sábado, 4 de janeiro de 2014

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.13


Nota da Autora: Um pouco de tensão faz bem mas confesso que os últimos acontecimentos no twitter mexeram comigo e deixaram o rumo da história um pouco indefinido. Esperarei até o PCA mas acredito que serei obrigada a escrever um fim logo,logo para essa fic. Anyway, Enjoy!



Cap.13

Raleigh Studios
9 am

Stana chegou para trabalhar na manhã sendo apenas sorrisos. Ela conseguiu disfarçar o pouco bronzeado que adquiriu no Hawaii. A primeira pessoa que ela encontrou no set foi Dara. Cumprimentou-a e avisou logo que ia direto para a maquiagem. Dara sorriu e assim que encontrou Terri foi logo comentando.

- Alguém viu passarinho verde. Stana chegou numa alegria só!

- Você sabe o que é isso. Deixa, faz bem a ela.
Logo depois foi a vez de Nathan andar pelos corredores buscando falar com todos que cruzavam seu caminho. Encontrou Stana já no set de filmagens onde continuariam o episódio treze ainda estavam na metade dele. Falou com ela como se realmente não tivessem se visto durante o feriado.

- Oi, Stana. Tudo bem? – deu um beijo no rosto dela – como foi de feriado?

- Muito bom, tranquilo. Na companhia agradabilíssima de quem eu amo – ela olhou meio sonhadora para ele – minha família. E o Hawaii? Você foi mesmo?

- Sim, fui massacrado no campeonato de videogame. Eu pratiquei tanto Xbox e chegou lá levei uma surra surpresa de PS4, a pessoa arrasou comigo – ela viu quando ele fez cara de safado e mordeu os lábios – tenho que tirar o chapéu. Mas voltando a realidade certo Chad?

- Claro!

Eles não tinham necessidade de falar sobre o feriado como um disfarce se quisessem mas seria melhor para dar a história um tom realista. Conversaram um pouco mais com Chad e assim que Seamus e Jon chegaram, começaram a filmar. O clima do set estava uma maravilha. Durante um dos intervalos de gravação quando Nathan e Stana tomavam um café, foram surpreendidos por Terri. Ela fez questão de mexer com eles pois a felicidade estava estampada no rosto de Stana.

- Hey, pessoal! Bom ver vocês de novo. Stana....nossa! Você parece estar cada dia mais bonita. Como consegue? Me conta o seu segredo.

- Não tem segredo nenhum. Só revigorada depois de um excelente feriado com a minha família mas claro que isso acontece quando estamos com quem gostamos não?

- Você está certa. Vejo que o Hawaii lhe fez bem também, Nathan. Está relaxado e bronzeado. Isso é bom porque temos ainda muito trabalho até entrarmos de recesso para as festas. Trabalharemos até o dia vinte pelas minhas contas. O bom é que a atmosfera no ar está ótima.

- É a proximidade do natal, Terri.

- Sim, concordo. Enfim, bom ter vocês de volta. Vamos trabalhar?

- Continuar você quer dizer – brincou Stana arrancando risada dos dois.

Os primeiros dias de trabalho foram uma verdadeira maravilha. O ambiente estava cheio de risadas, as conversas com os colegas era motivo de alegria e já falavam das festas de fim de ano. Dezembro era um mês diferente naquele set talvez porque todos são muito apegados à tradições natalinas. Mesmo com o clima agradável no set, Nathan e Stana continuavam a fingir estarem alheios à vida do outro, ao mundo do outro. Enquanto isso, como que para testar o quanto eram capazes de suportar adversidades, els que surge um novo obstáculo para eles porque claro, nem tudo são flores em um relacionamento secreto.

Stana já não tinha gostado do jeito como Maya, a atriz que faz a técnica de informática do distrito se comportara na frente de Nathan. Desde a última vez que filmaram juntos, ela reparou na forma como a moça se dirigia aos rapazes e especialmente a Nathan e não inspirava confiança. Ela tinha um jeito de quem se utiliza de pequenas coisas para se aproximar e dar o bote. Foi exatamente essa impressão que Stana teve essa manhã ao ve-la no set com Jon. Aparentemente, a boa atmosfera estava fadada ao fracasso caso a atriz demonstrasse qualquer interesse em Nathan por menor que fosse.

E a desconfiança de Stana se confirmou nos primeiros contatos de Maya com o seu namorado. Era um típico caso de não se meter onde não fora chamada mas era exatamente esse o propósito dela. Queria achar um meio de se aproximar do homem charmoso e disponível. Como não poderia aproveitar a oportunidade de tirar nem que fosse uma casquinha de Nathan Fillion?

Começou de maneira sorrateira, como quem não quer nada. Sabia do amor dele por tecnologia e ao vê-lo conversando com um dos rapazes da iluminação e mostrando algo no celular, ela considerou esse momento como uma deixa para se aproximar. Stana que ensaiava algumas de suas falas, vira tudo de longe.

- Oi, rapazes. O que tem de tão interessante nesses telefones que vocês não tiram o olho? Por acaso não é foto de mulheres, vocês sabem, sensuais e afins ou seria?
- Não! Nathan estava apenas mostrando um novo apps para nós – disse o técnico – ele recebeu a indicação via twitter de um amigo.

- Twitter? Ah eu não uso. Somente facebook. Na verdade, eu criei uma conta porque acho importante ter acesso a várias redes sociais mas não sei usar aquilo direito, uso muito pouco.

- Isso parece meio irônico não? Você faz o papel de uma técnica e não sabe twittar? É até engraçado.

- Ah, por isso somos atores Nathan. Mas adoraria aprender as melhores funcionalidades dessa rede social – foi quando ela jogou a isca que Stana previra que faria – conhece alguém expert e que esteja disposto a me ensinar? – a forma que pedia fazia Stana bufar mas ela precisava se controlar. Foi o técnico de iluminação quem sugeriu.

- O Nathan é o cara que domina essa rede aqui. Sabe como é geek, nerd, não podia dar em outra. Ele pode te ensinar. Certo, Nathan?

- Claro, mas não tem muito mistério. São regras básicas. Depois que você pega o jeito é bem tranquilo.

- Ah, que ótimo. Quando podemos começar professor? – ela falou de um jeito manso quase sensual, quando escutou o pedido, Stana resolveu cortar as asinhas dela.

- Nathan, Dara está chamando a gente para discutir uma cena. Quer fazer alguns ajustes no texto, vamos?

- Claro! – ele virou-se para Maya e completou – que tal no próximo intervalo?

- Ótimo – Maya respondeu virando sua atenção para um dos outros rapazes ali por perto. Stana por sua vez, não desviava o olhar de Nathan para saber o quanto essa suposta concorrente estava chamando sua atenção. Mordia o canto da boca torta, sinal clássico de irritação dela. Os dois saíram caminhando em direção a sala dos escritores, Stana esperou até estarem em outro espaço para não levantar suspeitas. No meio do corredor, o puxou para outra sala.

- Stana, o que está fazendo? A Dara está nos esperando... – ele então fitou o olhar dela e percebeu que havia algo errado – não tem nenhuma discussão de cena certo? Isso foi ciúmes Stana? Me arrastou aqui por causa de Maya?

- Não, Nathan. Ainda não se trata de ciúmes. Isso é apenas um pequeno aviso. Maya não está interessada em aprender rede social, ela está interessada em você, tirar uma casquinha. Só estou avisando de antemão.

- Você não pretende fazer nenhuma cena aqui, por favor Stana. Já digo que você está vendo o panorama de maneira errada. Não existe esse tipo de interesse entre nós. Não podemos nos expor.

- E você acha que eu sou mulher de me expor? De fazer cena? Claro que não, Nathan. Mas não é por isso que vou aceitar qualquer coisa. Dê ouvidos a ela, ultrapasse o limite e você verá como posso sair dessa por cima do salto – ela já virara as costas para ele quando tornou a fita-lo – ah! antes que eu me esqueça. É você quem normalmente não vê o quadro por inteiro. Não seja ingenuo e por favor, não dê uma de Castle.

Ele ficou parado. Melhor não revidar as palavras dela. Stana era meiga e educada mas não deixava ninguém pisar nos calos dela. E ela sabia como ninguém jogar indiretas sem descer do salto.       

No dia seguinte, eles tinham duas cenas para filmar no distrito e uma apenas dos dois sozinhos para encerrar o episódio. As do distrito envolviam Maya  que seria uma ótima oportunidade para avaliar como seria o comportamento da pessoa perto de Nathan. Como se Stana estivesse pressentindo, tudo o que avisara Nathan acontecia diante de seus olhos. Maya se aproximou dele antes da primeira cena para mostrar seu perfil no twitter e pedir ajuda. A forma como ela balançava a cabeça propositalmente para mexer o cabelo e espalha-lo na cara de Nathan chegava a ser ridícula. As perguntas eram as mais idiotas possíveis. Nathan aparentemente se comportava mas homem é homem, pelo recado ele deveria estar mais esperto quanto a tentativa de aproximação da moça. Stana observava a palhaçada quando Dara chegou ao lado dela e comentou baixinho.

- Qual é a dela? Está a fim de fisgar o bachelor ou apenas te irritar?

- Fisgar mesmo porque ela não sabe que eu e o Nathan, você sabe. Quer tirar uma lasquinha, isso sim! – ela viu o jeito que Maya tocava no braço dele ficando permanentemente lá - Não se preocupe, vou dar um jeito nisso. Se quiser ajudar... – conseguira deixar Dara curiosa e no mesmo instante a seguiu para ver o que Stana ia fazer. Nada de cena ou barraco. Ela apenas se aproximou deles e ficando do lado dela, comentou.

- Aumentando o vício Nathan?

- É, ele está me ensinando a usar o twitter – Maya acariciava o braço dele nesse momento, sua mão para cima e para baixo. Stana percebeu que ele congelou como sempre fazia quando estava em uma situação embaraçosa ou que tinha ultrapassado algum limite.

- Que ótimo! Eu uso bastante o twitter – o sorriso era tão ironico quanto a voz mas seria algo apenas perceptivel por ele – você não usa as duas mãos para digitar? É bem mais rápido.

OUCH! Dara pensou. Ele percebeu mas infelizmente Maya não, ou se entendeu o recado continuou tocando-o para provocar. No fundo, a indireta de Stana não a incomodou porque não percebeu que era realmente isso. Para ela fora apenas um comentário.

- Ah, nesses smartphones basta uma mão mesmo. São bem simples, não acha? – Maya voltou-se para Nathan – olha, é assim que deve ficar? – e mostrou a tela do celular para ele. Stana viu que além da tela ele fitara outra coisa, os seios de Maya. Ótimo, ele fizera tudo que ela pedira para não fazer, dera uma de Castle.

- É verdade, são sim da mesma forma que o twitter é – sempre sorrindo ela dava suas tacadas. Nathan fingiu coçar a cabeça para livrar-se do toque de Maya, ele estava visivelmente incomodado. Dara resolveu ajudar aos dois sem precisar levantar suspeitas para o lado de Stana.

- Sei que vocês estão se divertindo aí mas que tal trabalhar um pouco? Ou não querem tentar ir para casa mais cedo? – ela sorriu para Stana – Nathan você e Stana precisam revisar as falas antes ou podemos filmar direto?

- Não, vamos logo filmar. Certo? – ele falou olhando para a mulher ao seu lado nada satisfeita.

- Sim, direto ao ponto.

Após filmarem a cena, ela decidiu que precisava de café e também ir ao toilete antes da próxima cena. Quando estava saboreando o café, ela checou um alerta que recebera no celular. Maya acabava de postar uma foto e marca-lo no tweet. Essa guria só podia estar de brincadeira. Mas não ia alfineta-la novamente, a menos que a insinuação dela se torna-se pesada demais. Nathan que se cuidasse porque ia sobrar para ele. Isso ela já decidira.

Eles filmaram a última cena e novamente Stana presenciou outros chavequinhos de Maya para Nathan. Ficou calada. Quando Maya veio se despedir dele com um beijinho no rosto, Stana teve que se segurar para não fuzila-la. Respirou fundo. Ela também veio falar com Stana e a mesma munida de toda a paciência e educação que tinha, mostrou-se a simpatia em pessoa.

- Obrigada por mais uns dias nesse set e na sua companhia.

- Ah, que isso. Espero que você volte logo. Boas festas.

- Pra você também. Quando Maya já estava longe, Stana se deu o direito de bufar. Ah, Nathan Fillion você me paga! – ela pensou. Fazia tempo que não ficava tão irritada com ele. Nem adiantou alerta-lo. Cansada e chateada, ela resolveu ir para casa sem falar com ele.

Mais tarde, Stana assistia a um programa de culinária na tv enquanto saboreava um sorvete como sobremesa, depois de jantar. Essa era uma desculpa já que o único propósito do sorvete era amenizar a irritação que sentia pelo episódio de hoje. Como Nathan podia se deixar levar por uma história tão idiota? Não viu que era apenas um pretexto? O celular indicava uma mensagem.

“Onde você está? Foi embora sem falar comigo,amor? Posso ir ao seu apartamento?” – ao ler, tomou a decisão sabia que não estava pronta para olhar na cara dele ou podia ser pior. Precisava se livrar da raiva.

“Cansada e com dor de cabeça, já estou deitada” – um minuto depois, veio a resposta.

“Entendi. Você está chateada comigo por hoje.” – quando ela não respondeu, no próximo minuto ele enviou outra – “Apenas queria entender o que exatamente eu fiz...” – aquilo somente a deixou com mais raiva e respondeu.

“Nada.” – colocou no silencioso e jogou o telefone em cima do sofá decidindo ir para seu quarto. Esse foi o motivo pelo qual não viu as dez ligações feitas por ele e mais outras tantas mensagens. Ela estava deitada quando a campainha tocou. Uma, duas, três vezes e não parava era realmente insistente. Tinha uma vaga ideia de quem poderia ser. Levantou-se e abriu a porta após ver a silhueta dele pelo olho mágico.

- O que faz aqui, Nathan?

- Você não respondeu minhas mensagens, não atendeu o telefone... fiquei preocupado.

- E por acaso você não pensou que eu não queria falar contigo? Isso não te ocorreu nem por um minuto?

- Ouch! Se quer brigar comigo, pelo menos faça dentro do seu apartamento porque eu sei que você não quer chamar a atenção de seus vizinhos. Vai me deixar entrar?

Ela abriu um pouco mais a porta e se afastou dando passagem a ele. Não queria descontar nele mas sua raiva era maior. Engoliu em seco e fitou-o. Permaneceu em silencio por um tempo que se tornou constrangedor entre eles. Nathan decidiu falar primeiro, quem sabe não conseguia amenizar as coisas?

- Stana, olha eu realmente não sei o que te deixou tão irritada. Eu apenas fiz um favor a alguém. Levei em consideração o que você falou. Maya pode até ter passado uma outra ideia mas isso não fez diferença para mim. Ela queria umas aulas, dei as dicas. Somente isso. Não sei porque você levou para um outro lado de flerte pois não existiu nada disso. Talvez tenha escolhido uma hora um pouco inoportuna e sem motivos para demonstrar ciumes. Não é que não goste, me sinto lisongeado até com o seu gesto mas foi totalmente sem respaldo. Você pegou um pouco pesado nas indiretas não acha?

- Peguei pesado? Puxa que pena, sabe Nathan acredito que não precisa se preocupar. Dada a dificuldade da moça em mexer nas redes sociais a ponto de precisar de um professor, duvido que tenha entendido minhas indiretas – ela frizou o “professor” formando as aspas na frente dele – o mais bonito é ver que você quer dar razão a ela, olha que rapaz mais sensato!

- Stana não precisa ofender, o que ela fez para você?

- Eu estava irritada com ela mas agora você está me fazendo ficar irritada com você! Sabe muito bem o que ela fez. Aquela zinha deu em cima de você e não se faça de ingenuo porque isso você certamente não é.

- Ela apenas queria minha ajuda!

- Ajuda? Ela queria era outra coisa! Ela queria te levar pra cama. Aquilo foi apenas uma desculpa para ficar a seu lado e se insinuar. Ela pensou o bonitão está solteiro, é rico, vou aproveitar para me dar bem e você vai me dizer que caiu no conto do twitter, ah por favor! Não subestime minha inteligência. Que dificuldade se tem em usar o twitter? Até uma criança sabe usar isso! – e por fim ela explodiu – Não... ela queria era uma desculpa para te tocar, se insinuar para ter você bem envolvido e depois dar o bote!

- Stana, para! Mas ela continuou.

- Você fez a única coisa que pedi para não fazer... você deu uma de Castle! Eu vi você olhando para os peitos dela, Nathan. Poxa! Na minha frente! – ela estava se segurando para não deixar as lágrimas cairem mas uma delas escapou – ali, bem ali... – a voz agora era quase um sussurro – doeu...e de repente eu lembrei do quanto você pode ser mulherengo, ela me lembrou outras que já passaram pela sua vida. Maya é bem o seu tipo não? Aquela mulher que se finge de indefesa, frágil que precisa de um herói forte, um homem inteligente. No fundo, não passa de uma piriguete a começar pelo modo de se vestir. Aliás, ela me lembrar aquela sua ex. A Mikaela.

Então era isso. Mais uma volta ao passado. Como uma mulher linda dessas podia ser tão insegura? Ele pensou.

- Eu não fiz nada! E você não devia tachar as pessoas. Não a chame de piriguete.

- Ah! Vai defende-la agora? Tadinha, ela é tão meiga e indefesa. Pois saiba que ela não precisa de defesa, se duvidar ela te dobra em dois tempos.

- Você mal a conhece direito para insinuar essas coisas Stana, seja razoável.

- Eu sou bastante razoável. Eu não acredito que você não tenha notado o jeito dela. E antes que você diga que é coisa da minha cabeça, não fui a única que percebeu. Dara também.

- Você viu o que quis. Não dei motivo para você me acusar de nada.

- Não você não fez nada só se prontificou em ajudar a pobre moça a usar as redes sociais. Tadinha. Aliás é sempre assim não? Todas inventam gostar de tecnologia, ficção e videogame para se aproximar de você e não é de hoje mas você nunca consegue perceber que tudo não passa de um disfarce, de um meio para um fim. Ir para cama com você.

Ele já percebera que não adiantava argumentar nada com ela. Mas de certa forma, embora nunca fosse admitir a ela, sabia que ela podia ter razão. O passado dele e sua reputação de pegador e galinha não o ajudavam nesse momento. Os pontos de aproximação de suas exs também era verdade. A única coisa que Stana não entendia era que tudo isso mudara. Tudo. Desde que decidira ficar com ela. Suspirando ele foi direto ao ponto.

- Porque você não admite que está com ciumes e pronto? Se fiz isso foi involuntário. Eu sequer percebi – ele tentou se aproximar e pegar a mão dela mas Stana a puxou – por favor, me responda apenas se você está com raiva por algo que não fiz. Porque é difícil perceber que te amo? Estou com você agora. Será que você não acredita em mim?

Ela não estava magoada com ele, também reconhecia que ele não fez nada errado além de agir com o instinto masculino ao olhar para os seios dela. Stana, na verdade, estava era com raiva de si mesma por ter tão pouco controle sobre seus sentimentos por Nathan. Toda essa agressão em palavras contra ele era apenas uma forma de demonstrar o quanto estava chateada consigo mesmo por se deixar levar por uma insegurança desmedida. Ela não falou durante um tempo, o que fez Nathan perguntar novamente.

- Stana, olhe para mim. Responde. Você acredita em mim? Você confia em mim, Stana?

- Eu confio, Nate... eu apenas não posso ficar perto de você agora.

Nate. O simples uso do nome carinhoso o fez suspirar. Era uma espécie de alívio porque se ela estivesse mesmo desconfiando, ela não o chamaria assim. Se quisesse brigar de verdade, ela o repreenderia provavelmente usando seu nome completo. Ele ainda não sabia o que poderia estar acontecendo com ela. Porém, podia se tranquilizar de que havia a confiança entre eles. Talvez fosse uma crise aguda de ciúmes, ou ela estava mais irritada nos últimos dias ou ainda podia estar começando a ficar de TPM. Existia outra explicação para tudo isso.

Mais uma vez, ele a via andando de um lado a outro da sala. Aparentava estar nervosa. Ele procurou se aproximar dela cautelosamente. Ao se ver de frente para ela, esticou a mão tentando alcançar o rosto dela. Podia ver a marca das lágrimas em volta dos olhos que ela havia secado. Os olhos estavam vermelhos e ele sabia que ela se segurava para não desabar na frente dele. tocou-lhe o rosto suavemente, um leve carinho nas bochechas e seus olhares se encontraram. Ele não sabia dizer qual o sentimento que via ali. Vendo que ela parecia dar a ele a abertura que precisava, Nathan tentou se aproximar para beija-la mas Stana o empurrou com a mão no peito.

- Não. Por favor, não. Eu preciso... eu quero ficar sozinha. Não consigo fazer nada disso agora, não quero carinhos, beijos. Eu preciso de tempo.

- Eu só não entendendo porque. Não sei o que está se passando nessa cabecinha mas o que quer que seja, não deixe tomar proporções maiores do que realmente é. Stana eu não tenho que pedir desculpa ou perdão por algo que não fiz, por algo que se passou apenas na sua cabeça. As vezes é difícil de encarar a quebra de alguns esteriótipos como os que me definiram por um bom tempo. Quero que saiba que não sou o galinha que você sempre viu comentarem. Não mais. Você quer um tempo? Eu te dou esse tempo mas sinceramente? Apenas volte a falar comigo quando você tenha a certeza de que pode pedir desculpas e que está disposta a assumir esse ciúme que se apossou de você. Tudo isso não passa de uma crise, para mim ainda sem explicação, de ciúmes.

- Vai embora, Nate. Vai.

- Eu vou. Boa noite, Stana. Espero que ache as respostas que está procurando – ele não esperou por ela, achou o caminho e saiu sem dizer mais nada. Assim que percebeu estar sozinha, ela desabou no choro. Estava com raiva de si mesma. Por ser insegura, por ser teimosa, por do nada procurar uma briga sem sentido. Ou quase. Era verdade que se deixara levar pela fama e o passado dele. infelizmente, ve-lo com Maya e toda aquela encenação diante dos seus olhos, a cegou. O flerte barato, o modo como ela procurava toca-lo, aquilo causou enjoo a Stana. Uma sensação de impotência pois se não fosse pelo relacionamento em segredo, ela teria colocado aquela mulherzinha em seu devido lugar.

O que era pior do que ouvir a verdade da boca de Nathan? Era uma crise de ciúmes exclusivamente dela. Ele não demonstrara qualquer interação que a fizesse induzir estar entrando no flerte. Ok, ele olhara na direção dos seios dela mas isso era algo que a maioria dos homens não conseguia conter, ele fazia isso com ela quando não estavam juntos. É uma fraqueza masculina e por mais que procurasse algum motivo para justificar que ele errara e por isso ela estava possuida pela raiva, não encontrara. Nathan tinha razão, ela criara um problema. Precisava resolver isso. Precisava acalmar-se e colocar sua cabeça no lugar para então voltar a falar com ele, pedir desculpas.

Se ele não fosse tão prestativo, para não dizer dado com os outros. Se não fosse tão charmoso a ponto de faze-la derreter-se por ele. Droga! O que estava acontecendo com ela? Por mais que pensasse não conseguia achar um motivo lógico para tudo isso. Talvez não tivesse.  Talvez Nathan descrevera bem. Ela estava em crise consigo mesma e usara essa crise para descontar nele.

Era um mix de sentimentos contraditórios que não sabia explicar. Hormônios.Podia ser TPM mesmo. Não que isso justificasse o que vira e o que dissera a ele. Maya estava sim se insinuando para ele apenas para Stana aquilo tomou proporções bem maiores.

Cansada, ela decidiu dormir. Amanhã seria um novo dia para testar seu humor e até compreender tudo o que acontecia consigo nesse momento, ela já decidira que ficaria sem falar com ele, apenas o necessário para manter o ambiente de trabalho bem mas não se aproximaria até estar ciente de que essa crise individual passara.

Na manhã seguinte, ela acordou com dor de cabeça. Os olhos marcados pela olheiras, resultado do choro de ontem. Ela lavou bem a região dos olhos e aplicou maquiagem para esconder as marcas. A caminho do estúdio no metro, ela acessou o twitter e percebeu que não havia muita movimentação naqueles dias. Deparou-se com um post dele.  

“That moment when the person to whom you are explaining something has decided not to understand.” 

Era uma indireta para ela. Sabia disso. Um desabafo. Mais um motivo para ela evitar falar com Nathan hoje. Eles iniciavam um novo episódio. O útimo desse ano. Ia ser um episódio bem interessante para sua personagem, falaria um pouco de seu passado e traria o ciumes à tona para Castle. Esse era outro motivo pelo qual ela precisava estar bem. Os fãs não podia ser vítimas de um momento ruim na vida deles. Quando o diretor gritava ação, Stana tinha a obrigação de esquecer qualquer problema e vestir-se de Beckett trazendo diversão aqueles que os assistiriam.

Na primeira hora do estúdio ela repassou alguns pontos do texto e conversou sobre como deveria se portar nessas primeiras cenas deles que seriam filmadas em sequencia e deu alguns palpites. Assim que chegou, Nathan a cumprimentou numa boa e engajou-se na discussão sobre a melhor atuação das cenas.

Filmaram sem parar até às três da tarde. Cansada, ela aproveitou a pausa para tomar um café enquanto esperava o delivery com seu almoço. A tensão do dia anterior continuava e fizera miséria em seus músculos dos ombros e pescoço. Tudo o que queria era uma massagem. Nathan tinha as mãos perfeitas para isso mas não podia pedir a ele. Por alguns instantes, ela baixou sua cabeça na mesa da mini copa tentando relaxar. Dara a encontrou assim. Sentou-se ao lado dela e com cautela tocou-lhe a mão.

- Hey...

Stana deu um salto. Assustara-se. Ela havia cochilado por alguns minutos.

- O que aconteceu?

- Acho que você cochilou. Está tudo bem? Ou isso é resultado de uma noite muito animada? – pelo sorriso morno, Dara percebeu que ela estava com problemas – é pela sua cara não foi uma boa noite. Quer conversar um pouco sobre o que está te incomodando?
- Ah, Dara. Não sei o que está acontecendo comigo. Ontem eu queria matar o Nathan por causa daquela zinha.

- Aquela menina é bem abusada. Não que ela sabia de vocês dois mas ficou claro que ela estava buscando uma forma de se insinuar para ele.

- Exato! Mas quem disse que ele percebeu ou admitiu que isso estava acontecendo bem na minha cara? Até defendeu a pessoa sabia? Tudo bem que aos olhos dele possa não ter parecido isso e também sei que o meu ciúme falou bem mais alto mas eu me irritei e acabamos brigando. Eu pedi para ele ir embora. Dessa vez, sei que a errada sou eu mas ainda não estou pronta para consertar e admitir, a raiva é grande.

- Você está com raiva dele?

- Não, de mim. Estou irritada comigo mesma por deixar o ciúme me dominar. Sei lá, minhas emoções estão meio conflitantes. Preciso estar bem comigo para então procura-lo. Vou melhorar. O melhor agora é cair de cabeça nessas últimas semanas de trabalho. Tem menos de dez dias pela frente não?

- Sim, e esse episódio fala sobre ciúmes de certa forma e vestidos. Talvez ajude a melhorar como está se sentindo. Teremos uma convidada especial no início da semana que vem, a Frances – ela fez um carinho no braço de Stana – vamos, ânimo! Você vai superar isso logo e quando menos esperar estará nos braços do seu amoreco. Eu sei. Não racionalize demais e viva. Esse é o meu conselho para você – Dara empurrou uma embalagem para ela – acho que isso é para você.

- Obrigada por me ouvir, Dara.

- É só chamar se precisar. Coma e vá até o set do loft. Temos mais duas cenas para filmar hoje. E na quarta você passará o dia olhando alguns vestidos e os provando junto com Luke.

- O vestido de casamento da Kate? Já? – e algo se iluminou no rosto dela instantaneamente. Dara sorriu.

- Talvez, não sabemos ainda.

Stana terminou de comer e sentindo-se um pouco melhor, voltou ao estúdio para filmar. Deixou o trabalho por volta das sete. Aquela era uma sexta-feira estranha. Stana tinha melhorado um pouco seu humor após a conversa com Dara mas ainda sentia-se para baixo, chateada. Chegou em casa e resolveu dar a si mesma um momento de descanso. Um bom banho de espuma ia faze-la relaxar, uma taça de vinho a acompanhou e ao fechar os olhos foi quase impossível não pensar nele. Lembrou-se dos momentos no Hawaii e sentiu um pouco da raiva se dissipar. O sábado e o domingo não foram tão diferentes. Foi um tempo que ela tirou para refletir e a vontade de ligar para ele a perseguiu em alguns momentos desse fim de semana o que apenas provava que estava melhorando mas resistiu a tentação. Queria procurá-lo quando voltasse a se sentir na mesma atmosfera que estava logo quando voltou do Hawaii.

De volta as gravações na segunda, ela começou a entrar no clima do episódio. Moda, vestidos e glamour. Foi apresentada por Terri à convidade especial, Frances Fisher e elas já contracenariam hoje mesmo. Era uma pessoa bem animada, cheia de energia. Stana gostou dela no ato. Dara a procurou para saber se estava melhor mas já no semblante dela era perceptível. Talvez não na proporção que gostaria mas sabia que ela estava melhor.

Na quarta, conforme Dara já havia informado, Stana passou a manhã verificando modelos de vestidos, algumas medidas com salto, sem salto, penteados, tecidos, ela estava maravilhada e super curiosa. Fizeram milhares de perguntas a Luke que foi evasivo em quase todas. Era praticamente um homem de uma resposta só.

- Stana querida, não posso responder isso para você ainda estou na fase de criação... seja paciente docinho!

Ela entortava a boca para ele mas não se dava por vencida. Assim que aparecia uma oportunidade ela tornava a fazer perguntas, instigando de todas as maneiras e com os comentários mais inocentes Luke a revelar alguma coisa. Dessa vez, porém, Stana não teve sucesso. Depois de muito mexerem em modelos, Luke resolveu experimentar um vestido que tinha para tirar a base correta do corpo dela. Era bonito mas certamente nem de longe o que Luke pretendia fazer para Kate Beckett. Mesmo assim pediu para ela vestir.

Obediente, ela aprontou-se e ficou na frente do espelho. A assistente de Luke arrumou os cabelos dela e Stana passou a prestar atenção na imagem ao espelho. De repente, ela se deu conta do que aquilo significava. A possibilidade de casamento de sua personagem era tão importante quanto o seu próprio. A escolha do vestido era um dos elementos que ela sempre sonhara fazer para Kate e para si. Um arrepio percorreu-lhe a espinha, os olhos começaram a arder. Stana foi tomada por uma emoção tão grande que a fez prender a respiração por alguns instantes.

Parecia tão real. Tão íntimo, tão seu. Na ficção era de brincadeira, mas porque seu coração teimava em bater descompassado dentro de seu peito. Por que a emoção a deixava de pernas bambas e a única pessoa em sua mente era o homem que amava. Em que ponto do caminho sua vida colidira com a de Beckett? Afinal, onde a ficção terminava e iniciava a sua vida, a sua realidade ao lado do mesmo homem que a desposaria na ficção? Pela primeira vez, ela entendera que seu sentimento conflitante fora anulado. Ela precisava de um choque de mundos para perceber que dependia apenas dela ser feliz e fazer com que sua vida imitasse a arte provando ser possível viver o romance que adorava e ajudara a criar na tela da tv.

Respirou fundo e abriu um sorriso, lágrimas escaparam escorrendo pelo seu rosto. Ao olhar para ela, Luke teve que sorrir. Para ele era uma reação natural. Que mulher não ficava emocionada ao se vestir de noiva? Não tinha nem ideia da metade das emoções e da descoberta que ele acabara de proporcionar a mulher bela que se admirava em frente ao seu reflexo no espelho.

Stana se virou para ele e o abraçou. Sem entender, ele perguntou.

- O que foi?

- Emoção de ver o que esperei cinco anos para acontecer estar tão mais próximo...tão palpável. Obrigada, Luke.

- Ah, deixe para me agradecer quando for o vestido final, lindinha – e beijou o rosto dela.

Stana foi direto a mini copa na esperança de encontrar Nathan por lá, infelizmente, estava vazia. Ela passou na sala dos escritores e viu Terri e Marlowe discutindo alguns detalhes com Rob sobre um episódio que escreviam. Será que eles sabiam dele? Não custava nada perguntar.

- Pessoal, com licença, vocês viram o Nathan por aí? – Terri ia tirar uma brincadeira mas viu que ela tinha os olhos vermelhos e pensou que talvez não seria uma boa hora para isso.

- Ele estava com Seamus e Frances a meia hora atrás. Já olhou no set do distrito ou – ele consultou o relógio – foram almoçar.

- Tá, tudo bem. Obrigada – e nem sequer deu tempo de Terri perguntar se ela estava bem e como tinha sido a sua manhã com Luke. Mas nem precisou morrer de curiosidade. Cinco minutos depois, Luke apareceu contando todas as novidades da sessão com Stana, inclusive que ela não só se emocionara como chorara também. Isso ajudou Terri a entender o que aqueles olhos significavam.

Stana rodou quase o set todo para encontra-los na entrada do estúdio voltando do que parecia ter sido uma farra de almoço. Sentiu uma pontada de inveja por não ter participado disso mas certamente não poderia já que havia cinco dias que ela não falava direito com Nathan. Apenas o necessário do ambiente de trabalho sem perder a simpatia como várias vezes fizera antes mesmo de estarem juntos. Ao vê-la, Seamus foi logo falando.

- Onde você estava mulher? Queriamos te chamar para almoçar conosco mas você sumiu! Nathan disse que estava numa missão secreta. O que era?

- Deixa de ser curioso, Seamus. Não posso falar. E agora pelo que vi vou ficar com fome – ela fez uma carinha de decepção mas Seamus se antecipou e cortou qualquer possibilidade de Nathan tentar fazer um agrado a mais a Stana.

- Que isso! Você não foi mas Nathan pensou em você e trouxe algo que você deve apreciar. Ele não ia esquecer de você – Seamus sorria e Stana olhou para Nathan que sorria também, estendeu a sacola para ela que não pode deixar de suspirar com o gesto.

- Obrigada, Nate... acho que vou para a mini copa comer.

- Iremos todos pois estou desejando um café, Nathan não quis parar na Starbucks porque queria logo trazer seu almoço – disse Frances e ao chegar mais perto dela falou baixinho – ele é um cavalheiro e simplesmente apaixonante, diria que arrasta um caminhão por você, só pelo jeito que a olha e pelo semblante ao falar de você. Seu nome é doce nos lábios dele, menina. Se ainda não aproveitou isso, não sabe o que está perdendo – e piscou para ela. Stana deixou ela andar na sua frente para sorrir e balançar a cabeça achando graça. É incrível como Nathan conquistava a todos e eles sempre queriam dar conselhos a ela para ficar com ele.

Sentou-se na mesa e retirou o conteudo da sacola. Sushi. Ela procurou o olhar dele e agradeceu silenciosamente. Sabia que ele entenderia. Enquanto ela comia, os demais conversavam alegremente. Ela pressentiu que ele a observava. Por várias vezes, eles disfarçaram estarem olhando um ao outro. Ela parou de comer e o encarou por uns segundos. Ele não entendeu o por que daquele olhar. Aliás, esses últimos dias ele já não procurava entender algumas atitudes de Stana.

Ela se levantou quando terminou para servir-se de um pouco d’água. Ao passar por ele, repetiu um gesto bem característico de Beckett. Esbarrou nele com o ombro e sorrindo falou.

- Obrigada pela almoço, estava delicioso.

- Não ia esquecer de você, aliás espere um pouco – ele enfiou a mão no bolso e puxou um bombom, uma trufa de chocolate branco e amendoas – quase deixei escapar a sobremesa. Ela pegou o doce da mão dele e como uma criança abriu-o na mesma hora. Provou.

- Delicioso – ela checou o relógio e se assustou – nós não devíamos estar gravando?

- Com certeza! – era Chad – que farra é essa por aqui? Nathan e Stana preciso que vocês troquem de roupa. Vamos filmar mais cenas internas para concentrar as externas no fim da semana. Falando nisso, antes que eu me esqueça amanhã Marlowe e Terri querem dar uma palavrinha com todos as 8h da manhã, não cheguem atrasados.

- Sim, senhor! – brincou Nathan.

- Vamos! Levantem esse traseiro e já pro trabalho – ele mesmo desatou a rir do jeito como falara com eles. Assim, desperçaram.

Gravaram mais duas cenas com os rapazes e encerraram a noite. As despedidas foram formais como um simples boa noite, até amanhã mas assim que pisou fora do estúdio, Stana enviou uma mensagem para ele.

“Nate, posso passar na sua casa hoje à noite?” – ela enviou com medo da resposta. Talvez estivesse chateado com ela e arrumado um programa para fazer já que ela não falava com ele desde a sexta passada. Não, se tivesse com raiva não tinha levado almoço para ela hoje e nem o bombom. No fundo, estava ansiosa para falar com Nathan e esperava uma resposta positiva dele. Cinco minutos se passaram e ela já tinha perdido as esperanças. Estava a ponto de mudar a sua estratégia e ligar logo para ele quando uma mensagem chegou.

“Vou ao supermercado. Por volta das 9h está bom?” – ela suspirou aliviada. Respondeu quase imediatamente não se preocupando em  parecer ansiosa ou carente.

“Ok, estarei lá. X S”

Satisfeita ela foi para casa. Tinha que se preparar para falar com ele.


Residência do Nathan Fillion – 9pm


Stana saiu de casa por volta das nove para não parecer ansiosa. Pensou em mandar mais uma mensagem mas desistiu. Vinte minutos depois chegou. Desceu do taxi na esquina e fez o resto do trajeto à pé. Ela vestira uma calça, botas, uma blusa branca de gola alta e o sobretudo. Tocou a campainha e esperou. Logo ele apareceu na porta.

- Hey...

- Stana, entre. Acabei de arrumar as compras. Ia começar a preparar algo para comer. Você já jantou?

- Não, eu apenas tomei algum copo de suco, eu almocei tarde lembra?

- Sim, você se incomoda de conversarmos na cozinha enquanto faço algo? – ela reparou no jeito dele, tentava parecer frio, casual. Ela estava um nervosismo só.
- Claro – ela tirou o casaco e colocou no armário próximo a porta de entrada.

- Quando você me mandou a mensagem estranhei. Pensei que só nos veríamos amanhã no trabalho – ele falava e começa a cortar verduras e colocar panelas no fogo.  

- Não, aconteceu algo hoje que eu não podia deixar passar. Precisava falar com você. Não podia adiar isso.

- Então, é sério? Tem a ver com a nossa última conversa? – ele abrira um pacote de macarrão e colocava-o na água fervendo.

- Sim... – ela esfregava as mãos nas calças, ele percebeu o nervosismo – quero te falar uma coisa – ela virou-se de costas para ele e passou as mãos pelo cabelo, fechou os olhos e se concentrou para dizer tudo o que queria para Nathan, tornou a olhar para ele – Nate, preciso te pedir desculpas. Sim, eu sinto muito. Eu não sei o que estava acontecendo comigo realmente na semana passada. Era algo muito estranho. Eu... – ela percebeu que ele largara a faca, lavara as mãos e andou para ficar de frente para ela.

- O que aconteceu com você, Stana?

- Eu... eu tive uma crise feia de ciúmes, não por sua culpa. Eu simplesmente me irritei com as cenas que vi e as levei a grandes proporções. Acabei gerando uma confusão dentro de mim que nem eu mesma conseguia entender e controlar. Bateu a insegurança, medo e um pensamento de perda como se você fosse me deixar a qualquer momento. Você não fez nada. Eu surtei e me odiei por isso. Por me senti tão vulnerável, tão dependente de um sentimento que me domina 24 horas por dia. Eu ainda não estava pronta para te encarar e reconhecer que estava errada. Mas hoje quando eu estava experimentando as roupas com Luke, ele me fez colocar um vestido de noiva para ver as medidas corretas do meu corpo e de repente ao me deparar com a imagem no espelho, um filme passou em minha mente. Cinco anos Beckett esperou para que o sonho de um amor puro a encontrasse e tornasse a possibilidade de casar e constituir uma família real. Agora isso está prestes a acontecer com ela, Nathan.

- Então eu me dei conta que em algum momento, a minha história e da Beckett colidiram, elas estavam ali desde o piloto e porque não dizer desde os testes quando eu pedi para você cortar a minha blusa? Seus caminhos tiveram rotas diferentes mas buscavam o mesmo final, o mesmo propósito. Quando me vi diante do espelho, o meu reflexo mostrou o quanto eu estava errada em me penitenciar por nada. Estava perdendo meu tempo e tudo fez sentido para mim. O meu amor por você é tão maior que qualquer outro sentimento fraco, qualqer raiva, ciúmes ou irritação. Ao ver o desejo de Kate aflorar naquele espelho, eu também vi a vontade da Stana em querer correr para os seus braços e confessar que ficar longe de você é a coisa mais difícil do mundo. Eu não sei onde essa estrada pode nos levar, apenas sei que quero atravessa-la ao seu lado.

Houve um momento de silêncio entre eles. Nathan reparou que os olhos dela estavam marejados de lágrimas. Ele não sabia ao certo o que dizer ou fazer. Ela não somente reconheceu o erro e pediu desculpas como se declarou novamente para ele. Nathan não precisava fazer nada realmente. Foi Stana quem deu o próximo passo. Os rostos deles estavam quase colados e antes de tentar outro movimento, ela sussurrou fitando os olhos azuis.

- Você merece um pedido digno de desculpas, Nate... – e puxou a nuca para colar os lábios aos dele. Beijou-o com tamanha intensidade como se fosse um viajante perdido a cem anos no deserto e essa fosse a sua única fonte de água. Devorava cada centímetro daquela boca, o corpo colado ao dele. Nathan a agarrou pela cintura e deixou os braços a envolverem totalmente. Quando finalmente ela afastou os lábios dos dele, ele percebeu as lágrimas na face dela. Limpou com carinho e sorriu. Continuou a beijar o pescoço dela e Stana já sentiu o arrepio dominar-lhe o corpo. Gemeu e confessou.

- Por muito pouco não te agarrei hoje naquele set... especialmente depois do bombom.

Ele beijou a orelha dela e sorriu – Se vendendo pelo doce, Staninha?

- Ah, que saudades de ouvir isso... diz de novo Nate.

- Staninha, minha Staninha... – e a beijou novamente. Brigar era bem ruim mas fazer as pazes era melhor ainda. Perderam a noção do tempo diante de tanta saudade até o momento que um cheiro estranho chamou a atenção dela. Nathan estava tirando a blusa dela a ponto de puxa-la sobre a cabeça, assim que o fez, ela sussurrou para ele.

- Acho que a sua massa está queimando...

- Deixa queimar... – ela riu.

- Se a casa for pegar fogo que seja por causa de nós e de sexo não por um incêndio provocado por uma panela queimada. Já pensou os bombeiros chegando aqui e atrapalhando nossa noite de amor?

Agora era ele quem ria. Se afastou dela e foi andando na direção do fogão. Desligou.

- Você não existe, amor... quem ia se lembrar de bombeiro?

- Como não poderia? Com o fogo que estou aqui, nem bombeiro pode apagar – ela abriu a calça que vestia e a tirou jogando no chão, colocou a mão na cintura e provocou – quer tentar, Nate?

Ele não se fez de rogado, arrebatou-a do chão e levou-a direto para o quarto colocando-a sobre a cama e jogando seu corpo totalmente sobre o dela. As últimas palavras de Stana foram o nome dele e uma série de gemidos quando ele arrancou-lhe a calcinha e a provou.

No dia seguinte, todos estavam reunidos na sala dos escritores para a tal reunião informada por Chad. Terri e Andrew conversavam alegremente esperando o último membro do cast chegar. Ninguém menos que Nathan. Já entrou na sala quinze minutos atrasado todo atrapalhado, ofegando e pedindo desculpas.

- Desculpem o ... atraso. Eu tive um ... pequeno problema em casa...sim. É, foi um – ele sentou-se na cadeira mais próxima – um princípio de incêndio. Bombeiros e enfim... desculpe novamente. Pode começar a reunião.

- Está tudo bem com a casa? Algum problema mais grave? – Terri perguntou.

- Não... a perda foi mínima, uma panela tostada e um pano de prato. Esqueci o macarrão que cozinhava no fogo, acabei dormindo no sofá e acordei quando os bombeiros gritavam na porta. Sprinkles vazando, alarme gritando. Tive que esperar eles terminarem a perícia e fazer a vistoria completa. Obrigado por perguntar, Terri – Stana baixara a cabeça tentando segurar o riso.

- Já que o Nathan está inteiro, vamos dar inicio a nossa reunião. Será bem rápida, trata-se de uma proposta para vocês. Sei que estavamos na reta final dos trabalhos antes da nossa parada das festas de fim de ano e todos estão cansados e loucos por um tempinho para relaxar. O ritmo desde as vésperas do thanksgiving veio acelerado para conseguirmos filmar dentro do nosso cronograma e conseguir encaixar as participações especiais que tivemos. Foi assim que anteontem, eu e Marlowe chegamos a cogitar uma ideia que estamos dispostos a fazer se vocês toparem.

- E o que seria essa proposta?

- Nossa gravação do episódio catorze deve terminar dia 19, quase às vésperas do natal. Sendo assim, pensei em trabalharmos sábado e domingo o que faria encerrar o período na terça dia 17. Topam trabalhar o final de semana?

- Por mim tudo bem – disse Stana.

- Eu também topo – Nathan e Jon responderam quase ao mesmo tempo seguido de Seamus e os demais.

- Frances tudo bem para você?

- Sim, pode contar comigo.

- Ótimo, vamos providenciar tudo e já aviso que deveremos fazer as externas no sábado e domingo. Vocês realmente estão loucos para terminar não? E riu com eles.

Se o ritmo já estava acelerado, ficou ainda mais. Ninguém reclama é claro, para dizer a verdade eles estavam se divertindo em plena manhã de sábado. O clima em Los Angeles parecia querer esfriar em meados de dezembro. Stana não contara com isso quando saíra de casa às sete da manhã. Ela acabara de pedir a Nathan para comprar café para ela e Francis enquanto se enrolavam mesmo com o casaco de sua personagem. Em uma das esquinas, havia uma loja de antiguidades e o dono parecia ter acordado em clima de natal para trabalhar. Várias canções clássicas de natal já tocaram naquela manhã e mais uma iniciava-se. Ao ouvir os primeiros versòes, Stana riu da sua própria situação, a música caíra feio uma luva para ela a única diferença era que ao contrário do casal que cantava, ela estava do lado de fora.

E foi ouvindo “Baby, it’s cold outside” que ela teve a idéia de mexer um pouquinho com os seus fãs e seguidores. Com o celular nas mãos, ela vasculhava o seu photostream em busca da imagem que combinava muito bem com essa frase. Ao achar, ela copiou e estava postando quando Nathan chegou com o café.

- Aqui, Stana – ele encostou sua mão na dela e percebeu o quanto ela estava gelada.

- Só um minuto, Nathan. Deixa eu terminar essa postagem – a foto carregou e ela apertou o botão – pronto – meteu o celular no bolso do casaco e pegou o copo quente das mãos dele. Ao sorver o primeiro gole gemeu de satisfação.

- O que você já está aprontando na internet? – ele perguntou curioso.

- Cheque minha pagina se quer saber – ele pegou o celular mas antes que pudesse checar, o diretor os chamou para voltar a gravar. Nathan ficou na curiosidade até o outro intervalo. Stana ao rechecar suas replies, viu que uma garota disse que ela havia apagado o post. De cara respondeu e avisou que não fizera nada disso. Para reafirmar que sua foto estava na sua timeline, repostou. Dessa vez, Nathan conseguiu ver o que ela fizera e sorrindo apenas pode dizer.

- Você não presta. Olha a loucura na rede social por causa desse post, Stana. Pare de atiçar nossos fãs, alimentar a esperança deles. Será que não dá para parar de ser shipper um segundo?

- Não dá, e além do mais é natal. Me animei com toda essa música tocando ao nosso redor, o frio aqui fora mas para seu governo, posso ficar bem quente rapidinho se você quiser mais tarde – ela sussurrou bem ao lado dele para não dar bandeira – pode ser um caso para bombeiros novamente.

- Controle-se mulher... por sua culpa eu cheguei atrasado na reunião. Se não tivesse insistido e me atacado logo às sete da manhã, eu tinha chegado inteiro e no horário, sua maluca.

- Você bem que gostou... – foi a réplica que ela dera a Nathan.

Checando mais uma vez o telefone, outra pessoa dissera que a foto havia sido deletada. Novamente, ela repostou. Intrigada por saber o que poderia estar acontecendo ela chamou por ele.

- Nathan, o que será que está acontecendo com o twitter? Estão dizendo que apaguei a foto que postei e não fiz isso, já repostei três vezes. Será que fiz algo errado? Veja aí se consegue encontrar a foto – Nathan pegou o seu celular e entrou no perfil dela. Tudo normal. Checou a sua própria TL, também conseguia ver inclusive as três postagens.

- Está tudo direito. Veja só. – Stana ficou ao lado dele enquanto Nathan mostrava as postagens e fazia comentários sobre os surtos que os fãs realizavam em plena muvuca pela página dos dois. Ela ria de algumas respostas e insinuações. Satisfeita pela pequena bagunça que causara, ela voltou a gravar dessa vez com Frances. Ao final da noite, eram quase nove horas quando encerraram as gravações, tudo que Stana queria era ir para casa pois teria que estar às seis da manhã em estúdio novamente. Quando estava se despedindo porém, Frances a chamou e pediu para tirar uma foto com ela e Nathan a fim de registrar o momento. Ela estava tendo uma experiência maravilhosa e única com eles e precisava compartilhar sua alegria com os outros.

Nathan ficou um pouco relutante. Fazia um bom tempo que ele e Stana não tiravam uma foto juntos. As exceções eram os stills de bastidores quando estavam filmando mas posar para isso era algo que evitavam justamente para não dar o que falar. Stana porém o convencera a atender ao pedido de Frances. Ela estava adorando trabalhar com eles e a recíproca era verdadeira. Assim, a fotografia foi tirada e Frances não apenas postou como marcou os dois no tweet que escrevera. Stana não deixou por menos e respondeu a ela que fariam de novo amanhã. Às vezes, o próprio Nathan resolvia deixar de entender as intençòes de Stana com o fandom ao fazer isso. Era fato, ela adorava uma boa indireta e provocações.

Estavam tão cansados que cada um seguiu para sua casa. Falaram-se apenas por telefone quando Nathan sugeriu que eles se encontrassem na casa dele para comemorarem o natal no dia 20 pois ainda poderiam passar o sábado juntos. Disse também que ela não precisaria se preocupar com comida. Ele encomendaria uma ceia para os dois. Stana adorou a ideia principalmente por saber que Nathan viajaria com a família no domingo seguinte e ela precisava se despedir apropriadamente dele.

O domingo de gravações fora ainda mais puxado que o dia anterior mas a atmosfera de natal estava presente entre eles e tudo parecia fluir melhor do que o planejado. Novamente, Stana resolveu mexer com o fandom depois que viu a repercussão do seu “baby, it’s cold outside” entre eles. Escolheu mais uma foto deles para postar. Agora uma colagem de um photoshoot que fizera com Nathan entre a terceira e a quarta temporada. Como frase, ela escreveu : “Take that, Twitter! Casketting like a Boss!”
Ao ver o que ela fizera, Nathan apenas rira e piscara para ela repetindo a máxima.

- Sempre aprontando como uma verdadeira shipper não, Stana?

Ao final do dia, Terri reuniu a todos e agradeceu. Comunicou que foram dois dias muito produtivos e que por conta disso, ela acreditava que estariam finalizando na terça pela manhã. Além disso, falou que realizaria uma pequena confraternização natalina no último dia e contava com a presença de todos para um pequeno brunch. Despediu-se e desejou um bom resto de domingo para todos e esperava-os no estúdio amanhã às sete.


Stana estava se sentindo fraca e um pouco enjoada. Ela não sabia o que podia ser mas achou que o sanduiche de frango natural e o pedaço da torta de morango que comera no meio da tarde não lhe caíra bem. Foi direto para casa descansar pois estava muito sonolenta. Nathan deu uma carona a ela e a Frances. Stana foi a primeira a ficar em casa e se despediu dele com um beijo no rosto desejando boa noite. Mal entrou em casa, foi apenas o tempo de tomar um banho e desmaiar na cama.

Continua... 

3 comentários:

Nicole disse...

"Stana estava se sentindo fraca e um pouco enjoada..."
Isso é o que eu acho que é?? Por favor diga siim *-* sou mto louca por babies, especialmente Stanathan.. (já até enxerguei coisa naquele surto de ciumes louco dela :p)

Unknown disse...

OMG!!!!!!!!!
A coisa foi tensa nesse cap. AMEIIIII,Stana manda as indiretas(diretas) dela por cima dos saltos,tem meu respeito...Nate ñ ver maldade na bitch,ACORDA PRA JESUS FÍO!!!!!!
Nada como ter a Dara como.aliada kkkkkkkkkkkkk e sobre o confronto Stanathan,perfeito e me tirou o.folego,dim Nate teu passado te condena e a fazer as pazes depois de um desestendimento é tãoooooo bom.Stana passando mal?!Sei,sei...vou ali perguntar a minha mãe o.que isso significa ¬¬
Esperando o proximo cap. =)

cleotavares disse...

Gente! amei. Estava sem tempo para ler, mas agora li tudo de uma só vez. O fogo desses dois, não tem bombeiro que apague. Parabéns! Mais uma vez, capítulos lindos.
Aguardando o próximo e que a Stana apareça, nem que seja neja fic,kkkkkkk