domingo, 27 de fevereiro de 2011

[Bones Fic] Between Love & War - Cap.5

Cap.5




Brennan estava deitada na cama lendo, quase cochilando já lera a mesma página umas 3 vezes. O cansaço parecia querer vence-la. Tudo por causa dos acontecimentos do dia. A tal sensação não a abandonava.


Quando decidiu telefonar para Booth pensava em um almoço simples, casual onde poderia talvez conversar e conhecer um pouco mais dele, apenas o suficiente para quem sabe ter uma boa noite de sexo. De repente, ela se vê perdida em pensamentos estranhos, lembranças de um dia inteiro na companhia dele. A vontade de te-lo na sua cama não passara, na verdade só aumentara. Porém, a descoberta maior do dia foi perceber que ela estava disposta a esperar para ter essa experiência, aceitara as regras por ele impostas e mais que isso, ao ouvir Booth falar em encontros, regras e paixão não considerou a idéia estúpida como em outras épocas, Brennan abraçara a causa. E isso foi suficiente para deixá-la excitada com a idéia e querendo mais.

Claro que ela não acreditava que Booth iria ficar com ela por muito tempo, ela não era boa nisso. Não lidava bem com sentimentos e imaginava que ele poderia desistir. Para alguém que nunca se apaixonou, o que ele propunha era algo bem difícil, quer dizer, como ele podia afirnar que ela se apaixonaria por ele? Como ele apostava nisso? Mesmo não mantendo suas expectativas altas, ela gostou da idéia, gostou de passar mais tempo com ele e talvez de ser paparicada, mas porque? Para uma pessoa racional como ela, nada disso tinha sentido e ainda assim ela se viu ansiosa, querendo saber o que mais poderia acontecer.

Sorriu e fechou o livro de vez. Aconchegou-se na cama e sentiu o celular tocar. Ao olhar o visor, percebeu que seu coração acelerava.

- Oi...

- Hey...Tempe!

- Já está me testando Booth?

- Podemos dizer que sim mas minha ligação tem um propósito. Desejar uma boa noite de sono para você.

- Mesmo? Você ligou somente para isso?

- Sim e também para ouvir sua voz, você tem razão é linda mesmo. Podia dormir a noite toda ao som da sua voz.

- Eu aposto que sim.

- O que você estava fazendo?

- Lendo....

Brennan não diria que estava pensando nele e nem no encontro de hoje.

- Você está de plantão amanhã?

- Sim, pego as 7 da manhã, plantão de 12 horas. Isso se não aparecer nenhuma emergência.

- E quando será sua folga?

- Segundo a escala, sexta a noite.

- Daqui a dois dias...

- Sim, porque?

- Estava pensando sobre o nosso segundo encontro. Podemos marcar para a sexta?

- Acho que sim, o que você tem em mente?

- Ainda não sei mas não se preocupe, eu vou pensar em algo e ligo para você para acertarmos os detalhes.

- Ok, por mim está tudo bem.

- Então, é um encontro. Sexta. Mal posso esperar.

- Você está muito ansioso não Booth?

- Confesso que sim e Tempe não é somente ansiedade, é saudade...

- Saudade? Fazem apenas 4 horas que nos separamos!

- Pra você ver o efeito que causa em mim...

Booth não podia ver mas ela estava sorrindo com as palavras dele.

- Tá certo, eu sei que sou difícil de esquecer....

- Ah, olha a modéstia aflorando... eu sabia! Não sou o único convencido da história.

- Só estou falando a verdade, Booth.

- Ah, disso não tenho dúvidas! Você é bem direta.

- E isso é ruim?

- Na maioria das vezes não....gosto disso.

- Bom saber.

- Apesar de não querer desligar, vou te deixar dormir agora. Boa noite,Tempe e de preferência, sonhe comigo.

Ela riu.

- Boa noite, Booth...

- Um beijo.

Ela desligou. Ficou quieta por algum tempo até colocar o celular na cabeceira e aconchegar-se na cama para dormir com um sorriso nos lábios.

No dia seguinte Brennan levantou super disposta e saiu muito cedo para o hospital nem mesmo falou com Angela. Reviu toda a sua agenda para o dia. Tinha 2 cirurgias agendadas e o resto eram consultas e as emergências que sempre apareciam. Wendell chegou apenas 15 minutos antes da ronda. Brennan logo o chamou.

- Dr. Bray quero que você faça a ronda e atualize todos os prontuários dos meus pacientes. As 11 horas terei uma cirurgia, cesariana. É a paciente do 602, quero que você tenha um cuidado especial com ela verifique seu estado de meia em meia hora e caso ache algo errado, me avise. Você está responsável pelo pré-operatório dela e poderá participar da cirurgia.

- Certo, Dr.Brennan.

Wendell se afastou e já foi providenciar o que ela pedira. Nesse momento seu bip tocou. Chamada no ER e começava mais um dia agitado.

Meia hora antes da cirurgia, Brennan foi ao quarto de sua paciente e checou o estado dela. Depois, informou como a cirurgia iria ocorrer e antes que saísse, ouviu elogios sobre o residente que era bem atencioso. Brennan gostou do feedback. Quinze minutos depois, Wendell a procurou no consultório de pediatria onde ela estava avaliando um paciente com a pediatra.

- Dr. Brennan, a paciente está pronta.

- Obrigada, pode leva-la para a OR. Irei em seguida. Ah, e se prepare para me acompanhar.

Brennan e Wendell trabalharam juntos na cesaria. A cirurgia fora simples, sem maiores problemas e o bebê nasceu grande e saudável. Após fechar a paciente e examinar o bebê pela primeria vez, Brennan orientou as enfermeiras e deixou a sala. Eram quase duas da tarde e ela já sentira o estômago reclamar. Pegou o elevador e desceu até a cantina. Serviu-se de um sanduíche natural e uma salada, para beber chá gelado. Sentou-se numa mesa isolada.

Alguns minutos depois, viu Wendell com a bandeja na mão e fez sinal para ele. Ele achou estranho mas ao mesmo tempo ficou lisonjeado. Sentou-se ao lado dela. A cantina estava quase vazia.

- Tudo certo? A Sra. Smith está no quarto?

- Sim, tudo normal.

- Ótimo!

Ficaram alguns instantes sem falar nada, Wendell se distraía com a comida. Brennan mordeu a maçã e resolveu perguntar algo que a instigava.

- Dr.Bray como você conhece o Booth?

Wendell arregalou os olhos primeiramente espantando-se com a pergunta, rapidamente ele se recompôs e respondeu.

- Servimos juntos no Afeganistão. Ele era o capitão da minha unidade. Uma pessoa amiga, compreensiva e leal. Brigou muito para proteger a nossa unidade. Ele sempre disse para mim que eu seria médico, ele sabia. Um grande amigo, quase um irmão para mim.
Brennan olhava com atenção para ele.

- Porque a pergunta?

- Curiosidade, ele é mais velho que você e quando vi você juntos estranhei.

- Certo. Você gosta dele?

- Como assim?

- Desculpe perguntar mas vi que estavam juntos na festa e...

- Estávamos nos divertindo que é o que se deve fazer numa festa.

Wendell entendeu a deixa para não perguntar mais, isso não dizia respeito a ele.

Brennan terminou a refeição e pediu licença.

- Ah, Dr.Bray temos uma cirurgia marcada para as 18h você ainda estará de plantão?

- Sim, até as 7h mas posso ficar até o fim da cirurgia.

- Ótimo!

Ela deixou a cantina e rumou para o andar da pediatria, havia combinado de dar uma consulta sobre um bebê de 6 meses. Mais tarde, eles realizaram a cirurgia com sucesdso e a noite terminou de maneira calma. Brennan voltou para casa e encontrou Angela se arrumando para sair.

- Hey,Angie!

- Bren quanto tempo! Nem parece que a gente vive na mesma casa. Quando é que você vai deixar de trabalhar exageradamente e curtir um pouco?

- Oh,Angie pare com isso....

Brennan não queria contar ainda para a amiga sobre Booth e tinha um bom motivo para isso. Ela própria ainda estava tentando entender o que estava acontecendo. Conhecia Angela muito bem e sabia que a amiga não só lhe daria forças como incentivaria os encontros com Booth mas não era isso que ela precisava, pelo menos nesse momento. Ela precisava explorar esse misto de sentimentos e reações que aconteciam toda vez que ela pensava nele.

- Vai sair?

- Vou, tem uma exposição na galeria de uma amiga e depois quem sabe... quer vir comigo?

- Não Angie, acabei de chegar de um plantão de 12h e preciso de um banho e descanso.

- Você está de plantão amanhã?

- Cedo como sempre....só tenho folga na sexta depois das cinco.

- Mas seus plantões são geralmente de doze horas 7 as 7 não?

- Amanhã fico até as 10 e na sexta minha ultima cirurgia está marcada para as 3 da tarde.

- Hey, e aquele carinha da festa? Nem tive tempo de perguntar...era bom?

- Não sei do que você está falando.

- Bren! Do bonitão do exército. Ele parece um pedaço de mau caminho. Não rolou nada.

- Não.

Brennan olhava cínica para a amiga.

- Não sei o que faço com você juro! Desperdiçar um cara daquele!

Brennan deu de ombros.

- Ah, concordo que ele deveria dar uma boa transa.

- Tempe! Não estou falando de sexo, está na hora de você mudar esse seu conceito,sexo é bom mas um relacionamento a dois é muito melhor. Pense nisso.

Brennan sorriu.

- Tenho que ir,amiga.

- Ok, divirta-se.

Brennan foi para o seu quarto tomar um banho e descansar.

Era sexta e Brennan estava no conforto médico logo após o almoço. Ela estava lendo um livro concentrada quando ouviu o celular tocar. O sorriso no canto dos lábios foi imediato.

- Hey...

- Olá, minha doutora preferida. Sentiu minha falta?

Ela riu.

- OI, Booth....

- Estou ligando para ouvir sua bela voz e também para lembra-la que hoje temos um encontro. Você não esqueceu né?

- Não, apesar de não ter nenhuma idéia do que iremos fazer.

- Ah, quanto a isso não se preocupe. Iremos fazer um programa bem novaiorquino.

- Eu não sei o que isso quer dizer.

- Quer dizer que você irá fazer algo que muitas pessoas em NY costumam fazer. Vamos nos divertir vendo cestas e comendo hot dogs.

- Pensei que íamos jantar em algum restaurante...

- Não hoje é a noite da diversão, vista-se casual. Jeans e camiseta de preferência. Você é fã dos Knicks?

- De quem?

Booth riu.

- Deixa pra lá, apenas confie em mim. Passo na sua casa as 7. Temos que estar no Madison antes das 8.

- Então passe 6 e meia.

- OK, você manda.

O bip de Brennan começou a tocar. Era um 911.

- Tenho que ir, Booth. Emergência.

- Tá bom,linda. Mas não vai me dar nem um beijinho?

Foi a vez de Brennan sorrir.

- Tá bom, um beijo Booth.

- Outro bem especial para você. Te vejo a noite.

- Bye, Booth até a noite.

Ela desligou o celular e sorrindo seguiu para a emergência.

Brennan chegou em casa e foi logo se arrumar. As 6 e meia ela já estava pronta vestindo jeans e uma camiseta baby look vermelha que realçava suas curvas. A maquiagem resumia-se ao gloss e um lápis nos olhos. O interfone do seu apartamento tocou e ela soube que era ele que havia chegado pegou o casaco e saiu. Ao descer, encontrou-o encostado em um carro na calçada trajando jeans, camiseta branca e uma jaqueta nos braços. Estava lindo.

- OI...

- Você está linda, parece uma garotinha.

Ele se aproximou dela e sorriu. ajeitando o cabelo por trás da orelha, ele inclinou-se e beijou-a. Ao quebrar o beijo, ele vestiu a jaqueta e Brennan aproveitou para observar o conjunto do homem a sua frente. Como ele era bonito, másculo. A camisa branca apenas servia para evidenciar o corpo esbelto e bem delineado dele. De repente, ela sentiu uma vontade súbita de sentir aquele abdomen. Ela o abraçou e buscando mais um beijo pode deslizar sua mão pelo tórax e abdomen dele. Booth sorriu.

- Hum... alguém sentiu minha falta. Isso é saudade, Temperance?

- Não, apenas estava me certificando de algo.

- O que?

- Nada...

- Hey, fala vai.

- Deixa de ser curioso,Booth!

Ela percebeu que sentia um calor repentino, ajeitou o casaco e colocou-o para o outro braço.

- Vamos?

- Sim, pegaremos a linha A ou C a que passar primeiro.

Começaram a andar na calçada lado a lado. Ela queria saber onde iam.

- Então qual o programa da noite?

- Curiosa?

- Não diria que é curiosidade, apenas quero saber onde vamos.

- Sei, você não dá o braço a torcer né?

- Como assim? Não sei o que isso significa.

- Você nunca admite o que está sentindo. Curiosidade, ansiedade, saudade.

- Booth todos esses supostos sentimentos que você mencionou são frutos de reações químicas do próprio corpo humano, reações de adrenalina, liberação de endorfinas entre outras...

- Ah, doutora porque você só não admite que está feliz de me ver?

Ela sorriu. Booth pegou seu cartão do metrô e passou.

- Damas primeiro.

Ela passou e ele a seguiu. Enquanto esperavam o trem, Brennan sentiu uma vontade súbita de segurar a mão dele e assim entrelaçou seus dedos nos dele. Booth sorriu. Isso, aos poucos ela ia mostrando algo. Chegando na estação desceram e Booth indicou a esquerda para caminharem rumo ao Madison Square Garden. Ao virar, ela reparou no símbolo e o nome na costa da jaqueta dele.

- Ah, Knicks... é uma grife esportiva, entendi.

Booth não se aguentou e riu alto soltando da mão dela.

- Temperance sério de que planeta você veio?

- Não sei o que você quer dizer.

- NY Knicks o time de basquete de New York, NBA?

- Ah, esportes… não ligo para essas coisas fúteis.

- Ouch!

Ele botou a mão no coração.

- Você me matou agora, acabou com a minha idéia de encontro.

De repente, ela se viu abalada. Ela queria ficar com ele, não queria que o encontro acabasse.

- Booth não, eu-eu não entendo essas coisas, nunca fui a nenhum jogo. Por favor, quero que você me mostre. Desculpe, apenas me ensine.

Ela tornou a enroscar seus dedos no dele e falou sorrindo.

- Vamos?

Booth sorriu de volta e continuaram a caminhada até o Madison. Booth orientou-a até a entrada. Assim que se viu dentro do lugar, Brennan ficou perdida. Um mar de camisas azuis, balões, faixas e mãos gigantes coloriam o lugar. A música era alta e envolvente.

- Booth isso é...incrível!

- Você ainda não viu nada...vem comigo, temos que achar nossos lugares.

Booth a guiou até o lugar indicado. Ao seu redor, Brennan pode ver homens,mulheres e crianças bastante animados com o tal jogo que nem começara ainda. Os telões exibiam clipes e jogadas de basquete. Isso tudo era novo para ela, não sabia qual a intenção de Booth ao traze-la ali porém era sempre importante conhecer algo novo. Sentaram-se e Brennan continuou de mãos dadas com ele.

- Você está com fome?

- É, estou não como desde o almoço.

- Vou comprar hot dog para nós. Quer cerveja?

- Quero.

- Volto já.

Booth se foi por uns 10 minutos, tempo para Brennan observar o ambiente e como as pessoas reagiam a algo dessa magnitude. Percebeu dançarinas na quadra, lembrou do pouco tempo que frequentou a escola e como as meninas queriam tanto ser cheerleaders ou mesmo rainha de bailes. Ela achava tudo aqui futilidade, ilógico. Seu pensamento voltara agora para Booth, ela gostava de estar com ele, ouvir sobre coisas para ela estranhas, podia aprender muito com ele. O que mais a intrigava porém, era a forma como ele parecia penetrar em sua mente e ficar. Ela gostava de olhar para ele, beijá-lo, sentir o calor do corpo dele e o perfume. Ele parecia um imã, tinha um magnetismo próprio. Será que ele se dava conta disso? O pensamento foi interrompido pela volta dele.

- Demorei?

- Um pouco.

Ele entregou a ela o hotdog e a cerveja. Manteve consigo as fritas e seu próprio sanduíche.

- O jogo vai já começar...

- Então, como isso funciona?

- Ok, são cinco jogadores em cada time, uns servem para bloquear o adversário e impedir a cesta, outros são atacantes ou como se diz na linguagem do esporte alas e todo time tem um armador responsável pelas jogadas. O jogador que mais cestas faz no jogo é chamado de cestinha. O objetivo maior é fazer o maior número de cestas.

- Hum, parece um pouco monótono não? Correr de uma lado pro outro para arremessar uma bola a um cesto. Qual a graça nisso afinal?

- Depois do jogo, você me diz.

O apito do juiz soou e o jogo começou. Knicks e Suns. O jogo prometia ser quente. Brennan acompanhava atentamente o desenrolar do jogo, Booth vibrava com as jogadas do time junto com os outros torcedores. Quando um dos jogadores fintou o adversário e roubou a bola na meio da quadra e correu para a cesta, Brennan se levantou e gritou.

- Vai,vai, vai...

O jogador fez a cesta e se pendurou no aro.

- WOW! UHU!!!

Booth olhou para ela surpreso.

- Você viu o que ele fez? Muito bom!

Ele riu e ela virou-se para a quadra. Não queria mais sentar. Ela começou a vibrar com as jogadas e se agitar com a multidão de fãs. Um dos jogadores deu um passe e um drible mas o juiz entendeu que cometera falta. A vaia foi geral. Booth gritou.

- Ladrão!

Brennan arregalou os olhos.

- Onde?

- O que?

- O ladrão, Booth! Temos que chamar a polícia.

Ele desatou a rir.

- O que foi?

- Não tem ladrão aqui, Tempe. É o juiz. Ele inventou uma falta que não existiu por isso chamei ladrão, é assim que funciona. Quando o juiz erra, o público o xinga.

- Ah, entendi.

Ela tomou um gole de cerveja e voltou a olhar o jogo mas a campainha soou indicando fim do primeiro tempo.

- Acabou?

- Não esse foi o primeiro tempo, são 4 ao todo. Você quer mais alguma coisa?

- Que tal outra cerveja? E talvez algo doce...

- Que tal um sorvete?

- Ótima idéia.

- Vou buscar.

- Não demore.

Booth porém demorou mais do que da outra vez, a fila estava enorme e quando voltou já havia começado o segundo tempo.

- Ainda bem! Estava preocupada.

- A fila estava enorme. Pelo menos agora eles vão começar a vender as coisas na arquibancada.

- Vamos assistir o jogo, Booth.

Ela saboreava o sorvete e prestava atenção no jogo. As vezes gritava junto com os demais e fazia perguntas a Booth que pacientemente explicava o que ela queria saber. Durante o intervalo entre o terceiro e o quarto tempo, ela sentou-se ao lado dele e apoiou a cabeça no ombro de Booth. Enroscou seu braço no dele.

- Esse lance de torcer cansa a gente, é empolgante.

- Você está cansada? Quer ir embora?

- E perder o final do jogo? De jeito nenhum.

- Se quiser é só dizer,Tempe.

- Sabe o que seria bom?

- Hum...

- Um beijinho...

Ele virou o rosto para ela e roçou seus lábios levemente aos dela antes de beijá-la. Brennan sorveu os lábios dele com vontade. Em vez de intensificar o beijo porém, Booth preferiu beijar-las várias vezes fazendo a sorrir entre os beijos. Quando finalmente se separaram, ele perguntou.

- Melhorou?

Ela tascou um beijo estalado na bochecha dele e sorriu.

- Muito.

O jogo estava quase no fim e mais uma vez o juiz errou. Ao ouvir o público gritar com ele, Brennan se empolgou e pos-se a gritar também.

- Ladrào, seu filho da mãe, cabeça de bagre, cego!!!

O pessoal perto dela começou a aplaudir e repetir o que ela dizia. Booth observava aquilo muito feliz. Até ali ele ainda estava receoso da reação dela e pensara ter estragado o encontro mas parece que Temperance se divertia mesmo.

- Quanto falta para acabar?

- Três minutos.

- Três? Mas os knicks estão com um ponto de vantagem! Eles podem perder.

- Eles não vão perder, Tempe.

- Como você sabe?

- Porque trouxe meu amuleto da sorte.

- Booth sorte é algo irreal, supertição? Não acredito nisso.

- E o Phoenix Suns convertem mais 3 pontos, agora os Knicks estão 2 pontos atrás. Quem vira o jogo?

Brennan estava com os olhos grudados na quadra, um nervosismo se espalhou ao seu redor. Eles não podia perder esse jogo... várias tentativas de ataques dos Suns bloqueadas e mais uma cesta para o Knicks. Jogo empatado. Faltavam um minuto quando mais uma cesta de 2 pontos foi convertida deixando o Knicks na frente. Brennan vibrou. Faltando dez segundos para terminar o jogo, o ala arriscou e converteu uma cesta de três pontos com apenas 3 segundos faltando. O apito soou e o ginásio explodiu em alegria. Booth ficou tão feliz que a puxou com força para junto dele e tascou um beijo nela. As pessoas ao redor aplaudiram e alguém gritou.

- Olha! Eles estão no telão!

Booth e Brennan olharam e se viram no telão, sorriram e voltaram a se beijar. Quando finalmente cansaram e precisaram de fôlego, eles voltaram a olhar para a quadra. O telão exibia lances do jogo intercalados com imagens do público, entre elas, o beijo deles. O lugar já estava bem vazio e Booth segurando a mão dela começou a guiar-los até a saída. Já na rua, ela parou em frente a um quiosque e pediu água, Booth pagou. Após um longo gole, ela ofereceu a ele. Sentiu o vento frio nos braços e vestiu o casaco.

Booth a segurou pela cintura e começou a caminhar com ela.

- Então, o que achou? O basquete ainda soa fútil para você?

- Foi muito divertido, não sabia que as pessoas se deixam levar tão facilmente por um esporte. A adrenalina é incrível. Gostei muito. Obrigada, Booth.

- Não precisa agradecer mas fico mais aliviado em saber que você gostou, por um momento pensei que esse encontro ia ser um desastre.

- Não! E nós ainda ganhamos. Você acertou.

- Eu disse a você, tinham meu amuleto da sorte.

- E o que é seu amuleto afinal? Um pé de coelho? Uma ferradura?

- Não, você. Meu amuleto da sorte é você, Tempe.

- Booth....

Ele a beijou novamente e então seguiram abraçados para o metrô.

Na frente do apartamento de Brennan, ele a abraçava bem junto ao seu corpo. As mãos dela estavam no peito dele. Ela não queria que ele fosse mas sabia que Booth não aceitaria subir com ela por causa daquelas regras que ele já mencionara da outra vez. Estavam chegando ao fim de mais um encontro e a sensação de vazio e perda começava a tomar conta dela.

- Você trabalha amanhã?

- Não, estou de folga no final de semana mas devo manter o meu bip ligado para qualquer possibilidade de alguém me procurar. Uma emergência, algo assim.

- Então você poderia sair comigo amanhã também?

- Poderia.

Brennan estava tentando ser casual mas por dentro ela estava vibrando em pensar que poderia passar mais um tempo com ele.

- Tem um restaurante italiano bem simples perto do Rockefeller Center com um fettuttine ao pesto fantástico! Quer jantar comigo?

- Adoraria.

- Gostaria de passar o dia todo com você mas preciso resolver umas coisas no sábado que não pude fazer na semana. Passo aqui as 7. Vou fazer reserva para as 8h.

- Espera, esse lugar é chique? Como devo me vestir?

- É simples não se preocupe. Aliás, você fica linda de qualquer jeito, Tempe.

Ela deu um selinho nele.

- Preciso ir...

- Tem certeza que não quer subir um pouco, tomar uma bebida, café?

- Não, está tarde. E você trabalhou muito hoje, vai descansar. Amanhã é outro dia, Tempe.

Ele percebeu que ela ficara meio triste. Puxou-a para si e olhando-a nos olhos falou.

- Confia em mim, descanse. Amanhã nós estaremos juntos novamente. Prometo que você não sairá dos meus pensamentos.

Ele a beijou carinhosamente. Para ele um beijo apaixonado, para ela um beijo envolvente. Quando os lábios finalmente se soltaram, ele beijou-lhe a mão e a testa.

- Boa noite, Tempe.

- Boa noite, Booth.

As mãos demoraram a se soltar e quando realmente aconteceu, Brennan entrou no prédio e deu uma última olhada apenas para ve-lo sumir na esquina. Ao entrar em casa, estranhou ao ver Angela sentada na sala com uma tigela de cereal na mão.

- O que você faz em casa em plena sexta a noite?

- Eu que pergunto onde você estava, emendou plantão?

- Não sai um pouco mais tarde e fui comer algo. Você não respondeu minha pergunta Angie...

- Estou com dor no pé, sem condições de calçar sapato alto.

- O que aconteceu? Deixa eu ver.

- Não é nada pisei de mau jeito ontem ao descer do táxi e acho que machuquei o tornozelo.

- Angie, tá inchado. Vou buscar algo para fazer uma compressa.

- Não precisa, Bren...

Mas Brennan não ligou para o que a amiga dizia. Preparou a compressa e aplicou no tornozelo e no pé dela, pegou o antiinflamatório e um copo d’água fazendo Angela tomar. Ao se debruçar para ver o estado do pé após a compressa, Angela notou uns fiapos prata e azul no casaco e sobre a blusa dela.

- Você foi trabalhar assim? De jeans?

- Não, essa roupa estava no meu armário.

- E o que é esse fiapo prata?

Angela pegou com a mão e mostrou para ela. Brennan ficou sem graça, precisava inventar alguma coisa.

- E-eu estava no restaurante e alguém fazia aniversário, jogaram esses negócios na hora do parabéns.

- Sei... e esse broche dos knicks?

- O que?

Brennan olhou para ela intrigada.

- No seu casaco, na gola.

Brennan olhou e não sabia o que dizer. Booth deveria ter colocado isso sem que ela percebesse.

- Eu não sei de onde veio isso. O que é knicks?

- Bren... o que você está aprontando?

- Eu? Nada!

- Temperance Brennan eu te conheço, você está me escondendo alguma coisa e vou descobrir o que é!

- Não sei o que você quer dizer.

Ela tocou o pé da amiga e percebeu que estava menos inchado.

- Já melhorou, amanhã repita a compressa e o tome o remédio depois do café. Vou me deitar, boa noite Angie.

- Boa noite, amiga.

Brennan se retirou para seu quarto. Após tomar um banho, ela já de camisola e deitada na cama, pegou o celular e mandou uma mensagem para Booth.

“Você me colocou em apuros...TB”

Em seguida o celular vibrou. Ela atendeu.

- O que aconteceu linda?

- Você colocou um broche no meu casaco sem avisar.

- Gostou?

- Gostei mas esse não é o ponto. Minha amiga viu e começou a fazer perguntas.

- E você não falou que tinha ido ao jogo para ela?

- Não!

- Ué, ela não é sua amiga, sua melhor amiga?

- É.

- Então você está dizendo para mim que sua amiga não sabe que estamos saindo?

- Não Booth...

- Mas porque? Você tem vergonha de mim?

- Não é isso booth, você não conhece a Angela, ela é bem diferente de mim, é complicado.

- Não é nada complicado Tempe. Acho que você gosta de segredos e mistérios, sou seu admirador secreto?

- Booth pare de falar besteira...

- Soa excitante não acha? Me sinto meio James Bond.

Ela revirou os olhos e sorriu.

- Booth, vou desligar agora.

- Já?

- Adorei o broche,tá?

- É pra você usar no próximo jogo.

- Tá, boa noite Booth.

- Já estou morrendo de saudades de você,baby. Boa noite.

Ele desligou sem tempo para ela responder. Ele a chamava de baby... o que ele queria com isso? Ela lembrava que era uma forma carinhosa de chamar alguém que se gosta, outras pessoas já usaram essa palavra para ela também. Mas soara tão diferente agora,tão sincera...

Do lado de fora do quarto Angela ouvira a conversa.

- Brennan sua mentirosa...você está saindo com alguém. Ah, mais eu vou querer saber tudinho. Muito espertinha...

E Angela seguiu para seu quarto sorrindo.


Continua...

2 comentários:

Anônimo disse...

OMG, adoro ver a Brennan em momento fofura,descobrindo sentimentos que pra ela são estranhos, mas também com um Booth perfeito desse até a mais cética da face da terra se apaixonaria por ele,Karen onde eu encontro um imã desse amiga? EU QUERO!!! E o que eu mais estou gostando é dos encontros escondidos da Angela, isso é tão excitante, soa como se fosse algo proibido e tudo que é proibido é mais gostoso kkkkkkkk Enfim, estou amando essa fic, a cada capítulo fica mais empolgante, quero maissssss sem pressão tá!! Beijão LINDA!!

Lu (@luceliadutra)

Nicole Muniz disse...

Eu não estava no jogo, mas fiquei tão empolgada quanto a Brennan!! hahaha adorei esse capitulo. Foi mt divertido ver a Bren interagindo com outros tipos de vida.
E Booth? Como sempre um DEUS!
Até eu estou ficando maluca apara ver uma cena bem quente entre eles.
Continue escrevendo, está muito bom!
Beijos, nic.