Nota da Autora: Esse capitulo deveria estar maior infelizmente apesar de ter me afastado do trabalho por motivos pessoais, ele me acha e me atrapalha. A partir de agora, haverá uma abordagem diferente nessa fic, será mais densa, angst. Mas vou procurar criar um clima ameno de vez em quando... e peço: não matem a escritora, please?! Enjoy!
Cap.10
Sons. Não,
vozes.
Vazio.
Dor.
Escuridão.
Parecia estar
flutuando. Algo a fazia sentir-se aérea, sem forças. Precisava abrir os olhos.
Sentia frio mas não por queda de temperatura, era uma espécie de mau presságio.
Fez um esforço enorme para os olhos finalmente se abrirem apenas para serem
cegados pela luz da lâmpada acima de si. A claridade fez a sua cabeça doer.
- Ela está
acordando – disse Ryan.
- Calma, dê um
tempo a ela. O choque ainda não a atingiu. Ela apenas desmaiou com a notícia.
Precisa assimilar – ela podia ouvir vozes distantes. Onde estava? O que
aconteceu? Eram perguntas que surgiam em sua mente ainda sem respostas. Você
precisa se lembrar o que fazia, dizia para si mesma. Tornou a fechar os olhos
num instinto de proteção. De repente, imagens vieram à tona. Ela estava no aeroporto,
falava com Castle ao telefone. Sorria. Dizia estar com saudades. Mesmo não o
vendo podia imagina-lo na Ferrari de óculos escuros e cabelos ao vento a
caminho do aeroporto. Castle... então sentiu um aperto no peito e o coração
acelerou. Castle, ela precisava dele não, ele precisava dela. A ficha caiu. Ela
se ergueu na cama de supetão ficando sentada abrindo os olhos e sentindo a
tontura a dominar, a vista falhar.
-
Castle...quero ver o Castle...onde ele... – não conseguiu mais completar a
frase devido ao gosto de bile na boca. O médico a apoiou e a tomou-lhe o pulso.
- Hey...
cuidado, vamos com calma. Você ainda não pode fazer muito esforço. Respire
fundo. Você está fraca.
- Ela vai
ficar bem doutor? – perguntou Ryan aflito.
- Sim, os dois
vão ficar bem. Ele sorriu.
- Mas você
falou a pouco que Castle estava em cirurgia complicada como pode dizer que
ele...- Ryan não terminou de falar porque Esposito que até aquele momento
permanecia calado ao canto aproximou-se dele e deu-lhe uma tapa na cabeça.
- Bro! Kate
ainda estava um pouco aérea e as conversas que aconteciam a sua frente não eram
assimiladas em sua totalidade. Ela tinha um único pedido. Virando-se para o
médico com um olhar suplicante, ela falou.
- Castle... eu
quero ver o Castle.
- Querida você
não pode vê-lo agora, ele está passando por uma cirurgia delicada. E você
precisa descansar, está fraca e no seu estado não é bom, precisa pensar em você
e no seu bebê.
- Meu ... o
que? – a cabeça latejava. Os olhos arregalaram-se.
- Seu bebê...
– ele observou sua reação – a julgar pela forma que está me olhando assustada
posso deduzir que você não sabia. Kate, você está grávida de cinco semanas.
Parabéns!
- Grávida?
Não... eu não... oh, Deus... – e ela começou a chorar – Castle... ele vai ficar
bem? O que... o que aconteceu... – ela disse entre lagrimas.
- É difícil
dizer mas estamos fazendo o possível para salvá-lo. A batida foi violenta. Um
acidente de carro no cruzamento, o outro carro estava bem acima da velocidade e
após a batida, o motorista fugiu.
- A NYPD está
investigando. Vamos acha-lo Kate – disse Esposito – assim que souberam ser
Castle ligaram para nós e Martha confirmou que ele saíra para busca-la no
aeroporto. Vamos pegar esse filho da mãe.
- E Martha?
Alexis?
- Ela está na
sala de espera da recepção. Lanie está com ela. Alexis não sabe ainda. A sra
Castle prefere esperar o fim da cirurgia para ter algo mais concreto e avisar a
neta. Disse que ela está na Alemanha com o namorado.
- Doutor,
quanto tempo de cirurgia?
- Umas cinco
horas. Ele estava bem machucado quando deu entrada na emergência, cabeça,
membros. Está sendo operado por um neuro. Rapazes, sugiro vocês deixarem Kate
descansar. Vou buscar algo para comer e assim que ele sair da cirurgia eu aviso
você.
- Promete?
- Sim, prometo
– ele fez sinal para a enfermeira entrar com uma sopa. Ryan e Esposito se
aproximaram dela e a cumprimentaram cada um ao seu jeito. Ela tentou sorrir mas
não conseguia. Parecia estar presa em um pesadelo. Queria acordar. Não podia
ser real. A enfermeira colocou uma tigela na frente dela que pouco recebeu
atenção de Kate. Ela fitava o vazio. Tentava assimilar tudo o que fora lhe dito
nos últimos quinze minutos. Muita informação. Castle. Sentiu os pelos do corpo
arrepiar. Ele não podia deixa-la, simplesmente não podia. Ele era o seu porto
seguro, seu esteio. Ela limpou o rosto e viu que a enfermeira olhava para ela.
- Você precisa
comer querida. Tome sua sopa.
- Eu não
quero, estou sem vontade.
- Mas precisa
comer. Como você esperar melhorar para cuidar do seu marido e do futuro bebê
que cresce nessa barriguinha? Vamos apenas umas colheradas. Por você. Não
sairei daqui até vê-la tomar um pouco de alimento.
Kate não teve
outra alternativa se não obedecer a enfermeira. Vagarosamente, ela fazia o
sacrifício de ingerir a sopa. Quando chegou a um quarto do prato, ela olhou
para enfermeira quase implorando para parar. A senhora riu.
- Tudo bem, é
suficiente por hora. Mais tarde passo aqui para fazer você comer mais um pouco
de outra coisa. Agora descanse – ela recolheu o prato e se afastou na porta
voltou-se para Kate que já estava deitada na cama – ah! quase esqueci. Parabéns
pelo bebê querida. Saiu.
Parabéns.
Aquela palavra nunca tivera um sabor tão amargo para Kate. Ela podia perder o
amor de sua vida e as pessoas lhe davam parabéns. Ela levou a mão até o ventre.
Grávida. Estava esperando um bebê de Castle. Nosso bebê, pensou. Aquela noticia
era para ser a mais esperada e comemorada da vida deles e no entanto ali estava
ela deitada numa cama de hospital, Castle numa sala de cirurgia lutando pela
vida e tudo o que ela gostaria era abrir seus olhos e se encontrar no quarto
deles em Washington ou no loft de Castle com ele ao seu lado. Mas isso era uma
ilusão. A realidade do momento era cruel demais.
Kate já tivera
sua cota de tragédias na vida. Desde que se casara, sua vida assumira um novo
ritmo, ganhara um novo propósito. Estava muito feliz ao lado de Castle.
Sentia-se amada, festejada. Tudo corria bem profissionalmente e na sua vida
pessoal. Não imaginava passar por outra tempestade. Ela não era boa com
crianças, especialmente bebês. Ela os achavam tão frágeis. Temia machuca-los.
Talvez essa reação estivesse ligada ao seu instinto protetor. Não foi até
segurar o pequeno Patrick em seus braços que sentiu-se pela primeira vez à
vontade naquele papel. Tê-lo em seus braços despertou o desejo escondido a
tantos anos dentro dela, ser mãe. Ter um filho nunca esteve nos planos de Kate
desde que ela perdera a mãe. Família para ela perdera um pouco de sentido.
Castle foi quem despertou todos esses sentimentos outra vez. Ensinou-a que
todos nós temos direito a uma família e que não necessariamente ela deve ser
tradicional. Kate não contara para ele mas imaginava o dia em que estivesse
grávida e contaria a ele. Podia imaginar a alegria em seu rosto, a forma como
vibraria. Na cena em sua mente, Castle chorava. Ele a abraçaria tão forte e
beijaria seu ventre maravilhado, dessa forma começaria sua família com o homem
que admirava e amava.
O pensamento
trouxe lágrimas aos olhos novamente. Kate não conseguia segurar as emoções. Para
ela a ideia de criar um filho sem ele era algo inconcebível. Não estava
preparada para isso. Contava com ele para aprender. Castle tinha experiência e
qual o propósito de se criar um filho sem pai? Deus! Como isso foi acontecer
com eles? Tantas situações perigosas,tiroteios e um acidente de carro provocado
por algum irresponsável poderia destruir a vida deles. Ela balbuciou sozinha.
- Por que meu
Deus? Castle não merecia isso, eu também não. A ideia de vê-lo morto... – um
arrepio percorreu-lhe as espinhas – por favor, Deus! Não me deixe perder mais
alguém que amo, eu não conseguiria passar por tudo aquilo novamente. Minha
sanidade depende disso. Por favor.... – murmurou uma prece e adormeceu.
Washington DC
O senador
Denver estava sentado em seu gabinete olhando a paisagem pela janela. Pensativo.
Havia pedido para entrar em contato com ele assim que tivesse notícias. Até
agora nem sinal dele. Voltou para sentar-se na sua cadeira. Então o celular
dele tocou.
- Alô?
- Está feito.
Simples e sem qualquer rastro. Prometo que o FBI e a tal agente sairão da sua
vida muito em breve. Pode tocar seus negócios em paz. Tem minha palavra.
- Ótimo! Vou
fazer aquela recomendação que prometi na próxima vez que eu falar com o meu
sócio. Tenho certeza que ele aprovará. Tudo certo para o carregamento da semana
que vem?
- Sim, eu e
mais dois supervisionaremos a descarga do navio. Depois distribuiremos para os
locais de produção. Quinta já temos entrega programada.
- Qualquer
mudança me mantenha informado.
Ao desligar o
telefone, o senador sorriu. Agora poderia continuar seus negócios. Afastar o
FBI de seu pé era crucial para a continuidade da operação e seu alívio.
Finalmente podia falar com seu sócio sem temer alguma retaliação ou
desconfiança da parte dele. Mais que isso, podia focar apenas em ganhar
dinheiro e na sua carreira política. Se o seu sócio realmente fosse se candidatar
à presidência dos Estados Unidos, ele queria a vaga de secretário do Estado, o
braço direito dele. A partir de agora nada daria errado.
Pegou
novamente o celular e ligou para o sócio.
- Olá! Acabei
de falar com o encarregado. Ele confirmou a chegada do carregamento e a venda
na próxima quinta. Quer receber sua parcela em dinheiro ou em depósito? Garanto
que não há perigo em depositar sua parte. – ele escutou os comentários feitos
do outro lado da linha – prometo que é seguro. Não tem ninguém em nossa cola.
Certo. Combinado – desligou.
Ele não
comentara o que ordenara o encarregado de fazer para o seu sócio. Não havia
necessidade de envolve-lo nisso tudo. A única coisa que importava era garantir
o dinheiro a ele e o fim da perseguição. Nunca gostara daquela agente. Metida
demais, certinha demais. Aquele tipo que adora ser heroína. Justiça acima de
tudo. Era irritante. Pelo menos teria com que se preocupar ou se lamuriar daqui
pra frente.
Em outro canto
da cidade, Catherine entrava no necrotério para encontrar o legista. Nas mãos
trazia um saquinho de evidências contendo alguns fios de cabelo. Assim que se
identificou, foi liberada para falar com ele. Pediria urgência nesse exame de
DNA mesmo sabendo que teriam que esperar pelo menos quinze dias. Ela queria ter
boas noticias para Beckett mas sempre existia a tal da burocracia para
atrapalhar um pouco mais seu trabalho. Esperava que McQuinn tivesse mais sorte
que ela.
New York
Ela acordou
novamente. Não tinha ideia de quanto tempo dormira. Queria notícias de Castle.
Viu um botão próximo a cabeceira da cama e apertou. Dois minutos depois a
enfermeira surgiu na frente dela.
- Olá querida.
Que bom vê-la acordada, aposto que está com fome. Vou já providenciar uma janta
para você bem leve. Alimentação é primordial nessa fase da gravidez.
- Por favor,
meu marido, Rick Castle já saiu da cirurgia? Quero saber noticias, falar com o
médico.
- Ah, claro.
Vou chamar o Dr. Mathews para conversar com você. Sua sogra queria te ver.
Posso manda-la entrar?
- Claro.
A enfermeira
saiu e quase em seguida Martha entrou no quarto. Kate percebeu os olhos
vermelhos. As feições cansadas. Ela se aproximou da cama e apertou a mão de
Kate na sua. Beijou-lhe a testa e fitou a nora por alguns instantes antes de
falar.
- Katherine...
como tudo isso foi acontecer? Quando soube que vocês dois estavam no hospital
eu pensei que fosse algum daqueles casos perigosos mas Lanie me contou que você
não estava com ele. O que aconteceu, querida?
- Eu não sei
ainda. Estou esperando o médico para obter respostas. É muita informação ao
mesmo tempo. Eu não sei o que pensar – Martha percebeu a aflição no olhar dela,
lutava para não chorar – eu me sinto perdida. Eu preciso dele, Martha. Não
posso ter esse bebê sozinha.
- Bebê? Do que
está falando?
- O médico não
lhe disse?
- O que eu não
disse? – o médico interrompeu a conversa das duas. Não era a mesma pessoa que
estivera com ela mais cedo. Então, outro médico também entrou na sala. Esse sim
era um rosto conhecido e foi logo perguntando.
- Como se
sente, Kate?
- Aflita. Não
tenho nenhuma noticia de Castle e vocês não contaram nada para Martha?
- Achei melhor
você dar a notícia, Kate. Afinal é um assunto de família. Este é o Dr. Mathews,
foi ele quem operou seu esposo.
Mas antes do
médico conseguir falar, Martha virou-se para Kate.
- Katherine,
você está grávida? É isso?
- Sim, acabei
de saber.
- Oh, mas isso
é uma noticia muito boa, querida. Vou ser avó novamente. Obrigada, Katherine –
e abraçou a nora com carinho. De mãos dadas, elas fitaram o médico – então
Doutor, o que aconteceu com o meu filho?
- O senhor
Castle deu entrada na emergência por volta das três e meia. Estava bastante
ensanguentado e desacordado. Os primeiros socorros foram aplicados pelos
paramédicos que constataram varias lesões no corpo e um traumatismo na cabeça.
Quebrou uma costela e tem vários ferimentos no corpo. A cirurgia foi demorada,
cerca de cinco horas. Ele tinha um pequeno coágulo na lateral do cérebro. Teve
uma parada cardíaca no meio da cirurgia mas conseguimos reanima-lo. Removi o
tumor completamente mas não sei dizer se a parada ou mesmo o coágulo deixou
sequelas. Ele está sedado, em coma induzido na UTI.
- Oh meu Deus!
– exclamou Martha.
- Podemos vê-lo?
– perguntou Kate.
- Hoje não.
Ele está sob observação e o caso dele é grave. Preciso monitora-lo
constantemente essa noite. Prometo que amanhã você irão vê-lo. – elas se
entreolharam temendo o pior, ele percebeu – por favor, não vamos nos
precipitar. Não posso garantir nada ainda seja para melhor ou para pior.
Recomendo que a senhora vá para casa e quanto a futura mamãe, descanse. Você
precisa estar bem. As primeiras 48 horas são críticas para a recuperação dele.
- Tudo bem mas
antes me dê um minuto com a minha nora.
- Claro – e os
dois saíram do quarto. bastou olhar para ela que Martha foi incapaz de dizer
qualquer coisa. Abraçou-a e chorou.
- Eu...não
posso...fa-fazer isso sozinha. Preciso dele... é o nosso bebê. não conseguirei
sem Castle. Se ele...
- Não diga isso.
Você é a pessoa mais forte e determinada que conheço. Quantas vezes lutou e se
arriscou por meu filho, minha neta e por você mesma? Katherine, você é uma
fortaleza. Esse é o momento que meu filho mais precisará de você. Não sei o que
nos aguarda pela frente mas posso lhe garantir que Richard não irá nos deixar.
Ele estará conosco quando seu bebê nascer.
- Como você
sabe?
- Instinto
materno. Algo que você logo aprenderá a entender. Eu quero ver a mulher
destemida que conquistou o meu filho desde o primeiro contato. Richard já fez
muitas besteiras e escolhas erradas na vida, imaginei que passaria o resto da
vida desfilando com mulheres bonitas, modelos, enfim essas garotas sem qualquer
objetivo na vida a não ser dinheiro e fama. Sou grata por tê-la ao lado dele.
Você fez de Richard um homem ainda melhor, Katherine. Enfrentaremos isso
juntas. Ele vai superar isso e nós também.
- Obrigada,
Martha. Estava precisando de umas palavras assim. E quanto a Alexis? Como
faremos?
- Esperaremos.
Quero ter algo concreto para poder conversar com ela. Eu liguei para seu pai.
Contei o que aconteceu mas expliquei que você está bem.
- Martha, você
não devia ter feito isso. Ele está em Londres num projeto. Não era para
preocupa-lo.
- Não, se
trata de preocupar ninguém. Como você acha que eu me sentiria se você não me
avisasse que Richard estava doente ou sofrera um acidente? Ele é seu pai. Agora
ligue pra ele e acalme o coração dele com a noticia que será avó. Ele vai
gostar – ela se inclinou e beijou o rosto de Kate – depois que falar com seu
pai descanse e se alimente. Até amanhã querida.
- Boa noite,
Martha – esperou estar sozinha e pegou o celular. Não podia ligar para o pai
pois já era madrugada na Inglaterra. Suspirou e tentou comer a maçã que a
enfermeira deixara na cabeceira da cama com um copo de suco e torradas. Algumas
mordidas e duas torradas depois, ela foi ao banheiro. Ainda sentia as pernas um
pouco fracas, ao voltar para cama adormeceu.
Na manhã
seguinte, ela acordou com a enfermeira trazendo a refeição matinal, sucrilhos
ao leite e um pedaço de mamão. Dessa vez, Kate tomou toda a tigela e pegou o
celular com a intenção de ligar para o pai. No segundo toque, Jim atendeu.
- Katie...
filha como você está?
- Estou bem,
pai. O problema não é comigo.
- Eu sei,
Martha me contou o que aconteceu com Castle e porque você desmaiou? Por que foi
parar no hospital? Como ele está?
- Eu desmaiei
pelo susto. E-eu não sei como ele está. Ainda não pude vê-lo, pai. Tenho medo
que ele não acorde mais. O caso é grave. Não sei dizer como me sinto diante de
tudo isso e da notícia que tenho para te dar. Parece que alguém decidiu
chacoalhar minha vida e me testar mais uma vez.
- De que
notícia você está falando?
- Pai, eu não
desmaiei apenas do susto. Eu estou grávida, pai. Você vai ser avô – ela
percebeu a agitação na respiração dele do outro lado da linha, podia ouvi-lo
sorrindo. Isso acalmou seu coração um pouco.
- Avô? Um
bebê! Ah, Katie. Que notícia maravilhosa. Sei que veio numa hora tensa e
conturbada mas talvez se já uma forma do universo compensar as coisas. Se sua
mãe estivesse aqui certamente seria o que ela diria. Sua mãe ia adorar ter um
bebê para mimar. Ela deve estar muito feliz onde quer que esteja.
- Eu lembrei
tanto dela ontem à noite, querendo me dizer como criar meu filho ou enchendo a
criança de presentes, roupinhas – ela suspirou - ela sempre sabia o que dizer
em situações difíceis. Mas pai, não quero que se preocupe. Pode continuar seu
projeto ai que eu e Martha vamos cuidar de tudo por aqui. Eu aviso quando tiver
notícias de Castle.
- Tudo bem, se
cuide. Você tem que olhar por dois. Vou rezar para que vocês tenha paz logo.
Ele vai ficar bem, minha filha. Você precisa acreditar nisso. Fique bem filha,
qualquer coisa é só ligar. Te amo.
- Também te
amo. Desligou o telefone e lutou para segurar as lágrimas. Batidas leves na
porta a fizeram mexer-se na cama para descobrir quem era.
- Bom dia,
Kate – disse o Dr. Mathews – vim trazer notícias de Castle e leva-la para vê-lo.
Quero que você saiba o que está prestes a ver. Como mencionei ontem, ele sofreu
vários ferimentos, seu rosto está inchado e coberto com alguns curativos. O
corpo também. O mais importante. Você verá a bandana na cabeça dele devido a
operação e muitos tubos pois ele continua sedado. Será uma imagem forte, tem
certeza que está pronta para visita-lo?
- Estou. Já vi
muitos corpos mortos e dilacerados na minha profissão, acho que posso aguentar
o que estou prestes a ver. E quanto aos seus sinais vitais? Suas reações?
Alguma melhora? Ele pode acordar se parar de seda-lo? – Kate já se colocou de
pé para acompanhar o médico – ele pode não? – o médico aproximou-se dela e
olhou-a seriamente.
- Kate, a
recuperação de Castle pode não ser tão rápida. É um pouco mais difícil do que
imaginávamos. Levei-o para fazer uma tomografia hoje e verifiquei que não houve
danos aparentes ao cérebro dele e não há sinais de sequelas ou mesmo de outros
coágulos. Mas o acidente foi muito grave e Castle está fraco. Eu não sei dizer
quanto tempo ele precisará para acordar por conta própria e nesse meio tempo,
eu tenho que mantê-lo com os aparelhos ligados.
- Ele... pode,
por muito tempo, ficar numa cama? – o médico percebeu que a notícia a
perturbou, não podia culpa-la. Era difícil de lidar com tudo isso.
- Sim, ele
pode. Semanas, meses. Isso varia de caso a caso. Depende também do paciente.
Desculpe por não poder dar uma resposta concreta a você. Pessoalmente, eu
gostaria que ele acordasse logo para curtir o bom momento da vida de vocês, a
gravidez. Vamos? – ele acompanhou-a lado a lado até a área da UTI onde ele
estava. O médico apontou o caminho para ela. Havia apenas mais uma cama ocupada
no outro canto da sala – pode ir em frente. Darei a vocês dois alguma
privacidade. Ele saiu e fechou a porta.
Kate respirou
fundo e seu olhar foi cair sobre a cama onde ele estava deitado. A imagem era
difícil de encarar. Tubos e mais tubos corriam sobre o corpo dele. Ela
aproximou-se da cama e o coração apertou. Ele parecia tão frágil, tão
vulnerável. Ela quase não reconhecia o rosto tão inchado e vermelho das
pancadas. Ela cuidadosamente tomou a mão dele na sua e entrelaçou seus dedos ao
dele.
- Castle....
oh, Castle.... como você se meteu nesse acidente? Eu tive tanto medo que você
tivesse morrido, tenho tanto medo de perder você. Eu te amo tanto – ela beijou
a mão dele e não pode conter a lágrima – hoje era pra ser talvez o dia mais
feliz das nossas vidas. Você estaria sorrindo e quando eu dissesse que tinha
algo importante para contar, ficaria sério. Aquele seu ar que denota
preocupação quando parece desatento. Seu olhar não me enganaria. Então, eu
contaria a novidade para você e veria o sorriso aparecer novamente. Um sorriso
bobo de menino que eu amo tanto, você me abraçaria e não conteria a sua
felicidade. Eu riria do seu jeito bobo e te beijaria apaixonadamente – ela
limpou as lágrimas do rosto e tocou no rosto dele. Acariciando-o de leve. Ela
daria tudo para ver aqueles olhos azuis brilhantes olhando para ela, suspirou.
- Rick, eu
estou grávida. Nós vamos ter um filho. I Love you so much, Castle. Não me deixe,
por favor. Você precisa acordar por mim, pelo bebê, por Alexis e sua mãe – ela
inclinou-se sobre o peito dele e chorou. Ficou sob a mesma posição por um bom
tempo até o momento que uma enfermeira entrou para testar os sinais vitais
dele.
- Querida,
você deveria voltar ao seu quarto – Kate levantou-se um pouco assustada.
- Eu não
percebi que tinha mais alguém aqui.
- Tudo bem,
vim examina-lo e limpar os curativos. Você pode ficar ou pode ir comer alguma
coisa. Há quanto tempo está aqui?
- Não sei,
umas duas horas talvez. Tem algum problema se eu ficar?
- Essa é a
unidade intensiva portanto não podemos ter muitas pessoas circulando por aqui.
Porque não fazemos assim, você vai se alimentar e quem sabe te deixo ficar mais
um pouquinho com ele? – ela notou a pulseira no braço dela que indicava ser
paciente do hospital – você está internada também? Querida, não devia estar
aqui. Não podemos arriscar de ter nada que cause infecções, contaminações.
Melhor você sair daqui.
- Mas eu não
estou doente, estou grávida.
- Então mais
uma razão para você não estar aqui. Qualquer complicação não fará bem para você
querida. Vamos, amanhã você pode voltar a visita-lo.
Um pouco
contrariada, Kate soltou a mão de Castle vagarosamente. Beijou-lhe o curativo
sobre a testa e sussurrou ao ouvido dele “Eu volto, Cas. I Love you”. Saiu da
UTI e voltou para o seu quarto apenas para encontrar a sua enfermeira já
esperando com o almoço. Kate não teve outra opção se não se alimentar.
Ao fim da
tarde, Martha foi encontra-la. Tinha acabado de ver o filho e a imagem dele
inerte naquela cama ainda a pertubava. Estava as duas conversando quando Gina
apareceu. Queria noticias dele. Explicou que conseguiu cancelar o evento mas
talvez por conta da notícia, os quadrinhos venderam muito mais do que se
esperava. Na verdade, ela vinha recebendo feedbacks de várias livrarias
querendo encomendar mais livros de Castle.
- Eu sei que é
totalmente inapropriado mas pelo menos é uma forma de manter a imprensa longe.
Como ele está realmente? Já acordou?
- Não, ele
ainda está em coma. Os médicos não conseguem prever quando ele acordará.
- Oh, Deus...
eu sinto muito. Uma pessoa como Rick tão cheia de vida não pode acabar assim.
Eu vim aqui porque queria falar com as duas. Quero que saibam que podem contar
comigo para o que precisarem. Não hesitem em me procurar – elas conversaram
mais um pouco e Gina deixou o hospital. Ao final da noite, o médico veio ver
Kate a fim de saber se já poderia libera-la do hospital. Após fazer alguns
cheques, ele se deu por satisfeito.
- Você terá
alta amanhã.
- Doutor, sabe
que não adianta me dar alta se não vou sair do hospital. Não deixarei Castle
sozinho aqui.
- E quanto ao
seu emprego, Katherine? – perguntou Martha.
- Eu tiro uma
licença, peço despensa vou dar um jeito. Não posso abandona-lo aqui.
- Pense bem,
Katherine. Não tire conclusões precipitadas.
- Eu sou o
motivo dele ter sofrido o acidente. Ele estava indo me buscar. Deve ter saído
atrasado e por isso aconteceu essa tragédia. É minha culpa.
- Não é culpa
de ninguém, Kate. Foi uma fatalidade.
- Olha doutor,
eu vou resolver minha vida. A única coisa que peço é que você cuide do meu
esposo e faça com que ele se recupere o mais rápido possível.
- Como eu
disse para você antes, não desistirei dele. É meu dever como médico, salvar
vidas. Amanhã quero que deixe o hospital, vá pra casa. Dedique um tempo a si
mesma, faça aquilo que toda mulher gosta de fazer, um bom banho, cremes, cuidar
da pele. Relaxe um pouco. Somente então você pode se permitir a tomar uma
decisão. Depois, volte para visita-lo. Garanto que se sentirá melhor. Lembre-se
que você deve manter a sua energia tem um bebê crescendo aí dentro e seu marido
para cuidar.
- Tudo bem.
No dia
seguinte, antes de deixar o hospital, ela visitou Castle. Nada mudara e mais
uma vez deixou o lugar com o coração apertado. Foi estranho entrar no loft e
não dar de cara com ele. O seu falatório, a televisão acesa, o movimento na
cozinha. Tudo dava a ela uma aparência de casa fantasma. Tentando fugir dessa
sensação, Kate foi direto para o banheiro. Tirou a roupa e fez a imersão na
banheira. O corpo todo doía não por doença ou fragilidade, por tensão, stress e
preocupação. A imagem de Castle deitado inerte naquela cama de hospital
arrasava com seus sentidos, seus sentimentos. Deixava seu coração em
frangalhos. Fechou os olhos e procurou esvaziar a mente, um exercicio de ioga
que servia para trazer o equilibrio. O silêncio pairava no ar e o único som presente
era a respiração profunda e pesada dela. A dor lembrava uma série de agulhas
pinicando em seus ombros e Kate cedeu deixando o choro domina-la.
Ficou deitada
na banheira por um longo tempo. Precisava repensar toda a sua vida de agora em
diante, por um periodo de tempo que ainda era indeterminado, ela teria que
fazer concessões. Sua prioridade era Castle. Nada de casos, trabalho ou ela.
Toda a sua atenção seria voltada para ele nesse momento. Não voltaria a
Washington, não até ter a conclusão do que aconteceria com Castle. Teria que
falar com seu superior. Pelo menos por uma semana ela teria que se afastar do
FBI para acompanhar o que acontecia no hospital. Telefonaria amanhã para ele.
Toda essa mistura de emoções e sentimentos, fez Kate esquecer da mais nova
descoberta de sua vida. Uma gravidez. Em meio ao turbilhão, ela não podia
deixar de pensar que o bebê que carregava dentro de si fora concebido por ela e
Castle provavelmente em uma noite de prazer, era fruto do amor dos dois. Eram
muitas preocupações, interrogações e incertezas. Dar o próximo passo para ela
era uma decisão muito difícil de se tomar.
Saiu do banho,
secou o cabelo e após colocar o pijama, ela se jogou na cama exausta.
No dia
seguinte, Kate ligou cedo para o seu superior e explicou a situação para ele
pedindo a semana de licença para cuidar das coisas em New York e ver quais
seriam seus próximos passos. Ele consentiu e estendeu sua solidariedade a ela
desejando que tudo se resolva o quanto antes. Ela não disse nada sobre a
gravidez mas fez questão de avisa-lo que McQuinn e Catherine estavam
trabalhando com afinco para comprovar algumas evidências sérias que poderiam
ser usadas como prova do envolvimento de alguëm do alto escalão de Washington.
Villante disse que falaria diretamente com eles.
Ela se arrumou
e saiu novamente para o hospital. Infelizmente, nada mudara. Castle não
acordara e continuava em coma induzido. Ela não saiu do lado dele. Essa foi a
rotina de Kate durante toda a semana. Martha também passou muito tempo no
hospital com ela. As duas decidiram que esperariam uma nova reação e conversa
com o médico para então comunicarem a Alexis. Não queriam preocupar a menina
fazendo-a sair voando de volta para casa sem ter uma resposta concreta.
Ao fim da
semana, Esposito e Ryan vieram fazer uma visita a ela e Castle. Trouxeram com
eles a Capitã. Aquilo de certa forma surpreendeu Kate. Nos últimos dias, ela
ficou matutando sobre o acidente de Castle. Ela queria saber o que acontecera.
Chamou Ryan e Esposito em um canto enquanto Gates ficara conversando com
Martha.
- Eu preciso
que façam uma coisa para mim. Quero saber quem atingiu a Ferrari de Castle.
Esse foi um caso clássico de “hit and run” até onde eu sei, o fato é que eu não
sei ao certo como tudo aconteceu. Provavelmente, o caso deve estar esquecido.
Sei que não é um homicidio mas será que vocês não poderiam checar?
- Beckett
gostariamos de saber tanto quanto você mas não é nossa jurisdição. Tudo o que
soubemos foi que um carro, uma van na verdade atingiu Castle e ao reconheceram
o escritor ligaram para nós porque sabem que ele trabalhava no distrito. Foi
apenas isso.
- O máximo que
poderiamos fazer é tentar checar com o pessoal da polícia de transito ou entrar
em contato com aqueles que nos comunicaram o acidente – sugeriu Ryan.
- É melhor que
nada – disse Kate. Gates saiu do quarto e veio até ela.
- Como você
está Kate? – perguntou Gates e percebeu ela morder os lábios sem saber o que
responder. Gates virou-se para os rapazes – vocês poderiam me dar licença?
Quero trocar uma palavrinha com Kate.
- Claro – os
dois responderam quase ao mesmo tempo. Ao ver que eles se distanciaram, Gates
voltou a falar.
- Eu sinto
muito, Kate. Nem consigo imaginar o que você está sentindo. Aconteceu tudo tão
rapidamente. E não vê-lo reagir deve te deixar ainda mais aflita. Eu quis vir
aqui para dar meu apoio a você. Apesar de não ser mais minha funcionária, eu me
sinto responsável por você e a admiro. Além disso, o Sr. Castle trabalhou
vários anos com o meu time e devo dizer que apesar de algumas bobagens e um
comportamento questionável, ele se tornou parte do time e alguém que realmente
contribuiu para nossas investigações, mas não diga a ele que falei isso.
Serviria apenas para inflar ainda mais aquele ego que só falta explodir.
- Obrigada senhora
e fique tranquila, não direi nada a ele – Kate calou-se por uns segundos e
resolveu seguir seus instintos – Senhora, diante do que me disse eu gostaria de
pedir um favor.
- O que seria?
- Eu sei que
não se trata de um homicídio e também não sou mais sua funcionária... eu apenas
gostaria de ter uma resposta, de saber quem fez isso com ele e porque fugiu.
Seria muito pedir para a senhora liberar Ryan e Esposito para checar isso com o
pessoal da polícia de transito?
- Claro que
não, você tem esse direito e mesmo no FBI, Kate Beckett ainda é uma das nossas.
Você tem alguma desconfiança?
- Não sei ao
certo. Quero poder acreditar que não há nada por trás e isso é apenas uma
fatalidade, uma obra do destino sei lá... obrigada Capitã, significa muito para
mim.
- Ótimo! Vou
conversar com eles. Caso encontrem alguma coisa peço para falarem diretamente
com você. Não se preocupe com isso agora, Kate. Foque em cuidar de Castle.
- Obrigada
novamente, senhora – Gates sorriu para ela. Despedindo-se dos rapazes, ela
voltou ao quarto onde Martha estava sentada ao lado da cama, velando o sono do
filho. Ao vê-la pensativa olhando para ele, Kate se aproximou e colocou a mão
no ombro em sinal de conforto.
- Ele é um
guerreiro, Martha. Castle vai sair dessa. Ele lutou muito para conseguir tudo o
que conquistou até hoje. Comprou uma briga que não era dele, uma que colocou
sua vida em risco tantas vezes. Fez isso por mim. As vezes me pergunto como ele
não se cansou de me esperar, de acreditar. Talvez pelo mesmo motivo que eu
sempre alimentei a vontade, a esperança e o desejo de ficar com ele, ama-lo
como ele merecia ser amado. Por quanto tempo adiamos o momento, ele me
respeitou, me deixou estar preparada, de coração aberto para recebe-lo, sem
muros, sem barreiras.
- Ele não se
cansou porque era amor verdadeiro, Katherine. Você se arrepende? De ter
esperado?
- Não.
Acredito que tudo aconteceu como deveria. No momento certo, eu acordei. Não
faria nada diferente.
- Eu vi a
transformação que você realizou no meu filho mesmo não estando namorando ainda.
Você o fez feliz como nunca ninguém fez. Tenho certeza que você continuará
fazendo-o muito feliz com o bebê que estar por vir formarão uma bela família e
envelhecerão juntos. Eu sei.
- Você sabe
que eu faria qualquer coisa pelo seu filho não Martha? Qualquer coisa. Daria
minha vida por ele.
- Eu sei. Ele
faria o mesmo.
O médico
entrou no quarto para verificar como ele estava. Ao ver as duas
cumprimentou-as. Depois de examinar seu paciente, ele anotou algumas coisas no
prontuário e checou outras. Kate olhava os movimentos atenta, procurando algum
indício de problema ou de melhoria. Quando tornou a colocar o prontuário no
lugar, Kate automaticamente fez a pergunta.
- Como ele
está, doutor?
- Sinais
vitais estáveis. Nada que indique uma melhoria significativa.
- Mas ainda
precisa dos aparelhos?
- Por
precausão os aparelhos ajudam numa recuperação mais rápida. Vou observar as
reações dele neste fim de semana e conforme for o comportamento dele, eu farei
uma tentativa de tira-lo dos aparelhos na segunda.
- E qual a sua
expectativa? – perguntou Martha.
- Não posso
dizer ao certo. Em casos como esses, pode se dizer que o tempo é uma loteria.
Qualquer período que eu informe a vocês será mera suposição. Temos que esperar,
infelizmente.
- Obrigada –
Kate pediu licença para o médico e saiu do quarto. Diante do que ela escutara
dele, sabia que tinha uma decisão a tomar. Na verdade, não era uma decisão. Ela
precisava comunicar a seu chefe em Washington que não voltaria ao trabalho por
tempo indeterminado. Provavelmente não agradaria nem um pouco mas ela não
voltaria para DC sem ele. Não poderia continuar trabalhando como se nada
tivesse acontecido enquanto Castle estava deitado sozinho numa cama de
hospital. Não. Sua volta a Washington seria apenas para pegar algumas coisas
suas e dele. Voltaria a morar no loft.
Era fim da
tarde de sexta quando Kate pegou o celular e discou o número do seu superior.
Estava nervosa pela notícia que daria a ele, por não saber a sua reação. No
quarto toque ele atendeu. Ela o cumprimentou e educadamente ele perguntou pelo
marido dela. E foi assim que ela começou a contar o motivo do telefonema. Após
explicar a situação para o seu chefe com o máximo de detalhes possíveis,
Beckett pediu sua licença prêmio de seis meses. Não tinha outra alternativa e
se desculpou com ele mas não poderia voltar para o bureau nessa condição. Para
ele foi inicialmente um choque. Não contava em perder mesmo que por um tempo
determinado uma de suas melhores agentes, todavia era direito dela usar sua
licença nessa situação e sabia que se dissesse não, ele poderia ter uma pessoa
trabalhando por trabalhar e sem render quase nada ou pior, ela poderia pedir
demissão. Não havia outra alternativa se não conceder a licença. Respondeu
positivamente para ela e disse que ia entrar com a papelada no departamento de
recursos humanos. Ela agradeceu.
Ao desligar o telefone, Kate suspirou
encostando-se na parede do corredor.
Na manhã de
sábado, ela comunicou a Martha que ia a Washington buscar algumas coisas e
retornava a noite para New York. Quanto menos tempo passasse naquele
apartamento melhor. Logo após abrir a porta, Kate seguiu direto para o quarto.
A cama ainda estava exatamente como ela deixara. Não poderia ser diferente já
que ninguém estivera ali depois dela. Sentou-se na cama do lado que ele dormia.
Acariciou os lençóis com a palma da mão, fez a mesma coisa com o travesseiro e
o levou até o nariz. Inalou. O cheiro dele ainda estava lá. O suor masculino e
o perfume. Ela agarrou o objeto sem tira-lo do seu rosto e deitou na cama. Ficou
um bom tempo ali, deitada tentando tornar aquele momento real. Engoliu em seco
e finalmente se levantou da cama para arrumar o que precisaria levar para New
York.
Duas horas
depois, tudo o que precisaria estava na mala. Ela foi até o escritório onde ele
escrevia. Ao entrar ali, sentiu um aperto no coração. Aquele era o espaço dele,
o mundo de criação e fantasia de Castle. Seu território. Ela avançou até a mesa
e avaliou o que ele deixara para trás. Haviam algumas fotos da investigação, um
pendrive e um bloco de notas todo rabiscado de ideias. Ela juntou tudo e
colocou dentro de uma pasta transparente que achara na primeira gaveta. Sobre a
mesa, um porta-retrato grande com a foto dos dois sorrindo. Ela lembrava
daquela foto. Fora tirada na primeira visita de Castle a DC, dentro do museu
Smithsonian. Ele estava tão feliz! Parecia um menino em um parque de diversões.
Sorriu ao fitar a foto e lembrar do momento. Carregou consigo o porta-retrato.
Desligou os
aparelhos eletrônicos e se certificou que nada apresentava perigo ali. Afinal o
lugar ficaria fechado por um bom tempo. Com um único suspiro, ela passou os
olhos por todo o espaço. Foram felizes ali. Muito felizes. Kate sabia que o
bebê que esperava fora concebido ali. Um dia, ela esperava voltar com ele para
aquele lugar e mostrar ao filho ou filha deles que esse era o lar dos Castle.
Mordendo os lábios para conter o choro, ela fechou a porta.
De volta a New
York, cansada, apenas jogou as coisas no closet do quarto. Deitou-se na cama e
dormiu imediatamente. No dia seguinte, após passar o dia no hospital, ela
jantava com Martha no loft. Elas não conversavam e Kate por um momento apenas
brincava com a comida no prato, pensativa. A sogra notou e a preocupação a
invadiu.
- Katherine
querida, se está sem fome tudo bem. Pode deixar a mesa mas não brinque com a
comida – ela percebeu um pequeno sorriso no canto dos lábios em resposta – você
está pensativa. O que houve? O que está se passando nessa cabecinha?
- Estava
pensando em como tudo isso começou, esse acidente. Castle não é uma pessoa descuidada
no transito. E mesmo sabendo que disse a ele para não demorar, eu sei que não
estava correndo. A culpa desse acidente não foi dele. Então como pode ser tão
brutal a ponto de deixa-lo inconsciente e em coma?
- Ah
querida... eu gostaria de poder responder mas tudo o que sei foi que após o
acidente ligaram para o seu antigo distrito e o rapaz veio a minha porta
dizendo que meu filho havia sofrido um acidente de carro e fora levado ao
hospital. O único detalhe que eu me lembro foi ele mencionar que fora atingido
por uma van. Nada mais.
- Tudo bem,
espero que Ryan e Esposito encontrem uma explicação para tudo isso.
Na segunda ao
chegar ao hospital, Kate se encontrou com o médico e acompanhou-o a unidade de
terapia intensiva. Primeiramente, ele observou os sinais vitais dele e checou
os monitores. Continuava estável. Com a ajuda de uma enfermeira, eles começaram
a retirar os tubos devagar e ver como ele reagia. Nos primeiros movimentos,
tudo parecia correr bem mas então ao desconectar o monitor cardíaco, o pulso
dele caiu junto com a pressão. Kate arregalou os olhos não acreditando na cena
que via, ela implorou.
- Nãooo, por
favor... ponha de novo...por favor – ela virou-se de costas não suportando
olhar aquela cena. O médico trabalhava rapidamente para restabelecer o quadro
anterior do paciente. Ela o viu falar para a enfermeira se afastar e usou o
desfribilador. Ao ouvir o barulho, ela gritou por ele – nãooo, Castle...
Rick... reage! E caiu no choro.
Felizmente, o
batimento foi recuperado com a reconexão do monitor cardíaco. Quando o médico
virou-se para encara-la, encontrou Kate encostada na parede sentada ao chão e
agarrada aos seus joelhos. Ele foi até ela. Agachou-se e tocou seu braço para
conforta-la.
- Kate, está
tudo bem agora. Ele está bem, respirando pelos aparelhos mas bem. Desculpe.
Pensei que ele estivesse pronto para se livrar dos aparelhos, como disse é algo
imprevisível. Desculpe tê-la assustado dessa maneira. Venha, me dê a mão – ele
ajudou-a a se levantar – venha ver com seus próprios olhos. Castle está
novamente estável – ela se viu olhando para o homem inerte deitado naquela
cama, o rosto marcado pelas lágrimas, o coração pulando loucamente no peito
pelo simples indício da possivel perda. Ela não estava preparada para enfrentar
uma vida sem ele. Não podia. Cautelosamente como se um movimento brusco o fosse
afasta-lo de si, ela se aproximou da cama. Os dedos longos e frios devido ao
susto tocaram a pele quente das mãos dele. Kate fazia pequenos circulos nela. O
médico fez sinal para a enfermeira e saíram.
Ela
inclinou-se um pouco mais para perto dele. Dessa vez tocou-lhe o rosto.
Aproximou-se do ouvido de Castle e sussurrou.
- Você
prometeu que estaria sempre ao meu lado. Nunca, nunca pense em partir. I love
you, Rick. Always.
Beijou a testa
dele e por um longo tempo permaneceu apenas ao seu lado, olhando-o.
XXXXXXXX
Na
quinta-feira da semana seguinte, Ryan liga para ela.
- Hey,
Beckett! Como vão as coisas?
- Na mesma.
- Sinto em
saber. Mas aposto que ele vai sair dessa e voltar a nos encher de teorias
malucas. Eu tenho novidades. Chequei com o departamento de transito e havia
câmeras ativas no momento do acidente. A boa notícia é que conseguimos ver qual
o carro que bateu nele. Uma van azul marinho. A má notícia é que não há placa
nela e nada que possa nos dar um registro nos computadores a fim de descobrir
quem é seu dono.
- Então, isso
é o mesmo que voltar à estaca zero.
- Não
exatamente. No vídeo que examinamos da câmera, havia uma testemunha. Uma moça.
Ela estava numa das mesas externas da cafeteria da esquina antes da batida e
ainda permaneceu lá até a retirada de Castle para a ambulância. Ela parecia
chocada. Talvez tenha algo a nos dizer. O vídeo está com a técnica de
informática. Ela está tentando melhorar a imagem para conseguirmos identificar
a moça. Assim que descobrirmos eu ligo para você.
- Obrigada
Ryan... é possivel mesmo ver a cena, do acidente?
- É sim, mas
não aconselho você ver esse video. É chocante demais. Na verdade, eu te peço
que não veja. Ah! Eu quase esqueci. Jenny quer visita-la e levar o Patrick. Ela
quer ver Castle mas não sei se devemos leva-lo ao hospital.
- Eu adoraria
vê-lo, aos dois. Por que não pede para ela vir ao loft e outro dia você a leva
para ver Castle. Diga para ela vir no domingo.
- Tudo bem. Qualquer
novidade te aviso. Vamos descobrir quem fez isso, Beckett. Prometo.
No domingo, os
Ryans foram visita-la. Kate foi capaz de matar a saudade do pequeno Patrick e
mima-lo um pouco. Claro que ela perguntou a ele se havia encontrado algo mais e
a resposta foi negativa. Em um dado momento, elas ficaram sozinhas com o bebê
enquanto Ryan foi até a cozinha preparar uma mamadeira para o bebê. Foi então
que Jenny tocou no assunto que mais queria conversar com Kate. Sobre o bebê que
estava esperando.
- Kate, eu sei
que você está vivendo um momento crítico e todas as suas atenções estão
voltadas para Castle mas como mãe eu preciso te dar um conselho. Não deixe de
cuidar desse serzinho que está aí dentro, crescendo. Ele precisa tanto do seu
amor como Castle. Talvez mais que ele, bebês são sensitivos. Cuide bem dele. É
a prova viva do amor de vocês. E quando precisar de ajuda não deixe de me
procurar.
- Obrigada,
Jenny.
Quase uma
semana se passou e nenhuma noticia de evolução da investigação do acidente. Em
compensação, ela recebera uma ligação de Catherine querendo saber notícias e
para atualiza-la apesar do afastamento dela de Washington. Catherine contou que
estavam montando um dossiê completo do senador Denver. Ela e McQuinn
conseguiram achar muitas ligações do filho e dele mesmo com o amigo de Sean,
Damien. Estavam trabalhando sozinhos porque se alguém desconfiasse que estão
muito próximos de desmascarar o senador, tudo podia ir por água abaixo.
Confirmou que novos carregamentos continuavam chegando e com o novo programa
que McQuinn conseguira, estava melhor para seguir o rastro do dinheiro. Beckett
parabenizou a ela e pediu para transmitir o mesmo ao técnico de informática. De
repente, teve uma ideia. Pediu a Catherine para avisar a McQuinn que alguém da
polícia de New York entraria em contato com ele.
Assim que
desligou o telefone, ligou para Ryan.
- Oi, Ryan!
- Hey, Kate.
Se está ligando para saber novidades, infelizmente não as tenho. Sei que não é
o que você gostaria de ouvir mas...
- Não, Ryan.
Eu não estou cobrando nada. É que me lembrei de alguém que pode nos ajudar a
achar a testemunha do vídeo. Ele trabalha comigo em DC, McQuinn. Ele é um às da
informática, pelo menos nunca me deixou na mão. Anota aí o telefone dele – ela
recitou os números – tudo certo? Avisei que você ia ligar.
- Tudo bem,
acho que qualquer ajuda é bem-vinda. Alguma mudança em relação a Castle?
- Não, está na
mesma.
- Força, Kate!
E desligou.
Cinco meses
antes...
Kate estava
novamente no hospital. Dessa vez porém, não estava no quarto de Castle. Ela tinha
uma consulta com sua ginecologista. Èra sua primeira desde que descobrira estar
grávida. Preferiu vir sozinha. Enquanto esperava na antesala da ala da
maternidade onde sua médica atendia, ela observava as pessoas ao seu redor.
Cada uma mais grávida que a outra, em estágios diferentes de gravidez. As mais
avançadas estavam acompanhadas dos supostos maridos ou namorados. Na verdade,
as únicas pessoas sozinhas naquela sala eram ela e uma outra moça que estava
ali apenas para um preventivo, ela já perguntara.
Sentia-se
estranha. Nunca imaginara vir sozinha a um consultório estando grávida. Estava
nervosa. Remexia na sua aliança constantemente, sinal claro de ansiedade. Ao
ouvir a assistente chamar seu nome, ela travou. Respirando fundo, ela conseguiu
levantar-se e caminhar até o consultório. A médica ao vê-la abriu um sorriso.
Kate havia contado para a médica o que acontecera e certamente seu sorriso
queria expressar uma compaixão, talvez mesmo pena pela situação que ela se
encontrava mas Kate não queria nada disso. Não tinha intenção alguma de fazer
os outros a olharem de maneira diferente. Ela seria mãe e seu bebê tem um pai,
um homem maravilhoso que terá o maior orgulho de segura-lo nos braços. Era
assim que ela teria que encarar os meses que estavam por vir até que Castle
pudesse se juntar a ela nesse momento deles.
Os exames
preliminares mostraram que estava tudo bem com ela e a gravidez. Recomendou
cuidado na alimentação e passou algumas vitaminas a ela. Por fim, pediu que ela
se dirigisse a outra sala para fazer o ultrasom. Esfregou a barriga dela onde
depositara o gel e as primeiras imagens apareceram. Ela descrevia o que Kate
estava vendo. Tudo estava bem com o bebê agora com quase doze semanas. A médica
percebeu que a emoção começava a tomar conta dela. Conhecia Kate Beckett para
saber que ela era uma mulher forte e não costumava desabar na frente de
ninguém, sendo assim, ela deu a sua paciente algum espaço.
Kate olhava
para a tela do monitor com a imagem do feto. Não, com a foto de seu bebê, seu e
de Castle. Crescia dentro dela e tinha as características dos dois. Ela queria
que tivesse os olhos dele. aquele azul hipnotizante e sincero. Ele certamente
diria que gostaria que a criança tivesse o nariz dela e a boca, mas podia ver
ele dizendo que não se importaria que fosse uma cópia dela, até no gênio. Ao
perceber isso, ela deixou uma lágrima escapar. A realidade do momento a atingiu
como um raio. Aquele que era para ser um momento de alegria e risos,
transformara-se em um momento solitário. Levou a mão ao rosto e afastou as
lágrimas. Ela ainda iria rir muito com Castle e juntos iam formar uma linda
família. Ela precisava se apegar em algo para continuar acreditando.
Deixou o
consultório com a foto da ultrasom nas mãos e foi direto ao quarto dele. Finalmente
eles tinham uma certa privacidade, ele havia sido transferido para um quarto
individual. Ela entrou de mansinho, sem fazer barulho. Não que precisasse.
Sentou-se na poltrona ao lado da cama e ficou por alguns instantes fitando-o.
Trazia nas mãos a imagem do ultrasom. Olhando para a suposta primeira foto do
seu bebê, ela acariciava o papel com a ponta dos polegares. Engoliu em seco
antes de começar a conversar com ele. Afinal, ela viera até ali para contar
como foi seu dia, sua primeira ultrasom, a experiência de fazer isso sem ele ao
seu lado.
- Hey, babe...
sou eu de novo. Quero te contar algo importante, falar sobre a nova fase da
nossa vida. Hoje fiz meu primeiro ultrasom, Castle. Foi estranho estar sozinha
naquele lugar, bem diferente do que eu imaginara ser a nossa primeira vez. Confesso
que no momento que a doutora mostrou o nosso bebê eu olhei para o lado te
procurando e você não estava lá. Não estou culpando-o, por favor, nunca faria
isso. Mas eu sei o quanto você queria ter um bebê comigo e ele agora está aqui
e você não pode aproveitar momentos preciosos comigo – ela limpou uma lágrima
teimosa – sabe, durante a consulta pensei que adoraria que nosso bebê tivesse
seus olhos. Percebe que o chamo de bebê? Não sei qual será o sexo da criança e
aqui eu prometo, não vou querer saber sozinha. Esperarei por você para
descobrirmos juntos – ela colocou a foto da ultrasom por baixo da mão dele –
pode sentir? Essa é a imagem da nossa criança. Promete que você acordará para
vê-la nascer?
O silêncio era
incomodo no quarto. Kate exercitava um monólogo. Aproximou-se um pouco mais da
cama e entrelaçou seus dedos aos dele. Beijou-lhe o rosto e deixou a cabeça
pender sobre o peito dele.
- Eu sinto
tanto sua falta, Cas.... será que você consegue me ouvir quando converso com
você? Será que reconhece minha voz? Não quero que me esqueça, Castle. Estarei
aqui todos os dias para ter certeza de que isso não aconteça e um dia espero
estar contando algo sem importância e de repente ouvir sua voz rouca dizendo
que preferia ouvir histórias de zumbis. Esse será o dia mais feliz da minha
vida, babe. Te ver sorrindo e fazendo alguma piada idiota comigo. Gostaria de
saber se esse dia está próximo de acontecer – ela se levantou e desatou os
dedos levando-o ao rosto dele. Beijou-lhe a testa e ficou esperando uma reação
qualquer, sabia ser loucura a essa altura mas tinha esperança.
Quando nada
aconteceu, ela esboçou um sorriso triste.
- Eu tenho que
ir. Como um autor de best-seller me ensinou um dia, eu me despeço. Até amanhã,
babe. Que amanhã seja mais promissor que hoje.
Ela caminhou
até a porta e suspirou. Antes de deixar o quarto, sussurrou.
- I love you,
Rick... – e a porta se fechou atrás dela.
Continua.......
8 comentários:
Sério? Como você acaba o capítulo assim. Desse jeito eu choro. Ansiosa para o próximo.
Quando o cap. 9 terminou eu disse pra mim mesma.. o q vou fazer pra esperar até o próximo? OMG! Nesse cap. ñ foi diferente, melhor, foi bem pior q o anterior claro.. um nervoso, uma aflição.. Ver Kate sofrendo gravida, ñ tem como ñ sofre junto com ela.. OMG Castle em coma.. Eu aquii comendo cada linha desse capitulo e esperando chegar uma hora que Kate chega no quarto e ele ta acordando ou no meio de uma conversa dela, ele abra os olhos.. Me pergunto mais uma vez o q faço até o próximo cap.? rsrsrs Estou acompanhando as duas fics estão a dia cada sensacionais.. E obrigada lá pela mensagem que você mandou para nós leitores.. Thanks! Vc é 1000! Fique tranquila eu entendo e sei o q é correria, o tempo é curto.. Bjos.. Mais ainda assim ñ demora tantoo kkkkkkkkkkk
Meu Deus!! Tô com a voz embargada depois de ler tudo isso, concordo com a cleo, como você termina um capitulo assim?! Quer me matar do coração, preciso do proximo capitulo!!
aaah!! E antes que eu me esqueça adorooooo as suas historias, estão cada vez melhores. Parabéns, mas pelo amor de Deus acorda logo o Castle...
bjoks
Quanta tristezaaaa, fiquei arrasada com esse capítulo!!! :(
Castle tem q acordar logo p aproveitar esses momentos únicos da gravidez junto com sua amada!!
Ansiosa pelo próximo c ele acordando!! :)
nossa me senti dentro do episódio, muito lindo Castle e a Beckett aumentando a família, acorda logo ele...vc escreve muitoooo bem parabéns!!!Ansiosa pelo próximo capitulo
onde aperta pra curtir? kkkk Pathy Cardoso vc disse tudo tbm me senti assim talvez ate mais pq imagino quando a alexis souber tenho medo que ela grite com kate falando coisas e deixar a kate mais triste ainda e depois ela tenta pedir desculpas e as dar apoio a kate pq é isso que ela merece e quanto a castle Karen nao demora de acordar ele Kate precisa dele não tortura tanto ela bem aguardo o próximo cap já disse uma vez mas nao custa reforçar amo suas fic vc escreve muito bem a cada semana espero um cap novo e toda vez me surprieendo não foi diferente nesse parabens
Nossa ... Chegou a dar um nó na garganta ... Já estou ansiosa pelo próximo capítulo ... Parabéns ...
OMG!!!!!!!
O CASTLE NÃO!!!!!
A KATIE GRÁVIDA!!!!!
Ele tem que ficar bem logo porfavozinho,não.aguento ve-la sofre desse jeito quando.ela descobrir quem.esta por tras,tenho pena do infeliz,mentira não tenho não U.u
Quando desligaram o aparelho e tudo aconteceu,vontade de te bater não faltou e com Katie no.chão abalada.
Ei cadê o amor ao proximo????Isso não se faz Ká,ela indo ao.medico sozinha,é desse jeito que vc quer que suas leitoras fiquem vivas até o fim?!Binks!!!
Preciso do proximo cap.
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