não faço a mínima ideia.

Beckett então começou seu interrogatório colocando cada um dos pontos que reunira e conectavam Edmund, ele e Suncove. Apesar da pressão de Beckett, Sr. Case continuo negando mesmo quando ela se referiu ao relógio dos Cabots dado como garantia do empréstimo que conectavam os dois. Ao ameaçar  Case sobre o congelamento de seus bens, que perderia todo o dinheiro, seria o fim dele e que ele tinha motivo e oportunidade, Case abriu o jogo. 

- Eu não matei Edmund. Mas sei quem matou. Ela estava aqui. Ela passou na festa.

Beckett chamou a esposa de Edmund ao distrito. Ao expor que ela matara Edmund, claro que teve a mesma reação de qualquer suspeito.

- Você está brincando. Por que o mataria?

- Porque ele não aguentava mais o que havia feito, então tomaria a única coisa que te deixou no divórcio. Seu estilo de vida. Pago com os lucros da Suncove – disse Beckett.

- Ele não foi se desculpar naquela noite, não é? Ele foi te avisar, pois sabia que se expusesse a Suncove, você perderia tudo – Castle completou.

-Isso é absurdo.

- Você sabia aonde ele ia e o que faria. Então o seguiu ao telhado e atirou nele.

-Eu fui à festa de caridade.

-Foi à Case Commerce. Temos uma testemunha. Você matou Edmund – acusou Beckett. Resignada, ela admitiu.

- Quando me deixou, ele me disse que nunca ia querer me machucar. É o que as pessoas dizem logo antes de te machucarem. Sim, ele me deixou meu estilo de vida. 5 anos depois, ele aparece na minha porta dizendo, de novo, que não quer me machucar. Sabem qual é a pior parte? Por um momento, quando ele estava lá, fiquei feliz em vê-lo.

Com o caso encerrado, Beckett recolhia o material enquanto explicava o desfecho a Gates. Castle estava com a foto de Edmund nas mãos.

- Precisa admirar o cara. Ele sacrificou tudo para se redimir. É uma pena que o passado o alcançou.

- Mas os arquivos estão à caminho do escritório do promotor – disse Gates - Agora os Cabots têm mesmo chance de recuperarem suas coisas.

- Assim como outras 42 famílias. Tudo graças a Edmund – completou Beckett.

Uma mensagem tocou e Gates olhou o celular - Falando em pessoas que tiveram a casa roubada...

- É sua sogra de novo, senhora? Beckett perguntou.

- Detetive, se receber uma denúncia de homicídio hoje, no meu endereço, faça-me um favor, ignore-a.

- Sim, senhora – respondeu Beckett rindo - Castle, parece que você tinha razão. Talvez exista um Papai Noel.

-Quer exista ou não, não é por isso que amo Natal – eles saíram caminhando rumo ao elevador e Castle explicava - Quando eu era pequeno, não importava quão feia estivesse a coisa, minha mãe sempre fazia da noite de Natal algo mágico. Todos os anos, ela colocava a fantasia de "O Quebra-Nozes". Se conseguia fazer isso em nosso pequeno apto, quando a grana era pouca e éramos só nós... Isso me dava esperança de que tudo melhoraria. Amo esse sentimento, essa esperança – Kate não poderia deixar de achar aquelas palavras muito bonitas e de certa forma emocionais fazendo-a sorrir - É loucura, não é? No dia mais curto e escuro do ano, pessoas de todas as crenças celebram a luz. Além disso, quem não ama presentes?

Nessa hora, eles perceberam que estavam debaixo do visgo. Como a tradição mandava, deveriam se beijar. Mas ali, no meio do distrito essa seria uma tradição de natal quebrada. Por um momento ela pensou em esquecer tudo e apenas beija-lo talvez mesmo ele tivesse tido a mesma ideia, não seguiu adiante. Era um momento estranho entre eles, Castle ia embora e ela somente o veria após o natal. Parte dela não queria ter que se despedir. Então, ele facilitou as coisas.

- Feliz Natal.

- Para você também. E ela o viu entrar no elevador esboçando um pequeno sorriso para ela, no fundo sabia que ele não estava realmente feliz ao deixa-la. Beckett suspirou e voltou a sua mesa. Ela iria para casa e voltaria amanhã para trabalhar na véspera do natal.

Ryan estava olhando para o presente de Jenny pensativo. 

- O que ainda faz aqui? Não deveria estar em casa, enchendo a meia de sua mulher?

- Acho que não estou pronto, Javi.

- Para sexo?

- Não. Para a consequência do sexo. Estávamos montando a árvore de Natal e Jenny disse: "Não parece Natal se não há crianças". Ela quer tentar. Mas eu venho trabalhar, vejo as notícias todo dia... Parece que o mundo está desmoronando. E devo trazer uma criança para ele?

- O mundo sempre está desmoronando, mano, desde o começo dos tempos – e Esposito sorriu - Mas, ter filhos, formar uma família, é o que nos mantêm firme. Então, vá para casa. Faça um bebê. Você está pronto.

- Obrigado, irmão.

-Feliz Natal.

-Feliz Natal.

Beckett saiu do distrito e decidiu deixar o carro por lá afinal o trânsito nesses dias estava muito carregado. Pegaria o metrô para casa. Tudo que ela queria era tirar essas roupas, servir-se de um bom vinho e ficar de molho na banheira. Voltaria ao distrito no dia seguinte depois das quatro da tarde e ficaria trabalhando até sete da manhã do dia seguinte.

No caminho de casa, Kate foi bombardeada por luzes, enfeites brilhantes, músicas tudo referente à época de natal. Pais e filhos caminhavam pelas ruas e eram só sorrisos. Ao passar na frente do Rockfeller Centre, Kate parou para admirar a enorme árvore montada. Era linda. As palavras de Castle voltaram a sua mente. Alegria, esperança, família, presentes. Para onde ela olhasse via uma demonstração disso.

Ao chegar em casa, ela fez exatamente o que planejara. Um longo banho e uma taça de vinho.


Véspera de natal


Kate já estava pronta para ir trabalhar antes de sair de casa, pegou o celular e ligou para o pai. Não esperava que ele atendesse mas foi surpreendida.

- Pai? Já na cabana?

- Sim, filha. E você?

- Em casa, vou trabalhar daqui a pouco. Achei que você nem atenderia o telefone.

- Não atendo mesmo mas quando vi que era você, não poderia deixar de atender. Está tudo bem?

- Na mesma. Essa época do ano... ainda sinto a falta dela. Tanto. E Castle com toda a alegria de natal, eu não consigo... dói muito.

- Você explicou a ele?

- Sim, ele entendeu. Eu apenas sei que está triste. 

- Filha, porque você não passa o natal com ele? Faria bem para você.

- Não, pai. Não conseguiria. Apenas estragaria a festa dele. Não estou nesse clima de festividade a muito tempo.

- Kate, você já deu um grande passo aceitando tudo que aconteceu com sua mãe. Começando um relacionamento e será que não está na hora de deixar isso também para trás? Eu sou velho e não consigo mudar mas você... devia se dar uma chance.

- Não sei pai... não sei.

Ao caminhar na direção do metro, o clima continuava o mesmo. Na estação, um rapaz com um sax tocava uma canção de natal. Várias pessoas pararam para escuta-lo. Santa Claus is coming to town, ela se lembrava da canção. Ao fim, elas colocavam moedas e cédulas na caixa do instrumento dele. Quando já estava para embarcar no trem, viu uma menininha de cabelos loiros e olhos verdes toda vestida de vermelho segurando um presente na mão. A garota se aproximou de Kate e sorriu. Estendeu a mãozinha e falou. 

- Feliz Natal – Kate retribuiu o gesto e sorriu – sabe esse presente que tenho nas mãos? Não é pra mim. É pra um garotinho magrinho que mora na rua. Ele fica perto da minha escola. É um menino muito legal, o nome dele é Tom. Gosto muito dele mas ele perdeu a mamãe dele ano passado e só tem um moço que cuida dele. Ele fica triste nessa época sabe? Mas a gente não pode ficar triste, a mãe dele não está aqui mas o moço está e eu. Sempre achamos outras pessoas pra cuidar da gente, amar a gente não? Sei que papai Noel não existe mas combinei com o moço que ia fazer isso pra ele. Acho que ele vai gostar não?

- Sim, ele vai gostar muito – e a garota percebeu que as lágrimas escapavam do rosto de Kate – ele vai ficar muito feliz.

- Porque você está chorando? É natal. Não podemos chorar. Qual o seu nome? O meu é Holly.

- Kate.

- Você vai ter que parar de chorar porque é natal. Comida, presentes, tudo é tão bom...

- Ai, está você! Não disse que era para me esperar ali no canto do guichê, Holly... desculpe por ela estar te incomodando.

- Ela não estava, sua filha é um amor.

- Obrigada. Vamos filha, temos que levar o presente do Tom e voltar para arrumar e ir para casa da vovó. Feliz natal, moça.

- Feliz Natal!

- Feliz Natal, Kate...e nada de chorar.     

Pensativa, Kate entrou no trem.

Esposito ao ver o relógio sobre a mesa, decide visitar os Cabots e entregar-lhes o que os pertence. Bateu a porta. 

- Sr.ª Cabot? Sou o detetive Esposito. Tenho algo aqui que acho que pertence a você. Descobrimos que seu marido o colocou como garantia na hipoteca de sua casa.

- Não vejo isto há tanto tempo... – a mulher se surpreendeu - Foi passado pela família dele por gerações.

- Creio que por isso Edmund o pegou. Ele queria que o tivessem de volta.

- Obrigada – e quando Esposito ia saindo, ela o chamou - Espere. Não quer entrar? Íamos jantar.

- Claro.

XXXXXX

Kate estava sentada a sua mesa. Olhava para o monitor do computador com uma tela em branco a sua frente. Virou-se para fitar a cadeira vazia a seu lado. A imagem daquela garotinha não saia da sua cabeça. Por muitos anos ela se fechara para várias coisas importantes na vida. No último ano porém, ela vinha aos poucos mudando seu ponto de vista. Não fora uma jornada fácil, ainda não terminara mas uma das melhores decisões que tomara foi iniciar um relacionamento com Castle. Não se arrependera nem por um minuto. Claro que houveram vezes onde as dúvidas a perturbaram em pensamento, porém esses momentos passaram. Kate se permitira experimentar coisas novas, fazer mudanças. Até agora nenhuma tinha sido ruim. 


Apartamento de Castle
7pm


Eles estavam sentados à mesa começando o jantar.

- Mãe, o vinho quente está excelente.

- Obrigado. Tudo parece excelente. Como sempre – mas a expressão no rosto de Castle o traía, mesmo tudo estando lindo e sua família estando ali com ele, faltava algo, faltava uma pessoa muito importante.

- Richard, Richard, querido, não precisa ficar tão triste.

- Ela tem razão, pai. Sabemos a importância dessa tradição para você. Então decidimos cancelar nossos planos. Estaremos aqui a noite toda, como sempre.

- Amo tanto vocês por fazerem isso por mim. Mas eu estava errado sobre esta noite. Há um lugar onde preciso estar.

-Pai...

-Vá – Martha insistiu, ela sabia que o filho não conseguiria ficar longe de Kate - Vá, vá, vá.

Ele levantou e correu para a porta. Assim que a abriu, deu de cara com Kate com um sorriso no rosto.

- Eu... Eu estava indo te ver.

- Eu estava vindo te ver – disse ela e simplesmente não conseguia parar de sorrir.

- E seu turno?

- Karpowski o fará. E sua tradição familiar?

- Estava pensando que é hora de fazer novas.

- Eu também.

Eles ficaram parados por um momento apenas olhando-se.

- Pelo amor de Deus, Richard, convide a moça para entrar.

- Claro. Quer...

- Claro – ao reparar na decoração do apartamento, Kate sentiu-se inundada por um sentimento tão puro, tão aconchegante - Está lindo.

Eles estavam de frente para a linda árvore de natal. Ao olhar para ele, Kate sabia que tinha feito a escolha certa então o beijou com os braços de Castle ao seu redor. Sim, seria sua nova tradição de natal pensou Kate. Ao quebrar o beijo, ela manteve a testa junto a dele e falou.   

- Feliz Natal.

- Não te comprei nada.

- O quê?

- Apenas fiz o que você me pediu - Ela sorriu e voltou a beijá-lo - Não importa... estamos aqui não?  

- Sim, e estou faminta.

De mãos dadas, ele a guiou até a mesa. Kate cumprimentou Martha e Alexis e sentou no lugar de Martha pois a mesma já havia providenciado isso. Eles cearam juntos e conversavam alegremente. Beberam o vinho especial da família Castle e assim que terminaram, ele pediu que elas se sentassem próximo a árvore de natal para que ele entregasse os presentes. Kate observou a interação da família, havia muito amor e cumplicidade ali. Martha tornou a abraça-la e dizia que estava muito feliz com tudo isso. Ver seu filho sorrindo era seu melhor presente de natal. De repente, Martha lembrou-se de algo importante.

- Richard, cadê o presente da Kate?

- Nós concordamos em não comprar presentes mãe, sabe para evitar qualquer problema na hora da escolha?

- Eu disse a ele Martha que não precisava, acho que seu filho não entendeu...

- Richard! Eu não te ensinei nada? Quando uma mulher diz que não quer presentes é exatamente o contrário! Aposto que Kate falou mais de uma vez sobre não comprar nada, estou certa Kate?

- Está – e Kate ria da cara contrariada dele.

- Eu obedeci a detetive e não vou ficar discutindo com vocês.

Ela acariciou a perna dele – Está tudo bem, Castle. Estou me divertindo muito.  

- Falando em diversão, pai. Já que você está com Beckett e já trocamos os presentes, será que eu poderia ir encontrar o Max?

- Claro, querida.

Alexis se levantou e beijou o rosto do pai.

- Feliz Natal. Feliz Natal, Kate.

- Pra você também Alexis.

- Bem vou aproveitar a carona da minha neta e sair também para ver minhas amigas, juízo vocês dois.

Assim que elas saíram, Castle e Kate foram se sentar no sofá. Antes, Castle voltou à cozinha e trouxe duas xícaras de eggnog.

- Nada de café hoje.

Ao provar o primeiro gole da bebida, Kate fechou os olhos por um momento e ao abri-los começou a falar.

- Eggnog... fazem anos que não tomo, era o que mais eu gostava do natal junto com as rabanadas.

- Você não tomava eggnog desde ...

- Sim, como eu disse, acabei com todas as tradições que me lembravam natal. Mas hoje – ela acariciou o rosto dele e sorriu – estou muito feliz de estar aqui.

- O que a fez mudar de ideia?

- Você, suas palavras e uma garotinha que encontrei no metrô a caminho do distrito. Vocês me fizeram perceber que estar ao lado de alguém que você gosta é o mais importante da noite de natal. Percebi o quanto você ficou triste ao sair do distrito. Eu também estava triste, não seria justo com nenhum de nós. Se isso significa tanto a ponto de você quebrar uma tradição, só posso achar que vale muito a pena. Tudo que significa muito para você, também é importante para mim, Rick.

Ele estava emocionado, Kate pode perceber, ela também sentiu o coração bater mais forte ao dizer aquelas palavras.  

- Sabe, eu não esqueci de comprar um presente para você. Convivo com mulheres a muito tempo para saber suas reais intenções. Ele se levantou e buscou uma caixa grande com um laço vermelho. Entregou a ela. Kate desfez o laço com pressa, parecia uma menina. Ao abrir a caixa, ela viu um lindo casaco. Exatamente do jeito que ela gostava.

- Castle é lindo... obrigada! E beijou-o.

- Sei que vai ficar ainda mais lindo em você.

- Eu realmente não comprei nada para você.

- Não importa, tudo o que eu quero está bem aqui à minha frente. Minha noite de natal está quase perfeita agora.

Ela inclinou-se na direção dele e beijou-o apaixonadamente. As mãos se deixaram percorrer pelas costas dele enquanto sentia as mãos de Castle tocando-a do jeito que ela adorava. Depois de alguns bons minutos de namorico, ela quebrou o beijo.

- Quase?

- Você vai dormir hoje aqui não?

- Isso é um convite, Castle?

- Era desde o início. Mas antes de nós subirmos, eu estava pensando qual a sua música preferida de natal? Você deve ter uma especial não, todos tem. A minha é White XMas.

- Você tem razão, tenho uma música preferida. Have yourself a merry little XMas, essa é a minha.

- Ah, é uma linda canção. Um segundo. E Castle colocou a música para tocar. Estendeu a mão e tirou-a para dançar. Eles se abraçavam dançando aconchegados ao calor do corpo do outro. A cada minuto que passava, a noite ficava mais linda e mais perfeita. Kate não esperava descobrir que sentia tanta falta de tudo isso. Eles ainda ficaram por ali um bom tempo, tomando eggnog e curtindo um ao outro.
Já no quarto de Castle, ela beijou-o rapidamente e foi para o banheiro. Como um menino ansioso pelo presente, Castle começou a despir-se ficando apenas de boxer. Ele deitara na cama e esperava. Já fazia uns quinze minutos que ela estava no banheiro, resolveu chamar por ela.

- Hey, Kate... você vem?

Mal terminou de falar e ela apareceu trajando o casaco que ganhara de presente. A visão era tão linda.

- Sabe você disse que sua noite de natal estava quase perfeita. Estou prestes a livra-la desse quase. Kate abriu o casaco revelando que não usava nada por baixo. Ela sorria. Ele abriu o sorriso e falou.

- Obrigado Papai Noel...

Ela caiu na gargalhada e logo em seguida nos braços dele. Os beijos aumentavam e mesmo que fossem urgentes e excitantes, eram carregados de emoção. Castle a deitou na cama e começou a acariciar toda a extensão do corpo. Das pernas, ao estomago, ao colo, seus lábios percorriam a pele macia e cheirosa, ela apenas gemia baixinho com o toque dele. Os lábios se encontraram mais uma vez e ela acariciava o rosto dele, sentindo o peso do corpo dele sobre o seu. Quando Castle quebrou o beijo e tomou um de seus seios nos lábios, ela se contorceu abaixo dele e sentiu o próprio desejo aflorar em sua pele e em seu centro. Ela queria mais, sempre mais. Ele sugou o outro seio e ouviu-a gemer mais alto. Com destreza, ele introduziu dois dedos nela e passou a massagea-la vagarosamente. Kate começou a sentir o calor domina-la, um misto de prazer e tremores. Tudo que ela queria era tê-lo completamente. Ele continuava os movimentos buscando leva-la ao clímax. Com esse pensamento, ele tornou a beija-la. Ela sucumbiu entre tremores e o desejo a invadiu por completo.

Assim que recuperou o fôlego, ela tornou a beija-lo. Trocando de posição, Kate se viu sobre as coxas dele. Fez uma carreira de beijinhos por todo o rosto dele seguindo pelo pescoço, queixo e voltando para os lábios. Queria muito mais. As mãos perdiam-se no corpo dele e já sentia o membro contra seu estomago ao debruçar-se sobre ele. Beijando-o mais uma vez, deixou os lábios vagarem pelo peito dele, mordiscou um dos mamilos e sorriu ao ouvi-lo gemer. Então, ela decidiu não mais esperar e movendo-se com jeitinho, deixou o membro dele toma-la por completo. A sensação era deliciosa. Começou a mover-se com ele, curtindo cada momento possível. Sentia a pele esquentar, as mãos de Castle percorriam seu corpo e tocavam-lhe os seios, apertando-os, instigando-a. os movimentos aumentaram e tudo o que ela podia sentir era o corpo ceder ao prazer, a pele vermelha, o tremor e os gemidos a dominando e então a explosão aconteceu. Ambos sentiram o impacto do prazer juntos.

Gemidos, toques, suor e desejo, tudo se misturava ao deixar-se desabar sobre Castle. Ele a abraçou e permaneceram quietos sentindo a força do ato que acabaram de fazer. Kate adorava a sensação que a dominava após fazer amor com ele. Deitou a cabeça sobre o peito dele e beijou-o levemente. Ela suspirou.

- Feliz Natal, Castle.

- Feliz Natal, Kate. Que esse seja o primeiro de muitos.

- Acho que essa foi a cereja no bolo que tem sido minha noite, graças a você, Castle – ela apoiou o queixo no peito dele para fita-lo – obrigada por me fazer reviver o espírito do natal. Tinha esquecido como tudo pode ser especial, só precisava da companhia certa.

- Nossa! Agora a noite ficou perfeita.

Eles trocaram mais um beijo e aconchegaram-se para dormir.

Na manhã seguinte, Castle ainda dormia quando Kate acordou. Ela foi sorrateiramente até o pé da cama e deixou um pequeno embrulho. Voltou para cama a fim dele não desconfiar. Fingindo estar acordando agora, ela começou a acaricia-lo e beijar-lhe o rosto, o corpo. Percebeu quando ele abriu o sorriso.

- Ah, então o senhor já estava acordado...fingido!

Ele abriu os olhos e puxou-a para si. Após um beijo, ele sorriu como um menino maroto.

- Presentes de papai Noel! Vamos checar as meias? Ela teve que rir. Kate não reparara que havia duas meias penduradas no canto da cama. Uma vermelha com o nome dele e uma verde ainda sem nome.

- Tive que improvisar uma meia para você.

- Meias não deveriam estar sobre a lareira?

- Voce tem razão mas queria uma certa privacidade – ele foi até a meia verde e tirou uma caixinha de lá – acho que Papai Noel considerou que você foi boazinha esse ano. Feliz natal, minha musa.

- Castle, você já tinha me dado um presente! – ela estava surpresa e ao segurar a caixa viu a fita da Tiffany, pelo tamanho da caixa, ela sabia que não era um anel, o que a deixava um pouco aliviada mas o que seria? Ela abriu a caixa. Kate segurou a respiração. Era uma pulseira de ouro branco cheia de pequenos pingentes, miniaturas de algemas, uma arma, uma xícara de café, um coração e a letra K. Kate não tinha palavras. Ela avançou nele e beijou-o com vontade por vários minutos para então falar.

- É linda demais, Castle. Adorei. Mas acho que está faltando algo importante. Não vejo nem a letra R ou C, elas fazem parte do presente não?

- Você acha?

- Tenho certeza.

- Hum, podemos providenciar – ele disse e deu mais um beijo nela foi verificar sua meia novamente – é parece que eu não agradei ao papai Noel. Não fui bonzinho esse ano?

- Acho que nem eu queria você bonzinho. Meu pai costumava colocar os presentes ao pé da cama. Você já olhou lá?

Um sorriso maroto apareceu no rosto dele. Fazendo o que ela sugerira, Castle encontrou um pequeno presente – Você?

- Não sei, talvez papai Noel realmente exista.

Ao abrir, ele se deparou com um lindo conjunto de lingerie preta com cinta liga e um gorro de papai noel vermelho.

- Parece que você mereceu todos os presentes esse ano, Kate.

- Eu não sei, Castle – ela andou até ele enrolada no lençol – acho que a mensagem do Noel era para você ser malicioso esse natal, não bonzinho – ela piscou para ele e colocou o gorro na cabeça – achava que devia deixar para a noite mas quer saber? Me deu uma vontade de testar isso não? – ela tomou o embrulho das mãos dele e foi correndo para o banheiro deixando o lençol cair no chão.

Ao voltar e ficar de frente para ele, Castle prendeu a respiração por uns segundos. Estonteante. Ela se aproximou dele e o abraçou.

- Merry naughty XMas, Rick Castle… - ela tirou o gorro da cabeça e colocou na dele e deslizou a mão até que ela segurou o membro dele sorrindo maliciosa.

- Oh, Detective Beckett… oh…Deus!


Continua....