segunda-feira, 26 de junho de 2017

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.115



Nota da Autora: O que dizer desse capitulo? Love is in the air... para os nossos casais. Em outras palavras, NC. Também uma vaga ideia da nova etapa da vida de S&N a ser explorada mais para frente. Também como dizem algumas leitoras: de vez em quanto surge um elemento do passado, um símbolo. Sim, vocês poderão identificar nesse capitulo... e dessa vez fui bem lá trás hahaha! Enjoy! 



Cap.115


— Nate… nem acredito que você está em casa. Que saudades, amor! - ela continuava pendurada no corpo dele. Nathan sorria tentando abraçar as duas mulheres mais importantes da sua vida.  
— Staninha, você terá que me soltar um pouco para eu colocar Katherine no chão - ela ria. 
— Desculpe, eu só… Isso foi realmente uma surpresa - ela se afastou - como você conseguiu vir? Eu não esperava.
— Essa era a ideia principal, surpreender você - ele colocou Kate no tapetinho - na verdade, eu disse ao meu diretor que tinha um evento em Los Angeles no fim de semana e que já estava agendado há meses. Como estamos adiantados no cronograma não teria problema de tirar o fim de semana. Terminei de filmar às dez horas, peguei minha mala e fui para o aeroporto. Estou de pé desde às cinco da manhã. 
— Você deve estar cansado, se quiser podemos ir para o quarto. 
— Eu dormi no avião e se formos para o quarto, não será para dormir, amor. Você mais do que ninguém sabe disso. Antes de irmos nessa direção, quero brincar um pouco com a nossa filha - eles sentaram-se no tapetinho lado a lado para observar a filha. Stana não conseguia manter as mãos longe de Nathan. Roubava beijos, acariciava sua coxa, mordiscava seu pescoço. Ele retribui as carÍcias enquanto se divertia com a filha. Katherine engatinhava de um lado a outro mostrando os brinquedos para o pai. 
Sentados em lados opostos do tapete, eles faziam a menina levar objetos de Nathan para Stana e vice-versa. Kate estava se divertindo. Em um dado momento, ele deitou-se no tapete o que atiçou a vontade de Stana de ficar junto dele. Como se imitasse a filha, ambas engatinharam até ele. Sem cerimônias, Stana sorveu os lábios do marido deixando parte do corpo sobre o peito dele. Foi a vez de Katherine seguir os passos da mãe. Ela escalou o estômago do pai deitando-se sobre o seu peito e beijando a camisa dele. 
— Olha, Nate… que coisa linda - ela chamou a atenção do marido para a filha. Ergueu o corpo sentando-se para admirar a pequena e facilitar a visão de Nathan. Vendo que o espaço estava livre, Katherine continuou se empurrando no peito do pai até que estivesse bem próxima ao rosto dele. As mãozinhas tocavam-lhe a face. Então, Nathan foi surpreendido com um beijo nos lábios da menina. Kate repetiu o gesto três vezes. 
— Ela faz isso sempre comigo. Eu a ensinei. 
— Dada…dada… 
— Sim, Katie. É o daddy - ele ergueu-se do chão ficando sentado com a menina em seu colo, Stana continuou conversando com a menina - você é linda e inteligente, não meu amor? Mamãe acha. 
— É sim, puxou a mãe. E beija muito bem - Stana gargalhou. 
— Bobo! 
— Nossa! Eu estava sentindo falta desse som. Que tal um café? - ele entregou a filha para a esposa e seguiu para a cozinha. No meio da sala estava a pequena mala que ele trouxera. Nathan remexeu em um dos bolsos tirando um pacote de lá - antes que eu me esqueça, trouxe isso para você - jogou na direção dela. 
— Maple taffy… ah, Nate… 
— Também tem uns cookies de maple - ele pegou a caixa - está na hora de Katherine experimentar um pouco de suas raízes canadenses. 
Rindo, ela acomodou a menina no colo e seguiu com ele para a cozinha. Colocou-a na cadeirinha e entregou um cookie para a menina provar. Enquanto ela se divertia com o doce, Stana aproveitou para curtir o marido. Abraçando-o por trás, encostou sua cabeça nas costas dele, inalou o cheiro em suas roupas, em seu pescoço. Ela queria apenas o contato. Suspirou. 
— Isso é tão bom… - Nathan se virou para entregar-lhe a caneca com café - senti tanta falta disso - ele a beijou rapidamente. Tomou um pouco do café. Roubou um novo beijo. Stana deixou a caneca sobre o balcão da cozinha e deixou seus lábios agirem com todo o desejo que a dominava. O contato era intenso, prazeroso. Ela explorava a boca do marido sentindo o corpo se arrepiar com o toque das mãos dele. Começavam a se perder um no outro quando um pequeno som os alertou. 
— Dada…dada… mais…mais… Kat…mais! - eles se separaram olhando para a filha que tinha apenas algumas migalhas do cookie nas mãos. A boquinha toda suja de farelos e creme de maple. 
— Kat? 
— Estou tentando ensina-la a falar o nome. Até agora isso foi o mais próximo que chegamos. Será que devemos dar outro a ela? Não é muito açúcar? 
— Ela não come isso sempre. Dê mais um, amor. Parece que ela não irá negar as raízes da formiguinha da mãe - ele voltou sua atenção ao café. Pegou um dos cookies e comeu. Os dois observavam a menina comer. Katherine realmente adorara a novidade. Quando ela terminou, dona Cookie apareceu na sala. 
— Filho? O que faz aqui? 
— Fugi para ver minhas mulheres - ele beijou a bochecha da mãe - como a senhora está? Quer um biscoito de maple? - ela retribuiu o carinho do filho e pegou um biscoito. 
— Estou ótima. Tenho me divertido muito com minha neta e Stana. De vez em quando, ainda ganho bônus com Gigi e seu irmão. 
— Imaginei que Gigi ia acampar por aqui. 
— Nem é assim, babe. Ela anda ocupada, tem muita coisa acontecendo, cabeça cheia e seu irmão está viajando. Deve chegar hoje. 
— Então ela deve estar bem estressada - ele comentou rindo. 
— O normal… espero que ela tenha uma boa noite hoje - ele notou o tom preocupado no comentário da esposa. 
— O que foi, amor? Ela está com problemas? O mano está bem? 
— Calma, Nathan - disse dona Cookie - eles estão sob stress, Gigi e o trabalho, seu irmão anda um pouco preocupado. Acredito que depois dessa viagem, eles vão se acalmar. Vocês cuidem do seu relacionamento. Eles, do deles. 
— Mãe, a senhora não está ajudando… 
— Babe, não pense nisso agora. Gigi está preocupada com seu irmão e vice-versa. O lance da possessão e do ciúme mexeu com os dois. Eu já conversei com ela. Vai ficar tudo bem. 
— Stana tem razão. Eu vou pegar minha neta e dar um banho nela. Já vi que ela se deliciou com os biscoitos. Vou ficar com ela para dar uma certa privacidade a vocês. Aproveitem. O jantar será por minha conta - Cookie pegou Katherine nos braços e subiu as escadas. 
— Você ouviu sua mãe. Melhor aproveitarmos um pouquinho antes do jantar - ela beliscou propositalmente o bumbum dele - vem, Nate - Stana saiu puxando-o pela mão subindo as escadas em direção ao quarto. Assim que a porta se fechou atrás deles, ela o agarrou com vontade. 
Toda a saudade, o desejo, a necessidade aflorou em forma de beijo. Nathan a segurava pela cintura deixando suas mãos deslizarem pelo corpo da esposa. A vontade de tê-la completamente o deixara excitado em muito pouco tempo. Empurrou-a contra a parede do quarto. As mãos livraram-se da calça que ela usava. Stana jogou a sua blusa longe e puxou a camiseta pólo que ele usava em um rápido movimento. Os dedos ágeis trabalhavam na calça de Nathan enquanto sentia os lábios dele em seu pescoço, as mãos apertando-lhe os seios. Gemeu lentamente. Por fim, a peça de roupa veio ao chão revelando o membro pronto para toma-la. Ele ergueu os braços dela acima da cabeça. Mantendo-a sem ação por alguns instantes, ele devorou seus seios sem pressa, tomou-os um a um sugando, lambendo, provando até abocanha-los por completo. Ouvir os gemidos da esposa e o corpo se contorcer em reação ao momento de prazer que estava recebendo era ainda mais excitante e estimulante para Nathan. As pontadas na virilha já começavam a leva-lo a loucura. 
— Nate…oh, Deus… quero… você - a espera havia sido longa demais. Reconhecia a necessidade de Stana e não queria prolongar a sua própria vontade. Ele a carregou até a cama. Não a preparou para o próximo ato, simplesmente a tomou. O corpo dele pesando sobre o dela, os movimentos rápidos e precisos, com a boca, explorava a pele quente e vermelha. Sabia que ela estava quase atingindo o clímax. A cada nova estocada, ouvia os gemidos quase ininteligíveis da esposa. Nathan se aprofundava dentro dela tirando o máximo de proveito da experiência. O beijo urgente transformou-se em um mordiscar de lábios. Ao senti-la tremendo abaixo de si, ele intensificou os movimentos. Stana atracou as pernas na cintura dele e o puxou para perto quase arrancando os cabelos dele ao beija-lo. Com um grito, ela finalmente rendeu-se ao orgasmo. Nathan a acompanhou. 
Por alguns segundos, o silêncio era quebrado apenas por pequenos suspiros ou gemidos. Recuperando parte de suas forças, Nathan fitou o rosto da esposa. Stana tinha os olhos fechados. Lentamente, ele começou uma dança em seus lábios. O beijo agora era carinhoso, apaixonado. Quando ela abriu os olhos, viu as lágrimas escaparem pelo rosto da esposa. 
— Eu te amo, babe… faz amor comigo outra vez? 
— Você não precisa pedir, claro que faço - ele limpou as lagrimas - por que chora, amor? 
— Emoção, e-eu estou feliz - ela acariciou os lábios dele com o polegar - meus olhos azuis. 
— Acho que podemos descansar um pouco antes de recomeçar, não? - ele se deixou cair na cama ao lado dela. Stana se encostou no peito do marido fechando os olhos - faremos uma vez mais e depois podemos tomar um banho antes de jantar, o que acha? 
— Qual a sua ideia de banho, Nate? 
— A mais interessante e depravada possível - gargalhando, ela ergueu o corpo sentando-se no estômago do marido. 
— Acho que não quero esperar… - deixou seu corpo inclinar sobre o dele. Uma das mãos  acariciava o membro de Nathan enquanto os lábios mordiscavam seu pescoço e seus ombros. Ao senti-lo pronto para ela, Stana posicionou-se e deslizou o corpo sentindo-se preencher novamente. O beijo aconteceu de forma apaixonada. Era apenas o começo da nova fase de fazer amor para matar as saudades. 
Duas horas depois, eles saíram do quarto vestindo seus pijamas com um sorriso de orelha a orelha para jantar. 

XXXXXX

Em outro canto da cidade, Jeff também esperava para matar as saudades de sua esposa. Seu voo chegara a Los Angeles às quatro da tarde e ele viera direto para casa. Obviamente, ela chegaria mais tarde. Pensou em cozinhar, porém lembrou que a ultima coisa que sua esposa ia querer ao encontra-lo em casa era jantar. Ele concordava. Foram apenas três dias longe, para ele uma eternidade. A distância também o acalmou quanto as dúvidas que rondavam sua mente antes da viagem. Não que suas desconfianças a respeito de Steve tivessem desaparecido. Contudo, estar longe mostrara outra perspectiva. A certeza que não ter Gigi ao seu lado tornara-se algo impossível. Decidiu tomar um banho e após ela voltar para casa, eles podiam resolver o que jantariam. 
Jeff estava apenas de boxer e uma camiseta sentado na cama. Por volta das oito horas, Gigi entra em casa. Os últimos dias foram difíceis. Ela planejava estar cedo em casa para esperar pelo marido, contudo teve que lidar com um erro do seu fornecedor. Simplesmente enviaram a peça errada para a loja. Após muita discussão, o máximo que conseguira foi receber uma nova peça dali a cinco dias. Isso definitivamente iria atrasar seu planejamento. Sua vontade era mandar aquele francês para o inferno, mas o seu lado profissional não deixara. A cabeça latejava quando chegara em casa e tirava seus sapatos. 
A realização da mala no meio da sala fez seu coração pular mais rápido dentro do peito. Seu Jeff estava em casa. Esse seria o melhor momento do seu dia. Subiu as escadas com pressa. Ao abrir a porta do quarto e se deparar com o marido deitado de lado na cama a cueca realçando o traseiro, a fez gemer baixinho. Por mais que tivesse prometido a irmã e a si mesma que conversaria com o marido sobre os últimos acontecimentos, o simples fato de tê-lo de volta em sua cama, apagou todas as ideias racionais que haviam em seu cérebro deixando apenas o desejo falar por si. 
— Jeff… - ele se virou para fita-la. O sorriso despretensioso derreteu seu coração. Ela deu um passo a frente em sua direção. O marido sentou-se na cama, estendendo a mão para Gigi que a agarrou. Seus dedos passeavam pelo rosto dele como se o desenhasse. Ao passar o polegar em seus lábios, ela sentiu um arrepio subir pela sua espinha ao ter a mão de Jeff em suas costas. Abriu o zíper da saia dela, jogou a blusa longe e as bocas se encontraram. 
O beijo começara sensual, provocante, Jeff abriu o fecho do sutiã liberando os seios. Gigi fez o marido erguer os braços para tirar a camiseta que usava para em seguida derruba-lo no colchão da cama king size. Como uma gata, ela se esfregava no corpo dele. Sorvia-lhe os lábios e mantinha os braços de Jeff presos ao colchão. A boca descia pelo pescoço, o peito, sentindo o cheiro da pele, roçando seus dentes pelo caminho. Voltou aos lábios aprofundando o beijo. Então, Jeff se rebelou em um movimento rápido jogando-a de volta ao colchão. Era sua vez de leva-la ao limite e ao céu. 
Sugando os seus seios, lambendo os mamilos, ela sentiu a mão do marido no meio das suas pernas. Gemeu e chamou-o. 
— Oh, Jeff… eu senti sua falta… por favor, me ame. 
— É exatamente o que farei, Gi - e o jogo de sedução se transformou em demonstração pura de prazer. A experiência de acordar e excitar todos os sentidos. Não era sexo apesar da fúria e a força que o desejo louco imprimia em seus atos. Era provocação, devoção e o senso de possessão na cama e fora dela tão característico no estilo de fazer amor daquele casal.Ele estocava repetidamente dentro dela, quando estava próximo de explodir de prazer, Jeff deixou um sussurro escapar de seus lábios. 
— Minha… - e o orgasmo o dominou. Minutos depois, ela estava controlando sua respiração depois de um momento incrível de prazer. A mão deslizava pelo peito do marido. Apoiando-se em seu cotovelo, ela o fitava sorrindo. 
— Meu, você é todo meu, Jeff… adoro que você está de volta. Vamos nos divertir muito nesse fim de semana. Tenho muitas ideias na minha mente. 
— Mesmo? - ele brincava com a gota que pendia do pescoço sorrateiramente distraindo até apertar seu seio - como o que? 
— Como… fazer amor na cozinha, na piscina….- ela sentiu novamente o aperto no seio. Não pode deixar de gemer. Jogou a cabeça para trás - Deus! Por que você faz isso? - antes que ela pensasse em fazer alguma coisa, ele já estava sugava seus seios deslizando a mão para o meio das pernas dela. 
— Apenas sinta, Gi… - perderam-se um no outro numa nova rodada de prazer. 
Na manhã de sábado, Nathan acordou primeiro com o chorinho da filha. Foi até o quarto dela, pegou a menina no colo, beijou-a, checou a fralda. 
— Hum, presente da madrugada, Katie? Daddy vai cuidar disso. Depois, vou fazer seu leite e iremos acordar a mamãe. Que tal? Gosta do meu plano? 
— Dada… dada… 
— Acho que estamos de acordo - Nathan fez tudo o que prometeu, enquanto alimentava a filha na poltrona, ele reparou que a esposa colocara o pequeno alce que ele dera a Stana logo no inicio da sexta temporada, antes mesmo de estarem juntos. Sorriu com a suposta coincidência. Apos terminar, ele a levou consigo para o quarto. Colocou-a na cama do lado que ele dormia quase aos pés de Stana. A menina rapidamente engatinhou até a altura do travesseiro. Deitou a cabeça nele e esticou a mãozinha para tocar o rosto da mãe. 
Aproximou-se mais um pouco deixando a boca encostar na face da mãe a exemplo do que Stana fazia sempre com ela. Finalmente, Nathan viu a esposa abrir os olhos. 
— Bom dia, meu amor. Daddy trouxe você para falar comigo e me acordar, meu bebê? - Katherine encostou o corpo e o rostinho no da mãe, beijou seus lábios. Nathan deitou-se perto da filha. Ela já sentava-se na cama. Voltou sua atenção para o pai subindo em seu corpo querendo pular na barriga dele. Stana ria. Aproximou-se mais do marido - está se divertindo, Katie? - a menina soltava gritinhos e pequena risadinhas. Então ela reparou na mãe. Stana estava nua desde a noite anterior. No mesmo instante, Katherine parou de pular e se jogou na direção da cama onde ela estava. O interesse era apenas um. Deitou-se no peito dela e abocanhou o seio buscando por leite. Nathan ouviu o gemido de prazer escapando pelos lábios da esposa. Sorriu. Ele inclinou-se para encontrar os lábios em um longo beijo. Stana deixou a filha ter seu momento de satisfação. 
Quando julgou que estava feliz, Katherine largou o seio da mãe e deitou-se esparramada na cama. 
— Eu acabei esquecendo um dos presentes que trouxe para Kate. E acredito que andamos com o mesmo pensamento em nossas raízes, Staninha. 
— Do que está falando? 
— Do alce que você colocou no berço dela. 
— Ah, eu achei que ela ia gostar e você sabe o quanto gosto daquele bichinho. Tem um pouco da saudade no gesto e me fez pensar em você, onde estava. Nunca esqueci o bilhete que escreveu. Sou sua Canadian girl, não? 
— Claro. Eu trouxe um para a nossa filha também. Vai ficar ótimo ao lado do outro. É um pouco diferente, mas… 
Os três ficaram deitados até dez da manhã. Desceram as escadas ainda de roupão, Kate no colo de Nathan. 
— Vou fazer o café para nós. 
Dona Cookie já estava na cozinha.  
— Oi, minha Kate... dá um beijo na vovó? - a menina se jogou para o colo de dona Cookie.  
— Eu já tomei meu leitinho com o daddy, agora vou comer frutinha. Morango, banana, melão...  
— Deixe que eu faço isso, Stana. Vá ficar com o Nathan - a mãe reparou que ele já fritava os ovos - vocês têm que aproveitar o tempo. Eu e Katherine vamos nos divertir, não amor?  
— Cooo…  
— O que significa isso?  
— Não sei, Kate tem seu próprio dialeto - disse Stana sentando-se no balcão. Pegou a caneca que o marido deixara para ela sobre o balcão. Sorveu o líquido. Nathan colocou o prato com ovos na frente dela, Stana pegou um pedacinho de bacon. O marido estava sentado ao lado dela. Beijou-lhe o ombro.  
— O que quer fazer hoje, babe? Um banho de piscina, ficar no quarto... - ela se aproximou sussurrando em sua orelha - temos que aproveitar muito, eu só quero tirar sua roupa e começar tudo outra vez... - a mão deslizou para o meio das pernas dele apertando o seu membro.  
— Oh, Staninha não faz isso... - ela sorveu os lábios dele de uma maneira tão sensual que ele fechou os olhos e gemeu colocando a mão sobre a dela querendo evitar o contato ao puxa-la.  
— O que foi? Não quer diversão?  
— Não é isso... privacidade, amor - ela sorriu maliciosa. Afastou-se dele.  
— Tudo bem, depois do café.  
— Sabe, eu estava pensando. Você falou em piscina, que tal chamarmos Gigi e Jeff para almoçar aqui?  
— Eu pensei que queria ficar comigo, sozinho…minha intenção com a piscina é completamente diferente. Nós temos pouco tempo e você vai ficar outro mês longe.  
— É o que mais quero. Só que...  
— Você está preocupado com o seu irmão. Eles estão bem, se tivessem com o problema saberíamos onde é o incêndio. Gigi teria corrido para cá - ela ponderou ao olhar para o marido - tudo bem.  
— Prometo que ficaremos muito tempo juntos. Temos hoje à noite, amanhã pela manhã e meu voo para Vancouver será à noite. Acredite, vamos aproveitar.  
— Eu não posso tentar te convencer? Tenho uns truques ótimos… - ele balançou a cabeça. 
— Por mais tentador que pareça, pode usar seus truques mais tarde com outro propósito. 
— Tudo bem. Vou ligar para a Gigi.  
A irmã pegou o celular espreguiçando-se na cama, parte do corpo estava sobre o marido.  
— É a sis... o que será que ela quer? - atendeu - hey, sis... 
— Você ainda está dormindo, Gigi?  
— Não necessariamente. Estou descansando de uma sessão bastante intensa com o meu maridinho. Manhãs de sábado são bem interessantes. Logo faremos outra.  
— Não preciso dos detalhes.  
— Desculpa, sis. Você não está muito satisfeita nessa área.  
— Na verdade, estou muito bem. Nate está aqui.  
— Ah! Você tirou o atraso. Muito bem.  
— Ele está convidando vocês para almoçar. Quer ver o Jeff.  
— Como assim? Você devia tranca-lo no quarto e abusar dele!  
— Gigi! Tem tempo para tudo. Vocês vem?  
— Claro, você acha que meu Jeff vai recusar? Talvez se eu der um incentivo para ele, Nathan perca a luta. Tem algo que deixaria meu marido bem tentado a ficar comigo e eu sou muito boa nisso... 
— Faça o que quiser sua doida!  
— Eu vou, sis. Relaxa, mas iremos nos atrasar um pouco - desligou o celular - vamos ter que fazer umas correções na nossa programação. Seu irmão está na cidade e quer nos ver - ela se levantou puxando-o para fora da cama.  
— Para que a pressa, Gi? Você mesma disse que ia se atrasar.  
— Sim, para o almoço. Antes quero fazer uma das coisas que concordamos. Um banho de piscina - ela já estava na porta quando Jeff perguntou.  
— Você não vai colocar uma roupa?  
— Para que? O que pretendo fazer não pede por uma...  
— Oh, Gi... pode me dizer a outra coisa que queria fazer comigo? Ouvi dizendo que ia me convencer... 
— Está curioso, gostoso? Então me segue... - ela desceu as escadas muito rápido, Jeff conseguiu pará-la quase nos últimos degraus jogando-a contra a parede sorvendo seus seios com vontade. Ela segurava os cabelos dele incentivando-o a continuar. Em seguida, ela o fez deslizar até o chão. As costas contra os degraus. Ele já imaginava o que ela ia fazer.  
— Gi, não... 
— Você não quer, Jeff? - ela o tocou massageando o membro dele. Os lábios encostaram de leve e ela usou a língua - tem certeza?  
— Deus... Gi.. 
— Hora de ter o que é meu...- inclinou-se sobre o marido para prova-lo. Apenas gemidos saiam dos lábios de Jeff.  
Por volta de uma da tarde, eles chegaram na casa dos irmãos. Gigi sorria enchendo a sogra de beijos e pegando a sobrinha no colo. 
— Hey, Kate. Lembra meu nome? Gigi. Diga: Gigi.  
— Dada... 
— Nathan, eu te odeio!  
— Que recepção hein? É bom ver você, Gigi - ele ria abraçando o irmão - hey, bro! Como vão as coisas?  
— Isso é uma surpresa. Eu acabei de voltar de viagem e você aparentemente decidiu fugir.  
— Eu precisava. Quer beber alguma coisa? Estou fazendo churrasco. Que tal umas cervejas? A linguiças estão quase prontas. Vamos lá fora.  
Gigi brincava com a sobrinha e Stana julgou ser um bom momento para perguntar à Irmã.  
— O sorriso no seu rosto é incrível. Só posso presumir que a volta de Jeff foi muito boa.  
— Ah, sis... a melhor. Para ser completamente honesta foi tudo o que eu precisava ontem. Tinha me aborrecido no trabalho. Entregaram umas peças erradas, tive que brigar com o fornecedor, atrasei meu planejamento. Dai, quando chego em casa encontro aquele homem só de boxer, aquele traseiro maravilhoso me chamando… nossa! Foi muito bom. 
— E o mais importante, você conversou com ele? Disse o que precisava para tirar a ideia de ciúmes de vez da mente dele? - ela viu Gigi mordiscando os lábios - claro que não. Você estava preocupada em transar. Não pretende resolver logo esse impasse, Gigi? 
— Você acabou atrapalhando meus planos. Tive que improvisar o que planejava para hoje. Fomos para a piscina, sabe? Antes eu demonstrei muito bem o quanto quero meu homem. Acho que é o suficiente. Ele não duvida do meu amor, Stana. 
— É obvio que não. Porém, a dúvida persiste. Jeff não esqueceu do seu cliente, ele pensa que o cara é uma ameaça. Homens tem medo do que não veem. 
— Mas isso é ridículo. Eu amo meu marido. Não quero mais ninguém. Você acha que eu o atacaria do jeito que faço se estivesse interessada em outro? Minhas ações falam por si. 
— Eu sei. Estou apenas tentando faze-la entender que para Jeff ainda não acabou. 
— Ele pode ir para a loja se quiser, não me importo. Eu adoraria exibi-lo para o Steve se esse é o grande problema. Possessão e competição. Por que eles são tao bobos? 
— É a natureza deles. Não que ache correto. 
— Nem é, não sou uma propriedade. Eu apenas concordo com meu marido porque também faço o mesmo com ele e Jeff não se importa. Eu sou uma mulher independente e segura de si. Não uma esposa trofeu ou uma dona de casa, eu sei bem o que quero e pode ter certeza que no dia que ele tiver esses pensamentos retrógrados vai comprar uma briga feita e não vou hesitar em bater nele - Stana riu - o que? 
— Menos, sis. Nada de exageros. 
Do lado de fora, Jeff e Nathan bebiam enquanto o irmão contava as novidades das filmagens e de Vancouver. Não se contendo mais, ele acabou trazendo o assunto abordado por Stana à tona com o irmão. 
— Será que pode ser honesto comigo, bro? Está tudo bem com você e Gigi? Eu tive a impressão de que Stana e mamãe sabem de algo que não sei. 
— Estamos bem, Nate. 
— Você não me soou muito convincente, Jeff - ele viu o irmão suspirar. 
— Não é um problema com a Gi ou com o nosso relacionamento, porém o momento que ela está vivendo no trabalho está me deixando preocupado. Esse tal cliente, tenho certeza que ele está com segundas intenções com a minha esposa. Gigi não percebe, diz que eu estou imaginando coisas. Que tipo de cliente pede para ser chamado pelo primeiro nome? Ele deu flores para ela, Nate e o cartão? Foi bem pessoal para mim. 
— Olha, Jeff, eu sei como vocês são possessivos e Gigi? Aquela ali não leva desaforo para casa. Se ela não enxerga uma ameaça talvez não tenha uma. E sabemos que ela te ama. 
— São longas horas na companhia dele, já jantaram juntos, passam horas no telefone. E-eu não sei. 
— Bro, não vá procurar o que não existe… você confia na Gigi. As vezes, porque gostamos muito de alguém deixamos nossa emoção sobrepor a razão. 
— Nós quase brigamos… eu sei que preciso controlar esse ciúme. O cara é um coroa charmoso, rico, sei lá, é o tipo dela. 
— Jeff, isso é bobagem! Gigi não está insatisfeita. Vocês ainda são recém-casados. Gaste sua energia se divertindo. 
— Sei que você, a mamãe e a própria Gi tem razão, mas eu não consigo evitar. Acredito que somente vou me sentir melhor quando eu ficar frente a frente com o tal Steve e perceber que não rola nada além de uma relação profissional da parte dele. 
— Se isso vai fazer você se sentir melhor, por que não vai até a loja? 
— É o que eu ia fazer, mas tive que viajar. Vou lembrar a Gi sobre isso. 
— Ótimo. Onde essas duas se meteram? As carnes já estão prontas. Podemos almoçar. 
Elas apareceram em seguida na companhia de Katherine e dona Cookie. Animadas e bem agitadas, as mulheres lideraram as conversas rindo e falando bem alto. Katherine também estava curtindo a confusão e soltava gritinhos querendo participar da festa. Sentada no colo de Nathan, a pequena estava interessada no que o pai comia. Stana cortou um pedaço de carne e entregou na mão da menina para que ela saboreasse chupando. Foi como estar no céu. 
Gigi falou um pouco de como andava seu projeto e Stana comentou sobre o fim das filmagens de Absentia. 
— E o que você pretende fazer agora, sis? 
— Vou tirar umas duas semanas para descansar, curtir minha filha e depois estou pensando em falar com Dara para darmos continuidade a minha série. Claro que vou contactar minha agencia para olhar possíveis roteiros de filmes também. 
— Terá continuação? - Jeff perguntou. 
— Não sabemos. Acredito que a ideia inicial seria não, contudo o desempenho na TV e a forma como a audiência interagir com a historia pode ter alguma diferença no todo. Somente nos resta esperar. Aliás, essa é a minha palavra de ordem ultimamente: esperar pela festa de lançamento, esperar por Nathan e no meio disso tem Kate. Fora que com tempo livre posso dar um descanso para dona Cookie. Ela vem sendo de extrema ajuda com Katherine e as coisas de casa durante esse período. 
— Que isso, Stana. É um prazer ajudar. Estou adorando o tempo que passo com minha neta. 
— Ah, mas se a sis vai ter um tempo livre, a sogrinha podia voltar lá para casa… 
— Eu pensei que você ia sugerir voltar para Edmonton - implicou Nathan - você quer a mordomia de volta, não? 
— Não é nada disso, Nathan! Quer dizer, em partes. Ah, eu sinto falta de tê-la na minha casa à noite. Gosto de conversar com ela. Não é somente sobre a comida, Nathan. 
— Deixa de ser implicante, filho. Eu também gosto da companhia da Gigi. Ela me faz rir e não me importo de cozinhar para eles. 
— Então está decidido, na próxima semana a senhora pode ficar com Gigi. Depois volta para cá. 
— Hey! Ninguém vai perguntar da mãe se ela quer voltar para a casa dela? Ver o pai? - disse Jeff. 
— Filho, eu falei com seu pai ontem. Ele vai sair em outra caçada. Não tem porque eu voltar para Edmonton para ficar sozinha. Ao menos aqui eu me divirto com as minhas noras, mimo meus meninos e curto minha neta. Estou muito bem, obrigada. Ele já disse que virá passar o natal em Los Angeles conosco. 
— Está vendo, amor? A sogrinha quer ficar conosco - Gigi deu um beijo estalado na bochecha da sogra - qual a sobremesa hoje? - todos riram, típico de Gigi. 
— Nate trouxe maple taffy, syrup e biscoito para matar as saudades. 
— Vou fazer panquecas para aproveitarmos a calda - disse Cookie. 
Mais tarde, Jeff estava com Katherine no colo. Brincava com a sobrinha, porém notara que a menina já estava ficando sonolenta. Ele mesmo resolveu faze-la dormir. Gigi observava o jeito do marido de longe. O semblante dela demonstrava o quanto estava fisgada pela cena. Dona Cookie se aproximou. 
— Seu amor pelo meu filho está estampado no seu rosto. 
— Ah, sogrinha… olha para ele. O jeito dele segurar a Kate, o cuidado. Meu Jeff é o melhor homem que conheço. As vezes acho que estou sendo egoísta porque estou focada no trabalho, em querer mais e sei que ele deseja ser pai. Não é como se eu ignorasse, mas eu meio que deixo a vida seguir, vou empurrando. Estou começando a achar que não estou sendo justa com ele. 
— Gigi, você tem o direito de crescer, se estabelecer na sua carreira. Está vivendo um grande momento e seu marido a apoia. Se toda a mulher tivesse a mesma compreensão, talvez o mundo fosse um lugar mais justo conosco. Não acredito que você esteja sendo injusta. 
— Ele quer ser pai… 
— Eu sei. E já esperou muito por isso. Eu também quero ser avó e segurar um netinho ou netinha do meu Jeff, não vou mentir. Contudo, eu e ele não queremos que se sinta pressionada por isso. Alias, nós não estamos lhe cobrando nada, querida. Sim, ele sonha e já espera há algum tempo então o que são mais uns meses, um ano? Ambos precisam estar de acordo para assumir o que vai acontecer. Isso não é um problema para a relação de vocês. 
— Eu sei. Todas as vezes que o vejo com Katherine fico balançada, mas não é a hora. 
— Siga seu tempo e seu coração. 
— Ele não é tão novo assim, sogrinha. 
— Gigi, idade é apenas um numero. Quantos homens continuam tendo filhos por ai com setenta anos? Não se cobre por isso - viu que o marido levantara-se do sofá. Katherine dormia em seus braços. Ao chegar perto de Gigi, recebeu um carinho e um beijo. Ela também cheirou a cabecinha da menina e deixou o marido leva-la até a irmã. 
Por volta das sete da noite, eles estavam sozinhos novamente. Katherine já acordara para jantar e dona Cookie tomou a liderança a fim de deixar o casal à vontade. Stana sugeriu um banho de piscina. Eles trocaram de roupa e se dirigiram a área externa da casa. Quem os visse diria que era um momento para relaxar, fim de noite. Quem os conhecia entendia que as intenções de ambos eram completamente diferentes. 
Stana mergulhou e nadou por uns bons minutos. Nathan, de molho na agua, observava os movimentos da esposa. De repente, ela sumiu embaixo d’ agua. Ele deduziu que ela estava pronta para levar o instante de descontração para outro nível. Sentiu o puxão no meio das pernas. Ela estava literalmente roçando seus dentes no calção que ele usava, sobre seu membro. Ao emergir, ela buscou sua boca. 
O beijo sensual dava margem a novas possibilidades. Para explorar um momento a dois. Nathan se livrou da parte de cima do biquini enquanto a beijava. As mãos de Stana baixaram o calção que ele usava. Puxando-a para um dos degraus da piscina, ele sentou-se e sentiu as pernas dela dobrarem, ajoelhando-se ao seu lado. Stana fazia movimentos instigando-o, esfregando seu centro contra o membro dele. Ele desfez o laço na lateral do biquini fazendo a peça se desprender do corpo da esposa. Com um movimento rápido a penetrou ao mesmo tempo que devorava-lhe a garganta. Ela o puxou para si diminuindo a distância entre seus corpos. A boca ansiava por beija-lo. Em pouco tempo, experimentaram o orgasmo. 
Nathan a levou para a parte rasa da piscina e repetiu a exploração de antes agora bem mais atento aos toques e caricias. Seus dedos massageavam seu clitoris levando-a a loucura. Ele a penetrou outra vez sugando seus seios e tomando-a completamente para si. Os gemidos que escapavam de seus lábios provavam o quanto ela estava desfrutando da experiência. Estocando-a de maneira rápida e profundamente, ele sucumbiu ao prazer. 
Ficaram deitados na parte rasa escorados em uma das paredes de azulejo. As mãos entrelaçadas. 
— Acho que isso foi bem refrescante… 
— Sim, eu gostei muito. Terei que me lembrar para mandar limpar a piscina essa semana - ela riu - mas valeu a pena - Stana se aproximou dos lábios dele. Beijou-os vagarosamente. 
— Devíamos entrar, não? 
— O que? Não me diga que você já quer dormir, Nate? 
— Quem falou em dormir? Eu quero tomar um banho de espuma e depois fazer amor com a minha esposa. 
— Mesmo? Estou começando a gostar muito do seu plano. 
— Está? Ótimo… - ele sorveu os lábios dela acariciando os seios. Minutos depois, eles subiam as escadas molhados rumo ao quarto. A noite teve momentos incríveis a dois. Desejo, amor, sedução e risadas se misturavam enquanto o casal adentrava a madrugada em uma brincadeira para lá de excitante. 
No dia seguinte, o ritmo diminuiu. Nathan e Stana reservaram um tempo maior para ficar na sala de video curtindo a filha. Era um momento de família. Apesar de ter aproveitado muito o fim de semana com o marido, dizer adeus era sempre complicado. 
Antes, Nathan tinha um último assunto para conversar com a esposa. 
— Amor, eu queria dividir algo com você. Sobre o nosso futuro - ao ouvir as palavras dele, ela automaticamente pensou em uma possibilidade de ficar mais tempo em Vancouver. Ela não era idiota, sabia muito bem a facilidade que o marido tinha em fazer amizades e aumentar seu networking. Suspirou se preparando para o que ia ouvir. 
— Eu vou gostar do que vai me dizer? - ele sorriu. Acariciou o rosto dela. 
— Não é algo preocupante e sei que sua cabecinha está pensando em Vancouver. É sobre o segredo. Na verdade, sobre Michelle. Eu tenho contornado meus problemas profissionais muito bem ultimamente. Mesmo inventando desculpas, fazendo-a mudar minha agenda, tenho conseguido me adequar ao que ela propõe sem problemas. Só que esse último contrato gerou algumas discussões que não são normais. Fiz algumas exigências e ela me pressionou. Michelle perguntou se eu estava vendo alguém, se namorava escondido porque ultimamente apesar de frequentar eventos, eu geralmente estava com ela ou sozinho. Quase não apareço em festas e obviamente ela ficou com a pulga atrás da orelha. Eu desconversei, porém sei que ela não está satisfeita com a resposta. 
— Você quer contar para ela sobre nós. Por isso falou de futuro. 
— Amor, você mesmo me disse que não vê problemas com a Michelle e ela é uma das pessoas mais importantes na minha vida depois de você, da minha familia. Não gosto de esconder a minha esposa, a minha filha e a minha felicidade. Ela sempre esteve ao meu lado, Stana. 
— Eu sei, babe. Acho que você tem o direito de contar, ela merece saber - ela mordiscou os lábios. 
— Mas? Eu sei que tem algo que você não falou. 
— E-eu não sei até que ponto… e-eu acho que ela pode não aprovar, talvez ela não goste de mim. Depois de toda aquela confusão que rolou com Castle. Os rumores… e se ela achar que são verdadeiros? 
— É a Michelle. Eu nunca escondi dela que nos dávamos bem. Ela não acreditou naqueles rumores tanto que sempre me orientou não revidar as perguntas capciosas. Por que ela não gostaria de você? 
— Talvez ela acredite que eu sou a razão porque você está sozinho, pagando de triste. 
— E você é. Exceto que é apenas um ato. Ela nem sabe sobre Katherine, Stana. Organizou parte da festa do casamento sem ter ideia do que eu pretendia. 
— Tudo bem. Sei o quanto é importante para você, Michelle é praticamente seu anjo da guarda. Vamos contar. Você quer fazer isso quando? No natal? 
— Eu pensei em contar assim que voltar para Vancouver. Não quero mais adiar. Será importante para a nossa amizade e para a relação profissional. Essa viagem mesmo, ela não entendeu porque precisava vir a Los Angeles agora, afinal não havia evento algum. Eu disse que era Alan.  
— E quanto a mim? Pensei que queria revelar o nosso segredo e me inserir no contexto. 
— Acredito que será melhor se eu contar sozinho - Stana olhou-o intrigada. 
— Oh, Nate! Você também tem dúvidas se ela vai encarar numa boa. 
— Não é isso. Será muita informação de uma vez e de certa forma, eu negligenciei nossa amizade quando escondi dela. Sei que era parte da nossa promessa, mas são anos de amizade. Eu terei que ir devagar. Não é por sua causa. Michelle vai ficar feliz. Então, você me permite contar? - mesmo preocupada, ela realmente gostou do gesto do marido. Ele deixara claro que era uma decisão de ambos. 
— Sim, você pode contar desde que depois fale a verdade sobre as reações de Michelle. 
— Você está achando que ela vai se voltar contra você. Não vai aceita-la como minha esposa. Michelle só quer me ver feliz, Staninha. E isso você não pode negar que sou. Muito - ele sorveu os lábios da esposa apaixonadamente. 
Por mais que estivesse feliz e sexualmente satisfeita, era impossível não pensar que ficaria longe dele e sem os seus carinhos durante um mês. Voltaria as noites solitárias em sua cama. Sentiria falta de dormir agarrada a ele. Não podia mudar isso naquele momento. Nathan já lhe proporcionara horas de prazer e carinhos que a manteriam calma por um tempo. Invariavelmente, Stana voltaria a ansiar por sua companhia, seus beijos, seu cheiro. Ao abraça-lo uma última vez antes dele partir, ela suspirou e inalou com vontade o pescoço dele. 
— Eu vou sentir tanto a sua falta, babe. Espero que essas quatro semanas até o natal passem voando. 
— Eu também, Staninha - o último beijo tinha um tom de despedida. A forma como Stana sorvia seus lábios era a expressão do mais puro sentimento. Amor e paixão em um único gesto. 
— Eu te amo, Nate… cuide-se e nao demore para voltar - ela beliscou o traseiro dele. 

— Também amo você. Até a volta - trocando um novo carinho, ele se distanciou dela. Ao vê-lo entrar na garagem, ela correu para alcança-lo. O contato e o beijo foram urgentes, língua, dentes, lábios. Era como se quisesse deixa-lo marcado. Ao se afastar, ela sorria. Contaria os dias para tê-lo novamente ao seu lado.


Continua....

segunda-feira, 19 de junho de 2017

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.19


Nota da Autora: E mais um capitulo recheado de situações interessantes. Temos hormônios, o bichinho do ciúme, o casal de amigos... um pouco de tudo: comedia, drama, romance enfim, um capitulo grande e divertido. Enjoy! 


Cap.19 

Beckett cumpriu o prometido a amiga. Telefonou para Johanna e comunicou o nome que escolhera para a filha, explicou o significado e contou que a filha mexera. A médica vibrou com as novidades e disse que logo iria visita-la. Os novos acontecimentos mereciam uma longa conversa. 
Johanna a surpreendeu aparecendo no distrito ainda na mesma semana na hora do almoço. 
— Hey, Castle - ela chegou beijando o rosto do escritor que a abraçou sorrindo. Os rapazes olharam um para o outro. 
— Quem é essa mulher? - Esposito perguntou baixinho para Ryan que deu de ombros. Não reconhecera a médica - ela é sexy. Se Beckett vir…vai mata-lo. 
— Que surpresa boa! É sua primeira vez aqui, não? Posso fazer um tour com você e nem adianta dizer que não quer porque eu conheço sua fascinação por esse universo. Você é uma fã hardcore minha e de Nikki. Suas histórias nasceram entre essas paredes. Quer conhecer a famosa sala de interrogatório onde tudo começou? 
— Ah, Castle isso é tentador. De verdade, mas se eu me demorar a capitã não estará disponível para mim. Quero aproveitar seu horário de almoço. Ela é muito ocupada. Talvez ela faça isso depois. 
— Ela sabe que você está aqui? Vão sair? 
— Não, vim por impulso e trouxe nosso almoço. Desculpe, hoje é o clube da luluzinha. 
— Posso conviver com isso, somente porque é você - ela riu - se fosse aquele moreno alto e forte que vive na sua cola teríamos problemas. 
— Ah, escritor… acho que ambos estamos seguros. O moreno é louco por mim e a capitã não vive sem você. 
— Vem, eu levo você até a sala dela - ele guiava a médica para a sala da capitã. 
— Você entendeu alguma coisa? 
— Nah… quem será o tal moreno? Castle parece ter ciúmes dele - disse Espo. Enquanto os dois montavam suas próprias teorias, Beckett lia concentrada um relatório. As batidas na porta desviaram sua atenção. 
— Hey… visita para você - ao ver a amiga, ela sorriu. 
— Joh! O que faz aqui? 
— Como estou de folga resolvi vir visitar minha amiga no seu local de trabalho. Sempre tive curiosidade de conhecer a casa de Beckett e seu alterego Nikki. 
— Eu ofereci o tour, mas ela recusou. 
— Tenho que aproveitar o tempo da capitã. Tenho certeza que você não almoçou e…
— Ah, eu agradeço muito, Joh. Só que estou cheia de trabalho e não posso sair. 
— Quem falou em sair? - ela colocou uma sacola sobre a mesa de Beckett - eu trouxe seu almoço e já avisei para o Castle que esse é um programa somente para garotas. Temos muito o que conversar.     
— Nesse caso, Castle, divirta-se com os rapazes - ela praticamente o expulsou da sala fechando a porta atrás de si - ele vai reclamar depois. 
— Você sabe lidar com o escritor - Johanna acariciou a barriga da amiga - hey, Lily… é a dinda. Como vão as coisas ai dentro, meu amor? - a menina mexeu. Ela riu junto com Beckett - já me reconhece. Você está tão linda, Katie.  
— Obrigada. Gostaria de poder dizer que me sinto linda e ótima. 
— Que isso! Não deixe os hormônios domina-la. Sente-se. Trouxe salada, peixe e frutas para comermos de maneira saudável enquanto você me conta sobre as ultimas aventuras de sua gravidez. Especialmente o lance do nome. 
— Curiosa? - Beckett riu - tudo bem. Lembra a nossa ultima conversa quando você e Paul vieram nos visitar no loft? Quando falei que estava com problemas para entender minha vocação como mãe? - Johanna anuiu - dias depois, eu sai para fazer compras no mercado. Movida por impulso, eu decidi andar pelas ruas de Nova York. Encontrei essa loja com artigos da NYPD. Não resisti. Acabei comprando um onesie para a minha filha. Em casa, eu o admirei e de repente, eu me lembrei das suas palavras. Para conversar com o meu bebê. Eu comecei por sua causa, logo me lembrei da minha mãe. Eu contei um pouco da minha vida, de Castle e claro que falei da vó. E-eu não sei explicar, no instante seguinte, eu estava me declarando para a minha filha com a imagem da minha mãe em mente. Ela se mexeu e eu soube. Ela ia se chamar Lily, a flor preferida da minha mãe, Johanna Beckett. 
— Wow! Esse foi um momento intenso. 
— Sim, eu finalmente me senti mãe. De alguma forma, você também foi parte disso, me ajudou. Joh, foi somente depois que você me salvou que o sonho e do desejo de ter um filho com Castle, de ter Lily, tornou-se real. Por isso serei para sempre agradecida. 
— Ah, Katie… você não precisa me dizer isso. Não me deve nada. No fundo, acredito que nosso  encontro foi algo do destino, que deveria acontecer. Está escrito. Sabe por que? Meu nome, nossa ligação, a maneira como influenciou minhas decisões para mudar, sobre Paul. Sua amizade é mais do que especial e suficiente, Katie. Complementamos uma a outra - Beckett sorriu. 
— Formamos uma boa dupla. A única vez que me senti assim sobre alguém foi com Castle.   
— Sinal de que eu estou certa ao falar de destino e conexão - ela vasculhou por algo dentro da sua bolsa. Beckett viu a amiga tirar de lá uma sacola azul que reconheceu como Tiffany’s - esse era o motivo porque queria saber o nome da minha afilhada. Aqui - ela estendeu a pequena sacola para Kate. 
— Johanna, você não devia ter feito isso - ao abrir a caixa, porém, ela suspirou. Dentro, havia um par de brincos de ouro no formato da letra L. Também um colar com um pingente com a mesma letra - nossa… é lindo. Joh, não precisava. 
— Claro que sim! Que tipo de madrinha eu seria? Lily merece o melhor. 
— Não sei o que vou fazer com você e Castle. Vão estragar essa menina. 
— Olha quem fala, algo me diz que você ainda vai nos surpreender. Posso fazer aquele tour pelo seu distrito agora? Estou curiosa para conhecer a famosa sala de interrogatório onde além de se apaixonar por Castle, você também o agarrou. 
— Eu não me apaixonei por Castle ali. 
— Não é o que ele diz - Johanna gargalhou. 

XXXXXX

O sexto mês de gravidez estava provando ser bastante complicado para o casal. Beckett estava com um mau humor terrível. Qualquer pequeno detalhe era motivo de briga. Castle tentava ser o mais paciente possível porque entendia que era apenas uma fase difícil da gravidez. Os rapazes também acabaram entrando algumas vezes no rol de broncas, o que causou um certo bate-boca com Esposito mesmo Ryan tentando evitar e explicar para o amigo que Beckett não estava fazendo isso de propósito. 
O lado bom de ser capitã era que raramente brigaria com eles por causa de um homicídio. Números, prazos, relatórios eram seu foco. Por esse motivo, o marido procurava agrada-la e mantinha-se ocupado com as investigações. Claro que as mudanças de humor também mexiam com a maneira como Beckett via sua aparência e o comportamento do marido. 
Durante uma investigação, ela calhou de deixar sua sala para checar uma informação com um de seus oficiais quando se deparou com uma cena nada agradável do seu ponto de vista. Castle estava sentado na sala de interrogatório junto com Ryan colhendo o depoimento de uma das amigas da vitima. Ele estava sendo cuidadoso com as palavras e sorria todo o tempo para a moça demonstrando simpatia. O sangue de Beckett ferveu, porém foi quando ele estendeu a mão para entregar-lhe um lenço e acariciar de leve o braço da moça que o vulcão do ciúme explodiu dentro dela. Abriu a porta da sala de supetão. 
— Castle, pode vir a minha sala? Agora! - ele arregalou os olhos não entendendo, porém ele conhecia bem o temperamento da esposa e não iria contraria-la. Beckett não gostava de ter seu comando desobedecido, no instante que ficou grávida, ele reconhecia que suas emoções costumavam estar no limite mais vezes do que o comum. Bastou entrar na sala dela para ver que a capitã não estava muito feliz. 
— Hey, o que foi? Precisa da minha ajuda? 
— Não sei, a mesma ajuda que você estava oferecendo para a amiga da vitima? 
— Beckett, por favor acho que você entendeu errado e…
— Entendi errado? Você jogando seu charme para aquela…aquela loira e todo solicito, carinhoso e qual o problema com você? Esse é meu território e você é meu marido. Flertando na minha casa, na minha frente? Não sou mais interessante e atraente para você porque estou carregando a sua filha? É isso? - ela estava possessa, vermelha. 
— Kate, hey… eu não estava fazendo nada disso. Eu apenas estava ajudando. Você está com ciúmes? Tudo bem, mas eu não mereço isso. Eu não quero ninguém além de você, amor. Está tudo bem, são os hormônios falando e… - mas as palavras dele não surtiram efeito, na verdade, ele somente sentiu a dor. Ela puxava a orelha dele torcendo - au,au! 
— Não quero vê-lo jogando charme para ninguém! Entendeu? 
— Eu não fiz nada e embora eu reconheça suas mudanças de humor por causa dos hormônios, eu não mereço ser tratado assim. Acredite o gesto seria interessante como uma memória do passado, mas não assim. Você está exagerando e me acusando de coisas que eu não fiz. 
— Cala a boca, Castle. Você estava todo… todo… - ela grunhiu - sai daqui! 
— Eu vou embora e Beckett, se fosse em outra época, talvez eu gostasse de ver esse ciúme. Agora? É um insulto. Espero que você se acalme antes de vir para casa - ele saiu batendo a porta da sala dela. Com raiva, Beckett chutou a cadeia a sua frente. As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto. Sentou-se na sua cadeira e baixou a cabeça, frustrada, irritada e totalmente a mercê das suas emoções e hormônios. 
Mais tarde, com a cabeça fria e a caminho de casa, Beckett pensava em como iria encarar Castle. Talvez tivesse que admitir que ele tinha razão quanto ao que acontecera hoje, contudo ela detestava a ideia de dizer ao marido que exagerara e morria de ciúmes dele. Castle não podia brincar com seus sentimentos. Por esse motivo, o sangue ainda fervia. A frustração da discussão a incomodava. Temia que ao ver o marido iria querer continuar o bate-boca, imaginava que também estava chateado com ela. 
Ao entrar no loft dez minutos depois, estranhou o silêncio. Ele não estava na sala, nem na cozinha restando o escritório ou o quarto. Ela apostava, pela raiva, que estaria no computador. O quarto seria um ambiente intimo demais para espera-la. Seguia para o local quando uma luz chamou sua atenção. O novo cômodo onde seria o quarto de Lily estava com a lâmpada principal apagada, mas havia um pequeno abajur sobre a cômoda projetando estrelas e planetas no teto. Atraída pela cena, ela entrou no quarto da filha. 
Beckett teve uma surpresa. O quarto estava arrumado, não havia uma caixa ou sacola no caminho. As cortinas, o abajur, as luzes, tudo perfeito. O berço com um conjunto de lençóis em tons de roxos, o elefantinho junto ao travesseiro. Então, ela viu. A placa com o nome da filha. Lily. Ele pensara em tudo. E o quarto estava pronto. Perfeito como ela sequer sonhara. Castle fizera isso. Para agrada-la, para a filha. Ela pegou o elefante, sentou-se na poltrona de amamentação. Por longos minutos, ela ficou ali. Acariciando a barriga, abraçando o bichinho de pelúcia. 
— Seu pai é incrível, Lily… 
Droga! Ela era uma idiota. 
Retornou o elefante para onde estava. Os dedos deslizavam pelas letras do nome da filha. Sorria. Finalmente criou coragem. Caminhou até o quarto. Castle estava no banheiro. Ela tirou o casaco, os sapatos. Acariciava a barriga esperando que ele viesse para o quarto. Ao vê-la, ele fechou a cara e manteve uma certa distância. Beckett fechou os olhos, suspirou. 
— Tem um resto de lasanha na geladeira. Pode esquentar no microondas se estiver com fome. Eu vou para o escritório escrever - ele virou as costas para a esposa, mas Beckett foi mais rápida segurando a mão dele. 
— Espera… - ele virou-se para fita-la - e-eu sinto muito, Castle. Eu não sei o que deu em mim - ele entortou a boca - tudo bem, eu sei. Essa droga de hormônios! Eles me deixam louca e idiota! E-eu nunca me senti assim tão vulnerável e tive ciúmes sem motivo, mas a gravidez? Ela muda minha maneira de pensar, agir, sentir… por favor, babe… - Castle continuava calado, ela esticou a mão tocando o rosto dele. 
— Quando eu vim para casa, ainda estava irritada com toda essa situação. Imaginava que ia te encontrar e acabar discutindo outra vez ou pior, você iria somente me ignorar como estava prestes a fazer. Então eu entrei no quarto de Lily. Meu Deus! Está tudo perfeito, terminado. Naquele instante, eu percebi o quanto fui injusta. Você fez aquilo sozinho, criou um cantinho especial para a nossa filha. Eu não tenho moral para reclamar ou brigar com você, Castle. Apenas agradecer. 
Os olhares conectados e intensos. Ela segurava a mão dele. Nenhuma palavra fora dita por questão de segundos, para Beckett era uma eternidade. 
— Emoção ou não, hormônios ou não, você com ciúmes é algo incontrolável. Eu não lhe dou motivos para duvidar de mim, da minha fidelidade. Espero que isso não volte a acontecer. 
— E-eu sinto muito, babe. Não vai, prometo. Eu detesto a ideia de ver você com outra mulher que não seja eu. Por mais que eu odeie admitir, eu morro de ciúmes de você. Especialmente agora que não sou mais a mesma mulher por quem voce se apaixonou - ela afagou os cabelos dele com a mão em sua nuca. Beijou-lhe o rosto bem proximo da orelha - desculpe por puxar sua orelha. 
— Sabe, essa parte não foi a pior… eu sempre vou lembrar do quanto te irritava no inicio. Você estava caidinha por mim. Não duvide do meu amor, Beckett. E quero deixar registrado que você é a mesma mulher extraordinária por quem me apaixonei. Talvez agora um pouco melhor principalmente após admitir que morre de ciúmes. Você é linda - sentiu o braço enlaçando sua cintura. Ao aproximar-se o máximo que podia, Castle percebeu a pressão contra seu estômago. Lily - sua filha está se manifestando, sera que é a meu favor? - ela riu - vem, vou esquentar a lasanha e fazer o tour com vocês pelo quarto dela - de mãos dadas, deixaram o quarto. Tudo estava bem novamente. 
Mais tarde, no quarto eles estavam deitados lado a lado. Com seis meses de gravidez, Beckett dormia de barriga para cima. Poucas vezes ela passava a noite deitada sobre a lateral do seu corpo. 
— Cas? Está acordado? 
— Sim. O que foi? 
— E-eu não consigo dormir. Acho que toda a agitação do dia, a briga com você. Isso me deixou alerta. Eu queria desligar, mas não estou conseguindo. E-eu… preciso dormir. 
— Você pode ficar em casa amanhã, Beckett. É a capitã do 12th. 
— Não quero ficar em casa. Lembre-se do que Johanna falou. Gravidez não é doença, não quero me sentir uma inválida e nem que fique me protegendo de tudo e de todos. Eu apenas quero desligar. 
— Tudo bem, desculpe. Não está mais aqui quem falou. O que você precisa é relaxar. Acho que sei como - ele beijou sua testa - suas pernas doem? 
— Um pouco. 
— Eu volto já - Castle desapareceu no banheiro. Voltou com uma bacia, óleo, hidratante, toalhas. Deixou tudo ao pé da cama. Em seguida, saiu do quarto. Quando surgiu outra vez, trazia a chaleira com agua quente. Despejou na bacia - pode se sentar para colocar seus pés de molho um pouco? Vai ser bom para relaxar e amenizar qualquer dor - ela obedeceu. A sensação provocada pelo contato com a agua a fez sorrir. Um suspiro prazeroso escapou de seus lábios - eu nem comecei e você está gemendo? 
— Não estou gemendo. 
— Hum, isso é subjetivo. Como não quero discutir, vou encarar como uma motivação para eu começar minha terapia. Pronta para a massagem? Prometo que vai relaxar rapidinho - ela riu - eu conheço esse olhar, você está pensando em besteiras…
— Você está me dando ideias… - foi a vez dele rir. 
— E depois eu sou o pervertido…- ele colocou um pouco de óleo nas mãos e começou a esfregar as pernas dela. Devagar, o toque de Castle foi fazendo todo o seu corpo amolecer. Ela recebia pequenas ondas de alivio e prazer apesar dele se concentrar somente nos pés nesse momento. Acabou deslizando o corpo deitando novamente na cama. Castle continuava a massagem observando as reações dela. Voltou a sentar-se na cama ajeitando para que pudesse ter uma boa posição e continuar sua tarefa. 
As mãos subiam pelas pernas agora. O óleo foi substituído pelo hidratante. Repetiu os gestos que fazia em seus braços e ombros, aproveitou para roubar um beijo. Beckett segurou o rosto do marido aprofundando o beijo. Castle voltou sua atenção para o corpo a sua frente. Entre toques e gestos, ele acabou por livrar-se da calcinha que ela vestia enquanto ouvia os gemidos de alivio e satisfação que Beckett deixava escapar. Sabia que ela estava relaxando, apenas queria levar a experiência para um outro nível. 
Ela somente percebeu o que ele pretendia quando sentiu os dedos de Castle a penetrando. O olhar que trocou com o marido indicava satisfação e agradecimento. Ao contrario do que ela pudesse assumir por essa iniciativa, Castle não estava buscando relações, ele falara sério ao prometer que a faria relaxar. Esse era o seu objetivo. Não precisava fazer amor com Beckett aquela noite. Observa-la durante o momento no qual o desejo a dominava era igualmente prazeroso. A feição dela mudando com as sensações que a tomavam era algo precioso de se ver, um momento para se contemplar os efeitos que era capaz de causar em sua esposa, não somente no âmbito fisico, mas especialmente no psicológico. 
A irritabilidade, a urgência e o senso de ansiedade que ela estava experimentando há cerca de uma hora transformara-se em calmaria, aceitação e prazer. Ela ficava linda em um cenário assim, completamente relaxada e desconectada da imagem poderosa que a envolvia. Ali ela era livre, tudo o que importavam eram suas emoções. Ela se permitia sentir com ele, era intimo e pessoal para ambos. Todas as reservas desapareciam. Castle inclinou-se e beijou-lhe os lábios vagarosamente, dando a oportunidade a Beckett de receber o carinho e tirar proveito do momento da melhor maneira possível. 
Sentiu a mão dela tocando sua nuca, usando a ponta dos dedos para acariciar a pele próxima ao seu cabelo. Ela aprofundou o beijo usando a lingua, explorando o interior de sua boca. Empurrou-o de volta no colchão. Deitando-se de lado, ela passou a acariciar seu peito, seu rosto, depositando beijinhos rápidos na bochecha, testa, queixo, ombro. 
— Sente-se melhor? - ele notou o que ela pretendia em seguida, a mão estava em sua calça de moletom. 
— Sim, posso mostrar o quanto - sorriu. Ele segurou a mão de Beckett trazendo até os seus lábios. 
— Você já mostrou. Terá várias oportunidades de fazer isso. Carregar minha filha, nossa filha é um exemplo de como se sente, como nos respeita. Isso que fiz agora, foi apenas um gesto, uma retribuição. Faz parte do que prometemos a nós mesmos antes de casar. Nunca seriamos chatos, rotina não é nosso forte. Estaríamos sempre fazendo diferente. Esse é um daqueles momentos. 
— Sabe uma das coisas que mais amo e odeio nessa experiência de gravidez? Esse turbilhão de emoções. A forma como eu vou do zero ao mil em termos de sentimentos. Acredito que nunca estive tão ligada e tão aberta para expressar o que sinto, para o bem ou para o mal. Johanna me explicou que é completamente normal, algumas mulheres sentem mais que outras. Para mim, foi extremo, estranho porque eu não estou acostumada com grandes demonstrações de emoções quaisquer que sejam. Raiva, amor, medo, frustração, alegria. Consegue entender o que eu digo? Estou temperamental. 
— Sim, eu entendo e confesso que estou adorando. 
— Você gosta de me ver fora da minha zona de conforto. Você adora, na verdade. Vibra a cada novo ataque, eu sei. Eu me sinto tão idiota e trouxa em certas ocasiões. Agora é uma delas porque tudo o que se passa em minha mente me leva a apenas uma ação. Eu só quero dizer o quanto eu te amo, repetir a frase várias vezes porque eu estou feliz, me faz feliz - ela olhava para o marido, o tom amendoado de seus olhos mostravam-se parcialmente verdes. 
— O que está esperando? 
— Eu te amo, eu te amo… - ela ria e enchia-o de beijinhos - eu te amo, Cas… tanto… 
— Eu também. Mas eu não acredito que essa reação esteja ligada aos hormônios ou ao seu estado de espirito na gravidez. Você realmente me ama. 
— Convencido! Não é disso que estou falando, seu egocêntrico! - ela gargalhava. 
— A Capitã Beckett também diria o mesmo até segurando o distintivo. 
— Talvez, não nessa intensidade - ela suspirou. 
— Voce está feliz, Kate. É isso que está querendo me dizer? 
— Sim, estou. E um escritor meio famoso me disse que de vez em quando é bom dizer as outras pessoas o que elas significam para nós. Eu te amo por isso. Por me ensinar sempre e tem razão, nós não poderíamos ser chatos, nunca… talvez quando nossa filha nascer eu me arrependa por pensar assim…
— Você não vai, você me ama…o escritor bonitão e que te provoca… 
— Quer parar de se elogiar? - ele a beijou. 
— Estou pensando em causar outra cena de ciúmes apenas para ouvir o quanto sou incrível outra vez - a mão dela foi direto para a orelha de Castle, dessa vez, ele estava preparado - ha! Você errou - Beckett imediatamente mordeu o ombro dele com vontade - ai! Meu Deus, mulher! - ambos caíram na gargalhada. Aos poucos, eles se acalmaram e dormiram. 
Três dias depois, Beckett sente a necessidade de fazer uma visita ao túmulo da mãe. Com tudo o que vinha acontecendo nos últimos meses de sua vida, sentia que precisava estar perto, conversar o que basicamente se resumia a um monólogo, contudo não conseguia explicar a vontade. Saiu da delegacia, passou em um florista e com um ramo de lírios seguiu para o cemitério. 
De frente para a lápide de Johanna, ela releu o epitáfio da mãe. Vincit Omnia Veritas. Sorriu. Algumas vezes houveram meias verdades na sua vida, não… eram omissões. Algumas pessoas acreditam na verdade como um dos seus valores mais preciosos. Inquebrável. Sua mãe era assim, passou esse mesmo conceito e valor para ela. Por muitas vezes em sua vida, Beckett se sentiu frustrada por lutar pela verdade. Mentiras brancas, elas existiam? Hoje sabia que sim, não fora contra o valor que sua mãe a ensinou, apenas aprendeu que existem momentos e razões para omissões. Castle fez isso com ela e embora na época tenha se magoado e o odiado momentaneamente por ter escondido algo tão importante para ela, Beckett foi capaz de compreende-lo, afinal ela também fizera o mesmo quanto ao seus sentimentos por ele, não? 
— Hey, mãe… trouxe algumas flores e várias novidades. Você será avó. Eu estou esperando um bebê, uma linda garotinha. Conheça Lily - ela acariciou a barriga - eu adoraria tê-la aqui para curtir esse momento comigo… de certa forma, você está. Mãe, eu não sei como explicar tem essa médica, também se chama Johanna e não sei se foi o nome, a ocasião em que ela surgiu na minha vida, eu sinto que ela me traz um pouco de você em muitos sentidos. Ela é minha amiga, não tem idade para ser minha mãe, porém representa confiança, conforto e acredito que seja a única pessoa além de Castle que eu me sinta completamente segura para expressar o que eu sinto. Eu estou feliz, mãe. Muito feliz - olhando mais uma vez para a lápide e em seguida para o horizonte a sua frente, ela sorriu. Virou-se e deixou o local.   

Duas semanas depois…

Beckett estava entrando no sétimo mês de gravidez. Continuava trabalhando normalmente embora dividisse muito do que fazia com Ryan, o lieutenant se tornara seu braço direito. Era uma maneira de treina-lo para ocupar seu lugar no período que se afastaria para cuidar de Lily. As mudanças de humor ficaram menos frequentes. A cada dia que passava, ela ficava mais ansiosa por conhecer a filha. Castle estava sempre presente, seja nas investigações ou nos momentos em casa procurava agrada-la e aproveitar a oportunidade que a fase da gravidez o proporcionava. Quase todas as noites conversava com a barriga de Kate, algumas ocasiões ela também acabava entrando na brincadeira e tecendo comentários sobre o pai seja para implicar seja para orgulha-lo. Eram ótimos momentos em familia. 
Vovô Jim começava a sentir parte da experiência. Sempre que visitava a filha e o genro queria saber as novidades sobre Lily, a saúde de Beckett e fez Castle rir quando apareceu com um uniforme dos Yankees para a neta. Parece que ele teria que se acostumar com uma potencial fã de baseball na familia. 
Juntos construíam memórias. Beckett fazia questão de escrever no livro da filha. Outra noite ele a pegou no quarto sentada na poltrona de amamentação com um livro nas mãos. Sim, ela estava contando historias para a pequena Lily. Durante alguns minutos ele a observou. Era um conto de fadas. A Bela e a Fera. Castle sorriu ao ver o jeito que ela recitava as palavras de Bela. Então, ela se pos a conversar com a filha. 
— Aqui quando Bela diz que quer mais do que uma vida provinciana, as pessoas da vila não a entendem. Acham engraçado o jeito dela pensar, Lily. Ela parece estranha porque gosta de livros e de conhecimento. Ah, eu tenho certeza que você adorará a leitura, por mim e pelo seu pai. Quero que aprenda isso com Bela, buscar conhecimento, aventura. Sua vó Johanna me disse algo muito certo. Ela disse que eu poderia ser o que quisesse. É verdade, você também pode ser, Lily. Você será o que quiser - ela colocou o livro de lado. Nesse instante, Castle julgou que poderia atrapalhar o momento entre mãe e filha. Aproximou-se e beijou-lhe o topo da cabeça. 
— Hey… não sabia que você era adepta aos contos de fadas, ou melhor, você me disse que gostava das histórias dos irmãos Grimm. Está lendo uma versão romantizada para a nossa filha. 
— Eu sei. Eu gosto dessa história e sei que posso ensina-la a entender o que está nas entrelinhas. 
— Falou como uma verdadeira mamãe. Vem, hora de ir para a cama - de mãos dadas, ela o seguiu. 
Mas nem tudo se resumia a gravidez e suas experiências, eles valorizavam muito o tempo a sós, para adultos como o escritor gostava de se referir aos momentos íntimos com a esposa. As vezes cozinhava para a esposa ou saiam juntos e o relacionamento ficava melhor a cada dia. A intimidade era respeitada e não deixaram de fazer amor, adaptavam-se as situações. Talvez por isso ele estivesse curtindo tanto o período.
Foi assim que Beckett teve a ideia de convidar Paul e Johanna para um visita aos Hamptons. A médica adorou. Claro que a capitã tinha um pedido especial. Queria experimentar outros truques culinários da médica. 
Eles chegaram no sábado pela manhã para preparar a recepção. Johanna e Paul chegariam depois do almoço por causa do plantão de sexta-feira que fora até meia-noite. Não havia muito o que fazer. A amiga prometera a Beckett que faria o jantar daquela noite e o almoço do dia seguinte ficaria por conta de Castle. Após checar se tudo estava em ordem, eles se aconchegaram no quintal nas espreguiçadeiras de frente para o mar. 
Por volta de duas da tarde, o carro de Paul para em frente a casa. Johanna não pode deixar de soltar um “wow” ao ver a mansão do escritor. 
— Castle, isso é deslumbrante. 
— Acredito que as palavras exatas de Beckett a primeira vez foram “espetacular, Castle”. Bem-vindos a casa de Castle. Entrem! - percebeu que Johanna trazia uma sacola com provavelmente os ingredientes do que pretendia cozinhar. Paul cuidava da bolsa de viagem de ambos. Castle os guiou para dentro da casa. Beckett estava na sala bebendo um suco verde. 
— Hey, bom ver vocês. Pronta para cozinhar? Confesso que estou curiosa para ver o que seus dotes culinários irão aprontar, Joh. 
— Eu tenho algumas ideias em mente, mas quem vai me ajudar a definir é você. Não quero preparar um jantar que faça mal a Lily. 
— Acho que posso dizer que Lily é muito acessível a todo o tipo de comida. Será espanhola? 
— A entrada. O prato principal de uma cozinha mais tradicional. Cordeiro soa bem para você? 
— Muito bem. Você não precisa cair direto na cozinha. Venha conhecer o resto da casa, dar um passeio na praia. Ninguém vai escraviza-la. Vem - Beckett levou os dois para o tour que anos atrás o próprio Castle deu a ela. Explicava a decoração, mostrava a area externa, a piscina. Comentava as mudanças que ela fizera depois de estar com ele e finalmente mostrou o quarto dos hospedes - não se preocupem. A nossa suite fica do outro lado do corredor podem brincar a vontade - ela piscou para Johanna vendo Paul arregalar os olhos - o que foi, Paul? Não é só o Castle que tem ideias. Nós iremos aproveitar com certeza. Vou deixa-los se acomodarem. Sugiro trocarem de roupa e caminharem na praia. Se forem corajosos o bastante, um mergulho no mar seria refrescante. Vejo vocês depois.  
Paul e Johanna aceitaram a sugestão de Beckett e seguiram para a praia. Foi um ótimo momento de pausa para os médicos. Entre beijos e risos, eles experimentavam a sensação das ondas batendo em suas pernas misturando-se a areia. Paul parou a namorada por um instante. Sorveu os lábios dela com voracidade. Os corpos colados criavam a necessidade do toque. Johanna deixou os braços deslizarem pelas costas dele por baixo da camiseta sentindo os músculos se flexionarem. Os lábios de Paul estavam em seu pescoço, instigando, provocando. Ela sussurrou. 
— Paul, me toque… - uma das mãos desceu até seus seios apertando e puxando o mamilo sobre a camiseta. A sensibilidade ao toque fazia Johanna deseja-lo. Paul inclinou a cabeça para usar a boca e suga-los. Ela imediatamente jogou a cabeça para trás e gemeu. Ele se afastou dela. 
— Não podemos… - pode ver a expressão frustrada no rosto da bela mulher a sua frente. Os cabelos castanhos em tom de ruivo brilhavam ao sol. Johanna podia ver a intensidade dos olhos verdes a devorando, tanto que automaticamente levou a mão ao pescoço. Respirou fundo. 
— Por que você faz isso? Só provoca e me deixa com gosto de quero mais… odeio me sentir assim. 
— Isso não é verdade, você gosta do jogo de sedução, Joh… confessa! 
— Implicante! - ele gargalhou - vou passar uma água no rosto e voltamos. Melhor me ocupar com o jantar. Mais tarde vou fazer você gritar… Castle e Beckett irão ouvir, pode esperar. 
Ao voltarem para casa, Castle chamou Paul para beber whisky a beira da piscina e conversar. Beckett preferiu observar a amiga cozinhando. 
— Agora você já pode me dizer qual é o menu. 
— Vou fazer uma entrada espanhola com polvo. Chama-se Pulpo a Gazella. Para o prato principal eu optei por não fazer um prato espanhol porque ficaria muito pesado. Queria fazer cordeiro, mas não combina com a entrada então escolhi um dos pratos preferidos do Paul. Peixe al papillote. 
— Agora fiquei com vontade de provar o cordeiro. 
— Não combina. Fica para outra vez, talvez amanhã. 
— Se você convencer o Castle para não cozinhar… 
— Esse é o seu papel. Vou fazer suflê de chocolate para a sobremesa. Acha que eu o convenço? 
— Está no caminho certo. Quer alguma ajuda? 
— Não precisa, somente observe e converse. Tem algo novo que queira me dizer? As mudanças de humor começaram a diminuir? Com o passar dos meses a mãe vai se adaptando ao seu corpo, aos sinais. 
— Ainda não estou nessa fase. Duas semanas atrás tivemos uma briga boba, como era esperado. Eu surtei por ciúmes - ela riu - sem motivo! Ah, você está certa. Meus seios estão maiores. Eu gosto. 
— E vão continuar se adaptando devido a produção de leite. Você sabe se sua mãe teve muito leite? Não é regra, mas pode ser um indicio se você irá amamentar por muito tempo. 
— Não sei. Talvez meu pai saiba. Nossa! Isso está bonito - disse Beckett admirando o peixe. 
— Estou preparando porque não demora muito no forno. Quero adiantar e seguir para a entrada. Vou já fazer o suflê. Outro dia, eu fiz o peixe para o Paul. Comeu que lambia os dedos. Eu não sabia que ele gostava tanto de peixe. Nem me atentei que o homem cresceu em Seattle. Acostumado com frutos do mar, mercado de peixes, mas não dispensa uma boa carne. Culpa dos anos de faculdade em Nova York. Sorte a minha que ele se mudou para cá. 
— Você está aprendendo a descobrir o que encanta o seu namorado. Ainda acho que podiam pensar seriamente em morar juntos e quem sabe… - ela usou o dedo indicador para mostrar a aliança - eu não achei que usaria uma dessas. 
— Devagar, Kate. Estamos nos arrumando, combinando plantões, ficando mais tempo juntos. Morar junto está longe de ser o proximo passo. Você será mãe, vai entender o que digo daqui a alguns anos. 
— Eu acho que está subestimando o seu relacionamento e o ponto de vista da sua filha. Pelo que sei, há espaço suficiente para os três no apartamento de Paul. 
— Por que você insiste tanto nisso? Nós ainda estamos programando a nossa próxima viagem. 
— Olha para vocês, Joh. É tão óbvio. Vocês se amam, complementam um ao outro, estão felizes. Não precisam provar mais nada. São bem sucedidos. E convenhamos, Paul é o típico solteirão, nunca casou. Aproveitem o tempo que a vida lhe mostra. 
— Um passo de cada vez, Katie. O jantar está praticamente pronto, podemos chama-los para comer a entrada? 
Eles sentaram-se à mesa para jantar. A entrada fora uma grata surpresa para Beckett. Johanna recebeu os elogios, mas foi o prato principal que arrancou suspiros de Paul. Fez questão de dizer que era um dos seus pratos preferidos beijando a namorada em seguida. Jogaram conversa fora, riram. Castle sugeriu que fossem para a área externa a fim de observar o mar e desfrutar da noite agradável que se formara lá fora. Johanna disse para irem na frente enquanto ela e Kate pegavam a sobremesa. Castle quase pulou de felicidade ao ver o que a médica preparara. O suflê de chocolate desmanchara na boca. 
— Johanna, assim você vai me acostumar mal. Vou acabar virando seu escravo gastronômico - Beckett riu. A amiga viu na declaração a oportunidade de comentar sobre as suas mudanças de planos para o almoço de amanhã. 
— Não é justo. Você não veio aqui para passar o fim de semana cozinhando. Deixe que eu sirvo steaks para nós. 
— É um dos pratos preferidos de Paul. Cordeiro ao molho de menta. E sua esposa ficou doida para provar… - Castle olhou para Beckett. Ela mordiscava o lábio inferior acusando-se - tudo bem, deixemos para resolver isso amanhã. Está tarde, acho melhor nos recolhermos. 
— Essa é a maneira educada que você encontrou para dizer que quer se livrar de nós e ficar sozinha com o Paul? 
— Castle! Não fale assim com as visitas. Um pouco de tato, por favor! 
— Tudo bem, Kate. Não fiquei ofendida. Vocês tem que lembrar que nós estávamos de plantão ontem, não estamos completamente recuperados. Quero aproveitar essa piscina amanhã. Vamos, Paul? - ela piscou para o namorado. 
— Vamos. Boa noite, pessoal. Até agora tem sido uma maravilha. 
— Pela manhã você me conta se o quarto também estava bom para as atividades atléticas e… - sentiu a mão de Beckett beliscando sua barriga - hey! Isso dói! 
— Então pare de falar besteira e constranger nossos convidados. Boa noite, Joh, Paul - quando o casal desapareceu de suas vistas, Beckett comentou - o que deu em você? Assim eles vão ficar se policiando para não fazer nada porque estamos por perto e você está curioso. Eles formam um casal tão bonito, não acha? 
— Se por bonito você quer dizer que eles combinam, eu concordo. Que tal nós irmos para a nossa cama também? Não está cansada? 
— Estou - eles entraram. 
No quarto do outro lado da casa, Johanna vestia a camisola e terminava de passar um creme no corpo. Paul já estava na cama esperando. Ao deitar-se ao lado dele, viu que o namorado virou-se de lado para fita-la. 
— Eu não sabia que escrever dava tanto dinheiro. Essa casa… bem, é uma mansão. Castle estava me explicando que não é original, reformou e conhecendo a figura e sua mania de grandeza dele tê-la tornado maior. 
— Ele tem muito bom gosto e não se trata apenas de escrever, Paul. É preciso escrever as histórias certas. Concordo que o lugar é deslumbrante, mas que tal nós não falarmos de Castle? 
— Eu aprovo. O que você quer fazer, Joh? 
— Eu não menti quando disse que estava cansada, mas uns beijinhos não matam ninguém pelo contrário ajudam a relaxar, sabia? - ele sorriu e beijou-a rapidamente. 
— Mesmo? Tem certeza? - ele a beijava outra vez, ouviu o murmúrio dela entre seus lábios, o som de “humhum” o incentivou a continuar. Foram vários beijinhos até que tomasse a boca de Johanna de vez. Seu corpo pressionando o dela contra o colchão, roubando-lhe o fôlego. Ela não se importava. Queria mais. As mãos deslizavam por baixo da camisa que Paul usava tocando a pele quente. Finalmente se afastaram. Ela respirou fundo. Sentiu o namorado puxando-a pela cintura colando seu corpo ao dele. Aconchegados, ela se preparava para dormir realmente. 
— Você comentou algo com Kate sobre a nossa viagem? 
— Ainda não. Vou falar amanhã. Não é uma super viagem, quatro dias em Los Angeles não é o que se chama de viagem, ainda quero ficar umas duas semanas perdida com você em alguma ilha do Caribe. Não que eu esteja reclamando, foi uma ótima ideia aproveitar o congresso de traumatologia para escapar de Nova York. Dois dias de palestras e dois dias inteiros somente para nós. 
— Vai ser muito bom, Joh - ele acariciava o estômago dela, a mão propositalmente subiu para os seios, ouviu-a gemer - boa noite, amor - beijou seu rosto e sorria. Nem precisou contar até três. 
— Que se dane! - ela virou-se e agarrou Paul. Em outras palavras, essa era a maneira de Johanna dizer que não ia dormir sem fazer amor com ele. 
Na manhã seguinte, ela apareceu e se deparou com uma mesa farta de café da manhã. 
— Nossa! Estou me sentindo em um hotel cinco estrelas! - Beckett que estava sentada à mesa comendo um morango displicentemente, sorriu. 
— Você já devia esperar isso em se tratando de Castle, Joh. Sente-se. Ele foi dar umas instruções para o caseiro. E Paul? Ainda dorme? 
— Estava no banheiro, deve estar descendo. 
— Dormiu bem? 
— Maravilhosamente bem - elas riram. 
— Pelo menos alguém aproveitou. Lily não parou de se mexer à noite. Estava agitada. Será que foi a comida? O chocolate? 
— As vezes não tem um motivo, os bebês somente ficam mais agitados, espertos, trocam o dia pela noite. 
— É, está bem quieta agora - Paul descia as escadas no mesmo instante que Castle entrara em casa - oi, Paul. Café. 
— Estou morrendo de fome! - disse Castle sentando ao lado da esposa. 
— E eu querendo experimentar aquela piscina - disse Johanna sorrindo. Durante a refeição, ela contou aos amigos sobre a viagem. Beckett disse que era uma ótima oportunidade. Quatro dias valem muito. Também ficou feliz ao ver que a amiga não desistira de fazer uma viagem mais longa depois. Terminando, eles se trocaram e foram para a piscina. Castle acabou por convencer a médica a não cozinhar. O almoço seria por sua conta. 
A manhã na piscina foi super agradável. As conversas, as risadas, as provocações. Beckett notara que aos poucos Paul se soltava. Quando Johanna foi inspecionar o que Castle fazia proximo a churrasqueira, Beckett teve a oportunidade de ficar um momento a sós com o médico. 
— Sabe, Paul eu sei que não conversamos muito e pouco que sei sobre você foi Johanna ou Castle que me disseram. Contudo eu posso afirmar que está feliz. Acredite eu já fui pior que você em matéria de reclusão e na arte de esconder sentimentos. Você é um homem sensato, gosta de seguir regras, está acostumado com a rotina. Tem muito de mim em você, por isso capto suas emoções - ele sorriu. 
— Somos mesmo parecidos? 
— Um pouco, não em tudo. 
— Tem razão, Joh me deixa feliz. Estar ao lado dela como amigo era muito importante e gratificante. Enfrentamos algumas batalhas, mas poder ser mais que o médico amigo, o conselheiro é melhor ainda. 
— Você quer dizer ser o homem que ela ama. Ela me contou - Beckett disse ao ver a cara intrigada de Paul - não se preocupe, ela não fala de outras intimidades de vocês e não sou tão curiosa e sem noção como meu marido. 
— Sei que não - eles riram - Joh é uma pessoa muito especial. Demais. Não vejo a hora de tê-la 100% comigo, 24 horas do dia. Estou ansioso para essa viagem. 
— Se gosta tanto da companhia dela, podiam morar juntos. Não é uma opção? - Beckett estava claramente jogando verde para colher maduro. 
— Claro que é, porém tem Audrey. Joh não quer prejudica-la nem evita-la. Eu respeito a atitude dela como mãe, não pode simplesmente mudar a vida da garota por sua causa, não é justo e não gostaria de coloca-la em uma situação como essa. 
— Entendi perfeitamente. Um dos meus maiores desafios foi não interferir na relação de Castle com Alexis quando decidimos ficar juntos. Não é tarefa fácil, até hoje não me convenci se fiz o suficiente. Não podemos agradar todo mundo e no meu caso, mesmo ela não tendo a mãe sempre consigo, eu não me tornei uma pessoa querida, uma amiga. No fundo, serei sempre a pessoa que invadiu a vida do pai dela convidando-o a fazer loucuras - ela suspirou - acho que o que quero dizer é não tenha Audrey como uma inimiga, mas não espere que aceite tudo o que você faz por Johanna ou reconheça. 
— Somos parecidos mesmo, não? - Paul a fez rir - vamos mudar de assunto porque o assunto chegou. 
— Acho que vou deixar vocês falando mais um pouquinho da minha pessoa, sei que são muitos elogios. 
— Paul, acredito que sua namorada está andando muito com Castle - da churrasqueira, ele ouviu e retrucou. 
— Johanna, não incentive Beckett. Ela pode falar horas incansavelmente sobre mim - eles gargalharam. 
O resto do dia foi divertido, eles comeram, beberam, aproveitaram a piscina e terminaram o fim de semana em grande estilo. À noite, Castle estava no quarto escovando os dentes apenas com a calça de moletom. Beckett escovava os cabelos para dormir. De repente, ele terminou o que fazia e ficou observando-a pelo espelho. Ela notou. 
— O que foi? 
— Você gosta do meu corpo, Beckett? - ela ergueu a sobrancelha - é sério! Você se sente atraída por mim? 
— Que pergunta boba! Você sabe que sim. Quer ganhar massagem no ego, escritor? - rindo ela escorou seu corpo no dele como podia e deslizava as mãos pelo tórax dele, acariciando. 
— Eu só quero saber. Vi o jeito que você olhou para Paul. Não gostei. Ele todo sarado, sem barriga e….- Castle sentiu a mão dela sobre os lábios. Beckett mordeu o ombro dele. 
— Pare. Paul é atraente para Johanna. Não vou negar que ele é bonito, mas ciúmes agora é tão sem significado, babe. Eu amo você, seu jeito, seu corpo, seu gosto. Sua maneira de pensar, de brincar. Eu nunca funcionaria com alguém como Paul. Ele é travado demais, sério demais. Não quero conversar comigo mesma numa relação - ela o virou para fita-la - deixe de bobagem, eu te amo - sorveu seus lábios. Beliscou a barriga dele - eu adoro meu travesseiro particular. Mas se quiser perder uns quilinhos, não vou reclamar. 
— Você acabou de dizer que gosta de mim do jeito que eu sou. Por que está me dizendo para perder peso? - ela riu. 

— Alguém não gosta quando prova do próprio veneno da implicância… estou brincando, mas poderia comer mais salada e menos bacon… - ao ver a cara de desgosto do marido, ela riu. Puxou-o na direção da cama - vem cá, eu sei como resolver seu problema, bonitão - beijou-o com vontade fazendo a calça que vestia ir ao chão.  


Continua....