quinta-feira, 19 de julho de 2018

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.133


Nota da Autora: Eu sei que no ultimo capitulo teve muita gente sonhando com o fim de semana SN, tenho que informa-las que terão que esperar mais um pouquinho. Primeiro precisamos curtir as aventuras da Dinda com Katherine. Será que Gigi sobrevive? O que esperar quando essa maluquinha decide dar uma de babysitter? Enfim, divirtam-se! 



Cap.133 


Ao chegarem em casa, Gigi ria e brincava com Katherine. Aliás, ela não parou de falar a viagem inteira. Na sala, enquanto Jeff colocava as sacolas no sofá para separar os objetos de alimentação dos demais, Gigi deixou Katherine explorar o local colocando-a no chão. A menina logo entendeu que estava em um lugar novo. Tudo era novidade. Após arrumar tudo, Jeff parou a fim de observar a sobrinha que parecia estar bem interessada no novo ambiente. 
— Acho que deveríamos tirar algumas peças de decoração do caminho e verificar se existem lugares que ela pode se machucar. 
— Estamos bem. Não vai ficar perambulando pela sala por muito tempo. Eu estou pensando em ir para a piscina com ela? O que acha? 
— Pode ser uma boa diversão, só não podemos abusar. Nada de muito sol ou exposição, não queremos que ela fique doente. 
— Já vi que a sis está bem representada - ele a abraçou - ela é linda, não? Adoro a forma como a genética contribuiu para Katherine ser uma patinha. Ainda bem porque as Katics não são tão privilegiadas nesse departamento. 
— Está dizendo que prefere uma criança bunduda? 
— Claro que sim. 
— Eff… Eff… - a menina caminhava em sua direção. 
— Lá vai o chamego com o tio - Gigi disse vendo o marido pegar a sobrinha no colo - quer conhecer o resto da casa, fofinha? - juntos, eles caminhavam pela casa fazendo barulho e brincando com a menina. No escritório de Jeff, Katherine se sentiu em casa. Assim como o irmão, ele também tinha muitas miniaturas colecionáveis em suas estantes juntamente com seus livros. Ela esticava o corpo todo querendo pegar os supostos brinquedos do tio. Ao ver um boneco do storm tropper, Katherine começou a falar apontando para o local. 
— Dada, dada… Kat que… 
— Que lindinha. Ela pensa que é o boneco do pai dela. Esse é meu, Kate, mas deixo você brincar com ele. Aqui - Jeff se esticou para pegar o boneco e entregar nas mãozinhas da sobrinha. 
— Estou vendo que a minha sobrinha vai herdar o bom gosto do tio e do pai. 
— Você quer dizer os vícios… essa definição de bom gosto não me convence. Bando de nerds. 
— E você se apaixonou por um.  
— Hey! Quem tem mania de se achar é o Nathan. Meu Fillion é bem diferente. Volte já com meu Jeff gostoso antes que eu tenha que tomar medidas drásticas - ele riu e deu um selinho nela - acho que está melhorando. Preciso preparar o lanche dela. Quer comer banana ou potinho, Kate? 
— Nana, dei dei Dindi… 
— E temos um vencedor. Cuide dela enquanto vou para a cozinha. 
— Wow! Ouviu isso, Katie? Gigi vai para a cozinha por sua causa. Devo me preocupar? 
— Jeff, não me provoca… - ela se afastou mais um pouco e Jeff mexendo com a sobrinha deixou escapar baixinho. 
— Será que precisaremos dos bombeiros? 
— Hey! Eu ouvi isso! - ele gargalhou e Katherine mesmo sem entender também gargalhou. Cinco minutos depois, eles desciam as escadas para ver o que Gigi estava aprontando. A esposa está sentada no balcão com uma tijela na mão misturando algo. Jeff pode ver as cascas das bananas jogadas na pia, o pote de geleia e o de mel sobre o balcão. 
— Chegamos, Katie quer banana. 
— Nana, dindi. 
— Está pronta. Você vai segura-la? 
— Trouxe a cadeirinha do carro, esqueceu? - ele foi até a sala e pegou o objeto. Colocou sobre a mesa do jantar. Ajeitou a sobrinha colocando-a sentada e segura. Gigi se aproximou com o prato. De frente para a menina, ela ofereceu a primeira colher que a criança aceitou de imediato. Isso parecia simples e fácil, pensou Gigi. Continuou dando as colheradas da mistura para a sobrinha que estava adorando. Jeff sentou-se ao lado da esposa para observar essa primeira interação dela com a pequena. Sua primeira experiência cuidando realmente de um bebê. A idéia trazia milhares de pensamentos a mente de Jeff. Queria imaginar sua maravilhosa Gigi no papel de mãe. Sonhava com isso. Ela tinha jeito, somente precisava perder o medo. Ela reparou que ele tinha uma expressão perdida e abobalhada. Sabia que estava olhando para ela. 
— O que foi? 
— Só estava te admirando - Gigi sentiu o coração bater mais rápido. A resposta de Jeff e o semblante já deixavam claro o que poderia estar se passando na cabeça dele. A expectativa. A vontade. Não conseguindo se conter e pensando em uma maneira de evitar que a ideia perdurasse, ela sorveu-lhe os lábios com vontade. O momento entre os dois se prolongou e intensificou tanto que somente se deram conta do que faziam quando Katherine os chamou. 
— Dindi…mais - a mãozinha batendo no prato. Gigi arregalou os olhos diante da cena. A menina, devido a falta de atenção e a fome, tinha metido as mãos no prato e se alimentado. O rosto estava melado de banana até o cabelo, o onesie respingado da mistura e as mãos grudentas. 
— Isso é o que acontece quando paramos de alimentar uma criança. 
— Meu Deus! Nós nos distraímos por uns minutos e ela já fez essa revolução? 
— E acabou a banana. 
— Mais Eff… nana. 
— Você é bem filha do mano mesmo. 
— O que eu faço, Jeff? 
— Amasse mais uma, não vai fazer mal. Vou pegar uns lencinhos para limpar o rosto e as mãos dela - Jeff voltou e limpou a sobrinha tirando o excesso de banana. Obviamente, a pele estava toda grudada com doce. Ela ia precisar de um banho assim que terminasse. Gigi ofereceu mais uma banana com geleia para Kate que comeu com gosto, dessa vez sem interrupções. Ao terminar, ela sabia que precisava tirar a roupa da menina e limpa-la - vamos ter que dar um banho nessa comilona. 
— É, eu sei. Mas já que vai se molhar mesmo, que tal irmos para a piscina um pouquinho? Assim ela se diverte e depois pode dormir mais fácil. Quer ir para a piscina, fofinha? Dinda leva você para se divertir. Vamos tirar esse onesie. Aposto que sua mãe não colocou nada para você usar para a piscina. Isso não é problema porque a dinda comprou uma coisa linda para a Katherine. Amor, pode segura-la enquanto vou pegar algo no quarto? - ela sequer esperou a resposta saindo correndo para as escadas. Ao retornar, tinha nas mãos um pequeno maiô vermelho com um unicórnio - vamos experimentar, Katie? Hora da piscina! 
Um pouco estabanada, Gigi começou a retirar o onesie que Katherine vestia. Jeff segurava a sobrinha porque ela esquecia que a menina não ficava quieta. Depois de muita tentativa para colocar as pernocas de Kate no maiô, a pequena finalmente estava pronta para a piscina. Jeff ficou com a sobrinha enquanto Gigi se trocava. Ela pegou a menina e colocando-a no chão, a levou para a área externa. Ela adorava ver a pequena caminhando. Katherine soltou um gritinho quando viu a piscina. Havia uma bola colorida boiando na agua e a vontade de ir até o objeto a fez escapar da mão de Gigi e por pouco ela não caiu na agua. O coração de Gigi só faltou sair pela boca. 
— Kate! - o tom da voz indicava desespero - Meu Deus! Você quer me matar? - sem forças, ela sentou na grama com a menina em seu colo. Quando Jeff apareceu se deparou com a cena. 
— Tudo bem? Por que estão na grama? Achei que já estariam na piscina. 
— Você quase fica viuvo agora. Essa menina é rápida! Ela me deu um susto, mais dois segundos e estava na piscina. Sente meu coração - ela pegou a mão do marido e colocou sobre o peito. Jeff respirou fundo e pegou a menina para que a esposa pudesse se acalmar. 
— Vem com o tio, Katie. Gigi precisa de um momento para se recuperar. Vamos para a piscina, bebê? Quer nadar? - a menina já empurrava o corpo em direção à agua. Com cuidado, ele entrou na piscina. Katherine soltava gritinhos de satisfação. Após o choque, Gigi se juntou a eles. Os três se divertiram bastante. Entre brincadeiras com boias de plásticos e bolas, Jeff tentava ensinar a sobrinha a bater as perninhas na tentativa de faze-la nadar. Gigi concentrou-se nas molecagens, porém o jeito como o marido cuidava da sobrinha não passou despercebido para ela. Meia hora depois, ele anunciou. 
— Acho que já chega de piscina para você, gatinha. Está com os dedinhos todos enrugados - ele usava um tom de voz brincalhão e mordiscava de leve os dedos da menina - Gi, pode segura-la enquanto eu nado um pouco. Cinco minutos e todo mundo vai cair fora da agua. 
— Olha, Katherine, seu tio Jeff quer mandar no pedaço. 
— Eff, não. 
— Isso mesmo, não manda nada - ela parou para observar o marido nadando - olha só para ele, fofinha. É muito gostoso, não? Esses músculos, essa bunda… aiai… como resisto? Já está me dando um troço aqui embaixo. Seu tio tem razão, vamos sair dessa piscina porque você vai dormir e eu vou aproveitar a paisagem, combinado? 
— Toso… - Gigi caiu na gargalhada - toso… 
— Quem é gostoso? 
— Eff, toso. 
— Amor! Corre aqui - Jeff nadou na direção delas. 
— O que houve? 
— Diz, Katherine, quem é esse? 
— Eff toso… Eff toso… - Jeff apenas ria aproveitando-se do momento para encher a sobrinha de beijos. 
— Que linda, minha fofinha Ela sabe o que é bom. 
— O mano vai detestar essa revelação. 
— Problema dele! Vamos, Katie, está na hora do banho e do soninho. Tenho coisas mais importantes para fazer com o seu tio - ela disse deixando a mão deslizar até alcançar o membro do marido e aperta-lo. 
— Gi… por favor! Você tem uma criança em seu colo - ela apenas revirou os olhos e sorriu saindo da piscina com a menina nos braços. Ao vê-la se dirigir ao chuveiro, Jeff falou - o que você está fazendo, Gi? Não vai dar banho nela ai. 
— Por que não? Stana faz isso. 
— Porque você precisa de apoio. Sua irmã está acostumada. 
— E como faremos? Não é como se tivéssemos uma banheira para Katherine. 
— Por que não usar o velho método das nossas mães? Pelo menos eu me lembro muito bem que a mamãe costumava dar banho na pia. Eu e o mano adorávamos. Tínhamos a idade de Katherine, talvez mais velhos. Acho que ela fez isso até os três anos. Claro que a medida que crescíamos, ela mudava de lugar. Usava o tanque externo. Aposto que dona Rada fazia o mesmo. 
— Não me lembro, talvez sim. Eu sou a mais nova então se isso aconteceu Stana deve lembrar.  Tudo bem, podemos usar sua ideia. Será aqui fora mesmo? 
— Sim, na pia da churrasqueira. Ela vai adorar. Espere que irei pegar o sabonete, shampoo e a toalha dela. Já volto - Jeff não levou cinco minutos para pegar tudo e retornar para perto de Gigi. Com cuidado, ela sentou a menina na bancada e começou a tirar o maiô. Jeff reparou na ruga de preocupação na testa da esposa e que suas mãos pareciam tremer. Botou a menina de bruços em seu braço para tirar o resto da roupa pela suas pernas. Colocando-a sentada dentro da pia, Gigi abriu a torneira com agua gelada. Assim que sentiu a temperatura da agua, Katherine começou a emitir gritinhos de satisfação - alguém gostou da ideia do tio Jeff, não? 
— Aqui, Gi. Esse é o sabonete liquido dela e o shampoo. Precisamos assegurar que não tenha rastro de cloro na pele. Não tenha medo de usar o liquido. Use esse copo para molhar a cabeça. Cuidado para não jogar excesso de agua no rosto e nos olhos dela, não queremos que se tenha a sensação de se afogar. 
— Meu Deus! Como você sabe tudo isso? Fez um curso? Praticou? Ah! Já sei! Assistiu aqueles videos tutoriais do YouTube - ele riu. 
— Não é nada disso, Gi. Essas coisas são naturais. Todo mundo sabe… 
— Nada disso. Eu não sabia - Gigi pegou o sabonete começando a esfregar a pele da menina - Voce é a mãezona da relação. Eu sou um verdadeiro desastre. 
— Não é não. Você está dando banho em Katherine. Veja, ela está adorando - era verdade, a menina estava se divertindo com a agua. Ria e batia na pia querendo chamar a atenção da tia, fazia vários barulhos. Gigi pegou o vidro de shampoo e depositou um pouco em sua mão. 
— E agora? Como aplico o shampoo? 
— Da mesma forma que faz quando lava os seus cabelos. Não tenha medo. 
— E se a espuma cair no olho? Vai arder? - ela pegou o vidro e checou - aqui diz que não, mas quem garante que estão falando a verdade? Pode ser apenas marketing. 
— Não é, Gi. Esse é um produto desenvolvido para crianças. Pode lavar a cabecinha dela sem medo. Novamente, apenas evite jogar agua no rosto. 
— E como vou lavar a espuma, espertinho? Vou jogar agua no rosto dela de qualquer jeito! - disse enquanto esfregava o produto fazendo espuma da cabeça da pequena. 
— Não, voce vai querer fazer assim - Jeff se aproximou delas. Com o copo em mãos, encheu de agua e posicionou a mão no inicio da testa de Katherine. Em seguida, virou o copo na outra direção deslizando a mão pela cabeça da menina para facilitar que a espuma fosse lavada do cabelo. Repetiu o gesto três vezes - pronto, acho que tiramos todo o produto - ele ergueu a sobrinha da pia passando sabonete no bumbum e nas partes intimas, algo que Gigi nem tinha se atentando. Lavou-a com cuidado.  
— Nossa, você vai ser um pai maravilhoso - ao deixar o pensamento escapar pelos lábios, Gigi sentiu um arrepio no corpo. Era uma sensação estranha, diferente. Não experimentava esse tipo de emoção ao presenciar a cena do marido cuidando da sobrinha antes. Jeff apenas sorriu e continuou jogando agua no corpo de Katherine a fim de tirar todo o sabão. Satisfeito, ele fechou a torneira. 
— O banho acabou, mocinha. Hora de se vestir - ele a envolveu com a toalha e colocou a sobrinha no colo de Gigi - vamos leva-la para o nosso quarto. Eles entraram em casa, subiram as escadas. Enquanto tirava o trocador da menina da bolsa, pediu para a esposa ir enxugando-a - pode coloca-la na cama agora, amor. Vamos terminar de seca-la e colocar a fralda. 
— Mas não tem uns cremes, pomadas? Sempre vejo a sis usando uns produtos. 
— Claro que sim, faz parte da operação fralda. Aqui, esse é o hidratante para o corpo. Pode passar - Gigi obedeceu. Enquanto hidratava a pele da criança, ela brincava com a sobrinha beijando sua barriga, fazendo caretas e chamando a atenção. Katherine estava adorando e se manifestava. 
— Dindi, kiss kiss. 
Terminada a operação hidratante, Jeff entregou uma fralda descartável para Gigi e um creme para ser passado contra assaduras. Ela aplicou nas dobrinhas do bumbum e das coxas bem como nas partes intimas. Ergueu as pernas da menina e colocou a fralda por baixo. Uniu os dois lados e passou o adesivo para fechar. Repetiu o gesto do outro lado. 
— Olha para isso, você está de fralda. Eu consegui - ela ergueu a menina apenas para reparar que a fralda estava muito frouxa, quase caindo - por que está assim? Essa fralda é muito grande para ela, Jeff.  
— Gi, voce precisa apertar mais na lateral. 
— Mais? Eu não quero machuca-la. 
— Não, vai. Deite-a novamente - ela obedeceu - agora puxe o adesivo e prenda outra vez mais apertado. Não tenha medo, não vai machuca-la. 
— E se ficar muito apertado? 
— Não vai confie em mim - ele monitorou o que ela fazia dizendo para aplicar mais força quando achava necessário. Ao ergue-la novamente, a fralda estava bem melhor - vista a roupa dela - Gigi optou por um shortinho e camiseta. A parte de baixo foi fácil. Colocou-a sentada para vestir a blusa, mas a menina não parava de se mexer. 
— Katherine, assim não consigo. Quer parar de se mexer um instantinho? - mas quem disse que a menina obedecia? Ela tentou varias vezes passar os bracinhos na camiseta sem sucesso. Quando conseguiu um deles e a cabeça estava exausta - como é possível vestir um bebê? O meu vai andar pelado! - Jeff gargalhou. 
— Vamos, Gi. Está quase lá. 
— Pare de falar comigo, estou me sentindo pressionada. É muita tensão - Jeff tentava segurar o riso. Ela estava realmente levando aquilo à serio. As rugas na testa eram visíveis - tudo bem, eu consigo fazer isso. Sou uma designer, lido com um monte de marmanjos, martelos, serras, eu posso vestir um bebê! - ela levou mais dois minutos e por fim conseguiu terminar a tarefa. 
— Parabéns, amor. Você conseguiu. 
— É, eu consegui… - ela desabou na cama ao lado de Katherine que ao ver a tia deitar ao seu lado tratou de se deitar sobre seu peito. A menina foi se aconchegando, os dedinhos brincavam curiosos com a gota presa ao pescoço. Apontava para a pedra e dizia. 
— Blu… - e apontava para o proprio olho - blu…Eff Blu 
— Quem ensinou isso para você, Katie? A cor “blu”? 
— Blu… 
— Aposto que foi o mano. Ela está ficando com sono. Melhor faze-la dormir. Pode almoçar quando acordar assim temos tempo de preparar a comida. 
— Tudo bem, mas e se ela não ficar quieta? 
— Ela vai. Cante para ela, Gigi. 
— Ai, Deus! Eu não sou tao boa como a sis. Minha voz não serve para isso. 
— Eu gosto quando canta. 
— Voce é meu marido, tem que gostar. É obrigado - Jeff sacudiu a cabeça. 
— Vou deixa-la com Katherine e cuidar do nosso almoço. Quando você terminar, eu estarei na cozinha - Gigi pegou a sobrinha no colo e viu o marido sair do quarto. 
— Ok, Kate, somos apenas eu e você. Vou logo avisando que não canto como sua mãe. Vai ter que servir. E que musica? Não conhece nada de criança exceto pela canção da aranha e vamos combinar que é bem chatinha. Tudo bem, vamos de algo mais contemporâneo - aninhando a menina em seus braços, Gigi sentou na poltrona que tinham no quarto e começou a cantarolar uma das suas musicas preferidas com Jeff. A melodia da canção de Hailee Steinfield e sua letra começaram a embalar o sono de Katherine - I didn't know that I was starving till I tasted you. Don’t need no butterflies when you give me the whole damn zoo. By the way, right way, you do things to my body. I didn't know that I was starving till I tasted you… 
O que Gigi não sabia era que o marido a observava. Jeff não ia abrir mão de presenciar uma cena dessas. Era um daqueles momentos que merecia ser guardado na memória. Ao ver a esposa cantando e embalando a sobrinha, não teve duvidas que estava pronta para passar por sua própria experiência como mãe. Restava se convencer disso e ele esperava que esse fim de semana fosse determinante nessa decisão. 
Quando teve certeza de que a menina dormira, Gigi a colocou no centro da cama coberta e rodeada por vários travesseiros. Essa era a vantagem de se ter uma cama king size, o risco de Katherine se virar e cair era mínimo. Satisfeita com a conclusão da tarefa, ela desceu as escadas em busca de sua recompensa. Estava na hora da sua diversão tão adiada. Ao chegar na cozinha, viu o marido cortando alguns legumes. Havia duas panelas no fogo e uma vasilha com a carne imersa em vários temperos. 
— Sabe, você fica muito sexy de avental - ela se aproximou e apertou o bumbum dele. Como uma gata, começou a se esfregar no corpo do marido beijando e mordiscando o pescoço dele. Jeff teve que parar de usar a faca para não causar um acidente. Suspirou. 
— Ela dormiu? 
— Sim, está perdida no mundo dos sonhos. Cantar realmente funcionou. Você tinha razão. Agora é a nossa vez de se divertir. Que tal continuarmos o que pretendíamos começar na piscina, gostoso? 
— Eu preciso terminar o almoço. Não quero que Katherine acorde e fique com fome. 
— Isso pode esperar. Ela acabou de dormir - Gigi acariciava o peito dele - quer voltar para a piscina? Eu ainda não troquei de roupa. 
— É sério, Gi. Temos que ter certeza que estará tudo pronto quando Kate acordar - ela revirou os olhos e o encarou. 
— Só porque estamos com a nossa sobrinha aqui, isso não quer dizer que teremos que entrar em abstinência. A sis faz sexo o tempo todo - ela estava emburrada. 
— Quem falou em abstinência? Estou apenas me certificando de que tudo estará em ordem. Temos que ter cuidado com a alimentação de uma criança. É a nossa primeira vez cuidando da nossa sobrinha.  
— Está dizendo que se tivermos um bebê na casa não iremos fazer sexo? Isso não será parte do contrato. Todo mundo transa e não seremos diferentes ou você pode esquecer a ideia de ter um filho - ela estava realmente brava. 
— Gi, não disse isso. Deixe de fazer drama. Você realmente acha que eu conseguiria ficar sem fazer amor com você? É impossível! Podemos nos divertir mais tarde. Agora que tal desfazer essa tromba? Quero ver um sorriso no seu rosto. Vamos… - ela suspirou e cedeu. 
— Parece que eu não tenho escolha… - ele segurou o queixo da esposa e sorveu-lhe os lábios. O beijo era apaixonado e estimulante. Logo sentiu o corpo estremecer - por que você faz isso? É tortura, gostoso. 
— Só uma amostra do que pode esperar mais tarde. Agora se não vai me ajudar na cozinha, ao menos deixe eu trabalhar. 
— Ui, mandão e gostoso… assim eu morro de desejo! - Gigi passou a mão nos cabelos suspirando mais uma vez. Ia ser difícil se concentrar se ficasse olhando para aquele pedaço de mau caminho que era seu marido. Precisava encontrar algo para ocupar a mente agora que Katherine estava dormindo. Ela disse que ia tomar um banho. Voltou ao quarto e depois de uma chuveirada rápida notou que a sobrinha dormia tranquila. Sentou-se na cama e pegou o iPad que estava na cabeceira do marido. Após se acomodar confortavelmente, ela escolheu o que iria ver. 
Meia hora depois, Jeff aparece no quarto querendo tomar um banho. O almoço estava encaminhado, mais meia hora e podiam comer. Ele achou interessante o nível de concentração da esposa no iPad. Será que estava trabalhando? Tinha o fone de ouvido e devido a atenção para a tela sequer percebeu que ele estava no quarto. Curioso, ele se aproximou para ver o que ela fazia. Simplesmente Gigi estava assistindo uns videos de uma mãe blogueira contando suas experiências com a primeira maternidade. Seria isso um sinal? Ele tirou o headphone do ouvido dela. 
— Olha quem está assistindo videos sobre bebês no Youtube. Querendo aprender truques, Gi? 
— Jeff… - ela se ajeitou na cama assustada - você não pode surgir assim. Que susto me deu. 
— Você esta evitando responder a pergunta. Te vi tão concentrada que achei que estava trabalhando. A propósito, gostei de ver o que está assistindo. Pode continuar. Vou tomar um banho e logo almoçaremos. 
— E-eu não estava assistindo. Estava procurando um video sobre um material especifico e isso apareceu e… 
— Hey, tudo bem, não precisa disfarçar - ele beijou a testa dela vendo claramente que estava vermelha. 
Conforme Jeff previra, meia hora depois eles estavam prontos para almoçar. Ouviram um pequeno chorinho através da babá eletrônica e Gigi correu para ver a sobrinha. Katherine acordara aparentemente estranhando o ambiente. Felizmente, assim que viu a dinda, ela se acalmou e pediu colo. Ao chegarem na cozinha, Jeff colocava a comida sobre a mesa. A menina logo se interessou por um dos pratos. 
— Tata, Eff… que tata. 
— Parece que todos estamos com fome. Quer comer batata, Katherine? Vou servir você de franguinho, batata, abóbora e beterraba. Está muito gostoso. Sabe o que tem mais? Suco de morango. 
— Nossa tem muito legume. E para nós nada? Vamos ter que comer essa coisa natureba também? Você anda convivendo muito com Stana. Sua mãe fazia mais guloseimas. 
— Não, Gi. Você come os legumes se quiser. Fiz um molho curry para comer com o frango e fritei uns camarões se não quiser a opção saudável. Pode come-los com o molho também. E tem sorvete na geladeira. Mais tarde faço umas panquecas para o café da tarde, que tal? 
— Começou a melhorar - ela sentou-se à mesa com a menina ao seu lado. Entre as colheradas que oferecia para a menina, ela também se alimentava. O almoço transcorreu sem maiores problemas. Gigi se serviu de sorvete e deixou-o esfriar porque sabia que a menina ia querer um pouco do que a tia estava comendo. Jeff se dedicava a arrumar a cozinha. Tudo estava bem e controlado. Katherine sentava ao chão com vários brinquedos ao seu redor e se divertia sozinha. Jeff se juntou a Gigi com uma tijela de sorvete. Sentado ao lado da esposa, ele admirava a sobrinha. Aliás, os dois faziam isso. Encantados com o jeito da menina. 
— Ela é muito lindinha, não? Esses olhos azuis, a pele branquinha e toda fofinha. Olha essas pernocas boas de morder! Tenho que reconhecer que seu irmão sabe fazer menino bonito. 
— Ah, Gi. Não é tão difícil considerando aqueles dois. Genética não mente. E não será diferente conosco quando quisermos ter um - Gigi fitou o marido, ele tinha um olhar sonhador. 
— Você realmente quer um, não? Um bebê nosso? 
— Claro que sim, mas já disse que será ao seu tempo, como você quiser e quando estiver pronta. Você decide, Gi - ela acariciou o rosto dele, a barba bem feita contrastava com a maciez de sua pele quando ela inclinou-se para beija-lo. 
— Você não existe, gostoso… amo você demais - e trocaram um novo beijo. As caricias continuaram até que Gigi se afastou incomodada - está sentindo isso? Um cheiro estranho. De onde vem? 
— Acho que alguém tem um presente para você, Gigi - Jeff apontava para a sobrinha. 
— Do que você está falando, Jeff? 
— De Katherine - ele se levantou e se aproximou da menina que ficara de pé. Checou a fralda apenas para comprovar o que já sabia - é ela mesmo. Precisa de uma troca de fralda. 
— Por que não troca? 
— Eu poderia, porém acho que você tem que tentar. Vamos, Gi. É a sua chance - ao pegar a menina no colo, ela percebeu que o cheiro era ainda mais forte do que sentira. Levou-a para o quarto, Jeff a acompanhou apenas para observar. Queria que Gigi fizesse tudo sozinha. 
— Meu Deus! O cheiro está pior. Como pode? Ela é apenas uma criança. Será que está doente? Alguma coisa fez mal a ela no almoço? Isso não pode ser normal! - Jeff ria - por que está rindo? - ela cheirava a costa da mão tentando evitar que o vômito viesse à tona.  
— Gi, não tem nada de errado com Katherine. É assim mesmo. Deixe de ser exagerada. 
— Exagerada? - disse Gigi colocando a menina na cama - o meu não cheira desse jeito! Ai, Katherine… vou ter mesmo que fazer isso? - ela olhava relutante para a menina após tirar seu short. Respirou fundo e soltou o adesivo da fralda, um de cada vez. Jeff já se precavera trazendo o cesto de lixo para perto da esposa. Ao puxar a fralda, ela se deparou com uma visão nada agradável - que horror! - levou a mão à boca tentando conter a ânsia de vômito que a tomara - meu Deus! Jeff, eu não sei se consigo. Esse… ai, Katie… isso não é normal - ela jogou a fralda suja no cesto e enterrou o rosto no peito de Jeff. Ele a abraçou e beijou o topo da cabeça dela. 
— Você consegue. Vamos, Gi. Katherine está esperando. 
— Dindi… - a menina já segurava o pote de creme brincando. Gigi pegou os lencinhos umedecidos para limpar o bumbum da menina. Fazendo careta, ela limpava com relutância. Passou varias vezes os lenços e ainda não sabia se estava suficiente. 
— O que acha? Está limpo? - ela pegou um dos lencinhos novos e cheirou precisava de qualquer coisa que a fizesse respirar sem querer vomitar. 
—Sim, o excesso já saiu. Agora você tem que lavar o bumbum dela. É melhor. Leve-a para a pia - Gigi pegou a menina nos braços e colocou sentada. Abriu a torneira. Novamente lavou a menina com cuidado e voltou para o quarto enxugando-a. Passou o creme e colocou a fralda corretamente. Para terminar, vestiu o short da criança outra vez. Ciente do que acabara de fazer, levou as mãos na cintura e respirou fundo. 
— Acho que não estou preparada para lidar com isso todo dia. Preciso de um banho. Amor, por favor. pode se livrar disso para mim? Quero estar o mais longe possível desse cheiro. Na verdade, eu preciso… eu vou vomitar, desculpa - ela correu para o banheiro e fez o que pretendia. Lavou o rosto. Sentindo-se melhor, ela voltou para o quarto - Não consigo entender o que tem de errado numa criança para o coco feder tanto. 
— Fique de olho nela enquanto eu jogo isso fora. Quando eu voltar, você pode tomar seu banho se quiser - Gigi sentou-se na cama onde Katherine brincava alegremente com o controle remoto. Sozinha, acionou a tv. Os dedinhos tocavam as teclas e alteravam o volume e os canais. Finalmente, ela encontrou um desenho e sua atenção se voltou a tela. 
— Você gosta de desenho, meu amor? Talvez seja uma boa maneira de mante-la ocupada com seu tio - Jeff apareceu no quarto - ela está curtindo a televisão. Fica bem mais fácil tomar conta dela assim, não? Sua vez. Vou tomar banho. Ainda sinto aquele cheiro em mim e no quarto. 
— Amor, você está exagerando… 
— Não estou. Acenda um daqueles incensos de canela ou lavanda. Definitivamente precisamos melhorar essa ambiente - seguiu para o banheiro. Vinte minutos depois, Gigi reaparece enrolada na toalha, extremamente cheirosa. Uma mistura deliciosa de hidratante e perfume. Assim que voltou ao quarto sentiu o aroma de lavanda, bem melhor do que antes, pensou. Jeff estava deitado na cama com a sobrinha esparramada em seu peito. Ambos olhavam a tv embora Gigi percebesse que o marido fechava os olhos de vez em quando. A cena era linda de se ver. Ela colocou um vestido de malha simples e calçou uma sandália rasteira. Contudo, não podia resistir a vontade de se unir aos dois. Subiu na cama e encostou seu corpo ao do marido e o nariz inalava o pescoço dele. 
— Hum, Gi… está cheirosa. 
— Melhor agora, gostoso? Fofinha, está gostando do desenho? - a menina se virou e se mexeu na direção da tia sentando-se no estômago de Jeff. 
— Que cookie… - Gigi olhou para Jeff intrigada - cookie dindi… - vendo que a tia não se manifestava, ela mudou de tática - Eff toso, cookie… que cookie. 
— Por um momento achei que ela estava chamando a sua mãe. Será que podemos dar qualquer biscoito? Lembro da sis comentando que deu cookies de maple para ela. 
— Acho que ainda tenho uma caixa que a mamãe deixou. 
— Eff, cookie! 
— Vamos ver se a vovó deixou cookies para a Katherine? - ele a tirou de cima de seu estômago e levantou-se da cama. Gigi fez o mesmo. Desceram as escadas rumo à cozinha. Jeff checou um dos armários e encontrou o que procurava. Ao ver a caixa, a pequena bateu palmas. 
— Cookie… Eff dei dei…
— Calma, eu vou dar para você - Gigi a colocou sentada no balcão e ficou a sua frente para certificar-se que a menina não ia fazer nenhuma travessura. Jeff abriu o pacote e tirou um cookie oferecendo para Katherine que agarrou o biscoito com força - vou preparar um leite também. Não quero somente dar doces a você, sua mãe não vai gostar - Gigi pegou um cookie também e mordeu com vontade. 
— Nossa, tinha esquecido como eles são gostosos. 
— Toso, Eff? 
— Também, Kate. O cookie e o Jeff são gostosos.   
— Gi, para de falar besteira para a menina. 
— Estou falando a verdade - ele terminou a mamadeira e entregou para Katherine que já terminara seu biscoito. 
— Aqui está o leite. Quer? Uma delicia. 
— Mais cookie, Eff. Toso! - Gigi ria - mais… 
— Viu o que você fez? Eu dou mais um cookie quando você terminar o leite. Combinado? Tome a mamadeira - Katherine segurou o objeto e olhava fixamente para Jeff - estou esperando… - por fim, a menina começou a beber o leite. Gigi terminava seu cookie e se inclinou no balcão para beijar o marido. Ainda estavam curtindo o beijo, quando foram interrompidos por um bico de mamadeira sendo empurrado no rosto de Jeff. 
— Eff…Eff…. mais cookie… - a mamadeira estava vazia. 
— Você é rápida - disse Gigi roubando mais um beijo do marido. 
— Kiss, kiss Dindi! - Gigi encheu a menina de beijos e soprou a barriga dela arrancando gargalhadas gostosas de Kate. Jeff entregou o cookie como prometera. A menina se deliciava com o doce, o que deu a Gigi a chance de beijar o marido outra vez. Colocou Katherine no chão e deixou a menina explorar a sala. Jeff abraçado à esposa observava o jeito da sobrinha ao parar de frente para um porta-retrato com uma foto dos dois casais na casa em Studio City. Os dedinhos gorduchos da pequena acariciavam a foto. De repente, ela iniciou seu próprio dialogo com a foto. 
— Dada… Eff… mama! - bateu palmas ao ver a foto de Stana então olhou curiosa para a tia e de volta para a foto - Tina? Tina! 
— Ah, não… nada de Tina. Maldito Nathan! 
— Tina! - ela batia palmas. 
— Ela deve estar se lembrando de quando o mano ensinou-a, Gi. 
— Não interessa, não é Tina. Dindi, Katherine. Repita comigo, dindi. 
— Não Tina? 
— Nao. É dindi. 
— Dindi Tina? Cookie? 
— Se disser Tina não tem cookie - a menina olhou para o Jeff. 
— Eff toso, cookie? Dei… 
— Nada de usar seu tio bobo porque ele não vai fazer nada para você. Quem sou eu? 
— Dindi Tina, cookie? 
— Vou matar o Nathan! Nada de cookie. 
— Dindi…favooooo, cookie - a carinha da menina era apaixonante. Gigi não resistiu e entregou outro cookie para a menina. 
— Quem é a boba agora? - Jeff disse ao seu ouvido rindo da esposa. 
— Essa menina é um perigo… 

XXXXXX 

Em outro canto da cidade, mais precisamente em um lugar com uma vista de tirar o fôlego, Stana e Nathan aproveitavam seu tempo à sos. Eles chegaram na casa de praia por volta das dez da manhã e após um café da manhã reforçado decidiram caminhar pela propriedade o que era uma bela desculpa para namorar. Estavam em um dos pontos mais altos da propriedade onde podiam observar o mar com sua ondas quebrando entre as pedras. Nathan tinha seus braços envolta da cintura de Stana que apoiava sua cabeça em seu peito, ambos sentados sobre um cobertor na grama. 
— Voce está sentindo? Uma sensação de paz? Incrível. 
— Achei que estava com saudades da nossa filha… 
— Claro que estou, você nem devia insinuar outra coisa, mas é bom fazer algo diferente. Curtir meu esposo, não acha? - ele beijou seu pescoço e a deslizou deitando-a na grama, colocou seu corpo sobre o dela e sorriu antes de beija-la. 
— Isso responde sua pergunta? Na minha opinião, essa paisagem é convidativa para fazer amor com você. Vamos ser aventureiros e brincar com o fogo, Staninha? - obviamente não esperou resposta. Seguiu fazendo carinhos com a ponta dos dedos na esposa abrindo a blusa que usava. Os lábios desciam rumo ao centro das pernas onde foi fácil desfazer o botão da bermuda que ela usava e se deparar com as coxas torneadas e macias. Beijou o interior de uma delas e pode ver a esposa erguer os quadris pedindo contato. Em vez de atender o que ela queria, Nathan voltou a pressionar o corpo sobre o dela sorvendo os lábios em um beijo apaixonado. Uma das mãos bolinava os seios dela ainda com o sutiã cobrindo-os. Stana aproveitou a oportunidade para virar o jogo empurrando-o contra o cobertor e subindo nele. Desabotoou o sutiã e fez o mesmo com as calças dele. Mesmo tendo emagrecido bastante, ela ainda amava o tórax do marido. Nada de barriga de tanquinho, apreciava a maciez e os músculos da forma que podia sentir-se bem deitando sobre eles. Deixava os dentes roçarem na pele dele provocando e degustando a pele que trazia o odor amadeirado que ela tanto gostava.
Demoraram mais uns minutos para tirar o resto das roupas. Uma vez devidamente nus, os abraços e os amassos se intensificaram. Havia uma ansiedade constante em devorar o outro, desejo e uma expressão quase animal em se sentirem um só. Stana sentou-se sobre o membro dele experimentando a sensação de preenchimento que precisava. Nathan segurava sua cintura com uma das mãos enquanto a outra apertava o mamilo dela provocando gemidos persistentes. Com as mãos espalmadas sobre o peito dele, ela remexia e rebolava aumentando o movimento. Nathan firmou-se na cintura da esposa para aprofundar-se ainda mais dentro dela em ritmo constante. Forte, cadenciado. Decidiu sentar-se para que pudesse desfrutar melhor do resto do corpo a sua frente. Acariciava-lhe os seios, beijava-os e sugava-os sempre que possível. Stana puxou seu rosto para beijar-lhe os lábios intensamente mordiscando-lhe o queixo. O prazer tomava conta deles, fazia seus corações dispararem, os músculos tencionarem e todo o corpo pulsar ao receber a explosão que os fez gritar naquele espaço aberto. 
Nathan desabou no cobertor puxando-a consigo. Não conseguia se expressar por um instante. Era possível ouvir o barulho das ondas nas pedras. Não se importava com o peso dela sobre si. Ainda podia ouvir a respiração pesada dela. Fechou os olhos. A sensação de felicidade o atingiu. Esse era o melhor lugar do mundo, pensou. Não pelo cenário, mas por estar com ela. Sentiu os lábios de Stana beijando suas pálpebras. Sorriu. 
— Vai me dizer que já se cansou e vai dormir? Isso não é do seu feitio, babe. 
— Estava apenas curtindo o momento. Foi o que você sugeriu que fizéssemos, não? - reparou que ela deitara ao seu lado agora. Colocou-se de lado e tocou-lhe o colo com a ponta dos dedos. Percebeu que os mamilos dela continuavam armados, não por excitação, provavelmente pela temperatura. Uma brisa fria corria por onde estavam - sabe, estava pensando no quanto esses instantes são especiais simplesmente porque estou com você. 
— O lugar andou te inspirando, Nate? 
— Pode ter influenciado, porém a verdade é que a minha inspiração vem de você. Por tudo que faz, você me desafia a ser um homem melhor - sorrindo, ela roubou um novo beijo e sentou-se. Nathan fez o mesmo. Pegou sua jaqueta e ofereceu a ela, sabia que estava com frio. 
— Você é maravilhoso. Não sou melhor que você. O ensinamento mais importante que podemos tirar de um relacionamento é a habilidade de crescermos juntos. Durante esses anos, ambos tivemos nossos momentos difíceis, contudo fomos capazes de tomar nossas decisões juntos, pensando nos dois, não há egoísmo. Isso é amor, cumplicidade. 
— Olha quem está inspirada agora… - ele brincou beijando a ponta de seu nariz. 
— É esse lugar. Ele mexe conosco. Lembra, Nate? Foi exatamente aqui que após o casamento de nossos irmãos prometemos um ao outro que renovaríamos nossos votos. 
— E nós iremos fazer isso, Staninha. Muito em breve - trocaram mais um beijo apaixonado e Nathan entregou suas peças de roupa - que tal trocarmos de roupa e aproveitarmos a piscina? Uma sangria cai bem a essa hora? Podemos comer alguns aperitivos antes do nosso quase jantar. 
— A ideia é boa, mas não acha que devemos ligar para Gigi antes? Saber como os dois estão se saindo? 
— Você quer dizer a Gigi porque não estou nem um pouco preocupado com o mano. Vamos dar mais um tempo aos dois. Ligamos perto do jantar se você realmente quiser se certificar que sua irmã não colocou a casa abaixo cuidando de Katherine. 

— É, talvez eu esteja exagerando… - devidamente vestidos, Nathan recolheu o cobertor e de mãos dadas retornaram para a casa.    


Continua....

sábado, 14 de julho de 2018

[Stanathan] Saying Sorry





Saying Sorry  

Autora: Karen Jobim
Classificação: NC17 – Romance 
Histórias: Stanathan – oneshot   
Quando: No futuro... 
Disclaimer: História de ship real em universo alternativo. Baseada em duas canções, mas não necessariamente uma songfic. Castle e Beckett não me pertencem...são da ABC yada yada yada... conteúdo criado para diversão, todos os direitos da autora reservados! 
Com a chocante demissão de Stana e o iminente cancelamento de Castle, eles se separaram sem ao menos dizer adeus naquele onze de abril. Seguiram suas vidas, suas carreiras, sem reencontros, sem palavras. Até aquele dia...  

Nota da Autora: Essa estava guardada há algum tempo, afinal ainda é assunto delicado. Escrevi a ideia para essa fic em quinze minutos após escutar minha playlist aleatória e ouvir duas músicas. Surgiu do nada, mesmo assim, me pareceu interessante. Vocês me conhecem e sabem do meu amor por Nathan e Stana, portanto em nenhum momento estarei tomando partido. Apenas criando os fatos e a minha storyline. Apenas para diversão. Se estão interessadas em saber quais foram as músicas: Hello – Adele e Say you're sorry – Sara Bareilles. Parece que elas sempre me inspiram! Enjoy! 






Saying Sorry

7 de maio 2021


Ela olhava para a folha de papel em branco a sua frente. A caneta entre os dedos aguardava o momento de tocar a superfície macia, esperava pelo suposto instante em que as palavras começariam a fluir de sua mente. Como era difícil! Não sabia como aqueles escritores conseguiam. Desejava ter o talento de Castle agora ou melhor o de Andrew. Suspirou. Talvez essa fosse a coisa mais importante e dolorosa que podia fazer. 

Havia uma pendência em sua vida. Demorara três anos para se convencer de um erro que cometera, outros dois para criar coragem de finalmente fechar uma porta que deixara aberta há cinco anos. Precisou de um longo tempo, anos em que vivera cheia de interrogações, dúvidas, sentindo-se miserável. Agora isso estava próximo de acabar. Viera até Los Angeles com esse propósito. Fechar a porta para que pudesse seguir em frente sem olhar para trás, para o passado. Precisava dar encerramento aquela parte de sua vida. Como alguns diriam, negócios inacabados. 

Exceto que não era um negócio nem tão pouco havia acabado para ela. Seu coração ainda batia diferente ao ouvir o nome dele. Ainda lembrava daqueles lábios apaixonados nos seus. Quase 10 anos desde o primeiro encontro de seus lábios e a sensação de arrepio no corpo continuava a assombra-la. 

Anos atrás cometera o maior erro de sua vida. Não havia como voltar no tempo e simplesmente apagar ou recomeçar. Por birra. Por raiva. Insegurança. O erro que cometera lhe custara as melhores coisas que aconteceram em sua vida. Às vezes, as pessoas ficam cegas, insistem em querer usar da mente, da razão para definir seu futuro. Ela insistiu no erro por cinco anos. Tempo demais. Agira como sua personagem insistindo em um relacionamento com um homem que não amava. 

Sempre fora uma pessoa medrosa quando se tratava de assuntos do coração. Indecisa ao extremo. Tanto que levou quase o mesmo tempo que fora infeliz para decidir que precisava contata-lo outra vez. Sabia que o magoara, sequer teve a chance de se despedir adequadamente. Afinal, acreditara não ser um adeus quando filmara diferentes finais para a oitava temporada. Ela tentara seguir em frente, tentara esquecer o passado, porém o passado insistia em cutuca-la seja com fotos, notícias ou menções ao nome dele. Mesmo a milhas de distância, ela periodicamente ouvia falar dele. Estava na hora de encarar seus medos. Fora a frase que a fez entrar naquele avião de volta a LA. 

Agora, ela estava sentada na pequena mesa de seu quarto de hotel querendo colocar em papel as palavras que diria a ele. Necessitada de um roteiro para não fracassar em sua missão. Ela ligaria para ele, primeiro para a casa, depois para o celular. Nem sabia se ainda era o mesmo. Se não atendesse, deixaria o recado na secretaria. Era um término. Não precisava ouvir a voz dele, mesmo que quisesse, não precisavam trocar palavras. Suspirou. A quem queria enganar? Era tudo o que desejava. 

Então, a coragem a encontrou e a caneta finalmente pôs-se a fazer seu papel. 

Duas horas depois, Stana olhava para o texto. Duas páginas. Como ela poderia dizer tudo isso a ele? Pegou o celular e discou. Quatro toques depois, o bipe soou. 

"Olá! Você ligou para Nathan Fillion, obviamente não posso atende-lo nesse momento. Deixe seu recado após o sinal e o capitão retornará sua ligação", o segundo bipe soou. Chegara o momento. Então, ela falou. 

Nathan chegara em casa extremamente cansado. Tivera um dia puxado de filmagens para o seu novo filme. A idade pesava. Tinha muita esperança nesse novo drama que faria ao lado de Lana Parrilla. Sempre quisera contracenar com a amiga e atriz, porém os projetos individuais de ambos, acabavam por atrapalhar as agendas. Finalmente conseguiram um bom roteiro, fariam par romântico. 

Engraçada a pergunta dela hoje no set, como fazia para ser tão natural entre ele e Stana. Lana não recebera a resposta verdadeira e nem soube o que a menção ao nome dela causara em seu coração. Ele disse que apenas transformavam-se em suas personagens. Sentiam Castle e Beckett. Por que essa lembrança agora? Cinco anos depois? 

Ele nunca a esquecera, não guardava mágoa. A dor foi embora ficando apenas o sentimento de saudade, de amor. Ele tivera outras namoradas, fingira seguir em frente, mas amar? Nenhuma delas. Stana fora e sempre seria o amor de sua vida. Aquela que ele deixara escapar. Oh, Lana! Por que você me fez lembrar disso agora? Ele serviu-se de whisky. Tomou a primeira dose e tornou a encher o copo. 

Reparou na luz piscando próximo ao seu link de comunicação. Seis mensagens. Estranho. Não lembrava a última vez que recebera tantas mensagens em casa, usava sempre o celular. Ao lembrar-se do aparelho, vasculhou os bolsos. Ficara sem bateria. Talvez por isso o número exagerado de ligações para a casa. Ao conectar o aparelho na tomada, reparou no número de ligações perdidas. Alguém queria muito falar com ele. Curioso, digitou a senha do comunicador. 78262. Não eram números aleatórios. Era o nome dela. A primeira mensagem o pegara de surpresa. 

"Oi, sou eu. Faz muito tempo. Ainda não sei de onde eu tirei coragem para ligar. Estou de volta a Los Angeles para verificar uns roteiros e pensei... Deus! Por que continua tão difícil após cinco anos? – sim, tomada pela emoção ela esquecera as páginas escritas – eu sinto muito. Demais! Pensei que o tempo tornaria tudo mais fácil, curaria as feridas. Não. É mentira." 

Um bipe soou indicando a segunda mensagem. Nathan respirou fundo. Resolveu sentar-se. A mensagem estava longe de terminar. 

"Apenas queria que tivéssemos um final. Um término em nossa história. Não há magoas. Nem ressentimento. O tempo que ficamos juntos está guardado na memória e... no coração. Nathan, me perdoe. Talvez não entenda porque demorei tanto para dizer isso, eu mesma não entendo. Quero que seja feliz, acho que você conseguiu isso, não? Isso me basta. Espero que esteja bem – ele ouviu o longo suspiro do outro lado – arrependimentos... estaria mentindo se não os tivesse, mas não posso voltar no tempo e consertar o que eu destruí. Sinto tanto por toda a dor, sofrimento que o fiz passar. "

Novamente, o bipe soou. O copo de whisky vazio. Ele pausou a máquina. O que exatamente Stana queria dizer com essa mensagem? O passado voltara a procura-lo após cinco anos, por que? Era uma espécie de término ou uma possibilidade de recomeçar? Voltou a servir-se de bebida. Apertou o play. 

“Desculpe por estar enchendo-o de mensagens. Pensei em ser breve, tinha um discurso pronto. Não funcionou, como sempre acontece quando penso em você. Mesmo cinco anos depois. Você está feliz e bem, um homem de sucesso, cheio de grandes projetos. Eu... – ela fez uma pausa – eu estou lidando com o tempo. Todos dizem que as cicatrizes curam com o passar dos anos. Estou cansada de esperar por isso. Esse foi o motivo de procura-lo. Não estou aqui para me declarar, mas sei que devia uma palavra para você. Preciso dizer que sinto muito, de verdade. Nunca imaginei que iria sair daquele estúdio sem me despedir adequadamente e não vê-lo outra vez. A demissão doeu, não tanto quanto a sua nota sobre ela ou o fato de que nunca mais o veria. Eu me isolei por muito tempo, remoendo meus erros. Talvez as palavras não importem...” – o bipe soou outra vez. Nathan olhava sério para o aparelho a sua frente. Tentava absorver o que ela dizia, seu significado. Não queria interpreta-las erroneamente, contudo seu coração batia acelerado. A voz dela surgiu novamente, dessa vez embargada. 

“Não devem fazer sentido algum após todo esse tempo para você. Eu sinto muito por ter partido seu coração apesar de achar que isso não o faz sofrer mais. Nada mudou para mim, Nathan. Absolutamente nada. Gostaria de ter coragem de dizer tudo isso pessoalmente, mas a ideia de não soar como um término me apavora. Espero que seja muito feliz. Você merece ser feliz, blue eyes... – a voz falhou – eu nunca o esquecerei. Eu tenho todas as lembranças. Adeus, meu eterno Castle, sou feliz por ser sua rainha na ficção. Adeus, Nate...” 

A mensagem acabava ali. Perplexo, Nathan olhava para o copo de whisky vazio. Ele não entendeu errado. Ela ainda não o superara. Cinco anos depois, dez se contar o tempo em que se envolveram. Um misto de raiva e dor corriam sob suas veias. Tempo. Essa é a desculpa de perdedores que nunca amaram de verdade. Tempo não adianta de nada quando se ama verdadeiramente. E ela o amara. Ainda ama. Teriam tempo de consertar o que um dia se quebrara? Superar as dores que causaram, as palavras não ditas? Ela falara em término. Porém, era realmente o fim? 

Não conseguia lidar com isso agora. Não esperava algo assim após cinco anos. Suspirou fundo. Tinha que digerir o que acabara de ouvir. Ele subiu as escadas rumo ao seu quarto. Foi diretamente para o chuveiro. Não se preocupou em deixar as roupas jogadas no chão. Optou por agua gelada. Era primavera e o dia tinha sido quente. Ficou debaixo do chuveiro por um bom tempo, as palavras dela rondando sua mente. 

Ele esperara tanto por ouvir notícias suas em todo esse tempo. Nunca acreditou que ela estivesse feliz após aquele casamento. Stana tentava demonstrar que estava tudo bem, porém ele a conhecia muito bem. Seu disfarce não o convencia. Mais do que isso, quando ela quase jogou a carreira no lixo querendo sair da série antes da oitava temporada, ele sabia que era por causa do ex-marido. Influenciada por ele, comprou uma briga feia com a emissora. Briga essa que acabou findando em sua demissão. Ele mesmo não acreditara quando lera o anúncio. 

Felizmente, eles tinham os fãs de Castle. Amorosos, devotados e por que não dizer fanáticos no bom sentido da palavra? Talvez ela quisesse sair fora, Stana voltara meio que obrigada a Castle. Por isso ele ficara chateado com ela. Porque não tivera sequer a chance de se despedir. Obviamente que com a saída de Stana, não ter Beckett na série era algo impensável. Ele admitia isso, mas quase fora parte de um fracasso. Essa, ele devia a todos os fãs de Castle por poupa-lo de um fiasco. 

Ela tanto forçou que tentaram criar Castle sem ela. Fora vítima de sua própria exigência. E mesmo querendo ir embora, havia uma parte dele que se perguntava porque ela nunca disse adeus ou pediu desculpas pela encruzilhada que criara para todos no show. Não apenas ele, Seamus, Jon, a equipe técnica, os escritores. Não era do feitio dela. Não era Stana. 

Fechou o chuveiro. Enrolou-se na toalha, a agua escorrendo dos cabelos nos ombros largos. 

Por que o coração é tão frágil, burro? Por que não poderia esquecer? 

A quem você quer enganar, Nathan? Seu coração nunca a deixou desaparecer. Sempre havia algo, um gesto, uma palavra, alguém que acaba trazendo as lembranças dela a sua vida. Como Lana hoje. Ela está presente em sua vida desde aquele dia em que o pediu para cortar aquela blusa. 

Stana entrou como um furacão, sem pedir licença e ali ficou. 

Ele fitava a cabeceira da cama onde um porta-retratos digital passava ininterruptamente fotos dele com amigos, o irmão, família, de alguns trabalhos. Olhando para o objeto, ele sorriu. Seguiu para sua biblioteca. Em um tempo onde a maioria lia best-sellers em aparatos eletrônicos, os livros físicos tornavam-se relíquias, ele mantinha alguns tesouros que coletava durante os anos. 

Na parte de baixo de sua estante, havia os livros de Castle. Ele puxou o Frozen Heat. Sentou-se na cadeira e abriu-o na página da dedicatória. Ali, estavam fotos dele e de Stana. Umas de photoshoot, outras de bastidores e algumas individuais, de momentos íntimos. Havia uma que era sua preferida. Ela totalmente sem maquiagem, usando uma camiseta sua de super-herói e os cabelos soltos sem qualquer trato. Ele lembrava que tirava essa foto com seu celular cedo pela manhã. Ela acabara de acordar. Stana ao natural, linda como sempre. 

Ao tirar todas as fotos de dentro do livro, admirando uma a uma, ele se deparou com o ingresso do show do Duran Duran que foram juntos em 2008, agora com a assinatura de ambos. Sim, ele arrecadara-o no leilão que ela fizera anos atrás. Nunca dissera para ela. Outro tesouro estava registrado ali. A página da dedicatória. Seu dedo alisou a superfície onde ela um dia escrevera. “I love you, Nate.XS.” Sorriu. 

Levantou-se e voltou a sala. Com os olhos fixos no aparelho, ele ponderava seu próximo passo. Cinco anos. Não podia deixar umas mensagens serem a forma como encerrariam aquela história. Talvez a vida estivesse lhe mostrando que era possível ter uma segunda chance. Nem que fosse para esclarecer aquilo que ficara sem explicação. Se isso era o suposto término de tudo, ele queria confronta-la. Face a face. Não com mensagens através de uma máquina. Queria olhar nos olhos dela. 

Ele se aproximou do aparelho, verificou o número discado. Anotando-o em um papel, ele respirou fundo antes de conectar. Logo ao primeiro toque, ele ouviu uma voz solicita do outro lado. 

— Marriot Suites. Charles falando. Como posso ajudá-lo? 

— Eu gostaria de falar com o quarto da Srta. Stana Katic. 

— Certo, e a quem devo anunciar? 

— Não precisa, ela sabe quem está ligando, espera a ligação – ainda incerto sobre não anunciar o suposto estranho, ele repassou a ligação. Nathan ouviu a voz doce do outro lado dizendo alô – hey, sou eu. Recebi suas mensagens – ela teve que sentar-se. As pernas tremiam, fora pega completamente de surpresa. 

— Nathan... – o nome dele saiu como um sussurro. Era difícil achar as palavras. 

— Ouvi cada uma delas, Stana. Das palavras. Por isso estou ligando. Você mencionou término, fim. Também falou que não pode se despedir adequadamente. Eu somente aceito tudo o que me disse se você se encontrar comigo. Falarmos sobre tudo frente a frente. 

— Nathan, isso não... pode acontecer, não é uma boa ideia. 

— Como você quer dar um fim a tudo isso após cinco anos e não consegue ao menos me encarar? Não sou nenhum monstro, Stana. Um café. Prometo não tomar muito seu tempo. Pode ser inclusive em seu hotel. 

— Não, eu conheço um lugar em Los Angeles onde não seremos incomodados. É discreto. Pode anotar o endereço? – ela recitava as palavras não acreditando no que fazia. O coração estava prestes a saltar pela boca. Não fora assim que ela imaginara, não era para encontra-lo. O sentimento, contudo, era mais forte que ela. 

— Está anotado. Amanhã as três da tarde. Esteja lá, Stana. 

— Estarei. 

Ao desligar a ligação, ela suspirou. O que estava fazendo? Não planejara encontra-lo. Não queria. Havia uma razão para ter escolhido deixar as mensagens. Não era porque não queria encara-lo, era exatamente por medo que evitara. Medo de não responder por si, medo de sentir seu coração despedaçar-se em mil pedaços. Cinco anos era tempo demais para magoas. Ele certamente tinha várias verdades para dizer a ela, palavras que ficaram entaladas. 

E se esse encontro lhes causasse mais sofrimento do que alivio? E se fizesse do término uma jornada dolorosa em busca do perdão? 

Dividida entre o que seu coração e sua mente desejavam, ela adormeceu. 

Le Petit Café – 3:15 pm

Nathan acabara atrasando-se um pouco devido ao transito. Ao entrar no café, não precisou de muito esforço para localiza-la, afinal ela era uma mulher inesquecível em sua opinião. Fazia tempo que vira uma foto dela, não sabia ao certo o que esperar. Aproximou-se da mesa onde ela estava, fitando o céu pela janela. 
— Stana? – quando ela virou, ele não pode evitar o suspiro. Ali estava a mulher que tomara seu coração. Os quarenta anos não importavam, ela continuava linda. Havia poucas marcas de idade, a testa, o canto dos olhos, o traçado marcado devido ao belo sorriso. Ainda assim bela. Os olhos estavam particularmente verdes. E, não pode deixar de notar, um pouco tristes, apagados. 

— Nathan... – ela mordiscou o lábio ao vê-lo. Um gesto característico dela. Percebia os fios brancos misturados ao cabelo castanho. As marcas da idade no rosto, mas ele era como vinho. Ficava melhor com o passar dos anos. Estava bem mais magro, os braços e o peitoral continuavam desenvolvidos. Podia ver pela camisa polo que usava. Os olhos azuis profundos tinham um brilho que ela não conseguia definir. Para ela continuava charmoso, como há anos atrás. 

— Posso te pagar um café? – ele sentou-se de frente para ela. 

— Pode, obrigada – a garçonete aproximou-se e perguntou o que gostaria de beber e comer. Após escolherem, ela se retirou. Nathan permaneceu calado, apenas a observando. Era como se estivesse tentando gravar em sua memória cada traço de beleza daquele rosto. Sentiu o coração acelerar com aqueles olhos a fitando. Aquilo intrigou Stana, porém, somente após eles estarem com seus cafés e alguns muffins sobre a mesa, foi que a conversa realmente começou.  

— Está de volta a Los Angeles a trabalho? Filmes, acredito. 

— Sim, tenho que avaliar alguns roteiros. Um deles é filmado aqui, o outro em Nova York e mais dois que terão locação na Europa. Há uma possível minissérie para a tv fechada. 

— Parece que você está cheia de opções, mas aposto que as suas preferidas estão na Europa, não? Está há quanto tempo morando em Paris?

— Quase três anos. Precisava de novos ares e como tive uma oferta para filmar e fazer algumas fotos para Ferragamo outra vez... ao contrário do que você pensa, estou pensando em voltar. Por isso quis vir conversar pessoalmente com as pessoas por trás dos scripts. 

— Sei. Mudar faz bem. Eu acho. Nunca mais sai daqui desde que deixei Nova York. Não sei se me adaptaria em outro lugar. O máximo que fiz foi me mudar temporariamente para Vancouver para filmar dois longas. 

— Mas continua viajando? 

— Sempre que possível, não tanto quanto você. A rainha das viagens – ela sorriu. Ele tomou outro gole do café, viu que ela beliscava um dos muffins. Como sempre, não resistia a doces. Ele sabia bem disso. Não escolhera os sabores à toa, blueberry e red velvet. Sabia que quebrara um pouco do gelo, porém precisavam iniciar a conversa árdua. O real motivo de estarem ali. Antes que conseguisse, ela tornou a falar. 

— Você está filmando agora, não?

— Sim, um drama romântico com Lana. Finalmente conseguimos trabalhar juntos – Nathan tornou a fazer uma pausa e fita-la para somente em seguida retomar a conversa – Stana, por mais interessante que seja falar de nossos projetos, não viemos aqui para conversar sobre como estamos agora. Nosso objetivo é falar sobre o que aconteceu, repassar algo que ficou no ar por cinco anos, estou certo?

— Está.... Nathan, eu queria – ele a interrompeu. 

— Por favor, Stana. Você começou a conversa com aquelas mensagens. Será que posso responder a elas? Afinal, fui eu quem pediu esse encontro, não? 

— Tudo bem – concordou mesmo estando receosa quanto ao que ele diria. 

— Não será uma conversa fácil, nem rápida. Estamos falando de algo que aconteceu há cinco anos, porém que vivemos por oito temporadas e longas horas de filmagem e convivência. A primeira coisa que me vem na cabeça são os últimos dias de filmagens. Claro que até aquele momento, ambos não sabíamos nossos destinos. Você sequer me comentou se estava negociando um novo contrato. A verdade é que no fundo eu imaginava que você não voltaria. Você não queria desde a temporada passada. Também não posso dizer se era sua escolha propriamente dita. O fato é que você se foi sem dizer adeus. 

— E-eu não sabia.... – ele apenas olhou para Stana, ela entendeu que não era sua vez de falar. 

— Se quer saber, eu sabia que você iria embora, pularia fora. Era seu desejo desde quando Marlowe se fora também. Você acha que eu também não queria deixar tudo para trás? Podíamos ter terminado com a série ali, mas não. Eu acabei me convencendo que podíamos fazer mais. Assinei. E quando estávamos todos prontos para voltar, soubemos que você ainda não renovara. Até hoje me pergunto se a decisão foi sua ou de seu marido. Estou falando a verdade, Stana. Porque você pode não acreditar, contudo eu queria ir embora também, mas queria que assumisse o que fizera. Você forçou uma temporada que não devia ter existido com suas exigências. Agora não importa. Tudo o que queria era que dissesse que sentia muito. 

Ele tomou um pouco de café. 

— Quando saiu a notícia de sua demissão, nossa! Você não teve ideia do que eu pensei. Você acha que eu gostei do que aconteceu? Tem alguma ideia do quanto foi difícil escrever aquela nota tão impessoal sobre você e posta-la no twitter sob uma enxurrada de fãs culpando a mim pelo que acontecera? Passei pelo babaca idiota, sexista e imaturo. Foram tantos insultos e palavrões que nem saberia repeti-los. Não me importava. Tudo o que queria era saber como você estava. Porque você pode negar o quanto quiser, eu sei o que Castle significou em sua vida. Você estava triste e eu não podia fazer nada. 

— No fim, não era sua culpa ou minha. Sim, você cometeu um erro. Você forçou algo que obrigou a emissora a tomar uma decisão. Ela só não contava que os fãs iriam tornar aquilo um ataque pessoal. Doeu ver tudo ruir daquela forma. Por não sabermos nossos destinos, acabamos sem uma despedida apropriada. E eu fiquei esperando você dizer que sentia muito. 

Ela fitava-o. As mãos inquietas viajavam da mesa ao colo, sem encontrar lugar certo. Ansiosa demais para ter o controle do próprio corpo. Os olhos dele pareciam tão intensos. Ele fazia questão de massacra-la com o olhar. Foi por isso que baixou a cabeça. Ele estava certo em tudo o que dizia. Fora seu erro que os levara ao fim tão abrupto. Não apenas o erro do contrato, mas o erro que cometera com Nathan. Negando seus sentimentos. Brincando com os dele. 

— Olhe para mim, Stana. Por favor... – ele esperou que ela tornasse a encontrar seu olhar – por mais que seja difícil, temos que dizer tudo o que precisamos. Naquela época, faltou diálogo, faltou conversarmos. Se tivéssemos feito isso, talvez tivéssemos evitado a enxurrada de culpa, dor e teríamos dado um fim pertinente a nossa história, dentro e fora das telas. Veja bem, eu não me importava por estar desempregado, ser liberado para tocar qualquer projeto que quisesse, aquilo foi bom. Afinal, a quem queríamos enganar? Castle não funciona sem Beckett. Qualquer um que conheça a série diria a mesma coisa, até hoje não entendo porque a ABC insistia tanto em renovar o show. Talvez a cabeça daquela nova presidente fosse diferente das nossas. 

— Creio que tudo desandou quando você resolveu se casar as escondidas. Sem convidar ou avisar ninguém. Não que eu esperasse um convite. Não que importasse, não para mim pelo menos. Não vou negar. Você me fez sofrer. Vivi um inferno durante muito tempo. Levei um longo período para me recuperar, para me sentir melhor e mais confiante. Esquecer? Nunca. Impossível. Não foi por falta de tentativa... 

Ele passou as mãos nos cabelos. Podia parar de falar porque nesse momento sua vontade era de simplesmente declarar o que sentia. Sem rodeios, sem mais improvisações. Somente a verdade. Era arriscar alto, mas não fora por isso que viera até ali? Ao invés disso, ele tornou a comentar sobre o fim do show. Só que era de maneira ambígua. 

— Sabe, antes ou depois da cortina se fechar eu esperava que você me dissesse ao menos “sinto muito”. Mas, cinco anos depois? Foi certamente uma surpresa. Por isso eu não aceitaria simplesmente mensagens de voz. Tinha que vê-la. Ficar frente a frente. Encarar a você, a tudo. 

Finalmente ele calou-se por um tempo. Ela suspirou. Estava completamente atarantada diante das palavras de Nathan. Ele não medira nada. Sabia que ele ficara chateado, não imaginava o quanto. 

— Eu o magoei de verdade... você me culpa pelo que aconteceu. A demissão, o cancelamento de Castle... por tudo. Nunca a vítima, sempre a vilã, é isso?

— Vilã? Não aos olhos dos fãs e dos jornalistas, já eu... não a culpo pelo fim de Castle, não te culpo por escolher outro caminho. Eu culpo esse maldito medo que te assombra, essa droga de indecisão que foi responsável por cada passo errado que você deu, simplesmente nos anulando. Não falo de emprego ou série. Falo de nós, Stana. Nós! – a voz saíra um pouco mais alta do que pretendia. Não se importou. Ela o fitava boquiaberta. 

— E-eu... você... isso foi um erro. Não devia ter concordado com esse encontro – ela se levantou da mesa, virando-se de costas pronta para ir embora. Nathan, porém, fora mais rápido. Levantou e segurou-a pelo braço. 

— Não, você não vai fugir outra vez. Você fugiu da verdade por cinco anos, está na hora de encara-la – em câmera lenta, ela virou erguendo os olhos para fita-lo. Havia lágrimas em seus olhos. O toque dele lhe causava arrepios. Fazia muito tempo – deixamos aquele estúdio sem saber o nosso destino. Filmamos uma última cena e simplesmente nos separamos, cada um para um lado, quando voltei a sala dos escritores perguntando por você, Alexi me disse que você já tinha ido. Nem ao menos um “adeus, idiota, tenha um bom hiatus”. Sabe como me senti? Claro que não. Estava muito preocupada em sumir no mundo com o seu marido para evitar o confronto. Insistindo que é feliz quando mantinha uma droga de relacionamento de conveniência. Você gostou dele um dia, ama-lo? Duvido. 

— Você não pode falar dos meus sentimentos. Você quer inferir sobre algo que não sabe. 

— Então, me diga você. Estávamos de volta ao estúdio, tivemos dois dias a mais de gravações que um episódio normal. Eu e você. Havia um mistério no ar, porém ambos somos inteligentes. Liamos nas entrelinhas e não me diga que não. Sejamos francos, Stana, por que gravar uma cena com tiros e a suposta morte de Castle e Beckett para servir de potencial cliffhanger? Poderia não ter as respostas oficiais, mas você sabia que existia a possibilidade de não voltar. De você não voltar e ainda assim escolheu não se despedir. Simplesmente saiu pela porta como se amanhã estivesse de volta. É, você não faz ideia do que eu sofri – a voz dele exaltada. 

— Está dizendo que eu aceitei tudo numa boa? Quer saber? Esse não é o melhor lugar para discutirmos isso.

— Tem razão. Quer voltar para o seu hotel? Podemos ir para a minha casa. 

— Nathan, eu não acho...

— Nem pense em escapar, se quer território neutro, tudo bem. O hotel será – ela o observou por uns segundos, ele não ia desistir. Droga! Fora ela que começara tudo isso. Precisavam terminar, não?

— Tudo bem. Vamos para o hotel – ele pagou a conta e deixaram o local. No carro dele, Nathan prestava atenção a direção. Não houve troca de palavras. Era como se tivessem dado pausa a discussão. Com o canto do olho, ela se pegava admirando-o. Gostava da forma como pequenas rugas formaram-se em seus olhos. A parca barba dava evidência de que começava a crescer. Havia pelos brancos em seu queixo. Observou as mãos lembrando-se do toque. Como ela amava aquele toque. Era algo tão distante e agora tão próximo. Ela podia sentir o cheiro dele, a mistura do perfume amadeirado com seu próprio odor. 

Olhando para a rua, tornou a pensar nas últimas palavras dele. Fora embora sem dizer adeus. Essa conversa estava longe de acabar e Stana temia que o resultado ferisse ainda mais a ambos. Finalmente, ele parou quase em frente ao hotel. Desceram do carro, adentraram o lobby e subiram para o andar onde ela estava hospedada. Oitavo andar, quarto 847. Ele sorriu diante da ironia. Assim que entraram, ela perguntou se ele queria alguma coisa para beber. Ele recusou. Ficou de pé observando as atitudes dela. Stana sentou-se na cama, desconfortável em estar em um quarto de hotel prestes a retalhar seu passado e talvez ferir outra vez o amor de sua vida. 

— Tudo bem, estamos aqui. Podemos retomar de onde paramos. Eu acredito que você ia me dizer algo sobre a sua saída de Castle, como a sua demissão a fez sentir. Vou deixa-la continuar. 

— Não acredito que tenha pensado que aceitei tudo o que aconteceu numa boa. Foram oito anos, Nathan! O fato de ter sido demitida, de ter virado manchete em cada site, ver meu rosto estampado em cada rede social, você acha que estava ótimo, que eu queria aquela publicidade? Óbvio que não! Eu tinha que sumir... e ainda assim eu fiquei. Ver os fãs desnorteados, sofrendo. Ver oito anos de trabalho prestes a serem jogados no lixo porque ao contrário de mim, você queria continuar, Alexi queria continuar, ninguém se importava com a saída de Beckett, com a história que Terri e Marlowe criaram. 

— Não? Tem certeza? Por que eu sei qual foi a verdade. 

— Ah, excelente! Você é ótimo em passar a responsabilidade para os outros. 

— Você quer falar de responsabilidade? Não fui eu quem provocou a emissora, não fui eu quem cometeu o erro. Quer saber o real motivo de Castle ser cancelado? Os fãs tiveram um peso enorme nisso, a mídia e os anunciantes. Eu voltei ao estúdio da ABC naquele seis de maio para negociar um novo contrato. Eu redigi um novo criando um adendo. Eu renovava, porém não iria interpretar Castle – ela arregalou os olhos, a boca seca abriu-se diante da revelação – isso mesmo. Eu me neguei a interpretar o personagem sem sua musa. Disse para a ABC que eles não tinham ideia do que estavam fazendo. Estavam prestes a entrar no maior fiasco do mundo das séries e eu não queria ter meu nome atrelado a isso. Aquela nova presidente não pensava em outra coisa além de promover as séries da Shonda. Tentaram argumentar dizendo que eu teria toda a atenção, boas histórias. Eu bati o pé. Continuei dizendo não. Eles pediram um dia para pensar. 

— Mas se você disse não, por que pareceu agir surpreso e tão apático no twitter? 

— Porque três dias depois eu recebi uma ligação pedindo para eu retornar ao estúdio. Eu fui. Eles tiveram a audácia de me oferecer mais dinheiro. Eu retruquei, se tem dinheiro por que demitiram minha parceira? Por que demitiram Stana? Então eles disseram que não era por causa do dinheiro, era pelo que você acabara criando desde o ano anterior. Só que eu já desconfiava disso e não aceitei o cache que me ofereceram. Disse a eles que se queriam alguma dignidade para honrar nosso trabalho e aos fãs, que cancelassem a série. 

— Mas, e quanto aos outros? E quanto aos empregos? 

— Ah, por favor! Você acha que a série ia se sustentar apenas comigo? Se duvidar seriam obrigados a cancelar depois do terceiro episódio. E quanto a esse lance de emprego, pura hipocrisia! O que não falta em Hollywood são novas séries e novos filmes. Se você é bom, não fica desempregado. Alguns escritores na época estavam levantando essa bandeira porque queriam trabalhar com Alexi e não conseguiram algo melhor. Todos os bons pularam do barco. Era um verdadeiro Titanic da televisão, Stana.

— Mas você pareceu tão seco na sua resposta ao público no twitter... eu não imaginava...

— Essa foi a outra parte do acordo. Tive que parecer agradecido, porém indiferente. Agir como o babaca que sempre fui, para que a ABC não sofresse mais retaliações. Os dias seguintes foram um inferno. Eu estava lidando com a repercussão da notícia para os fãs, Michelle cheia de problemas, não conseguia me concentrar direito e ainda tinha você. Sabe quantas vezes eu pensei em ligar? Na verdade, eu liguei umas três ou quatro. Não do meu número, porém não deixava você atender. Se você pudesse ver o homem por trás da máscara, veria o quanto eu sofri. Você já sabia que podia ter esse fim. Você procurou isso. Tudo desandou desde que você se casou, Stana. Eu não sei que tipo de exigência seu marido fez, mas você quase jogou sua carreira no lixo. Teve sorte deles a demitirem, foi um movimento errado da emissora que fez bem para você. Gostaria de entender porque você desistiu. Você, que amava Beckett e Castle mais que qualquer um ali. 

— É complicado. Eu pensei que com o cinema, os filmes, minha produtora, eu precisasse de mais tempo. Quando vi o quanto Alexi estragou a história era tarde demais para voltar atrás. Metade da temporada já se fora, eu recebera minhas exigências e estava me sentindo descartável. Aparentemente, os únicos que não concordavam eram os fãs. Queriam e brigavam por mais Beckett e Castle na tela. Alexi não os escutou. 

— E ficou desempregado e com mais uma mancha no currículo. Só que você não respondeu minha pergunta. Foi ideia do seu marido, não? Quanto menos você convivesse comigo, melhor. Pode falar, eu sempre soube. Ele nunca gostou de mim, nunca me engoliu. 

— Claro que não. Você namorava a mulher dele! Nós ficamos juntos, Nathan! Você não se sentiria do mesmo jeito?

— Sim, mas daí a arriscar sua vida profissional, impor condições? Que amor era esse? Ah, claro! Na verdade, nunca fora amor. Inveja, mesquinharia, fraqueza, isso sim. E você sempre soube disso, mesmo assim aceitou. Casou-se. Me peitou. Por birra, Stana? Para tentar provar que poderia ser feliz sem mim? 

Ela ficou calada. Tudo o que temia, a confrontação. A pergunta deixada no ar sobre eles. Ainda estava surpresa com a história por trás do cancelamento de Castle. Não imaginara isso. 

— Droga! Admita! Foi você que acabou com o nosso relacionamento. Você disse que não daria certo. Você me dispensou. Meses depois, voltou com seu ex-namorado, seu caso antigo. Também não estava dando certo, por que seria? Achei que você o amasse... então, você me procurou no início da sétima temporada, lembra? Acho que aquele lance de casamento mexeu com você. Acha que eu esqueci dos seus beijos naquele episódio da Dara? Não era a Beckett ali, não – ele sorriu resignado – era a Stana tentando me virar a cabeça outra vez. Quando eu resisti, disse não próximo ao hiatus do natal, você simplesmente decidiu esquecer. De repente, aparece casada. 

— Eu tentei voltar... você disse não. 

— Tentou? Por que eu acho que estava no meu direito de dizer não depois de tudo que já sofrera por sua causa. Eu disse não com o coração partido. Você apenas o esmigalhou em mil pedaços quando se casou meses depois. Você podia ter tentado falar comigo, demonstrado que estava disposta a arriscar. Viver o que sentimos. Mas Stana Katic não se arrisca pelos seus sentimentos, aprendi isso de forma dolorosa. Prefere sofrer, viver uma vida medíocre do que correr atrás da sua felicidade. Estou curioso, Stana, por que seu casamento terminou? 

— Você sabe porquê. 

— Sei? Acho que não. Por que não me conta? – ele queria força-la a falar. Queria que ela abrisse seu coração. Porém, conhecia a mulher a sua frente, mais do ela era capaz de imaginar. Ela estava inquieta. As mãos não paravam. Levantou-se da cama virando as costas para Nathan. Sabia que ela estava tensa. Para não pressioná-la mais do que já fizera, ele achou por bem sentar-se na cama. Passou a mão nos cabelos. Nada era fácil entre eles. Nathan estava ali, arriscando tudo até o pior que era perde-la para sempre. Por que Stana não podia admitir o que sentia, o que estava estampado em seu olhar? 

— Porque não deu certo. Era complicado. 

— Você pode fazer melhor que isso. Diga a verdade, diga que não o amava. 

— Como disse. Você sabe porque, sim eu não o amava. Satisfeito? 

— Não ainda. Como expliquei, eu passei por um inferno para me recuperar de todo o baque. Naquele momento era real. Você sumiria pelo mundo e eu não a veria, talvez nunca mais. Doeu muito. Cancelei compromissos. Tentei agir naturalmente. Tinha conquistado um ótimo papel em Guardiões precisava me concentrar para me transformar na personagem e tudo que pensava era você. Desisti do filme, fiz mais trabalhos. Demorei para me recuperar da rasteira que levei da vida. Tive tanta raiva, mas ela também se dissipou porque no fundo, Stana, o coração é bandido. Ele manda sempre. 

Ela o escutava de costas para ele. Nathan suspirou. 

— Olhe para mim, Stana. Por favor... não posso dizer o que quero sem olhar para você – ela mordiscou o lábio, virou-se devagar. Viu que ele estava sentado na cama – você pensa que pode avançar, superar. Muitas coisas na vida acontecem assim. O problema é que quando o coração está no comando, ele não desiste. As pessoas deixam o medo as dominar, por causa disso cometem erros, grandes burradas. Eu lutei demais para tirar você do meu coração. Dia após dia, tentava me convencer que se mantivesse a mente ocupada, seria fácil. Porém, quando você me deixou de verdade sabendo que não a veria mais após aquela confirmação há dez anos, me dei conta que travaria uma batalha perdida. Eu acreditava que tudo que eu precisava era ouvi-la dizer “sinto muito”. Estava me enganando. 

— Queria poder dizer que foi fácil. O problema é que quando você foi embora, não me disse que eu sofreria tanto por não tê-la próximo. Eu vivia como podia, a cada dia que passava era apenas um a mais, sempre me lembrava o anterior. Deus! Esquece-la foi uma das piores coisas que já tive que fazer. Eu fracassei. Meu coração me traiu. Não encontrei nenhuma maneira de esquece-la porque... – ele levantou-se da cama indo ao seu encontro. Tomou as mãos dela nas suas. Os olhos azuis intensos encontraram os dela. Viu quando Stana engoliu em seco – a verdade é uma só: é inevitável te amar, Stana. É mais forte que eu. Eu ainda a amo, loucamente, completamente. Você é o amor da minha vida, aquela que deixei escapar... 

— Nathan... – a voz saiu como um sussurro – eu... e-eu esperei cinco anos para dar fim a nossa história e agora... você...

— Agora é o momento de encarar a verdade, Stana. Cinco anos que nos sacrificamos, nos lançamos no mundo acreditando que nossas escolhas foram as certas. Vivendo de lembranças. Não importa o que fizemos nesse período. Pense no hoje. É realmente o fim de tudo o que você quer? 

— Não... nunca! Meu deus! Quando eu peguei aquele número, eu queria um término, virar a página, somente na superfície porque eu queria acreditar que você não ia querer nada comigo. Você seguiu sua vida. Teve relacionamentos, você mesmo disse que não era o tipo para casar, então assumi que estava bem. Sempre esteve. Ao contrário de mim que estive um verdadeiro desastre emocional esses últimos anos. Como podemos ser tão idiotas? Como eu pude ser tão idiota! – ela passou as mãos nos cabelos, livrando-se do contato com Nathan. Os olhos estavam mudando de cor, entre o verde e o amendoado. Estavam cheios de lágrimas. 

— Eu te amo, Nathan. Nunca deixei de te amar. Eu fiz tudo errado, exatamente tudo. Sinto muito nem começaria a descrever todo o mal que causamos a nós... é muito pouco – as lágrimas desciam pelo rosto – se eu pudesse voltar atrás, se pudesse apagar toda a dor, toda a decepção que coloquei em seu olhar, eu faria... – ela baixou a cabeça, chorava ainda mais, o corpo tremia, começava a soluçar. Nathan ficou atônito diante da cena a sua frente por alguns segundos. Então, indo até onde ela estava, abraçou-a ternamente. Enterrando o rosto no peito dele, ela continuava a chorar copiosamente. 

Ficaram um bom tempo na mesma posição. Ele não queria deixar de tê-la em seus braços. O choro começava a cessar. Nathan dava-se conta de que a verdade que tanto queria ouvir viera à tona. Seu coração estava aliviado, mas ainda apreensivo simplesmente porque admitir seu amor não significava que ela estivesse disposta a ficar com ele, a retomar o que tinham antes. Claro que não seria igual. Ambos estavam mais velhos, amadureceram, possuíam experiências diferentes de vida. Teriam que recomeçar. Ele estava disposto a isso. Começar do zero, como se fosse a primeira vez. A questão era: e ela? 

Stana se afastou um pouco do abraço dele. Havia esquecido o quanto era bom estar em seus braços, sentir o calor, o toque das mãos sobre suas costas. Não sabia o quanto precisava e sentia falta dele até aquele momento. Ela o fitou, o rosto marcado pelo caminho deixado pelas lágrimas. 

— E-eu não sei o que fazer agora... eu simplesmente não sei...

— Você está se referindo a nós ou a sua vida? 

— A nós... eu demorei cinco anos para criar coragem de encontra-lo e agora, estou na sua frente, destruída e sem saber o que fazer. Não somos as mesmas pessoas de antes, Nathan. Tudo mudou. 

— Você tem razão, não somos os mesmos. Temos diferentes cargas, experiências de vida, mas o amor, Stana? O amor não se destrói ou se apaga quando é verdadeiro. Nosso amor resistiu esses cinco anos bravamente. O que precisamos é de um recomeço, olhar tudo como se fosse a primeira vez. Escrever uma nova história. Se estiver disposta a escreve-la ao meu lado... – ela suspirou, um pequeno sorriso surgiu no canto dos lábios. 

— É ridículo, mas eu não sei como fazer isso. 

— Eu sei – ele ergueu o queixo dela obrigando-a a fita-lo. Os olhos estavam completamente amendoados e ainda cheios de lágrimas. Nathan acariciou o rosto dela. Havia uma certa ansiedade atrelada a uma timidez estranha. Eram cinco anos sem se ver e tantos mais sem se tocar realmente. Sem beijos, caricias. Por mais amor que sentissem o momento que se aproximava poderia ser considerado uma nova descoberta. Stana fechou os olhos, ciente do que ele estava prestes a fazer. Ao sentir os lábios dele tocando os seus, uma descarga de adrenalina deixou seu cérebro espalhando-se pelo corpo inteiro, causando-lhe arrepios. Vagarosamente, ele sorvia-lhe a boca. O beijo era carinhoso e embora fizesse muitos anos que não beijava aqueles lábios, havia naquele encontro uma sensação de deja vu, de conhecimento. Era uma espécie de flashback. Sim, a princípio pareceu diferente, porém em realidade nada mais era do que o choque de estar acontecendo outra vez. 

Então, ela não quis ficar na recordação. As mãos avançaram para o pescoço dele e aprofundaram os lábios enviando a língua para prova-lo. O contato ganhou um novo nível. As mãos de Nathan avançaram pelas costas dela acariciando-a, trazendo-a para perto de si, unindo seus corpos. 

Os lábios não cessavam as caricias. Nathan estava sobressaltado com a mistura de sentimentos que sentia. Era como se estivesse bêbado e quisesse se afogar ainda mais na bebida que era ela. Entrelaçando sua mão a dela, ele a guiou para perto da cama. Stana esperava que ele provavelmente a colocasse na cama. Ao invés disso, ele sentou-se de frente para a bela mulher, ficou admirando-a por alguns segundos e vagarosamente ergueu a blusa que ela usava sobre sua cabeça. Suspirou. 

Stana usava um sutiã preto de renda. Ele prendeu a respiração ao rever seu colo. Ainda recordava-se da pele macia e cheirosa na qual ele adorava enterrar o nariz. Podia ver algumas marcas de sol e apesar da idade, ela estava muito bem. Ele praticamente não via diferença. Desfez o fecho do sutiã e jogou-o ao chão. Os seios pequenos e bem moldados o fizeram gemer baixinho. Nathan colocou as mãos na cintura dela e devagar foi aproximando-as de onde realmente gostaria de estar. Ambas estavam na lateral do corpo na altura dos seios. Seus polegares roçaram nos mamilos enquanto a mão moldava-se na curvatura dos seios. Stana soltou um suspiro seguido de um gemido. Automaticamente fechou os olhos. 

Então sentiu o toque dos lábios dele em um dos mamilos, beijando-o, repetindo o mesmo gesto umas três vezes no seio antes de virar a cabeça para provar o seu par. As mãos continuavam apalpando-os, sentindo-os. De repente, ele deixou sua cabeça pender entre os seios antes, porém, ele beijou-lhe a pele, pode sentir um aroma conhecido embora um pouco diferente. Diante do gesto dele, ela acariciou-lhe o cabelo como tantas vezes já fizera no passado. As mãos ainda tremiam ao toca-lo. Incertas se deveriam, loucas para não se livrar do toque. Indecisão era um sentimento que ia e vinha. Mas, Deus! Como ela queria ter aquele homem dentro de si, como ansiava por se perder com ele. 

— Nathan? Tudo bem? – devagar, ela o viu mover a cabeça. Ao fita-la outra vez, ela percebeu que estava emocionado – hey... o que foi? Está arrependido? Decepcionado? Por favor, fale... – ele sorriu para Stana. 

— Você continua bela. Perfeita. Só que eu não imaginava... somente em sonho achei que conseguiria toca-la outra vez, Stana. 

— Não é um sonho... tem certeza que está tudo bem? Não está na verdade decepcionado com tudo após esses cinco anos?

— É claro que não. Como poderia? Você é uma mulher incrivelmente linda. Seu corpo, seu gosto, seu cheiro. Apesar de que está diferente. Seu cheiro. Ainda é doce, toques de vanilla, mas...não parece o mesmo – ela sorriu. 

— Como você é capaz de lembrar desse detalhe? 

— Eu me lembro de tudo sobre você, Stana. Tudo. 

— Eu mudei. O perfume. Você tem razão, ainda é vanilla, porém diferente – ele acariciou o estômago dela, tornou a beijar o meio dos seios antes de erguer o rosto na direção dela – você tem roupas demais, Nathan – ele afastou-se. Tirou a camisa polo mostrando o peito. Stana prendeu a respiração. Ali estava o peitoral que ela aprendera a admirar. Os bíceps, os músculos, os ombros. Percebeu uma cicatriz que não conhecia. Tentada, ela se deixou levar e usou as mãos para toca-lo. Começou suavemente. Os dedos deslizavam sentindo o calor, a textura da pele. Ela podia ver o coração batendo forte no peito. Vivo. Emocionado. Quando os dedos deslizaram sobre o ombro direito desenhando a superfície da pequena cicatriz, ela olhou para ele. 

— O que foi isso? 

— Uma pequena cirurgia que fiz. Para tirar uma luxação e consertar um ligamento. Isso foi no dia da final de Castle. 

— E-eu tive alguma coisa a ver com isso? O fato de você me carregar em cena e...

— Não. Isso vem da minha juventude. Natação e basquete. Com a idade, agravou e tive que tratar. 

— Eu gosto – sorriu inclinando-se na direção do ombro e beijando a cicatriz. O gesto fez Nathan gemer. A virilha doía, o membro excitado sofria sobre a calça. Stana percebeu a aflição dele assim como também observou a veia pulsar no ritmo das batidas do seu coração excitadas, ansiosas. Roçou os lábios pelo ombro até o pescoço depositando um beijo atrás da orelha dele. Nathan não resistiu. Agarrou-a pela cintura e trouxe-a junto consigo sorvendo seus lábios. Colando pele contra pele. O contraste do calor de seu corpo com a frieza da pele dela causava faíscas. Ele a colocou deitada sobre o colchão. Erguendo-se da cama, livrou-se da calça jeans e do boxer. Estava completamente nu agora. Ela sorria. 

Ele estava bem mais magro do que ela podia lembrar, mas ainda tinha uma barriguinha. Ela gostava daquilo, para beliscar, deitar sua cabeça, morder. Continuava sorrindo. Nathan ficou intrigado. 

— Algum problema, Stana? Eu não agrado você? 

— Nenhum problema. Não, a vista está bem agradável. Será que você poderia ficar de costas? 

— Quer olhar meu traseiro?

— Por favor! – ela estava envergonhada, vermelha por sua atitude. Meu Deus! Ela parecia uma adolescente virgem! Erguendo a sobrancelha e dando de ombros, ele obedeceu. Stana suspirou. Estava lá, perfeita. Um pouco diferente por efeito da idade, mas seguramente ainda perfeito na sua opinião – pode virar agora – ao fita-la novamente a encontrou apoiada nos cotovelos. Ele reparou no embaraço em suas bochechas. Era fofo. 

A calça tinha o botão desfeito e o fecho já semiaberto. Nathan aproximou-se dela e segurando com ambas as mãos, puxou a peça. Stana ergueu os quadris suficiente para ajudá-lo a terminar a tarefa. A roupa ficara no chão. Ele repetiu o gesto com a calcinha. Agora sim, completamente nus, eles se olhavam, se admiravam. 

Nathan ergueu uma das pernas dela e começou a fazer uma trilha de beijinhos até encontrar o interior das coxas, bem rente ao centro dela. Já podia perceber a ansiedade em ter seus lábios ali, ela queria, ansiava demais por isso. Nathan tornou a inclinar seu corpo sobre o de Stana. Dessa vez, ele saboreou-lhe o pescoço, o colo, roçou seus dentes de leve nos mamilos dela e sugou-lhe os seios um a um. Sentia Stana contorcendo-se debaixo dele. Os lábios continuaram a viagem pelo estômago até encontrar seu lugar favorito. O centro dela. Acariciou o clitóris com os dedos da mão olhando para ver as reações no rosto dela. Ela soltara um gemido, mantinha os olhos fechados. Beijou o interior das coxas, ao sentir os lábios dele roçando em suas pernas, ela as afastou para dar mais espaço a Nathan. Beijou seu centro, passou a língua, beijou outra vez. Tudo bem devagar, não tinha pressa. 

Ela já estava enlouquecendo com tudo aquilo. Murmurava algo que ele não entendera por estar concentrado em prova-la. Instigava, os dedos alternavam o trabalho com a língua, uma das mãos vagara pelo corpo dela em busca dos seios. Apertou-os. Stana já estava úmida demais, excitada ao extremo quase a ponto de se entregar a um orgasmo, mas ainda não era suficiente. Ele a vira agarrar os lençóis contorcendo-se na cama. Após provoca-la a ponto de perceber os primeiros sinais de orgasmos se aproximarem, ele tornou a viajar pelo corpo dela, beijando, tocando, sentindo a maciez e o cheiro delicioso da pele, os dedos, contudo continuavam a estimula-la o que fez Stana gemer recebendo o momento de prazer em meio ao corpo trêmulo sob o de Nathan. Quando chegou próximo ao pescoço, ela segurou o rosto dele com as mãos. Nathan pode ver em seus olhos que estava no limite do prazer. Então, ainda incapaz de formar uma frase, ela deixou escapar palavras soltas. 

— Quero... dentro...não...por favor...não pare...Nate...

Sorrindo, ele entendera a mensagem antes de tomar-lhe a boca em um beijo intenso apenas para distrai-la e penetra-la de uma vez. Ela gemeu entre seus lábios. A mais antiga das danças começara enfim. Os movimentos precisos, rápidos demonstravam o quanto ambos ansiavam por isso. Ela estava entregue, embriagada com o toque e o carinho que recebia dele. Stana movia os quadris provocando mais prazer ao movimento, claramente deixando-o louco com o gesto. Atracou suas pernas na cintura dele e o abraçou espalmando as mãos nas costas dele. Desviando dos lábios dele, mordeu o ombro bem na cicatriz, depois beijou-o. O ritmo não a deixava raciocinar mais. Nathan também começava a ficar zonzo, o clímax estava próximo, porém ele não queria parar. Não podia. Queria vê-la sucumbir a ele completamente. Perder-se em seus braços. Então, ela soltou um grito mais alto e a explosão aconteceu. 

Ainda se movimentando dentro dela, ele observava as feições de Stana durante o momento de prazer. Os corpos já envolvidos de desejo, suor e calor. Ele não aguentaria muito mais. Uma, duas, três estocadas e acabou esvaziando-se dentro dela. Deixou o corpo cair sobre o de Stana, a cabeça próxima a dela, o nariz em seu pescoço. Ambos ficaram ali, inertes. 

Passado um tempo, ele sentiu a mão dela enroscar-se na sua. Ciente do peso que fazia sobre o corpo frágil, ele rolou de lado. Olhava intensamente para ela. Ainda tinham os dedos entrelaçados como faziam várias vezes quando trabalhavam juntos. Feliz com o que acontecera, ele sorria. Ela virou-se para fita-lo, estava chorando. Podia ver as lágrimas escapando dos olhos verdes. Stana soltou seus dedos e esticou a mão para tocar-lhe o rosto, o peito, o choro silencioso continuava. Ele resolveu interceder. 

— Hey... por que você chora? Foi tão ruim assim? Sabe que pode me dizer a verdade... – ela sentou-se na cama. 

— Não, é apenas que... eu nunca pensei em passar por isso outra vez. Em sonho? Muitas vezes, incontáveis. Realidade? Nunca. Pensei que não o veria, achei que não seria capaz de me desculpar. Sinto muito é tão ridículo agora. Nem começa a expressar o que estou sentindo. Eu sonhava em poder... – ela suspirou tentando se acalmar e evitar o embargo na voz – estar com você, nem que fosse uma última vez. E agora, estamos aqui... a emoção é assustadora! – ela pegou a mão dele, colocou sobre seu coração – pode sentir? Nunca pensei que aconteceria de verdade, mais uma vez... todas essas sensações de volta. Como pode me perguntar se foi ruim, foi como sempre era. Intenso, vibrante, apaixonado. Mais uma vez. Dez anos depois. 

O choro parecia ter cessado, porém havia algo em seu olhar que Nathan ainda não conseguira decifrar. Seria medo do que viria a seguir? Seria arrependimento? Tristeza? Não, definitivamente não era tristeza, o brilho dos olhos era intenso o suficiente para denotar boas emoções, assim como as batidas do coração. Ele podia contar o pulso dela através da veia carótida no pescoço. 

— Stana, você está querendo me dizer que é isso? Acabamos? Uma única vez e você quer que eu vá embora? – sentou-se na cama, olhava sério para ela. Deixara-o confuso com a sua última declaração – quer que eu saia pela porta e siga minha vida, é isso? Ou você vai levantar juntar suas coisas e sumir outra vez no mundo? 

— Não disse isso... – ela mordiscava os lábios. 

— O que disse então? O que quer? Seja clara.

— Eu não sei... não somos os mesmos. Não podemos continuar o que começamos. Minha cabeça está uma confusão, essas palavras são difíceis... todos os erros, eu fui embora, desculpas... e de repente, eu tinha um objetivo quando vim a Los Angeles. Iria me despedir, me desculpar. Era um término. Então, iria embora outra vez, viraria a página. Deixaria minhas palavras para você e pegaria o avião de volta a minha vida medíocre. Dizer “sinto muito” era tudo o que queria, mesmo cinco anos depois. Porém, você teve que mudar tudo. Mudou a história, o roteiro. Acordou tudo que eu tentava esconder, deixar para trás. Não precisava nem de suas palavras, contudo elas me deixaram assim, vulnerável, confusa. Depois de cinco anos, tudo o que quero é você. Só que não sei como fazer isso. E não saber me deixa envergonhada porque... porque se eu te amo, eu deveria... 

Os olhos dela estavam outra vez cheios de lágrimas. Ele soltou um longo suspiro. Inclinou-se puxando-a para perto dele. Colocou-a sentada entre suas pernas. Os rostos quase colados. Ele sorria. 

— Não, Stana. Você não deveria saber... não será a mesma história. É um recomeço, como uma folha em branco. Rescreveremos tudo, exatamente como fizemos há pouco. O que acabamos de fazer, nos amar, apesar de parecer tão familiar, também é novo. A sensação de familiaridade é porque nos amamos. Só que precisaremos caminhar cada passo, subir cada degrau de intimidade novamente. Construir nosso relacionamento. A vida nos deu uma segunda chance quando você decidiu escrever seu suposto roteiro para me ligar. Aqui estamos. E aqui continuaremos. Não pense demais. Apenas sinta. 

— Eu pensei que era somente eu que sentira tudo igual, mas diferente. Exceto pelo sentimento. Meu amor por você nunca mudou. Nem por um minuto, um dia, em mais de cinco anos. 

— Nem o meu. Amo você todos os dias, todas as noites. Mesmo que seja apenas na lembrança e a partir desse momento, não será apenas uma voz no meu subconsciente. Não serão gemidos e sussurros chamando por você na madrugada. Será real, com você ao meu lado. Você apenas precisa responder uma pergunta: você está pronta para escrever a história comigo? 

Ela o olhava. O sorriso despontara nos lábios. A mão acariciava o rosto dele. E Nathan percebeu que aquele sentimento estranho que vira em seus olhos desaparecera. O brilho era intenso. Ela beijou o rosto dele, o pescoço e o nariz inalou o cheiro dele. Uma mistura de suor masculino e tons amadeirados. Tornou a fita-lo. 

— Sim, eu quero Nathan. Está na hora de você pegar minha mão e voarmos para a nossa terra encantada, blue eyes – Stana sorrindo sorveu os lábios a sua frente. O beijo foi carinhoso, apaixonado. Nathan deixou–se levar pela delicadeza do sabor daqueles lábios. As mãos dela subiam e desciam no peito dele para então descansar no pescoço. Ao se afastar, ela sorria. Aquele mesmo sorriso que o deixava zonzo. 

— Se vamos escrever, temos que fazer de maneira apropriada. Nada de apressar as coisas. 

— Nós, meio que já pulamos algumas etapas Nathan... 

— Eu sei, mas somente porque precisávamos nos convencer, precisávamos da certeza. Ao menos você – ele se levantou da cama. Começou a juntar suas roupas no chão, vesti-las. Stana o observava confusa. O que ele estava fazendo? Completamente vestido, ele se dirigiu a porta do quarto do hotel. Ela ergueu a sobrancelha olhando para ele – E para provar isso, que começaremos do zero... – ele sumiu pela porta. Stana se levantou, vestiu o robe que estava sobre a poltrona do quarto e ouviu as batidas na porta. Ela caminhou até lá para abri-la já balançando a cabeça diante da situação. Típico de Nathan, pensou. Ao abrir a porta, ela se deparou com ele escorado, sorrindo. 

— Oh, olá! Acredito que se lembra de mim, não? Daquele café mais cedo. Eu lhe ofereci um vanilla latte, alguns muffins. Você me disse que esperava por alguém para um encontro. Tive que ir embora, mas fiquei com a sua bela imagem na cabeça e decidi. Eu quero um encontro. Quero convida-la para sair comigo. Um jantar, hoje às oito horas. Eu passo aqui para pega-la. Você aceita? – ela sorriu. Não sabia porque, mas estava envergonhada, nervosa. Sentia o rosto ruborizar. 

— Você me seguiu? 

— Não. Você disse que estava hospedada aqui. Então, vai responder minha pergunta? 

— Eu aceito. Vou jantar com você. 

— Excelente. Te vejo as oito, então. A propósito, meu nome é Nathan. Nathan Fillion – ele estendeu a mão para cumprimenta-la. Entrando na brincadeira, Stana apertou a mão do homem a sua frente sorrindo – Stana Katic. É um prazer conhece-lo. 

— Você não tem ideia... – piscou para ela – até à noite, Stana – inclinou-se para beijar-lhe o rosto. Virou-se e desapareceu no corredor, ela sorria feito boba. Fechou a porta escorando-se nela por alguns segundos. 

Recomeçar. Nunca é tarde, pensou. Não quando se ama. 



THE END