[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.39

Nota da Autora: Hey, alguem mencionou que as coisas estão calmas por aqui. É verdade. Vocês tem que levar em consideração que estamos caminhando para o fim de ano e tem muita coisa acontecendo. Nesse capitulo temos momentos em familia, cheiro de livro novo no ar e fã hardcore ansiosa. Enjoy! 

Cap.39 

O frisson do fim de ano começou a bater à porta. Johanna e Paul estavam ocupados no hospital. Trabalhavam praticamente seis dias na semana se contar os plantões das madrugadas. Uma das razões foi a ausência de Daniel por uma semana devido a um congresso em Milão com mais cinco dias de férias. Eles não podiam critica-lo. Nos últimos meses, o colega vinha trabalhando bastante e cobrindo outros plantões dos dois especialmente quando eles se ausentaram para Paris. Além do ritmo frenético de trabalho, depois que Johanna comunicou a Audrey que tinha aceito a proposta de casamento de Paul e que iriam casar em dezembro, a menina não parava de contatar a mãe querendo transformar o acontecimento em algo maior do que Johanna já definira. A médica estava saindo do plantão quando a campainha indicando uma nova mensagem da filha apareceu na tela de seu celular. Ela leu balançando a cabeça “Mama, reunião via skype assim que chegar em casa. XO”. O que essa menina está inventando agora? 

Ao chegar em casa, sentiu o aroma de frango. Paul estava na cozinha preparando um jantar rápido para os dois. Ele sairá do plantão quatro horas antes dela. 

— Hey, moreno. Está cheirando… o que você está fazendo? 

— Somente um frango grelhado para acompanhar o suflê de legumes. Deve ficar pronto em vinte minutos. 

— Acho que terei outro compromisso antes do jantar. Audrey está me esperando para fazer um skype. Não sei o que ela quer agora. Imagina se ela estivesse aqui? Ia transformar nosso casamento em uma super festa. Tudo porque quero algo simples, sem pressão ou estresse. 

— Ela apenas está empolgada. O suflê ainda vai demorar. Podemos ligar - ele se juntou a ela na sala pegando o notebook que estava sobre a mesa. Sentados no sofá, Johanna iniciou o contato. 

— Oi, filha! 

— Oi, mama! Até que você foi rápida. 

— Você também terá que ser. Eu acabei de chegar do plantão de doze horas, estou cansada e faminta. Ainda nem jantei. Posso saber o motivo da agonia? 

— Eu queria mostrar a minha obra de arte - a menina pegou um papel que Johanna após examinar na camera do notebook entendeu que era um convite - eu criei um convite de casamento para vocês. Não é o máximo? Particularmente achei que ficou lindo! 

— Audrey, eu já disse que não terá festa. Não há necessidade de convite. Seremos apenas nós, Castle, Beckett, vocês e Daniel com a noiva. 

— Deixa de ser boba, dona Johanna. Não se trata de ter uma lista de convidados. O mais importante é ter uma lembrança, algo para você e Paul guardarem para sempre. Eu vou mandar o arquivo original para o seu email. A única coisa que precisará fazer é comprar o papel que irei especificar e imprimir quantas cópias quiser. 

— Não adianta eu reclamar, certo? 

— Eu nem tentaria se fosse você, Joh. 

— Tem mais uma coisa. Eu quero fazer o jantar. 

— Como assim? 

— Depois da cerimonia, a senhora terá que receber os amigos para comemorar. Eu me ofereço a preparar o jantar. Será meu presente de casamento para vocês. 

— Filha, não precisa… eu… - mas Paul a interrompeu apertando sua mão e fitando-a com os ternos olhos verdes. 

— Eu acho uma ideia incrível. Adorei o presente. 

— Que ótimo, Paul porque eu já estou com umas ideias para o cardápio. 

— Que tal em vez de pensar em menu, você não me diz de uma vez quando você e Charlie chegam a Nova York? De que adianta convite se vocês sequer definiram a data que vão estar aqui? 

— Se prestasse mais atenção, dona Johanna, veria que eu coloquei a data de 15 de dezembro. O que significa que estaremos chegando antes disso. Estamos de passagem marcada para o dia 8. Chegamos em Nova York às dez da noite. 

— Agora estamos começando a nos entender. 

— Melhor eu correr amanhã para reservar uma hora no tribunal para o dia 15 - disse Paul. 

— Você pode mudar essa data se não conseguir agendar a cerimonia, Paul. Não se preocupe. E quanto ao seu vestido, mama? Já escolheu? 

— Não. E será algo simples. Talvez possamos fazer isso juntas. Eu, você e Kate, que tal? 

— Gostei da ideia - eles continuaram conversando por mais quinze minutos até Johanna reclamar que precisava comer. Despediram-se e Paul desconectou a ligação. 

— Essa menina é impossível! E por que você me cortou? Audrey não devia cozinhar… 

— Joh, ela quer. Deixe sua filha lhe agradar. Aceite seu presente. E não sei porque você a acha impossível. Tem a quem puxar - ele sorria, Johanna inclinou-se para beija-lo - vamos comer, ou melhor, eu vou finalizar o frango. Se quiser, tem tempo para tomar um banho, colocar uma roupa mais leve para relaxar. 

— Tem razão. Eu volto já. 

XXXXXXX 

Novembro passou depressa. Beckett envolvida em assuntos de trabalho e orçamento não teve muito tempo para pensar no que viria pela frente no mês de dezembro. 

Castle também lidava com seus próprios deadlines. O primeiro livro da trilogia foi finalizado na quinzena e entregue para Gina que já definira a data de lançamento. Dez de dezembro, mas Castle não estava preocupado com isso. Na ultima semana de novembro, ele se dedicava a escrever o prequel. Reconhecia que esse livro em particular estava lhe dando mais trabalho que os demais, ele atribuía isso ao fato de ser uma historia completamente verídica que ele precisava mudar, adaptar. Estava entretido olhando para seu “quadro de evidências” quando a campainha tocou. Uma, duas, três vezes. Onde a mamãe se meteu? Ele se levantou para atender a porta. 

— Mãe! - gritou por ela - não ouviu a campainha? 

— Estou trocando a fralda de Lily, Richard! - ele se apressou. Um rapaz franzino segurava uma caixa. Parecia pesado. 

— Entrega para o Sr. Castle. 

— Deixe-me ajuda-lo com isso. Deve estar pesado - e estava. Ao ver o selo da editora na caixa, Castle imaginou que se tratava de exemplares de seu novo livro. 

— O senhor precisa assinar aqui - disse o rapaz entregando a prancheta para Castle - e seu porteiro me pediu para entregar isso - estendeu um envelope pardo - obrigado, senhor. Tenha um bom dia - Castle fechou a porta e carregou a caixa até o balcão da cozinha. Antes de abri-la, ele se concentrou no envelope. Era um convite singelo em letras douradas. Casamento de Paul e Johanna. Então ela se rendeu a algo. Dia 15 de dezembro, depois do lançamento do livro. Vai ser ótimo, pensou. Em seguida, Martha aparece na sala com a neta no colo. 

— Você atendeu a porta? Lily está super esperta. Tenho que tomar muito cuidado. Ela é rápida! Logo vai engatinhar, já está colocando força nas pernas. 

— Era entrega para mim. Você quer engatinhar, meu amor? Daddy está louco para ver você rodando pela casa, mas terá que esperar a mamãe. Ela morre se você engatinhar e ela não estiver por perto. Promete? - ele tirou a menina dos braços da avó e encheu-a de beijos erguendo-a sobre sua cabeça fazendo a pequena rir e gritar. Devolveu-a para Martha - vamos ver o que tem na caixa? - ele abriu e encontrou o conteúdo esperado. Quatro exemplares de seu novo thriller de Nikki e um envelope contendo dez convites VIP’s para o lançamento. Também havia um recado de Gina muito prático. “ME LIGUE!” em letras maiúsculas - quanta finesse… - ele pegou o celular e acionou o nome dela. 

— Castle, se está me ligando é porque recebeu a encomenda. 

— Boa tarde para você também, Gina. Sim, recebi os exemplares do meu livro e os convites. Onde é o incêndio? 

— Engraçadinho. Só queria esclarecer as coisas. Esses exemplares são seus para dar a quem quiser. Peço que tenha cuidado, não quero que a historia vaze antes do lançamento. Com a internet não se brinca. Eu separei uma cópia para enviar ao NY Ledger. Será o mesmo esquema, eles leem e apenas publicam às vésperas do lançamento. Eu agendei entrevistas com o NY Times no programa matinal da NBC, Today e no Live with Kelly and Ryan da ABC. Vou te passar os detalhes da agenda. 

— Espera, essas entrevistas serão antes do lançamento. E quanto a reportagem no Ledger? 

— Sim, tudo acontecerá antes do lançamento. Portanto se controle em revelar aspectos chaves da historia. Conversarei com o Ledger para publicar no jornal do dia 8 que coincide com um dos programas que você fará.  

— Certo, sem spoilers. Você me mandou dez convites. E se eu precisar de mais? 

— Castle, acredito ser o suficiente. De qualquer forma, sua esposa e sua mãe não precisam de um. Se quiser mais, me avise com uma semana de antecedência. 

— Tudo bem. Algo mais? 

— Por enquanto é isso. Eu vou mandar um email para você com as informações pertinentes.

— Obrigado, Gina - ele desligou. Deixando o celular na mesa do escritório, Castle se concentrou em admirar sua nova obra-prima. A capa do livro tinha ficado bem interessante. Os tons de azul e cinza trouxeram uma atmosfera sombria para a imagem com a cidade de Nova York ao fundo. Como ele imaginara. Tinha que decidir quanto aos seus exemplares. Um era de Kate sem sombra de dúvidas, outro de Johanna. Talvez desse um para Alexis já que ela estava morando em Londres e a editora ainda demoraria um certo tempo para disponibilizar a obra na Europa. O ultimo iria para a sua estante pessoal. Ele estava concentrado lendo as informações nas orelhas do livro que não notou a presença da mãe com a filha próximo a si. 

— Gostei da capa… - ele deu um pulo - mas por que não tem Heat no titulo? 

— Você me assustou! Porque eu decidi que a trilogia precisava ter um apelo diferenciado mesmo que ainda dentro do universo de Nikki Heat. Mesmo que seja lido na sequência dos livros de Nikki a possibilidade de lê-los de forma independente existe. Eu fiz com que isso fosse possível na minha escrita. 

— É uma maneira de atrair novos leitores? 

— Talvez, especialmente aqueles que gostam de thrillers médicos. 

— Quando será o lançamento, kiddo? 

— Dez de dezembro. Não se preocupe, já estou com o seu convite vip - nesse instante, o celular de Castle toca. Uma ligação de FaceTime. Alexis - filha! Que surpresa boa! 

— Oi, pai! Estou ligando para saber se ainda tem festa de natal no loft dos Castle. Você deveria estar começando a trazer as decorações do porão a essa hora. Depois de amanhã é dia de ação de graças. 

— A resposta para as suas duas perguntas é sim. Amanhã irei retirar as caixas do porão para arrumar a casa no fim de semana e claro que se festeja o natal na casa dos Castles e você está intimada a participar. 

— Esse é o motivo porque estou ligando. O recesso no trabalho será apenas na semana do natal e ano novo, mas conversei com meu chefe e ele autorizou eu tirar férias a partir do dia 19 até o dia 2. Saio de Londres no dia 18. Pego o último voo da noite. 

— Ah, você vai perder o lançamento do meu próximo livro! Será dia 10. 

— Desculpa, foi a data que consegui negociar. E não é um grande problema, eu fui a todos os seus lançamentos. Está intimado a guardar uma cópia autografada para mim. Afinal, você prefere que eu esteja ai no natal, não? 

— Sem dúvida! 

— Cadê a vovó? E Lily? 

— Elas estão ao meu lado. Pode ver agora? - Castle virou o telefone mostrando a menina no colo da avó. 

— Meu Deus! Ela cresceu. E está ficando cada dia mais parecida com Kate. Oi, Lily! Será que ela vai estranhar quando me ver? Nem tem ideia de que sou irmã dela. 

— Não vejo um problema nisso. Lily é uma criança dócil e social. Gosta de colo e vai com todo mundo. Você vai se divertir com ela. 

— Ótimo! Não vejo a hora de estar com vocês.Tenho que ir, meu horário de almoço acabou. Guarde um lugar na mesa que estou chegando. Te amo, pai. Beijo vó, Lily. Outro dia eu ligo para conversar mais. 

— Também te amo, filha. 

Mais tarde, quando Beckett chegou em casa, ela encontrou Castle brincando com a filha e vários brinquedos no chão da sala. Aproximou-se deles e sentou-se ao seu lado beijando o rosto do marido. 

— Hey… vocês estão brincando e nem me esperaram? Oi, meu amor - disse Kate ao ver o sorriso da menina para ela. Lily se movia em sua direção pressionando força ao corpo, flexionava as perninhas - nossa! Como você está rápida. Não deve demorar para engatinhar. Olha o jeito das pernas, Castle. 

— Minha mãe disse a mesma coisa. Já tivemos uma conversa séria entre pai e filha. Ela prometeu não engatinhar sem você por perto. Quer ficar com ela para eu cuidar do jantar? Eu estava pensando no que fazer, quer algo especial? Se não quiser que eu cozinhe tem sempre o delivery. Tenho muitas novidades hoje. 

— Hum, espero que todas boas. 

— Sim! Excelentes! 

— Na verdade, agora que você já atiçou minha curiosidade, estou muito interessada no jantar para descobrir sobre o que você está falando. Ryan estava comentando que ia levar Jenny a um lugar que ele descobriu com uma pizza incrível. Só dele falar eu fiquei com agua na boca. 

— Então você quer sair? Ir no tal local que o Ryan mencionou? 

— Não, babe. Eu apenas fiquei com muita vontade de comer pizza. Podemos pedir do mesmo local de sempre. A nossa pizzaria favorita no Brooklyn. Que tal? Pizza, vinho, novidades. Soa perfeito. E enquanto esperamos nosso jantar eu posso alimentar Lily e coloca-la para dormir. 

— Temos um plano, mas Lily já comeu. Você pode brincar com ela e amamenta-la antes de a ninar para dormir. Vou ligar agora. Quer a mesma de sempre? E sobremesa? 

— Mesma de sempre e uma porção de fosca. Se tiverem cannoli eu aceito um. Não é todo o dia que eles tem. Vamos brincar meu amor? - no instante seguinte, Beckett estava deitada com a filha sobre o estômago fazendo barulhos estranhos e rindo enquanto sacudia a menina em um momento somente de mãe e filha. Castle fez o pedido e anunciou que a comida chegaria em aproximadamente quarenta minutos. Quando Beckett notou que a filha estava começando a ficar com o olhinho baixo, decidiu que precisava dar o leite e trocar a roupa para dormir. Ela desapareceu em direção ao quarto de Lily. Castle aproveitou o momento para arrumar a mesa, checar o vinho e retornou ao seu escritório para pegar o convite de Johanna. Começaria a conversa por ai. Meia hora depois, Beckett surge já com uma roupa confortável para a noite. Mal sentou na cadeira, a campainha tocou. O jantar chegara. 

Castle atendeu a porta, pagou e agradeceu o entregador dando-lhe uma boa gorjeta. Colocou tudo sobre a mesa e foi buscar o vinho na geladeira. Beckett sorria ao sentir o cheiro do queijo e do tomate. A fosca também parecia maravilhosa. Castle entregou uma taça de vinho à esposa e deixou a outra na frente do seu prato. 

— Melhor começarmos a comer antes que esfrie, não? - após sentar-se ao lado dela, esperou Kate se servir - e como foi seu dia, Beckett? 

— Cansativo. A proximidade do fim do mês sempre gera trabalho extra, relatórios para rever, eu tive que analisar um caso hoje com Esposito porque ele não conseguia avançar. Tudo que eu preciso é relaxar. 

— Então, pizza e vinho vieram bem a calhar. 

— Sim - ela sorriu e beijou-lhe rapidamente nos lábios - e está deliciosa. Hum… amo esse queijo derretendo na boca. Qual era a novidade que você tinha para contar? Está na hora de satisfazer minha curiosidade. 

— Tudo bem. Isso chegou hoje na nossa portaria - ele havia se esticado para pegar o envelope no balcão - vá em frente, eu já vi. Quero suas impressões - Beckett olhou intrigada para o marido, mas fez o que ele pediu. Ao ver do que se tratava, ela sorriu. 

— Temos uma data. 15 de dezembro. Finalmente, não? O convite é bonito, elegante. 

— Para quem não queria festa, Johanna parece estar bem interessada em detalhes. 

— Ah, Castle. Não pode culpa-la. É uma ocasião especial, mesmo que seja uma pequena cerimonia. O nosso foi um pouco diferente, mas perfeito - ela acariciou a mão dele - diz aqui que haverá um jantar no mesmo dia. O casamento é na manhã. Temos que pensar em um presente. Apesar deles já terem um apartamento bem modelado, estava pensando em algo que os dois curtem. 

— Sexo? Sangue? 

— Castle! - ela riu sabendo que o marido estava implicando com ela - algo de cozinha. Você que é o cara hi-tech poderia achar um utensílio bacana que eles curtissem usar. Vou pesquisar, mas você precisa fazer sua parte também. 

— Acho que é uma ótima ideia. Vamos achar o presente perfeito. 

— Essa não era a sua única novidade, certo? Você estava muito empolgado para ser somente o convite de casamento da Joh. O que mais tem a me dizer, babe? 

— São duas novidades, uma delas com muitos detalhes portanto irei começar pela mais simples. Alexis ligou. Ela estará vindo para Nova York passar o natal conosco. 

— Isso é ótimo, Castle. Eu sei que está morrendo de saudades da sua filha. Nosso natal será agitado. 

— Sim, ela está doida para ver Lily. Infelizmente não tem muito tempo. Chegará dia 19 e volta no dia 2. 

— Ah, não é tão ruim. Vai passar o natal e o ano-novo. 

— Exceto que perderá algo importante, o que me leva a outra novidade. Gina finalmente fechou o evento de lançamento do meu próximo livro. A trilogia médica de Nikki será lançada dia 10 de dezembro. Recebi os convites VIPs hoje. Dez ao todo, deve servir nosso propósito. A menos que Esposito queira levar alguém, o que não acredito, será suficiente. 

— Você não esqueceu que serão quatro convites para Johanna, certo? 

— Não, apesar de não saber se Audrey já estará na cidade. 

— Aposto que sim. E se conheço bem a Joh, a filha vai ficar o máximo possível - Castle reparou que a esposa acabara de comer. 

— Por causa do lançamento eu terei entrevistas antes da data e o Ledger vai fazer uma espécie de review/perguntas que será publicado no dia 8 segundo Gina. O que me leva ao ultimo ponto. Espere um segundo - Castle levantou da mesa e foi até o escritório buscar um dos exemplares. Ao retornar, ele exibiu orgulho seu novo bebê - o que acha? - Kate não conseguiu esconder o sorriso ao ver a bela capa e principalmente saber que não era uma amostra e sim o livro real, o que significava que poderia lê-lo em breve. 

— Nossa! Adorei as cores. Posso? 

— Claro - ele estendeu o livro para a esposa. Beckett acariciou a pagina observando os detalhes, as nuances. Ela, como todo bom leitor, adorava o cheiro de livro novo, recém saído da impressão ou da livraria. Fechando os olhos, ela levou o livro até o nariz e passou os dedos pelas paginas sentindo o aroma delicioso. Em seguida, ela checou a foto dele na contra capa. A biografia havia sido atualizada “Richard Castle é casado com Katherine Beckett e moram em Nova York com a sua filha, Lily.” Não conseguindo conter a curiosidade, ela perguntou. 

— De onde veio o nome? 

— Do tema basicamente e queria algo que chamasse a atenção e tivesse um certo frescor. Minha mãe quis logo saber porque não havia Heat no titulo. Eu preferi omitir, não que esteja diminuindo a minha personagem, minha querida musa, quis apenas deixar o mistério em aberto. É um livro da série Heat como pode ver logo abaixo, mas o leitor não necessariamente precisa ler os demais para apreciar a trilogia. A ideia é atiça-los a fazer exatamente isso. Novos leitores, novos fãs para Nikki. 

— Eu gostei. Before Dawn. E não deixa de ter a referência logo abaixo “A thriller from the Heat Series”. Entendo completamente. Agora, vamos a parte mais importante - ela abriu o livro indo para a pagina da dedicatória. Beckett mordiscou os lábios, as pontas dos dedos acariciavam a pagina ao ler as palavras do marido. 

“True friendship is a gift, a treasure to be cherish and carefully treated, a flower to be cultivated and appreciated. It all began like this. Friends, partners. To Kate Beckett, my love, my muse, my best friend, my always. Thank you for everything and for giving me my Lily. RC.“ 

— Castle… como você faz isso? E-eu pensei que… que ia dedicar esse livro para Johanna. Eu não esperava - ele se aproximou da esposa, ajeitou uma mecha de seu cabelo e deixou o polegar circular levemente em sua bochecha. 

— Kate, por mais que eu tenha muito a agradecer a Johanna, a dedicatória dos meus livros tem dona. Você. Ninguém mais irá ser citado nessa pagina além de você. Sim, eu falei de Lily, mas você é a razão de tudo. Eu agradeço a Johanna no fim do livro. Na sessão que prometi - ela tinha lagrimas nos olhos. Inclinou-se e beijou os lábios do marido. 

— Eu amei… cada palavra. Mal posso esperar para ler. 

— Então, sobre isso… 

— O que? Você vai me proibir de ler? - ela fechou o livro já o protegendo sobre o peito com um olhar fulminante - tente! - ele riu. 

— Não vou proibir você de ler, amor. Que bobagem. Eu estava pensando, quer dizer, eu recebi quatro exemplares. Um vai definitivamente para a minha estante, minha coleção própria. Esse é seu. Outro é para Alexis e o ultimo… 

— O ultimo é de Johanna, Castle. Não tem como negar. Ela é parte dessa historia tanto quanto eu, quer dizer, meu alter ego. Por que isso agora? Não achei que isso seria um problema. 

— E não é, Kate. Acredite. É apenas precaução, você sabe como Johanna é, super fã. Ela merece, eu sei. Deixa-la ler a historia antes do lançamento não é bem um problema apenas preciso saber como dizer a ela que deve manter segredo, ninguém pode saber que ela leu, que tem o livro. 

— Castle, deixa de ser bobo. Acho que a Gina te contaminou. Não vai fazer com Joh o que fez comigo. Eu o proíbo - ele riu - estou falando sério. 

— Parece que Johanna terá um presente de casamento antecipado. Pobre Paul… ela nem vai querer saber dele! 

— Não se preocupe, se Johanna é sua fã como eu, um dia ou uma noite é suficiente para ler o livro. Quando vai entregar o livro para ela? 

— Posso fazer isso na próxima semana? 

— Claro que não! Vai estar muito próximo do lançamento. Temos que entregar para ela nesse fim de semana ou no dia de ação de graças. 

— Porque não fazemos assim: você liga para ela amanhã, fala do convite de casamento, pergunta sobre a chegada de Audrey para termos certeza dos convites e então introduz o assunto do lançamento do livro. Aproveita para sondar se ela estará trabalhando no fim de semana então fala do livro. 

— Quanta complicação, Castle. Depois eu que tenho a fama de complicada… tudo bem. Eu ligo amanhã quando chegar do distrito. E você não invente mais nada. Tem ideia do quanto ela vai ficar feliz ao saber que poderá ler a historia com uma personagem inspirada nela? 

— Você ficou feliz quando leu sobre Nikki? 

— Não! Eu fiquei irritada com você, especialmente com aquela cena de sexo com Rook. 

— Mentirosa! É sua parte favorita. 

— Não é não! - ela ria - vamos terminar de jantar. Ainda quero meu cannoli. E nem pense que vai ter brincadeira hoje à noite, eu vou ler. 

— Quem disse? Você pode ler depois do dia de ação de graças. Falando nisso, no fim de semana vamos começar a arrumar a casa para o natal. 

— Já? 

— Tradição dos Castle, não adianta fugir. Você tem que me ajudar porque Alexis não está aqui esse ano. 

— Você vai me proibir de ler seu livro, baseado em mim, minhas historias? 

— Não, Kate. Só estou pedindo para esperar um pouco. Você está atribulada com o trabalho, fim de mês. Deixe isso passar. Você sabe como um bom livro deve ser apreciado. 

— Você está com medo que eu não goste da história? Ou que eu fique com raiva, chateada pela forma que você falou da personagem de Joh? Porque se for isso, está sendo inseguro e infantil e esse não é você. Não quando se trata do seu trabalho. 

— Não é nada disso, Beckett. Eu sei o que fiz, será outro best seller. Apenas quero que o aprecie como um livro de Rick Castle merece ser apreciado. 

— Ah, o convencido voltou… melhor assim, mas eu dou a ultima palavra se seu livro será um best seller ou não porque eu sou sua melhor critica, não uma reporterzinha do Ledger. 

— Você nunca superou aquilo, não? - implicou. 

— Cala a boca, Castle! - e enfiou um cannoli na boca dele. 

No dia seguinte, após chegar do trabalho, Beckett encontrou Castle na cozinha ocupado com o peru. Ele não abria mão de cuidar do jantar do dia de ação de graças. Lily estava na cadeirinha e apesar do pai ter deixado uns brinquedos ao alcance dela, a menina parecia mais interessada no que ele fazia. 

— Hey, cheguei… 

— Oi, amor. Eu e Lily estamos conversando sobre a importância do dia de ação de graças e principalmente o que vem depois, o natal. Estou avisando que sábado iremos começar a enfeitar essa casa. 

— Sábado? Tem certeza? Eu pensei que estava apenas usando isso para que eu não lesse seu livro. 

— Claro, dezembro está na porta e com toda a agitação do evento do livro, o casamento de Johanna, jantares, entrevistas quando menos percebermos será noite de natal e a casa dos Castles tem que estar impecável. Você sabe como funciona - ela já estava perto do balcão da cozinha. Beijou a filha e sorriu para o marido. 

— Eu não vou discordar ou discutir, esse é seu departamento. Eu vou tomar um banho, finalmente fechamos o relatório desse mês para Gates. Diga que tem um bom jantar hoje… 

— Eu fiz umas batatas assadas para testar uma nova receita e estou marinando uns pedaços de peito de frango com o mesmo tempero do peru. Posso assar ou grelhar para você, o que preferir. 

— Acho que assar dá menos trabalho. 

— Demora mais, uns trinta a quarenta minutos. 

— Tudo bem, posso demorar no banho. Sei que você estará ocupado com o peru e posso ligar para a Joh. 

— Seria minha próxima pergunta. 

— Eu volto… - ela beijou-o rapidamente nos lábios evitando maior contato já que as mãos de Castle estavam imersas na marinada da ave. 

Vinte minutos depois, Beckett apareceu na sala com os cabelos molhados e vestindo um pijama confortável. Castle mesmo em contato com os temperos pode sentir o aroma de cerejas. Sorriu. Ela se aproximou do balcão da cozinha percebendo que ele já cobria o peru para descansar. Segundo ele o segredo para um peru ficar bem suculento era marina-lo 24 horas. Beckett pegou a filha no colo. 

— Você está com fome, Lily? Mamãe está quase morrendo… - ela encheu a menina de beijos arrancando gargalhadas gostosas da filha - vou lhe dar um pouquinho da batata que o daddy fez e uns fiapinhos de frango bem pequenos assim que ficar pronto, que tal? Vai demorar, Castle? 

— Pelo menos mais quinze minutos por ai… tome um pouco de vinho e relaxe, Kate. Melhor, ligue para Johanna assim você se envolve na conversa e esquece um pouco o jantar - ele deixou o peru na geladeira e lavou as mãos - mas antes de você fazer isso… - ele a agarrou pelas costas cheirando o pescoço e os cabelos, beijando-lhe o rosto até que ela virasse para que ele sorvesse os seus lábios - Deus! Você está cheirosa! Isso me traz lembranças do passado quando nem estávamos juntos, mas você já estava caidinha por mim embora não admitisse. 

— Em seus sonhos… 

— Definitivamente muito acontecia nos meus sonhos naquela época… - ele tinha um ar pensativo com um sorriso presunçoso. 

— Deixa de ser pervertido, Castle. Respeita sua filha. 

— Como se ela entendesse a nossa conversa e não disse nada ruim. Sò imaginei coisas em nível NC-17 - ela empurrou o corpo contra o dele para faze-lo solta-la. 

— Bobo… vou ligar para a Joh. Estou curiosa para saber como ela irá reagir quando souber do livro - Kate encaminhou-se para a sala onde deixara a bolsa e o celular. Colocou Lily no chão sobre o tapete próprio para bebês. Havia vários brinquedos espalhados capazes de manter a menina ocupada. Sentou-se no sofá e clicou o nome da amiga. No quarto toque, ela finalmente atendeu. 

— Hey, Kate! Que surpresa boa. Tenho a impressão que não nos falamos há meses, o que não é verdade, mas ainda assim estamos nos perdendo no trabalho. Tudo bem? 

— Tudo ótimo. Está de folga? 

— Quem disse? Eu sai do plantão às seis, volto amanhã às seis outra vez. Estou esperando Paul terminar de improvisar o jantar e depois cama. Tive um dia pesado. Reflexo do dia de ação de graças entrando em ação. Sem contar os acidentes de transito por causa da neve de ontem. 

— Nem me fale! Fim do mês é recheado de homicídios pelos mesmos motivos. Nem todos estão dispostos a agradecer. Eu também estou esperando Castle terminar o jantar. Como somos sortudas, não? Temos maridos prendados - as duas riram - mas a ligação tem um motivo. Eu recebi seu convite de casamento. Eu e Castle adoramos, nada mal para quem não queria nada, disse que seria tudo simples… 

— Porque você não conhece Audrey. Essa menina está me deixando doida. Foi ela quem fez o convite e mandou para eu imprimir. E o lance do jantar? Ideia dela também. Eu e Paul estávamos pensando em reservar um restaurante para não termos trabalho, mas ela insistiu que o jantar vai ser aqui em casa e por sua conta. Disse que é o seu presente e o de Charles. 

— Ah, Joh! É um gesto lindo. 

— É sim. Já estou me preparando psicologicamente para a compra do vestido. Você não vai escapar, eu preciso de apoio. 

— Isso vai ser divertido - Kate ria. 

— Hey! Lembre-se que deve ficar ao meu lado nisso. Não te fiz minha madrinha à toa. 

— Quando ela chega? 

— Dia 8. Estou imaginando que se depender dela, vai querer sair no dia seguinte para escolher o vestido. 

— Pode culpa-la? Vocês terão menos de uma semana para o casamento. Fico feliz que ela esteja chegando no dia 8 assim pode participar de outro evento importante envolvendo a mãe dela. O lançamento do livro de Castle será no dia 10. Ele já recebeu o convite de vocês. 

— Isso que é uma noticia boa! Meu Deus! Vou precisar pedir o dia de folga para me preparar, uma noite de autógrafos de Rick Castle do livro que eu ajudei a escrever…. que excitante! Paul! Adivinha? Temos um super compromisso dia 10… - Kate ria colocou o telefone no viva-voz para que Castle escutasse a empolgação de Johanna. Ele já estava sentado ao lado da esposa. 

— Está ouvindo isso, Castle? Ela até me esqueceu… imagina quando eu contar o resto… 

— Ah, Kate… desculpe. Eu me empolguei. 

— Vocês vão comemorar o dia de ação de graças? 

— Como? Meu plantão amanhã é de 24 horas e Paul entra ao meio-dia no mesmo esquema. Não podemos nem reclamar. Pedimos para não trabalhar no natal e não trabalharemos no dia 15 e 16 por razões óbvias. E agora mais esse evento e… 

— Joh não é para tanto. Oh, meu Deus! - Kate gritou - Castle, olhe! - a bola que Lily brincava escorregou afastando-se consideravelmente do tapete onde a menina se divertia. Sem pensar em parar a brincadeira, Lily começou a engatinhar até a bola. 

— O que aconteceu? - Johanna perguntava do outro lado da linha, mas Kate estava perdida em seu momento. 

— Oh, meu bebê… você está engatinhando… Castle… olha só para ela… - ele já correra para pegar o celular e filmar a menina na maior alegria indo em direção à bola. Quando tocou-a da primeira vez, a bola escapou para mais longe e Lily seguiu atrás. Kate se levantara do sofá aproximando-se da filha. Ela olhava para a menina encantada e depois para o marido. Ele podia ver o quanto ela estava emocionada - ela é tão linda, tão pequena e esperta… 

— Kate? Kate! Ainda está ai? Eu ouvi direito? Lily está engatinhando? - Beckett demorou um pouco para responder. 

— Sim, Joh. Ela está a coisa mais linda engatinhando atrás da bola. Oh, Deus… 

— É muito bom de ver nossa cria se desenvolvendo, não? Se quiser pode chorar… 

— E-eu não vou chorar… - ela ria vendo a menina erguer a mãozinha para finalmente pegar a bola. Beckett batia palmas e vibrava feito criança. O marido se aproximou e beijou-lhe o rosto. 

— Vou pega-la ou você não termina de dar a noticia a Johanna. 

— Oi, Joh. Voltei. Do que estávamos falando mesmo? Ah… dos seus horários. Apenas se certifique que nenhum dos dois estará trabalhando na noite do dia 10. O evento é às sete da noite. Quando é sua próxima folga? 

— Antes de mais nada, trate de mandar esse video da minha afilhada. Sábado eu trabalho até dez da manhã ai só volto no domingo às seis da tarde. Por que? 

— Junto com os convites do evento, Castle terá entrevistas e algumas coisas com a imprensa. Você vai querer ficar ligada nas aparições dele. E tem mais uma coisa, você poderá ler em primeira mão um exemplar do livro - Kate apenas afastou o celular do ouvido quando o grito de Johanna ecoou. Castle estava sentado de volta no sofá com Lily em seu colo. As mãozinhas seguravam firmes a bola que ia direto para a boca. O escândalo de Johanna fez com que Paul se assustasse e ela estava pedindo desculpas do noivo - Joh? 

— Assim eu tenho um treco. É muita informação para um dia só. Vou mesmo poder ler o livro antes do evento? Você não está me enganando? 

— Não, mas existem algumas condições. Por que você não vem aqui em casa no sábado para conversar conosco e principalmente com Castle. Ele pode explicar para você o que deve fazer e sobre as outras aparições dele na mídia além de entregar seus convites. 

— Pode me esperar. Isso é tão excitante! 

— Ótimo, mas agora eu vou jantar e curtir minha filha. Você deveria dar atenção ao Paul. 

— Eu vou… e mande o video da Lily! Te vejo sábado - Beckett desligou o telefone rindo. Pegou a filha do colo do marido. 

— Nem sei como ela não veio bater aqui nesse instante - disse Castle. 

— Acho que ficou tão atordoada que nem lembrou. 

— Essas minhas fãs… são loucas por mim… - ela deu um soco no ombro dele. 

— Deixa de ser metido! E chega de falar de você. Quero saber da minha Lily. Meu amor, você está engatinhando… nem parece que nasceu outro dia. Quer brincar com a bola, bebê? - ela sentou-se no chão colocando a menina entre suas pernas. Lily deixou a bola rolar ao tentar morde-la com um pouco mais de força. O objeto foi parar a uma boa distância delas. isso não foi um problema para a menina. Rapidamente se colocou na posição e começou a engatinhar até alcançar a bola novamente. Beckett imitava a filha andando de gatinhas ao seu lado. Castle não perdeu a chance de filmar esse belo momento de mãe e filha. Depois de brincarem e curtirem a novidade, finalmente eles foram jantar. Mais tarde, depois de colocar a filha para dormir, Kate enviou o video para Johanna. 

Quando foram para o quarto, Kate fez questão de trazer o livro do marido consigo colocando em sua cabeceira.  

— Você prometeu que não ia ler… 

— Eu não prometi nada - ele a olhou intrigado - eu não vou ler antes do fim de semana, melhor assim? Só gosto de saber que posso ansiar por uma nova aventura de Nikki Heat. E você tem razão, existe toda uma preparação para ler um livro de Rick Castle. 

— Mesmo? Que tipo de preparação? - perguntou curioso. 

— Boa tentativa. Não vai funcionar - ela abraçou-o colando seu corpo ao dele - mas tem outro tipo de preparação para o dia de ação de graças que pode vir bem a calhar nesse momento. Que tal “ensaiarmos” o que temos a agradecer, babe?    

— Que tipo de “ensaio”, Kate? - ela o empurrou na cama. 

— Um ao estilo de Nikki Heat… - disse sentando nas pernas dele desfazendo os botões da camisa do pijama. A noite era uma criança. 

Continua...