terça-feira, 30 de agosto de 2011

[Bones Fic] Between Love & War - Cap.23




Cap.23



A semana deveria ser calma mas Brennan acabou trabalhando bem mais que imaginara. Esteve de plantão na segunda, quarta e quinta e estaria novamente de plantão no domingo. Ela escreveu para Booth na quinta avisando que estaria no hospital e talvez ele tivesse dificuldades de falar com ela. Nesse mesmo dia, ela fez uma nova ultrasom do sétimo mês e estava tudo bem com a pequena Katherine. Conforme prometido, enviou as notícias para Booth.


Realizara diversas cirurgias ficando longas horas de pé. Wendell sempre que tinham uma folga entre cirurgias, obrigava-a a se alimentar e descansar no conforto médico.

Já era domingo e nada do ritmo diminuir. Brennan também não recebera nenhuma resposta de Booth e não sabia se ele ligaria à tarde para ela. Quando estava por volta do horário que ele sempre ligava, Brennan estava em cirurgia e como excelente profissional, ela nem sequer desviou sua concentração para isso. Apenas quando saiu da sala é que foi procurar o celular e estranhamente ele não tinha ligado.

Ela resolveu não se torturar por isso, estava bem cansada. Talvez ele tenha resolvido ligar mais tarde ou outro dia. Checou o email. Nada. Nem uma resposta dele. Ela suspirou e procurou não pensar nisso. Colocou as pernas para cima e tentou descansar um pouco antes da sua próxima cirurgia.

Quando deu cinco da tarde, Wendell veio até o conforto médico procurá-la.

- Dr.Brennan? A paciente da próxima cirurgia já está preparada. Você quer que eu assuma?

- Não Dr.Bray, irei operar.

Ela se levantou calmamente e seguiu com ele para a sala de cirurgia. Quando estava se preparando, sentiu uma pontada na barriga. Passou a mão e pediu baixinho:

- Kathy...agora não, se comporte...

Ela terminou de lavar as mãos e entrou na sala já de luvas. Ela se aproximou da paciente e observou o local já todo preparado para que ela começasse.

- Vamos começar, por favor bisturi.

Patricia entregou o instrumento a ela e Brennan fez a primeira incisão na paciente. Wendell estava a seu lado, sempre limpando a área e pronto para ajudá-la quando ela necessitasse de sua intromissão. Já tinham quase vinte minutos de cirurgia quando Wendell notou que Brennan estava suando demais. Fez sinal para Patricia enxugar a testa dela. Mesmo assim, Wendell não se deu por satisfeito e ficou observando-a de perto. Ela já estava prestes a tirar o bebê quando sentiu duas pontadas seguidas. Ela levantou as mãos e fechou os olhos friccionando a testa. Mais uma pontada e ela gemeu.

- Dr. Brennan? Tudo bem?

- Sim, e-eu só...ouch! Oh,Katherine...

Ela levou a mão até a barriga e se afastou da mesa de cirurgia. Patricia a ajudou a caminhar e então percebeu que ela sentia dor e estava sem forças nas pernas. Procurou uma cadeira e sentou-a por um momento.

- Dr.Bray, assuma a cirurgia. Por favor...

Ele rapidamente tomou as rédeas da situação e continuou de onde ela havia parado. Patricia continuava com ela. Depois de quinze minutos, Dr. Bray terminava a cirurgia. Era um belo menino. Wendell fechou a paciente e pediu para a enfermeira leva-la para o quarto. Em seguida, voltou-se para a doutora.

Com a ajuda de Patricia, eles tiraram o avental de cirurgia dela e as luvas. Wendell segurou o pulso dela para checar a pulsação. Estava aparentemente normal mas a pele estava gelada. Ela sofrera uma queda de pressão.

- Quando foi sua última refeição doutora?

- Ah..eu acho que foi antes da cirurgia das 3 horas.

- Você teve uma queda de pressão. Precisa se alimentar e descansar. Está abusando da sua condição e e do trabalho, sei muito bem porque mas está errado.

- Dr.Bray também não é assim...

- É sim! Consegue se levantar?

- Acredito que sim.

- Patricia me ajude aqui, vamos leva-la para um quarto.

- Não, vou para a minha sala no máximo pro conforto.

- De jeito nenhum e não adianta usar a teimosia comigo. Pode funcionar com o capitão não comigo!

Ele ajudou-a a erguer-se e Patricia apoiava o corpo de Brennan do outro lado. Assim que saíram da OR, Brennan sentiu mais uma pontada e gemeu segurando-se em Patricia. Ela respirou fundo.

- Calma...nada de pressa. Respire fundo.

Ela deu mais alguns passos até que foi tomada por uma dor bem mais forte. Gritou. Ela sabia que era uma contração. Ao olhar para Wendell, percebeu os olhos arregalados dele. Brennan olhou para baixo e viu o sangue escorrendo pelas pernas.

Wendell não esperou nem mais um minuto. Gritou para um atendente de enfermagem que passava.

- Traga uma maca agora!

- Dr. Bray...eu estou...sangue...Katherine...

- Calma doutora, vai ficar tudo bem.

Rapidamente ele a removeu numa maca para a OR mais próxima disponível. Assim que calçou as luvas, ele examinou o sangramento. Pediu a Patricia para injetá-la com uma droga para parar a hemorragia. Brennan ainda sentia dores, contrações.

- Oh, por favor...minha filha....

Wendell trabalhava contra o tempo para conter a hemorragia e deixar a médica estável. Nada poderia acontecer a essa bebezinha. Era questão de honra para ele. Pela doutora Brennan e pelo Capitão. Ele ouviu-a gemer novamente.

- Booth...cadê você...Kat....Wendell não posso ter minha filha agora, não sem o Booth...

Ela suava e tentava se concentrar para não sentir a dor. Precisava se manter racional. Não podia antecipar nada, tinha que ajudar Wendell.

Dez minutos depois, Wendell estava checando o pulso e a pressão dela. Estavam normais. O coração já estava mais calmo, a dor sumira e o perigo passara. Ele acariciou a mão dela e sorriu.

- Você está melhor?

- Sim, não sinto mais dor.

- Ótimo, vou leva-la para um quarto e faremos um ultrasom apenas para ter certeza. Você vai se sentir meio sonolenta daqui a algum tempo por conta da droga que usei. Tem alguém que eu possa ligar para vir aqui no hospital com você?

- Não precisa.

- É claro que precisa, diga quem.

- Angela Montenegro, o número está no meu celular.

- Tudo bem, Patricia irá ligar para ela. Agora vamos.

Wendell empurrou a maca até o quarto. Com a ajuda de duas enfermeiras, ele a colocou na cama. Trouxe o aparelho de ultrasom para o quarto e antes que pudesse iniciar o exame, Brennan perguntou a ele.

- Porque eu tive essa hemorragia? Estava tudo tão bem, meu pré-natal, vitaminas...

- Sim estava tudo sobre controle exceto seu emocional e seu nível de trabalho. Você tem abusado muito da sua gravidez agora que o Capitão está ausente. Seu trabalho não pode ser o substituto para a falta dele, não quando você está com sete meses de gravidez. Você sabe do que estou falando.

Brennan continuou calada.

- Sete meses e você fazendo todo o esforço que pode, bem o que aconteceu hoje foi o resultado de uma série de coisas erradas que você fez. As contrações e a hemorragia foram uma tentativa de parto prematuro provocado pelo stress.

Nesse momento, Patricia abre a porta do quarto. Angela entra assustada.

- Tempe...o que aconteceu? Está tudo bem?

- Sim, agora está.

- O que aconteceu doutor?

- Angela você pode perguntar para mim?

- Não mesmo, te conheço Temperance você vai me enganar.

- Ok, a Dr.Brennan teve uma pequena hemorragia causada por stress, o que simulou contrações que tentavam induzir o parto prematuro.

- OMG! É sério então!

- Não é tão sério assim, Angie...

- Na verdade é sim, devido ao exagero que a doutora está se impondo no trabalho, se não tivéssemos agido rápido, ela poderia ter dado a luz ou até prejudicar-se e a sua filha também.

- Oh, Tempe...

- Agora irei realizar um ultrasom para ver como está a pequena, espero que esteja bem já que o problema foi contido e os sinais vitais da mãe encontram-se normais.

Ele espirrou o gel sobre a barriga de Brennan e ligou o monitor. Com calma, Wendell deslizou o sensor sobre a barriga dela. Os batimentos cardíacos logo surgiram. Ele checou cada um dos sinais vitais e a posição do bebê para verificar se tudo estava em ordem. O maior medo de Wendell era que o esforço das contrações tivessem deixado a criança numa posição de risco ou prejudicado de certa forma sua fomação e crescimento. Felizmente estava tudo em ordem.

- Boas notícias! Está tudo bem com Katherine.

- Graças a Deus!

- Viu? Eu disse que estava tudo bem. Foi só um desconforto.

- Só um desconforto? Você quase teve a Katherine!

- É isso mesmo Dr.Brennan. A sua gravidez está na 28ª semana e até poderia ter a criança mas não é o que queremos. Você pôs em risco a sua filha por conta da carga de trabalho portanto, como seu médico, eu estou cancelando todos os seus plantões previamente agendados para essa semana. Você ficará em casa sob repouso absoluto.

- Eu sou médica e digo que não tem necessidade e....

- Tem sim. Você vai fazer exatamente o que seu médico está dizendo.

- Angela, o Dr.Bray ainda não é médico, é meu residente.

- Nesse momento ele é seu médico, foi você quem o escolheu.

- Dr. Brennan eu sei que você detesta ficar sem fazer nada mas diante do que aconteceu não quero arriscar sua vida e muito menos da filha do Capitão.

Wendell se virou para Angela.

- Angela, você pode cuidar dela? Você deve garantir que ela repouse e não faça esforços. Deve manter as pernas para cima pois se você olhar bem, verá que ela está com os pés e a batata da perna inchados. O cuidado com a alimentação deve ser redobrado. Garanta que ela coma em intervalos de três horas e sempre algo leve e saudável. De preferência frutas e verduras com ferro e vitamina K que agem rápido na cicatrização e renovação do sangue. Alguma dúvida?

- Nenhuma! E pode contar comigo. A minha amiga será bem cuidada e vigiada, certo Tempe?

Brennan olhou para ela contrariada e torceu a boca.

- De qualquer forma, vou anotar algumas recomendações e meu celular, apesar que a doutora o possui. Se precisar de alguma orientação é só ligar.

- Acredito que posso muito bem tirar as dúvidas de Angela, Dr. Bray.

- Certamente, Dr.Brennan nem sequer poderia ir contra isso mas em casos mais críticos, digamos de teimosia, ela poderá me telefonar.

Angela ria do jeito do jovem médico e da insatisfação claramente demonstrada por Brennan.

- O que irá fazer com as minhas cirurgias Dr.Bray?

- As que forem possíveis de eu mesmo realizar, assumirei. As que puder remarcar, também serão postergadas e as urgências posso arrumar ajuda no hospital. Não se preocupe com isso.

- Você pensou em tudo não?

- Na verdade, pensei sim. É o reflexo de ser seu residente, esteja sempre preparado para exceder as expectativas.

Brennan suspirou e mordeu os lábios. No fundo,ela gostara bastante da postura de Wendell mas não podia demonstrar.

- Você vai dar alta a ela?

- Apenas amanhã a tarde. Quero mante-la sob observação ainda hoje. Se quiser, pode ir para casa. Eu estou de plantão 24h e fico de olho nela.

- Não, prefiro passar a noite com ela. Vou em casa, trocar de roupa e volto com o necessário para você passar a noite ok?

- Angie não precisa...

- Temperance Brennan esse seu discurso não cola comigo. Não gaste sua saliva à toa. Volto logo!

Ela beijou a testa da amiga e cumprimentou o médico. Wendell deu mais uma olhada em Brennan e deixou o quarto.

Por volta das 7 da noite, Angela retornou ao hospital e passou a noite com a amiga que caiu no sono devido aos medicamentos que tomara e descansou a noite toda.

Na manhã seguinte, Wendell veio ve-la e verificou os sinais vitais e tirou a pressão dela. Estava tudo normal. Disse que pediria para servirem o café da manhã a ela e mais tarde ele retornaria para dar alta conforme prometera.

Ao meio-dia, ele voltou ao quarto com o prontuário dela e uma cadeira de rodas.

- Muito bem, Dr.Brennan, está na hora de ir para casa.

- Pra que a cadeira de rodas?

- Como se sente?

- Estou bem, Dr.Bray... vou perguntar de novo: pra que a cadeira de rodas?

- Para que você não faça esforço.

- De que adianta eu ir de cadeira de rodas até a porta do hospital se vamos pegar o metrô e terei que andar?

- Você não vai de metrô, irá de taxi.

- É isso mesmo!

- Angie!

- Vamos doutora nada de manha agora.

Ele a ajudou a sentar-se na cadeira e após assinar o prontuário acompanhou-as até a saída.

Ao chegar em casa, Angela se preocupou em arrumar tudo no quarto dela para que se sentisse à vontade e pudesse descansar bastante. Um pilha de travesseiros foi colocada na parte inferior da cama para dar sustentação aos pés delas conforme Wendell orientara. Em seguida, Angela a colocou no quarto e ligou a tv.

- Fique quietinha aí que vou buscar seu almoço.

Quinze minutos depois, ela voltava com um prato de salada, arroz integral e bolinhos de soja. Para beber um suco de cenoura,laranja e beterraba. Ela não saiu do lado de Brennan até que ela terminasse de comer.

Depois de lavar tudo e arrumar a cozinha, Angela voltou ao quarto da amiga e percebeu que ela tornara a adormecer, devia estar mesmo cansada.

Mais tarde quando acordou, Brennan se levantou vagarosamente para ir ao banheiro e chamou por Angela pois não encontrava o seu celular.

- Angieee...

- O que foi, Bren?

- Você viu meu celular?

- Está na sua bolsa na sala, porque?

- Quero ver se Booth ligou , ontem era dia de ligar.

- Espera, vou buscar para você.

Ela segurou a amiga pelo braço.

- Não Angie, deixa eu ir. Preciso esticar as pernas, estou com dor nas costas de estar deitada. Aproveito e lancho com você na cozinha, que tal?

- Tá bom, mas depois você volta a descansar.

Brennan vasculhou sua bolsa a procura do celular, ao encontrá-lo, viu que não havia nenhuma nova chamada. Isso a preocupou. Sentou-se na mesa e começou a brincar com as frutas que Angela cortara e misturara na granola para ela, aérea a todo o resto ao seu redor.

- Hey,Sweetie.... é para você comer as frutas e não ficar enrolando. Pense na Kathy que já deve estar com fome.

Brennan suspirou.

- Booth não ligou... aconteceu alguma coisa.

- Deu pra ter sexto sentido agora? Até onde eu me lembro você não acredita nessas coisas.

- Angie, eu estou preocupada. Ele não ligou e deveria ter feito isso...

- Amiga, você não avisou que estava de plantão no domingo? Então, ele deve ter preferido não ligar com medo de não conseguir falar com você.

- Mas hoje já é segunda e ele não deu notícias!

- Calma ai, Bren o Booth está num campo de batalha, cercado de artefatos de segurança, armas por todos os lados. Mesmo que ele esteja na base ou mesmo na cidade, ele deve ter regras muito rígidas. Se não ligou ontem por causa do seu plantão, vai ver que não pode ligar outro dia.

- Angela não consigo pensar tão simplóriamente como você.

- Estou usando uma possível lógica, ou você já esqueceu como se faz isso?

- Sua lógica é bastante positiva e você não considera as probabilidades que estão envolvidas numa guerra.

- Olha, você está se preocupando e ficando ansiosa, isso pode levar ao stress que é tudo que não queremos agora. Lembre-se do que o Wendell falou. Você precisa repousar e dar atenção a sua filha. Aliás, você está falando que aconteceu algo mas nem checou seu email. Vai ver que Booth escreveu para você.

O rosto de Brennan se iluminou. Ela não tinha pensado nessa possibilidade.

- Agora coma tudo e depois podemos abrir o notebook e checar notícias de Booth.

E assim ela obedeceu a amiga. Depois, ela checou o email e infelizmente não havia nenhuma nova mensagem dele. Brennan optou por aceitar as explicações de Angela. Antes de fechar o email, ela se deparou com o último email enviado por ele que continha o vídeo da música que a emocionara tanto.

Decidida por não se deixar abalar pela falta de contato, ela resolveu retribuir o gesto tão bonito que Booth fizera para ela. Começou a surfar na internet a procura de algo que não só representasse o seu sentimento pelo Booth mas que também tivesse algo único, que o fizesse lembrar dela automaticamente. Ficou um bom tempo até encontrar o que procurava. Sorrindo, salvou o arquivo e deixou para trabalhar nisso no dia seguinte.

Antes de desligar o notebook, ela ainda relutou mais uma vez e enviou o último email pedindo notícias de Booth. Não mencionara nada do que acontecera com ela, Booth já tinha preocupações demais para lidar sendo a mais importante manter-se vivo.

Brennan não largou do celular nem por um minuto porém Booth não ligou.

No dia seguinte após o café, Angela sugeriu que elas fizessem uma relação de todas as coisas que precisariam levar para o hospital quando Katherine estivesse para nascer. No fundo, era apenas uma maneira de manter a amiga ocupada. Brennan gostou da idéia e até sugeriu que ela fosse ao apartamento arrumar a bolsa.

Funcionou. Ela manteve-se ocupada por quase toda a manhã. Angela preparou o almoço e juntas sentaram na frente da tv para assistir um programa de viagens sobre Singapore. Terminada a refeição, Angela pediu um favor a amiga:

-Tempe, eu preciso ir a galeria agora a tarde. Promete se comportar? Não vai fazer nenhuma besteira?

- Pode ir, Angela. Estou bem.

- Não quero que você desobedeça as ordens de repouso, posso ir sossegada?

- Claro! Não vou sair nem limpar a casa...pode confiar.

- Tudo bem, vou me arrumar.

Vinte minutos depois, Angela apareceu pronta para deixar o apartamento.

- Comporte-se mocinha! Prometo trazer alguma coisa para você quando voltar.

- Sim, mamãe...

Elas riram. Assim que Angela saiu, ela levantou-se do sofá e voltou ao computador. Queria trabalhar no pequeno agrado para Booth. Por umas duas horas, ela mexia em arquivos e finalmente terminou o que queria.

Abriu o outlook e instintivamente checou por novos emails. Nada. Clicou em nova mensagem. Colocou o endereço do exército que Booth usava e começou a escrever para ele.


“Booth,

Já estamos na quinta semana separados. Confesso que a saudade de você só aumenta a medida que os dias passam. Tento ocupar meu tempo com várias coisas para manter a mente ocupada. Angela está sendo uma excelente companhia. E apenas para seu conhecimento, Katherine está ótima.

Porém, o propósito desse email não é reclamar ou choramingar. Apesar de não ter falado com você ainda essa semana, todos os dias escuto sua voz e penso constantemente em você. Foi por isso que resolvi retribuir seu gesto carinhoso da semana passada.

Estive procurando algo que ao ver, eu viesse ao seu pensamento. Quando você voltar para New York, prometo cantá-la ao vivo para você, por hora fique com o mp3 e a letra dessa canção.

You'll never find, as long as you live
Someone who loves you tender like I do
And you'll never find, no matter where you search
Someone who cares about you the way I do.
Whoa, I'm not braggin' on myself, baby
Cause I'm the one who loves you
And there's no one else! No...one else.
And you'll never find, it'll take the end of all time
Someone who understands you like I do.
Whoa, I'm not tryin' to make you stay, baby
Cause I'm the one who loves you
And there's no one else! No...one else.
YouÂ're gonna miss my love
You're gonna miss my love (you're gonna miss my love)
You're gonna miss my love (you're gonna miss my love)
You're gonna miss, you're gonna miss my love ( miss my love)
You'll never find another love like mine
Someone who needs you like I do
Whoa, I'm not braggin' on myself, baby
Cause I'm the one who loves you
And there's no one else! And there's no one else! No...There's just no one else.
(You're gonna) You're gonna miss (miss my love)
You're gonna miss my love (I'm gonna miss your love)
You're gonna miss my love (I'm gonna miss your love)
Whoa, oh, oh, oh, oh (you're gonna miss my love)

Então? Se parece comigo? Estou curiosa para saber o que você achou. E por favor, Booth mande notícias!

I love you soooo much!

Três semanas,amor… 21 dias.

Um beijo,

Tempe. “


Satisfeita, ela anexou uma foto dela e da ultrasom de Katherine, a última que Wendell fizera no domingo. Apertou o send. Levantou-se e decidiu tomar um banho.

Quando terminou, foi a cozinha e se serviu de suco. Ao voltar sua atenção à tela do computador, ela percebeu uma nova mensagem. Ansiosa, clicou. A decepção tomou conta do rosto dela, era apenas um spam. Conformada, ela desligou o notebook, sentou-se na cama com as pernas elevadas e concentrou-se na leitura sempre acariciando a barriga, demonstrando a atenção e a presença para a filha.




Continua.......

sábado, 27 de agosto de 2011

[Bones Fic] Between Love & War - Cap.22




Cap.22



Na segunda, Brennan foi trabalhar mas estava meio aérea. Não largava o celular. Ainda não tinha notícias de Booth mas ela sabia que era normal pois eram quase 30 horas de viagem até o Afeganistão. Ela atendeu algumas pacientes e cuidou de pós-operatórios. Depois, procurou por Wendell. Ao não encontrá-lo, bipou.


Em cinco minutos ele estava na sala dela.

- Pois não Dr.Brennan.

- Dr. Bray, sente-se.

Wendell obedeceu.

- Preciso fazer sua avaliação da residência e gostaria de marcar para amanhã, tudo bem?

- Claro, doutora basta marcar o horário.

- Certo, as 2 da tarde está bom para você?

- Sim.

- Outro ponto, quero marcar a nova ultrasom para sexta. Já entrei no sexto mês.

- Claro, é um bom dia para o capitão também?

Ao ouvir a pergunta do Wendell, ela mordeu os lábios. Booth não estaria lá com ela. Wendell percebeu que havia algo errado na reação dela.

- Booth não virá.

- Desculpe a intromissão mas está tudo bem com ele, Dr.Brennan? Com vocês?

Ela suspirou. E a resposta foi automática.

- Booth não virá porque está no Afeganistão em uma missão de treinamento do exército.

- Oh, eu sinto muito. Porém peço que não se preocupe, vai ficar tudo bem. O capitão sabe lidar com essas situações.

- Wendell, você acha que ele corre perigo?

- Bem se a missão é de treinamento, dificilmente a menos que peçam para ele liderar algum pelotão.

- Ah, entendi.

E Wendell pode ver a ruga de preocupação aflorar na testa dela. Precisava acalmá-la.

- Doutora, ele vai ficar bem. Booth é experiente, agora você precisa se concentrar na sua gravidez, sua atenção deverá ser toda para Katherine.

Ela suspirou.

- Eu sei...

- Estou aqui para ajudar sempre que precisar, Dr.Brennan. é só me pedir.

- Obrigada, Wendell. Você já pode ir.

Brennan terminou de atualizar sua agenda e alguns formulários e foi para casa. Não queria ir ao apartamento hoje, preferiu ficar com Angela. Não teve notícias de Booth naquela noite.

Na manhã seguinte, quando estava se arrumando para o trabalho, vi o celular tocar sobre a mesinha da sala. No display lia-se Privado. Ela atendeu.

- Alô?

- Tempe?

- Booth!

- Oi, amor...estou ligando conforme prometi. Já estou na base e foi tudo bem. Como você está?

- Estou indo, fazendo o que devo fazer. Me concentrando no trabalho.

- E a Kat?

- Está bem.

- Olha, amor eu não posso me demorar muito agora mas prometo que volto a ligar. Estou me interando sobre a comunicação direito e assim que souber como tudo funciona, eu aviso você.

- É muito bom escutar sua voz....

- Já estou com saudades, Tempe...

- Eu também.

- Se cuida,tá? Não vai exagerar no trabalho, você já está pesada.

- Tá bom...

- Preciso ir, amor. Love you.

- Me too.

Brennan ficou parada por um tempo com o celular na mão. Ainda recordando o momento. Apenas minutos depois ela continuou o que estava fazendo e saiu de casa.


Três dias depois....


Brennan estava no hospital checando os resultados de uns exames que recebera via email quando percebeu a nova mensagem chegando. US Army. Deixou o exame de lado e abriu o email ávida por novidades.

“Oi, Tempe!

Sei que não era a comunicação que você esperava mas pelo menos posso te dar notícias. As coisas por aqui estão agitadas, tenho que treinar muitas turmas de soldados porém está tudo bem. Me informei com o oficial de comunicações e já tenho todos os meios para nos comunicarmos. Tenho direito a um telefonema por semana e posso checar mensagens de email no máximo duas vezes na semana. Infelizmente, nada de skype mas ainda não me convenci e vou investigar um pouco mais. Como já liguei para você quando cheguei, não poderei ligar mais essa semana.

Sinto muito por isso amor!

Estava pensando em te ligar sempre aos domingos, o que acha?

Se cuida!

Amo muito você e a Katherine!

Bjs, Booth.

PS: Você está colocando o cd para ela ouvir minha voz? “


Brennan suspirou e mordeu os lábios lutando contra a ardência dos olhos que teimava em formar lágrimas. Porque tinha que ser tão difícil? Falar apenas uma vez na semana? Como ela iria suportar? Aquela noticia acabou com o seu humor. Ela nem terminou a análise. Também não queria responder agora para ele, precisava esfriar a cabeça antes de escrever para ele.

Ela se levantou e imprimiu o exame que estava analisando. Pegou suas coisas e deixou o hospital.

À noite, ela remoeu muito sobre o email durante o jantar. Angela notou que ela estava para baixo e não insistiu muito em conversar porque sabia que ela precisava de um tempo para refletir sobre essa nova etapa da vida dela. Porém, ela não iria deixa-la sozinha por muito tempo.

- Quer assistir um filme depois do jantar?

- Não, Angie.

- Tempe, você precisa continuar fazendo outras coisas não pode apenas trabalhar e ficar em casa pensando na ausência do Booth...

- Não é isso, preciso responder uns emails e resolver alguns assuntos pendentes na internet.

- Amiga...

- É sério! Recebi um email de Booth hoje e deixei para responder em casa.

- Tá, vou deixar. Mas estou de olho em você!

Brennan se levantou da mesa e seguiu para seu quarto. Na pequena escrivania estava o notebook. Ela pegou o cd que Booth lhe deu ao lado da tv e sentou-se na cadeira. Ligou o note. Assim que entrou ela colocou o cd no drive e abriu o itunes. Em seguida carregou o CD para lá e converteu os arquivos para dentro do software. Pegou seu ipod e carregou os arquivos.

A próxima coisa a fazer foi abrir o email e carregar a mensagem de Booth. Ela ficou por uns segundos olhando a tela, criando coragem para responder, escolhendo as palavras. Finalmente, clicou em reply e começou a escrever.

“Oi, amor!

Confesso que não era bem isso que esperava ouvir de você mas pelo menos poderei ouvir sua voz uma vez por semana. Domingo é um bom dia para falarmos e quando eu estiver de plantão, aviso com antecedência.

Ah, Booth.....seria tão bom se você pudesse usar uma câmera para eu te ver e saber que você está bem...veja se não existe a possibilidade. Estou já com muita saudade de você e não se preocupe, nem eu nem a Katherine esqueceremos de você, nem por um segundo.

Love you,

Tempe.”

Ela fechou o computador e com o ipod deitou-se na cama. Colocou um dos fones no ouvido e outro na barriga, selecionou o arquivo. Fechou os olhos e sentiu a voz de Booth preencher seus ouvidos ao mesmo tempo que acariciava a sua barriga.

Esse gesto se repetiria todas as noites religiosamente, Brennan só conseguia dormir ouvindo a voz dele, era como uma compensação, um truque para sua mente, simular que Booth estava ali, falando ao seu ouvido.


Domingo


Brennan estava ansiosa. Não largava o celular. Esperava que ele ligasse a qualquer minuto. Angela percebeu a aflição da amiga mas não censurou, era a sua primeira tentativa de falar com Booth realmente e quem sabe isso deixaria a amiga mais feliz?

As horas passavam e a inquietação apenas aumentava. Por volta das três da tarde, o celular finalmente tocou indicando mais uma vez Privado no display. Brennan tinha as mãos trêmulas.

- Booth?

- Oi,amor... como você está?

- Estou bem.

- Sei...essa resposta não foi muito confiável.

- Você sabe bem como eu estou. E só tem uma semana.

- Pense ao contrário, faltam 7 semanas.

Ela riu.

- E a minha princesa?

- Ela está bem, chuta sempre que ouve sua voz no cd.

- Ah, isso é bom. Você fez o ultrasom?

- Ia fazer na sexta mas ocorreram uns imprevistos no hospital que mativeram a mim e ao Wendell muito ocupados.

- Promete que vai fazer essa semana e me manda uma foto?

- Tá, prometo.

- Deixa eu falar com ela.

Brennan levou o celular ate a barriga e ficou observando o jeito dele falar com a filha pelo viva-voz. Depois continuaram conversando por trinta minutos quando Booth falou que precisava desligar. Se despediram da mesma maneira de sempre, pronunciando as palavras que demonstravam o sentimento de um pelo outro até que o click da ligação foi ouvida por fim.

Brennan permaneceu sentada no sofá, sem demonstrar qualquer reação. Fechou os olhos e sentiu um vazio povoar-lhe o peito e então ela chorou copiosamente. Quando voltou a se acalmar, ela foi para o seu quarto não saindo de lá até a hora do jantar quando Angela a obrigou a vir se alimentar.

Conforme prometido, ela fez o exame com Wendell na quarta e enviou a foto da filha e as novidades sobre ela para ele via email.

Brennan acabou por estabeler uma nova rotina na sua vida. Concentrava-se no trabalho para evitar qualquer minuto de mente vazia. Trocava emails com Booth pelo menos duas vezes na semana e todo domingo se falavam religiosamente. E como regra dessa nova rotina, ela sempre rendia-se as lágrimas após o contato.

Quando ela não estava de plantão nos finais de semana, Angela arrastava-a na marra para a rua e tentava distraí-la com algumas comprinhas para Katherine, um passeio ao museu, uma peça. Fazia tudo o que podia para não deixar a amiga cair em depressão pois o maior medo de Angela era que uma vez que isso acontecesse, não sabia se conseguiria ergue-la tão facilmente. Um dia, ela questionou a Brennan porque ela não iria ver como estava o apartamento deles.

- Não quero, Angela. Muitas lembranças estão presentes naquele lugar, não quero ir para lá sem o Booth.

- Você pode então, pelo menos me dar a chave para eu mandar fazer uma limpeza? Está fechado a vários dias.

- Tudo bem.

Brennan entregou a chave a Angela que não apenas mandou limpar o apartamento mas também fez uma cópia da chave apenas por segurança antes de devolve-la para Brennan.

As vésperas de completar um mês da ausência de Booth, Brennan deixou o hospital mais cedo e por impulso, seguiu para o aparatamento do Soho. Como que mecanicamente, ela desceu do metrô e parou na Dean & Delucca para comprar algumas coisas. Seguiu para o apartamento.

Como Angela prometera, estava tudo arrumado e limpo. O silêncio predominava no ambiente. Era uma sensação muito estranha. Brennan deixou a sacola sobre a mesa e visitou cada cômodo da casa, deixando por último o seu quarto.

A cama arrumada trouxe lembranças de noites prazerosas que ambos curtiram juntos. O seu livro sobre gravidez estava na mesa de cabeceira do mesmo jeito que deixara. Sentou-se na cama com lençóis limpos. Olhando para o guarda-roupa, ela lembrou-se de algo que poderia ajudá-la a dormir seja aqui ou no seu próprio apartamento. Abriu a porta e em seguida uma das gavetas, pegou uma camiseta azul-marinho do FBI. Levou-a até o nariz inalando o cheiro característico das roupas de Booth. Colocou a peça sobre a cama no lugar ocupado normalmente por ele.

Percebeu que estava um pouco cansada, as pernas doíam. Ela tirou a roupa e resolveu tomar um banho rápido. Ao sair do chuveiro, ela uso a colônia de Booth que estava sobre a pia e vestiu a camiseta que deixara na cama.

Foi até a cozinha e arrumou na bandeja, um prato com um cinammon roll, um quiche e um croissant. Pegou talher e um copo de suco de maçã levando para o quarto. Após acomodar-se, pegou o controle da tv e ligou. Como acontecia sempre, o canal de abertura era o de esportes e para a surpresa dela estava passando um jogo dos knicks contra os Celtics.

O ambiente e a situação lembrava Booth em tudo. Ela comia prestando atenção ao jogo. De vez em quando, ela reclamava do juiz ou de um jogador e virava-se para o lado como se fosse dialogar com alguém, exceto que esse alguém não estava ali com ela agora.

Nesse momento, ela foi dominada pela tristeza mais uma vez, a saudade a tomou por completo e ela deitou-se. Ficou ainda por um momento contemplando o teto branco e fechando os olhos, foi invadida por uma série de lembranças vividas naquele lugar, momentos feliz, de alegria e prazer. Aquelas paredes continham os seus segredos mais íntimos. Ah, se essas paredes pudessem falar!


Um pequeno sorriso formou-se nos lábios dela.

Brennan aconchegou-se novamente na cama e ao colocar as mãos sob o travesseiro, encontrou um pedaço de papel. Ao puxá-lo e trazer para a altura dos olhos, Brennan pode verificar que era uma foto de Booth com uma largo sorriso e um boné dos knicks. Ela virou a foto e no seu verso encontrou um pequeno recado:

“Para você não se esquecer de sonhar comigo. Love, Booth”

Ela tornou a colocar a foto embaixo do travesseiro e fechou os olhos procurando dormir.

No dia seguinte, ela não apareceu no hospital.

Angela que estranhou a ausência da amiga no apartamento, imaginou que ela teria virado a noite de plantão. Por volta das 11 horas da manhã, ela resolveu ligar para o celular de Brennan. Não obteve resposta. Tentou ainda mais três vezes sem sucesso durante um intervalo de dez minutos de uma ligação para a outra. Nada.

Já ficando apreensiva, ela ligou para o hospital e pediu para falar com a Dr. Brennan. A atendente pediu um momento e segundos depois voltou ao telefone apenas para informar que a médica não tinha aparecido no hospital hoje mesmo estando de plantão.

Com essa notícia, Angela realmente se preocupou. Se ela não dormiu em casa e não estava de plantão no hospital, onde estaria? E porque não atendia o celular?

Angela deixou a galeria e saiu pela cidade a procura de Brennan. Tentando se imaginar na cabeça da amiga, Angela percorreu alguns lugares de NY que poderia encontrá-la. Começou pela Barnes & Noble da 5ª avenida. Em seguida, foi a biblioteca pública. Sem sucesso. Decidiu ir ao Central Park afinal foi onde ela conheceu Booth. Após caminhar um longo percurso, ela desistiu. Brennan não estava ali.

Então, Angela teve um estalo. Havia apenas mais dois lugares de NY onde ela poderia encontrar a amiga. Sem exitar pegou o metrô rumo ao SoHo. Sua primeira parada foi na Dean & Delucca onde não encontrou a amiga.

Sua última tentativa era o único lugar de New York que ela achava que Brennan não iria pela carga emocional que o ambiente exercia sobre ela. O apartamento deles. Assim que subiu no prédio, Angela já parada a porta vasculhou sua bolsa em busca da cópia da chave. Estava pendurada no mesmo chaveiro onde ela mantinha a chave da galeria.

Enfiando a chave na porta, rodou-a e abriu apenas para encontrar uma sala silenciosa a sua frente. Ela entrou devagar. Fez uma varredura na sala e sentiu o coração acelerado acalmar-se ao perceber uma pequena sacola de Dean & Delucca sobre o balcão da cozinha.

Ela estivera ali. E talvez voltasse. Angela respirou fundo. Pegou o celular e discou o número da amiga mais uma vez. Dessa vez, ouviu um tremor em algum lugar.

Angela caminhou pela sala procurando de onde vinha aquele pequeno barulho. Por fim, enxergou o celular sobre a mesinha da sala, vibrando e mexendo-se sem despertar a atenção de ninguém.

- Bren! Você está aí?

Sem resposta.

- Tempe...?!

Angela foi adentrando pelo corredor quando ouviu um barulho de teclado. Ao chegar na porta do quarto de casal, Angela suspirou aliviada. Brennan estava sentada na frente do computador com os fones do ipod no ouvido.

Sem querer assustar a amiga, Angela bateu levemente na madeira da porta por três vezes e chamou por ela. Brennan finalmente escutara e virou-se surpresa em ver a amiga parada à porta do seu quarto.

- Angie?! O que faz aqui?

- Tempe! O que faço aqui? Você quase me mata de susto. Estava apreensiva! Você não foi dormir em casa e eu achei que estivesse de plantão, então quando você não atendeu as minhas ligações no celular, liguei para o hospital e ao ouvir que você não apareceu para trabalhar eu entrei em pânico!

- Como você entrou aqui?

- Fiz uma cópia da chave. Esse era o último lugar que esperava te encontrar.

Angela sentou-se na cama procurando se recuperar da maratona de busca e finalmente respirar aliviada por estar tudo bem com a amiga.

- Porque você não avisou? Fiquei hiper preocupada com você...

- Eu nem pensava em vir aqui, não foi programado. Acho que quando cheguei, me deixei envolver por tudo isso e esqueci do resto. Desculpe, Angie não era minha intenção deixá-la preocupada.

- Tá tudo bem agora mas por favor não me dá mais esses sustos!

Brennan riu.

- O que você está fazendo?

- Respondendo um email do Booth...

- Está tudo bem?

- Hum hum....

- Já que estamos aqui, que tal darmos uma olhada nas coisas da Katherine?

- Ok.

Brennan levantou da cadeira e seguiu a amiga até o outro quarto.


Domingo


Como já era de se prever, Brennan estava sentada no sofá com o celular na mão esperando pela ligação de Booth. Ele geralmente era pontual e não foi diferente nesse dia. Aproximadamente às 3 da tarde, o celular dela tocou.

- Oi, amor...

- Oi, Tempe. É tão bom escutar sua voz…

- Saudades?

- Enormes de você.

- Como vão as coisas por aí Booth? Você continua seguro, sem ir para campo? Por favor não me engane.

- Tudo bem, nada de trabaloh de campo.

- Essa semana eu voltei no apartamento. Vi a foto que você deixou. Não consigo ficar lá Booth, são muitas lembranças. Não dá...você está em toda parte!

Ele riu.

- Que bom! Significa que você está morrendo de saudades e não pode viver sem mim.

- Não banque o convencido Booth, nessa história você está em desvantagem. Se afastar de mim e da sua filha vai custar caro a você.

- Ah, falando em dívida, cadê a foto da minha princesa? Você prometeu mandar...

- Hey, eu enviei para você!

- Quero outra!

- Ok, na semana que vem...

- Tempe, eu queria dizer uma coisa para você mas tem que me prometer que vai esperar eu terminar para falar, comentar enfim.... promete?

Temperance ficou tensa. O que Booth estava insinuando?

- Booth eu...

- Apenas prometa e me escute, amor.

- O-ok.

Brennan mordeu os lábios tentando disfarçar a apreensão que tomava conta do seu rosto nesse momento para Angela não perceber. O que se seguiu, realmente surpreendeu a ela. A voz de Booth soava macia e baixa.


No New Year's Day to celebrate
No chocolate covered candy hearts to give away
No first of spring
No song to sing
In fact here's just another ordinary day
No April rain
No flowers bloom
No wedding Saturday within the month of June
But what it is, is something true
Made up of these three words that I must say to you
I just called to say I love you
I just called to say how much I care
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart

No summer's high
No warm July
No harvest moon to light one tender August night
No autumn breeze
No falling leaves
Not even time for birds to fly to southern skies
No Libra sun
No Halloween
No giving thanks to all the Christmas joy you bring
But what it is, though old so new
To fill your heart like no three words could ever do
I just called to say I love you
I just called to say how much I care, I do
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart
I just called to say I love you
I just called to say how much I care, I do
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart, of my heart,
Of my heart


Quando terminou, ele percebeu que ela estava chorando. Por alguns segundos nada foi dito. Então, Booth foi quem primeiro quebrou a barreira do silêncio.

- Eu estava aqui uma noite dessas observando o céu e pensando unicamente em você e essa música me veio a mente. Resolvi que não teria modo melhor de expressar minha saudade e o que sinto por você do que falando as três palavras.

- É linda, Booth. Nunca ouvi antes.

- O que? Você nunca ouviu Stevie Wonder? I Just Called to say I Love You? Deus, Tempe….eu ainda me surpreendo com algumas coisas sobre você.

- Não. Booth. A surpresa hoje é toda minha. Obrigada.

- Amor, eu preciso desligar.

- Mas já? Ela falou manhosa.

- Tempe...

- Entendi...

- Vai passar rápido, um mês já se foi... fica bem e cuida da Kat.

- Booth...

- Hum?

- I love you.

- Eu também. Um beijo.

Brennan desligou o telefone sorrindo e mesmo não conhecendo aquela música que Booth cantara apra ela, o refrão parecia ter ficado em sua mente. I just called to say I love you. Com o ritmo gravado na cabeça, ela passou o domingo relembrando o telefonema.

Na segunda-feira, ao abrir seu email, tinha uma mensagem do Booth. Ele enviara a letra e a música para ela.

“Para você lembrar de mim até domingo.

Love,

Booth”

Aquela mensagem foi como uma injeção de ânimo para o início da semana complicada que estava por vir.



Continua.......

domingo, 21 de agosto de 2011

[Bones Fic] Between Love & War - Cap.21


Previously...

- Temperance, eu...eu fui chamado para o Afeganistão. Querem que eu passe dois meses treinando soldados.


- O que?

- Eu sinto muito...

Brennan sentiu as forças se esvairem do seu corpo, desabou no sofá.


Cap.21


Uma bomba acabara de explodir em suas mãos...

Ela escutara direito? Como ele pode fazer isso?

- Tempe, hey ... eu sinto muito, não esperava por isso e também...

Ela se levantou o mais rápido que podia.

- Sente muito? Sente muito? Se é assim, não aceite!

- Tempe não funciona assim, eu sou um empregado das forças armadas. Não é uma resposta que não posso dar, não tenho opção. Devo partir no próximo fim de semana.

Ela estava visivelmente chateada, elevou a voz.

- Mas eu-eu estou grávida! Você disse isso a eles? Estou com seis meses de gestação, você não pode me abandonar...

- Acredite, eu expliquei isso a eles, não importa. Devo servir meu país.

- Como não importa? Você não pode ir embora deixando para trás a sua filha e eu! Você vai para uma guerra...como vou saber se Katherine ainda terá pai quando nascer?

- Eu não vou para o campo de batalha, vou treinar soldados.

- Ainda assim você estará num pais em guerra, zona perigosa. Não, você vai voltar amanhã com o seu comandante e vai dizer que não irá para o Afegasnistão, pronto! Você tem motivo para isso.

- Tempe, não funciona assim. Tenho obrigação para com o país. Eu não posso simplesmente dizer não. Se eu fizer isso, serei preso por desacato e ainda vou responder processo sobre isso.

- Que fique preso! Pelo menos você estaria aqui, pelo menos saberia que você está vivo e Katherine não estaria orfã de pai.

- Amor...

Ela mordia os lábios, o nervosismo era visível no seu rosto.tudo que ela sempre temeu estava acontecendo de novo. Booth a estava abandonando, a ela e a filha. Ela não podia evitar, sentia as lágrimas arderem nos olhos. Fazia um esforço supremo para não chorar.

- Então é isso, você vai nos abandonar para treinar soldados.

- Eu não estou abandonando vocês, são dois meses! Estarei aqui para ver a Katherine nascer....

- Sabe, Booth eu não tenho tanta certeza disso. E sou uma pessoa que detesta incertezas sendo assim, se esse é seu veredito final, sua decisão, então Booth você pode ir ao Afeganistão mas infelizmente nossa relação acabou.

- Não Temperance não faz isso.... eu te amo!

Ela já pegara a bolsa e caminhava para a porta.

- Eu te disse desde o início que não gostava de apostar no tal do sentimento do amor, você sabia que era difícil de me render a essa mistura de emoções, você insistiu, eu cedi. E olha onde isso nos trouxe? Quando pensei que estava realmente formando minha família, você vai me deixar aqui sozinha, grávida e sem a certeza de ve-lo outra vez.

- Você não ouviu o que eu disse? Eu te amo!

- Amor....por um momento pensei ter acreditado nele, que era algo bom.

- Mas é algo maravilhoso!

- Como pode ser maravilhoso se me faz sofrer? Se me deixa triste e sem saber o que fazer? Pensei que seria diferente com você, infelizmente me enganei.

- Não, por favor....

Ele a puxou pelo braço. Os rostos ligeiramente próximos. Ele não esperou mais e beijou-a sem pensar. Um beijo ansioso, nervoso. Brennan correspondeu aos movimentos dos lábios dele, falar era fácil mas quando ele a beijava tudo se tornava mais difícil, era difícil ser forte, ir embora mas ela estava confusa. Não podia fraquejar. Ela quebrou o beijo.

- Fica, Tempe...

- E-eu não posso...

Ela abriu a porta e com o rosto marcado por lágrimas, ela sussurrou.

- I love you....

A porta fechou atrás dela. Booth ficou ali parado. Fechou os olhos.


Flashback
Academia de NY – mesmo dia


Booth acabara de sair de mais uma foneconferência com a equipe de Washington. Fizera alguns follow-ups nas ações que ficaram em aberto na época da sua viagem. Sabia que tinha apenas até amanhã para resolver as pendências pois os soldados viajariam no dia seguinte.

Satisfeito com o resultado, ele enviou um email para seu superior informando o progresso.

Ele tinha voltado do almoço quando recebeu uma ligação da secretária do comandante. Ele queria ve-lo. Sem qualquer indício de preocupação, Booth se dirigiu a sala do seu superior imaginando que ele tinha algumas perguntas sobre o email que ele enviara anteriormente. Porém, Booth não tinha sequer idéia do que aconteceria nas próximas horas na sua vida.

- Com licença, senhor.

- Ah, Capitão Booth por favor sente-se.

Booth obedeceu.

- Vi seu acompanhamento das atividades de Washington. Muito bom trabalho.

- Obrigado,senhor.

- Na verdade, eu lhe chamei aqui para confiar a você uma importante tarefa. Sei que você está a altura dela e não irá me decepcionar.

Booth ouvia atentamente, em sua mente imaginava que teria que treinar um novo pelotão a exemplo do que acontecera em Washington.

- Após o seu desempenho com a turma de Washington eu cheguei a seguinte conclusão de que o grupo treinado só terá sucesso por sua causa. Sendo assim, eu estou designando você para chefiar o pelotão que irá para o Afeganistão amanhã.

Booth arregalou os olhos. Ele escutara direito?

- Não se preocupe, você não vai precisar viajar amanhã, embarcará no fim de semana e ficará dois meses no Afeganistão.

- Senhor, e-eu ainda... essa notícia, eu não esperava por ela e não me entenda mal, estou lisonjeado com a escolha...

- Você provou seu valor, Capitão. Você não irá para o campo de guerra propriamente, você irá reforçar o trienamento dos soldados que já estão lá e verificar se aqueles que você treinou agem conforme o que precisamos.

- Bem, sim o convite é motivo de orgulho para mim mas infelizmente terei que recusar senhor. Não posso deixar o país, minha mulher está grávida, com seis meses não posso me ausentar.

- Capitão Booth, não sabia disso.

- É minha primeira filha.

- Acredito que o capitão não entendeu. Esse não é um convite, é a sua obrigação como militar para com o seu país. Você serve aos Estados Unidos da América, não tem nada que anule essa decisão. Isso não é algo negociável. Acredito que o senhor conhece bem as implicações legais em caso de desobediência não?

- Perfeitamente, senhor. Detenção.

- Exato.

- Senhor eu....

Porém resolveu calar-se. Sabia que não havia discussão ou se quer chance de argumentação. Teria que cumprir às ordens do comandante. Suspirou resignado.

- Ok, senhor. Cumprirei meu dever.

- Obrigado Capitão Booth. Sabia que poderia contar com o seu compromisso.

Ele esticou a mão e Booth cumprimentou-o numa espécie de fechamento de um acordo. Quando ele deixava a sala do seu superior, ele falou.

- Ah, parabéns pelo sua filha e não se preocupe, você verá ela nascer. Dois meses passam rápido. Amanhã passe com o Tenente Williams para acertar os detalhes da sua viagem.

Booth caminhou de volta para sua sala cabisbaixo. Ele estava confuso, chocado. Não esperava por isso e na sua mente a única preocupação que a martelava era Temperance. Como ele iria contar a ela? Como diria que a deixaria sozinha, grávida por dois meses? Ela não aceitará isso.

Pegou suas coisas na sala e saiu do prédio meio sem rumo. Precisava pensar. Ele vagou pelas ruas de NY meio sem destino. A cabeça a mil. Fizeram várias simulações em sua mente mas nenhuma delas parecia adequada a situação que ele viveria logo mais. Nenhuma trazia a ele uma solução aceitável. O fato era que hoje ele estaria colocando em risco seu relacionamento, seu amor e sua futura família. Sentia-se preso em um beco sem saída.

Ao chegar em casa, antes de abrir a porta ele respirou fundo. Tomara a sua decisão, contaria a notícia sem rodeios.


Momento atual


Booth ainda estava sentado com uma cara desolada. Ele sabia que não seria fácil. Sabia que Brennan não aceitaria a notícia não só pelo seu estado como também pelo seu passado. Ele não queria perde-la, não podia. Porém, precisava dar um tempo a ela para digerir tudo isso e assim poderia tentar novamente. Ele não deixaria o país sem resolver essa pendência. Ele não a deixaria escapar. Era o seu futuro em jogo, o amor da sua vida.


XXXXX

Brennan deixou o apartamento de supetão. Ela foi direto a estação do metrô pegando o primeiro trem que parar rumo ao upper side. Sentada, ela tentava controlar as lágrimas. Como isso pode acontencer? Porque tudo na vida dela era difícil? Ela pensara que pela primeira vez tinha sua chance de encarar a vida de outra maneira. Estava construindo sia própria família algo que para ela já estva descartado a algum tempo. Ela se doou a Booth, ela deixou boa parte de suas convicções de lado e para que?

Passar novamente pela decepção, pela tristeza,pelo abandono...

Brennan chegou no seu apartamento como um furacão. Angela até se assustou de ve-la por lá.

- Hey, amiga.... fazendo visagem?

- Angela agora não...

- Hey....

Então Angela percebeu o semblante de Brennan. Acontecera algo muito grave.

- Você brigou com o Booth? O que aconteceu? O que você...

Brennan ficou vermelha no mesmo instante e cortou a amiga.

- Para,Angela! Antes de você sequer perguntar o que eu fiz, saiba que não fiz nada. Booth fez! Ele estragou tudo!

- Mas...

- Ele vai abandonar a mim e a Kat. Ele está indo para o Afeganistão!

- OMG! Por que? Por quanto tempo?

- Quanto tempo? Não interessa quanto tempo Angela....ele vai me deixar, assim.

Ela apontou para a barriga.

- Eu acreditei que ia ser diferente, achei que realmente estava mudando a minha vida, a minha forma de ver o mundo, eu me entreguei e agora estou sozinha e com uma filha pra criar! Isso serve de castigo para mim, nunca deveria ter aberto mão da minha razão...romance, isso não existe!

Ela sentou no sofá e chorou. Angela sentou-se ao lado dela e a abraçou. Acariciava os cabelos dela deixando-a desabafar, colocar a dor que sentia para fora. Percebendo que a amiga começava a se acalmar, ela criou coragem e pediu para ela contar exatamente o que acontecera entre ela e Booth. Brennan contou ainda lutando contra a respiraçào e as lágrimas. Ao terminar, ele esperou alguns segundos para fazer um comentário porém foi surpreendida quando a amiga tornou a falar.

- Angela, eu estou confusa, triste mas eu amo o Booth não sei como vou superar isso. Por mais raiva que eu tenha dele agora, eu o amo. Ele foi a pessoa que mais me fez feliz nesses últimos tempos, na verdade em toda a minha vida. Ele me ensinou que posso ser amada e me deu um filha... porque isso tudo foi acontecer hoje? Logo agora!

- Amiga, acho que você precisa descansar, tentar dormir. Com a cabeça mais fria, você poderá pensar com mais calma, ver as coisas mais claramente e quem sabe você não fala com Booth novamente?

- Acabou, Angela.

- Não, Tempe enquanto você o amar posso afirmar: não acabou.

Brennan se levantou e foi para o quarto dela. Deitou-se na cama e ficou olhando para o teto. Não tinha sono e sua mente só pensava em Booth.

Angela deixou a amiga ficar sozinha. Ela precisava desse tempo.

Na manhã seguinte, ela acordou com um telefonema. Era Booth.

- OI, Booth...

- Angela, a Tempe está por ai? Já liguei mais de dez vezes pro celular dela.

- Está sim...ela chegou ontem a noite arrasada. Ainda está dormindo.

- Ela te contou?

- Contou...como isso foi acontecer Booth?

- Não sei, Angela...também fiquei chocado e não tem volta. Devo obedecer se não vou preso. Eu não quero ir embora sem falar com ela, não quero acabar nada. Eu vou voltar e continuaremos juntos. Você acha que ela me ouve?

- Booth, a Bren está machucada, com raiva mas ela te ama. Você seria muito burro se não tentasse reverter isso...

- Eu vou pra ai, posso?

- Pode não, deve.

- Obrigado, Angela.

- Tudo pelo amor, Booth.

Vinte minutos depois, a campainha tocava. Angela abriu a porta e deixou-o entrar. Brennan ainda dormia, aparentemente.

- Vou tentar acordá-la.

Angela bateu na porta e chamou por ela.

- Tempe? Amiga? Tá na hora de acordar...

O silêncio continuava. Ela tentou abrir a porta. Felizmente, ela não trancara a porta. Ela entrou no quarto e viu que ela ainda dormia. Percebeu que ela ainda usava a mesma roupa de ontem, ficou com pena de acordá-la pois não sabia que horas ela finalmente dormira. Tornou a encostar a porta do quarto.

- Melhor deixá-la dormir mais um pouco. Tenho certeza que passou quase a noite toda em claro, nem trocou a roupa.

- Acho que você tem razão...eu espero.

- Enquanto isso, vamos tomar um café.

Angela foi para a cozinha e Booth a seguiu sentando-se a mesa. Após colocar os pães e o café na frente deles, fizeram a refeição conversando um pouco sobre a situação da Brennan e dele agora com essa missão.

- Booth, você acha que essa missão vai durar realmente dois meses?

- Normalmente as missões do exército tem data de início e fim são raríssimas as exceções.

- E você acha que pode ser tornar uma exceção?

- Não. Quando falei com o meu Comandante sobre a Tempe estar grávida, eu acabei deixando precedentes para que a missão não fosse extendida. Consta na minha ficha essa observação.

- Pelo menos esse é um bom sinal...

- Sim, também acho.

- É possível você voltar antes?

- Se for algo muito importante, sim. Mas não devo contar com isso. Tenho que considerar os dois meses.

- Acredito que se você conversar agora com a Tempe, pode até convence-la. Ela deve estar mais calma e pode reconsiderar. Você tem que entender que foi um susto danado para ela ainda mais considerando a história dela.


- É eu pensei muito sobre isso e concordo com você. Talvez ela aceite.

Brennan surgiu na sala e viu os dois sentados à mesa. À princípio, ela ficou chateada. Será que Angela ligou para ele? Então lembrou de como Booth podia ser insistente em alguns assuntos e antes de acusar alguém era melhor perguntar.

- Booth?

Ao ouvir a voz dela, Booth virou-se. Percebeu o rosto cansado e abatido dela. As olheiras negras despontavam sobre a pele alva do rosto.

- Oi, Tempe...

- O que você veio fazer aqui? Angela você ligou para ele?

- Não, eu não vim aqui porque a Angela me chamou, vim porque quero conversar com você.

- Eu vou deixar vocês...

- Não, Angie. Não precisa, não tenho nada para conversar com o Booth. Acredito que já disse tudo que precisava a você, não?

- Você talvez sim, mas eu ainda tenho algo a dizer para você.

- Eu vou para o meu quarto.

Angela deixou a sala e assim que a porta bateu, Booth fez sinal para Brennan sentar-se ao sofá. Ela obedeceu vagarosamente.

- Você não dormiu bem né?

- Não.

- Tempe eu, eu sei que pedir desculpas não adiantaria. E também sei que você disse que a nossa relação acabou. Você realmente acredita nisso?

Brennan ficou calada.

- Você tem sim motivo para me odiar agora mesmo eu não tendo culpa de ter sido escolhido para essa missão, mas dizer que acabou? Dizer que você não me ama, não pensa em mim... e a nossa filha? Você me disse eu te amo ontem, seu amor não acabou em 8 horas...

Ele se aproximou dela, tomou suas mãos nas dele e beijou-as uma a uma. Os olhares se encontraram.

- Tempe...

- Você me deixou com muita raiva, você negligenciou a mim e a sua filha. Eu pensei muito Booth. Passei a noite remoendo o assunto, tentando imaginar como seria minha vida com você na guerra. Cuidar sozinha de uma criança, Katherine não tem culpa de nossas escolhas. Eu não quero que aconteça com ela o que aconteceu comigo. Ela não merece crescer sem um pai.

- Mas eu voltarei! São apenas dois meses...eu não vou abandonar vocês. Jamais faria isso.

- Booth você vai para a guerra, não pode escolher. Não sabe o que irá acontecer, estatisticamente a probabilidade de você se ferir seriamente ou mesmo...m-morrer é alta. Você tem razão, eu não posso deixar de amar alguém em oito horas, ninguém pode. Esse não é o ponto porque eu não quero deixar, eu não quero você longe da minha vida ou da minha filha. Eu não suportaria.

As lágrimas começaram a cair novamente. Ela o abraçou. Ele a envolveu em seus braços, beijou-lhe o rosto. Ele passou a mão na barriga dela e sentiu a pele ser empurrada. Sua filha. Ele nem teve tempo de curtir a novidade de ontem. Abriu um sorriso e antes que ele pudesse fazer qualquer comentário, ele ouviu-a falar, um leve sussurro.

- Eu estou com tanto medo...nunca senti isso antes. Medo de perder o que construímos. Tudo está contra nós...

- Não Tempe! Não temos nada contra, esqueça as estatísticas, esqueça a racionalidade. Concentre-se apenas no amor que sentimos um pelo outro, esse sentimento sozinho opera milagres.

- Booth, eu não acredito em milagres.

- Você não precisa, apenas me ame e eu acredito por nós dois. I love you, Temperance Brennan. Nunca duvide disso.

Ele acariciou o rosto dela e Brennan inclinou-se para beijá-lo. Eles se perderam por uns instantes num misto de nervosismo, ansiedade e sentimento. Cada um certo de seus próprios receios porém dispostos a superar o obstáculo que se punha diante deles. Brennan quebrou o beijo reclamando.

- Ouch...filha!

Booth colocou as mãos na barriga dela. Sorriu para Brennan.

- Ela mexeu de novo. Acho que seja sua voz. Ela sabe quem você é.

- Kat...eu nem pude sentir ontem e...oh! ela mexeu, Tempe.

- Katherine, seu pai está todo bobo. Mostre para ele que você está feliz porque ele está aqui.

E mais uma vez, a pele mexeu e Booth pode sentir. Ele tinha os olhos mareados.

- Isso é incrível!

- É sim, é maravilhoso.

De repente, o silêncio se colocou entre eles. Booth apenas queria sentir a vida dentro da pessoa mais importante para ele nesse momento. Brennan fechou os olhos. Queria aproveitar um minuto de paz antes de lembrar-se novamente da turbulência que os tomaria logo mais. Booth beijou a barriga dela e murmurrou algo para a filha. Brennan tornou a abrir os olhos. Fitou-o.

- O que faremos agora Booth?

- Faremos exatamente o que a vida exije de nós nesse momento. Você irá continuar cuidando muito bem da nossa menininha e eu irei prestar minha obrigação. Olha, não será tão ruim assim. Eu não vou lutar, vou apenas para treinar os soldados que já estão lá. Ficarei na cidade.

- Mas e a comunicação? Você vai poder usar celular?

- Não, nada que possa ser rastreado. Todo o equipamento de comunicação é exclusivo do exército. Terei telefone e permissão para falar com você duas vezes na semana. Acesso a email apenas pelo terminal de segurança.

- Você poderá usar skype para falar comigo?

- Isso eu não sei. Talvez não.

- Então vou passar dois meses sem ver você totalmente? Nem uma câmera?

- Acredito que sim, são regras de segurança. Mas posso escrever para você e você pode me mandar fotos suas e da Katherine, sabe as ultrasons.


- Eu não sei, dois meses são muito tempo para ficarmos separados e estarei no final da gravidez...e se eles quiserem que você fique mais tempo? Ai a Kat nasce e você não estará aqui. Isso não pode acontecer.

- E não vai. Quando se é designado para uma missão, ela tem tempo determinado além do mais, foi colocado a observação da sua gravidez na minha ficha. Não se preocupe, estarei aqui para ver a Katherine nascer, estarei aqui para segurar sua mão na hora do parto.

- Eu vou sentir muito sua falta, demais.

- Eu também. Mas enquanto não viajo podemos aproveitar os momentos juntos.

- Promete que irá me ligar sempre que puder, que não me deixará sem notícias. Eu não sei como ficarei sem você, eu posso desabar...eu pensei que fosse forte mas você me deixou diferente, de certa forma a fortaleza que eu era contém rachaduras e as vezes me vejo perdendo o foco, a racionalidade. Prometa que me ajudará a manter minha racionalidade viva e alerta, Booth.

Ele se ajoelhou na frente dela segurando uma das mãos e a outra na barriga dela.

- Eu prometo com todo o meu amor, prometo pela minha filha, pela nossa felicidade. Temperance, você não perdeu sua racionalidade, você está muito mais forte do que quando a conheci. Você tem o sentimento para te guiar, você não irá cair porque eu não vou deixar. Eu prometo.

- Booth, porque você está ajoelhado?

- Para demonstrar o valor da minha promessa para você e para te dizer que esse gesto é meu voto de amor e fidelidade para com você, simbolizo assim o meu amor por você.

Ela abriu o sorriso pela primeira vez naquele dia. Fez um sinal para ele se levantar. Quando estava novamente de frente para ela, Brennan acariciou o rosto dele com as costas dos dedos.


Ela não sabia o que aconteceria nos próximos dias, como seriam esses dois meses solitários, apenas sabia que ele voltaria, era uma promessa. Ele a faria completa novamente. Nada de abandono, nada de volta ao passado. Eles superariam essa fase.

- I love you, Temperance Brennan.

Ele a beijou novamente. Dessa vez, o beijo era apaixonado, sem ansiedade, medo, apenas sentimento. Ela enroscou os braços no pescoço dele e se deixou levar pelo momento. Ele aprofundou o beijo e ela gemeu entre os lábios. Eles namoraram por um longo tempo, depois foram para o quarto de Brennan e após muitas carícias, ela adormeceu feito criança.

Os dias passaram depressa sem que Booth saísse do lado dela. Aproveitaram cada minuto infelizmente já era sábado e portanto hora de dizer adeus pelo menos por dois meses. Eles chegaram no aeroporto com uma hora de antecedência para o embarque. Ficaram no saguão namorando e esperando pelo momento da partida.

De longe, Booth avistou um oficial do exército. Chegara a hora. Brennan estava com a cabeça apoiada no ombro dele com os dedos da mão entrelaçados aos dele pendentes sobre a barriga dela. Booth beijou o topo da cabeça dela e mexeu-se. Ela o fitou e imediatamente entendeu. Booth se mexeu na cadeira e pos-se de pé ajudou-a a levantar.

- Chegou a hora.

- É, aquele cara está esperando por você?

- Sim.

Booth inclinou-se e abriu a mochila tirando um CD e entregando para ela.

- Você tem que por esse cd todo dia para Katherine ouvir minha voz assim ela não vai me esquecer.

- Hum, só com a Kat que você se preocupa?

- Não, amor...você está sempre nos meus pensamentos. E sei que o tempo vai passar muito rápido para nós. Vou ligar assim que chegar e sempre que puder.

- Acho bom mesmo. Vou sentir sua falta...

- Eu também amor, muita.

Ela ajeitou a gola do uniforme dele. Sentiu os olhos arderem. Beijou-o no rosto e nos lábios. Sugou aqueles lábios que a faziam delirar por várias vezes. Ao quebrar o beijo, Booth percebeu a lágrima caindo. Com o polegar livrou-se dela.

- Hey, tudo bem...não chore.

- Sabe, você fica muito gostoso nesse uniforme...

Ele riu.

- Tinha que ser você mesmo...quando eu voltar e você puder brincar novamente, prometo vesti-lo para você, ok?

Ela sorriu.

- Ok.

Ele beijou-a mais uma vez e pegou sua mochila colocando-a nas costas. Segurou a mão dela. Beijou a barriga.

- Tchau Kat, papai volta logo.

Tornou a olhar para Brennan.

- Tchau, amor. I love you....

- Always?

- Forever and ever....

- Love you back.

Ele ainda exitou por uns instantes. Brennan não queria largar a mão dele. devagar, ele puxou e começou a andar até o oficial que o esperava. Brennan colocou a mão sobre a barriga e acariciando ficou observando Booth se afastar.

Ele virou-se mais uma vez para ela e sorrindo sussurrou novamente “ILY”, então desapareceu pelo portão.




Continua....

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

[Bones Fic] Between Love & War - Cap.20



Cap.20



A volta de Booth deixou Brennan bem mais disposta para trabalhar. Segunda cedo estava no hospital e até cantarolava baixinho enquanto preenchia as fichas dos seus pacientes. As coisas estavam bem agitadas no hospital parece que toda a mulherada de NY decidiu ter filhos essa semana. Sua agenda estava lotada ainda bem que tinha um ótimo interno para ajudá-la.


Na hora do almoço ela se juntou a Patricia e Wendell que resolveu brincar um pouco com ela.

- Dr. Brennan você está muito bem disposta hoje.

- Tenho que estar Dr. Bray, a semana será pesada.

- Não é disso que estou falando... o Capitão voltou?

- Voltou... ela sorriu.

- Ah, sabia!

- Olha o que você vai falar menino! A doutora é sua supervisora.

- Isso mesmo, muito bem lembrado Patricia. Sou sua chefa....

Ela pensou uns segundos e acabou falando.

- Mas a volta de Booth faz toda a diferença.

Eles riram.

- Ah, e lembre-se que ainda temos que encaixar minha ultrasom essa semana, que tal quinta?

- Quinta? Não podemos...

Ela franziu a testa para ele.

- Temos 3 cirurgias...e a da tarde é a dos gêmeos.

- Oh, é verdade. Esqueci completamente.

- Fazemos na sexta ok?

- A tarde, vou avisar o Booth.

Após o almoço, Brennan se deu ao luxo de tirar um cochilo. A gravidez proporcionava a ela algumas regalias e esticar as pernas era sempre bom especialmente antes dela entrar na sala de cirurgia.

À noite, ela encontrou Booth e jantaram juntos colocando o papo em dia, depois Brennan serviu um pouco de chá para si e sentou-se no sofá ao lado dele. booth ligou a tv mas não parecia ter nada passando. Deixou num canal de notícias. Ela se aconchegou ao ombro dele, de vez em quando, ela beijava-lhe o ombro e cheirava a pele dele. booth acariciava os cabelos dela.

- Ah, quase esqueci. A ultrasom será na sexta ok? Estamos bastante cheios na semana. Muitos bebês por nascer.

- Tudo bem, amor. Tudo no seu tempo.

No dia seguinte, tudo correra bem no hospital, Angela ligou para ela e acabaram se encontrando para almoçar. Qunado estava saindo do hospital, ligou para Booth.

- Oi, amor!

- Oi, Tempe...

- Estou saindo agora do trabalho, que tal darmos uma volta pela 5ª avenida, tomar um café, quer dizer você eu fico com o suco...

- Ah amor, adoraria mas estou entrando numa foneconferência com o pessoal de Washington agora. Porque não convida a Angela?

- Você vai demorar tanto assim?

- Não sei mas já são seis horas e você precisa comer, só dei uma sugestão...

- Tá tudo bem, se a Angie quiser, outro dia fazemos isso.

- Desculpe, linda. Um beijo.

- Outro.

Na mesma hora, ela ligou para Angela porque naquele dia não estava mesmo a fim de ir para casa. Elas passearam juntas, conversaram sobre a vida e se divertiram rindo das pessoas esquisitas que habitavam NY. Ao chegar em casa, ela encontrou Booth já deitado na cama.

- Demorei?

- Não cheguei faz uns vinte minutos e só tomei banho.

- Está com fome?

- Não, acabei comendo um sanduíche assim que saí do trabalho.

- OK, vou tomar um banho e já me deito ao seu lado.

Ela se inclinou e beijou-o nos lábios. Tinha saudades todas as horas do dia desses lábios tão gostosos...

Na quarta, Brennan estava de folga e aproveitou para arrumar algumas coisas em casa. Tinha sugerido ao Booth para saírem assim que ele chegasse do trabalho, ele concordou mas não podia afirmar que horas chegaria. Ultimamente, ele estava trabalhando bastante e mal tinha tempo para ligar para ela como fazia antes, Brennan claro compreendia afinal ela mesma tinha seus dias loucos onde nada mais importava do que salvar vidas.

O fato era que de certa forma, ela gostava de estar com ele, da presença dele, poderia considerar um tipo dependência, sentia falta dele. booth tinha razão, o sentimento do amor é muito bom.

Naquela noite, Booth chegou as 7 e mesmo cansado ele concordou em sair. Rodaram pelo Bryan Park e depois acabaram em um pequeno café da 7ª avenida. Namoraram um pouco e na volta para casa, Brennan viu o anuncio do próximo jogo dos knicks no telão da Tmes Square.

- Olha Booth....jogo dos knicks! Que tal irmos?

- Deixa eu ver quando é.... sábado! Você quer mesmo ir?

- Adoraria!

- Então nem vamos perder tempo... vamos a tkts comprar agora.

E de ingressos na mão e com Brennan enroscada ao seu braço, ele seguiu para casa.


Quinta
11 am


Brennan acabara de sair da sala de cirurgia diretamente para a UTI neonatal com o pequeno Nathan. Ele nascera com insuficiência respiratória. Ela fizera um grande esforço para reanima-lo e agora precisava acompanha-lo e terminar alguns testes. Deixara o Dr. Bray cuidando da mãe.

Depois de uma hora, ela finalmente retornara a mãe que já estava instalada no quarto e Brennan foi atualizá-la sobre o filho que estava na incubadora. Assim que tranquilizou a mãe, ela deixou o quarto e bipou Wendell. Ele a encontrou em sua sala e juntos repassaram os passos da cirurgia e qual seria o acompanhamento adequado para o bebê. Brennan deixara claro para a mãe que se nas próximas 24h ele não reagisse, ela teria que opera-lo e trabalhar no sistema respiratório dele.

A próxima cirurgia era a dos gêmeos e estava marcada para as 3 da tarde. Ela consultou o relógio. Duas horas. Ainda dava tempo de ir a cantina comer alguma coisa. Nem bem comentou com Wendell e Patrícia entrou na sala.

- Com licença...

Trazia um vasilha fumegando numa bandeja e um copo de suco de maça.

- Tenho certeza que você não comeu nada doutora e você precisa se alimentar. Vai fazer mais uma cirurgia e tem que estar bem, lembre-se da pequena que você tá carregando.

- Eu acabei de falar para o Dr. Bray que ia comer.

- Então, adivinhei seus pensamentos. E por favor coma tudo.

- Ah não! Booth 2 – a missão? Patricia, menos!

Eles riram.

Infelizmente esse foi o ultimo momento tranquilo que ela teve naquele dia. A cirurgia dos gêmeos teve complicações e uma das meninas apresentou um pequeno sopro no coração ficando por alguns segundos roxa tendo que ser massageada e reanimada pela médica. E pela segunda vez, Brennan teve que levar um bebê para a UTI neonatal no mesmo dia. Ela detestava quando eles nasciam frágeis. Tinha um zelo todo especial para com os bebês que passavam por essa situação mas sempre se preparava para o pior, afinal como médica e mulher da ciência, ela sempre considerava as probabilidades de cada caso, trabalhava com estatísticas. Tinha que ser assim, esse era seu papel. E durante todo esse tempo ela se mantinha focada e dedicada.

O único problema era que agora carregando sua própria filha, ela queria descartar qualquer possibilidade de erro, imaginava a situação da mãe por seus próprios olhos. Pensava e se fosse com a minha Katherine? E isso a fazia irracionalmente esperar pelo melhor. Booth ensinou a elas que as ciranças quando nascem são pequenos anjinhos sem asas. É claro que ela não acreditava em anjos, sabia que eles não existiam mas acreditava na pureza das crianças e pensando assim ela esperava reverter o quadro difícil e dar a alegria aquela mãe aflita que esperava por noves meses inteiros para carregar seu bebê no colo e não queria decepcioná-la, simplesmente não podia!

E com essa responsabilidade nas suas mãos, Brennan não se permitia errar. Foram duas horas de diagnósticos e testes. Sem outra alternativa, ela precisava operá-la. E pela terceira vez, Brennan entrou na sala de cirurgia. E por mais uma vez naquele dia, ela operou um milagre. Apesar de não reconhecer a palavra milagre e troca-la por ciência.

Já passava das 9 da noite quando Brennan deixou o hospital não antes de combinar a primeira cirurgia da manhã do pequeno Nathan. Por causa do acompanhamento dos pós-operatórios, ela também decidira que não faria sua consulta de pré-natal amanhã como estava previsto e deixou para a semana seguinte.

Estava exausta quando chegou ao apartamento de Booth e espantou-se quando viu ele parado na porta procurando por suas chaves.

- Booth? Você está chegando agora?

- Oh, amor...sim eu fiquei preso na academia e ... nossa! Você está com uma cara de cansada. O que aconteceu?

- Muitas cirurgias e muitos problemas. Dois bebês nasceram com risco de vida.

Booth finalmente consegue abrir a porta.

- Eles estão bem?

- A garotinha sim, o garoto vou operar amanhã cedo com o Wendell.

Eles entraram no apartamento. Brennan jogou a bolsa no sofá e desabou lá mesmo.

- Me dá um copo com água...

- Você jantou?

- Não...

- Acho que tem uma sopa por aqui, quer que eu esquente?

- Não, obrigada.

- Tempe, você precisa comer....

- Tomo um copo de leite de soja assim que tomar banho com umas torradas, tá bom? Estou cansada...

- Tudo bem.

Ele estendeu o copo para ela e Brennan bebeu a água ferozmente. Já descalça se levantou e mexeu a cabeça de um lado para o outro, tentando liberar a tensão. Seguiu para o banheiro. Minutos depois já estava de camisola e encontrou um copo de leite com cinco torradas na cabeceira da cama. sorriu e começou a comer.

Booth tornou a entrar no quarto e sorriu ao ve-la comendo. Beijou-a na testa e foi tomar um banho. Ao voltar, encontrou-a dormindo enrolada ao ededron. Aconchegou-se ao lado dela, beijou-lhe o rosto e acabou dormiindo também.

Brennan saiu cedo para o hospital e deixou um recadinho para Booth preso a porta da geladeira :

“Booth, esqueci de comentar ontem... não farei a ultrasom hoje. Tenho um dia atribulado no hospital agendarei para a próxima semana. Te vejo a noite....

Love, Tempe....”

A sexta-feira foi bastante movimentada mas com boas notícias também. O pequeno Nathan fizera a cirurgia e passava bem e Sarah a gêmea da incubadora já se fortalecera e pode mamar no peito pela primeira vez.

Brennan estava cansada mas feliz por estar saindo do hospital as cinco horas e sabendo que amanhã estaria de folga. Wendell seria responsável pelo acompanhamento dos bebês no fim de semana. Tudo que ela queria agora era chegar em casa, tomar um banho e junto com Booth pedir algo para comer.

E assim o fez, exceto a parte de comer.

Assim que chegou em casa, ligou para ele. Ao terceiro toque ele atendeu sussurrando.

- Oi, amor...

- Booth? Porque está falando tão baixo?

- Estou em reunião...

- Pensei que já vinha para casa... cheguei cedo hoje.

- Ainda não...preciso desligar Tempe, falo com você depois.

- Ok, beijo.

Booth só aparecera depois da 7 em casa visivelmente cansado.

- Oh, amor desculpe pelo atraso! A reunião demorou mais do que eu imaginava.

- Numa sexta? Poxa! Estou faminta! E sua filha também.

- Oh...vem cá...

Ele a tomou nos braços e sorriu entre os lábios dela que foram envolvidos num beijo apaixonado pelos dele. A espera certamente valera a pena pois nada era melhor que os beijos dele, bem exceto a extensão das preliminares para a cama. Quando ele quebrou o beijo e sorriu para ela.

- O que as minhas princesas querem?

- Sua filha quer comer , eu também queria mas você me deu outra idéia com esse cumprimento especial...

- Sei, você não tem jeito né Tempe?!

- Não, acredito que não mas você gosta, é uma forma de agradar também a você.

- Ok, vou fingir que eu acredito. Quer sair para comer? Ou prefere que eu peça algo?

- Vamos pedir, você está cansado amor...

- Pizza?!

- Depois não vem brigar comigo que estou comendo gordura...pede uma salada para mim.

- Gostei de ver.

Uma hora depois, eles estavam comendo na sala de jantar e em seguida, foram para cama cansados demais para qualquer outra coisa.


Sábado


Brennan acordou na manhã de sábado muito bem disposta. Preparou um café expresso para Booth e um suco de laranja para ela, duas tijelas de cereais e algumas frutas. A bandeja foi posta na mesa de jantar enquanto ela foi acordar o preguiçoso.

Chegando no quarto, ela se deu um tempo para admirá-lo. Ele estava deitado de bruços e os músculos bem delineados das costas expostos. Ela passou a mão sobre a extensão das costas chamando carinhosamente por ele.

- Booth....hey, acorda.

Ele não reagiu ao chamado. Ela inclinou-se sobre ele e beijou-lhe o rosto e mordiscou o ombro.

- Hey...acorda Booth...fiz café pra você.

Ela escutou os gemidos dele ainda demonstrando uma certa relutância em se levantar. Ela beliscou o bumbum dele e finalmente ele abriu os olhos e fitou-a.

- Eu sabia que você ia apelar para a violência...

- Que exagero...bom dia para você também, Booth.

Ele riu e sentou-se na cama. esfregou os olhos e tornou a olhar para ela.

- Bom dia, amor.

- Bom dia... te espero para tomar café ok?

Ela estava sentada à mesa quando ele apareceu. Sentou-se ao lado dela e Brennan o serviu de café e estendeu a tijela de cereais para ele. Mordiscando um morango, ela o observava. Ele devorou avidamente o cereal e levantou-se procurando pela caixa para se servir de mais.

- Hoje vamos ao jogo, você não esqueceu certo?

- Claro que não! Vamos nos arrumar e saímos. Podemos passear um pouco, namorar, almoçamos na rua e seguimos para o Madison Square Garden o jogo está marcado para as 5 da tarde mas não precisamos ter tanta pressa, afinal você tem prioridade.

- Sim, uma das coisas boas da gravidez...

Ela recolheu a louça do café e lavou. Em seguida, ela foi tomar banho. Depois de esperar Booth enrolar por vários minutos para não dizer horas na frente da TV, conseguiram sair de casa antes do meio-dia. A idéia de um bom almoço para o sábado era um ótimo restaurante frances que ficava na parte oeste da cidade, na zona do meatpacking, antiga região dos açougues de NY.

Brennan tinha ouvido falar muito bem do Pastis e hoje seria uma excelente oportunidade para experimentar o restaurante. Apesar de ter foco na culinária francesa, o lugar era versátil tendo inclusive boas massas em seu cardápio. Muito bem frequentado, o público estava a espera de mesa mas com o estado de Brennan não tinham qualquer dificuldade em arranjar uma mesa.

Assim que sentaram, o garçon ofereceu um covert que Booth aceitou na hora. Também pediu uma cerveja e suco para Brennan. Depois de algumas olhadas no cardápio, Booth optou por um filet e Brennan escolheu uma massa gratinada. Pediram também uma salada de entrada. Tudo estava perfeito. A comida deliciosa e eles passaram um bom tempo conversando e trocando algumas carícias. Assim que terminaram, o garçon ofereceu-lhes o menu de sobremesas.

- O que você recomenda?

- Ah, todas as nossas sobremesas são bem gostosas e saem bastante. Depende muito do que você queira comer, eu posso sugerir o Creme bruleé.

- Vou aceitar sua sugestão.

- E o senhor?

- Um brownie com sorvete de creme...

Depois de cinco minutos, o pedido de ambos chegou. A aparência era de dar água na boca realmente. Brennan provou o primeiro pedaço do seu creme bruleé. Até fechou os olhos. Estava fantástico! Ela começou a reparar o prato de Booth.

- Hum...parece muito apetitosa essa sua sobremesa.

- Tempe por favor, se você quer provar prove mas não faça nenhuma loucura...

- Porque eu faria? Ela disse cínica.

- Porque você e o sorvete de creme são uma combinação explosiva!

Ela gargalhou.

Terminaram o almoço e sairam caminhando pela cidade. Namoraram um pouco atrás da biblioteca pública ouvindo um saxofonista tocando jazz. Booth além de beijá-la e acaricia-la, sempre voltava um pouquinho da sua atenção para a pequena Katherine, oras massageando a barriga de Brennan, oras falando baixinho com a filha.

- Kat, hoje você vai ouvir seu primeiro jogo dos knicks. Sua mãe nem conhecia o time de basquete quando a conheci mas hoje ela é fã. E você também será como o papai!

- Booth... nossa filha não vai ser nenhuma fanática por esportes viu?! Ela vai estudar e ...

- Hey, toda criança tem direito a lazer...

Ela revirou os olhos sorrindo.

- Ok, melhor não discutir. E acho melhor irmos andando, estou com muita vontade de comer pipoca e hot dog.

- Desejo de novo?

- Não, Booth ...vontade...ah, sei lá!

- Pelo menos no Madison tem as duas coisas...

Ela riu e deu a mão para ele.


Madison Square Garden


O lugar estava lotado. Várias famílias sorridentes estavam em fila esperando pela sua hora de entrar, outros tantos já estavam sentados enchendo as cadeiras com um mar de gente. O cheiro das guloseimas viajava pelo ar e Brennan gemia só de sentir o cheirinho tão embriagante delas. Booth a guiou até um dos guichês laterais que eram para as entradas VIPS. O segurança pediu os ingressos.

- Aqui estão amigo mas não são VIPs, tem alguma chance de você deixar a gente entrar por aqui? É que minha mulher está grávida e não pode ficar muito tempo em pé mas não perderia de jeito nenhum esse jogo dos knicks...

O segurança sorriu para Brennan. Tirou a corrente e com um scanner leu os ingressos deles. Devolveu-os para Booth e deixou-os seguir pelo corredor.

- Tenha um bom jogo, ma’am.

- Obrigada!

- Ah se não fosse a Katherine...

- Não fala assim Booth, vamos logo procurar nossos lugares para você ir comprar minha pipoca e meu hotdog.

- Lá vem a mandona de novo...

- Hey, lembre que pode ser sua filha pedindo...

- Chantagista!

Eles acomodaram-se e booth desceu até a área da lanchonete para comprar o tal hot-dog que ela queria, deixou o dinheiro com ela para que comprasse a tal pipoca nas arquibancadas mesmo. Ao retornar, a viu com um balde grande de pipoca saboreando cada mão que levava à boca. Ele sentou-se ao lado dela com dois hot-dogs, um refrigerante e uma garrafa d’água. Saboreavam os petiscos quando a música começou e os primeiros anúncios do jogo foram feitos.

Quinze minutos depois, o jogo começara. Brennan estava atenta a cada movimento. Os olhos grudados na quadra sem deixar o lanchinho de lado. Ela reclamava das coisas, gritava para os jogadores e isso só fazia Booth sorrir pela forma que ela interagia com tudo isso. Parecia um tudo ou nada.

- Hey, Tempe...devagar, você está grávida nada de exageros...

- Exageros? Eu ? Não estou fazendo nada....

- Ah, não! Só se esgoelando pra quadra.

Ela deu um soquinho nele e sorriu. Tentou se acalmar. Sentou-se novamente. Porém, os knicks começaram a perder uma cesta atrás da outra e ela foi a loucura.

- Que jogo é esse? Esqueceram como se arremessa? Hey, até o juiz! Booth cadê o italiano? O tal do Galinha...

- Gallinari, Tempe....

- Esse mesmo! Porque tá no banco?

- É estratégia do técnico amor...

- Só se for estratégia para perder o jogo!

- Tempe...

Mas os fãs começaram a apoia-la e gritar por Gallinari também. Temperance adorou a reação dos outros e começou a gritar com eles. As câmeras do Madison Square Garden, claro, acharam a grávida que vibrava com a partida. Booth só podia apoiá-la afinal não ousaria sequer contraria-la. Rindo do jeitinho dela torcer, ele a puxou para si e calou-a com um beijo apaixonado.

No intervalo do terceiro quarter o italiano entrou e o jogo terminou com vitória dos knicks por 6 pontos de vantagem. Eles deixaram a quadra abraçados e seguiram para casa. Pararam em uma cafeteria para Brennan tomar água e ir ao banheiro. Booth saboreava um cappuccino.

- O que você achou da estréia de Katherine no mundo dos knicks?

- Bem, pelo seu comportamento ou ela vira fã imediata ou ela já descobriu que a mãe é doida.

- Booth!

Ela deu um tapinha no braço dele.

- Sem graça! Se você continuar dizendo que dou mal exemplo para minha filha vai se ver comigo!

- Ui! Foi uma ameaça?

- Você quer se divertir hoje?

- Golpe baixo, Tempe!

Ao chegarem em casa, ela foi logo se assanhando para ele e o sábado fechou com chave de ouro para o casal insaciável. Fizeram amor sem pressa e dormiram abraçadinhos.

Era terça e Brennan tinha conseguido sair do plantão um pouco mais cedo. No caminho do apartamento de Booth decidiu parar na Dean & Delucca para comprar pão fresquinho, queijos e frios para Booth. Queria fazer um agrado a ele. Depois de pegar tudo que imaginara, ela seguiu com as compras para o caixa mas parou na frente da vitrine de doces onde algo em particular chamou sua atenção.

- Hum...cinammon rolls...parecem tão bonitos, apetitosos. Seu pai iria gostar, Kat. Acho que vou levar dois. Por favor, me veja dois cinammon rolls para mim.

Porém, seus olhos continuavam fixos na vitrine. Ela queria comer agora...

- Kat, acho que vou pegar um pra nós comermos agora não? Você quer?

Brennan sentiu um puxão na barriga. Assustou-se mas dirigiu-se ao atendente e pediu um doce para comer ali mesmo. Assim que provou o primeiro pedaço ela sorriu. Realmente delicioso!

- Ah isso está fantástico.

Ela devorou o doce e pediu mais um. Quando estava na metade, ela lembrou-se do Booth.

- Se o Booth sonha que estou no meu segundo rolo, vai ter um ataque. Mas está tão bom não Kat?

Ela sentiu novamente a barriga mexer porém dessa vez ela sentiu o chute. Para testar, ela provou mais um pedaço do doce e falou com a filha. Novamente a criança chutou. Ela abriu um largo sorriso.

- Oh, Katherine... você mexeu! Filha, você está falando com a mamãe?

E um novo chute. Brennan acariciou a barriga e sentiu o movimento mais uma vez. Correu para o caixa e pagou as compras. Não via a hora de chegar em casa e contar para o Booth a novidade.

Arrumou as compras na geladeira e continuou conversando com a filha.

- Seu pai vai ficar radiante! Saber que você vai começar a mexer pra ele. Do jeito que é vai ficar todo bobo...

E mais uma mexida. Booth infelizmente chegou mais tarde, quase 8 horas da noite.

Quando ele entrou pela porta, Brennan fez um esforço para se levantar do sofá e andar até o encontro dele.

- Booth você precisa saber da novidade, ah é tão maravilhoso! Ainda não acredito até agora.

O sorriso estampado no rosto dela era difícil de desfazer. Ela acariciava a barriga e ficou de frente para ele.

- Booth, a Kat... ela mexeu!

Ele permaneceu calado.

- Ela se mexeu quando mencionei seu nome, olha...

Ela pegou a mão dele e levou a barriga, falando com a filha.

- Mexe pro papai, Kat. Ele tá aqui...

Mas a menina parecia não estar muito a fim. Brennan fitou-o ainda sorrindo. E viu.

- Temperance, eu...

Ele tirou a mão da barriga dela. O rosto cansado e sério denunciava: algo estava errado. Muito errado. Ele a chamara pelo seu nome inteiro.

- Booth, o que aconteceu?

O sorriso desapareceu do rosto dela dando lugar a preocupação. Algo muito errado.

- Fala Booth!

- Temperance, eu...eu fui chamado para o Afeganistão. Querem que eu passe dois meses treinando soldados.

- O que?

- Eu sinto muito...

Brennan sentiu as forças se esvairem do seu corpo, desabou no sofá.




Continua.......