sexta-feira, 9 de junho de 2017

[Castle Fic] Vendetta - Cap.4


Nota da Autora: Mais um capitulo cheio de detalhes e explicações interessante. O caso está se desenvolvendo. Uma revelação do passado e a volta de uma participação especial. Btw, volto a lembrar que outra vez, cito o nome de uma personagem original criada por mim na fic ONO, se não leram recomendo... enjoy!  




Cap.4


Beckett passou um bom tempo ao telefone enquanto os rapazes, ou melhor, Esposito tirava sarro da cara de Castle assim que ele saiu da sala. 
— Ela te expulsou também? Brigou com você, não? Acha que só porque é o marido dela terá regalias? - implicou Esposito. 
— Ela não brigou comigo. Nós conversamos como parceiros e pessoas civilizadas. Beckett está sob pressão e ajudaria muito se você ao invés de ficar debochando de mim, procurassem algo que fizesse diferença para esse caso. É o que eu vou fazer. Por ela - ele virou-se de costas para o detetive concentrando-se em reler o material do caso novamente. 
— Ouch! - disse Ryan - ele tem razão sabia? 
Minutos depois, Beckett deixa sua sala chamando pelos três. De frente para o quadro onde o caso estava montado, ela compartilhou as ultimas informações que recebera de Lanie. 
— Lanie confirmou o mesmo MO, em pelo menos duas das cinco cenas de Logan os objetos de tortura foram os mesmos. Nas outras haviam variações contudo três elementos são iguais: as algemas, o colar de espinhos e a marca da aliança. Todos com o mesmo grau de sodomia. Ela também deixou claro que se compararmos as cenas podemos afirmar que foram feitas pela mesma pessoa. Claro que sabemos não ser completamente verdade. Logan continua na prisão. 
— Beckett, eu estava pensando após avaliar o juri. E se tratar de um admirador que se aproximou de Logan mesmo depois de preso, tão fanático pelo cara a ponto de quase venera-lo, acabou criando um vinculo maior e foi treinado por ele? 
— É uma possibilidade, Ryan. Para isso você precisa identificar alguém que se encaixe nesse perfil no juri ou mesmo na platéia. 
— Também podíamos pedir o histórico de visitas a Logan na prisão. Não é mais fácil? 
— Seria, porém para eu conseguir isso teria que falar do caso para o diretor Foster e não me entenda mal, infelizmente eu notei no meu primeiro contato com ele uma certa empatia por Logan. Ele falava como se o cara fosse um bom sujeito. Não gostei disso. Não irei descartar sua ideia, por hora eu gostaria que tentássemos averiguar melhor o que temos em mãos. 
— Depois de escutar a ideia de Ryan, pensei em outra possibilidade - disse Castle - e se for alguém de dentro da Sing Sing? Alguém que Logan conheceu nesses anos e tomou-o como um aprendiz? - Beckett não havia pensado em um cúmplice por esse ângulo. Castle pode ter um excelente ponto. 
— Vocês conseguem entender o que está acontecendo aqui? Temos várias possibilidades, a maioria plausível e digna de se trabalhar. O que está faltando são pistas ou evidências que suportem cada um dos casos mencionados por vocês. Quero mais informações sobre Jane. Vamos dividir as tarefas. Ryan, foque nos videos e nos integrantes do juri e da platéia. Encontre indivíduos com certa aptidão para o papel de copycat. Espo, você concentre-se em Jane e Castle… - ela parou por alguns segundos - diante das teorias que você elaborou encontre uma que tenha evidências e sendo você alguém ligado a artes, tente fazer uma conexão entre o caso de Jane e os demais no passado. Quero um retorno em, no máximo, duas horas - ela virou-se e voltou para a sua sala.   
Os detetives e Castle trabalharam com afinco para montarem o quebra-cabeça e fornecer respostas à capitã. Cada um ao seu modo, procurou entender melhor o apelo do caso. As duas horas de prazo dadas por Beckett ainda não tinha terminado quando Esposito se pronunciou. 
— Acredito que encontrei algo interessante. Pode ajuda-lo, Ryan. 
— Vou chamar Beckett - disse Castle. 
— Não é melhor termos algo de concreto? 
— Rapazes, ela está comandando essa investigação e está tão ansiosa por respostas quanto nós. Você já tem alguma coisa, Ryan? 
— Sim, vá chama-la - Castle correu até a sala da esposa. Bateu na porta e reparou que ela estava ao telefone. Fazendo um sinal, ele a viu dispensando Gates. Assim que colocou o telefone no gancho, levantou-se e perguntou. 
— O que foi, Castle? 
— Acho que os rapazes tem informações para trocar - ela o acompanhou ficando de frente para o quadro de evidências. 
— Certo. O que conseguiram? 
— Um caderninho que Jane usava como agenda. Eu encontrei várias entradas de encontros em pelo menos seis dias. Tudo o que ela escreveu foi “Café com M.” E adivinha quando foi a última? Segunda-feira antes dela ser assassinada. Ou esse tal M foi a ultima pessoa a vê-la ou ele é o nosso assassino. Eu liguei para a colega de quarto dela. Achava que talvez Jane tivesse comentado algo sobre o cara. Nada. Ela não se lembra. Também andei verificando os passos de Jane. Nos mesmos dias que tivera os encontros em diferentes cafeterias, ela usava o metro. A atividade do cartão sugere que ela saia da estação da 42nd no Bryant Park para o destino. Na segunda-feira, ela saltou na estação há três quarteirões da Bleecker St. O café mais próximo fica há dois quarteirões do apartamento onde foi morta. 
— Eu verifiquei quantas pessoas tem a letra M como inicial no juri. Dois jurados e usando o programa de reconhecimento facial, que não é lá essas coisas vale ressaltar, não encontrei ninguém na plateia que tenha o nome começando com M. Vou checar se os jurados tem ficha criminal após esse julgamento. 
— Ótimo, Ryan. 
— Tem mais uma coisa - disse Esposito - o cartão da biblioteca dela informa que o ultimo livro que Jane pegou emprestado foi a coletânea de pinturas de Rembrandt. Não sei se é relevante, porém assumo que o suposto assassino tenha algum conhecimento de artes para se aproximar dela. 
— Você disse Rembrandt? - Castle remexia nos seus papeis e olhava para o quadro. Consultou o celular - você está certo, Espo. A cena em questão do homicídio. Eu sabia que tinha visto algo similar. Qual o nome do livro? - o detetive mostra para o escritor. Beckett observava o seu marido trabalhar. Via a empolgação e a maneira seria como mexia no computador de Esposito - eu já volto. 
— O que ele está aprontando? 
— Ele viu alguma coisa, Espo. Vamos esperar - Castle voltou com os arquivos nas mãos. Espalhou as fotos das cenas dos crimes pela mesa. Dividindo sua atenção entre as imagens do livro que acessara pelo computador e as fotos, ele franzia a testa analisando. Os olhos azuis concentrados. Beckett sabia que ele procurava uma ligação. 
— Interessante… - ele imprimiu uma determinada pagina do livro. Colocou-a lado a lado com a imagem da cena do crime - ele colocou alguns elementos da pintura de Rembrandt “The Jewish Bride”. Vocês podem ver o colar de espinhos atuando como o colar, a mão realçando a aliança, o sangue sobre a barriga e os braços sugerindo o vestido vermelho. Ele conhece de arte assim como Logan. Alguns de seus crimes tem relação direta com a arte, como o terceiro crime. Uma obra de Dali. E o primeiro, da noiva, lembra uma obra de Modigliani “Nu couché”. Engraçado, sempre os impares. Por que? 
— Você acha que tem alguma relação? - perguntou Ryan - você está considerando o primeiro do copycat e não o sexto de Logan. 
— Sim. Tem alguma ligação. Ainda não sei qual é, preciso investigar mais. 
— Veja se os jurados tem algum histórico em arte, Ryan - disse Beckett. 
— Tem mais uma coisa. As vitimas. Todas eram estudantes de arte e não moravam com a família aqui. Solitárias. 
— Se não estou enganada, a noiva dele também estudava Artes - disse Beckett - confirma para mim, Castle. 
— Sim, ela era estudante da NYU. E a outra vitima que faz referência a obra de Dali trabalhava em uma galeria de artes. Temos um padrão. 
— Estamos sem sorte. Os dois jurados não tem antecedentes criminais depois do julgamento e também não tem qualquer envolvimento com as artes. Não parecem nossos suspeitos. Acho que voltamos à estaca zero. 
— Não necessariamente. Vou falar com o comandante. Talvez ele consiga acesso aos prisioneiros sem envolver o diretor. Bom trabalho. Ryan, pegue os dados das cafeterias com o Espo. Cheque se há câmeras nas ruas e nos cafés. Podemos conseguir alguma coisa na rua ou dentro do estabelecimento. 
— Certo, Beckett. Vai demorar um tempo para conseguir todas as imagens se tiverem. 
— Eu sei. E muitas virão do departamento de trânsito e pela hora, eles já não vão ajuda-los hoje. Faça pelo menos a relação do que você precisa para agilizar nosso pedido. Claro que você pode contatar os estabelecimentos. Eu vou falar com o comandante - ela olhou para o marido que a examinava com um olhar diferente - o que foi, Castle? 
— Depois que você sair dessa ligação com o seu superior, nós iremos para casa. 
— Desde quando voce me dá ordens? 
— Não é uma ordem. O seu dia de trabalho acabou. Vamos jantar e se você concordar comigo, podemos até discutir o caso em casa - ela ficou calada por uns segundos. Soltou um suspiro. 
— Tudo bem - seguiu para sua sala. Beckett passou quase meia hora fazendo malabarismo com o seu superior. Vendeu a ideia da teoria, explicou os caminhos já investigados pela sua equipe e a relação com as artes. Comentou o sigilo com o diretor da prisão e a maneira como o caso delicado poderia ser interpretado pelo responsável - não estou duvidando da responsabilidade do diretor, contudo a primeira vez que conversei com ele, não me pareceu ciente do quanto Logan é perigoso. Ao meu ver, ele demonstrou uma certa simpatia pelo preso. Por isso eu insisto em cuidado e sigilo. Deve haver alguma maneira de acessarmos arquivos sem depender do diretor. 
— Entendo sua preocupação, Capitã Beckett. Essa decisão é minha contudo tenho que consultar o secretário de segurança. Amanhã você tera sua resposta. 
— Obrigada, Comandante - ela mordiscou seus lábios. Não adiantava. Ela não tinha o que fazer mais ali. Ia seguir o conselho de Castle. Pegou o casaco, a bolsa e se dirigiu para o salão. Ryan estava no computador. Esposito ao telefone. Castle enfiado em meio a muitos papeis - Castle? Está pronto para ir para casa? 
— Claro - ele acabou derrubando parte dos papéis no chão ao se assustar com a forma que ela chamara seu nome. 
— Que bagunça! 
— Um minuto, Beckett - ele juntou tudo e colocou as pastas nos braços - pronto. Podemos ir - ela cruzou os braços com um olhar de pura provocação. 
— Você está levando tarefa para casa, Castle?
— Ah, sim. Minha capitã exige resultados rápidos - eles caminhavam para o elevador. 
No loft, Castle se concentrou em preparar o jantar para a esposa. Queria que ela relaxasse para que pudesse conversar mais tarde com ela. Beckett avisou que ia tomar um banho. Ele rapidamente colocou a mesa e finalizou o filé que preparava. Uma bela salada como sua esposa gostava e abóbora cozida com cebolas gratinadas e pedacinhos de bacon. Quando ela voltou foi logo comentando. 
— Está cheirando… 
— Está pronto, Beckett. Pode sentar-se para saborear. Quer vinho? Tem um merlot na geladeira. 
— Por que não? - Castle correu para pegar a garrafa e servi-la. Sentou-se ao seu lado - bom apetite - por alguns minutos eles comeram calados. Castle podia ver as engrenagens do cérebro da esposa rodando. Ela não esquecera o caso, o que lhe dava uma vantagem para puxar a conversa. Porém, o que via na expressão de Beckett não era apenas a face analítica que relembrava cada detalhe no quadro de evidências e tentava montar um quebra-cabeça. Ele conseguia notar um certo receio, uma preocupação. Era o momento de questiona-la. 
— Então, você quer descansar ou conversar sobre o caso? O que o seu comandante lhe disse sobre a prisão? 
— Trata-se de política, Castle. Você sabe bem disso. Ele irá consultar o secretário de segurança. Ficou de ligar para mim amanhã com alguma atualização. Não gostaria de envolver o diretor, ele não passou confiança para mim. 
— Entendo. Deixe esses detalhes para o seu Comandante. Quer relaxar agora? 
— Castle, voce não quer relaxar. Quer falar sobre o caso. Está cheio de ideias. 
— Nem tanto. Na verdade, algumas coisas me intrigam nesses arquivos. Eu li, avaliei as cenas dos crimes e tirei algumas conclusões. Logan é um serial killer. Extremamente inteligente, calmo, gosta de planejar. Contudo existem algumas áreas de sua personalidade que não consigo entender. É como se houvessem pontos em aberto, áreas cinzas. Por isso considero que o trabalho de um profiler é fundamental aqui. 
— Castle, você não está investigando Logan. É um copycat - ele a olhava atento. O jeito de Beckett falar demonstrava que ela mesma não acreditava realmente nessa linha de investigação, porém não revelava o porquê. 
— Eu sei. Só que na minha opinião, não se trata apenas de um copycat. Para mim, falta uma ligação que não consegui decifrar. Digamos, por um instante que seja apenas um copycat, alguém maluco o suficiente para imita-lo, ainda assim você precisa entender o seu ídolo para se concentrar em como o seu novo assassino se conecta com ele. Logan não é apenas um serial killer, ele é refinado. Nós dois já vimos muitos assassinos, excetuando Tyson porque ninguém supera a insanidade dele, Logan é o nosso segundo melhor serial killer. E por melhor, não estou dizendo que apoio suas ações, mas ele me intriga, tem uma singularidade e bom gosto e me preocupa. Conhecemos a melhor na área. Traga Jordan Shaw. 
— Como é? Por que Jordan Shaw? 
— Por que Jordan Shaw? Ora, Beckett. Porque ela é a melhor - retrucou Castle - seu comandante lhe deu carta branca, disse para usar todos os recursos que precisasse para solucionar esse caso o quanto antes. Ligue para ela. 
— Ela é do FBI, Castle. Esse caso não tem jurisdição para isso. 
— Isso não é um problema se você usar o precedente de Logan, seus crimes e o fato de já ter trabalhado com ela - Beckett ponderava a sugestão do marido. Ela era uma excelente profiler, boa de trabalhar, com um nível de acerto acima da média. Ainda assim, do FBI e envolver o Bureau era uma das últimas coisas que passavam na cabeça de Beckett - pode chama-la como consultora. Para dar sua opinião - Beckett estava pensando em como convenceria Jordan sem contar seu verdadeiro receio quanto a esse caso. A agente era esperta, perceberia o que ela vinha querendo jogar para o fundo de sua mente. 
— Castle, eu…
— Beckett, eu disse a mim mesmo que ia lhe dar o tempo que precisasse para me contar o que exatamente a deixa tão apreensiva quanto a esse caso. O problema é que não consigo ajuda-la sabendo somente metade da historia. Cansei de andar no escuro. Cansei de joguinhos. O que está acontecendo? Você está me escondendo algo. Nós prometemos um ao outro, sem segredos. Você está afetada por esse caso! - Pressionada, ela reage. 
— Você está dizendo que está duvidando de meus instintos investigativos? Que acha que não posso resolver o assassinato? Mas aposta que a agente Shaw pode. Não concorda com a ideia do copycat? Diga a verdade, Castle. 
— Não é isso. Você está colocando palavras na minha boca. Eu nunca faria isso, mas tem algo nesse caso que a tira do sério, do seu jeito de agir. Você teve pesadelos, Kate! Não a vejo agir assim, com medo, desde o caso da sua mãe, de fato desde Tyson. O que realmente está acontecendo? 
— É complicado… 
— Nada é complicado se você dividir o fardo comigo. Conte-me o que a aflige. Eu sei que tem relação com o caso de Logan, apenas não sei exatamente o que. Fale comigo, Kate. 
Beckett fica calada ponderando como iria explicar essa parte do seu passado para o marido, como dizer o que estava lhe incomodando e principalmente o que estava sentindo como investigadora e como mulher. 
— Acredito que terei que voltar no tempo. Doze anos atrás - ela passou a mão nos cabelos. Castle podia ver a aflição nos olhos amendoados. A história do passado voltou vividamente a sua mente, fazendo-a se sentir outra vez lá, naquele exato momento do tribunal. O julgamento - eu tinha me tornado detetive há poucos meses, trabalhar naquele caso podia ser considerado um privilégio a princípio para qualquer detetive do 12th. No inicio, acredito que despertei a raiva em alguns deles, porém quando o caso progrediu e novas mortes ocorriam sem solução, ninguém queria ter seu nome atrelado a um caso de má publicidade. Eu certamente fui afetada pela pressão que a situação criou. Porém, esse não é o motivo porque não gosto desse caso. Eu fui a pessoa que achou a evidência para condena-lo. Uma mulher. Aposto que você mesmo está pensando na ironia. 
— Não deixa de ser interessante. Mulheres são inimigos na visão de Logan. 
— Não é tão fácil pensar assim quando se é mulher e você simpatiza com a dor das vitimas, quando se imagina no lugar delas - Beckett fitou as mãos por um segundo buscando forças para continuar. A voz calma tornou a falar embora a expressão em seus olhos ainda demonstravam seriedade e desconforto pelo assunto - eu me lembro com detalhes do julgamento. 

“A frente do tribunal, câmeras, repórteres e fotógrafos disputavam o lugar perfeito para terem a melhor oportunidade de documentar o momento. Alguns falavam avidamente para as lentes especulando qual seria o veredito e como ficaria a imagem da NYPD já tão criticada anteriormente. A tensão entre os detetives era grande. Para Beckett era ainda maior. Trazida para o caso desde o inicio, ela não queria aparentar fragilidade diante de seus colegas ou do juri, mas a verdade era que os crimes cometidos por Logan a enojavam, indignavam-na afinal ela era uma delas, uma mulher. Quando a promotoria a chamou para sentar-se no banco e fazer o seu juramento antes de dar seu testemunho, Beckett fez o que sabia de melhor: escondeu suas emoções. Colocou sua pose de policial e uma expressão facial que impunha respeito. 
À medida que era questionada pelo promotor, sua confiança crescia, tornava-se convicta de suas palavras e seu depoimento. Contudo, a expressão nos olhos de Andrew Logan não lhe passavam desapercebidas, nem os gestos. Beckett estava atenta ao réu, ele queria lhe passar uma mensagem. A ultima pergunta dirigida a ela findou com a afirmação do próprio promotor quanto a importância de seu trabalho investigativo para esse caso tornando a menciona-lo em seu discurso de encerramento. Beckett estava na plateia quando o veredito de culpado foi pronunciado. O alívio percorreu seu corpo, porém a sensação de vitória durou apenas uma breve fração de segundos. 
Ao ser devidamente escoltado para a saída do tribunal por policiais que o levariam direto para a Sing Sing onde cumpriria a sua pena, Logan trocou um último olhar com Beckett. Furioso, sinistro. Sem fazer um único som, ele falou uma palavra entre lábios diretamente para ela “vingança”. O jeito frio que a fitara causara arrepios em seu corpo. Beckett suspirou longamente. Ainda relativamente nova naquele meio de assassinos, ela sabia que não esqueceria por um bom tempo aquela imagem e a promessa de Logan lhe provocaria pesadelos como realmente aconteceu por meses.” 

— Logan não foi qualquer criminoso. Sua visão sobre mim é complexa. Eu não somente sou mulher como eu fui quem o colocou atrás das grades. Ele é um serial killer frio, inteligente e me odeia. A simples ideia de enfrentar essa situação outra vez me deixa frustrada e posso dizer amedrontada porque não se trata apenas de mim. Temo por você, Castle. O caso me marcou e eu sofri demais durante a investigação. Fiquei enojada com as cenas, tive que me controlar para não passar mal. Sozinha à noite, eu chorava, sofria. Apenas por rever a cena de Jane, meu cérebro ativou os pesadelos novamente. 
— É diferente agora, Kate. Você não é a mesma detetive novata. Cresceu, tem anos de experiência com serial killers, assassinos e eu estou aqui. Somos parceiros. Não terá que enfrentar nada sozinha. Eu sabia que havia outra explicação. Se for um ato de vingança disfarçado por um copycat, você não se deixará abater. Você é melhor que Logan, nós dois somos. Será diferente. 
— Da última vez que lidamos com um serial killer, eu quase morri - Tyson, ele lembrava. 
— Não vai acontecer, Beckett. Tyson era o cúmulo da insanidade de um serial killer. Ele não tinha limites. Logan é um serial killer com um propósito claro, especifico e você já o venceu uma vez, pode fazer isso de novo - ele acariciou o rosto dela. Kate tinha uma das mãos entrelaçadas a dele - ligue para Jordan. Você não acredita 100% de que se trata de um copycat. De qualquer maneira, não importa o motivo desse caso, ter uma opinião profissional da agente Shaw será de grande ajuda. Se tivermos entrando em um território desenhado para a vingança, conhecer nosso inimigo #1 é primordial. Ele já demonstrou ser paciente. Se Jane é a continuação da sua obra, doze anos é bastante tempo, o que faz sentido quando se pensa na máxima de que vingança é um prato que se come frio. Promete para mim, Kate. Vai procurar ajuda. 
— Tudo bem, eu ligo para Jordan amanhã pela manhã. 
— Ótimo, apenas mais um ponto. Você pode conversar comigo sobre isso. Já disse antes: sem segredos. Estou satisfeito por ter me contado sobre o que o caso significou para você. Caso exista algum aspecto que você não se sinta confortável em discutir comigo, por favor, fale com Dana. 
— Castle, eu estou bem e Dana está vivendo em Roma, cuidando da sua própria vida. 
— Ela ainda é sua terapeuta e amiga, Kate. Falo isso porque no fundo mesmo que aparente ser uma fortaleza a maioria das vezes, alguns casos realmente mexem com seu pensamento, seus valores, seu espirito. Não resta dúvida que esse é um deles. Isso não faz de você uma policial frágil, pelo contrario, mostra o quanto você é humana, o quanto se importa com as vítimas, com o seu lema: Servir e Proteger. Não está imune a dor, a revolta, são elementos que em determinadas proporções podem ajuda-la a encontrar soluções. Dana pode estar longe, porém não hesitará um segundo em ouvi-la se precisar. 
Ela sabia que ele tinha razão. Eventualmente, ela se veria no limite. Dana era sua amiga, a pessoa que a ajudou a crescer e aceitar o que a vida lhe deu, aceitar ser feliz, estar com Castle. Ela tinha uma dívida eterna com a amiga e podia contar com ela sempre. Ela era a segunda pessoa que mais confiava na vida. 
— Acho que o que estou precisando agora, só você pode me dar…
— Mesmo? E o que seria? - ele olhava safado para ela. Beckett sorveu os lábios dele com vontade. 
— Vamos para a cama, Castle. 
No quarto, ele acariciava as costas dela enquanto a beijava. Podia sentir a tensão esvaindo-se de seus ombros a medida que ele a tocava. As roupas foram ao chão, os corpos nus fizeram contato buscando calor e conforto. Eles se amaram duas vezes antes dela se render ao sono nos braços do marido. 
Castle ainda demorou a pegar no sono. Refletia sobre toda a história que Beckett o contara. Definitivamente não fora um caso fácil para a jovem detetive. A linha do tempo revelava que fora um pouco antes da primeira crise de obsessão com o caso da mãe. Mesmo esse assunto tendo sido superado por sua esposa, ele não gostava de falar sobre isso. A caminhada de superação dela demorou bastante tempo, muita conversa, brigas e terapia até que entendesse e aceitasse por completo a ideia de ser feliz. 
Um caso como o de Logan não poderia destrui-la ou fazê-la retroceder, porém se a suspeita de vingança fosse real, o verdadeiro motivo do padrão reaparecer, dependendo do seu desenvolvimento, Beckett poderia ser afetada embora jamais deixaria isso transparecer a ninguém. Exceto ele. Castle era a única pessoa que conseguia lê-la completamente. 
Castle não mentira para a esposa. Qualquer que fosse a direção da investigação, estaria ao lado dela. Faria tudo para suporta-la, ajuda-la e colocar os responsáveis atrás das grades. 
Na manhã seguinte depois do café da manhã especial que Castle a preparou, eles seguiram juntos para o distrito. Beckett tinha dois assuntos importantes na agenda: receber o retorno do seu comandante em relação ao seu pedido e entrar em contato com Jordan Shaw. Antes, ela queria uma atualização do caso. Ela se posicionou no meio do salão olhando para o quadro. 
— Yo, Beckett… não esperávamos você tão cedo por aqui. 
— Por que não? Ao que me consta os horários de trabalho continuam os mesmos. Cadê o Ryan? 
— Deve estar pegando café - nesse instante o detetive aparece na frente dela com uma caneca fumegando fazendo o cheiro maravilhoso da bebida chegar até suas narinas. Ela suspirou e olhou para o marido. Castle entendeu o recado e saiu apressado para a mini copa. 
— Bom dia, Beckett. 
— Bom dia, Ryan. Como anda a investigação? Conseguiu reunir as filmagens das câmeras? 
— Eu contatei o departamento de transito com todos os endereços dos locais e as possíveis localizações das câmeras para que eles providenciassem as imagens. Como se trata de muitos pontos, querem saber para que. Eu falei que estava ligado a um homicídio. Eles insistiram em um mandado. Já entrei em contato com o promotor Jones. Ele pediu uma hora. Revisei as finanças de Jane nas datas dos encontros e não encontrei um único pagamento relacionado com os estabelecimentos o que nos leva a crer que ela pagou em dinheiro ou seu acompanhante o fez. Enquanto o mandado não chega, eu irei relacionar a melhor rota de transito para eu visitar as cafeterias, conversar com as pessoas e ver se alguém se lembra de Jane e do seu acompanhante - Castle retornara com duas canecas de café. Entregou uma delas para Beckett. 
— O famoso Mr. M - Ryan riu. 
— Bom trabalho, Ryan. Leve Esposito com você e faça um follow-up com o promotor por telefone quando estiver na rua. Castle, venha comigo - o escritor a seguiu até sua sala. Fechando a porta atras de si, ele sentou-se na cadeira em frente a dela. Beckett tomou seu lugar de capitã e deu o recado que precisava ao marido. 
— Castle, eu preciso que mantenha sigilo quanto a tudo o que lhe contei ontem. 
— Você nem precisava pedir, Beckett. É pessoal e entre nós. 
— O mesmo serve para Jordan Shaw. Eu irei contata-la, porém não quero você comentando nenhuma palavra sobre esse assunto com os rapazes. 
— Mas eles fazem parte da investigação. E eventualmente, ela virá até o 12th conversar com você.
— Eu sei. E na hora certa, revelaremos o porque dela estar nos ajudando e qual é a nossa teoria. Fui clara? 
— Cristalina. 
— Ótimo, volte para o salão. Encontre algo para fazer. Eu preciso ficar sozinha para tratar com o comandante e ligar para Jordan. 
— Não se preocupe, estou matutando uma ideia desde ontem. Vou me concentrar nos casos de Logan. Se precisar, me chame. 
— Obrigada pelo café, babe. 
— Always - ele sorriu e deixou a sala dela. 
Impossibilitada de ligar para seu comandante e cobra-lo, Beckett decidiu que estava na hora de contatar a agente do FBI. Usando seu contato no Bureau, ela encontrou a forma de se comunicar com Jordan. Não foi surpresa para Beckett descobrir que ela fora promovida. Jordan Shaw é diretora assistente da divisão de crimes violentos no FBI. O número discado a colocou em contato com a secretária de Jordan. Ao anunciar quem era e que conhecia a diretora, por se tratar de alguém da NYPD, a representante de Jordan praticamente fez pouco caso. Primeiramente, informou que a DA Shaw estava com a agenda cheia de reuniões. Beckett não perdeu a chance, pediu para a secretária apenas avisa-la que a capitã Kate Beckett precisava falar com ela e agradeceria se ela retornasse a ligação para o número que divulgou em seguida. Desligou o telefone. 
Não satisfeita e sem a certeza de que a secretária daria o recado, Beckett contatou outra vez um dos agentes que conhecia do departamento em Washington. Conseguiu o celular dela. Porém, antes que pudesse contata-la, seu próprio celular tocou. 1PP. Provavelmente Gates para querer alguma atualização sobre o caso. 
— Beckett. 
— Capitã, eu prometi dar um retorno a você quanto ao pedido referente a Logan, o acesso ao documentos da prisão. 
— Claro, comandante. 
— Eu conversei com o secretário de segurança. Conseguir as informações que você me pediu não será tão fácil. Apesar da minha patente, a jurisdição do presidio é do governo, do departamento de correção e supervisão da comunidade e apesar do secretário de segurança ser completamente a favor do que você precisa, o governador terá que autorizar. Ele está fora da cidade, nos Hamptons para ser mais exato. Vai levar algum tempo. Talvez eu tenha o acesso no meio da próxima semana. Eu sei que pedi agilidade do seu lado para fechar o caso e agora sou eu quem está impedindo seu progresso. Quero que entenda que irei ajuda-la. 
— Eu entendo, senhor. Enquanto isso, estou seguindo uma linha de investigação alternativa. Tentarei conseguir o máximo de informação para cruzar com as que o senhor me fornecerá na próxima semana. Posso lhe perguntar algo, comandante? 
— Claro. 
— Tem alguma coisa que eu possa fazer para apressar o consentimento do governador? - Beckett estava pensando nas conexões de Castle com o prefeito. 
— Acredito que não, capitã. Apenas siga sua investigação. 
— Sim, senhor. Eu não o decepcionarei. 
— Eu sei, entrarei em contato quando tiver mais informações.
— Obrigada, senhor - ao desligar o telefone, Beckett respirou fundo. Era incrível. O fato era que sua investigação estava se estendendo a passos de tartaruga. Restava uma última coisa a fazer. Ela suspeitava que não ia receber uma ligação de retorno do escritório do FBI. Se quisesse falar com Jordan, teria que ser diretamente em seu celular. Discou o número. Após três toques, Beckett ouviu a voz familiar de Jordan.  
— Alô?  
— Jordan Shaw?  
— Sim, é ela. Com quem eu falo?  
— Não sei se você se lembra de mim. Detetive Kate Beckett, trabalhamos juntas em um caso de um serial killer anos atrás em Nova York.  
— Kate Beckett, claro! Nikki Heat. Como poderia me esquecer de você! Aliás, acredito que parabéns é a forma apropriada de começar essa conversa - Beckett imediatamente se lembrou que Jordan fora uma das primeiras pessoas a dizer que ela e Castle ficariam juntos - soube que agora chefia o 12th distrito, capitã - Kate soltou um suspiro de alívio , manteriam a conversa em tom profissional.  
— É verdade. Você também subiu alguns degraus, Shaw. Diretora assistente, porém devo dizer que anda mal assessorada. Eu liguei para o seu escritório do FBI e sua secretária não pareceu muito amigável. Talvez porque eu seja uma policial de Nova York. Fato é que ela disse que você estava ocupada, deixei recado e algo me diz que você não o recebeu.  
— Tem razão. Não recebi e estou tendo problemas com Nancy. Acredite, você não é a primeira. De qualquer forma, acredito que você tem um motivo específico para me procurar depois de tantos anos.  
— Sim, trata-se de um caso que está sob minha coordenação. Não tem envolvimento com o FBI, os crimes foram praticados em Nova York.  
— Crimes, você disse?  
— Isso. Um serial killer. É complicado explicar, eu suspeito que uma morte isolada tem relação com uma série de assassinatos que ocorreram há doze anos. Mesmo MO.  
— Você tem um suspeito?  
— Sim, embora soe estranho porque ele está preso, cumprindo pena. Preciso de um perfil completo do serial killer. Eu realmente não posso dar mais detalhes por telefone, Shaw. Esse caso está sendo tratado como classe 5. Totalmente sigiloso. Na verdade, como investigadora principal estou quebrando o protocolo simplesmente porque preciso da melhor - Beckett ouve a mulher suspirar do outro lado da linha - você é a melhor profiler que eu conheço, estou pedindo não apenas a consultoria de uma colega, estou pedindo um favor pessoal - Beckett já havia conseguido a atenção de Shaw, contudo aquela última declaração demonstrava que o caso tinha algo de pessoal para a capitã.  
— Primeiramente, nada de títulos Kate. Sou Jordan para você. Segundo, eu não trabalho em campo exceto em casos extremos. A vida administrativa acabou fazendo maravilhas para a minha família. Eu ficaria feliz em ajudar a minha colega. Posso prestar consultoria para a NYPD ou melhor, para velhos amigos de maneira independente porque sei que é importante. Tenho uma agenda apertada, porém posso ceder cinco dias do meu tempo com uma condição.  
— E qual seria?  
— Que você me conte a verdade. Porque quer minha ajuda e tudo o que envolve esse caso em particular - Beckett suspirou.  
— Você é a melhor, Jordan. Castle sugeriu que a contatasse para esse caso porque você é a melhor. Eu concordo com ele.  
— Castle… não é por isso que você está me contatando. Façamos assim, eu estarei em NY na próxima segunda, vou até seu distrito e teremos uma conversa sobre o que você está escondendo. Então fico a semana com vocês. 
— Tudo bem. Te vejo na segunda, Jordan - Kate desligou o celular. Sabia somente pelo tom de voz dela que Jordan entendia haver mais razões envolvendo o caso e no momento que a olhasse nos olhos saberia dizer exatamente se ela continuava mentindo. Ela era boa mesmo. Checou o relógio, lá se fora a manhã. Provavelmente os rapazes não chegaram a nada novo. No fundo, Beckett estava mantendo-os ocupados porque ainda tinha esperança de que esse caso não tivesse ligação com Logan, um fio bem frágil de esperança para ser sincera. O mesmo não podia dizer de Castle. Conhecia o marido muito bem a ponto de saber que ele tomou toda a história contada na noite anterior como base para a sua teoria. Na mente do escritor, a morte de Jane não só era um aviso como a continuação da saga de Logan porque era a melhor história, a que se encaixa ao considerar o histórico do serial killer e a linha do tempo. Ele, assim como ela acreditava na vingança como o motivo principal do caso. Era melhor checar o que ele andava confabulando em meio a tantos papéis. Beckett saiu de sua sala e observou o salão. Ryan estava concentrado no computador, Esposito falava ao telefone e Castle... que diabos ele estava fazendo? Ela franziu as sobrancelhas diante do marido.  
Castle duplicara o quadro de evidências do caso em uma das salas de reunião. Estava de frente para as fotos. Escrevia algumas palavras ao lado de fotos. Ela percebeu que o quadro montado por Castle era diferente. Ele colocara todas as cenas do crime de Logan, incluía o assassinato de Jane e colocara fotos de quadros?  
— Castle, pode me explicar o que é isso?  
— Hey, Beckett. Chegou em boa hora. Quero dividir minha teoria com você. Eu revisei todo o caso de Logan porque algo me incomodou sobre arte. As pinturas - ele olhou para a esposa, Castle notou que era não parecia muito satisfeita - você não gostou de eu ter montado um outro quadro... - tentou parecer bem e se livrar da bronca - quer um café, capitã?  
— Não disfarce, Castle. Por que você montou outro quadro de evidências? - ela se aproximou baixando o tom de voz - não quero que os rapazes abracem a ideia de que tudo pode estar conectado. Se quiser trabalhar na sua teoria, ótimo! Só não fique gritando aos quatro ventos.  
— Você está chateada. Realmente precisa de um café. Quero saber o que aconteceu, mas espere um instante - ele saiu apressado para a mini copa, menos de cinco minutos depois, retornou - aqui, beba - entregou a caneca para ela, percebeu que estava sentada olhando para os detalhes do quadro - eu posso explicar a teoria que desenvolvi, porém primeiro você me conta porque está chateada.  
— Além do fato de você estar expondo parte da nossa conversa de ontem?  
— Você pediu para manter sigilo sobre Jordan e a vingança - ao ver o olhar de Beckett, ele remendou - certo, deixa para lá. 
— O comandante me ligou. Ele precisa da autorização do governador para liberar o acesso então vai levar mais tempo e uma certa dança política. Ele está nos Hamptons. 
— Posso falar com o prefeito se você quiser. Ele e o governador se dão bem. 
— Eu pensei nisso, mas hoje é sexta-feira. Não há muito o que fazer de qualquer jeito. E parece que não teremos grandes ações até a segunda. Falei com Jordan.  
— Ah! Finalmente uma boa notícia - mas o semblante de Beckett não mudou - não é?  
— Castle, você lembra como Jordan é. Como ela consegue ler pessoas?  
— Claro! É o que faz dela a melhor profiler do FBI.  
— Ela é diretora assistente agora e não sai a campo. Contudo, ela concordou em nos ajudar desde que eu contasse a verdade. Disse que a ideia foi sua, ela não comprou como o motivo porque a chamei.  
— Ela vai querer a verdade. Kate, conte para ela. Você sabe que ela é confiável.  
— Eu sei... - ela suspirou - se eu não falar a verdade, Jordan vai perceber. Ela está vindo para Nova York na segunda-feira.  
— Agora entendo o porque da cara amarrada. O caso vai ficar parado, o que é bom tratasse de um fim de semana, você precisa relaxar - ela reparou que ele estava desfazendo o quadro que montara.  
— O que você está fazendo?  
— Seguindo as ordens da minha capitã.  
— Mas você não vai nem me contar qual a sua teoria? Você teve trabalho para montar isso... 
— Não se preocupe, Beckett. Tirei um foto, monto novamente lá em casa em dois tempos. Posso lhe dizer qual é minha conclusão durante um jantar delicioso ou um banho de espuma relaxante - Beckett ia abrir a boca para protestar, mas Castle a impediu - não, nem comece. Hoje é sexta-feira e eu irei levar minha esposa para passar o final de semana no Four Seasons. Pode me agradecer mais tarde, você sabe como - ele sorriu.  
— Castle, não precisa fazer isso. Devíamos ficar no loft. Está mais do que bom.  
— Isso é porque você não ouviu Martha Rodgers dizendo que vai receber uns amigos. Ela me ligou. Acredite, o loft é o pior lugar para ficar hoje - ele pegou a mão dela na sua, apertou. O gesto fez Kate sorrir.  
— Tudo bem. Você venceu. Eu preciso checar as atualizações com os rapazes então... 
— Não há nada novo, mas você tem dez minutos.  
— Eu vou precisar fazer uma cena, babe.  
— Eles vão adorar. Vá em frente - ela apressou o passo para chamar a atenção dos rapazes, fez caras de poucos amigos.  
— Eu pensei que você queria ajudar, se era para ficar viajando em teorias malucas devia ter ficado em casa. E ainda fica gastando os recursos do meu distrito, devia estar ajudando Ryan e Esposito.  
— Mas eu gosto da minha teoria, se encaixa.  
— Nem quero saber ... chega - os detetives se olhavam segurando o riso -  alguma atualização?  
— Ainda estou recebendo os vídeos, comecei a busca nas câmeras externas já disponíveis até agora identifiquei Jane em duas delas que correspondem aos endereços. Estou tentando achar a terceira para comparar e encontrar um homem em comum. Os intervalos de tempo coincidem também com os dos encontros. 
— Ótimo. E quanto a você, Espo? Alguma sorte com os gerentes dos cafés? 
— Em dois deles, o gerente do dia não estava trabalhando. Falou para eu ligar na segunda-feira. No terceiro, ele reconheceu Jane mas não se lembra se ela estava acompanhada. No quarto, ela disse que lembra de Jane e apenas a viu saindo com um homem. Ela o viu de costas, mas o local tem câmera. A moça ficou de checar com o dono para liberar as imagens. Vou ligar para ela amanhã. Como o mandado saiu, viemos para o distrito. Eu liguei para dois outros e vou passar lá antes de vir trabalhar amanhã. É meu caminho. 
— Certo. Continuem nesse ritmo. Qualquer novidade, me avisem. 
— Beckett, você acha que o tal copycat vai matar novamente? 
— Vamos torcer para que não, ou que capturemos o responsável antes que isso aconteça - ela viu Castle se aproximar dela com o seu casaco e segurando a bolsa dela. Beckett vestiu a roupa e ajeitou os cabelos. 
— Você já está de saída? 
— Sim, vocês podem ir se quiserem. 
— Eu vou ficar mais um pouco olhando as filmagens. Bom final de semana, Beckett - disse Ryan. 

— Obrigada, para vocês também - ela e Castle caminharam para o elevador. 


Continua...

Um comentário:

cleotavares disse...

O que seria de você sem seu maridinho, não Kate?
Que bom a aparição de duas personagens que gosto muito, Jordan e Dana.
E a tensão só aumenta....