quarta-feira, 24 de maio de 2017

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.17


Nota da Autora: E tem um pouco de tudo nesse capitulo. Primeiro, a gravidez e suas fases. Sim, Beckett continua "sofrendo" com as mudanças da gravidez e os hormônios além de outras coisinhas mais. Depois, um pouco do casal Grey's Anatomy e algum momento de garotas... e sem dar spoilers, tem surpresinhas no capitulo que está relativamente grande. Enjoy! 


Cap.17

Alguns meses depois...  

A notícia da gravidez deixou os rapazes surpresos e animados. Ryan não via a hora de trocar experiências com Beckett. Disse que ela podia ficar à vontade para tirar dúvidas com ele e Jenny. Também não deixaram Castle escapar ileso. Fizeram piadinhas, disseram que ele estava atrasado e Esposito implicou dizendo que o escritor não tinha energia para cuidar de criança. Em resposta, a própria Beckett deu seu parecer.  
— Você ficaria surpreso com tanta energia, Espo. No fundo, Castle continua criança - ela trocou um olhar com o marido que entendeu a mensagem escondida naquela afirmação.  
— Se a capitã está dizendo, quem sou eu para contestar? Posso garantir que será uma aventura todos os dias. Aliás já está sendo - piscou para a esposa.  
No mesmo dia, ela acompanhou Castle e os rapazes a uma cena de crime. Não fazia isso regularmente, porém havia uma certa desconfiança de que o homicídio tivesse ligação com um caso da narcóticos e Gates pediu para ela averiguar a fim de ajudar o capitão da outra delegacia. O crime aconteceu em Chinatown e felizmente após toda a análise, eles chegaram a conclusão de que não havia relação. Mesmo assim, Beckett pediu alguns checks adicionais para ter certeza. Ela e Castle caminhavam pela 14th St quando ela vira-se para o marido agarrando-o fortemente pelo braço. 
— Castle, espere… 
— Ai! O que foi? Estava calado caminhando ao seu lado - ela soltou o braço dele. 
— Desculpa. É só que… - mordiscou os lábios - foi a-aqui que você comprou aquele pirulito, não? Investigávamos um caso. Na verdade, aconteceu proximo ao lançamento de… 
— Heat Wave, você foi na festa e estava chateada porque eu poderia não escrever mais sobre Nikki, a oferta para o outro agente e era o caso do garotinho tcheco… 
— Eu não estava chateada! 
— Claro que não… apenas não queria perder minha parceria, companhia, você escolhe o motivo e… - ele viu o quanto ela ficara irritada - esse não era o ponto. O pirulito. Por que se lembrou disso agora? 
— Porque… porque e-eu estou com vontade de come-lo. Quero o pirulito de sabão, Castle. 
— Agora? Mesmo? Você não está zoando comigo, certo? 
— Não, Cas… eu preciso daquele pirulito… - a voz dela era de súplica. Ele mordeu os lábios apreensivo - por favor, babe… 
— E-eu tenho que me lembrar onde comprei - ele olhava para os dois lados da rua, analisava as placas, as lojas. Então um letreiro chamou sua atenção - ali, vem comigo - ele saiu puxando-a pela rua. Tudo bem, não foi tão fácil. Eles entraram em três lojas diferentes antes de acharem o verdadeiro local. 
— Pensei que soubesse exatamente onde comprou. Voce costumava ser mais eficiente. Cadê o pirulito, Castle? - ele não respondeu. Eram os hormônios atuando. Ela continuou a reclamar e ficava a cada minuto mais irritada. 
Ao ver uma caixa com os pirulitos, Castle respirou aliviado. Estava ficando preocupado com o mau humor de Beckett, pensando que poderia apanhar inclusive. Comprou cinco pirulitos. Os olhos dela brilhavam. Ávida por saborear o doce, abriu um deles logo na loja. Ao colocar na boca, fez uma careta. 
— Meu Deus! Isso é muito ruim! Sabão puro! 
— Não precisa comer se não quiser, amor. Já está pago mesmo - disse Castle saindo da loja e abrindo um dos pirulitos para si. 
— Está louco? É claro que vou comer! É ruim e irresistível - ela disse lambendo outra vez o pirulito. Castle começou a rir muito. Não resistindo, puxou-a contra si e afastou a mão dela que segurava o pirulito para beijar seus lábios. 
— Você é incrível… eu te amo, Kate - rindo, ele completou - claro que o seu beijo não está tão gostoso, como normalmente é, mas ainda é maravilhoso! - ele reafirmou fazendo a esposa rir, ela voltou sua atenção ao pirulito encostando sua cabeça no ombro dele enquanto Castle envolvia seu braço na sua cintura. Beckett devorou quatro dos cinco pirulitos e foi difícil para Castle conseguir comer o ultimo, ela ainda lambeu um pouco. Tudo por seu bebê, pensou Castle. 

XXXXXXX 

Dias depois, a Capitã Beckett estava reunida com sua equipe. A reunião era para falar da performance do distrito. Seus detetives e oficiais ouviam com atenção enquanto Ryan ajudava sua superior a divulgar os números comandando o computador. Castle podia ter ido para casa, porém ele adorava admirar a esposa em posição de comando. Ela era incrível. Exalava poder e a pequena barriguinha de cinco meses não lhe dava o ar frágil, ela não se deixava intimidar com a sua condição. Por mais que sentisse falta de investigar e ir para a rua com ela, Castle agradecia o fato dela estar no comando do distrito agora. Não gostaria de imaginar o perigo que ela correria grávida nas ruas. Havia um outro motivo porque ele a aguardava pacientemente terminar seus deveres de Capitã. Após a reunião, eles tinham uma consulta marcada com a ginecologista. Era o dia de descobrir o sexo do bebê. Estava ansioso. Não via a hora de começar a comprar as coisinhas de bebê, decorar o quarto, tinham tanto por fazer! Ouviu a voz de Beckett agradecendo a sua equipe. Os seus olhares se encontraram e o sorriso veio imediatamente no rosto. Após dispensa-los, ela veio ao seu encontro.  
— Hey... acabei por aqui. Pronto para descobrir o sexo do nosso bebê?  
— Mais do que você imagina. Vamos para o hospital?  
— Sim, é mais fácil para nós e Charlotte - ela estendeu a mão para Castle e juntos rumaram para o hospital.  
Felizmente não tiveram que esperar tanto. Dez minutos após chegarem no local, a médica chamara por Beckett.  
— Como estão? Ansiosos? - ela riu - a cara do Castle não nega. Mamãe, alguma novidade que queira contar ou dúvidas? 
— Não, está tudo bem. Queremos saber desse serzinho que cresce aqui - ela tocou o ventre com carinho.  
— Certo, chega de perder tempo então. Pode se preparar e ir para a sala ao lado, você já conhece o procedimento. Já me junto à vocês - Beckett rapidamente se arrumou e deitou-se na maca onde faria a ultra-som. Castle andava de um lado para o outro, nervoso.  
— Quer parar de encerar o chão, Castle? Está me deixando mais nervosa.  
— Teremos que pensar em nomes. Para menino e menina. Que tal Rae para garota ou... 
— Nem comece com Cosmo. Eu me separo de você - o olhar incisivo dela bastou - e nada de referências a super-heróis ou qualquer outro filme, saga.  
— Tudo bem, entendi o recado. Então nem pense em chamá-lo de Rick Jr. ou Jim se for menino. Eu queria chamá-lo de Bruce... espera, você não vai querer dar o nome da sua mãe se tivermos uma filha? Eu acho uma homenagem excelente.  
— Castle, eu ainda não sei. Vamos com calma.  
— Certo, prontos para descobrir o sexo do bebê? - a médica entrou e sentou-se ao lado do aparelho de ultra-som.  
— Por favor, antes que Castle fure o chão - Charlotte espalhou o gel sobre o ventre de Beckett. As primeiras imagens apareceram no monitor. A médica estava atenta aos dados que a tela mostrava. Beckett estava maravilhosa vendo como seu bebê evoluíra. Suspirou fundo. A sensação de ver um ser humano literalmente crescendo dentro dela era algo que nunca cogitara. Vira amigas casando e tendo filhos, sempre considerara que isso não era para ela. Mesmo após estar namorando com Castle, não pensava sobre isso. A primeira vez que a ideia a ocorreu foi quando passou por aquele caso com o bebê. Contudo não antes de se ver casada e especialmente não antes da tragédia de Loksat em suas vidas.  
— Está tudo em ordem, seu bebê está crescendo, engordando, temos todos os dedinhos... prontos para saber? Pelo menos está numa posição excelente o que não nos deixa dúvidas - Castle apertou a mão de Beckett.  
— Acabe logo com esse suspense, doutora - pediu Castle nervoso.  
— Tudo bem, veem as perninhas abertas e essa região aqui? Essa é a barriguinha do seu bebê o que me deixa muito segura em dizer que terão uma menininha.  
— Uma menina... - Beckett repetiu trocando um olhar com o marido. Estava feliz e emocionada.  
— Outra menininha, uma mini Beckett... espero que puxe toda para a mãe.  
— Parabéns aos dois.  
— Obrigada. É babe, parece que você nasceu para viver rodeado de mulheres. 
— Mulheres bravas e decididas você quer dizer porque são as únicas que ficam na minha vida. Oh, Kate... já imaginou como ela será linda?  
— Sim, será linda e perfeita - ela beijou os lábios dele - nós vamos ter uma menininha.  
— Acho que você terá que pensar bem se não quiser chamá-la de Johanna - percebeu que os olhos de Kate estavam cheios de lágrimas. Ele a abraçou - nossa família, amor.  
A médica esperou-os no consultório. Conversaram um pouco e novamente ela perguntou se Beckett não tinha nenhuma dúvida. Na verdade, ela tinha, porém não queria falar na frente de Castle portanto optou perguntar para Johanna. Despediram-se e enquanto andava pelos corredores do hospital, ela procurava pela médica. Foi somente ao chegar na recepção que checou o quadro. O nome da amiga estava lá.  
— Com licença - disse Beckett se aproximando da recepcionista - a Dr. Marshall está disponível?  
— Segundo o quadro ela estava em cirurgia. Não posso afirmar se já acabou.  
— Pode bipa-la?  
— Sinto muito, não tenho autorização a menos que seja uma emergência - Beckett trocou um olhar com Castle, ela estava pensando seriamente em usar seu distintivo. Resolveu mudar de tática. Podia ligar para o celular dela. Beckett tocou a tela acionando o nome da amiga. Aguardou. 
Há poucos minutos atrás, Johanna estava deitada numa das camas do conforto médico. Saíra de uma cirurgia longa e bem sucedida. Precisava de alguns minutos para se recuperar. De olhos fechados, ela procurava liberar a mente dos pensamentos da sala de cirurgia. Queria ficar sem pensar em nada. Livrar-se da carga de adrenalina e stress das ultimas horas. Suspirou. 
Ela sentiu um movimento para logo em seguida notar a pele quente sobre o seu estômago. Era uma mão. Paul. No proximo segundo, ele sorveu os lábios dela carinhosa e sedutoramente. Acariciava seus seios por baixo do uniforme fazendo-a gemer. Então, ela sentiu o peso do seu corpo. Abriu os olhos. 
— Hey… 
— O que você está fazendo? 
— Aproveitando o momento calmo para dar uns amassos na minha namorada. Nossa! Isso foi tão adolescente… 
— Paul, estamos no hospital, no conforto. E se alguém entra e nos pega assim? 
— Soa excitante, Joh? Esse é um dos lugares que já transei. Confesso que não é tão hardcore, mas atiça o desejo, a vontade de ter você… de ser pego… 
— Isso é loucura! Podemos ser demitidos - ele apertou os seios dela. Em um movimento rápido e brusco, baixou a calça do seu uniforme e do dela levando a calcinha junto já revelando o quanto estava excitado. Afastando suas pernas, ele a penetrou. Johanna gemeu baixinho. Ele sussurrou no ouvido dela. 
— A porta está trancada… relaxe, Joh - sorveu seus lábios outra vez. Ele se movia rapidamente dentro dela. O ato era urgente, o desejo de possui-la era enorme. Johanna se deixou levar pela sua própria vontade. Mordiscava o ombro do namorado cada vez que ele se impulsionava mais fundo dentro dela. Foi durante seu caminho para receber o orgasmo que o toque do celular ecoou na sala. Quem ligava era insistente. 
— Paul.. o celular… 
— Deixe tocar… vem, amor… esqueça - o toque não parava. Ela seguiu o conselho de Paul e logo não ouvia mais nada além dos gemidos e das reações de seu corpo ao atingir o climax junto com ele. Minutos depois, Paul se levantou e pegou o celular entregando para Johanna. Ainda ofegante e vermelha, ela verificou. Kate. Ligara cinco vezes. Será que acontecera alguma coisa? Ela pensou em ligar de volta, mas seu bipe tocou. O último resultado do exame da sua paciente saíra. Ela precisava pegar o resultado e falar com a familia. Levantou-se. Paul a observava sorrindo. 
— Onde você vai? 
— Pegar o exame da minha paciente - ele a puxou pelo elástico da calça apenas para roubar um novo beijo. 
— É melhor ajeitar os cabelos antes de ir. Estão meio bagunçados. 
— Sua culpa. 
— O prazer foi meu, Joh - ela escova depressa os cabelos, antes de sair não resiste e volta a ficar de frente para o médico. Puxa-o pela camisa do uniforme colando os lábios aos dele - me lembre de repetir a dose qualquer dia desses - e sai da sala sorrindo.    
— Por que ela não atende? 
— Vai ver a recepcionista tem razão. Deve estar operando. 
— Não quero sair daqui sem contar para ela - Beckett já estava considerando apelar para o seu distintivo quando a médica surgiu no meio do salão procurando pelos parentes da sua paciente. Claro que Johanna a vê.  
— Kate! O que faz aqui?  
— Vim para a consulta com Charlotte. Não ouviu seu celular? Eu te liguei há pouco. 
— Espere aqui, quero falar com vocês. Eu já volto - Beckett viu Johanna se aproximar de uma familia. Abraçada a Castle, viu a expressão de alívio surgir no rosto da mulher de frente para a médica. Vendo que Johanna estava quase terminando, Beckett virou-se para o marido e falou.  
— Castle, estou com fome. Preciso colocar algo no estômago.  
— Estamos no hospital, tem a cafeteira e ambos sabemos que não é das melhores. Além disso, você não pode tomar café.  
— É sério, babe. Preciso nem que seja de um suco de laranja. Eles com certeza tem isso aqui. Pode comprar para mim? - usou seu charme para convencê-lo o que sempre funcionava. Castle beijou a testa dela e seguiu para a cafeteira. Ao se juntar à Beckett, a médica logo perguntou.  
— Cadê o Castle?  
— Foi comprar um suco para mim. Na verdade, eu o despistei porque queria falar com você a sós.  
— Segredos, Kate?  
— Não é nada demais. Eu só...- ela mordiscou os lábios - eu preciso conversar com você, assunto de mulher. Acha que podemos nos encontrar amanhã? No mesmo café?  
— Claro! Mas terá que ser depois das cinco. Algum problema para você?  
— Não, eu dou um jeito de despista-lo. Aí vem ele.  
— Aqui está, amor - ele entrega o copo com suco para a esposa - me certifiquei que fizessem na minha frente para não ter nada artificial - Beckett não resiste e o beija.  
— Obrigada, babe. Ele está sempre cuidando de mim.  
— Você está linda, Katie. A barriguinha formando, a pele maravilhosa. A gravidez é muito boa para destacar certos atributos da mulher.  
— Você não contou para ela, certo?  
— Não ainda. Estava te esperando para contarmos juntos.  
— Johanna, descobrimos hoje o sexo do nosso bebê - disse Castle empolgado - é uma menina! Vamos ter uma mini Beckett correndo pela casa e mandando em todo mundo. Não é ótimo?  
— Oh meu Deus! Parabéns! Uma menininha... - ela abraçou e beijou a amiga. Fez o mesmo com Castle - estou tão feliz por vocês. Já escolheram o nome? Claro que não! Acabaram de saber, que cabeça a minha - Johanna gargalhava - desculpa, eu realmente estou feliz com a notícia. Eu meio que me sinto responsável por essa criança.  
— E você é - disse Beckett - eu sei que é meio inesperado, mas eu quero que seja a madrinha. Nem escolhemos o nome, mas você será a madrinha se aceitar.  
— Ainda pergunta? Sim! Terei o maior prazer em ser a madrinha da filha de vocês.  
— Você não tem nenhum objeção, certo Castle?  
— Claro que não, Beckett. E já que estamos falando de coisas boas, eu gostei muito da pesquisa que me mandou, Johanna. Tanto que comecei a desenvolver uma história de Nikki. Se vingar como eu espero teremos que conversar. Eu, você e Paul.  
— E hoje foi o dia das boas notícias - Johanna beijou o rosto de Kate e acariciou sua barriga - você é uma menina de sorte, tem uma mãe extraordinária e um pai que fará tudo para te ver feliz. Muito amor nessa familia. Eu serei a melhor madrinha que você terá espero estar a altura dessa responsabilidade - a médica se abaixou para beijar o ventre da amiga. O gesto pegou Beckett completamente de surpresa. Olhava intrigada para a amiga. Os olhos rasos d'agua - Katie vai te ensinar tudo o que aprendeu. Eu preciso ir, não vejo a hora de contar a novidade para o Paul. Até outro dia, Castle - ele esperou a médica se afastar para comentar.  
— Ela ficou realmente feliz - ele virou o rosto da esposa em sua direção, viu que Kate lutava para conter as lágrimas - e parece que você também - ele sorria . Beckett abraçou-o com força, sentiu as lágrimas quentes em seu rosto - hey... você está emocionada, está tudo bem.  
— Isso é tão... Deus! Eu não sei como descrever o que estou sentindo. Uma montanha russa de estranhas sensações...  
— Vem, você precisa se sentar. Vamos para o café em frente - Castle sai de mãos dadas com ela.  
— Quero ir para casa.  
— Tudo bem. Quer que eu dirija? - ela anuiu com a cabeça.  
Ao chegarem no loft, Beckett foi direto para o quarto. Sentou-se na cama. Castle apareceu logo atras dela com um copo com água.  
— Tome um pouco. É apenas água - Beckett obedeceu. Ele sentou-se ao seu lado envolvendo-a pela cintura. Ela deixou a cabeça descansar em seu ombro - está tudo bem, foram muitas emoções de uma vez. Acho que precisa descansar. Ainda está com fome? Posso preparar algo para você. Uma sopa talvez? - Beckett fitou-o com um pequeno sorriso nos lábios.  
— Você faria seu carbonara para mim?  
— Nem precisa pedir duas vezes - ele beijou a testa dela. 
— Eu vou deitar um pouco. Quando estiver pronto me chame - ela viu o marido deixar o quarto. Esticou o corpo na cama. Fechou os olhos. A cena do hospital repetiu-se em sua mente. Beckett não era dada a crendices ou emoções muito fortes talvez por esse motivo considerasse o que sentiu um pouco fantástico. Não sabia como falar disso para Castle. Sabia que ele não estava de todo preocupado, mas Castle a conhecia o suficiente para saber que esse não era um pensamento nem um comportamento de Kate Beckett.  
Droga de hormônios, pensou. Exceto que a última parte não tinha nada a ver com hormônios ou gravidez. Suspirou. Ficou quieta por uma hora até o instante que sentiu os lábios do marido em seu pescoço. Virou-se para fita-lo já sentindo o gosto dos lábios nos seus.  
— Seu beijo tem sabor de bacon.  
— Eu tinha que provar o que estava fazendo, está delicioso. Você irá gostar. Quer comer agora?  
— Quero, mas antes quero outro beijo de bacon - ele riu fazendo o que ela queria.  
Jantaram sem maiores conversas, Beckett elogiou a massa e Castle podia ver duas coisas claramente: ela estava devorando o prato de macarrão e evitando algum assunto. Ao terminar, ele perguntou se ela queria um pouco de sorvete ou um chá. Beckett escolheu o chá.  
Abraçado a ela no sofá enquanto sorvia o líquido quente, Castle continha a sua curiosidade. Foi nesse instante que Martha surgiu.  
— Vocês estão em casa cedo... agora que são sete horas e já jantaram? - ela perguntou ao ver as panelas na pia.  
— Fomos a médica hoje.  
— E como você e o bebê estão, Katherine?  
— Ótimos. Já sabemos o sexo. Você será vovó de uma garotinha outra vez.  
— Que maravilha! Ah, Richard! Você nasceu para estar rodeado de mulheres. Uma netinha. Se puxar a beleza e a personalidade de Katherine você está perdido - Beckett riu do jeito da sogra que veio abraçá-la - sei que você será uma mãe incrível para a sua filha - beijou o rosto dela - agora eu vou me servir um pouco daquele macarrão. 
— Está uma delicia, Martha.  
Eles ficaram namorando um tempo na sala. No quarto, após um banho Beckett sentou-se na cama apenas de calcinha para passar hidratante.  
— Posso fazer isso para você - Castle pegou o vidro do creme e começou a espalhar nas pernas dela. Beckett podia sentir o carinho no toque dele, tanto que criou coragem para falar.  
— Posso confessar uma coisa?  
— Claro, qualquer coisa desde que esteja à vontade para falar.  
— Você sabe que tem algo me incomodando... incrível. É verdade. Todo esse lance que acontece na gravidez, não estou falando de mudança corporal, estou falando de hormônios, emoções. Hoje foi intenso. Não somente por descobrir que terei uma filha, farei o papel da minha mãe, Castle. Mas isso não foi o momento mais avassalador - Castle deixou o hidratante de lado e segurou a mão dela, levou-a até os lábios.  
— Qual foi, Kate? - ela suspirou.  
— Você vai me achar louca, zombar de mim ou pior vai dizer que me influenciou. 
— Não vou fazer nada disso. Não precisa ter medo de me contar o que a aflige ou o que está sentindo, amor. Especialmente se vai fazê-la sentir-se melhor.  
— Quando Johanna tocou minha barriga e falou aquelas palavras, e-eu... eu senti minha mãe. Não era aquela Johanna médica que tocava meu ventre, de alguma forma era a minha mãe Johanna. Então ela beijou a barriga e definitivamente era a minha mãe. Estou ficando louca? Eu não pareço a mesma pessoa, Castle. Eu não sou tão frágil, tão vulnerável. Não gosto de me sentir assim.  
— Não gosta ou não quer? Kate, não há nada errado em se emocionar, em desejar que sua mãe estivesse aqui para curtir a gravidez, a neta.  
— Mas Johanna não é minha mãe e ao mesmo tempo era como se fosse. Ela me passa essa segurança, essa imagem. É uma sensação estranha, doce e amarga ao mesmo tempo. Eu sou uma capitã, luto contra assassinos e de repente pareço uma manteiga derretida. Não posso parecer fraca.  
— Hey, que bobagem. Você não é fraca. Hoje mesmo estava te observando, imponente diante do seu time, sua postura, você exala respeito. E quanto à Johanna, sim ela não é sua mãe, porém desde que a conheceu ela passou a ter um papel importante na sua vida. Se você sentiu uma conexão dessas não é motivo para se questionar ou se achar maluca, aproveitar essas pequenas lembranças que a vida está lhe dando é importante.  
— As vezes esqueço o quanto você entende desse lance de sentimentos.  
— Você também entende, Kate. Principalmente o maior deles: o amor. Já provou muitas vezes seu amor por mim. Aproveite ao máximo cada instante mágico que você está vivendo com a nossa filha. E caso isso a faça ter vontade de chorar, de se expressar e demonstrar seus sentimentos para outras pessoas, siga em frente. Todo mundo gosta de carinhos, elogios, palavras de conforto e de vez em quando é bom ouvir o quanto somos importantes, amados.  
Ela respirou fundo, as lágrimas já marcavam seu rosto. Com as duas mãos, ela acariciou a face de Castle, ajeitou os fios de cabelos que caiam teimosamente na testa para por fim sorver seus lábios. As mãos dele estavam na lateral do seu corpo. Ao quebrar o beijo, ela sorria admirando o brilho dos olhos azuis. 
— Eu te amo, babe.  
— Eu também, você e nossa filha linda - tocou a barriga de Beckett - always - ele a puxou contra o seu corpo deitando-se de conchinha. Roçava seu nariz no pescoço e nos ombros dela. A carícia acabou por adormece-la. Percebendo que Beckett relaxara, ele entregou-se ao sono também.  
Beckett trabalhou o dia inteiro. Havia relatórios para avaliar, recursos para alocar e muita papelada. Castle estava ajudando os rapazes em um homicídio, o que a deixava tranquila porque isso o mantinha ocupado. Ainda não pensara como despistaria o marido para encontrar Johanna.  
No fim do dia, ela acabou decidindo por falar a verdade quando ele entrou na sua sala.  
— Pronta para ir para casa?  
— Você vai ter que ir para casa sem mim.  
— Por que? Não me diga que vai ficar até tarde na companhia de todos esses papéis.  
— Na verdade, não. Eu vou encontrar Johanna.  
— Ah... um encontro de garotas. Tudo bem, não tenho nenhuma objeção quanto a isso. Divirta-se - ela beijou a cabeça dela, mas Beckett o puxou pelo paletó sorvendo os lábios dele com vontade.  
— Vejo você mais tarde, bonitão... - o sorriso iluminou-se no rosto de Castle.  
— Diga olá para Johanna por mim.  

Union Square  

Johanna chegara ao café primeiro que Beckett. Tomava um latte esperando pela amiga. Estava ansiosa para saber o que Kate tinha de tão importante para falar. Nesse instante ela apareceu no café. Como ela estava bonita! Tirou o casaco, avistou a médica. Rapidamente se aproximou. Johanna se levantou para cumprimentar a mulher.  
— Dia difícil? - perguntou ao ver o semblante de Beckett.  
— Não, cansativo. Muita papelada que Castle não me ouça. Vou pedir um smoothie para mim. Está com fome? Eu preciso de um doce - ela foi rápida, voltou para a mesa com um prato com dois muffins.  
— Antes de você me dizer qual o motivo desse encontro, quero lhe entregar isso - ela deu uma pequena sacola vermelha para Beckett - meu primeiro presente para a minha afilhada.  
— Oh, Johanna... não precisava. Castle sozinho aparece com todo o tipo de produto.  
— Nada disso. Você me escolheu para madrinha. Quero que me prometa quando escolher o nome da sua filha, serei a primeira a saber. Depois de Castle, claro.  
— Tudo bem - ela abriu a embalagem para encontrar um conjunto de body, calça, touca e manta nos tons roxos e lilás - ah, essa é a minha cor preferida. Está lindo! Muito obrigada.  
— Por nada. Sua vez. O que você quer saber? Ou melhor, o que você quer conversar?  
— Eu tinha um assunto específico, porém depois de ontem eu tenho mais de um. E-eu não sei... essa gravidez, não me sinto eu mesma. Eu já disse isso antes, só que tem momentos que não me reconheço, as emoções estão tomando conta de mim... droga! Não estou fazendo sentido algum. Deixe-me recomeçar - ela respirou fundo - vou falar do primeiro problema. Nos últimos dias, eu estou percebendo algumas mudanças no meu corpo e em relação a Castle estou extremamente sensível. Meu corpo está mudando, meus seios estão hipersensíveis. Cada toque, cada carícia parece urgente. Eu sinto um desejo louco de agarra-lo não importa a hora ou o local - Johanna desata a rir - por que você está rindo?  
— Kate, não tem nada errado com você. É apenas uma fase da gravidez. Conversou com a Charlotte sobre isso?  
— Eu não queria falar na frente de Castle.  
— E qual o ponto de ir a ginecologista se não tira suas dúvidas? Tudo bem, eu vou explicar. Toda mulher entre o quarto e quinto mês apresenta um aumento na libido em função da produção de hormônios. O desejo fica na grande maioria mais suscetível, a vontade de fazer amor, os sentidos aguçados. É perfeitamente normal. O nível de oxitocina facilita inclusive os orgasmos. E para um casal como vocês é algo que não deve ser evitado. 
— Isso é normal? Não acredito! Johanna, todas as vezes que olho para o Castle tenho vontade de arrancar as roupas dele e ataca-lo, não importa onde eu esteja. Pareço uma…uma ninfomaníaca - a médica ria ainda mais. 
— Você não é uma ninfa. Pare de pensar bobagens. Pelo menos não mais do que já era antas da gravidez, coelhinha. Não fique se privando de sexo com seu marido. É aceitável e natural. Confesso que fiquei curiosa com esses seus pensamentos pecaminosos. Era por isso que não queria falar na frente de Castle? Por que ele poderia pensar que você estava ultrapassando limites? 
— Tem um pouco disso, mas eu tenho certeza que ele iria vibrar com a possibilidade - ela mordiscou outro pedaço do muffin - você acabou de me dar sinal verde para transar até estourar o cérebro de Castle, é isso mesmo?   
— O quanto vocês aguentarem. Vai sem medo, Kate. 
— O outro assunto é mais delicado. Eu relutei se devia conversar sobre isso com você, porém depois que confessei o que estava sentindo para Castle, ele me aconselhou a falar se me sentisse confortável. Eu também acho que você merece a verdade. Ontem no hospital, aconteceu um lance estranho, completamente novo para mim. Quando você tocou minha barriga e disse aquelas palavras. Espero que não se ofenda, quando isso aconteceu não era você me acariciando. E-eu senti minha mãe, era a outra Johanna se expressando através de você. Eu fui tomada por surpresa e uma emoção que não sei explicar. Obvio que você não é minha mãe, ela se foi. Contudo, naquele instante eu a senti comigo, com a minha filha - Beckett engoliu em seco, ao encarar a amiga percebeu que ela estava chorando. 
— Desculpa, Johanna… eu não queria que você… eu a ofendi. Chamei-a de velha. Negligenciei seu carinho, ah! Por favor, Joh… - mas a médica a abraçou forte. 
— Oh, Katie… você não me ofendeu - ela se afastou para fitar a amiga - isso é um elogio enorme. Você conseguiu experimentar a presença de sua mãe através de mim. Eu não posso chegar aos pés dela. Ainda assim fico lisonjeada. Tem razão, não tenho idade para ser sua mãe. Posso dar conselhos sobre alguns assuntos, mas nunca poderia competir ou substitui-la. É uma honra que você tenha se lembrado dela em um momento tao especial através de mim.  Eu me sinto especial. 
— Voce é, Joh… tenho um carinho enorme por você. Sua amizade é importante. Demais - elas trocaram outro abraço, a médica enxugou as lágrimas e beijou o rosto de Beckett - Castle outra vez estava certo. Ele me disse que as pessoas gostam de ouvir palavras confortantes de vez em quando. 
— Você reparou que me chamou de Joh duas vezes? De agora em diante é assim que quero ser chamada. Por favor, falamos de intimidade, sexo, orgasmos. Você pode me chamar de Joh. 
— Pensei que era uma coisa apenas sua e de Paul. 
— Será nossa também. Falando em Paul, eu não contei para você antes. Eu disse, Kate. As palavras. 
— Quando? Como? E a reação dele? 
— Após vocês sairem na noite do jantar. Eu quis ter certeza de que ele não estava bolado com a conversa do livro, da tequila. Tivemos uma espécie de DR, nada ruim mesmo que ele continue revelando ter ciúmes do seu marido e então eu disse que o amava. Foi muito bom expor meus sentimentos, melhor ainda a reação dele.  
— Então eu e Castle não fomos os únicos a nos divertir naquela madrugada… bom para você. Johanna, esse lance entre você e Paul, acha que pode ficar muito sério, podem partir para o casamento? 
— Acho que pode ficar sério, mas casar? Acho que não. Minha filha ainda é adolescente, tem um longo caminho pela frente. Pelo menos mais três anos até ela ir para a faculdade. Podíamos morar juntos, mas também é difícil. 
— Difícil ou você está colocando a situação assim? 
— Não, Kate! Eu quero muito morar com ele. Passar o máximo de tempo juntos. Nossa vida já é tão agitada, precisamos de todo o tempo disponível para nós. No dia do jantar, por exemplo, eu pedi para uma vizinha ficar com ela. A sorte é que Mary tem uma filha da idade de Audrey, só que não posso abusar da boa vontade dela. Audrey não gostaria de morar com Paul, perder seu quarto, sua privacidade. Eu não acho justo. Você será mãe em breve, entenderá o que estou dizendo. 
— Serei mãe… acho que a ficha não caiu completamente. 
— Ou você não parou para simplesmente abraçar o que está experimentando. Não se preocupe, quando sua pequena mexer pela primeira vez não haverá mais dúvidas. 
— E quando isso acontece? 
— Na primeira gravidez em torno de 25 semanas - Beckett sorriu. Elas conversaram mais um pouco sobre outros assuntos, Johanna contou do lance do conforto fazendo Kate rir e uma hora depois se despediram. 
— Vá se divertir com seu marido, Kate. Aproveite. 
— E você, veja se trabalha bem esses seus plantões para conseguir ficar com Paul mais vezes. 
— Nada contra as rapidinhas no conforto, mas prefiro me demorar bastante nesses momentos. Você me entende, Katie. 
— E como! - ela gargalhou. 
Beckett encontrou o marido sentado no sofá com um copo de whisky em uma das mãos e o iPad na outra. Devia estar jogando.  
— Hum, seu encontro com Johanna lhe fez bem. Está com uma cara boa - ela sorriu - o que é isso na sacola? Foram fazer compras?  
— Foi bom, sempre é. Johanna deu de presente para a afilhada. Acho que ela pretende competir com você - sentou-se ao lado dele, Castle beijou seus lábios e já foi abrindo a sacola para ver seu conteúdo.  
— É lindo. Ela tem bom gosto e acertou na cor, sua preferida. Estava justamente considerando esse tom para o enxoval. Nada de rosa.  
— Está jogando?  
— Não, na verdade estava pesquisando algumas coisas para o quarto da nossa filha. Teremos que começar a reformar em breve. Pensei que podemos diminuir a sala, rearranjar o escritório porque será melhor ter o bebê próximo. Quero que veja os temas - ele pegou o iPad e mostrou umas fotos para ela. Beckett adorava esse lado do marido, preocupado, querendo agrada-la, mas não era bem isso que tinha em mente quando estava a caminho de casa. Ela viu algumas fotos. Sorriu e foi inclinando o corpo contra o dele.  
— São lindos, babe. De verdade, eu só não quero decidir isso agora. Colocou o dispositivo do outro lado do sofá. Suas mãos deslizavam no peito dele, uma delas Kate enfiou dentro da calça de moletom que ele vestia em busca do seu objeto de prazer. Ouvir o gemido escapar dos lábios de Castle a fez sorrir.  
— O que aconteceu? - ela mordiscava o lóbulo da orelha dele, a mão puxava a camiseta querendo tirá-la de seu caminho.  
— Não posso estar com vontade de ficar com o meu marido? De fazer amor? - ela sorveu os lábios dele com desejo, pura luxuria em um único gesto enquanto acariciava o membro dele.  
— Eu não sei... Deus! O que Johanna disse para você, mas lembre-me de... - ela o calou novamente após sentir a pontada na virilha. Estava excitado. Ela se levantou e puxou-o consigo. Castle tentava acompanha-la, as calças caídas no meio das pernas. Ao chegarem no quarto, ela tirou a blusa que vestia, baixava a sua calça com rapidez.  
— Não enrole, quero você - a urgência no olhar de Beckett dizia tudo. Ele a abraçou deitando-a na cama, faria amor com ela como Kate merecia. Estava prestes a descobrir que Beckett queria algo mais.  
Uma hora depois, ela estava deitada. A palavra correta era esparramada na cama. Castle fazia um leve carinho em seu braço.  
— Você estava animada, não? Pessoalmente deixe-me dizer que eu adoro quando isso acontece - ele beijou seu ombro.  
— Muito bom... você tem que gostar.  
— Será que podemos falar sobre o quarto da nossa filha? Se não quiser se envolver pode deixar tudo por minha conta, porém eu quero sua opinião, pelo menos sobre o tema e as cores.  
— Nada rosa. Nisso eu concordo. Acho que tons de lilás, roxo poderia ser uma boa ou amarelo...  
— É sua cópia, nossa mini Beckett. Usar tons da sua cor preferida será apropriado. Sabe, mais cedo ou mais tarde nós teremos que escolher um nome, não posso chamá-la de mini Beckett para sempre.  
— Eu sei, só preciso de um pouco mais de tempo para decidir, escolher.  
— Claro, será como você quiser - ela acariciou o rosto dele. 
— Eu disse a ela. Johanna. Eu disse o que senti. Ela chorou.  
— Você fez a coisa certa. Como se sente?  
— Muito bem.  
— Isso é tudo que importa.  
No dia seguinte, os rapazes estavam analisando um homicídio com Castle. Entre estar na cena do crime, coletar as evidências e as informações de Perlmutter e montar o quadro já se fora mais da metade do dia. Desde que Lanie fora transferida para Los Angeles, ele se tornara seu legista principal. Estavam pesquisando potenciais suspeitos. Por uma hora não tiveram muita sorte. Passava das três da tarde quando Beckett decidiu espairecer a mente observando o trabalho de sua equipe. Eles estavam no meio de uma discussão sobre o suspeito, tentavam encontrar uma ligação. Beckett ficou à distância vendo-os interagir. E as sensações retornaram. O jeito como Castle se expressava, os argumentos, a linguagem corporal. Tudo a fazia desejá-lo. Ela procurava em vão se conter, mas um calor súbito a dominava.  
Beckett levou a mão a garganta. Podia sentir a pele quente, o sangue correr rapidamente nas veias. Adrenalina. Oh, Deus! Ela devia se comportar, estava na sua delegacia, sua responsabilidade. Ouviu Castle chamando a atenção de Esposito.  
— Espera, Zito! Acho que encontrei... sim! Aqui digite essas palavras no Google - ele obedeceu. Assim que os resultados apareceram na tela, Castle puxou um dos papéis da mão de Ryan - viu? Essa é a ligação.  
— Pegamos o safado. Ryan, anote o endereço - ele se levantou, colocou a jaqueta e pegou as chaves do carro - você vem conosco, Castle? Está na hora de fechar mais um - o escritor prontamente pegou seu paletó e vestiu se preparando para acompanha-los quando Beckett interviu.  
— Vocês estão de saída?  
— Sim, vamos pegar o suspeito. Castle até que ajudou nesse - disse Esposito implicando.  
— Acho que vocês podem ir capturar o suspeito sozinhos. Eu preciso do cérebro de Castle para me ajudar com um caso da promotoria - ao ouvir o que ela dissera, ele estufou o peito orgulhoso por ela estar admitindo que precisava da sua inteligência. Sorrindo, viu que ela tinha uma pasta nas mãos.  
— Vocês ouviram a capitã, ela precisa de mim - caminhava todo faceiro na direção da esposa - quer que eu vá até a sua sala?  
— Não, vamos para uma das salas de interrogatório. Preciso de espaço minha mesa está cheia de papéis - ela entrou primeiro desativando o interruptor que cortava o som evitando que outros a ouvissem. Fechou a persiana. Castle entrou em seguida fechando a porta atras de si.  
— Então, Capitã em que posso ajudá-la? - ele sequer teve tempo de entender o que acontecia. Beckett tinha os seios a amostra e partiu para cima dele. Viu seu paletó ir ao chão em segundos, as mãos voaram para o botão da calça jeans enquanto os lábios devoravam os dele. Castle respondeu ao desejo da esposa ainda um pouco surpreso com o ataque. Ele a sentou sobre a mesa, suas calças já no meio dos joelhos. Beckett pegou a mão dele e levou até seus seios.  
— Meus seios, toque-os, estão sensíveis... por favor... - ele obedeceu. Deslizou o polegar levemente pelos mamilos, apertou-os e acomodou os seios em suas mãos. Ela gemeu. Percebeu que o que ela dizia era verdade. Estavam extremamente sensíveis. Aproveitou-se disso e inclinou os lábios para prova-los. Ela arqueou o corpo quase deitando na mesa não fosse o braço de Castle a apoiando.  
— Meu Deus! - ela deixou escapar ao sentir o que ele fazia com a língua. Afastou as pernas, dizendo o que ele deveria fazer, quase como um comando autoritário - quero você dentro de mim. Agora, Castle - ele agradeceu por Beckett estar de saia. Enfiou uma das mãos embaixo da peça para se livrar da calcinha, porém por um instante foi tomado por uma faísca de razão.  
— Tem certeza, Beckett? Estamos no distrito, é perigoso não?  
— Perigoso, excitante - ela apertou o membro dele - agora, Castle!  
Ele tirou a calcinha. Com os dedos brincou com o clitoris dela. Percebeu o quanto estava úmida, pronta para recebê-lo. Vendo que ele ainda não fizera o que ansiava, ela segurou o rosto dele com as duas mãos, mordiscou os lábios e fitou-o com o típico olhar de Kate Beckett.  
— Agora! - ele sorriu e penetrou-a devagar. Beckett atracou suas pernas na cintura dele imprimindo maior contato entre seus corpos. A urgência fez com que Castle aumentasse o ritmo, acelerasse. A cada minuto se aprofundava mais e mais dentro dela, dando-lhe a sensação de plenitude. Estava tão excitada que em poucos minutos foi tomada por uma onda que fez seu corpo todo tremer. Agarrou-se nos ombros dele e beijou-o com o objetivo de reprimir seu grito por causa do orgasmo. Castle ainda estocava dentro dela e uma de suas mãos apertavam-lhe o seio o que a deixa completamente zonza, a seu dispor. Por fim, ele deixou o prazer o dominar. Abraçado a ela, Castle acariciava suas costas por baixo da blusa que sequer deixara o corpo. Novamente buscou os lábios da esposa, dessa vez em um beijo carinhoso. Ao fitar seu rosto, sorriu.  
— Melhor?  
— Muito.  
— Será que agora você pode me explicar o que aconteceu aqui? - ela estava abraçada ao corpo dele com a cabeça em seu peito. Castle podia sentir as batidas descompassadas de seu coração.  
— A culpa é sua... fica se exibindo na minha frente, usando seu cérebro, seu sorriso... fiquei tentada.  
— Imagino o quanto ou melhor, eu senti o quanto. Mas aqui? No local de trabalho? Não é uma atitude da controlada e responsável capitã Beckett. Vai me dizer que essa será uma nova prática no 12th? - ela riu - eu aprovo totalmente!  
— Uma vez implicante, sempre implicante. Não era você que dizia para eu fazer algo louco? Que eu me lembre foi nessa mesma sala que você me perguntou se eu não me divertia, agia de maneira louca e selvagem. Já esqueceu, Castle?  
— Claro que não. Eu não esqueci nenhuma de nossas conversas e estou contente por ver que finalmente cedeu aos meus conselhos.  
— Afaste-se, eu preciso me recompor e não consigo fazer isso com o seu corpo junto do meu. Vista-se. Você tem um caso para concluir. Os rapazes já devem estar voltando.  
— E o que é bom dura pouco. A capitã mandona está de volta. Apesar que adorei o tom de comando da nossa brincadeira. Fiquei excitado rapidinho.  
— Castle, não começa... por favor - ela estava abotoando a blusa, se ele continuasse a provoca-la tinha medo de não responder por si.  
— Você não vai me contar o que está por trás disso?  
— Quando formos para casa eu conto - ajeitou os cabelos, olhou para ele que se abaixara para pegar o paletó proporcionando uma visão privilegiada do traseiro. Não resistindo, ela o beliscou.  
— Hey!  
— Não mandei ficar se exibindo na minha frente - certificando-se que ambos estavam recompostos, Beckett abriu a porta da sala, o arquivo nas mãos - obrigada Castle, suas ideias foram bastante revigorante e muito bem colocadas e apreciadas - o tom de voz mais alto tentava disfarçar o real motivo do agradecimento. Ela avistou os rapazes caminhando na direção da outra sala com o suspeito - vá se juntar aos rapazes. Pelo que entendi, você merece fechar esse caso - respirando fundo, Castle seguiu atras de Ryan. Sorrindo, a capitã voltou para a sua sala.  
Ao final do dia, ela congratulou os meninos pela rápida conclusão do caso e disse que podiam fazer o relatório somente amanhã. Mereciam sair mais cedo. 
— Viu como ter minha ajuda tem as suas vantagens? 
— Não fique se gabando, Castle. Você acertou hoje, duas vezes devo acrescentar, mas nada de exibicionismo. Vamos para casa. Ah, Ryan! Quase esqueci. Tenho um caso que vai a julgamento no final da semana. Será que pode me representar no tribunal? Vou lhe passar os detalhes amanhã. 
— Claro, Beckett. É só me enviar as informações. 
— Obrigada, Lieutenant Ryan - ela sorriu. 
— Que acha de eu te pagar uma cerveja hoje, Javi? Aposto que o dono do The Old Haunt não irá se importar de nos dar um desconto - Castle balançou a cabeça. 
— Tudo bem, vou ligar para o James. Cada caneca paga, uma gratis. Está bom para vocês? 
— Excelente, bro - disse Esposito - ele está generoso hoje, não? 
— Tem dias que estou aqui apenas para servir - ele olhou para Beckett que foi obrigada a revirar os olhos para segurar o riso - podemos ir, capitã? - ofereceu o braço para a esposa que aceitou. No elevador, ele não perdeu a chance de perguntar - vai me contar agora? 
— Tudo bem. É a gravidez. Segundo a explicação de Johanna, nessa fase do segundo trimestre meus hormônios estão muito aguçados e a libido elevada. Tenho vontade de fazer sexo em momentos inusitados, quase toda vez que olho para você quero agarra-lo. Ela disse que é perfeitamente normal e que deveríamos fazer o máximo de uso disso. É bom para a nossa relação e para a minha gravidez. Meus seios estão maiores e muito sensíveis, um simples toque já desencadeia reações por todo o meu corpo. Quando o vi explicando o caso, andando pelo salão, aquilo me subiu à cabeça. Precisava tê-lo. Desculpa por ter te atacado e exigido que, você sabe, comparecesse. 
— Você não tem que pedir desculpas. É natural e eu tenho certeza que vou adorar essa fase. Pode me obrigar a fazer amor com você quantas vezes e onde desejar, amor. Não me importo mesmo. 
— Pervertido! 
— Olha quem fala! A senhora “Agora, Castle!” - disse imitando-a, ambos riram - vai querer jantar ou eu serei sua refeição? 
— Claro que vou jantar, sua filha precisa se alimentar de maneira saudável. E quero falar com o meu pai. Contar a novidade sobre sua netinha. Mais tarde quem sabe eu não peça uma “sobremesa”… não sei ao certo o que estará disponível no menu, preciso pensar em algo que satisfaça minha vontade. 
— Olha a provocação, Beckett… 
Em casa, enquanto Castle providenciava o jantar, ela pegou o celular e ligou para o pai. A conversa começou animada. Jim contava as novidades do trabalho, os casos e que iria fazer uma viagem para Boston no fim do mês para dar umas palestras na universidade. 
— Oh, pai. Isso é ótimo. 
— É uma boa oportunidade de me conectar com os jovens e futuros advogados. E poderei ver um jogo do Red Sox. Chega de falar sobre mim. Como você está? A gravidez está sob controle? Sei que mulheres grávidas precisam se alimentar bem e tomar muitas vitaminas. Está fazendo isso, filha? 
— Estou, pai. Quando não é Castle me vigiando, é Johanna me questionando. 
— Você realmente se afeiçoou a ela, não? 
— Sim, mais do que o senhor imagina - ela sorria - tenho novidades! Já sabemos o sexo do bebê. Adivinha? Você será avô de uma menina! 
— Oh, Katie… uma menina! Estava torcendo por isso. Tomara que ela seja igual a você. 
— Esse é o desejo de Castle também. Uma mini Beckett segundo ele. 
— Ah, filha. Estou feliz por vocês. Vai adorar ter uma menininha para cuidar, mimar, estou muito curioso para vê-la como mãe. Sei que será incrível. Como Joh foi. Já escolheram o nome? 
— Não. Eu preciso de um tempo para pensar. Pai, acha mesmo que serei boa mãe? Como ela? 
— Não tenho nenhuma dúvida. Johanna ensinou a você o senso de justiça, lutar pelo que acredita, não desistir e acreditar que você pode ser o que quiser. Você ensinará tudo da mesma maneira para a sua filha, Katie. E um pouquinho mais. Irá ensina-la sobre confiar, sobre o amor verdadeiro, não apenas o de mãe e filha, mas o de um homem e uma mulher. Acredito que indiretamente sua mãe plantou a semente, a vida tentou lhe dar uma rasteira, porém você provou que podia enfrenta-la, peita-la e vencer as adversidades. Você lidou com tudo o que a vida lhe deu e esse é o seu momento de recompensa. Está feliz, tem um homem bom ao seu lado e agora sua própria familia. Tenho muito orgulho de você, minha menina. 
— Oh, pai… eu te amo. 
— Também amo você, Katie. Joh está muito feliz, onde quer que esteja. Dê os parabéns a Castle e a Martha por mim. Prometo que vou visita-los assim que voltar de Boston. Se cuida, filha. 
— Você também. Boa viagem, pai. 
Ela desligou o telefone. As lágrimas queimavam os olhos. Castle chamou-a para jantar. Respirou fundo e disse que ia ao banheiro primeiro, coisas de grávida ela comentou. Após curtirem um jantar simples e gostoso, onde Beckett contou a reação do pai, Castle disse que ia lavar as louças enquanto ela tomava banho. Assim que ele apareceu no quarto, encontrou-a de pijama. 
— Pronta para dormir? 
— O menu de sobremesa está disponível? - ela mordiscava o lábio inferior com uma cara levada. 
— Por que não? Chegou a alguma conclusão do “prato”? 
— Sim, acho que você deveria vestir aquela calça de couro para mim… quero muito admirar seu traseiro nela outra vez. Quem sabe não faça umas marquinhas em sua pele, para deixar claro de quem é essa propriedade.
— Nossa! Estou começando a me sentir um objeto sexual. A ideia me agrada imensamente. Já volto! - ele saiu apressado em direção ao closet. Cinco minutos depois, apareceu na frente dela vestindo apenas a calça de couro colocando-se de costas para Beckett - então? 
— Será uma sobremesa altamente apreciada - ela beliscou o bumbum dele mordendo as costas , as mãos estavam sobre o estômago dele - vamos nos divertir, babe. Relembrar Vegas em  grande estilo. 

A noite estava apenas começando quando ela sorveu os lábios dele abrindo o botão da calça. 


Continua...