segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

[Bones Fic] Between Love & War - Cap.4

Cap. 4




Ao entrar em casa, Brennan serviu-se de um copo d’água e sentou-se numa cadeira da sala.

O que foi aquela noite? Como tudo parecia diferente para ela? Fazia tempo que ela não experimentava uma noite tão agradável e cheia de surpresas. Primeiro, o encontro com o seu residente Wendell, depois o reencontro com o militar desastrado do Central Park e por fim, uma noite bem diferente com Booth ao seu lado. O que tudo isso significava? Certamente não era um flerte comum, apenas um encontro casual. De alguma forma, aquele homem mexia com ela e Brennan ainda não entendia porque, racionalmente não encontrara resposta.

Angela não estava ali aquela noite. Talvez ela pudesse explicar e tirar a dúvida de Brennan. Ou não. Talvez o fato de Angela não estar ali fosse melhor. A amiga pensava de maneira bem diferente dela e certamente desenvolveria uma louca história na sua imaginação e faria com que Brennan acreditasse ser a verdade. É bem melhor e racional não comentar nada com Angela por enquanto. Na verdade, era melhor nem pensar mais nesse assunto, esquecer era o ideal. Isso! Melhor esquecer.

Brennan levou os dedos aos lábios. Fechou os olhos. Ainda podia sentir o frisson causado pelo beijo dele. O calor dos lábios de Booth junto ao seu. Era um beijo tão envolvente, tão carinhoso. Um beijo capaz de fazê-la experimentar sensações de prazer e de certa forma desconhecidas para ela. O que há de errado comigo? Como um homem pode provocar com beijos tantos questionamentos na minha mente?

Ela resolveu tentar dormir, esquecer a situação toda por enquanto. E sobre Booth, ela realmente não sabia ainda o que faria a respeito.


Dois dias depois...


Brennan estava de volta ao plantão. Teve uma cirurgia mas o dia tornou-se mais calmo a partir de então. Wendell estava tomando conta dos seus pós-operatórios e tinha muita vontade de saber se a Dr.Brennan gostara de estar com Booth. Algo dizia a ele que aquela noite rendera e essa história estava apenas começando. Ela apenas atendera alguns pacientes para check-ups. Saiu do consultório.

- Wendell, você pode vir aqui um minuto?

- Claro doutora.

Wendell a seguiu até a sala.

- Pois não, Dr. Brennan?

- Como as coisas são calmas por aqui hoje, o Dr. James precisa de um par de mãos extras.

- Ah, ok. Eu já fiz as rondas de seus pacientes e já atualizei os prontuários.

- Obrigada, Wendell! Ótimo trabalho.

Ele deixou a sala ainda remoendo se devia falar em Booth ou não.

E assim, por falta de emergências ou casos críticos, ela emprestou Wendell para o PS.

Durante seu almoço na lanchonete do hospital, ela se pegou pensando em Booth novamente. O que ele estaria fazendo agora? De repente, percebeu como esse pensamento era estranho para ela e mesmo assim não conseguia entender porque ele reaparecera em sua mente. Terminou sua salada e voltou ao consultório. Atendeu até as seis da tarde. Seu plantão terminava as 7 então ela decidiu fazer a última ronda para checar seus pacientes internados e verificar se precisavam de algo mais.

Brennan terminou a ronda quando já passava das 7 e meia. Voltou ao consultório e pegou suas coisas. Deixou o hospital. Ao entrar se deparar com a entrada do metrô, ela percebeu que não queria ir para casa. Mudou então a rota e decidiu ir a Barnes & Noble, livraria que ficava na 5ª avenida e fechava meia noite. Assim que entrou foi procurar as novidades em best-sellers. Ela sempre gostara de ler mas fazia algum tempo que não se dedicava a leitura. Após ler o resumo de alguns títulos, ela segurava três em seus braços. Pegou uma sacola e dirigiu-se a sessão médica. Depois de rodar uns quinze minutos, decidiu tomar um café. Pediu um mochaccino e abriu um dos livros no primeiro capítulo iniciando a leitura enquanto saboreava seu café.

Ao terminar, ela pagou e dirigiu-se ao caixa da livraria. Decidira levar os 3 livros. Ao puxar seu cartão de crédito, Brennan deparou-se com o cartão de Booth. Sentiu um arrepio na nuca e os dedos da mão coçarem. Uma vontade de ligar para ele. Pagou a conta e seguiu para a saída da loja. Amanhã ela não estava de plantão. Com o cartão dele roçando nos dedos, ela tomou uma decisão. Pela manhã ligaria para ele e o convidaria para almoçar. Satisfeita, ela desceu as escadas do metrô com um sorriso nos lábios.


Academia do exército – 10 am


Booth acabara de dar uma aula e dispensar mais uma turma. Tinha a próxima classe somente as 15h. Ele resolveu tomar um café antes de revisar suas anotações para a tarde e decidir onde almoçar. Serviu-se de café e enquanto degustava a bebida, ele pensou em chamar Wendell para almoçar. Será que ele estava trabalhando? Pegou o celular e discou. No quarto toque ele atendeu.

- Alo...

- Que voz e essa? Está dormindo?

- Estava,Booth. Que foi?

- Você não tem que trabalhar?

- Estava de plantão até as 7 da manhã e volto para o hospital à noite.

- Ah, tá... falou com a doutora? Ela também vai trabalhar à noite?

- Não sei da Dr. Brennan. Trabalhamos juntos ontem muito rapidamente. Não sei se ela está de plantão.

- Ela falou de mim?

- Não, Booth não falou.

- Droga!

- É, a Dr. Brennan não se impressiona fácil. Vai por mim...

- Hey! Eu não sou qualquer um!

- Tá, tudo bem Booth...preciso dormir...tchau.

Wendell desligou.

- A Dr.Brennan não se impressiona fácil, sei... pois para mim ela parecia bem impressionada naquela noite. Humpt!

Booth serviu-se de mais uma caneca de café e voltou a pensar nela. Será que ele entendera errado? Será que ela ia mesmo esquecê-lo? Parecia que ela havia gostado da sua companhia, ele certamente adorava te-la por perto. Não podia desistir. Mas como chegaria até ela? Pelo que percebera um passo em falso e ele viraria cinzas para ela. Booth suspirou.

Quando voltava para a sala, sentiu seu celular vibrar. Número estranho. Booth ignorou, deve ser engano. O telefone parou e booth o colocou sobre a mesa, indicava uma chamada perdida. Mal ele sentou-se na mesa e o telefone voltou a tocar, o mesmo número. Deve ser engano mas atendeu mesmo assim.

- Booth.

- Já estava pensando que você me deu o número do telefone errado...

- Temperance?

- Oi, Booth! Ainda se lembra de mim?

- Você não é fácil de esquecer. Eu não reconheci o número afinal você não deixou uma possibilidade sequer para eu contactar você.

- Está ocupado?

- Não e se tivesse desocuparia...

- Cheio de galanteios não?

Ele riu.

- Você aceita almoçar comigo hoje?

- Claro! Onde você quer ir?

- Tem um novo restaurante tailandês Isle no Soho, que tal?

- Parece ótimo! Onde fica? Na Bleecker St.

- Ah, eu passei pela frente dele outro dia. Eu topo!

- Ok, ao meio-dia lá.

- Até mais Tempe...


Isle Restaurant


Temperance Brennan chegara primeiro e estava tomando chá gelado. Quando olhou para a porta, viu o homem que esperava chegando. Ele era de tirar o fôlego. Ela fez sinal para ele. Sorriu. ele se aproximou dela e inclinou-se para cumprimentá-la com um beijo no rosto.

- OI, Tempe! Fiquei muito feliz com o convite.

- Que bom.

Ele sentou-se de frente para ela.

- De folga hoje, isso é algo raro na vida de uma workaholic...

- Sempre existem pausas. Estou faminta! Não tomei café hoje. Você quer beber o que?

- Que tal uma cerveja?

- Ok, vamos de cerveja. Dê uma olhada no menu para decidirmos logo o que comer.

- Apressada você hein?

- Isso se chama fome, necessidade básica de qualquer ser humano.

Ela sorriu. booth adorava ve-la sorrindo, ela ficava mais linda ainda. Pediram a comida e assim que o garçon voltou com as bebidas e o couvert, eles retomaram a conversa. Booth reparou que ela tinha um livro ao lado dela que já ia guardar.


- O que você está lendo? Aposto que é um daqueles livros chatos de medicina.

- Errou! Apesar de ler bastante material científico, eu gosto de uma boa trama. Investigação de assassinatos claro que envolve ciência. Gosto de comparar se existe furos na escrita.

- Então você lê pela diversão de chamar alguém de incompetente?

- Não! Claro que pego alguns casos mas acabo desistindo do autor nesse caso. Essa é ótima! Kathy Reichs. Ela é antropologa forense. Escreve bem e sabe tudo da profissão. Tá vendo nem só de trabalho e ciência vivo eu... gosto de ler.

- Estou vendo.

- Eu até pensava em ser cantora quando era mais nova porém a situação não era favorável e desisti.

- Sei, e eu queria ser mocinho de filme de bang-bang.

- Sério?

- Hey, tava brincando... você não estava?

- Falei sério sobre ser cantora. Tenho uma bela voz.

- Mesmo? Gostaria de ouvir um dia... você é cheia de mistérios, gosto disso!

- Você nem imagina...

- Hum, isso foi um convite para te conhecer melhor?

- Não sei, você acha que aguenta, que pode lidar comigo?

- Porque não me testa?

- Ok, qual a sua posição sexual favorita?

Booth quase se engasga com um pedaço de pão.

- O que?

- Sua posição sexual preferida?

- Você....você não sai por ai perguntando a posição sexual , isso é..é

- Nossa! Ou você é muito tímido ou tem problemas com sua performance sexual!

- Eu- eu não sou tímido! E...

- Então tem que ser insegurança na cama...

- Eu não sou , não tenho nada de errado ok? Isso é muito íntimo!

- Pensei que você quisesse investir em me conhecer nada mais justo que saber o que acho de sexo, é uma necessidade básica assim como comer. Eu adoro sexo!

Booth tinha os olhos arregalados. Essa mulher não existe!

- Você não pode ser tão direta com um cara assim... eles podem se assustar e fugir.


- Se fugirem sinal de que tem problemas para fazer de algo tão natural como sexo. São perdedores.

Booth se levantou.

- Onde você vai? Fugir?

- Não, só vou ao banheiro.

- Tem certeza que não está fugindo da conversa?

Ela sorria provocando, Booth sorriu de volta.

- Não estou fugindo, só preciso ir me dá um minuto.

Ela permaneceu sorrindo. Taí algo que não espera descobrir desse homem tão másculo. Vergonha de falar sobre sexo! Só que essa não era a primeira coisa sobre ele que a intrigava. Na verdade, tudo que ela descobrira até agora parecia uma novidade e a fazia sentir diferente, como se não quisesse parar de descobrir o que mais ele teria a oferecer, qual seria sua próxima ação... e quando ligou hoje para ele, parecia que ela esperava exatamente por isso mais um momento de alegria ao lado dele, descontração.

Ela estava sorrindo perdida em seus pensamentos quando ele voltou. Booth aproveitou para deixar um beijo no pescoço dela.

- Pronto. Agora vou continuar a conversa expondo o meu ponto de vista. Não gosto de sexo, por sexo. É claro que as vezes ele é inevitável mas prefiro encarar de outra maneira.

- Se masturbando?

- Temperance! Não fale assim!

Ela deu de ombros.

- Estou falando de algo mais, de envolvimento, sentimento. Gosto de fazer amor. Aquele momento antes do climax onde tudo parece se encaixar, o toque, os beijos, o desejo te envolvendo... o momento em que tudo para e só existe os dois apaixonados que logo se tornarão um só.

- Da forma que você fala parece conhecer muito bem a arte. Você faz amor desde quando já que não faz sexo?

- Tempe, não é assim. Você precisa estar apaixonado. Só experimentei isso com duas pessoas.

- Só? 2 pessoas?

- Eu não saio por ai me apaixonando por qualquer uma. A primeira foi minha namorada do high school namoramos cinco anos.

- Tudo isso? Nossa!

- Do jeito que você fala já vi que não teve um relacionamento longo...

- Não. Porque acabou?

- Nós crescemos, viramos adultos e percebemos que queríamos coisas diferentes.

- E a segunda?

- Conheci na base militar durante a guerra. Nos apaixonamos mas não era para ser afinal a guerra era nosso lugar comum, não poderia dar certo.

- Como assim?

- Ela não era a escolhida. A mulher da minha vida.

- Alma gêmea.... você acredita nisso?

- Não, mas acredito que há um alguem para cada um de nós.A nossa metade.

- Como a história dos deuses...

- Isso, como a história dos deuses.

- Agora me diz mulher misteriosa, você já se apaixonou quantas vezes?

- Nenhuma.

- Como assim?

- Achei que me apaixonara uma vez, me enganei e fui enganada.

- Ah, entendi...

- Você vai querer sobremesa?

- Se você quiser Temperance...

- Prefiro um sorvete, tem um lugar aqui perto que vende sabores incríveis.

- Vou pedir a conta.

Booth não deixou ela pagar a conta, Temperance resmungou muito mas acabou cedendo. Saíram do restaurante e Brennan os guiou até a sorveteria. Já de sorvete na mão, eles caminhavam pelas ruas do Soho até a estação do metrô.

- Esse sorvete é muito bom!

- Eu disse a você. Só gosto de coisas boas...

- Sei, como eu?

Ela olhou para ele com a testa franzida.

- Você não é nada modesto.

- Aposto que você também não... e nem precisa pode ter qualquer homem a seus pés.

- Ah, sim! Sempre que quero consigo alguém para transar nunca tive problema.

- Ah imagino! Mas não foi nesse sentido que quis dizer. Sabe eu falei bastante sobre coisas íntimas hoje porque você não conta algo sobre a sua vida hum Tempe?

- Não tem nada para contar.

- Como não? Todo mundo tem algo para contar. Você é uma cientista de sucesso, médica competente resumindo uma profissional e tanto porém, e a mulher Temperance Brennan? Como ela é? Do que ela gosta? Não seja tão misteriosa!

- Não é questão de mistério, eu apenas não tenho o que contar...

- Não concordo, você está se fechando para mim, ah Temperance lembra o que falei para você naquele dia no Central Park? Que precisa curtir a vida, mudar seu pensamento, interagir com as pessoas... vamos.

Nesse momento, Booth a pegou olhando com admiração para ele não pode deixar de sorrir. Pegou o celular e discou.

- Me dá um minuto ok?

Ele se distanciou um pouco e falava ao telefone. Dois minutos depois, ele voltou a ficar ao lado dela.

- Agora sim, temos a tarde toda para conversar. O que você quer fazer?

- A tarde toda?

- Sim, você está de folga e agora eu também...

- Se importa se formos apenas caminhar por aqui?

- Melhor, podemos conversar durante uma caminhada do SoHo a Little Italy, depois pegamos o metro e passeamos um pouco mais que tal?

- Parece bom...

- Sim vamos curtir New York como verdadeiros novaiorquinos com uma condição.

- E qual é?

- Você tem que contar pelo menos um pouco da sua vida para mim.

- Só pode ser essa sua condição? Não pode ser sexo?

Ela olha pra ele com uma carinha sedutora.

- Não Temperance, você tem que contar algo!

Ela fez bico e cara de desapontada.

- Mas uns beijinhos não farão mal a ninguém.

- Mesmo?

- Mesmo, porque?

Ela se aproximou dele e começou a mexer na aba do casaco dele, a cabeça inclinada para o lado. Sorria.

- Porque eu estou morrendo de vontade de te beijar desde que você apareceu na minha frente.

Sem esperar um segundo sequer, ela inclinou-se e tocou o lábio dele. Sentiu a energia tomar-lhe o corpo. Aprofundou o beijo entreabrindo os lábios e enfiando a lingua ávida por explorar e sentir a boca dele novamente. Booth não se mostrou supreso e aproveitou para puxá-la para perto de si. As mãos habilidosas sentiam as curvas do corpo dela acariciando calmamente. Brennan puxava-o pela nuca e mordiscava os lábios dele. Era tão bom beijá-lo....

Sem fôlego, ela quebrou o beijo mas continuou a sentir os lábios dele agora no pescoço dela. Um calor súbito a envolveu. Ela queria parar ou faria alguma loucura, gemeu baixinho. Ela queria mais. Foi então que Booth se distanciou dela. Ela reclamou gemendo.

- Porque parou?

- Porque qualquer coisa a mais nesse momento pode ser prejudicial a nós dois, poderíamos ser presos por atentado ao pudor.

- Podíamos ir para algum lugar, um hotel, meu apartamento ou...

- Nada disso, sei o que você está tentando fazer e não vai conseguir. É sua vez de compartilhar. Vamos caminhar um pouco.

Ele pos-se lado a lado com ela e instintivamente segurou a sua mão. Brennan a princípio se assustou com o toque mas ficou lisonjeada com o gesto e apertou a mão dele em retorno. Brennan martelava na sua mente o que poderia contar a ele realmente. Sua história era tão diferente das dos outros, raríssimos momentos felizes. Achou melhor começar pelas coisas simples caso ele insistisse.

- Então? Estou esperando...

- Ok, você disse que queria saber do que eu gosto. Além de trabalhar, gosto de assistir documentários científicos na tv e na internet, estudar, adoro museus principalmente o de história natural de NY e o Smithsonian em Washington, as vezes gosto de ir ao cinema mas não pergunte o último filme que vi. Adoro ler, livros são fontes de aprendizado e excelentes para relaxar. Deixa eu ver o que mais...

- Músicas?

- Como eu disse, até podia cantar profissionalmente mas não tenho um gênero preferido de música prefiro as mais calmas que nos façam manter a concentração e relaxar só que as vezes um rock é bom.

- Gosta de dançar, Temperance?

- Não.

- Nem um pouquinho?

- Muito raramente.

- Patinar no gelo?

- Nunca tentei...

- O que?

- É nunca tentei. Porque o espanto?

- Você mora em NY! Tem uma pista de patinação no Central Park e no Rockfeller Center todo o outono e inverno!

- Pronto, você descobriu algo bem diferente sobre mim.

- Só que não é nada íntimo.

Ela revirou os olhos.

- Tem irmãos?

- Um irmão mas não nos falamos, vivemos em mundos diferentes.

- Só se seu irmão for um alien! Vivemos na Terra.

- Booth, é complicado. Não pergunte, por favor.

- Hum, então não foi somente na vida amorosa que você teve decepções, com a família também. Não é à toa que você seja uma workaholic. Você se esconde no trabalho e acaba se sentindo muito sozinha.

- Detesto psicologia.

- Isso não é psicologia, estou apenas ligando os pontos.

- Podemos mudar de assunto, por favor?

Ele viu o desconforto dela e a tristeza nos olhos dela. Tinha que ceder ao pedido dela se quisesse continuar a ve-la. Tinha ainda um única coisa a dizer.

- Sabe, você é muito especial e mesmo que ache que você não é amada, que não foi feita para o amor, isso não é verdade. Você é capaz de amar e ser amada. Tenha isso em mente.

Ela o olhava serena. Como ele conseguia dizer essas palavras tão marcantes e faze-la por um segundo realmente acreditar nelas?

- Hey, estamos na Little Italy, que tal um tiramisú?

- Acho que não consigo comer mais nada!

- Depois de toda essa caminhada?

- É . mas se você comprar para você posso provar do seu...

- Ok.

Ele comprou um copo de tiramisú e uma garrafa de água mineral. Deu a ela a garrafa e ofereceu o doce.

- Não você primeiro, vai que não está bom?

- Engraçadinha!

Ele provou e sorriu.

- Tá uma delícia sua boba. Prova!

- Você pode estar me enganando só comeu uma colher!

Ele meteu outra colher na boca e saboreou lambendo os lábios. Pegou uma nova colher e ofereceu a ela. Brennan provou o doce. Realmente estava delicioso mas ela queria algo mais. Pegou a colher e passou nos lábios dele. Em seguida, sorveu os lábios nos seus lambendo e beijando-os.

- Realmente, uma delícia!

- Nossa! Você não presta mesmo.

- Sei, vai dizer que você não gostou?

Ele ficou calado. A verdade era que a cada minuto que passava ao lado dela, ele se maravilhava mais. Estava ficando difícil não admira-la e Booth sabia que mesmo sem saber quase nada sobre ela, se apaixonar era involuntário, natural.

- Onde você mora Booth?

- No SoHo.

Ela abriu um sorriso lindo.

- Eu sei o que você está pensando e a resposta é não.

- Anh?

- Se você estiver cansada e quiser minha companhia te levo pra casa.

- Eu moro no upper east side Booth… bem longe de você.

- Não importa, será um prazer. Tem uma estação de metrô ali na esquina. Não me importo mesmo de ficar mais uns minutos na sua companhia.

- Tá bom.

Eles caminharam juntos para o metrô, assim que subiram no trem, sentaram-se lado a lado e Brennan voltou a beijá-lo. Passaram a viagem inteira de metrô trocando beijinhos e carícias. Ao soltarem na estação, Brennan teve vontade de entrar no trem novamente, apenas para te-lo perto de si e sentir aqueles lábios maravilhosos sobre os seus.

Assim que saíram da estação, Brennan avistou uma starbucks. Puxou Booth pela mão e comprou dosi cafés. A um quarteirão de casa, ela já começava a se sentir estranha, parecia que estava prestes a sofrer uma perda grande, sentia-se vazia. O que estava acontecendo com ela? O que será isso? Ela estaria sentindo saudades dele antes mesmo de se separarem?

Finalmente, chegaram em frente ao prédio dela. Booth percebeu que ela estava inquieta de alguma forma.

- Pronto, chegamos.

- Você não quer subir?

Ele sorriu. acariciou o rosto dela e deu mais um selinho nela.

- Por mais tentador que seja, eu não vou para a cama no primeiro encontro. Regra minha e não aceito exceções.

- Esse não é nosso primeiro encontro! Acho que é o terceiro...

- Não, esse foi oficialamente nosso primeiro encontro e se depender de mim, o primeiro de muitos.
- Mas você me beijou!

- Beijos são permitidos no primeiro encontro se você gosta da garota.

Ela sorriu.

- Você gosta de mim?

- Como não poderia? Você é linda em todos os sentidos! E além de linda é inteligente e misteriosa.

- Sabe Booth, mesmo que esteja morrendo de vontade de ir para cama com você, vou reconsiderar isso. Algo me diz que devo esperar, que devo dar uma chance a você. Aceito sua justificativa de primeiro encontro.

Ela pegou o celular e apertou a tecla. O celular de Booth começou a tocar. O número na tela.

- Agora você já pode me ligar.

- Você vai enjoar de ouvir minha voz. Eu não desisto fácil, Temperance.

- Quer saber?

Ela se aproximou dele e o abraçou.

- Acho que não quero que desista Booth, afinal seria uma pena não saber como é a sua performance na cama.

Ele riu.

- Você não tem jeito mesmo não?

- Questão de hábito e decisão. Não desisto fácil.

- E nem quero que você desista.

Ela beijou-o mais uma vez. Um longo e suave beijo, bem diferente dos anteriores. Ao quebrar o beijo, ele afastou-se dela e ainda segurando sua mão falou.

- Você está oficialmente com problemas, eu entrei na sua vida e não vou sumir facilmente. Você pode aguentar?

- Cuidado, Booth. Nada na minha vida é assim tão fácil... você não me conhece.

- Mas vou conhecer e mais vou faze-la se apaixonar perdidamente por mim.

Ele deu mais um selinho nela e soltou-lhe a mão.

- Boa noite, Tempe. Te vejo por aí...

Ele virou-se e saiu andando. Brennan ficou uns instantes acompanhando-o desaparecer da sua vista. Suspirou. Nada fazia sentido naquele dia e mesmo assim Temperance podia afirnar que adorara cada momento dele. Booth tinha razão, ela estava com problema, ele era um problema na vida dela que Brennan não sabia ainda como lidar, como resolver. Porém, ao contrário dos problemas do dia a dia, esse era doce, diferente e totalmente excitante. Quem dera todos os seus problemas fossem gostosos como Booth.

Ainda com um sorriso nos lábios ela tomou o elevador rumo ao seu apartamento.



Continua....

2 comentários:

Blush disse...

AAAAAAA LINDOS!!
Estava mtt ansiosa para ler esse cap. e fiquei mt feliz com que li!! Parebéns ka. beijoss

Estefane disse...

Bom que posso dizer. Karen é uma excelente na sua escrita e no entendimento do amor de B&B, mesmo saindo um pouco do contexto dos nossos amados B&B ela soube passar muito bem o sentimento de ambos pra fic,acabo sempre chorarando lendo os caps das fics dela, isto é um elogio. Amo tanto B&B e a Karen sabe descrever este amor nas fics com habilidade incrível de escritora. Deixando o nosso coração que está um pouco abalado por B&B estarem separados. Fico muito feliz em poder conversa com uma pessoa tão incrível que me deixa muito feliz lendo suas lindas palavras. Estou amando está fic.