domingo, 23 de janeiro de 2011

[Bones Fic] Six Months or a Lifetime - Cap. 18 Final Parte 2

NC-17...... be aware!





Cap 18 – Parte 2


Dinner
Uma semana depois...




Estavam todos reunidos numa mesa de canto. Hodgins cumpriu a promessa que fez e estava pagando o “mijo”de sua primeira filha, Anne Temperance. Com exceção de Angela, que estava em casa cuidando da pequena, os demais conversavam e tiravam sarro de Hodgins como pai de primeira viagem.

- Como foi sua primeira troca de fraudas,Hodgins?

- Ah, Cam aposto que foi moleza! O Hodgins é o doutor do insetos,lixo,da sujeira. Trocar frauda de recém-nascido foi como acordar para ele.

- É o Booth tem razão não é algo difícil. O problema é que são muitas trocas por dia. Oh, é incrível como algo tão pequeno faz tanta sujeira.

Eles riram.

- Pelas olheiras você também não tem dormido muito bem a noite...

- Não, Anne mama a cada 3 horas e é impossível não acordar com ela ou com Angela.

- Você já se imaginara alguma vez nessa situação? Com filhos, quero dizer.

- Wendell meu caro, apesar desse meu jeito rebelde e paranóico, eu sempre pensei em ter uma família. Só estava esperando pela mulher certa.

- Wow...depois dessa declaração só fazendo um brinde mesmo!

- O Booth está certo, vamos brindar.

Booth levantou o copo na direção de Hodgins e falou.

- Ao Hodgins e a Angela, que a pequena Anne traga mais alegria a vida de vocês e que vocês aproveitem esse momento mágico na vida de vocês.

O tintilar das taças e copos ecoaram junto aos gritos de felicidade. Após virar seu copo, Brennan foi ao banheiro e ao voltar despediu-se de todos. Ela iria visitar Angela e ver se a amiga não estava precisando de ajuda.

- Ah,Bones... já? Vai me deixar sozinho?

- Oh, Booth. Apenas por algumas horas, vou ajudar a Angie.

- Você ajudando a Angela? Com um recém-nascido?

- Porque você não confia em mim?

- Eu confio mas lembro que você não tem muito jeito especialmente com bebês tão pequenos.

Ela entortou a boca e resmungou algo. Booth resolveu não aborrece-la.

- Ok, amor. Vai lá e ajuda a Angela. Te vejo mais tarde.

O sorriso formou-se no rosto de Brennan e ela o beijou antes de ir. Despedindo-se do pessoal, ela deixou o dinner.


Casa de Angela e Hodgins


Quando Angela abriu a porta, Brennan tomou um susto. Estava toda descabelada, as olheiras despontando e um olhar cansado.

- Bren! Que bom te ver!

- Angie o que aconteceu com você?

- Anne, aconteceu oras!

Ela deu passagem para a amiga entrar e assim que fechou a porta, Brennan perguntou.

- Onde ela está?

- Graças a Deus, agora ela está dormindo. Vamos subir?

- Claro.

- Ai amiga estou tão feliz que você está aqui. Cuidar de um bebê dá muito trabalho. Eles só pensam em comer, chorar e fazer coco várias vezes do dia e da noite. Não consegui tomar um banho agora a tarde!

Elas entraram no quarto e Brennan pode ver que a pequena dormia serena num moisés próximo a cama de Angela.


- Ela é tão linda... parece tão tranquila...

- É, ela é uma princesinha quando dorme mas quando está acordada é um monstrinho. Essa menina é muito comilona.

Angela olhava para a filha com um sorriso no rosto e um brilho incomum nos olhos.

- É o melhor presente que Jack poderia ter me dado.

- Você está feliz, Angie?

- Muito. Acho que agora posso dizer que minha felicidade está completa. Ser mãe é algo incrível. A sensação de te-la, tão pequena e indefesa nos meus braços, amamentá-la...ve-la dormir sobre seu corpo. É gratificante. Compensa todo o cansaço, o trabalho.

Brennan abraça a amiga. Gostou de ver como ela estava bem.

- Bren, você pode ficar com ela uns minutinhos? Só enquanto eu tomo um banho? Ela não deve acordar agora e prometo ser rápida.

- Ok, pode ir Angela.

Enquanto Angela foi ao banheiro, Brennan sentou-se ao lado do moisés e ficou admirando a pequena Anne. Tinha certeza que a vida daquela criança seria cheia de amor e que ela jamais teria que passar pelo que ela passou. No que dependesse dos pais e dos padrinhos, Anne Temperance cresceria saudável e feliz. Ela teria um futuro brilhante.


Dois dias depois...


Brennan estava no seu escritório quando o celular tocou. Ela abriu um sorriso.

- OI...

- Olá, sumida! Muito ocupada resolvendo assassinatos ou em lua de mel?

- Jack, não me casei para ter uma lua de mel.

- Você sabe o que quero dizer.

Ela riu.

- Por onde você anda? Quem sumiu foi você. Eu continuo nos mesmos lugares de sempre.

- Estive viajando. Passei um tempo em San Francisco e depois em Dallas. Estou trabalhando em um projeto em parceria com outras universidades e se tudo der certo, vou viajar para Londres daqui a dois meses para apresentá-lo em Cambridge.

- Nossa! Então depois que terminamos você caiu de cabeça no trabalho.

- É, pode-se dizer que sim.

- Estou com saudades de conversar com você, que tal almoçarmos?

- Seu namorado não vai reclamar?

- Não. E nem pode.

- Hum, sempre soube que você era mandona. A cabeça da relação.

- Não é nada disso!

- Tempe você não me engana...

Ela riu. Jack também. Ele sentia falta dela, de conversar com ela.

- Te encontro a uma no Founding Fathers, ok?

- Fechado.

- Bye.

Assim que desligou o telefone, resolveu ligar para Booth avisando. Não queria criar nenhum problema entre eles e nem para Jack.

- Hey...

- Oi, Bones.

- Muito ocupado?

- Um pouco. Estou terminado o relatório do nosso último caso. Preciso entregar até as duas para o Hacker.

- Então provavelmente você perderá o almoço...

- É o que parece, desculpa.

- Tudo bem, é por isso que te liguei. Eu vou almoçar com Jack. Ele esteve viajando esse tempo e quero conversar com ele, saber das novidades...

- Jack, aquele Jack que você....

- Esse mesmo. Algum problema?

Booth ficou calado por um momento.

- Booth?

- É , eu... eu, não nenhum problema.

- Que bom, porque ele é meu amigo e você não precisa ter medo. Não terei nenhuma recaída, você sabe bem de quem eu gosto.

- Sei?

- Sabe sim...

- Hum, acho que me esqueci agora...

- Então hoje a noite posso te lembrar....

- Tá bom então.

- Um beijo.

- Bye,Bones.


Founding Fathers


Ao entrar no restaurante, brennan anunciou a quem procurava mas já o avistou sentado numa mesa de canto. Ao chegar próximo a mesa, Jack se levantou.

- Olá Temperance!

- Jack...

Ela o abraçou forte. Depois, beijou-o no rosto. Já sentados, foi a vez de Jack falar.

- Você está muito linda,Temperance. O amor te faz muito bem.

Ela sorriu.

- E você não mudou nada...

- Quer beber algo?

- Vinho branco.

Ele assionou o garçon. Assim que eles foram servidos, a conversa continuou.

- E então? Vai me contar como anda sua vida com o super agente do FBI?

- Muito boa. Continuamos trabalhando juntos, temos muito sucesso nos nossos casos ultimamente e...

- Hey, não perguntei de trabalho...

Ela sorriu.

- Ah, você quer saber se estou satisfeita na cama, ah sim Booth é muito bom.

- Tempe, não quero saber do desempenho sexual do seu namorado! Quero saber de você, como você está se sentindo nesse novo relacionamento.

- Ah... estou bem.

- Você está mais que bem, Dr.Brennan. basta olhar para você. O brilho nos olhos não nega.

- Você está certo. É tudo bem diferente, trabalhar e depois ir para casa com o seu parceiro. Dormir, comer, fazer quase tudo juntos. Estou aprendendo muito sobre convivência.

- Fico feliz, isso quer dizer que você não se arrepende de ter dado o primeiro passo.

- Não, foi a coisa mais certa que eu fiz.

- Ainda bem que você não se arrepende de ter me deixado.

Brennan pendeu a cabeça de lado e sorrindo esticou a mão para tocar a dele.

- Jack, se eu estou feliz hoje com o Booth é por sua causa. Você me ajudou a entender como as coisas em um relacionamento funcionam. Sou grata a você por isso. E você fez parte da minha vida no momento em que mais precisei. Não esquecerei disso, você é meu amigo, de verdade.

Jack sorriu e apertou a mão dela.

- Você é especial, Tempe. E tenho prazer em ser seu amigo.

- Estou com fome, que tal pedirmos o nosso almoço e você me contar o que anda aprontando pra quererem te mandar para Londres?

Assim eles continuaram o almoço e puderam matar a saudade dos velhos tempos. Brennan ria das histórias dele em Dallas e contara como era ser madrinha de uma menina. Na hora de irem embora, na frente do restaurante, Jack beijou a mão dela.

- Foi um prazer almoçar com você, Tempe.

Ela o abraçou sem cerimônia e deu dois beijinhos no rosto.

- Eu também adorei. Boa sorte com seu projeto.

- Obrigado.

Eles tomariam direções opostas. Quando Jack deu as costas para ela e começou a caminhar, Brennan o chamou de novo.

- Hey, Jack!

- Oi...

- Vê se não some!

Ele sorriu.

- Prometo que não.

Satisfeita com a resposta, ela se virou e tomou o seu caminho.


Uma semana depois...


Booth e Brennan deixavam uma cena de crime e caminhavam de volta ao carro. Era verão em Washington e o calor realmente estava forte. Brennan prendeu os cabelos em um mini coque e usava as mãos em vão para tentar diminuir o calor.

- Como está quente! Não lembro de um verão assim em Washigton pelo menos nos últimos seis anos.

- O que você queria? Esse lance do aquecimento global tá arransando o clima,Bones. Tivemos a maior nevasca no último inverno e agora....

- 35 graus. Faz tempo que não sinto tanto calor. Isso é incomum para Washington.

- Bones, quer parar de balançar as mãos na frente do seu rosto? Você precisa se concentrar, isso vai diminuir o calor que sente, é tudo psicológico.

- Booth, calor não é psicológico, é científico. Uma série de acontecimentos naturais onde vários elementos...

- Ok, entendi, desculpe Bones. Esquece o psicológico.

Eles finalmente entraram no carro e Brennan ligou o ar condicionado no último nível. Booth sorriu.

- Hey, vou te levar para o laboratório e assim que você tiver mais informação sobre a nossa vítima me avise ok? Enquanto isso vou verificar se as informações do gerente da loja batem e também as do policial.

- Ok.

Eram 10 e meia da noite quando o celular de Brennan tocou.

- Oi...

- Bones você não vem pra casa? São mais de 10 horas da noite!

- Booth eu já vou estou terminando a reconstrução do crânio.

- Bones você poderia ter deixando isso para um dos squinterns.

- Daisy está doente e não consegui um substituto. Se não terminasse a reconstrução, atrasaríamos o caso, Angela precisa fazer uma reconstrução.

- Tá, tudo bem mas não demora...

- Vejo você daqui a pouco.

Já passavam das 11 quando Brennan chegou em casa. O apartamento estava silencioso. Será que Booth dormiu?

- Booth.... estou em casa.

Ela tirou os sapatos e largou a bolsa na sala. Foi até o quarto.

- Booth?

Nenhuma resposta. Onde ele se meteu? Será que ficou entediado e foi embora? Ela voltou a cozinha para beber água. Na geladeira, um recado.

“Não aguentei o calor, desci para tomar um banho de piscina. Love, Booth.”

- Até que um banho de piscina é uma boa pedida.

Brennan voltou ao quarto e trocou de roupa. Saiu do apartamento trajando o maiô, uma canga e sandálias. Ao chegar na área da piscina, tudo estava muito calmo. É claro que pela regra, ninguém deveria frequentar a piscina após as 10 mas Brennan era uma exceção. Ela acordara com o síndico que poderia usar a piscina após o horário devido ao tipo de trabalho que fazia, é claro que nada era de graça, Brennan pagava um pouco mais de condomínio por isso.

Booth não estava na piscina.

- Booth? Está aí?

Booth apareceu com uma garrafa de vinho na mão e duas taças.

- Você demorou...

Ele estava de calção e com o corpo todo molhado. Caminhou até ela. Inclinou-se e beijou-lhe os lábios.

- Oi...

- Que tal se refrescar na piscina?

Ela sorriu e tirou a canga e as sandálias. Mergulhou na água. Booth deixou as taças e a garrafa na borda da piscina e mergulhou atrás. Ela nadava como uma sereia debaixo d’água. Ao emergir na água ela deu de cara com ele.

- A água está uma delícia! Tudo que eu precisava depois de um dia quente e cansativo.

Ele a envolveu com os braços puxando seu corpo para junto dele.

- Tudo mesmo?

- Hum... talvez um beijinho.

Ele tomou os lábios dela nos seus e explorava aquela boca deliciosa. Brennan deixou suas mãos vagarem pelas costas molhadas sentindo os músculos proeminentes. Uma das mãos seguiu até encontrar o bumbum dele. Ela apertou de leve e depois beliscou a pele afastando o tecido do calção. Ele sorriu e sussurrou ao ouvido dela.

- Sabe,não tem mais ninguém aqui...

- Eu sei...

Sem perder tempo, ela puxou o calção dele e o membro dele ficou livre flutuando debaixo d’água. Booth trabalhava com as mãos tirando o maiô dela do caminho e a boca seguia provando a pele e instigando-a. Primeiro ele desceu o maiô até a cintura dela deixando os seios à amostra. Eles os tocou. O simples movimento com a água já a excitava. Brennan voltou a beijá-lo. A sensação de sentir a pele dela contra ele e o efeito da agua era maravilhoso. Ela também sentia o membro dele se formando, ficando duro e pronto para tomá-la.

Booth concentrou-se em provar os seios dela, a cada toque ele ouvia os gemidos de prazer que ela fazia. Com as mãos ágeis, ele se livrou do resto da peça que ficou boiando na psicina. Brennan atracou as pernas na cintura dele e Booth a encostou na parede. Sem perguntar ele a penetrou de uma vez. Ela gritou de prazer ao sentir o membro preenche-la. Eles começavam a se movimentar juntos, a água era fator determinante de prazer naquele momento. Em pequenas ondas, elas se misturavam a sensaçào de prazer sentida por Brennan e em poucos minutos ela atingiu o orgasmo com uma força extrema. Ela mordeu o ombro de Booth ao sentir o próprio orgasmo dele a invadir. Porém, Booth não parou. As mãos continuavam a acariciar os seios dela enquanto ele a emprensava na parede de azulejos com o peso de seu próprio corpo. Brennan sentiu as pernas bambas e com mais uma estocada, a onda de prazer tomou-a novamente.

O coração descompassado lutava para manter a respiração num ritmo moderado. Não conseguindo, ela o abraçou e ficou quieta por uns instantes. De fôlego recuperado, ela procurou fitá-lo.

- Somos dois loucos.

- Somos um casal muito apaixonado curtindo um banho refrescante de piscina num dia muito quente.

Ela riu. Beijou-lhe os lábios.

- Você quer uma taça de vinho?

- Aceito.

Ele serviu os dois e bebericaram um pouco.

- Sabe algo que sempre quis experimentar?

- Diga...

- Como será beijar você debaixo d’água?

- Bones você tem fôlego para isso?

- Sou uma excelente nadadora.

- Quer tentar?

O sorriso não podia ser maior. Ele tomou a mão dela na sua e falou.

- No 3, 1... 2...3

Eles mergulharam e as bocas se encontraram. O beijo durou alguns segundos e Booth cedeu ao fôlego. De volta a superfície ela sorriu.

- E eu que não tinha fôlego hum?

Ela gargalhou.

- Quer apostar corrida....

- A noite vai ser longa....


Um mês depois...


Booth e Brennan tinham acabado de pagar seu almoço no Royal Dinner quando Jack entrou. Brennan abriu o sorriso e foi até ele. Sem cerimônias, ela o abraçou e beijou-o no rosto.

- Jack! Que bom te ver!

- Sabia que te encontraria aqui.

Booth ficou de longe observando os dois. Jack percebeu e fez sinal com a cabeça para ela.

- Booth, vem cá!

- Queria te dizer as boas notícias.

- Agente Booth, como vai?

Jack estendeu a mão para cumprimentá-lo. Booth meio intimidado, acabou cedendo. Cumprimentou-o.


- Vou bem.

- Imagino, posso ver como a Temperance está feliz.

- O que você tinha para me contar Jack?

- Ah, é sobre o meu projeto. Vou para Cambridge no mês que vem. Vou apresentá-lo para uma banca e passar 6 meses fazendo pesquisa na Inglaterra.

- Que bom, parabéns! Isso é ótimo,Jack.

- Também acho. Bem, sei que estão de saída e não quero atrapalhar. Foi um prazer revê-lo agente Booth. É bom ver que as coisas estão indo bem entre vocês.

- Tchau Jack. Eu te ligo depois para saber os detalhes.

- Tchau Tempe.

Eles deixaram a lanchonete rumo ao carro.

- Fico contente que Jack esteja bem e fazendo sucesso. Não queria ve-lo sofrendo por minha causa.

- Você gosta dele ainda, Bones?

- Booth, eu amo você mas também amo o Jack. De outro jeito, claro. Ele é meu amigo e foi importante para mim quando eu estava....

Ela suspirou.

- Quando eu precisei de alguém, de um amigo.

Booth a olhou sereno. Bones se abrindo para ele, falando de sentimentos, taí algo que ele não pensou em ver um dia.

- Foi por causa dele que fui atrás de você.

Ela entrou no carro. Booth disfarçou e falou.

- Droga, deixei minha carteira na mesa. Volto já Bones.

Booth entrou no dinner e viu Jack tomando um café no balcão. Sentou-se do lado dele.

- Jack...

- Agente Booth...

- Preciso saber uma coisa, você ainda ama a Bones?

Jack riu.

- Como não poderia amá-la? Temperance é a pessoa mais incrível que eu conheci na vida, depois da minha esposa.

- Você é casado?

- Viúvo. Não se deixar de amar uma mulher como ela. Mas não se preocupe, ela é minha amiga e tudo o que quero é ve-la feliz e para isso acontecer ela deve estar a seu lado.

- Tks, Jack.

- Apenas cuide bem do seu diamante, ela ainda precisa ser bem lapidada. Você é um homem de muita sorte, agente Booth. Não faça nada que possa magoá-la.

- Não farei. Adeus Jack.

Jack acenou para ele e sorriu. Booth deixou o local e voltou para o carro.

- Achou sua carteira?

- Achei.

Ele olhou para ela e inclinou-se roubando-lhe um beijo.

- O que deu em você?

- Nada. Apenas com vontade de te beijar.

Ele deu a partida no carro. O celular de Brennan toca em seguida.

- Brennan.

- Pai? Tudo bem... na cidade? Ok, porque não vem jantar comigo hoje?

Ela esperava com o telefone no ouvido.

- Certo. 8 horas, te espero.

- Meu pai está na cidade. Vamos jantar com ele hoje?

- Vamos?

- Sim, quero apresentar oficialmente meu namorado.

Ele riu.


Casa de Angela e Hodgins


Brennan estava no quarto segurando Anne nos braços enquanto Angela separava uma roupinha para a menina. Elas ia juntas ao parque.

- Essa tá linda, Angie.

- Ela vai ficar linda de vermelho.

Angela arrumou a filha e pediu para Brennan olhá-la enquanto colocava as coisas na sacola dela. Anne ameaçou chorar e Brennan levantou-se com a menina e começou a girá-la para todos os lados.

- Hey, você gosta de desorientação espacial bebê. Uhu....

Angela ria da amiga. Adorava ver o jeito que ela interagia com a sua filha. Orgulhava-se do crescimento da sua amiga.

- Vamos?

Elas saíram para o parque.

Quase as vésperas de sua viagem, Jack estava passando em frente ao Royal Dinner e viu sua amiga Temperance e o namorado almoçando. Ficou observando-os por um instante. Eles almoçavam e Brennan oferecia algo a Booth na boca. Depois de um tempo ele a beijou. Jack sorriu. estava tudo muito bem. Quando chegou na esquina, o seu celular tocou.

- Alô?

- Olá, Jack. Estou na cidade, que tal você me encontrar na Starbucks da avenida Collins próximo ao prédio do correio?

- Ok, me dá 15 minutos.


Starbuck Coffee


Ao entrar na cafeteria, Jack logo avistou quem ele procurava sentado nos bancos próximos ao vidro observando o movimento.

- Max, pensei que não o veria antes de ir para Londres.

- Como vai Jack?

- Vou bem. O que te tras a Washington?

- Ah você sabe bem. Vim ver minha filha. Fiquei feliz em saber que ela está feliz com o Booth. Você trabalhou bem.

Jack ficou calado.

- Por isso chamei você aqui. Para agradecer e cumprir a minha parte do acordo. Quero pagar o que devo.

- Não Max.

- Como assim não?

- Quando você me procurou para pedir que eu fizesse um serviço, me aproximasse da sua filha e até a namorasse para ver se conseguia fazê-la perceber que amava o agente Booth, eu topei porque acreditei na causa. Porém, no momento que a conheci, tudo mudou. Eu me apaixonei por sua filha no primeiro encontro. Além de linda, Temperance é uma mulher deslumbrante, inteligente, divertida, uma jóia rara. Ao me pedir para conhece-la e persuadi-la, você me deu a chance de amar outra vez. Nada do que eu fiz pela Tempe foi por obrigação, fiz tudo por amor. Você não deu a sua filha a chance de ser feliz, você sem querer me fez descobrir o amor de novo. Um amor que pensei não ser capaz de sentir depois da morte de Kate.

Ele tomou fôlego e segurou a emoção.

- Você não me deve nada, Max. Eu devo a você. Eu encontrei uma amiga verdadeira. E nada me deixa mais feliz do que ve-la feliz.

Max sorriu.

- Então o tiro saiu pela culatra? Ela também o conquistou?

- Sim, me acertou em cheio.

- Isso merece um brinde. Que tal um cappuccino?

- Eu aceito.

Ele fez sinal para a garçonete.

- Sabe, a Temperance não percebe mas ela conquista muitas pessoas por onde ela passa. eu apenas topei fazer isso porque a Angela pediu minha ajuda. Eu já fiz minha filha sofrer muito, não queria ver isso se repetir.


- Concordo. Ela é mais que especial.

- Fico feliz que vocês sejam amigos.

- Eu também.


- O Booth já te aceita?

- Acho que sim.

- Isso é bom, você não quer ter Booth como inimigo.

Eles riram e tomaram o café em meio a conversa.



Três dias depois...


Brennan estava em casa escrevendo o seu novo livro. O celular toca. Um número desconhecido.

- Brennan.

- Oi, Tempe!

- Jack? Que número é esse?

- Meu novo número de Londres.

- Como é? Você já está em Londres? Você nem se despediu!


- Não sou muito bom com despedidas,Tempe! Além do mais não tenho que me despedir se vou voltar para Washington em seis meses.

- Ah, mas seis meses é muito tempo. Como vou poder conversar com você?

- Pela internet, skype... e você pode me ligar de vez em quando. Não faça drama, Temperance Brennan não é uma mulher dramática. Você é racional.

- Acho que você estragou um pouco da minha racionalidade,Jack.

- Culpado.

Ela riu.

- Mas estou ligando para dizer que está tudo bem e que amanhã me apresento a Universidade. Torça por mim.

- Claro! Boa sorte.

- E tem mais uma coisa. Estou instalado numa casa enorme que lembram aquelas casas do século XIX,XX. Parece saída de um romance de Jane Austen. Por esse motivo, quero convidar você e Booth para passarem uns dias aqui na Inglaterra. Que tal?

- Eu adoraria mas não sei... Booth odeia Londres.

- Algum motivo particular?

- Talvez...

- Aposto que envolve você...

- Também mas acho que é algo a ver com cultura.

- O convite está feito. Apareça quando quiser. Talvez agora ao seu lado ele ache a Inglaterra bem diferente.

- Pode ser, vou ver se o convenço.

- Me liga ou me avisa pela internet. Um beijo.

- Outro, Jack.

Brennan se pegou pensando na revolução que esse último ano causou na sua vida. 180 graus de mudança. Uns dias na Inglaterra não fazeriam mal a ninguém não? Seria uma espécie de lua de mel para eles. Ela só tinha que convencer Booth. E durante esse um ano juntos ela sabia exatamente o que fazia ele ceder, nada como uma noite especial.

Ela ouviu o barulho da chave e a porta sendo fechada.

- Bones! Cheguei.

Ela desabotoou dois botões da blusa e soltou os cabelos. Apareceu encostada na porta do escritório.

- Olá, Booth... sentiu minha falta?

Com uma cara safada, ela piscou para ele. Brennan sempre sabia como conseguir o que queria.



Epílogo


Três meses depois


Angela estava no laboratório quando Cam entrou na sala e entregou umas correspondências para ela.

- Isso chegou para você.

- Tks,Cam.

Angela passou o olho rapidamente pelos envelopes e um deles chamou sua atenção. O selo era da Inglaterra. Brennan. Ela abriu. Dentro um cartão postal de um castelo e uma pequena carta.

O cartão apenas dizia que estava tudo bem e que Booth já não odiava a Inglaterra como antes, mandava lembranças a todos. Na carta, ela foi mais detalhista.

“Dear Angie,

Como vão as coisas em Washington? Espero que bem. Minha afilhada cresceu muito? Estou com muitas saudades dela.

As coisas aqui na Inglaterra não podiam estar melhor. Conhecemos vários lugares interessantes, Jack nos levou a alguns lugares bem exóticos e históricos. Estou adorando tudo mesmo. Tomamos a melhor decisão em tirar essas três semanas de folga. Eu que sempre viajei a trabalho nas minhas férias, vejo agora o quanto uma viagem a dois pode ser relaxante. Essa espécie de lua de mel está fazendo muito bem a sua amiga.

Booth também se diverte muito. Ele e Jack estão se dando bem, é claro que Jack passa a maior parte do tempo trabalhando. O que é ótimo para mim e Booth porque ficamos a sós.

Tem um assunto que está mexendo comigo a quatro dias. Não sabia com quem conversar e resolvi escrever. Pode ver que o selo é expresso. Então quando você receber a carta deve estar fazendo uma semana.

Tenho me sentindo muito cansada apesar de estar de férias. Sinto muito sono e ontem tive ânsia de vômito após o almoço. Lembrei logo de você e pensei, será? Estou em dúvida, não contei nada para Booth. Vou comprar um daqueles testes de farmácia. Angie, queria que estivesse aqui. Eu sinto que terei um resultado positivo e sei o quanto isso vai mexer com o Booth.

Você sabe que não era a favor de ter filhos mas apenas a hipótese me deixou feliz. Quando tiver novidades, aviso.

Saudades,
Temperance Brennan.


Angela sorriu. essa com certeza era a melhor notícia que poderia receber afinal ela já tinha a resposta e em menos de 9 meses, Bren teria um bebê em seus braços. Um bebê Booth.


THE END

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

[Demily] Por uma Noite Apenas....

Atenção!!! NC-17......


Por uma noite apenas...


Autora: Karen Jobim
Classificação: NC-17
Gênero: AU
Advertências: Angst,Drama,Romance – pós TCA
Capítulos: One-shot
Completa: [x ] Sim [ ] Não
Resumo: Emily estava cansada, o semblante triste. Definitivamente precisava de espaço... e alguma mudança.


Nota da autora: Essa fic nasceu através de uma história da minha friend Laís mais conhecida como @Team_Brennan – leiam sem compromisso!



Por uma noite apenas....


Fox TCA
Tapete vermelho



Emily chegou e foi logo assediada pelos fotógrafos. Sorria para as câmeras e cumprimentava a todos. Depois de muitas fotos e entrevistas, ela entrou no salão. Ainda não tinha visto ninguém. Ela viera a essa festa por respeito a Hart, sinceramente não estava nem um pouco interessada em badalações. Estava cansada.

As últimas semanas tinham sido bastante puxadas. Com o convite para dirigir um episódio da série, veio também a responsabilidade e junto com ela, o ciúme do marido. Como Boreanaz ia dirigir mais um episódio de Bones, Emily decidiu colar um pouco nele para aprender um pouco mais e pegar algumas dicas. Com isso, ela passou a última semana toda chegando tarde em casa. David, seu marido, não deixou o fato passar desapercebido.

Ele pressionou Emily e ela acabou contando que estava ficando até tarde no studio com Boreanaz. Pronto. Ao ouvir o nome do seu rival, ele explodiu. Brigaram feio, ele levantava a voz e deixou Emily triste e sem clima para enfrentar uma festa. Pela primeira vez, Emily se questionou se tomara a decisão correta ao casar. Suspirou. Não era hora de pensar nisso, para todos os efeitos ela estava bem e numa festa para promover seu trabalho.

Ao varrer o salão com os olhos, ela avistou Hart e Boreanaz numa mesa de canto. Sorriu. Quem sabe seu amigo não a animava hoje? Ela foi até eles e cumprimento aos dois com beijinhos no rosto.

- Chegou a bela do baile....

- Oh,David.

- A alegria da festa com certeza! Sente-se Emily. Quer beber alguma coisa?

- Obrigada,Hart. Acho que aceito uma taça de champagne.

- Deixa que eu vou pegar. Volto já.

David saiu apressado. Em menos de dois minutos estava de volta.

- Prontinho, aqui está Em. Vamos brindar.

- A que você quer brindar?

- A mais um ano de sucesso, Bones está fazendo história.

- Está bem.

Brindaram e logo beberam um gole do champagne.

- Hart, você acha que a série será renovada mais um ano?

Hart sorriu. David não tirava os olhos de Emily.

- Acho que a Fox irá renovar sim. O presidente dará uma entrevista hoje no TCA.

- Tomara que sim.

- Vou dar uma volta pelo salão, fazer contatos.

Assim que Hart se levantou, David virou-se para ela.

- Já estava ansioso porque você não chegava. Essas festas são chatas só com você ao meu lado eu aguento.

Emily sorriu com o canto da boca. Porém, David percebeu que ela estava meio deprimida.

- Emily, está tudo bem com você?

- Está, tudo bem sim.

- Emily eu te conheço. O que está se passando nessa cabecinha?

Ele a olhava intensamente. Emily sabia que ele repararia.

- Eu estou bem, sério. É que as vezes essas festas são meio chatas.

- Ah, mas por isso estou aqui. Para aproveitarmos os momentos chatos e transforma-los em algo legal. Os fotógrafos te assediaram muito?

- Bastante.

- A mim também. Só estou chateado por uma coisa, não tirei uma foto com você.

Emily não respondeu de imediato.

- É porque não chegamos juntos, foi questão de tempo mesmo.

O que Emily não quis dizer era que estava tentando não envolver o amigo nos seus problemas.


Uma foto dela com o amigo a essa altura só iria trazer mais problemas para ela e tudo que Emily queria evitar era que isso chegasse aos ouvidos de Boreanaz. Nem queria imaginar um encontro entre ele e seu marido para tirar satisfações.

Ela estava de pé bebericando champagne e conversando com Lisa Edelstein quando David chegou ao seu lado e brincou com as duas. Mentiu dizendo que estava sendo chamada. Emily pediu licença a colega.

- Quem quer falar comigo?

- Eu!

- David, eu estava conversando algo interessante com Lisa!

- Estava pegando umas dicas para a nossa cena de amor, a nossa primeira noite. Ela e Hugh mandaram muito bem na cena de House e Cuddy. Tomara que a de Brennan e Booth seja parecida.

- Do jeito que as coisas andam você vai ficar com a loira mesmo.

- Ha! Duvido, Hart pode ser doido mas não tanto.

- Assim espero, quero ver nossos personagens bem de novo.

Ele se aproximou aunda mais dela. A abraçou pela cintura.

- Sabe, não gosto quando você some, quero que fique do meu lado.

Ela distanciou-se do abraço para fitá-lo, pendeu a cabeça para o lado e sorriu.

- David...

- Você é a mulher mais linda desse salão. Adoraria tirar uma foto a seu lado, abraçado a você.

- Ah,não David, por favor, sem fotos... cansei de flashes.

- Ok, você manda.

Durante o resto da noite, David brincou com ela e fez o possível para manter Emily animada mas conhecia aquela mulher muito bem e sabia que havia algo errado. Na verdade, por conhece-la tão bem, ele não pressionava-a. Sabia que se quisesse falar, ela se abriria com ele.

O humor de Emily foi melhorando durante a noite, depois de várias demonstrações de carinho de David e suas piadas exageradas, ela se sentia feliz por ter vindo a festa.


Fim de noite
Apartamento de Emily


Eram quase 3 da manhã quando Emily chegou em casa. Com cuidado para não acordar o marido, ela andou na ponta dos pés até o banheiro. Ela trocou de roupa e já de camisola puxou as cobertas e deitou-se ao lado dele. Emily não percebeu mas o marido estava acordado e checou o relógio.

Na manhã seguinte, David já estava na mesa quando Emily chegou para tomar café.

- Bom dia.

- Que horas você chegou ontem?

- Não lembro acho que uma da manhã.

- Eram quase 3! Essas festas não demoram tanto assim.

- David estava cheio, o jantar foi servido tarde somente após as entrevistas e...

- Não mente para mim, Emily. Você estava com ele, não?

- Estava mas também o resto do elenco e...

- O que foi que falei para você? Não quero ve-la perto daquele cara! Ele é safado, se aproveita de você.

- Ele é meu amigo!

- Amigo, ha! Ele quer é tirar uma casquinha como faz com várias mulheres que cruzam o caminho dele, você seria apenas mais uma!

- Não! De jeito nenhum! Ele é meu amigo, estamos juntos a 6 anos trabalhando como parceiros e ao contrário de você, ele me respeita!

- Só se respeito mudou de nome. Eu avisei você Emily, disse que não a queria perto daquele cara e na primeira oportunidade, você me desobedece!

- Você não é meu pai, não lhe devo obediência!

- Deve sim, sou seu marido.

Ele alterou a voz e bateu na mesa. Emily ficou vermelha, nunca gritaram com ela, nem mesmo o pai. Aquilo passou dos limites.

- Chega! Não vou tolerar isso. Eu sou sua mulher e exijo respeito, se isso não for possível eu paro por aqui. Não sou um brinquedinho ou uma criança para você mandar ou desmandar. Chega! Não quero saber mais de você. Acabou!

Emily saiu da cozinha e foi direto para o quarto. Pegando uma valise pequena, ela colocou algumas roupas, produtos pessoais e alguns objetos necessários. Fechou, pegou sua bolsa e as chaves do carro.

- Você tem até amanhã para sair do meu apartamento, 24 horas.

- Emily eu...

- Nem mais uma palavra, David.

Ela saiu pela porta da frente. Desceu até a garagem e entrou no carro. Ao sair do prédio, pisou no acelerador e dirigia sem rumo pela auto-estrada. A tensão e a adrenalina começaram a se dissipar e como consequencia, as lágrimas começaram a cair. Ela não sabia o que fazer, a quem recorrer.

Porque saíra de seu apartamento? Porque não expulsara ele? Não tinha para onde ir. Não queria ficar sozinha, precisava desabafar com alguém toda a angústia que sentia. Mas quem? Zooey não estava em LA e não podia conversar com sua mãe, não estava pronta para falar disso com ela. Emily respirou fundo. Só havia uma pessoa que poderia contar, alguém capaz de ouvi-la sem julgar. Com o carro parado no acostamento, pegou o celular e apertou a tecla de emergência.


Três toques depois, ele atendeu.

- OI, Emily!

- David...

A voz embargada a denunciara.

- O que houve Emily?

- David por favor, sem perguntas.... preciso de um favor, preciso de você agora.

- Claro! O que você quiser! Onde você está?

- Eu...eu estou na rua, você podeia me encontrar naquele hotel da Wilshire Avenue, Continental?

- Sim, mas porque...

Ela o cortou.

- Sem perguntas,David.

- OK. Procuro por você mesmo?

- Não, pergunte por Mary Jo.

- Ok, te encontro em vinte minutos.

Ela desligou. Não sabia o que faria realmente, se essa teria sido a melhor idéia. Talvez estivesse arriscando demais porém agora precisava ser um pouco egoísta e pensar nela pelo menos essa vez. Suspirando, ela voltou o carro para a estrada.


Continental Hotel


Emily chegou a recepção e fez o check-in para uma noite no nome da mãe. Avisou que alguém viria lhe procurar. Em seguida, tomou o elevador até o quinto andar. Ao entrar no quarto, jogou a valise na poltrona, tirou os sapatos e jogou-se na cama. A coluna e o pescoço estalaram devido a tensão. A cabeça latejava.

Dez minutos depois, ela ouviu as batidas leves na porta. Levantou-se devagarinho e abriu a porta. Ele estava parado apoiado pelo cotovelo. Usava uma camiseta preta e calça jeans. O semblante demonstrava preocupação.

- Hey, Emily...

Tão logo ela fechou a porta, ela fixou o olhar com o dele e o abraçou liberando o choro que vinha contendo até então. Instintivamente, ele a envolveu em seus braços de maneira protetora.

- Shhh, tudo bem, vai ficar tudo bem....

Ela quebrou o abraço e pela mão o conduziu até a cama. Fez com que ele sentasse a seu lado.


Emily manteve a mão entrelaçada na dele e tornou a chorar. David permanecia calado. Tinha que dar tempo a ela, faze-la sentir-se à vontade para falar. Ele não tinha pressa, não era sacrifício algum estar ao lado dela, na verdade, poderia passar uma eternidade assim.

Emily finalmente controlou a respiração e o choro e começou a falar.

- Desculpe David, sei que não devia ter te chamado aqui e você não tem obrigação de aguentar minhas lamúrias ou crises. Eu, eu só te chamei porque depois da minha irmã você é a única pessoa que confio para falar sobre isso, a única pessoa que entenderia o que estou passando. Não sei bem o que pensar, hoje eu perdi a cabeça.

- Pode falar Emily, estou aqui para você.

- Tive uma briga feia com o David.

- Ah, é sua primeira briga depois de casada... acontece!

- Não, foi a primeira e última briga feia. Sabe aquela história de que o copo encheu e transbordou? Não aceito o motivo da briga e não admito qualquer insinuação que ele faça. Eu me casei não me escravizei.

- Nossa! O que aconteceu? Você precisa esfriar a cabeça ainda está no afã da discussão. Qual foi o motivo da briga?

- Você!

- Eu?

- Ele me questionou pela hora que cheguei ontem do TCA, falou que as festas não terminam tarde assim e insinuou que eu estava mentindo... que estava com você. E essa não foi a primeira vez! Ele sempre fala mal de você e diz que eu dou abertura a você, de certa forma mostra que não acredita no que eu falo. Ele não confia em você, não confia em mim perto de você. Discutimos e tomei minha decisão. Acabou!

David olhou espantado para ela.

- Emily, olha eu sou seu amigo e me sinto na obrigação de dizer a você que não tome nenhuma decisão num momento de raiva ou estresse, você pode se arrepender depois.

- Não, David, não tem volta. Está tudo errado. Não admito que levantem falso testemunho das pessoas que eu gosto, dos meus amigos e de mim! Como posso aceitar que ele fale mal de você e tudo fique bem? De jeito nenhum. Ele não te conhece, eu sim.

- Emily, hey, você não precisa ficar me defendendo para seu marido, deixe ele pensar o que quiser. A opinião dele não importa, somente a sua.

Ela respirou fundo. Ainda não acreditava que ia falar isso.

- Na verdade, nem devia ter acontecido. Está tudo errado. Sempre soube e aprendi que através do meus pais que um casamento, um relacionamento para dar certo se baseia em duas coisas principais : amor e confiança. Sem eles, não existe cumplicidade, amizade, compreensão. Nada sem confiança vai adiante, David não confia em mim e acredito que enquanto eu estiver trabalhando com você, nunca vai confiar. E quando não há confiança entre duas pessoas, não há amor que dure, relacionamento que sobreviva.

Ela tomou fôlego e continuou tentando controlar o choro que ainda estava preso em sua garganta.

- Meu marido na primeira oportunidade que teve me colocou sob regras como se estivéssemos no século 18. No início cedi, porque também aprendi que em algum momento do relacionamento você deve fazer concessões pelo outro, mas então com o pouco tempo juntos eu pude perceber que não era questão apenas de ciúmes, era uma obcessão talvez causada pelo medo ou por irracionalidade. Nunca dei motivos para nada! Só diante dessas situações foi que percebi o erro que cometi. Eu não devia ter me casado, queria poder voltar atrás. Você sabe quanto tempo durou? 4 meses!

- Quase 4 meses você quer dizer, ainda não completou.

- E pensar que a crise de qualquer casamento ocorre aos sete anos.

Ela olhou para ele. Viu o semblante preocupado mas pronto para dar apoio a ela. David sempre lhe deu abertura, sempre quis ajudá-la. Ele sim a compreendia, ela podia confiar tudo a ele, podia confiar-lhe a sua vida. David poderia estar cuidando da vida dele nesse momento porém, ali estava ouvindo-a contar do fracasso da sua própria. Do seu maior erro e também da maior verdade da sua vida : Emily não podia mais negar o sentimento que guardava a sete chaves dentro de seu próprio coração. Ela sabia que era errado, que pensar nele não mais como um amigo e sim como sua metade, ir contra os seus princípios morais.

Sua consciência era clara quanto a isso, amar seu amigo, seu parceiro de trabalho, amar David Boreanaz era contra sua natureza como pessoa e ainda assim impossível de ignorar o sentimento dentro do peito. Ela o amava e sabia que qualquer ação teria consequencias, um passo, um gesto e Emily poderia colocar tudo a perder.

Ele a olhava com carinho. Não pensava sequer em falar algo. Ela estava machucada. Ele odiava ve-la sofrer. Emily era uma pessoa muito especial, nunca conhecera uma mulher como ela. Calada, ela era ainda mais cativante e misteriosa. Ela sempre o surpreendia com algumas facetas da sua personalidade e isso o impressionava e o fazia admirá-la ainda mais.

- Um diamante pelos seus pensamentos...

- Diamante? Sempre achei que era um centavo...

- Não para você, Emily.

Sempre galanteador. Foi exatamente assim que ele me conquistou. Um única vez, ela precisava dele uma única vez, não queria errar ou se arrepender novamente. Não mais.

Emily olhou fixamente para ele. Suspirou e passou a lingua pelos lábios. Esqueça o medo e escute seu coração. E com esse pensamento, ela inclinou-se na direção dele e beijou-o suavemente nos lábios.

David assustou-se no início. Abriu a boca para falar algo mas Emily o deteve pousando o indicador nos lábios dele. Novamente, ela repetiu o ato, dessa vez David não contestou. Respondeu ao pedido dela prontamente sorvendo os lábios junto aos seus. Era loucura. Não podiam fazer isso, não podiam ultrapassar a linha tênue da amizade. Sentiu os dedos dela passeando pelo seu tórax. Ele sonhara tanto com aquele momento...

Os dedos de Emily desciam do peito para o estômago e roçavam finalmente a região da calça jeans procurando pelos botões. Ele segurou as mãos dela e olhou-a fixamente. Com olhar ele a perguntava se era isso mesmo que ela queria, que estavam prestes a realizar um sonho de anos. Ela sorriu para ele e passou a ponta dos dedos no rosto dele para então beijá-lo mais uma vez.


David puxou-a para si, os corpos colados agora se concentravam em sentir. As mãos dele livraram-se do casaco que ela trazia colado a pele. Emily ficou apenas de camiseta. Ele pode perceber que ela não usava soutian. Os dedos de Emily roçavam sua pele por baixo da camiseta dele. A pele quente começou a reagir aos toques dela. A pressão na calça aumentou. Ela tirou a camiseta dele revelando o peito bem definido. Ele estava mais musculoso agora, voltara a bela forma de antes. A ultima vez que o vira sem camisa durante o episódio de natal e estava mais magro. Os lábios dela foram direto ao peito dele, beijando, sentindo com a lingua, cheirando o perfume masculino que emanava da pele. David desabotoou o fecho da saia dela e viu o pedaço de roupa cair no chão. Ele a debruçou sobre a cama e passou a mão pelas pernas dela.

Deitou-se sobre ela, a sensação do peso dele sobre si era incrível. Ele acariciava os cabelos e o rosto dela com os dedos e beijou-a novamente. Dessa vez, era diferente. Um beijo urgente e cheio de paixão e desejo. Depois de deixá-la quase sem fôlego, ele levantou-se e se livrou de sua calça e boxer. O membro ereto despontou imponente. Ela tirou a camiseta deixando a amostra os belos seios. David sorriu.

Apoiado na beira da cama ele tirou a calcinha dela devagarinho admirando a beleza da mulher a sua frente. Uma vez a roupa intima no chão, ele voltou sua atenção para as pernas dela. Majestosamente, ele beijava toda a extensão até a parte interna das coxas. Inclinando-se sobre ela, David beijava cada centímetro do corpo dela. Chegando aos seios, ele os tomou um a um na boca e sugou-os. Emily gemeu arqueando o corpo contra ele. David deslizava a lingua pelos mamilos dela e reperindo gestos circulares ele chegou ao lugar mais desejado. Sorriu e beijou o centro dela. Com a resposta dela, ele a provou. Queria sentir o gosto dela. Não se enganara, era maravilhoso. David trabalhava com maestria provando-a. Emily gemia e já estava prestes a delirar de prazer. Um prazer absoluto a dominava, ela não sabia a quanto tempo não sentia prazer. O orgasmo a consumiu em minutos.

David provou-a e posicionou-se para penetrá-la. Tão logo Emily sentiu o membro dele preenche-la, gritou. Ele introduziu por inteiro. Com o rosto na altura do dela, ele a beijou novamente e começou a se movimentar sobre ela. O ritmo era compassado, firme. David tinha apenas uma meta, satisfaze-la, queria ve-la feliz.

Como um balé, eles moviam-se juntos. O suor, o calor, o tesão, tornaram-se únicos e com um grito mais alto dela, ele finalmente cedeu ao prazer. Emily estava tremendo por efeito das ondas de prazer que sentia,ofegante. David estava sobre ela. Devagar, ele deitou ao lado dela.

O silêncio entre eles era reconfortante. Ali, entre aquelas quatro paredes eles satisfizeram não só um desejo, uma curiosidade, ali eles realizaram um sonho. Não havia espaço para palavras, não eram necessárias. A linguagem corporal e as ações falavam por eles.

David se colocou de lado. Apoiado no cotovelo, ele a admirava. Com a ponta dos dedos, ele a acariciava o colo, os braços,o ventre, sempre sorrindo. Ele inclinou-se sobre ela e roubou mais um beijo. Não satisfeita, ela o puxou para si e saboreou os lábios dele mais uma vez.

Empurrando-o novamente na cama, Emily aconchegou-se ao peito dele. Ela não sabia o que aconteceria agora. Não tinha idéia do futuro. Nesse momento,porém, pouco importava. Pela primeira vez em meses, ela voltava a sorrir, voltava a pensar que a felicidade é possível.


Nem que fosse por uma única vez.



FIM


Taí.... curtinha! Espero que gostem!!!

domingo, 16 de janeiro de 2011

[Bones Fic] Between Love & War - Cap.3

Cap.3




Brennan penteava os cabelos, aplicou apenas rímel nos olhos e um gloss nos lábios. Ela não era viciada em maquiagem como Angela. Vestiu uma saia preta e uma blusa azul estilo camiseta cheia de pequenas pedrinhas bordadas na região dos seios. A sandália de strass preta era de 7 cm. Um pequeno colar de strass e brincos pequenos completavam o conjunto. Saiu do quarto.

- Angie? Está pronta?

Angela saiu do quarto. Vestiu um tubinho verde.

- Nossa! Você está inspirada hoje hein, Tempe?

- Porque? Não vejo nada demais nessa roupa.

- Tá não vou discutir com você. Vamos?

- Vamos.


Upper East Side


Booth e Wendell soltam do metrô e saem da estação.

- Temos que andar mais 2 quarteirões.

- Ah tranquilo, ele é seu ex-aluno?

- Sim, de duas turmas atrás. Ele é sargento mas adora incentivar os novos recrutas. É uma espécie de anfitrião do batalhão. Relações públicas.

- Pra morar por aqui deve ser rico.

- É sim, nascido em boa família, trabalha com telecomunicação, aqueles nerds sabe?

- Algo contra nerds, Booth?

- Não mas eles as vezes são esquisitos.

Booth pensou em mudar de assunto, afinal era uma boa oportunidade de sondar sobre a doutora.

- E como vai o hospital? Muito trabalho?

- Ah, sim. O ritmo é frenético mas ótimo! Estou adorando estar lá. Eu nasci para isso e descobrir qual especialidade que quero seguir.

- Mesmo? Qual?

- OB-GYN e cirurgia neonatal. A mesma especialidade da Dr.Brennan.

- Ah.... bebês certo?

- Na maioria das vezes. Nossa,Booth eu já tinha lido vários trabalhos dela mas a mulher é competente demais! Só que é super exigente. O pessoal lá no hospital acha que ela é antipática sabe? Meio sargentão? Ela não costuma ficar de papo ou amizade com o pessoal.

- Anti-social?

- Muitos dizem que sim mas prefiro dizer que ela é comprometida e viciada em trabalho. Lidar com recém-nascidos não é fácil, você tem que saber entender sinais. Admiro a dedicação dela. No fundo, acho que as pessoas a invejam porque além de bem sucedida e famosa no ramo, ela é linda.

- Sei, mas você já ouviu algo no hospital sobre ela ter alguém? Sabe, namorado...

- Não entendo porque você quer saber isso...

- Curiosidade apenas, você diz tanto que ela é bonita...

- Bem pelo que já ouvi, ela tem uma espécie de caso com um dos cirurgiões de lá. Ela sabe escolher, o cara é o objeto de desejo das mulheres naquele hospital.

Booth ficou pensativo. Não disse mais nada. Ainda ponderava se devia contar a Wendell que conhecera a médica. Chegaram a porta do edifício de Ryan. Assim que se identificaram, eles subiram para a cobertura.

A festa rolava e estava bem animada. Logo que o viu, Ryan veio cumprimentar Booth.

- Fala,Professor! Que bom que veio!

- Oi,Ryan. Deixa eu apresentar. Esse é Wendell, serviu comigo no Afeganistão e hoje é médico.

- Prazer em conhecê-lo Wendell. Fiquem a vontade, a casa é sua. Bebidas estão no bar próximo a varanda.

Ele se distanciou e os dois começaram a circular.

Brennan e Angela estavam no elevador.

- Espero que tenha muitos gatinhos nessa festa.

- Gatinhos? Espero que não tenham só piralhos. Se eu vir que só tem garotão, vou embora Angela.

- Oh, Bren. Garotões dão um caldo...

- Angela, não sou papa-anjo. Lembre-se que minha referência é o Mark. Gosto de homens interessantes com o mínimo de boa conversa. Se for só pra transar, eu já tenho alguém.

- Peraí, você está procurando um relacionamento é isso? Entendi direito?

- Não, estou apenas comentando que não preciso de um garotão para transar e não tenho tempo para longos relacionamentos.

- Amiga, nada melhor na vida do que um bom romance.

Elas entraram na cobertura e observaram ao seu redor. A festa parecia estar indo muito bem.


Angela sorriu e cutucou a amiga.

- Acho que você vai pagar sua lingua, parece ter muitos caras interessantes. Ah, olha o Ryan ali!

Ela puxou Brennan e foi até ele. Ao ve-la, Ryan sorriu.

- Olá,Angela! Bom te ver!

Ela deu dois beijinhos nele.

- Ah, oi para você também. Que bom que vieram.

- Você se lembra da Temperance, certo?

- Sim, a doutora. Aproveitem a festa e Angela depois quero uma dança viu?

Ela riu e segurando a mão de Brennan começou a andar pelo salão.

- Vamos fazer o reconhecimento da área.

- Muita gente jovem....

- Você quer dizer gente saudável, gostosa, músculos...

- Angela...

- Ah, qual é Bren? Eles são do exército, homens fortes, másculos e protetores.

Brennan não respondeu. Assim como Angela, ela observava as pessoas ao seu redor. Ela sabia exatamente o que queria nessa festa: beber para estravasar e quem sabe se possível dar uns beijinhos em algum bonitão do exército só pra se vingar de Mark. Não que ela fosse de vingança, afinal ela usava-o apenas para sexo porém, ela exigia ao menos que ele escondesse dela suas escapadas. Era no mínimo respeitoso fazer isso.

Ela viu o bar.

- Angela quer beber alguma coisa?

- Quero.

Brennan fez sinal para ela com a cabeça e as duas foram para o bar.

- Gin tônica.

- Vodka para mim.

Mal encostou no balcão, Angela reparou que tinha um moreno a secando. Ela entrou na brincadeira enquanto Brennan bebericava alheia sua vodka.

- Bren, eu sei que você não gosta muito de interagir em festas mas eu adoro. Está vendo aquele moreno às 11 horas?

Brennan sem disfarçar virou a cabeça.

- Amiga! Disfarça.

- Já vi. O que tem ele?

- Ele está flertando comigo e eu tenho que ir até ele. Preciso entende?

Brennan balançou a cabeça.

- Você vai ficar chateada se eu te deixar sozinha aqui?

- Não, Angela. Vai aproveitar a festa ok?

Angela sorriu.

- Qualquer coisa se não der certo eu volto a sentar aqui ao seu lado.

Brennan sorriu e voltou sua atenção a vodka. Nem bem Angela saiu, um outro cara sentou-se ao lado dela.

- Posso te fazer companhia?

- Não obrigada.

- Ah, que isso... vamos curtir a festa, gatinha.

Brennan olhou para ele fuzilando-o.

- Curta você.

- Ouch! Oh, a gata é briguenta. Gosto disso. O que você quer beber?

- Já falei que não quero sua companhia.

Wendell encosta no bar e pede duas cervejas. Ao olhar para o lado, se assusta.

- Qual é? Não precisa ser arisca...

- Se você me dirigir a palavra vai se arrepender.

- Dr.Brennan? tudo bem? Esse cara tá te incomodando?

- Que cara...

O rapaz fechou a cara e saiu resmungando.

- Wendell, não esperava encontrá-lo aqui.

- É uma festa de oficiais do exército. É meio que meu ambiente.

- Mas você é médico agora...

- Como a senhora.

- Não me chame de senhora. Vim com uma amiga, ela conhece o dono da festa.

- Ah...

- Você está aqui sozinho?

- Não eu...

- Hey, Wendell! Cadê a cerveja?

- Calma,cara! Eu vim com um amigo também.

- Porque essa demora?

Booth percebeu a mulher de costas. Devia estar flertando com Wendell. O amigo entregou a cerveja a Booth.

- Desculpe não quis atrapalhar...

Aquele tom de voz parecia familiar a Brennan.

- Quero te apresentar alguém cara...

Brennan virou e deu de cara com Booth. Sorriu.

- O desastrado do hot dog..

- O que? Wendell não entendeu nada.

- Quais as chances ... olá, Temperance!

- Peraí perdi algo? Vocês se conhecem?

- De certa forma...

- Seu amigo me sujou de hotdog no central park.

- Mas me desculpei e paguei o hot dog.

- Verdade.

- Bem, ela é a médica que te falei. Se conhecia ela porque não falou nada?

- Não nos conhecemos!

- É, ela tem razão, trocamos algumas palavras só isso...

- Que seja, vou dar uma volta. Você vem?

- Não... vou tomar minha cerveja sossegado.

- Ok.

Wendell resolveu circular, se bem conhecia o amigo ele ia preferir ficar ao lado da doutora.

- Seu copo está vazio... o que estava bebendo?

- Vodka.

- Quer outra?

- Queria tequila mas beber sozinha é meio estranho.

- Por favor amigo, duas doses de tequila!

Ela sorriu.

- Então, é em festas desse tipo que os oficiais de guerra como se diz... ah! afogam as mágoas?

- Como assim?

- Depois de matar em uma guerra.

- Ah, não... isso aqui é diversão.

A tequila chegou e eles pegaram o copo.

- Um brinde.

- Porque?

- Um brinde ao nosso reencontro... lembra que eu disse que te veria de novo?

Ela deu de ombros e brindou. Virou a tequila de uma vez. Chupou o limão e mostrou o copo para o barman.

- Você gosta de tequila hum?

- Gosto mesmo.

- Como vai o trabalho?

- Tudo bem.

- Salvando muitas vidas imagino...

- Nem sempre consigo salvar todos.

- É eu sei, você é médica não Deus.

- Não acredito em Deus.

- Não? Mas e os milagres? Como você explica?

- Não existe milagre, apenas ciência. Tudo tem uma explicação lógica e científica. Não entendo porque as pessoas teimam em dizer que Deus tem algo a ver com a recuperação delas.

- Wow! E falou o Dr. House.

- Quem?

- Dr. House, da série de tv médica... House. Não conhece?

- Não, não tenho tempo para assistir muita tv. A Angela tem uma na sala, as vezes assisto algum programa médico ou documentário, só isso.

- Sei... você devia assistir, aposto que ia gostar.

Brennan virou a outra dose de tequila. Fez sinal para o barman.

- Você poderia deixar essa garrafa aqui? É mais fácil para todos nós.

- Tudo bem.

Booth observava o jeito dela. Pouca maquiagem, o que realçava ainda mais a beleza dela. E aqueles olhos... ele não se lembrava de ter visto olhos tão hipnotizantes como aqueles.

- Em que mais você não acredita?

- Sou uma mulher da ciência, portanto acredito em fatos.

- Amor à primeira vista?

- Não... isso é pura química. Aliás como você pode se apaixonar por alguém apenas olhando? Isso é atração sexual.

- Entendo... da forma que você fala, diria que nunca se apaixonou.

Brennan arregalou os olhos. Por mais que tentasse disfarçar, Booth era ótimo em ler pessoas.

- Acertei não? Sou excelente em ler pessoas.

- Não, eu apenas me assustei com a sua colocação. Você não me conhece o suficiente para dizer isso. E para seu governo, eu detesto psicologia.

- Não sou fã de psicologia, é mais uma coisa de instinto.

- Também não acredito em instinto, é subjetivo.

- Me responde uma coisa, imagine que você está cuidando de um bebezinho que está a beira da morte, não responde aos remédios e você não sabe mais o que fazer. Você não quer que o bebê morra, se não acredita em Deus, o que você faz para salvá-lo? Você simplesmente desiste?

- Não desisto, mas também não peço ajuda a quem não existe. Vou procurar alternativas científicas. Novas experiências...

- Entendi. Você é mais interessante do que eu imaginava...

- Como assim?

- Naquele dia que você me disse que era workaholic e não tinha tempo para várias coisas, eu percebi no ato que você era interessante, diferente....

- Diferente de um jeito estranho e ruim...

- Não! Ao contrário, de um jeito misterioso... isso chamou minha atenção.

- Ok, entendi. Você quer transar comigo? Se for isso, eu topo. Estou precisando mesmo relaxar.

- O que?

Booth não acreditou no que ouviu. Ela era direta demais.

- Não tenha vergonha de dizer. Você me acha atraente, você é bonito... porque não?

- Você é sempre direta assim?

- O que foi?

- Você não chega para alguém e diz que topa transar assim! É meio... não é certo.

- Só se você for pudico ou gay.

- Não sou, mas isso é algo íntimo, que deve ser conquistado.

- Sexo é sexo. Duas pessoas atraídas com excesso de libido e endorfinas a serem liberadas. Basta isso.

- Se você for um robô talvez ou um profissional desse ramo.

- Uma prostituta você quer dizer.

- Eu só acho que para você se envolver com alguém, precisa mais que atração física. Eu não consigo ir para cama com uma mulher somente para satisfazer o desejo.

- Sexo é uma necessidade básica,Booth.

- Pode ser mas não funciona assim para mim.

- Entendi.... você quer um compromisso.

- E quem não quer? Ter uma pessoa a seu lado, compartilhar alegrias, problemas, esquentar os pés numa noite de inverno...

- Você é diferente...

- De um modo ruim?

- Não, de um modo estranho.

- Devo considerar isso um elogio?

- De certa forma, é um elogio. Você é uma daquelas pessoas que buscam a ilusão do amor. Meio trágico e shakesperiano não?

- De que vale a vida sem amor?

Ele pegou o copo de tequila e levantou.

- A eterna busca pelo amor, Temperance.

Ela brindou.

- Você sabe que não pode participar de uma busca eterna se é mortal...

Ele riu.

- Você é ótima!

- Obrigada, preciso ir ao toilette.

- Eu não vou a lugar nenhum.

Brennan saiu do bar e foi até o corredor do banheiro. Ela estava estranha e não era da bebida. Algo naquele homem a deixava confusa. Ele era tão diferente dela mas ainda assim tão interessante. Estranho de um jeito bom...

Quando retornou ao bar, achou-o virando mais uma dose de tequila.

- Poxa, nem me esperou para tomar o próximo shot! Agora terá que tomar de novo.

- Eita mulher mandona! Sim, senhora.

- Você é do exército devia estar acostumado a receber ordens.

- É verdade, e não me incomodo de receber ordens de você.

Viraram mais uma dose.

- Vem cá, onde aprendeu a beber assim?

- Na faculdade e se tornou um hábito após o início da carreira mas não sou alcóolatra, sei me cuidar e conheço meus limites.

- Mas pelo que você conta, eu imaginei que você era uma espécie de nerd.

- De certa forma mas bebidas e sexo fazem parte da minha vida.

- Lá vem ela de novo com a maldita palavra...

- Hum, agora é minha vez. Porque você odeia tanto falar de sexo? Logo você que se diz aberto ao amor... alguma desilusão Booth?

Booth ficou calado por um momento.

- Quer dizer, você é um homem bonito, simpático, é estranho estar sozinho.

- Em NY? Não é tão estranho. E respondendo sua pergunta, não sofri nenhuma desilusão. Depois que voltei do Afeganistão, tive alguns relacionamentos porém nada sério. Ainda não encontrei a pessoa certa.

- Você acredita na história contada pelos deuses? De que existe alguém para cada pessoa, que fomos separados e destinados a procurar durante toda a nossa vida pela nossa metade, assim chamada alma gêmea?

Ele se inclinou sobre ela, o rosto bem junto ao dela.

- E você não?

Brennan sentiu um arrepio percorrer seu corpo.

- Não sei... amor é algo estranho para mim... já desejo...

- O que tem o desejo?

A voz de Booth saiu rouca, como um sussurro.

- O desejo se manisfesta com maior frequencia, como agora.

- E o que você deseja,Temperance?

Ela olhou-o intensamente. Permaneceu calada por alguns segundos apenas admirando o rosto dele. Os lábios.

- Mais tequila...

Dizendo isso, ela colou seus lábios aos dele. O toque foi leve, sutil. Era a primeira investida porém suficiente para eriçar os pelos da nuca. Então, ela entreabriu os lábios e deixou-se experimentar mais da boca a sua frente. Booth enfiou a lingua dentro da boca de Brennan procurando pelo seu par. Em segundos, a intensidade do beijo mudou. Ela saboreava e explorava sua nova descoberta. Ele beija bem demais. Temperance não sabia se era a bebida, o prazer do desconhecido ou a excitação causada por algo novo apenas sabia que de alguma forma aquele homem mexia com ela, de uma forma estranha e ainda assim prazerosa.

Ao quebrar o beijo, Booth pode ver a excitação no rosto dela. As pupilas dilatadas.

Um beijo apenas.

Um beijo capaz de mostrar que sua busca havia acabado. Naquele momento, ele soube. Temperance Brennan era a sua metade, ela era a mulher da sua vida.

- Tudo bem?

- Porque não estaria Booth?

Ela sorriu.

Brindaram mais uma vez e viraram o copo de tequila. Quando Brennan ia falar mais alguma coisa, Angela apareceu ao seu lado.

- Tempe, desculpa amiga por deixar você sozinha... está tudo bem?

- Claro! E não estou sozinha Angie...

Ela meneou com a cabeça indicando Booth.

- Oh... wow! Olá, sou Angela melhor amiga de Temperance. Você é...

- Seeley Booth, as pessoas me chamam de Booth. Prazer em conhecê-la Angela.

- O prazer é meu. Imagina que eu estava preocupada com ela... você está bem melhor que eu!

- Angela....

- Bem, eu estou de saída e não vou para casa entendeu?

- Perfeitamente...

- Bem, divirtam-se crianças e se querem meu conselho, nada de juízo hoje em Bren!

Brennan revirou os olhos.

- Bye, Booth.

- Simpática sua amiga.

- Ela é ótima, bem diferente de mim na verdade, gosto muito dela.

- Onde estávamos? Você parecia querer me dizer alguma coisa...

- Sim, e quero.

Ela puxou o rosto dele com as duas mãos para si e beijou-o novamente. Minutos depois, ela quebrou o beijo.

- Acho que já devo ir... encerrar a noite.

- Você vai sozinha para casa? Não mesmo! Acompanho você.

- Não precisa Booth.

Ela já estava a frente do elevador. Ele ao lado dela.

- Vou pegar um taxi.

Ela entrou no elevador e ele a acompanhou.

- O que? Tá maluca? Um taxi as 3 da manhã em plena NY? Ha!

- O que tem demais?

Ele revirou os olhos.

- Não vou deixar você sozinha por aí as 3 da manhã. Você não conhece NY.

- Sei me cuidar Booth. Não preciso da sua proteção.

Ele se aproximou um pouco mais dela. Temperance estava encostada na lateral do elevador.

- Eu aposto que sabe...

Ele a pressionou com o corpo e seus rostos ficaram a centímetros de distância. Sem resistir, ele a beijou. Brennan envolveu seus braços no pescoço dele e sentia as mãos dele sobre sua cintura. Era o primeiro toque entre seus corpos. Ela sentiu os dedos dele fazendo pressão na lateral do seu corpo. Ela gemeu entre os lábios dele involuntariamente. A porta do elevador se abriu e eles foram forçados a se separar. Brennan suspirou.

Ela caminhou rapidamente para a calçada e já ia levantar o braço para chamar um taxi quando Booth segurou sua mão.

- Não vamos de taxi.

- Como não? Eu vou! Já disse que não preciso de um protetor.

- Ouch! Ok, eu sei que você pode se cuidar, é uma mulher independente, tem feminista escrito na sua testa. Eu entendi. Porém, seria um prazer acompanhá-la ou será que sou tão má companhia assim?

Ela suspirou.

- Não, você não é má companhia.

- Então vamos, pegaremos o metrô.

- Ah tá, porque taxi não é seguro mas andar por debaixo da cidade não é problema. Que lógica é essa? Não consigo entender. E ainda vamos andar dois quarteirões.

- Não, só um pegaremos a estação acima.

- Booth eu moro a cinco quarteirões daqui! Um taxi era mais rápido.

- Quer me seguir por favor?

Ela finalmente se calou e seguiu-o.

A volta para casa foi bem rápida, tão logo saltaram na estação mais próxima, andaram apenas alguns metros até a frente do prédio dela.

- É aqui.

- Pensei que morasse num prédio de luxo...

- Porque sou cirurgiã?

- E famosa.

- Isso aqui é NY. O metro quadrado é uma fortuna. Não que não possa pagar mas Angela nem pensa em sair daqui.

- Entendo.

- Booth , olha você é um cara interessante e...

- Ah, não! Corta essa! Vai me dispensar? Esse papo de que sou interessante mas você não quer se envolver num relacionamento agora... pode parar!

- Papo? Como assim? Eu não sei o que isso significa.

Booth a olhou surpreso.

- O que eu ia dizer é que gostei da noite, você é interessante e muito estranho.

- Ok, vou entender isso como um elogio.

- Olha, você não me conhece, não sou uma pessoa sociável. Eu sim, sou péssima companhia.

- Não concordo.

- Normalmente, eu o convidaria para subir comigo, transaríamos e você sumiria da minha vida. Só que... eu não quero fazer sexo com você. Não que você seja ruim, você é bastante atraente e...

- Ai! Você sabe como dispensar um homem não?

- Booth, desculpa mas não sei como agir.

- Hey, pode ficar calada um minuto?

Ela concordou com a cabeça.


- Odeio one night stand e se você me convidasse não aceitaria. Não te conheço Temperance é verdade, adoraria te conhecer. Não sumirei da sua vida. Não dessa vez porque as chances de eu a encontrar novamente, não... se você não me der seu telefone, eu sei onde te encontrar. Não importa se você é antisocial, eu não acredito nisso. E não vou desistir facilmente.

Brennan o olhava intensamente. Ela nunca passara por algo assim. Não sabia o que dizer. Ela abriu a bolsa tentando disfarçar o momento estranho para ela, procurando a chave, ela deixou cair um papel. Booth apanhou. Sorriu.

- Ah, que bom que você não jogou meu cartão fora...

Ele entregou a ela e segurou a mão dela com carinho.

- Promete que vai me ligar? Nem que seja para comermos um hot dog no Central Park?

Ela sorriu.

- Ok, Booth, vou pensar a respeito. Boa noite.

- Bons sonhos, Temperance. Te vejo por aí.

Ela abriu a porta do edifício e entrou. Booth reparou no prédio mais uma vez e seguiu caminhando pela rua.




Continua....

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

[Bones Fic] Six Months or a Lifetime ? - Cap.18 Final - Parte 1

Cap.18 – Parte 1


Sábado


Brennan estava em casa arrumando umas roupas quando o celular tocou.


- Oi,amor!

- Tudo bem? Está fazendo alguma coisa?

- Nada importante porque?

- A Rebecca me ligou para ficar com o Parker ontem, ele já está comigo e adivinha o que ele pediu? Ah, não vou dizer, deixo para ele falar.

Booth passou o celular para o filho.

- Oi,Bones!

- Hey,Parker! Tudo bem com você?

- Tudo. Sabe o que eu pedi pro meu pai?

- O que?

- Que tal convidar a Bones para um banho de piscina.

Ela riu.

- Ah, na verdade você está se convidando para vir até o meu prédio nadar?

- Por ai, posso?

- É claro que sim! Você e seu pai são muito bem-vindos aqui. Chama ele para mim.

- Tá, obrigado Bones! Você é demais!

Ela ainda estava rindo quando Booth voltou ao telefone.

- Você ainda mima esse guri... depois eu me ferro.

- Não diga isso. Seu filho é uma graça. Venham logo para cá. E vê o que ele quer comer...

- Ok, daqui a pouco estou aí.

Brennan desligou e foi até se arrumar, conhecendo o guri ele não ia querer outra coisa. Vinte minutos depois, Booth chega ao apartamento dela. Já encontra Brennan de maiô e canga. Assim que entra no apartamento dela, Parker vem abraça-la.


- Senti saudades, Bones.

- Mesmo? Minhas ou da piscina?

- As duas coisas. Ainda bem que papai desistiu daquela namorada chata dele, ela nem tinha piscina!

Brennan não aguentou e botou pra rir. Booth ficou sem graça.

- Vamos descer, você adivinhou Parker, queria mesmo dar um mergulho hoje. Booth você pode pegar aquela cesta? Separei algumas coisinhas para comermos.

- Tudo bem.

Brennan foi na frente de mãos dadas com Parker. Chegando na área da piscina, ele soltou-se da mão de Brennan.

- Já sabe hein garotão? Primeiro pro chuveiro!

- Tá pai...

Booth ficou ao lado dela. Sorriu. Ela retribuiu o sorriso. Ele deixou a cesta sobre o balcão. Voltou a ficar ao lado dela dessa vez em uma espreguiçadeira.

- É a primeira vez que voltamos aqui depois de tudo o que aconteceu. Temos que contar a ele como está a relação entre a gente não? Ainda mais depois desse comentário dele sobre a, a ... bem você sabe quem.

- Você quer contar a ele mesmo?

- E porque não? Ele gosta de mim.

- Bem, vou pensar em como dizer para ele.

- Hey! Você não vem para a piscina?

- Já estou indo, Parker.

Ela tirou a canga revelando as curvas do corpo. Nem um pingo de barriga. Ela correu para a piscina e se jogou feito bomba, a gargalhada de Parker era ótima. Booth tirou a camisa e pulou na água também. Parker pegou a bola e jogou para o pai. Juntos, eles bateram bola por um bom tempo até o próprio menino se cansar. Revelando que estava com sede, Brennan saiu da água e foi buscar um suco para ele e uma cerveja para Booth. Sentou-se à beira da piscina ao lado do menino. Booth continuava na piscina. Tomou um gole da cerveja e entregou a Brennan. Quando Parker viu o que o pai fizera falou:

- Mamãe me ensinou que não devemos tomar no copo dos outros, só quando é pai e mãe. Não sabemos onde a pessoa colocou a boca.

- Sua mãe está certa.

- Mas porque você bebeu da cerveja do meu pai?

- Porque nesse caso eu sei quem é seu pai e sei onde ele colocou a boca.

- Bones!

- Não, ela diz que não posso beber no copo do Lasky que é meu amigo. Então você está errada.

- Seu filho leva jeito para a lógica...

- Você adora isso não?

- Parker, você precisa saber de uma coisa.

- O que?

- Eu e seu pai, nós resolvemos namorar.

O menino abriu o sorriso.

- Então quer dizer que meu pai além de uma piscina ganhou a namorada? Mandou bem hein pai?! Deixa só eu contar pro Lasky...

Ele pulou novamente na piscina e sorriu ao ver o pai fazendo carinho no rosto da mulher ao lado.


Booth, agora mais relaxado, já abraçava Brennan na frente do filho. Eles almoçaram a beira da piscina mesmo e enquanto faziam a digestão (Bones não deixou Parker voltar para a piscina de imediato), booth deitou-se na espreguiçadeira e brennan ficou conversando com o menino.

- Seu pai contou alguma coisa sobre o tempo que ele ficou fora? No Afeganistão?

- Não, ele disse que só podemos conversar sobre a guerra quando eu tiver pelos debaixo do braço.

- Seu pai tem cada idéia. Sabe eu sou contra a guerra mas seu pai é muito corajoso e salvou muitas pessoas na guerra. Ele é um herói.

- Daqueles com medalhas e tudo?

- Com certeza. Ele nunca te contou porque você se chama Parker?

- Não, porque?

- Era o nome de um dos melhores soldados dele. Lutou até o fim mas infelizmente morreu. Seu pai fez de tudo para salvá-lo.

- Você gosta muito do meu pai não?

- Demais! Eu amo seu pai,Parker.

- Eu sei.

- Sabe?

- Claro, você é muito bonita, meu pai também. Você gosta de conversar com ele e gostam de pegar bandidos.

- Tá certo. Como vão os estudos?

- Tudo bem.

- Ainda fazendo experiências?

- Não muito... a mamãe não tem muita paciência e o papai é um desastrado.

- Sabe, e se eu voltasse a fazer experiências com você? Da mesma forma que meu pai fez?

- Jura? Você faria isso,Bones?

- Com maior prazer, amo a ciência e adoro você garoto. Você é muito esperto. Tem a quem puxar.

- E você ama meu pai...

O garoto se levantou e pulou na piscina. Brennan foi se sentar na espreguiçadeira onde Booth estava. Ele cochilara. Ela acariciou de leve o peito dele com os dedos. Ele gemeu baixinho. Ela inclinou-se e beijou-o nos lábios.

- Você é um dorminhoco mesmo...

- Não estou dormindo só de olhos fechados. O que tanto você conversava com Parker?

- Coisas comuns...

- Coisas comuns? O que você um gênio dos ossos poderia ter em comum com um menino como ele?

- Muitas coisas, você por exemplo.

- Sei... o que você está falando de mim pro meu filho,Bones...

- Falando o quanto você é maravilhoso.

Ele entrelaçou a mão dela à sua e levou aos lábios beijando.

- Você não existe,Bones. Obrigado por tratar meu filho tão bem.

- É um prazer. Gosto muito dele, me lembra alguém... só não sei quem é.

Ela fez cara de safada e riu. Ela se levantou e escapou dos braços dele quando ele pretendia agarrá-la. Brennan correu e pulou na piscina, Booth foi atrás. Esperta, ela se colocou atrás de Parker para evitar que ele a pegasse.

- Ah, isso é covardia! Se esconder atrás do Parker!

- Me ajuda, seu pai quer me pegar...

- Então vai ter que me pegar também!

- Traidor! Vocês dois contra mim?

Ele avançou sobre eles mas Brennan foi mais esperta. Desviou dele e jogou todo o peso do seu corpo sobre ele dando um caldo em Booth. Parker riu dela e fizeram um high-five. A brincadeira continuou durante um bom tempo. Parker acabou saindo da piscina quando um garoto veio chamá-lo para jogar futebol na quadra. Assim, eles ficaram sozinhos.

Brennan estava encostada na parede de azulejos e Booth abraçado de frente para ela. Ele brincava de tocá-la sob a água, a sensação do toque é deliciosa. Ela mordiscou o ombro dele e logo em seguida o queixo e a mandíbula proeminente.

- Já disse que adoro a estrutura óssea do seu rosto? É tão simétrica,tão perfeita.

- Mas lembro quando você disse que a do Jared era melhor que a minha.

- Eu disse aquilo para implicar com você. Sabia que cheguei a te chamar de versão light Booth?

- Versão light?

- É só que eu estava muito enganada, você é o original. O melhor.

- Nossa! Quanto elogio...

- Não é elogio, são fatos claros.

Ele se inclinou sobre ela e beijou-a apaixonadamente. Brennan o envolveu nos braços. Ele podia levá-la a loucura com seus beijos. Logo ficava excitada com o toque dele. Quebrando o beijo, ela lambia e beijava a nuca dele. Sussurrou.


- Sabe que morro de vontade de fazer amor aqui nessa piscina?

- Bones...é dia.

- Eu sei...

- E estamos com uma criança...

- Eu sei só estou comentando.

De repente, eles ouviram e sentiram a água atingi-los. Era Parker que pulava na piscina com dois colegas. O garoto olhou para os dois e falou.

- Aquele ali é meu pai. Ele é do FBI e ela é lida com esqueletos, mortos sabe? É cientista. É a namorada dele.

- Ela é uma gata!

Brennan riu do comentário do outro garoto.

- Hey, mais respeito com a minha namorada.

- Ela parece artista de cinema.

- Oh, Booth! Eles só estão retratando os fatos.

- E eles diziam que não podiam namorar porque trabalhavam juntos.

- Que desculpa esfarrapada!

- Foi o que eu disse! Não foi pai?

Booth riu.

- Foi, foi sim.


Três semanas depois...


Brennan e Booth estavam trabalhando bastante. Casos de assassinato não paravam de surgir, o que de certa forma era bom. O clima no laboratório era excelente e a situação do FBI estava sob controle. Sweets estava pegando leve nas terapias e quando pensava em passar dos limites, os dois agora bem mais unidos, o cortavam.

Ela estava avaliando um esqueleto com Daisy quando Hodgins chegou na plataforma. Daisy olhou para ele e enrugou a testa.

- Dr.Hodgins, você está bem?

Brennan levanta o rosto do esqueleto para olhar para Hodgins. Ele está pálido.

- Hodgins...hey....

- É que...é que...

- Hodgins o que você está esperando?

Era Cam que aparecia ao lado de Angela que fazia careta.

- Jack! Ele ficou assim desde que eu disse que a minha bolsa estourou.

- Ai meu deus! Vamos pro hospital!

Daisy estava meio doida.

- Você vai piorar as coisas,Daisy!

- Desculpe Dr.Brennan.

- Cam posso levar a Angela para o hospital, você acalma o Hodgins e leva ele também. Vou pedir pro Booth encontrar a gente lá.

Elas deixaram o Jeffersonian e no meio do caminho, Angela suspira.

- Eu vou ter um bebê, um bebê!

- Na verdade sim, você terá uma menina.

- Sim,Bren. Uma menininha...

Angela começou a gargalhar feliz. Brennan sorriu e aos poucos cedeu as risadas também. Cinco minutos depois, Brennan parou em frente ao hospital. Saíram do carro com pressa.

- Com licença! Tenho uma mulher em trabalho de parto aqui. Por favor.

Um interno veio atende-las com uma cadeira de rodas. Angela sentou-se e Brennan pegou o celular.

- Sou o Dr.James qual seu nome?

- Angela.

- Angela vou cuidar muito bem de você e do seu bebê. Fique tranquila.

- É uma menina.

- Ótimo!

- Vamos Bren!

- Ela é sua namorada?

- Não! Ela é minha melhor amiga e madrinha dessa pequena.

- Venham comigo.

Brennan não conseguia falar com Booth. Tentava pela terceira vez quando ele finalmente atendeu.

- Oi,Bones.

- Porque demorou atender,Booth?

- Nossa! Namorada chiclete! Estava na sala do Diretor Assistente não podia atender. O que é tão importante?

- Angela vai ter bebê. Estou no hospital com ela, Cam tá vindo para cá com Hodgins.

- Ah, que notícia ótima! Já vou pra ai! Qual o hospital?

- San Sebastian.

- Te vejo já. Beijo.

Brennan esperava ao lado de Angela que prestava a sua entrada para a sala de parto.

- Sra. Montenegro? Temos que ir.

- Não posso acompanhar? O pai ainda não chegou.

- Desculpe mas somente o pai.

Nesse momento, Cam entrou no hospital com Hodgins ao seu lado.

- Ele é o pai! Brennan apontou para Hodgins.

- Ah, ótimo! Ele pode entrar.

- Vai lá Angie, estaremos aqui.

Ela apertou a mão da amiga e deu um beijo no rosto dela. Angela seguiu para a sala de cirurgia com Hodgins a seu lado. Em quinze minutos, Booth chegou ao hospital.

- Cadê a Angela?

- Já está em trabalho de parto.

- Isso me deixa ansioso...

Booth começou a andar de um lado para outro,nervoso.

- Quando eu fui ao hospital acompanhar a Rebecca, parecia uma pilha!

Ela se aproximou dele e segurou-o pela mão.

- Tudo bem,Booth. É um acontecimento normal da natureza e da ciência, logo saberemos como a pequena Anne nasceu.


Ele sorriu para ela.

- Esses assuntos de bebê sempre te deixam nervoso não? Você ficou pior do que agora quando pedi seu esperma.

- E o que você queria que eu fizesse? Achasse tudo normal? Eu te amava já e seu pedido foi uma bomba para mim.

- É, eu não soube pedir nem planejar. Mas não se preocupe, isso não passa pela minha mente tão cedo.

- Mesmo? Você não quer ter filhos?

- Não querer é algo forte demais mas já perdi tanto tempo negando o que sinto por você, seis anos Booth, quero mais é aproveitar. E não estou sendo egoísta, só quero viver o nosso tempo.

- O que você quiser,Bones...

Ela beijou-o suavemente nos lábios. As mãos entrelaçadas e ela o puxou para sentarem na área de espera.

Meia hora depois, o médico apareceu na sala de espera. Brennan se esticou.

- Então doutor?

- A pequena nasceu, é super saudável. A mãe está sendo transferida para o quarto. Mais um pouco e poderão ve-las.

Brennan abriu o sorriso e abraçou Booth.

- Estou tão feliz por eles.

Booth retribuiu o abraço e beijou-lhe nos cabelos.

Ao entrarem no quarto de Angela, a imagem era linda. Angela com a filha nos braços e Hodgins tirando fotos.

- Oi...

- Bren! Booth! Venham conhecer a afilhada de vocês.

Eles se aproximaram da cama.

- Anne, conheça Temperance Brennan e Seeley Booth seus padrinhos. Bren é a melhor amiga da mamãe e muito inteligente e Booth é um fofo.

- Angie ela é linda... oi,Anne!

- Parabéns! Ela é linda mesmo.

Booth foi até Hodgins e o cumprimentou com um aperto de mão e um abraço.

- Posso segurá-la?

- Bones melhor não, ela é muito pequena...

- Oh,Booth! A Bren vai segurá-la sim.

Angela se ajeitou e entregou a filha para a amiga. Aconchegando-a em seus braços, Brennan sorriu.

- Oi....sou sua madrinha, sua dinda. Vou te ensinar muitas coisas sobre ciência.

Ela acariciava a mãozinha da bebê e sorria.

- Angie você vai ser uma mãe maravilhosa.

Brennan começou a embalar a menina no colo. A bebê mexia os lábios a procura de leite e Brennan devolveu a filha a Angela.

- Melhor irmos não Bones?

- É sim.

- Hodgins, vou esperar o mijo viu? Nada de charuto, cerveja mesmo!

- Tá bom.

Brennan foi até Hodgins e o abraçou parabenizando-o. Depois deixaram o quarto. Booth colocou as mãos em volta da cintura dela e eles deixaram o hospital abraçados.


Continua........