domingo, 20 de janeiro de 2019

[StanaThan] Kiss and Don't Tell - Cap.138


Nota da Autora: hey, sei que estou devendo, mas como já expliquei antes, está bem dificil manter as fics em um ritmo bom. Muitos assigments da faculdade. Enfim, espero que gostem! O capitulo é bom mas tem um angst no final... see ya! 


Cap.138

Julho começou agitado para Nathan. Conforme ele prometera para Alex, após o feriado da independência, dedicou-se ao piloto de The Rookie. O cronograma de gravações ia durar duas semanas por conta de cenários e locações externas que teriam que adequar durante as filmagens. Stana não se importou porque ela teria que filmar um novo longa no fim do mês, dessa forma eles revezavam o cuidado com Katherine. 
Outra que estava bastante ocupada era Gigi. A reforma da casa de Sandra estava de vento em polpa e depois que voltara de Monte Carlo, ela fez questão de fazer visitas constantes ao local para garantir que tudo estava dentro do cronograma. Sua cliente estava muito satisfeita até ali, o que deixava Gigi bem mais calma e animada para fazer as coisas acontecerem. 
Com Nathan focado no trabalho, os dias de Stana se dividiam entre cuidar da filha, da casa e se preparar para o seu próprio filme. Com o script em mãos, sempre que Katherine dormia ela se dedicava a montar seu personagem. Contudo, Stana gostava mesmo era de se divertir com a menina. Um dia Stana brincava com a filha no jardim correndo na grama quando Nathan chegou das gravações. Tudo que ouvia era a risada da esposa. Ao chegar na area externa encontrou as duas sentadas na grama perto de um springer que acabava de jorrar agua molhando as duas. Essa era a razão das gargalhadas quando Stana puxava Katherine para o seu colo enchendo-a de beijos. A roupa da menina encharcada. 
— Vamos ter que tomar um banho. Nós duas! Que tal na banheira, hein Katie? Podemos pegar seus brinquedos e fazer uma festa. 
— Sim! - a menina levantava os bracinhos. 
— Está rolando uma festa e ninguém me convidou? 
— Amor? O que faz em casa essa hora? 
— Alexi nos deu três horas de pausa para começar a montar a locação da noite. Tenho que voltar ao estúdio às seis então pensei em vir passar um tempo com vocês, mas já vi que estão muito ocupadas para me dar atenção. 
— Olha só, Kate! Daddy está sendo dramático. Aposto que quer beijo - a menina se levantou e saiu correndo na direção do pai. Nathan a carregou e os beijos rolaram soltos - acho que teremos que abortar nosso banho, meu amor. Vai ser algo rápido para você brincar com o daddy, ok? Está com fome, Nate? Vou preparar o lanche de Katherine e posso fazer algo para comer. 
— Posso tomar um café, mas melhor cuidar dela primeiro - Stana pegou a filha no colo e subiu as escadas. Meia hora depois, ela e a menina reaparecem cheirosas e com roupas limpas. Ela seguiu para a cozinha enquanto Nathan tomava conta da pequena.  
— Como estão as filmagens? Você está gostando? 
— O elenco é bacana e gosto muito da equipe técnica. Tem várias pessoas que trabalhavam conosco antes. A historia é interessante, acredito que sou eu que não está no clima para executar e pensar nisso tudo como uma potencial serie. 
— Entendo. Por acaso você usa um uniforme? - ela perguntou colocando o prato com as frutas e iogurte para Katherine na cadeira dela. 
— Por que o interesse, Staninha? 
— Ah, estou perguntando… policial, uniforme, um cacetete, algemas… juntando tudo isso e você, me parece uma combinação bem interessante, não? - ele já se aproximava dela colocando a filha na cadeira. Sussurrando no ouvido da esposa, perguntou. 
— E voce está insinuando o que exatamente? - Stana sentiu a nuca arrepiar. Sorriu. 
— Podemos fazer bom uso desse uniforme. Acha que consegue pegar emprestado no fim das filmagens? Pode ganhar um bonus com isso. 
— Eu adoro bonus. Considere feito, Staninha. 
— Ótimo, agora cuide do café enquanto faço uns sanduíches para nós. 
XXXXXXXX
Gigi estava saindo do escritório após um dia agitado. Não via a hora de tomar um banho demorado de espuma, de preferencia com o marido. Ela tinha visitado a obra de Sandra pela manhã, descobriu um problema na entrega e teve que retornar ao escritório para tratar com o fornecedor para retornar o material e expedir com urgência o que precisava. Tudo por conta do fornecedor que errou. Não ia pagar nem um centavo pela besteira que fizeram. Depois, Gary a chamou para ajuda-lo com um cliente indeciso. Depois de uma conversa de duas horas que quase fez Gigi perder a paciência, finalmente conseguiu driblar o cliente e fechar o projeto. Era isso, precisava desligar. 
Assim que saiu do prédio seu celular tocou. Só espero que não seja mais problemas com a obra de Sandra, pensou. 
— Alo? 
— Gigi? É Blake, esposa de Ryan? Tudo bem? 
— Olá, Blake. Como você está? Eu estou na correria. 
— É, eu sei. Falei com Sandra há alguns dias atrás. Ela me contou que a obra está evoluindo. 
— Está no inicio. Ainda tem muito chão. 
— Conhecendo você vai acabar daqui a um mês.
— Não tão rápido, Blake. Em que posso ajuda-la? Se for quanto a reforma do seu closet, vai ter que esperar. 
— Poxa, eu já ia chorar para você me encaixar no cronograma. Brincadeira, eu sei que está atarefada. Eu posso esperar. Na verdade, o motivo da minha ligação é outro. Talvez tenham outra pessoa precisando de uma ajuda de uma designer nota mil. 
— Blake, se continuar assim vou ser obrigada a pagar uma comissão para você! Outro cliente? 
— Sim, outra amiga. No caso dela, está com a obra em andamento ainda não terminou, mas outro dia resolveu sair para escolher itens de decoração e quase desistiu da obra. Ela precisa de orientação quanto a cores para as paredes, objetos para sala de estar e quarto, luminárias. Ela estava comentando sobre isso e lembrei de você. Falei sobre o seu trabalho, mas não disse seu nome. Queria checar com você primeiro se podia indica-la. Não é para agora, com o ritmo da reforma dela, diria que você tem uns dois meses. Apenas pensei que pudesse ajudar a ambas e checar se você está aberta a sugestões.
— Entendo. Agradeço sua ajuda, mas para ser bem honesta, eu estou um pouco assoberbada de trabalho e não posso pegar nenhum novo cliente em três meses. Se ainda assim você quiser oferecer meus serviços… 
— Três meses. É talvez tenha que checar com ela. Eu aviso quando descobrir. 
— Tudo bem. Você sabe como me encontrar. E quanto ao seu closet, deveria ser os três meses, mas se me ligar no fim do mês talvez tenha boas noticias para você, Blake. 
— Agora eu fiquei mais feliz com essa possibilidade. A gente se fala, Gigi. 
— Tchau, Blake. 
Gigi chegou em casa meia hora depois ainda com a cabeça matutando sobre os problemas que a cercaram o dia inteiro no trabalho. O telefonema de Blake apenas serviu para preocupa-la. A verdade era que Gigi começava a ver varias oportunidades surgindo, potenciais clientes querendo uma consulta, novos contratos e atrelado a tudo isso, ela prometera ao marido que iam engravidar. Como ela daria conta de tudo? Jeff sabia que havia algo incomodando a esposa quando ela entrou em casa e não reparou em sua presença muito menos no cheiro de queijo derretido e molho de tomate que tomava conta da sala. Mecanicamente, ela deixou a bolsa no sofá e já ia subir as escadas quando sentiu uma mão acariciar seu braço. Deu um pulo sendo pega de surpresa. 
— Meu Deus! 
— Está tudo bem, Gi? 
— Nossa! Sim, você me assustou - Jeff puxou a esposa forçando-a a olhar para ele. 
— Então por que tem uma ruga de preocupação na sua testa? Sei que não está tudo bem. Você nem percebeu o cheiro do jantar… é lasanha. E para completar nem me cumprimentou. O que foi, dia cheio? Problemas? - ela suspirou. 
— Desculpa, amor. É, tive um dia corrido especialmente no fim do expediente. Problemas, assuntos chatos, fornecedores errando e alguns contratempos. Sinto muito não ter reparado. Lasanha, você disse? - ela tentou esboçar um sorriso e beijou rapidamente os lábios dele - eu preciso de um banho antes e um comprimido. Vim dirigindo com uma dor de cabeça bem irritante. 
— Tudo bem, vá tomar seu banho. Nada de vinho para você hoje. 
— Como não? Lasanha e vinho é tudo que eu preciso para relaxar. Volto já - Jeff observou-a subindo as escadas. Sabia que ela não estava em um bom dia, ainda assim pretendia descobrir o que a chateou tanto.  
Gigi reapareceu na sala usando uma calça de moletom e uma camisa com manga comprida parte de um pijama. Os cabelos estavam soltos e o rosto limpo de maquiagem. Jeff sentiu o aroma do hidratante. 
— Está com fome? - ele entregou uma taça de vinho para ela. 
— Um pouco, não vou dispensar sua lasanha. 
— Como está a cabeça? Ainda com dor? 
— Melhorou um pouco. 
— Bom, a lasanha ficará pronta em dez minutos. Quer um pouco de salada? 
— Eu passo - ela sentou-se à mesa para esperar a massa. Jeff sentou-se ao lado dela em seus lugares cativos. 
— Vai me contar o que a aborreceu tanto? 
— Fornecedores incompententes. Eles entregaram o material errado. A brincadeira vai me custar pelo menos seis dias de atraso na reforma de Sandra. Tive que brigar feio com o cara. Depois ainda tive uma negociação difícil com outro fornecedor que não queria obedecer minha data e bateu o pé para não arcar com o custo logístico. Bando de lesmas que não entendem nada de negocio. Eu ainda facilitei o pagamento para ele. 
— Olha para você… uma verdadeira mulher de negócios. Imagino você discutindo com o fornecedor, fico excitado só de pensar a forma como dominou a conversa e fechou a negociação - ele sorria, Gigi suspirou. Nesse instante, o timer do forno avisa que a lasanha estava pronta - um minuto que nosso jantar está pronto - ele se levantou e com a luva abriu o forno para tirar a travessa de lasanha que borbulhava por causa da temperatura e da quantidade de queijo derretido. 
— Nossa! Está cheirando demais. 
— Espera até você provar - com cuidado, ele a serviu e repetiu o gesto enchendo seu prato - não prove ainda. Está muito quente, não quero que queime a lingua. Seria muito ruim para as atividades que teremos que desempenhar mais tarde, Gi - ela deu o primeiro sorriso genuíno da noite. 
— Safado! - mas levou a serio o conselho do marido - o mesmo vale para voce, Jeff. 
— Eu sei. Sou cuidadoso - eles concentraram-se novamente apenas na comida. Gigi saboreava a lasanha com gosto, gemidos escapavam aqui e ali de sua boca. Jeff também curtia o jantar, contudo observava o jeito da esposa ao comer. Tomando mais um gole de vinho e percebendo que ela estava quase acabando, resolveu perguntar o que queria desde quando ela chegara em casa. O real motivo porque ela estava preocupada ou chateada. 
— Estou vendo que gostou ou estava com muita fome. 
— Claro que amei, está deliciosa. Estou pensando se aguento mais um pedaço. Talvez um pequeno. 
— Que bom, acho que mais um pedacinho não vai lhe fazer mal - vendo Gigi servir-se de mais, ele julgou certo continuar a conversa - enquanto você saboreia seu segundo pedaço de lasanha, será que pode me dizer o que realmente a deixou tão chateada? Sei que não foi apenas o erro do seu fornecedor. Tem algo lhe perturbando, Gi e não adianta dizer que não, eu a conheço bem - Gigi baixou o rosto evitando encara-lo, levou outra garfada de lasanha à boca. Ganhava tempo para responder o que ele perguntava. Como poderia descrever a situação? Teria que ser honesta, mas as coisas ia parecer estranhas para Jeff, bobas inclusive. Por fim, ergueu a cabeça para fita-lo. 
— É um pouco de tudo. Meus projetos, o lado administrativo, gerenciar fornecedores que fazem besteira, potenciais novos clientes. Hoje mesmo ajudei Gary com um cliente dele e que já me alertou que a conta deve vir para minhas mãos assim como outra conta que Phillip conseguiu. Blake ainda quer meus serviços e talvez tenha outra cliente para mim no fim do mês. Além de ter que gerir os orçamentos, as equipes técnicas, as visitas a cliente e a equipe de arquitetos, designers e estagiários. Nos últimos meses, contratamos 3 novos designers e 2 estagiários. 
— Isso é excelente, Gigi. A firma está crescendo, você está cuidando mais da administração e de gerenciar como um todo. É exatamente o que se espera quando se é socio e o negocio é parte seu. E quanto as contas, quem mandou ser tão competente? Se você me dissesse que isso a incomodava há alguns meses atras, diria que seria devido à pressão. Mas você tem se saído uma excelente administradora… 
— Eu sei! E por isso eu acabo com minha agenda cheia. Tem o projeto da Sandra, minhas três outras contas, as potenciais novas contas que Gary mencionou, Blake, outro cliente. Basicamente eu tenho trabalho até o ano que vem sem parar. E como… como vou poder engravidar, Jeff? E-eu não sei como vou conseguir. Trabalhar grávida e largar vários projetos pela metade quando não puder mais ou adiar a gravidez? Claro que a segunda opção é péssima porque prometi a você e… e-eu não sei o que é certo. 
— Gigi, meu amor… - ele esticou a mão para apertar a dela. 
— Eu sei que gravidez não é doença e talvez eu esteja surtando e exagerando, porém não quero parar de trabalhar e não quero falhar na promessa que fiz a você para aumentar nossa familia. E-eu não quero decepciona-lo. 
— Você nunca poderia. Eu sei o quanto tudo isso significa para você, para nós. Não terá que parar de trabalhar exceto pelo tempo de licença maternidade. Não terá que desistir de nada, conseguirá fazer tudo o que precisa e deixar seus clientes satisfeitos. Eu sei que você pode. Voce é a minha super Gigi.  
— Você falando parece tudo fácil… 
— Porque é e será. Eu confio em você e nunca esqueça que estamos juntos nessa aventura - ela apertou a mão dele levando aos seus lábios. Mordiscou os nós dos dedos. 
— Você é incrível, Jeff. É impossível não dizer que não poderia fazer nada disso sem você. 
— Gi, somos uma dupla e tanto - ele inclinou-se sobre a mesa e beijou-lhe os lábios - que tal treinarmos um pouquinho? Você não queimou sua lingua, ahn? - ela riu. 
— Faça o teste… - levantou-se e sorveu os lábios dele com vontade. 

XXXXXX

Era sábado e infelizmente Nathan teve que ir filmar em uma locação que apenas estava disponível no fim de semana. Sozinha em casa, Stana decidiu que não queria ficar boiando na sala. Pegou o celular e ligou para a irmã com um convite. Ao quarto toque, Gigi atende se espreguiçando. 
— Hey, Gigi. Você ainda está dormindo? Olha só, Katherine, como sua tia é preguiçosa. 
— É sábado, sis. Dia de descanso e diversão. Ninguém acorda cedo no sábado - disse ainda bocejando. 
— Gigi, são onze da manhã. 
— Dindi, kiss kiss… - a menina se aproximava da tela beijando como sempre fazia com o pai. Gigi levantou-se da cama totalmente esquecida deixando o lençol escapar de suas mãos. 
— Oh! Voce está nua. Será que pode se cobrir com o lençol? 
— Ah, Stana não tem nada que você não tenha visto aqui. Eu disse que sábado é dia de diversão - piscou para a irmã. 
— Por favor, avise ao Jeff que estamos no FaceTime não quero ser acusada de ver meu cunhado como veio ao mundo. 
— Não se preocupe. Ele está na cozinha e vestido. Está preparando nosso brunch. Quais são as novidades,sis? 
— Nate está trabalhando hoje. Uma das locações que precisavam somente está disponível no fim de semana. Estou ligando para convida-la para um passeio comigo e Katherine. Não quero ficar sozinha mofando em casa. Que tal? Podemos passear, tomar um café, conversamos e voltamos para casa. Eu liguei para o Markus, mas Anne tem um aniversario à tarde. 
— Quer dizer que eu sou a segunda opção? Que triste! Acho que terei que recusar porque claramente fui trocada por uma menina de dez anos - Stana revirou os olhos. Claro que Gigi fizera de propósito para mexer com a irmã. 
— Deixa de ser dramática, Gigi. Eu queria que ela estivesse conosco também. Com quem você está aprendendo a ser tão sentimental? São os hormônios aflorando? Talvez Nate tenha razão. 
— Ouch! Você é rápida no contra-ataque. Vou falar com meu Jeff, se tiver tudo bem podemos ir. 
— Eff toso? 
— Sim, Katie. Vou assumir que a resposta é sim. Jeff não irá se importar nem um pouco - foi a vez de Gigi revirar os olhos. 
— Não tenha tanta certeza, é sábado e você não conhece minha arma secreta. 
— Maluca! Me liga para confirmar e claro que você virá nos buscar. 
— E ainda abusa… ai ai… essa sua mãe é muito folgada, fofinha. Ligo depois. 
Por volta das três da tarde, Gigi buzinava na frente da casa em Studio City. Stana estivera certa outra vez. Jeff acho que seria ótimo para as irmãs terem um tempo sozinhas. Segurando Katherine no colo e com a bolsa da menina nos ombros, Stana apareceu no portão carregando a cadeirinha da filha. 
— Você vai ter que segura-la um instante para eu amarrar a cadeira no banco - a menina se jogou para o colo de Gigi chamando-a e beijando-a. Certa de que a cadeira estava presa, Stana pegou a menina e a acomodou apertando o cinto de segurança e as alças - prontinho. Podemos ir. 
— Para aonde, madame? 
— Venice Beach. Tem um parque proximo à alguns metros da praia. Já te informo o endereço - ela mexeu no celular e mostrou a localização para a irmã. Levaram uns vinte minutos para chegar. Havia bastante estacionamento aos arredores do parque. Saltaram do carro e Stana liberou a filha. Gigi encarregou-se de carregar a bolsa com as coisas da sobrinha. Ainda com a filha no colo, Stana esperou estarem um uma area segura do parque próxima ao playground e distante das ruas para colocar Katherine no chão. Escolheu um banco para sentarem e jogou uma manta no chão com alguns brinquedos para que ela se divertisse. Obviamente sabia que a menina ia ficar interessada nos balanços e escorregador a sua frente. Por hora, queria entreter Katherine da maneira mais fácil. 
— Como descobriu esse lugar? 
— Nas minhas andanças de bicicleta. Aposto com você que a maioria das pessoas que moram aqui perto nem conhecem. Só pensam em sair de casa com carro. 
— Nem é assim, mas as pessoas tem rotinas apertadas. Nem todos são artistas, sis. Fora o seu marido te abandonar em um sábado, o que anda acontecendo na sua vida? Vi na internet que mais países irão exibir Absentia. E por aqui, nada? 
— Até agora nada. Temos confirmação de vários países da Europa e a Sony está finalizando as negociações com a Showcase no Canada. A america latina também está interessada e assinando com a Sony. 
— Sei que será um sucesso, sis. 
— Eu tenho algo para te perguntar, Gigi. 
— Se for da gravidez, pode esquecer. Estamos tentando e não fiz nenhum teste - Stana riu. 
— Não é sobre você, boba. Eu apenas queria saber onde você comprou aquelas calcinhas especiais. Estou pensando em comprar mais, só não sei como vou fazer isso porque não posso ir a um lugar daqueles, você sabe - Gigi arregalou os olhos e gargalhou. 
— Ora, ora, quem é a pervertida agora? Você já usou as três? - Stana anuiu - meu cunhado gostou mesmo, hein? Posso comprar mais para você. Para sua informação, eu não fui no sex shop. Pesquisei e comprei na internet. Mesmos sabores? 
— Sim, a de chocolate é a preferida. 
— Hum, acho que terei que encomendar umas para mim também. Meu Jeff precisa experimentar essa maravilha. 
— Eu pensei que você já tivesse testado com ele. 
— Não, Nathan foi a cobaia. Se ele gostou, o irmão vai gostar. 
— Mama, que ir ali… - Katherine apontou para os balanços. 
— Acho que terei que me render. Você se importa de ficar sozinha, sis, ou quer nos acompanhar? 
— E perder minha fofinha se divertindo nos balanços? De jeito nenhum! Vamos colocar esses brinquedos na bolsa e para o parquinho! - Stana sorriu, Gigi não ia deixar de fazer um escândalo com a menina. Elas se divertiram juntas. Katherine adorou o balanço e pedia mais o que Gigi obedecia. A mãe registrava tudo com fotos e videos. Nathan ia adorar ver a carinha de felicidade da menina. Depois de alguns momentos no escorregador, Stana decidiu que era hora de voltar. Passava um pouco das cinco da tarde quando as três caminhavam de volta ao carro. 
— Por que você não trouxe o carrinho dela? 
— Não achei necessário. Aquilo é enorme e Kate quer mesmo é andar. O carrinho só é bom quando ela dorme. O que não é o caso - a pequena andava ao lado da mãe e da dinda, Stana segurava a mão dela. Gigi carregava a bolsa da menina. 
— Onde vamos tomar nosso café? 
— Tem uma cafeteria a um quarteirão daqui muito boa. Serve café, chás, doces e uma variedade de sucos. É só continuarmos à esquerda e chegamos rápido, mas você, meu amor terá que vir para o colo - Stana ergueu a filha acomodando-a no colo. 
— Você se divertiu, meu amor? 
— Muito. Cookie, mama? 
— Está com fome? - elas já viravam a esquina, alheias ao movimento - tenho frutas para você. 
— Cookie, mama! 
— Ah, sis, esquece. Ela não vai sossegar enquanto você não der cookies. Foi assim com Jeff outro dia. E hoje é sábado, minha fofinha merece. 
— Cookie, dindi!   
— Stana? Wow! Stana Katic, quanto tempo! - ela congelou surpresa. Demorou alguns segundos para registrar a presença a sua frente. 
— Matt… Mitovich…sim, faz tempo - ela apertou a filha contra os braços. Gigi observava a cena tentando entender o que se passava. 
— Mesmo assim continuo acompanhando seu trabalho. Eu tive a oportunidade de ver o piloto de Absentia. Como sempre, você deu um show. A repercussão é muito boa, não sei porque as emissoras aqui estão demorando tanto para inserir a serie em sua programação. Com sua base de fãs eu estaria no pescoço da Sony - Matt olhava curioso para a criança no colo de Stana - e quem é essa bonequinha? É a sua cara exceto pelos olhos azuis maravilhosos… - Matt fez uma pausa para encarar Stana e depois tornou a olhar para a menina - esse tom de azul me lembra… - mas ela não deixou que Matt completasse a fala. 
— É minha sobrinha Kate. Essa é minha irmã, Gigi. Matt trabalha como editor na TVLine, nos conhecemos através de Castle - Matt olhou para a mulher ao lado de Stana. Sorriu. 
— Prazer. Sua filha é linda. Esses olhos então! 
— Iguais ao do pai. Meu marido tem olhos azuis encantadores - Gigi pegou a menina do colo da mãe e tratou de se livrar de Matt - está na hora do lanche, não fofinha? Não podemos nos atrasar que daddy está esperando, Katie. Vamos, Stana? 
— Oh! Sim, vamos. Desculpa, Matt. Temos que ir. 
— Tudo bem, bom te ver - ele deu um abraço e um beijo em Stana. Tornou a olhar com curiosidade para Katherine e se despediu de Gigi - tudo de bom para vocês, sua filha é linda. 
— Mama, cookie! - Katherine disse olhando para Stana. 
— Já sei, quer cookie então vamos andando - disse Gigi - tchau, Matt - elas apressaram o passo. De costas para Matt, ela tentava respirar e processar o que acabara de acontecer. Assim que entraram na cafeteria, Gigi olhou para a irmã. Estava pálida. 
— Stana, você parece que viu um fantasma. Sente-se. Vou pegar uma água para você e também comprar um café - ela rapidamente se dirigiu ao balcão e voltou com um copo com agua - beba - Stana obedeceu, depois  passou a mão nos cabelos - vou comprar o café, espere um minuto - Gigi retornou ao balcão ainda com Katherine nos braços ordenou as bebidas e dois brownies alem de dois cookies, um de aveia e um com gotas de chocolate. Pediu para a atendente levar até a sua mesa pois não teria mãos suficientes para carregar tudo. Sentou-se de frente para a irmã estendendo o copo - está melhor? Quer me contar porque ficou tão pálida de repente? Tem a ver com o tal Matt? Stana, você não teve nada com esse cara, teve? 
— Não! Que ideia, Gigi. Matt é um profissional, era reporter na época de Castle. Sempre admirou meu trabalho e ao contrario dos outros colegas de profissão, ele sempre me tratou muito bem. Não era evasivo. E-eu fiquei surpresa e preocupada. É a primeira vez que eu encontro alguém do ramo com Katherine. 
— Você acha que ele desconfiou? Eu vi a forma que ele olhou para a menina, mas acho que desencanou quando disse que era minha filha, afinal somos parecidas e eu fui bem convincente. 
— Ele ia mencionar os olhos, Gigi. Ele ia dizer que lembravam os de Nate. Tenho certeza. 
— Mesmo? Ele não sabe nada sobre a historia de vocês além daquilo que é especulado pela mídia, certo? 
— É, para ele eu e Nathan éramos colegas de trabalho e não muito íntimos. Matt sabia que nos dávamos bem e não acreditava nos lances das brigas, mas… 
— Mas? - Stana calou-se ao ver a garçonete se aproximar com o prato de doces. 
— Obrigada - disse Gigi - cookies para minha fofinha - entregou o cookie de aveia para Kate. Stana continuou. 
— Ele achava que Nate gostava de mim e vice-versa, porém quando ele começou a namorar antes de ficarmos juntos, Matt começou a não simpatizar com ele. Acho que o sentimento de Nate é reciproco. Ele sempre teve um pouco de ciúmes não pelo homem em si, pela maneira como ele me dava destaque e atenção. Pura bobagem. 
— Isso é passado, Stana, Vocês estão bem casados e felizes. 
— Esse é o ponto, Gigi. Estamos juntos, temos uma filha, porém o mundo não sabe disso. E o jeito como ele olhou para Katherine, era como se me perguntasse se ela era filha do Nate. Eu sei - baixou a cabeça - isso é um desastre. 
— Como sabe? Ele não disse nada e acho que você está imaginando coisas. Criando cenários na sua cabeça. Mesmo que desconfie não pode provar. Você é uma pessoa discreta e não acho que vai ficar te perseguindo por Los Angeles. Ele é um editor chefe, tem mais o que fazer do que ficar atacando de paparazzi. Esquece isso, sis. Está tudo bem. Coma seu brownie - Stana obedeceu a irmã, mas sua mente ainda pensava em como iria lidar com a situação. Precisava contar o que acontecera para Nathan. 
— Vou ter que contar para Nate. Não temos segredos e isso pode afetar nossos passos, nossas vidas. 
— Não acho, esse cara nem é famoso. Não é como se ele fosse o Ryan Phillip ou Ausielo. 
— Ele é muito conhecido e respeitado no mundo do entretenimento e com Nate voltando a filmar para tv, se virar serie… 
— Pare, sis. Você pensa demais, divaga demais. Respire por um instante e desligue para aproveitar o café e a companhia. Acho que está fazendo tempestade em copo d’agua - ela esticou a mão para tocar a de Stana - sis, vai ficar tudo bem - Stana suspirou. 
— Assim espero, Gigi. 
— Cookie, mama? - Kate oferecia o doce para Stana. Isso a fez sorrir e se acalmar um pouco. A menina notara que a mãe estava preocupada. Ela mordiscou um pedacinho do cookie. 
— Obrigada, meu amor - elas ficaram mais uns vinte minutos comendo e brincando com Kate. Gigi as deixou em casa e pediu calma para a irmã. 
Nathan chegou em casa passando da hora do jantar. Stana tinha alimentado e colocado Katherine para dormir. Estava na sala com o iPad nas mãos lendo seus emails e checando o twitter de Matt para ver se ele mencionara algo sobre seu encontro. Nada, o que ainda não a deixava aliviada, a parte difícil viria ao contar para Nathan. Ele se aproximou dela beijando-lhe o topo da cabeça. 
— Hey, amor. Guardou algo para eu comer? Estou faminto. Vou tomar um banho e já volto - ele ia subir as escadas quando parou e perguntou - faz tempo que Kate dormiu? 
— Uns quinze minutos. 
— Que pena! Amanhã eu brinco com ela - Stana o observou subindo as escadas. Assim que sumiu de suas vistas, ela levantou-se e seguiu para a cozinha. Não havia jantado, estava esperando por ele. 
Nathan reapareceu vinte minutos depois. Viu a esposa tirando uma travessa do microondas e colocando sobre a mesa. Ela se voltou para o forno tirando uma assadeira de lá. Ele se aproximou dela e acariciando seu rosto beijou-lhe os lábios. 
— Como foi seu dia, babe? 
— Produtivo, mas cansativo. Estávamos correndo contra o tempo. Alexi tinha que liberar o local antes das sete. Então você sabe, até recolher todo o material, cabeamento, promps, leva tempo. Esqueci de te falar, ontem encontrei Luke nos estúdios da Paramount. Está trabalhando em uns figurinos para Marlowe. Parece que a serie deles está em negociação para ser exibida pela rede. Ainda não está certo, segundo Luke. Ele comentou sobre você. Estava feliz de ver o sucesso que estava fazendo na Europa durante o festival de Monte Carlo. Eu tive que concordar. Disse que vi as noticias e que não esperava outra coisa de alguém tão talentosa como você. Ele concordou comigo. 
— É bom saber que ele continua em contato com Marlowe e Terri. Gosto tanto de Luke. Ele é um amor. 
— E como foi o seu dia? Katherine te deu muito trabalho. Ainda me sinto culpado por ter que trabalhar no sábado e deixar vocês duas sozinhas. 
— Nós ficamos bem. Coma antes que esfrie. É apenas lombo assado e uma quinoa temperada. Sei que não é sua comida preferida, mas… 
— Está ótimo! Vou pegar a pimenta na geladeira - viu Stana se servindo da quinoa - você não jantou? 
— Estava esperando por você. 
— Ah, Staninha… - ele deu outro beijo nela. Durante o jantar, Nathan comentava sobre uma determinada cena que tivera que fazer e como tinha sido fácil correr e gerenciar obstáculos. Comentou da sensação estranha em filmar um piloto com desconhecidos. Uma situação que Stana conhecia bem. Ao terminarem a refeição, Nathan serviu um pouco mais de vinho para ambos e foram para sala. Ela procurava o melhor momento para contar sobre o seu encontro com Matt. Sentados no sofá, ela terminou a bebida e esquivou-se do abraço de Nathan para colocar a taça na mesinha de centro. Fitou-o com cuidado, ele estava relaxado e parecia não notar a aflição dela. Melhor começar pela parte boa. 
— Eu sai com Katherine hoje. Eu e Gigi a levamos para o parquinho. Ela amou Nate, olha! - Stana mostrou as fotos da filha no balanço, escorregador, os sorrisos e os videos com os gritinhos de alegria e as gargalhadas das três. 
— Foi uma pequena festa. Onde fica esse parque? 
— Em Venice. Umas quadras da praia. Na direção oposta ao restaurante do Jon. Pretendia levar Anne conosco, mas ela tinha um aniversario. 
— Que bom que se divertiram, me faz sentir um pouco menos culpado. 
— Nate, tem mais uma coisa… - a voz de Stana fez com que o marido entendesse que havia algo a incomodando. O semblante dele mudara, tinha um ar preocupado, o mesmo que via na esposa. 
— O que foi? 
— E-eu…nós encontramos Matt, do TVLine - ela evitou fita-lo. 
— Stana… o que aconteceu? 
— E-ele viu Katherine e…primeiro pensou que era minha filha. Disse que era a minha cara e eu não sei mas tive a impressão que ele pareceu reconhecer os olhos. Achei que ia dizer que eram como os seus. Eu o cortei e falei que era minha sobrinha, Gigi tirou Kate do meu colo e falou que os olhos eram do marido. A-acho que ele comprou, pelo menos disse que eu e ela éramos bem parecidas. 
— Eu não acredito! Ele não falou mais nada? 
— Não, comentou da repercussão de absentia somente. Por sorte, Gigi contornou a situação e fomos embora. E-eu não sei… eu tenho checado os tweets dele, não disse nada. Espero que continue assim, Nate… eu…
— Isso é.. como isso foi acontecer? Você nos colocou em risco, Stana. Nosso relacionamento, nossa filha, ela foi exposta! Você não devia ter saído de casa. Sabe que é perigoso. Droga! - ele se erguera do sofá, caminhava de um lado para o outro - E esse cara, ele é esperto. Ele pode insinuar algo. No que você estava pensando? Expor Katherine… 
— E-eu sinto muito, Nate. Eu odeio ser prisioneira na minha própria casa, eu queria sair com a minha filha, me divertir! Não acha que eu mereço? Eu não podia imaginar! 
— Você não é prisioneira, nós combinamos e escolhemos esse caminho para nós. Manter segredo da nossa relação, da nossa familia por um tempo. Infelizmente, há consequências. Você sabe disso. Tudo que fazemos tem que ser bem pensado. Não podemos arriscar o que construimos por um momento fulgaz. No mínimo irresponsável. Porque você não queria ficar sozinha? 
— Eu não fiz de propósito, Nathan! Pare de jogar a culpa em mim! Matt não fez nada, ele já deve até ter esquecido. Não sou considerada uma celebridade em Hollywood que mereça destaque de paparazzi ou capa de revista. Eu queria me divertir com a minha filha. Estou te contando o que aconteceu porque não temos segredos um com o outro e me preocupo com a nossa relação, a nossa família! Se vai ficar emburrado e jogando a culpa em mim, eu prefiro não discutir mais. Eu vou dormir! - ela saiu apressada subindo as escadas. Nathan esmurrou o sofá e se deixou sentar. Frustado, levou a mão ao rosto. Detestava quando discutiam. 

Stana segurou as lagrimas até o momento que chegou ao quarto. Trocou de roupa e se enfiou nas cobertas. O choro corria livre. Detestava saber que ele tinha uma certa razão, detestava brigar e finalmente começava a admitir que detestava toda a situação. Ela temia por isso, pelo dia em que o segredo que juraram proteger se tornasse um peso em seus ombros. Seu medo era que aquilo pelo que lutaram tanto para cultivar e criar acabasse sendo um estopim pronto para tentar destruir o relacionamento tão importante que dividiam.              


Continua...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.46


Nota da Autora: Feliz 2019! Sim, eu sei que estou sumida, mas a vida tem diferentes caminhos e atividades para mim nesses ultimos meses e apesar da paixao por escrever, eu preciso faze-lo de forma diferente. Anyways, ai está mais um capitulo. Espero que gostem! 


Cap.46          
Castle prometera e não falhara, na manhã seguinte ele passou no apartamento de Paul cedo, logo que Kate saiu para o trabalho. Com Lily em seu colo, a bolsa pendurada nos ombros e um sorriso nos lábios, ele tocou a campainha. Audrey apareceu em um minuto escovando os dentes ainda embora já vestisse uma calça jeans, blusa de gola alta e um suéter sem manga por cima. 
— Quando você falou cedo imaginei umas dez da manhã. O alarme da cozinha acabou de tocar indicando nove. 
— O que eu posso fazer se minha mulher é uma workaholic? Noticias dos recém casados? 
— Que nada! Acho que esqueceram que nós existimos. 
— Isso é bom. Eles precisam desligar. Cadê o Charlie? 
— Na cozinha tomando café. Entre! Eu preciso ir no banheiro…- Castle caminhou até a cozinha. Charlie estava bebericando uma caneca de café e comia um pedaço de pão com queijo. Notou que havia frutas à mesa também. 
— Está pronto para sua aventura em Nova York? 
— Hey, Castle. Você chegou cedo. Ah, estou ansioso. Audrey me disse que iremos visitar a Lady? 
— Bem, ainda não é certo. Depende do tempo. Para ser sincero, tem coisas bem mais interessantes para se apreciar na cidade. Vou levado a um dos meus lugares preferidos. É lá que começaremos nosso passeio, mataremos dois coelhos com uma cajadada. Central Park e o Museu de Historia natural. 
— Ah, acho que é o único lugar sem comida que amo em Nova York - disse Audrey reaparecendo na sala pronta - e a biblioteca, claro! Hey, Lily - ela tirou a pequena dos braços de Castle - você está cada dia mais linda e a cara de sua mãe. 
— Também meu lugar favorito. Tenho que perguntar, que acha de comermos no Eataly hoje? A menos que tenha outra sugestão. Eu estou pensando em leva-los para jantar no Le Cirque à noite se sua mãe aparecer. 
— Não tenho qualquer objeção. Ainda tenho que levar o Charlie ao Chelsea market, a Dean & Deluca, tantos lugares! 
— Terão tempo para tudo. Podemos ir? - Charlie levantou-se rapidamente em direção ao banheiro. Dez minutos depois, eles saiam de casa. 
Castle não tinha a fama de bom anfitrião à toa. Enquanto passeava com os jovens, os entretida com historias e curiosidades da cidade, segredos e ainda incluía detalhes de algumas investigações que fizera com Kate. Como a historia do duelo no Central Park e o caso dos estudantes da escola particular que cometeram um crime. Claro que ele não deixou de comentar o quanto detestou o tal garoto assim que conversou com ele da primeira vez. 
— E ainda quis cantar a Beckett! Vocês acreditam na audácia? Nós não estávamos juntos ainda, não por minha culpa. Era tudo o que queria. 
— Ela já gostava de você? - perguntou Audrey. 
— Dizia que não, tudo da boca para fora. Ela já se sentia atraída por mim. Eu sabia quais botões apertar e era apenas nosso terceiro caso juntos. 
Eles continuaram suas aventuras por Nova York. Em outro lugar da cidade, Johanna e Paul conseguiram finalmente levantar da cama e ir para o banheiro. Era inevitável. Por mais que estivessem adorando, tinham que deixar o hotel. Castle enviara uma mensagem para os dois dizendo que saíra com Audrey e Charlie e não voltariam tao cedo. Obvio que o escritor queria dar mais privacidade para o casal. O chuveiro foi palco para mais uma rodada de prazer e meia hora depois eles deixavam o Four Seasons. 
De volta ao apartamento, eles resolveram comer algo. Johanna remexeu a geladeira em busca das sobras do jantar de ontem. Esquentou para os dois e no maior clima de romance, eles saborearam novamente a culinária de Audrey. Apos um pouco de mousse acompanhado de vinho, eles namoraram um pouco no sofá até decidirem ir para o quarto. Paul abraçou a esposa pela cintura. Ajeitou seus cabelos acariciando o rosto. 
— Quero fazer amor com você no nosso quarto, na nossa cama, agora como marido e mulher. Hoje e sempre. 
— Para a vida inteira, moreno. Vamos aproveitar todos os momentos que Castle nos deu para nos esbaldar - ele a ergueu do chão. Com Johanna em seu colo, ele se aproximou da cama e deixou-se cair com ela trocando um longo beijo. Esqueceriam de tudo e de todos por umas duas horas. 
XXXXXXX
Eram cinco da tarde quando Beckett se despediu de sua equipe e pegou o telefone para ligar para Castle. No terceiro toque, ele atendeu. Ela reconheceu de imediato onde estavam. High lane. Lily em seu colo tentava pegar o celular. 
— Castle, não está muito frio para você estar na High lane com Lily? Ela pode adoecer. 
— Olá, amor. Estávamos com saudades. Diga oi para a mamãe, Lily - a menina já abria o sorriso batendo palmas. 
— Hey, Lily. Está se divertindo, meu amor? Esse seu daddy é irresponsável. Está frio! 
— Nós já estávamos de saída e ela está agasalhada. Charlie estava tirando umas fotos. Você está livre do distrito? 
— Acabei de sair, por que? 
— Estava pensando em irmos jantar. Prometi para o Charlie que o levaria no Le Cirque. Podíamos ir todos juntos, que acha? 
— Por todos você está se referindo a nós, Audrey e Charlie? 
— Johanna e Paul também. Podíamos nos encontrar no apartamento deles. Charlie e Audrey querem tomar banho e trocar de roupa. É claro que você teria que ligar para ela, afinal não queremos surpreende-los em uma atividade comprometedora.  
— Certo. Por que você não vai para o loft, se arruma, pegamos as coisas de Lily e seguimos para o apartamento de Johanna com os dois? Não se preocupe que ligo para eles antes. 
— Não tinha pensado nisso. É melhor e se mamãe tiver em casa podemos deixar Lily com ela. 
— Não passe nossa responsabilidade para Martha. Ela já ficou com Lily ontem. 
— Estou apenas verificando as possibilidades. Se ao menos Alexis já estivesse aqui, tínhamos mais uma babá. 
— Castle! É nosso dever cuidar da nossa filha. 
— Tudo bem. Encontro você no loft em quinze minutos. 
Eles realmente foram para o loft. Castle ao ver a mãe não perdeu a oportunidade de perguntar se ela queria ficar com a neta, porem Kate o interrompeu e perguntou se Martha não gostaria de ir com eles. A sogra aceitou o convite de Kate. Meia hora depois, eles estavam prontos. Seguiram para o apartamento dos Gray, Kate já ligara para a amiga informando que iriam jantar juntos e passariam no apartamento entre meia hora talvez um pouco menos. Foram uns quarenta minutos na verdade. Encontraram Johanna e Paul devidamente arrumados na sala. Audrey correu para o banheiro da mãe, Charlie fez o mesmo usando o banheiro do quarto vizinho. Estando apenas os adultos na sala, a curiosidade de Kate falou mais alto. 
— Então, como vocês passaram a noite? Dormiram em algum momento? 
— Sim, nós dormimos e aproveitamos muito. Que hotel maravilhoso! 
— Eu sei, Castle já me levou lá. 
— Pelo menos alguém se divertiu porque me prometeram uma noite especial e não vi nada. 
— Quer parar de reclamar, Castle? Era sua filha que estava chorando. Acho que não gostou da mistura que dei de laranja e mamão como vitamina e teve dores de barriga, mas já está bem, né meu amor? 
— Ah, que bom - disse Johanna. 
— Nessas horas eles só querem a mãe - afirmou Martha. 
— Isso é verdade - disse Paul - lembro eu pequeno e doente agarrado na saia da mamãe. Ela teria adorado a Joh. 
— Faz tempo que ela se foi? 
— Cinco anos. 
— Ok, estamos prontos. Quero descobrir porque esse tal de Le Cirque é tão badalado - disse Audrey. 
— Não é nenhum restaurante super chique, Audrey. Foi onde sua mãe teve o primeiro encontro dela com Paul. E o filé é muito bom - disse Kate - acredito que seja apenas uma preferencia afetiva - eles deixaram o local rumo ao restaurante. Como era de se imaginar, o jantar foi excelente. Boa comida, bebida, muitas risadas, um clima de festa total. Ao final da noite, Lily dormia nos braços de Kate. Os amigos se despediram e prometeram se encontrar em breve, afinal Castle estava morrendo para saber o que Paul acho de seu livro. 
Em casa, Kate colocou a filha no berço satisfeita por ela estar melhor. Ao chegar no quarto encontrou o marido saindo do banheiro. Castle vestia um pijama de flanela, a camiseta com mangas curtas expondo os biceps fortes. Os cabelos estavam um pouco bagunçados do jeito que ela adorava, pois lhe dava um ar moleque. 
— Acho que ela dormirá a noite toda - ela se aproximou dele envolvendo os braços no pescoço de Castle - você está disposto? Quer se divertir um pouquinho? - a mão já descia apertando o membro sobre o tecido. A cara safada da esposa demonstrava o quanto ela queria recuperar o tempo perdido. Puxava o elástico do short para baixo fazendo-o cair até o meio dos joelhos. 
— Não sei, tem alguma chance da Nikki aparecer? - ela mordiscou os lábios dele e o empurrou na cama. Castle caiu sentado. Kate já se abaixava em direção ao membro que estava semi ereto. Acariciava-o com a mão e tornou a olhar para o marido. Podia ver a ansiedade e o desejo estampado no rosto. 
— Me diga você - foram as ultimas palavras dela antes de prova-lo. Depois desse passo foi fácil se perderem nos braços um do outro. 
XXXXXXX
Beckett não havia contado para Castle que tirara a sexta de folga. Deixara Ryan no comando do distrito. Sentia-a feliz por poder fazer isso mais frequentemente agora que seu amigo e Lieutenant está interessado em ajuda-la. Ao abrir os olhos, notou que Castle ainda dormia, tinha o lençol cobrindo o corpo da cintura para baixo. Estava nu assim como ela. Podia começar essa manhã de maneira interessante, não ouvira sons vindo do quarto de Lily o que significava que ela deveria estar dormindo. Melhor ainda. Ela passava a ponta dos dedos no peito dele. Ergueu um pouco o corpo da cama para se colocar sobre o peito dele. Os lábios foram beijar-lhe o pescoço descendo pelo peito. Inalava o cheiro dele. Suor, perfume e resquícios de seu próprio hidratante. Prova irrefutável da noite de amor que tiveram. Com o peso do seu corpo sobre o dele, ela encosta os lábios no ouvido dele. 
— Rick? Está na hora de acordar, gatinho… Rick… - ele arregalou os olhos assustado. Beckett percebeu o coração acelerado por baixo de sua mão. Tentou se levantar e quase acertou uma tapa nela que começou a rir. 
— Jesus! Quer me matar? 
— Eu só estava tentando acorda-lo… não quer se divertir? 
— Você fez isso de propósito, Kate. É maldade. 
— Por que, gatinho? - ela esfregou o nariz no dele - você precisava ver sua cara. Acha mesmo que Meredith poderia invadir nosso quarto e nossa cama? 
— É de Meredith que estamos falando. 
— Tudo bem, vamos nos ligar em coisas mais importantes. 
— Espera, que horas sao? Não deveria estar no distrito? 
— Eu sou a capitã. Tirei o dia de folga, o que quer dizer que será sua vez de “trabalhar”, Rick Castle. 
— Quando você diz trabalhar está se referindo a cama, certo?   
— O que você acha? 
— Queria apenas me certificar… - e puxou-a para um beijo. 
Mais tarde, Kate estava sentada à mesa brincando e alimentando a filha. Lily ria e soltava gritinhos com a mãe enquanto Castle cuidava do café. 
— Já que tirou a sexta de folga, o que pretende fazer? Alguma programação especial? 
— Você já terminou de mostrar Nova York para o Charlie? 
— Não ainda, pensei que talvez Johanna quisesse um tempo com a filha. 
— Cas, eles querem é ficar sozinhos. Voltam a trabalhar no domingo. Não vão ter outra folga tao cedo. Devíamos sequestrar os dois e deixar Joh e Paul se esbaldarem. 
— Terão folga no natal, não? Eu já os convidei para vir ao loft. 
— Você sabe muito bem o que quero dizer com folga. 
— Não é a melhor época do ano para ir aos Hamptons, mas poderíamos combinar de passar o fim de ano lá, que acha? 
— É uma boa ideia, mas podemos nos concentrar no agora? Vou ligar para a Joh, se tirarmos Audrey e Charlie de casa ela vai me agradecer. 
Kate tinha razão. Assim que ligou para a amiga e comentou o que pretendia, a sugestão foi aceita imediatamente. Meia hora depois, ela e Castle estacionavam na frente do prédio esperando pelos jovens com Lily. Visitaram a biblioteca, andaram por Chinatown, Little Italy e acabaram almoçando no Chelsea market com direito a sobremesa no Dean & Deluca. À tarde foi a vez do memorial do 11 de setembro e Brooklyn. Ao final da tarde, pararam em uma sorveteria italiana e terminaram o passeio no Battery park. Estava um dia bonito, nada de neve. O sol iluminava a cidade embora fizesse 6 graus. Eles conversavam animadamente e Charlie agradecera a hospitalidade de Castle e Beckett. 
— Terei o maior prazer de retribuir em Paris. Eu gostei muito de Nova York, é uma cidade movimentada, vibrante. As pessoas parecem estar sempre com pressa, mas você consegue observar diversão, alegria. 
— Você não acha parecida com Paris? 
— Não exatamente. As vezes acho que os parisienses não gostam de ter pessoas de fora em sua cidade. Turistas não são bem-vindos em minha opinião. Uma prova disse é a barreira que impõem com a lingua. 
— Eu não percebi isso, talvez porque falasse a lingua - disse Beckett - é um ponto interessante porque a cidade é famosa e depende do turismo economicamente. 
— Meu ponto. 
— Será o casal já está satisfeito? O que você acha, Castle? Vamos acabar com a festa deles? 
— Estava pensando no jantar. Vocês tem planos? Podemos preparar algo no apartamento e ficar por lá. 
— Seria uma boa ideia, mas vocês ainda não enjoaram de nós? - perguntou Audrey. 
— Claro que não, Audrey. Embora eu não concorde com a ideia. Sei muito bem que o plano de Castle tem segundas intenções. Quer jogar. E você esqueceu que sua filha chega amanhã? Não vai preparar nada? Nem sei como está o quarto de Alexis. 
— Não há nenhuma agenda, você que vê maldade em tudo. Nem tinha pensado em jogo. 
— E eu nasci ontem, Castle. Vou ligar para Joh avisando que estamos voltando - quinze minutos depois, eles paravam na frente do prédio e mesmo com a insistência de Johanna para subirem para um café, Kate se viu obrigada a recusar o convite. Contudo não contava com a presença de Johanna na portaria e acabou subindo - Joh, estou falando serio, é um café e vamos embora. 
— Se você acha que está atrapalhando, está errada. Eu e Paul precisamos de um descanso. Acredite, vamos acabar batendo seu recorde - Kate ergueu as sobrancelhas sem entender a colocação da amiga, Johanna cochichou ao ouvido dela - já chegamos aos três orgasmos nessa tarde, se você continuar nos dando espaço vou bater o seu recorde. 
— Melhor você atualizar essa sua contagem, eu e Castle já estamos em quatro - Johanna arregalou os olhos. 
— Filha da mãe! Quando? Como? - a voz de Johanna elevada. 
— Está tudo bem com vocês? - perguntou Castle. 
— Tudo ótimo, Castle - Kate tornou a fitar a amiga, o sorriso safado no rosto. Quase sussurrando, ela falou - na noite do lançamento de Before Dawn, o que posso dizer? É o efeito Nikki e um pouco de poesia. 
— Coelhinha safada… - murmurou Johanna rindo da amiga. Eles sentaram-se ao redor da mesa. Audrey tomara a frente e enquanto Paul colocava a cafeteira para trabalhar, ela ajudava o médico a preparar as torradas francesas e uns sanduíches de queijo quente. Em pouco tempo eles saboreavam o pequeno lanche. 
Castle comentou que Alexis estava chegando no dia seguinte e que estava ansioso para ouvir as novidades. 
— Eu sei que ele está morrendo de saudades, mas será que vai ficar feliz se Alexis trouxer o namorado? 
— Namorado? - ele olhava em pânico para Kate - como assim? Do que você está falando? Sabe de algo que eu não sei? Kate, por favor… - Beckett caiu na gargalhada. 
— Castle, até eu percebi que ela estava implicando com você - disse Paul. 
— Sem graça, isso é um assunto muito sério, Kate. 
— O que? Você acha que esse tempo que Alexis está em Londres ela não namorou, não fez sexo ou… 
— Pare! Por favor, pare de colocar imagens na minha mente! 
— Melhor mudar de assunto - disse Paul - vocês já tem planos para a próxima semana? Eu e Joh voltaremos aos plantões amanhã. Como pretendem passar os dias, Audrey? 
— Ainda temos muito o que explorar na cidade. Eu e Charlie temos vários lugares para ir ainda. 
— Falando em planos, já sabem o que vão fazer no ano novo? Estão de plantão? Vocês não esqueceram de pedir a folga no natal, certo? Cearemos todos juntos lá em casa. 
— Está tudo acertado. Daniel é judeu, ele vai trabalhar no natal. E quanto ao ano novo deixaremos os residentes de plantão, embora ainda não tenhamos ideia do que faremos. 
— Agora tem. Estou convidando-os oficialmente para passar a véspera de ano novo nos Hamptons conosco. É uma forma de Charlie conhecer o local também, não é a melhor época, o clima de inverno não ajuda, mesmo assim é possível desfrutar de coisas boas. 
— Como os frutos do mar - disse Kate - são divinos. 
— Acho que não podemos deixar de aceitar o convite. Vai sem bom para todos - disse Paul. 
— E dá para ver os fogos da minha casa. Vamos torcer para uma noite limpa e sem neve - eles continuaram conversando por um bom tempo até que Kate se levantou com Lily dormindo em seus braços e chamou o marido para irem para casa. Ela ainda queria se certificar que a casa estava arrumada e o quarto de Alexis pronto para recebe-la. Despediram-se. 
No dia seguinte, passava das dez da manhã. Kate estava na cozinha preparando uma vitaminada de frutas para Lily e fazendo um novo café para si. A filha na cadeirinha se divertindo com uns pedacinhos de banana. Beckett sorria admirando o jeito da pequena, toda lambuzada com a banana. Já sabia que sua próxima atividade era dar banho nela. As duas curtiam um momento juntas. Não perceberam o barulho na porta. 
Alexis entrou no loft empurrando uma mala. Vendo o silencio da sala, ela chamou. 
— Pai! Vó! Cadê todo mundo? Kate? Pai! - achou estranho. Não podiam estar dormindo a essa hora - Pai! - Kate ouviu finalmente e respondeu. 
— Na cozinha! - Alexis apareceu na frente do balcão. Viu que Kate estava sozinha e Lily sentada na cadeira - hey, Alexis! Esperávamos você somente à noite. Seu pai disse que chegava às oito. 
— Da manhã - ela riu. 
— Nossa! Você está bonita. Seu rosto, seu semblante…. não sei, está relaxada. É o ar de Londres que está de fazendo bem ou alguém com o sotaque britânico? 
— É a cidade mesmo, a aventura, o trabalho. E meu pai? 
— Saiu para o mercado. Ele percebeu que não tinha marshmallows e você sabe que ele está louco para fazer um chocolate quente especial para você. Só espero que não invente de fazer aqueles chomeletes dele. 
— Por Deus, não! 
— Sua vó está lá em cima. Eu estou alimentando Lily - Alexis finalmente se virou para fitar a criança pela primeira vez. Levou a mão no rosto. 
— Ah, Kate! Ela é linda. Hey, Lily… sabe quem sou eu? Alexis, sua irmã. Como ela parece com você. Não tem nada do papai. 
— Tem sim, o traseiro - elas riram - sugiro você esperar eu dar banho nela para carrega-la. Ela está toda grudenta por causa da banana. 
— Que nada! Eu preciso de um banho mesmo. Quer vir para o meu colo, Lily? - a pequena sorria para Alexis. Não era de estranhar ninguém. Enquanto a ruiva carregava a irmã e conversava com voz de bebê com ela, outra ruiva surgiu na sala. 
— Katherine, você sabe o que… Alexis! Oh, você está aqui. 
— Oi, vó. 
— Minha menina, que saudades! Não ganho um abraço? Você já está bem à vontade com Lily - a neta se aproximou da avó abraçando-a e beijando-a. 
— Você não acha que ela está maravilhosa, Katherine? 
— Eu disse a ela. O ar de Londres fez muito bem a ela. 
— Nossa! Você é bem pesadinha, não Lily? Olha essas pernocas! 
— Come muito bem, esse é o motivo - elas ouvem um barulho na sala seguido de uma voz. 
— Kate, ainda bem que fui no mercado porque não acredito que tenha pancheta suficiente para fazer o carbonara e… - o rosto de Castle se iluminou ao ver a filha - Alexis! Eu estava…você só chegava à noite. 
— De jeito nenhum. Oito horas da manhã, pai - entregando a pequena para Kate, ela correu para abraça-lo jogando-se em seus braços. 
— Oh, filha… que saudades - ele beijava seu rosto e o topo da cabeça. 
— Vou deixar vocês conversarem. Alguém precisa de um banho urgente - Beckett se ausentou deixando pai e filha curtirem o momento. Ela também ia se divertir com sua Lily. Eles conversaram por meia hora, Alexis se recusou a responder a maioria das perguntas do pai alegando que faria isso durante o jantar. Persuadiu o pai a preparar um chocolate quente especial para ela, o que Castle fez todo empolgado. 
— Delicioso como sempre, pai. Agora eu preciso de um banho, essa viagem longa acaba com a gente e ainda tem o jetlag. 
— Isso! Tome um longo banho quente, relaxe. Devia tentar dormir, Alexis. Nós a chamaremos para o jantar. 
— Não posso dormir ou vou virar zumbi. Depois do banho eu desço para brincar um pouco com Lily se ela não estiver dormindo - subiu as escadas. Quando Kate voltou para a sala com Lily no colo, encontrou o marido sozinho guardando as compras. 
— Cadê a Alexis? 
— Foi tomar banho e descansar. Eu não pretendia cozinhar no almoço, achei que pediríamos algo. Não esperava que ela chegasse agora. 
— Ela disse que você entendeu errado, o que não é do seu feitio. Se bem que ficou tão excitado ao saber que ela estava vindo que não duvido que tenha se atrapalhado - ela se aproximou acariciando o peito dele - está feliz, babe? 
— Muito. Toda a minha familia reunida, as pessoas que mais amo. As mulheres da minha vida - ela beijou-lhe carinhosamente os lábios. 
— Não se preocupe com o almoço, siga com seu plano. Acho que Alexis nem deve estar com vontade de comer. Deixe para usar seus talentos no jantar, escritor - ele acabou seguindo o conselho da esposa e pediu comida chinesa. Beckett estava certa sobre Alexis. Duas horas depois, ela desceu e quando Castle ofereceu comida, ela se contentou com dois rolinhos primavera e um guioza.
— E quanto ao seu novo livro? Eu vi as criticas. Foi muito bem recebido. Será que ganharei um exemplar? Estou curiosa. 
— Claro que sim, guardei um exemplar especialmente para você. Está no escritório, vou buscar - ele saiu às pressas, adorava quando sua garotinha queria saber do seu trabalho. Voltou mais rápido que podia - aqui. Até autografei para você. É a primeira edição, ou melhor, primeira prensagem. 
— Você se incomoda se eu subir e começar a ler agora? 
— Claro que não! Quero saber suas impressões depois do jantar. 
— Pai, eu não vou terminar até o jantar. Talvez amanhã ou depois se eu não estiver muito cansada e ainda quero brincar com Lily. Eu preciso passar um tempo com minha irmãzinha para ver se ela gosta de mim e não vai me esquecer depois que eu for embora.  
— Dê um tempo para ela, Castle - Alexis sorriu para Kate e subiu as escadas - e você não vai começar a pensar no jantar? A cozinha é toda sua.  
— Você viu isso, Kate? Ela chamou Lily de “minha irmãzinha"… acho que Londres fez muito bem a ela. 
— Parece que sim. Agora pare de babar, papai e trate de preparar um ótimo jantar. 
— Desde quando fiz um carbonara ruim? 
Por volta das oito da noite, eles estavam reunidos ao redor da mesa. Kate estava finalizando o jantar de Lily. A menina comia com gosto enquanto Alexis observava e mexia com a pequena. Castle estava esperando sua esposa terminar para então colocar a massa para cozinhar. 
— Muito bem, Lily. Comeu tudinho. Vou buscar seu suco de maçã. Alexis, pode ficar de olho nela? 
— Sim, pode deixar - Martha aproveitou o momento para pegar a garrafa de vinho na geladeira e as taças. Serviu três. 
— Você quer vinho, Alexis? 
— Não, vó. Estou bem - Martha estendeu a taça para o filho e a nora, Kate entregou a mamadeira para Alexis. A jovem ofereceu para a pequena que aceitou no mesmo instante. 
— Quando ela estiver sonolenta eu faço uma mamadeira de leite que vai derruba-la rapidinho. Acho que já pode cuidar da massa, babe. 
— Deixa comigo - quinze minutos depois eles saboreavam o carbonara. Quem iniciou a conversa sobre as novidades foi Martha porque duvidava que seu filho fosse querer saber as mesmas coisas que ela sobre Londres. Porem, para não deixa-lo chateado logo de inicio, ela começou a conversa falando dele. 
— Como você já deve ter lido na internet, o ultimo evento de seu pai foi um sucesso. A crítica e os leitores amaram a nova historia não foi à toa que chegou a lista dos mais vendidos. O melhor mesmo foi a entrevista de Katherine colocando aquela reporter do Ledger no lugar dela. 
— Mãe, nem foi tanto assim. Ela é uma boa reporter. 
— Não é mesmo - disse Alexis - nunca gostei da forma que ela escrevia sobre os seus livros, na verdade ela se concentrava em falar mais do escritor do que da historia. Sei lá, ela não me parecia sincera. Acho que só queria chamar sua atenção, pai. Queria sair com você. Kate fez bem. 
— Até tu, Alexis? - ele fez cara de drama. 
— Não se faça de desentendido. No fundo, sempre soube o que ela queria. 
— Vamos mudar de assunto - disse Kate - por que não nos conta como anda sua vida em Londres? Quais as suas novidades? 
— Ah, Londres é tão incrível. As pessoas, as misturas, cosmopolita e ao mesmo tempo tradicional. A Universidade é ótima, as experiências académicas foram de grande valor e agora com o trabalho acredito que estou no lugar certo. 
— E a vida em geral? - perguntou Martha - nada excitante? Ninguém especial? 
— Mãe! Alexis acabou de falar dos estudos, carreira. É claro que ela não tem interesse no que você está sugerindo. 
— Por que não? - se intrometeu Kate - ela é jovem, tem que viver e aquele sotaque é tentador, não? - Alexis riu ao reparar nas caretas do pai. 
— Sim, estou focada nos estudos e na minha carreira. Tenho muito o que aprender, porem sempre se arranja tempo para se divertir. Londres é bem eclética. Eu não estou namorando ninguém serio - ela viu o semblante de Castle amenizar e ele suspirou de alivio, por pouco tempo - mas eu tive uns namoricos, umas experiências. Namorei um escocês muito bonito, um irlandês e se vocês pensam que o sotaque britânico é irresistível, tem que ouvir um irlandês falando. Ah, e teve o Pablo, de Madri. 
— Madri? Mas você está em Londres! Como namorou um cara da Espanha? 
— Londres tem gente de toda a parte do mundo, pai. Tem sido bem interessante. 
— Alexis, você está na Europa há menos de um ano e já ficou com todos esses caras! 
— Ela tem a quem puxar - disse Kate - DNA não mente. Ou você já esqueceu da sua fase de playboy e page 6, Castle? - Martha ria. 
— Bem lembrado, Katherine. 
— Hey! Querem parar? Não tem graça. Alexis não tem apenas meu DNA, isso é culpa da Meredith - as três riam do jeito de Castle, ele olhou sério para Kate, a irritação claramente exposta em seu rosto - e caso você tenha esquecido, Kate, a Lily não é somente minha filha, ela tem seu DNA, você já parou para pensar como ela vai ser? 
— E dai, Castle? Todos tem direito a experimentar, viver, errar. Faz parte do aprendizado. Com Lily e Alexis não pode ser diferente só porque elas são suas filhas. 
— Vai pensando assim, vai pagar sua lingua, Kate Beckett. 
— Deixa de ser bobo, Richard. Alexis, aproveite mesmo. Você já teve a chance de viajar pela Europa? Foi a Italia? Amsterdã? Diga que provou o bolinho de maconha! 
— Mae! - Alexis gargalhava. 
— Ainda não, vó. Eu estou esperando o proximo verão. Em resumo, eu estou adorando Londres e a experiência profissional está longe de acabar. Kate, acho que alguém está com sono. 
— É verdade, vou fazer o leitinho dela - Kate se levantou da mesa. Todos já haviam terminado de comer. 
— E como estava o carbonara? 
— Ainda pergunta, pai? Meu prato está limpo. Delicioso como sempre. 
— Ótimo. Amanhã vamos ao Le Cirque. Aposto que está com saudades do filé e da cheesecake. 
— Apesar de estar comendo muito bem em Londres, algumas coisas apenas lembram nossa casa. E qual a sobremesa de hoje? 
— Tem sorvete e vou preparar um chocolate quente especial para você. 
— Eu aceito - Kate pegou Lily nos braços e seguiu para o quarto, em quinze minutos estava de volta. A menina tomara toda a mamadeira e apagara. Castle fez questão de preparar uma caneca de chocolate para a esposa também. Martha continuava no vinho. Eles conversaram um pouco mais até Alexis dar sinais de cansaço - acho que preciso me deitar. O jetlag me pegou. Estou cansada e talvez consiga dormir a noite toda. 
— Isso, melhor descansar, kiddo. Você tem muitos dias para matar a saudade de tudo em Nova York. Sem contar o natal e o ano novo. Ou você duvida que seu pai vai fazer uma festa enorme para um batalhão? 
— É um natal em familia, mãe. 
— Sim, sabemos disso, pai. Boa noite - ela beijou o rosto do pai - obrigada pelo chocolate quente. Gosto de casa. Boa noite, Kate. Você vem agora, vó? 
— Sim, kiddo. Boa noite para vocês - e abraçada a vó, Alexis subiu as escadas rumo ao seu antigo quarto. 
No dia seguinte, logo após o café Alexis se ofereceu para cuidar de Lily. Kate precisava ir a 1PP para uma reunião às onze e não se importou em aceitar a ajuda, afinal Castle ia adorar passar o dia com suas garotas. Beckett ligou para Ryan avisando da reunião e pedindo para o Lieutenant fazer um resumo dos acontecimentos e dos casos pendentes dos últimos dias. Meia hora depois, ela beijava o marido e a filha e saia para o trabalho. 
O dia correu muito bem para os Castles. Com as atividades de fim de ano, os números de assassinatos em Nova York aumentavam o que geraria trabalho extra para os detetives do 12th distrito. Felizmente, os motivos eram sempre os mesmos: dinheiro, brigas em familia, alguns suicídios, amantes. Beckett não entendia como essa época deixava as pessoas alteradas, nervosas e no limite. Terminada a reunião com Gates, ela se dedicou a preparar a escala de fim de ano para o natal e o ano novo. Ryan pedira para ficar de folga na véspera do natal e no primeiro dia do ano. Espo se ofereceu para trabalhar no dia 24 e 25 de dezembro e folgar na véspera de ano novo assim como no primeiro dia do ano. Beckett não se importava. Havia vários detetives disponíveis para dividirem os demais dias e a escala tornou-se fácil. Ela enviou por email também informando a sua ausência e as pessoas no comando nas respectivas datas que cobriam as duas semanas do fim do ano. 
Ao chegar em casa, encontrou Alexis dando umas frutas para Lily. A menina parecia muito interessada na comida e na companhia. 
— Hey, Lily! Mommy chegou. Você está gostando da companhia de Alexis? - ela beijou o topo da cabecinha da filha - e cadê o seu pai? Ele era quem devia estar cuidando de você. Aposto que Alexis já está cansada. 
— Que nada, Kate. Lily é ótima. Nós brincamos, ela dormiu antes das três horas e tornou a acordar há pouco. Papai está no escritório. Disse que eu poderia dar as frutas para ela porque não sabia que horas você viria para casa, mas vovó fez uma sopinha para ela. É só esquentar. 
— Tudo bem. Seu pai não tem jeito. Coloca todo mundo para trabalhar para ele. Vamos sair para jantar? 
— Sim. Ele disse que fez a reserva para às oito - Beckett checou o relógio ainda eram seis. 
— Temos tempo. Vou tomar um banho para dar o jantar de Lily assim você pode se arrumar também. Kate desapareceu em direção ao escritório. Castle estava concentrado digitando.  Ela procurou não fazer barulho e se encaminhou para trás da cadeira. Conhecia bem o nível de concentração do escritor. Ele sequer piscava. Apenas quando ela o abraçou envolvendo seus braços no pescoço dele foi que piscou e sorriu. Kate beijou o rosto dele. 
— Por que está tão concentrado? 
— Estou trabalhando. No meio de um capitulo do prequel. 
— E deixou sua filha cuidando de Lily? Alexis deve querer um tempo para ela, Cas. 
— Ela disse que queria ficar com a irmã. Fiz reserva para hoje à noite. Devemos levar Lily? 
— Claro que sim. Martha quer jantar com a neta também. Vou tomar banho e dar o jantar dela - beijou o rosto de Castle novamente, ele a puxou para um beijo nos lábios. Ela sorriu e se afastou. Já na porta, ela se virou para encara-lo - à propósito, eu terminei a escala do distrito. Estou livre para o natal e o ano novo. 
— Excelente! 
Mais tarde, quando Kate apareceu na sala encontrou Alexis sentada no tapetinho colorido de Lily e a menina sentada entre suas pernas brincando com uma bola que se iluminava assim que quicasse o chão. Kate podia ouvir o riso gostoso da filha. 
— Ela está se divertindo. Quer deixa-la comigo para se arrumar? 
— Termine de preparar o seu jantar então eu vou. 
— Certo - Kate seguiu para a cozinha. A bola escapuliu das mãos de Alexis rolando na frente de Lily e parando a uma certa distância da menina. Lily impulsionou o corpo na direção do objeto, as perninhas acompanhavam o ritmo. Alexis olhava encantada enquanto Lily seguia para a bola. 
— Você não me disse que ela já engatinha, Kate. 
— O que você disse, Alexis? - Kate apareceu com o prato de sopa nas mãos tentando esfria-lo um pouco. Alexis repetiu. 
— Você não me disse que Lily engatinha. 
— Porque ela não faz isso ainda - Alexis apontou para onde a menina ia - meu Deus! 
— É a primeira vez? 
— É! Oh, meu Deus! Castle vai pirar. Cadê meu celular? Castle! - ela gritava - Vem aqui! Rápido! - Alexis já filmava com o seu celular - olha esse traseiro, digno de Castle. 
— O que houve? Tudo bem? 
— Olha! - Kate apontou para Lily que finalmente alcançava a bola apenas para deixa-la escapar um pouco mais. Novamente, Lily empinou o bumbum e engatinhou na direção da bola. 
— Ah, ela está engatinhando! - olhava para a menina e depois para Kate. No rosto de ambos, felicidade e orgulho. 
— Assim que ela alcançar a bola, vou ergue-la. Preciso dar o jantar - ela sentiu os braços de Castle na sua cintura, ele beijou o pescoço da esposa - reparou no traseiro, daddy? - Kate riu. 
— Nossa menininha, Kate. Nossa Lily engatinhando. 

— É, somos dois pais babões - ela acariciou o braço dele com a mão e deixou a pequena aproveitar um pouquinho mais sua liberdade. 


Continua....