Brennan penteava os cabelos, aplicou apenas rímel nos olhos e um gloss nos lábios. Ela não era viciada em maquiagem como Angela. Vestiu uma saia preta e uma blusa azul estilo camiseta cheia de pequenas pedrinhas bordadas na região dos seios. A sandália de strass preta era de 7 cm. Um pequeno colar de strass e brincos pequenos completavam o conjunto. Saiu do quarto.
- Angie? Está pronta?
Angela saiu do quarto. Vestiu um tubinho verde.
- Nossa! Você está inspirada hoje hein, Tempe?
- Porque? Não vejo nada demais nessa roupa.
- Tá não vou discutir com você. Vamos?
- Vamos.
Upper East Side
Booth e Wendell soltam do metrô e saem da estação.
- Temos que andar mais 2 quarteirões.
- Ah tranquilo, ele é seu ex-aluno?
- Sim, de duas turmas atrás. Ele é sargento mas adora incentivar os novos recrutas. É uma espécie de anfitrião do batalhão. Relações públicas.
- Pra morar por aqui deve ser rico.
- É sim, nascido em boa família, trabalha com telecomunicação, aqueles nerds sabe?
- Algo contra nerds, Booth?
- Não mas eles as vezes são esquisitos.
Booth pensou em mudar de assunto, afinal era uma boa oportunidade de sondar sobre a doutora.
- E como vai o hospital? Muito trabalho?
- Ah, sim. O ritmo é frenético mas ótimo! Estou adorando estar lá. Eu nasci para isso e descobrir qual especialidade que quero seguir.
- Mesmo? Qual?
- OB-GYN e cirurgia neonatal. A mesma especialidade da Dr.Brennan.
- Ah.... bebês certo?
- Na maioria das vezes. Nossa,Booth eu já tinha lido vários trabalhos dela mas a mulher é competente demais! Só que é super exigente. O pessoal lá no hospital acha que ela é antipática sabe? Meio sargentão? Ela não costuma ficar de papo ou amizade com o pessoal.
- Anti-social?
- Muitos dizem que sim mas prefiro dizer que ela é comprometida e viciada em trabalho. Lidar com recém-nascidos não é fácil, você tem que saber entender sinais. Admiro a dedicação dela. No fundo, acho que as pessoas a invejam porque além de bem sucedida e famosa no ramo, ela é linda.
- Sei, mas você já ouviu algo no hospital sobre ela ter alguém? Sabe, namorado...
- Não entendo porque você quer saber isso...
- Curiosidade apenas, você diz tanto que ela é bonita...
- Bem pelo que já ouvi, ela tem uma espécie de caso com um dos cirurgiões de lá. Ela sabe escolher, o cara é o objeto de desejo das mulheres naquele hospital.
Booth ficou pensativo. Não disse mais nada. Ainda ponderava se devia contar a Wendell que conhecera a médica. Chegaram a porta do edifício de Ryan. Assim que se identificaram, eles subiram para a cobertura.
A festa rolava e estava bem animada. Logo que o viu, Ryan veio cumprimentar Booth.
- Fala,Professor! Que bom que veio!
- Oi,Ryan. Deixa eu apresentar. Esse é Wendell, serviu comigo no Afeganistão e hoje é médico.
- Prazer em conhecê-lo Wendell. Fiquem a vontade, a casa é sua. Bebidas estão no bar próximo a varanda.
Ele se distanciou e os dois começaram a circular.
Brennan e Angela estavam no elevador.
- Espero que tenha muitos gatinhos nessa festa.
- Gatinhos? Espero que não tenham só piralhos. Se eu vir que só tem garotão, vou embora Angela.
- Oh, Bren. Garotões dão um caldo...
- Angela, não sou papa-anjo. Lembre-se que minha referência é o Mark. Gosto de homens interessantes com o mínimo de boa conversa. Se for só pra transar, eu já tenho alguém.
- Peraí, você está procurando um relacionamento é isso? Entendi direito?
- Não, estou apenas comentando que não preciso de um garotão para transar e não tenho tempo para longos relacionamentos.
- Amiga, nada melhor na vida do que um bom romance.
Elas entraram na cobertura e observaram ao seu redor. A festa parecia estar indo muito bem.
Angela sorriu e cutucou a amiga.
- Acho que você vai pagar sua lingua, parece ter muitos caras interessantes. Ah, olha o Ryan ali!
Ela puxou Brennan e foi até ele. Ao ve-la, Ryan sorriu.
- Olá,Angela! Bom te ver!
Ela deu dois beijinhos nele.
- Ah, oi para você também. Que bom que vieram.
- Você se lembra da Temperance, certo?
- Sim, a doutora. Aproveitem a festa e Angela depois quero uma dança viu?
Ela riu e segurando a mão de Brennan começou a andar pelo salão.
- Vamos fazer o reconhecimento da área.
- Muita gente jovem....
- Você quer dizer gente saudável, gostosa, músculos...
- Angela...
- Ah, qual é Bren? Eles são do exército, homens fortes, másculos e protetores.
Brennan não respondeu. Assim como Angela, ela observava as pessoas ao seu redor. Ela sabia exatamente o que queria nessa festa: beber para estravasar e quem sabe se possível dar uns beijinhos em algum bonitão do exército só pra se vingar de Mark. Não que ela fosse de vingança, afinal ela usava-o apenas para sexo porém, ela exigia ao menos que ele escondesse dela suas escapadas. Era no mínimo respeitoso fazer isso.
Ela viu o bar.
- Angela quer beber alguma coisa?
- Quero.
Brennan fez sinal para ela com a cabeça e as duas foram para o bar.
- Gin tônica.
- Vodka para mim.
Mal encostou no balcão, Angela reparou que tinha um moreno a secando. Ela entrou na brincadeira enquanto Brennan bebericava alheia sua vodka.
- Bren, eu sei que você não gosta muito de interagir em festas mas eu adoro. Está vendo aquele moreno às 11 horas?
Brennan sem disfarçar virou a cabeça.
- Amiga! Disfarça.
- Já vi. O que tem ele?
- Ele está flertando comigo e eu tenho que ir até ele. Preciso entende?
Brennan balançou a cabeça.
- Você vai ficar chateada se eu te deixar sozinha aqui?
- Não, Angela. Vai aproveitar a festa ok?
Angela sorriu.
- Qualquer coisa se não der certo eu volto a sentar aqui ao seu lado.
Brennan sorriu e voltou sua atenção a vodka. Nem bem Angela saiu, um outro cara sentou-se ao lado dela.
- Posso te fazer companhia?
- Não obrigada.
- Ah, que isso... vamos curtir a festa, gatinha.
Brennan olhou para ele fuzilando-o.
- Curta você.
- Ouch! Oh, a gata é briguenta. Gosto disso. O que você quer beber?
- Já falei que não quero sua companhia.
Wendell encosta no bar e pede duas cervejas. Ao olhar para o lado, se assusta.
- Qual é? Não precisa ser arisca...
- Se você me dirigir a palavra vai se arrepender.
- Dr.Brennan? tudo bem? Esse cara tá te incomodando?
- Que cara...
O rapaz fechou a cara e saiu resmungando.
- Wendell, não esperava encontrá-lo aqui.
- É uma festa de oficiais do exército. É meio que meu ambiente.
- Mas você é médico agora...
- Como a senhora.
- Não me chame de senhora. Vim com uma amiga, ela conhece o dono da festa.
- Ah...
- Você está aqui sozinho?
- Não eu...
- Hey, Wendell! Cadê a cerveja?
- Calma,cara! Eu vim com um amigo também.
- Porque essa demora?
Booth percebeu a mulher de costas. Devia estar flertando com Wendell. O amigo entregou a cerveja a Booth.
- Desculpe não quis atrapalhar...
Aquele tom de voz parecia familiar a Brennan.
- Quero te apresentar alguém cara...
Brennan virou e deu de cara com Booth. Sorriu.
- O desastrado do hot dog..
- O que? Wendell não entendeu nada.
- Quais as chances ... olá, Temperance!
- Peraí perdi algo? Vocês se conhecem?
- De certa forma...
- Seu amigo me sujou de hotdog no central park.
- Mas me desculpei e paguei o hot dog.
- Verdade.
- Bem, ela é a médica que te falei. Se conhecia ela porque não falou nada?
- Não nos conhecemos!
- É, ela tem razão, trocamos algumas palavras só isso...
- Que seja, vou dar uma volta. Você vem?
- Não... vou tomar minha cerveja sossegado.
- Ok.
Wendell resolveu circular, se bem conhecia o amigo ele ia preferir ficar ao lado da doutora.
- Seu copo está vazio... o que estava bebendo?
- Vodka.
- Quer outra?
- Queria tequila mas beber sozinha é meio estranho.
- Por favor amigo, duas doses de tequila!
Ela sorriu.
- Então, é em festas desse tipo que os oficiais de guerra como se diz... ah! afogam as mágoas?
- Como assim?
- Depois de matar em uma guerra.
- Ah, não... isso aqui é diversão.
A tequila chegou e eles pegaram o copo.
- Um brinde.
- Porque?
- Um brinde ao nosso reencontro... lembra que eu disse que te veria de novo?
Ela deu de ombros e brindou. Virou a tequila de uma vez. Chupou o limão e mostrou o copo para o barman.
- Você gosta de tequila hum?
- Gosto mesmo.
- Como vai o trabalho?
- Tudo bem.
- Salvando muitas vidas imagino...
- Nem sempre consigo salvar todos.
- É eu sei, você é médica não Deus.
- Não acredito em Deus.
- Não? Mas e os milagres? Como você explica?
- Não existe milagre, apenas ciência. Tudo tem uma explicação lógica e científica. Não entendo porque as pessoas teimam em dizer que Deus tem algo a ver com a recuperação delas.
- Wow! E falou o Dr. House.
- Quem?
- Dr. House, da série de tv médica... House. Não conhece?
- Não, não tenho tempo para assistir muita tv. A Angela tem uma na sala, as vezes assisto algum programa médico ou documentário, só isso.
- Sei... você devia assistir, aposto que ia gostar.
Brennan virou a outra dose de tequila. Fez sinal para o barman.
- Você poderia deixar essa garrafa aqui? É mais fácil para todos nós.
- Tudo bem.
Booth observava o jeito dela. Pouca maquiagem, o que realçava ainda mais a beleza dela. E aqueles olhos... ele não se lembrava de ter visto olhos tão hipnotizantes como aqueles.
- Em que mais você não acredita?
- Sou uma mulher da ciência, portanto acredito em fatos.
- Amor à primeira vista?
- Não... isso é pura química. Aliás como você pode se apaixonar por alguém apenas olhando? Isso é atração sexual.
- Entendo... da forma que você fala, diria que nunca se apaixonou.
Brennan arregalou os olhos. Por mais que tentasse disfarçar, Booth era ótimo em ler pessoas.
- Acertei não? Sou excelente em ler pessoas.
- Não, eu apenas me assustei com a sua colocação. Você não me conhece o suficiente para dizer isso. E para seu governo, eu detesto psicologia.
- Não sou fã de psicologia, é mais uma coisa de instinto.
- Também não acredito em instinto, é subjetivo.
- Me responde uma coisa, imagine que você está cuidando de um bebezinho que está a beira da morte, não responde aos remédios e você não sabe mais o que fazer. Você não quer que o bebê morra, se não acredita em Deus, o que você faz para salvá-lo? Você simplesmente desiste?
- Não desisto, mas também não peço ajuda a quem não existe. Vou procurar alternativas científicas. Novas experiências...
- Entendi. Você é mais interessante do que eu imaginava...
- Como assim?
- Naquele dia que você me disse que era workaholic e não tinha tempo para várias coisas, eu percebi no ato que você era interessante, diferente....
- Diferente de um jeito estranho e ruim...
- Não! Ao contrário, de um jeito misterioso... isso chamou minha atenção.
- Ok, entendi. Você quer transar comigo? Se for isso, eu topo. Estou precisando mesmo relaxar.
- O que?
Booth não acreditou no que ouviu. Ela era direta demais.
- Não tenha vergonha de dizer. Você me acha atraente, você é bonito... porque não?
- Você é sempre direta assim?
- O que foi?
- Você não chega para alguém e diz que topa transar assim! É meio... não é certo.
- Só se você for pudico ou gay.
- Não sou, mas isso é algo íntimo, que deve ser conquistado.
- Sexo é sexo. Duas pessoas atraídas com excesso de libido e endorfinas a serem liberadas. Basta isso.
- Se você for um robô talvez ou um profissional desse ramo.
- Uma prostituta você quer dizer.
- Eu só acho que para você se envolver com alguém, precisa mais que atração física. Eu não consigo ir para cama com uma mulher somente para satisfazer o desejo.
- Sexo é uma necessidade básica,Booth.
- Pode ser mas não funciona assim para mim.
- Entendi.... você quer um compromisso.
- E quem não quer? Ter uma pessoa a seu lado, compartilhar alegrias, problemas, esquentar os pés numa noite de inverno...
- Você é diferente...
- De um modo ruim?
- Não, de um modo estranho.
- Devo considerar isso um elogio?
- De certa forma, é um elogio. Você é uma daquelas pessoas que buscam a ilusão do amor. Meio trágico e shakesperiano não?
- De que vale a vida sem amor?
Ele pegou o copo de tequila e levantou.
- A eterna busca pelo amor, Temperance.
Ela brindou.
- Você sabe que não pode participar de uma busca eterna se é mortal...
Ele riu.
- Você é ótima!
- Obrigada, preciso ir ao toilette.
- Eu não vou a lugar nenhum.
Brennan saiu do bar e foi até o corredor do banheiro. Ela estava estranha e não era da bebida. Algo naquele homem a deixava confusa. Ele era tão diferente dela mas ainda assim tão interessante. Estranho de um jeito bom...
Quando retornou ao bar, achou-o virando mais uma dose de tequila.
- Poxa, nem me esperou para tomar o próximo shot! Agora terá que tomar de novo.
- Eita mulher mandona! Sim, senhora.
- Você é do exército devia estar acostumado a receber ordens.
- É verdade, e não me incomodo de receber ordens de você.
Viraram mais uma dose.
- Vem cá, onde aprendeu a beber assim?
- Na faculdade e se tornou um hábito após o início da carreira mas não sou alcóolatra, sei me cuidar e conheço meus limites.
- Mas pelo que você conta, eu imaginei que você era uma espécie de nerd.
- De certa forma mas bebidas e sexo fazem parte da minha vida.
- Lá vem ela de novo com a maldita palavra...
- Hum, agora é minha vez. Porque você odeia tanto falar de sexo? Logo você que se diz aberto ao amor... alguma desilusão Booth?
Booth ficou calado por um momento.
- Quer dizer, você é um homem bonito, simpático, é estranho estar sozinho.
- Em NY? Não é tão estranho. E respondendo sua pergunta, não sofri nenhuma desilusão. Depois que voltei do Afeganistão, tive alguns relacionamentos porém nada sério. Ainda não encontrei a pessoa certa.
- Você acredita na história contada pelos deuses? De que existe alguém para cada pessoa, que fomos separados e destinados a procurar durante toda a nossa vida pela nossa metade, assim chamada alma gêmea?
Ele se inclinou sobre ela, o rosto bem junto ao dela.
- E você não?
Brennan sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
- Não sei... amor é algo estranho para mim... já desejo...
- O que tem o desejo?
A voz de Booth saiu rouca, como um sussurro.
- O desejo se manisfesta com maior frequencia, como agora.
- E o que você deseja,Temperance?
Ela olhou-o intensamente. Permaneceu calada por alguns segundos apenas admirando o rosto dele. Os lábios.
- Mais tequila...
Dizendo isso, ela colou seus lábios aos dele. O toque foi leve, sutil. Era a primeira investida porém suficiente para eriçar os pelos da nuca. Então, ela entreabriu os lábios e deixou-se experimentar mais da boca a sua frente. Booth enfiou a lingua dentro da boca de Brennan procurando pelo seu par. Em segundos, a intensidade do beijo mudou. Ela saboreava e explorava sua nova descoberta. Ele beija bem demais. Temperance não sabia se era a bebida, o prazer do desconhecido ou a excitação causada por algo novo apenas sabia que de alguma forma aquele homem mexia com ela, de uma forma estranha e ainda assim prazerosa.
Ao quebrar o beijo, Booth pode ver a excitação no rosto dela. As pupilas dilatadas.
Um beijo apenas.
Um beijo capaz de mostrar que sua busca havia acabado. Naquele momento, ele soube. Temperance Brennan era a sua metade, ela era a mulher da sua vida.
- Tudo bem?
- Porque não estaria Booth?
Ela sorriu.
Brindaram mais uma vez e viraram o copo de tequila. Quando Brennan ia falar mais alguma coisa, Angela apareceu ao seu lado.
- Tempe, desculpa amiga por deixar você sozinha... está tudo bem?
- Claro! E não estou sozinha Angie...
Ela meneou com a cabeça indicando Booth.
- Oh... wow! Olá, sou Angela melhor amiga de Temperance. Você é...
- Seeley Booth, as pessoas me chamam de Booth. Prazer em conhecê-la Angela.
- O prazer é meu. Imagina que eu estava preocupada com ela... você está bem melhor que eu!
- Angela....
- Bem, eu estou de saída e não vou para casa entendeu?
- Perfeitamente...
- Bem, divirtam-se crianças e se querem meu conselho, nada de juízo hoje em Bren!
Brennan revirou os olhos.
- Bye, Booth.
- Simpática sua amiga.
- Ela é ótima, bem diferente de mim na verdade, gosto muito dela.
- Onde estávamos? Você parecia querer me dizer alguma coisa...
- Sim, e quero.
Ela puxou o rosto dele com as duas mãos para si e beijou-o novamente. Minutos depois, ela quebrou o beijo.
- Acho que já devo ir... encerrar a noite.
- Você vai sozinha para casa? Não mesmo! Acompanho você.
- Não precisa Booth.
Ela já estava a frente do elevador. Ele ao lado dela.
- Vou pegar um taxi.
Ela entrou no elevador e ele a acompanhou.
- O que? Tá maluca? Um taxi as 3 da manhã em plena NY? Ha!
- O que tem demais?
Ele revirou os olhos.
- Não vou deixar você sozinha por aí as 3 da manhã. Você não conhece NY.
- Sei me cuidar Booth. Não preciso da sua proteção.
Ele se aproximou um pouco mais dela. Temperance estava encostada na lateral do elevador.
- Eu aposto que sabe...
Ele a pressionou com o corpo e seus rostos ficaram a centímetros de distância. Sem resistir, ele a beijou. Brennan envolveu seus braços no pescoço dele e sentia as mãos dele sobre sua cintura. Era o primeiro toque entre seus corpos. Ela sentiu os dedos dele fazendo pressão na lateral do seu corpo. Ela gemeu entre os lábios dele involuntariamente. A porta do elevador se abriu e eles foram forçados a se separar. Brennan suspirou.
Ela caminhou rapidamente para a calçada e já ia levantar o braço para chamar um taxi quando Booth segurou sua mão.
- Não vamos de taxi.
- Como não? Eu vou! Já disse que não preciso de um protetor.
- Ouch! Ok, eu sei que você pode se cuidar, é uma mulher independente, tem feminista escrito na sua testa. Eu entendi. Porém, seria um prazer acompanhá-la ou será que sou tão má companhia assim?
Ela suspirou.
- Não, você não é má companhia.
- Então vamos, pegaremos o metrô.
- Ah tá, porque taxi não é seguro mas andar por debaixo da cidade não é problema. Que lógica é essa? Não consigo entender. E ainda vamos andar dois quarteirões.
- Não, só um pegaremos a estação acima.
- Booth eu moro a cinco quarteirões daqui! Um taxi era mais rápido.
- Quer me seguir por favor?
Ela finalmente se calou e seguiu-o.
A volta para casa foi bem rápida, tão logo saltaram na estação mais próxima, andaram apenas alguns metros até a frente do prédio dela.
- É aqui.
- Pensei que morasse num prédio de luxo...
- Porque sou cirurgiã?
- E famosa.
- Isso aqui é NY. O metro quadrado é uma fortuna. Não que não possa pagar mas Angela nem pensa em sair daqui.
- Entendo.
- Booth , olha você é um cara interessante e...
- Ah, não! Corta essa! Vai me dispensar? Esse papo de que sou interessante mas você não quer se envolver num relacionamento agora... pode parar!
- Papo? Como assim? Eu não sei o que isso significa.
Booth a olhou surpreso.
- O que eu ia dizer é que gostei da noite, você é interessante e muito estranho.
- Ok, vou entender isso como um elogio.
- Olha, você não me conhece, não sou uma pessoa sociável. Eu sim, sou péssima companhia.
- Não concordo.
- Normalmente, eu o convidaria para subir comigo, transaríamos e você sumiria da minha vida. Só que... eu não quero fazer sexo com você. Não que você seja ruim, você é bastante atraente e...
- Ai! Você sabe como dispensar um homem não?
- Booth, desculpa mas não sei como agir.
- Hey, pode ficar calada um minuto?
Ela concordou com a cabeça.
- Odeio one night stand e se você me convidasse não aceitaria. Não te conheço Temperance é verdade, adoraria te conhecer. Não sumirei da sua vida. Não dessa vez porque as chances de eu a encontrar novamente, não... se você não me der seu telefone, eu sei onde te encontrar. Não importa se você é antisocial, eu não acredito nisso. E não vou desistir facilmente.
Brennan o olhava intensamente. Ela nunca passara por algo assim. Não sabia o que dizer. Ela abriu a bolsa tentando disfarçar o momento estranho para ela, procurando a chave, ela deixou cair um papel. Booth apanhou. Sorriu.
- Ah, que bom que você não jogou meu cartão fora...
Ele entregou a ela e segurou a mão dela com carinho.
- Promete que vai me ligar? Nem que seja para comermos um hot dog no Central Park?
Ela sorriu.
- Ok, Booth, vou pensar a respeito. Boa noite.
- Bons sonhos, Temperance. Te vejo por aí.
Ela abriu a porta do edifício e entrou. Booth reparou no prédio mais uma vez e seguiu caminhando pela rua.
Continua....
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