terça-feira, 16 de abril de 2019

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.139


Nota da Autora: It's been a long time... hoje quando terminei de fazer meu assignment fiquei com vontade de voltar no tempo... e está ai o resultado. Algumas preocupaçoes reinam e surpresas tambem nesse capitulo. Perdoem os erros, faz tempo que nao escrevo... alias, nao tenho a minima ideia de quando virá o proximo. Enjoy! 


Cap.139 

Gigi estava sentada na cama depois do jantar. Encontrara Jeff jogando videogame e com o jantar encaminhado. Agora, ele assistia um programa sobre lugares paradisíacos para mergulho, um documentário. Ela sabia que seu marido era apaixonado por mergulho e acabara de fazer um comentário que ela não ouvira. Sua mente estava pensando na irmã e na situação de hoje à tarde. 
— Gi, você ouviu o que disse? 
— Não, desculpa. E-eu não… estou preocupada com a sis. 
— Achei que tinham se divertido hoje. Ela está com algum problema? 
— Talvez. Vai depender da reação do seu irmão. 
— Quer falar sobre isso? 
— Não, eu preciso ligar para ela. Tenho que saber se ela está bem. 
— Faça o que seu coração mandar, porém se eles estiverem com problemas conjugais, eu quero saber. Tenho direito. Foi por isso que ela te chamou hoje? 
— Não! Eles não estão com problemas nesse departamento. É algo relacionado a eles e o segredo. Pode envolver Katherine também. Ou pode não ser nada. Vou ligar para ela. 
— Agora você vai me explicar essa história e depois liga para ela. O segredo deles interessa a nós dois - Gigi começou a contar tudo o que acontecera naquela tarde. Ao terminar, viu o semblante do marido de preocupação. Jeff suspirou - ligue. Vamos torcer para não ser nada. 
Gigi pegou o celular e fez a ligação. Foram seis toques até que ela fosse direcionada para a caixa de mensagem. Tentou uma segunda vez, o resultado se repetiu. 
— Por que você não atende, sis? Não é tão tarde assim para já estar dormindo. Fico angustiada, será que está tudo bem? Você não viu a cara dela depois de encontrar com o tal Matt. Não sei dizer qual foi a reação de Nathan. Acha que brigaram? 
— Gi, eu não tenho respostas para as suas perguntas. Você quer um chá? Tem que se acalmar. Também não pode tirar conclusões precipitadas. Pode ser que os dois estejam bem, ocupados?  Espere um pouco e ligue outra vez. 
XXXXXX
Nathan estava na sala de video. Ainda não se sentia pronto para subir as escadas e encara-la. Talvez fosse melhor deixa-la dormir. Se reiniciassem a conversa agora podiam brigar novamente, afinal ele continuava um pouco irritado com tudo. Não queria ficar sozinha. O que ela queria dizer com isso? Katherine podia mante-la ocupada tranquilamente em uma tarde de sábado. 
Olhou para o celular na mesa. Ela esquecera no afã da briga e Nathan acabara trazendo consigo. Gigi ligara duas vezes, provavelmente querendo noticias. Saber se a irma estava bem, ele entendia. Coisa de irmãos. Não se sentia muito inclinado a atender o celular da esposa. Gigi era uma leoa quando se tratava de Stana, contudo reconhecia que a cunhada era persistente e não desistiria fácil. O celular tornou a tocar. Uma, duas, três toques que eventualmente iriam findar na caixa postal. Era a quarta ligação perdida. Melhor lidar com a cunhada antes que ela aparecesse na sua porta. 
— Oi, Gigi. 
— Nathan! Por que demoraram tanto para atender? Estou louca de preocupação! Cadê a sis? Está tudo bem? - ela ouviu Nathan suspirar do outro lado da linha. 
— Ela deixou o celular aqui embaixo. Já foi para o quarto, deve estar dormindo. 
— Nathan… - o tom da voz de Gigi era de alerta - o que realmente aconteceu? 
— Nós discutimos, Gigi. Ela me contou sobre o encontro com Matt e acabamos nos desentendendo. 
— Vocês brigaram. 
— Não, foi uma discussão. Estou esfriando a cabeça. A ultima coisa que desejo é brigar com sua irmã. 
— Tarde demais. Isso já aconteceu. Olha, Nathan, ela não fez nada. Foi um encontro inocente. Estávamos nos divertindo. Você não estava lá para saber como a situação a afetou. Ela ficou pálida, Nathan. Logo depois do encontro no café. Eu achei que ela fosse desmaiar. Se você a culpou pelo que aconteceu fez tudo errado. Ela não precisa de lição de moral e sim de apoio. Stana sabe muito bem o que está em jogo. O risco que corre - as palavras de Gigi o preocuparam ainda mais.
— Gigi, por que ela te chamou para sair? 
— Porque queria se divertir, sair de casa e passear com a filha. Não pode? 
— Ela te disse que queria companhia? Stana me falou que não queria ficar sozinha, será que… 
— Nathan, você não acha que ela… 
— Está apresentando sinais de depressão? Talvez, oh Deus… eu não sei dizer. Ela ficou um bom tempo sozinha durante as minhas viagens…
— Ela é sua responsabilidade. Conserte isso, Nathan ou eu não respondo por mim! 
— E-eu vou…
— E me ligue dando notícias.
— Tudo bem. 
A ideia da esposa estar apresentando sinais de depressão o pegou desprevenido. Como ele não percebera? Stana deu sinais, não? Se isso era verdade, a discussão, acusa-la de por em risco o relacionamento deles, o segredo fora talvez o estopim para uma possível crise. 
— Não, estou imaginando coisas. Ela está bem. Deus! O que foi que eu fiz? - ele ergueu-se do sofá levando o celular dela consigo. Subiu as escadas com pressa. 
O quarto estava no escuro. Todas as luzes apagadas. Estava dormindo? O coração de Nathan acelerava em seu peito, podia sentir o pulsar do sangue em seus ouvidos. Cuidadosamente, se aproximou da cama. Stana dormia. Nathan colocou a palma da mão proximo ao nariz dela. Estava respirando. Uma sensação de alivio percorreu seu corpo. Sentou-se ao lado dela e acendeu a luz da cabeceira em 20%. Os dedos acariciavam a pele do braço da esposa levemente. Sentiu uma vontade urgente de acorda-la e pedir desculpas, mas e se ela ainda estivesse com raiva dele? Isso somente iria irrita-la mais. Nathan reparou no rosto de Stana. Por causa da luz, as marcas das lágrimas recentes ainda eram visíveis em sua face. Ele se odiou por isso. Por faze-la sofrer sem pensar em como as suas palavras a afetariam. Pensou melhor e decidiu não acorda-la. Levantou-se da cama e ligou para Gigi. Falava baixinho para não perturbar o sono de Stana. 
— Sou eu. Ela está dormindo. 
— Você não pediu desculpas? 
— Não quero acorda-la, Gigi. A situação está sob controle. Melhor deixa-la descansar. Amanhã eu prometo que conserto tudo. 
— Assim espero. Se fosse você, não dormiria. Não tiraria os olhos dela a noite inteira. 
— É exatamente o que eu pretendo fazer - ele desligou o telefone colocando-o na cabeceira de Stana. Foi ao banheiro, trocou de roupa e se enfiou debaixo das cobertas ao lado dela deixando seu braço envolve-la em sinal de proteção. 
Ele cumpriu o que prometera a Gigi e não pregou os olhos até quatro horas da manhã quando não conseguiu mais mante-los abertos. 
Por volta das sete da manhã, Stana acordou. Sentiu o peso do braço de Nathan contra seu estômago. A respiração quente em seu pescoço. De certa forma, ela estava surpresa com o gesto. Achou que ele dormiria na sala de video ou no quarto de Katherine. Não esperava vê-lo na cama, muito menos agarrado ao seu corpo. Com cuidado, ela tirou o braço da sua cintura e levantou-se. A reação de Nathan foi imediata. Ergueu-se de supetão sentado-se na cama. Ela estava de pé olhando para ele intrigada. 
— Stana, tudo bem? E-eu dormi e… - ele esfregou os olhos. 
— Não pensei que acharia seu caminho até o quarto - o tom da voz dela era ríspido. Ainda estava com raiva. Rapidamente, ele se colocou de pé na frente dela. 
— Staninha, eu… - esticou a mão para toca-la, porém Stana se esquivou. 
— Não me toque, Nathan. Eu não quero falar com você. Vou ver minha filha - as palavras da esposa doeram muito embora soubesse que merecia cada uma delas. Não se deixou convencer. Segurou o pulso da esposa enquanto ela estava de costas para ele. Havia um tom de súplica em sua voz.
— Stana, por favor… me perdoe. Eu fui um idiota inconsequente. Não é sua culpa nem de ninguém. Você não fez nada de errado. Eu me descontrolei apenas pensei em proteger Katherine e sequer pensei em você. Stana, você é minha prioridade. Sempre foi. Sem você não existiria casamento, segredo ou Kate. Eu te amo tanto, Staninha e me odeio por tê-la feito chorar, sofrer. Por favor, me perdoe… - lentamente ela virou-se para fita-lo. Nathan tinha lágrimas nos olhos, fruto do medo de perde-la. O fantasma de um tempo ruim querendo dominar seus pensamentos. Aquilo a surpreendeu. A forma como a historia o afetara. Ele a agarrou pela cintura ajoelhando-se abraçava-a com força. Sentiu a mão dela tocar seus ombros. Tinha medo que Stana o empurrasse, o rejeitasse. 
— Você foi duro comigo, Nathan. Me fez pensar que eu tinha destruído tudo. O jeito como falou era como se eu não fosse capaz de cuidar da minha própria filha, de nós. Doeu…
— Eu sei e me sinto um lixo por isso. Eu deveria zelar por vocês duas e…
— Não - ela o interrompeu - isso é um trabalho de equipe, meu e seu. 
— Desculpe, meu amor. 
— Meu Deus! Por que fazemos isso conosco? Por que nos desafiamos e brigamos quando devíamos unir forças? 
— Talvez porque amamos em excesso? Porque não queremos que nada destrua a nossa vida, a nossa felicidade? 
— Talvez… - ela acariciou os cabelos dele. Nathan podia ver as lágrimas teimosas se formando nos olhos verdes amendoados - levante-se, Nate - ao ouvir o apelido carinhoso, ele suspirou. Um pequeno avanço, pensou. Viu a esposa sentar-se na cama outra vez. Fez o mesmo. Stana passou a mão pelos cabelos. Deixou escapar um longo suspiro. Uma lágrima correu pelo seu rosto. 
— Eu estou tão cansada, Nate… essa situação, esse peso constantemente sobre nossos ombros.  Por que não podemos viver como uma familia normal? 
— Amor, por que não me disse que se sentia sozinha? Tem que conversar comigo, e-eu devia ter percebido e… - ele sentiu o indicador dela contra seus lábios. 
— Não, Nate… não é o que você está pensando. Deus! Você achou que eu estava depressiva? Nada disso, estou bem. Eu apenas queria curtir meu sábado e como você não estava aqui. E-eu sinto que a cada dia, esse segredo nos consome. Até quando vamos ter que conviver assim? Escondidos do mundo? 
— Você acha que eu gosto disso? Eu detesto. Sinto-me sufocado, como um criminoso foragido. Mas, Stana, nós combinamos. Prometemos um ao outro que íamos segurar até que as coisas estivessem encaminhadas. Absentia está prestes a estrear. Não falta muito. Você quer desistir? Vai mudar de ideia agora? Se isso for realmente o que quer, eu acabo com essa farsa por você. Basta me dizer - Stana acariciou o rosto dele olhando intensamente nos olhos azuis. Deixou sua cabeça pender entre o ombro e o pescoço dele fechando os olhos. Nathan abraçou-a. 
— Ah, Staninha… eu sei que é difícil. Somente mais alguns meses, amor. 
— Sim, uns meses… 
— Promete uma coisa? Sempre que quiser conversar, estiver se sentindo triste, cansada, vai falar para mim? Por favor? - ela sorriu olhando diretamente nos olhos azuis e anuiu concordando - Hey, você não disse se me perdoa - ela sorriu e beijou o peito dele. Tornou a fita-lo. 
— Mesmo quando você erra, há sempre a vontade de acertar. E eu o amo por isso, demais. Não tenho que perdoar especialmente quando você tem razão - ela deixou os lábios roçarem nos dele até que as bocas se abrissem para trocar um beijo. De repente, ouviram uma conversa vinda do quarto de Katherine. 
— Dei dei, dadda…cookie mais…mama! Mama! 
— Alguém quer você, Staninha. E parece estar com fome - ela se levantou preparando-se para ir ao quarto da filha - pode ligar ou mandar um mensagem para sua irmã dizendo que está bem? Eu prezo pela minha vida. 
— Eu faço isso num minuto. Primeiro Kate. 
Ela não ligou para a irmã, optou por uma mensagem. Gigi sempre desconfiada ligou de volta para ouvir a voz da irmã, afinal Nathan poderia ter amarelado e não pedido desculpas ou resolvido a situação. Satisfeita por ouvir clareza e tranquilidade enquanto falava com Stana, ela os deixou em paz para curtir a filha e o domingo. 
A semana estava bem agitada para Gigi. A reforma de Sandra estava andando depressa, os fornecedores cumpriam seus prazos, porem ainda ouviam uns gritos da designer. Gary entregou o novo cliente a ela que reorganizou sua agenda de modo a acomoda-lo. Gigi passava mais tempo nas locações que estava reformando do que no próprio escritório. 
Nathan terminou as filmagens do piloto. Stana viu o semblante de alivio quando chegou em casa do ultimo dia. 
— Missão cumprida. Alexi não pode me acusar de colaborar. 
— Você já pensou no que fará caso a serie ganhe novos episódios? Eu diria que tem grandes chances de acontecer. 
— Eu também, mas não quero pensar nisso agora. 
— Sabe, eu vi algumas fotos dos bastidores, fotos das locações… não parece ser ruim. E devo acrescentar que gostei muito daquele policial, qual o nome dele mesmo? - ela perguntou provocando. Nathan riu - ele é bonitão, particularmente pelo traseiro e os olhos azuis. Alguma chance de conseguir aquele uniforme? Tenho muitas ideias pairando na minha mente com ele… 
— E agora você me diz isso? Quando as filmagens acabaram? 
— Não pode pegar escondido? Talvez eu tenha que esperar pelos novos episódios então… 
— Isso é maldade, Staninha. 
— Sinto muito. Você devia ter pensado em uma maneira de agradar e surpreender sua esposa. 
— Touche. 
O fim de julho chegou e ela entregou o primeiro cômodo na casa de Sandra deixando a atriz impressionada. Contudo, ainda havia muito trabalho pela frente. 
Stana também começara as filmagens de seu novo longa, um filme de terror. Na mesma semana que trabalhava, recebeu a noticia de que seu outro filme onde fazia Vera iria entrar em pré-produção em outubro. Com as filmagens da serie de Alexi terminadas, Nathan era o babá da vez. Eles não ouviram um único comentário de Matt sobre o encontro com Stana o que os fez esquecer o ocorrido de uma vez por todas. Nas vésperas dos primeiros dias de agosto, Nathan decidiu reunir a familia na sua casa para um almoço. A ideia surgiu a partir de uma conversa com Jeff onde o irmão comentou estar pesquisando locai para mergulhar. 
Fez questão de ligar para Markus e convidar Anne. Estava com saudades da sobrinha e também não via a hora de dividir a novidade de Gigi com a menina. Adoraria saber a opinião da pequena. 
Eram onze da manhã quando a barulhenta Gigi entrava pela garagem acompanhada de Jeff  chamando por Katherine.
— Se um dia alguém estiver roubando essa casa e Gigi chegar, ela mata o ladrão de susto - disse Nathan rindo. Anne riu também e Stana apenas balançou a cabeça diante do comentário do marido. 
— Oi, sis! 
— Tia Gigi! - Anne gritou pulando no pescoço dela - estava com saudades. Tudo bem? 
— Tudo ótimo, Anne. Nossa! Você cresceu, mocinha! - tascou um beijo na menina. 
— Tio Jeff! - e outra festa começou. Depois de cumprimentar a todos, Gigi pegou Katherine no colo e a encheu de beijos fazendo a menina gargalhar. 
— Eff toso! Cookie? 
— É, você foi pego em flagrante. Descobrimos quem dá o suplemento de cookies para Kate - disse Stana - acredita que outro dia ela acordou pedindo cookie? 
— E ela tem culpa se a mãe dela é uma formiguinha? - disse Nathan. 
— Falou o chocólatra - disse Gigi. 
— Por falar em chocolate, eu estou fazendo o bolo da vovó, Anne. Quer me ajudar com a calda? 
— Vai ser a calda da tia Gigi? 
— Claro, né? Todo mundo gosta da minha calda. Principalmente meu Jeff. 
— Você reparou que é a minha esposa quem está fazendo o bolo não, Gigi? 
— Vai começar vocês dois? Mano, que tal trazermos o video game para a sala? Assim eu e Anne podemos jogar, conversar com todos e tomar conta de Katherine se for preciso. Isso claro se minha cunhada aprovar. 
— Claro que sim, Jeff. 
— Pensei que você ia me ajudar com o churrasco… 
— Nate! Jeff é seu convidado! 
— Tudo bem, Stana. Eu ajudo, mas antes vou montar o videogame. Assim quando Anne terminar de ajudar com a calda podemos jogar uma partida, combinado? 
— Combinado, tio Jeff. 
Meia hora depois, Jeff e Anne se divertiam jogando. Gigi estava sentada no sofá com Katherine aos seus pés observando os dois. A menina parecia animada com os movimentos e as cores oriundas da televisão. Stana terminara de ajeitar as coisas na cozinha e Nathan estava na area externa preparando a carne.  
— Sis, você já reparou no jeito da Katherine para o videogame? Ela fica fascinada, olha!
— Eu sei, Nathan acostumou-a desde pequena com os barulhos e as cores. O que posso dizer? O fruto não cai muito longe da arvore. Eu vou arrumar a mesa lá fora. Não quer me ajudar? 
— Estou cuidando de Kate. 
— Que nada, Gigi. Ela nem se mexe olhando a tv. Está em boas mãos. Jeff pode cuidar dela. 
— Tia Stana, você sabe que a tia Gigi não gosta de nada de cozinha. Nem sei porque insiste. 
— Nem eu, docinho, nem eu. 
— Vocês estão ficando chatas e implicantes. Estão convivendo muito com Nathan. 
Finalmente, eles sentaram à mesa. O cheiro da carne estava divino. Todos estavam famintos, Katherine até tirou um pedaço da carne do prato de Anne para comer porque a mãe estava demorando a cortar a sua. Eles conversavam e riam. Anne contou o que andava aprontando na escola e Jeff mencionou o que andava pesquisando. 
— Tem umas praias incríveis na Tailândia, alem das ilhas. Varias cavernas e um mar azul de fazer enlouquecer. Fiquei balançado, mano. Faz tempo que a gente não faz uma viagem para mergulhar. 
— Tailandia? Parece convidativo. 
— Sim, precisa ver as fotos. Tenho algumas no meu celular - Jeff enfiou a mão na calça pegando o celular e mostrando para o irmão - agosto é um ótimo mês para mergulho. 
— Você está vendo o que está acontecendo bem na nossa frente, Stana? Os dois estão discutindo planos de viagem. Nem se lembram que existimos, das responsabilidades. Por acaso, vocês pensaram em nos incluir em algum momento ou é somente para o clube do bolinha? - Stana riu, mas resolveu entrar na brincadeira também. 
— Acho que não nos querem por perto. 
— Isso é fácil de resolver, tia Stana. Se eles querem viajar sozinhos, vocês também podem. Você e a tia Gigi escolhem um lugar e pegam o avião. Super simples. 
— Ótima ideia, Anne. Qual será o destino, sis? Paris? Grécia? 
— Gigi, vocês acabaram de fazer uma viagem - disse Nathan. 
— Nathan, Stana estava trabalhando. Não era diversão. 
— Ao meu ver você se divertiu bastante. 
— Sou ótima em unir prazer e negócios. Ops, isso não saiu como eu queria. Não muda o foco, Nathan. Vocês estão bem animadinhos. 
— Tem algum problema se eu fizesse essa viagem de uma semana com o mano, Gi? 
— Além do fato que não treinariam uma semana, claro - instigou Nathan. 
— Treinar? Vocês vão competir em algo, tia Gigi? - ela revirou os olhos diante do comentário de Nathan. 
— Ah! Você não sabe ainda, Anne. 
— Novidades? Anne ama coisas novas. É boa? 
— É ótima, docinho. Conta pra ela, sis - a menina voltou sua atenção para Gigi ávida para ouvir o que ela tinha a dizer. 
— Não é nada wow. Eu e seu tio estamos tentando ter um bebê, só isso - o grito de Anne quase deixa Gigi surda. Ela correu para abraçar a tia e depois o tio voltando sua atenção outra vez para Gigi. 
— Ah, tia! Eu estou tão feliz. Vou ganhar um priminho para cuidar e Kate vai adorar também. Você já fez o teste? Já se sentiu gravida alguma vez? 
— Ainda não, Anne. E tem algo muito importante em tudo isso. Não pode contar para sua vó, entendeu? Não quero ninguém me perguntando se estou atrasada ou se fiz o teste mil vezes. 
— Pode deixar. Anne é excelente com segredos não, tia Stana? 
— A melhor, docinho - e ganhou um beijo da madrinha também. Anne voltou a se sentar em seu lugar na cadeira para continuar a comer. Parecia pensativa. 
— Tomara que tenha os olhos do tio Jeff também. Assim vai ser super parecido com Katherine. Porque a tia Gigi e a tia Stana são bem parecidas. Cabelos, olhos, tipo de corpo. É, como chama? A ciência? Genérica - todos riram. 
— Genética, docinho. 
— Isso! - Kate que acabara de comer virou-se para o tio e pediu. 
— Eff toso, cookie? 
— Alguém quer a sobremesa… - disse Stana. 
— Hey, mas não terminamos de conversar sobre a viagem - disse Nathan. 
— Que viagem? - zombou Gigi - a nossa de Monte Carlo? - Nathan ja ia responder quando foram surpreendidos com as palavras de Anne que conversava em voz alta ainda comendo. 
— Uma semana pode afetar uma gravidez? Talvez. Tem que fazer muito sexo e ah! Treinar, entendi! Tia Gigi, quantas vezes você faz sexo com o tio Jeff? Se for todo dia, quando ele voltar de viagem terá que fazer o dobro. Duas vezes sete são… - ela parou contando os dedos - quatorze! Quantas vezes tem que fazer para engravidar, tia? Dez? 
Gigi estava de olhos arregalados. Jeff vermelho como um pimentão. Stana segurava o riso. 
— É Gigi, quantas vezes vocês fazem por semana? - cutucou Nathan. 
— Cala a boca, Nathan! - agora ele gargalhava - Anne, não é bem assim que funciona. Gravidez depende de muitas coisas, muitos fatores. Não é somente fazer, tem que estar em sintonia, corpo, cabeça e coração. 
— Falou bonito, sis. 
— Mas tem que fazer sexo, certo? - disse Anne olhando para o tio. Jeff, como um pimentão teve que responder o questionamento da menina. 
— Sim, Anne. 
— Por que o tio está vermelho? Comeu muita pimenta ou está com vergonha. 
— Docinho, deixe seu tio em paz. O importante é que eles estão felizes por tentar aumentar a familia. Isso é muito legal - Stana trocou um olhar com Jeff que sorriu murmurando um “obrigado” para a cunhada. 
— É sim, tia Stana. Anne está feliz e tia Gigi, posso pedir uma coisa? 
— Diga, Anne. 
— Posso ser a madrinha do seu bebê? A tia Stana é minha, você é de Kate agora é minha vez. Eu posso ajudar a tia muitão. Fica tudo na familia que amo muito. Não concorda? 
— O que você acha, amor? Anne merece ser madrinha do nosso bebê? - Gigi sorria um pouco emocionada com as palavras da menina. 
— Será um prazer ter você como madrinha do nosso bebê, Anne - o sorriso da menina se alargou. Correu até o tio e tascou um beijo estalado na bochecha dele. 
— Muito obrigada, tio. Tia Gigi, não importa o que o tio Nathan diga, você será uma mãezona e bem doidinha do jeito que eu e Kate gostamos - Gigi abraçou a menina com força tentando segurar as lagrimas. Stana sorria boba com a sobrinha. Como ela amava essa menina. Katherine achou que seria uma boa hora para lembrar da sobremesa. 
— Que cookie, mama! Eff toso, tem cookie? 
— Acho que é hora do bolo de chocolate, quer me ajudar docinho? - ela e Stana se levantaram da mesa, Nathan que estava calado ate ali, resolveu voltar ao assunto. 
— E quanto as viagens? Será que podemos voltar a esse assunto? 
— Depois do bolo de chocolate, tio. A menos que não queira comer… sobra mais para nós, né tio Jeff? - Gigi gargalhou. 
— Ouch! Podia ter ficado sem essa, Nathan. 
— Hahaha, eu quero bolo - de volta a cozinha, Stana agachou-se para fitar Anne. Deu um beijo na sobrinha e falou. 
— Você é uma menina incrível, sabia? O que disse para a Gigi foi muito bonito. Ela ficou emocionada. 
— É verdade, eu acho que a tia vai ser uma mãe muito legal! 
— Morro de orgulho de você, docinho. Quero muito que Katherine seja assim. 
— Eu também quero, tia. Kate é minha irmãzinha, ja que mamãe não me deu outra. Serei a melhor irmã mais velha que puder, a tia me ensinou isso - Stana deu outro beijo na menina, suspirou. 
— Vamos afogar esse bolo, Anne? 
Eles comeram a sobremesa e repetiram com vontade. Era o que sempre acontecia quando se oferecia bolo de chocolate para chocólatras. Katherine não quis ficar de fora, então a mãe foi obrigada a dar um pedacinho de bolo para satisfazer a vontade e engana-la com um biscoito de aveia logo em seguida. 
— Impressionante como um simples bolo de chocolate é capaz de deixar todo mundo nessa familia feliz - comentou Stana. 
— Ah, sis. Não é muito difícil quando se trata de um bando de chocólatras, mas é como meu Jeff diz. Não é um simples bolo, foi feito com amor. Não concorda, gostoso? 
— Isso mesmo, Gigi. Quem cozinha de verdade, usa amor - ele piscou para a cunhada. 
— Eff toso, mais! Cookie, mais! 
— Primeiro a banana com mel, depois eu dou mais cookie - disse Stana oferecendo um pratinho com frutas cortadas regada com mel orgânico. Nathan terminou sua segunda fatia e estava louco para retomar a conversa do almoço. Jeff atiçara sua curiosidade. 
— Sobre a conversa da mesa, a viagem para Tailândia. Quando você está pensando em ir, Jeff? 
— Eu não disse que estava programando, mano. Eu apenas sugeri porque pesquisei o destino - ele deu de ombros. 
— Então agora podemos programar. Qual a melhor época inicio de agosto ou final? 
— Não está esquecendo nada, Nathan? Se vão insistir nesse assunto e em viajar sozinhos para mergulhar eu e a sis vamos programar a nossa também. Estou falando serio - disse Gigi. Nathan lembrou dos acontecimentos desse mês quando Stana comentou estar sentindo-se sozinha, uma prisioneira em sua própria casa.Talvez a sugestão de Gigi seja uma boa ideia. Uma viagem sempre faz bem. Infelizmente era bem mais difícil para os dois curtirem juntos, porem a irmã seria uma ótima companhia para manter a esposa ocupada e se divertir. 
— Quer saber? Acho que deveríamos fazer isso, escolha o destino e leve minha esposa para passear, Gigi. Todos merecemos uns dias de descanso e logo ela voltará a filmar. 
— Está falando sério, babe? - Stana perguntou. 
— Sim, você bem que gostaria de sair de Los Angeles. Respirar outros ares. Conheço você, Staninha. Claro que preferia ir com você, mas já conversamos sobre isso. 
— Ótimo! Que tal Paris? Não, melhor! Roma, Napoli todas aquelas massas e vinhos… sim! 
— Gigi, eu pensaria em algo mais pratico. Você está se esquecendo de um pequeno detalhe - Stana apontou para Katherine que comia as bananas, a boca toda lambuzada de mel - onde quer que vamos, ela irá também. Nate não pode leva-la para mergulhar na Tailândia. 
— Oh! É verdade… hum, preciso pensar… onde podemos ir com uma criança? 
— Disneyworld! - Anne gritou. 
— Sua sugestão é valida, docinho. O problema é que já temos a Disneyland aqui e Kate sequer conhece ainda. Ela precisa ficar maior para entender as coisas. 
— Las Vegas não combina com criança. Nova York é boa, porem devíamos sair do país. Ah! Já sei! Um lugar onde podemos nos divertir, explorar e ainda cuidar de Katherine. Vamos visitar a sogrinha! Edmond é perfeito. Tem as montanhas para você fazer suas caminhadas, os lagos para tomarmos banho com a pequena, a comida da sogrinha, Rocky Mountains e estadia de graça. Fora que seremos paparicadas o tempo todo. 
— Acho que a Gigi tem razão. Mamãe ia adorar ter vocês por perto um pouquinho. E as montanhas do Canada fariam bem a você, amor. 
— Decidido. Quando vamos? Vou ligar para ela. 
— Calma, sis. Tudo bem, podemos ir para Edmond, mas será que dá para nos organizarmos antes de falar com dona Cookie? Você mesma deve ter que conversar com clientes, orientar sua equipe, fazer ajustes no seu cronograma, na agenda. 
— É verdade, fiquei tao empolgada em ver a sogrinha que esqueci do resto. 
— Vocês vão se divertir, porem tenho certeza que a mamãe vai ficar mais feliz que as duas ao saber que Katherine vai visita-la. Será bom para todos, Gi. Não se preocupe, mano. Eu mando os detalhes do que descobri e as datas que poderei me ausentar. Agora que tal darmos uma surra no seu tio, Anne? 
— Oba! - a menina saiu saltitando na direção do videogame. Katherine estava encostada no peito da mãe mordiscando um cookie, os olhinhos começavam a ceder. Stana pediu para Gigi ficar com ela enquanto preparava um leite antes de leva-la para o quarto. Vinte minutos depois estava de volta à sala, a filha apagara depressa. Os maridos se divertiam com Anne e Gigi aproveitou para fazer pesquisa do que visitar em Alberta e checar sua agenda para ver o que poderia mover, postergar ou até cancelar. Começou a delegar atividades e definir responsabilidades. Estava muito empolgada para ver a sogra. 
Duas horas de videogame e Stana apareceu com o café quente e cheiroso. Pediu para Anne desligar o aparelho porque já jogaram demais por um dia. 
— E temos que ir para casa. Tenho muito o que resolver. Podemos levar Anne se quiser. 
— Claro, não me importo. Gigi, não precisa correr com as coisas. Você não vai viajar amanhã. Eu diria que precisamos de, pelo menos, duas semanas. Estamos na ultima semana de julho. Eu termino minha filmagem na sexta. Se formos na quinzena de agosto está bom. Jeff também vai precisar de um tempo. O ideal é que as datas de nossas viagens coincidam ou sejam as mais próximas possíveis por conta da volta. 
— Stana tem razão, amor. Duas semanas nos dá tempo suficiente para organizar tudo. 
— Dois contra um, parece que sou voto vencido. Não vai falar nada, Nathan? 
— Concordo com os dois. 
— Eu disse, voto vencido - Gigi deu de ombros. 
— Vamos andando, Gi? Anne pegue suas coisas. 
— Tia, posso levar um pedaço do bolo de chocolate? 
— Claro, docinho. Vou colocar em um tupperware para você. 
— Deixe para mim! - Stana lançou um olhar incisivo para o marido - só estou lembrando, Staninha. Quando ela voltou com a sobrinha da cozinha e começou a se despedir da irmã, Gigi lembrou do que havia trazido. 
— Meu Deus! Esqueci completamente da sua encomenda. Está na minha bolsa - ela vasculhou a enorme bolsa e pegou um pacote entregando para Stana - aqui, do jeitinho que me pediu. 
— Que encomenda é essa? - perguntou Nathan curioso - você sabe, Jeff? 
— Hey! Isso é entre eu e minha irmã. Deixa de ser intrometido, Nathan. 
— Ela me conta tudo, Gigi. Não temos segredos. O que é, amor? 
— Digamos que é um acessório ou talvez um tempero que eu adoraria testar com um tal uniforme de policial que alguém usou… - o olhar malicioso da esposa dizia tudo. 
— Porque você me lembrou disso? Acho que terei que ligar para o Alexi. 
— Hum, ainda não adivinhou, tio Nathan? - disse Anne desafiando-o na maior inocência - tempero e acessório, ou é de comer ou é para fazer sexo… a tia parece bem interessada no policial. É daquele que dança nas festas de solteiras, tia Stana? - a gargalhada foi geral. 
— Por ai, Anne. Onde você aprende essas coisas, menina? 
— Anne é muito informada. O papai disse que informação é tudo, ele estava falando de dinheiro… eu acho. 
— Depois dessa aula, melhor irmos para casa - disse Jeff - tchau para vocês. 

Stana beijou a sobrinha e abraçada ao marido, observou as pessoas mais importantes de sua vida deixarem sua casa naquela bela tarde de domingo. A vida era cheia de surpresas, em três horas com sua familia, acabara com uma espécie de mini ferias programada. Ia ser realmente muito bom se afastar de Los Angeles e respirar novos ares. 


Continua....

domingo, 20 de janeiro de 2019

[StanaThan] Kiss and Don't Tell - Cap.138


Nota da Autora: hey, sei que estou devendo, mas como já expliquei antes, está bem dificil manter as fics em um ritmo bom. Muitos assigments da faculdade. Enfim, espero que gostem! O capitulo é bom mas tem um angst no final... see ya! 


Cap.138

Julho começou agitado para Nathan. Conforme ele prometera para Alex, após o feriado da independência, dedicou-se ao piloto de The Rookie. O cronograma de gravações ia durar duas semanas por conta de cenários e locações externas que teriam que adequar durante as filmagens. Stana não se importou porque ela teria que filmar um novo longa no fim do mês, dessa forma eles revezavam o cuidado com Katherine. 
Outra que estava bastante ocupada era Gigi. A reforma da casa de Sandra estava de vento em polpa e depois que voltara de Monte Carlo, ela fez questão de fazer visitas constantes ao local para garantir que tudo estava dentro do cronograma. Sua cliente estava muito satisfeita até ali, o que deixava Gigi bem mais calma e animada para fazer as coisas acontecerem. 
Com Nathan focado no trabalho, os dias de Stana se dividiam entre cuidar da filha, da casa e se preparar para o seu próprio filme. Com o script em mãos, sempre que Katherine dormia ela se dedicava a montar seu personagem. Contudo, Stana gostava mesmo era de se divertir com a menina. Um dia Stana brincava com a filha no jardim correndo na grama quando Nathan chegou das gravações. Tudo que ouvia era a risada da esposa. Ao chegar na area externa encontrou as duas sentadas na grama perto de um springer que acabava de jorrar agua molhando as duas. Essa era a razão das gargalhadas quando Stana puxava Katherine para o seu colo enchendo-a de beijos. A roupa da menina encharcada. 
— Vamos ter que tomar um banho. Nós duas! Que tal na banheira, hein Katie? Podemos pegar seus brinquedos e fazer uma festa. 
— Sim! - a menina levantava os bracinhos. 
— Está rolando uma festa e ninguém me convidou? 
— Amor? O que faz em casa essa hora? 
— Alexi nos deu três horas de pausa para começar a montar a locação da noite. Tenho que voltar ao estúdio às seis então pensei em vir passar um tempo com vocês, mas já vi que estão muito ocupadas para me dar atenção. 
— Olha só, Kate! Daddy está sendo dramático. Aposto que quer beijo - a menina se levantou e saiu correndo na direção do pai. Nathan a carregou e os beijos rolaram soltos - acho que teremos que abortar nosso banho, meu amor. Vai ser algo rápido para você brincar com o daddy, ok? Está com fome, Nate? Vou preparar o lanche de Katherine e posso fazer algo para comer. 
— Posso tomar um café, mas melhor cuidar dela primeiro - Stana pegou a filha no colo e subiu as escadas. Meia hora depois, ela e a menina reaparecem cheirosas e com roupas limpas. Ela seguiu para a cozinha enquanto Nathan tomava conta da pequena.  
— Como estão as filmagens? Você está gostando? 
— O elenco é bacana e gosto muito da equipe técnica. Tem várias pessoas que trabalhavam conosco antes. A historia é interessante, acredito que sou eu que não está no clima para executar e pensar nisso tudo como uma potencial serie. 
— Entendo. Por acaso você usa um uniforme? - ela perguntou colocando o prato com as frutas e iogurte para Katherine na cadeira dela. 
— Por que o interesse, Staninha? 
— Ah, estou perguntando… policial, uniforme, um cacetete, algemas… juntando tudo isso e você, me parece uma combinação bem interessante, não? - ele já se aproximava dela colocando a filha na cadeira. Sussurrando no ouvido da esposa, perguntou. 
— E voce está insinuando o que exatamente? - Stana sentiu a nuca arrepiar. Sorriu. 
— Podemos fazer bom uso desse uniforme. Acha que consegue pegar emprestado no fim das filmagens? Pode ganhar um bonus com isso. 
— Eu adoro bonus. Considere feito, Staninha. 
— Ótimo, agora cuide do café enquanto faço uns sanduíches para nós. 
XXXXXXXX
Gigi estava saindo do escritório após um dia agitado. Não via a hora de tomar um banho demorado de espuma, de preferencia com o marido. Ela tinha visitado a obra de Sandra pela manhã, descobriu um problema na entrega e teve que retornar ao escritório para tratar com o fornecedor para retornar o material e expedir com urgência o que precisava. Tudo por conta do fornecedor que errou. Não ia pagar nem um centavo pela besteira que fizeram. Depois, Gary a chamou para ajuda-lo com um cliente indeciso. Depois de uma conversa de duas horas que quase fez Gigi perder a paciência, finalmente conseguiu driblar o cliente e fechar o projeto. Era isso, precisava desligar. 
Assim que saiu do prédio seu celular tocou. Só espero que não seja mais problemas com a obra de Sandra, pensou. 
— Alo? 
— Gigi? É Blake, esposa de Ryan? Tudo bem? 
— Olá, Blake. Como você está? Eu estou na correria. 
— É, eu sei. Falei com Sandra há alguns dias atrás. Ela me contou que a obra está evoluindo. 
— Está no inicio. Ainda tem muito chão. 
— Conhecendo você vai acabar daqui a um mês.
— Não tão rápido, Blake. Em que posso ajuda-la? Se for quanto a reforma do seu closet, vai ter que esperar. 
— Poxa, eu já ia chorar para você me encaixar no cronograma. Brincadeira, eu sei que está atarefada. Eu posso esperar. Na verdade, o motivo da minha ligação é outro. Talvez tenham outra pessoa precisando de uma ajuda de uma designer nota mil. 
— Blake, se continuar assim vou ser obrigada a pagar uma comissão para você! Outro cliente? 
— Sim, outra amiga. No caso dela, está com a obra em andamento ainda não terminou, mas outro dia resolveu sair para escolher itens de decoração e quase desistiu da obra. Ela precisa de orientação quanto a cores para as paredes, objetos para sala de estar e quarto, luminárias. Ela estava comentando sobre isso e lembrei de você. Falei sobre o seu trabalho, mas não disse seu nome. Queria checar com você primeiro se podia indica-la. Não é para agora, com o ritmo da reforma dela, diria que você tem uns dois meses. Apenas pensei que pudesse ajudar a ambas e checar se você está aberta a sugestões.
— Entendo. Agradeço sua ajuda, mas para ser bem honesta, eu estou um pouco assoberbada de trabalho e não posso pegar nenhum novo cliente em três meses. Se ainda assim você quiser oferecer meus serviços… 
— Três meses. É talvez tenha que checar com ela. Eu aviso quando descobrir. 
— Tudo bem. Você sabe como me encontrar. E quanto ao seu closet, deveria ser os três meses, mas se me ligar no fim do mês talvez tenha boas noticias para você, Blake. 
— Agora eu fiquei mais feliz com essa possibilidade. A gente se fala, Gigi. 
— Tchau, Blake. 
Gigi chegou em casa meia hora depois ainda com a cabeça matutando sobre os problemas que a cercaram o dia inteiro no trabalho. O telefonema de Blake apenas serviu para preocupa-la. A verdade era que Gigi começava a ver varias oportunidades surgindo, potenciais clientes querendo uma consulta, novos contratos e atrelado a tudo isso, ela prometera ao marido que iam engravidar. Como ela daria conta de tudo? Jeff sabia que havia algo incomodando a esposa quando ela entrou em casa e não reparou em sua presença muito menos no cheiro de queijo derretido e molho de tomate que tomava conta da sala. Mecanicamente, ela deixou a bolsa no sofá e já ia subir as escadas quando sentiu uma mão acariciar seu braço. Deu um pulo sendo pega de surpresa. 
— Meu Deus! 
— Está tudo bem, Gi? 
— Nossa! Sim, você me assustou - Jeff puxou a esposa forçando-a a olhar para ele. 
— Então por que tem uma ruga de preocupação na sua testa? Sei que não está tudo bem. Você nem percebeu o cheiro do jantar… é lasanha. E para completar nem me cumprimentou. O que foi, dia cheio? Problemas? - ela suspirou. 
— Desculpa, amor. É, tive um dia corrido especialmente no fim do expediente. Problemas, assuntos chatos, fornecedores errando e alguns contratempos. Sinto muito não ter reparado. Lasanha, você disse? - ela tentou esboçar um sorriso e beijou rapidamente os lábios dele - eu preciso de um banho antes e um comprimido. Vim dirigindo com uma dor de cabeça bem irritante. 
— Tudo bem, vá tomar seu banho. Nada de vinho para você hoje. 
— Como não? Lasanha e vinho é tudo que eu preciso para relaxar. Volto já - Jeff observou-a subindo as escadas. Sabia que ela não estava em um bom dia, ainda assim pretendia descobrir o que a chateou tanto.  
Gigi reapareceu na sala usando uma calça de moletom e uma camisa com manga comprida parte de um pijama. Os cabelos estavam soltos e o rosto limpo de maquiagem. Jeff sentiu o aroma do hidratante. 
— Está com fome? - ele entregou uma taça de vinho para ela. 
— Um pouco, não vou dispensar sua lasanha. 
— Como está a cabeça? Ainda com dor? 
— Melhorou um pouco. 
— Bom, a lasanha ficará pronta em dez minutos. Quer um pouco de salada? 
— Eu passo - ela sentou-se à mesa para esperar a massa. Jeff sentou-se ao lado dela em seus lugares cativos. 
— Vai me contar o que a aborreceu tanto? 
— Fornecedores incompententes. Eles entregaram o material errado. A brincadeira vai me custar pelo menos seis dias de atraso na reforma de Sandra. Tive que brigar feio com o cara. Depois ainda tive uma negociação difícil com outro fornecedor que não queria obedecer minha data e bateu o pé para não arcar com o custo logístico. Bando de lesmas que não entendem nada de negocio. Eu ainda facilitei o pagamento para ele. 
— Olha para você… uma verdadeira mulher de negócios. Imagino você discutindo com o fornecedor, fico excitado só de pensar a forma como dominou a conversa e fechou a negociação - ele sorria, Gigi suspirou. Nesse instante, o timer do forno avisa que a lasanha estava pronta - um minuto que nosso jantar está pronto - ele se levantou e com a luva abriu o forno para tirar a travessa de lasanha que borbulhava por causa da temperatura e da quantidade de queijo derretido. 
— Nossa! Está cheirando demais. 
— Espera até você provar - com cuidado, ele a serviu e repetiu o gesto enchendo seu prato - não prove ainda. Está muito quente, não quero que queime a lingua. Seria muito ruim para as atividades que teremos que desempenhar mais tarde, Gi - ela deu o primeiro sorriso genuíno da noite. 
— Safado! - mas levou a serio o conselho do marido - o mesmo vale para voce, Jeff. 
— Eu sei. Sou cuidadoso - eles concentraram-se novamente apenas na comida. Gigi saboreava a lasanha com gosto, gemidos escapavam aqui e ali de sua boca. Jeff também curtia o jantar, contudo observava o jeito da esposa ao comer. Tomando mais um gole de vinho e percebendo que ela estava quase acabando, resolveu perguntar o que queria desde quando ela chegara em casa. O real motivo porque ela estava preocupada ou chateada. 
— Estou vendo que gostou ou estava com muita fome. 
— Claro que amei, está deliciosa. Estou pensando se aguento mais um pedaço. Talvez um pequeno. 
— Que bom, acho que mais um pedacinho não vai lhe fazer mal - vendo Gigi servir-se de mais, ele julgou certo continuar a conversa - enquanto você saboreia seu segundo pedaço de lasanha, será que pode me dizer o que realmente a deixou tão chateada? Sei que não foi apenas o erro do seu fornecedor. Tem algo lhe perturbando, Gi e não adianta dizer que não, eu a conheço bem - Gigi baixou o rosto evitando encara-lo, levou outra garfada de lasanha à boca. Ganhava tempo para responder o que ele perguntava. Como poderia descrever a situação? Teria que ser honesta, mas as coisas ia parecer estranhas para Jeff, bobas inclusive. Por fim, ergueu a cabeça para fita-lo. 
— É um pouco de tudo. Meus projetos, o lado administrativo, gerenciar fornecedores que fazem besteira, potenciais novos clientes. Hoje mesmo ajudei Gary com um cliente dele e que já me alertou que a conta deve vir para minhas mãos assim como outra conta que Phillip conseguiu. Blake ainda quer meus serviços e talvez tenha outra cliente para mim no fim do mês. Além de ter que gerir os orçamentos, as equipes técnicas, as visitas a cliente e a equipe de arquitetos, designers e estagiários. Nos últimos meses, contratamos 3 novos designers e 2 estagiários. 
— Isso é excelente, Gigi. A firma está crescendo, você está cuidando mais da administração e de gerenciar como um todo. É exatamente o que se espera quando se é socio e o negocio é parte seu. E quanto as contas, quem mandou ser tão competente? Se você me dissesse que isso a incomodava há alguns meses atras, diria que seria devido à pressão. Mas você tem se saído uma excelente administradora… 
— Eu sei! E por isso eu acabo com minha agenda cheia. Tem o projeto da Sandra, minhas três outras contas, as potenciais novas contas que Gary mencionou, Blake, outro cliente. Basicamente eu tenho trabalho até o ano que vem sem parar. E como… como vou poder engravidar, Jeff? E-eu não sei como vou conseguir. Trabalhar grávida e largar vários projetos pela metade quando não puder mais ou adiar a gravidez? Claro que a segunda opção é péssima porque prometi a você e… e-eu não sei o que é certo. 
— Gigi, meu amor… - ele esticou a mão para apertar a dela. 
— Eu sei que gravidez não é doença e talvez eu esteja surtando e exagerando, porém não quero parar de trabalhar e não quero falhar na promessa que fiz a você para aumentar nossa familia. E-eu não quero decepciona-lo. 
— Você nunca poderia. Eu sei o quanto tudo isso significa para você, para nós. Não terá que parar de trabalhar exceto pelo tempo de licença maternidade. Não terá que desistir de nada, conseguirá fazer tudo o que precisa e deixar seus clientes satisfeitos. Eu sei que você pode. Voce é a minha super Gigi.  
— Você falando parece tudo fácil… 
— Porque é e será. Eu confio em você e nunca esqueça que estamos juntos nessa aventura - ela apertou a mão dele levando aos seus lábios. Mordiscou os nós dos dedos. 
— Você é incrível, Jeff. É impossível não dizer que não poderia fazer nada disso sem você. 
— Gi, somos uma dupla e tanto - ele inclinou-se sobre a mesa e beijou-lhe os lábios - que tal treinarmos um pouquinho? Você não queimou sua lingua, ahn? - ela riu. 
— Faça o teste… - levantou-se e sorveu os lábios dele com vontade. 

XXXXXX

Era sábado e infelizmente Nathan teve que ir filmar em uma locação que apenas estava disponível no fim de semana. Sozinha em casa, Stana decidiu que não queria ficar boiando na sala. Pegou o celular e ligou para a irmã com um convite. Ao quarto toque, Gigi atende se espreguiçando. 
— Hey, Gigi. Você ainda está dormindo? Olha só, Katherine, como sua tia é preguiçosa. 
— É sábado, sis. Dia de descanso e diversão. Ninguém acorda cedo no sábado - disse ainda bocejando. 
— Gigi, são onze da manhã. 
— Dindi, kiss kiss… - a menina se aproximava da tela beijando como sempre fazia com o pai. Gigi levantou-se da cama totalmente esquecida deixando o lençol escapar de suas mãos. 
— Oh! Voce está nua. Será que pode se cobrir com o lençol? 
— Ah, Stana não tem nada que você não tenha visto aqui. Eu disse que sábado é dia de diversão - piscou para a irmã. 
— Por favor, avise ao Jeff que estamos no FaceTime não quero ser acusada de ver meu cunhado como veio ao mundo. 
— Não se preocupe. Ele está na cozinha e vestido. Está preparando nosso brunch. Quais são as novidades,sis? 
— Nate está trabalhando hoje. Uma das locações que precisavam somente está disponível no fim de semana. Estou ligando para convida-la para um passeio comigo e Katherine. Não quero ficar sozinha mofando em casa. Que tal? Podemos passear, tomar um café, conversamos e voltamos para casa. Eu liguei para o Markus, mas Anne tem um aniversario à tarde. 
— Quer dizer que eu sou a segunda opção? Que triste! Acho que terei que recusar porque claramente fui trocada por uma menina de dez anos - Stana revirou os olhos. Claro que Gigi fizera de propósito para mexer com a irmã. 
— Deixa de ser dramática, Gigi. Eu queria que ela estivesse conosco também. Com quem você está aprendendo a ser tão sentimental? São os hormônios aflorando? Talvez Nate tenha razão. 
— Ouch! Você é rápida no contra-ataque. Vou falar com meu Jeff, se tiver tudo bem podemos ir. 
— Eff toso? 
— Sim, Katie. Vou assumir que a resposta é sim. Jeff não irá se importar nem um pouco - foi a vez de Gigi revirar os olhos. 
— Não tenha tanta certeza, é sábado e você não conhece minha arma secreta. 
— Maluca! Me liga para confirmar e claro que você virá nos buscar. 
— E ainda abusa… ai ai… essa sua mãe é muito folgada, fofinha. Ligo depois. 
Por volta das três da tarde, Gigi buzinava na frente da casa em Studio City. Stana estivera certa outra vez. Jeff acho que seria ótimo para as irmãs terem um tempo sozinhas. Segurando Katherine no colo e com a bolsa da menina nos ombros, Stana apareceu no portão carregando a cadeirinha da filha. 
— Você vai ter que segura-la um instante para eu amarrar a cadeira no banco - a menina se jogou para o colo de Gigi chamando-a e beijando-a. Certa de que a cadeira estava presa, Stana pegou a menina e a acomodou apertando o cinto de segurança e as alças - prontinho. Podemos ir. 
— Para aonde, madame? 
— Venice Beach. Tem um parque proximo à alguns metros da praia. Já te informo o endereço - ela mexeu no celular e mostrou a localização para a irmã. Levaram uns vinte minutos para chegar. Havia bastante estacionamento aos arredores do parque. Saltaram do carro e Stana liberou a filha. Gigi encarregou-se de carregar a bolsa com as coisas da sobrinha. Ainda com a filha no colo, Stana esperou estarem um uma area segura do parque próxima ao playground e distante das ruas para colocar Katherine no chão. Escolheu um banco para sentarem e jogou uma manta no chão com alguns brinquedos para que ela se divertisse. Obviamente sabia que a menina ia ficar interessada nos balanços e escorregador a sua frente. Por hora, queria entreter Katherine da maneira mais fácil. 
— Como descobriu esse lugar? 
— Nas minhas andanças de bicicleta. Aposto com você que a maioria das pessoas que moram aqui perto nem conhecem. Só pensam em sair de casa com carro. 
— Nem é assim, mas as pessoas tem rotinas apertadas. Nem todos são artistas, sis. Fora o seu marido te abandonar em um sábado, o que anda acontecendo na sua vida? Vi na internet que mais países irão exibir Absentia. E por aqui, nada? 
— Até agora nada. Temos confirmação de vários países da Europa e a Sony está finalizando as negociações com a Showcase no Canada. A america latina também está interessada e assinando com a Sony. 
— Sei que será um sucesso, sis. 
— Eu tenho algo para te perguntar, Gigi. 
— Se for da gravidez, pode esquecer. Estamos tentando e não fiz nenhum teste - Stana riu. 
— Não é sobre você, boba. Eu apenas queria saber onde você comprou aquelas calcinhas especiais. Estou pensando em comprar mais, só não sei como vou fazer isso porque não posso ir a um lugar daqueles, você sabe - Gigi arregalou os olhos e gargalhou. 
— Ora, ora, quem é a pervertida agora? Você já usou as três? - Stana anuiu - meu cunhado gostou mesmo, hein? Posso comprar mais para você. Para sua informação, eu não fui no sex shop. Pesquisei e comprei na internet. Mesmos sabores? 
— Sim, a de chocolate é a preferida. 
— Hum, acho que terei que encomendar umas para mim também. Meu Jeff precisa experimentar essa maravilha. 
— Eu pensei que você já tivesse testado com ele. 
— Não, Nathan foi a cobaia. Se ele gostou, o irmão vai gostar. 
— Mama, que ir ali… - Katherine apontou para os balanços. 
— Acho que terei que me render. Você se importa de ficar sozinha, sis, ou quer nos acompanhar? 
— E perder minha fofinha se divertindo nos balanços? De jeito nenhum! Vamos colocar esses brinquedos na bolsa e para o parquinho! - Stana sorriu, Gigi não ia deixar de fazer um escândalo com a menina. Elas se divertiram juntas. Katherine adorou o balanço e pedia mais o que Gigi obedecia. A mãe registrava tudo com fotos e videos. Nathan ia adorar ver a carinha de felicidade da menina. Depois de alguns momentos no escorregador, Stana decidiu que era hora de voltar. Passava um pouco das cinco da tarde quando as três caminhavam de volta ao carro. 
— Por que você não trouxe o carrinho dela? 
— Não achei necessário. Aquilo é enorme e Kate quer mesmo é andar. O carrinho só é bom quando ela dorme. O que não é o caso - a pequena andava ao lado da mãe e da dinda, Stana segurava a mão dela. Gigi carregava a bolsa da menina. 
— Onde vamos tomar nosso café? 
— Tem uma cafeteria a um quarteirão daqui muito boa. Serve café, chás, doces e uma variedade de sucos. É só continuarmos à esquerda e chegamos rápido, mas você, meu amor terá que vir para o colo - Stana ergueu a filha acomodando-a no colo. 
— Você se divertiu, meu amor? 
— Muito. Cookie, mama? 
— Está com fome? - elas já viravam a esquina, alheias ao movimento - tenho frutas para você. 
— Cookie, mama! 
— Ah, sis, esquece. Ela não vai sossegar enquanto você não der cookies. Foi assim com Jeff outro dia. E hoje é sábado, minha fofinha merece. 
— Cookie, dindi!   
— Stana? Wow! Stana Katic, quanto tempo! - ela congelou surpresa. Demorou alguns segundos para registrar a presença a sua frente. 
— Matt… Mitovich…sim, faz tempo - ela apertou a filha contra os braços. Gigi observava a cena tentando entender o que se passava. 
— Mesmo assim continuo acompanhando seu trabalho. Eu tive a oportunidade de ver o piloto de Absentia. Como sempre, você deu um show. A repercussão é muito boa, não sei porque as emissoras aqui estão demorando tanto para inserir a serie em sua programação. Com sua base de fãs eu estaria no pescoço da Sony - Matt olhava curioso para a criança no colo de Stana - e quem é essa bonequinha? É a sua cara exceto pelos olhos azuis maravilhosos… - Matt fez uma pausa para encarar Stana e depois tornou a olhar para a menina - esse tom de azul me lembra… - mas ela não deixou que Matt completasse a fala. 
— É minha sobrinha Kate. Essa é minha irmã, Gigi. Matt trabalha como editor na TVLine, nos conhecemos através de Castle - Matt olhou para a mulher ao lado de Stana. Sorriu. 
— Prazer. Sua filha é linda. Esses olhos então! 
— Iguais ao do pai. Meu marido tem olhos azuis encantadores - Gigi pegou a menina do colo da mãe e tratou de se livrar de Matt - está na hora do lanche, não fofinha? Não podemos nos atrasar que daddy está esperando, Katie. Vamos, Stana? 
— Oh! Sim, vamos. Desculpa, Matt. Temos que ir. 
— Tudo bem, bom te ver - ele deu um abraço e um beijo em Stana. Tornou a olhar com curiosidade para Katherine e se despediu de Gigi - tudo de bom para vocês, sua filha é linda. 
— Mama, cookie! - Katherine disse olhando para Stana. 
— Já sei, quer cookie então vamos andando - disse Gigi - tchau, Matt - elas apressaram o passo. De costas para Matt, ela tentava respirar e processar o que acabara de acontecer. Assim que entraram na cafeteria, Gigi olhou para a irmã. Estava pálida. 
— Stana, você parece que viu um fantasma. Sente-se. Vou pegar uma água para você e também comprar um café - ela rapidamente se dirigiu ao balcão e voltou com um copo com agua - beba - Stana obedeceu, depois  passou a mão nos cabelos - vou comprar o café, espere um minuto - Gigi retornou ao balcão ainda com Katherine nos braços ordenou as bebidas e dois brownies alem de dois cookies, um de aveia e um com gotas de chocolate. Pediu para a atendente levar até a sua mesa pois não teria mãos suficientes para carregar tudo. Sentou-se de frente para a irmã estendendo o copo - está melhor? Quer me contar porque ficou tão pálida de repente? Tem a ver com o tal Matt? Stana, você não teve nada com esse cara, teve? 
— Não! Que ideia, Gigi. Matt é um profissional, era reporter na época de Castle. Sempre admirou meu trabalho e ao contrario dos outros colegas de profissão, ele sempre me tratou muito bem. Não era evasivo. E-eu fiquei surpresa e preocupada. É a primeira vez que eu encontro alguém do ramo com Katherine. 
— Você acha que ele desconfiou? Eu vi a forma que ele olhou para a menina, mas acho que desencanou quando disse que era minha filha, afinal somos parecidas e eu fui bem convincente. 
— Ele ia mencionar os olhos, Gigi. Ele ia dizer que lembravam os de Nate. Tenho certeza. 
— Mesmo? Ele não sabe nada sobre a historia de vocês além daquilo que é especulado pela mídia, certo? 
— É, para ele eu e Nathan éramos colegas de trabalho e não muito íntimos. Matt sabia que nos dávamos bem e não acreditava nos lances das brigas, mas… 
— Mas? - Stana calou-se ao ver a garçonete se aproximar com o prato de doces. 
— Obrigada - disse Gigi - cookies para minha fofinha - entregou o cookie de aveia para Kate. Stana continuou. 
— Ele achava que Nate gostava de mim e vice-versa, porém quando ele começou a namorar antes de ficarmos juntos, Matt começou a não simpatizar com ele. Acho que o sentimento de Nate é reciproco. Ele sempre teve um pouco de ciúmes não pelo homem em si, pela maneira como ele me dava destaque e atenção. Pura bobagem. 
— Isso é passado, Stana, Vocês estão bem casados e felizes. 
— Esse é o ponto, Gigi. Estamos juntos, temos uma filha, porém o mundo não sabe disso. E o jeito como ele olhou para Katherine, era como se me perguntasse se ela era filha do Nate. Eu sei - baixou a cabeça - isso é um desastre. 
— Como sabe? Ele não disse nada e acho que você está imaginando coisas. Criando cenários na sua cabeça. Mesmo que desconfie não pode provar. Você é uma pessoa discreta e não acho que vai ficar te perseguindo por Los Angeles. Ele é um editor chefe, tem mais o que fazer do que ficar atacando de paparazzi. Esquece isso, sis. Está tudo bem. Coma seu brownie - Stana obedeceu a irmã, mas sua mente ainda pensava em como iria lidar com a situação. Precisava contar o que acontecera para Nathan. 
— Vou ter que contar para Nate. Não temos segredos e isso pode afetar nossos passos, nossas vidas. 
— Não acho, esse cara nem é famoso. Não é como se ele fosse o Ryan Phillip ou Ausielo. 
— Ele é muito conhecido e respeitado no mundo do entretenimento e com Nate voltando a filmar para tv, se virar serie… 
— Pare, sis. Você pensa demais, divaga demais. Respire por um instante e desligue para aproveitar o café e a companhia. Acho que está fazendo tempestade em copo d’agua - ela esticou a mão para tocar a de Stana - sis, vai ficar tudo bem - Stana suspirou. 
— Assim espero, Gigi. 
— Cookie, mama? - Kate oferecia o doce para Stana. Isso a fez sorrir e se acalmar um pouco. A menina notara que a mãe estava preocupada. Ela mordiscou um pedacinho do cookie. 
— Obrigada, meu amor - elas ficaram mais uns vinte minutos comendo e brincando com Kate. Gigi as deixou em casa e pediu calma para a irmã. 
Nathan chegou em casa passando da hora do jantar. Stana tinha alimentado e colocado Katherine para dormir. Estava na sala com o iPad nas mãos lendo seus emails e checando o twitter de Matt para ver se ele mencionara algo sobre seu encontro. Nada, o que ainda não a deixava aliviada, a parte difícil viria ao contar para Nathan. Ele se aproximou dela beijando-lhe o topo da cabeça. 
— Hey, amor. Guardou algo para eu comer? Estou faminto. Vou tomar um banho e já volto - ele ia subir as escadas quando parou e perguntou - faz tempo que Kate dormiu? 
— Uns quinze minutos. 
— Que pena! Amanhã eu brinco com ela - Stana o observou subindo as escadas. Assim que sumiu de suas vistas, ela levantou-se e seguiu para a cozinha. Não havia jantado, estava esperando por ele. 
Nathan reapareceu vinte minutos depois. Viu a esposa tirando uma travessa do microondas e colocando sobre a mesa. Ela se voltou para o forno tirando uma assadeira de lá. Ele se aproximou dela e acariciando seu rosto beijou-lhe os lábios. 
— Como foi seu dia, babe? 
— Produtivo, mas cansativo. Estávamos correndo contra o tempo. Alexi tinha que liberar o local antes das sete. Então você sabe, até recolher todo o material, cabeamento, promps, leva tempo. Esqueci de te falar, ontem encontrei Luke nos estúdios da Paramount. Está trabalhando em uns figurinos para Marlowe. Parece que a serie deles está em negociação para ser exibida pela rede. Ainda não está certo, segundo Luke. Ele comentou sobre você. Estava feliz de ver o sucesso que estava fazendo na Europa durante o festival de Monte Carlo. Eu tive que concordar. Disse que vi as noticias e que não esperava outra coisa de alguém tão talentosa como você. Ele concordou comigo. 
— É bom saber que ele continua em contato com Marlowe e Terri. Gosto tanto de Luke. Ele é um amor. 
— E como foi o seu dia? Katherine te deu muito trabalho. Ainda me sinto culpado por ter que trabalhar no sábado e deixar vocês duas sozinhas. 
— Nós ficamos bem. Coma antes que esfrie. É apenas lombo assado e uma quinoa temperada. Sei que não é sua comida preferida, mas… 
— Está ótimo! Vou pegar a pimenta na geladeira - viu Stana se servindo da quinoa - você não jantou? 
— Estava esperando por você. 
— Ah, Staninha… - ele deu outro beijo nela. Durante o jantar, Nathan comentava sobre uma determinada cena que tivera que fazer e como tinha sido fácil correr e gerenciar obstáculos. Comentou da sensação estranha em filmar um piloto com desconhecidos. Uma situação que Stana conhecia bem. Ao terminarem a refeição, Nathan serviu um pouco mais de vinho para ambos e foram para sala. Ela procurava o melhor momento para contar sobre o seu encontro com Matt. Sentados no sofá, ela terminou a bebida e esquivou-se do abraço de Nathan para colocar a taça na mesinha de centro. Fitou-o com cuidado, ele estava relaxado e parecia não notar a aflição dela. Melhor começar pela parte boa. 
— Eu sai com Katherine hoje. Eu e Gigi a levamos para o parquinho. Ela amou Nate, olha! - Stana mostrou as fotos da filha no balanço, escorregador, os sorrisos e os videos com os gritinhos de alegria e as gargalhadas das três. 
— Foi uma pequena festa. Onde fica esse parque? 
— Em Venice. Umas quadras da praia. Na direção oposta ao restaurante do Jon. Pretendia levar Anne conosco, mas ela tinha um aniversario. 
— Que bom que se divertiram, me faz sentir um pouco menos culpado. 
— Nate, tem mais uma coisa… - a voz de Stana fez com que o marido entendesse que havia algo a incomodando. O semblante dele mudara, tinha um ar preocupado, o mesmo que via na esposa. 
— O que foi? 
— E-eu…nós encontramos Matt, do TVLine - ela evitou fita-lo. 
— Stana… o que aconteceu? 
— E-ele viu Katherine e…primeiro pensou que era minha filha. Disse que era a minha cara e eu não sei mas tive a impressão que ele pareceu reconhecer os olhos. Achei que ia dizer que eram como os seus. Eu o cortei e falei que era minha sobrinha, Gigi tirou Kate do meu colo e falou que os olhos eram do marido. A-acho que ele comprou, pelo menos disse que eu e ela éramos bem parecidas. 
— Eu não acredito! Ele não falou mais nada? 
— Não, comentou da repercussão de absentia somente. Por sorte, Gigi contornou a situação e fomos embora. E-eu não sei… eu tenho checado os tweets dele, não disse nada. Espero que continue assim, Nate… eu…
— Isso é.. como isso foi acontecer? Você nos colocou em risco, Stana. Nosso relacionamento, nossa filha, ela foi exposta! Você não devia ter saído de casa. Sabe que é perigoso. Droga! - ele se erguera do sofá, caminhava de um lado para o outro - E esse cara, ele é esperto. Ele pode insinuar algo. No que você estava pensando? Expor Katherine… 
— E-eu sinto muito, Nate. Eu odeio ser prisioneira na minha própria casa, eu queria sair com a minha filha, me divertir! Não acha que eu mereço? Eu não podia imaginar! 
— Você não é prisioneira, nós combinamos e escolhemos esse caminho para nós. Manter segredo da nossa relação, da nossa familia por um tempo. Infelizmente, há consequências. Você sabe disso. Tudo que fazemos tem que ser bem pensado. Não podemos arriscar o que construimos por um momento fulgaz. No mínimo irresponsável. Porque você não queria ficar sozinha? 
— Eu não fiz de propósito, Nathan! Pare de jogar a culpa em mim! Matt não fez nada, ele já deve até ter esquecido. Não sou considerada uma celebridade em Hollywood que mereça destaque de paparazzi ou capa de revista. Eu queria me divertir com a minha filha. Estou te contando o que aconteceu porque não temos segredos um com o outro e me preocupo com a nossa relação, a nossa família! Se vai ficar emburrado e jogando a culpa em mim, eu prefiro não discutir mais. Eu vou dormir! - ela saiu apressada subindo as escadas. Nathan esmurrou o sofá e se deixou sentar. Frustado, levou a mão ao rosto. Detestava quando discutiam. 

Stana segurou as lagrimas até o momento que chegou ao quarto. Trocou de roupa e se enfiou nas cobertas. O choro corria livre. Detestava saber que ele tinha uma certa razão, detestava brigar e finalmente começava a admitir que detestava toda a situação. Ela temia por isso, pelo dia em que o segredo que juraram proteger se tornasse um peso em seus ombros. Seu medo era que aquilo pelo que lutaram tanto para cultivar e criar acabasse sendo um estopim pronto para tentar destruir o relacionamento tão importante que dividiam.              


Continua...