sábado, 5 de maio de 2012

[Castle Fic] Rise Again - Cap.21


Nota da Autora: Esse é o penúltimo capítulo da fic. Undead again foi um episódio super divertido que ficou difícil extrair algo dele. Do ponto de vista shipper, apenas uma revelação suficiente para manternos vivos e felizes. Acrescentei apenas uma pequena reflexão do nosso casal, cada um ao seu modo. Espero que gostem! E vejo vcs pós-Always (no além provavelmente) :)



Cap.21

Ao chegar ao distrito naquela manhã, Beckett sentia-se diferente. Mesmo com todo o sono agitado e o redemoinho de emoções que experimentava durante o ultimo caso em que Castle esteve presente, algo parecia querer dizer a ela que ainda tinha um jeito de consertar as coisas. Ainda tinha esperança. Apesar de não ser uma pessoa tão crente a certas convicções emocionais, Beckett julgou que o sonho que tivera com a mãe queria lhe dizer algo. Seria uma espécie de sinal. Ah, mas Kate Beckett, a detetive controladora e racional não era de acreditar em sinais ou recados do além. Ainda assim, as palavras ditas pela mãe em sonho estavam gravadas na sua mente. O que a fazia acreditar que isso significaria algo era pelo simples fato de que a mãe não proferira aquelas palavras na vida real quando ela estava a caminho da universidade.

Era uma sensação interessante e Kate Beckett aceitou considera-la como um bom sinal. Talvez fosse a influência da terapia ou mesmo o simples desejo de querer superar a ausência da mãe e seguir em frente com sua vida. Talvez fosse apenas uma forma de expressar saudades e querer conselhos. Não importava o real motivo, aquela sensação a faria encontrar o caminho certo para consertar qualquer que fosse o erro que ela cometera com Castle.

Apartamento de Castle

Alexis estava concentrada vendo informações sobre as universidades em seu ipad mais uma vez. Castle sorrateiramente e vestido para o conhecido jogo de lasers deles se escondia procurando o melhor momento para surpreendê-la. Finalmente, ele disparou contra a placa de comando e Alexis gritou pulando do sofá.

- Pai... o que está fazendo?

- Você tem 30 segundos para se vestir.

-Eu...

-O jogo começou.

-Pai...

-Espere. Deixe-me saborear. Não te surpreendo desde os 10 anos. Isto parece... vitória.

- Pai, não posso, está bem? Tenho uma grande decisão a tomar.

- Você pelo menos reduziu?

- Fiz uma lista das aulas e atividades extracurriculares. E as melhores escolhas parecem ser Oxford e Stanford.

- É que tal Columbia, NYU, Vassar?

- São todas muito perto. Eu viria sempre para casa. Eu quero me desafiar. E seria envolvida em coisas como esta. E mostra a arma de laser.

- Mas então quem vai brincar comigo?

- Acho que é hora de guardar os brinquedos e sermos adultos.

Ela se levantou do sofá, deu um beijo nele e saiu. Pensativo e visivelmente triste, Castle pressionou a arma desligando o jogo.

- Fim do jogo. Por favor, pressione "sair".

Castle estava guardando as coisas e Martha podia observar a decepção no jeito do filho, tentou tirar por menos.

-Querido, é só um jogo.

-Não, não é. É um tradicional passatempo de família que nós honramos desde quando Alexis conseguiu colocar seu dedinho no gatilho. Primeiro que fizer mil pontos vence, e estávamos tão perto. Nós... brincamos com o laser por toda sua adolescência e agora, de repente, ela... é muito velha para brincar.

- Ela está crescendo.

- Ela não precisa. Olhe para mim.

- Parece que... a detetive Beckett está disponível para jogar. Martha disse ao ver o telefone vibrar mas ficou intrigada ao ver o filho ignorar a chamada - Sério?

- Beckett e eu não estamos nos entendendo ultimamente.

- E por que você acha isso?

- Desculpe. Está dizendo que sou o culpado? E Martha falou sabiamente.

- Aliando-se a um terrível detetive de gangues, aparecendo em um cena de crime com uma aeromoça... Se quer punir a Beckett, pelo menos deixe-a saber o porquê.

- Eu não estou punindo-a. Eu... eu estou? A expressão de Martha dizia tudo.

- Querido, você está ferido, eu entendo. Mas sinceramente, vocês não podem seguir assim.

- Sabe de uma coisa, mãe? Está absolutamente certa.

Ele pegou o celular e rumou para a porta.

-Aonde você vai?

-A uma cena de crime. Trabalhar em meu último caso com a detetive Beckett.

Martha sacudiu a cabeça. Ele entendera tudo errado! Quando seu filho iria aprender a engolir o orgulho e dar o braço a torcer de que ele jamais superaria Beckett? Que seu lugar era ao lado dela?

Na cena de mais um crime, Beckett tentava aceitar o fato de que provavelmente não teria Castle ao seu lado mais uma vez. Quando ele não atendeu ao telefone, ela deixou uma mensagem na caixa postal com o endereço da cena do crime caso ele quisesse acompanha-la mas suas esperanças não estavam muito altas. A sensação do inicio do dia simplesmente desaparecera por completo no momento que ele não atendeu seu telefonema.

- Você disse que não gostava de café – disse Beckett.

- Gosto de “latte”de baunilha.

- Oi, pessoal. Obrigado por ligar.

- Claro. E ela disfarçou mesmo que por dentro estivesse feliz em vê-lo. Esposito dava detalhes do crime.

- Nossa vítima é David Lock, 29 anos. Um negociante de moeda do escritório da bolsa lá em cima. Parece que estava indo trabalhar quando aconteceu. O corpo foi encontrado por seu chefe... por volta das 07h esta manhã.

- Nossos intrépidos heróis chegaram. E Castle.

- Perlmutter. Vou guardar estes momentos especiais que partilhamos.

Beckett olhou para ele sem entender o comentário.

- Entendo que este é o sr. Lock?

- Parece que foi emboscado por um agressor desconhecido. Hora da morte é por volta das 4h.

- Causa da morte?

- Provavelmente um trauma na cabeça quando atingiu o chão.

- Carteira e dinheiro?

- Intacto, definitivamente não foi assalto.

- Uma agressão brutal às 4h, deve ter um motivo.

-É uma mordida no braço? Beckett perguntou.

- Não é apenas uma mordida. Olhe para a pele. Vê como está rasgada? O assassino agarrou e balançou como um pit Bull tentando arrancar a carne.

- Obrigada. Acho que entendemos.

-Mais alguma coisa?

-Apenas isto. Foi encontrado na mão de nossa vítima. Provavelmente rasgou da camisa do assassino durante a luta. Esposito entregou a Castle.

-É um punho de renda. Costurado à mão, botões de pérola... Diria por volta de 1870. Fiz muita pesquisa sobre a época. Estava escrevendo um livro, comédia sobre a Guerra Civil. Acontece que... não era muito engraçado.

-Não diga.

-Quem bateria em um cara até a morte usando uma camisa de 150 anos?

- A grande questão é: por que atacar aqui, onde ele trabalhava?

- Você pode querer perguntar ao seu chefe, Mike Matthews.

E foi exatamente o que Beckett fez.

- Não consigo acreditar nisso.

- Achamos que David foi morto por volta das 4h. Sabe porque ele estava aqui tão cedo?

- David cuidava dos mercados asiáticos, geralmente chegava às 4h. Ele era um garoto fantástico. Ele era trabalhador, muito querido.

-Todos pensavam assim?

- O que quer dizer?

- Ele tinha problemas com alguém no trabalho?

- Na verdade, sim, houve um incidente semana passada. Alguém riscou o carro dele.

-Quem?

- David disse que foi Charlie Coleman, um de meus outros negociantes. os dois estavam disputando uma promoção, e eu escolhi o David. Charlie não aceitou bem.

- Que horas Charlie geralmente aparece para trabalhar?

- 4h da manhã, mesma hora que o David. Charlie... é meio excêntrico, mas eu... eu não o vejo envolvido nisto.

- Teremos que falar com ele mesmo assim.

- Isso é estranho. O carro dele está bem ali, próximo ao do David.

- Por que isso é estranho? Perguntou Castle.

- Porque o Charlie não veio ao escritório esta manhã.

- Qual o endereço dele? Beckett já imaginava o que podia ter acontecido.

Eles saiam do elevador no prédio de Charlie. Castle divagava mais uma vez.

- É uma pena. Esse caso prometia. Marcas brutais de mordida, roupas antigas reformadas... tínhamos algum mistério aqui, um sopro de intriga. Agora só estamos prendendo um empregado insatisfeito.

Beckett olhou para ele, sempre querendo mais, Castle. Ela pensou.

- Queria que esse fosse especial.

- É, sinto por não estar divertido o bastante, Castle – ela bateu à porta - Charlie Coleman, NYPD. Abra.

- Fique longe! Não é seguro!

Para trás. – Beckett aconselhou Castle a afastar-se e arrombou a porta enquando ouvia os gritos de Charlie.

- É para o seu próprio bem! Não entre! Você não pode entrar aqui!

Ele estava algemado ao aquecedor.

- Sinto muito, Charlie.

- Charlie, tudo bem? Tem alguém aqui? Beckett apontava a arma procurando por algo.

- Não, não. Para trás! Afaste-se de mim!

- Só precisamos fazer umas perguntas.

- Vocês precisam sair! Precisam sair agora! Não é seguro!

- Relaxe, Charlie.

- Relaxe. Somos policiais.

-Você é policial?

-Sim.

-É sua arma?

-Sim.

- Você precisa atirar em mim. Atire agora! Atire! Atire!

Beckett entregou um copo d’água para ele.

-Charlie, sente-se melhor?

-Sim.

- Tenho que fazer algumas perguntas sobre o que houve esta manhã com você e David. Você o viu no estacionamento?

- Vi, ele havia acabado de entrar. Eu disse oi. Ele disse oi. Não éramos muito amigos.

- Ficamos sabendo. O que houve depois?

- Então ele parou... e ficou me encarando com um olhar estranho, e daí disse: "Que diabos é aquilo?"

-E o que era?

-Não soube a princípio, porque do nada estava sobre nós.

- Espere. Foi atacado também?

- Sim, mas depois do David. A gritaria era com ele. Soquei a cabeça e aquilo nem diminuiu.

- O que quer dizer com "aquilo"?

- Chamei a emergência. Nem acreditaram. Ninguém acredita em mim.

- Conte-nos o que viu.

- Desde que prometam acreditar em mim.

-É, está bem, prometo. Beckett estava achando aquilo tudo muito estranho.

-Prometa... – ele agarrou o pulso dela - que usará sua arma em mim quando começar a me transformar.

-Transformar? Aquilo estava ficando cada vez mais estranho, ela se desvencilhou do aperto dele.

-É.

- Como assim, "transformar"? E ele mostrou a mordida no braço dele semelhante a de David.

- A coisa que me mordeu... que matou David... era um zumbi.

- Um zumbi? A cara de Beckett era de incredulidade total.

De volta ao distrito, eles ouviram a ligação que Charlie fez a emergência.

- Era um zumbi. Um maldito zumbi!

- Senhor, pode repetir?

- Um zumbi. Morto-vivo. Com aqueles olhos de morto e pedaços de pele podre saindo da cara.

- Senhor, esta linha é só para emergências. Está tendo uma emergência?

- Sim! Estou tendo uma emergência grave aqui. Essa coisa matou alguém e me mordeu! Vou me transformar. Sou o próximo.

- Charlie fez essa ligação momentos antes do ataque. Pareceu que ele está fingindo?

- Parece que Charlie está tendo um surto psicótico. E se a culpa o fez delirar e ele criou uma fantasia onde zumbis mataram David e não ele?

- Não tenho tanta certeza. A voz dele tinha um tom autêntico de... "me borrei de medo". Castle instigava.

- Você não acredita na história de Charlie.

- Acredito que ele acredita.

-Seja lá no que creia, as evidências sugerem que Charlie Coleman é o assassino.

- Talvez nem todas – disse Esposito - A perícia analisou a mordida no braço de Charlie. Ela bate com a mordida na nossa vítima.

- Talvez Charlie mordeu David e depois a si mesmo. Beckett sugeriu.

- Também pensei, mas a perícia ainda diz que não foram feitas por Charlie.

- Espere... perdão. Deixe-me ver se entendi para que eu possa saborear este momento.

Beckett olhou para ele e pensou: oh,boy! Lá vamos nós!

- Você estava dizendo... As evidências mostram que Charlie e a vítima foram mordidos por outra pessoa desconhecida.

-É o que acabo de dizer.

-Talvez até... vazio... estranho... desconhecido.

- Castle, pode parar. Não existe esse negócio de zumbi. Beckett precisava colocar um freio nele.

- Pessoal... precisam ver isto. Ryan os chamou.

- Estava olhando as filmagens de segurança de perto do estacionamento e achei isto.

- Está marcando 4h06, bate com a hora da morte. É o nosso cara.

-Sim, mas não é o Charlie.

- Espere. O que ele está usando? Parece... um terno antigo.

- Circa 1870 e... e está faltando um punho na camisa.

- Ow! Quase foi atingido pelo taxi e nem piscou. Beckett notou.

- Talvez por isto. Veja o que temos por outro ângulo. E a imagem mostrava claramente o rosto de um zumbi. Castle sorriu e precisava aproveitar aquele momento especial. Tomando o apontador, ele seriamente explicava.

- Meus amigos... isto... é um zumbi.

- O assassino é um zumbi. E saiu dando hi-five com o pessoal do distrito.

Castle levantou cedo aquela manhã. Martha não pode deixar de notar.

- Está bem otimista considerando que disse que este era seu último caso com Beckett.

- Porque sairei com uma bomba. Tenho só uma palavra, mãe... zumbi.

- Passei muita maquiagem?

- Está linda. Refiro-me à vítima morta por um morto-vivo. E falo literalmente... um zumbi. Câmeras o flagraram em toda a sua putrefada glória.

- Imagino que, por acaso, não baixou esse vídeo?

- Claro que não, o vídeo pertence à polícia. Seria muitíssimo errado... – fingindo - Filmei com o celular e mandei por e-mail para mim.

- Será nosso segredinho, querido.

- Estou surpreso com seu interesse no caso, mãe.

- Realmente sei a diferença entre maquiagem bem feita e decadência real. Quer ver alguns zumbis de verdade? Veja o tapete vermelho do Tony Awards.

- Achei... Achei que tivesse guardado isto. Vendo o mecanismo do jogo de laser sobre o console. Martha deu um sorrisinho.

- Onde ela está? Onde ela está?

Alexis aparece gritando sobre a mesinha de centro - Foi um tolo em cair na minha atuação ontem. E agora caiu direto na minha armadilha.

- Pagará caro por sua traição. Até tu, mãe, me atraindo aqui.

- Por quê? Fiz o que foi preciso.

- Essa é a minha garota.

- Que negócio é esse de zumbi?

Ryan foi até a cela onde mantinham Charlie preso. Mostrou a foto para ele.

- Meu Deus. Falei para vocês. É ele. Tão vil e repugnante... é o zumbi que eu vi.

- Não temos tanta certeza que ele seja...

- Como não têm certeza? O que mais ele pode ser?

- A questão é que isso livra você. Estamos te liberando. E abriu a grade.

- Não sei se é uma boa ideia.

- Charlie, se fosse se transformar isso já teria acontecido.

- Essa coisa... já o pegaram?

- Ainda não. Fique tranquilo, pegaremos.

Ele se levantou e fechou a grade - Ficarei aqui.

- Não quer sair? Beckett não acreditava naquilo.

- Charlie está convencido por esse negócio de zumbi.

- É mas isso é... é ridículo.

- É mesmo? Disse Castle - Charlie não errou até agora. Talvez o assassino seja o paciente zero, solto pelas ruas de Nova Iorque, montando um exército de zumbis.

- Castle, o que procuramos não é um zumbi, mas um criminoso esperto que matou David Lock que está fazendo a testemunha parecer maluca, e também se fantasiou e se maquiou para ocultar sua identidade.

- Só que não é maquiagem nem fantasia.

- Ele parece um zumbi de verdade.

A cara de Beckett dizia “Sério? Você também Ryan?” E Esposito se aproximou falando.

- Um zumbi de verdade? Me mata de vergonha, mano.

- Então explique: por que um zumbi iria atrás de um negociante de moeda às 4h num estacionamento?

- Essa é fácil. Quanto mais inteligente a vítima, mais gostoso é o cérebro.

Ela revirou os olhos. - Então, voltando ao campo dos fatos, o que achou na cena do crime?

- Nada. Só em NY um cara se veste de zumbi e anda pela rua sem ser notado.

- Achei uma lacuna na linha do tempo antes do assassinato – disse Ryan.

- Como assim?

- Segundo o porteiro, a vítima deixou o apartamento às 2h e não voltou.

- Ele foi morto às 4h. O que ficou fazendo por 2h?

- Não sei, mas dirigiu até lá. O cartão mostra que ele abasteceu em Houston às 2h44.

- Vamos descobrir aonde foi. Devem tê-lo seguido até a garagem.

-Ou um zumbi o seguiu.

-Direi aonde ele foi – era Esposito - Dar uns amassos. O perito encontrou um SMS no celular de David. Enviado para uma mulher na noite que morreu para ficar com ela.

- Ela tem um nome?

- Greta Mastroianni.

Esposito a chamou até o distrito. Ele e Ryan a interrogaram.

- Eu... eu não entendo. Quem faria algo assim com David?

- Você o viu naquela noite? Ele mandou mensagens para ir à sua casa.

-Liguei e disse para não vir. Eu terminei com David há uma semana. Ele ainda queria continuar.

- Por que romperam?

- Sou noiva... de Tom Williams. Estamos juntos há 5 anos.

-Como David apareceu?

-Conheci-o quando tinha 21, visitando um primo em LA. Tivemos algumas semanas intensas, e há três meses esbarrei nele num café.

- E seu noivo sabia sobre seu caso com David?

- Sim, ele achou alguns emails na semana passada.

- E como ele reagiu?

- Ele estava magoado, ameaçou me deixar e foi quando percebi o que perderia, então terminei com David e implorei a Tom por outra chance. E ele me deu.

-Onde Tom estava naquela noite?

- Em casa. Fomos dormir às 23h.

- E ele ficou lá a noite toda? Greta, onde Tom estava às 4h?

-Eu não sei. Acordei quase 2h30 e ele não estava. Pensei que estava assistindo TV, mas quando levantei de manhã... Ele não estava no apartamento.

- Onde ele esteve a noite toda?

- Sei onde quer chegar. Mas Tom não teve nada a ver.

- David te enviou emails do escritório dele?

- Sim. Por quê?

- Porque significa que ele sabia onde David trabalhava.

E Beckett chamou o noivo para interrogatório.

- Não vou dizer que estou triste porque esse cara morreu.

- Mas não tenho nada a ver.

- Mesmo que ele estivesse tentando roubar sua noiva?

- Ele era passado. Greta me escolheu.

- Exceto que ele não aceitaria não como resposta. Aposto que descobriu que ele mandava mensagens e decidiu fazer com que ele parasse com isso permanentemente.

-Você está errada. Nunca encostei no cara. Sequer o encontrei.

- Mas deve ter te deixado com raiva.

- Não vou mentir. Isso tem sido difícil. Mas estamos fazendo uma vida juntos e acho que sairemos mais unidos.

- Tom, qual é sua altura? Quase 1,80m?

-1,83.

- Quase a mesma altura desse cara, certo? E mostrou a foto do zumbi.

- Que diabos é isso? Qual é. Não sou eu.

- Quando saiu do apartamento naquela noite, onde você esteve durante a próxima 1h30? David desapareceu nesse mesmo tempo, das 2h30 às 4h.

- Estava na biblioteca estudando.

- Estava na biblioteca àquela hora?

- Fica aberta 24h durante as provas. Pergunte a outras pessoas que estavam estudando lá.

-Eu irei. E ela deixa a sala. Após desligar o telefone, Beckett parecia frustrada.

- O álibi de Tom confirma. Ele estava na biblioteca entre as 3h-6h. Realmente pensei que ele era o culpado. David Lock não parece ter outros inimigos. Já confirmamos com os amigos e colegas de trabalho.

- Que tal amigos e colegas de trabalho mortos?

- Certo. Seja o que foi ou quem foi, podemos, ao menos, concordar que ele parece com um zumbi se veste como um zumbi e age como um zumbi?

- E como isso nos ajuda?

- Estamos procurando por motivos padrões. Mas ele não é guiado por vingança, ganância ou poder, não se pensa que é um zumbi.

-Por essa linha de raciocínio, o motivo dele é um instinto primitivo para matar? Ele mata ao acaso.

-Exatamente.

- Como acharemos um assassino sem padrão entre 8 milhões de pessoas? Beckett o questionou.

- Talvez começar por onde ele esteve durante essas duas horas – disse Ryan.

-Conte-nos.

-O laboratório identificou uma substância depositada sob os sapatos dele.

- Que tipo de substância? Nem tentarei pronunciar, mas é usada em três fábricas em Nova Iorque e Nova Jérsei.

-Na noite em que morreu, David foi num posto em Houston. Qual delas fica mais próxima?

- A no Lower East Side, mas está fechada há mais de um ano.

-Vamos.

Eles caminhavam por um espaço sombrio.

- Agora sabemos que é, de fato, uma fábrica abandonada... em um beco desolado e miserável.

-Imaginação tomando conta? Beckett implicou com ele.

-Não, não. Claro que não. Só desejava que tivéssemos mais para mostrar. Só isso. Castle estava realmente agoniado com o lugar.

- O que não entendo é por que um negociante de moeda como David Lock viria aqui? Não faz sentido algum.

- A menos que ele tenha um lado negro.

- Como o quê?

- Só sei que pessoas normais não vêm a lugares assim às 2h da madrugada. Já vi o suficiente. E você? Estava louco para sair dali.

- Espere. Escutou isso?

- Não vou cair nessa.

- Não, é sério. Escute.

- Passos.

- Sim.

- Muitos passos.

- Meu Deus! Estão atrás de nós! A moça passou correndo por eles.

-Quem?

- O que estão fazendo? Não fiquem aqui! Corram! Vamos! E mais um rapaz desesperado.

-Que diabos está havendo?

Beckett sacou a arma e eles deram de cara com muitos zumbis.

- Isso é uma multidão de zumbis.

- Não existe isso de zumbis. Mesmo de arma em punho e com um certo medo, Beckett ainda discordava dele.

- Não preciso dizer para mirar na cabeça. Beckett, estamos cercados. Sim havia zumbis por todos os lados.

- Jesus. Jesus. Não há balas suficientes. É o ponto zero da "World War Z" – Castle estava meio apavorado mas mesmo assim seu instinto protetor falara mais alto - Fique atrás de mim. Precisamos achar uma saída – eles moviam-se em círculos juntos - Isso não é legal.

-Sem chances disso ser real. Beckett sussurrou e resolveu acabar com aquela confusão - NYPD! Parem de se mover agora. E parem de fingir que são zumbis.

- Vão com calma. Somos apenas uma "zombie walk".

-São o quê?

-Uma "zombie walk". É uma diversão com fantasias. Nos vestimos como zumbis e perseguimos os normais.

-Que seriam nós.

-Se os atingirmos, eles se tornam zumbis também. Se isto é porque não temos permissão, eu...

- Não é! Todos vêm comigo. Agora. Beckett estava reamente irritada.

- Como eu não sabia sobre isso? É impressionante! – Castle se aproxima de um deles e cutuca a maquiagem - Você quem fez?

Beckett vira a cara enojada com a cena – argh!

O distrito estava cheio de pessoas fantasiadas de zumbis. Castle andava pelo lugar ao lado de Beckett que tentava identificar alguém parecido com o zumbi da foto enquanto Castle despejava um monte de abobrinhas.

- Ser fã da cultura zumbi, eu entendo. Mas qual o apelo em ser um zumbi? Olhe para esse cara. Quem gostaria de viver num estado deteriorado e estúpido? Ser um vampiro... isso eu entendo. É o caminho romântico para a imortalidade. O monstro requintado.

-Falando de monstros, nenhum desses zumbis bate com a foto do nosso assassino.

-Talvez ele esteja usando um novo visual. E você? Qual criatura sobrenatural você seria?

- Van Helsing. Sem dúvida.

- Monstro assassino. Condizente.

- E imagine, o monstro que caçamos pode estar nesta mesma sala.

Beckett foi até Ryan e Esposito mas eles também não tiveram muita sorte. Beckett resolveu dar uma chance aos que pareciam ser os lideres do grupo.

- Ele, com certeza, não era do nosso grupo, eu garanto.

- E você? Você o reconhece?

- O quê?

- Paul, você está chapado?

- Da onde... saiu isso? Não. É claro que não. Ele estava muito louco.

- Olá! Beckett batia a mão sobre a foto.

- Certo. É, não conheço esse cara. Ele não é um zumbi nem um normal.

- Isso ainda vai demorar? Tenho aula pela manhã.

- Você é aluno?

-Professor.

-Jura? Beckett e Castle questionaram na mesma hora, surpresos com a revelação.

- Professor assistente de Antropologia. A fascinação por zumbis é um fenômeno cultural, um comentário sobre a dormência interior da vida moderna.

- Certo. Algum de vocês reconhece esse... zumbi? E mostrou a foto.

- É Kyle. Kyle Jennings.

Beckett pediu para os rapazes efetuarem a prisão e traze-lo para o distrito, porém, Kyle já estava morto indo direto para o necrotério.

- Nós já temos a causa da morte?

- Presumo que por "nós" você queira dizer eu. Terei uma resposta depois que o abrir.

- Encantador.

- Somos todos carne, Castle. Supere. Posso dizer que seus dentes batem com as mordidas e que o sangue em sua roupa veio da vítima. Kyle Jennings é o assassino.

- A pergunta é quem o matou?

- E essa não é sempre a pergunta? Ele já estava prestes a enfiar uma agulha em Kyle quando Castle o impediu.

-O que foi, Castle?

-Só estava pensando. Antes de morrer, ele se comportava como um zumbi. Existe uma maneira médica de determinar... se ele realmente era... um zumbi?

Beckett não acreditou na pergunta de Castle...virou o rosto, era viagem demais mesmo para ele.

- Por que ele está no meu necrotério? Zumbis não existem, Castle. Isso é um homem. Era um homem vivo, agora é um homem morto. Fim de papo – e espetou a agulha no braço dele, nesse instante o cara se levantou. Arrancando gritos deles e assustando-os.

- Está vivo!

Beckett sacou a arma e apontava para o cara ainda assustada, ele saiu correndo pela porta do necrotério. Beckett saiu correndo atrás do cara e gritou.

- Castle, chame reforço!

-Como... Como eu...

-9.

- Há um código da polícia para "zumbi à solta"?

De volta ao distrito, os quatro discutiam o caso.

- Segundo o último boletim do hospital, Kyle Jennings foi transferido para a UTI. Ele está estável, mas sedado.

- Estou dizendo, o cara estava morto – afirmava Ryan.

- Lembre-me de nunca engasgar perto de você.

- Você checou o cara e os paramédicos também.

- Rapazes, tenho certeza de que há uma explicação médica para isso. Beckett tentava acalma-los.

-Há uma explicação, sim. Castle insistia.

-Além dessa.

- Qual é, você estava lá. Você viu. Ele ressurgiu dos mortos.

- Ele não ressurgiu dos mortos, Castle. Ele não estava morto, para começar – disse Beckett.

- Ele não é um zumbi, Castle. Apenas um assassino.

- Então qual era seu motivo para assassinato, det. Esposito? – mas Esposito não tinha um - Kyle vendia seguros. Ele não tinha ficha criminal. Não há evidências de que conhecia a vítima.

- Ele é um assassino humano, com motivo humano. Reforçou Beckett.

- Ou é um assassino zumbi, com motivo zumbi. Replico Castle. O telefone da mesa dela tocou.

-Beckett.

-Cérebro saboroso. Ele sussurrou para Ryan.

- Realmente acredita nessa coisa de zumbi? Porque eu poderia jurar que Kyle Jennings estava morto.

- Não. Sabe no que acredito? Em enlouquecer Beckett.

- É bom ver vocês se entendendo de novo. Ryan deixou escapar.

- Parece que saberemos o motivo direto da fonte. O Sr. Kyle Jennings está acordado. E foram ao hospital.

- Kyle, sou a Detetive Beckett. Este é o sr. Castle.

- O que estou fazendo aqui? Por que há tiras lá fora? Ninguém me diz nada. Fui assaltado ou algo assim?

- Precisamos fazer umas perguntas sobre David Lock.

-Quem?

-Este homem.

- Não o conheço.

Há duas noites, ele foi em uma zombie walk. Encontraram-se lá?

-Já disse, nunca vi esse cara. Do que isso se trata?

-Ele foi assassinado. Espancado até a morte.

- O que aconteceu naquela zombie walk?

- Não me lembro.

- Qual a última coisa da qual se lembra?

- Eu me vestindo para ir para lá. Quando vejo, acordei no necrotério.

- Bebeu ou se drogou naquela noite?

- Não faço essas coisas. Olhe... Não machuquei ninguém, certo? Nunca faria isso. Eu só...Não me lembro de nada.

- O sangue da vítima foi encontrado nas suas roupas, as mordidas batem com seus dentes, o punho de sua blusa estava na mão dele e câmeras de segurança gravaram o assassino. É você, Kyle? E Beckett mostrou a foto.

- Sim. Sou eu.

Acho que precisará de um advogado.

- Então Kyle matou alguém que não conhecia por motivo algum. Devemos acreditar nisso?

- Não é isso que você disse que zumbis fazem?

- Com tristeza que digo que aquele homem não era zumbi.

- Mesmo ele tendo ressurgido dos mortos?

- Depois que se vira zumbi, não dá para voltar.

- Então admite que há explicação médica para isso?

- Não admito nada, só que Kyle não está contando tudo.

- Acha que ele se lembra?

- Quando acontece algo marcante, as pessoas se lembram.

E com aquela frase de Castle, Beckett se colocou na posição de Kyle tal como acontecera com ela. Sentiu o olhar penetrante dele para ela.

- Talvez seja muito para se lidar.Talvez ele...- engoliu em seco - ainda não consiga encarar isso.

- Acha que um dia ele vai conseguir? Castle se perguntou: ela estava falando de si nas entrelinhas?

- Espero que sim, se estiver seguro. Perlmutter? O que está fazendo aqui?

- Cuidando de um paciente, Kyle Jennings.

- Acha que é uma boa ideia? Perguntou Castle.

- Saiba que sou totalmente capaz de tratar pacientes vivos. Só prefiro não o fazer. Abri exceção, pois o exame de sangue dele está bastante anormal.

-Como assim?

- Kyle Jennings tinha escopolamina em seu sistema, que, em pequenas doses, é usada para tratar náuseas. Em grandes dosagens, atua no sistema nervoso central causando comportamento sugestivo e influenciável.

- Como assim sugestivo? Castle perguntou.

- Você faz o que mandam. É como uma droga do estupro, só que a vítima permanece consciente. E quando o efeito da droga acaba, você não lembra de nada que aconteceu.

- É possível que alguém tenha drogado Kyle com isso?

- Acho bem provável que foi o que fizeram.

- A que horas foi dada a escopolamina? Beckett quis saber.

- Entre 2h45 e 3h45 na noite do assassinato.

- Foi quando ele estava na zombie walk.

- Alguém na zombie walk drogou Kyle e o enviou para pegar David. Kyle é inocente. Castle concluiu.

Beckett estava acrescentando os últimos dados ao quadro. Castle tentava achar o novo caminho.

- Longe de ser um ato aleatório do caos zumbi, esta morte foi diabolicamente deliberada. Meticulosamente planejada.

-Por alguém com forte motivo. Disse Beckett.

-Com acesso a essas drogas.

- Que também estava na zombie walk. Ela acrescentou.

- Entrevistamos todos. Não há provas que Davi os conhecia, ou tenha relação com os zumbis.

- Sabemos que ele estava lá. Deve ter ido por alguma razão. Talvez seja melhor focar o ângulo das drogas.

- Comecei nisso e pesquisei sobre escopolamina.

- Legal.

- Seus efeitos colaterais, incluem sonolência,confusão, fala arrastada, morte.

- Está disponível nas ruas? Beckett perguntou.

- É incomum, mas está. Ouçam isso, usuários se referem a ela como "a droga do zumbi".

- E sei exatamente o zumbi que nos explicará sobre ela – disse Castle.

- Do que se trata? Já respondi tudo a seus homens. Paul afirmava para Beckett.

- Quando esteve aqui antes, estava chapado.

- Chapado? O que quer dizer?

- Estava drogado, Paul.

- Fortemente drogado – Castle completou - Foi escopolamina?

-Como é?

- Você usa a droga do zumbi? Beckett insistiu.

- Acho que é... possível.

-Há outros zumbis que usam?

-Alguns, sim. Dizem que aumenta a experiência de ser zumbi.

-Onde você a conseguiu?

-Um cara vende o material.

-Quem? Qual o nome?

-Não sei. Nunca perguntei.

- Descreva-o! Beckett ordenou.

- Cabelo escuro, alto, mais de 1,80m.

Bingo! Beckett mostrou a foto de Tom. - É ele?

- Sim, é ele.

E chamou novamente o noivo assassino. Beckett já não tinha dúvidas sobre isso, precisava de uma confissão.

- Obrigada por vir de novo, Tom.

- Claro. Embora não saiba o que posso fazer. Ouvi que pegou o cara.

- Só precisamos que nos ajude a ligar as pontas soltas. Este é nosso suspeito, Kyle Jennings.

- Sim, eu me lembro da última vez.

- Você disse que nunca o viu antes.

- Seria difícil esquecê-lo, certo?

- Engraçado, porque Kyle disse que te viu.

- Ele disse que estava na zombie walk. Nunca contou fazer parte dessa subcultura zumbi.

- Detetive, sou estudante de Direito. Não tenho tempo para culturas normais, muito menos subculturas.

- Tom, você é bem modesto. Vários zumbis te louvam – disse Castle.

- Aparentemente, você é o cara que oferece uma experiência real de zumbi, com a escopolamina.

-Com o quê?

-É um garoto de Ridgewood, Tom. Você nem sequer tem emprego. Mesmo assim, consegue ter um apartamento muito bom e ainda paga seus estudos. Beckett o confrontou.

- Peguei empréstimo estudantil. Veja... Não sou um revendedor de drogas.

- Você está tentando chegar à frente. Construir uma vida com Greta. E ela sai com alguns idiotas de Wall Street que não iriam largá-la. Castle descrevia a situação e Beckett a complementou.

- David queria ver Greta na noite em que foi morto. Ela lhe negou. Investigamos a área. Ele foi visto sentado no carro perto do seu apartamento.

- Quando você saiu naquela noite, ele te seguiu. Aposto que ele disse que lutaria por Greta.

- Ele era bonito, tinha dinheiro, os dois tiveram uma história. Sabia que não poderia competir.

- Ainda mais se ele contasse a ela que você era traficante. Tinha que resolver isso com suas mãos. Ou, mais especificamente, com as mãos de Kyle.

- Então você teve um plano brilhante. Dopou Kyle com escopolamina e lhe disse para matar Davi, pensando que ninguém nunca descobriria.

- Na verdade, a última parte não funcionou tão bem.

- É. Beckett concordou.

- Tudo que você tem... é a palavra de alguns zumbis drogados. Isso não serve nem como causa provável.

- Mas é o suficiente para te manter aqui por 24h. E até lá, terei minha prova.

- Não, você não terá. Arrogante, ele peitou Beckett.

Os dois estavam sentados analisando o quadro de evidências. Beckett teve que reconhecer que estavam ferrados.

- Ele está certo. Não temos nada.

- Nada é uma palavra forte.

- A única pessoa que pode vincular Tom ao assassinato é Kyle, e ele não se lembra de nada. Além disso tudo, as evidências mostram que apenas Kyle cometeu o assassinato.

- Colocando dessa maneira... sim, parece que não temos nada.

- Talvez seja isso. O que todo policial de homicídio teme. O assassinato perfeito.

- Não. Não é um assassinato perfeito. Não pode ser.

- Acontece.

- Não para mim. A não ser que eu tenha escrito.

-Estamos deixando algo passar.

-Como provas. Sem elas, fizemos o que podíamos, confrontamos Tom e ele nem pestanejou. Estamos sem jogadas.

- Temos uma jogada restante. Confrontamos Tom. Agora precisamos cercá-lo. E sei exatamente o que fazer.

Ela nem iria perguntar o que Castle estava pensando. Ainda não queria se dar por vencida então tentou consegui algo com Greta. Beckett a cercou de todas as formas mas nada do que ela sugeria parecia fazer a moça mudar de idéia, nem mesmo o fato de estar mandando um homem inocente para a cadeia para o resto da vida. Então só restava uma coisa a fazer. Ela o olhava pela grade da cela, séria. Tom era arrogante demais para evitar de provocá-la.

- Ainda estou esperando aquela prova. Não? Nada? – ele se levantou - Obrigado pela hospitalidade. Há um formulário que eu possa preencher sobre o nível do serviço que recebi?

Beckett abriu a cela - Está livre para ir.

- Aproveite enquanto pode – disse Castle.

- Greta me contou sobre sua conversa. Esse foi seu grande plano? Usar minha noiva contra mim?

- Ela descobrirá quem você é, cedo ou tarde, e o que você fará?

- Kyle Jennings pagou a fiança. Foi solto há algumas horas – disse Esposito. Aquilo chamou a atenção de Tom, finalmente.

-Espere. Kyle está solto?

- A fiança era de US$ 1 milhão. Como conseguiu pagar?

- Ele tem um tio com muito dinheiro.

- Ficaria alerta se fosse você.

- Que mentiras contaram para ele?

- Não falamos nada para ele, mas Kyle é esperto. Ele ligará os pontos.

- Quero proteção policial.

- Achei que não tinha feito nada.

-E não fiz. Mas graças a vocês, Kyle acha que fiz e agora ele está lá fora. Estão me soltando sabendo que ele pode me atacar. Se ele o fizer... pensem no processo que entrarei contra vocês.

- Detetive Esposito, faça a liberação do Sr. Williams, leve-o até seu apartamento e veja se está tudo limpo. Depois disso, você se cuida sozinho.

- Marcarei "Serviço Excelente" no cartão de comentários.

Esposito estacionou na garagem do prédio. Tom queria fazer exigências.

- Quero uma viatura fora do prédio.

- Isso não vai acontecer. Vou subir e deixar... nesse momento alguém atingiu o vidro do carro.

- Abaixe-se! Fique no carro! NYPD! Largue o bastão e mostre suas mãos. Mas Esposito foi derrubado pelo cara. Um zumbi. Tom tentou fugir mas o bastão quase o atingiu. O zumbi o segurava agora.

- Sei o que fez comigo.

-Não fiz nada.

-Você me fez matar um homem, agora farei o mesmo com você.

-Kyle, não, por favor!

-Sinto muito.

-Está mentindo.

- Não estou. Eu juro. Ela ia tirar Greta de mim. Precisava fazer alguma coisa. Desculpe por ter te usado. Por favor, não...Por favor, não me machuque.

O zumbi olhava com raiva para ele. Ergueu o bastão e já ia atingi-lo quando Esposito se levantou gritando.

- Tudo bem. Já chega. Bom ator, não é? Enganei você direitinho.

- Tom Williams, você está preso pelo assassinato de David Lock. Disse Beckett.

- Espere um segundo. Kyle. Kyle?

E Castle tirou a peruca e parte da maquiagem - Sinto muito, Kyle não pôde vir. Mas ele manda lembranças.

- Vire-se. Vire-se. Preciso te dizer, cara, você chegando em mim assim... Quase me fez acreditar.

Castle ronronou no pescoço de Esposito. Beckett fazia o possível para não rir.

- Chega. Não faça isso. Está me assustando.

De volta ao distrito...

- Você foi fundamental, Kyle. Sua fantasia o fez acreditar.

- E nos ajudando, você se ajudou. O promotor deve tirar as acusações contra você, agora que Tom confessou.

- Detetive, Sr. Castle, não sei como agradecer...

- Empreste-me a fantasia de zumbi por mais um dia e estamos quites.

- Fique com ela. Meus dias de zumbi acabaram. Eu só... quero deixar isso tudo para trás.

Eles observaram Kyle deixar o distrito. Castle não poderia se perguntar. - Como alguém consegue deixar algo assim para trás? Ele precisará de terapia.

E de repente, Beckett soube. Talvez estivesse na hora de demonstrar algo que vinha sendo parte da vida dela por longos 7 meses. De alguma forma, poderia mostrar a ele que ainda estava ali, que ainda precisava dele ao seu lado.

- Ela ajuda. No começo, não conseguirá encarar isso. Precisará de tudo que ele tem só para pôr um pé na frente do outro e enfrentar o dia.

- Não sabia que estava indo a um terapeuta. Ele estava surpreso.

- Eu não queria dar nenhuma desculpa. Só queria... seguir em frente, fazer meu trabalho. Mas acho que já estou quase onde quero estar.

Ela tinha mencionado para ele sobre a terapia, tinha certeza. Ele esquecera? Simbolicamente, ela usara o discurso que ele já conhecia, enigmático mas que Castle certamente entenderia e se ele não estivesse mais ali para ela, pararia de se culpar por ter esperado tanto e tentaria seguir em frente.

- E onde seria?

- Um lugar onde posso finalmente aceitar tudo que aconteceu naquele dia. Tudo. – ela enfatizou.

- Acho... que entendo. Ela falava do tiro e também das palavras que ele dissera a ela. Isso a estimulou e Kate continuou. - E aquele muro do qual falei... acho que está desmoronando.

- Gostaria de estar lá quando ele cair.

E Beckett não segurou o sorriso ao sentir o calor daquelas palavras aquecendo seu coração. Nem tudo estava perdido.

- Gostaria que você estivesse lá.

- Mas sem a maquiagem zumbi. Ele brincou.

- Acho que a maquiagem combina com você, Castle.

- Eu a faço ficar boa.

Então, ela fez a única pergunta que importava, lembrando-se de algo que ele contou a ela sobre o significado do amanhã.

- Amanhã?

- Amanhã.

De volta a seu apartamento, Castle vestiu-se de zumbi para assustar Alexis e terminar com a vitória no jogo de laser. Nesse instante, Alexis confessa para o pai o quanto está difícil decidir entre Oxford ou Stanford. Castle deu a ela um conselho que certamente precisava seguir.

- Siga seu coração. Siga seu coração. Não há como errar.

- Meu coração está me dizendo... para ir para Columbia.

E com algumas regras colocadas entre eles, Alexis o chamou para brincadeira mais uma vez.

Já era tarde quando Castle decidiu se deitar. Na sua cama, ele pensava em como sua mãe tivera razão sobre a forma como ele estivera agindo com Beckett. Foi um idiota. Todo esse tempo, por mais que ela se lembrasse, ela estava se reerguendo, lutando. Ele sabia que ela fizera terapia, Beckett contara a ela depois do caso do sniper. Ficara surpreso por ela ainda estar continuando. Talvez ele tivesse subestimado o que aquele atentado à vida dela realmente significou para a detetive. Kate Beckett era um mulher extremamente forte, não se deixava abalar com qualquer coisa, em nenhum momento ela demonstrara fragilidade diante do seu trauma, exceto no caso da bomba. Ele a julgara uma traidora, considerara uma pessoa fria, brigou com ela, tripudiou nela com as loiras e o maluco do Slaughter. Como ela deve ter se sentido? Não fazia ideia. Castle não conseguia enxergar através da muralha.

Isso o levou a pensar no que ele mesmo estava escondendo dela. Como Kate reagiria ao saber que ele estava mantendo-a longe de investigar o caso da mãe? Por mais que fosse para mante-la a salvo, ela interpretaria dessa forma? Seria ele quem poria tudo a perder entre eles? Tudo o que construíram até aquele momento? Ela ainda o quereria ao seu lado após descobrir seu segredo? Castle apenas podia esperar que ela compreendesse que fez tudo por amor.

XXXXXX

Beckett já tomara um banho e estava de frente para o espelho de seu quarto. Ela observava a cicatriz que a marcara profundamente a sete meses atrás. Aquilo não a apavorava tanto assim como antes. Estava em um lugar melhor.sentia-se mais confiante. Sabia que queria uma vida diferente, uma nova fase onde Castle estaria com ela. Será que ele esquecera realmente que ela fazia terapia ou foi apenas uma forma de força-la a falar sobre o assunto e o que isso significava para eles? Não, Castle poderia muito bem ter esquecido, ele já estava aparentemente me tirando da vida dele. E alem do mais, ele é meio desligado para certas coisas.

Ela sorriu para o espelho. Na verdade, Castle sempre prestou atenção a ela. As loiras, os momentos estranhos, tudo não importava mais. Ele esperará por mim, estará lá. Ao meu lado. Lembrou-se do sonho na noite anterior, do conselho da mãe e Kate não pode deixar de lembrar-se de uma frase dita por Castle algum tempo atrás. The heart wants what the heart wants. Agora ela sabia que ele estava certo. O momento da montanha russa de emoção estava acabado.

Beckett deitou-se e sorrindo, logo caiu no sono. Pela primeira vez em muitas noites, Kate dormiria o sono dos justos, certa de que o momento da verdade entre ela e Castle estava muito próximo, segura de que na manhã seguinte, ele surgiria no distrito com um copo de café especialmente para ela e um sorriso maroto no rosto exatamente como ele a prometera, always.

Era melhor assim, se Beckett acreditasse em interpretações de sonhos ou sinais talvez tivesse visto que o turbilhão de emoções estava longe de acabar. O momento tão esperado por ela e recomendado pela mãe iria colocar em cheque tudo o que ela acreditava. Uma tempestade se aproximava. A questão era: Kate Beckett saberia tomar a melhor decisão? Seguiria o seu coração pensando no futuro a sua frente ou arriscaria perder tudo pelo passado que teimava em bater à sua porta?

Até aquele momento, tudo ainda era um mistério.



Continua..........
 
PS: Segurem o cuore, Always is Coming....

3 comentários:

val disse...

Tomorrow? Tomorrou.
essa frase foi tão siginificativa nesse epi e cap...de uma forma simples e bonita, mostra como o Castle a influenciou.
de certa forma acho que quando Castle falou para a Kate q as pessoas não se esquecem de coisas marcantes acho q ela entendeu o recado e tambem acho que ele estava falando diretamente com ela, bom isso ´o q acho.
essi epi e cap foi bom engraçado e a abriu passagem para o esperado Always...eu já li tanto spoiler que meu coração e minhas emoções estão uma loucura.
o ultimo q li me deixou com o coração na mão, então agora só nos resta e esperar, e espero tambem q nessas ferias de castle vc não pare de escrever pois eu preciso disso para aguentar até setembro.

é um prazer sempre ler, bjin dear.

Eliane Lucélia disse...

Nossa, Eu amei esse epi e mais ainda esse cap, achei esse epi tão leve, engraçado, me levou de volta as duas primeiras temporadas nos quais Castle parecia um "idiota" as vzs com seus comentários malucos e deixava a Beckett quase doida, nossa, muito bom e a Martha está melhor a cada epi, ela fala o que a gente gostaria de falar para o Castle, adorei o toque do Ryan fez por alguns segundos Castle pensar, enfim, não tenho muito que dizer desse cap, ele está muito bom, acrescentou muito ao episódio, é por isso que adorei essa fic, em todos os episódios podemos ver na escrito o que não cabe em 40 minutos de epi, depois do fechamentos dos casos o que significou para o nosso casal as coisas (pessoas)ditas e as não ditas no meio da investigação, podemos ver, sentir, a dor, as tristezas ou as alegrias de cada um em seu canto, Castle pra mim se redimiu nesse epi, e isso foi mostrado mais, durante a narração dos pensamentos dele, e aí, ele tbm tinha seu segredo, será que ela o perdoaria?! Adorei, já estou MUITO ansiosa para o último. Bjossss

Marlene Brandão disse...

Eu estou atrasadinha né? Delculpe!
Então,comecei aver Castle exatamente apartir desta temporada graças a vc.Viciei apenas por conta de algumas coisinhas tive de para de ver pela tv e a fic me atualizou.Obrigada!
Vamos a fic...
...Esta confusão de sentimentos da Kate ajudou muito no fim para ela decidir o que realmente queria(Castle),em momento9s senti vontade de meter porrada nele só de imagina-lo com outras mulheres e Kate sofrendo,mas creio que este era seu objetivo né?
Castle dando uns fora nela foi de matar. E o que dizer de Always? PERFEITO!!!!
Relata exatamente o que estou vivendo.Parabéns!
Ps:Me perdoe pela demora tá