terça-feira, 29 de maio de 2012

[Castle Fic] Starting Over... - Cap.1



Starting Over...

Autora: Karen Jobim

Classificação: PG-13/NC-17

Gênero: AU

Advertências: Angst,Romance – após Always

Capítulos: 1 de ?

Completa: [ ] Sim [x] Não

Resumo: Beckett e Castle estão finalmente juntos. Tudo mudou. Kate não é mais a detetive da NYPD e terá que se ajustar ao novo estilo de vida, decidir o que deverá fazer. Agora, tudo é novidade mas por quanto tempo ela gostará de brincar de casinha? E como andará a vida no 12th distrito após sua demissão?

Nota da Autora: Essa fic se passa depois da SF para analisar exatamente como seria essa nova fase da vida de Castle e Beckett. É claro que ainda estou sobre o efeito de Always e vocês verão muitos momentos cutes e NC’s. acalmem-se! Nem sempre o mundo será cor de rosa. Pra passar o hiatus.

Enjoy!

NC-17 ! Be aware...

Starting Over



Cap.1 

Kate estava deitada na cama. Já passava das dez da manhã e ela não pretendia levantar-se tão cedo. Pudera, passara a noite toda em claro. E não se arrependia um só minuto por isso. Eles foram dormir quase cinco da manhã. Um sorriso despontou em seu rosto lembrando das horas de prazer que vivera com ele. Castle. Não devia ter esperado tanto se soubesse o quanto seria bom estar nos braços dele.



Ela se aconchegou procurando pelo corpo dele para aquece-la. Descobriu que ele dormia de bruços com um dos braços sobre a cintura dela num instinto quase de possessão, como se quisesse assegurar que ela não fugiria. Ela rolou pela cama até deitar-se sobre as costas dele. Começou beijando o pescoço, os ombros e retornou a orelha logo que viu um suspiro escapar dos lábios dele dando lugar a um sorriso.



- Acorda dorminhoco...



- Que horas são? Ele perguntou sem se mover. Ela mordiscou o lóbulo da orelha dele e respondeu.



- Passa das 10, hora de me dar bom dia e tomar café... ela mordeu o ombro dele e saindo das costas de Castle se pos de frente para ele encarando-o. Ele ajeitou-se e acariciou o braço dela de leve antes de aproximar-se para beijá-la. Ela colou o corpo no dele aprofundando o beijo. Desde a primeira vez que o beijou, Kate ficou imaginando quando poderia repetir a dose, sim, ele era muito bom nisso. Podia passar horas somente agarrada aqueles lábios. Os pensamentos logo despertaram outro desejo. Ela sentiu a pele arrepiar quando ele massageou um dos seus seios com os dedos brincando com o mamilo. Gemeu em aprovação ao que ele estava fazendo. Já animada com a idéia de sexo matinal, ela empurrou-o de leve e deitou-se sobre a cintura dele sem quebrar o beijo. Sentiu as mãos deles deslizarem pelo corpo até a cintura indo fixar-se no bumbum. Ela quebrou o beijo para olhar para ele.



- Já está querendo mais, Kate?



- Por que? Nao me diga que não consegue armar o castelo pela manhã? Ela provocou.



- Não provoca... e apertou um mamilo dela entre os dedos, fazendo-a gritar – vou te mostrar como é um bom dia de verdade. O membro já estava pronto para recebê-la. Ela ergueu-se um pouco apenas para posicionar-se sobre ele sentindo aos poucos a sensação de preenchimento vencer o vazio. Ele a guiava calmamente pela cintura até estar totalmente dentro dela. Em questão de minutos, eles trabalhavam juntos, ritmados, não tinham pressa para nada. Tudo o que importava era estarem juntos.



Meia hora depois, ela andava preguiçosamente rumo a cozinha, Castle já se levantara e estava no banheiro. A exemplo do que ela fez da outra vez que dormira no apartamento dele, começou a preparar ovos para o café da manhã. Quando ele desceu, ela estava quase terminando.



- Hey, está quase pronto. Você pode preparar o café? Você é bem melhor do que eu nessa área.



- Como é? Isso foi um elogio?



- Você sabe que eu gosto do seu café... sou um desastre pra preparar a dosagem certa.



- Nossa! Estou lisonjeado. Não é todo dia que se recebe um elogio da poderosa Kate Beckett...



- Vem cá... – ela o puxou pela camisa e tascou um beijo nele – pronto, agora sim pode se sentir lisonjeado. E prepare logo meu café, meu corpo já está sentindo falta.



- Sempre mandona...



Ele ficou ao lado dela na pequena cozinha americana e fez o que ela pediu. Sentados à mesa, Castle provava os ovos enquanto ela se deliciava com o café. Na noite anterior, após fazer amor com ele, ela contara que pedira demissão. Ele mostrou-se preocupado com a decisão dela, mas Kate soube como acalmar o coração dele. Agora, ela precisava descansar.



- Quais são seus planos para hoje?



- Não sei, Alexis deve voltar até a hora do almoço e vai viajar depois de amanhã de férias com uma amiga antes da faculdade começar. Mãe está nos Hamptons. O que você quer fazer?



- Hum... você ainda me deve aquelas férias em Hamptons... – ela começava a acariciar a coxa dele, um sorriso safado formava-se no rosto de Kate – me dê seu telefone.



- Pra que? Ele olhava para ela assustado.



- Castle, apenas me dê.



Ele entregou o celular para ela e com facilidade encontrou o número de Martha. Após dois toques, ela atendeu.



- Hey, kiddo! Já com saudades de mim? Já disse que pode vir ficar comigo pra curtir sua fossa por causa da Kate.



- Olá, Martha! É a Kate... – ela ria sozinha imaginando a cara de Martha agora.



- Kate?! Mas esse telefone...OMG! O que eu falei? Kate eu ...



- Hey, tudo bem, você não disse nenhuma mentira. E estou sim ligando do celular do seu filho. Esse convite estende-se a mim?



- Convite?! Oh, é o que eu estou pensando querida?



- É...



- Ah, Kate... você não sabe como estou feliz ao ouvir isso. É claro que pode vir, melhor ainda, vou arrumar tudo aqui e volto para New York essa tarde mesmo. Quem sou eu para atrapalhar os pombinhos?



- Não precisa Martha...



- Kate, de uma mulher para outra? É claro que precisa! E diga ao meu filho que a trate como uma rainha.



- Acho que você pode dizer isso a ele, um minuto.



E passou o celular para ele que sussurrou: - O que você fez?



- Garanti nossas ferias.



- Olá Mãe! Sim...certo...verdade...- Martha falava sem parar no telefone, colocando o celular em mudo ele virou-se para ela e sussurrou – Você me paga!



Kate apenas riu. Depois de vários minutos, ele finalmente conseguiu desligar o celular. Olhava para ela sério.



- O que foi? Ela perguntou fazendo-se de cínica.



- Nem vou começar a responder.



Ela se aproximou dele e passando a mão pelo peito devagar, ela ficou toda manhosa e falou.



- Oh, Rick...não fique assim, vamos pros Hamptons. Só nós dois. E mordiscou o queixo dele para em seguida traçar uma linha de beijinhos pelo mandíbula dele até a orelha onde mordeu o lóbulo e beijou-o de jeito estalado.



- Vou pra casa arrumar minhas coisas. Passo aqui às 2 da tarde?



- Não, eu te pego.



- Só aceito se for de Ferrari.



- Ow, estamos nos relacionando a um dia e você já está fazendo exigências?



- Correção: 4 anos Castle, apenas não partilhávamos algumas coisas.



Ela subiu a escada deixando um Castle rindo do jeito dela, adorava a mulher mandona, a implicante e senhora da situação que caía tão bem a Kate Beckett. Serviu-se um pouco mais de café e ficou sentado no sofá apenas relembrando a mudança repentina que acontecera na sua vida em menos de 24 horas. Quando ele pensou que seu mundo desmoronara por perder alguém tão importante, alguém por quem ele dedicou quatro anos de sua vida, lutou, defendeu e quase morreu. Depois de declarar pela segunda vez o que sentia ele viu sua possível felicidade esvair-se pelos dedos. Sentiu-se sem rumo. Ele realmente acreditava que dessa vez eles poderiam ser felizes, esperara tanto por esse momento... dizer que estava acabado fora talvez uma das coisas mais difíceis que ele já fizera na vida. Ignorar a ligação dela naquela noite poucas horas depois de ter decidido virar a página, doera demais. Vê-la parada na sua porta era algo estranho, até inesperado. Então, ela o surpreendeu com um beijo e com palavras que ele ansiara ouvir a tanto tempo, só quero você...



Um sorriso formou-se em seus lábios. A misteriosa Kate Beckett finalmente rendera-se aos seus encantos, ela decidira por fim escolher ser feliz. Com esse pensamento, ele subiu as escadas para arrumar-se.



Eram duas e quinze quando o interfone de Beckett tocou avisando que Castle estava a sua espera. Ao ver Castle ao volante da Ferrari com óculos escuros e um ar de galã. A cena só a fazia recordar do jeito metido dele logo no primeiro ano que fora obrigada a trabalhar com ele ao seu encalço. Abriu a porta do passageiro e entrou no carro já se inclinando para beijá-lo. Castle reparou no estilo despojado dela. Calça jeans, camiseta regata branca, um pequeno lencinho amarrado ao pescoço e um chapéu de sol, os olhos encobertos pelos óculos escuros acabavam por deixa-la ainda mais charmosa. Linda. Ele pode sentir o aroma de cerejas assim que ela sentou-se ao seu lado.



- Gosto de te ver assim, descontraída. Está linda.



- Você está bem charmoso também – ela sorriu e colocou sua bolsa de viagem sobre os pés – vamos?



- Você só está levando isso?



- E a minha bolsa, porque? Algum problema?



- Você precisa ver o que significa uma temporada nos Hamptons com a minha mãe e Alexis. As bagagens mal cabem no carro.



- Talvez seja porque eu pretendo passar a maior parte do tempo na praia ou sem roupa. Ela provocou e gargalhou ao ver a cara de felicidade que Castle fez, como um menino bobo. Ela adorava essas reações infantis dele.



E botaram o pé na estrada. Ao chegarem na casa, Kate espantou-se com a beleza e o tamanho da mesma. Dois andares com um lindo jardim na frente e toda avarandada. Claro que sabia do bom gosto de Castle, mas a surpresa não parara por ali.Tal como Martha prometera, deixara o lugar arrumado para eles. A sala era clean e espaçosa. Uma decoração bem minimista. A vista da praia era magnífica e sentir o cheiro do mar era algo que ela não fazia a muito tempo. Quando retornou para a sala, viu que ele já trouxera as bagagens para dentro.



- Esse lugar é lindo. De muito bom gosto.



- Obrigado, mas você ainda não viu nada, quer conhecer o seu quarto? Ele estendeu a mão para ela e juntos subiram uma escada caracol que ficava no canto da sala.



- Os dois melhores lugares da casa são esses. Aqui o meu escritório e também meu refúgio onde escrevo e me divirto. O que acha?



O ambiente era muito espaçoso para um escritório. A mesa com o espaço para o notebook continha algumas fotos dele e da filha. Por trás, cartazes promocionais de alguns dos seus Best-sellers entre eles Heat wave. Uma TV led de 50 polegadas parecia um quadro na parede oposta, um nicho contendo videogame, um home theater e alguns discos. Ao canto uma daquelas poltronas reclináveis. Uma prateleira continha algumas figuras de ação, super-heróis na verdade, alem de alguns quadrinhos. Na prateleira mais baixa, uma máquina de café expresso.



- Wow! Isso aqui é bem a sua cara. É aqui que suas histórias ganham vida?



- Parte delas. Tenho um carinho especial por esse lugar.



- E até uma máquina de expresso, Castle?



- Café, o companheiro de qualquer escritor. O próximo livro de Nikki Heat será escrito aqui. Mas chega, vamos conhecer outra parte mais interessante da casa.



Ele a pegou pela mão e saiu arrastando-a pelo corredor até chegar ao quarto. Como ela bem imaginara, o lugar era imenso. A cama ficava no centro do quarto. King size com vários travesseiros e edredons. Realmente convidativa. E uma varanda de tirar o fôlego.



- Que tal?



- Convidativo demais, a cama, os lençóis... – ela se aproximou dele e beijou-o carinhosamente. Sem quebrar o beijo, ela caminhava até a cama e o empurrou no colchão. Ajoelhou-se na cama e voltou a beijar-lhe os lábios agora de maneira mais provocativa, ele acariciava o corpo dela se entregando ao momento de carícias que ela o oferecia. Deixara ela comandar a brincadeira. Kate se prolongou sentindo aqueles lábios que ela tanto amava. Podia passar horas perdendo-se ali, apenas saboreando cada milímetro daquela boca maravilhosa. Suas mãos vagaram pelo peito e corpo dele provocando, excitando e fazendo Castle gemer entre seus lábios. Mas ela teria muito tempo para se aproveitar dele. Kate quebrou o beijo e sorrindo se levantou da cama indo em direção à varanda.



- Ei, onde é que você vai?



Ela debruçou-se para apreciar a vista da praia. Inspirou o ar gelado vindo do mar. Sentiu os braços dele a envolver sua cintura.



- Você atiça e me deixa sozinho? Não é justo!



- Temos muito tempo para isso. Sabe o que quero agora? Caminhar na praia, sentir meus pés na areia. Vem comigo?



Ela sorria e o olhava ternamente. Impossível resistir aquele convite.



- Mas você está em dívida comigo depois do que fez ali na cama...



- Prometo que pago minha dívida mais tarde, Castle.



Eles saíram de mãos dadas até a praia, tiraram os sapatos, ela enrolou a calça até o joelho e começaram a caminhar pela areia rumo a beira do mar. A sensação da areia gelada tocando sua pele era deliciosa. Ela estava abraçada a ele e seus cabelos voavam ao vento. Quando a primeira onda tocou seus pés, ela abriu um sorriso lindo e fechou os olhos. Desprendendo-se dele por uns instantes, ela abriu os braços para sentir tudo o que estava presente naquele lugar. Estava feliz, leve. E sua felicidade resumia-se ao homem que estava ali ao seu lado.



- Vem cá, Castle...



Ela o chamou com o dedo indicador ao sentir o corpo dele colar ao seu, a boca o procurou ávida por um beijo. As mãos acariciavam o rosto e a nuca dele num beijo envolvente e cheio de sentimento. Ao quebrar o contato, ela chutou água na direção dele, rindo.



- Mas o que?!



Ela não esperou ele reagir, tratou de manter uma distancia dele porém ele foi rápido e a agarrou acertando em cheio a calça dela com água. Kate ainda tentou se libertar dele, mas foi rendida com um aperto mais forte e uma mordida no pescoço. Eles se desequilibraram e caíram na água. Isso não os incomodou. Lutando em meio às ondas, as caricias continuavam. Finalmente, ela se levantou e escapou do alcance dele e se pos a correr. Ele se recompôs e foi atrás dela. Castle não estava em sua melhor forma e Beckett deixou-o para trás até decidir que pararia e esperaria por ele. Gargalhava ao ver a cara contrariada de Castle.



- O que foi?



- Sem graça! Você abusou de mim agora.



- Oh, tadinho...vem cá, Rick.



Ele se aproximou e ela o abraçou com carinho. Depois depositou uma carreira de beijinhos no rosto dele.



- Melhor assim?



- Muito melhor.



- Acho bom entrarmos. Pretendo fazer o jantar.



- Não, mesmo! Você vai entrar e se arrumar. Vamos jantar em um restaurante maravilhoso de frutos do mar da região. Gosta de lagosta, Kate?



- Adoro, mas eu pensei que pudesse cozinhar para você... ela fez beicinho.



- Haverá outra oportunidade, esse é o nosso primeiro jantar aqui e quero que seja uma ocasião para nos lembrarmos. E não se preocupe, o lugar é bem caseiro, ambiente praiano.



Mais tarde, Kate apareceu trajando uma calça jeans e uma blusa frente única azul e sapatos estiletos. Tinha os cabelos soltos e uma maquiagem suave no rosto. Castle também estava vestido de maneira simples, jeans e camisa polo. O restaurante ficava a quinze minutos a pé da casa de Castle e a noite estava muito linda de modo que o passeio fora prazeroso para o novo casal de namorados.



O restaurante como Castle a prevenira era caseiro. Numa estrutura de madeira, todo avarandado tinha as mesas espalhadas expostas a brisa do mar. No salão central, havia um bar e uma mesa de aperitivos e self-service recheada de saladas e acompanhamentos. A decoração era típica marinha, redes, peixes, arpões e boias enfeitavam o lugar. Castle escolheu uma mesa de frente para a praia e puxou a cadeira para ela como um perfeito cavalheiro. Beckett adorou o gesto, mas ainda estava receosa com a situação.



Ela e Castle agora formavam um casal. Não eram mais parceiros mesmo porque ela não trabalhava mais para a polícia de New York. Namorados, amantes, parceiros da vida, apaixonados. Por mais que ela repetisse esses termos ainda sentia-se surpresa por finalmente estarem juntos. Eles eram todos esses termos e mais. Eram cúmplices, dependentes um do outro, pessoas que se completavam, imperfeitas sim, porém ansiosas por buscar a sua felicidade. Ela olhava para a lua sob o mar e nem reparara que ele a fitava. Castle tocou a mão dela acariciando-a de leve.



- No que está pensando? Parece longe.



Ela sorriu e respondeu.



- Em nós e todas as possibilidades que temos à nossa frente.



- Isso é bom. O que quer beber?



- Vinho branco afinal não iremos comer lagosta?



- Claro!



O jantar foi delicioso e a companhia agradabilíssima. Castle contava algumas de suas aventuras nos Hamptons e Beckett desatava a rir. Ela chegou a servi-lo na boca de lagosta e na brincadeira sequer perceberam as horas passar. Deixaram o lugar por volta da meia-noite e assim que chegaram em casa, Kate seguiu para o banheiro. Enquanto ele ficava à vontade ligando a TV e tirando a roupa, usando somente seu boxer, Kate escovara os dentes, ajeitara os cabelos e tirou o jeans ficando com a blusa e uma calcinha minúscula. Sabendo que ele gostava de seu hidratante de cerejas, passou um pouco na nuca, entre os seios e nos pulsos. Satisfeita, ela saiu do banheiro.



Castle estava absorto assistindo um episódio de CSI e não percebeu quando ela entrou no quarto. Devagar e sem fazer barulho, ela caminhou até a cama e se colocou entre ele e a TV. Ao vê-la a sua frente, ele a examinou dos pés a cabeça com o olhar abrindo um sorriso maroto para ela.



- Quer que eu pague minha dívida ou prefere ver corpos dilacerados em cenas de crime?



- Você ainda pergunta? E envolvendo seus braços na cintura dela, ele a puxou contra si. Os dedos ágeis livraram-se do laço que prendia a blusa levando a peça ao chão. Beijou-lhe o estomago e sentiu as mãos dela acariciarem seus cabelos. Kate apoiou os joelhos na cama e procurando os lábios, capturou-os entre os seus dando inicio a um beijo bastante sensual. Estava na hora de deixa-lo excitado. Ela explorava o interior da boca com uma dança perfeita. As línguas se provavam, se entregavam. Mordiscou os lábios dele e se pos a beijar-lhe o pescoço. Ele sentiu um aroma familiar. Com um movimento, ele deitou-a na cama e com a boca e o nariz, ele começou a vagar pelo corpo dela saboreando cada centímetro. Ao beijar entre seus seios, ele pode sentir o cheiro tão característico dela. Cerejas. Como ele ansiara por provar da pele dela com esse aroma. As mãos acariciavam seus seios, moldando a forma perfeita entre suas mãos. Ele beliscou um dos mamilos apertando-o enquanto a boca provava o outro seio à amostra fazendo-a arquear o corpo. Como ela gostava do toque dele...



Ele continuou o seu caminho saboreando a pele dela até chegar a calcinha. Ele beijou o centro dela sobre o tecido para provocar mas em seguida tirou a peça jogando-a ao chão. Erguendo uma perna de Beckett, ele apoiou-a no seu corpo e deslizou os lábios pela extensão dela sentindo a pele quente. Ela já se sentia excitada e úmida. Queria muito senti-lo. Impulsionando o próprio corpo, ela sentou-se e forçou-o a olhar para ela. Kate moveu a perna do ombro dele e ajoelhou-se no colchão buscando a boca do homem que tanto desejava. Ambos na mesma posição ao centro da cama, perdiam-se em um beijo intenso. Castle puxava a nuca dela de encontro a si perdendo os dedos naqueles cabelos. Beckett o abraçava com força querendo manter seus corpos colados, pele contra pele. A temperatura do quarto subiu e o desejo tornava-se mais intenso a cada minuto. Ela deslizou as mãos pelo peito dele e fez menção de tirar o boxer que ele ainda vestia. Ele a interrompeu segurando-lhe as mãos. Saiu da cama apenas para tirar o short e ao voltar para a cama, ela pode ver o membro já totalmente excitado. Quando Castle tentou beijá-la novamente, ela o empurrou e se colocou sobre ele.



Ela tinha o controle e Castle nem iria reclamar disso. Explorava o peito dele com a boca e a língua, usando por varias vezes os dentes para mordiscar-lhe a pele. Era uma fixação de Kate, gostava de morder os parceiros. Roubou-lhe mais um beijo apenas para desviar a atenção dele para o que ela queria fazer. Enquanto ele se deliciava com o beijo dela, Kate tomou o membro dele nas mãos e começou a acaricia-lo. Ao primeiro toque, ele gemeu entre seus lábios. Ao sentir os movimentos que ela fazia com a palma da mão na ponta do pênis, ele esqueceu de respirar por um instante apenas para buscar por ar entre gemidos mais uma vez. Sentiu quando uma das mãos dela acariciavam suas bolas e murmurou seu nome.



- Kateee...ow...



Ela pode ver o brilho do prazer nos olhos dele e não conseguia lutar mais contra sua própria vontade de tê-lo dentro de si. Ajeitando-se sobre o corpo dele, ela deslizou sobre o membro ate sentir-se completamente preenchida. Sorriu e soltou um gemido de satisfação. Em seguida, ela começou a movimentar-se sobre ele. Estava tão excitada que o mínimo de movimento a fez sentir uma onda de prazer cobrir-lhe o corpo. Sem querer parar, ela cavalgava nele apoiando as mãos no peito dele. Segurando-a pela cintura, ele movia-se penetrando ainda mais nela como se isso ainda fosse possível. Por vezes, uma das mãos escapava e ele apertava-lhe o seio. Ela não conseguia mais segurar, o corpo começava a tremer dando lugar a um orgasmo poderoso. Para incita-la ainda mais, Castle se apoiou na cama sentando-se e passou a fazer movimentos mais rápidos tentando prolongar o orgasmo que ela experimentava naquele momento. Ela jogara a cabeça para trás o que facilitou o acesso aos seios. Ele beijou o meio dos seios dela e não resistiu mordendo a pele onde ficava a cicatriz. Ela tornou a colocar a cabeça para a frente e encontrou o olhar dele. Sorveu a boca com urgência, mas as ondas não a deixavam beijá-lo e por isso apenas faziam um jogo de gato e rato com seus lábios. Não aguentando mais, ele deixou se levar pelo próprio prazer, segurando-a firmemente contra seu corpo quando desabavam no colchão.



A respiração forte e pesada de ambos se misturava com o barulho do mar. A brisa agradável da noite adentrava pela varanda. Apenas após recobrar parte de suas forças é que ela voltou a beijar o pescoço dele.



- Shhh quieta...fique parada sobre mim.



Ela obedeceu. Ele a envolvia nos braços e minutos depois, eles cederam ao cansaço dormindo pacificamente.



Pela manhã, Kate acordara primeiro que ele e decidiu se levantar para preparar o café da manhã. Quando ele acordou, foi direto ao andar de baixo pois sabia que ela só podia estar na cozinha. Porem, ele só encontrou a mesa posta. Caminhando pela casa, ele a encontrou finalmente na varanda da casa com um roupão e apreciando a vista com uma caneca de café nas mãos. Ele a abraçou por trás e apoiou o queixo no ombro dela.



- Bom dia...porque você não me acordou?



- Tudo bem, você precisava descansar...



- Já tomou café?



- Não, somente essa dose para acordar. Estava esperando por você. Acho que eu podia ficar aqui para sempre, essa vista, você. Nem acredito que isso está acontecendo...



- Mas está, Kate. E tudo isso é muito bom. Vem, vamos tomar café.



Eles entraram e sentaram-se à mesa. Conversavam casualidades, como curiosidades do local, o tempo que ele costumava frequentar ali, tudo que pudesse, ela perguntava. Depois de terminarem a refeição, Beckett abriu mão das louças após uma grande negociação sobre oferecer um almoço a Martha e a Alexis. Ela insistira com ele de que precisavam fazer isso, contar a filha que estavam juntos. E nada melhor que um momento em família para fazer isso. Relutante, ele acabou concordando se ela prometesse que apenas fariam isso no sábado, três dias à frente e que ela tirasse esses dias para aproveitar a casa. Tinha mais uma condição, que ela deixasse ele ajuda-la na preparação do jantar. Assim, Kate concordou e decidiu ir tomar um banho na praia enquanto Castle aparentemente queria concentrar-se em escrever.



Ela sabia que ele tinha razão. Precisava desfrutar desses momentos preciosos da vida. Afinal, tinha todo o tempo do mundo e para Kate, era a hora de relaxar e ceder aos desejos básicos, algo que ela não fazia com frequência.



Carpe Diem – esse era seu novo lema de vida.


Continua........
 

sábado, 19 de maio de 2012

[Castle Fic] Rise Again - Cap.22 Final



Nota da Autora: Finalmente consegui terminar o capítulo final dessa fic. Seja pelo impacto da SF de Castle, seja por transtornos no trabalho, demorei para escrever também porque queria algo tão lindo quanto essa SF foi. Claro que não posso superar o Tio Marlowe mas tentei fazer o possível para deixar esse capítulo a altura que Always merece. Fiz algumas alterações especialmente a partir do discurso de Alexis apenas para demonstrar as reflexões de cada personagem. Também, exclui a ultima cena, totalmente desnecessária para o momento. Amei escrever essa fic e agradeço a todas que acompanharam essa jornada. Gostei tanto que farei uma nova fic para a próxima temporada. Espero que gostem do capítulo e uma recomendação: coloquem "In my veins" para tocar desde o discurso de Alexis quando estiverem lendo em repeat mode, isso tornará a leitura mais prazerosa. Ah, e mantive o discurso em inglês, como disse muito mais impactante. Hum, será que estou esquecendo de alguma coisa? Lembrei! 

NC-17.......Just be aware!!! 


Cap. 22


Mudança... algo considerado tabu por muitos. Sinômino de medo, incerteza. Mudar é preciso, é evoluir,crescer. Lutamos por manter o “status quo” todos os dias mas às vezes a mudança pode ser o tempero necessário para tornar a vida mais interessante.

Quando Kate Beckett levantou-se para trabalhar naquela manhã ela sequer imaginava o que a aguardava. A tempestade se aproximava e com ela a tomada de decisão de uma vida...

Apartamento de Castle

Castle foi até a sala e encontrou Alexis rabiscando no papel. Era muito cedo para ela estar acordada e certamente não deve ter dormido muitas horas.

- Ou este é o sonho mais chato que já tive ou você não dormiu também.

- Não é um sonho. Está mais para pesadelo.

- Tem a ver com o discurso de oradora?

- É minha chance de dizer algo importante, algo notável. Não quero estragar tudo, mas não tenho nada a dizer.

- Nada comparado aos grandes textos sagrados ou o discurso de Churchill na Harrows, ou o de Steve Jobs em Stanford? Talvez deva escolher alguns discursos menos grandiosos para comparar ao seu. Como... "Digam o Que Quiserem" ou "Crepúsculo".

- Não deveria ser tão difícil.

- As coisas mais valiosas na vida são também as mais difíceis. Por exemplo... Este é realmente um Smart Phone.

E a foto de Beckett estava estampada na tela do iphone indicando que provavelmente tinha um caso para solucionar.

Já caminhando ao lado dela para a cena do crime, ambos com seus cafés em mãos, Castle contara sobre a aflição de Alexis. E como sempre Beckett tinha sua opinião.

- Claro que não entende por que ela leva o discurso tão a sério. Provavelmente era o cara que não tinha nada além da cueca sob a beca.

-Isso é tão insultante. Se quer saber, eu estava nu sob a beca.

- Desculpe. Eu continuo certa. Como o pai da graduanda está lidando com isso?

- Tenho um plano para afogar as mágoas. Após a cerimônia, minha mãe irá para o Hamptons, Alexis terá sua noite. Eu me distrairei com "O Matador" e "Fervura Máxima".

- Nossa, que dose dupla.

- Você gosta de John Woo?

- Quanto mais sangrento, melhor.

Com essa declaração, Castle resolveu fazer um teste.

- Você não gostaria de... me fazer companhia, gostaria?

- Na verdade, eu adoraria. E o sorriso não poderia ter sido maior.

Ele parou de repente surpreso com a resposta dela. entendera direito? Beckett acabara de aceitar um convite para assistirem filmes juntos? Isso seria um encontro, não? Ela tirou-o dos seus devaneios.

-Você vem, Castle?

-Vou, claro.

-Oi.

-E aí? Esposito respondeu.

- Temos um latino, no máximo 20 anos. Taxista avistou o corpo há cerca de 1 hora e ligou.

-Algum documento?

-Não, checamos os bolsos. Sem celular, chaves ou carteira. Estamos checando as digitais. Pelo rastro, foi baleado antes de entrar no beco.

- Foi atingido no ombro pelo que parece uma .357, mas o tiro da morte foi à queima-roupa, tipo execução, com uma 9 milímetros. Pode ter sido mais de um atirador. Disse Lanie.

- A perícia pôde rastrear o sangue do primeiro tiro?

- Começa na esquina. Sem ponto visível de origem, mas ainda estão procurando.

- Este é um bairro ruim. Talvez fosse um assalto que deu errado?

- Talvez. Estas marcas no ombro dele indicam que ele estava carregando algo muito pesado. Diria que, pelo menos, 14 quilos. Estou vendo vestígios de pele na unha dele. Posso conseguir o DNA, mas saberei muito mais se o levar ao necrotério.

- Os bolsos podem estar vazios, mas parece que ele tentava esconder algo no sapato. Mostrou Castle.

- Abridor de portas? Por que alguém precisaria de um abridor de portas?

No distrito...

Ryan passava os últimos updates do caso.

- Ele é um ladrão. Orlando Costas. Alguns arrombamentos domésticos, mas suspeitos de vários outros. Ele andava com os Cazadores.

- Cazadores?

Uma gangue que mexe com drogas, armas e furtos, mas as condenações de Orlando remetem à sua adolescência. Ele não é preso há anos.

-Talvez tenha recaído. Sugeriu Castle.

- Não sei. Gastou muito tempo limpando a ficha. Passou 4 anos no Serviço Militar, dispensado com honras no ano passado. Passou um tempo até na Alemanha como PM.

- Policial Militar? Realmente limpou a reputação.

- Se ele estava limpo, como terminou morto em um beco? Verificou os parentes próximos?

-Os pais estão mortos, mas rastreamos uma namorada, Marisol Castaneda. Esposito está trazendo-a.

Já conversando com Marisol, Beckett e Castle tentavam achar alguma pista sobre em que Orlando estava envolvido.

- Tudo que sei é que ele estava comigo ontem à noite quando eu fui dormir. Acordei esta manhã e ele e meu carro tinham sumido.

- Aonde ele foi?

- Imaginei que tivesse ido ao centro de empregos verificar as vagas. Ele faz isso todas as manhãs.

-Ele estava procurando emprego?

-Há meses! Orlando serviu seu país. Você acha que significa algo, mas tem sido difícil. Principalmente quando cortaram meu extra.

- Então ele estava sob pressão financeira? Poderia ter voltado aos velhos hábitos?

- Não.

- Marisol, sabemos que ele andava com os Cazadores. Acha que...

-Eu disse não! Ele fez de tudo para sair daquela vida. Foi por isso que se alistou, para sair, para ser um homem melhor para mim, um pai melhor para nosso filho. Que tal parar de fazer disso culpa dele e encontrar quem o matou?

- Que tipo de carro você tem?

Eles voltaram ao beco. Procurando na área encontraram o carro de Marisol.

- Há duas quadras do beco, manchas de sangue, com certeza é esse.

- Ele foi baleado e depois veio aqui? Por que não para casa, fazer um curativo?

- Estava encontrando alguém no beco.

Esposito achou algo interessante. - Telefone. Última chamada às 4h47, pouco antes de morrer.

-Descubra o número.

-Certo.

- Beckett, arma – Ryan verificava o estado dela - É uma 38. Disparada recentemente.

-Foi um tiroteio, por isso se feriu. Concluiu Castle.

- De onde ele veio, pode haver outro corpo.

-Sei de onde ele veio.

-De onde?

- Sua última entrada foi na 1ª Avenida, 299.

- O que há na 1ª Avenida, 299?

Beckett estava surpresa - A casa do capitão Montgomery. Todos se dirigiram para lá.

- Estamos felizes que ninguém se machucou.

- Acredite, eu também. Desde que Roy morreu, durmo com a arma no criado.

-Era só um homem?

-Até onde sei, era. Ele estava pegando arquivos da escrivaninha. Ele estava com o laptop de Roy na mochila. Quando ele me viu, puxou a arma. Com a ajuda de Deus, atirei nele. Acho que o atingi no ombro. Ele atirou e saiu pela janela.

- Evelyn, era este o cara? Beckett pergunta mostrando uma foto.

- Sim. É ele.

- Que bom que as crianças não estavam em casa.

- O engraçado é que não era para eu estar em casa também. Parece que ele sabia que não estaríamos aqui.

- Há algo de especial nesses arquivos? Castle estava com medo de perguntar, algo o dizia que podiam estar mexendo mais uma vez em casa de marimbondo, seria algo relacionado ao caso da mãe de Beckett?

- Apenas papelada, documentos legais, notas sobre casos antigos de Roy.

- E o computador? O que havia nele?

- Velhos arquivos de trabalho, mas uso para cartões e receitas.

Castle e Beckett se entreolharam, havia algo muito errado ali.

De volta ao distrito, eles tentavam montar a linha do tempo do caso.

- Eles foram atrás de arquivos do Montgomery. Nada de valor, nem dinheiro. Agora o ladrão está morto e os arquivos sumiram? Esposito também mantinha a mesma linha de pensamento dos outros.

- Não vamos tirar conclusões precipitadas. Castle ainda não queria acreditar.

- O que mais poderia ser? Todos pensam que Montgomery morreu como policial honrado. Somos os únicos que sabem no que ele estava envolvido e sua conexão com o assassinato de sua mãe. Beckett, não pode ser coincidência.

- Cheque a ficha da vítima. Veja se Roy participou em alguma de suas prisões e consiga o número de quem ele ligou pouco antes de morrer.

Castle estava visivelmente preocupado.

Beckett estava na mini copa preparando uma xícara de café quando Castle se postou na sua frente. Pelo olhar dele, sabia que estava tão preocupado quanto ela e que provavelmente já pensara no pior cenário.

- Diga algo reconfortante.

- Há milhares de arrombamentos em New York todo ano.

-Este caso parece diferente.

-Não quer dizer que seja. Montgomery trabalhou em centenas de casos. O cara queria arquivos, não significa que eram sobre sua mãe.

-Então por que o ladrão morreu? Montgomery disse que as pessoas com quem estava envolvido queriam me matar, que eu estava chegando muito perto e ele disse que ia dar a sua vida a fim de me proteger, e ainda tentaram me matar. Às vezes eu acordo e penso comigo: "Como ainda estou viva?" Estou sempre esperando algo ruim acontecer. E se for agora?

Ao ouvir aquelas palavras: “Como ainda posso estar viva?” ele quase disse a ela o por quê. Mesmo sabendo que fizera um acordo para mante-la longe do caso da mãe, para mante-la viva, ele tinha medo de como Beckett reagiria ao saber a verdade, ao saber que ele escondera isso dela.

Já em casa, ele olhava pensativo para a tela à sua frente. Fitava a foto de Beckett e pensava em como ela estava diferente, como ela conseguira evoluir e agora... o passado voltaria a assombrá-la. Percebeu quando a mãe se aproximou e ficou observando-o.

- As coisas estavam melhorando para ela... para nós. Ela estava saindo da concha e agora isso?

- Acha que está relacionado ao assassinato da mãe dela?

- Espero por Deus que não. O amigo de Montgomery foi muito claro. Se fuçar no assassinato de sua mãe, eles virão atrás dela de novo. Não posso deixar isso acontecer.

- Eu sei.

XXXXXXX

Ela ainda não conseguia acreditar, não poderia ser coincidência. Novamente alguém estava morto, logo depois de Montgomery. Tem que haver algo que explique tudo isso, ela apenas não conseguia enxergar. Seus olhos passeavam pelo quadro de evidências incansavelmente porém todo o seu esforço parecia cega-la. Ela não se dava por vencida e teimosa e persistente como era, sequer foi para casa.

Pela manhã bem cedo, Castle apareceu no distrito trazendo café para ela. Ao ve-lo, abriu o sorriso e aceitou o copo que ele estendia para ela. Castle pode ver como ela tinha o semblante cansado, sabia que a sua obcessão estava só começando.

-Obrigada.

-Conseguiu dormir?

- Não muito.

- Nada de novo sobre nossa vítima?

- Revisamos a ficha de Orlando. Montgomery não esteve envolvido em nenhuma prisão dele. A invasão não foi pessoal.

- E ligação que fez antes de morrer?

- Foi de um celular descartável, sem proprietário registrado.

Ele estava sentado ao lado dela, percebia o semblante do rosto de Kate alterado, uma mistura de frustração e dúvida.

- Não está sozinha. Estou aqui.

- Eu sei. E ela sentiu a necessidade de tocá-lo. Segurando a mão de Castle apertou-a e acariciou levemente a pele dele, um pequeno sorriso se formou nos lábios dela ao fitá-lo e Castle sentiu o coração acelerar com o gesto.

- Hey! E eles soltaram a mão um do outro - Podemos ter errado no porquê de atingirem Montgomery. Testemunhas viram um latino fugindo do beco em um DeVille modelo antigo marrom. Parece que tinha tatuagem de gangue no pescoço, um leão emoldurado por um "C".

- Cazador?

- Mesma gangue com a qual a vítima já andou.

- Gangues. Beckett falou e um suspiro saiu quase como um alívio momentaneo. Talvez tudo se resuma a isso, ela pensou. E queria muito acreditar nisso.

- Se esse cara estava naquele beco, é provável que matou Orlando.

- Conseguimos a placa do carro?

- Não, mas de acordo com a Força-tarefa de gangues, o carro bate com o de um tal Vicente Delgado. Atirador de alto nível dos Cazadores. E veja isto. O primo dele, Diego Gutierrez,foi preso por Montgomery por um duplo homicídio em 1995.

- Seu advogado entrou com pedido de novo julgamento um mês depois que Montgomery foi morto.

- Encontrem-no. A urgência e a determinação na voz de Beckett demonstrava o quanto ela queria desvendar logo esse caso.

Ryan e Esposito deram a batida na casa de Vicente e apreenderam uma 9 mm mesma arma usada para matar Orlando. Levaram-no para o distrito. Beckett o interrogou na companhia de Castle.

- Eu já te disse, não estive nem perto daquele beco. O fato é que suas testemunhas são cegas.

- O fato é que você conhecia Orlando Costas.

- Sim, eu o conheci, antes de ele virar as costas.

- Qual á última vez que soube dele?

-Faz anos.

-Horas. Pouco antes de morrer, Orlando ligou para um celular, o mesmo que encontramos com você. Por que não admite e economiza 30 anos? Você o mandou invadir a casa de Roy Montgomery e roubar os arquivos do caso de seu primo, e então atirou nele.

- O que você tem, chica? As armas não irão bater. Então o que resta? Um telefonema e pessoas que viram um carro muito comum? Sabe por que não pode jogar isso em mim, chica? Eu não estava lá.

- O caramba que não estava – Beckett se irritou, ouviu a batida na porta e completou - Deve ser da balística. Última chance para um acordo.

Como o cara não se abalou ela saiu da sala já dando ordens.

- Fiche-o pelas drogas e armas e diga ao promotor que vou acusá-lo de assassinato.

- Não foi ele.

- O que quer dizer com não foi ele?

- O tecido da pele que Lanie conseguiu raspar sob as unhas da nossa vítima. O laboratório conseguiu extrair o DNA. Comparamos com o de Vicente. Não bateu.

- De fato, não bateu com ninguém no sistema. Mas bateu com o DNA de outra cena de crime.

- Ao menos é algo. Qual cena de crime? Castle perguntou.

- Um tiroteio. Esposito respondeu e Ryan completou - Beckett, foi o seu tiroteio.

- O DNA confirmou que o homem que matou Orlando Costas naquele beco, é o mesmo que colocou uma bala em seu coração. Em choque, ela procurou imediatamente o olhar de Castle e percebeu que ele também estava tão chocado quanto ela.

Aquelas palavras acabaram com ela, precisou se sentar. O choque era inevitável. A apreensão também tomara conta de Castle que se sentara ao seu lado.

- Nenhuma pista em 11 meses e agora isto – então lembrou-se - Gates sabe?

-Não.

- Então não diremos a ela. Se ela souber que isso bate com meu tiroteio, vai me tirar do caso.

- Talvez você devesse ficar fora desse caso – a preocupação de Castle era visível - Tentaram te matar uma vez, Kate. Você continua nisso, e eles... O que os impediria de tentar novamente?

- O que está impedindo-os agora? Não. Esperei um ano por isso, prefiro morrer a deixar alguém estragar tudo.

E ela se levantou deixando o distrito. Castle se remoía por dentro. Queria tanto dizer a verdade pra ela, dizer que ainda estava viva porque ele a estava impedindo de procurar. Mas seria a hora correta de contar?

- Javier – Ryan chamou - Cara, isso parece errado. Temos que contar à Gates.

- Por quê? Para ela poder mandar a Beckett para casa? Acha que vai funcionar? Acha que isso a impedirá? Ela vai investigar o caso, Kevin, estando dentro ou não. O mínimo que podemos fazer é dar cobertura.

Castle estava em casa ainda pensando na situação crítica que estava se desenhando na frente dele quando o celular tocou.

- Alô.

- Acho que sabe por que estou ligando, sr. Castle.

- É você. Graças a Deus. Que diabos está acontecendo? Por que invadiram a casa do Montgomery?

- Muito provavelmente foi um serviço de limpeza. Ter certeza que Montgomery não tinha mais nada incriminador em seus arquivos. Enquanto Beckett ficar de fora da investigação, continuaremos segurando todas as cartas.

- Não, ela já está atrás do atirador. Ela não vai deixar para lá.

- Então temos um problema. Se ela não parar, eles vão retaliar. Eu não posso controlar a situação se você não puder controlá-la.

Beckett decidiu conversar com Vicente novamente. Tinha que usar todas as chances que podia, jogar suas cartas na mesa. Precisava de uma pista para continuar.

- Tenho o bastante de drogas e porte de armas para te manter preso por,pelo menos, 5 anos. 5 anos da sua vida... Vale a pena? Sei que você não matou Orlando. Mas ele te ligou e você falou com ele por dois minutos, e você estava naquele beco. Por quê? – vendo que ele não falaria, partiu para o tudo ou nada - Não há ninguém aqui, só nós. Não há câmeras, sem microfones, ninguém está ouvindo. Posso fazer todas as acusações sumirem. 5 anos da sua vida de volta, mas tem que me dizer o que sabe.

Talvez fora a sinceridade no olhar de Beckett ou a resiliência em seu semblante, Vicente pareceu perceber que não tinha muito a perder e começou a falar - Ele ligou semana passada dizendo que estava em uma época ruim, então eu lhe disse: "Posso te dar um trabalho." Mas ele sabia que se voltasse para os Cazadores, não teria como sair desta vez. E ele só queria um empréstimo e eu podia ajudá-lo pelos velhos tempos.

-Você lhe deu?

-Não. Ele me implorou. Disse que tinha algo bom. Algo grande por vir e que então poderia pagar.

-Ele disse o quê?

-Não. Mas naquela manhã ele me ligou dizendo que tudo tinha tudo errado. Estava desesperado dizendo que iriam matá-lo.

-Quem são eles?

- Não sei. Mas ele estava com medo.

- Por que ele te ligou?

- Proteção,chica. Disse que se o ajudasse ele voltaria, pois sabia que esse era o preço. Então lhe disse onde nos encontrarmos. Mas até eu chegar lá, ele já estava morto.

- Você lhe disse onde se encontrarem?

-Isso mesmo.

-E não disse a mais ninguém?

- Não.

- Você viu alguma coisa lá?

- Homem branco, 1.80 m. Um vislumbre antes da noite cobrir meus olhos.

Depois de conversar com Vicente, Beckett compreendeu.

- Eles grampearam o telefone de Orlando. Só assim para estarem lá primeiro. Mas como sabiam que ele servia para o trabalho?

-Ele precisava de dinheiro. Castle falou.

-É, mas como sabiam disso? Como sabiam da sua capacidade?

-Do Serviço Militar. Ele foi contratado por um conhecido.

-É um começo.

-E quem chega perto acaba morto. Está claro que isso está acima de nós.

- Fale por você, mano. Disse Esposito - Suas finanças acabaram de chegar. Seu saldo era negativo até semana passada quando foi feito um depósito de US$ 10 mil.

-Vou adivinhar. Irrastreável?

-Então é um beco sem saída. Insistiu Castle. Ele faria qualquer coisa para desviar a atenção de Beckett desse caso.

- O depósito, sim. Mas os débitos, não. Quando o dinheiro entrou, Marisol pagou as contas.

- Esperem. Se ela sabia do dinheiro...

- Ela sabia que Orlando tramava algo.

- Ela mentiu para nós.

- Não só isso, mas segundo o banco, ela limpou a conta há uma hora.

- Ela está fugindo.

Beckett conseguiu acha-la a tempo.

- Tenho algumas perguntas antes de você deixar a cidade e, desta vez, eu quero a verdade.

- Estou dizendo a verdade. Não sabia sobre o dinheiro. Não até hoje.

- Então por que você quitou as dívidas no momento em que o dinheiro apareceu em sua conta?

- Orlando...

-Foi o seu cartão, Marisol. Para quem Orlando estava trabalhando? Sabe o que acontecerá se você não cooperar? Você será presa e seu filho irá para um lar adotivo. É isso que quer?

-Beckett... Castle tentava acalma-la, não poderia deixa-la perder a racionalidade.

- Marco nas ruas, associado aos Cazadores aos 10 anos, como o pai, e morto em uma sarjeta aos 19 anos!

- Púdrete en el infierno! Demônio!

- Beckett... já chega.

- Orlando disse que era alguém conhecido do serviço, alguém perigoso. Mas seria apenas uma vez. Muito dinheiro por um trabalho fácil. E nós precisávamos de dinheiro.

-Qual foi o trabalho?

-Eles precisavam dos arquivos... da casa de um policial morto.

-Quais arquivos?

-Todos... que pudesse encontrar.

- Esse cara do serviço, sabe o nome?

-Não.

-Você o conheceu?

-Não.

-Ele ligou alguma vez?

- Ele deixou instruções na caixa do correio marcando hora e local. Eram codificadas para que eu não soubesse. Mas estava no carro uma vez. E vi onde se encontraram. Em uma igreja Na Rua State.

Sem perder tempo, eles foram a igreja conversar com o padre.

-Na quarta-feira?

-Sim, por volta das 15h.

- Encontrou com alguém.

- Sinto muito. Gostaria de poder ajudar. Mas ficamos abertos ao público... e vemos vários desconhecidos todos os dias. Nós os deixamos a sós em suas orações.

- Mas sua caixa de doações indica algo... parece que ficar aberto ao público tem um preço.

- Sim. Esta não é a melhor vizinhança. Pegamos jovens de gangues e sem-tetos tirando vantagens de nossos programas.

- Como vocês os flagram?

E o padre disponibilizou as filmagesns das câmeras de segurança que agora eles assistiam no distrito.

- Aqui está, às 15h na quarta-feira. Ali está Orlando.

- É ele. Disse Esposito referindo-se ao cara sentado ao lado dele, ainda não podiam ver um rosto.

- Droga.Vamos lá. Vamos lá.

Um rosto surgiu no monitor e o video foi pausado.

- Isso. Então esse é você.

- Procurarei no diretório do Exército. Se conheceram lá, alguém da unidade o reconhecerá.

- Não, não sabemos quem está envolvido, nem até onde isso vai. Assim que liberarmos a foto, eles vão saber. Ele vai desaparecer e nunca mais o veremos. Temos que investigar sozinhos.

- Beckett, é impossível. Só temos um rosto. Sem nome ou identificação,sem chances de o encontrar.

- Encontraremos um jeito. Não perderei essa pista.

- Como investigaremos se não podemos investigar?

- Você a ouviu. Encontraremos um jeito.

E Esposito fez exatamente isso. Não deixou o distrito. Ao invés disso, ficou repassando várias vezes a fita da cena na igreja, procurando por qualquer coisa, qualquer pista que pudesse fazê-los avançar naquela investigação. Precisavam disso. Beckett precisava disso. Depois de muito voltar a gravação, ele percebeu algo, seria isso a luz no fim do túnel? Antes de dar esperanças a Beckett, ele precisava ter certeza.

XXXXXX

Beckett estava no seu apartamento ainda procurando por um jeito de encontrar aquele cara do video. Ela olhava para todos os dados que mantinha no seu próprio quadro pessoal. Todas as pistas que conseguira levantar até hoje sobre o caso de sua mãe. Enquanto fazia isso, era quase impossível não relembrar o que já vivera até ali. Flashes surgiam em sua mente.

- Você despertou o dragão. E isso é muito maior do que você pensa.

-Kate! -Não morra!

- Não pode se esconder de mim.

- Não pode protegê-la para sempre.

- Não pode se esconder deles.

-Cometi um grande erro.

-Quem te contratou?

- Esqueça. Nunca encostará neles.

Ela fitou um pequeno post-it no canto do quadro: FIND THEM.

Horas se passaram e ela ainda estava na mesma analise. Ouvindo batidas na porta, foi atendê-la. Ficou feliz de ver que era Castle porém, ela não imaginara que o real motivo dele estar ali, era para impedi-la de seguir adiante nessa loucura. Castle estava prestes a revelar toda a verdade que sabia até ali e sinceramente, ele não tinha idéia de como isso os afetaria, apenas sabia de uma coisa: não queria vê-la morrer por essa causa, a amava e esse era o momento da verdade entre eles e Castle não iria desistir sem antes colocar todas as suas cartas na mesa.

-Oi.

-Oi. Acabei de falar com Esposito. O assassino tinha um chaveiro e bate com o Aluga Carros Eastway.

- Pode ser um entre milhares de carros.

- É uma agulha em um palheiro, mas há um palheiro, e mantém a maioria das CNH arquivadas.

-Kate...

-Sim, provavelmente é falsa. Mas poderemos limitar melhor.

-Kate. Ela parecia elétrica, tinha que frea-la pois não gostava nada do que estava acontecendo a ela nesse momento.

- O que foi?

- Você... Você precisa parar. Com esta investigação, você precisa parar.

- Castle, já falamos sobre isso. Estou bem. Estou no controle.

- Não, você não está. Eles estão. Se você não parar, eles te matarão, Kate.

- Do que está falando? Aquilo parecia finalmente ter chamado sua atenção.

- Antes de Montgomery ir àquele galpão, ele mandou um pacote para alguém, alguém... em quem ele confiava. Contendo informações prejudiciais à pessoa por trás de tudo isso. Montgomery estava tentando te proteger. Mas o pacote só chegou depois de você ser baleada. O amigo de Montgomery... estabeleceu um acordo com eles. Se te deixassem em paz, o pacote e as informações nunca viriam à tona. Mas eles colocaram uma condição, você tinha que se afastar. E essa é a razão de você estar viva, Kate, porque você parou.

- Como sabe disso?

- Para o acordo funcionar, alguém precisava se certificar que você parasse.

- Você faz parte disso?

A pergunta dela fez o coração de Castle doer. Sabia exatamente onde estava pisando ao revelar isso a ela, estava colocando sua confiança à prova com ela.

- Só estava tentando te proteger.

Ela se afastou dele por um momento, deu as costas para ele tentando digerir o que ele acabara de dizer. Não podia acreditar nisso. Ela voltou a encara-lo.

- Mentindo para mim sobre a coisa mais importante da minha vida? Ela não queria acreditar, não podia ser verdade, não ele.

- Era a única coisa que te protegeria.

Dor. Traição. Tristeza. Esses eram os sentimentos nos olhares de ambos.

- Castle, não precisava de proteção. Eu precisava de uma pista, e você a escondeu por um ano. Quem é essa pessoa? Como a encontro?

- Ele é uma voz ao telefone. Uma sombra em um estacionamento.

- Você o encontrou? Como sabe se ele não está por trás disso? Como sabe se ele não está envolvido? E como pôde fazer isso?

- Porque eu te amo. Mas você já sabia, não é? Você já sabe há um ano.

Ele partiu para o tudo ou nada mas devia saber exatamente o que esperar de Kate quanto a isso, revelar seus sentimentos poderiam ter um preço alto a pagar mas ele estava cansado de esperar, agir racionalmente como se todo o resto não importasse, ele apenas queria salvá-la. Não se tratava de uma jogada de poker, ou jogos de interesses, era da vida dela que estava falando e a decisão tomada poderia significar o fim de tudo.

- Está brincando comigo? Está trazendo isso à tona agora, depois de me dizer que me traiu?

-Kate, ouça-me.

-Ouvir você? Por que devo te ouvir? Como devo confiar em algo que diz?

-Como...- e ele explodiu precisava colocar tudo para fora - Por causa de tudo que passamos juntos! 4 anos, estive bem aqui. 4 anos esperando que abrisse os olhos para ver que estou aqui...- a emoção tomou conta dele, os olhos ardiam pelas lágrimas que se formavam, não podia perde-la - e que sou mais do que um parceiro. Toda manhã, eu trazia um copo de café só para ver um sorriso seu. Porque acho que você é a pessoa mais...extraordinária...irritante... desafiadora...frustrante que já conheci. E eu te amo, Kate, e se... isso significa algo para você, se se importa comigo, então não faça isso.

Ela ouvira cada palavra mas não conseguia processa-las tudo o que ela pensara era como ele poderia ter feito isso com ela. Agir sem consulta-la, sem dar a chance de avaliar e decidir o que queria. Tudo que ela via agora era como lutar contra tudo isso.

- Se me importo com você? Castle, fez um acordo por mim, como se eu fosse uma criança. Minha vida. Minha! Não tem o direito de decidir.

- Se continuar com isso... eles que decidirão. Virão atrás de você, Kate.

-Deixe-os vir – o desejo de vingança tomava conta dela e sem perceber, Kate entrava no ciclo de obssessão que já estivera no passado - Ele mandaram Coonan e ele está morto. Também mandaram Lockwood e ele está morto. E eu ainda estou aqui, Castle, e estou pronta!

- Pronta para quê? Morrer? Não é mais uma investigação de assassinato. Eles a transformaram em uma guerra.

- Se eles querem guerra, então vão ter...bem na porta de suas casas.

- Acho que não há nada que eu possa dizer. Certo, bom...

E Castle sentiu-se arrasado. Era inútil. Ela simplesmente não queria ver. Essa determinação irritante dela iria custar-lhe a vida. Lutando contra a dor que sentia pelo que estava prestes a dizer, Castle fez a coisa mais difícil em toda a sua vida, ele deixou-a ir, ele desistiu.

- É, você está certa, Kate. É a sua vida. Pode jogá-la no lixo se quiser,mas não estarei por perto para ver, então isso está... acabado. Estou farto.

E deixou o apartamento dela sem olhar para trás. Mas ao chegar à rua, ele não pode segurar as lágrimas. Nunca imaginara que acabaria assim, não ser correspondido ou se o amor tivesse acabado era uma coisa, porém acabar simplesmente por uma loucura. Por ela ser teimosa demais a ponto de cegar-se completamente a todo o resto à sua volta e apenas querer a tal justiça mesmo que morresse por isso? Castle estava abalado demais, em toda a sua vida ele nunca passara por nada parecido. Sair daquele apartamento e dar as costas ao grande amor de sua vida era um preço caro demais para pagar. Porque foi embora? Porque não voltava lá e provava para ela o quanto a queria, podia prendê-la, mantê-la como sua prisioneira. Ah, a quem ele queria enganar? Aquela era Kate Beckett e ela continuaria lutando enquanto achasse que tinha chance. Ela não desistira e por mais frustrante e perigoso que isso fosse, o fazia amá-la mais ainda,infelizmente as chances delas eram mínimas e Castle não estava preparado para descobrir daqui a uns dias que ela se fora de vez e o simples fato de pensar nisso transformava a dor em seu peito em algo quase insuportável.

Ao chegar em casa, viu a beca da filha arrumada na sala. Como tudo isso acontecera? Sua vida perdera o rumo completamente. Alexis ia embora logo, Beckett se fora... como ele ficaria agora? Como se reerguueria diante de tudo isso. Estava exausto e sem qualquer pista sobre como agir naquele momento. Não podia se concentrar nisso agora, tinha outras obrigações a cumprir, ao menos ele poderia ser ainda um bom pai para sua menina.

Alexis o viu. Nem notou o cansaço e a tristeza no rosto dele.

- Está tudo bem?

- Sim, ótimo. Como está o discurso?

- Já vi e li todos os discursos de formatura possível e juntei todos os melhores em um discurso, então o li em voz alta. E fiquei me achando uma imbecil. Tenho 18 anos. O que posso saber?

Ele a abraçou.

- Tudo o que você sabe e saberá...é o que é certo para você. Ele tentava aconselha-la mesmo sabendo que naquele momento, era ele quem precisava de conselhos sobre sua própria vida.

- Só sei que tudo está mudando. Tudo será diferente. E estou com tanto medo.

- De quê?

- Seguir em frente. Silenciosamente, ele concordou com a filha,também tinha medo disso. E abraçado a ela, ele buscava um pouco de conforto para sua alma tão fragilizada naquele momento.

- Escreva sobre isso. Soa legítimo.

XXXXXXX

Kate Beckett estava no cemitério. Chorava copiosamente em frente ao túmulo da màe. Nas mãos, o colar com o anel que carregava sempre consigo no pescoço. Tudo isso era grande demais, angustiante e pesado demais para ela suportar. Esteve se preparando para esse momento por muito tempo,apenas não sabia que ao ve-lo chegar, traria consequências maiores do que ela poderia lidar. Machucada, traída e sozinha ela continuaria a sua perseguição pessoal, a dor que sentia era algo indescritível porém,ela procuraria sua justiça mesmo assim,tinha de fazê-lo,precisava. Pela sua mãe, ela faria tudo o que estivesse em seu alcance para descobrir a verdade.

VINCIT OMINA VERITAS

Ela leu novamente aquelas palavras escritas no túmulo da mãe, deixando as últimas lágrimas secarem. Permaneceria ali até o instante que se sentisse novamente em condições de lutar. E tal como Kate esperava, a detetive determinada, a tigresa e a sede por justiça voltara a pulsar em suas veias e ela estava pronta para a batalha que teria que enfrentar. Respirou fundo e partiu para o distrito.

-Cadê o Castle?

-Está fora da equipe. O que temos?

- Eastway alugou 700 carros na última quarta. Cremos que o suspeito chama-se Cole Maddox. Ele alugou em JFK. É uma CNH do Kansas. Pesquisamos e é falsa.

-Ele devolveu o carro?

-Não, mas... Eastway tem GPS em todos seus equipamentos, então o rastreamos em Lower East Side, no raio de um quarteirão.

- Fique antenado. Avise-nos se ele se mover. Esposito, vem comigo.

- O que está fazendo? Se for fazer isso, faça direito. Coloque uma equipe no carro e leve reforços.

- Ryan, tudo isso começou devido a um grupo de policiais corruptos. Como sabe que não há mais deles lá fora? Estamos para pegar esse cara e não arruinarei isso avisando o que faremos.

- Com todo respeito, esse cara te deu um tiro e desapareceu em um piscar de olhos. Vocês não podem ir despreparados.

- Despreparados? Estou me preparando para isso pelos últimos 13 anos.

- Javier...

- Cara, não a deixe fazer isso. É muito arriscado.

- Tudo bem, cara. Deixe conosco.

E deixaram Ryan sozinho no distrito.

Castle estava esperando Martha terminar de se aprontar para a formatura.

- Vamos! Não queremos perder o discurso...ou a colação toda.

- Estou quase pronta.

Seu celular tocou e ele viu de onde era a ligação. 12ª DELEGACIA. Não atenderia. Não ia fraquejar. Ignorou a ligação. Do outro lado da linha, um Ryan preocupado desligava o telefone.

No Lower East Side, Beckett esperava Esposito.

-Nós o pegamos. O porteiro do prédio do outro lado da rua identificou o carro. E a recepcionista confirma que Maddox alugou um quarto. Eles aceitaram abrir o quarto para nós.

Subiram e quando a porta do quarto foi aberta, Esposito puxou o cara para protege-lo - Saia da frente.

Beckett apontou a arma e entrou. Seguida de Esposito.

-Liberado.

-Liberado.

- Os arquivos de Montgomery. Sua lista de contatos? O que estavam procurando?

- Não "o quê". Mas "quem". Pegaram seu álbum de casamento.

-Por quê?

- Procuravam alguém que ele conhecia- as coisas começavam a se encaixar quando Beckett viu que faltava uma foto - Talvez o tenham encontrado. Temos que sair daqui. Vou chamar reforço. Vamos montar...

E ela sequer terminou sua linha de pensamento quando levou um safanão que a pos no chão fazendo a arma escapolir das mãos dela. o cara também acertou Esposito. Ainda deitada no chão ela pegou a arma e tentou atirar enquanto o homem corria mas não tinha mira. Ela se levantou e saiu correndo atrás dele. Viu o sujeito subindo as escadas e disparou sem sucesso. Tornou a correr atrás dele chegando ao telhado do prédio. Ela o pegaria, esperara muito por isso. Ele escondeu-se por trás do que parecia ser a subestação do prédio, Beckett de arma em punho andava cautelosamente agora tentando pega-lo de surpresa porém, ele a pegou por trás totalmente despreparada e a acertou derrubando-a no chão. Beckett não ligava se o seu oponente era mais forte que ela, a adrenalina corria em seu sangue e ela lutaria até o fim. Ela tentara pegar sua arma mas ele a impediu. Rápida com um golpe, ela aplicara uma chave de braço nele mas o cara jogou-a por cima da sua própria cabeça. Ao bater no chão, ela gemeu mas consegiui pegar a arma que apontou para ele. Maddox porém, com um chute a mandou para longe. Ela ergue-se e foi para o corpo a corpo com ele. Disparava golpes com as mãos e as pernas mas nada parecia abala-lo. Ele revidou um dos golpes derrubando-a no chão. Beckett sentiu uma dor muito forte nas costas. Insatisfeito, ele a pegou pela gola da jaqueta e a ergueu envolvendo suas mão no pescoço dela apertando-lhe a garganta. Estavam frente a frente agora, ela lutava para respirar. Ele deu uma joelhada no estomago dela e novamente um golpe duro nas costas que a levou ao chão. Beckett lutava para respirar, buscava desesperadamente por ar, ofegando quase sem fôlego. Respira estava muito difícil.

- Só me diga quem está por trás disso.

- Está perdendo seu tempo,detetive. Você não faz ideia com quem está lidando.

- Nem você. E reunindo o resto das suas forças e toda a sua raiva, ela partiu para cima dele mais uma vez. Como uma leoa. Tentou agarrar suas pernas mas ele a empurrou tão forte que sem equilíbrio, ela rolou e ficou pendurada apenas com as duas mãos no parapeito do prédio.

- Socorro! Socorro!

Maddox se aproximou dela.

- Na verdade...sabemos exatamente com quem estamos lidando. E deixou-a lá sozinha pendurada no prédio à beira da morte.

- Socorro!

- Meu Deus.Não! Assim não. Vamos!

E então, exatamente naquele momento, ela viu um flash da sua vida passar pelos seus olhos,até a morte da sua mãe. Seu sofrimento,seu medo, sua obsessão. De repente, a imagem sumiu da sua frente trazendo outra. Castle. Ela pode visualizá-lo à sua frente, sorrindo com um copo de café nas mãos. Lembranças de quatro anos vieram à mente. Todos os momentos felizes, as ameaças, tudo. Não podia terminar assim. Ela se segurava como podia lutando para subir, lutando ela sua própria vida. Castle, não podia terminar assim.

- Vamos! Não! O desespero a fez chamar por ele.

- Castle.

-Beckett! Oh, Deus! Era ele! Podia ouvi-lo! Gritava por ele.

- Castle!

- Beckett

- Castle, estou aqui! Não!

- Meu Deus. Castle!

-Beckett, aguente firme!

-Castle!

Ela sentiu as suas forças se acabando. Os dedos escorregavam do parapeito. Seria esse seu fim? Gritou ao soltar do telhado e sentiu uma mão forte a segurando, puxando-a para cima.

-Beckett!

Ao ser posta de volta no telhado, ainda atônita, procurava por ele. Ela o vira.onde ele estava?

- Castle?

Mas ela se viu apenas em frente de Ryan, Esposito e Gates.

De volta ao distrito, eles estavam na sala de Gates. O sermão não poderia ser diferente, aliás estava longe de ser um sermão.

- Ocultando evidências,mentindo a um superior...O que fizeram é uma vergonha para a cidade e o distintivo. Estão fora da investigação e estou colocando ambos em licença administrativa a partir de agora.

-Senhora...

-Não me venha com "senhora".

- Vocês não merecem vestir o uniforme. Entreguem seus distintivos e armas.

Esposito fez logo o que Gates ordenou mesmo chateado com a situação. Já Beckett estava calada e em choque. A frase de Gates foi exatamente a chama que acendeu a memória de outrora, as palavras da mãe ecoavam em sua mente. ““Quando o momento certo chegar, siga seu coração”.

Siga seu coração.

- Detetive Beckett.

Ela colocou a arma sobre a mesa, pegou o distintivo. Olhando para ele, tudo o que ela podia pensar era nos anos que se entregara de corpo e alma defendendo-o, os dedos acariciavam o companheiro que a fez responsável por dar consolo a tantas famílias mas que infelizmente não pode dar consolo a ela. 41319. E finalmente Beckett soube exatamente o que as palavras da mãe significavam. Era isso. O momento final, uma escolha que redefiniria toda uma vida. Jogando o distintivo na mesa, ela falou.

- Pode ficar. Eu renuncio.

E deixou a sala, sem sequer notar o ar de perplexidade no rosto de Gates e a raiva do olhar de Esposito que parecia dizer : Por essa você não esperava.

Beckett tomara a sua decisão, a ela restava apenas juntar suas coisas e sair um busca da única coisa que importava torcendo para que não fosse tarde demais.

XXXXXX
Alexis estava no palco começando o discurso que definira um momento especial na sua vida, uma mudança, um recomeço. As palavras ditas por ela não se dirigiam apenas aos formandos da classe de 2012, tinham um significado bem mais amplo, capaz de tocar o coração de todos os presentes e em especial de seu pai. Talvez nem Rick Castle pudesse ter sido tão sábio ao descrever aquele momento de sua própria vida.

There's a universal truth we all have to face...whether we want to or not. Everything eventually ends.As much as I've looked forward to this day,I've always disliked endings...

The last day of summer...

The final chapter of a great book...

Parting ways with a close friend.

But endings are inevitable.

Beckett coletou todos os pertences pessoais de sua mesa colocando-os numa bolsa esportiva. Carregando suas coisas, ela virou-se para trás a fim de contemplar a sua mesa, aquele lugar onde construira uma carreira que por muitos anos fora a sua vida. Agora era passado, capitulo encerrado na sua vida. Dirigiu-se ao elevador. Ao fechar das portas, ela suspirou. O rosto revelava uma certa tristeza ao perceber que seria a última vez que estaria fazendo essa jornada. A sensação que sentia não era de derrota, era de superação. O olhar determinado demonstrava que sabia exatamente o que queria. Tomara a decisão correta, seguira seu coração. Kate Beckett precisava de um momento de reflexão antes de mudar seu destino. Quase morrera novamente, fora preciso desafiar seu próprio limite, ultrapassá-lo, para finalmente estar pronta para reconhecer o que realmente era importante. Para dar seu salto de fé, entregar-se ao sentimento que explodia em seu coração.

Esposito pegou suas chaves e sua jaqueta, queria sair correndo dali. Nem sequer conseguia olhar na cara de Ryan. Kevin via os amigos deixando o distrito e não havia nada que pudesse fazer parar evitar isso, nado do que falasse faria qualquer diferença, mesmo assim ele tentou.

- Javi... não tive escolha.

Esposito nem se deu ao trabalho de olhar para ele. Frustrado, Ryan atirou um peso de papel ao longe.

Leaves fall.You close the book.You say good-bye. Today is one of those days for us.

Today we say good-bye to everything that was familiar,everything that was comfortable.

We're moving on.

But just because we're leaving,and that hurts...There are some people who are so much a part of us they'll be with us no matter what.

They are our solid ground...Our North Star,and the small clear voices in our hearts that will be with us... Always.

XXXXXXXXX

Uma tempestade caía em New York. O céu branco dizia que estava longe de acabar. Kate Beckett não se importava em caminhar sob a chuva torrencial. Ela estava viva. Por um triz, podia ter dado adeus a esse mundo, a sua vida, a sua felicidade. Por quase 15 anos, Kate Beckett se dedicou a procurar a justiça, a buscar o consolo para si e descanso para sua mãe. Chegara ao fundo do poço, ameaçada de morte por várias vezes, ela escapou, se reergueu até aquele tiro que lhe colocou à beira da morte. Por um ano, pode reconstruir sua confiança, quis seguir em frente. Deus opera de maneira misteriosa, pensou. Foi preciso estar naquele telhado lutando com as próprias mãos para não morrer que Kate Beckett encontrou a sua verdade. Ao sentir as forças lhe faltarem, ela pode ouvi-lo, quis ouvi-lo e chamou por ele. Naqueles poucos segundos, ele era a única imagem presa em seus olhos, seu único pensamento, sua única voz. Castle. Ele era sua verdade. Sentiu seu coração acelerar, a respiração faltar apenas ao pensar em nunca mais vê-lo e ela gritara por ele.

Beckett chegara ao balanço da praça onde a um ano ela pediu um tempo a ele. Onde ela conhecia exatamente o sentimento que ele nutria por ela. Ali, ela contou do muro que construira ao seu redor,por medo, por autoproteção. O muro caíra totalmente. Olhava para o balanço vazio ao seu lado. As lágrimas se misturavam com as gotas da chuva. Ela podia ouvir a voz de Castle quase implorando “Kate I Love you, se isso significa alguma coisa não faça isso”. Ele estava certo, todo esse tempo ele sempre esteve certo. Como não consegui entender? Ele nunca me traiu, ele fez tudo para me proteger, fez tudo por amor.

Because I Love you...

Deus! O que eu fiz? Nunca era tarde demais. Não posso desistir, simplesmente não posso. Lutaria por ele. Morreria por ele. Faria qualquer coisa por ele. Essa era sua verdade, isso era a voz de seu coração.

Tudo o que preciso. Tudo o que quero. Castle. Foi sempre Castle.

Ela saiu correndo em direção ao seu carro que estava a metros dali. Corria em busca da sua felicidade, do seu ar, da sua vida.

Apartamento de Castle

- Não, Alexis, ficarei bem. A TV tem muitos canais, tenho meu Xbox... Divirta-se. Não me preocuparei com você até a hora do almoço amanhã. Também te amo. – passava uma firmeza na voz mas assim que desligou o celular, Castle sentiu-se perdido. Pendurou o pingente da turma de 2012 no abajur pensativo. E então o seu celular tocou. No display a foto dela. Kate Beckett. Pegou o telefone e a ignorou.

Do outro lado da linha, Beckett rezava para ele atender a ligação. Dirigia rumo ao apartamento dele.

- Vamos Castle... por favor... atende.

Ao ver que não adiantaria, ela acelerou.

Ele perambulou pela casa até chegar ao seu monitor. O arquivo de Beckett ainda estava ali. Olhando uma última vez para a foto dela, ainda não acreditava que teria que seguir em frente, que fora tudo em vão. Ele tocou a tela e arrastou o arquivo para a lixeira. A mensagem surgiu: ARQUIVO DELETADO. Suspirou. Era fácil livrar-se da história, de um arquivo. A parte mais difícil seria deleta-la de seu coração. Não importa o que acontecesse dali para frente, Castle jamais esqueceria alguém tão extraordinária como Kate Beckett.

Batidas na porta o fizera despertar de seus pensamentos. Ao abrir, ele a viu escorada, os cabelos molhados e desalinhados. Havia algo de urgente no seu olhar.

- Beckett, o que você quer?

- Você.

Ela avançou em direção a ele decidida e segurando com as mãos o rosto dele o beijou pegando Castle de surpresa. Ela quebrou o beijo momentaneamente e mantendo as mãos sobre os ombros dele e as testas coladas, ela balbuciou entre lágrimas.

- Sinto muito, Castle. Sinto muito. Sinto muito.

Queria beijá-lo novamente, ela busca os lábios dele mas no momento que começou a beijá-lo, Castle a impediu. Queria saber, precisava saber o motivo dela estar ali se desculpando, precisava saber tudo.

- O que aconteceu?

- Ele escapou e eu nem me importei – as lágrimas rolavam pelo rosto dela - Eu quase morri... mas só pensava em você. Só quero você.

Ao pronunciar essa frase tão poderosa, Kate abriu a boca sedenta por mais um beijo, ele esquivou-se porém Kate não estava disposta a desistir do que viera fazer ali. Ela acariciou o canto dos lábios dele, um relâmpago clareou o seu rosto e Kate sentiu o desejo do homem que ama finalmente extravasar quando a empurrou contra a porta e beijou-a apaixonadamente. O desejo tornou-se urgente e os beijos intensos ele deslizava os lábios pelo pescoço dela enquanto Kate deslizava as mãos nas costas dele tentando puxa-lo para ainda mais próximo de si, não queria um único espaço entre eles. Castle podia distanciar a boca daqueles lábios mas em poucos segundos voltava-se para eles. Ela ofegava ao toque dos lábios e ao sentir as mãos dele escorregarem pela lateral do seu corpo. Castle beijou-lhe a nuca, o colo e o meio de seus seios, exatamente onde a sua cicatriz deveria estar. Não precisaria pedir permissão para seu próximo movimento. Ele abriu a blusa dela deixando o soutian à amostra para poder ver a marca do tiro gravada na pele dela. A cicatriz responsável por tudo que acontecia exatamente naquele instante entre eles. Castle fez menção de tocá-la, queria ver que era real e Kate guiou a mão dele até o lugar onde a pele fora marcada. Sentiu o corpo arrepiar com o toque dele e tornou a beijá-lo, agora de maneira mais carinhosa, sensual tocando levemente o rosto dele. Saboreavam o momento com pequenos beijinhos e quando seus lábios separaram-se pela última vez, ela abriu um sorriso e sua mão buscou a dele entrelaçando os dedos de Castle aos seus. Sem quebrar o olhar com o dele e mantendo as mãos entrelaçadas, Kate deu o próximo passo.

Ela saiu caminhando pela sala dele guiando-o até o quarto dele. Estava mais que decidida. Ela não queria desperdiçar mais nem um minuto longe dele. Na escada, ela voltou a procurar pelos lábios dele. Ela beijou-o novamente, as mãos percorriam os cabelos e a nuca dele, sentiu quando ele começou a acariciar sua cintura e desceu para tocar o bumbum dela. Kate começou a desabotoar a camisa dele enquanto os lábios não se largavam, finalmente chegou ao topo da escada. Dessa vez, Castle tomou a dianteira para leva-la ao seu quarto.

A cama muito bem arrumada estava cheia de almofadas e travesseiros. Ao ver o cenário ao seu dispor, Kate sorriu e puxou a camisa dele de uma vez. Tomou uma certa distância para olha-lo e de leve tocou o peito dele com a ponta dos dedos deslizando-os calmamente até colocar toda a sua mão espalmada pelo peito dele. Ela imaginara aquele momento em que sentiria a pele dele, da mesma forma que sonhou em colar seu corpo ao dele e perder-se nos seus beijos. Mordiscou o queixo dele e já ia descer a boca para explorar o tórax quando ele a impediu. Castle arrancou a blusa dela e livrou-se das calças deixando-a apenas de lingerie. Em seguida, ele a suspendeu em seus braços e deitou-a na cama. Despiu as proprias calças e sorriu ao ver Kate Beckett deitava totalmente à vontade na sua cama.

Somente de boxer, ele inclinou-se na cama sobre ela voltando a beijá-la. Dessa vez, a sensação para Kate era diferente, pele contra pele. Ela o abraçava com força como se o gesto fosse capaz de mante-lo ali com ela e não deixá-lo ir. Ele beijava agora seu pescoço e descia saboreando a pele dela deixando uma trilha de beijos por onde passava. As mãos acariciavam os seios de leve e desciam pela lateral do corpo de Kate até encontrar seus quadris e a calcinha. Com dedos ágeis, ele puxou a lingerie enquanto os lábios sugavam os seios dela sobre o tecido do soutian. Kate gemia e arqueava o corpo sentindo o desejo exalar de todos os poros de seu corpo. Com as mãos agarrou os cabelos dele incentivando-o a ficar ali. Sussurrou para ele.

- Tire Castle...

Ele usou os dentes para puxar um dos bojos do soutian roçando os mesmos sobre a pele dela. Foi exatamente nesse instante que Kate virou-se e passou a ficar em cima dele. Ávida pelo toque, ela abriu o soutian e jogou-o longe deixando os seios rijos e pequenos à amostra. Antes mesmo dela se inclinar para explorar o corpo dele, sentiu as mãos dele envolverem seus seios e encaixarem perfeitamente neles, com o polegar, ele acariciava os mamilos dela gesto que fez Kate morder os lábios e jogar a cabeça para trás. Castle já estava sentado na cama com ela em seu colo e provava os seios com os lábios. A língua passeava sobre um mamilo excitando-a para logo depois fazer o mesmo com o outro. Ao abocanha-lo de vez, Kate gemeu de prazer e segurou-se nos ombros dele. Sentia-se excitada demais. A umidade entre as pernas apenas aumentava e se continuasse assim logo ela sucumbiria a um orgasmo. Castle tornou a fazer a mesma brincadeira de sedução com o outro seio. Ao se afastar um pouco dela, tornou a ver a cicatriz exposta e beijou o local novamente. O gesto arrancou um sorriso sincero e apaixonado de Kate que ergueu o rosto dele e o beijou apaixonadamente. Empurrou-o de volta a cama e começou a prová-lo. Os lábios desceram pelo pescoço mordiscavam o ombro e beijavam o peito de Castle. As mãos faziam uma dança acariciando os braços dele sentindo os músculos dos bíceps fortes que em outro momento a carregaram até voltarem a se esparramar pelo peito dele novamente. A pele dele tinha um gosto amadeirado misturado ao cheiro masculino familiar que ela não sentia a um bom tempo. Ela gostava de morder a pele para provocá-lo. Ela tornou a olhar para ele que mantinha as mãos no bumbum dela. Sorriu e inclinou-se para beijá-lo, o olhar que antes demonstrava ternura era só desejo e com avidez tomou a boca dele num gesto urgente.

Castle tornou a trocar de posição com ela. Queria prová-la. Ele afastou as pernas dela e depositou beijinhos no interior das coxas dela bem próximo ao lugar ansiado. Ouviu os gemidos dela e alguns sons sem sentido. Com a língua, ele tocou o centro dela fazendo-a arquear na cama e sem mais demora ele a provou completamente. O movimento dos lábios e língua dele estavam levando-a à loucura. Kate sentiu o corpo tremer e cedeu ao desejo que a tomava gozando pela primeira vez. Ele continuava a excitá-la, perdia-se nela completamente. Os gemidos dela permaneciam enquanto ela contorcia o corpo curtindo cada minuto do orgasmo. Ele finalmente deixou o local indo beijar-lhe os lábios mais uma vez. Ela estava ainda mais linda, a pele vermelha sob efeito do orgasmo e as pupilas totalmente dilatadas exprimindo desejo. Ele não aguentava mais esperar a dor em seu membro era grande demais, estava quase explodindo. Ele ergue-se da cama para tirar o boxer aproveitando que ela ainda se recuperava do prazer que sentia, mas assustou-se ao ver que ela sentara-se na cama e segurava sua mão impedindo que ele continuasse. Foi Kate quem segurando no elástico do boxer o despiu deixando o membro rijo respirar, ela olhou para ele e sorriu. Segurou-o em suas mãos e acariciou-o, ele deixou escapar o nome dela entre um gemido.

- Kate...

Ele não podia esperar, não queria. Segurando-a pelos ombros, forçou-a a deitar-se novamente e jogou o peso do seu corpo sobre ela. Ele a queria tanto, mas foi ela que quem voltou a pedir afastando as próprias pernas.

- Quero você Castle...

Ele se posicionou e a penetrou sem pedir licença. Kate gritou ao senti-lo preencher o vazio de antes. Era uma sensação sublime. Esperara tanto por isso, estar assim, era como estar em casa. Buscando os lábios dela mais uma vez, ele começou a movimentar-se dentro dela. Os olhares encontraram-se e ela acariciou o rosto dele com a ponta dos dedos, seus olhos verdes intensos diziam que estava tudo exatamente como deveria estar. Ela envolvia a cintura dele com as pernas para sentir-se ainda mais próxima dele. Os movimentos passaram a ser mais rápidos e intensos. Kate começava a sentir a onda de prazer voltar a se aproximar. Eles moviam-se num ritmo sincronizado, como um balé, sentia a respiração dele pesada em seu pescoço quando ele a provocava mordiscando a pele. Ouviu-o sussurrar seu nome e de repente ela foi tomada por um turbilhão de prazer. Ela tremia por baixo dele deixando o orgasmo toma-la até perder seus sentidos diante do desejo que a tomava. Gritou o nome dele e Castle continuava a possui-la a cada segundo até ele próprio render-se ao seu momento de prazer, gozando com ela.

Os corpos suados enroscavam-se pela cama em meio aos lençóis vivendo seu momento único de prazer. Ele deixou o corpo relaxar sobre o dela por alguns segundos e moveu-se para o lado. Kate mantinha os olhos fechados procurando respirar de maneira mais branda, o coração batia acelerado em seu peito. Ela buscou a mão dele porém, quando não a encontrou, ela virou-se para encará-lo e o viu apoiado em uma da mãos olhando para ela. Sorriu e entrelaçou a outra mão na dele. Respirou profundamente buscando por fôlego.

- O que foi?

- Nada. Só não quero ficar longe de você. Sentir sua pele, seu calor.

- Estou aqui, Kate e não vou a lugar algum.

Ela se encostou nele como uma gata e enroscou-se no peito dele sentindo o calor e a batida do coração junto dela. Os braços de Castle a envolveram e os lábios dele buscaram pelos dela num beijo preguiçoso. Kate mordiscou o lábio inferior dele sorrindo ao gesto. Depois beijou o peito dele enquanto fazia pequenos círculos com a ponta dos dedos. Sentiu as lágrimas formando-se no canto dos olhos deixou uma delas escapar molhando-lhe o rosto. Castle percebeu e ergueu o rosto dela para fitá-la no momento que outra lágrima caía. Limpando a trilha deixada por ela, ele beijou levemente os lábios dela.

- Hey...não chore...

- Tudo bem, Castle... está tudo muito bem. Estou feliz.

- Bom saber.

E ela voltou a se aconchegar no peito dele. Castle acariciava os cabelos dela. Ele ainda estava curioso para saber se fora a experiência de morte que a fizera acordar. Podia perguntar mesmo sabendo que em se tratando de Kate Beckett, talvez não tivesse uma resposta.

- Kate...

- Hummm...

- O que a fez perceber o que queria em meio a toda a loucura?

- Um homem muito sábio uma vez me disse: The heart wants what the heart wants – ela apoiou-se no peito dele para fitá-lo – meu coração queria você, Castle. Sempre quis. Eu só precisava escutá-lo.

Ele sorriu. Sempre enigmática. Mesmo não entendendo completamente o sentido das palavras dela, Castle se satisfez. O mais importante era que ela estava ali com ele. E diante desse pensamento, ele adormeceu.

XXXXXXX

Os primeiros raios de sol começavam a encher o quarto dizendo adeus à chuva que caíra durante toda a madrugada. O brilho intenso começou a incomodar Kate que dormia de costas para ele. Abriu os olhos e esfregou-os para se adaptar à claridade que invadia o quarto. Ao virar-se na cama procurando por ele, encontrou apenas o espaço vazio. Ainda sonolenta, ela se espreguiçou e levantou da cama. Ainda estava nua. Procurou a calcinha pelo chão e alguma peça de roupa, sorriu ao encontrar a camisa dele ao pé da cama.

Castle estava na cozinha preparando o café. Estava fazendo panquecas esperando apenas ela acordar para fritar ovos e bacon para ambos. A mesa estava posta para os dois com pratos, xícaras, pães, queijo e geléia, muito bem arrumados à espera dela. Kate chegou de mansinho sem fazer barulho e ficou observando o jeito dele na cozinha. Tirara a sorte grande. Tinha um homem inteligente, carinhoso, charmoso e gostoso a seu lado que ainda por cima sabia cozinhar. Devagar, percebendo que ele estava de costas, ela aproximou-se e o abraçou por trás beijando-lhe as costas.

- Hey...

- Bom dia, Kate.

- Porque você levantou tão cedo? Queria ficar na cama mais um pouquinho...

- Já passa das nove, você não vai trabalhar?

Ela não respondeu de imediato. Ele virou-se para ela sorrindo.

- Não vai dar meu beijo de bom dia?

Ele inclinou-se e beijou-lhe os lábios. As bocas moviam-se preguiçosamente numa dança de exploração. Ela acariciava o peito dele enquanto depositava beijinhos no rosto dele, bochecha, maxilar, queixo. Ela finalmente decidiu parar por um instante apenas porque sentira o cheiro maravilhoso das panquecas e percebeu que estava com muita fome.

- Está cheirando... cadê meu café, Castle?

- Já sai, mas primeiro vou preparar os ovos. Hey, essa camisa é minha.

- É, tem seu cheiro.

A camisa dele batia no inicio das coxas dela deixando as longas pernas expostas. Ela sentou-se à mesa. Viu como estava bem arrumada. Tirou um pedaço de queijo e provou. Castle veio com o prato de ovos e bacon e as panquecas. Depois voltou a cozinha para apanhar o bule de café. Serviu-a e também colocou em sua xícara. Ela já colocara ovos num prato e mordiscava um pedaço de bacon.

- Quer chantilly?

- Não pela manhã prefiro o café assim. Sente-se Castle.

Ele obedeceu. Pegou um pedaço de pão e fez um sanduiche com os ovos. Percebeu que ela já comera quase todos os bacons que ele fritara. Agora servia-se de panqueca encharcando-a de mel.

- Você estava realmente com fome não?

- A culpa é sua! Além do mais nem lembro quando foi a última vez que comi.

- Posso te perguntar uma coisa, Kate?

- Claro!

- Porque você não me chama de Rick?

- Porque Castle é mais impactante, mas se preferir posso chamá-lo de Rick. E foi sempre assim que o chamei mesmo nos momentos de agonia. Eu gosto do som, Castle... Castle...

Foi a vez dele sorrir enquanto ela bebia o café. Terminara de comer o pão e pegou um bacon para mordiscar. Olhou o relógio, eram quase 10 horas.

- Você se deu folga hoje Detetive Beckett? Já devíamos estar no distrito.

Ela suspirou. Ainda não contara a ele o que acontecera no dia anterior. A segunda decisão mais importante que tomara.

- Castle, eu tenho algo pra te contar. Eu não sou mais uma detetive da NYPD. Eu pedi demissão.

- Você o que?

- Eu fiz uma escolha. Decidi viver minha vida. Por mais que adorasse meu trabalho, ele estava destruindo outras coisas bem mais importantes para mim. Quando decidi ir adiante com a investigação, fiquei cega. Eu não ouvi você e nem ninguém. Tudo o que eu queria era achar o culpado pelo meu tiro, pela morte da minha mãe. Não pensei em nada, nas consequências e na loucura que estava fazendo. Quando Gates pos em cheque todo o meu trabalho, percebi que não precisava disso. Precisava ser feliz, queria apenas esquecer aquela loucura e encontrar você. Castle, esteve certo o tempo todo, eu preciso seguir em frente.

- Sinto muito, Kate! Ele disse tocando a mão dela.

- Não, estou bem. Estou feliz. Tenho você. Ela apertou a mão dele e inclinou-se para dar um beijo rápido nele.

- Então, o que vai fazer agora?

- Ainda não sei, quem sabe não volte a estudar e realizar meu sonho na suprema corte? Agora eu preciso de um tempo para mim, descansar, viver um pouco. Considere isso umas férias.

Ela percebeu que ele ainda estava com o semblante preocupado. Levantou-se da mesa e ofereceu a mão para ele.

- Vem cá!

Ele se levantou e segurou a mão dela. Com a outra, ela acariciou o rosto dele passando o polegar sobre os lábios dele e sorriu dando um selinho nele.

- Está tudo bem, Castle. De verdade.

- Ok, mas você promete me dizer se estiver precisando de ajuda? Não vai esconder nada de mim?

- Não, sem segredos. Prometo. Ela o abraçava agora. Beijou-lhe o ombro e tornou a encontrar o olhar dele, uma ideia surgia na sua mente.

- Sabe Castle, podia ajudar você a escrever umas cenas para o seu livro de Nikki Heat, tenho muitas idéias. Posso ainda atuar como consultora. E agora podemos testar se as cenas entre Nikki e Rook ficarão realmente boas.

- Ah, você quer influenciar nas minhas histórias?

- Deixei de ser sua musa porque não carrego um distintivo?

- Nunca! Você é minha eterna musa.

- Ah, Castle estava pensando, já que estou de férias poderíamos ir para sua casa nos Hamptons, o que acha? Lá é tranquilo – ela se aproximou o corpo ainda mais dele e começou a brincar com a gola da camisa dele - você poderia escrever... descansar...

- Gostei da idéia... mas vou ter que me livrar da minha mãe primeiro.

- Você tira isso de letra, diga que está comigo.

- É você tem razão... estaríamos sós – ele sorriu - Sem ex-namorados raivosos.

- Sem assassinos... Beckett disse.

- Sem crimes para resolver... ele lembrou.

- Sem tigres e sem ex-mulheres.

- Apenas nós... Castle enfatizou.

Ela fitou-o com ternura e mordiscou os lábios dele antes de dizer.

- Um escritor e sua musa... Always.

- Always.

E ele a beijou calorosamente puxando-a para junto de si. Ela se perdeu no beijo explorando todos os espaços que podia. As línguas se encontravam e se provavam. Apenas por estar colada a ele, Kate sentia o calor tomar conta de si. A excitação e o desejo começavam a dominar seu sangue. Ela quebrou o beijo e sorrindo se distanciou dele caminhando rumo à escada, ele ficou parado observando-a, queria ver o que ela iria aprontar. Kate virou-se e colocou as mãos cruzadas em frente ao peito e virando a cabeça para o lado assumiu o tom autoritário de voz que sempre o fascinava.

- Vai ficar parado ai, Rick Castle ou vai me acompanhar até o quarto para uma sessão matinal? Temos quatro anos para recuperar.

Ele balançou a cabeça e riu do jeito dela. Quando começou a andar na direção dela, viu que ela não esperou por ele e já subia os primeiros degraus da escada. Então falou alto.

- Ah, e não esqueça o chantilly...

- Chantilly?! Ele parecia surpreso.

- Vou te mostrar uma ideia interessante para combater todo o fogo de Nikki Heat...

Ele estava boquiaberto ainda parado e olhando para ela.

- Castle.... você vem ou não?

Ele rapidamente se mexeu e com o chantilly nas mãos subiu a escada até onde ela estava. Ela pegou o chantilly e espirrou em dois de seus dedos. Passou de leve pelos lábios dele e lambeu até não ficar nada arrancando gemidos dele.

- Pensando bem, acho que vamos aumentar o fogo. E ela soltou uma gargalhada quando viu a cara marota dele para ela.

- Você é realmente quente.

Ela aproximou-se do ouvido dele e sussurrou.

- Eu já te disse uma vez, você nem imagina....

E rindo eles subiram o resto da escada. Era o momento de celebrar.

Horas depois ela estava secando o cabelo em frente ao espelho do banheiro, usando um hobby de Castle. Ao ver sua imagem, notou o quanto estava relaxada.

Tudo estava diferente, mudança é vida. Sem ela, perdemos a oportunidade de crescer, abre-se um novo capítulo do livro da vida, estamos diante de uma página em branco esperando por nós para escrever a próxima história. Mudar é preciso e às vezes um simples passo na direção certa nos traz uma recompensa inimaginável. As perdas existem, mas os ganhos são muito maiores.

Tocou a cicatriz novamente e sorriu.

Kate Beckett aceitou a mudança e com ela começava a escrever um capítulo totalmente novo em sua vida. Não sabia o que se revelaria para ela ao longo do caminho, tinha apenas uma certeza. Não estava sozinha nessa jornada. Pela primeira vez em sua vida, Kate estava exatamente onde queria estar.

The End

 
Tks 4 the ride!!!