Nota da Autora: Um pouco de tensão faz bem mas confesso que os últimos acontecimentos no twitter mexeram comigo e deixaram o rumo da história um pouco indefinido. Esperarei até o PCA mas acredito que serei obrigada a escrever um fim logo,logo para essa fic. Anyway, Enjoy!
Cap.13
Raleigh Studios
9 am
Stana chegou para trabalhar na
manhã sendo apenas sorrisos. Ela conseguiu disfarçar o pouco bronzeado que
adquiriu no Hawaii. A primeira pessoa que ela encontrou no set foi Dara.
Cumprimentou-a e avisou logo que ia direto para a maquiagem. Dara sorriu e
assim que encontrou Terri foi logo comentando.
- Alguém viu passarinho verde.
Stana chegou numa alegria só!
- Você sabe o que é isso.
Deixa, faz bem a ela.
Logo depois foi a vez de Nathan
andar pelos corredores buscando falar com todos que cruzavam seu caminho.
Encontrou Stana já no set de filmagens onde continuariam o episódio treze ainda
estavam na metade dele. Falou com ela como se realmente não tivessem se visto
durante o feriado.
- Oi, Stana. Tudo bem? – deu um
beijo no rosto dela – como foi de feriado?
- Muito bom, tranquilo. Na
companhia agradabilíssima de quem eu amo – ela olhou meio sonhadora para ele –
minha família. E o Hawaii? Você foi mesmo?
- Sim, fui massacrado no
campeonato de videogame. Eu pratiquei tanto Xbox e chegou lá levei uma surra
surpresa de PS4, a pessoa arrasou comigo – ela viu quando ele fez cara de
safado e mordeu os lábios – tenho que tirar o chapéu. Mas voltando a realidade
certo Chad?
- Claro!
Eles não tinham necessidade de
falar sobre o feriado como um disfarce se quisessem mas seria melhor para dar a
história um tom realista. Conversaram um pouco mais com Chad e assim que Seamus
e Jon chegaram, começaram a filmar. O clima do set estava uma maravilha.
Durante um dos intervalos de gravação quando Nathan e Stana tomavam um café,
foram surpreendidos por Terri. Ela fez questão de mexer com eles pois a
felicidade estava estampada no rosto de Stana.
- Hey, pessoal! Bom ver vocês
de novo. Stana....nossa! Você parece estar cada dia mais bonita. Como consegue?
Me conta o seu segredo.
- Não tem segredo nenhum. Só
revigorada depois de um excelente feriado com a minha família mas claro que
isso acontece quando estamos com quem gostamos não?
- Você está certa. Vejo que o
Hawaii lhe fez bem também, Nathan. Está relaxado e bronzeado. Isso é bom porque
temos ainda muito trabalho até entrarmos de recesso para as festas.
Trabalharemos até o dia vinte pelas minhas contas. O bom é que a atmosfera no
ar está ótima.
- É a proximidade do natal,
Terri.
- Sim, concordo. Enfim, bom ter
vocês de volta. Vamos trabalhar?
- Continuar você quer dizer –
brincou Stana arrancando risada dos dois.
Os primeiros dias de trabalho
foram uma verdadeira maravilha. O ambiente estava cheio de risadas, as
conversas com os colegas era motivo de alegria e já falavam das festas de fim
de ano. Dezembro era um mês diferente naquele set talvez porque todos são muito
apegados à tradições natalinas. Mesmo com o clima agradável no set, Nathan e
Stana continuavam a fingir estarem alheios à vida do outro, ao mundo do outro.
Enquanto isso, como que para testar o quanto eram capazes de suportar
adversidades, els que surge um novo obstáculo para eles porque claro, nem tudo
são flores em um relacionamento secreto.
Stana já não tinha gostado do
jeito como Maya, a atriz que faz a técnica de informática do distrito se
comportara na frente de Nathan. Desde a última vez que filmaram juntos, ela
reparou na forma como a moça se dirigia aos rapazes e especialmente a Nathan e
não inspirava confiança. Ela tinha um jeito de quem se utiliza de pequenas
coisas para se aproximar e dar o bote. Foi exatamente essa impressão que Stana
teve essa manhã ao ve-la no set com Jon. Aparentemente, a boa atmosfera estava
fadada ao fracasso caso a atriz demonstrasse qualquer interesse em Nathan por
menor que fosse.
E a desconfiança de Stana se
confirmou nos primeiros contatos de Maya com o seu namorado. Era um típico caso
de não se meter onde não fora chamada mas era exatamente esse o propósito dela.
Queria achar um meio de se aproximar do homem charmoso e disponível. Como não
poderia aproveitar a oportunidade de tirar nem que fosse uma casquinha de
Nathan Fillion?
Começou de maneira sorrateira,
como quem não quer nada. Sabia do amor dele por tecnologia e ao vê-lo
conversando com um dos rapazes da iluminação e mostrando algo no celular, ela
considerou esse momento como uma deixa para se aproximar. Stana que ensaiava
algumas de suas falas, vira tudo de longe.
- Oi, rapazes. O que tem de tão
interessante nesses telefones que vocês não tiram o olho? Por acaso não é foto
de mulheres, vocês sabem, sensuais e afins ou seria?
- Não! Nathan estava apenas
mostrando um novo apps para nós – disse o técnico – ele recebeu a indicação via
twitter de um amigo.
- Twitter? Ah eu não uso.
Somente facebook. Na verdade, eu criei uma conta porque acho importante ter
acesso a várias redes sociais mas não sei usar aquilo direito, uso muito pouco.
- Isso parece meio irônico não?
Você faz o papel de uma técnica e não sabe twittar? É até engraçado.
- Ah, por isso somos atores
Nathan. Mas adoraria aprender as melhores funcionalidades dessa rede social –
foi quando ela jogou a isca que Stana previra que faria – conhece alguém expert
e que esteja disposto a me ensinar? – a forma que pedia fazia Stana bufar mas
ela precisava se controlar. Foi o técnico de iluminação quem sugeriu.
- O Nathan é o cara que domina
essa rede aqui. Sabe como é geek, nerd, não podia dar em outra. Ele pode te
ensinar. Certo, Nathan?
- Claro, mas não tem muito
mistério. São regras básicas. Depois que você pega o jeito é bem tranquilo.
- Ah, que ótimo. Quando podemos
começar professor? – ela falou de um jeito manso quase sensual, quando escutou
o pedido, Stana resolveu cortar as asinhas dela.
- Nathan, Dara está chamando a
gente para discutir uma cena. Quer fazer alguns ajustes no texto, vamos?
- Claro! – ele virou-se para
Maya e completou – que tal no próximo intervalo?
- Ótimo – Maya respondeu
virando sua atenção para um dos outros rapazes ali por perto. Stana por sua
vez, não desviava o olhar de Nathan para saber o quanto essa suposta
concorrente estava chamando sua atenção. Mordia o canto da boca torta, sinal
clássico de irritação dela. Os dois saíram caminhando em direção a sala dos
escritores, Stana esperou até estarem em outro espaço para não levantar
suspeitas. No meio do corredor, o puxou para outra sala.
- Stana, o que está fazendo? A
Dara está nos esperando... – ele então fitou o olhar dela e percebeu que havia
algo errado – não tem nenhuma discussão de cena certo? Isso foi ciúmes Stana?
Me arrastou aqui por causa de Maya?
- Não, Nathan. Ainda não se
trata de ciúmes. Isso é apenas um pequeno aviso. Maya não está interessada em
aprender rede social, ela está interessada em você, tirar uma casquinha. Só
estou avisando de antemão.
- Você não pretende fazer
nenhuma cena aqui, por favor Stana. Já digo que você está vendo o panorama de
maneira errada. Não existe esse tipo de interesse entre nós. Não podemos nos
expor.
- E você acha que eu sou mulher
de me expor? De fazer cena? Claro que não, Nathan. Mas não é por isso que vou
aceitar qualquer coisa. Dê ouvidos a ela, ultrapasse o limite e você verá como
posso sair dessa por cima do salto – ela já virara as costas para ele quando
tornou a fita-lo – ah! antes que eu me esqueça. É você quem normalmente não vê
o quadro por inteiro. Não seja ingenuo e por favor, não dê uma de Castle.
Ele ficou parado. Melhor não
revidar as palavras dela. Stana era meiga e educada mas não deixava ninguém
pisar nos calos dela. E ela sabia como ninguém jogar indiretas sem descer do
salto.
No dia seguinte, eles tinham
duas cenas para filmar no distrito e uma apenas dos dois sozinhos para encerrar
o episódio. As do distrito envolviam Maya
que seria uma ótima oportunidade para avaliar como seria o comportamento
da pessoa perto de Nathan. Como se Stana estivesse pressentindo, tudo o que
avisara Nathan acontecia diante de seus olhos. Maya se aproximou dele antes da
primeira cena para mostrar seu perfil no twitter e pedir ajuda. A forma como
ela balançava a cabeça propositalmente para mexer o cabelo e espalha-lo na cara
de Nathan chegava a ser ridícula. As perguntas eram as mais idiotas possíveis.
Nathan aparentemente se comportava mas homem é homem, pelo recado ele deveria
estar mais esperto quanto a tentativa de aproximação da moça. Stana observava a
palhaçada quando Dara chegou ao lado dela e comentou baixinho.
- Qual é a dela? Está a fim de
fisgar o bachelor ou apenas te irritar?
- Fisgar mesmo porque ela não
sabe que eu e o Nathan, você sabe. Quer tirar uma lasquinha, isso sim! – ela
viu o jeito que Maya tocava no braço dele ficando permanentemente lá - Não se
preocupe, vou dar um jeito nisso. Se quiser ajudar... – conseguira deixar Dara
curiosa e no mesmo instante a seguiu para ver o que Stana ia fazer. Nada de
cena ou barraco. Ela apenas se aproximou deles e ficando do lado dela,
comentou.
- Aumentando o vício Nathan?
- É, ele está me ensinando a
usar o twitter – Maya acariciava o braço dele nesse momento, sua mão para cima
e para baixo. Stana percebeu que ele congelou como sempre fazia quando estava
em uma situação embaraçosa ou que tinha ultrapassado algum limite.
- Que ótimo! Eu uso bastante o
twitter – o sorriso era tão ironico quanto a voz mas seria algo apenas
perceptivel por ele – você não usa as duas mãos para digitar? É bem mais
rápido.
OUCH! Dara pensou. Ele percebeu
mas infelizmente Maya não, ou se entendeu o recado continuou tocando-o para
provocar. No fundo, a indireta de Stana não a incomodou porque não percebeu que
era realmente isso. Para ela fora apenas um comentário.
- Ah, nesses smartphones basta
uma mão mesmo. São bem simples, não acha? – Maya voltou-se para Nathan – olha,
é assim que deve ficar? – e mostrou a tela do celular para ele. Stana viu que
além da tela ele fitara outra coisa, os seios de Maya. Ótimo, ele fizera tudo
que ela pedira para não fazer, dera uma de Castle.
- É verdade, são sim da mesma
forma que o twitter é – sempre sorrindo ela dava suas tacadas. Nathan fingiu
coçar a cabeça para livrar-se do toque de Maya, ele estava visivelmente
incomodado. Dara resolveu ajudar aos dois sem precisar levantar suspeitas para
o lado de Stana.
- Sei que vocês estão se
divertindo aí mas que tal trabalhar um pouco? Ou não querem tentar ir para casa
mais cedo? – ela sorriu para Stana – Nathan você e Stana precisam revisar as
falas antes ou podemos filmar direto?
- Não, vamos logo filmar.
Certo? – ele falou olhando para a mulher ao seu lado nada satisfeita.
- Sim, direto ao ponto.
Após filmarem a cena, ela
decidiu que precisava de café e também ir ao toilete antes da próxima cena.
Quando estava saboreando o café, ela checou um alerta que recebera no celular.
Maya acabava de postar uma foto e marca-lo no tweet. Essa guria só podia estar
de brincadeira. Mas não ia alfineta-la novamente, a menos que a insinuação dela
se torna-se pesada demais. Nathan que se cuidasse porque ia sobrar para ele.
Isso ela já decidira.
Eles filmaram a última cena e
novamente Stana presenciou outros chavequinhos de Maya para Nathan. Ficou
calada. Quando Maya veio se despedir dele com um beijinho no rosto, Stana teve
que se segurar para não fuzila-la. Respirou fundo. Ela também veio falar com
Stana e a mesma munida de toda a paciência e educação que tinha, mostrou-se a
simpatia em pessoa.
- Obrigada por mais uns dias
nesse set e na sua companhia.
- Ah, que isso. Espero que você
volte logo. Boas festas.
- Pra você também. Quando Maya
já estava longe, Stana se deu o direito de bufar. Ah, Nathan Fillion você me
paga! – ela pensou. Fazia tempo que não ficava tão irritada com ele. Nem
adiantou alerta-lo. Cansada e chateada, ela resolveu ir para casa sem falar com
ele.
Mais tarde, Stana assistia a um
programa de culinária na tv enquanto saboreava um sorvete como sobremesa,
depois de jantar. Essa era uma desculpa já que o único propósito do sorvete era
amenizar a irritação que sentia pelo episódio de hoje. Como Nathan podia se
deixar levar por uma história tão idiota? Não viu que era apenas um pretexto? O
celular indicava uma mensagem.
“Onde você está? Foi embora sem
falar comigo,amor? Posso ir ao seu apartamento?” – ao ler, tomou a decisão
sabia que não estava pronta para olhar na cara dele ou podia ser pior.
Precisava se livrar da raiva.
“Cansada e com dor de cabeça,
já estou deitada” – um minuto depois, veio a resposta.
“Entendi. Você está chateada
comigo por hoje.” – quando ela não respondeu, no próximo minuto ele enviou
outra – “Apenas queria entender o que exatamente eu fiz...” – aquilo somente a
deixou com mais raiva e respondeu.
“Nada.” – colocou no silencioso
e jogou o telefone em cima do sofá decidindo ir para seu quarto. Esse foi o
motivo pelo qual não viu as dez ligações feitas por ele e mais outras tantas
mensagens. Ela estava deitada quando a campainha tocou. Uma, duas, três vezes e
não parava era realmente insistente. Tinha uma vaga ideia de quem poderia ser. Levantou-se
e abriu a porta após ver a silhueta dele pelo olho mágico.
- O que faz aqui, Nathan?
- Você não respondeu minhas
mensagens, não atendeu o telefone... fiquei preocupado.
- E por acaso você não pensou
que eu não queria falar contigo? Isso não te ocorreu nem por um minuto?
- Ouch! Se quer brigar comigo,
pelo menos faça dentro do seu apartamento porque eu sei que você não quer
chamar a atenção de seus vizinhos. Vai me deixar entrar?
Ela abriu um pouco mais a porta
e se afastou dando passagem a ele. Não queria descontar nele mas sua raiva era
maior. Engoliu em seco e fitou-o. Permaneceu em silencio por um tempo que se
tornou constrangedor entre eles. Nathan decidiu falar primeiro, quem sabe não
conseguia amenizar as coisas?
- Stana, olha eu realmente não
sei o que te deixou tão irritada. Eu apenas fiz um favor a alguém. Levei em
consideração o que você falou. Maya pode até ter passado uma outra ideia mas
isso não fez diferença para mim. Ela queria umas aulas, dei as dicas. Somente
isso. Não sei porque você levou para um outro lado de flerte pois não existiu
nada disso. Talvez tenha escolhido uma hora um pouco inoportuna e sem motivos
para demonstrar ciumes. Não é que não goste, me sinto lisongeado até com o seu
gesto mas foi totalmente sem respaldo. Você pegou um pouco pesado nas indiretas
não acha?
- Peguei pesado? Puxa que pena,
sabe Nathan acredito que não precisa se preocupar. Dada a dificuldade da moça
em mexer nas redes sociais a ponto de precisar de um professor, duvido que
tenha entendido minhas indiretas – ela frizou o “professor” formando as aspas
na frente dele – o mais bonito é ver que você quer dar razão a ela, olha que
rapaz mais sensato!
- Stana não precisa ofender, o
que ela fez para você?
- Eu estava irritada com ela
mas agora você está me fazendo ficar irritada com você! Sabe muito bem o que
ela fez. Aquela zinha deu em cima de você e não se faça de ingenuo porque isso
você certamente não é.
- Ela apenas queria minha
ajuda!
- Ajuda? Ela queria era outra
coisa! Ela queria te levar pra cama. Aquilo foi apenas uma desculpa para ficar
a seu lado e se insinuar. Ela pensou o bonitão está solteiro, é rico, vou
aproveitar para me dar bem e você vai me dizer que caiu no conto do twitter, ah
por favor! Não subestime minha inteligência. Que dificuldade se tem em usar o
twitter? Até uma criança sabe usar isso! – e por fim ela explodiu – Não... ela
queria era uma desculpa para te tocar, se insinuar para ter você bem envolvido
e depois dar o bote!
- Stana, para! Mas ela
continuou.
- Você fez a única coisa que
pedi para não fazer... você deu uma de Castle! Eu vi você olhando para os
peitos dela, Nathan. Poxa! Na minha frente! – ela estava se segurando para não
deixar as lágrimas cairem mas uma delas escapou – ali, bem ali... – a voz agora
era quase um sussurro – doeu...e de repente eu lembrei do quanto você pode ser
mulherengo, ela me lembrou outras que já passaram pela sua vida. Maya é bem o
seu tipo não? Aquela mulher que se finge de indefesa, frágil que precisa de um
herói forte, um homem inteligente. No fundo, não passa de uma piriguete a
começar pelo modo de se vestir. Aliás, ela me lembrar aquela sua ex. A Mikaela.
Então era isso. Mais uma volta
ao passado. Como uma mulher linda dessas podia ser tão insegura? Ele pensou.
- Eu não fiz nada! E você não
devia tachar as pessoas. Não a chame de piriguete.
- Ah! Vai defende-la agora?
Tadinha, ela é tão meiga e indefesa. Pois saiba que ela não precisa de defesa,
se duvidar ela te dobra em dois tempos.
- Você mal a conhece direito
para insinuar essas coisas Stana, seja razoável.
- Eu sou bastante razoável. Eu
não acredito que você não tenha notado o jeito dela. E antes que você diga que
é coisa da minha cabeça, não fui a única que percebeu. Dara também.
- Você viu o que quis. Não dei
motivo para você me acusar de nada.
- Não você não fez nada só se
prontificou em ajudar a pobre moça a usar as redes sociais. Tadinha. Aliás é
sempre assim não? Todas inventam gostar de tecnologia, ficção e videogame para
se aproximar de você e não é de hoje mas você nunca consegue perceber que tudo
não passa de um disfarce, de um meio para um fim. Ir para cama com você.
Ele já percebera que não
adiantava argumentar nada com ela. Mas de certa forma, embora nunca fosse
admitir a ela, sabia que ela podia ter razão. O passado dele e sua reputação de
pegador e galinha não o ajudavam nesse momento. Os pontos de aproximação de
suas exs também era verdade. A única coisa que Stana não entendia era que tudo
isso mudara. Tudo. Desde que decidira ficar com ela. Suspirando ele foi direto
ao ponto.
- Porque você não admite que
está com ciumes e pronto? Se fiz isso foi involuntário. Eu sequer percebi – ele
tentou se aproximar e pegar a mão dela mas Stana a puxou – por favor, me
responda apenas se você está com raiva por algo que não fiz. Porque é difícil
perceber que te amo? Estou com você agora. Será que você não acredita em mim?
Ela não estava magoada com ele,
também reconhecia que ele não fez nada errado além de agir com o instinto
masculino ao olhar para os seios dela. Stana, na verdade, estava era com raiva
de si mesma por ter tão pouco controle sobre seus sentimentos por Nathan. Toda
essa agressão em palavras contra ele era apenas uma forma de demonstrar o
quanto estava chateada consigo mesmo por se deixar levar por uma insegurança
desmedida. Ela não falou durante um tempo, o que fez Nathan perguntar
novamente.
- Stana, olhe para mim.
Responde. Você acredita em mim? Você confia em mim, Stana?
- Eu confio, Nate... eu apenas
não posso ficar perto de você agora.
Nate. O simples uso do nome
carinhoso o fez suspirar. Era uma espécie de alívio porque se ela estivesse
mesmo desconfiando, ela não o chamaria assim. Se quisesse brigar de verdade,
ela o repreenderia provavelmente usando seu nome completo. Ele ainda não sabia
o que poderia estar acontecendo com ela. Porém, podia se tranquilizar de que
havia a confiança entre eles. Talvez fosse uma crise aguda de ciúmes, ou ela
estava mais irritada nos últimos dias ou ainda podia estar começando a ficar de
TPM. Existia outra explicação para tudo isso.
Mais uma vez, ele a via andando
de um lado a outro da sala. Aparentava estar nervosa. Ele procurou se aproximar
dela cautelosamente. Ao se ver de frente para ela, esticou a mão tentando
alcançar o rosto dela. Podia ver a marca das lágrimas em volta dos olhos que
ela havia secado. Os olhos estavam vermelhos e ele sabia que ela se segurava
para não desabar na frente dele. tocou-lhe o rosto suavemente, um leve carinho
nas bochechas e seus olhares se encontraram. Ele não sabia dizer qual o
sentimento que via ali. Vendo que ela parecia dar a ele a abertura que
precisava, Nathan tentou se aproximar para beija-la mas Stana o empurrou com a
mão no peito.
- Não. Por favor, não. Eu
preciso... eu quero ficar sozinha. Não consigo fazer nada disso agora, não
quero carinhos, beijos. Eu preciso de tempo.
- Eu só não entendendo porque.
Não sei o que está se passando nessa cabecinha mas o que quer que seja, não
deixe tomar proporções maiores do que realmente é. Stana eu não tenho que pedir
desculpa ou perdão por algo que não fiz, por algo que se passou apenas na sua
cabeça. As vezes é difícil de encarar a quebra de alguns esteriótipos como os
que me definiram por um bom tempo. Quero que saiba que não sou o galinha que
você sempre viu comentarem. Não mais. Você quer um tempo? Eu te dou esse tempo
mas sinceramente? Apenas volte a falar comigo quando você tenha a certeza de
que pode pedir desculpas e que está disposta a assumir esse ciúme que se
apossou de você. Tudo isso não passa de uma crise, para mim ainda sem
explicação, de ciúmes.
- Vai embora, Nate. Vai.
- Eu vou. Boa noite, Stana.
Espero que ache as respostas que está procurando – ele não esperou por ela,
achou o caminho e saiu sem dizer mais nada. Assim que percebeu estar sozinha,
ela desabou no choro. Estava com raiva de si mesma. Por ser insegura, por ser
teimosa, por do nada procurar uma briga sem sentido. Ou quase. Era verdade que
se deixara levar pela fama e o passado dele. infelizmente, ve-lo com Maya e
toda aquela encenação diante dos seus olhos, a cegou. O flerte barato, o modo
como ela procurava toca-lo, aquilo causou enjoo a Stana. Uma sensação de
impotência pois se não fosse pelo relacionamento em segredo, ela teria colocado
aquela mulherzinha em seu devido lugar.
O que era pior do que ouvir a
verdade da boca de Nathan? Era uma crise de ciúmes exclusivamente dela. Ele não
demonstrara qualquer interação que a fizesse induzir estar entrando no flerte.
Ok, ele olhara na direção dos seios dela mas isso era algo que a maioria dos
homens não conseguia conter, ele fazia isso com ela quando não estavam juntos.
É uma fraqueza masculina e por mais que procurasse algum motivo para justificar
que ele errara e por isso ela estava possuida pela raiva, não encontrara.
Nathan tinha razão, ela criara um problema. Precisava resolver isso. Precisava acalmar-se
e colocar sua cabeça no lugar para então voltar a falar com ele, pedir
desculpas.
Se ele não fosse tão
prestativo, para não dizer dado com os outros. Se não fosse tão charmoso a
ponto de faze-la derreter-se por ele. Droga! O que estava acontecendo com ela?
Por mais que pensasse não conseguia achar um motivo lógico para tudo isso.
Talvez não tivesse. Talvez Nathan
descrevera bem. Ela estava em crise consigo mesma e usara essa crise para
descontar nele.
Era um mix de sentimentos
contraditórios que não sabia explicar. Hormônios.Podia ser TPM mesmo. Não que
isso justificasse o que vira e o que dissera a ele. Maya estava sim se
insinuando para ele apenas para Stana aquilo tomou proporções bem maiores.
Cansada, ela decidiu dormir.
Amanhã seria um novo dia para testar seu humor e até compreender tudo o que
acontecia consigo nesse momento, ela já decidira que ficaria sem falar com ele,
apenas o necessário para manter o ambiente de trabalho bem mas não se
aproximaria até estar ciente de que essa crise individual passara.
Na manhã seguinte, ela acordou
com dor de cabeça. Os olhos marcados pela olheiras, resultado do choro de
ontem. Ela lavou bem a região dos olhos e aplicou maquiagem para esconder as
marcas. A caminho do estúdio no metro, ela acessou o twitter e percebeu que não
havia muita movimentação naqueles dias. Deparou-se com um post dele.
“That moment
when the person to whom you are explaining something has decided not to
understand.”
Era uma indireta para ela. Sabia
disso. Um desabafo. Mais um motivo para ela evitar falar com Nathan hoje. Eles
iniciavam um novo episódio. O útimo desse ano. Ia ser um episódio bem
interessante para sua personagem, falaria um pouco de seu passado e traria o
ciumes à tona para Castle. Esse era outro motivo pelo qual ela precisava estar
bem. Os fãs não podia ser vítimas de um momento ruim na vida deles. Quando o
diretor gritava ação, Stana tinha a obrigação de esquecer qualquer problema e
vestir-se de Beckett trazendo diversão aqueles que os assistiriam.
Na primeira hora do estúdio ela
repassou alguns pontos do texto e conversou sobre como deveria se portar nessas
primeiras cenas deles que seriam filmadas em sequencia e deu alguns palpites.
Assim que chegou, Nathan a cumprimentou numa boa e engajou-se na discussão sobre
a melhor atuação das cenas.
Filmaram sem parar até às três
da tarde. Cansada, ela aproveitou a pausa para tomar um café enquanto esperava
o delivery com seu almoço. A tensão do dia anterior continuava e fizera miséria
em seus músculos dos ombros e pescoço. Tudo o que queria era uma massagem.
Nathan tinha as mãos perfeitas para isso mas não podia pedir a ele. Por alguns
instantes, ela baixou sua cabeça na mesa da mini copa tentando relaxar. Dara a
encontrou assim. Sentou-se ao lado dela e com cautela tocou-lhe a mão.
- Hey...
Stana deu um salto.
Assustara-se. Ela havia cochilado por alguns minutos.
- O que aconteceu?
- Acho que você cochilou. Está
tudo bem? Ou isso é resultado de uma noite muito animada? – pelo sorriso morno,
Dara percebeu que ela estava com problemas – é pela sua cara não foi uma boa
noite. Quer conversar um pouco sobre o que está te incomodando?
- Ah, Dara. Não sei o que está
acontecendo comigo. Ontem eu queria matar o Nathan por causa daquela zinha.
- Aquela menina é bem abusada.
Não que ela sabia de vocês dois mas ficou claro que ela estava buscando uma
forma de se insinuar para ele.
- Exato! Mas quem disse que ele
percebeu ou admitiu que isso estava acontecendo bem na minha cara? Até defendeu
a pessoa sabia? Tudo bem que aos olhos dele possa não ter parecido isso e
também sei que o meu ciúme falou bem mais alto mas eu me irritei e acabamos
brigando. Eu pedi para ele ir embora. Dessa vez, sei que a errada sou eu mas
ainda não estou pronta para consertar e admitir, a raiva é grande.
- Você está com raiva dele?
- Não, de mim. Estou irritada
comigo mesma por deixar o ciúme me dominar. Sei lá, minhas emoções estão meio
conflitantes. Preciso estar bem comigo para então procura-lo. Vou melhorar. O
melhor agora é cair de cabeça nessas últimas semanas de trabalho. Tem menos de
dez dias pela frente não?
- Sim, e esse episódio fala
sobre ciúmes de certa forma e vestidos. Talvez ajude a melhorar como está se
sentindo. Teremos uma convidada especial no início da semana que vem, a Frances
– ela fez um carinho no braço de Stana – vamos, ânimo! Você vai superar isso
logo e quando menos esperar estará nos braços do seu amoreco. Eu sei. Não
racionalize demais e viva. Esse é o meu conselho para você – Dara empurrou uma
embalagem para ela – acho que isso é para você.
- Obrigada por me ouvir, Dara.
- É só chamar se precisar. Coma
e vá até o set do loft. Temos mais duas cenas para filmar hoje. E na quarta
você passará o dia olhando alguns vestidos e os provando junto com Luke.
- O vestido de casamento da
Kate? Já? – e algo se iluminou no rosto dela instantaneamente. Dara sorriu.
- Talvez, não sabemos ainda.
Stana terminou de comer e
sentindo-se um pouco melhor, voltou ao estúdio para filmar. Deixou o trabalho
por volta das sete. Aquela era uma sexta-feira estranha. Stana tinha melhorado
um pouco seu humor após a conversa com Dara mas ainda sentia-se para baixo,
chateada. Chegou em casa e resolveu dar a si mesma um momento de descanso. Um
bom banho de espuma ia faze-la relaxar, uma taça de vinho a acompanhou e ao
fechar os olhos foi quase impossível não pensar nele. Lembrou-se dos momentos
no Hawaii e sentiu um pouco da raiva se dissipar. O sábado e o domingo não
foram tão diferentes. Foi um tempo que ela tirou para refletir e a vontade de
ligar para ele a perseguiu em alguns momentos desse fim de semana o que apenas
provava que estava melhorando mas resistiu a tentação. Queria procurá-lo quando
voltasse a se sentir na mesma atmosfera que estava logo quando voltou do
Hawaii.
De volta as gravações na
segunda, ela começou a entrar no clima do episódio. Moda, vestidos e glamour.
Foi apresentada por Terri à convidade especial, Frances Fisher e elas já
contracenariam hoje mesmo. Era uma pessoa bem animada, cheia de energia. Stana
gostou dela no ato. Dara a procurou para saber se estava melhor mas já no
semblante dela era perceptível. Talvez não na proporção que gostaria mas sabia
que ela estava melhor.
Na quarta, conforme Dara já
havia informado, Stana passou a manhã verificando modelos de vestidos, algumas
medidas com salto, sem salto, penteados, tecidos, ela estava maravilhada e
super curiosa. Fizeram milhares de perguntas a Luke que foi evasivo em quase
todas. Era praticamente um homem de uma resposta só.
- Stana querida, não posso
responder isso para você ainda estou na fase de criação... seja paciente
docinho!
Ela entortava a boca para ele
mas não se dava por vencida. Assim que aparecia uma oportunidade ela tornava a
fazer perguntas, instigando de todas as maneiras e com os comentários mais
inocentes Luke a revelar alguma coisa. Dessa vez, porém, Stana não teve
sucesso. Depois de muito mexerem em modelos, Luke resolveu experimentar um
vestido que tinha para tirar a base correta do corpo dela. Era bonito mas
certamente nem de longe o que Luke pretendia fazer para Kate Beckett. Mesmo
assim pediu para ela vestir.
Obediente, ela aprontou-se e
ficou na frente do espelho. A assistente de Luke arrumou os cabelos dela e
Stana passou a prestar atenção na imagem ao espelho. De repente, ela se deu
conta do que aquilo significava. A possibilidade de casamento de sua personagem
era tão importante quanto o seu próprio. A escolha do vestido era um dos
elementos que ela sempre sonhara fazer para Kate e para si. Um arrepio
percorreu-lhe a espinha, os olhos começaram a arder. Stana foi tomada por uma
emoção tão grande que a fez prender a respiração por alguns instantes.
Parecia tão real. Tão íntimo,
tão seu. Na ficção era de brincadeira, mas porque seu coração teimava em bater
descompassado dentro de seu peito. Por que a emoção a deixava de pernas bambas
e a única pessoa em sua mente era o homem que amava. Em que ponto do caminho
sua vida colidira com a de Beckett? Afinal, onde a ficção terminava e iniciava
a sua vida, a sua realidade ao lado do mesmo homem que a desposaria na ficção?
Pela primeira vez, ela entendera que seu sentimento conflitante fora anulado.
Ela precisava de um choque de mundos para perceber que dependia apenas dela ser
feliz e fazer com que sua vida imitasse a arte provando ser possível viver o
romance que adorava e ajudara a criar na tela da tv.
Respirou fundo e abriu um
sorriso, lágrimas escaparam escorrendo pelo seu rosto. Ao olhar para ela, Luke
teve que sorrir. Para ele era uma reação natural. Que mulher não ficava
emocionada ao se vestir de noiva? Não tinha nem ideia da metade das emoções e
da descoberta que ele acabara de proporcionar a mulher bela que se admirava em
frente ao seu reflexo no espelho.
Stana se virou para ele e o
abraçou. Sem entender, ele perguntou.
- O que foi?
- Emoção de ver o que esperei
cinco anos para acontecer estar tão mais próximo...tão palpável. Obrigada,
Luke.
- Ah, deixe para me agradecer
quando for o vestido final, lindinha – e beijou o rosto dela.
Stana foi direto a mini copa na
esperança de encontrar Nathan por lá, infelizmente, estava vazia. Ela passou na
sala dos escritores e viu Terri e Marlowe discutindo alguns detalhes com Rob
sobre um episódio que escreviam. Será que eles sabiam dele? Não custava nada
perguntar.
- Pessoal, com licença, vocês
viram o Nathan por aí? – Terri ia tirar uma brincadeira mas viu que ela tinha
os olhos vermelhos e pensou que talvez não seria uma boa hora para isso.
- Ele estava com Seamus e
Frances a meia hora atrás. Já olhou no set do distrito ou – ele consultou o
relógio – foram almoçar.
- Tá, tudo bem. Obrigada – e
nem sequer deu tempo de Terri perguntar se ela estava bem e como tinha sido a
sua manhã com Luke. Mas nem precisou morrer de curiosidade. Cinco minutos
depois, Luke apareceu contando todas as novidades da sessão com Stana,
inclusive que ela não só se emocionara como chorara também. Isso ajudou Terri a
entender o que aqueles olhos significavam.
Stana rodou quase o set todo
para encontra-los na entrada do estúdio voltando do que parecia ter sido uma
farra de almoço. Sentiu uma pontada de inveja por não ter participado disso mas
certamente não poderia já que havia cinco dias que ela não falava direito com
Nathan. Apenas o necessário do ambiente de trabalho sem perder a simpatia como
várias vezes fizera antes mesmo de estarem juntos. Ao vê-la, Seamus foi logo
falando.
- Onde você estava mulher? Queriamos
te chamar para almoçar conosco mas você sumiu! Nathan disse que estava numa
missão secreta. O que era?
- Deixa de ser curioso, Seamus.
Não posso falar. E agora pelo que vi vou ficar com fome – ela fez uma carinha
de decepção mas Seamus se antecipou e cortou qualquer possibilidade de Nathan
tentar fazer um agrado a mais a Stana.
- Que isso! Você não foi mas
Nathan pensou em você e trouxe algo que você deve apreciar. Ele não ia esquecer
de você – Seamus sorria e Stana olhou para Nathan que sorria também, estendeu a
sacola para ela que não pode deixar de suspirar com o gesto.
- Obrigada, Nate... acho que
vou para a mini copa comer.
- Iremos todos pois estou
desejando um café, Nathan não quis parar na Starbucks porque queria logo trazer
seu almoço – disse Frances e ao chegar mais perto dela falou baixinho – ele é
um cavalheiro e simplesmente apaixonante, diria que arrasta um caminhão por
você, só pelo jeito que a olha e pelo semblante ao falar de você. Seu nome é
doce nos lábios dele, menina. Se ainda não aproveitou isso, não sabe o que está
perdendo – e piscou para ela. Stana deixou ela andar na sua frente para sorrir
e balançar a cabeça achando graça. É incrível como Nathan conquistava a todos e
eles sempre queriam dar conselhos a ela para ficar com ele.
Sentou-se na mesa e retirou o
conteudo da sacola. Sushi. Ela procurou o olhar dele e agradeceu
silenciosamente. Sabia que ele entenderia. Enquanto ela comia, os demais
conversavam alegremente. Ela pressentiu que ele a observava. Por várias vezes,
eles disfarçaram estarem olhando um ao outro. Ela parou de comer e o encarou
por uns segundos. Ele não entendeu o por que daquele olhar. Aliás, esses
últimos dias ele já não procurava entender algumas atitudes de Stana.
Ela se levantou quando terminou
para servir-se de um pouco d’água. Ao passar por ele, repetiu um gesto bem
característico de Beckett. Esbarrou nele com o ombro e sorrindo falou.
- Obrigada pela almoço, estava
delicioso.
- Não ia esquecer de você,
aliás espere um pouco – ele enfiou a mão no bolso e puxou um bombom, uma trufa
de chocolate branco e amendoas – quase deixei escapar a sobremesa. Ela pegou o
doce da mão dele e como uma criança abriu-o na mesma hora. Provou.
- Delicioso – ela checou o
relógio e se assustou – nós não devíamos estar gravando?
- Com certeza! – era Chad – que
farra é essa por aqui? Nathan e Stana preciso que vocês troquem de roupa. Vamos
filmar mais cenas internas para concentrar as externas no fim da semana.
Falando nisso, antes que eu me esqueça amanhã Marlowe e Terri querem dar uma
palavrinha com todos as 8h da manhã, não cheguem atrasados.
- Sim, senhor! – brincou
Nathan.
- Vamos! Levantem esse traseiro
e já pro trabalho – ele mesmo desatou a rir do jeito como falara com eles.
Assim, desperçaram.
Gravaram mais duas cenas com os
rapazes e encerraram a noite. As despedidas foram formais como um simples boa
noite, até amanhã mas assim que pisou fora do estúdio, Stana enviou uma
mensagem para ele.
“Nate, posso passar na sua casa
hoje à noite?” – ela enviou com medo da resposta. Talvez estivesse chateado com
ela e arrumado um programa para fazer já que ela não falava com ele desde a
sexta passada. Não, se tivesse com raiva não tinha levado almoço para ela hoje
e nem o bombom. No fundo, estava ansiosa para falar com Nathan e esperava uma
resposta positiva dele. Cinco minutos se passaram e ela já tinha perdido as
esperanças. Estava a ponto de mudar a sua estratégia e ligar logo para ele
quando uma mensagem chegou.
“Vou ao supermercado. Por volta
das 9h está bom?” – ela suspirou aliviada. Respondeu quase imediatamente não se
preocupando em parecer ansiosa ou
carente.
“Ok, estarei lá. X S”
Satisfeita ela foi para casa.
Tinha que se preparar para falar com ele.
Residência do Nathan Fillion –
9pm
Stana saiu de casa por volta
das nove para não parecer ansiosa. Pensou em mandar mais uma mensagem mas
desistiu. Vinte minutos depois chegou. Desceu do taxi na esquina e fez o resto
do trajeto à pé. Ela vestira uma calça, botas, uma blusa branca de gola alta e
o sobretudo. Tocou a campainha e esperou. Logo ele apareceu na porta.
- Hey...
- Stana, entre. Acabei de
arrumar as compras. Ia começar a preparar algo para comer. Você já jantou?
- Não, eu apenas tomei algum
copo de suco, eu almocei tarde lembra?
- Sim, você se incomoda de
conversarmos na cozinha enquanto faço algo? – ela reparou no jeito dele,
tentava parecer frio, casual. Ela estava um nervosismo só.
- Claro – ela tirou o casaco e
colocou no armário próximo a porta de entrada.
- Quando você me mandou a
mensagem estranhei. Pensei que só nos veríamos amanhã no trabalho – ele falava
e começa a cortar verduras e colocar panelas no fogo.
- Não, aconteceu algo hoje que
eu não podia deixar passar. Precisava falar com você. Não podia adiar isso.
- Então, é sério? Tem a ver com
a nossa última conversa? – ele abrira um pacote de macarrão e colocava-o na
água fervendo.
- Sim... – ela esfregava as
mãos nas calças, ele percebeu o nervosismo – quero te falar uma coisa – ela
virou-se de costas para ele e passou as mãos pelo cabelo, fechou os olhos e se
concentrou para dizer tudo o que queria para Nathan, tornou a olhar para ele –
Nate, preciso te pedir desculpas. Sim, eu sinto muito. Eu não sei o que estava
acontecendo comigo realmente na semana passada. Era algo muito estranho. Eu...
– ela percebeu que ele largara a faca, lavara as mãos e andou para ficar de
frente para ela.
- O que aconteceu com você,
Stana?
- Eu... eu tive uma crise feia
de ciúmes, não por sua culpa. Eu simplesmente me irritei com as cenas que vi e
as levei a grandes proporções. Acabei gerando uma confusão dentro de mim que
nem eu mesma conseguia entender e controlar. Bateu a insegurança, medo e um
pensamento de perda como se você fosse me deixar a qualquer momento. Você não
fez nada. Eu surtei e me odiei por isso. Por me senti tão vulnerável, tão
dependente de um sentimento que me domina 24 horas por dia. Eu ainda não estava
pronta para te encarar e reconhecer que estava errada. Mas hoje quando eu
estava experimentando as roupas com Luke, ele me fez colocar um vestido de
noiva para ver as medidas corretas do meu corpo e de repente ao me deparar com
a imagem no espelho, um filme passou em minha mente. Cinco anos Beckett esperou
para que o sonho de um amor puro a encontrasse e tornasse a possibilidade de
casar e constituir uma família real. Agora isso está prestes a acontecer com
ela, Nathan.
- Então eu me dei conta que em
algum momento, a minha história e da Beckett colidiram, elas estavam ali desde
o piloto e porque não dizer desde os testes quando eu pedi para você cortar a
minha blusa? Seus caminhos tiveram rotas diferentes mas buscavam o mesmo final,
o mesmo propósito. Quando me vi diante do espelho, o meu reflexo mostrou o
quanto eu estava errada em me penitenciar por nada. Estava perdendo meu tempo e
tudo fez sentido para mim. O meu amor por você é tão maior que qualquer outro
sentimento fraco, qualqer raiva, ciúmes ou irritação. Ao ver o desejo de Kate
aflorar naquele espelho, eu também vi a vontade da Stana em querer correr para
os seus braços e confessar que ficar longe de você é a coisa mais difícil do
mundo. Eu não sei onde essa estrada pode nos levar, apenas sei que quero
atravessa-la ao seu lado.
Houve um momento de silêncio
entre eles. Nathan reparou que os olhos dela estavam marejados de lágrimas. Ele
não sabia ao certo o que dizer ou fazer. Ela não somente reconheceu o erro e
pediu desculpas como se declarou novamente para ele. Nathan não precisava fazer
nada realmente. Foi Stana quem deu o próximo passo. Os rostos deles estavam
quase colados e antes de tentar outro movimento, ela sussurrou fitando os olhos
azuis.
- Você merece um pedido digno
de desculpas, Nate... – e puxou a nuca para colar os lábios aos dele. Beijou-o
com tamanha intensidade como se fosse um viajante perdido a cem anos no deserto
e essa fosse a sua única fonte de água. Devorava cada centímetro daquela boca,
o corpo colado ao dele. Nathan a agarrou pela cintura e deixou os braços a
envolverem totalmente. Quando finalmente ela afastou os lábios dos dele, ele
percebeu as lágrimas na face dela. Limpou com carinho e sorriu. Continuou a
beijar o pescoço dela e Stana já sentiu o arrepio dominar-lhe o corpo. Gemeu e
confessou.
- Por muito pouco não te
agarrei hoje naquele set... especialmente depois do bombom.
Ele beijou a orelha dela e
sorriu – Se vendendo pelo doce, Staninha?
- Ah, que saudades de ouvir
isso... diz de novo Nate.
- Staninha, minha Staninha... –
e a beijou novamente. Brigar era bem ruim mas fazer as pazes era melhor ainda.
Perderam a noção do tempo diante de tanta saudade até o momento que um cheiro
estranho chamou a atenção dela. Nathan estava tirando a blusa dela a ponto de
puxa-la sobre a cabeça, assim que o fez, ela sussurrou para ele.
- Acho que a sua massa está
queimando...
- Deixa queimar... – ela riu.
- Se a casa for pegar fogo que
seja por causa de nós e de sexo não por um incêndio provocado por uma panela
queimada. Já pensou os bombeiros chegando aqui e atrapalhando nossa noite de
amor?
Agora era ele quem ria. Se
afastou dela e foi andando na direção do fogão. Desligou.
- Você não existe, amor... quem
ia se lembrar de bombeiro?
- Como não poderia? Com o fogo
que estou aqui, nem bombeiro pode apagar – ela abriu a calça que vestia e a
tirou jogando no chão, colocou a mão na cintura e provocou – quer tentar, Nate?
Ele não se fez de rogado,
arrebatou-a do chão e levou-a direto para o quarto colocando-a sobre a cama e
jogando seu corpo totalmente sobre o dela. As últimas palavras de Stana foram o
nome dele e uma série de gemidos quando ele arrancou-lhe a calcinha e a provou.
No dia seguinte, todos estavam
reunidos na sala dos escritores para a tal reunião informada por Chad. Terri e
Andrew conversavam alegremente esperando o último membro do cast chegar.
Ninguém menos que Nathan. Já entrou na sala quinze minutos atrasado todo
atrapalhado, ofegando e pedindo desculpas.
- Desculpem o ... atraso. Eu
tive um ... pequeno problema em casa...sim. É, foi um – ele sentou-se na
cadeira mais próxima – um princípio de incêndio. Bombeiros e enfim... desculpe
novamente. Pode começar a reunião.
- Está tudo bem com a casa?
Algum problema mais grave? – Terri perguntou.
- Não... a perda foi mínima,
uma panela tostada e um pano de prato. Esqueci o macarrão que cozinhava no
fogo, acabei dormindo no sofá e acordei quando os bombeiros gritavam na porta.
Sprinkles vazando, alarme gritando. Tive que esperar eles terminarem a perícia
e fazer a vistoria completa. Obrigado por perguntar, Terri – Stana baixara a
cabeça tentando segurar o riso.
- Já que o Nathan está inteiro,
vamos dar inicio a nossa reunião. Será bem rápida, trata-se de uma proposta
para vocês. Sei que estavamos na reta final dos trabalhos antes da nossa parada
das festas de fim de ano e todos estão cansados e loucos por um tempinho para
relaxar. O ritmo desde as vésperas do thanksgiving veio acelerado para
conseguirmos filmar dentro do nosso cronograma e conseguir encaixar as
participações especiais que tivemos. Foi assim que anteontem, eu e Marlowe
chegamos a cogitar uma ideia que estamos dispostos a fazer se vocês toparem.
- E o que seria essa proposta?
- Nossa gravação do episódio
catorze deve terminar dia 19, quase às vésperas do natal. Sendo assim, pensei
em trabalharmos sábado e domingo o que faria encerrar o período na terça dia
17. Topam trabalhar o final de semana?
- Por mim tudo bem – disse
Stana.
- Eu também topo – Nathan e Jon
responderam quase ao mesmo tempo seguido de Seamus e os demais.
- Frances tudo bem para você?
- Sim, pode contar comigo.
- Ótimo, vamos providenciar
tudo e já aviso que deveremos fazer as externas no sábado e domingo. Vocês
realmente estão loucos para terminar não? E riu com eles.
Se o ritmo já estava acelerado,
ficou ainda mais. Ninguém reclama é claro, para dizer a verdade eles estavam se
divertindo em plena manhã de sábado. O clima em Los Angeles parecia querer
esfriar em meados de dezembro. Stana não contara com isso quando saíra de casa
às sete da manhã. Ela acabara de pedir a Nathan para comprar café para ela e
Francis enquanto se enrolavam mesmo com o casaco de sua personagem. Em uma das
esquinas, havia uma loja de antiguidades e o dono parecia ter acordado em clima
de natal para trabalhar. Várias canções clássicas de natal já tocaram naquela
manhã e mais uma iniciava-se. Ao ouvir os primeiros versòes, Stana riu da sua
própria situação, a música caíra feio uma luva para ela a única diferença era
que ao contrário do casal que cantava, ela estava do lado de fora.
E foi ouvindo “Baby, it’s cold
outside” que ela teve a idéia de mexer um pouquinho com os seus fãs e
seguidores. Com o celular nas mãos, ela vasculhava o seu photostream em busca
da imagem que combinava muito bem com essa frase. Ao achar, ela copiou e estava
postando quando Nathan chegou com o café.
- Aqui, Stana – ele encostou
sua mão na dela e percebeu o quanto ela estava gelada.
- Só um minuto, Nathan. Deixa
eu terminar essa postagem – a foto carregou e ela apertou o botão – pronto –
meteu o celular no bolso do casaco e pegou o copo quente das mãos dele. Ao
sorver o primeiro gole gemeu de satisfação.
- O que você já está aprontando
na internet? – ele perguntou curioso.
- Cheque minha pagina se quer
saber – ele pegou o celular mas antes que pudesse checar, o diretor os chamou
para voltar a gravar. Nathan ficou na curiosidade até o outro intervalo. Stana
ao rechecar suas replies, viu que uma garota disse que ela havia apagado o
post. De cara respondeu e avisou que não fizera nada disso. Para reafirmar que
sua foto estava na sua timeline, repostou. Dessa vez, Nathan conseguiu ver o
que ela fizera e sorrindo apenas pode dizer.
- Você não presta. Olha a
loucura na rede social por causa desse post, Stana. Pare de atiçar nossos fãs,
alimentar a esperança deles. Será que não dá para parar de ser shipper um
segundo?
- Não dá, e além do mais é
natal. Me animei com toda essa música tocando ao nosso redor, o frio aqui fora
mas para seu governo, posso ficar bem quente rapidinho se você quiser mais
tarde – ela sussurrou bem ao lado dele para não dar bandeira – pode ser um caso
para bombeiros novamente.
- Controle-se mulher... por sua
culpa eu cheguei atrasado na reunião. Se não tivesse insistido e me atacado
logo às sete da manhã, eu tinha chegado inteiro e no horário, sua maluca.
- Você bem que gostou... – foi
a réplica que ela dera a Nathan.
Checando mais uma vez o telefone,
outra pessoa dissera que a foto havia sido deletada. Novamente, ela repostou.
Intrigada por saber o que poderia estar acontecendo ela chamou por ele.
- Nathan, o que será que está
acontecendo com o twitter? Estão dizendo que apaguei a foto que postei e não
fiz isso, já repostei três vezes. Será que fiz algo errado? Veja aí se consegue
encontrar a foto – Nathan pegou o seu celular e entrou no perfil dela. Tudo
normal. Checou a sua própria TL, também conseguia ver inclusive as três
postagens.
- Está tudo direito. Veja só. –
Stana ficou ao lado dele enquanto Nathan mostrava as postagens e fazia
comentários sobre os surtos que os fãs realizavam em plena muvuca pela página
dos dois. Ela ria de algumas respostas e insinuações. Satisfeita pela pequena bagunça
que causara, ela voltou a gravar dessa vez com Frances. Ao final da noite, eram
quase nove horas quando encerraram as gravações, tudo que Stana queria era ir
para casa pois teria que estar às seis da manhã em estúdio novamente. Quando
estava se despedindo porém, Frances a chamou e pediu para tirar uma foto com
ela e Nathan a fim de registrar o momento. Ela estava tendo uma experiência
maravilhosa e única com eles e precisava compartilhar sua alegria com os
outros.
Nathan ficou um pouco
relutante. Fazia um bom tempo que ele e Stana não tiravam uma foto juntos. As
exceções eram os stills de bastidores quando estavam filmando mas posar para
isso era algo que evitavam justamente para não dar o que falar. Stana porém o
convencera a atender ao pedido de Frances. Ela estava adorando trabalhar com
eles e a recíproca era verdadeira. Assim, a fotografia foi tirada e Frances não
apenas postou como marcou os dois no tweet que escrevera. Stana não deixou por
menos e respondeu a ela que fariam de novo amanhã. Às vezes, o próprio Nathan
resolvia deixar de entender as intençòes de Stana com o fandom ao fazer isso.
Era fato, ela adorava uma boa indireta e provocações.
Estavam tão cansados que cada
um seguiu para sua casa. Falaram-se apenas por telefone quando Nathan sugeriu
que eles se encontrassem na casa dele para comemorarem o natal no dia 20 pois
ainda poderiam passar o sábado juntos. Disse também que ela não precisaria se
preocupar com comida. Ele encomendaria uma ceia para os dois. Stana adorou a
ideia principalmente por saber que Nathan viajaria com a família no domingo
seguinte e ela precisava se despedir apropriadamente dele.
O domingo de gravações fora
ainda mais puxado que o dia anterior mas a atmosfera de natal estava presente entre
eles e tudo parecia fluir melhor do que o planejado. Novamente, Stana resolveu
mexer com o fandom depois que viu a repercussão do seu “baby, it’s cold
outside” entre eles. Escolheu mais uma foto deles para postar. Agora uma
colagem de um photoshoot que fizera com Nathan entre a terceira e a quarta
temporada. Como frase, ela escreveu :
“Take that, Twitter! Casketting like a Boss!”
Ao ver o que ela fizera, Nathan
apenas rira e piscara para ela repetindo a máxima.
- Sempre aprontando como uma
verdadeira shipper não, Stana?
Ao final do dia, Terri reuniu a
todos e agradeceu. Comunicou que foram dois dias muito produtivos e que por
conta disso, ela acreditava que estariam finalizando na terça pela manhã. Além
disso, falou que realizaria uma pequena confraternização natalina no último dia
e contava com a presença de todos para um pequeno brunch. Despediu-se e desejou
um bom resto de domingo para todos e esperava-os no estúdio amanhã às sete.
Stana estava se sentindo fraca
e um pouco enjoada. Ela não sabia o que podia ser mas achou que o sanduiche de
frango natural e o pedaço da torta de morango que comera no meio da tarde não
lhe caíra bem. Foi direto para casa descansar pois estava muito sonolenta.
Nathan deu uma carona a ela e a Frances. Stana foi a primeira a ficar em casa e
se despediu dele com um beijo no rosto desejando boa noite. Mal entrou em casa,
foi apenas o tempo de tomar um banho e desmaiar na cama.
Continua...
3 comentários:
"Stana estava se sentindo fraca e um pouco enjoada..."
Isso é o que eu acho que é?? Por favor diga siim *-* sou mto louca por babies, especialmente Stanathan.. (já até enxerguei coisa naquele surto de ciumes louco dela :p)
OMG!!!!!!!!!
A coisa foi tensa nesse cap. AMEIIIII,Stana manda as indiretas(diretas) dela por cima dos saltos,tem meu respeito...Nate ñ ver maldade na bitch,ACORDA PRA JESUS FÍO!!!!!!
Nada como ter a Dara como.aliada kkkkkkkkkkkkk e sobre o confronto Stanathan,perfeito e me tirou o.folego,dim Nate teu passado te condena e a fazer as pazes depois de um desestendimento é tãoooooo bom.Stana passando mal?!Sei,sei...vou ali perguntar a minha mãe o.que isso significa ¬¬
Esperando o proximo cap. =)
Gente! amei. Estava sem tempo para ler, mas agora li tudo de uma só vez. O fogo desses dois, não tem bombeiro que apague. Parabéns! Mais uma vez, capítulos lindos.
Aguardando o próximo e que a Stana apareça, nem que seja neja fic,kkkkkkk
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