quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

[Stanathan] Kiss and Don´t Tell - Cap.60


Nota da Autora: Ok, estou boazinha kkkkk... na verdade estou aproveitando que me livrei de uma apresentação hoje para escrever. Como mencionei, os proximos capitulos irão abordar natal, ano novo, presentes...(culpem o hiatus!) Começaremos a ver nosso casal se preparando para as festas.... Ah! Não estranhem a falta de NC é proposital para o capitulo ideal... enjoy!


Cap.60

- Desculpe... eu... -  Jeff estava surpreso e também envergonhado diante do que acabara de presenciar. Não tanto quanto Stana que além de vermelha, estava enrolando-se toda atrás de Nathan para cobrir o corpo o mais rápido que podia. O coração acelerado parecia que ia sair pela boca.

- Oh, meu Deus...meu Deus – ela repetia várias vezes o mantra em voz alta e continuou em sua mente, isso não podia estar acontecendo. Ao tentar vestir-se com a camisa dele, percebeu que as mãos tremiam.

- Você não pode ir entrando assim na casa dos outros, você sequer avisou que estava vindo para Los Angeles.

- Hey, bro... eu nunca precisei fazer isso, esqueceu? Você sempre me deixou livre para ir e vir na sua casa. Colocou até a chave no vaso próximo ao portão da garagem para facilitar minha entrada para não atrapalhar seus horários que geralmente são loucos. Não fiz nada do que já não estava combinado. Mais uma vez desculpe, eu não pretendia atrapalhar nem muito menos constranger ninguém.

Nathan passou a mão nos cabelos, virou-se para fitar Stana. Ela ainda estava meio em choque com o susto. Estava de calça e vestira a camisa dele para sentir-se menos vulnerável em frente ao irmão de Nathan. Era uma situação embaraçosa, mas agora teriam que lidar com isso. Jeff seria mais um a saber do segredo deles. Suspirando, ela deu um meio sorriso para o marido como um sinal de aceitação, como quem diz vá em frente.

Segurando a mão dela, Nathan a trouxe até o sofá para ficarem de frente para Jeff.

- Acho que não precisam de apresentação, mesmo assim. Jeff conheça Stana Katic – Jeff estendeu a mão sorrindo para cumprimenta-la quando Nathan completou - minha esposa – os olhos do irmão se arregalaram.

- Sua o que?

- Minha esposa. Estamos casados há um ano, bro.

- Meu Deus! Preciso me sentar... – ele mantinha os olhos arregalados na direção de Stana e depois para Nathan, muita informação – espera, quando isso aconteceu? Como? Por que você não me disse antes? Wow! Agora sei o que sentiu quando eu entrei e vi vocês. Wow! Desculpa, Stana. É um prazer conhece-la pessoalmente sem o ambiente de gravações e séries, mas... caramba! Contem essa história direito. Você não está zoando com a minha cara, certo Nate? É claro que não, depois do que eu vi – o irmão mostrou a aliança – é definitivamente o lance é sério.

- Sim, muito sério. Aconteceu logo no início das filmagens da sexta temporada. Ambos decidimos dar uma chance para os nossos sentimentos, deu certo. Descobrimos que assim como nossas personagens não conseguimos ficar separados. Optamos por manter a relação em segredo e pouquíssimas pessoas sabem disso. Hoje, apenas um cara que trabalha conosco sabe. Casamos no mesmo dia que filmamos o casamento de Castle e Beckett, assim ninguém desconfia do nosso envolvimento muito menos das alianças verdadeiras que usamos.

- Como vocês conseguem viver assim? Como conseguem trabalhar sem levantar suspeitas?

- É um pouco frustrante as vezes, porém o fato de nossas personagens estarem casadas ajuda na dinâmica.

- Então, Andrew o criador, sabe.

- Sabe, mas somente porque contamos para eles antes deles saírem do comando da série. Os produtores atuais não têm ideia.   

- Nossa! Seja bem-vinda a família Fillion, Stana. Mesmo que seja atrasado, fico feliz de ver que vocês estão bem. Aliás, você é o verdadeiro motivo do meu irmão estar assim, radiante. Sabia que algo estava acontecendo com ele, só que nunca pensaria que seria você a responsável por essa suposta fase de felicidade. Você já deve saber que ele sempre foi apaixonado por você, arrastava um caminhão... eu fui uma das pessoas que chegou a desencoraja-lo quanto a esse romance. Eu dizia: Stana não irá cair nas suas cantadas, na sua lábia. Ela é inteligente demais, não se deixará levar. Você é meio moleque. E olha o que aconteceu!

- Se serve de consolo, eu também era apaixonada por ele desde o momento que filmamos o piloto. Ele me conquistou com esse jeito bobo de menino – ela acariciava a coxa dele já mais calma – éramos teimosos demais para admitir nossos sentimentos, além de tudo o que envolvia o nosso trabalho.

- Bem, vocês parecem ter superado esse obstáculo. E quem mais sabe? Mamãe?

- Não! – Nathan respondeu rapidamente arregalando os olhos - E você nem pense em contar a ela. Sabe o quanto ela é ruim em guardar segredos. Lembra da Melissa no décimo ano?

- Vividamente – Jeff fez uma careta - Tudo bem, esquece a mamãe.

- Além de Andrew e Terri, Dara e Chad que além de escritores de Castle são nossos amigos, Trucco e a esposa, Gigi a irmã de Stana e Anne, sobrinha dela e minha também.

- Incrível! Vocês conseguiram manter um segredo como esses, um verdadeiro prato cheio para os repórteres e paparazzi por mais de dois anos. Como vocês se viram com viagens, trabalhos, os tais hiatos. Imagino que nem saem de casa juntos.

- Temos nossos refúgios. Alguns lugares característicos e usamos alguns disfarces. Mas, não é nada fácil. Não podemos curtir nada em LA.

Stana havia se levantado indo em direção a cozinha. Nathan não tinha ideia do que ela fora fazer ali. Talvez precisasse de um momento sozinha para se recuperar do susto. Sorriu ao vê-la voltando com uma garrafa de vinho e três taças.

- Não sei quanto a vocês, mas eu preciso de uma bebida.     

- Obrigado, amor. Todos precisamos – Nathan serviu vinho aos três. Ela virou a taça quase toda de uma vez. Ainda estava nervosa com toda a situação.

- Quanto tempo vocês pretendem manter essa situação?

- O quanto conseguirmos. Você tem que procurar entender, Jeff. O meio que trabalhamos é bastante vulnerável quanto a fofocas, intrigas e relacionamentos. Expor o que temos para a mídia pode ser um tiro no pé. A quantidade de perguntas, fotos, insinuações referentes a nossa vida serão enormes e constantes. Especialmente porque rola pelas redes sociais que eu e Stana não nos damos bem. A revelação de um casamento seria um choque para muita gente.

- E tem o trabalho. Enquanto estivermos fingindo apenas atuar, está tudo bem. Ninguém desconfia realmente. Tudo bem que existem alguns fãs que insistem que gostamos um do outro. Eles não estão errados, mas são desacreditados pela maioria – disse Stana.

- Nossa! Eu ainda estou impressionado com toda essa informação. A ficha ainda não caiu. Meu irmão casado com uma bela mulher, feliz e bem. Havia notado que você estava com um ar mais vibrante – Jeff coçou a cabeça - Não sei como vocês conseguem viver desse jeito, porém tenho que concordar que está funcionando muito bem. Como vocês fazem com relação as suas casas, dividem os dias da semana para um dormir na casa do outro?

- Não, moramos juntos na minha casa a um bom tempo.

- Oh, entendo. Sendo assim, é melhor eu ir para um hotel. Não quero tirar a privacidade de vocês.

- De jeito nenhum. Temos quartos de hóspedes suficiente nessa casa. Você é muito bem-vindo, Jeff – disse Stana sorrindo – faço questão que fique. Sei como o Nathan sente sua falta. Será bom passar uns dias com você. 

- Poxa, Stana. Muito obrigado. Se realmente não serei um problema, irei aceitar seu convite.

- Problema nenhum – afirmou Nathan.

- Ótimo. Será que agora eu posso dar um abraço na minha cunhada? Estou devendo um cumprimento adequado.

- Claro que sim – sorrindo, ela deixou-o se aproximar e o abraçou. Jeff deu-lhe um beijo na bochecha.

- Parabéns pelo casório. E obrigado por cuidar tão bem do meu irmão – ele virou-se para Nathan – e você também! Parabéns! Nem acredito que você tem um bambolê no dedo – Jeff abraçou o irmão com vontade dando-lhe várias tapinhas nas costas. Mais aliviada, Stana sentiu o corpo relaxar.

- Quanto tempo você ficará em Los Angeles, bro?

- Uma semana. Preciso resolver alguns negócios aqui, depois volto para o Canadá.

- Certo. Cadê sua mala? – virando-se para Stana, falou – amor, sabe o que estava pensando? Podíamos organizar um jantar para Jeff conhecer a Gigi. Agora ambos são da família e tem o segredo em comum. Seria uma ótima oportunidade para se conhecerem. Vamos verificar nossas agendas de gravações.

- É uma boa ideia. Enquanto isso, por que não vai mostrar o quarto para o seu irmão? Tenho certeza que ele está bem cansado depois da viagem. Vou organizar as coisas por aqui e depois subo, ok?

- Tudo bem.

- Boa noite, Stana. E bem-vinda a família Fillion.

- Boa noite, Jeff – juntos, os irmãos subiram as escadas. Ela recolheu os copos e a garrafa de vinho levando-os para a cozinha. Stana continuava tentando digerir o que acontecera nessas últimas horas. Ser surpreendida por seu cunhado quase pelada prestes a fazer sexo com o irmão dele era bem embaraçoso. Ela deixou um suspiro escapar enquanto fechava os olhos procurando aceitar a situação. Mais uma pessoa sabendo do segredo deles. Até quando isso iria durar? Resignada com os fatos, ela subiu as escadas rumo ao seu quarto.

Nathan mostrou onde estavam todas as coisas que Jeff precisaria, ajudou-o com a mala e ao ficar sozinho com o irmão, Jeff sentiu-se mais à vontade para comentar.

- Nathan, quero te pedir desculpas mais uma vez. Não foi minha intenção pega-los de surpresa, naquela situação. Cara! Foi muito estranho. Sinto mesmo. Nem imagino o que está se passando na cabeça de sua mulher nesse momento. Sua mulher! Pelo jeito ela está fazendo muito bem a você. A felicidade está estampada na sua cara. Finalmente conseguiu o que ansiava em seus sonhos, não? Estou muito feliz por você.

- Obrigado, bro. Ela me faz muito feliz. Não podia escolher companheira melhor. Sou perdidamente apaixonado por Stana.

- Bom para você. Agora, preciso dormir. Tenho várias reuniões amanhã. Avise quando tiver um tempo para eu te desafiar no videogame.

- Se tiver disposto a perder... boa noite, Jeff e por favor, nenhuma palavra sequer a mãe e ao pai, beleza?

- Pode deixar.

Ao chegar no quarto, Nathan encontrou Stana já deitada passando hidratante na pele. Ele rapidamente se junta a ela, beijando-lhe o rosto e cheirando a pele do pescoço. Ela sente cocegas e afasta-o, rindo.

- Que noite, não Staninha? Muitas emoções e nem sequer tivemos a oportunidade de comemorar adequadamente como gostaríamos.

- Sim, ainda estou meio zonza com tudo. Um pouco envergonhada. Mais um pouco e seu irmão pegaria nós dois em situação pior. Meu Deus! Estou tentando superar e esquecer isso. Preciso mesmo de uma boa noite de sono.

- Eu também, mas você concorda com o jantar? Podemos tentar fazer sábado. Encomendamos tudo. Que tal? Você fala com Gigi? Se quiser, tentamos chamar Dara e Chad. A escolha é sua.

- Não, vamos manter isso em família. Nossa primeira reunião familiar... taí algo que não imaginara acontecer tão cedo.     

- Admito que também não esperava, mas já que aconteceu, vamos tirar proveito disso.

- Amanhã falo com Gigi – ela se aconchegou nos braços dele, sentindo o corpo quente colado ao seu – boa noite, Nate. Saiba que eu adoro ser a Sra. Fillion...

- Sonhe com os anjos, Staninha – cansada, ela fechou os olhos dormindo quase que instantaneamente.
Marcaram o jantar para sábado à noite. Stana queria muito conversar a sós com a irmã sobre os últimos acontecimentos, mas teria que adiar a conversa um pouco mais. Ela convidou Gigi sem revelar o real propósito do jantar. Disse ser uma pequena reunião familiar, o que a irmã achou ótimo. Estava com saudades de conversar com Nathan.

No sábado, ambos cuidavam dos preparativos para o jantar. Stana providenciava a sobremesa, Nathan checava os vinhos e cerveja pois seu irmão preferia essa bebida a outras algumas vezes e Jeff avisou aos dois que ia sair para resolver algumas coisas voltando para casa a tarde. Apesar do seu convidado e hóspede fazer o possível para agrada-la, Stana ainda tentava se acostumar com o fato de que alguém mais sabia de seu segredo. Não tinha o que reclamar de Jeff, o problema era com ela mesmo. E se o cunhado desse com a língua nos dentes e contasse para a mãe? Controlar Gigi já era uma dificuldade e uma façanha, será que Nathan conseguiria controlar o irmão?

Forçando-se a esquecer os potenciais problemas no futuro, ela decidiu se preparar para a noite e curti-la na companhia da irmã. Tinha certeza pela alegria de Nathan que ele estava adorando tudo isso.

À noite, enquanto ela se arrumava, Nathan já estava na sala bebendo e conversando com o irmão. A campainha tocou e Stana desceu com pressa. Não queria que a irmã fosse pega de surpresa sem que ela estivesse presente. Ao chegar no último degrau da escada, viu Nathan se aproximando da porta.

- Não, babe. Deixa que eu abro.

- Tudo bem, vá em frente – ela passou por ele roçando seu corpo devagar próximo ao dele. Nathan puxou-a pela cintura e a abraçou por trás – você está cheirosa, Staninha – disse após dar um beijo no pescoço dela e acariciar seu colo.

- Nate... não é hora para isso...

- Só quero um beijo... – ele virou seu rosto na direção de seus lábios e beijou-a. Ela não resistiu ao toque dos lábios retribuindo o gesto com a mesma intensidade. Afastaram-se quando a campainha soou novamente – melhor atender sua irmã. Já está ficando impaciente - Rindo, Stana se dirigiu a porta. E girou a chave. Ao abrir a porta da garagem, ela encontrou a irmã sorridente. 

- Por que demorou tanto? Estava fazendo o que não deve com meu cunhado? – Stana ia abrir a boca para contestar, mas a irmã foi mais rápida abraçando-a e dando-lhe um beijo – seu batom está borrado, sis. Nem gaste suas palavras querendo justificar que não estava se agarrando com seu marido que não vai colar – Stana revirou os olhos. Como ela podia ser tão observadora?  

- Oi, Gigi. Bom ver você. Venha comigo, estamos na sala.

- Obrigada pelo convite. Fazia tempo que queria ver e conversar com meu cunhado. Está tudo bem com vocês? Estão trabalhando muito?

- No mesmo ritmo de sempre. Nate! Olha quem chegou! – ela viu o marido de costas conversando com o irmão, assim que ouviu a voz dela o chamando, ele virou-se.

- Gigi! Minha cunhada preferida! – ele veio ao seu encontro para dar-lhe um beijo e um abraço. Ela retribuiu o gesto.

- Você fala assim porque sou a única cunhada que tem, já que sou a única que sabe do casamento de vocês. Mas, aceito o elogio. Também estava com saudades. Faz tempo que não nos encontramos para conversar. Quando Stana me ligou fiquei surpresa com o convite, porém muito feliz em poder passar um tempo com vocês. Anne também está aqui? Ela mencionou ser uma reunião de família...

- Não. Hoje à noite é para adultos. Um jantar, bom vinho e muita conversa.

- Só nós três então? Vocês não vão me fazer segurar vela, vão? Porque isso é maldade– Gigi perguntou no exato momento que Jeff apareceu por trás de Nathan. Ela arregalou os olhos.

- Gigi, esse é Jeff. Meu irmão. Agora nós quatro temos muito em comum – Gigi buscou a irmã ainda surpresa, seus olhos e o rosto eram como uma grande interrogação.

- O que está acontecendo aqui, Stana?

- Jeff veio até a casa de Nathan e nos pegou desprevenidos, portanto nosso segredo agora tem mais um guardião.

- Espera, quando você diz que ele os pegou... vocês estavam sem roupa? Se agarrando? Meu Deus! Estavam pelados? – os olhos de Gigi só faltavam soltar do rosto. Nathan já prevendo um possível embaraço para sua esposa, resolveu interceder antes que Gigi deixasse a irmã desconfortável.

- Gigi, estávamos no sofá namorando e não vimos Jeff chegar porque como meu irmão, ele sabe onde eu guardo uma chave extra e eu havia me esquecido que isso podia acontecer. Não tínhamos muito o que explicar depois do que ele viu. Portanto, contamos tudo para ele inclusive do casamento e das pessoas que sabem da nossa história. Por isso, chamamos você aqui hoje. Essa é a nossa primeira reunião em família. Nada mais justo que você conhecer meu irmão e trocarmos experiências de família.

- Claro! – Stana aproximou-se de Nathan entrelaçando a sua mão na dele, em um gesto claro de agradecimento por não tornar a situação mais constrangedora na frente de Gigi, ela precisaria de um tempo com a irmã para desabafar e explicar toda a loucura. Ele a abraçou pela cintura. Beijou-lhe o rosto.

- Que tal uma taça de vinho para começar a noite?

- Excelente ideia. O que iremos jantar hoje?

- Paella. Encomendei de um restaurante que adoro.

- Hum, adorei a escolha – disse Gigi.

- Mas, primeiro tenho umas tapas. Sente-se no sofá, fiquem à vontade. Eu e Stana já voltamos com as bebidas e os aperitivos – Gigi, sem cerimônia, sentou-se no sofá ao lado do irmão de Nathan. Ela o cumprimentou educadamente e começaram a conversar. Na cozinha, Nathan pegava as taças enquanto Stana se ocupava em encher as bandejas com as tapas. Ela resolveu comentar o que acontecera a minutos atrás.

- Obrigada, Nate. Você tornou a situação bem mais tranquila não contando detalhes do que ocorreu. Sei que Gigi faria um escândalo se soubesse. Eu ainda preciso conversar com ela, mas não agora.

- Não precisa agradecer, Staninha. Não ia expor nossa intimidade assim. Só espero que o Jeff se mantenha calado e que se entenda com a sua irmã. O pior que poderia acontecer era os dois se detestarem.

- Não acho que isso possa acontecer – e ela tinha razão, ao voltarem para a sala encontraram os dois engajados e animados numa conversa bem interessante. Por pelo menos meia hora, eles saboreavam os petiscos, bebericavam o vinho e ouviam Jeff contar sobre sua última viagem ao Caribe. Nathan havia se ausentado para esquentar a paella e logo os convidou para sentarem-se a mesa onde poderiam saborear o jantar e continuarem a história.

Porém, ao começarem a comer, o assunto mudou. Do nada, Jeff decidiu perguntar a Gigi o que ela achava do relacionamento de seus irmãos, especialmente do casamento.

- Gigi, como foi para você descobrir que Nathan e Stana estavam juntos? E quanto ao casamento deles, o que você acha?

- Posso dizer que primeiro fiquei um pouco chocada. Minha irmã é bem reservada com sua vida pessoal. Eu sempre desconfiei que ela gostasse dele, apesar dela nunca querer admitir. Quando me contou que estavam juntos para valer, eu adorei. Fiquei super feliz porque, na boa? Disse para ela, se você não quiser tem quem queira. Nesse caso estava falando de mim. Por favor, que mulher poderia dizer não a um cara como Nathan?

- Ah, várias... você nem imagina – disse Jeff.

- O que? Você está de brincadeira, não? Zoando com a minha cara, só pode!

- Não estou não – afirmou Jeff o que fez Nathan olhar mais intensamente para o irmão claramente pedindo que ele não insistisse no assunto. Não adiantou, afinal era com Gigi que ele conversava.

- Segure esse pensamento. Deixe-me concluir a resposta a sua outra pergunta. Sobre o casamento. Na minha opinião, acho que não tem duas pessoas mais perfeitas para formar um casal. Eles se completam. São muito melhores juntos que separados e o principal, eles se amam. Tem minha benção e meu apoio sempre que precisarem.

- Obrigada, sis – Stana disse sorrindo para a irmã sentada a sua frente.

- É tudo verdade, sis. Agora, se pudermos voltar ao ponto anterior. Que história é essa de que Nathan foi rejeitado antes? No mínimo a mulher era louca.

- Jeff, deixa isso para lá... – Nathan não queria ouvir histórias do passado que poderiam deixar ele e Stana embaraçados. Não era esse o objetivo do jantar.

- Ah, não. Vai ser interessante. Já que estamos falando de relacionamentos, é bom recordar que nem sempre acertamos ou que eles são perfeitos. No último ano antes de Nate entrar para o ensino médio teve o baile dos juniores. Ele convidou Sandy para ir com ele, era simplesmente uma das patricinhas da sala. Claro que ela não aceitou. Ele ficou muito chateado, mas não desistiu. Resolveu fazer uma serenata para ela.

- Jeff...

- Qual foi a música? – perguntou Gigi interessadíssima.

- Estava na época do Karate Kid. Então, ele escolheu cantar “Glory of Love”. Vocês podem imaginar o vexame. O pai da menina jogou um balde de agua gelada nele.  

- Oh, mas isso é triste. Que menina idiota! Aposto que agora que ele é famoso, ela quis se aproximar.

- E quis mesmo, mas eu não deixei.

- Você não fez uma serenata para mim, adoraria ouvi-lo cantar... – Stana disse acariciando o rosto dele e em seguida beijou-lhe os lábios.

- Ridícula! – Gigi ainda resmungava, estava revoltada com a história – acho que todos estamos sujeitos a isso em relacionamentos, Stana também teve seu coração partido pelo capitão do time de lacrosse.

- Gigi, não precisamos ouvir essa história – Stana alertou.

- Nada mais justo já que ouvimos uma do Nathan – então, Gigi começou a contar um dos relacionamentos frustrados de Stana. A medida que a história fluía, Stana ia ficando mais vermelha. Ela não teve que cantar ou tomou um banho como Nathan, ela fora abandonada na quadra do colégio pronta para o baile pelo garoto que fez questão de dizer que ia para a festa com a rainha e não com o sapo de aparelho – se ele soubesse que minha irmã estaria entre as mulheres mais bonitas de Hollywood. Cobiçada e paparicada por caras como Nathan e Salvatore Ferragamo, ele não faria o que fez. Sabe o que é melhor nisso tudo? Ele continua um zé ninguém, não foi para a faculdade e trabalha num bar.

- A vida tem suas formas de mostrar as pessoas que fazer mal ou humilhar os outros acaba por se voltar em algum momento contra você mesmo. Não entendo porque há sempre aquela vontade de mostrar que eu sou melhor que você. Isso é tão mesquinho – disse Nathan.

- Concordo, cunhado. Essa paella está muito boa! Posso comer mais um pouco? – ela se serviu de um pouco mais - Mas nem todas as histórias de Stana são ruins. Ela já teve pessoas bacanas e as vezes eu dizia que ela era burra por não casar com determinado namorado, bons partidos mesmo. Agora entendo que ela estava esperando pelo certo.

- É verdade, Staninha? – Nathan perguntou se sentindo todo faceiro.

- Sei o que isso vai fazer ao seu ego, mas tenho que dizer a verdade. Sim, Gigi tem razão. Eu sempre soube que nenhum deles era a minha metade. Soa piegas, eu sei. Nenhum deles me fez sentir como eu me sinto hoje. Somente você – ele se inclinou para beija-la, não foi um beijo comum, era apaixonado e intenso por isso mesmo, Gigi se fez notar.

- Hey, vocês dois! Estão com visitas! Deixem para jurar amor eterno e se pegarem quando eu e Jeff estivermos longe – os dois quebraram o beijo rindo da forma como ela falara. Stana aproveitou a deixa para ir pegar a sobremesa. Nathan inventou que ia ajuda-la. Assim que eles desapareceram, Gigi comentou – você quer apostar quanto que os dois foram se agarrar na cozinha?

- Se apostar, irei perder – disse Jeff rindo com Gigi.

O resto da noite correu muito bem. Eles conversaram mais um pouco, comeram a sobremesa, tomaram café e finalmente Gigi decidiu ir embora para dar alguma privacidade ao casal. Ela adorara a noite.

- Acho que precisamos repetir algumas vezes esses jantares de família. Foi um prazer desfrutar de boa comida, bebida e da companhia. Foi bom te conhecer, Jeff e saber que temos mais alguém para ajudar a manter o segredo desses dois intacto – ele estendeu a mão para se despedir, mas Gigi não era mulher de formalidades. Logo deu um abraço no irmão de Nathan da mesma maneira que faria em seguida com o cunhado. Stana não podia culpa-la, era o seu jeito expansivo de ser. Ela deu um abraço e um beijo estalado na irmã antes de finalmente deixar a casa.

- Juízo vocês dois! Boa noite, pessoal!

- Boa noite, Gigi. Dirija com cautela – disse Nathan. Assim que fechou a porta, Stana já se dirigia para a sala a fim de recolher o resto da louça. Queria deixar tudo limpo para poder dormir um pouco mais no domingo. Nathan correu para ajudá-la e Jeff também.

- Não precisa se preocupar, Jeff. Pode ir para o seu quarto. Vá descansar. Eu e Nate damos conta disso rapidinho.

- É, Jeff. Pode ir.

- Tudo bem, se vocês insistem... boa noite para os dois e sabe, sua irmã é ótima Stana. Ela tem razão, vocês se completam. Amanhã quero acabar com você no videogame, bro. Vamos apostar.

- Tenho pena de você. Boa noite – vendo o irmão subir as escadas, ele virou-se para a esposa – todos gostam de Gigi. E acho que, do jeito dela, sua irmã conhece muito tudo o que passamos até aqui. Fiquei muito feliz com o resultado dessa noite.

- Eu também – ela se aproximou dele abraçando-o pela cintura – nossa primeira reunião familiar foi um sucesso. Parece que os Katics e os Fillions têm futuro, babe.

- Nunca duvidei disso. Deixe tudo aí, vamos para o nosso quarto provar que a teoria é válida. Tenho que retribuir o elogio que você me deu ao dizer que eu era o cara certo.

- Hum... será que está pensando o mesmo que eu? – ela sorria maliciosa.

- Hora de brincar, Staninha – de mãos dadas subiram as escadas ávidos por fazer amor. Satisfeitos, eles estavam estirados na cama, recuperando-se. Ela fitava o teto pensativa. Lembrava-se das conversas durante o jantar.

- Nate?

- Hum...

- Você cantaria para mim? Estilo serenata? Acho tão romântico...

- Jeff e sua boca grande! Eu não sou bom de cantoria, amor. Você ouviu a mesma história que eu, não? O resultado foi péssimo.

- Não, você canta bem. Fizemos um ótimo dueto de Sinatra. Eu não me importaria de ouvi-lo cantar para mim.

- Música antiga que nem a que eu cantei antes para Sandy?

- Não, você escolhe o que quiser cantar... – Nathan não afirmou nada, porém começava a levar o pedido em consideração.

No domingo, logo após o café, os irmãos decidiram se desafiar no videogame. Pareciam duas crianças bobas pulando e gritando. Piores que Anne. Stana aproveitou a deixa para se dar um tempo sozinha, ou era isso que queria que Nate pensasse.

Com o pretexto de ir se exercitar, ela pegou a bicicleta dizendo que ficaria umas duas horas fora. Tempo suficiente para os marmanjos aproveitarem sua brincadeira. Dando um beijo rápido no marido, ela saiu. Bastou virar a esquina de casa para que ela fizesse o que realmente pretendia naquele momento. Pegou o celular e ligou para a irmã.

- Hey, sis! Já está com saudades de mim?

- Gigi, eu queria conversar com você. Será que pode me encontrar na Starbucks a dois quarteirões do meu antigo apartamento? Quero conversar com você.

- Espera, você não brigou com Nathan, certo? Foi por causa de ontem, daquelas histórias do passado?

- Não é nada disso, Gigi. Estamos bem, só queria conversar com minha irmã. Ontem não tivemos muito tempo para isso.

- Tudo bem. Preciso de vinte minutos.

- Certo, eu ainda estou no meio do caminho. Te vejo lá.

Stana chegou primeiro que a irmã. Vinte minutos na linguagem de Gigi era quase uma hora. Não se importou. Pediu um café do jeito que ela gostava, colocou bastante canela e sentou-se numa mesa de canto para esperar sua companhia. Dez minutos depois, Gigi aparece.

- Desculpe! Estava saindo de casa quando a mamãe ligou. Vivo dizendo para ela ligar no celular, mas ela insiste no modo antigo. Tive que esperar. Ela quer saber se você vai para casa no natal.

- Vou sim, mas tenho que combinar com Nathan. Provavelmente passaremos o ano novo juntos. Caramba! Na próxima semana já é dezembro!

- Passa rápido. Então, o que você quer conversar comigo? Sei que tem algo te incomodando e nem adianta disfarçar. Esse foi o motivo de você vir até aqui. Eu te conheço, sis.

- Não é que esteja me incomodando. É que desde que aconteceu esse lance com o Jeff, eu preciso conversar e só tenho você e Dara. Na verdade, a história começa um pouco antes do irmão de Nate descobrir sobre nós.

- Tem mais na história do que você me contou, sobre Jeff?

- Tem, mas antes aconteceu outra coisa. Nós dois andamos aprontando uma de nossas loucuras. E naquele dia que eu conversei com você e a mamãe, eu já estava agoniada. Eu pensei que estava grávida. Aquela conversa com a dona Rada me perturbou. Depois de um período de ansiedade, acabei fazendo o teste e constatamos que eu não estava. Gigi, você devia ver a cara do Nathan quando revelei a possibilidade. Ele estava feliz e esperançoso. Eu mesma com todos os meus medos e nóias cheguei a pensar nesse filho. Eu chorei porque o resultado deu negativo, foi um misto de alívio e dor. Ele parecia tão triste...

- Stana, ambas sabemos o quanto Nathan quer ser pai. Só de ver o jeito que ele trata Anne.

- Eu sei, por que acha que doeu? Eu quero dar um filho para ele, quero ter nossa família. Ainda não é o momento, mas o tempo está cada vez mais curto. Não sou tão nova assim, você sabe. Isso me fez pensar, e se eu não puder ter um filho, engravidar? Essa não é a primeira vez que eu suspeito de gravidez e torna-se alarme falso. Somente com Nathan já foram duas vezes.

- Espera, você está me dizendo que desconfia que não pode ter filhos? Isso não existe, Stana. As mulheres da família Katic são progenitoras, parideiras. Mamãe teve seis. Titia tem quatro, isso está errado. Você pode esquecer essa ideia maluca! Paranoia da sua cabeça – ela via a dúvida nos olhos da irmã – olha, você sempre faz seu preventivo, está bem. Se tem dúvida, por que não marca uma consulta e investiga logo? Se quiser, posso ir com você, mas já digo que não há nada.

- Você fala com tanta certeza!

- Porque é verdade. Logo você vai chegar para mim e dizer que está esperando um bebê, você vai ver. E o que isso tem a ver com Jeff? Ele soube disso?

- Não! Você é a única pessoa que contei além de Nathan. Nem ele sabe que estou fazendo isso. Mas, foi logo depois que soubemos que não ia rolar um bebê, estávamos meio que comemorando quando fomos surpreendidos por Jeff. Oh, Deus! Isso é tão embaraçoso! Ele nos pegou no flagra, Gigi! Eu estava sem roupa! Quase nua nas preliminares bem no chão da sala! Só de calcinha para ser sincera. Queria um buraco para me enterrar...

- Stana Katic!!! Sua pervertida!

- Isso! Mais alto, acho que ninguém te ouviu na Austrália! – o olhar fulminava a irmã a exemplo de como ela fazia com Castle ao interpretar a detetive.

- Desculpe! Mas você joga uma bomba dessa na minha cara e não quer que eu me assuste?! 

- Gigi, isso é sério. Foi muito estranho. Que imagem ele vai fazer de mim depois disso?

- Ora, sis! Que você é uma pessoa casada, apaixonada pelo irmão dele e sexualmente mega ativa – Gigi ria tentando imaginar a situação – no fim, deu tudo certo. Ele estava bem satisfeito com a união de vocês. A sua vergonha teve um ponto positivo... aí, daria um braço para ver essa cena!

- Se não parar de tirar sarro da minha cara, eu juro que vou te encher de porrada.

- Hey! Violência, não! Ainda mais porque eu sei que você sabe bater muito bem. Sério, sis. Desencana, já passou. Reconheço que não deve ter sido fácil, mas agora temos uma certa ligação com a família de Nathan. Sempre achei muito chato somente os Katics saberem do segredo.

- Você e Anne já está de bom tamanho. Não quero que a mãe saiba.

- Se depender de mim, não vai acontecer. Mas vê se não dá bandeira na frente dela, viu? Você fica toda boba ou pior vermelha quando ela fala de relacionamento.

- Melhor ir andando. Não é muito seguro deixar aqueles dois sozinhos por muito tempo.

- Aposto que nem se lembraram de você ainda. Marque o médico e me avise. Vou com você.

- Obrigada, Gigi.

- Hey, sou sua irmã. Depois você me dá um presente bacana e está tudo certo – rindo ela abraçou a irmã.

- Interesseira! – Stana jogou mais um beijo na direção dela e subiu na bicicleta para voltar para casa.
Nathan e Jeff se divertiam. Já estavam na quarta partida e a competição estava acirrada. No meio do jogo, Jeff decide mencionar algo para o irmão.

- Nate, quero que saiba que gostei muito do jantar com Gigi. Impressionante como consigo ver o quanto está diferente. Ela faz muito bem a você. Demorou, mas consegui o que sempre quis, não?

- Sim, eu estou muito bem. Stana é a mulher da minha vida. Soube disso desde o primeiro momento que conversamos. Não sei explicar o porquê somente sei quer era para ser.

- Agora só falta um filho, não? – Nathan sorriu meio sem graça – aliás, sei que já disse antes, mas quero pedir desculpas pela forma que flagrei vocês outra vez, podia ser aquele momento. Foi bem ruim a conhecer daquele jeito. Espero que me perdoe.

- Ela já perdoou. Ficou envergonhada, mas já passou. Quanto ao filho, tudo a seu tempo. Agora que fizemos um ano de casados.

Ela chegou nesse instante. Sorrindo, perguntou.

- Então, vocês marmanjos não cansaram do videogame? São dez da manhã. Alguém tem que providenciar o almoço...

- Ainda sobrou paella de ontem, Staninha. Não se preocupe.

- E se você não se importar, vou fazer uns steaks na churrasqueira – disse Jeff.

- Nem um pouco, sendo assim vou tomar um banho e já desço para arrumar o almoço.

O resto do domingo foi muito tranquilo. A semana de maneira geral também teve seus momentos de tranquilidade apesar do ritmo de trabalho estar agitado com a proximidade do fim do ano. Algo positivo da nova política da ABC era esse espaço de tempo mais extenso entre a mid-season. Não precisavam correr tanto e cada novo episódio que filmavam era uma a menos para depois.

Ao fim da semana, Nathan estava todo empolgado com um pacote que chegara pelo correio. Parecia uma criança. Ao vê-lo empolgado, ela curiosa perguntou.

- Por que está tão animado com essa encomenda dos correios? Por acaso você não comprou outro jogo para o seu PS4, comprou?

- Não se trata de videogame, Staninha. Você se lembra que eu mencionei sobre o musical de Waitress? A première na Broadway será somente em março do ano que vem, mas eu já recebi meus ingressos para a estreia. Sara enviou-os, três. Para mim, você e talvez Gigi, para o caso de precisarmos de um disfarce.

- Sara enviou para você? A própria Sara Bareilles? – ele podia ver o espanto no rosto dela.

- Sim, ela escreveu as músicas. Quis conversar comigo para saber da minha personagem, acho que faz uns seis meses que isso aconteceu. Ela é ótima. E não só enviou os ingressos para a peça como também mandou um par de ingressos para seu show em Nova York na semana que vem. Direto do Carnegie Hall. Interessada?

- Nate, eu adoro a Sara! É claro que estou interessada. Tenho que ir a Nova York! – ele riu da reação dela ao balançar os ingressos para que visse, ela pulou no pescoço dele beijando-o com vontade.

- Calma, amor. Se quisermos ir, teremos que convencer Alexi da nossa ausência por pelo menos dois dias. O show é na quinta. Não sabia que era tão fã da Sara assim.

- É só olhar meu celular. Tenho todas as músicas dela. Iremos convencer o Alexi só precisamos de um plano.

- Isso não é problema, eu já pensei em um. Já até comprei as nossas passagens. Pode avisar a Gigi, ela será seu disfarce – puxando-a até o sofá, Nathan contou sua ideia para a esposa. Na manhã seguinte, colocaram o plano em ação. Eles orquestraram uma pequena cena. Esse era o lado positivo de serem atores.

Estavam na sala dos escritores durante um dos intervalos tomando café. No momento que Nathan estava contando sobre sua ida a Nova York na próxima semana, Stana recebe um telefonema da sua agente. Eles não escutaram bem a conversa, mas ouviram a palavra Chicago e ATP. Ao desligar, ela suspira e comenta.

- Acredita que marcaram um evento do ATP para a próxima semana em Chicago. Um jantar com potenciais investidores. Sei que isso tem dedo da Gigi, ela estava cavando patrocínio para mim. O jantar é na quinta e tem uma reunião na sexta. Isso não estava nos planos e minha presença é obrigatória. Como resolveremos isso, Alexi?

- É, parece que as agendas de vocês dois andam em sincronia. A sorte de vocês é que, além de serem produtores, estamos avançados nas filmagens e liberar os dois por três dias não irá comprometer nada do show. Com o hiatus já acontecendo e nosso período de natal se aproximando em duas semanas, vocês podem se dar ao luxo de tirar esses dias – plano perfeito, pensou Nathan sorrindo.

- Muito obrigado, Alexi. O que vai fazer nesse período?

- Vou me concentrar na edição com a equipe e o pessoal do Rob, pode agilizar os promps para o próximo episódio. Será praticamente o último filmado quando voltarem.

- Daremos 100% quando voltarmos, prometo – disse Stana – obrigada mesmo, Alexi.

À noite, Stana comunicou da viagem para a irmã. Além de pedir seu apoio caso algo referente a ATP e Chicago viesse a ser mencionado algum dia. Gigi adorou saber que iria para Nova York curtir ao lado da irmã e do cunhado.

Na quarta, eles voaram rumo a Nova York em voos separados. Por precaução, Stana trazia consigo sua peruca loira. A big apple era campo minado em se tratando de Castle. E provavelmente toparia com repórteres no show, o que estava deixando-a agoniada por dividir um camarote com Nathan.

- Respira, sis! É hora de aproveitar. Vamos curtir o show.


Ela realmente curtiria uma de suas cantoras preferidas e nem sabia da surpresa que Nathan preparara para ela, como uma espécie de presente de natal antecipado. Stana não tinha ideia do que vivenciaria ao pisar no Carnegie Hall aquela noite trajando um dos vestidos de Salvatore Ferragamo. Seu coração receberia mais uma prova de amor de Nathan.   

Continua....

domingo, 27 de dezembro de 2015

[Stanathan] Kiss and Don´t Tell - Cap.59


Nota da Autora: E mais um capitulo da SN! Mesmo em hiatus, eu estou atrasada com algumas historias que quero contar, portanto aqui vai umas boas cenas, espero que deem risadas e tambem sintam o calor da emoção existente em alguns momentos! Divirtam-se! Não esqueci de natal e ano novo, somente não tive tempo pra escrever ainda. Enjoy! 


Cap.59

Stana ainda tinha três horas de viagem pela frente. A vantagem da diferença do fuso em LA era que conseguiria chegar em Milão ainda ao final da tarde. Entediada, deixou a mente vagar até a última aventura com Nathan no set de Castle há alguns dias atrás. O sorriso apareceu imediatamente em seu rosto. Como era difícil ficar longe dele! Relembrando a bagunça, ela não podia deixar de pensar no quanto foram irresponsáveis. Isso é o que acontece quando se deixa os hormônios e o desejo falar por você.

Com um risinho, ela decidiu que era hora de se gabar do seu feito para Dara. Pegou o telefone e escreveu a seguinte mensagem: “Uma pista de CLUE: Stana segurando o “castiçal” na sala da capitã Beckett. Não pode ficar mais quente que isso. Ou pode?” e acrescentou um smiley safado.

Sabia que na hora que a amiga visse a mensagem, telefonaria no ato. Não deu outra, Dara foi a primeira pessoa com quem Stana falou ao chegar em seu quarto de hotel. A ligação começou já em tom de repreensão.

- Sua safada! Você não tem vergonha? Como fizeram isso? Poderiam ser pegos! Preciso saber detalhes!

- Só estávamos no estúdio, a oportunidade apareceu e seu marido ajudou.

- O que? Por que Chad não me disse nada?

- Sei lá! Pergunta para ele! Enfim, mais uma fantasia realizada. Sabe, estou começando a ficar sem ideias... talvez tenha que apelar para a princesa Leia no biquíni dourado... – Stana falava somente para provocar a amiga.

- Você não ousaria...

- Por que não? Nathan gosta muito de Star Wars quem sabe não estaria interessado em um joguinho de role play... garanto que seria melhor que aqueles videogames que ele joga com garotos na internet.

- E quando eu penso que você não pode se superar, você vem com outra ideia ainda mais maluca.

- Bem, agora que já compartilhei com você, eu vou...

- Você não compartilhou nada. Só faz provocar. Desembucha logo!

- Dara, não vou contar detalhes da minha vida intima para você. O que eu posso dizer é que a explosão deixou o escritório da capitã bem bagunçado, afinal o “castiçal” foi bem eficiente, é um excelente castiçal.

- Oh, meu Deus! Vocês arrumaram tudo? Não deixaram pistas, certo? O que eu faço com você, Stana?

- Relaxa, ninguém imagina o que aconteceu ali. As paredes não falam. Agora, eu preciso dormir. Tenho trabalho cedo.

- Stana são três da tarde!

- Em Los Angeles. Em Milão, onde eu estou, são meia-noite.

- Milão? O que você está fazendo aí? Segunda lua de mel?

- Trabalho, Dara. Minha agente me obrigou a vir para um desfile de Salvatore Ferragamo e depois irei a Paris fazer umas fotos.

- Vida difícil essa sua! Nathan está com você?

- Não – e a amiga percebeu a tristeza no tom de voz – está em LA trabalhando e nem falei com ele depois que cheguei.

- Entendi. Essa é a minha deixa. Pode ligar para o seu maridinho.

- Obrigada, até a volta assim que desligou o telefone, ela mandou uma mensagem para Nathan a fim de saber se ele estava ocupado. “Está trabalhando? Já estou em Milão. Quero falar com você. XS”. Enquanto aguardava uma resposta, ela tirou a roupa de viagem, separou o pijama e suas coisas pessoais para tomar um banho. Cinco minutos depois, veio a resposta. “Irei filmar uma cena agora. Te ligo em 30 minutos.NF”. Diante da mensagem, ela optou por tomar um banho. Assim quando Nathan ligasse teria sua completa atenção.

Vinte minutos depois, Stana já estava deitada na cama com o celular sobre o peito apenas esperando a ligação dele. O telefone vibrou indicando que havia uma nova mensagem. Ela verificou o que ele escrevera: “indo para o meu camarim, ligo já”. E o celular tocou quase que em seguida. A foto e o nome do marido apareceram na tela. Automaticamente após atender, ela mudou a ligação para facetime.

- Hey, babe...

- Oi, Staninha! Como foi seu voo? Cansada?

- Um pouco. Ainda estou meio perdida devido ao fuso horário. Queria mesmo era te ver. O trabalho está puxado?

- Não ainda. Tende a ficar mais pesado nos próximos dias. Como será sua agenda aí em Milão?

- Na verdade, estarei os próximos dias acompanhando os desfiles de Salvatore Ferragamo, tenho uma festa no sábado para comemorar a nova coleção, irei visitar algumas lojas e o centro de criação e na terça viajo para Paris a fim de fazer as fotos. Na verdade, eu consegui encurtar a minha estada aqui. Se tudo correr bem volto em dez dias, no máximo.     

- Isso é uma ótima notícia. Quanto menos tempo eu ficar longe de você, melhor! Hum, percebi que está de pijama, já vai dormir Staninha?

- Pretendia, tenho que acordar cedo amanhã... alguma outra sugestão? – ela tinha um olhar malicioso, aproveitando a deixa, Nathan falou.

- Sabe, você me disse que quando estivesse aí, iria me compensar com vídeo sex... é para isso que serve o Facetime.

- Você não presta, Nate... – mas começou a despir a blusa do pijama. Meia hora depois, ela desligava o celular prometendo voltar a fazer isso outro dia.

Stana realmente tinha bastante trabalho de divulgação para fazer com a grife Ferragamo. Atendeu aos desfiles, foi a jantares, serviu de modelo para testar algumas das criações e manteve-se ocupada durante a semana de moda. Tanto que não conseguira falar com Nathan adequadamente. Trocavam várias mensagens durante o dia, porém ainda era pouco para matar as saudades como gostaria.

Ao final da primeira semana, Stana começou a realmente sentir falta de tê-lo ao seu lado. Passou todo o dia pensando nele tanto que sonhara com Nathan. No dia seguinte, ela aproveitara para dormir um pouco mais já que não tinha compromissos pela parte de manhã. Enquanto tomava seu brunch no hotel, a primeira coisa que fez foi ligar para ele. A vontade de ouvir sua voz era tanta que ela sequer lembrou da diferença de fuso.  Quando ele atendeu com uma voz sonolenta, ela não se tocou.

- Nate? Está tudo bem?

- Stana são duas da manhã – ele respondeu com um resmungo. Só então ela checou o relógio.

- Oh, babe! Sinto muito! Não tinha visto a hora. Eu só queria ouvir sua voz, estou com muita saudade. Não queria te acordar – ela ouviu outro resmungo. Definitivamente ele não estava prestando atenção – você devia dormir, acho que não tem chance da gente conversar um pouco, certo? – outro resmungo – estou indo para Paris amanhã. Fique bem. Eu te amo.

- Também, amo... sono, muito ... tchau... – um novo resmungo – boa viagem... – sorrindo, ela desligou com pena de tê-lo acordado. Em Paris, ela passou boa parte do tempo em estúdio fotografando para o catalogo da grife de Salvatore e para uma revista de moda e entretenimento de Paris. Stana esperava que tivesse alguma entrevista pela frente e realmente aconteceu.

Durante uma das noites de desfiles, uma repórter a abordou para uma entrevista sobre moda, mas ela teria que fazer ao menos uma pergunta sobre o que estava por vir em Castle. Ela concordou desde que soubesse sobre o que iam falar da série para que estivesse preparada. A repórter comentou que perguntaria sobre o rumo da oitava temporada e o porquê da separação de Castle e Beckett. Claro que Stana já imaginava esse tipo de pergunta, então alertou a entrevistadora que não poderia revelar muito. A entrevista correu bem até a última pergunta que era a mais complicada.  Antes que pudesse evitar, ela já fora surpreendida pela colocação da moça.

- Então, Castle está de volta para sua oitava temporada e podemos dizer que foi um início inesperado para os fãs. Castle e Beckett separados. Como isso foi acontecer? O que está por trás disso?

- Parece que não estamos deixando nossos fãs satisfeitos, não? Primeiro, não é uma separação, Beckett como vimos no segundo episódio descobriu que seus colegas do FBI foram mortos, Bracken seu inimigo é morto na prisão e o senso de justiça dela fala mais alto. A obsessão que tem por saber a verdade a faz investigar o caso. Para isso, ela decide sair de casa para proteger Castle. O caso é perigoso.

- Mas por que não investigar juntos como todas as outras vezes?

- Com o número de mortos envolvidos, Beckett teme pela vida de Castle, ele não é mais um civil atuando como consultor, ele é o homem que ela ama, seu marido. Não quer arriscar perde-lo.

- Quanto tempo isso vai durar? Você é produtora agora, algumas dessas decisões são suas também, correto?

- Ser produtora não é o mesmo que ser escritora. Algumas ideias são discutidas conosco, mas quem decide é Alexi e Terence. E não vamos estender muito esse período. Não posso dizer quando termina porque eu ainda não recebi os scripts. Diria para os fãs aguardarem porque logo Kate voltará para o marido.

A repórter agradeceu e encerrou a entrevista. Stana ficou aliviada, mas com um peso na consciência já que não estava nada confortável com essa situação.

O resto do período em Paris passou bem depressa. Após terminar suas fotos, Stana remarcou seu voo de volta. Não via a hora de estar em Los Angeles, mais precisamente nos braços de Nathan. Os desencontros dos últimos dias apenas fizeram sua saudade aumentar. Ela chegara em casa por volta de cinco da tarde, ele ainda estava trabalhando no estúdio. Desfez o que podia das malas e arrumou-se para recebe-lo.

Quando Nathan chegou em casa, foi recebido com uma verdadeira avalanche de beijos. Era bom tê-la em casa novamente. Agarrando-a pela cintura, ele sequer deu tempo para conversas. Puxou-a em direção ao quarto onde fizeram amor por várias vezes seguidas. Após saciarem o desejo reprimido de duas semanas, Nathan contou a Stana como estavam as coisas no estúdio, sobre o episódio que se encerraria nos próximos dois dias e apenas aguardavam sua volta para filmar o próximo.

Em um fim de semana, cinco dias depois, Nathan se encarregava do café da manhã. Preparou ovos com bacon acrescentando queijo, presunto, salsa, transformando-os em uma omelete. Enquanto esperava, Stana comia uma banana. Ele colocara o prato na frente dela e serve-a. O cheiro, ela constata, está delicioso.

- Parece bem apetitoso – disse ela ouvindo o estomago reclamar com fome. Pegando uma boa garfada, experimentou. Sim, estava bom. Ela poderia comer todo aquele prato. Na terceira colherada, porém algo aconteceu. De repente, toda a vontade de devorar os ovos desapareceu dando lugar a uma pontada na barriga. Sentiu o estomago embrulhar. Sem coragem de dizer a ele que não conseguiria comer a omelete, ela tentou engolir. Isso somente fez piorar a sensação.

Nathan logo percebeu que havia algo errado. Provou a omelete para ver se estava tão ruim como a cara dela indicava. Não, estava bem saborosa. Então, o que era?

- Stana, o que houve?

- Sinto muito – e saiu correndo para o banheiro. Colocou tudo para fora e por não ter muito no estomago, sobrou apenas o liquido misturado ao suco gástrico. Sentindo-se melhor, ela lavou a boca, o rosto e voltou para a cozinha onde encontrou-o sentado à mesa com um olhar preocupado.

- Acho que não posso mais comer ovos pela manhã. É a segunda vez que isso me acontece. Um embrulho terrível no estomago, semana passada foi a mesma coisa. Não é nada com a sua omelete, estava mesmo deliciosa. Meu estomago é que está temperamental.

- Quer tomar algum remédio? Posso fazer um chá para você.

- Não, quero café.

- Amor, você acabou de dizer que seu estomago está ruim. Nada de café.

- Mas, Nate o problema é com ovos. Tenho tomado café como sempre e nada aconteceu. Por favor, preciso do meu café – ela se aproximou dele apertando o bumbum já que não podia beija-lo para convence-lo.

- Detesto essa sua teimosia. Se passar mal, está sozinha.

- Vai ficar tudo bem... – ele entregou a caneca de café para ela.
Naquele mesmo dia mais tarde, quando Stana retornava para casa em sua bicicleta, o celular tocou. Gigi. Isso era uma surpresa. Elas haviam se falado logo depois que Stana voltara de Milão.

- Hey, sis!

- Oi, maluquinha! Tudo bem? – Gigi ria ao perguntar.

- Sim, tudo dentro da normalidade. Você sabe, trabalho, trabalho...

- É a vida, se bem que não me incomodaria de fazer viagens para a semana da moda. Você não pode reclamar.

- É verdade – Gigi começou a conversar sobre outro assunto e Stana estranhou ela não ter perguntado de Nathan, logo soube porquê.

- Tem alguém aqui interessada em saber sobre Milão. Espere um instante.

- Oi, filha! Como foi sua viagem? Como você está? Diz que arranjou um italiano, por favor!

- Oi, mãe! Nossa, percebi um certo desespero nessa última colocação.

- Eu quero netos, pode me culpar? – as duas riram. Stana contou os detalhes que sabia que a mãe queria ouvir. Falou de Paris, das lojas e recebeu elogios pelas fotos e roupas que vestira. Então, o assunto voltou para a vida pessoal.

- Filha, você não arrumou mesmo um italiano? Dizem que eles são apaixonantes! Não gosto da ideia de você estar sozinha todo esse tempo e nem comece com o tal discurso “estou bem assim”, precisa de alguém. Desde que terminou o seu relacionamento com Kris - graças a Deus! ela ouviu a mãe dizer em croata – não namorou mais ninguém. Os homens fariam fila por você, Stana.

- Você fala como se fosse aceitar qualquer um. Olha como fala do meu ex...

- Nem é assim, só quero que seja feliz contanto que não seja com o Kris.

- Mãe...

- Ah! Eu quero mesmo lhe perguntar algo. Estava assistindo sua série esses dias e vi seu companheiro de elenco, Nathan. O que aconteceu com ele? Casou-se?

- Por que pergunta, mãe? – já intrigada com a observação da mãe.

- Está na cara que ele tem alguém. Está ainda mais bonito, simpático, mais magro e tenho certeza que existe alguém, o que é uma pena, pois definitivamente poderia ser você. Não sei como você não se interessou por ele. Aposto que a culpa é do encosto que não deixava você socializar com ele.

- Desde quando você é fã do Nathan? – ela estava feliz por não ser uma ligação de facetime, porque sua mãe provavelmente veria como seu rosto estava vermelho. Mais do que isso, talvez até percebesse pelo seu tom de voz.

- Como não ser? Ele é um bom partido e digo mais, algum tempo atrás achei que vocês dois tinham se entendido. Você estava misteriosa, mas feliz. Ele definitivamente tem uma queda por você. Eu diria que ele é capaz de arrastar-se pelas ruas por você, filha. Já vi o jeito como ele olha para você e não estou falando de encenação, estou falando de sentimento – oh, Dona Rada se soubesse, pensou Stana.

- Mãe, ele é meu colega de trabalho. Co-star. Não misture as coisas.

- Ele é melhor que seu ex, somente estou lhe dando os fatos.

- Tá bom, mãe. Eu agradeço.

- Fica com Deus, filha.

- Obrigada, e mãe? Pede para a Gigi me ligar mais tarde. Estou dirigindo agora – ela desligou o telefone com uma suspeita. Será que Gigi contou algo? Por que esse súbito interesse em Nathan de Dona Rada? Felizmente, mais tarde quando a irmã telefonou, ela confirmou que o seu segredo permanecia intacto. Gigi sugeriu que o interesse em Nathan podia ser na verdade um desejo da mãe em ver Stana namorando e claramente o cunhado era uma opção. A própria Gigi já deixara isso bem evidente algumas vezes para a irmã. Disse para ela desencanar, afinal era algo positivo saber que Dona Rada aprovava o moço.

Satisfeita com o que ouvira da irmã, Stana resolveu brincar com Nathan.

- Você não vai acreditar no que ouvi hoje – ela sentou-se ao lado dele na cama - Quando estava pedalando, Gigi me ligou. Minha mãe queria falar comigo, saber da viagem.

- Ah, isso é bom. Como está Gigi? Ela deveria aparecer mais vezes por aqui. Gosto muito dela, tem o jeito maluquinho das Katics, como você e Anne.

- Ela também é sua fã. Aliás, aparentemente você tem um jeito especial para conquistar as mulheres da família Katic. A minha mãe fez questão de me perguntar sobre você, se tinha casado ou estava com alguém o que ela jurou que estava acontecendo. Não somente elogiou você por estar mais bonito e mais magro como praticamente me chamou de burra por não ser eu a mulher que está fazendo bem a você.

- Hum, essa informação é muito importante. Sua mãe é minha fã?

- Sim, ela gosta de você o que é um excelente passo já que ela é sua verdadeira sogra. Ganhou uns pontinhos, Nate – ela sorriu batendo seu ombro no dele – imagina se ela sabe que sou eu mesma a responsável por toda essa sua felicidade?

- Pelo menos agora já sabemos que fizemos bem em nos casar. Quando decidirmos contar a verdade, ela vai aceitar bem.

- Conhecendo Dona Rada, ela vai primeiro me dar um sermão. E depois vai abraça-lo feliz da vida... já posso me ver em segundo plano. E provavelmente irá cobrar um neto – ao dizer isso, ela nem se atentou para o fato de que essa possibilidade poderia estar mais próxima do que imaginava.

- Oh, Staninha... nada de ter ciúmes da minha sogra... – ele a puxou pela cintura e beijou-a levando-a para deitar no colchão com ele.

No dia seguinte, em um dos intervalos das gravações, Stana foi até a sala dos escritores pegar café. Era mais próximo de onde ela estava do que a minicopa. Após encher a caneca, ela reparou em uns macarrones sobre a mesa. Como boa formiguinha, avida por doce, ela não resistiu e pegou um. Na segunda mordida, começou a sentir a dor no estomago e o enjoo. Saiu correndo para o banheiro. Vomitara novamente. Resolveu ir ao seu camarim para escovar os dentes pois ainda tinha cenas para filmar.

Dessa vez, o enjoo deixou Stana preocupada. O que poderia estar acontecendo com ela? No caminho de volta para casa, um pequeno pensamento lhe ocorreu. Um alarme soou em sua mente. Não, isso não podia ser. Ou podia?

Nathan estava na sala jogando videogame quando ela chegou. Cumprimentou-o rapidamente e subiu para o quarto alegando que precisava de um banho. Trancou-se no banheiro e apenas de calcinha e sutiã, observou a silhueta no espelho. Ela jurava que estava vendo uma saliência em sua barriga. Oh, Deus! Não podia especular. Tinha que ter certeza.

Meticulosamente, ela começou a fazer as contas. Não queria suspeitas infundadas. Dessa vez, se estivesse diante de uma gravidez, não esconderia dele. Então, Stana lembrou-se da noite que transaram no set. Na confusão do momento e de tudo o que envolvia como a necessidade de passarem desapercebidos, ela esquecera de tomar o anticoncepcional. Definitivamente, era a hora de entrar em pânico.

- Como fui tão inconsequente? – ela falava sozinha. Recontava em sua cabeça os dias desde a loucura na sala da capitã, a matemática era clara. A possibilidade dela estar gravida existia. Stana percebeu que seu período deveria ter vindo na semana anterior, o que não acontecera. Mais um forte indicio pesando a favor da gravidez. Como da outra vez, ela sentia medo. Não sabia como dar a notícia a Nathan. Na verdade, antes de qualquer coisa, precisava confirmar se realmente estava grávida. Faltava-lhe coragem para fazer o teste de farmácia.

Sozinha no banheiro, ela pensava em como iria contar para Nathan a novidade. Como da outra vez, ela imaginava que ele ficaria bem ao saber da possibilidade, mas ela tinha medo de enfrentar o que isso poderia fazer com o futuro dos dois. Stana não acreditava que novamente um ato irresponsável de ambos poderia mudar todo o seu modo de vida. Não era o momento. Não ainda. Ela precisava digerir a ideia antes de contar a ele. Assim, optou por esperar mais um dia.

Na noite seguinte, ela tinha um evento. Antes de dormir, ela vira algumas de suas fotos que circulavam no twitter e em sites de moda e entretenimento na internet. Enquanto Nathan a elogiava por estar deslumbrante, ela jurava que apenas conseguia ver uma protuberância em seu estomago. Nada tirava da sua cabeça que era o efeito da gravidez.

Não podendo mais sofrer calada, Stana optou na noite seguinte em contar o que estava acontecendo com ela. Ele já havia notado um certo ar de preocupação estampado no rosto dela. Fez um jantar simples para os dois e tão logo terminaram o prato principal, ela foi surpreendida com a pergunta dele.

- Ok, chega de rodeios. O que está preocupando você, Staninha? E não adianta negar porque eu sei que tem algo acontecendo nessa cabecinha. Está bem evidente no seu rosto. Fale comigo – ela suspirou. Não conseguia esconder muita coisa dele por um longo intervalo de tempo.

- Tudo bem, mas podemos falar sobre isso depois da sobremesa?

Eles se serviram da sobremesa. Um bolo de chocolate com recheio de amêndoas que Stana comprara no caminho de casa. Nathan sugeriu que eles sentassem no sofá, ele claramente queria que ela relaxasse um pouco. Comeram calados. Ao terminar, ela colocou o prato sobre a mesinha de centro e se aconchegou ao peito dele como quem procura apoio e refúgio. Ele acariciou os cabelos dela dando-lhe a sensação de conforto. Beijando a testa dela, ele perguntou com a voz neutra e calma.

- Então, vai me contar agora o que está te afligindo? Você está tensa por, pelo menos, uns dois dias. Eu percebi, Stana. Não gosto quando você fica assim. Qualquer que seja o problema, podemos enfrentar juntos.

- Eu não sei bem como dizer isso – ela desviou o olhar tentando achar uma forma de começar a conversa – acho que não tem uma maneira correta. Lembra da nossa pequena aventura no set? Um mês atrás?

- Como poderia esquecer? Uma das nossas melhores. Está no top 10 com certeza!

- É, concordo e talvez nos lembremos dela por muito tempo. Naquela noite, não usamos proteção. E eu também não tomei meu remédio. Esqueci completamente por causa do calor do momento, do desejo, pura inconsequência. O fato é eu posso estar...

- Grávida? Você pode estar esperando um bebê? – ela o fitou meneando a cabeça em acordo. Ele não parecia triste ou chocado. Não, Nathan estava rindo – isso é incrível! – ele percebeu o medo no rosto dela – se for verdade, claro – tratou de remediar sua demonstração de empolgação.

- Você realmente acredita nisso? Quer isso! Eu não estou preparada. E tem o trabalho e... – Nathan pousou seu indicador nos lábios dela impedindo-a de falar.

- Hey... tudo bem. Ainda não sabemos se você está grávida. Stana, não se desespere. Se acontecer, daremos um jeito. Juntos.

- Você deve me achar estranha, uma idiota. Quando esse assunto surge, eu piro. Da última vez, escondi de você e quase coloquei tudo a perder. Não queria fazer isso de novo. Quis dividir o problema porque você merece a verdade. Não me entenda mal, eu quero filhos com você, mas não um susto, quero algo certo e planejado. Quando ambos concordarmos em ter um bebê – ela suspirou – estou com medo de fazer o teste. Estou atrasada uma semana, mas os enjoos realmente me apavoraram. Eu estou tão paranoica que quando me olho no espelho, já vejo uma ligeira barriguinha – ele começou a rir baixando a cabeça, Stana se irritou, angustiada – hey! Não ria! A situação não é engraçada, é apavorante!

- Amor, não fique estressada. Você realmente não entende muito do assunto. Você não pode estar vendo uma barriguinha por causa da gravidez. Ela geralmente só se faz notar por volta do quarto mês, especialmente quando é a primeira gravidez. Isso é coisa da sua cabeça, seu psicológico dominando. Se há uma leve protuberância, a qual não vejo, deve ser porque você comeu doces demais. Ou carboidratos.

- Desde quando você virou expert nesse assunto? – Stana perguntou surpresa.

- Desde que você mencionou a possibilidade da última vez. Tenho lido sobre o assunto, confesso.

- Você quer realmente que isso seja verdade, não?

- Estaria mentindo se dissesse que não, mas concordo com você que pode não ter sido o melhor momento.

- Meu Deus! O que vamos fazer? – ele a abraçou novamente. Tomando suas mãos nas dele, ele falou.

- Primeiro, teremos que ter certeza. Você precisa fazer o teste de farmácia ou se preferir pode ir direto com seu ginecologista e pedir o exame de sangue.

- Não vai acontecer. Já estou aterrorizada o bastante com a ideia de fazer xixi em um de pedaço de papel que dirá responder perguntas íntimas sobre quando aconteceu e quem é o pai – percebendo que as palavras saíram erradas, ela se corrigiu – desculpe! Isso soou errado. Não tenho nenhum problema com você, adoraria tê-lo como pai do meu filho. Nosso filho. Oh, droga! Eu não estou raciocinando direito.

- Tudo bem, amor. Quer que eu vá comprar o teste?

- Não, por favor. Me dá mais um dia. Quero me acostumar com a ideia – ele sorriu e apertou a mão dela - Nate? – Stana fitou os olhos azuis, eles pareciam serenos, uma calmaria para o momento de tempestade que ela experimentava.

- Diga, amor.

- Você já parou para pensar que se eu estiver grávida, nosso segredo acaba? Nosso futuro estará exposto a mídia.

- Bem, eu diria que isso irá acontecer algum dia. Teremos que lidar com os repórteres, mas não será uma ameaça ao nosso futuro, a nossa família – ele beijou-lhe o rosto – vem comigo, você está precisando relaxar, Staninha.

De mãos dadas, seguiram para o quarto. Nathan teve bastante cuidado durante o processo da massagem para deixa-la relaxada o suficiente para ter uma boa noite de sono. Deitados juntos na posição de conchinha, ele acariciava o estomago dela. Uma das mãos estava entrelaçada a de Stana. Ela se pegou pensando no quanto aquela noticia o fizera querer ainda mais um filho. Nathan estava louco para ser pai. No fundo, ela tinha que reconhecer que adoraria faze-lo feliz, adoraria dar essa alegria ao homem que ama. Sim, ela também queria um filho dele. Suspirou profundamente. Estava cansada e relaxada para se entregar ao sono. Assim que fechou os olhos, ela disse.

- Eu te amo, Nathan. Obrigada por entender... vamos fazer isso juntos, o que quer que aconteça...

- Sim, seremos nós. Também te amo, Staninha – sorrindo, ela se entregou ao mundo dos sonhos.
No dia seguinte, eles filmavam as últimas cenas do 807. Por volta das três da tarde, Alexi chamou ambos na sala dos escritores. Stana logo pensou que queria discutir algo sobre os próximos episódios, relativos a produção. Estava enganada.

- Pessoal, chamei vocês aqui porque quero combinar como faremos a última cena desse episódio – ele parou de repente para fitar Stana – hey, está tudo bem com você, Stana? Parece um pouco tensa.

- Tudo bem, só um pouco de dor de cabeça. Não se preocupe. O que tem a cena? – ótimo! A preocupação estava evidente em seu rosto. Ela se recriminou por isso.

- É, essa dor de cabeça deve estar mesmo ruim para você se esquecer de uma cena Caskett como essa, logo a rainha dos shippers. Bem, estou falando da cena na cama de Castle e Beckett. A comemoração de aniversário de casamento?

- Sim, claro. Desculpe. O que você quer discutir? – ela perguntou.

- Bem, por ser algo íntimo, decidimos filmar com apenas vocês, o diretor e dois câmeras. Queremos fazer um jogo de cena com as luzes. Dessa forma, vocês podem se sentir mais à vontade. Faremos por volta de oito da noite amanhã, ok? Durante o dia iniciamos a conversa sobre o 808, faremos alguns ajustes necessários nas cenas já filmadas anteriormente e também as primeiras tomadas.

- Por mim, tudo bem – disse Nathan.

- Sem problemas – completou Stana, mas intimamente ela sabia que era um problema. Com toda a tensão, tinha medo de não corresponder a cena como era esperado. Nathan também sabia disso e decidiu resolver o problema ainda essa noite.

Logo após o jantar, Nathan esperou até que terminassem de organizar a cozinha para executar seu plano.

- Stana, venha cá – ele a chamou para perto do sofá – você já leu a cena de amanhã? Como pretende proceder? Podemos ensaiar... – ele jogara a isca de proposito, já sabia a resposta que obteria.

- Hum, outra hora isso soaria tentador, babe. Mas estou realmente preocupada. Não estou com vontade. Minha cabeça está pensando em outras coisas e tenho medo de não estar 100% para amanhã.

- Eu sei, ou você acha que não percebi que você refez uma cena simples três vezes hoje porque não conseguia se concentrar? Eu tenho a solução para isso – ele pegou algo no bolso do seu casaco, entregou para ela – apenas faça o teste, vamos acabar logo com isso. Essa ansiedade e a incerteza estão acabando com você, Stana. E francamente, não fará bem para nós se continuarmos adiando a descoberta.

- Oh, Deus! – ela passou a mão pelos cabelos – tudo bem, você tem razão. A incerteza não está me fazendo bem. Devemos subir?

- Se você preferir... – ele se aproximou dela. Colocando sua mão nas costas dela, Nathan a guiou até o quarto. Stana olhou mais uma vez para ele buscando apoio, tornou a olhar para a caixa em suas mãos. Era a hora de saber se o futuro deles mudaria.

Sem dizer uma palavra, ela desapareceu no banheiro.

Um minuto depois, ela reapareceu segurando o dispositivo. Colocou-o na cabeceira sentando-se ao lado dele na cama.

Nathan direcionou seu rosto para fita-lo. Sorriu e lhe deu um beijo carinhoso nos lábios.

- Não se preocupe, amor. Vai ficar tudo bem – ela suspirou.

- Diz que temos que esperar cinco minutos.

- Então, esperaremos – ela apoiou a cabeça no ombro dele, Nathan a aconchegou em seu abraço. Permaneceram calados apenas suas respirações e alguns beijinhos na testa e no rosto dela foram ouvidos durante aqueles longos e angustiantes cinco minutos que mais pareciam uma eternidade.

- Está na hora. O momento da verdade – Stana fitou-o com um olhar quase de suplica – não consigo olhar. Nate, você checa.

- Tudo bem – ele pegou o dispositivo – como devo ler a resposta?

- Dois riscos, eu estou grávida. Um risco, não estou – ela olhava-o ansiosa pela resposta. Nathan não esboçava qualquer reação ao fitar o resultado a sua frente. Não conseguia decifrar o que estava se passando na mente dele – Nathan, por favor, esse suspense está me matando! – ele tornou a encara-la.

- De acordo com isso, você não está grávida. Vê aqui, apenas um risco – ela fitou o dispositivo ainda relutante.

- Qual a confiabilidade desse teste? Será que podemos dizer que é um resultado acurado? Sei lá, pode estar errado...

- Eu já imaginava que você iria se sentir relutante, cética para ser bem honesto. Por isso, comprei mais dois testes. Para a sua informação, o fabricante garante o resultado em 99%. Por via das dúvidas, faremos novamente. Tudo bem para você?

- Sim, apesar de odiar a ideia de repetir a dose. Eu prefiro ter certeza.

- Espere aqui, vou buscar as outras caixas – Nathan voltou em poucos minutos. Encontrou Stana segurando o primeiro teste, olhando para o resultado de uma maneira que ele não conseguira decifrar. Entregou as duas caixas para ela e esperou. Após quinze minutos, eles checaram ambos os resultados. Repetiram o que havia acontecido com o primeiro. Apenas um risco.

- Três testes. Acho que podemos nos convencer que você não está grávida – de repente, ao ouvir aquelas palavras, Stana desatou a chorar. Nathan a envolveu em seu corpo, fazendo-a sentar-se em seu colo e enterrar o rosto em seu ombro.

Sim, era um alívio saber que não estava realmente grávida. Porém, a ideia de não ter a possibilidade a deixou triste. Não sabia explicar ao certo porque sentia-se assim. Talvez, mesmo com o medo no fundo ela queria a experiência, queria um bebê com Nathan. Pela segunda vez, o desejo dele de ser pai fora adiado e Stana sentia que era sua culpa.

- Hey, por que você está chorando? Está aliviada?

- Sim e não. Eu não sei, claro que sinto alívio, mas dessa vez é diferente. Como se eu quisesse que fosse real e descobrir que não é acaba sendo doloroso.

- Acho que entendo o que quer dizer. Confesso que estou um pouco desapontado com o resultado.

- Sei que sim, você quer muito isso – ela segurou o rosto dele com ambas as mãos, fitava-o ternamente ainda com lágrimas escorrendo pelo próprio rosto – Nate, eu prometo a você. Teremos nossa chance real de ser pais. Quando isso acontecer, não será por um golpe de sorte ou um acidente inconsequente. Será porque nós escolhemos. Será diferente porque eu chegarei para você e pedirei para me fazer um filho. Nosso filho. Será um ato de consumação do amor verdadeiro, nosso amor – ela passou o polegar sobre os lábios dele, beijou-o – prometo também que não demorarei a fazer esse pedido para você. Nós merecemos isso.

Ele retribuiu o beijo apaixonadamente. Stana envolveu os braços ao redor do pescoço dele e baixou sua guarda completamente. A tensão desaparecera, ficara apenas o sentimento de cumplicidade que compartilharam em um momento tão difícil. Ele a deitou no colchão forçando seu peso sobre o corpo dela. Perderam-se em beijos e caricias. Relaxada, ela finalmente sorria e seus pensamentos voltaram-se para a cena do dia seguinte.

Nathan e Stana tiveram pouco tempo para conversar sobre a cena que fariam a noite. O humor e o astral de Stana melhoraram consideravelmente após a confirmação da não gravidez. Sua mente estava focada em fazer a melhor cena que pudesse para retribuir o carinho dos fãs depois de tantas outras cenas sem contato entre Castle e Beckett. Caramba! Ela também merecia uma cena decente com Nathan depois de tanto tempo.

Em sua mente, atuar essa pequena reunião entre suas personagens seria algo maravilhoso de se fazer, especialmente porque ela ainda estava mexida pelos acontecimentos e palavras da noite anterior. Por volta das oito, eles estavam no set do loft onde era o quarto de Castle. Antes de fazerem o primeiro ensaio, Alexi quis discutir a sua ideia para a cena.

Eles escutaram atentamente. Parecia muito bom. Ele queria fazer uma sequência de edição com a personagem de Stana rolando na cama, satisfeita pelo prazer que experimentara. Depois, viria o diálogo. Foi então que ela deu sua sugestão.

- Basicamente, Castle e Beckett acabaram de fazer sexo. Estão felizes por compartilhar esse momento juntos, como nos velhos tempos. Daí começam a conversar. Acho que falta algo. Um certo contato.

- Como assim, Stana?

- Não há toque. Por que após Kate rolar na cama não criamos um contato entre os dois? Seria um gesto simples e significativo. Então, eles começariam a conversar.

- Eu gosto da ideia – disse Nathan – e sobre os beijos, são três?

- Diria que dois. Mas é uma questão de trabalhar a cena, depende mais de vocês do que de mim. Vamos ver como funcionaria essa sua ideia, Stana. Pode mostrar para nós?

- Claro! – ela já estava preparada para a cena, usando a roupa de Kate, depois filmaria enrolada apenas no lençol. Nathan também. Provavelmente ficaria de roupão que tiraria somente na hora de filmar. Ela se dirigiu a cama fazendo sinal para Nathan a acompanhar. Ele sentou-se no chão no lugar determinado para a cena. Stana subiu na cama e simulou sua pequena apreciação bolando na cama. Quando estava bem próximo de Nathan, ela esticou as mãos procurando pelas dele.

Tinha razão. Tornou a cena mais íntima.

- Certo. Pode seguir com o toque, ficou bom. Querem um tempo para ensaiar?

- Sim, será melhor. Faremos primeiro a chegada de Kate no loft e depois a cena da cama, certo?

- Isso. Para a primeira cena não precisaram de ensaio, imagino. Que tal filmarmos logo?

- Por mim, tudo bem – disse Nathan e Stana anuiu com a cabeça já querendo antever o que ele podia aprontar naquele pequeno take.

- Em suas posições... atenção! Silêncio, gravando – os primeiros instantes da cena foram ótimos, a forma como Nathan a puxou para o beijo ficou perfeita. Tão boa que Stana se esqueceu que deveria pará-lo e dizer sua fala. Perdeu-se no beijo somente se separando quando ouviu o corta – Stana, esqueceu sua sequência? Vocês ainda têm diálogo. Vamos de novo – ele deu o sinal e os atores repetiram os gestos.

O beijo tornou a ser intenso, mas dessa vez ela disse suas falas. O problema ocorreu no segundo beijo. Assim que Stana envolveu o pescoço dele com os braços aprofundando o beijo, ele a abraçou de volta inclinando seu corpo como se estivessem em um filme antigo ou uma dança. Ela quebrou o beijo rindo, ou melhor, gargalhando.

- Corta! Nathan, de onde veio isso? Não faz parte da cena.

- Ah, só um pouco de improvisação. Afinal é o aniversário de casamento deles. Tem motivos de sobra para celebrar.

- Pode até ser, mas vamos manter isso de maneira simples. Nada de inclinar, Stana. São beijos, pelo amor de Deus!

- Tudo bem, desculpe – ele olhou sorrateiramente para Stana que tentava esconder o riso. Ela sabia que ele fizera de propósito somente para terem a oportunidade de repetir os beijos outra vez. Novamente em suas posições, eles iniciaram a cena ao comando do diretor. Agora fizeram exatamente como mandava o script para satisfazer o diretor. Ainda tinham a outra parte para filmar.

Satisfeito, o diretor agradeceu e deu a eles quinze minutos para a troca de roupa e mais quinze para ensaiarem a próxima cena. Ordenou que os câmeras saíssem do estúdio por essa meia hora para deixá-los mais à vontade. Vendo-se sozinhos, um sorriso malicioso apareceu no rosto de Stana. Ela despiu a roupa deixando no chão, no lugar onde estava indicado no cenário para Kate pega-las depois. Enrolada no lençol, ela se aproximou de Nathan.

Fez questão de desatar o nó do roupão que ele vestira. Ficou apenas de boxer a sua frente.

- Você precisa se enrolar no lençol. Temos que ensaiar para valer. Trazer veracidade a cena.

- Eu sei, Staninha... – ele fez o que ela pediu – como pretende fazer?

- Sei que você deveria estar sentado no chão, mas preciso que veja se o que eu estou fazendo na cama funcionará na cena. Pode observar? – ele sabia que ela estava sugerindo isso de propósito para atiça-lo. Não ia recusar.

- Claro, vá em frente! – Nathan ficou parado observando o que ela fazia. Stana girava sensualmente na cama, quase que chamando por ele. De espectador, ele não resistiu e se transformou em participante. Em um instante, ele estava ao lado dela na cama, tocando-lhe a pele, roubou-lhe um beijo.

- Acho que não é exatamente assim que a cena deve funcionar – ela riu – como me sai?

- Você foi perfeita, tanto que tive vontade de participar – ele tornou a beija-la deixando a mão escorregar e apertar-lhe um dos seios sob o lençol, ela gemeu.

- Nate... não podemos fazer isso...          

- Eu sei... – mas continuava com a mão vagando pelo corpo dela até o momento que ela o empurrou para longe ainda com um belo sorriso nos lábios.

- Vá pro chão, Nathan. Ou nem sei o que pode acontecer se nos pegam aqui – ela esperou que ele se ajeitasse em seu lugar para depois rolar na cama a procura das mãos dele. Disse seu texto, mas queria mesmo era beija-lo. O diretor voltou no exato instante em que eles se perdiam no beijo sem se preocupar com o tempo que estavam levando. Com o som de garganta sendo limpa, ela se afastou dele deixando a cabeça pender no ombro de Nathan.

- Prontos?

- Acredito que sim – disse Stana – como vai funcionar o lance das luzes?

- Vou já lhe explicar. Nathan, você se importa de deixar apenas Stana na cena para eu trabalhar os ângulos das luzes e os movimentos com ela?

- Absolutamente. Posso observar – ele sentou-se na sua cadeira de frente para a cama. Enquanto o diretor explicava para ela como deveria agir, ele se deliciava ao ver a forma sensual que Stana fazia a tal cena. Olhava como um bobo apaixonado para ela, absorvia cada movimento prazeroso que ela esboçava sobre o colchão sentindo o próprio corpo reagir a bela imagem que tinha a sua frente. Era um verdadeiro estímulo visual ao seu desejo. Ela sabia como arrasar com ele facilmente.

- Perfeito, Stana. Essa é a ideia. Podemos filmar a sequencia completa? – eles voltaram as suas posições. Por mais que quisessem estender aquele momento, sabiam que era quase impossível. Se tentassem qualquer coisa diferente, podiam pagar um preço muito alto. Afinal, o desejo estava a flor da pele. Era extremamente difícil ficar ao redor de Stana praticamente sem roupa e não sentir vontade de agarra-la com todas as forças. Mesmo assim, não fizeram a cena em um só take.

Na primeira tentativa, tudo ia muito bem. O script dizia beijo singelo. Não foi o que Stana colocou em prática. Talvez ainda movida pelo subido desejo que aflorava e por parte das memórias da noite anterior, as palavras do diálogo de Kate e Castle soaram como se fossem dela e de Nathan. Era uma cena para o diretor, para ela era um pedaço da vida real. Sua atuação era real. Stana dizia as palavras, fazia os gestos. Ficara tão envolvida pelo momento que após beija-lo pela segunda vez, ela esqueceu-se que deveria levantar-se da cama e vestir-se para a continuação da cena.

- Corta! Stana, não é para você ficar parada na cama como se o mundo tivesse acabado. Temos uma sequência.

- Desculpa. Eu me perdi no timing da cena. Teremos que fazer de novo – ela virou-se para Nathan que tinha um leve sorriso no canto dos lábios – ah, Nathan. Desculpe, o erro foi meu. Prometo que vamos acabar na próxima tomada – ele conseguia ler nas entrelinhas. Teriam nova chance de beijos.

E foi o que aconteceu. A tomada ficou realmente perfeita. Os beijos foram caprichados muito além do que o próprio Alexi imaginara ao revisar o script. O melhor de tudo era que os dois aproveitaram cada segundo de toque, sorriso e lábios em ação. Stana não tinha ideia até aquele momento do quanto sentia falta das cenas Casketts com Nathan.

- E corta! Excelente, pessoal! Acho que nossos fãs ficarão muito satisfeitos. O que acha, Stana?

- Depois de tanta secura, eles vão gostar, sim. Pena que ainda não podemos dizer que esse período negro acabou.

- Quem disse? Acho que você ainda não leu o script do 808 por completo. Quando fizer isso, podemos conversar.                 

- Se você diz... vamos para casa, Nathan? – a pergunta saíra naturalmente. Ela sequer percebeu – não vejo a hora de me esticar na cama e... – de repente entendeu o que fazia – dormir. Boa noite, pessoal.

- Até amanhã, Stana – disse Nathan sorrindo – durma com os anjos – ela sorriu de volta. Vinte minutos depois, eles estavam em casa. Cada qual chegara em seu carro.

- Foi uma boa noite de gravação não achou, babe?

- Não posso reclamar. Não pensei que você fosse fazer algo para repetir a cena. Eu não poderia. Só de olhar você rolar naquela cama já fiquei excitado. E você nem quis saber de beijo técnico, hein? Foi difícil me segurar, ainda bem que aquele lençol era grande.

- E sabe o que foi o melhor da cena? – ela se aproximou dele, as mãos acariciando o peito de Nathan – nada daquilo foi encenação. Tudo foi real para mim. Cada gesto. Era a Stana ali. Depois de tudo o que aconteceu ontem, fazer essa cena hoje foi a cereja do bolo. Amo tudo na nossa relação, especialmente o jeito como você consegue me acalmar, me entender, me amar...

- Eu também, Stana.

- Acho que podemos reprisar a cena do nosso jeito agora, não? – sem ter chance de responder, Nathan se viu já no chão da sala. Sua camisa jogada em algum lugar. Ele mesmo livrou-se da blusa que ela usava, o sutiã perdera-se sobre o sofá. Eles rolavam no chão trocando caricias e beijos apaixonados. Stana ficara por cima e ele aproveitava para acariciar a pele alva e macia, apertar-lhe os seios enquanto ela rebolava em sobre seu membro estimulando-o durante as preliminares para lá de quentes.

O desejo crescia dentro dela, o corpo se arrepiava com o toque. Nathan mordiscava seu colo, usava a língua para saboreá-la. Trocavam de posição repentinamente, cada um procurando um novo jeito de sentir e dar prazer ao outro. Eles estavam perdidos em beijos apaixonados, totalmente alheios ao resto do mundo.

Não ouviram o barulho na porta, não viram o movimento. Apenas foram surpreendidos pela voz.

- Nate, que bagunça você fez aqui. Pela hora até achei que estava trabalhando e – ele fitou a cena diante de si - Nate?

De olhos arregalados, Stana teve apenas uma reação. Gritar. Em seguida, ela escondeu-se puxando a camisa de Nathan consigo, pois estava nua. Assustado, Nathan olhou para o irmão.


- Meu Deus! O que você está fazendo aqui, Jeff?

Continua.....