quinta-feira, 18 de outubro de 2012

[Castle Fic] Don't Give up on Chasing Rainbows - Cap.3


Nota da Autora: Esse episódio realmente me surpreendeu. Não esperava or momentos tão lindos entre nosso casal. E digo mais ao ver o episódio dessa semana tive a impressão que estava conectada com Marlowe, bem divirtam-se e detalhe não tem NC porque...ah! No próximo a gente conversa! 


Pitadas de NC-17....



Cap.3
12th Distrito

Kate Beckett experimentava uma certa calmaria no distrito nessa manhã. Até Castle, que chegara cedo trazendo o café para ambos como de fato fazia a quatro anos, notara que as coisas estavam devagar. Gates solicitou a presença de Esposito em um outro distrito para ajudar um colega e Ryan aproveitara para ir ao médico fazer uns exames. Diante disso Kate decidiu ter aquela conversa especial com Lanie. Antes porém, ela já discutira com Castle qual seria a melhor estratégia para desviar a atenção de Lanie dos dois e apenas queria repassar alguns pontos com ele, no fundo ela queria que Castle lhe garantisse que não colocaria o segredo deles em risco. Estavam na mini copa tomando um café, um de frente para o outro.

- Então devo seguir com a ideia do ficante ao estilo de Nikki? Tipo um treinador?

- Sim, foi uma boa forma de despista-la somente lembre-se que esse cara não é da polícia.

- Certo, vou contar a história que após pedir minha demissão, eu fiquei arrasada e decidi esquecer tudo aquilo por um tempo, falo do caso da minha mãe e da suspensão. Nesse meio tempo, comecei a frequentar uma academia próxima de casa e uma das classes de kickboxing conheci Don. Nós lutamos, ele me convidou para tomar um suco, nós conversamos, bla bla bla e ficamos. Nada sério.

- É por ai mesmo, apenas uma recomendação. Lanie vai perguntar sobre sexo, detalhes. Cuidado para não aparentar o tipo apaixonada caso contrário, toda essa mentira cai por terra. Você sabe caso se empolgue, ela vai perceber que há algo mais nessa historia que você não está contando.

- Eu não vou fazer cara de apaixonada! Oh, Deus! Eu posso realmente fazer isso...  ah, isso não vai dar certo. Ela me conhece, vai perceber.

- Hey, relaxe. Permaneça no papel. Lembre-se: haja como Nikki em Heat Wave. Tranquila, decidida e a fim de um bom parceiro para sexo. Essa é a ideia que você deve passar. Diga que está testando para ver onde chegam.

- Ok, vou tentar me lembrar disso... espero que meu corpo não me traia.

- Por mais irresistível que seja não pensar em mim, você vai conseguir. Que horas você vai falar com ela?

- No almoço, Sr.Convencido. Tem algum problema com você?

- Não. Vou aproveitar para ver como vão as coisas com Alexis nem acredito dois dias para ela realmente deixar o ninho...

- Hey – ela estica a mão tocando a dele - vai ficar tudo bem. Ela sorri para ele.

- Eu sei. Mas ela sabia que ele já estava sentindo o vazio que a filha deixaria na vida dele mesmo estando apenas algumas milhas distante. O lado carinhoso e de pai eram qualidades de Castle que ela sempre admirara.      

Na hora do almoço, Kate dirigiu-se para um Oliver Garden que ficava próximo ao distrito. Lanie já esperava por ela. Sentaram-se e Kate logo pediu um suco. Sugeriu a amiga que fizessem logo os pedidos assim teriam mais tempo para conversarem à vontade. Escolhido o almoço, Lanie não esperou nem mais um minuto.

- Conta. Como esse tal bonitão sem nome apareceu na sua vida? E não tente me enganar. Quero todos os detalhes.

Kate sorriu para a amiga e preparou-se para contar a sua mentira.

- Don. Depois que pedi demissão, eu tive que repensar minha vida, não bastando tudo isso ainda tive que enfrentar meu algoz mais uma vez sem estar na polícia. Quando acertei com Gates que voltaria após a suspensão sabia que tinha que reavaliar algumas coisas na minha vida. Passei um tempo mal, ter vários dias livres te faz pensar em muitas coisas. Não podia ficar parada e decidir frequentar uma academia perto de casa. Don estava na aula de kickboxing e nos desafiamos. Ele me convidou para um suco na lanchonete da academia, conversamos e acabei frequentando as aulas toda a semana com ele. Ex-fuzileiro, boa pinta, sabe conversar sem ser machista ou arrogante. No sábado saímos para comer alguma coisa e não sei se foi o vinho ou mesmo a vontade de ter alguém, o fato é que dormir com ele e não me arrependo. Ele é bom.

- Hum... quão bom?

- Bom do tipo três viagens ao céu.

- Oh...bom mesmo...Certo... e vocês estão juntos mesmo?

- Sim, quer dizer. Ele me trouxe uma outra perspectiva, gosto da companhia e o sexo vale a pena. Por hora é o que preciso. Sem bagagens, sem stress, apenas a companhia e o bom e velho prazer na cama. Vou deixar rolar e ver onde chegamos. Não estou pensando em relacionamento sério nesse momento Lanie.

A amiga a ouvira sem fazer grandes comentários, Kate sabia que ela estava matutando algo e tinha medo de qual seria sua próxima pergunta.

- Acho ótimo que você esteja mais tranquila, querendo curtir a vida mas sabe o que não entendo? O que aconteceu com os seus sentimentos por Castle? Simplesmente desapareceram? E os dele? Vocês ainda continuam trabalhando juntos então o que aconteceu para você desistir de tentar com ele?

- Nós nos desentendemos. Falamos algumas coisas que não devíamos um para o outro. Por causa do caso da minha mãe. Ele foi embora. Depois que soube do que aconteceu, ele veio pedir desculpas e que não queria perder o que tínhamos – nesse momento, ela sorriu lembrando-se da noite em que ela foi até o apartamento dele – e foi ai que percebi que nosso tempo passou, aceitei as desculpas e ele de volta no distrito.

- Sei, engraçado, não foi esse fim que imaginei para vocês dois, tenho a impressão de que não acabou. Você e Castle. Kate você fala dele ainda de maneira diferente. Ele ainda te afeta.

- Não Lanie! Castle é pagina virada – ela sabia que dera mancada. 

- Se é assim, porque você acha que ele voltou a trabalhar com você no distrito? Ele não precisa de você para escrever seus livros.

- Ele gosta de bancar o detetive.

- Isso é verdade mas existe algo mais aí e vou ficar de olho. E quando vou conhecer o tal bonitão? O Don?

Kate mordeu os lábios, e agora? Não pensara sobre isso! Então, ela teve que dar a única desculpa que viera a mente – Você vai ter que esperar mais um pouco. Por enquanto não quero sair desfilando com ele por aí, ainda não é um relacionamento sabe? Hoje realmente ele é um ficante, um parceiro para sexo. E você sabe que se começo a andar com ele, os rapazes querem logo saber detalhes e não estou pronta pra isso ainda. Você entende?

- É entendo. Você não vai querer estragar a possibilidade de um bom relacionamento sem saber qual são suas opções. Ainda mais com Castle por perto. Ele talvez fosse o primeiro a minar tudo isso. Porque Kate alguém que esteve apaixonado por você por quatro anos, não desiste tão fácil. E essa historia ainda não terminou.

Kate corou. Lanie insistia na tecla Castle e ela não conseguia disfarçar muito bem.

- É pela sua reação, talvez nem pra você, apesar do que diz.

Lanie gostara de ver que a amiga estava bem, vivendo um pouco mas ainda havia algo estranho em tudo aquilo que ela precisava entender. Deixaria isso de lado por enquanto para não pressionar a amiga, essa conversa estava longe de acabar. Havia algo mais no olhar de Kate que sugeria sentimento, ela estava entrando na melhor fase de um relacionamento e seu discurso não correspondia a sua linguagem corporal.

A comida chegou e elas mudaram de assunto.  


XXXXXX


Em algum lugar de Manhattan, uma mulher fora assassinada. Parece que a calmaria no 12th chegara ao fim. Passava das três da tarde quando Beckett recebera o telefonema comunicando o local onde encontraram a vitima. Castle ainda não voltara.  

- Última caixa e estou pronta para a faculdade.

- Querida, é muita coisa. Sabe que não precisa levar tudo isso com você? – ele remexia a caixa, tirou uma medalha - Como isto. O que é isto?

- Lembra? Queria andar de bicicleta sem rodinhas, como os mais velhos, e eu consegui. Então você me deu uma medalha de ouro.

- Querida, é uma memória muito legal, mas seu quarto não é grande. Terá que deixar algumas coisas para trás.

- Não o ouça, querida. Todos precisam de suas coisas. Martha chegara atrapalhando a conversa e tirando a razão de Castle.

- Viu?

- Minha menininha vai para a faculdade.

- Parece que foi ontem que olhava embaixo da cama, prometendo-lhe que monstros não existiam.

- Eu menti. Monstros existem. São garotos nos dormitórios de calouros.

- Falando nisso, antes de Alexis partir, não acha que deveria... conversar com ela?

- A conversa sobre sexo? Tivemos essa conversa há anos. Aprendi tanto.

- Conversar sobre você e Beckett.

- Mãe, Beckett e eu só...

- Poupe-me, Richard. Soube na manhã em que voltei e a pobrezinha estava escond...

- Você...– ele derrubou o objeto que tinha nas mãos de nervoso - Como sabe disso?

- Mães sabem essas coisas.

- Mas não acho que queira que Alexis entre e descubra você e Beckett... fora do armário. E por "fora do armário"...

- Eu... sei o que quer dizer com "fora do armário".

- Tudo bem, então... Não acha que deveria contar?

- Contar o quê? Alexis perguntou.

Beckett telefonou para ele encontra-la no endereço do novo caso. Ele estava se preparando psicologicamente para contar a ela o que acontecera e sabia que ela não ia gostar de ouvir, podia se apavorar. Ele estava certo. 

- Contou para Alexis?

- Não queria. Minha mãe usou seus truques contra mim.

- Ela também sabe? – ela começou a se angustiar - Castle, percebe o que está em jogo? Se Alexis contar para Lanie...

- Alexis não contará.

- Lanie contará ao Esposito, Esposito não deixará de contar ao Ryan, e Ryan fará disso grande coisa, Gates descobrirá e não poderemos mais trabalhar juntos.

-Confie em mim – wow em menos de um minuto ela imaginara a terceira guerra mundial! - Ela sabe o que está em jogo e nosso segredo está a salvo.

Não tinha muito o que fazer a não ser acreditar que tudo estaria sob controle. Sendo assim, seu interesse passou a ser outro - E como ela lidou com isso, nós dois juntos?

- Estava preocupada demais com a mudança para comentar. É ridículo. Havia caixas e caixas de coisas e parece que tudo é importante.

- Todos precisamos de nossas coisas.Tenho caixas e caixas de coisas. É reconfortante. Relembram meu passado.

-Seu excêntrico passado?

- Também há uma caixa dessas. Ela provocou entrando no local do crime deixando um Castle pensativo para trás.

A vitima era Wendy Dupree, 25 anos, tiro único no peito de uma 9 milímetros. Não morrera logo deixando uma mensagem escrita com o seu sangue “LIE”. Mas o que isso significava? Era da Filadéfia e trazia 4 mil dólares consigo. Pediu para os rapazes checarem as finanças. Castle também não tinha ideia do que ela quisera dizer com aquela palavra. Felizmente um sms acabou por ajuda-los. "Acha que pode mentir para mim? Fuja o quanto quiser. Encontrarei você e pagará." A mensagem era da Filadélfia. E Beckett pediu para achar o destinatário do sms. Era de um tal de Pratt que na verdade era o patrão de Wendy numa lanchonete. Ela roubara o dinheiro dele para uma emergência e isso o deixou fulo. Mas aparentemente, ele não a matou mas precisavam confirmar o álibi dele.

- Mesmo que seja ele, não explica a emergência de Wendy. Roubar o dinheiro, a viagem repentina a NY. Por que ela escreveu "mentira"? Não se escreve uma mensagem no sangue por diversão. Tinha que haver uma razão.

-Acabou o seu? Quer mais?

-Quer saber? Eu vou pegar.

- Obrigado. Autoestrada Long Island. Instituto de Excelência Literária. O amor é tudo. Eu acabei de dizer isso? Estou ficando mole – sorriu e percebeu que o telefone da mesa dela tocava. Que mal havia em atender?

-Telefone da detetive Beckett.

-Castle? Não tem permissão de atender o telefone de Beckett.

-Sim, eu tenho.

-Desde quando?

- Desde que eu...- ops! Não fale mais nada! - Há algo que eu possa fazer por você?

- Sim. Anote isto. Tenho uma parcial da cápsula da bala. Sem combinações no sistema ou com o sr. Pratt, mas encontrei traços de DNA. 
Está anotando?

É claro que ele não estava, começou a remexer as gavetas dela em busca de caneta e papel, acabou encontrando outra coisa. - Estou.

- Castle!

- Certo. Espere.

- O que está fazendo? Era a voz autoritária de Beckett. Lanie já sabia que ele estaria encrencado.

- Está com problemas.

- Não estou com problemas – desligou o telefone - Lanie tem uma digital parcial. Não corresponde a Pratt. Ele não é nosso cara.

- Quem disse que podia atender meu telefone? E por que está mexendo nas minhas gavetas?

-Estava procurando papel.

- Claro.

- Não mexa nas minhas coisas, Castle.

- Suas coisas? Preciso te lembrar? Eu já vi suas “coisas”.

- Algumas das minhas coisas ainda são particulares.

- Entendi. Um antigo namorado fez isso para você.

-Não.

-Sério? Porque não tem problema. Não ficaria com ciúmes – ele viu o olhar que ela lançou na direção dele - Tudo bem.Talvez um pouco ciumento. Não foi um antigo namorado? Pegou de uma cena de crime. É uma lembrança do primeiro assassinato que você comandou.

- Já te falei, Castle... é particular.

- Ou – ele brincou - é uma vítima da convenção dos homens de graveto.

- Sério? É o melhor que consegue? Ela provocou, isso ia ser interessante.

-Desafio aceito. Nesse instante foram interrompidos por Ryan com novidades do caso. Não havia nada nas finanças mas pegou um taxi para um endereço na cidade 8ª e Market ontem. Talvez tivessem respostas nesse lugar. Castle e Beckett foram ate o local e descobriram estar numa espécie de armazém. Ao perguntarem se alguém tinha visto Wendy descobriram que ela iria participar de um leilão de depósitos recuperados. Explicava os 4 mil e também a mensagem secreta. Não era a palavra LIE era um número : 317. Castle percebeu virando a foto ao contrário. E era exatamente esse deposito que estava em leilão naquele momento. Eles tinham que comprar aquele depósito ou não descobririam porque Wendy morreu. Ela pediu para Ryan checar Johan Fleming, o dono do deposito e pediu para parar o leilão mas sem mandato não conseguira. 

-Castle, o que está vendo?

-Não muito. Só um... Só um monte de velharias.

- A chave do assassinato de Wendy pode estar nessa velharia e estamos prestes a perdê-la. Não há como conseguirmos um mandado a tempo.

- Não tem um mandado, mas tenho algo melhor. Talão de cheque.

- Leilões são apenas em dinheiro, bonitão.

- Não. O que vamos fazer? Beckett estava realmente sem opção quando Castle puxou as notas do bolso.

- US$ 2 mil é suficiente?

- O que faz com US$ 2 mil no bolso?

- Sou escritor de best-seller. Por que não teria US$ 2 mil?

- O que darão? Que vai iniciar? US$ 100?

-Quem dá US$ 100?

-Bem aqui.

-US$ 100. Quem dá US$ 200?

-Eu!

- US$ 200, obrigado.

E o leilão começara a ganhar corpo. À medida que o condutor ia cantando as quantias, as pessoas manifestavam seu desejo aumentando o valor. Até o momento que Castle sugeriu 1500 dolares achando que acabaria por ali mas estava enganado. Alguém cobriu sua oferta. Beckett viu as suas chances ficando a cada lance menores então pediu a Castle para assinar o talão e começou a negociar o cheque de Castle para obter dinheiro vivo. Parecia não ter muita sorte quando teve a ideia de oferecer o nome de um personagem no novo livro dele o que para sorte dela, a mãe do cara era fã do autor. Com isso conseguiu mais 1600 dolares que entregou a ele. Quando Castle ofereceu 3000 apenas um cara continuava a desafia-lo mas não teve coragem de bater os 3600 dólares que ele deu como oferta final e arrematou o depósito. Juntos levaram toda a tralha para o distrito. A primeira vista, era um monte de porcaria mas ali poderia estar a chave do mistério para o assassinato de Wendy. Ryan descobriu que Johan era na verdade o irmão de Wendy, Wendel Dupree. Nesse instante foram surpreendidos com a presença de Gates que não gostou nada do que viu.

- Que diabos está acontecendo aqui? De quem é essa tralha, e o que isto faz na minha delegacia?

- É do Castle, senhora. Esposito dedou.

- Sr. Castle.

- Senhora, na verdade, é parte de uma investigação em andamento – Beckett foi logo justificando para defendê-lo.

- Não quero saber. Quero isto fora daqui, tudo – então ela viu o que Castle segurava em suas mãos, uma pequena boneca bem feia - Isso é... É. Sabe o que tem em mãos? O quão raro é essa peça?

- Senhora? Você é uma colecionadora? Beckett indagou impressionada com a reação da capitã.

-Desde criança. Procurei-a por anos.

-Bem... Não precisa mais procurar. – Castle falou estendendo a boneca para ela.

-Não...

-Sim. É sua.

- Sério? Bem, eu... Não sei... – Gates parecia criança na manhã de natal.

- Diga que aceita.

- Obrigada. Muito obrigada – com a boneca em mãos, ela parecia enfeitiçada - Continuem. E Beckett pediu para encontrarem Wendel. Descobriram que os pais deles morreram num acidente de carro e Wendell nunca se recuperou. Morrera a seis semanas atrás atropelado por um metrô. Acidente. A irmã achava que não. Achava que o irmão tinha se envolvido em algo perigoso por isso estava atrás do depósito mas eles não viam nada ali para ajuda-los no meio daquela porcaria.O último emprego fora de motorista para Angélica Henley. Beckett resolveu checar o que a madame sabia.

No apartamento de luxo de Angelica, Beckett se identificou e perguntou sobre Johan revelando que ele era na verdade Wendell. Aparentemente, a mulher não sabia do nome falso. Angélica comentou que dois dias antes de morrer fora roubada, seu cofre aberto e dentro dele estava um bracelete feito de diamantes rosas, que valia mais de U$ 4 milhões. Beckett olhou para Castle, era isso que estava no deposito. Motivo suficiente para matar.

Saindo da casa de Angélica, Beckett decidiu encerrar a noite. Castle disse a ela que a acompanha-la até em casa simplesmente porque ele precisava ficar um tempinho sozinho com ela antes de ir ao seu jantar especial com Alexis. Assim que chegaram ao apartamento de Beckett, ela também mostrou o quanto estava com saudades de estar perto dele com um pouco de privacidade. Ela o puxou pela gola da camisa e tascou um beijo bem caloroso nele. Quando se separou, o puxou pela mão até o sofá.

- Queria ter feito isso o dia inteiro... esse lance de segredo não é nada bom para a gente algumas vezes.

- Falando em segredos, como foi com Lanie?

- Bem, por enquanto. Ela não ficou muito satisfeita com a minha história, não compra a ideia de você estar tranquilo com tudo isso após esperar 4 anos por mim, para ela você está aprontando alguma. Ah, Castle acho que eu me denunciei ao falar de você. Ela vai voltar para saber mais.

- Enquanto não vem, vamos esquecer isso por um tempo. Vamos nos ocupar com outra coisa... – ele acariciava o rosto dela e deixava os dedos deslizarem pelos cabelos dela até alcançar a nuca quando Kate se inclinava na direção dele para provar aqueles lábios uma vez mais. E ao próximo contato de suas bocas era como se uma corrente de eletricidade percorresse todo o seu corpo. Como ela adorava aqueles lábios! Sentia as mãos dele percorrerem seu corpo causando mais choques e sensações incríveis. Ao tocar seus seios, ela estremeceu e gemeu aumentando ainda mais a intensidade do beijo entre eles. Kate sentou-se no colo dele e manteve o contato entre eles sentindo o calor e o cheiro de homem que ele exalava. Ela podia ficar horas ali apenas curtindo aqueles amassos porque o beijo entre eles era capaz de deixa-los muito excitados.

Infelizmente, ela sabia que ele tinha o compromisso com a filha e não queria atrapalhar. Levantou-se do sofá e dando mais um beijo nos lábios dele.

- Hey, aonde você vai?

- Vou tomar um banho e você deveria ir pra casa, você não tem o jantar com Alexis?

- É, tenho mas queria tanto ficar aqui com você... você tem razão, a noite é dela.

Kate seguiu para o seu quarto com Castle ao seu encalço. Ela não reclamou por ele estar seguindo-a. entrou no banheiro para um banho rápido. Conhecendo Castle, se ela demorasse ele podia perder a hora. Ele estava se maldizendo, se não tivesse o compromisso com sua filha, ele certamente entraria naquele chuveiro com ela. Aproveitando que estava sozinho no quarto dela, começou a fazer o que mais gostava, bisbilhotar. Ao ver o exemplar de Frozen Heat na cabeceira com um marcador além da metade do livro, sorriu.

- Então ela estava lendo... queria me enganar.

Ele pegou o livro e folheou. Qual não foi sua surpresa ao chegar ao último capitulo e perceber as palavras e frases sublinhadas. Ela estava relendo! Me enganou direitinho! Pensou. Checou a página da dedicatória. Antes de Frozen Heat ser lançado, ele separou uma cópia para ela e mandou entregar em seu apartamento, foi um dos primeiros a serem impressos e apesar de estar magoado na época com a situação entre eles, Castle decidiu enviar a cópia um pouco antes deles se separarem após discutirem por causa do caso da mãe dela. Ele havia escrito algo mais além da dedicatória e aparentemente não estava ali. Porque?

Nesse momento, Kate sai do banheiro já com uma calça de moleton e camiseta de alcinhas. Ao ver que ele estava com o livro nas mãos, ela revirou os olhos e bufou.

- Castle, o que foi que eu disse a respeito de você mexer nas minhas coisas? Não ouviu nada? Isso é particular! E tomou o livro das mãos dele.

- Você me enganou! Disse que não lera meu livro e pelo que está marcado aqui, você está relendo. Porque você não me contou? – ela só fez dar um sorrisinho malicioso para ele – e esse não é o exemplar que mandei para você, não tem minha dedicatória nele.

- Por que você não pode se contentar em olhar? Não tem limites para você mesmo... – ela tornou a colocar o livro sobre a cabeceira e voltando para ele, empurrou-o com as mãos nos ombros dele em direção à porta.

- Você não me respondeu... onde está o livro com a minha declaração? – eles já estavam em frente à porta quando ele arregalou os olhos fitando-a – você não jogou fora num acesso de raiva por minha causa, você fez isso Kate?

- Castle... você vai se atrasar... – ela não ia responde-lo, deixar Rick Castle no escuro era bem engraçado – e não quero problemas com Alexis, depois a gente conversa. É a última noite da sua filha na cidade, tem que aproveitar cada minuto.

Ela envolveu os braços no pescoço dele e beijou-o mais uma vez sentindo os braços dele ao redor da sua cintura colando seu corpo no dele. Alguns minutos mais e Kate finalmente separou-se dele e abriu a porta.

- Divirta-se!

Quando chegou ao seu apartamento, ele estava feliz, não apenas tinha sua musa mas lembrou do bracelete e sorriu. Apesar dela estar escondendo algo sobre o livro, tudo bem. Ele saberia a verdade eventualmente e agora ia curtir um ótimo jantar ao lado de sua filha. Alexis percebeu a alegria.      

- Por que está tão feliz? Ela comia uma tigela de sorvete e não parecia de bom humor.

- Tem um bracelete de diamantes, de U$ 4 milhões,enterrado em meus ganhos do leilão. Estou rico. Ou mais rico.

- Até que a detetive Beckett tire de você e entregue para o dono.

- Sim, mas nem isso estragará o dia, porque hoje é o especial jantar de última noite antes da faculdade, com minha filha.

- Sobre isso, podemos cancelar?

- O quê? Por quê? – Castle se surpreendeu - Alexis, fizemos esses planos meses atrás. Sabe como é difícil, até para mim, fazer reserva...

- Se se preocupa com a reserva, por que não leva sua namorada? – levantando-se com raiva do sofá e sumindo pelas escadas e batendo portas deixando o pai totalmente perdido.

- Espere, Alexis. Isso não foi... Não foi o que eu disse.

No dia seguinte, ainda angustiado com o fracasso da sua noite, ele precisava dividir o que sentia com alguém e claro que era ela apesar de ser algo ruim para eles.

- Alexis me odeia? Porque estamos juntos?

- Acho que se sente substituída. O que é estranho, ela nunca fez isso. Nem com a Gina ou com as mil namoradas que... – então ele reparou a cara de poucos amigos de Kate.

- Está bem, não preciso ouvir isso.

- Certo.

- Acha que eu devia falar com ela?

- Não, não, ela te comeria viva. Deixe-me lidar com isso.

-Lidar com o quê? – Ryan perguntou.

-Nada – os dois responderam ao mesmo tempo.

Pelas últimas notícias dos rapazes, o roubo foi uma coisa de parceiros, Wendell não fez sozinho. Porém, estavam diante de uma peça muito bonita e porque não trapacear o parceiro, afinal 4 milhões por um bracelete... e Beckett desconfiou do cara que continuava apostando alto durante o leilão. Com Esposito ela foi até a casa dele onde descobriu que alguém tinha pedido para ele ganhar o leilão especificamente do 317 e lhe pagaria 500 dólares, provavelmente o tal parceiro de Wendell e Felix tinha álibe felizmemte ele pode dar a eles um retrato falado do suposto parceiro.

De volta ao distrito, ela procurou por Castle que passara a maior parte do tempo tentando encontrar alguma coisa no meio daqueles cacarecos. Claro que não tivera sorte. Nem sinal de bracelete ou qualquer pista que os ajudasse no caso. Castle, no entanto, queria falar sobre o boneco de Beckett. Ele começou a divagar sobre uma cigana que ela salvara e isso lhe fora dado como talismã e enquanto tivesse nada de mal aconteceria a ela. Beckett não acreditava naquela besteira mas antes de continuarem foram interrompidos por Gates.  

- Então, sr. Castle... dei uma lida em "Frozen Heat" e quer saber? É, realmente um ótimo livro.

-Você gostou?

-Eu amei – ela estava toda empolgada e estendeu uma cópia do livro para ele - Importa-se?

-Não – Castle assinou meio surpreso, já Beckett estava em choque com a cena que presenciava.

- Encomendei o resto da série Nikki Heat. E, novamente, obrigada pela minha Gemini colecionável. Agora tenho a coleção toda.

Castle não pode deixar de comentar depois que ela saiu - Você viu? Agora ela me ama. E tenho essa assustadora forma de agradecimento.
Kate sorria quando Ryan chamou-os para ver umas imagens capturadas da câmera do deposito. O cara era o mesmo do retrato falado e na noite de roubo tinha uma van estacionada na rua de Angelica. Pelas câmeras, o mesmo cara Marco Vinstrolli aparecia abrindo o deposito 317 e retirando de lá um cofre horas antes do leilão onde possivelmente estava o bracelete. Seguindo a informação da van, Beckett, Esposito e Ryan foram prende-lo em flagrante, encontrando Marco com a mão na massa e levaram-no para o distrito.   

Beckett e Esposito pressionaram Marco para arrancar uma confissão dos assassinatos de Wendy e Wendell porém ele negara. No mesmo instante, Castle e Ryan supervisionavam a abertura do cofre. Marco contou a Beckett que Wendell pagou a ele cinco mil dólares para desativar o alarme da cobertura, depois do serviço ele agradeceu disse “missão cumprida” e se separaram. Beckett insistiu sobre ele querer o bracelete e por isso o perseguiu e o matou. Novamente, Marco negou dizendo que só soubera da existência do bracelete pelos jornais e a essa altura ele já estava morto. Por isso invadiu o apartamento de Wendell mas tudo qie encontrou foi uma chave escrito unidade de armazenamento. Ficou de olho nos leilões até ver o nome de Johan. Marco foi até lá e achou o cofre, por dedução pensou ter achado o bracelete. Quando o cofre finalmente foi aberto, para a surpresa de todos estava vazio.  Então, a pergunta era: onde está o bracelete?

Os quatro trocaram teorias mas nenhuma delas parecia fazer sentindo. Depois de alguns minutos, Beckett levantou a possibilidade de Angélica ter mentido para eles. Resolveu então seguir essa linha de raciocínio. Depois de pesquisar, ela chegara a uma nova pista. Castle acabara de voltar para a frente do quadro trazendo café para ambos, Beckett começou a explicar sua descoberta.

- Ouça isso. Angélica declarava falência há uma semana atrás, mas cancelaram, pois ela pagou US$ 2 milhões a seus credores.

- Isso foi depois da seguradora pagar a reivindicação sobre o bracelete. E isso tudo foi uma manobra para cometer fraudes de seguro? Castle questionou.

- Missão cumprida. Foi o que Wendell disse após o arrombamento. Missão cumprida.

- Correto – e Castle sentiu aquela conexão, o momento que ambos completavam a ideia do outro para formar uma teoria - Ele não disse que realmente roubou algo. A missão deveria parecer um assalto.

- E a melhor maneira de parecer real, para enganar a polícia e a seguradora...

- É realmente entrar, mas não roubar nada. Angelica armou isso tudo.

- E a única pessoa que sabia era Wendell. Beckett se aproximava cada vez mais dele.

- Ela não podia permitir que sua irmã revelasse seu segredo – disse ele sussurrando e ela respondeu de volta no mesmo tom.

- Eu chamo isso de motivo para assassinato e causa provável para um mandado de busca.

Eles estavam bem próximos, Beckett tinha um sorriso nos lábios e a vontade de se beijarem era tentadora. Ao se darem conta disso, disfarçaram olhando cada um para um lado e bebendo um gole de café para segurar a ansiedade. Ele a cumprimentou.

- Bom trabalho.

- Obrigada.

Beckett, Castle e os rapazes retornaram a cobertura de Angélica para pressiona-la. Com um mandato, Ryan já estava tentando abrir o cofre da maneira mais complicada, destruindo. Angélica reclamou o quanto podia e Castle a convenceu de simplesmente abrir e mostrar que estavam enganados. Ao destravar o segredo, Beckett supervisionou o conteúdo e voalá – achou o bracelete. 

Beckett decidiu interroga-la sozinha. O que queria saber era porque Angélica não vendera o bracelete em vez de armar o circo do roubo? Angélica se defendeu dizendo que não combinara nada com o Wendell. Quando ela chegou em casa e viu tudo revirado se desesperou e assinou a polícia, quando viu que nada sumira resolveu manter a mentira para resolver todos os seus problemas. Infelizmente, a confusão acabou gerando duas mortes. Então, Angélica pediu seu advogado afinal admitiu a fraude do seguro mas não as acusações de assassinato. 
Ela atualizou Castle mas ainda havia algo faltando nesse caso.

- Ela é uma mulher desesperada prestes a perder sua riqueza. Isso é a morte para alguém como ela. Ela provavelmente faria qualquer coisa para evitar isso. Mentir, roubar, enganar e, neste caso, matar.

- Sim, mas isso não explica o depósito – disse Castle - Se Wendell não roubou nada, o que ele pôs lá que sua irmã estava tão desesperada para conseguir? E se não tinha a ver com o assassinato por que ela escreveu o número do armário?

- Castle, você passou um pente fino naquele depósito. Você disse que não havia nada de valor lá.

- Nada de valor para nós. Mas... e algo de valor para eles?

-Tipo o quê?

- Não sei. Uma quinquilharia ou herança. A resposta está lá em algum lugar. Só pode estar. Enfim. Está ficando tarde. Tenho que levar Alexis amanhã cedo. Recomeçamos amanhã?

-Claro. Acompanho você à saída?

-Tenho que ficar. Vou checar o álibi da Angélica.

-Certo – eles estavam na frente do quadro, olhando um para o outro, querendo diminuir a distância entre eles - Queria muito poder te beijar agora.

- É, eu sei. Ela também queria muito isso. Então Castle esticou a mão para ela, Kate a segurou apertando apenas para ouvi-lo falar.

- Este sou eu tocando seu rosto delicadamente, puxando você para um beijo longo e lento.

- E esta sou eu retribuindo o beijo – ela acariciava a pele dele com o polegar - passando as mãos pelo seu cabelo.

- Melhor aperto de mão de todos.

Não soltaram as mãos e seus olhares permaneciam conectados em meio a sorrisos. Aquele não fora um simples aperto de mão, Kate podia sentir seu corpo respondendo ao toque quando Castle comentou ao ver que ela não largava a mão dele.

- Minha mão está ficando suada.

- Eu sei, é meio nojento.

Eles desfizeram o aperto de mão e tentaram disfarçar.

-Desculpe.

-Sem problemas.

Assim que ele fora embora ela voltou a olhar para o quadro mas sua cabeça e seu corpo ainda estavam perdidos naquele gesto inusitado de ambos. Sentiu um tremor percorrer seu corpo e engoliu em seco. Terminou rapidamente o que queria fazer e foi para casa.


XXXXX


Em seu apartamento, ela estava sentada na cama com uma taça de vinho nas mãos, lembrando da cena do aperto de mão. O jeito como ele apertara a mão dela, o olhar. Aquele toque não apenas fora uma forma de estarem de mãos dadas, era na verdade muito mais. Um gesto tão simples entre eles podia virar um verdadeiro momento intimo, até erótico. O corpo de Kate respondera automaticamente ao toque. Sentiu o arrepio percorrer a nuca e toda a espinha estendendo a sensação do gesto até o seu centro. Como isso acontecera? Seu desejo e a vontade de ficar com Castle, beija-lo, abraça-lo era quase incontrolável. Hoje quase se beijaram no meio do salão. Precisa se controlar, tinha que se controlar. Ela respirou fundo e lembrou-se de outra coisa importante. Alexis. Será mesmo que a menina a detestava? Isso não era natural do perfil da filha dele, se fosse verdade, ela realmente tinha um problema sério. Não poderia competir com ela, e nem queria. Porém, não estava disposta a abrir mão de Castle. Não mesmo. Tinha que encontrar uma solução.

No dia seguinte, Castle e Martha foram levar Alexis até seu dormitório em Columbia. Martha conversou primeiro com a neta e depois deixou o pai a sós com ela. Castle precisava se despedir e também esclarecer as coisas entre eles e seu relacionamento com Beckett. Decidiu ir devagar.   

- Então... Este é seu novo lar – sentou-se ao lado dela na cama - Olhe, eu entendo. Mesmo. Mas o que quer que aconteça entre Beckett e eu...Podemos terminar ou passar o resto da vida juntos. Mas ela nunca tomará seu lugar em meu coração.

- Por que me preocuparia com a det. Beckett me substituindo?

- Bom...Você estava... Pensei... – agora ele ficara confuso.

- Como você pode ser tão esperto e tão sem noção ao mesmo tempo?

- Prática.

- Não tem a ver com Beckett, nem mais com o fato de minha mãe não estar aqui.

-Lamento, querida. Sua mãe...

-Não. Não tem problema. Nunca teve problema. Pois não importava o quê, quando eu acordasse, você estaria lá. Eu sabia que não havia problemas.

- E quando você acordar aqui...

- Estou aqui. E você está lá. E mesmo o "lá" sendo só a 8km de distância... não é aqui.

- Tudo vai ficar bem. E você vai ficar bem. E mesmo eu estando lá, se precisar de mim aqui, é aqui que estarei – ele beijou-a na testa e já caminhava para a porta quando Alexis o chamou.

- Pai. Sei que já faz algum tempo, mas... você faria? Uma última vez?

Ele sorrindo volto e se abaixou para checar a cama. Erguendo-se falou - Sem monstros.

- Tem certeza?

- Tenho. E se tiver, eu venho aqui.

Ele saiu do dormitório chorando mas quando a mãe o questionou mentiu dizendo que era alergia porém ambos estavam mexidos com o momento e choraram juntos abraçados. De repente, uma cena que vira acendera uma luzinha na mente de Castle. Ele se despediu da mãe e voou para o distrito. Chegou lá, muito agitado dizendo que sabia onde estava o que Wendell havia roubado não sabia o que era, apenas onde estava e entrando na sala de Gates, ele pegou a boneca e explicou sua dedução.

- Wendy, Wendell, gêmeos. Como em Coleção Gemini. É isso. E jogou a boneca no chão ao som de desespero de Beckett.

-Castle!

- Está vazio.Não pode estar certo.

Nesse momento, Gates entra na sua sala e fica em choque ao ver os pedaços da boneca espatifados no chão. Beckett tentou ajuda-la.

-Senhora, respire.

-Que diabos você fez?

-Pensei...

-Pensou o quê, sr. Castle?

- Pensei que Wendell teria escondido o que roubou...

- Não era do Wendell, era minha! – Gates estava em desespero - Eu trouxe de casa esta manhã!

- Certo, foi mal. Espere, isso significa...- ele procurou a outra boneca e sem cerimônia, jogou-a no chão apesar dos gritos de Gates e Beckett - Aqui está.

- Um pen drive e um olho de vidro?

- Por essa eu não esperava.

No pen drive haviam fotos de uma cena de crime, um atropelamento na Pensilvânia que acontecera a uma década. Atropelamento e fuga. A cena do atropelamento dos pais de Wendell. Quem cometeu o acidente fugiu sem prestar socorro. Na foto da cena do crime, havia um olho de vidro quebrado. E Castle divagou na sua teoria. Wendell procurava o assassino de seus pais. Para ter certeza ele precisou roubar o olho de vidro do suspeito.

Depois de alguns checks, Beckett e Castle retornaram a cobertura de Angélica. Ela foi logo se justificando que não falaria nada sem seu advogado mas não era isso que eles queriam.  

- Sabemos o que Wendell roubou.

- Já chega. Chamarei meu advogado.

-Posso?

-Pode.

- Obrigado. Trabalhei em muitos casos de assassinatos, esperando, pacientemente, pelo dia em que poderia dizer: Foi o mordomo! – ele apontou para o homem que limpava os garfos.

- Como é?

- Deve ter sido um choque. Depois de tantos anos, de ter deixado isso para trás, alguém entrar em sua vida e trazer isso à tona de novo.

- Kirby! Do que ele está falando?

- Seu mordomo causou um acidente de carro e fugiu da cena. Por causa disso, duas pessoas morreram. Essas pessoas eram os pais de Wendell – Beckett explicou.

- Isso é... totalmente ridículo. Não podem provar nada disso.

- Seu DNA estava no olho protético que Wendell roubou. Bateu com o DNA encontrado na cápsula da bala achada no quarto de Wendy.

- Acabou.

Resignado, o mordomo limpou o último garfo que tinha em mãos - Trabalhei... tanto para deixar aquela noite, aquela noite horrível, para trás. E então acontece a invasão. De todas as coisas para roubarem, pegaram meu olho reserva na minha escrivaninha. Foi quando entendi quem era, na verdade, o novo chofer... e o que ele queria provar. Mas precisam entender... eu não poderia trazer os pais deles de volta. Não poderia. Então por que eu deveria sofrer?

- Kirby Smith, está preso pelos assassinatos de Wendell e Wendy Dupree. E tenho certeza de que a Pensilvânia incluirá mais dois nessa contagem por homicídio em direção veicular.

De volta ao distrito, Beckett explicou o desfecho do caso para Gates que congratulou a detetive e saiu de cara emburrada para Castle. Sim, ela o odiava novamente. Beckett perguntou o que Castle faria com o resto dos cacarecos e ele confirmou que doaria tudo. 

- Isso só mostra que tudo e todos têm uma história, incluindo seu homenzinho de gravetos.

- Então... quer tentar mais uma vez? – ela o provocou.

- Na verdade, não – a resposta dele a surpreendeu - Pensei no que você disse. E tem razão. Só porque temos... apertado as mãos... muitas vezes... não quer dizer que tenho o direito de me meter. Então, quando você estiver pronta, contará para mim.

Era isso, ele a ganhara com as palavras e a confiança mais uma vez. Sorriu. E no momento que disse as primeiras palavras obtivera toda a atenção dele.

- Coney Island. Fizemos uma recepção em nossa casa após o funeral da minha mãe e... foi extremamente triste. Eu estava extremamente triste. Meu pai pegou minha mão e disse "Vamos sair daqui, Katie." Pegamos o metrô e fomos para Coney Island. Caminhamos por toda a praia, apenas nos divertindo. Ainda estávamos com as roupas do funeral – ela pegou o boneco nas mãos e continuou a história sorrindo revivendo as lembranças daquele dia - E a melhor parte foi que fizemos este homenzinho de galhos e fios que estavam na areia.

- Isso faz daquele dia uma memória ruim ou boa?

- Ambas. É um lembrete... de que mesmo nos piores dias há a possibilidade de alegria.

- Legal.

- Nos vemos mais tarde? Ela perguntou. Castle estendeu a mão para ela e trocaram mais um aperto de mão, ele respondeu.

- Mal posso esperar.

Sorrindo, ela olhou novamente para o boneco e guardou-o na gaveta.


XXXXXX


Quando ele chegou em casa, encontrou ainda algumas caixas que Alexis deixara para trás. Martha o esperava para fazer um comunicado, apesar de ter dito que moraria com ele até criar Alexis, ver o filho chorando hoje a fez mudar de ideia. Ela ficaria.

- Decidi, com toda a bondade de meu coração, que continuarei a morar aqui...

-Sem pagar aluguel.

-Não interrompa. Continuarei a morar aqui para que você, Richard, nunca fique sozinho.

- Faria isso por mim, mãe?

- É um sacrifício materno.

Com a medalha na mão ele sentou-se nos degraus da escada e sorriu.


XXXXX


Quando saiu do distrito ela tinha uma ideia em mente - sabia que Castle estaria um pouco nostálgico com relação a ida de Alexis para a faculdade e essa era uma boa razão para mima-lo um pouco. Chegou em casa, jogou a bolsa e o casaco no sofá e foi direto colocar o seu plano em prática.

Depois de ficar um tempo pensando nas palavras da mãe e também em algumas lembranças com a filha, ele resolveu procurar pela pessoa que era capaz de fazê-lo sorrir apenas de olhar para ela. Estava com saudades da sua musa. Ele gostara de saber que ela assim como ele sentia vontade de esquecer de tudo e simplesmente se entregarem a um beijo. Além disso, Kate estava sempre mostrando diferentes lados de sua personalidade, facetas que não conhecia. Para ele, ela continuava um mistério. E agora, adorava cada momento que passava ao lado dela, cada descoberta. Por trás da racionalidade, haviam camadas de emoções guardadas de tudo e de todos, camadas de Kate Beckett que ela deixara aparecer com a queda do muro, começava a mostrar aos poucos para ele, e somente para ele. Com isso sentia-se lisonjeado.

Sorrindo enviou uma mensagem para ela dizendo que estava a caminho e ia levar comida tailandesa. Ela rapidamente respondeu que não era necessário e que estava esperando por ele. Isso fez o rosto de Castle se iluminar. O que será que ela estava aprontando?


Apartamento de Beckett


Ela olhava novamente para a mesa. Os pratos, copos, pequenas velas com essência de canela na mesinha de centro e as taças. O vinho estava na geladeira. Parecia tudo em ordem. Kate vestia-se casualmente, um vestido simples solto no corpo. Antes que ele chegasse, ela correu para o quarto e olhou-se no espelho. Ajeitou os cabelos e vislumbrou novamente a caixa de madeira que deixara sobre a cama. Ela ia se aproximar quando a campainha tocou. Sorriu. Ao abrir a porta, ele foi tomado pelo aroma tão característico de cerejas que inalou despertando automaticamente todos os demais sentidos. Ela fez sinal para ele entrar com a cabeça mantendo o sorriso no rosto.

- Hey...

Ela esperou Castle entrar para toca-lo deslizando sua mão pelo braço dele. Ele inclinou-se para beija-la. Ao se distanciar dela, reparou no ambiente. Viu as velas, a mesa posta. Hum, o que tudo isso significava?

- O que você fez? Quer dizer o que é tudo isso?

- Nada de mais. Eu pensei que seria bom ter um momento nosso, uma refeição tranquila, acho que merecemos especialmente você depois do dia de hoje. Até pensei em ir ao seu apartamento mas lembrei da sua mãe e não estou pronta para encara-la ainda. Fiz o jantar, nada especial.

- E porque você acha que eu mereço? - Claro que ele sabia o motivo, mas o que custa vê-la dizer?

- Porque você está passando por uma mudança, sua única filha foi para a universidade e como um pai presente e dedicado, pode disfarçar à vontade porém, no fundo sei que está mexido. Sei o que é ter que se separar da sua família, pelo lado da Alexis, então pensei porque não fazer algo para mima-lo um pouco? Ficar um tempo com ele... Foi isso.

Ele estava calado e permaneceu por mais alguns instantes. Kate percebeu que ele ficara emocionado. Viu as lagrimas nos olhos. Ele suspirou. Ela esticou a mão e tomou na sua usando o polegar para acariciar a pele dele a exemplo do que fizera antes no distrito. Seus olhares conectados. Não havia motivos para palavras, ela entendera. Olhando para ela, fez a única coisa que conseguira. Puxou-a para si e tomou seus lábios apaixonadamente. Apesar do carinho, o beijo ainda era urgente acordando todas as sensações adormecidas em seu corpo. Ela deixava as mãos vagarem pelo peito dele, queria tanto leva-lo para o quarto mas tinha que resistir à tentação. Primeiro o jantar. Muito contrariada, ela quebrou o beijo. Sorrindo, ela afastou-se dele. Virou-se para ir em direção à cozinha mas Castle segurou sua mão forçando Kate a olhar para ele novamente erguendo a sobrancelha.

- Thank you...

- Always.

E ela soltou da mão dele e começou a mexer na cozinha. Ligou o forno e o fogão. Mexia na panela. E dizia a ele para servi-los de vinho. Tirou a travessa do forno e levou à mesa. Colocando o conteúdo da panela num prato fundo, ela o chamou. Ele estendeu a taça para ela.

- Está cheirando muito bem.

- Não sou nenhuma expert em cozinha mas essa receita era da minha mãe, sempre que eu estava chateada ela preparava rosbife e risoto com bacon e queijo. Algo tão simples e tão saboroso pra mim que bastava provar uma colher e já me sentia bem. E claro que não ficou igual ao dela. Fiz uma salada também. Deixa eu pegar na geladeira. E pode começar a comer, Castle rosbife frio não presta!

- Espero por você.

Ela sentou-se à mesa ao lado dele e fez sinal para ele se servir. Castle fez o que ela pediu com o risoto enquanto Kate cortava a carne. O sangue escorria mostrando o quanto estava suculenta. Em poucos minutos, ambos estavam servidos. Castle levou o garfo até a boca. Kate esperava ansiosa. Ele olhou para ela e gemeu baixinho.

- Acabei de descobrir mais um talento de Kate Beckett. Está delicioso.

- De verdade? Ou você está falando isso só para me agradar? Quero a verdade.

- Estou falando sério. Está gostoso mesmo.

- Quer mais vinho? - ela colocou mais um pouco da bebida no seu copo e repetiu o gesto para Castle - acho que todo aquele papo sobre momentos privados também me fez sentir saudades, por isso resolvi fazer esse jantar.

Ele sorriu e continuaram a comer. Castle até repetiu, o que confirmara que a comida deveria estar boa pra ele assim como para ela. Sim, porque estava gostosa realmente. Depois de comer, ela levou os pratos para a pia e recolheu as sobras da comida enquanto Castle sentava no sofá levando consigo as taças e a garrafa de vinho. Logo depois, ela se juntou a ele, sentou de lado observando o jeito dele. Pegou a taça e bebericou um pouco mais de vinho. Deixou a mão deslizar pela perna dele.

- Queria muito esse tempo assim, só nós dois.

- Quase esqueci de falar. Alexis não odeia você, não está preocupada com nosso relacionamento. Sua raiva era comigo. Eu era o problema, na verdade a minha ausência.

- Bom saber disso. Não queria ser motivo de brigas entre vocês dois. Sei que você já esta com saudades de Alexis mas tenho certeza que ela vai se dar muito bem. Sua filha é inteligente, bonita e logo vai fazer muitas amizades e quanto aos estudos, ela vai ser sempre a número um. Talvez, agora ela aprenda a curtir a vida não da maneira irresponsável do pai, mas poderá aproveitar o melhor da faculdade.

- E com o melhor da faculdade você está se referindo aos estudos certo? Fazer carreira? - o rosto mudou, tinha os olhos arregalados.

- Não, estou falando das festas, das amizades, de aprender a beber e não esqueçamos dos garotos. Ah, tantas lembranças boas... – Kate se deixou vagar olhando para o nada e sorrindo - Uma pena ela não ter ido a Stanford, o sol da Califórnia ia fazer muito bem a ela.

- Você está falando tudo isso pra mexer comigo, pra me provocar certo? A minha filha não é você, quer dizer você foi assim não? Mas Alexis ... ela não é assim.

- Eu também não era, na verdade era bem parecida com Alexis... exceto pelo meu período rebelde aos 16 anos.

- Você? E os olhos arregalaram-se ainda mais.

- Surpreso, Castle?

- Eu...Er...eu...

- Relaxa Castle, Alexis não vai fazer nenhuma das besteiras que o pai fez. Milagrosamente, o DNA não funcionou nesse caso. Apesar que – ela começou a brincar com a gola da camisa dele - você não seria assim, interessante se não fosse você sabe?

- Isso foi um elogio, Kate?

- Hum, talvez... O que eu ganho com isso?

- Ganhar?

Ela não deixou ele terminar, foi se inclinando no corpo dele buscando os lábios. Kate sorveu a boca vagarosamente. Mordeu o queixo dele, a bochecha e voltou para os lábios sugando-os com desejo. Passava as mãos nos cabelos dele e sentia o toque firme de Castle no seu corpo, na sua cintura e seios. Ela gemeu entre os lábios e continuou o beijo abrindo os botões da camisa gradativamente deixando os dedos deslizarem pelo peito dele. Castle passava a mão pelo bumbum dela puxando-a para si aproximando seus corpos. Ficaram namorando por quase uma hora até Kate se erguer do sofá. Ele logo pensou que iam para o quarto e fazer amor. Mas esse não era o plano dela, pelo menos não ainda.

Ela puxou-o pela mão e levou-o para o quarto. Fez ele sentar na cama. Castle viu a caixa de madeira e sorriu, seria essa a tal caixa de excentricidades da detetive? Do lado dele, Kate colocou a caixa no seu colo.

- Opa! Essa é aquela caixa? Castle já olhava para ela com um sorriso safado nos lábios.

- Não! Tire essa ideia da cabeça. Quero te mostrar uma coisa. Lembra do que você me comentou sobre o lance de Alexis querer levar coisas do tipo inúteis para faculdade? Essa caixa tem algumas coisas que guardo do passado seja dessa época ou do high school... - ela abriu a caixa e começou a tirar algumas coisas. Um livro.

- Russo? Crime e Castigo na linguagem original?

- Fiz um semestre fora. Uma experiência incrível! - ela mostrou um copo de vodka pra ele - esse eu ganhei depois de derrotar o campeão de shots num pub famoso na Irlanda, foram 26 shots seguidos, o recorde era 23 há seis meses de um carinha que mora a três ruas do bar.

- Me lembre de nunca oferecer vodka para te embebedar. Ela riu.

- Ah! - Kate sorriu ao ver a foto - eu e a Mandy! E tem fotos com a minha mãe também.

Castle observou as fotos. Sempre aquele sorriso lindo nos lábios. Os olhos verdes cheios de brilho. E a semelhança com a mãe - Você parece com ela.

- Ela era muito bonita,elegante.

- Filho de peixe...

Ela tirou mais um objeto da caixa. Seu anuário. Castle começou a folhea-lo e viu que ela não mentira com relação a ser parecida com Alexis. Apesar de ter namorado, ela se dedicava aos estudos. Via pela quantidade de atividades extras que o nome dela aparecia.

- Presidente do Clube de leitura?

- Você ainda se admira? Ele se limitou a sorrir.

- Meus vinis do Elvis e Madonna... Tinha esquecido!

- Se o objetivo disso tudo era provar que Alexis tinha razão, já entendi. E gostei de conhecer um pouco mais sobre você.

- Achei que devia, principalmente depois daquele papo sobre coisas e privacidade. Gostei de partilhar isso com você.

- Também gostei que você fez isso por mim. Tudo isso, o apoio, o jantar, o carinho e pequenos segredos de Kate Beckett. Obrigado mesmo.

- É o que namoradas fazem não? Além do mais, eu gostei muito desse tempo juntos, só nosso. Devíamos fazer mais vezes isso.

- Concordo. Mas já que estamos sozinhos, você não acha que deveríamos fazer... - ele beijou o pescoço dela - sabe...hum... Talvez - beijou o rosto - brincar um pouco e...

Ela o afastou de si - Ainda não acabei... Falta eu te mostrar mais uma coisa - ela se levantou da cama e foi até um cantinho perto do seu computador. Em um dos nichos da estante estavam os livros de Castle, todos eles enfileirados. Ela pegou dois deles nas mãos.

- São meus livros, você tem todos?

- Todos. Infelizmente, da série de Storm faltam dois serem autografados.

- Você tem os outros autografados por mim?

- Cada um deles. E puxou um exemplar para que ele visse a própria letra na pagina com a dedicatória.

- Você foi a todos os lançamentos?

- Com exceção dos dois primeiros da série Storm e de um que ganhei de presente de Will, os outros todos eu fui ao lançamento e teve casos que passei mais de uma hora na fila para tê-los assinados por você.

- Como eu não me lembro? - ele estava fascinado com o nível de fã que ela era - deveria me lembrar?

- Eu era uma fã tímida quando estava perto de você, talvez se tivesse assinado nos meus seios você se lembraria... - ela provou e Castle entortou a boca - quais seriam as chances de trabalhar com meu escritor favorito? Quase nulas! E agora ...

- Agora você trabalha, namora e ainda é sua eterna musa. Tem uma caneta?

Ela entregou a caneta a ele e Castle assinou de maneira simples, como se fosse para uma fã comum exceto pelo “Always” que escrevera no fim da página. Ela leu e ficou satisfeita. Colocou-os de volta na estante.

- E sobre o Frozen Heat... – ela puxou o exemplar que ele não percebera na estante – está aqui guardado como todos. Pensei que por causa da situação meio estranha entre nós, talvez nem recebesse um exemplar seu. Comprei um. Quando o seu realmente chegou, eu demorei a abrir, estava chateada com você. Apenas depois de ficarmos juntos é que tomei coragem e li o que escreveu.

Ela abriu o livro na página da dedicatória.


“To all remarkable, maddening, challenging, frustrating people who inspire us to do great things.
But no one will ever be better than you. You’re unforgettable. Do not let anybody tell you otherwise. You’ll be in my heart forever, my eternal muse. Sorry for the pain I put you through...
Love you, Rick”


- Vê essa mancha aqui perto do “R”? Você me fez chorar – ela sorriu colocando o livro de volta ao lugar.   

- Sinto que conheço um pouco mais da Kate hoje. Mais um pedaço do mistério foi descoberto.

- Sim, agora onde estávamos? – ela pegou a gola da camisa entreaberta e puxou-o para si num beijo urgente. Colando seu corpo no dele, eles se entregavam a mais uma rodada de toques, beijos e abraços. Castle livrou-se do vestido desfazendo o zíper e deixando-o cair ao chão. Ela vestia apenas uma pequena calcinha branca. Tomou-lhe os seios com a boca, sugando-os, lambendo-os, provando-os. A pele tinha o aroma de cerejas e juntos eles seguiram até o quarto dela. As roupas dele foram deixadas pelo caminho. Erguendo-a do chão, ele a jogou na cama fazendo-a gritar em surpresa, debruçando em seguida seu corpo sobre o dela para novamente sentir aqueles lábios deliciosos. Em minutos, eles perdiam-se entre beijos, abraços e prazer.

Uma hora depois, ele estava deitado abraçando-a. Kate estava deitada com a cabeça no peito dele.

- Estou com fome... quer um pouco de risoto?

- Não, sabe o que gostaria mesmo? Café...

- Hum... vou preparar pra nós.

Ela levantou-se da cama, vestiu o hobby de seda próximo a cama e ele permaneceu deitado trazendo o travesseiro dela para próximo do seu rosto onde inalou a doce mistura de cerejas e shampoo. Kate retornou com duas canecas de café. Sentados na cama, eles saboreavam a bebida tão desejada e tão simbólica para ambos. Ao terminar, ele colocou sua caneca na mesinha ao lado. Levantou-se da cama, vestia somente o boxer. Procurando pelas roupas, Castle fitou-a.

- Preciso ir. Está tarde. Adorei a noite, Kate.

- Não... – ela esticou-se e envolveu sua mão na dele – fique. Durma comigo.

Ele sorriu para ela. Viu a sensibilidade e a doçura naquele olhar.

- Por favor, fique. Sei que você quer...

Ele inclinou-se para encostar sua testa na dela. Ela sussurrou novamente para ele – Fique... e envolveu suas mãos no pescoço dele deslizando uma delas pelo cabelo tal qual ela já fizera tantas outras vezes. Perder-se naquele olhar era mandatório, beijá-lo uma satisfação que apenas ela podia entender. E bastou esse gesto para que eles voltassem para cama.

Na manhã seguinte, ele preparou o café da manhã para ela. Sentados à mesa, ele tinha um convite para fazer a ela.

- Kate, você tem algum período de folga, férias?

- Sim, tenho. As ultimas férias que tirei foi aquela ida a L.A. por que?

- Estava pensando no que você disse ontem, sobre passarmos mais tempos juntos, a sós. Ia sugerir um final de semana nos Hamptons mas é muito pouco, talvez uma semana. Você tiraria férias e diria que ia viajar com seu namorado e eu teria a desculpa perfeita para sumir do distrito e ir escrever na minha casa em Hamptons.

- Isso é um convite?

- É quase uma intimação. Um tempo para nós longe de tudo. Consegue fazer isso?

- Acho que sim. Falarei hoje mesmo com a Capitã.

- Ótimo! Podemos ir no próximo fim de semana.

- 24 horas, durante sete dias...juntos... fico imaginando o que faríamos em tanto tempo... – e com um sorriso malicioso, ela piscou para ele.

 - Então, é um encontro?

- Sim, definitivamente um encontro. 



Continua...

5 comentários:

Two Writers Girls disse...

Perfeito! Ficou demais, as partes emocionantes então *-*
A-M-E-I o momento da Lanie e da Kate, sinto falta disso na serie. E o momento antes do Castle se despedir da Alexis... Ficou demais!
Adorei tudo nesse capitulo.

Parabens!

Vick

MarluLeles disse...

Kkkkkkk amei chorando com o Castle se despedindo da Alexis

larynhapaulista disse...

Não tem como não falar bem das fics da Karen. Ela consegue descrever perfeitamente a cena do episódio e ainda imaginar uma continuação para o episódio.

A desculpa do lutador de kickboxing Don foi ótima, mas Lanie é a Lanie e não engole qualquer coisa.

A história sobre Frozen Heat também foi muito boa. Kate não abrindo o livro que ele enviou até eles ficarem juntos. E Castle pensando que ela jogou o livro fora. Como ele é ingênuo.

Ela fazendo jantar para ele e pedindo para ele ficar e dormir no apartamento dela.

Aperto de mão = Beijo apaixonado. Nunca mais aperto de mão será o mesmo para mim.

Uma parte que me emocionou nesse episódio foi quando ela conta como que construiu o boneco de graveto. Eu sabia que tinha algo relacionando com a morte da mãe, mas não imaginava essa viagem repentina com o pai. Adoro essas histórias da Kate.

Aguardando ansiosa pela próxima fic, espero que eu consiga ler e comentar mais rápido do que esses dois últimos capítulos.

Patrícia disse...

Karen você me emocionou em mais uma fic!! É incrivel como você consegue ter tanta imaginação!!
Eu leio suas fics já faz algum tempo, e sempre procuro mais uma dose!!
Posso com certeza dizer que as minhas partes favoritas são - "Girls Talk" de Lanie e Beckett e a Caixinha de madeira com as lembranças de Beckett!! Ameii a Fic!!

Marlene Brandão disse...

13ghtlmp12Jesus tem poder está fic esta a cada dia melhor,aliais a serie esta a cada dia melhor!
caso complicado né? a parte do mordomo"- Obrigado. Trabalhei em muitos casos de assassinatos, esperando, pacientemente, pelo dia em que poderia dizer: Foi o mordomo!
Lembrei de alguém.Vc sabe quem né?
a kate tem talento para cozinhar? Então Castle querido vc esta passando muito bem...
Não é toda a Detetive,Linda,Charmosa,Sexy e ainda por cima Cozinhando bem que vc vai achar por ai!
Amei e to esperando o proximo!!!!!!!!!!
bjs :*