sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.35


Nota da Autora: E saiu mais um capitulo. Nele veremos interações de casais, momentos familia e uma amizade se estreitando. Sem esquecer de um momento fofo do nosso casal favorito demonstrando respeito e devoção, ah! A quem estou enganando? Tem dos dois casais (sorry, eu amo o casal Grey's Anatomy). Obrigada pelos comentários e um thx especial para minha gamer Aninha! Divirtam-se! 



Cap.35  

Finalmente Johanna e Paul tinham dois dias de folga juntos. Isso não acontecia desde que voltaram de Pais. Quem diria, já se passaram duas semanas. Cansados após um longo plantão, os dois não viam a hora de chegar no apartamento. Johanna intimara o namorado a escolher uma garrafa de vinho que trouxeram de Nice, separar as taças e pedir comida de um restaurante italiano que ficava a dois quarteirões de casa. Tudo isso enquanto ela tomava um longo banho. Paul realmente não se importava com o desejo e as exigências da namorada. Ele iria curtir igualmente o vinho e o jantar. Além do mais, estava cansado demais para cozinhar. Mais tarde, podia inclusive rolar um bonus por conta disso. 
Ao chegarem no prédio, o porteiro da noite os cumprimentou sorrindo. 
— Dr.Gray, o Mark mandou avisa-lo que sua encomenda chegou. Ele ficou com receio de deixar aqui na portaria então usou a chave extra para entrar no apartamento. Tudo bem? 
— Claro! - Paul disse sorrindo. 
— De que encomenda ele está falando? - mas Paul não respondeu à namorada seguindo para o elevador - Paul? Eu perguntei algo para voce, que encomenda? 
— Joh, voce vai ver… - ao abrir a porta do apartamento, ele se deparou com a caixa da Amazon. Como uma criança reage ao presente no dia de natal, Paul rapidamente abriu a embalagem usando a própria chave de casa retirando de dentro dela a caixa do PS4. 
— Sério? Um videogame, Paul? 
— Amor, eu mereço. Já disse que o jogo não será mais importante que voce, mas acho que um pouco de diversão não faz mal a ninguém. E voce ouviu que faz bem, ajuda com o stress. E pode ser um ótimo passatempo para eu e Castle. 
— Apesar de não acreditar nessas conversas de experimentos porque são palavras de outros amantes de jogos, vou deixar passar dessa vez. Com uma condição: esse dois dias voce não toca nisso. É a nossa primeira folga decente juntos, moreno. Promete? - Paul olhou para a namorada e depois para a caixa do videogame. A expressão em seu rosto não escondia o quanto estava debatendo consigo mesmo, ainda ansioso para testar o novo brinquedo, ele suspirou e cedeu. 
— Tudo bem. Será como voce quiser, Joh. 
— Ótimo! Então vá providenciar o nosso jantar. Eu vou tomar meu banho. 
A promessa foi mantida, eles jantaram, beberam e acabaram na cama. 

XXXXXXXX

No dia seguinte, Castle estava no escritório se organizando para os próximos passos de seu livro. Ele tivera uma reunião com Gina na manhã anterior quando lhe entregara mais seis capítulos e comentara que o livro prequel estava de pé. Gina comentou que diante dessa novidade, ela pensava em lançar o primeiro livro em dezembro para aproveitar as vendas de natal. Castle aprovou já que estava na ultima fase do romance. Um mês e ele teria completado o primeiro livro da trilogia. 
Agora, ele contemplava seu próprio cronograma. Tinha definido a parte das sequências de cenas que iniciariam o segundo volume da trilogia, também escrito um draft com a espinha dorsal do thriller. Queria inicia-lo ao fim de outubro para adianta-lo. Gina ainda teria que confirmar se lançaria o prequel antes dele. O que lembrara Castle de outro ponto importante. Precisava conversar outra vez com Johanna sobre a parte médica do seu caso e de Kate no prequel. iria precisar da ajuda de Paul também. Talvez devesse consulta-los sobre a melhor data para fazer essa consulta. Estava pensativo quando Beckett surgiu a sua frente com a filha no colo. 
— Hey, daddy… você entregou seus capítulos no prazo. Que tal largar um pouco esse livro e dar um passeio comigo e a mamãe? - ele reparou que a menina estava arrumada. Vestia o body da mulher maravilha. 
— Como minha princesa está linda! Tudo bem, acho que vocês tem razão. Vamos passear por Nova York - ele fechou o notebook. Levantou-se da cadeira e beijou a testa de Beckett - vou trocar de roupa. Onde vamos? Confesso que estou com vontade de tomar um sorvete. 
— Por que não? - Castle se arrumou e meia-hora depois eles deixavam o loft para curtir um tempo em familia. Foram até uma sorveteria italiana e conforme era de se esperar, ele não se contentava com uma casquinha. Pediu logo um mega sundae. Beckett apenas sorriu balançando a cabeça, afinal exagero era uma das características mais marcantes de seu marido. 
— E depois a formiga sou eu… - disse Beckett segurando sua casquinha com uma bola. 
— Qual o sabor que escolheu, Beckett? 
— Strawberry cheesecake. 
— É, morango é sua marca registrada. Hoje quando estava trabalhando, para sua informação estou adiantando o prequel. Eu pensei que poderíamos contatar Johanna e marcar algo. Quer dizer, eu posso fazer a minha reunião com ela a exemplo do que fiz das outras vezes, porém não será apenas ela que vai me ajudar. Paul foi meu médico, precisarei de alguns imputs dele também. 
— E qual é a sua ideia? 
— Um jantar? Um fim de semana nos Hamptons? 
— Acho que os Hamptons é um pouco demais. Eles se ausentaram recentemente. Posso ligar para Joh e perguntar quando é a próxima folga deles - Castle ficou olhando para ela - o que? Agora? 
— Sim, você mesma disse da outra vez que o cronograma deles é complicado. Quanto mais cedo soubermos da sua disponibilidade, mais fácil posso me programar - ela colocou a filha no carrinho e pegando o celular, discou o numero de Johanna. 
O ritmo era pesado. Eles corriam por quase uma hora agora. Paul disse que precisavam do exercício depois de todas as extravagâncias de Paris. Para Johanna, era apenas um pretexto para fazê-la suar e dar inicio a outras coisas. Era assim todas as vezes que corriam juntos, acabavam a sessão de exercícios na cama simplesmente porque ela não conseguia resistir em agarra-lo. Paul sabia disso, fazia de propósito. 
Ela sentiu o braço vibrar. Mantinha apenas um dos lados do fone no ouvido para que continuasse trocando ideias ou palavras com o namorado. Alguém estava ligando. Fez sinal indicando a Paul que precisava parar. Ela não esperava que fosse do hospital, mas nunca se sabe. Diminuiu o ritmo e parou. A respiração pesada. Ao checar o display viu o nome de Kate. Sorriu retornando a ligação. 
— Hey! Você estava ligando… - ela sabia que soara cansada e ofegante. 
— Ops! Atrapalhei algo? 
— Não… não, correndo… no Central Park. Estou… tentando… recuperar o fôlego - ela sentou em um banco no meio do caminho. Paul aproveitou para se alongar. Johanna bebeu um pouco da agua na garrafa e tornou a falar - o que você conta de novo, Kate? 
— Na verdade, não sou eu. É Castle. Ele está escrevendo em ritmo frenético eu diria e pensou que podia contar com você para uma nova sessão de perguntas e respostas. 
— Claro. Não vejo problema. Ele tem um prazo? 
— Não necessariamente. Nós estávamos pensando que em vez de vocês se encontrarem em algum lugar, podíamos jantar juntos. O que acha? Os quatro. Claro que teria que ser quando você e Paul estivessem disponíveis. 
— Por mim, tudo bem. Estavam pensando no loft ou querem sair? 
— No loft mesmo. Se vocês não tiverem nenhuma objeção quanto a isso. 
— Um minuto, Kate - ela colocou a ligação em mudo e se dirigiu ao namorado - Castle quer minha ajuda para escrever outra vez, um daqueles encontros só que Kate está sugerindo que seja um jantar no loft para nós quatro. O que acha? 
— Quando? 
— Acredito que isso dependa de nós. Terá que ser um dia que eu e você estejamos de folga. 
— Amanhã. Por que ao invés de irmos ao loft, eles não veem até o nosso apartamento? Faz tempo que não fazemos isso. A menos que você não queira cozinhar… 
— Eles tem a menina. Não sei se Kate tem com quem deixar Lily ou se vai querer traze-la. 
— Pode deixar com a vó, não? - Johanna olhava para o namorado. Esse interesse de Paul em oferecer um jantar tinha segundas intenções. Mesmo assim, ela acabou concordando. Fazia tempo que não recebiam os amigos para uma noite de diversão no apartamento. Tirando o telefone do mudo, ela respondeu para a amiga - ainda ai, Kate? 
— Sim, o que aconteceu? 
— Nada. Eu estava checando com Paul quanto a nossa disponibilidade. Estamos de folga até amanhã e ele sugeriu que vocês viessem jantar conosco. Isso se tiverem alguém para olhar Lily, mas se precisarem traze-la com vocês não será um problema. 
— Acho que posso pedir para Martha ficar com ela por umas três horas. Tem certeza? Vai cozinhar para nós na sua folga? 
— Não é sacrifício algum. Sete horas está bom para vocês? Pode dizer para Castle que se quiser trazer seu notebook, papel, enfim fique à vontade para a chuva de perguntas. 
— Ótimo, vou dizer a ele. Pode voltar para sua diversão. Até amanhã, Joh. 
— Hey! Eu estava correndo! - mas Kate já desligara. Ela olhou para o namorado que parecia muito satisfeito com a decisão do jantar. Podia ver um sorrisinho vitorioso no canto dos lábios. Ele sentara-se ao seu lado, pegou a garrafa e bebeu um pouco da agua - o que você está fazendo? Nem está suando mais. Mexa esse traseiro, vamos correr de novo. 
— Por que? Antes de Kate ligar você estava reclamando que devíamos parar, que eu estava exigindo demais de você… o que mudou? 
— Primeiro, voce nao está mais suado como antes. Está relaxado. Segundo, não pense que eu não entendi o que você pretende com esse jantar, Paul. Não nasci ontem. 
— Não sei do que você está falando… 
— Tão inocente. Vamos correr agora ou não vai ganhar o bonus depois - rindo, ele se pos de pé e voltaram a correr. Uma hora depois, o óbvio aconteceu. Eles acabaram na cama.  
No dia seguinte, por volta das sete horas Castle e Beckett chegavam ao apartamento de Paul. Antes de bater na porta, ela se viu na obrigação de alertar o marido. 
— Castle, se comporte. E não mencione o anel de Johanna. É um assunto delicado - ela suspirou. No fundo, sabia que não devia esperar muito do marido. Ao entrarem no local, Beckett foi logo elogiando o cheiro do ambiente. 
— Hum, está cheirando bem. Parece hortelã e tomilho, algo assando. 
— Acertou, Kate - gritou Johanna da cozinha - estou fazendo o cordeiro que prometi a você desde o fim de semana nos Hamptons, lembra? Antes tarde do que nunca. 
— Nossa! Já me deixou com agua na boca. 
— Por favor, sentem-se e fiquem à vontade - disse Paul - aceitam um vinho tinto? Whisky? 
— O que voce está bebendo, Paul? Se for whisky, eu tomo com você. 
— Eu prefiro o vinho, obrigada. Vou inspecionar o que Johanna está fazendo - aproveitando que ele e Castle ficaram sozinhos, Paul serviu o whisky e comentou. 
— Eu tenho novidades. Comprei finalmente o PS4 - vendo que Castle já ia comemorar o feito, ele levou o indicador aos lábios - chegou anteontem e Joh não deixou eu abrir a caixa porque era a nossa primeira folga juntos. Vou precisar da sua ajuda hoje à noite para instalar esse negócio. A caixa está atrás daquela mesa de apoio próxima a tv, só para você saber. 
— Não se preocupe, de hoje não passa. Confie em mim - Castle piscou para Paul que foi até a cozinha providenciar o vinho para Kate. Encontrou as duas mulheres conversando sobre o jantar, Kate estava interessada no preparo do cordeiro e Johanna dava dicas à amiga. 
— Voce está atrasado, Paul. Já servi a Kate com o vinho. Não vai demorar muito para jantarmos, que tal irmos para sala petiscar um pouco? Traga seu vinho, Kate - Johanna sai da cozinha segurando sua taça e uma bandeja com um babaganuche e torradinhas. Sentados no sofá e nas cadeiras da sala, eles conversavam animadamente. Castle estava se contendo para não comentar sobre o anel no dedo de Johanna. Claro que a lingua dele, por ser maior que a boca, não perdoou. Primeiro ele simulou várias piscadas. 
— Algum problema, Castle? Tem algo em seu olho? - perguntou a médica. 
— Não, eu só estou incomodado com o diamante na sua mão. Isso pode cegar alguém, Johanna. 
— Castle! - na mesma hora, Beckett o repreendeu. Ela havia alertado o marido para não tocar no assunto, mas ela conhecia muito bem a peça para achar que ele a obedeceria. 
— Paul me deu de presente em Paris. Algum problema? 
— Pelo contrario, isso é ótimo. Teremos um casamento pela frente. 
— Castle! - Beckett reparou que Paul ficara sem graça, começava a ficar vermelho. 
— O que? Estou apenas conversando! Isso é um anel de compromisso, posso inferir que Paul fez a pergunta, não? 
— Não que seja da sua conta, Castle, mas como disse, foi um presente. 
— Paul, meu amigo, você ama muito essa mulher. Não se dá um diamante desses à toa. 
— É claro que não foi à toa, Castle. Que coisa! - disse Beckett fulminando-o com os olhos - será que podemos mudar de assunto? 
— Podemos falar do que vocês quiserem - disse Castle - eu apenas não posso concordar que diante de algo importante eu não possa dar minha opinião. Eu sei que Paul a ama, estava sendo enfático.— Johanna prevendo que o tempo pudesse fechar entre os dois, mudou de assunto. 
— Qual dos dois irá me dar noticias da minha afilhada? - Castle falou empolgado de como Lily estava ficando linda a cada dia e engordando. Beckett confirmou sorrindo. 
— Puxou para o pai, segundo Martha. Nem sei como será quando eu voltar ao trabalho em algumas semanas. 
— Isso não é problema. Como capitã você pode fazer seus horários, ir almoçar em casa e amamentar sua filha. Vai dar um jeito. Em ultimo caso, o super pai Castle pode leva-la até você. Imagino que será você quem irá ficar com ela quando Kate voltar à ativa, não? 
— Não necessariamente. Eu e minha mãe. Com a correria do livro, vamos nos revezar. Sem esquecer que eu também trabalho no 12th. A capitã precisa dos meus conselhos e insights, não vamos esquecer das teorias fora da caixa. 
— Você quer dizer malucas. 
— isso, finge que desdenha. Você sabe quantos casos eu ajudei a solucionar com as minhas supostas teorias “malucas” - ela inclinou-se e beijou os lábios do marido. Johanna checou o relógio. 
— Castle, como você quer fazer com as perguntas do livro? Antes ou depois do jantar? Trouxe suas anotações e seu notebook, imagino. Mais cinco minutos e o cordeiro está pronto. 
— Eu prefiro que conversemos um pouco durante o jantar e concluímos o resto depois. Eu estou com fome e pensar em trabalho de estômago vazio não é muito bom - eles riram. Johanna se levantou. 
— Deixa eu ver se já posso saciar sua fome, Castle. Trabalho depois - Paul disse que ia buscar a garrafa de vinho para encher a taça de Kate. Dez minutos se passaram e eles finalmente estavam sentados à mesa para saborear a refeição preparada por Johanna. Paul não deixou de enaltecer a namorada. 
— Joh, você se supera cada vez que faz esse prato. Esse seu cordeiro é muito bom. 
— Tem razão, Paul. Está delicioso mesmo, super suculento. Eu nem me atrevo a fazer. 
— Não é tão difícil, Kate. 
— Acho que já posso comentar sobre o livro, não? 
— Ah, por favor! Você já terminou o primeiro? Vai começar o segundo? É por isso que quer minha ajuda? 
— Hey, Joh… vai devagar… - Beckett riu da empolgação da amiga. 
— Ah, Kate! Deixa eu surtar um pouquinho. Não vejo a hora de ler. 
— Eu estou finalizando o primeiro livro, mas Gina já decidiu que será lançado em dezembro. Não vou mentir, eu tenho o esqueleto do segundo volume desenvolvido. Faltam detalhes. Comecei os dois primeiros capítulos. Na verdade, eu e Kate discutimos e apresentamos uma outra solução para Gina que está ávida para publicar os outros dois. Ela queria diminuir o tempo para seis meses o que fui completamente contra, depois tentou dez meses. 
— Não! E a excitação de se esperar pela continuação? Toda trilogia tem um espaço de um ano entre seus volumes. Você a convenceu, certo? Ela mudou de ideia? 
— Um pouco. Eu ofereci um outro livro entre os dois volumes para ser entregue e lançado em dez meses após o primeiro. Isso não é problema para mim como escritor porque eu já tenho um draft e capítulos escritos. Trata-se de um prequel para a trilogia. Irei contar como Johanna apareceu na vida de Nikki por assim dizer - ele olhou para esposa - eu obtive a permissão de Kate para contar sobre o caso de Loksat e a nossa experiência de quase morte agora como Nikki e Rook. 
— Wow! Isso é grande! Vocês vão contar uma historia pessoal e delicada. É preciso coragem - ela olhou para a amiga sorrindo. 
— Castle irá trocar algumas informações, mudar a linha de investigação para não ficar tão óbvio que se trata de Loksat. É pessoal, é delicado, uma parte de nossa historia com imperfeições, mas que nos trouxe até aqui. Se não fosse por ela, não estaríamos sentados à mesa juntos saboreando esse jantar maravilhoso. Tudo nesse caso grita Nikki Heat. 
— Tem razão. Esse caso ajudou a todos nós, de uma maneira ou outra a encontrar nosso caminho, trilhar por novas estradas. Bem colocado. Um brinde a isso - ela ergueu a taça e os demais a seguiram, não conseguia conter sua empolgação - Então são quatro livros de Nikki e da doutora Marshall? Wow!  
— Sim. Como você sabe, a parte médica será muito importante com toda a angústia que se seguirá no hospital enquanto Rook espera Nikki acordar. E dessa vez não será apenas a sua ajuda, Johanna. Precisarei de Paul. Ele foi meu médico. 
— Claro! Voce não vai se negar a ajudar, Castle, vai moreno? - Paul sorriu. Viu nisso a possibilidade que estava esperando. À principio não respondeu porque Johanna não conseguia parar de tagarelar - eu precisarei pegar as fichas de vocês no hospital. Há detalhes que não me lembro completamente e queremos que seja o mais acurado possível. Amanhã posso procura-los e enviar ao meu email pessoal. Você vai deixar Nikki em coma o mesmo tempo que Kate? Ou vai tentar amenizar a historia para os seus leitores? 
— O mesmo período, talvez eu diminua. Irá depender da evolução da historia realmente. Claro que mudarei algumas coisas. Por exemplo, Rook não pode ler os livros para Nikki. Ele irá relembrar casos e momentos entre eles. 
— Posso ser sincera? Eu acho que o prequel foi uma excelente ideia e acredito que acabará se tornando meu Nikki favorito. Espera, se você vai falar do hospital, do período que vocês estiveram internados, isso significa que irá criar um personagem que represente Paul? Viu isso, moreno? Parece que eu não serei a única a ficar famosa.  
— É, quanto a isso… eu sei que Paul não gosta de exposição e certamente não gostaria de ter seu nome vinculado à historia. Eu estava pensando em fazer de você a médica dos dois ou no máximo colocar um outro médico auxiliando-a durante o caso, a menos que Paul queira estar no livro. Aliás, você ainda não me respondeu se está disposto a me ajudar nisso - Castle estava abrindo novamente o precedente para a discussão com Paul. 
— Tem razão, Castle. Eu não quero ser um personagem na historia. 
— Espera, isso quer dizer que a Dr. Marshall não terá um parceiro? 
— Joh, a historia não é sua. É de Nikki, amor - Paul acariciou a mão dela sobre a mesa. 
— Ah, é verdade. Desculpa. 
— Tudo bem, Joh. Eu sei que é difícil não se empolgar. Querer viver a historia. Nem todos tem o autocontrole de Kate, pelo menos na minha frente porque quando está sozinha ela surta com os livros. 
— Não faço isso! 
— Não? Ela tem tanta saudades das historias que relê os livros na madrugada. Não negue. Havia uma copia de Heat Wave na sua cabeceira outro dia - Johanna ria. Era engraçado observar a dança entre os dois. Sempre se implicando, apertando os botões um do outro. 
— Acho melhor você parar ou pode se arrepender mais tarde… 
— Oh… alguém entrou em uma zona de perigo… - comentou Johanna jogando mais lenha na fogueira. A cara de Castle foi impagável. Ele virou o copo de vinho de uma vez. 
— Ok, podemos focar no trabalho por enquanto? Paul, você dizia que não quer um personagem… - ele fazia sinais com as sobrancelhas para o amigo e apontando na direção do videogame, querendo introduzir a deixa do jogo. 
— Exato. Não quero ser um personagem. Contudo, não vejo problemas em ajuda-lo a colocar os fatos de maneira correta. Joh, está certa quanto aos prontuários. Terei que rele-los. Para quando você quer a nossa avaliação? 
— Amor, não é uma avaliação. Você precisa responder perguntas para Castle. O que aconteceu, o que é possível. Se alguma ideia dele tem cunho cientifico, essas coisas. Não se trata apenas do diagnostico. 
— Sim, eu tenho algumas perguntas prontas no meu notebook e nos rascunhos caso concordem em responde-las depois do jantar. 
— Eu estou inclinado a ajuda-lo, Castle, se você também me ajudar com outro assunto. 
— Do que você precisa? Tickets para o Knicks? Minha Ferrari emprestada por um dia?  - Paul olhou intrigado para o escritor, Beckett foi quem explicou. 
— Você terá que perdoar Castle, Paul. Esses são geralmente o tipo de favores que os rapazes na delegacia exigem para ajuda-lo. Ele esquece que está lidando com um médico sério e não detetives facilmente impressionáveis. 
— Foi mal - Castle se desculpou. 
— Tudo bem. Talvez o meu favor soe um pouco fútil também. Eu posso ajuda-lo em seu livro se você me ajudar a instalar o PS4 que comprei e me ensinar a navegar por ele, jogos, comandos básicos, configurações, essas coisas… - Johanna estava boquiaberta olhando para o namorado. Não acreditava no que ouvia. 
— Filho da mãe! Primeiro o pretexto do jantar e agora isso? Você me enrolou direitinho não, moreno? - ele sorria - e isso é sua culpa, Castle. Perdemos nossos parceiros para o videogame tal qual você me alertou que aconteceria. 
— Não seja tão exagerada, Johanna. Ele só me pediu ajuda para instalar. 
— Como se você não fosse usar isso como desculpa para ficar jogando - disse Beckett rindo - relaxa, Joh. Deixa as crianças se divertirem um pouco. No fim do dia, eles acabam voltando para a nossa cama. 
— Eu gosto bastante dessa ideia… - disse Castle acariciando a perna de Beckett - Paul, temos um acordo. Após o jantar, eu instalo seu PS4 enquanto as nossas mulheres fofocam e providenciam a sobremesa e depois, os dois podem responder minhas perguntas. 
— Hey! Você disse bem. Somos suas mulheres não suas empregadas - disse Beckett - nós iremos curtir a sobremesa sozinhas enquanto vocês curtem os joguinhos - ela virou-se para a amiga cochichando - Joh, você tem uma sobremesa, certo? Esse meu discurso de ameaça não está sendo em vão, está? 
— Não, pode ficar tranquila. Eu preparei uma mousse de café com chocolate. Acho que você vai gostar muito. É uma receita nova, Kate. Alguém quer mais cordeiro? 
Não podendo lutar contra os dois marmanjos, Johanna e Kate acabaram se contentando em passar um tempo sozinhas. Serviram-se da sobremesa e foram para o quarto do casal. À sós, Johanna comentou. 
— Ele está tentando ver o jogo desde anteontem. Eu não deixei. Realmente não me importo, se ele gostar por que não? Apenas não quero que ele pense que tem domínio. Estou mantendo a rédea curta. Como estou me saindo até agora? 
— Muito bem. Sério, Joh. Eu faço toda essa cena porque sei o quanto Castle pode se distrair com jogos. Não é o caso de Paul. Ele é centrado, responsável. Castle é na maioria do tempo um verdadeiro moleque de 9 anos. No fim, toda essa tensão se transforma em um jogo de sedução entre nós. Bem interessante, por sinal. 
— E você acha que eu não sei? - elas riram. 
— Joh, desculpa mais cedo pelo jeito de Castle com o anel e o lance do casamento. Ele é impossível! Não consegue se controlar. Não quero que o Paul fique chateado. 
— Esquece, Kate. Paul sabia o que esperar quando me deu o anel. Quer dizer, é a coisa certa de se inferir. Johanna e Paul estão noivos ou irão casar. Ele não é o primeiro nem será o ultimo a levantar a questão. Passamos por algo semelhante no hospital. 
— E você ainda não se decidiu em aceitar o óbvio? 
— Não… e não me pressione! Posso perguntar algo para você? - Kate anuiu achando que ela iria perguntar sobre proposta de casamento - você está bem com esse lance do livro? Com Castle remexendo em velhas feridas? Foi um caso muito difícil para você, não? 
— O segundo mais difícil da minha carreira. Está empatado com o serial killer que enfrentamos. O primeiro foi o da minha mãe. Castle de certa forma retratou o caso de minha mãe através de Nikki. De forma diferente, ele criou uma nova investigação, uma historia de fundo que não era a real, mas a emoção, as dúvidas de Nikki? Essas sempre foram verdadeiras, como as minhas. É por isso que concordei. Quero que essa parte das nossas vidas seja apenas uma lembrança no passado que nos ajudou a crescer. Nos tornou mais fortes. 
— Isso já aconteceu, Katie. Você e Castle evoluíram. O amor de vocês cresceu e olha onde chegaram? São uma familia, criaram novas amizades. Eu serei eternamente grata por esse caso ter me colocado em seu caminho. 
— Eu também, Joh - a médica não resiste e abraça a amiga. Repete o gesto de outras vezes, o carinho na nuca. Ao se separar, Beckett percebe que ela tem lágrimas nos olhos. 
— Ok, chega de momentos emotivos. Enquanto as crianças se divertem no videogame, deixa eu mostrar para você o que a minha outra criança anda aprontando - ela pegou um iPad sobre a cabeceira da cama, digitou alguns comandos - acredita que Audrey criou um site e um canal no Youtube onde ela ensina receitas e aprende também? Ela escolhe algo para fazer e se filma enquanto faz. Não sei onde essa menina vai parar. Essa sobremesa que você está comendo foi ela que fez. Eu peguei a receita no blog dela. Não é o máximo? 
— Olha para você… mamãe coruja e orgulhosa! O que mais ela ensina ai? - Johanna prontamente fez o tour pelo blog com Kate. Enquanto as duas navegavam pela internet, um novo mundo se abria para Paul na sala do apartamento ou assim foram as palavras de Castle. 
O escritor instalou o videogame e o configurou ensinando passo a passo como ele podia altera-lo, o que cada botão significava, inclusive habilitou a opção de jogar online cadastrando sua conta no aparelho de Paul. 
— Paul, meu amigo, uma vez que você pegar o jeito vamos nos divertir bastante. PS4 tem muitos jogos clássicos. Esse veio com GTA. Corrida de carros. Divertido e sem stress. Aposto que se voce amansar a fera Johanna com carinhos ela é capaz de jogar com você. 
— Por acaso voce já tentou fazer isso com Kate? 
— Não, o problema de Beckett é que ela é muito competitiva e tem ótimos instintos, além de uma mira incrível. Eu estaria ferrado competindo com a capitã. Só não diga a ela que eu confessei isso - Paul riu - voltando aos jogos. clássicos como Call of Duty, Final Fantasy, Assassins’ creed… ah! Tem também Tomb Rider, The last of us e Overwatch. 
— Espera, todos esses jogos que você citou envolvem matar? 
— Meu caro Paul, quando voce estiver no mundo dos videogames terá que esquecer o juramento que fez de salvar vidas. Aqui é cada um por si, nós matamos, exterminamos, tem muito sangue, mas salvamos nações, reinos, planetas. É um mundo fantástico! Como está tudo pronto, que tal testarmos? Não tem graça em instalar e não testar! Você foi inteligente comprando um controle extra e outros jogos. 
— É eu conversei online com o vendedor e ele me indicou esses, você mencionou também. Acho que acertei. 
— Sim, além de GTA, você tem Call of Duty e The last of us. Nada mal. Se você é um nerd retrô como eu eventualmente terá algo do Super Mario, Zelda, mas isso é para mais tarde. Vamos jogar. Esquentaremos com GTA depois iremos para os jogos de gente grande. 
No quarto, Johanna estava adorando o jeito que Kate parecia bastante interessada nas aulas de Audrey. Fez algumas anotações em seu celular e gravou o endereço do blog. Podiam estar se divertindo, contudo o tempo estava passando e ela estava curiosa para ver como os dois marmanjos estavam se virando. Paul e Castle nunca ficaram tanto tempo juntos assim. 
— Kate, eu sei que você está adorando assistir os videos de Audrey, mas você não acha que deveríamos checar o que aqueles dois estão aprontando? Até onde me lembre, o propósito desse jantar era responder perguntas para a pesquisa do livro de Castle. 
— Tem razão. Se não o lembrar disso, ele provavelmente se perderá no jogo. Vamos - a cena era bem interessante de se ver. Paul e Castle lado a lado vidrados na tv, apenas se ouvia o barulho das teclas dos controles e alguns grunhidos. Elas se entreolharam. De repente, uma conversa. 
— Sai dai, Paul! Vá para a esquerda suba a escada, fique no andar de cima. Temos que abrir aquela porta. 
— Você tem uma chave? 
— Não! Você tem que lutar com o inimigo para conseguir. Derrota-lo. Mexa-se… não! E você morreu… 
— Desculpa? - Kate suprimiu uma risada diante da reação de Paul. Foi Johanna quem falou primeiro. 
— A festa parece estar muito boa por aqui, não? 
— Oi, Joh… Castle estava me mostrando alguns truques do jogo. 
— É apenas uma demonstração rápida - Castle respondeu olhando para Beckett como quem procura se justificar. 
— Rápida de duas horas? 
— Não, amor. Eu tive que instalar tudo, fazer download, cadastro. Começamos a jogar faz meia hora. 
— A demonstração acabou. Pensei que você tinha perguntas para nos fazer… não foi isso que o trouxe aqui? - perguntou Johanna trocando um olhar rápido com Kate. 
— Er… sim, claro! Deixa eu pegar meu notebook. 
— E eu vou me servir de mais sobremesa - disse Beckett fazendo um hi-five discreto com a amiga - alguém quer também? 
— Eu aceito - disse Paul - melhor, vou ajuda-la a servir para todos. 
Eles tornaram a sentar-se no sofá. Castle estava de posse do seu notebook e tinha uma lista de perguntas para os médicos sendo as principais qual a condição que eles chegaram no hospital e quais foram suas primeiras ações. Ele queria escrever essa cena com precisão. Detalhadamente a ponto do leitor se sentir dentro do hospital, na emergência com Nikki e Rook. Eles responderam as perguntas, um médico de cada vez já que as percepções de ambos eram diferentes. Castle anotava tudo o que podia ao mesmo tempo que tinha o gravador no telefone ligado, capturando cada palavra. 
Kate ouvia as explicações e tentava se transportar para o momento. Ela não conhecia esse lado da historia. Nenhum dos dois. Também não sabia que Johanna e Paul brigaram enquanto tentavam salvar as vidas deles. Era muita informação. De repente, Beckett se sentiu sugada para dentro do momento, arrastada por cada segundo precioso naquele instante dos médicos. Era avassalador pensar o quanto eles se doavam em dada circunstância. As lágrimas foram inevitáveis e logo percebidas pelo longo suspiro seguido de um soluço suprimido. 
— Kate? Está tudo bem? - Castle parou a gravação. Voltou sua atenção à esposa esticando a mão para envolver a sua. Ela fechou os olhos por questões de segundos antes de responder a pergunta de Johanna passando as mãos rapidamente no rosto para se livrar das lágrimas. Era, de certa forma, embaraçoso chorar na frente deles especialmente de Paul. 
— Sim, está. E-eu não sabia que tinha sido tão difícil. Tão intenso. 
— Nem eu… - concordou Castle. 
— Vocês realmente salvaram nossas vidas. Lutaram com todas as armas - disse Beckett. 
— É o que fazemos, Katie. Nós escolhemos salvar vidas. Enquanto há vontade, há esperança. Um pequeno sopro é suficiente para nos manter na briga - dessa vez era Johanna quem alcançava a mão de Paul. 
— Não é obrigação. Nós juramos proteger, não fazer mal. É dedicação e devoção - disse Paul. 
— Nossa! Belas palavras, Paul - disse Castle - vou ter que usar isso. 
— É a verdade - o escritor voltou a atenção para a esposa. 
— Tudo bem se eu continuar ou quer que encerremos a noite? Depende de você, Kate. 
— Pode continuar, babe. Talvez a minha reação seja um pouco do que seus leitores sentirão. 
— Talvez, porém não com essa intensidade. Afinal, você passou por isso - Castle beijou a mão dela e continuou a conversa. Por mais uma hora, eles trocaram ideias e dividiram informações. Satisfeito, Castle achou por bem encerrar a noite com a promessa de Johanna que conseguiria os prontuários logo no dia seguinte. Ao se despedirem, Castle beijou Johanna e agradeceu pelo ótimo jantar. Cumprimentando Paul, ele fazia sinais enigmáticos. 
— Castle quer parar? Paul não entende sua codificação, mas eu sim. Se quer dizer algo sobre o videogame, use palavras. 
— Ah, eu não… claro! - após ver o olhar fulminante da esposa - eu só queria desejar a Paul boas aventuras e se ele precisar de ajuda, pode me contatar. Beckett revirou os olhos sorrindo. Quando abraçou Johanna, a médica percebeu que fora mais forte que o normal. Beijou o rosto da amiga e se afastou sem largar de suas mãos. 
— Obrigada por tudo, Joh. 
— Faria tudo outra vez se fosse preciso - ela observou o casal de amigos deixarem o apartamento abraçados. Encostou-se no peito de Paul e suspirou - está vendo essa cena, moreno? É uma das razões porque eu amo ser médica. 
— Eu a entendo completamente, Joh - ele a fitou e beijou-lhe os lábios - Vem, está tarde. Vamos para cama. 
— E essa bagunça? 
— Amanhã é outro dia. Eu só começo no hospital ao meio-dia. Posso cuidar disso aqui. E precisa estar bem disposta para voltar ao trabalho. Quem sabe não será um belo dia para salvar vidas, hum? - rindo, eles seguiram para o quarto.  
De volta ao loft, Beckett foi direto para o quarto da filha. Encontrou a menina dormindo no berço e Martha sentada na poltrona com um livro nas mãos. 
— Hey, querida. Vocês voltaram cedo. 
— São meia-noite, Martha. 
— Geralmente a hora que as minhas festas começam. Eu acabei de coloca-la de volta ao berço. Acordou chorando. Não era a fralda. 
— Está com fome. Será que tem problema se eu tentar acorda-la para mamar? 
— Claro que não e você não precisa acorda-la. Apenas a guie para o seu seio. Como já lhe disse uma vez, bebês são instintivos. Lily saberá que é você e logo vai mamar. Vou lhe dar uma certa privacidade. Boa noite, Katherine. 
— Boa noite, Martha. E obrigada por cuidar dela hoje. 
— É um prazer - Beckett ergueu a filha do berço com todo o cuidado, acomodou-se na poltrona. Acontecera exatamente da forma como Martha dissera. Assim que Beckett abriu a blusa e livrou-se do sutiã para colocar o seio próximo à boca de Lily, a menina se aninhou e abocanhou o seio da mãe sugando-o e abrindo os olhos para fita-la. 
— Hey, bebê. Estava com fome, meu amor? - ela acariciava os cabelinhos ralos da menina. Suspirou lembrando do que ouvira Johanna e Paul relatarem aquela noite - meu pequeno milagre… mamãe ama muito você - envolvida no momento, Kate permaneceu admirando a filha até que ela estivesse satisfeita. Colocou-a de volta ao berço e seguiu para o quarto. 
Castle havia deixado todo o seu material no escritório. Chega de trabalho por hoje. De fato, desde que deixaram o apartamento dos amigos, ele estava pensativo. A historia deles naquele hospital contada sob o ponto de vista de Johanna e Paul era mais forte do que ele mesmo imaginara. Era compreensível a reação de sua esposa. Isso o fez se questionar se estava realmente fazendo a coisa certa. Deveria afinal seguir com uma historia de fundo tão emocional? Para o leitor, ele sabia de se tratar de uma linha interessante envolvendo Nikki e Rook, angustia, tensão, eram ótimos elementos em qualquer historia, mas e quanto a vitima real? Kate estava pronta para ler aquelas palavras? Ou mesmo discutir aspectos do caso, do livro com ele sem se deixar abater pelo que tudo significava? 
Ele estava sentado na cama com o seu iPad nas mãos checando seus e-mails quando ela entrou no quarto. Beckett passou por ele calada e dirigiu-se ao banheiro. Quinze minutos depois, ela aparecia vestida em seu pijama. Ainda sem dizer uma palavra, ergueu o edredom e se enfiou debaixo das cobertas. Olhou para o marido. 
— Você fica sexy com esses óculos. 
— Não há nada de sexy em começar a perder a visão para ler… 
— Tenho que discordar - ela beijou-lhe o rosto, tirou os óculos e o iPad de sua mão colocando-os na cabeceira - chega de leitura, trabalho. Você precisa descansar essa sua mente criativa, escritor - se aconchegou no peito dele - foi um ótimo jantar não acha? 
— Sim, gosto de estar na companhia de Paul e Johanna. Nem sei como cheguei a esse ponto, mas devo admitir que me diverti muito com Paul hoje. 
— Sei, tudo por causa de um videogame… 
— Não é somente isso, foi realmente bacana passar um tempo só com ele. Você sabe, Johanna é aquele ser tagarela, cativante, sempre tem uma boa risada ou um comentário sarcástico. É o tipo de pessoa que nos acostumamos a ter ao nosso lado e nos divertimos com certeza. 
— É, ela me lembra muito você - disse Kate olhando para o marido com um sorriso nos lábios. 
— Por outro lado, Paul é o oposto. Sério, contido. É por isso que afirmo, eu me divertir com ele hoje. Acho que posso ajudar o Paul a ser mais relaxado. Johanna já conseguiu muda-lo um bocado. Talvez eu possa melhorar. Eu acho que ele gostou de jogar comigo. 
— Por acaso você vai transformar isso em uma espécie de projeto? 
— Não diria projeto, mas posso dar algumas lições para ele. 
— Se por lições você está se referindo ao videogame, tome cuidado, escritor. Algo me diz que Johanna não é tão maleável quanto eu nesse quesito. Ela tem uma filha adolescente. Deve ter algum histórico nesse departamento. 
— Paul me comentou que Audrey tem um Xbox e que Johanna não permitiu que ele usasse… 
— Alguma razão deve ter - alguns segundos de silêncio depois, Castle tornou a falar mudando completamente de assunto. 
— Kate, posso te perguntar uma coisa? Eu preciso saber - ele mexeu-se sentando na cama trazendo-a consigo. Os olhares fixos um no outro. 
— O que foi, Castle? 
— Você está confortável em deixar eu usar a historia de Loksat como pano de fundo para o meu livro? Quer dizer, eu vi como você ficou mexida ao ouvir o relato de Johanna hoje e fiquei pensando em como você se sentirá ao ler tudo o que aconteceu com você, conosco em um livro, nossa vida exposta. E-eu preciso saber. Se você disser que é uma má ideia, eu desisto do projeto. Estou falando sério - Beckett baixou a cabeça. Tomou as mãos dele nas suas e tornou a fita-lo. 
— Castle, eu lhe dei permissão para escrever. Expliquei meus motivos. O que aconteceu hoje é uma das razões porque você deve contar esse caso. Ouvir os detalhes do quanto foi difícil nos manter vivos serviu como inspiração. Loksat é mais um daqueles bandidos que merecem punição. Tem mais uma coisa que eu quero que faça para mim. Quando você escrever a dedicatória desse livro, quero que coloque uma nota informando que é baseado em fatos reais. Isso é importante. Não apenas do ponto de vista da justiça, mas também pelo lado médico. Joh e Paul salvam vidas todos os dias, porém esse é um daqueles casos que os define a exemplo do que acontece com os policiais. Comigo. 
— Tudo bem, amor. Eu tinha que perguntar. 
— Por acaso, era essa a grande decisão que eu teria que tomar nos seus livros? Lembro que você me comentou algum tempo atras que eu teria uma decisão importante no futuro de Nikki. É isso? O caso Loksat? 
— Não, embora essa tenha sido bem importante. A decisão que me referia era outra, ainda não é a hora de falarmos dela. Tudo a seu tempo, Kate. 

— Posso esperar. Fico feliz que estamos novamente na mesma pagina. Agora, vamos dormir. Você tem muito trabalho pela frente, escritor - tornaram a deitar na cama acomodando-se de conchinha para adormecerem poucos minutos depois.  


Continua... 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.126


Nota da Autora: E apareci. Primeiramente, obrigada pelos comentários em todas as fics. Adoro ler as reações de vocês, contudo meu tempo para escrever e publicar está diminuindo com as tarefas do dia a dia. Não se preocupem, não sumirei. Apenas tenham paciência. Esse capitulo é a continuação do Valentines do nosso casal preferido. Como Nikki Heat, está no nome. E quanto a um detalhe que verão no capitulo. Não foi coincidência, foi proposital. #brothersinsinc Divirtam-se! 



Cap.126 


Ao entrarem no chalé, Stana foi tirando o casaco, o cachecol e o gorro que usava. O ambiente estava com uma temperatura bastante agradável devido ao aquecedor. Nathan alertou-a. 
— Eu pedi para o jantar ser servido às nove aqui mesmo no chalé ou se preferir no restaurante principal. Aviso de antemão que é completamente seguro. O local não está cheio e a probabilidade de nos reconhecerem é zero. Você tem alguma recomendação? Gosta do horário? 
— Por mim, está tudo bem e já que estamos comemorando o dia dos namorados e trouxe um vestido, por que não fazer disso um encontro. Vamos para o restaurante. Posso saber qual o cardápio? 
— É um cardápio especial do próprio local, se não me engano vi cordeiro ou peixe como opção, eu fiquei de ligar para escolhermos nosso menu - ele olhava ao redor do quarto procurando algo - ah, aqui está. Eles avisaram que iam deixar no quarto. Quer escolher logo? Assim eu ligo e não temos mais com o que nos preocuparmos até a hora de comer. 
— Claro - eles não levaram nem dez minutos escolhendo o que iam comer. Nathan ligou para a recepção e fez os pedidos de acordo. Era um menu completo com entrada, principal e sobremesa ainda dando a opção do café expresso com licor que obviamente ambos quiseram. Terminada essa etapa, Nathan sorriu para ela - pronto. Jantar resolvido. 
— Isso é ótimo, só que ainda são seis da tarde. O que faremos até lá? 
— Teremos que nos arrumar, não? Que tal aproveitar aquela jacuzzi ali? Um bom banho de espuma será providencial para relaxarmos. O que acha? Aceita minha sugestão, Staninha? 
— Porque eu acho que essa ideia de banho é só um pretexto… - ela implicou, porém já começava a tirar a roupa. 
— Posso concluir pela sua reação que isso é um sim… vou encher a banheira com agua quente e preparar os sais de banho. Não demore muito - Stana tirou a roupa que vestia colocando sobre a chaisez long. Sobre a cama, havia dois roupões. Ela pegou um deles e cobriu o corpo. Por baixo apenas a calcinha. Nem iria se preocupar em levar o outro roupão para Nathan. Tinha certeza que ele estava completamente nu a essa hora. Ela ouviu um jazz. De onde vinha essa musica? 
— Amor, cadê você? O banho está pronto - quando ela chegou ao banheiro, Nathan a esperava nu, segurando duas taças de vinho. Ele pegara, sem ela perceber, uma das garrafas que compraram - pronta? Tire esse roupão, Stana - rindo ela deixou a peça deslizar até o chão do banheiro. Nathan suspirou ao ver a esposa quase nua a sua frente. Entregou uma das taças a ela que sorveu um pouco do liquido. 
— A agua está quente? Sinto cheiro de lavanda e madeira. 
— Cedro, de acordo com o rótulo. Vem, entre na agua - ele não esperou pela esposa. Foi o primeiro a entrar em contato com a agua. Estendeu a mão para ajuda-la - você deveria tirar esse calcinha. Está sobrando no conjunto - rindo, ela tirou a peça e segurando a mão do marido entrou na banheira. Eles se acomodaram sentando-se. Stana de costas para ele. 
— Hum, a temperatura da agua está boa. 
— Quer que eu ligue a hidromassagem por um tempo? 
— Por que não? - ela encostou o corpo no peito dele e fechou os olhos sentindo os jatos massagearem seus músculos, sua pele. Deixou um pequeno gemido escapar. Sorrindo, Nathan começou a acariciar a pele da esposa primeiro deslizava a mão pelos braços, ombros, colo, seios. Parou ai aproveitando para massageia-los enquanto os lábios encontravam os dela em um beijo carinhoso. Então as mãos seguiram um pouco mais para baixo alcançando o meio das pernas. 
— Pensei que íamos tomar banho… - a voz saiu mais rouca que o normal já demonstrando o quanto ela estava excitada. 
— E estamos. Eu estou esfregando seu corpo com o sabonete liquido. Não percebeu? - era obviamente uma mentira. 
— Nate, não estou vendo nenhum vidro de sabonete por perto - ele sorriu safado para ela. 
— Ops! Devo ter deixado cair na agua. 
— O único vidro que vejo está do seu lado esquerdo - ele olhou para onde a esposa apontava. Prontamente pegou a embalagem, abriu-a e colocou uma boa quantidade de sabonete nas mãos. Sem pedir licença, ele começou a espalhar o liquido no colo dela, descendo para os seios. Os dedos faziam questão de deixar a pele coberta de espuma. Nathan derramou outro tanto de sabonete novamente em suas mãos, seu alvo eram exclusivamente os seios agora. Ele os cobriu de espuma enquanto os massageava. Puxava os mamilos e beijava o pescoço de Stana vendo seu corpo reagir ao toque. A esposa se contorcia ao toque de suas mãos o que deixava ambos ainda mais excitados. Ele queria toca-la, provocar sensações loucas em seu corpo. Foi assim que introduziu os dedos em seu centro, atiçando-a. O gemido lhe deu o encorajamento para continuar a brincadeira. Isso e o seu nome escapando dos lábios dela. 
— Nate…sim, por…favor… 
Nathan continuou sua tarefa para leva-la ao ápice do prazer. Ele mesmo estava rijo contra as costas dela. Não importava. Stana era sua prioridade. A medida que aumentava os movimentos, sentia a esposa se contorcer e viver o momento. Ouviu sua respiração tornar-se ofegante e os gemidos se intensificarem. Ela estava prestes a ceder. Nesse exato momento, ele calou seus gemidos com um beijo apaixonado e sentiu o corpo dela vibrar diante do seu recebendo o poder do orgasmo. 
Alguns segundos se passaram antes que ela pudesse fazer qualquer movimento. Com os olhos semicerrados ainda envolvida pelo resultado do prazer, ela o fitou sorrindo. 
— É essa a sua ideia de banho? - não esperou que o marido respondesse. Virou-se ficando de frente para ele, os olhos extremamente verdes fitavam o par de azuis. Stana segurou o membro dele em suas mãos acariciando-o, massageando-o retribuindo o que ele fizera por ela. Sentindo que ele estava pronto, ela se deixou deslizar no membro dele segurando-se em seus ombros. As mãos deslizavam pelo peito de Nathan retornando no proximo instante ao seu pescoço até que ela se inclinasse e sorvesse-lhe os lábios com paixão. 
O beijo se tornou intenso, urgente, quase selvagem tanto que Stana se viu obrigada a abraçar -lhe o pescoço para aprofundar o contato. Os movimentos de sua cintura causavam um frisson que a fazia gemer entre o beijo. Nathan a guiava aumentando os movimentos à medida que eram tomados pelo momento de prazer. Juntos, eles trocavam caricias, tocavam-se, mordiam-se até perderem-se completamente um no outro quando o orgasmo os atingiu. 
A agua na jacuzzi já se tornara fria embora ambos continuassem com a pele quente curtindo as ultimas sensações provocadas pelo orgasmo. Stana foi quem primeiro falou. 
— Acho que preciso de um banho enfim - ele a olhou safado - literalmente, Nathan - ele riu. 
— Tudo bem, podemos ir para o chuveiro. 
— Sem gracinhas, babe - eles realmente foram para o chuveiro e Stana se certificou que nenhuma gracinha ocorresse durante o mesmo, ou quase. Houveram amassos quentes, beijos ardentes e só. Ao terminarem, ela enrolou-se na toalha e começou a secar o cabelo. Nathan sabia que a diversão acabara, pelo menos por enquanto. 
Ele a esperava no quarto vestindo uma calça social e uma camisa de botão com as mangas enroladas até o cotovelo. No bolso, ele escondera um pequeno presente que comprara em Vancouver para ela. Ambos prometeram que não trocariam presentes no dia dos namorados, mas ele nunca resistia. Havia checado com a recepção e o jantar estaria sendo servido em meia hora. Nathan esperava que pudesse ao menos desfrutar de alguma bebida com ela antes disso.  
— Staninha, você ainda vai demorar muito? Eu liguei para a recepção e o jantar será servido em meia hora. Pensei que poderíamos ir para o bar… - ele se calou ao ver a esposa pronta a sua frente. Stana vestia um longo verde. Simples e elegante. Tinha um colar dourado no pescoço, brincos compridos combinando com o vestido com detalhes em esmeralda. Nathan pode notar que os olhos dela, na maioria das vezes amendoados, estavam extremamente verdes formando um conjunto perfeito. Os cabelos arrumados em um coque. 
— Estou pronta. 
— Wow! Está deslumbrante. 
— Que bom que gostou. Podemos ir? Você estava falando algo sobre o bar… 
— Sim, quero lhe convidar para tomar uma bebida antes de jantar. O que você acha, minha eterna namorada? 
— Eu adoraria.   
Eles se encaminharam para a casa principal onde ficavam a recepção, o bar e o restaurante. De mãos dadas, eles escolheram dois lugares no bar e Nathan perguntou o que ela gostaria de beber. 
— Whisky. Cowboy. 
— Essa é a minha garota. Dois cowboys, por favor - o bartender os serviu. Eles brindaram e saborearam a dose da bebida esvaziando os copos rapidamente. Ele fez sinal para que o bartender servisse a segunda dose. 
— Quer a terceira ou devemos nos dirigir para o restaurante agora? 
— Mais uma dose. É tempo de celebrar e não estamos com pressa, certo? 
— Definitivamente não. A noite é uma criança para nós, amor - tomaram a terceira dose de whisky e por fim se dirigiram ao restaurante. Assim que foram levados para a sua mesa, Stana percebeu que o ambiente era bastante reservado. As luzes eram poucas, grande parte da iluminação vinha das velas acesas nas mesas criando uma atmosfera intima e romântica. A mesa deles ficava no canto do restaurante. Ele puxou a cadeira para que ela sentasse como um perfeito cavalheiro. Sentou-se de frente para a esposa, porém puxou a sua cadeira um pouco para a lateral a fim de ficar um pouco mais proximo dela. O garçom se aproximou e Nathan informou o número do seu chalé. Ao checar sua lista, o atendente falou que voltava em alguns minutos com a garrafa de vinho e a entrada. 
— O ambiente é bem discreto, intimo. Eu gostei. 
— Acho que é perfeito para essa ocasião, não? 
— Verdade. Se bem que para nós essas datas são apenas pretexto. Não é como se precisássemos de algo especial para aproveitarmos momentos a dois. Acho que a natureza da nossa relação acabou criando isso. Queremos que cada momento vivido seja inesquecível. Esse fim de semana não fica atrás. 
— Então podemos dizer que estamos na direção certa. Temos mais que aproveitar porque quando voltarmos a Los Angeles eu começarei a dublagem de Cars 3. E Michelle me mandou uma mensagem hoje querendo uma reunião na agencia na próxima semana. Não me disse para que. 
— Será que é a outra série? Aquela que você mencionou na Netflix? 
— Pode ser, mas ainda assim não era necessário envolver a agência. Que tal esquecermos trabalho e pensar em nós? Um brinde a melhor namorada que alguém pode ter - ele ergueu o copo, Stana fez o mesmo. 
— E ao melhor marido, meu eterno namorado - beberam o vinho e ela estendeu a mão direita tocando a esquerda dele brincando com a aliança. O garçom trouxe o prato principal. Eles saboreavam o jantar conversando e rindo de assuntos diversos. Como ele amava ouvir a gargalhada dela - nossa! Está tudo delicioso, principalmente a companhia - ela sorriu com uma carinha de safada e Nathan entendeu o porque. Sentiu os pés dela deslizando por sua calça debaixo da mesa até chegar no meio de suas pernas. Stana pressionou o membro dele sob o tecido propositalmente. 
— Não faz isso, amor… ainda temos a sobremesa - ela fingiu que não o ouviu. Continuou usando o pé para massagear e excita-lo. Pode ver a mudança no semblante de Nathan. A respiração ficou pesada. As pupilas começavam a dilatar e os olhos estavam extremamente azuis. Queria levar a brincadeira para um outro nível. Retirou o pé e aproximou sua cadeira dele. Agora estavam lado a lado. Ela procurou os lábios dele e sorveu-os apaixonadamente. Nathan se deixou levar. Foi o suficiente para ela o distrair e fazer o que pretendia. Stana usou uma das mãos para abrir o fecho da calça dele e tirou o membro para fora. Ele gemeu entre os lábios dela - o que você… - ele não precisou terminar a frase para entender. Ela o massageava, instigava. A mão trabalhava com esmero. Os olhos fixos nos dele. Via Nathan tentar controlar a respiração e o desejo que dominava seu corpo enquanto seu membro enrijecia nas mãos da esposa. 
— Meu Deus… - ele a puxou pelo pescoço e tomou-lhe os lábios em um beijo urgente. Mordiscava os lábios dela, seguia para a orelha. Mordiscava o lóbulo e sussurrava bobagens ao ouvido dela fazendo-a rir - estou louco para ter você, Staninha. Devora-la por completo. Você está brincando com fogo… - rindo, ela o empurrou afastando-se um pouco. 
— Acho que está na hora da sobremesa. Recomponha-se, Nathan… 
— Você é má, mulher… - ele gemeu. Como poderia se recompor? Nem se quisesse! Estava tão duro que não sabia como vestiria as calças para voltar ao chalé. Respirou fundo. Uma, duas, três vezes. 
— Eu vou ao banheiro, espero que tenhamos um doce para comer quando eu voltar. Um que não seja picolé - ele arregalou os olhos para a esposa que já se distanciava rindo. Demorou e foi uma missão extremamente difícil, mas Nathan conseguiu relaxar a ponto de fechar o zíper da calça embora estivesse desconfortável pois o sangue continuava circulando ativamente naquela região. Ela retornou encontrando as sobremesas esperando em seu prato. Essa também era a hora que Nathan estava esperando para entregar um pequeno presente que trouxera para a esposa. 
— Isso está com uma cara muito boa - disse ao avaliar o doce a sua frente. 
— Antes de voce provar o doce, será que pode me dar um minuto da sua atenção? 
— Claro - ela o viu tirar uma caixa retangular do bolso - Nate, o que você está fazendo? Nós prometemos sem presentes. 
— Eu sei. Na verdade, eu comprei isso em Vancouver e deveria ter lhe entregue assim que voltei. Não é bem um presente de namorados. Eu estava passando da rua voltando de uma locação e me deparei com a loja. Entrei por impulso. Não demorei um minuto para encontrar o que está dentro da caixa. Não resisti. Pode abrir - Stana desfez a faixa prata que envolvia a caixa azul marinho. Ao ver o nome Swarovisky pensou logo em se tratar de uma joia, ela já tinha tantas! Ao abrir a caixa, porém teve uma surpresa. Não era uma pulseira ou um colar, nem mesmo um relógio. Era uma bela caneta prata com vários cristais na parte superior e uma correntinha com uma folha de maple também de cristal na ponta. 
— Nate, é linda! 
— Quero que use-a para escrever. De preferência quando precisar assinar o contrato da sua nova série, Canadian girl - o sorriso largo, o brilho nos olhos, a imagem lhe roubava o fôlego. Ela se aproximou e beijou-o. 
— Obrigada, babe. Eu adorei. 
— Ótimo. Agora coma sua sobremesa porque eu não vejo a hora de voltarmos para aquele chalé - eles terminaram de saborear a sobremesa, tomaram café, licor e antes de deixar o restaurante Nathan pediu uma outra garrafa de champagne para levar para o chalé. De mãos dadas, eles seguiram pelo caminho iluminado em direção ao seu chalé particular. Stana não conseguia ficar sem beija-lo ou fazer qualquer carinho nele. Assim que Nathan abriu a porta, ela o empurrou para dentro de supetão. Ele viu o desejo estampado em seus olhos amendoados. Sorriu. Ele apenas teve tempo de colocar a bebida sobre a mesa próxima a pequena lareira. Stana avançou em sua direção desabotoando a camisa que ele vestia, beijando-o durante o ato. Mordiscava os lábios do marido, sorria e tornava a beija-lo. Nathan segurava sua cintura, mas não a puxava para si porque ela estava ocupada desfazendo-se da calça dele, gesto que ele agradeceu porque desde a pequena provocação no restaurante a peça se tornara extremamente desconfortável. Ela se afastou um pouco para admira-lo. Ele estava completamente nu. Nathan percebeu o risinho de satisfação no rosto dela. 
— Alguém tem muita roupa agora. Não acha que devemos reverter esse jogo? 
— Não ainda… - ela voltou a se aproximar dele passando as mãos no peito de Nathan, os lábios roçavam seus ombros, pescoço, mordiscavam o lóbulo da orelha dele. Usava as unhas para sentir a pele. Tornou a beija-lo. Dessa vez, ele a agarrou pela cintura colando seu corpo ao dele. A ereção estava plena esperando pelo momento que iria poder tê-la completamente. Não ainda foram as palavras de Stana e ele estava disposto a deixa-la comandar o show. Não imaginava o que ela tinha em mente, porem conhecia a esposa muito bem para saber que seria uma ótima aventura. 
Stana o empurrou na cama. Nathan se apoiou nos cotovelos e observou-a explorar seu corpo. Ela beijava e mordiscava a pele de seu peito, sugou seu mamilo mordendo-o em seguida, desceu para o estômago e retornou fazendo uma trilha de beijos até o pescoço do marido. Nathan percebeu que ela o atiçava esfregando-se em seu corpo, era excitante embora o vestido de certa forma atrapalhasse, estava louco para tocar-lhe a pele, beijar-lhe os seios e possui-la por fim. 
— Staninha… você está me torturando… 
— Estou? - ela provocou no instante que segurou o membro dele em suas mãos e começou a massagea-lo. O gemido que escapou da boca do marido a fez rir. Saindo de cima dele, se levantou ainda segurando o membro dele nas mãos - sente-se, Nate - ele obedeceu. Se afastou e despiu o vestido. Nada por baixo. Deus! Ela era linda! E sua, completamente sua. Stana afastou as pernas dele um pouco. Meteu-se no meio e puxou-o pela nuca para um beijo intenso. Nathan usou as mãos para sentir o corpo da esposa, desejava beijar, sugar, lamber aquela pele. Como ela estava de pé os seios estavam praticamente na direção da boca do marido que quebrou o beijo e sugou um dos seios com vontade fazendo-a gritar diante do ato de prazer. Sentia seu centro latejar desejando-o. Não ainda, lembrou para si mesma antes de agarrar os cabelos de Nathan puxando-o para fita-la. Os olhos estavam mudando de cor, ele percebeu, aos poucos ganhavam a tonalidade verde. Ela deslizou os lábios pelo peito dele ao mesmo tempo que o empurrava de volta ao colchão. Subindo na cama, ela se posicionou de maneira a ficar no meio das pernas dele. Havia espaço suficiente na cama para o que pretendia. Ficando de joelhos de frente para ele, inclinou o corpo para deslizar seus lábios outra vez pelo peito dele até o baixo ventre. Nathan gemeu em antecipação ao que viria a seguir. Stana mordeu o interior da coxa dele. Usou a lingua para provoca-lo. Com uma das mãos, ela repetiu o que fizera no restaurante observando o marido começar a sucumbir ao prazer. Massageou a cabeça do membro rijo a sua frente e finalmente a provou, tomando-a por completo ouvindo os gemidos de Nathan. Sua intenção era leva-lo a loucura. Sentiu a mão do marido em seus cabelos, clamando por mais. Usou a lingua e as mãos para deixa-lo quase no limite. Ao erguer a cabeça, notou o peito do marido vermelho, os olhos fechados indicavam que ele estava lutando contra o desejo. Ela se posicionou na direção do membro dele. Beijou-lhe o peito, acariciou seu rosto e viu-o abrir os olhos, as pupilas dilatadas. Sorriu e deslizou no membro dele. Era tudo que Nathan esperava. 
Ele a segurou pela cintura e se deixou penetra-la afundando-se nela. As mãos imprimiam o mesmo ritmo acelerado dos quadris, estocando-a, convidando-a a fazer essa dança com ele. Stana tinha suas mãos firmes no peito dele adequando-se ao ritmo, sentindo o próprio corpo ceder ao momento de prazer. Bastaram poucos minutos para que ambos sentissem seus desejos aflorarem e o orgasmo os consumir. Ela se deixou cair no peito dele. Nathan porem apenas mudou de posição ficando por cima dela. Sorveu-lhe os lábios apaixonadamente. Era desejo, paixão, tudo intenso, aflorava. Stana mordiscava seus ombros sentindo-o aprofundar-se outra vez dentro dela, mais e mais. Queriam mais, corpo, mente, coração clamavam por prazer. E minutos depois, a nova explosão aconteceu. 
Com o coração a galope, Nathan escorreu deitando-se ao lado da esposa. Nenhum dos dois falou por alguns minutos. Estavam muito ocupados ainda sentindo os efeitos do ato de fazer amor em seus corpos, deixando suas respirações em ritmo normal. Então, Stana se aconchegou no peito dele inalando o cheiro da sua pele, beijando o tórax do marido. 
— Hey… happy Valentine’s day… 
— Happy Valentine’s com certeza - respondeu Nathan - isso foi intenso… 
— E muito bom - ela tornou a cheirar-lhe a pele, roçar os lábios nele - adoro seu cheiro… uma mistura de cedro, suor, sal… - ela estava agora debruçada no peito de Nathan olhando-o. 
— Prefiro o seu - ela riu - e gosto dos seus olhos assim, completamente verdes. Sei que está feliz, serena. 
— E estou - ela se aproximou um pouco mais para beijar-lhe os lábios. Os braços fortes de Nathan a envolveram aprofundando o contato. Ficou ali mesmo. Deitada sobre o marido sentindo suas caricias. Mais um minuto se passou até que ela falasse outra vez. 
— Nate? Quando você disse que voltaríamos para Los Angeles? 
— Amanhã à noite. Por que? - ele a fitou - o que foi, amor? 
— Você vai rir de mim, vai me achar boba. 
— Nunca! 
— E-eu amo ficar assim com você, fazer amor, ser paparicada, mas… e-eu estou com saudades da Katie, estou com saudades da minha filha - ele a fitou com um olhar de puro amor, sorriu. 
— Ora, ora! Você passa mais de um mês longe de mim e não sente tanta saudade. Um dia longe de Katherine e está morrendo? 
— Não fala assim, Nate. Você sabe o quanto eu sofri com você longe é apenas… eu não sei, coisa de mãe? - ele segurou o rosto dela com as duas mãos rindo a beijou. 
— Como você é boba, Staninha… uma mãe boba apaixonada. Eu adoro isso - ele a deitou de volta no colchão. Apoiou-se no braço para fita-la - não tem nada de errado com você, mamãe. O único problema é que essa é a noite dos namorados - ele deslizava a mão pelo corpo dela, acariciando a pele, os seios. Stana arqueou o corpo em resposta. Riu de si mesma. 
— Acho que preciso de champagne… - ela levantou da cama, pegou a garrafa e duas taças que estavam sobre uma das cabeceiras. Sentando-se na cama, entregou a bebida para que ele abrisse. Nathan serviu a champagne nas taças apoiando a garrafa na cabeceira ao seu lado. Brindaram e beberam. Stana terminou sua taça rapidamente o que serviu de incentivo para ele enche-la outra vez. Ao virar o resto da bebida, ele tirou a taça das mãos dela. Tornou a beija-la deitando-a na cama. As mãos deslizavam tocando seus seios, brincando com os mamilos, beliscando-os e fazendo-a gemer em seus lábios. 
Nathan quebrou o beijo fitando-a calmamente. Ajeitou a mecha teimosa de cabelo em seus olhos. 
— Eu te amo, Staninha - e desceu os lábios em direção aos seios dela sugando-os com vontade. A noite ainda reservava muitos momentos quentes e de prazer para ambos.  
Foram adormecer por volta das quatro da manhã, o que os fez perder completamente o horário acordando após o meio-dia. Ainda preguiçosos, optaram por não sair da cama rendendo aos dois bons momentos de caricias até o momento que Stana anunciou estar com fome. Nathan se levantou colocando o roupão e fez uma ligação para o serviço de quarto pedindo um café completo. Vinte minutos depois, batiam a porta do chalé trazendo uma bandeja enorme com muitas guloseimas. Ele serviu o café quente para a esposa. Stana vestiu a camiseta do pijama dele e a calcinha vindo se sentar à mesa guiada pelo cheiro característico e delicioso do café. 
Pães, brioches, queijos, ovos, bacon, geleia, frutas e iogurte compunham a bandeja do café da manhã. O cheiro da comida apenas servia para aumentar sua fome. Comeram em grande parte do tempo em silêncio, apenas saboreando e trocando beijinhos e carinhos de vez em quando. Ao terminar, Stana suspirou. 
— Foi um ótimo começo de manhã…
— Você quer dizer de tarde, amor. São mais de uma da tarde - ela riu - o que quer fazer agora? 
— Se eu dissesse que queria me vestir e explorar lá fora estaria mentindo. Tenho tudo o que preciso aqui dentro - acariciou a coxa dele.
— Isso quer dizer que quer voltar para cama? - ele olhou safado para ela. 
— Talvez… e mais tarde posso querer um banho - ela se levantou de onde estava vindo ao encontro dele. Sentou-se em seu colo e após acariciar seus cabelos e o rosto, o beijou. A mão de Nathan tocava sua coxa e seu bumbum. 
— A ideia em muito me agrada. 
— Sabe, você poderia deixar o seu cavanhaque crescer um pouco. Senti algo arranhando minha pele e gostei. Mas só um pouco! O suficiente para me satisfazer quando roçar minha pele, meu corpo. 
— Bigode também? 
— Não que eu goste, mas não vou me importar. Por um tempo… lembre-se que tem a nossa filha e a pele dela é mais sensível que a minha. 
— Tudo bem, por um curto intervalo de tempo. Seu desejo é uma ordem, amor - ela se levantou puxando-o pela mão. 
— Mesmo? Então venha para a cama, Nate… 
No fim da tarde, eles pegaram a estrada de volta a Los Angeles. Stana fez a maior festa ao reencontrar a filha. Kate também parecia estar com saudades da mãe. Não parava de conversar em seu próprio dialeto, fazia carinho no rosto de Stana e a enchia de beijos especialmente nos lábios como sempre fazia. A festa para o pai foi quase igual embora o chamego fosse maior com a mãe. A menina não queria sair do colo de Stana por um longo tempo e a mamãe orgulhosa amou cada segundo. Quando ela finalmente conseguiu que a menina dormisse, dona Cookie os chamou para jantar. 
— Parece que ela estava com tanta saudade quanto a mãe - comentou Nathan - acredita que ela queria Kate no meio da nossa comemoração de namorados? 
— Não foi assim! 
— Ah, filho. Quando se é mãe de um bebê, todos seus pensamentos se voltam para eles. Ficar longe é muito ruim. Mas pela carinha de vocês posso ver que aproveitaram muito. Estão sorrindo, relaxados. 
— Foi ótimo, dona Cookie. 
— E amanhã voltamos à realidade. Eu tenho trabalho. Noticias do mano e da Gigi? 
— Esses dois continuam perdidos pelo mundo - disse Bob. Eles riram - só voltam amanhã, isso se não mudaram de ideia.        
Na manhã seguinte, Nathan tomou café com a filha no colo e a companhia da esposa. Falou para a mãe voltar para a casa do irmão se quisesse ou ficasse paparicando a neta. Era sua escolha. Saiu para o estúdio a fim de iniciar seu trabalho de dublagem de Cars 3. 
Como Nathan mencionara, a volta à realidade servia para todos. Nem bem chegaram de São Francisco, Gigi e Jeff retornaram aos seus afazeres. A primeira parada de Gigi foi na casa de Malibu para checar como estava o andamento da construção. Pelos seus cálculos, a sala de estar deveria estar quase pronta aguardando apenas os nichos de modulados que ela encomendara e deveriam chegar no fim do mês e a area externa deveria estar com a pintura praticamente concluída. 
Após observar a obra, ficou quase satisfeita. Não gostou do acabamento em gesso que foi dado a cozinha externa e mandou quebrarem e fazer outro. A sala de jogos estava linda. Tinha certeza que Ryan adoraria e a sala de estar estava passando pela fase de limpeza pesada. Com as instruções distribuídas, ela seguiu para o escritório. Tinha reunião com seus sócios e com fornecedores o resto do dia. Era a rotina voltando aos lares dos Fillions. 
Três dias depois, Nathan estava em casa brincando com Katherine enquanto Stana preparava o jantar da menina quando seu celular tocou. Michelle. 
— Oi, Mi. Tudo bem? 
— Comigo sim, e você? Como anda o trabalho de Cars 3? 
— Conforme o planejado. 
— Seu fim de semana em San Diego foi bom? 
— Melhor impossível. Stana adorou o local. 
— Sabia que ela ia gostar. Você recebeu minha mensagem ou me ignorou por completo? 
— Está falando da reunião com a agência? Eu recebi, mas não entendi. O que eles querem? Até onde eu saiba, você está tratando da minha contratação para Desventuras diretamente com Neil e o produtor, não? 
— Não se trata de Desventuras, Nate. Eu os contatei dizendo que você estava viajando e pedi maiores informações sobre a reunião. Eles fizeram um pouco de suspense, porém disseram que tem uma possível oportunidade para você. Querem expor a ideia. 
— Hum, só isso? Não disseram mais nada? Você não pescou nada? 
— Não. Ou é um projeto grande que não querem discutir detalhes no telefone ou algo sigiloso. Acho que teremos que ir para a reunião. Eles querem nos ver na sexta, três da tarde. 
— Michelle, amanhã é sexta. 
— Exato. Por isso estou ligando para avisa-lo. Limpe seu calendário. 
— Não se trata disso. Estou gravando até às quatro. 
— Posso ligar e postergar a reunião para às cinco, acha que consegue chegar? Eles não abrirão mão do encontro amanhã. Lembre-se que estão entrando em período de revisão de orçamento para a Fall season. Tem até o fim de março para escolher novos pilotos. 
— Tudo bem, eu vejo o que consigo adiantar no estúdio. Te encontro na sede da agência então? 
— Sim, até amanhã. Mande um beijo para Stana e outro na Katherine. 
— Obrigado. Tchau, Mi - Stana viu quando o marido desligou o telefone pensativo. 
— Algum problema, babe? 
— Não um problema…só estou estranhando essa reunião na agencia, muito mistério. 
— Não se preocupe com isso, Nate. Nada de sofrer por antecipação. Vai que seja uma boa oportunidade? Deixe as coisas acontecerem naturalmente - ele riu aproximando-se dela com a filha no colo. 
— É, você quem tem a fama de se preocupar na relação… - ela jogou o pano de cozinha no rosto dele pegando a filha de seus braços.
— Bobo! Vamos comer, Kate. Seu daddy está muito bobo hoje. 
— Dada…que “nhanhan”… - a menina pegou a colher pronta para comer. Stana estava estimulando-a a tentar comer embora soubesse que isso era sinônimo de muita sujeira não se importava. Adorava ver a filha descobrindo coisas novas.    
No dia seguinte, Nathan encontrou-se com Michelle na agência conforme combinado. 
— Ainda não entendi o que estamos fazendo aqui. 
— Não me pergunte. Vamos ouvir - eles foram até a recepção e foram enviados para a sala de reunião de numero 3. Sentaram-se na sala vazia. Uma senhora veio oferecer a eles agua e café que ambos aceitaram. 
— Você teve alguma confirmação da serie da Netflix? 
— Ficaram de responder até o fim do mês, eu dei uma mexida na proposta. Talvez seja por isso que estão demorando. 
— Mi, voce não pediu mais dinheiro, certo? Não é esse o caso. Estamos vivendo muito bem. Sério, o que procuro são oportunidades, algumas diversificações de currículo. Não estou querendo um salário milionário nessas participações. Cada trabalho é um trabalho. 
— Não foi nada disso, Nate. O valor é o mesmo que discutimos - eles ouviram uma conversa no corredor. Alguém se aproximava. 
— Boa tarde, Nathan, Michelle - o homem esticou a mão para cumprimenta-los. 
— Olá, George. Estamos surpresos com essa reunião - disse Michelle - qual o motivo de nos trazer aqui? 
— Temos uma oportunidade para você, Nathan, em nossos pilotos. Estávamos olhando as ofertas das emissoras e dos escritores e encontramos dois possíveis projetos. Contudo, apenas um nos parece ser um papel perfeito para vocé. Uma mistura de comédia e drama do jeito que voce incorpora tão bem. 
— De quem é o projeto? De alguma emissora em especial ou de algum escritor conhecido da agência? - perguntou Michelle. 
— Nesse momento não podemos revelar detalhes. O motivo principal dessa reunião é saber se o Sr. Nathan Fillion estaria disponível para um projeto na próxima Fall Season. 
— Você está querendo dizer daqui a aproximadamente seis meses? 
— Não. No outro ano. A proposta chegou até nós em sigilo. Eu estou aqui para sondar se você estaria disposto a fazer parte desse projeto. 
— Deixa eu ver se entendi. Você me chamou aqui com uma proposta de trabalho sigilosa para o ano que vem. Estou imaginando que não tenha um script do piloto também. 
— Não, apenas um draft da ideia que nos foi apresentada. 
— E voce quer que eu concorde em estar disponível para um projeto que eu sequer sei o que será, do que se trata? 
— Eu sei que soa estranho e… 
— Estranho? Isso é o mínimo. Não posso me comprometer em um projeto sem saber nada sobre o mesmo. Tem certeza que não pode revelar nada? Eu preciso saber com o que estaria lidando se aceitasse fazer um teste - o homem coçou a cabeça. Entendia o ponto do ator. 
— Tudo bem. Posso lhe afirmar quem é o produtor e escritor por trás dele. Apenas isso. Alex Hawley. Ele é quem está escrevendo e disse que o papel é perfeito para você. Na verdade, está escrevendo para você - Nathan balançou a cabeça. 
— Típico de Alex - ele ria quase debochado. Michelle olhava para ele esperando o que seu amigo iria dizer. O envolvimento de Alex em um projeto trazia lembranças complicadas à tona. 
— Então, você acha que pode participar agora que sabe se tratar de um projeto de Alex?  - Nathan suspirou. 
— George, diga ao Alex que se ele quer me oferecer um trabalho que faça da maneira correta. Apresente a proposta, um roteiro e talvez assim eu posso pensar em dar uma chance a ele. Da ultima vez que trabalhamos juntos, as ideias de Alex não foram muito interessantes para mim, para minha co-star e nem para a audiência do show que fazíamos juntos. Tanto que, bem você sabe o que quero dizer e o que aconteceu. Em resumo, diga a Alex para me fazer uma proposta concreta não promessas. Era isso? 
— Sim, basicamente. 
— Ótimo. Obrigado, George. A gente se vê por ai - Nathan deixou a sala acompanhado de Michelle. Seguiram calados até o estacionamento. Ela sabia respeitar o silêncio do amigo e pelo semblante dele pode compreender que sua mente estava além do pequeno discurso que demonstrou um pouco do ressentimento criado no passado. Finalmente, chegaram até o carro - vejo você quando tiver novidades ou provavelmente no aniversario de Katherine. Não vamos fazer festa grande, mas queremos comemorar em familia. Eu ligo para te dar os detalhes. 
— O que foi aquilo, Nathan? 
— Aquilo foi uma tentativa de me sondar sobre um trabalho onde há grandes chances de eu não aceitar. 
— Porque é do Alex, porque você sabe que ele foi um dos responsáveis pelo fim de Castle. 
— Sim, e porque eu tenho a leve impressão de que esse projeto já tem emissora inclusive. É da ABC. Por isso todo o sigilo, todo o clima como se tivessem pisando em ovos. 
— Então você acha que a ABC quer lhe oferecer uma nova serie. 
— E estão com medo da minha reação por causa do passado. Especialmente aquela presidente de meia tigela. 
— Tem certeza que é isso? 
— Não absoluta, mas a forma como estão conduzindo essa historia apenas me leva a crer que sim. Não posso falar sobre isso para Stana. Ou pelo menos tudo embora tenha prometido não esconder nada dela, isso vai chatea-la. 
— Ambos ainda guardam rancor da emissora pelo que aconteceu com Castle. 
— Não se trata de rancor. Eles a dispensaram como se fosse um nada, Michelle. E eu não pude fazer muita coisa. Alex, ele estava por trás disso, da demissão, sabia o que estava para acontecer e nos deixou no escuro porque assim como a tal presidente, acreditava que Castle podia seguir sem a personagem feminina. Sem Beckett. Isso só prova o quanto ele é ruim em prever sucessos. E-eu vou para casa. Nessa sexta-feira não há nada que eu deseje mais que uma boa taça de vinho na companhia da minha esposa e brincar com a minha filha - abriu a porta do carro - a gente se fala, Mi. 

— Tchau, Nate - ela o viu entrar no carro e pegar a estrada. Checou o relógio. Uma hora perdida para nada. Ela também queria curtir seu fim de semana. Entrou no carro e dirigiu para casa. 


Continua...