Nota da Autora: It's been a long time... hoje quando terminei de fazer meu assignment fiquei com vontade de voltar no tempo... e está ai o resultado. Algumas preocupaçoes reinam e surpresas tambem nesse capitulo. Perdoem os erros, faz tempo que nao escrevo... alias, nao tenho a minima ideia de quando virá o proximo. Enjoy!
Cap.139
Gigi estava sentada na cama depois do jantar. Encontrara Jeff jogando videogame e com o jantar encaminhado. Agora, ele assistia um programa sobre lugares paradisíacos para mergulho, um documentário. Ela sabia que seu marido era apaixonado por mergulho e acabara de fazer um comentário que ela não ouvira. Sua mente estava pensando na irmã e na situação de hoje à tarde.
— Gi, você ouviu o que disse?
— Não, desculpa. E-eu não… estou preocupada com a sis.
— Achei que tinham se divertido hoje. Ela está com algum problema?
— Talvez. Vai depender da reação do seu irmão.
— Quer falar sobre isso?
— Não, eu preciso ligar para ela. Tenho que saber se ela está bem.
— Faça o que seu coração mandar, porém se eles estiverem com problemas conjugais, eu quero saber. Tenho direito. Foi por isso que ela te chamou hoje?
— Não! Eles não estão com problemas nesse departamento. É algo relacionado a eles e o segredo. Pode envolver Katherine também. Ou pode não ser nada. Vou ligar para ela.
— Agora você vai me explicar essa história e depois liga para ela. O segredo deles interessa a nós dois - Gigi começou a contar tudo o que acontecera naquela tarde. Ao terminar, viu o semblante do marido de preocupação. Jeff suspirou - ligue. Vamos torcer para não ser nada.
Gigi pegou o celular e fez a ligação. Foram seis toques até que ela fosse direcionada para a caixa de mensagem. Tentou uma segunda vez, o resultado se repetiu.
— Por que você não atende, sis? Não é tão tarde assim para já estar dormindo. Fico angustiada, será que está tudo bem? Você não viu a cara dela depois de encontrar com o tal Matt. Não sei dizer qual foi a reação de Nathan. Acha que brigaram?
— Gi, eu não tenho respostas para as suas perguntas. Você quer um chá? Tem que se acalmar. Também não pode tirar conclusões precipitadas. Pode ser que os dois estejam bem, ocupados? Espere um pouco e ligue outra vez.
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Nathan estava na sala de video. Ainda não se sentia pronto para subir as escadas e encara-la. Talvez fosse melhor deixa-la dormir. Se reiniciassem a conversa agora podiam brigar novamente, afinal ele continuava um pouco irritado com tudo. Não queria ficar sozinha. O que ela queria dizer com isso? Katherine podia mante-la ocupada tranquilamente em uma tarde de sábado.
Olhou para o celular na mesa. Ela esquecera no afã da briga e Nathan acabara trazendo consigo. Gigi ligara duas vezes, provavelmente querendo noticias. Saber se a irma estava bem, ele entendia. Coisa de irmãos. Não se sentia muito inclinado a atender o celular da esposa. Gigi era uma leoa quando se tratava de Stana, contudo reconhecia que a cunhada era persistente e não desistiria fácil. O celular tornou a tocar. Uma, duas, três toques que eventualmente iriam findar na caixa postal. Era a quarta ligação perdida. Melhor lidar com a cunhada antes que ela aparecesse na sua porta.
— Oi, Gigi.
— Nathan! Por que demoraram tanto para atender? Estou louca de preocupação! Cadê a sis? Está tudo bem? - ela ouviu Nathan suspirar do outro lado da linha.
— Ela deixou o celular aqui embaixo. Já foi para o quarto, deve estar dormindo.
— Nathan… - o tom da voz de Gigi era de alerta - o que realmente aconteceu?
— Nós discutimos, Gigi. Ela me contou sobre o encontro com Matt e acabamos nos desentendendo.
— Vocês brigaram.
— Não, foi uma discussão. Estou esfriando a cabeça. A ultima coisa que desejo é brigar com sua irmã.
— Tarde demais. Isso já aconteceu. Olha, Nathan, ela não fez nada. Foi um encontro inocente. Estávamos nos divertindo. Você não estava lá para saber como a situação a afetou. Ela ficou pálida, Nathan. Logo depois do encontro no café. Eu achei que ela fosse desmaiar. Se você a culpou pelo que aconteceu fez tudo errado. Ela não precisa de lição de moral e sim de apoio. Stana sabe muito bem o que está em jogo. O risco que corre - as palavras de Gigi o preocuparam ainda mais.
— Gigi, por que ela te chamou para sair?
— Porque queria se divertir, sair de casa e passear com a filha. Não pode?
— Ela te disse que queria companhia? Stana me falou que não queria ficar sozinha, será que…
— Nathan, você não acha que ela…
— Está apresentando sinais de depressão? Talvez, oh Deus… eu não sei dizer. Ela ficou um bom tempo sozinha durante as minhas viagens…
— Ela é sua responsabilidade. Conserte isso, Nathan ou eu não respondo por mim!
— E-eu vou…
— E me ligue dando notícias.
— Tudo bem.
A ideia da esposa estar apresentando sinais de depressão o pegou desprevenido. Como ele não percebera? Stana deu sinais, não? Se isso era verdade, a discussão, acusa-la de por em risco o relacionamento deles, o segredo fora talvez o estopim para uma possível crise.
— Não, estou imaginando coisas. Ela está bem. Deus! O que foi que eu fiz? - ele ergueu-se do sofá levando o celular dela consigo. Subiu as escadas com pressa.
O quarto estava no escuro. Todas as luzes apagadas. Estava dormindo? O coração de Nathan acelerava em seu peito, podia sentir o pulsar do sangue em seus ouvidos. Cuidadosamente, se aproximou da cama. Stana dormia. Nathan colocou a palma da mão proximo ao nariz dela. Estava respirando. Uma sensação de alivio percorreu seu corpo. Sentou-se ao lado dela e acendeu a luz da cabeceira em 20%. Os dedos acariciavam a pele do braço da esposa levemente. Sentiu uma vontade urgente de acorda-la e pedir desculpas, mas e se ela ainda estivesse com raiva dele? Isso somente iria irrita-la mais. Nathan reparou no rosto de Stana. Por causa da luz, as marcas das lágrimas recentes ainda eram visíveis em sua face. Ele se odiou por isso. Por faze-la sofrer sem pensar em como as suas palavras a afetariam. Pensou melhor e decidiu não acorda-la. Levantou-se da cama e ligou para Gigi. Falava baixinho para não perturbar o sono de Stana.
— Sou eu. Ela está dormindo.
— Você não pediu desculpas?
— Não quero acorda-la, Gigi. A situação está sob controle. Melhor deixa-la descansar. Amanhã eu prometo que conserto tudo.
— Assim espero. Se fosse você, não dormiria. Não tiraria os olhos dela a noite inteira.
— É exatamente o que eu pretendo fazer - ele desligou o telefone colocando-o na cabeceira de Stana. Foi ao banheiro, trocou de roupa e se enfiou debaixo das cobertas ao lado dela deixando seu braço envolve-la em sinal de proteção.
Ele cumpriu o que prometera a Gigi e não pregou os olhos até quatro horas da manhã quando não conseguiu mais mante-los abertos.
Por volta das sete da manhã, Stana acordou. Sentiu o peso do braço de Nathan contra seu estômago. A respiração quente em seu pescoço. De certa forma, ela estava surpresa com o gesto. Achou que ele dormiria na sala de video ou no quarto de Katherine. Não esperava vê-lo na cama, muito menos agarrado ao seu corpo. Com cuidado, ela tirou o braço da sua cintura e levantou-se. A reação de Nathan foi imediata. Ergueu-se de supetão sentado-se na cama. Ela estava de pé olhando para ele intrigada.
— Stana, tudo bem? E-eu dormi e… - ele esfregou os olhos.
— Não pensei que acharia seu caminho até o quarto - o tom da voz dela era ríspido. Ainda estava com raiva. Rapidamente, ele se colocou de pé na frente dela.
— Staninha, eu… - esticou a mão para toca-la, porém Stana se esquivou.
— Não me toque, Nathan. Eu não quero falar com você. Vou ver minha filha - as palavras da esposa doeram muito embora soubesse que merecia cada uma delas. Não se deixou convencer. Segurou o pulso da esposa enquanto ela estava de costas para ele. Havia um tom de súplica em sua voz.
— Stana, por favor… me perdoe. Eu fui um idiota inconsequente. Não é sua culpa nem de ninguém. Você não fez nada de errado. Eu me descontrolei apenas pensei em proteger Katherine e sequer pensei em você. Stana, você é minha prioridade. Sempre foi. Sem você não existiria casamento, segredo ou Kate. Eu te amo tanto, Staninha e me odeio por tê-la feito chorar, sofrer. Por favor, me perdoe… - lentamente ela virou-se para fita-lo. Nathan tinha lágrimas nos olhos, fruto do medo de perde-la. O fantasma de um tempo ruim querendo dominar seus pensamentos. Aquilo a surpreendeu. A forma como a historia o afetara. Ele a agarrou pela cintura ajoelhando-se abraçava-a com força. Sentiu a mão dela tocar seus ombros. Tinha medo que Stana o empurrasse, o rejeitasse.
— Você foi duro comigo, Nathan. Me fez pensar que eu tinha destruído tudo. O jeito como falou era como se eu não fosse capaz de cuidar da minha própria filha, de nós. Doeu…
— Eu sei e me sinto um lixo por isso. Eu deveria zelar por vocês duas e…
— Não - ela o interrompeu - isso é um trabalho de equipe, meu e seu.
— Desculpe, meu amor.
— Meu Deus! Por que fazemos isso conosco? Por que nos desafiamos e brigamos quando devíamos unir forças?
— Talvez porque amamos em excesso? Porque não queremos que nada destrua a nossa vida, a nossa felicidade?
— Talvez… - ela acariciou os cabelos dele. Nathan podia ver as lágrimas teimosas se formando nos olhos verdes amendoados - levante-se, Nate - ao ouvir o apelido carinhoso, ele suspirou. Um pequeno avanço, pensou. Viu a esposa sentar-se na cama outra vez. Fez o mesmo. Stana passou a mão pelos cabelos. Deixou escapar um longo suspiro. Uma lágrima correu pelo seu rosto.
— Eu estou tão cansada, Nate… essa situação, esse peso constantemente sobre nossos ombros. Por que não podemos viver como uma familia normal?
— Amor, por que não me disse que se sentia sozinha? Tem que conversar comigo, e-eu devia ter percebido e… - ele sentiu o indicador dela contra seus lábios.
— Não, Nate… não é o que você está pensando. Deus! Você achou que eu estava depressiva? Nada disso, estou bem. Eu apenas queria curtir meu sábado e como você não estava aqui. E-eu sinto que a cada dia, esse segredo nos consome. Até quando vamos ter que conviver assim? Escondidos do mundo?
— Você acha que eu gosto disso? Eu detesto. Sinto-me sufocado, como um criminoso foragido. Mas, Stana, nós combinamos. Prometemos um ao outro que íamos segurar até que as coisas estivessem encaminhadas. Absentia está prestes a estrear. Não falta muito. Você quer desistir? Vai mudar de ideia agora? Se isso for realmente o que quer, eu acabo com essa farsa por você. Basta me dizer - Stana acariciou o rosto dele olhando intensamente nos olhos azuis. Deixou sua cabeça pender entre o ombro e o pescoço dele fechando os olhos. Nathan abraçou-a.
— Ah, Staninha… eu sei que é difícil. Somente mais alguns meses, amor.
— Sim, uns meses…
— Promete uma coisa? Sempre que quiser conversar, estiver se sentindo triste, cansada, vai falar para mim? Por favor? - ela sorriu olhando diretamente nos olhos azuis e anuiu concordando - Hey, você não disse se me perdoa - ela sorriu e beijou o peito dele. Tornou a fita-lo.
— Mesmo quando você erra, há sempre a vontade de acertar. E eu o amo por isso, demais. Não tenho que perdoar especialmente quando você tem razão - ela deixou os lábios roçarem nos dele até que as bocas se abrissem para trocar um beijo. De repente, ouviram uma conversa vinda do quarto de Katherine.
— Dei dei, dadda…cookie mais…mama! Mama!
— Alguém quer você, Staninha. E parece estar com fome - ela se levantou preparando-se para ir ao quarto da filha - pode ligar ou mandar um mensagem para sua irmã dizendo que está bem? Eu prezo pela minha vida.
— Eu faço isso num minuto. Primeiro Kate.
Ela não ligou para a irmã, optou por uma mensagem. Gigi sempre desconfiada ligou de volta para ouvir a voz da irmã, afinal Nathan poderia ter amarelado e não pedido desculpas ou resolvido a situação. Satisfeita por ouvir clareza e tranquilidade enquanto falava com Stana, ela os deixou em paz para curtir a filha e o domingo.
A semana estava bem agitada para Gigi. A reforma de Sandra estava andando depressa, os fornecedores cumpriam seus prazos, porem ainda ouviam uns gritos da designer. Gary entregou o novo cliente a ela que reorganizou sua agenda de modo a acomoda-lo. Gigi passava mais tempo nas locações que estava reformando do que no próprio escritório.
Nathan terminou as filmagens do piloto. Stana viu o semblante de alivio quando chegou em casa do ultimo dia.
— Missão cumprida. Alexi não pode me acusar de colaborar.
— Você já pensou no que fará caso a serie ganhe novos episódios? Eu diria que tem grandes chances de acontecer.
— Eu também, mas não quero pensar nisso agora.
— Sabe, eu vi algumas fotos dos bastidores, fotos das locações… não parece ser ruim. E devo acrescentar que gostei muito daquele policial, qual o nome dele mesmo? - ela perguntou provocando. Nathan riu - ele é bonitão, particularmente pelo traseiro e os olhos azuis. Alguma chance de conseguir aquele uniforme? Tenho muitas ideias pairando na minha mente com ele…
— E agora você me diz isso? Quando as filmagens acabaram?
— Não pode pegar escondido? Talvez eu tenha que esperar pelos novos episódios então…
— Isso é maldade, Staninha.
— Sinto muito. Você devia ter pensado em uma maneira de agradar e surpreender sua esposa.
— Touche.
O fim de julho chegou e ela entregou o primeiro cômodo na casa de Sandra deixando a atriz impressionada. Contudo, ainda havia muito trabalho pela frente.
Stana também começara as filmagens de seu novo longa, um filme de terror. Na mesma semana que trabalhava, recebeu a noticia de que seu outro filme onde fazia Vera iria entrar em pré-produção em outubro. Com as filmagens da serie de Alexi terminadas, Nathan era o babá da vez. Eles não ouviram um único comentário de Matt sobre o encontro com Stana o que os fez esquecer o ocorrido de uma vez por todas. Nas vésperas dos primeiros dias de agosto, Nathan decidiu reunir a familia na sua casa para um almoço. A ideia surgiu a partir de uma conversa com Jeff onde o irmão comentou estar pesquisando locai para mergulhar.
Fez questão de ligar para Markus e convidar Anne. Estava com saudades da sobrinha e também não via a hora de dividir a novidade de Gigi com a menina. Adoraria saber a opinião da pequena.
Eram onze da manhã quando a barulhenta Gigi entrava pela garagem acompanhada de Jeff chamando por Katherine.
— Se um dia alguém estiver roubando essa casa e Gigi chegar, ela mata o ladrão de susto - disse Nathan rindo. Anne riu também e Stana apenas balançou a cabeça diante do comentário do marido.
— Oi, sis!
— Tia Gigi! - Anne gritou pulando no pescoço dela - estava com saudades. Tudo bem?
— Tudo ótimo, Anne. Nossa! Você cresceu, mocinha! - tascou um beijo na menina.
— Tio Jeff! - e outra festa começou. Depois de cumprimentar a todos, Gigi pegou Katherine no colo e a encheu de beijos fazendo a menina gargalhar.
— Eff toso! Cookie?
— É, você foi pego em flagrante. Descobrimos quem dá o suplemento de cookies para Kate - disse Stana - acredita que outro dia ela acordou pedindo cookie?
— E ela tem culpa se a mãe dela é uma formiguinha? - disse Nathan.
— Falou o chocólatra - disse Gigi.
— Por falar em chocolate, eu estou fazendo o bolo da vovó, Anne. Quer me ajudar com a calda?
— Vai ser a calda da tia Gigi?
— Claro, né? Todo mundo gosta da minha calda. Principalmente meu Jeff.
— Você reparou que é a minha esposa quem está fazendo o bolo não, Gigi?
— Vai começar vocês dois? Mano, que tal trazermos o video game para a sala? Assim eu e Anne podemos jogar, conversar com todos e tomar conta de Katherine se for preciso. Isso claro se minha cunhada aprovar.
— Claro que sim, Jeff.
— Pensei que você ia me ajudar com o churrasco…
— Nate! Jeff é seu convidado!
— Tudo bem, Stana. Eu ajudo, mas antes vou montar o videogame. Assim quando Anne terminar de ajudar com a calda podemos jogar uma partida, combinado?
— Combinado, tio Jeff.
Meia hora depois, Jeff e Anne se divertiam jogando. Gigi estava sentada no sofá com Katherine aos seus pés observando os dois. A menina parecia animada com os movimentos e as cores oriundas da televisão. Stana terminara de ajeitar as coisas na cozinha e Nathan estava na area externa preparando a carne.
— Sis, você já reparou no jeito da Katherine para o videogame? Ela fica fascinada, olha!
— Eu sei, Nathan acostumou-a desde pequena com os barulhos e as cores. O que posso dizer? O fruto não cai muito longe da arvore. Eu vou arrumar a mesa lá fora. Não quer me ajudar?
— Estou cuidando de Kate.
— Que nada, Gigi. Ela nem se mexe olhando a tv. Está em boas mãos. Jeff pode cuidar dela.
— Tia Stana, você sabe que a tia Gigi não gosta de nada de cozinha. Nem sei porque insiste.
— Nem eu, docinho, nem eu.
— Vocês estão ficando chatas e implicantes. Estão convivendo muito com Nathan.
Finalmente, eles sentaram à mesa. O cheiro da carne estava divino. Todos estavam famintos, Katherine até tirou um pedaço da carne do prato de Anne para comer porque a mãe estava demorando a cortar a sua. Eles conversavam e riam. Anne contou o que andava aprontando na escola e Jeff mencionou o que andava pesquisando.
— Tem umas praias incríveis na Tailândia, alem das ilhas. Varias cavernas e um mar azul de fazer enlouquecer. Fiquei balançado, mano. Faz tempo que a gente não faz uma viagem para mergulhar.
— Tailandia? Parece convidativo.
— Sim, precisa ver as fotos. Tenho algumas no meu celular - Jeff enfiou a mão na calça pegando o celular e mostrando para o irmão - agosto é um ótimo mês para mergulho.
— Você está vendo o que está acontecendo bem na nossa frente, Stana? Os dois estão discutindo planos de viagem. Nem se lembram que existimos, das responsabilidades. Por acaso, vocês pensaram em nos incluir em algum momento ou é somente para o clube do bolinha? - Stana riu, mas resolveu entrar na brincadeira também.
— Acho que não nos querem por perto.
— Isso é fácil de resolver, tia Stana. Se eles querem viajar sozinhos, vocês também podem. Você e a tia Gigi escolhem um lugar e pegam o avião. Super simples.
— Ótima ideia, Anne. Qual será o destino, sis? Paris? Grécia?
— Gigi, vocês acabaram de fazer uma viagem - disse Nathan.
— Nathan, Stana estava trabalhando. Não era diversão.
— Ao meu ver você se divertiu bastante.
— Sou ótima em unir prazer e negócios. Ops, isso não saiu como eu queria. Não muda o foco, Nathan. Vocês estão bem animadinhos.
— Tem algum problema se eu fizesse essa viagem de uma semana com o mano, Gi?
— Além do fato que não treinariam uma semana, claro - instigou Nathan.
— Treinar? Vocês vão competir em algo, tia Gigi? - ela revirou os olhos diante do comentário de Nathan.
— Ah! Você não sabe ainda, Anne.
— Novidades? Anne ama coisas novas. É boa?
— É ótima, docinho. Conta pra ela, sis - a menina voltou sua atenção para Gigi ávida para ouvir o que ela tinha a dizer.
— Não é nada wow. Eu e seu tio estamos tentando ter um bebê, só isso - o grito de Anne quase deixa Gigi surda. Ela correu para abraçar a tia e depois o tio voltando sua atenção outra vez para Gigi.
— Ah, tia! Eu estou tão feliz. Vou ganhar um priminho para cuidar e Kate vai adorar também. Você já fez o teste? Já se sentiu gravida alguma vez?
— Ainda não, Anne. E tem algo muito importante em tudo isso. Não pode contar para sua vó, entendeu? Não quero ninguém me perguntando se estou atrasada ou se fiz o teste mil vezes.
— Pode deixar. Anne é excelente com segredos não, tia Stana?
— A melhor, docinho - e ganhou um beijo da madrinha também. Anne voltou a se sentar em seu lugar na cadeira para continuar a comer. Parecia pensativa.
— Tomara que tenha os olhos do tio Jeff também. Assim vai ser super parecido com Katherine. Porque a tia Gigi e a tia Stana são bem parecidas. Cabelos, olhos, tipo de corpo. É, como chama? A ciência? Genérica - todos riram.
— Genética, docinho.
— Isso! - Kate que acabara de comer virou-se para o tio e pediu.
— Eff toso, cookie?
— Alguém quer a sobremesa… - disse Stana.
— Hey, mas não terminamos de conversar sobre a viagem - disse Nathan.
— Que viagem? - zombou Gigi - a nossa de Monte Carlo? - Nathan ja ia responder quando foram surpreendidos com as palavras de Anne que conversava em voz alta ainda comendo.
— Uma semana pode afetar uma gravidez? Talvez. Tem que fazer muito sexo e ah! Treinar, entendi! Tia Gigi, quantas vezes você faz sexo com o tio Jeff? Se for todo dia, quando ele voltar de viagem terá que fazer o dobro. Duas vezes sete são… - ela parou contando os dedos - quatorze! Quantas vezes tem que fazer para engravidar, tia? Dez?
Gigi estava de olhos arregalados. Jeff vermelho como um pimentão. Stana segurava o riso.
— É Gigi, quantas vezes vocês fazem por semana? - cutucou Nathan.
— Cala a boca, Nathan! - agora ele gargalhava - Anne, não é bem assim que funciona. Gravidez depende de muitas coisas, muitos fatores. Não é somente fazer, tem que estar em sintonia, corpo, cabeça e coração.
— Falou bonito, sis.
— Mas tem que fazer sexo, certo? - disse Anne olhando para o tio. Jeff, como um pimentão teve que responder o questionamento da menina.
— Sim, Anne.
— Por que o tio está vermelho? Comeu muita pimenta ou está com vergonha.
— Docinho, deixe seu tio em paz. O importante é que eles estão felizes por tentar aumentar a familia. Isso é muito legal - Stana trocou um olhar com Jeff que sorriu murmurando um “obrigado” para a cunhada.
— É sim, tia Stana. Anne está feliz e tia Gigi, posso pedir uma coisa?
— Diga, Anne.
— Posso ser a madrinha do seu bebê? A tia Stana é minha, você é de Kate agora é minha vez. Eu posso ajudar a tia muitão. Fica tudo na familia que amo muito. Não concorda?
— O que você acha, amor? Anne merece ser madrinha do nosso bebê? - Gigi sorria um pouco emocionada com as palavras da menina.
— Será um prazer ter você como madrinha do nosso bebê, Anne - o sorriso da menina se alargou. Correu até o tio e tascou um beijo estalado na bochecha dele.
— Muito obrigada, tio. Tia Gigi, não importa o que o tio Nathan diga, você será uma mãezona e bem doidinha do jeito que eu e Kate gostamos - Gigi abraçou a menina com força tentando segurar as lagrimas. Stana sorria boba com a sobrinha. Como ela amava essa menina. Katherine achou que seria uma boa hora para lembrar da sobremesa.
— Que cookie, mama! Eff toso, tem cookie?
— Acho que é hora do bolo de chocolate, quer me ajudar docinho? - ela e Stana se levantaram da mesa, Nathan que estava calado ate ali, resolveu voltar ao assunto.
— E quanto as viagens? Será que podemos voltar a esse assunto?
— Depois do bolo de chocolate, tio. A menos que não queira comer… sobra mais para nós, né tio Jeff? - Gigi gargalhou.
— Ouch! Podia ter ficado sem essa, Nathan.
— Hahaha, eu quero bolo - de volta a cozinha, Stana agachou-se para fitar Anne. Deu um beijo na sobrinha e falou.
— Você é uma menina incrível, sabia? O que disse para a Gigi foi muito bonito. Ela ficou emocionada.
— É verdade, eu acho que a tia vai ser uma mãe muito legal!
— Morro de orgulho de você, docinho. Quero muito que Katherine seja assim.
— Eu também quero, tia. Kate é minha irmãzinha, ja que mamãe não me deu outra. Serei a melhor irmã mais velha que puder, a tia me ensinou isso - Stana deu outro beijo na menina, suspirou.
— Vamos afogar esse bolo, Anne?
Eles comeram a sobremesa e repetiram com vontade. Era o que sempre acontecia quando se oferecia bolo de chocolate para chocólatras. Katherine não quis ficar de fora, então a mãe foi obrigada a dar um pedacinho de bolo para satisfazer a vontade e engana-la com um biscoito de aveia logo em seguida.
— Impressionante como um simples bolo de chocolate é capaz de deixar todo mundo nessa familia feliz - comentou Stana.
— Ah, sis. Não é muito difícil quando se trata de um bando de chocólatras, mas é como meu Jeff diz. Não é um simples bolo, foi feito com amor. Não concorda, gostoso?
— Isso mesmo, Gigi. Quem cozinha de verdade, usa amor - ele piscou para a cunhada.
— Eff toso, mais! Cookie, mais!
— Primeiro a banana com mel, depois eu dou mais cookie - disse Stana oferecendo um pratinho com frutas cortadas regada com mel orgânico. Nathan terminou sua segunda fatia e estava louco para retomar a conversa do almoço. Jeff atiçara sua curiosidade.
— Sobre a conversa da mesa, a viagem para Tailândia. Quando você está pensando em ir, Jeff?
— Eu não disse que estava programando, mano. Eu apenas sugeri porque pesquisei o destino - ele deu de ombros.
— Então agora podemos programar. Qual a melhor época inicio de agosto ou final?
— Não está esquecendo nada, Nathan? Se vão insistir nesse assunto e em viajar sozinhos para mergulhar eu e a sis vamos programar a nossa também. Estou falando serio - disse Gigi. Nathan lembrou dos acontecimentos desse mês quando Stana comentou estar sentindo-se sozinha, uma prisioneira em sua própria casa.Talvez a sugestão de Gigi seja uma boa ideia. Uma viagem sempre faz bem. Infelizmente era bem mais difícil para os dois curtirem juntos, porem a irmã seria uma ótima companhia para manter a esposa ocupada e se divertir.
— Quer saber? Acho que deveríamos fazer isso, escolha o destino e leve minha esposa para passear, Gigi. Todos merecemos uns dias de descanso e logo ela voltará a filmar.
— Está falando sério, babe? - Stana perguntou.
— Sim, você bem que gostaria de sair de Los Angeles. Respirar outros ares. Conheço você, Staninha. Claro que preferia ir com você, mas já conversamos sobre isso.
— Ótimo! Que tal Paris? Não, melhor! Roma, Napoli todas aquelas massas e vinhos… sim!
— Gigi, eu pensaria em algo mais pratico. Você está se esquecendo de um pequeno detalhe - Stana apontou para Katherine que comia as bananas, a boca toda lambuzada de mel - onde quer que vamos, ela irá também. Nate não pode leva-la para mergulhar na Tailândia.
— Oh! É verdade… hum, preciso pensar… onde podemos ir com uma criança?
— Disneyworld! - Anne gritou.
— Sua sugestão é valida, docinho. O problema é que já temos a Disneyland aqui e Kate sequer conhece ainda. Ela precisa ficar maior para entender as coisas.
— Las Vegas não combina com criança. Nova York é boa, porem devíamos sair do país. Ah! Já sei! Um lugar onde podemos nos divertir, explorar e ainda cuidar de Katherine. Vamos visitar a sogrinha! Edmond é perfeito. Tem as montanhas para você fazer suas caminhadas, os lagos para tomarmos banho com a pequena, a comida da sogrinha, Rocky Mountains e estadia de graça. Fora que seremos paparicadas o tempo todo.
— Acho que a Gigi tem razão. Mamãe ia adorar ter vocês por perto um pouquinho. E as montanhas do Canada fariam bem a você, amor.
— Decidido. Quando vamos? Vou ligar para ela.
— Calma, sis. Tudo bem, podemos ir para Edmond, mas será que dá para nos organizarmos antes de falar com dona Cookie? Você mesma deve ter que conversar com clientes, orientar sua equipe, fazer ajustes no seu cronograma, na agenda.
— É verdade, fiquei tao empolgada em ver a sogrinha que esqueci do resto.
— Vocês vão se divertir, porem tenho certeza que a mamãe vai ficar mais feliz que as duas ao saber que Katherine vai visita-la. Será bom para todos, Gi. Não se preocupe, mano. Eu mando os detalhes do que descobri e as datas que poderei me ausentar. Agora que tal darmos uma surra no seu tio, Anne?
— Oba! - a menina saiu saltitando na direção do videogame. Katherine estava encostada no peito da mãe mordiscando um cookie, os olhinhos começavam a ceder. Stana pediu para Gigi ficar com ela enquanto preparava um leite antes de leva-la para o quarto. Vinte minutos depois estava de volta à sala, a filha apagara depressa. Os maridos se divertiam com Anne e Gigi aproveitou para fazer pesquisa do que visitar em Alberta e checar sua agenda para ver o que poderia mover, postergar ou até cancelar. Começou a delegar atividades e definir responsabilidades. Estava muito empolgada para ver a sogra.
Duas horas de videogame e Stana apareceu com o café quente e cheiroso. Pediu para Anne desligar o aparelho porque já jogaram demais por um dia.
— E temos que ir para casa. Tenho muito o que resolver. Podemos levar Anne se quiser.
— Claro, não me importo. Gigi, não precisa correr com as coisas. Você não vai viajar amanhã. Eu diria que precisamos de, pelo menos, duas semanas. Estamos na ultima semana de julho. Eu termino minha filmagem na sexta. Se formos na quinzena de agosto está bom. Jeff também vai precisar de um tempo. O ideal é que as datas de nossas viagens coincidam ou sejam as mais próximas possíveis por conta da volta.
— Stana tem razão, amor. Duas semanas nos dá tempo suficiente para organizar tudo.
— Dois contra um, parece que sou voto vencido. Não vai falar nada, Nathan?
— Concordo com os dois.
— Eu disse, voto vencido - Gigi deu de ombros.
— Vamos andando, Gi? Anne pegue suas coisas.
— Tia, posso levar um pedaço do bolo de chocolate?
— Claro, docinho. Vou colocar em um tupperware para você.
— Deixe para mim! - Stana lançou um olhar incisivo para o marido - só estou lembrando, Staninha. Quando ela voltou com a sobrinha da cozinha e começou a se despedir da irmã, Gigi lembrou do que havia trazido.
— Meu Deus! Esqueci completamente da sua encomenda. Está na minha bolsa - ela vasculhou a enorme bolsa e pegou um pacote entregando para Stana - aqui, do jeitinho que me pediu.
— Que encomenda é essa? - perguntou Nathan curioso - você sabe, Jeff?
— Hey! Isso é entre eu e minha irmã. Deixa de ser intrometido, Nathan.
— Ela me conta tudo, Gigi. Não temos segredos. O que é, amor?
— Digamos que é um acessório ou talvez um tempero que eu adoraria testar com um tal uniforme de policial que alguém usou… - o olhar malicioso da esposa dizia tudo.
— Porque você me lembrou disso? Acho que terei que ligar para o Alexi.
— Hum, ainda não adivinhou, tio Nathan? - disse Anne desafiando-o na maior inocência - tempero e acessório, ou é de comer ou é para fazer sexo… a tia parece bem interessada no policial. É daquele que dança nas festas de solteiras, tia Stana? - a gargalhada foi geral.
— Por ai, Anne. Onde você aprende essas coisas, menina?
— Anne é muito informada. O papai disse que informação é tudo, ele estava falando de dinheiro… eu acho.
— Depois dessa aula, melhor irmos para casa - disse Jeff - tchau para vocês.
Stana beijou a sobrinha e abraçada ao marido, observou as pessoas mais importantes de sua vida deixarem sua casa naquela bela tarde de domingo. A vida era cheia de surpresas, em três horas com sua familia, acabara com uma espécie de mini ferias programada. Ia ser realmente muito bom se afastar de Los Angeles e respirar novos ares.
Continua....