sexta-feira, 25 de maio de 2018

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.40


Nota da Autora: E apareci! Felizmente foi mais rapido do que eu pensava. Alguem ai tambem está curioso(a) para ler o novo livro de Castle? Confesso que nem escrevi e estou morrendo de curiosidade hahaha! Parece que as fãs terão muito a dizer sobre a obra. Esse capitulo me descreve um pouco como leitora, se o livro é bom eu sou como Beckett e Joh, vivo para le-lo, esqueço do mundo e antes que me perguntem: sim! Acontece com os lvros dele e da linda J.D.Robb por exemplo. Enfim, divirtam-se!


Cap.40 

Castle e Beckett tiveram seu jantar de ação de graças que correu muito bem. Entre os vários momentos de destaque, os pais bobos ficaram sentados um bom tempo no chão observando e brincando com a filha que depois que começou a engatinhar, queria desbravar outros mundos. Tudo era novidade. Beckett ria sozinha do jeito da pequena. Lily também teve a chance de experimentar seu primeiro pedaço de peru que a mãe cortou o mais miudinho possível para misturar às batatas amassadas. Castle registrara cada segundo. 
Após o jantar e muita brincadeira, Lily finalmente esboçava sinais de cansaço. Beckett pegou a menina no colo e levou-a para o quarto. Sentada na poltrona, cantou para a pequena que adormeceu na segunda estrofe da canção. Colocou-a no berço e depois de cobri-la e certificar-se de que a babá eletrônica estava funcionando, Kate foi para o seu quarto. Castle já trocara o pijama. Ela foi direto para o banheiro. 
Quinze minutos depois, se juntou ao marido na cama. Ele inclinou-se em sua direção para beija-la. Uma das mãos ia e vinha acariciando suas costas enquanto a outra segurava seu rosto aprofundando o beijo. Ele a puxou em sua direção fazendo Beckett deitar-se sobre ele. O contato de seus corpos era capaz de provocar faíscas. O toque arrepiando a pele mandando várias mensagens ao cérebro enquanto seus corações aceleravam à medida que a urgência se intensificava. Perder as peças de roupa foi muito fácil e logo os corpos nus realizavam a dança do prazer. Foram duas horas de êxtase. Beckett virou de lado deixando Castle envolve-la em seus braços. Adormeceram. 
Por volta das três da manhã, Beckett acordou não por causa da filha. Ela simplesmente não aguentava mais esperar para ler o livro em sua cabeceira. Com cuidado, afastou o braço do marido que a mantinha perto a ele e vagarosamente se desvencilhou de seu abraço. Sentou-se na cama, pegou o livro e decidiu ir para a sala. Não queria ligar a pequena lâmpada e correr o risco de acordar Castle. 
Arrumou as almofadas e após estar confortavelmente instalada, ela abriu o livro. Primeiro, ela acariciava a pagina da dedicatória com as pontas dos dedos. Em seguida, folheou as paginas rapidamente inalando o cheiro de tinta recém impressa então ela abriu a pagina de agradecimentos. Começaria por ali. Estava curiosa para ver o que Castle falara de Johanna. Ele não economizara palavras para elogia-la. Sorrindo, ela apenas podia pensar que a amiga adoraria o que ele escreveu. Castle inclusive mencionou Paul. Somente ao terminar de ler a sessão foi que voltou ao inicio do livro e começou a ler propriamente a historia. Capitulo Um, ai vamos nós, pensou Beckett. 
Ela se transportou para o mundo de Nikki Heat. De capitulo em capitulo, Kate ia se sentindo parte da historia. Ela adorou a forma como o marido introduziu a nova personagem e a reação de Nikki e Rook a sua nova companheira de investigação. Sim, ele usara a carta do ciúme apenas para dar a chance de Rook simplesmente deixar Nikki sem chão. Após uma bela declaração de amor, ele a tomou em seus braços e fez amor com sua amada. 
Kate podia perceber o cuidado da escrita do marido ao descrever uma de suas próprias cenas de amor. O efeito foi imediato. Um calor a dominou e Beckett podia sentir a umidade no meio de suas pernas aumentando. Fechou o livro respirando profundamente. Levantou-se do sofá para pegar um copo com agua. Mais aliviada, ela voltou para a leitura. Era impossível não continuar virando as paginas. Após uma nova cena de sexo bem quente e inesperada, ela tornou a fechar o livro para tentar tirar a imagem da mente. Só então percebeu que os raios do sol já invadiam a sala através das grandes janelas do loft. Checou o relógio do microondas e se assustou. Seis e quarenta e cinco da manhã. Seu celular iria despertar dali a quinze minutos. Não queria que Castle acordasse e percebesse que ela passou boa parte da noite acordada lendo. Tornou a beber mais um copo com agua, voltou à sala para pegar o livro. Estava surpresa. Ela devorara mais da metade das paginas. 
Antes de voltar ao quarto, checou a filha que dormia tranquila. Ergueu as cobertas e enfiou-se embaixo delas colando seu corpo ao de Castle. Não sabia porque deixara o alarme ativo. Ela avisara na delegacia que não iria trabalhar naquela sexta-feira. Sair de casa na Black Friday era um tormento e além do mais, ela já preparara tudo que precisaria para a sua reunião com Gates na segunda. Ao sentir a respiração quente de Castle em seu pescoço, os pensamentos da cena do livro voltaram. Como uma gata, ela se esfregava no corpo dele. As mãos desciam à procura do membro quando o alarme soou no exato momento que ela fazia o primeiro contato. Castle gemeu ainda de olhos fechados perguntando sonolento. 
— Por que o alarme? Que horas…
— Sete… - ela se esticou para alcançar o celular e desligar o alarme - desculpe, eu esqueci. Se bem que é uma ótima maneira de nos lembrar que é uma excelente hora para fazer algo bem mais interessante que dormir - ela apertou o membro dele sobre a calça de moletom enquanto seus lábios roçavam a pele do peito de Castle. 
— Hum… está inspirada… - ela o empurrou contra o colchão e deitou-se sobre o corpo dele sorvendo-lhe os lábios. Castle finalmente abriu os olhos - bom dia… 
— Está prestes a se tornar um ótimo dia - ela deslizou os lábios pelo peito dele rumo ao membro que já começava a se excitar. O que se seguiu foi uma fervorosa e vagarosa demonstração de desejo e amor. 
Uma hora depois, Beckett deixava o corpo suado e extasiado tombar ao lado do dele na cama. Sorria. Castle acariciava seu estômago esperando as batidas de seu próprio coração se acalmar. 
— É muito bom acordar assim - ele virou-se para admira-la - alguma razão especial? 
— Por que teria? - ela perguntou passando o polegar nos lábios dele. Castle beijava seu dedo. 
— Não sei. A brincadeira de ontem à noite te deixou desejando mais? 
— Talvez, ou a razão seja o seu livro. 
— Meu livro? 
— Mais especificamente a cena do capitulo 7. Tive uma sensação de deja vu. 
— Você leu meu livro? Quando? - ela sorria - espera você me deixou dormir para que pudesse ler? 
— Não, eu dormi junto com você. Acordei umas três horas da manhã. Eu não podia esperar mais. É muita tortura ter um novo livro sob a cabeceira e não poder lê-lo! 
— Então você não dormiu…
— Não… a leitura estava muito interessante. Eu só vim para o quarto porque lembrei que o alarme ia tocar e não queria que acordasse sozinho. 
— Isso explica as olheiras. Você terminou? 
— Ainda não. Passei da metade. Quero terminar hoje. 
— Aposto que quer atormentar Johanna com isso amanhã. Pobre Paul, será jogado para escanteio. 
— Hey! Quem gosta de implicar aqui é você. 
— Até parece que você é santa… - nesse instante um chorinho surgiu da babá eletrônica - Lily acordou. Deve estar com fome. 
— Eu também estou. Que tal você preparar meu café enquanto eu amamento nossa filha? 
— Isso é uma sugestão ou uma ordem? 
— Castle, eu realmente preciso do meu café. 
— Ordem, entendi - ela já estava de pé, mas inclinou-se para beijar o marido mais uma vez após amarrar o roupão - tudo bem, eu faço seu café, Kate - sorrindo ela deixou o quarto. Castle esfregou os olhos e espreguiçou-se. Curioso, pegou o livro que ela deixara na cabeceira. Wow! Capitulo 12, ela é rápida, pensou Castle lembrando da cena descrita por ele no capitulo anterior a esse. Sexo na sala da capitã à meia-noite. É claro que ela estaria inspirada. Finalmente, vestiu a camiseta que ela jogara no chão na noite anterior e seguiu para a cozinha. Sabia bem o que lhe esperava. Ficaria de babá até que ela terminasse o livro, o que não seria nenhum sacrifício. Estava ávido para ouvir o que sua esposa e musa achara. 
Depois de tomarem o café da manhã juntos, Beckett entregou a filha para o pai dizendo que ela era sua responsabilidade e como havia bastante comida da noite anterior, ninguém precisaria se preocupar com o almoço. Beckett tornou a sentar-se no sofá e perdeu-se outra vez no mundo de Nikki. Quando terminou a leitura, Kate continuou sentada com o livro fechado em seu colo. O sorriso estampado no rosto. Ele conseguira novamente. Ela queria ler de novo e mal podia esperar para ouvir o que Johanna teria a dizer. Deixou o livro sobre a mesa de centro. Estava pronta para se levantar quando viu Lily engatinhando em sua direção. 
— Oi, meu amor. Você fugiu do daddy? Quer a mommy? 
— Acho que ela quer um colo. Tentei coloca-la na cadeira para que eu preparasse o seu prato de comida, mas ela não quis ficar de jeito nenhum. 
— Tudo bem, eu já acabei. Posso ficar com ela enquanto prepara o almoço. 
— Você já acabou? Wow! O que achou? Qual a sua impressão sobre a personagem de Johanna? O suspense foi bom para você? 
— Hey, devagar! Não vou responder suas perguntas agora. Acabei de ler, tenho que pensar. Absorver a historia, as partes boas, o cliffhanger… minha opinião não está pronta ainda. A minha revisão estará disponível à noite. 
— Você quer me torturar? 
— Claro que não. Você tem que dar um tempo para os seus leitores curtirem o momento, avaliar o que vem pela frente. Teorizar… 
— Isso se chama enrolar o escritor - ela riu. 
— Não seja dramático, Castle - Beckett se levantou com Lily no colo - vamos esquentar o almoço. 
Seja pelos afazeres domésticos, as trocas de fraldas, as conversas com Martha, Beckett foi capaz de manter sua palavra até a hora que foi para cama. Sim, de certa forma ela o torturava um pouquinho com o gesto. Esperou que o marido saísse do banheiro. Tinha o livro nas mãos e folheava-o relembrando suas partes favoritas. Ao sentar-se na cama ao lado dela, Castle a fitou longamente. 
— Então? Não vai me dizer que precisa ler mais uma vez antes de me dar sua opinião. Isso seria o cúmulo da enrolação mesmo partindo de você, Beckett. 
— Não vou. Eu prometi comentar à noite e vou fazer isso. Quer ouvir minha opinião geral primeiro ou quer que eu fale das partes que amei? 
— Fica a seu critério. 
— O que eu posso dizer? Gina tem razão. Será uma tortura esperar um ano pela continuação. Você fez de novo, escritor. É envolvente, interessante, te faz virar as paginas querendo saber o que acontecerá em seguida. Sinto cheiro de best seller no ar. 
— Obrigado. E o que achou da Dr. Cinthia Marshall? 
— Oh, Castle… eu amei. Ao mesmo tempo que ela está sendo introduzida para o leitor, há uma familiaridade no ar entre ela e Nikki. Quando Nikki confessa para Rook como é fácil trabalhar com ela, eu não sei. Parece que é real, como se fossem pessoas de carne e osso. Há uma intimidade ali. Não sei como você consegue… 
— É bem simples, basta observar vocês juntas. O que está no papel nada mais é do que o reflexo da sua relação com Johanna. O que vejo todos os dias - ela apertou a mão dele e levou até os lábios beijando-a. 
— Você me fez lembrar dela. Minha mãe. 
— E isso é algo ruim? 
— Não, foi maravilhoso. 
— Que bom - Castle beijou-lhe os lábios e a testa - pode me dizer o que achou das cenas? Suas preferidas? 
— Além da cena onde Rook fala da médica e faz aquela declaração com direito a deja vu para mim? Gostei da sua mente safada usando a sala da capitã e da cena que Nikki e Cinthia trabalham juntas nos corredores do hospital para encurralar o suspeito. A parceria e a conexão das duas funcionou muito bem. E o detalhe final que leva ao cliffhanger com Rook… muito bem pensado. 
— Isso quer dizer que eu vou ganhar uma recompensa? Tratamento especial? 
— Você já ganhou, esqueceu de hoje pela manhã?
— Claro que não. Estava pensando em um bonus. Afinal, se fui capaz de agradar tanto assim minha fã numero um, acredito que o resto será bem mais fácil. 
— Eu não cantaria vitoria antes do tempo, escritor. Johanna pode ser uma crítica carrasca. 
— Duvido. 
— Eu esqueci de mencionar, a pagina de agradecimentos. Você caprichou falou até de Paul. 
— Tudo verdade. Ele vai sofrer até ela terminar a leitura. Paciente é o mínimo dos elogios que posso fazer a ele. 
— Ele aguenta. Vamos dormir porque estou caindo de sono. Culpa de um tal de Rick Castle. 
— Adoro esse tipo de culpa - ele acariciou o rosto da esposa e sorveu seus lábios. Aconchegaram-se um ao outro e em menos de um minuto Beckett estava dormindo. 
No sábado, apesar de ser quase onze da manhã, Castle estava tomando café com a esposa que tentava alimentar Lily ao mesmo tempo, bananas amassadas com geleia e mel quando a campainha tocou. Martha foi quem abriu a porta. 
— Olá, doutora. Bom vê-la. Aposto que está aqui por causa do livro de Richard, não? 
— Olá, Martha. É verdade. Você me pegou. Aproveitei que estou de folga até à noite para vir aqui.            
— Eles estão na cozinha com Lily. Você já sabe que ela engatinhou? 
— Sim, Kate estava ao telefone comigo quando aconteceu. Ela me mandou o video depois, mas nada melhor que ver ao vivo, não? Olá, meus amores! Lily! Dinda estava com saudades - Johanna foi pegando a menina da cadeira e enchendo de beijos - você está cada dia mais fofa e a cara da sua mãe - ela deu um beijo na bochecha de Kate - quero ver você engatinhando, lindinha. 
— Joh, ela estava comendo…. - mas a médica já soprava e fazia barulhos na barriguinha de Lily fazendo a menina gargalhar, colocou-a no chão - ela nem me ouve… 
— Deixe, sobra mais tempo para nós tomarmos nosso café. Acho que esqueceu porque veio aqui, sequer cumprimentou o escritor. 
— Rick Castle, o homem do momento. Quero saber tudo sobre os eventos. Quantas entrevistas, programas. Será que vão querer falar comigo também? 
— Ela está empolgada - na verdade, Johanna parecia bem maluquinha naquela manhã. Ela tentava dar atenção a tudo o que acontecia em sua volta. Era interessante considerando que ela acabara de sair de um plantão de mais de 24 horas - será que devo oferecer café a ela? Já está bem elétrica, não? Tenho medo que piore. O que acha, Castle? 
— Café? Aceito! Oh, Kate… olha para ela. Tão linda engatinhando… - Beckett trocou um olhar com o marido. 
— Joh, tem certeza que você está bem? Não quer sentar um pouco? Achei que depois de um longo plantão você ia estar exausta. É o contrario - ela preparava uma caneca de café para a amiga. Castle levantou-se e tornou a pegar Lily colocando-a de volta na cadeira. Sabia que Kate prezava pelos horários que a menina comia. 
— Eu estou bem. Estava quase dormindo por volta da uma da manhã, cansada mesmo. Ai Daniel apareceu com uma lata de redbull e um sanduíche. Ele ofereceu para que eu tomasse um pouco que ia me ajudar e acabou trazendo uma lata para mim. Eu me senti muito melhor depois que bebi. 
— Isso explica. Hey, Joh aquele comentário que você fez sobre Audrey querer ver vestidos no dia seguinte que ela chegar. Você estava brincando certo? Vai estar cansada, sofrendo de jetlag talvez não seja uma boa ideia. 
— De jeito nenhum, ela já ligou ontem falando para eu me preparar. “Mama, temos menos de uma semana para escolher seu vestido! E os sapatos, as joias”. Essas foram as exatas palavras que usou. Acredite, se nós não segurarmos a menina, isso pode se tornar um pesadelo - Beckett riu - não ria! Estou falando sério. Audrey está determinada. 
— Joh, relaxe, eu sei que o vestido é algo muito importante, mas você achará o vestido ideal e não será nada pomposo. A menos que você queira. 
— Deus, não! É um casamento simples. De qualquer forma, chega de falar desse assunto. Quero saber do livro, foi por isso que vim aqui. Preciso saber de tudo - ela pegou a caneca e sentou-se no meio dos dois para prestar atenção a Castle. 
— Além do evento que você já é convidada especial, tenho duas entrevistas: uma no Today, outra no Good Morning, America. Gina está tentando conseguir outra com Kelly e Ryan. O NY Ledger publicará uma reportagem no dia 8 sobre o livro e isso é algo que deverá evitar se não conseguir ler antes. Se não quiser spoilers. Não que eles vão fazer isso. Gina é bem restrita quanto ao assunto. Pelo menos eu estou te avisando com antecedência para não ficar como Beckett que morreu de ciúmes da jornalista. Você precisava ver, Johanna… 
— Castle! Não foi nada disso! 
— Não disfarça, você ficou irritada e emburrada durante todo aquele caso. 
— Tudo bem, eu não quero saber dos detalhes da pequena briga pessoal dos dois. Quero o meu livro, será que dá para parar de me enrolar? - eles riram. Castle levantou do banco e foi até o escritório. Voltou trazendo o livro e um envelope com os convites. 
— Aqui está. No envelope tem quatro convites para vocês e - ele entregou o livro nas mãos de Johanna - você tem que me prometer que irá ler, mas não irá sair dando spoilers por ai especialmente no evento. E tenho mais uma exigência. Terá que me contar o que achou, suas partes preferidas enfim… ah! E somente vou assinar no dia do evento. 
— É justo. Eu mal posso esperar para ler. Já avisei para o Paul que não faço nada até eu terminar a leitura. 
— O que eu disse? Pobre Paul. 
— Hey! Nada disso. Eu sei muito bem como agradar meu futuro marido. Eu sei o que ele gosta e se o que eu espero ler nesse livro for o que eu imaginei, alguém vai ficar muito feliz. 
— Ah, então posso dizer que Paul tirou a sorte grande. 
— O que? Você já leu? 
— Ela leu de madrugada. O que posso dizer? Ela é minha fã numero um e hardcore. 
— E estou esperando você ler para comentarmos. 
— Então é melhor eu começar logo - ela parou admirando o livro - nossa! Eu adorei a capa. Bem dark - ela abriu a capa e folheou as primeiras paginas. Chegou a dedicatória. Johanna passava os dedos na pagina - isso é… lindo. Uma bela declaração. Parabéns, Castle. Ok, e estou caindo fora. Eu aviso quando eu terminar, provavelmente amanhã. 
— Espera, você não está de plantão amanhã? 
— Estou, mas vou tentar avançar o máximo hoje - ela beijou a afilhada, a amiga e suspirou olhando outra vez para o livro - Castle, eu nem sei o que dizer para você. Eu me sinto muito importante tendo a oportunidade de ler sua obra em primeira mão. 
— Johanna, você é importante. Para nós dois. 
— Ah! - ela deu um beijo estalado nele - tenho que correr. Beijos, beijos! - literalmente correu até a porta do loft. Beckett ria sozinha da cena que presenciara. Abraçando o marido, ela sussurrou ao ouvido dele. 
— Pare de estufar o peito, escritor. Não se ache tanto. 
— Eu tenho culpa? Você mesmo presenciou e nem vou comentar a sua reação, você sabe. Ainda acho que mereço algo especial… 
— Não vai me deixar em paz quanto a isso, certo? Tudo bem, você pode me pedir alguma coisa qualquer dia desses, desde que seja factível o que significa nada insano. 
— Nossas definições para insano são bem diferentes, Beckett. 
— Eu sei, será conforme as minhas regras. 
— Não é tão justo assim… 
— Vamos, babe. Sei que você vai achar uma maneira de nos divertirmos. 
— Falando nisso, nós deveríamos estar fazendo algo muito importante para a familia Castle. Lily, você quer dizer para a mamãe o que é? Sim, daddy - disse Castle imitando a voz de bebê pegando a filha no colo e segurando a mãozinha dela e balançando na direção de Beckett - temos que armar a arvore de natal e decorar a casa. 
— Castle, não está cedo para isso e…
— Nah! Nem começa. Você já conhece a tradição e teremos um dezembro muito importante e cheio. Temos que fazer agora, é o melhor momento. Não tem negociação, capitã. Vamos, levante esse seu traseiro lindo e ajude-me a pegar as caixas no sótão. 
— Hey! Olha como fala de mim na frente da nossa filha! 
— Estou te elogiando. 
— Sei, sei - ela se levantou e pegou a filha dos braços dele - vou ver se Martha pode ficar com ela alguns minutos enquanto pegamos as tais caixas. 
Depois que voltaram do sótão com quase dez caixas de parafernálias, Castle e Beckett passaram o resto da tarde decorando o loft para o natal. Martha se juntou a eles com a neta no colo e o tempo voou entre risadas, piadas e momentos divertidos em familia. No inicio da noite, com tudo praticamente pronto exceto o trenzinho e a pequena vila que Castle tentava montar sentado no chão. Beckett sugeriu que ela fizesse um rápido jantar. Em vinte minutos, ela já retirava o nhoque da panela, na frigideira o molho vermelho com tomates de verdade e bastante oregano. 
— Castle! Pode arrumar a mesa para o jantar? Comer nhoque frio é horrível. E por favor, pegue o queijo na geladeira. E o ralador! 
— Por que você está gritando? Eu estou aqui ao seu lado. 
— Oh, desculpe. Eu pensei que você estava no chão arrumando o trem. 
— Já terminei. Vou arrumar a mesa. Quer vinho? 
— Claro. Sua mãe também vai querer. 
— Ah, que droga… eu estava imaginando um cenário ótimo na minha mente, nós dois e você tinha que mencionar minha mãe? 
— Bobo… deixa de ser pervertido. Posso pensar nisso mais tarde, que tal pegar o queijo e nosso vinho? - eles se sentaram para comer. O clima descontraído continuou ao longo do jantar. Lily comeu o seu nhoque com a sopinha e quando estava começando a ficar sonolenta, a avó tomou a frente da ação para dar ao casal uma certa privacidade. Sozinhos, eles terminavam o jantar quando Beckett se lembrou da amiga. 
— Fico imaginando como Joh está agora. Você acha que ela terminou o livro? 
— Terminar eu não sei, mas tenho certeza que ela não desgrudou do livro. Se bem que ela deve estar no hospital agora. 
— E você acha que ela vai deixar o livro em casa? A cada minuto que ela puder, vai ler um pedaço no conforto médico. Se duvidar, Paul está torcendo para que termine porque irá facilitar para o seu lado. Mal sabe ele o quanto o livro vai fazer bem para ele. 
— Sei que ela está se divertindo. E não gosto da ideia de pensar em quanto Paul vai se dar bem. Você está fazendo de novo, Beckett. Pare de estragar o momento - ela riu, adorava o jeito como Castle conseguia tramitar de um assunto para o outro e criar esses cenários loucos em sua mente. Beckett virou o queixo dele para beijar-lhe os lábios. 
— Acho que provavelmente iremos saber pela manhã. Enquanto isso, que tal a gente ir para o quarto? Talvez eu possa dar uma amostra de bonus afinal… especialmente depois de todo o trabalho que você teve para decorar a casa para o natal. 
— Hum… essa ideia me agrada bastante - puxando-a pela mão, Castle a levou para o quarto. 

Horas antes… 

Johanna chegou em casa ansiosa para começar a sua nova aventura com o livro de Nikki Heat. Acabara passando mais tempo com os amigos que devia, percebeu ao checar o relógio que era meio-dia e meia. Paul deveria estar chegando do seu plantão. Deixando o livro sobre a cabeceira da cama, ela se encaminhou para o banheiro. Precisava de uma ducha para relaxar, talvez mais um café e de uma roupa confortável para então sentar-se e apreciar o livro. Estava ansiosa e curiosa para ver como a historia que ela ajudara a moldar ficara. 
Saindo do banheiro de cabelos molhados enrolada no roupão, Johanna optou por vestir uma legging e uma camiseta. Estranhou o silencio. Tinha certeza que passara mais de meia hora no chuveiro o que deveria indicar que Paul já estaria em casa, porém nem sinal de seu noivo. Após vestir-se, Johanna pegou o livro e seguiu para a sala. Não podia mais esperar um minuto sequer para começar a leitura. Uma caneca de café fumegante em uma das mãos, o livro em outra, ela estava pronta. Sentada confortavelmente na poltrona reclinável que Paul tinha na sala, Johanna esticou as pernas cobrindo-as com uma manta, aconchegou-se no encosto macio e abriu o livro. Releu a dedicatória pelo menos três vezes. Era muito amor por uma mulher, pensou. Finalmente, ela se deixou levar pelas palavras do primeiro capitulo entrando no universo de Nikki. 
Paul chegou em casa por volta das duas da tarde. Trazia consigo uma sacola de papel com o almoço dos dois. A primeira coisa que ele notou foi que a noiva estava na sala, então iniciou a conversa. 
— Joh, desculpe o atraso. Acabei pegando um ultimo caso antes do meio-dia e a cirurgia se estendeu mais do que previ. Não queria deixar o paciente antes de saber que estava tudo bem. Imagino que esteja com fome. Sabia que não estava a fim de cozinhar por causa do plantão, cansada. Trouxe dois tipos de salada e Shepard’s pie. Tem uma sobremesa também. Quer que eu te sirva? - não ouvindo qualquer reação da noiva, ele virou-se para fita-la - Joh, ouviu alguma coisa do que eu disse? - Paul se deparou com a noiva vidrada nas paginas do livro. Nem piscava. Ele esquecera completamente o que ela lhe dissera no conforto médico a ultima vez que se falaram no hospital. Ia ao loft pegar o livro de Castle. Por isso não se manifestara, estava perdida em algum lugar de Nova York com Nikki Heat. Ele se aproximou dela tocando sua perna - hey, Joh? Você não ouviu uma palavra do que disse, não? - ele inclinou-se fazendo sobra às paginas e tocando o rosto dela - Joh… 
— O que? Oh… é você. 
— Não ouviu nada da minha historia. Imagino que o livro de Castle esteja ben interessante. 
— Está incrível! O que você disse? 
— Não importa. Quer comer? Trouxe o almoço. 
— Sim, estou com fome. Primeiro eu preciso terminar esse capitulo. Está bem interessante. Nikki está preocupada com a relação de Rook com Cinthia. Sinto ciúmes no ar. Será que Castle se inspirou em você para escrever isso? Esquente o almoço, falta pouco para terminar essa parte. 
— Vai ter que perguntar para ele, mas eu duvido. Castle sempre me achou bem sem graça - Paul voltou sua atenção para os afazeres na cozinha deixando Johanna terminar a leitura. Estava distraído arrumando a mesa quando ouviu alguns suspiros e “ohs”, “ahs” vindo da sala. O que estava acontecendo agora? Curioso, ele se aproximou para observa-la. Encontrou Johanna com o livro aberto no colo e olhar perdido. Suspirava. Ele pode notar que ela tinha lagrimas nos olhos - Joh? - rapidamente ela olhou para o noivo limpando a lágrima que escapara marcando seu rosto. 
— Hey… eu terminei o capitulo. 
— Você está chorando? 
— E-eu me emocionei… Castle é horrível. Como ele consegue fazer a gente se irritar, apaixonar, emocionar e se excitar tudo em uma única cena? 
— Espera, eu ouvi direito? Você está excitada por Castle? 
— Não! Por Rook e o momento e… Deus! Aposto que isso foi uma das experiências dele e de Kate. Que safado! 
— Sabe Joh, você não está fazendo sentido algum para mim. 
— Desculpe, moreno. E-eu estou envolvida e empolgada. Vamos comer. Prometo dar um pouco de atenção para você - Johanna deixou o livro sobre a mesinha de centro. Chegando proximo ao seu noivo, ela sorriu e beijou-o carinhosamente. Pelo menos começou assim até que a intensidade aumentou. Na verdade, ela estava se lembrando da cena que lera e a deixara excitada. Paul gostou do carinho, porém quando percebeu que estava saindo do controle e logo poderiam avançar o sinal e esquecer o almoço, ele quebrou o beijo. 
— Hey… o que foi isso? Não que eu não tenha gostado. 
— Acho que estava com saudades de você, esse é meu jeito de demonstrar - ele olhava fixamente para a noiva - tudo bem, acho que foi influência da leitura. Vamos falar de outra coisa. Como foi seu plantão? - ela pegou uma garrafa de vinho na geladeira e serviu a bebida aos dois. 
— Eu comentei quando cheguei, mas posso repetir - Paul repetiu a historia de seu ultimo paciente. O histórico que afetara a cirurgia e as dificuldades do pós-operatório. Então, ele pediu a opinião dela sobre o diagnostico, mas Johanna comia com o olhar comprido para a sala em busca do livro - você realmente não está prestando atenção no que digo - não havia reação, ele tentou outra vez - quero fazer amor com você nessa mesa agora… - nada mudara - nossa! Você realmente precisa terminar esse livro… - ele tocou o ombro dela fazendo Johanna pular na cadeira. 
— Desculpe… eu não estou sendo boa companhia hoje, não moreno? 
— A quem eu quero enganar? Você estava esperando para ler esse livro há meses. Sei o quanto você é fã das historias de Nikki Heat. Não é justo com você. Volte para o seu livro, eu preciso mesmo descansar. As ultimas doze horas foram bem tensas. Estou exausto. 
— Tem certeza, moreno? 
— Tenho. Não quero ver você agoniada ou triste pelos cantos porque eu a impedi de continuar sua leitura. Eu vou tomar banho e dormir. 
— Se Kate não tiver me enganado, o que eu acredito que não aconteceu pelo pouco que li, você vai ser o grande vencedor depois que eu terminar o livro. 
— Hey, Joh… está tudo bem. Não estou chateado. Quero descansar - ele inclinou-se e beijou os lábios dela - divirta-se - Paul seguiu para o quarto tirando a camisa no meio do caminho. Johanna suspirou ao ver os músculos das costas de seu noivo se flexionar com os movimentos. Bebendo um pouco mais do vinho, ela colocou a ultima porção de comida na boca. Correu para a poltrona novamente e abriu o livro para continuar a leitura. Estava curiosa em saber o que a Dr. Marshall ia aprontar ao lado da Capitã Heat. 
Quatro horas depois, ela lia a ultima frase do capitulo final. Durante esse período, ela sofreu ansiosa com o suspense do caso, se emocionou com palavras e momentos, teve que conter o calor que sentiu ao ler as cenas quentes e não escapou de chorar. Para terminar ainda se deparou com um cliffhanger inesperado. 
Deixou um “wow” escapar de seus lábios e sorriu. Encostando o livro no peito, Johanna aproveitou o momento para apreciar a historia que acabara de ler. Não era mais um thriller de Nikki Heat. Dessa vez, era diferente. Ela podia ver um pouco de si naquelas paginas, não apenas na personagem descrita, também nos detalhes. Coisas que explicara para Castle. Era um belo presente, sentia-se privilegiada por essa oportunidade. Tornou a abrir o livro e decidiu ler os agradecimentos. Seu nome estava lá, sem menção ao sobrenome. As palavras de Castle demonstravam o quanto ele estava agradecido por ela o ajudar, o quanto ela era importante. Sorriu ao ver o nome de Paul ali também. Definitivamente, isso não é algo que acontece com muitas pessoas. Historias da vida, pensou. Caminhos que se cruzam. 
A vista estava começando a ceder. Ela estava acordada há mais de 24 horas à base de café e Red bull. O vinho acabou deixando-a sonolenta. Na verdade, o corpo estava cansado quase inerte. Com o livro nas mãos, ela seguiu para o quarto. Paul dormia sem camisa, o edredom cobrindo apenas até a cintura. Johanna deixou o livro na cabeceira e se enfiou embaixo do edredom abraçando o corpo quente do noivo. Ela não aguentava manter os olhos abertos. Dormiu. Meia hora depois, Paul mexe-se na cama e se depara com a noiva praticamente desmaiada. Somente Johanna para testar os limites do corpo. Ele sabia que ela estava exausta e que teria um novo plantão às seis da manhã. Não poderia deixa-la dormir até o outro dia, precisariam comer. 
Paul levantou-se da cama e seguiu para a cozinha a fim de preparar um jantar leve. Por volta das nove da noite com a refeição pronta, ele retornou ao quarto para acorda-la. Debruçou-se na cama cheirando o pescoço dela. As mãos acariciavam suas coxas. 
— Hey, Joh… hora de acordar. Você não pode dormir muito ou vai acabar ficando mais cansada… - ele beijava o ombro dela, cheirava sua pele - eu fiz algo para comermos. Vamos, amor… - ele a beijou carinhosamente no rosto, nos lábios, sentiu a mulher ao seu lado se espreguiçando. Ela respondeu ao beijo puxando-o em sua direção. Paul se deixou levar pelo momento. Sobre o corpo da noiva, ele quebrou o beijo e riu - você quer levar as coisas para o outro nível, hum? Não vai funcionar. Pelo menos não antes de você comer. 
— Ah, moreno… você é mau. Só porque eu tenho mil ideias passando na minha cabeça… 
— Guarde essas ideias para mais tarde. Vamos jantar. Depois quem sabe… - ele se levantou e ergueu-a da cama. Na cozinha, Paul colocou a panela para esquentar um pouco - fiz uma sopa de tomate com a manjericão, oregano e claro para acompanhar, veja o que temos aqui - ele mostrou um prato com sanduíches de queijos - vou fazer queijo quente. Eu pensei que você precisasse de algo leve porque já está tarde e amanhã seu plantão é muito cedo. Nada de vinho, tem ice tea ou limonada na geladeira. 
— Ah, você é um ótimo futuro marido… - ela beijou-o outra vez. Checou a geladeira e pegou uma garrafa de ice tea e um limão. Cortou em quatro partes e colocou nos copos com a bebida. Ao voltar para mesa, Paul já havia servido as tigelas de sopa e estava tirando os sanduíches da assadeira - você quer queijo ralado? Ou azeite? 
— Sim, o azeite está sobre o balcão. O queijo deve estar na geladeira. 
— Eu sei - finalmente eles sentaram à mesa e começaram a comer.  
— Então, você terminou o livro - Paul estava esperando o momento para puxar o assunto com ela, sabia que Johanna ia querer falar horas se ele deixasse. 
— Ah, moreno… que historia. Tantas cenas memoráveis, tantas coisas boas. A sensação ao terminar é de quero mais. Castle foi capaz de nos deixar loucos pelo proximo no ultimo capitulo. E o que foram as cenas entre Nikki e Rook? É impossível não se apaixonar por aquele homem. 
— Você está falando do personagem ou do escritor? - Paul a olhava confuso. 
— Eles são a mesma pessoa. Se apaixonar por Rook é se apaixonar por Castle indiretamente. Não, bobo. É maneira de falar. Eu não estou apaixonada por Castle. Eu amo você - ela se inclinou e beijou-lhe os lábios - esse queijo quente está divino. Simples e saboroso. Sabe, eu acho tão interessante como Castle e Kate reagem a toda essa historia de publicar parte da intimidades de casal. Não os incomoda. Kate até me instigou por causa das cenas. 
— Do que você está falando? Castle escreve cenas deles nos livros? 
— De onde você acha que vem a inspiração? De algo que eles fizeram antes. Não estou dizendo que todas são em sua totalidade feitas por eles, afinal ele me contou que nunca fizeram a cena da tequila. 
— Isso é estranho. É como se você lesse sobre a vida sexual deles. 
— Claro que não. Castle não é literal, ele muda as coisas. E escreveu quatro livros antes de estar realmente com ela. Sabe, você deveria ler. Não vai se arrepender. 
— Não é minha praia e depois do que você disse, então. Não sei se tenho estômago para isso. 
— Interessante. Então você está dizendo que não gostaria de tentar as cenas que me excitaram e me inspiraram hoje? Sei… 
— Hey, não disse isso - ela riu. 
— Bem, eu vou terminar de comer e dormir porque ainda preciso descansar se quiser sobreviver o plantão de amanhã. 
— Você acabou de dizer que queria, você sabe, se divertir… 
— Falei que pretendia fazer algo com você, porém não disse nada sobre ser hoje - ela levantou-se, colocou as louças na pia e acariciando os ombros dele perguntou - você vai arrumar a cozinha e perder a chance de curtir um amasso antes de dormir? 
— Tem duvida quanto ao que vou escolher? - ele mordiscou a orelha dela. Ambos saíram em direção ao quarto. 
Na manhã seguinte Johanna acordou antes das cinco da manhã, tomou um banho e estava preparando umas torradas francesas para acompanhar seu café quando Paul surgiu na cozinha. 
— O que você está fazendo acordado, Paul? Está cedo. Seu plantão é apenas ao meio-dia. 
— Eu sei. Posso voltar para cama depois que você sair. Quero apenas lhe desejar bom dia. 
— Hum, todo esse interesse é por causa das possíveis brincadeiras que insinuei? Nem pense em tentar isso tão cedo. Vamos precisar de dias de folga. Falando nisso, eu esqueci de dizer que Castle me entregou os convites para o evento do lançamento do livro - ele se aproximou beijando-lhe suavemente os lábios. 
— Hum, canela. Agora fiquei com vontade de comer torradas francesas - ele beijou o pescoço dela acariciando seu corpo. 
— Para, moreno. Não posso me atrasar - com muito sacrifício ela deu um ultimo beijo no seu noivo e afastou-se bebendo o resto do seu café. Paul resolveu não pressionar e serviu-se de café. Ela terminou a refeição e voltou ao quarto para terminar de se arrumar. Ao retornar à sala, ela já estava de casaco, cachecol e bolsa. Em suas mãos, o livro de Castle. 
— Você vai levar o livro para o trabalho? Não terminou a leitura? 
— Terminei, mas quero reler minhas partes favoritas. Marcar as frases, cenas. É parte do ritual, além disso eu preciso me preparar para dar a minha opinião para Castle - ela guardou o livro na bolsa. Aproximou-se dele e com um ultimo beijo acrescentou - vejo você mais tarde, Paul. 

Ao sair do apartamento, ela mandou uma mensagem para Kate pelo celular “BOOM. Estou em êxtase até agora. Espere até segunda para conversarmos. XO. Joh.” 


Continua....

quinta-feira, 10 de maio de 2018

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.130


Nota da Autora: Hello! Bem, consegui postar mais um. Nesse capitulo o clima em familia continua rendendo. Tem momentos engraçados, emotivos (talvez algumas precisem de lencinho), reveladores e uma breve ideia de futuro pessoal e profissional para alguns... Anne está presente para nos brindar com pérolas e Nathan com suas implicâncias... divirtam-se! 
PS: Estou entrando em um periodo complicado novamente então não sei quando posto novamente! Prometo ser rápida, na medida do possivel... 



Cap.130 

Dona Rada estava na cozinha preparando o café da manhã. Anne sentada em um dos bancos do balcão saboreava uma tijela de cereais com um copo de achocolatado ao lado enquanto esperava a avó preparar as panquecas. Stana surgiu com a pequena no colo. Nathan vinha logo atrás. 
— Ah, então é por isso que suas babás não perceberam seu sumiço do quarto. Estão comendo. 
— Sabemos que Katherine não sumiu. Ouvimos a voz de Nathan pela babá. Anne inclusive queria subir para falar com o tio, mas eu não deixei. Estão com fome? Acabei de fazer a massa das panquecas, vou frita-las. 
— Cadê o papai? 
— Está lá fora. Disse que queria um pouco de ar puro. Estava pensando em nadar um pouco. 
— Pode ficar à vontade. Você também não quer ir para a piscina, docinho? 
— Quero tia! Depois que comer a panqueca da vovó - Stana riu. 
— Eu vou preparar as frutas da Kate. Alguém ligou? 
— Até agora não. 
— Ótimo. Temos tempo de tomar café sossegados mesmo já sendo quase onze da manhã - sentaram-se à mesa esperando pelas panquecas de dona Rada. Nathan fritou ovos para a esposa e para ele além de preparar o café do jeito que ela gostava. Ao terminar a refeição, Stana chamou a sobrinha para subir com ela. Iriam colocar roupa de banho para curtir a piscina. Nathan viu uma ótima oportunidade de assar uns hambúrgueres e salsichas para beber na companhia do sogro. Tinha certeza que quando o pai e o irmão chegassem iam gostar da ideia. 
Aproveitando que ele se afastara para preparar a churrasqueira, Stana voltou ao quarto e tirou do closet uma sacola pequena. Foi ao encontro de Nathan que começava a fazer fogo. 
— Hey, babe… - ela escondia a sacola atras de si - pode de dar um minuto da sua atenção? 
— Dou quantos voce quiser, Staninha - ele largou o que fazia para fita-la. 
— Eu sei que prometemos que ao invés de nos presentear em nossos aniversários, iríamos fazer doações para causas que acreditamos, mas eu não pude resistir - ela mostrou a sacola - feliz aniversario, babe. 
— Amor, não precisava - mas como uma verdadeira criança, ele abriu a sacola. Dentro havia dois certificados de doação. Um para a causa da agua e outro para leitura porque ela sabia o quanto ele apoiava esses projetos. Também havia uma pequena embalagem. Um novo óculos escuro. 
— Eu não consegui resistir quando vi esse ray-ban na vitrine. Sabia que seria perfeito para você. Experimenta! - ele obedeceu. Realmente combinava com ele. Nathan gostou muito especialmente da cor. 
— Nem vou tirar, farei questão de exibi-lo. Eu amei - ele puxou-a pela cintura beijando-lhe os lábios - está perdoada por quebrar a regra, Staninha. E obrigado pelas doações. 
— É um prazer. 
Stana se divertia com a filha e a sobrinha na piscina quando Gigi e companhia chegaram. Nathan foi logo oferecendo uma cerveja para o pai e outra para Jeff enquanto dona Cookie sentava-se ao lado de Rada debaixo do guarda-sol. 
— Começaram uma festa e nem me chamaram? Isso não é justo - disse Gigi se agachando à beira da piscina para mexer com Katherine. A pequena estava agitada e amando cada segundo que passava no colo da mãe. Batia as mãozinhas na agua como Anne a ensinara e ao ver o respingar no rosto da prima e no seu, gargalhava. Fez o mesmo gesto espirrando um pouco da agua em Gigi que simulava gritinhos fazendo a menina rir ainda mais. Quando a tia se descuidou, Anne sorrateiramente saiu da piscina e por trás a empurrou encharcando as roupas e o cabelo de Gigi. 
— Anne! - ela gritou rindo. Katherine batia palmas - você gostou, Kate? Sua dinda toda encharcada? Como vou para casa? 
— Relaxa, sis. Você veste algo meu. 
— Tudo bem! Chegou a hora da vingança! A brincadeira é vamos afogar a Anne! - Gigi saiu em direção a sobrinha que ria e gritava. 
— Não! Socorro! Tio Jeff, me ajuda! 
— Não adianta chamar seu tio. Ele está proibido de te ajudar… vou pegar você - e a gritaria só deixava Kate mais agitada e alegre. Meia hora depois, Stana teve que expulsar todos da piscina ou Katherine faria um escândalo para sair e tomar banho. Dona Rada já tinha ido para a cozinha esquentar o resto do jantar de ontem. Gigi ainda molhada da piscina roubava uns pedaços de salsicha do prato do marido e bebeu um pouco da cerveja dele. Anne se aproximou de Nathan querendo um pedaço do hambúrguer. Stana optou por dar um banho em Kate no chuveiro externo mesmo, assim a menina ficava próxima da agitação e não reclamava. Gritou para Anne ir para debaixo do mesmo chuveiro tirar o cloro do corpo. Gigi usou o banheiro da área externa para tirar algumas peças de roupa ficando apenas de sutiã e calcinha. Com uma das toalhas enrolou o corpo para então seguir com a irmã para a casa e trocar de roupa. Enquanto ela usava o banheiro da irmã, Stana trocava a roupa de Kate. Começou a notar que a brincadeira na piscina deixara a filha sonolenta. Não queria que ela dormisse antes de almoçar. Afinal já eram quase duas da tarde. 
Ao descerem as escadas, dona Cookie entregou o prato de comida da neta para Stana. A menina comeu metade do prato. Os olhinhos lutavam para ficarem acordados. Ciente de que ela não ia comer mais, a mãe preparou uma vitaminada de banana e morango para a menina. Assim que terminou o conteúdo da mamadeira, adormeceu ao som da voz de Stana cantando. 
Com Kate dormindo, eles se sentaram nas mesas da área externa para almoçar. Entre o resto do jantar e o churrasco improvisado de Nathan, eles conversavam e se divertiam. Todos estavam bebendo cerveja naquele dia. Pouco mais de três horas, quando estavam acabando de comer, Michelle apareceu. 
— Quer comer alguma coisa, Mi? Ainda dá tempo. 
— Não, eu estou bem. Mas se ainda tiver aquela torta de maçã de ontem eu quero um pedaço. 
— Claro, querida. Eu ia buscar a sobremesa nesse instante. Sente-se - dona Cookie voltou com a sobremesa. Exceto por Stana, Bob e Michelle, os demais caíram de boca no resto do bolo de chocolate. 
— Será que vocês podem deixar um pedacinho do bolo para eu dar para a Kate quando ela acordar? Um bando de viciados em chocolate! 
— Pode deixar, tia Stana. Eu vou cortar o pedaço da Kate. O bolo é dela. 
— Você vai dar chocolate para sua filha, sis? 
— Um pouquinho não faz mal. E não é como se ela nunca tivesse comido ou você já esqueceu do estrago com o pote de nutella. Já dei maple syrup, sorvete, ela já tem paladar para doces. Só não posso exagerar. 
Terminada a sobremesa, Nathan deixou Jeff encarregado da churrasqueira caso eles quisessem comer mais. Também deu carta branca para o irmão cuidar das bebidas e dos homens. Ele tinha que se reunir com Stana e Michelle. Gigi conversava com Anne sobre roupas e acessórios prometendo a menina que iria leva-la para fazer compras qualquer dia desses. Seria uma espécie de presente de aniversario antecipado. 
Nathan levou as duas para a sala de video onde ficariam mais à vontade para conversar. Preparou um café e sentou-se ao lado da esposa de frente para a amiga pronto para ouvir as novidades. 
— Então, como disse ontem tenho novidades. A primeira é que finalmente recebi uma resposta sobre o contrato com a série da Netflix. Você está dentro, Nate. De acordo com o cronograma, a série será filmada em Vancouver entre maio e agosto, porém você não será requisitado os quatro meses. Deve ficar três semanas de maio e as duas ultimas de junho. 
— Duas ultimas de junho? Vai coincidir com a minha ida a Monte Carlo. Como faremos com Kate? Vou passar pelo menos uma semana viajando. 
— Bom ponto. O pai já comentou comigo que eles voltam para Edmonton no inicio de abril. Não podemos abusar deles outra vez. 
— E quanto a Gigi? Ela não pode cuidar da sobrinha? - perguntou Michelle - ela e Jeff são uma opção? 
— Mi, a Gigi apesar de ser madrinha e louca por Katherine não está preparada para cuidar de criança na sua totalidade. Dar banho, trocar fraldas. Alimentar? Definitivamente não. 
— Eu pensei que ela e Jeff estavam tentando engravidar. Eu sei que seu irmão quer ter filhos. Seria um bom treino, não? 
— Sim, ele quer. Precisa de um tempo a mais para amadurecer essa ideia em Gigi. 
— Não podemos considerar os dois como opção, mas também não podemos descarta-los totalmente se não tivermos alternativa. 
— Eu posso tentar postergar para julho esse período ou antecipar para as primeiras semanas de junho. Ficaria melhor para vocês? 
— Sim, muito melhor. Acha que consegue? 
— Acredito que sim. Falando em Monte Carlo, parabéns! É uma ótima oportunidade. Sua série vai ganhar destaques de críticos renomados. Ainda tem a exposição da mídia, entrevista. Ótimo marketing. 
— É sim, a Sony não mediu esforços investindo. O que foi excelente para nós. O estúdio recebeu a série de braços abertos. 
— Stana e eu conversamos sobre a chance de irmos a Monte Carlo. 
— Juntos? Quer dizer você suportando-a, como esposo? Expor o segredo? 
— É, estávamos avaliando. 
— Posso dar minha opinião? Monte Carlo é o momento de glória de Stana. Se você aparecer com ela nesse festival, o que acha que os repórteres irão noticiar? Sobre a nova série dela ou sobre o estranho e inusitado fato de que Nathan Fillion estava acompanhando sua antiga co-star ao lançamento de sua nova série. Mais ainda, a pergunta fatal seria: vocês estão juntos? São namorados? Não seria prudente. Olha, Nathan, por mais que você queira prestigiar sua esposa, estar com ela nesse momento apenas ofuscaria o seu brilho. Ninguém estaria interessado no trabalho dela, eles só iam querer saber do relacionamento, do fim de Castle. Não é justo com Stana. É o seu momento de brilhar, seu grande trabalho após a série que lhe deu visibilidade. Seria um movimento errado da parte de vocês - ela suspirou - Nate, eu sei que vocês não veem a hora de revelar o segredo para o mundo e assim parar de se esconder. Mas Monte Carlo não é o melhor momento. 
— Nós sabemos. Chegamos a mesma conclusão que você, porém é tão difícil. Não estar lá, não ver a vitória dela de perto. 
— Haverá tempo para isso. Se querem meu conselho, depois que Absentia estrear em vários países, esse será o melhor momento para vocês exporem o relacionamento. Não deverão nada a ninguém, serão duas pessoas famosas bem resolvidas e apaixonadas. 
— Eu gosto muito dessa sua versão, Michelle. 
— Obrigada, Stana. Tenho mais um assunto. Esse não é totalmente agradável. Eu recebi uma ligação de Alex. Ele queria que eu o persuadisse para aceitar fazer o piloto da sua nova série. 
— O que você disse a ele? 
— A verdade. Que se ele quisesse ter você no elenco, pelo menos a chance de convencê-lo teria que ser bem mais claro. Ninguém aceita um trabalho baseado apenas em promessa. Precisa saber do que se trata, como é o personagem, o que será de fato abordado: ficção cientifica, drama, horror, policial, comedia. Enfim, avisei que ele deveria procura-lo com um script e uma boa descrição da série. 
— E qual foi a reação dele? 
— Acho que ele não se sente muito à vontade devido toda a historia que aconteceu em Castle. Não me pareceu muito confiante. 
— É porque o show em questão é um policial. Ele tem medo, e com razão, de me oferecer um papel que nos remeta a atmosfera de Castle. Por isso todo o suspense. 
— Bem, se ele não quiser enfrenta-lo, quem perde é ele. Você consideraria trabalhar em outra série policial? 
— Não seria minha primeira opção, Michelle. Especialmente na ABC. Ele está preocupado comigo porque se aceitasse algo desse nível, basicamente estaria dizendo que aceitei tudo o que houve no fim de Castle e não sei o que pode significar para a minha carreira, quer dizer, o que isso quer dizer da minha pessoa. Não seria visto como profissional ainda mais com todos os rumores de que eu e Stana odiávamos um ao outro. 
— Nada disso importa se anunciamos que estamos juntos antes, babe. Eu já disse a você que não preciso que você me proteja nisso. Eu segui em frente e estou muito satisfeita com o que alcancei. Eu tenho Absentia, Nate. 
— Acho que Stana tem um bom ponto, mas a decisão é sua. Eu entendo o que quis dizer com o lance profissional. Talvez só tenha que dar tempo ao tempo, nunca se sabe que outras oportunidades podem aparecer. Vou manter meus olhos e ouvidos atentos. 
— Tem razão. Obrigado, Mi. 
— Por nada, só quero o melhor para vocês - nesse instante, o chorinho de Katherine ecoou através da babá eletrônica. Stana levantou para checar a filha. Nathan e Michelle foram se juntar aos demais. 
Quando Stana apareceu com Katherine em seu colo, todos estavam na sala. Ela deixou a menina andar tranqüilamente pelo espaço o que foi uma verdadeira festa para a pequena. Ao chegar perto de Jeff, ela pediu colo. 
— Eff…Eff… - o tio atendeu o pedido da sobrinha. Enquanto brincava com a menina, Michelle cochichou para Stana. 
— Olha só para o jeito dele. Eu acho que ele dá conta de ficar com a sobrinha. 
— Não é o Jeff que me preocupa. É a Gigi. Eu sei que ela adora ficar com a Kate, mas não se trata apenas de brincar, dar comida, trocar fralda, banho. Existe uma grande chance dela surtar no meio do caminho. 
— Eu não sei, se isso acontecesse acredito que Jeff a ajudaria. Não se preocupe, Stana, eu vou negociar a mexida no calendário. Tenho certeza que Neil vai abrir uma exceção. Estou falando mais para dar uma chance aos dois. Para mim, Gigi está pronta para ter um filho, só está precisando do empurrãozinho - Stana sorriu e ficou imaginando se Michelle tinha razão. Teve suas dúvidas ao presenciar uma cena interessante. 
— Hey, pessoal. Eu venho conversando com Kate e vocês sabem o quanto ela é inteligente. Outro dia estava com uma foto da familia e pedi para ela dizer quem eram as pessoas. Querem ver como ela se saiu? - Nathan se aproximou da menina e perguntou - quem sou eu, Kate? 
— Dada…
— E quem é esse? - ele apontava para Jeff. 
— Eff. 
— Muito bem, e aquela ali? 
— Anneeee…
— Ah, que linda! - exclamou a menina surpresa. Nathan apontou para a esposa. 
— Você sabe quem é essa, Kate? 
— Mama…mama… 
— Sou eu, sim. Como você é esperta, meu bebê. 
— Ainda não acabou. E quem é aquela doidinha? 
— Tinaaaa…Tina… 
— Ah, não! Você não fez isso… é Gigi! 
— Tina… 
— Oh, amor. Ela sabe seu nome. 
— Sabe porque seu irmão a treinou para dizer Kristina ao invés de Gigi. Isso não é justo. Tinha que ser você não, Nathan? Sei que a Stana não usa meu nome. 
— Eu achei fofinho, tia Gigi. É tão bonitinho quando ela fala… Tina… - disse Anne. De repente, a menina começou a falar repetidamente “Tina”. Aquilo mexeu com Gigi que já tinha lágrimas nos olhos. Jeff percebeu que não era uma reação emocionada. Sua esposa não estava lidando bem com aquilo. 
— Tina! Kiss kiss! - mas assim que recebeu o beijo da sobrinha, Gigi a devolveu para o cunhado e saiu para o quintal. Jeff foi atrás dela. Stana olhou para o marido balançando a cabeça. 
— Você tinha que implicar… 
— Que isso, Stana. Gigi que é dramática demais. Tão bonito Katherine falando Tina. Qual é o problema? 
— Mãe, pare de defender o Nathan. Ele sabe que não fez certo. E não vou sair em seu favor se Jeff vier tomar satisfação com ele. 
— Foi uma brincadeira! Ela sabe falar Dindi para dinda… 
— Devia ter pensado nessa alternativa antes. 
Do lado de fora, Gigi estava sentada em uma das cadeiras de sol próxima à piscina. Jeff sentou-se ao seu lado. Acariciou sua perna ainda não sabendo direito como proceder nessa situação. 
— Gi? O que houve? - ela limpou as lágrimas. 
— Você viu o que houve… 
— Certo, eu vi que o mano implicou com você, mas eu quero entender o que está acontecendo e não estou falando apenas de Kate chama-la de Tina, você está nervosa, emotiva tem alguns dias, a pequena cena de ciúmes por causa da minha barba com Stana, com Anne. Fale comigo, amor. 
— E-eu acho que… são os hormônios. Eu estou de TPM, parece que a troca do anticoncepcional mexeu comigo e… fico irritada e emocionada facilmente. Desculpa, e-eu não quero fazer cena ou estragar o dia de ninguém. A-acho que terei que voltar na médica. 
— Por que não me disse antes? 
— Porque não é um assunto para discutir com o meu marido. Desde que eu esteja usando proteção, isso é o que importa. Foi o que combinamos da outra vez que fiquei sem meu remédio ou você esqueceu? 
— Claro que não esqueci, amor. Oh, Gigi… vem cá - ele a abraçou beijando seu rosto - gosto da Gigi provocadora, alegre, confesso que o lado irritada não me incomoda. Só não gosto de vê-la chorar à toa. Com uma carinha triste… 
— Não é sua culpa, Jeff. Nem de ninguém. Mesmo com a provocação do Nathan. É uma reação biológica. 
— Vamos enxugar essas lágrimas e colocar um sorriso nesse rosto. Se continuar tristinha assim, como poderemos brincar mais tarde? Quero ouvir o som da sua risada, Gi. Promete que vai rir para mim? - ele começou a esfregar a barba no pescoço dela. Ela acariciava o braço do marido. Jeff continuava e podia ouvir pequenas reações. 
— Se você continuar fazendo isso vai me deixar excitada, gostoso… 
— Vou é? - ele deslizou as mãos por baixo da camiseta que ela usava. Gigi riu. Virou-se para fita-lo beijando-lhe os lábios rapidamente. Jeff apertou um dos seios dela o que fez Gigi rir um pouco mais - quer que eu provoque um pouco mais? 
— Vai aguentar? Tem muita gente aqui…
— Tudo bem, posso esperar… - ele disse puxando um dos mamilos dela ouvindo o gemido de protesto da esposa. Levantou-se e estendeu a mão para Gigi. 
— Você fez de propósito! 
— Ajudou, não? Você está mais calma e sorrindo. Vem, Gi - de mãos dadas, eles retornaram a sala. Ao vê-la, Katherine andou o mais rápido que podia até a tia falando. 
— Dindi…kiss,kiss…dindi… 
— É o mais proximo que ela chegou de dinda - disse Nathan. Gigi pegou a sobrinha no colo e a encheu de beijos arrancando gargalhadas da menina e gritinhos com o “dindi” no meio. 
— E a paz reina outra vez - falou Stana olhando para o cunhado. Qualquer que tenha sido a mágica de Jeff, funcionou. Uma hora depois, eles se despediam. Marko foi buscar a filha e acabou arrastando a mãe e o pai para passarem uns dias com eles. Sozinhos, Stana e Nathan trataram de arrumar a casa e ela preparou a comida da filha. Devidamente alimentada, Katherine aconchegou-se no colo da mãe e depois de ouvir a mãe cantar umas musicas adormeceu. 
De volta ao seu quarto, Stana reparou na taça de vinho que Nathan colocara sobre a sua cabeceira. Ele estava sentado na cama esperando. 
— Ela dormiu - disse Stana se sentando na cama com o vinho na mão - foram dois dias cheios - percebeu que Nathan estava pensativo - hey, o que foi? Você não está pensando no lance de Alex, está? Por favor, babe. Esquece isso. Quando ele criar coragem, se criar, vem falar com você. Michelle agiu bem. 
— Desculpa, eu não consigo entender o que o levou a fazer tudo aquilo. A compactuar com aquela mulher idiota e… - Stana colocou o indicador nos lábios dele. 
— Shhh… esquece. Reparou que estamos sozinhos? A casa toda para nós? Que tal eu tentar te animar um pouquinho? - ela já deslizava uma das mãos para tocar o membro dele. Após beija-lo deixou seus lábios seguirem provando sua pele, mordiscava seu peito. Ficou sentada em sua cintura quando sentiu as mãos de Nathan segurando seu rosto puxando-a para um beijo. Ele tirou a camisa, livrou-se do sutiã e sorveu seus seios com vontade. A brincadeira estava apenas começando. 

Primeira semana de abril

Na semana seguinte, Stana liga para Dara vir juntar-se a ela numa tarde comum de uma terça-feira. Dara trouxe consigo vários quiches e tortinhas. Stana fez o café e juntas sentaram-se na mesa da sala de estar para que Stama mostrasse a amiga o que fizera com os últimos scripts que a escritora criticara. Depois de ler, Dara sorria. 
— Nossa! Está muito bom. Você reformulou quase todo o ultimo episódio antes da suposta season finale e criou um ótimo cliffhanger. Sabe, Stana, você poderia oferecer essa série para a Netflix ou para a Amazon Prime. Esse é o tipo de projeto que eles procuram. Não precisa necessariamente ser uma emissora de tv. 
— É uma possibilidade, mas tem a Sony também. 
— Eu sei que sim, só que para a Sony não pode oferecer de imediato. Tem que esperar o resultado de Absentia. 
— É verdade. 
— Pense que no caso dos serviços de streaming ajuda ter series pequenas de 8 a 10 episódios por temporada com intervalos maiores entre as mesmas. 
— Eu sei que devo decidir o proximo passo para o trabalho que criei, porém preciso me concentrar em Absentia nesse momento. 
— Concordo, contudo escute um conselho de amiga. Não perca a próxima possível época de pilotos. Você tem que ganhar a aprovação para selecionar o elenco. 
— Não vou esquecer, Dara.  

XXXXXXXXXXXXXX

Gigi ligou mais cedo para o irmão combinando que assim que terminasse algumas tarefas que tinha no escritório no dia seguinte ia passar na casa dele para pegar Anne para ir às compras. Ela queria que a sobrinha escolhesse seus presentes de aniversario antes da data. Aproveitar que estava com uma folga na agenda. Em seguida, ela ligou para Stana. 
— Hey, sis! Tudo bem? 
— Oi, Gigi. Sim, tudo em ordem. 
— Mamãe não está te sufocando? 
— Claro que não, Gigi. 
— Amanhã vou sair com Anne para fazer compras. Estava pensando se você não quer se juntar a nós, só as garotas. 
— Tenho que checar com Nate, não sei se ele vai estar em casa. 
— E quem precisa de Nathan quando se tem dona Rada? Aproveita que é a ultima semana dela em L.A. e deixa Kate com a avó. Tenho certeza que ela não vai reclamar. 
— É, tem razão. Que horas vocês estão pensando em ir? 
— Vou resolver umas coisas no escritório e depois passo no Marko. Acho que um pouco antes do meio-dia. Pensei em irmos ao shopping, mais prático. Tem problema para você? 
— Não, podemos fazer isso. Passa para me pegar? 
— Esse é o plano. Até amanhã, sis. 
O que Gigi não revelara a irmã era os pontos principais dessa saída. Era um momento delas com a sobrinha, porém envolvia bem mais que uma tarde descontraída. Gigi precisava ter uma conversa com Stana, no fundo ainda não sabia se estava preparada. Antes de mais nada, ela tinha que finalizar o contrato de sua mais nova cliente já que na semana anterior recebeu a confirmação de Sandra sobre o projeto que criara para a casa dela. Assim que a atriz assinasse o contrato no dia seguinte com o aval de seus representantes legais, ela daria a boa noticia aos sócios. A reforma apenas iria começar em junho, prazo final para a conclusão da casa de Ryan mesmo Gigi sabendo que terminaria antes.  
No dia seguinte, cumprida todas as obrigações, Gigi deixou o escritório para pegar a sobrinha. Ao buzinar na frente da casa da irmã, ela mandou uma mensagem dizendo para Stana se juntar a elas. A conversa com Anne estava interessante demais para faze-las descer do carro. 
— Meu Deus! Não precisava buzinar se ia mandar mensagem. E o que há com vocês? Nem quiseram entrar. 
— Eu e Anne estamos discutindo importantes tendências da moda - Gigi voltou sua atenção para o volante mas era impossível faze-la parar de tagarelar até chegarem ao destino. 
Por ser um dia de semana, não havia grandes agitações no shopping. Mesmo assim, Stana procurou se manter o mais discreta possível. Não queria assedio enquanto curtia um passeio com sua irmã e a sobrinha. Elas perambularam por diversas lojas comparando modelos de roupas incluindo vestidos, jeans, saias, blusas e acessórios. Gigi ensinava a melhor combinação de cores e Anne experimentava e desfilava para as tias. Após varias trocas de roupas, elas selecionaram as melhores. Seguiram para os sapatos. Quatro horas depois, elas terminavam a saga e seguiram para o estacionamento porque ninguém queria comer fast-food. Gigi dirigiu até um pequeno café bistro que ficava a umas três quadras dali. Escolheram uma mesa e após algumas recomendações da própria Gigi fizeram seus pedidos. 
— Está satisfeita, docinho? 
— Muitão. Obrigada, tia Gigi. Eu adorei fazer compras com você. E com a tia Stana também. 
— Não precisa agradecer, é seu presente de aniversário e você merece. Vai ter festa? 
— Mamãe vai fazer um lanche para as minhas amigas da escola. Vai ser de tarde. As tias podem ir. 
— Eu agradeço o convite, Anne, mas estarei trabalhando. E quanto a você, Stana? Vai comemorar seu aniversario? 
— Não. Já tivemos festa o suficiente. Tenho algumas coisas para organizar, Nate está no meio de mudanças de trabalho. Contei que em maio ele volta a Vancouver para filmar? 
— Não! De novo? 
— Sim, por um mês. E depois é a minha vez no fim de junho de promover Absentia. Temos que nos organizar afinal não teremos dona Cookie ou a mamãe por perto para ajudar com Katherine. 
— Nem me fala! Só de lembrar que a sogrinha vai embora no domingo eu já quero chorar. Aquela casa não será a mesma sem ela e o Bob. 
— Pense pelo lado bom, Jeff vai voltar a colocar os seus dotes culinários em prática - o sorriso safado da irmã fez Gigi rir, sabia que Stana não estava se referindo apenas a cozinhar - Anne, o que acha de ir dormir lá em casa depois da sua festinha? Podemos jantar, faço uma sobremesa a sua escolha, pode jogar com seu tio e no dia seguinte se divertir com Kate afinal  seu aniversario cairá na sexta.
— Ah! Claro que quero, tia! 
— Qual será a sobremesa, docinho? 
— Torta sorvete de chocolate. 
— Combinado. Sis, você e Jeff são mais que bem-vindos. 
— Obrigada, mas vou confirmar depois. Ainda não sei se estarei muito enrolada. Tenho que focar no projeto do Ryan e tentar acaba-lo na data que previ no meu cronograma particular. Afinal, não posso comprometer meus projetos e deixar meus clientes insatisfeitos. 
— Gigi, você já está bem adiantada do prazo que colocou no contrato. Lembro que me disse isso. 
— Estou, mas tenho minha nova cliente para me preocupar também. Adivinha quem vai reformar a casa da Sandra Bullock a partir de junho? 
— Você fechou o contrato? - Gigi anuiu sorrindo - isso é incrível! 
— É sim, ela deve me devolver o contrato assinado amanhã ainda nem comuniquei meus sócios. 
— Eles vão amar. Isso merece um brinde - Stana olhou para a mesa, para o menu - vai ser com café mesmo - elas brindaram junto com a menina que ria. 
— Tia Gigi está poderosa. 
— Isso chama-se muito estudo, dedicação e trabalho. Se quiser ser como sua tia, tem que se dedicar aos estudos, lutar pelo que quer. 
— Eu sei. Preciso ir ao banheiro. 
— Vou com você. 
— Eu posso ir sozinha, tia. 
— Eu sei, mas estou com vontade. Já voltamos, sis - enquanto estava sozinha, Gigi olhava pela janela do café pensativa. Ela queria começar uma conversa com a irmã que vinha martelando em sua mente, mas havia dois problemas. Não queria falar na frente de Anne e não se sentia completamente preparada. Suspirou. Stana voltou em cinco minutos e por uma fração de segundo, ela percebeu algo no semblante da irmã - tudo bem, Gigi? 
— Sim, tudo… - mas Gigi não conseguiu evitar o suspiro - e-eu só estava pensando na sogrinha. Vou sentir tanta falta dela - não era mentira, a partida da sogra estava mexendo com ela. 
— Eu entendo, dona Cookie é muito especial. Virou uma mãezona para você, sis. É natural estar triste com a partida dela. 
— Mas a dona Cookie é mãe do tio Jeff e do tio Nate. Vovó é sua mãe, tia Gigi. 
— Você está certa, Anne. Só que às vezes, algumas pessoas são tão maravilhosas e importantes nas nossas vidas que recebem um tratamento especial. Dona Cookie é uma segunda mãe para Gigi. Alguém especial que cuida dela e a entende. Quando você crescer um pouco mais será capaz de compreender. 
— Ah, não preciso crescer. Anne entende muito bem. Dona Cookie é importante para a tia Gigi que nem a tia Stana é para mim e como a tia Gigi é para Kate - Stana arregalou os olhos e não aguentou a maneira sagaz como a sobrinha colocara a explicação. Encheu-a de beijos. Gigi deixou escapar uma lagrima entre o sorriso também dando um beijo estalado na bochecha da pequena. 
— Como eu amo você, docinho! 
— Eu também. Adoro garotas inteligentes, Anne. 
— Eu sei que sou o máximo….- a menina balançava a cabeça com confiança e autoridade o que fez as tias gargalharem. 
— Baixou o espirito do Nathan nela, acho que já está na hora de ir embora. Meu Jeff deve estar a caminho de casa. Vou pedir a conta.   
Após deixar a irmã e a sobrinha, Gigi chegou em casa e encontrou o marido sentado no sofá conversando com o pai. A sogra não parecia estar por perto. 
— Hey, gostoso… - ela disse beijando o rosto do marido que se virou para retribuir o carinho com um beijo nos lábios - oi, sogrinho. 
— Você se divertiu muito com a sua irmã e Anne? Vou dizer para vocês, aquela menina tem futuro. Ela é muito esperta e me lembra muito você, Gigi. 
— É verdade. Anne é uma criança incrível, do jeito que imagino uma filha ou um filho - disse Jeff que não percebeu a mudança no semblante da esposa - falando nisso, Thomas vai ser pai outra vez, seu terceiro. Está torcendo por outra menina, ele já tem um casal. Segundo ele, apesar de meninos serem mais práticos em muitos aspectos ele se derrete por meninas - Gigi teve que segurar o suspiro. Esse assunto não era o seu preferido ultimamente. 
— Cadê a sogrinha? 
— No quarto arrumando as malas. Disse que tem muito o que fazer até domingo. Suba e avise que estamos todos aqui, assim ela desce para jantarmos. 
— Vou atrás dela - Gigi subiu as escadas com pressa. Encontrou dona Cookie sentada na cama dobrando algumas peças de roupa. 
— Olá, minha filha. Se divertiu muito com a pequena? 
— Sim, Anne é sempre sinônimo de boas risadas. Por que está fazendo isso agora? A senhora só viaja domingo…
— Sim, são três dias até lá. Preciso estar preparada e ainda quero ir ver minha neta mais uma vez - ela fitou a nora e notou que Gigi estava à beira do choro - o que foi, filha? - segurou a mão de Gigi e puxou-a para sentar ao seu lado, não conseguindo segurar, ela caiu no choro - oh, Gigi, o que aconteceu? 
— Não quero que vá embora, não consigo me acostumar e… ah, droga! Eu te amo, é difícil ficar longe de alguém tão especial - ela abraçava a sogra com força. 
— Oh, minha filha. Vai ficar tudo bem. Você tem o Jeff, seu trabalho, também precisa de sua intimidade, de aproveitar e viver como um casal. Eu e Bob sabemos que nunca fomos um empecilho para vocês, mas também merecem sua privacidade. Vamos ter oportunidades para frente e você pode me ligar sempre que quiser. 
— Eu sei… mas não é apenas isso… eu estou um verdadeiro desastre. E-eu tinha um plano e agora eu não sei. E-eu preciso dividir o que está me incomodando. 
— O que foi, querida? 
— E-eu estava pensando sobre gravidez e sobre conversar com meu Jeff. Pretendia fazer algo quando terminasse a reforma de Ryan, talvez a gente pudesse tentar. 
— Isso é ótimo, Gigi. 
— Não, sogrinha. Não é. As coisas mudaram, não posso pensar nisso com o novo projeto e Jeff não ajuda falando que alguém vai ser pai outra vez e… 
— Hey, respira… você conseguiu o contrato? Com Sandra Bullock? - Gigi balançou a cabeça em afirmação entre lágrimas - isso é maravilhoso! Um motivo para celebrar. 
— Mas sogrinha, isso vai tomar mais tempo, são mais três ou quatro meses de dedicação e eu fico postergando cada vez mais… 
— Gigi olhe para mim - ela obedeceu - estamos falando de quatro meses mais, qual o problema? Jeff espera mais um pouco, ele sabe o quanto isso é importante para você além do mais, o importante é que você decidiu que quer tentar. Não se preocupe com o resto. Tudo acontecerá ao seu tempo. Você vai contar a ele? 
— Não sei, talvez. E-eu queria que fosse um momento especial e se eu falar ele vai ficar cheio de expectativas e se demorar mais? Se surgir algum outro projeto? Não quero decepciona-lo. 
— E quem disse que vai fazer isso? Ele não poderia ficar. Jeff vai ficar feliz por tudo e Gigi, não será um novo projeto que irá interromper o ciclo natural das coisas. Você sabe que não vai necessariamente engravidar na primeira tentativa. Não importa como você conte ou quando, será especial. 
— Ah, sogrinha… o que eu farei sem você - ela abraçou e encheu a sogra de beijos. 
— Você vai se virar muito bem. Tem sua fiel confidente e tem uma boa parte de mim morando com você. Meu Jeff puxou a mim, aposto que nem vai sentir tanta falta assim. 
— Claro que vou! 
— Acho melhor descermos para jantar. Aposto que aqueles dois estão morrendo de fome. 
— Ou de curiosidade… - elas riram. 
— Você vai conversar com ele hoje? 
— Ainda não. Vou contar apenas sobre a Sandra. 
— Se acha que ainda precisa de tempo, tudo bem. Sei que irá fazer a coisa certa, filha - Cookie deu mais um beijo na nora. Gigi limpou o rosto e de mãos dadas desceram as escadas. 
— Finalmente! Não cansaram de conversar? Estamos com fome… 
— É filho, vai ser difícil essas duas se acostumarem longe outra vez. 
— Não sejam exagerados. Eu já vou esquentar o jantar. Gigi tem novidades. 
— Como a senhora sabe, mãe? Você contou para ela em primeira mão? 
— Ah, Jeff, foi sem querer estávamos conversando e acabei comentando. Não se preocupem que todos vão saber - ela se aproximou do marido e brincando com a gola da camisa polo que ele usava falou - hey… você pode servir um pouco de vinho para sua esposa? O ruim de sair com uma criança é que não dá para beber e eu estava dirigindo. 
— Vou fazer isso - ele se distanciou dela indo até a geladeira. Logo voltou com uma taça de vinho deixando a garrafa sobre a mesa. 
— Venha se sentar. Está quente e saboroso - dona Cookie falou sentando-se à mesa. Os demais obedeceram. Após servirem-se e saborear por pelo menos dez minutos a refeição, Jeff voltou sua atenção para a mulher ao seu lado. 
— Então, qual é a novidade? 
— Você está falando com a mais nova designer da Sandra Bullock. 
— Wow! Gigi, isso é fantástico. Parabéns, meu amor - ele beijou os lábios da esposa. 
— Ela ainda está assinando o contrato, mas não tem volta. Ela adorou minhas ideias, não é o máximo? 
— Você é o máximo, Gigi. Estou orgulhoso. 
— Ah, sogrinho… estou feliz com isso, mas triste porque vocês vão voltar para Edmonton. Eu  sei, vocês tem a vida lá, tem que checar a casa e estamos entrando na primavera ainda assim…
— Gigi, não será para sempre. Iremos voltar ou vocês vão nos visitar. Parabéns outra vez, filha - disse dona Cookie. 
Eles continuaram a comer e emendaram para a sobremesa. Mais tarde, Jeff ajudou a mãe com as louças e por fim desejou uma boa noite seguindo para o quarto com a esposa. Deitados na cama, ele notou que Gigi estava calada o que não é um comportamento esperado dela especialmente depois de uma noticia tão boa quanto a do novo contrato. 
— Hey, amor… porque está calada? Pensei que ia querer comemorar. 
— Eu estou feliz, Jeff. O que está acontecendo comigo pessoalmente é incrível. Eu só estou pensando na minha sogrinha. Vê-la arrumando as malas fez a ficha cair. Vou sentir tanta saudades. Sua mãe se transformou na minha. Ela me compreende, sabe o que dizer. Então, quando estivermos dizendo adeus no domingo, vai ser muito difícil - as lágrimas corriam. 
— Oh, Gi… - ele acariciava os cabelos dela. Beijou-lhe o rosto - eu sei que a relação de vocês é bonita, importante. Vamos ter que nos acostumar, viver nossa vida de casal. Olhe pelo lado positivo. Vou poder cozinhar mais para você. 
— Isso é bom. 
— Não apenas cozinhar, eu posso mimar você vários dias, de várias maneiras. 
— Hum… eu gosto disso - ela esfregava o nariz no peito dele - mas eu preciso dormir, me acalmar. Estou me sentindo uma bomba de emoções. 
— Tudo bem, Gi. Pode sossegar, eu estou aqui. 
No sábado, dona Cookie e Bob foram a casa de Stana e Nathan para ver a neta. Jeff tinha ingressos para uma festa beneficente e achou que seria uma boa distração para sua esposa. Eles apreciaram um ótimo jantar, dançaram e namoraram. Jeff estava satisfeito em ver o semblante da esposa mais animado. Ela estava rindo, provocando. Era um alivio. 
No domingo, os dois filhos foram deixar o casal. Claro que Gigi também foi. Até o momento do embarque estava tudo bem, as risadas, as brincadeiras. Quando o instante se aproximou foi inevitável na despedida do aeroporto não vê-la chorar abraçada a sua nova mãe. Gigi quase soluçava enquanto dona Cookie dizia palavras doces ao seu ouvido. Depois de se despedir de todos inclusive da netinha via FaceTime, ela voltou sua atenção a sua nora, sua filha do coração. Cookie puxou-a para um canto e falou. 
— Você está proibida de chorar por minha causa. Pode sentir saudades, mas nada de lágrimas. Quando você está triste, Jeff se preocupa. E o que mais amo em você é a sua alegria. Essa energia contagiante. Promete que vai continuar a Gigi que eu adoro? 
— Tudo bem, sogrinha. 
— E tem mais uma coisa, sobre aquele outro assunto. Sei que parece difícil, mas você vai encontrar o momento certo para contar o que pretende ao meu filho e acredite, ele vai ficar nas nuvens, filha - ela viu o pequeno sorriso no rosto de Gigi se expandir - eu te amo, Gigi. 
— Também te amo, mãe. 
Chegara a hora. Bob e Cookie dirigiram-se para o terminal jogando beijos para todos. Eles olhavam e acenavam de volta. Quando eles finalmente desapareceram no portão, Gigi estava limpando as lágrimas. 
— Vamos para casa, Gi. Mano, vejo vocês depois. 
— Hey, Nathan. Avisa a sis que ligo para ela ainda hoje. 
— Tudo bem. Até mais. 
Mais tarde, como dissera Gigi ligou para Stana. 
— Hey, sis. Como você está? 
— Me acostumando. É estranho não vê-la na cozinha. Jeff está fazendo o jantar, o que também é bom porque gosto de vê-lo cozinhando para mim. 
— Você vai se sentir melhor. Quando o Jeff começar os mimos já posso até ver. 
— Tudo bem, não foi por isso que liguei. Estava pensando em termos um outro almoço, o que acha? Eu preciso conversar. Quarta-feira funciona para você? Eu posso sair do escritório antes da uma da tarde, almoçar com você e depois ir checar a obra na casa do Ryan. 
— Sim, acredito que posso. Nate está em casa e mamãe. 
— Quando ela vai embora? 
— Eles vão na quinta. Você não vai leva-los no aeroporto? 
— Não sei se posso, é a nossa reunião mensal de orçamento e follow-up. 
— Vou ter que leva-los sozinha então porque não posso levar Nate. 
— Desculpa, sis. Eu realmente não posso. 
— Eu entendo. Te vejo na quarta e por favor, não vai ficar pelos cantos remoendo a falta de dona Cookie. Cuide do seu marido. 
— Pode deixar. Até nosso almoço, sis. Vou pensar num local muito bom para irmos. Te aviso. Beijo na minha fofinha. 

— Certo, beijo para você também. 


Continua...