sábado, 17 de novembro de 2012

[Castle Fic] Don't Give up on Chasing Rainbows - Cap.5


Nota da Autora: adorei esse episódio! Já estava sentindo falta do angst. Essa é uma das qualidades de Castle que amo mais, Marlowe consegue nos deixar nas nuvens e nos tirar o chão quando surge uma oportunidade. Esse epi serve pra mostrar que uma série msm tendo romance é capaz de nos dar ótimas histórias. Apenas enfeitei o que Marlowe nos deu e aguardem porque essa história está longe de acabar.  



Cap.5


Após a volta dos Hamptons, Castle e Beckett seguiram a vida normal. Trabalhavam investigando casos no 12th, faziam pequenos programas alternando entre os seus respectivos apartamentos e a vida de romance não poderia estar melhor. Kate ainda estava fascinada por tudo que passara com ele nessas pequenas férias, ela estava em um momento muito bom, aquele momento do relacionamento em que tudo é maravilhoso, não há problemas, o momento apaixonado onde, como ela mesma já dissera para Castle uma vez, todas as músicas fazem sentido. Para quem vive ou viveu relacionamentos, não há outra forma de descrever as sensações como paixão, mesmo não tendo admitido até hoje em palavras para Castle, Kate sabia que estava apaixonada. Bastava sentir o toque, as borboletas no estomago ao vê-lo a sua frente, gestos demonstrados através de ações em vez de palavras. As reações eram dignas de inicio de namoro porém ambos sabiam que essa ligação era algo construído aos poucos, ao longo de quatro anos. O que Kate não sabia era que o bom momento ia passar por uma turbulência. Sua confiança e seus sentimentos iam ser postos a prova com algo que nem ela poderia prever.

Por estarem se divertindo tanto juntos, Castle acabara se enrolando. Quando falara que ia escrever nos Hamptons não estava mentindo. Ele estava atrasado no seu próximo livro e portanto em plena sexta, ao invés de passar a noite com Kate aproveitando que Martha estaria fora, ele se dedicou a escrever.

Na segunda antes de ir ao distrito encontrar Beckett, foi surpreendido com a presença da filha em sua cozinha. Alexis voltara ao apartamento para lavar roupa e provou a Castle que mantinha sua vida bem ocupada quase não dando ibope ao pai. De certa forma, isso tudo o incomodava e no caminho da cena do crime, ele discutia o assunto com Beckett que o consolava dentro do possível mostrando seu suporte. Sabia o quanto ele sentia falta de Alexis. Aproveitou e perguntou sobre a escrita. Castle revelou que fora apenas dois capítulos e ainda revisaria por não ter gostado da cena do crime.     

- Talvez isto te inspire, Castle – disse Esposito - Extremamente lindo e estranho. O nome dela é Tessa Horton, 29 anos. Colega de quarto voltou do fim de semana fora, encontrou-a lá em cima.

-Meu Deus. Quem coloca um corpo no teto?

- Provavelmente não dormirei por semanas – disse Lanie.

-Parece saído de seus livros – brincou Esposito.

-Causa da morte?

- Marcas da ligadura e manchas sugerem estrangulamento.

-E esse ferimento na testa?

-Não é fatal. Pelos detalhes, parece que foi feita por uma navalha.

-É o símbolo de alguma coisa – disse Castle.

-Você reconhece?

- Não, mas o assassino teve trabalho para fazer. Deve significar algo.

-Não é fácil pendurar um corpo e ela tem ao menos 45kg.

Beckett fez algumas perguntas a Ryan apenas para descobrir que apesar de haver digitais no corredor, o apartamento estava limpo. O sistema de segurança também não era grande coisa mesmo assim ela pediu para os rapazes buscarem por pistas na vizinhança e investigassem o símbolo. O assassino sabia da ausência da colega e como não havia sinais de arrombamento, ela concluiu que a vitima conhecia-o - Se Tessa conhecia nosso assassino, é possível que a colega dela possa nos dar alguma luz.

Descobriram que Tessa era corretora de seguros de imóveis comerciais e trabalhava para Kurtzman Seguradora. Era tímida e viciada em trabalho. Quanto a namorados, começara a sair com alguém a seis semanas.  A forma descrita pela amiga, um relacionamento baseado em segredo por envolver uma terceira pessoa, joias, jantares caros e o fato de que ela dissera que ninguém nunca a tratara daquele jeito tão mimado e carinhoso, Era o conto de fadas de toda mulher: rico,bonito e generoso. Isso fez Beckett pensar em si mesma. De certa forma compreendia tudo o que Tessa estava passando.

De frente para o quadro de evidências, Beckett atualizava informações enquanto Castle comentava. 

- Que conto de fadas! Há muito mais nessa história que um caso com um homem casado.

- Talvez, mas não saberemos até encontrá-lo. Cheque as ligações. Veja se consegue identificá-lo.

- Sim. Checarei os e-mails também – disse Ryan.

- Algo sobre o símbolo?

- Está com os federais. Estão verificando no banco de dados.

Assim que Ryan saiu, ela percebeu que Castle estava intrigado olhando para a foto do crime.

- O quê?

- A forma como deixou o corpo, o tempo que levou... Quem fez isso, gostou.

Lanie os chamou no necrotério para atualiza-los. Se ela tinha namorado, nada aconteceu aquela noite. Sem sinais de agressão ou atividade sexual. A morte foi por estrangulamento, corda ou lenço entre 2h e 3h da madrugada de sábado. O corpo foi pendurado no teto após a morte. Apesar de ser estrangulamento, não havia sinais de luta, pele sobre as unhas ou contusões o que levou a descoberta de que a vítima fora drogada e que o assassino usava luvas devido ao resíduo de talco encontrado no corpo. O mesmo talco usado em luvas cirúrgicas ou nas cenas dos crimes. 

- Assassinato ritualístico, sente prazer nisso, cuidado significante exibido na cena do crime... Todas as características de um serial killer.

- Sim, mas nunca vi esse modo de agir.

- Más notícias – disse Ryan - Os federais não identificaram o símbolo. É parecido com alguns sinais de alquimia antiga, mas nunca viram 
esse antes.

-Algo nos registros telefônicos?

-Não, mas ela passou bastante tempo no telefone com um número privado. A empresa telefônica rastreou até um telefone descartável com um chip roubado.

-Planejou com antecedência.

-E os e-mails dela?

- Nada de seu amante misterioso, então mandei darem uma olhada no HD. Acontece que partes dele foram cirurgicamente limpas, como alguém cobrindo seus rastros.

-Estamos de volta à estaca zero – disse Castle.

-Não necessariamente. A amiga de Tessa disse que ele lhe deu joias.Talvez ele deixou uma digital em uma delas. Vou até a casa dela, ver o que descubro.

- Joias. Eu nunca teria pensado nisso.

- Acho que terei que te lembrar quando for meu aniversário.

- Por que, detetive Beckett, foi uma dica que acabou de soltar?

- Porque, sr. Castle, acredito que foi – com um sorriso e um olhar bem sacana.

- Sem vergonha.

E então eles foram interrompidos por Esposito.

- Beckett, tem um segundo? Preciso falar algo.

Eles foram para uma sala.

- Certo. Então...O que está havendo?

-Temos o relatório da perícia. O interior do apartamento de Tessa foi limpo.

- Esperávamos isso.

- Mas não esperávamos isto. A perícia conseguiu digitais da maçaneta exterior e da moldura da porta. Encontraram um conjunto que não corresponde a Tessa ou a amiga. Quando verificaram, combinava com outra pessoa no sistema.

- Certo. Quem?

- Richard Castle. Esposito estendeu o papel para ela. Beckett olhou franzindo o cenho.

- Isto não pode estar certo. Quer saber? Deve ter sido um acidente. Ele provavelmente tocou quando entrou, antes de colocar as luvas.
-Sim, isso explicaria, exceto que a perícia as coletou antes de vocês dois chegarem.

Beckett olhava para ele pelo vidro. Sabia que era um engano e ia continuar com a sua posição. Chamaram Castle para conversar.

-Tem certeza disso?

-Olhe você mesmo, mano. E estendeu a pasta a ele.

- Castle, pense. É possível você ter tocado a maçaneta ou a moldura quando entrou?

- Estava aberta quando entrei, mas acho que devo ter tocado.

- Já esteve naquele prédio antes?

- Não antes de hoje.

- E a vítima? Tem certeza que não a conhecia? – insistiu Esposito.

- Javi. Ela chamou a atenção dele para não forçar.

- O quê? Sabe que tenho que perguntar.

- Não, é simples, certo? Ele tocou na porta quando entrou. A perícia está com o tempo errado. É a única explicação. Ela o defendeu sem pestanejar.

- A menos que tenha um gêmeo do mal.

- Gêmeos não têm as mesmas digitais. É um equívoco comum. Esse era você.

- É, eu sei. Estava brincando - disse Castle.

- Uma cena do crime contaminada não é brincadeira. Vou esclarecer isso com a perícia.

- Cuidado com as mãos da próxima vez.

- Desculpe. E ele era sincero.

-Só tenha cuidado.

-Sim. Sim, sim.

Ryan estava ligando-a para atualiza-la sobre as joias. Algumas estavam faltando, o que significava que o assassino provavelmente as pegara de volta. Mas um dos vizinhos viu um homem chegando por volta das 19:45 da sexta. Estava fazendo um retrato falado. Após conversar com a colega de quarto, identificaram o homem como o chefe de Tessa. Lloyd Kurtzman, diretor da Kurtzman Seguradora. Não tinha nada grave mas tinha um arquivo de reformatório selado. Além disso, foi achado um lado de um brinco no sofá. Bonito, rico e casado como o homem misterioso de Tessa. Era hora de interroga-lo.

Na sala de interrogatório, Lloyd elogiou muito a beleza e o jeito de Tessa, disse também que sua relação era profissional. Quando questionado sobre a última vez que vira a vítima, ele comentou que fora sexta de manhã. Beckett insistiu e falou que tinha uma testemunha que o vira no apartamento dela por volta das 19:45. Quando pressionado pelo seu paradeiro sexta à noite, ele pediu seu advogado.   

- Ele não está falando nada – disse Beckett enquanto observava junto a Castle a advogada conversando com o suspeito.

- Acho que era demais esperar uma confissão. Alguma história deve explicar tudo.

- Há equipes no escritório e na casa dele. Saberemos mais após a busca. Esposito falou com a esposa, ele não voltou para casa naquela noite. Ele trabalhou até tarde.

- E imagino que ele não estava no trabalho.

- Não.

- Imagino se houve outras ou se ela foi a primeira, se a "presença brilhante" dela despertou algo nele – ele reparou que havia algo no olhar de Kate - O que foi?

-É a cena do crime.

-O que tem?

- A pessoa que matou Tessa era meticulosa, mas ao interrogarmos Kurtzman, ele ficou afobado.

-E?

-Se ele elabora tanto matá-la, por que ele não tinha um álibi pronto?

- Talvez ele fosse tão meticuloso, que não esperava ser pego.

Algum tempo depois, Beckett estava sozinha observando o quadro, com os olhares fixos no símbolo cravado na vítima quando Esposito aproximou-se com informações.

- O que achou?

-Eles ainda estão processando. Mas até agora, nada na casa ou no escritório que ligue Kurtzman ao assassinato.

-Verificou os e-mails?

-Sim. Sem disco rígido com limpa misteriosa, sem atividade incomum, nada nos registros telefônicos.

-Isso não surpreende. Se ele fez isso antes, sabe como cobrir rastros.

-E os registros juvenis?

-Duas brigas, roubou o carro do vizinho. Nada que explique isso.

- Então só temos a identificação do vizinho? Não basta para montar um caso.

-Tenho algo que pode ajudar – era Ryan - Algo que Kurtzman pode ter deixado passar.

-Um brinco de diamante?

-Achamos no sofá. A perícia não achou uma digital, mas vê o design? É personalizado. Erica Courtney.

- E como sabe disso? Esposito implicou.

- Reconheço de quando fui com Jenny comprar as alianças. Enfim, liguei para a loja. Confirmaram que é deles.

Infelizmente o nome do comprador era falso e o pagamento fora feito com cheque mas o local usa câmeras e estavam com as fitas no distrito agora. A fita já estava passando e eles avançaram para o momento da compra.

- Aqui está o tempo do momento da venda. Esse é o nosso cara.

- Pela altura, estrutura, cor do cabelo. Não é o Kurtzman.

Mas antes deles chegarem a qualquer conclusão, Beckett já reconhecera. Não podia ser! O semblante se fechou e a boca se abriu reagindo a imagem.

- É... Castle – disse Esposito.

- Há outra explicação. Disse Beckett visívelmente nervosa.

- Como?

- Não sei, está bem? É outro. Alguém parecido com o Castle.

- Achamos digitais dele na cena do crime. Temos ele em vídeo comprando uma joia para a vítima.Não pode ser coincidência.

Ryan reparava na maneira apreensiva que a linguagem corporal de Beckett demonstrava.

-Javi, quer dizer que Castle é o assassino?

Isso nunca passara pela cabeça dela, sentindo o momento delicado, Ryan interviu.

-Não, não. Ninguém disse isso. Ele só disse que se fosse outro, investigaríamos.

- Podemos começar olhando as finanças, ver se há atividade incomum próxima à hora da compra.

- Está bem. Mas sejam discretos, e ele nunca pode descobrir. Ela concordou relutante e deixou a sala. Ryan evitou a saída de Esposito fechando a porta.  

-O que está fazendo?

-Javi, precisa saber de algo.

Enquanto Ryan, atualizava Espo do envolvimento dos dois, Kate estava em outra sala tentando organizar seus pensamentos. Considerar Castle um assassino era demais para a cabeça dela mas de onde vinham essas evidencias todas? Porque a cada passo que davam esbarravam em algo que voltava para ele? Precisava manter a cabeça no lugar, ser imparcial porém Kate Beckett sabia que diante dos últimos acontecimentos era muito difícil separar seus sentimentos pessoais e agir profissionalmente.

- Beckett e Castle? Quando eles começaram?

- Não tenho certeza. Mas sei que estavam juntos no fim de semana do Hamptons.

-Por que não nos contar?

- Medo que Gates descobrisse e usasse as normas da delegacia para chutar o Castle. Eu ia manter segredo, mas devido às circunstâncias...

- Normalmente, eu ficaria feliz por eles.

- Não acha mesmo que Castle teve algo a ver com isso, acha? Enquanto conversava, Ryan checava as contas de Castle.

- Não. Qual é, cara. Ele é meu amigo também.

- O melhor que podemos fazer é provar a falsidade das evidências.

Um relatório surgiu na tela. E as feições de Ryan se fecharam demonstrando preocupação. 

- Javi.

Assim que olhou a tela, ele entendeu. Precisavam contar a ela. Ryan imprimiu a informação e foi conseguir um mandato pois sabia que ela não teria condições para fazer isso assim que contassem. Os dois já foram até a sala preparados. Conheciam a amiga a ponto de saber que uma vez sabendo da situação, ela iria querer imediatamente ir até Castle.

- Beckett?

Ela virou-se e pelo rosto preocupado de ambos soube que encontraram algo mais. Ryan estendeu o material a ela já com a documentação necessária para vasculhar a casa dele. Beckett engoliu em seco e soltou um longo suspiro. Sentiu a garganta fechar e os olhos arderem pelas lagrimas que tentavam se impor e enche-lhe os olhos. Mas ela não iria se deixar levar pela emoção, tudo o que disse foi:

- Vamos até o apartamento dele.   


Apartamento de Castle


Ao abrir a porta, Castle ficou surpreso de ver seus companheiros de distrito ali em sua casa.

- Espere aí. Dei uma festa e esqueci de novo?

- Não é uma festa – disse Esposito.

- Mandado de busca, luvas... Certo, pessoal, eu entendi. O lance da digital. Desculpem-me. Lição aprendida. Podem ir para casa.

- Não é uma piada, mano. Ela não conseguia olhar para ele, tinha medo que se o encarasse não conseguisse controlar suas emoções. Precisava de um tempo para digerir tudo aquilo.

- Levem-no para a cozinha.

Eles foram entrando no apartamento e vasculhando o que podiam. Com o mandato na mão, ele tentava entender.

- A cozinha? Eu só... Beckett – ele se aproximou dela que mantinha a cabeça baixa ganhando forças para enfrenta-lo olhando-o nos olhos 

- Beckett, o que é isto?

- Achamos uma joia no apartamento da Tessa e a rastreamos até o homem que a comprou para ela. Castle, foi você.

- Do que está falando?

- Foi comprada com cheque administrativo de US$ 12.780. No mesmo dia, você sacou a mesma quantia de dinheiro de sua conta corrente com o cheque administrativo – ela mostrou a foto para ele.

- Investigou minhas finanças? Está me investigando?

-Castle... – ela estava lutando para não desmoronar na frente dele. 

-Kate, não fui eu. Não comprei joia alguma, nem usei cheque administrativo.

-Então precisa explicar isso. Isso, o saque e as impressões digitais. Precisa me dizer o que está acontecendo.

Ao ver a apreensão dele ela sentiu um aperto no coração. Então Ryan a chamou.

- Beckett. Aqui.

Ele tentou segui-la mas foi impedido pelo policial. Beckett respirou profundamente ao ver o que Ryan tinha para mostrar.

- O que é? – o nervosismo crescendo dentro dele - Pessoal, o que é? Kate – ele chamou por ela, precisava saber o que estava aconteceu. Viu no rosto dela algo que apenas já vira pouquíssimas vezes, normalmente relacionado ao caso da mãe dela. Sentiu um frio na espinha. Esposito aproximou-se dele e disse as palavras inevitáveis.

- Richard Castle, está preso pelo assassinato de Tessa Horton. Vire-se- ele obedeceu -Tem o direito de permanecer em silêncio. Qualquer coisa que disser será usada contra você no tribunal.

Ele olhara para ela por um segundo. Os olhares se conectaram para logo depois Kate desvia-los sem poder manter o contato.

De volta ao distrito, eles foram direto chamar Gates para coloca-la a par do que estava acontecendo. Beckett tentava manter a calma e deixou que Ryan e Esposito explicassem a ela.

- A bolsa é parte de um conjunto dele. O fio e os ganchos são idênticos aos encontrados na vítima.

- Havia também uma camisa com respingos de sangue nela.

- A perícia confirmou que é de Tessa.

- O que ele diz?

- Que nunca viu isso antes.

- Senhora, ele não é um assassino. Beckett o defendeu.

- Então como explica tudo isso?

- As evidencias não são a história toda. Castle me ensinou isso.

- Sabe que não sou fã do sr. Castle, detetive. Até eu não acho que ele tenha feito algo tão horrível.

- Então, o que faremos?

- O nosso dever. Verifique os e-mails e históricos telefônicos. Se ele estava envolvido com ela, haverá uma ligação. Beckett, falará com a família. Confirme se alguém tinha acesso à casa.

Gates já ia se retirando quando Beckett a chamou. - Senhora. Obrigada.

-Não agradeça ainda, detetive. Seguiremos as evidências, não importa aonde nos levem.

Assim que a capitã deixou a sala. Beckett se dirigiu aos rapazes.

- Pessoal, quando olharem os históricos do Castle...

- Tudo bem. Nós sabemos.

- E só contaremos a Gates se for necessário.

- Sabem? Como?

- Bem, quer dizer, somos nós...

- Não dissemos nada, pois não atrapalhava ninguém, mas precisamos perguntar, estava com ele naquela noite?

-Não... Ele... Deveria estar. A mãe dele estava fora da cidade e ele me disse que precisava escrever.

E ela ficou pensativa. Nada daquilo fazia sentido. Ela confiava em Castle. Havia outra explicação. Calada, ela se dirigiu até a sala de observação quando Gates entrava para interrogar Castle.

- Cadê a Beckett?

- Devido às circunstancias, acho que é melhor que eu conduza o interrogatório.

- Por favor, Capitã. Isso é loucura. Não fiz nada.

- Ainda precisamos investigar, começaremos por sua relação com a vítima.

- Certo, não havia uma.

- Sabe como suas digitais estavam na cena do crime?

- Já conversamos sobre isso, a perícia cometeu um erro.

- Eles dizem que não.

-Castle, se a conhecia...

-Eu não a conhecia.

- Ela estava saindo com alguém descrito pela colega de quarto como bonito e rico.

- Fico lisonjeado, mas não era eu.

Ela podia ver que ele estava acuado, com medo. Ele não era culpado, ela sabia disso e vê-lo naquela situação era doloroso demais. Um policial chamou por Kate. A família dele está aqui. Beckett deixou a sala e encontrou Martha e Alexis.

-Cadê o Richard? O que está acontecendo? Kate fechou a porta atrás de si para que tivessem mais privacidade e ela pudesse também ajuda-las a entender tudo isso mesmo que ela ainda tivesse perdida no meio de tudo aquilo.

O interrogatório continuava entre Gates e Castle.

- Claro que minhas impressões estão nela, é minha mala. Mas não coloquei as coisas nela.

-Então quem foi?

-Quem sabe Kurtzman? Sabemos que estava no apartamento dela na noite, e mentiu sobre isso.

-Kurtzman tem um álibi.

-O quê? Quando? Então ele soube que havia poucas chances para ele agora, não tinha um álibi sólido.

-Há uma hora. O advogado o fez cooperar. Parece que foi atraído para lá.

-Atraído?

- Por uma mensagem enviada por Tessa, só que não era da Tessa. Foi de um telefone descartável. Quando chegou lá, ela disse que não mandou nada. E o mandou embora.

- Então por que ele mentiu sobre isso?

- Porque passou o resto da tarde com uma acompanhante e não queria que a esposa soubesse. Então...E quanto a você, sr. Castle? Onde estava na noite do crime?

- Em casa escrevendo.

- E viu alguém lá?

- Não, eu estava... sozinho.

- Então, para registro, está dizendo que não tem álibi.

Resignado e sem saber o que fazer diante de todos os fatos, ele pediu.

- Acho que gostaria de chamar meu advogado.

Kate sentou-se em frente a Martha e Alexis explicando o que acontecera.

- Isso é loucura. É muita loucura.

- É temporário. Precisamos descobrir a verdade. Alguém mais tem acesso ao apartamento? Alguém tem as chaves?

-Alicia, a faxineira.

- Mas ela está conosco há 15 anos. E temos alarme. Mesmo com a chave, o alarme dispararia.

- Percebeu algo fora do normal no prédio? Manutenção, entregador, alguém possa ter entrado...

- Não. Nada.

Beckett se dirigiu as celas do distrito para vê-lo. A imagem dele atrás de grades trouxera novamente a sensação de fechamento da garganta. Ela suspirou antes de se aproximar. Precisava ser forte por eles e pela família dele também.

- Obrigado, ficarei aqui.

Ela se aproximou da grade encarando-o.

- Hey... um pequeno sorriso formou-se ao olhar para ela. Sussurrando, Beckett falou para ele.

- Castle, quem está por trás disso, seja lá o que aconteça, eu descobrirei. Prometo.

- Eu sei.

- Nesse meio tempo, você tem visitas.

- Papai.

- Richard, querido.

Ela deixou-os sozinhos por um momento. Ainda pensativa sobre tudo que se passava, ela deu de cara com Esposito e ele não parecia nada promissor.

- O quê?

- Os técnicos terminaram com o computador de Castle. Partes foram apagadas como o de Tessa.

- Conseguiram recuperar alguma coisa?

- Acharam um arquivo que ele havia deletado. Era um texto sobre como cometer um assassinato perfeito.

- Beckett, o personagem se safa encenando um crime tão bizarro que os policiais nem o percebem bem embaixo dos seus narizes.

- Era como um ensaio escrito com todo o caminho para o símbolo estranho que estava na testa da vítima.

- Encontramos outra coisa no drive – disse Ryan - E-mails. Dúzias deles entre Castle e a vítima. Ele estendeu a pasta para ela. Beckett apenas olhava tentando processar tudo o que ouvira quando Esposito disse o que ela sequer cogitara pensar.

- Beckett... Eles tiveram um caso.

Ela pegou a pasta com os emails e deixou os dois. Isolada numa sala, suas mãos tremeram ao abrir a pasta. Lá estava todo o conteúdo de emails trocados. A história parecia real, esconder um romance para preservar outra relação. Todas as evidências estavam corretas, qualquer detetive não teria sequer dúvidas para montar um caso e entrega-lo a promotoria. Qualquer detetive, menos ela. Kate não acreditava em nada daquilo. Era muito surreal. O faro de detetive dentro de si dizia-lhe que havia algo mais, faltava uma peça nesse quebra-cabeça bizarro. Castle não estava traindo-a. Não depois de tudo. Mesmo assim, ele teria que se explicar para a polícia e ela seria a pessoa a fazer as perguntas.

Beckett se dirigiu a área onde ele estava preso. Notou Castle sentado no banco. Os cotovelos apoiados aos joelhos, as mãos cobriam-lhe o rosto. Viu-o passar a mão no rosto limpando as lágrimas. Sim, ele estava chorando. Aquilo partiu o coração dela. Mordeu os lábios para segurar o choro e quase os feriu. Respirando fundo, ela se fez perceber. Castle estava abatido, com os olhos vermelhos. Era como se por um momento desistira de lutar. Ele passou a mão no rosto rapidamente ao vê-la tentando evitar que ela percebesse que havia chorado.

- Castle, precisamos conversar. Apareceram novas evidências.

- Contra mim? O olhar já não demonstrava surpresa apenas resignação.

- Sim, um documento descrevendo o crime perfeito. E... – ela engoliu em seco - e-mails, entre você e a vítima, vocês estavam envolvidos...num relacionamento.

A última palavra quase não saiu dos lábios de Kate. Ela tentava manter a concentração. Castle a olhou surpreso. Percebeu que as mãos dela tremiam ao estender os emails para ele contra a grade.

- Não, isso simplesmente não é possível. Eu nunca vi essa mulher na minha vida! Kate por favor... isso não é meu, não escrevi nada e nem poderia. Não faz sentido pra mim...faz algum para você?

- Eu não sei, as evidências continuam aparecendo contra você... lembro várias vezes você maquinando sobre o crime perfeito.

- Kate, eles estão tentando me incriminar, armando para mim. Não escrevi esse texto! Esses emails são falsos... Eu não sei quem nem porque mas eu não fiz nada disso – ela pode notar o fio de desespero na voz dele - Você acha que eu faria isso? Acha que a trairia? 

- Eu preciso investigar...

Ele estava com os olhos cheios de lagrimas. Acuado. Kate podia ver o medo em seus olhos. Pela primeira vez, ela não reconheceu o homem à sua frente. Ele estava esgotado, desabando. Fora um erro confronta-lo dessa maneira, sem qualquer contato físico. Ela queria abraça-lo, ele precisava de apoio não de mais acusações. Ela tinha que sair dali ou desmoronaria junto com ele e se isso acontecesse, como salvaria a ambos? Ela deu as costas para ele sem dizer uma palavra.

Kate Beckett não tinha mais nada para fazer no distrito. Ficar ali na área das celas era muito doloroso. Queria um tempo para digerir tudo isso, queria conversar com alguém e diante da situação, ela precisava da amiga, contaria toda a verdade para ela de seu relacionamento com Castle e Lanie poderia então ouvir e talvez aconselha-la no meio dessa tempestade. No caminho de casa, ela ligou para a amiga.

- Hey, Lanie... estou indo para casa agora. Você pode me encontrar daqui a uma meia hora lá?

- Claro! Quer que eu leve algo para comer? Beber?

- Não... – o modo como a voz de Kate soou, preocupou-a.

- Está tudo bem amiga?

- Apenas venha ao meu apartamento.

Kate chegou em casa e sequer trocou de roupa. Jogou-se no sofá e pela primeira vez desde o inicio desse caso, ela se permitiu extravasar. Mal sentara e já sentiu a garganta se fechar diante da imagem que surgia em sua mente. O rosto de Castle. As lágrimas encheram seus olhos os deixavam vermelhos. As marcas das lágrimas que escorriam pelo rosto deixavam a trilha salgada. Como isso tudo acontecera? Como num piscar de olhos o clima de romance se transformara em pesadelos com Castle? Nem por um segundo ela duvidara dele. Conhecia Castle e acreditava piamente em sua fidelidade, mesmo que o passado mulherengo dele pudesse servir de exemplo, ela sabia que ambos percorreram um longo caminho para finalmente aceitar o fato de que deveriam estar juntos. O choro e as lágrimas não eram porque se sentia traída, era por medo.

Batidas na porta a fizeram cortar o pensamento por alguns instantes. Levantou-se e abriu a porta para Lanie. Ao ver a amiga, a preocupação dela aumentou.

- O que aconteceu, Kate?

Reunindo forças, ela indicou o caminho até o sofá e ordenou que a amiga se sentasse. Ela mesma preferiu jogar-se no chão e assim contou toda a história que a levou até Castle e como iniciaram seu relacionamento. Também pediu desculpas por não contar a amiga antes mas tinha que manter segredo. Agora que apenas Gates não sabia, ela não poderia deixar de contar a amiga. Precisava desabafar. Então, depois de algumas perguntas do lado de Lanie, Kate resolveu contar do caso para ela e mostrar os tais emails que sugeriam um caso entre Castle e a vítima. Kate, como boa detetive, apresentou as evidências do ponto de vista profissional mas a emoção acabou por domina-la.         

- Começaram há cerca de 8 semanas, de acordo com os e-mails. Ele a conheceu em uma tarde de autógrafos e a chamou para tomar um café, isso aconteceu... Aconteceu algumas semanas depois que começamos a sair.

- Querida...

- Disse-lhe que era segredo, pois estava com outra. E, quando tentou terminar uma semana atrás, ela ameaçou contar para a namorada dele. Ele se ofereceu para ir à casa dela para conversarem e essa foi a noite do crime.

- Ele tinha motivo – disse Lanie - O que Castle disse quando falou com ele?

- Disse que os e-mails eram falsos. Disse que nunca escreveu aquela história e que estava sendo incriminado. Você precisava vê-lo,Lanie. Parecia um menino. Estava tão assustado. Eu o conheço, Lanie – ela não controlava mais as lágrimas - Ele é... imaturo, egoísta... – um meio sorriso apareceu no rosto dela - idiota, egocêntrico, às vezes, mas não é isso.

- Tem certeza?

Ela levou apenas um segundo para controlar o choro e responder.

- Sim, tenho certeza. Castle não é um assassino, nunca foi. E se ele diz que não conhecia essa mulher, então eu acredito nele. O problema é que tudo está contra ele! Tudo sugere que ele seja o culpado e eu não sei o que fazer para provar o contrário.

E Kate desabou no choro. Lanie a abraçou e procurou consola-la da melhor maneira possível. A amiga perguntou se ela queria que ficasse fazendo-a companhia. A resposta de Kate fora negativa. Mesmo assim, ela se certificou que a amiga ficasse bem. Quando saiu do apartamento, ela deixara Kate já deitada.

Mas a noite não era propícia para dormir. Kate não conseguia dormir lembrando que Castle estava sozinho no distrito em uma cela. Com medo assim como ela. A mente estava alerta. Ela tentava mostrar a si mesma que a luta ainda não estava perdida porém por mais que pensasse Kate não conseguia encontrar um meio de salvá-lo e isso a deixava apavorada. Ela não podia deixar Castle se transformar naquele caso que a perseguiria pelo resto da vida, o caso aberto não solucionado pesadelo na vida de qualquer detetive. Não! Ela nem devia estar pensando assim, não podia se deixar dominar pelo medo. Lembrou-se de um provérbio inglês bem conhecido “Where there’s a will, there’s a way”. E ela encontraria essa forma, não desistiria enquanto não resolvesse esse caso e tirasse Castle detrás daquelas grades. Inocenta-lo era sua prioridade zero.

Ainda demorou mais duas horas perdida em pensamentos e métodos até sucumbir ao cansaço.


12th Distrito – Área das celas


Castle não conseguia dormir. Ele estava pensando em como poderia provar sua inocência diante de todos aqueles fatos. Estava com medo, não a palavra correta era apavorado. Não podia ir para a cadeia, deixar Alexis, sua mãe e Kate... como ela estaria agora? Certamente magoada com ele, triste e seu maior medo era descobrir que ela não acreditava nele e se fecharia novamente. Castle tinha medo que o tal muro que eles derrubaram juntos a aprisionasse para sempre depois de tudo isso.

- Dizem que cães podem farejar o medo. Sabia que alguns humanos também conseguem? Você cheira a isso.

- Tyson – não poderia ser ele, Castle pensou.

- Eu prefiro 3XK. Quanto tempo faz que te deixei com Detetive Ryan no hotel?

- Alguém! Socorro! Alguém! Preciso de ajuda aqui!

- Não podem te ouvir nem te ver. Sou muito cuidadoso.

- Você fez aquilo. Você matou Tessa.

- Ela não é meu tipo. Prefiro as loiras. Lembra-se? Temos uma história muito mais verídica. Você matou Tessa. Isso praticamente se escreveu sozinho. Afinal, comete assassinatos todos os dias, em sua mente, para seus livros. Não é difícil imaginar que possa, eventualmente... ultrapassar a linha.

- Por que está fazendo isso, Tyson?

- 4 anos, Castle. Desisti de 4 anos da minha vida. Planejando o ato perfeito de desaparecimento. Assim que os tiras parassem de me procurar, eu poderia começar de novo. Poderia matar novamente. Assim poderia sentir o medo...novamente. 4 anos. E você estragou tudo.

- Se é vingança o que quer, por que não me mata? – no fundo ele sabia que não era esse o propósito da visita de Tyson.

- Qual a graça nisso? É mais divertido acabar com você. Por que acha que te deixei vivo naquela noite no hotel?

- As pessoas acham que gosto de matar, mas matar é apenas o ato. Gosto da antecipação, do planejamento. Assistir você e sua filha darem uma volta... – Castle engoliu em seco - Você e Beckett fazerem amor... – Castle sentiu o estomago contorcer-se de nojo, imaginar isso era repulsivo demais - De pé em sua sala de estar, dentro da sua vida. Sabendo que eu tirarei tudo de você. É disso que eu gosto.

- Você não conseguirá terminar isso.

- Por favor. O que você vai fazer? Dirá que eu vim aqui? Acha que eles irão acreditar nas mentiras de um homem desesperado?

- Beckett irá.

- Mesmo que ela acredite... ela não pode te salvar. Não há tempo. Quando a promotoria fizer a denúncia amanhã, eles mandarão você para a penitenciária. Às celas. Eu tenho pessoas esperando... por você. Você não vai durar uma noite. Essa será a punição dela. Acreditar que você era inocente e não poder impedir. Irá assombrá-la pelo resto da vida. Sorte sua... que estará morto.

E ele desapareceu deixando Castle sozinho agora com muito mais medo do que estava antes e simplesmente preocupado com o que tudo isso faria com ele, com Kate e todos em sua vida.

Assim que o primeiro policial fora fazer a ronda nas celas, Castle pediu para chamar Beckett mas como ela ainda não havia chegado contou a história a Ryan. Quando Kate chegou ao distrito, os rapazes a atualizaram do que Castle contara a eles e ela viu nisso uma possibilidade de reverter esse caso. Infelizmente, a tentativa os levou a outro beco sem saída com relação às evidências porém, essa era a peça que faltava no quebra-cabeça, agora ela tinha com o que trabalhar. Ela foi vê-lo na cela.

- Observamos as imagens de vigilância de ontem à noite. Não há evidência alguma de que Jerry Tyson esteve aqui e não há registro de que o sistema tenha sido adulterado.

- Beckett, eu juro, ele esteve aqui.

-Castle...

-Não, eu sei. Parece loucura – ele não olhava para ela - Uma história desesperada de um homem desesperado. Assim como ele queria.

- Você está certo, soa desespero. Mas é a primeira vez que essa história faz sentido.

Quando a ouviu dizer isso, ele teve que perguntar, dessa vez seus olhares se encontraram.

- Você acredita em mim?

- Nunca deixei de acreditar – deixando um pequeno sorriso forma-se no rosto. Ele esticou a mão até a grade e ela fez o mesmo. Acariciava a mão dele como já fizera várias vezes. Sentia saudade de toca-lo. Castle tinha que contar o resto da ameaça de Tyson.

- Ele vai me matar, Kate. Não posso correr, não posso me esconder. O que devo fazer?

E Kate sentiu o estomago embrulhar. Isso era muito sério, ela precisava tira-lo dali. Deixou a cela para contatar diretamente a Capitã, não havia tempo a perder. Beckett precisava segurar a promotoria.

- Estou te dizendo, é o Triple XK. Estrangulamento, disfarce, evidências plantadas. É o modo de ação de Tyson.

- As vítimas do 3XK são mulheres, nunca homens – disse Gates - Por que a mudança?

-Vingança. Essa é a única coisa que explica tudo.

-Não tudo. Não o vídeo – Gates ainda via evidencias contra Castle.

-Na verdade, explica – Esposito falou.

- Tyson fez algo semelhante no caso Russo. Ele usou um dublê para nos enganar – disse Ryan.

- Senhora, a promotoria já apresentou a denúncia. Vão mandá-lo para a penitenciária hoje. Podemos provar isso. Só precisamos de mais tempo.

Gates sabia que todo esse caso era muito estranho e se sua detetive estava dizendo que poderia provar, ela iria falar com a promotoria. Tentaria ganhar mais tempo e levaria Beckett com ela.

- Você quer que a promotoria faça o quê?

- O que pedimos é um atraso até que possamos resolver isso.

- Não, o que pedem é um tratamento preferencial para um suspeito de assassinato. Quer resolver isso, faça depois de denunciado.

- Não acho que você entenda. Não haverá um depois – disse Beckett.

- Se está preocupada com a segurança, iremos colocá-lo em custódia especial.

- Faz ideia com quem está lidando? Sabe do que Jerry Tyson provou ser capaz de fazer? – Beckett questionou a promotora.

- Quem você acha que se reuniu com as famílias de suas vítimas? E segurou suas mãos quando ele te escapou, detetive? Estou muito consciente do que 3XK é capaz.

- Então deveria saber que sua proteção não vale nada. Se ele quer matar Castle, encontrará uma maneira – Beckett não se deixou abater pela alfinetada da mulher a sua frente.

- Capitã, além da defesa infundada de um suspeito de assassinato, pode dar à promotoria evidência do envolvimento de 3XK?

- Não neste momento.

- Então encerramos aqui.

De volta ao distrito, Beckett conversava com os rapazes sobre a possibilidade de Tyson infiltrar-se e matar Castle numa prisão. Esposito sabia do que estava falando.

- Passei tempo na penitenciária, vi as celas. A forma que aglomeram os corpos... Se houver recompensa por Castle, a custódia especial não o salvará.

- Isso se Tyson pagou um detento. Pode ser um guarda – disse Ryan.

- Então não podemos protegê-lo, não lá. Temos que impedir essa transferência. Precisamos de provas que o 3XK estava envolvido.

- Mas não temos por onde começar. Beckett já estava novamente de frente para o quadro.

- Para incriminá-lo, ele precisou ter acesso ao apto. do Castle. Então levem uma equipe para vasculhar o local. Encontrem digitais, escutas, janela quebrada, qualquer coisa que o coloque lá.

- Tessa estava saindo com alguém. Se não era com Castle... – Ryan lembrou.

- Então talvez fosse com Tyson. Entrem no escritório dela. Arquivos, agendas, listas de clientes.Tem que haver algo que o conecte ao caso.

A espera era angustiante. Beckett odiava sentir-se impotente, de mãos atadas. Ela assistia ao vídeo da joalheria quando Esposito trouxe café a ela.

- Acabo de falar com a equipe no apto. de Castle. Nada ainda.

- Então acontecerá como Tyson disse? Não conseguirei salvá-lo a tempo.

- Não terminamos ainda.

- Como...- um pensamento passou pela cabeça dela - Como está a segurança?

- O quê? Não está pensando nisso.

- É a vida dele. Não podemos deixar levarem-no – Beckett não queria pensar nas consequências, apenas queria salva-lo.

- Está louca? Nunca daria certo. Nunca conseguiria.

-Tyson conseguiu.

- Porque ninguém estava olhando. Ele teve semanas para planejar. Eu sei como você se sente sobre o cara. Eu o amo também. Mas não há nada que possamos fazer.

Nesse momento, a Capitã apareceu na porta acompanhada de dois policiais.

- Beckett. Eles chegaram.

Ela desceu até as celas. Abriu a grade que os separava. Ela suspirou e tirou as algemas do bolso. Castle estendeu as mãos.

- Isto é bem menos divertido que naquela noite no seu apto. Você se lembra da primeira vez que me algemou?

- Estávamos na Biblioteca Pública de NY. Lembra o quanto estava brava porque eu continuei a investigar aquele caso?

- É, eu me lembro – ela estava achando muito difícil não se emocionar, os olhos já estavam vermelhos.

- Eu daria tudo para estar lá agora. – a forma como ele disse isso partiu o coração de Beckett.

- Castle, isso não acabou. Eu prometo que irei te libertar.

- Tudo bem – ele falou com convicção - O que quer que aconteça, está tudo bem.

Ela caminhava com ele a seu lado pelos corredores do distrito. Todos olhavam para eles. Ninguém naquele lugar acreditava que ele era culpado. Quando as portas do elevador se abriram, os policiais o tomaram pelo braço e o conduziram até o fundo. De frente para ela, trocaram mais um olhar. Ele estava sério mas ela compreendera todo o sentimento que ele passava com aquele pequeno gesto. Ela fizera o mesmo, não havia necessidade de palavras. Assim que a porta se fechou, ela sai pisando forte pelo distrito,raiva e ódio a guiavam.   

- Lamento – disse Esposito.

- Não lamente. Não preciso de lamentação. Preciso achar esse filho da mãe e acabar com ele.

-Detetive Beckett.

-O quê?

- Viemos levar um preso para a penitenciária. Richard Castle?

Oh,Deus...Ele não fez isso... ela pensou e seu olhar surpreso foi direto para o elevador.

xxxxxxxx

Um verdadeiro caos se instalou no distrito. Gates e Beckett tentavam obter informações que corroborassem o que acabara de acontecer diante de seus olhos.

- Sim, estou olhando para os documentos... – era Gates ao telefone.

- A papelada diz que o número do distintivo é 871324 – Beckett tentava confirmar os dados em outra ligação.

- A Central diz que ele nunca chegou lá. Eles não sabem onde raios ele está – Gates disse a ela.

- Certo. Tudo bem – Beckett desligou - Os distintivos na papelada não existem. Eram impostores.

- Só poder ser o Tyson – disse Esposito. Ele armou isso.

- Ele não mandará matarem Castle – disse Beckett - Ele mesmo o matará.

- O promotor está chamando de fuga de prisioneiro – disse Gates - Emitiram um alerta e devo a começar uma caça.

- O quê? Eles acham que Castle fez isso?

- Para eles, Castle tem contatos, conhece nossos procedimentos e tem muitos recursos.

- Isso é ridículo – Esposito estava indignado. Gates percebeu que a promotora acabava de chegar ao distrito e ela precisaria de sangue frio para lidar com isso.

- Continuem trabalhando na abordagem do Tyson. Eu cuido disso.

- Recursos.... e de repente ela compreendeu.

- Acredita nisso? Marcando Castle como fugitivo enquanto ele é prisioneiro de um serial killer? Qual nosso próximo...passo.
Beckett já desaparecera.

Ela saira como uma bala do distrito rumo ao único lugar que lhe vinha a mente – a biblioteca pública de New York. Ao descer as escadas, ela sentiu o coração acelerar. Tinha que ir ao mesmo lugar de anos atrás. Ele tinha que estar ali, devia estar. Um misto de ansiedade e alegria percorreu sua pele ao avistar alguém com um boné sentado no canto da mesa. Era ele. Kate congelou por um momento no ultimo degrau da escada. Precisava de um minuto para recompor-se dos momentos loucos que passara e a fizera chegar até ali. Ele sorriu para ela que retribuiu o sorriso e ao vê-lo se levantar, ela apressou o passo e deixou a emoção domina-la. Kate jogou-se nos braços dele, aliviada. Castle sentiu as batidas rápidas do coração dela enquanto a envolvia.

- Graças a Deus você está bem.

- Graças a Deus você entendeu a minha mensagem.

- A primeira vez que te algemei – ela acariciou o rosto dele - Você daria tudo para estar lá agora.

- Venha – ele a puxou pela mão para sentarem-se.

- Sabia que não poderia ligar depois que saísse.

- Castle, como conseguiu? Como escapou?

- Ótimo advogado.

- Vamos – ela insistia.

- Um favor devido. Quanto menos souber, melhor. A boa notícia é que ainda estou vivo.

- A promotoria te marcou como fugitivo – ela sussurrava - Todo policial em NY procura por você.

- Eles não serão os únicos depois do noticiário das 17h. Devem estar de olho em meu telefone, casa, contas. Não vou durar muito aqui. Temos que ser rápidos.

- Há uma equipe no apto. procurando vestígios do Tyson. Ryan está vasculhando o escritório de Tessa, procurando uma ligação.

- Isso pode levar semanas. Acho que tenho algo melhor. Enquanto estava preso, fiquei pensando, como ele conseguiu isso? Como ele conseguiu aquele vídeo meu comprando os brincos? Então me toquei.

Castle mostrou uma revista da Broadway.

- "Escalação da Broadway"?

- Se quer alguém para interpretar um papel, você o escala – ele abriu a revista na página que precisava -   Olhe esse anúncio de 4 meses atrás de uma firma de sósias de celebridades.

- Festa do Clube do Livro – ela examinava o anúncio. 

- Olhe quem eles querem.

- James Patterson, Stephen King, JK Rowling...

- E... eu.

Ela olhou para ele, finalmente uma pista. Os dois deixaram a biblioteca e seguiram para a agência. Castle mantinha o boné e os óculos escuros como disfarce. Lá, fizeram as perguntas e descobriram que colocaram o anuncio, acharam candidatos mas o cliente não retornara para eles. Beckett pediu o endereço do cliente e perguntou se ela conseguira algum Richard Castle. Quando a moça respondera apenas um, as coisas ficaram bem fáceis para eles investigarem. Pediu as informações dele também.

- A caixa postal para onde a agência mandou as fotos foi paga em dinheiro e alugada por um mês. Os donos não deram endereço para encaminhamento. É um beco sem saída.

- Tyson pode ser, mas Richard Castle não. Olhe, sou eu.

E realmente o cara era muito parecido com Castle. Eles o levaram para um local mais reservado para conversarem.

- Às vezes, as pessoas me abordam pedindo autógrafo num livro seu. Então pensei em me inscrever, mas não tive resposta.

- Agora, vendo de perto, não vejo a semelhança – disse Castle. Beckett pegou a foto na pasta e mostrou para ele.

- Este é você?

- É. Foi para um reality show sobre segurança em lojas. Trabalho estranho. Mandaram-me comprar brincos.

-Este homem estava envolvido? Beckett mostrou a foto de Tyson.

-Parece o produtor do programa.

- Você, por acaso, não teria o contato dele, teria?

Beckett ligou para Esposito e revelou que estava com Castle pediu uma informação sobre o suposto endereço que pegaram do sósia. Infelizmente outro beco sem saída. Caixa postal desativada. O contato era Joseph Vacher. O nome,Castle reconheceu, era de um serial killer francês famoso. Ao perguntar por cheques e depósitos, acabaram descobrindo que houve um pagamento para Kurtzman Seguros. Em seguida, eles ligaram para Ryan. Queriam ver se ele conseguia encontrar a ligação entre o tal Joseph e a vítima.

- Não há menção de Vacher nos arquivos dela...mas há um registro em sua agenda – disse Ryan. Aqui está. Há 6 semanas: "Visita in loco com JV".

- É ele. Só pode ser.

- Há mais alguma coisa anotada? Telefone, e-mail,endereço...

- Nada de telefone, mas tem um endereço. Pode ser o local da visita. É ao norte de Manhattan, perto da ponte.

- Castle, ele se passou por dono de imóveis buscando um seguro, deve ter encontrado uma propriedade vazia. Pode valer a pena dar uma olhada.

- Kev, chame Espo e encontre-nos lá.

Castle reparou que apontavam para ele.

- Alguém viu o noticiário. Precisamos ir.

No local indicado, a propriedade parecia desativada. Mas viram uma sombra, um movimento. Eles decidiram subir. Armados e dando cobertura uns aos outros, eles invadiram o lugar. Tudo limpo. Era apenas um lençol. Mas Beckett continuou procurando e achou algo.

- Gente. Vejam isto.

Várias fotos de Castle, da família e tantas outras coisas referentes ao escritor. Chamaram a equipe do CSU e contactaram Gates. Expondo tudo eles explicaram.  

- Após pegar as digitais de Castle no apto., usou um aglutinante e borracha de silicone para criar um modelo em látex das digitais.

- Fotos de vigilância, plantas do apto. do Castle...

- Um mapa da delegacia, a localização das câmeras. Ele orquestrou tudo, até o mínimo detalhe.

- Ele até envolveu Kurtzman para parecer que Castle limpou seus rastros.

- Não entendo. Por que isso tudo só para te incriminar?

- Porque matar leva só um instante. O que ele ama é a preparação e o show.

- Bom, sr. Castle... parece que se safou dessa. Falei com a promotora e retirarão as queixas.

- Obrigado, senhora.

- Do assassinato. Ainda tem a questão da sua fuga. No entanto, devido às circunstâncias, creio que possa negociar e prestar serviços comunitários. Detetive, leve-o para a delegacia para dar início à papelada.

- A equipe tática vasculhou o prédio. Nenhum sinal dele. Avisou Esposito.

- Quando os peritos terminarem, recuem e coloquem o prédio sob vigilância.

- E se ele já nos viu e não voltar? Castle perguntou.

- Todos os policiais da cidade estão procurando por ele. Ele não irá longe.

Beckett e Castle estavam retornando para o distrito. Beckett parou o carro para esperar a ponte se elevar para a passagem de um navio. Aproveitou o momento para reparar em Castle. Ele parecia perdido em pensamentos ainda.

- Você está bem?

- Estou. Achar aquele material todo do Tyson... foi muita sorte.

- Às vezes, sorte é tudo de que se precisa. Ele não pode se esconder, nós o encontraremos.

- Obrigado.

- Pelo quê?

- Por acreditar em mim. Por minha reputação, meu histórico, quando viu os e-mails seria muito fácil não acreditar.

- As coisas nunca foram fáceis entre nós dois.

- Talvez seja isso que faça...

E nesse momento o carro dela foi empurrado para o buraco da ponte por outro. Beckett conseguiu desviar para o lado e bateu na ponte, Kate bateu a cabeça no volante. Ela percebeu a porta do outro carro se abrir e viu quem era. Estava armado.

- É o Tyson. Castle, abaixe-se!

Ele atirou contra o carro quebrando o vidro traseiro. Ambos abaixaram-se mas Kate sacou a arma e saiu do carro atirando. Era como se uma força maior que ela estivesse apertando o gatilho. Muita raiva, parecia um robô. Ela despejou vários tiros na direção dele e estava certa que o atingira. Ele pareceu cair no banco. Ela se aproximou e no mesmo instante fora surpreendida por ele que a empurrou com a porta derrubando-a no chão. A arma foi jogada a metros dela. Tyson a agarrou. 

- Venha aqui, Kate, ande.

Ele a segurava contra seu corpo. Kate ainda sentia as dores da queda. Ele tinha uma arma apontada para ela.

- Castle! Estou com sua garota! Está assistindo? Quero que veja isto. Acha que eu te deixaria viver? Depois de tudo o que fez – ele ia andando empurrando Beckett na direção do carro dela a procura dele - Castle! Vamos lá, quero que veja. Quero que você me veja tirar a vida dela.

Quando chegou perto, percebeu que Castle não estava ali. Então, a voz dele o chamou.

- Aqui – e Castle não esperou mais nem um segundo e atirou com a arma de Beckett. Tyson a soltou para atirar em Castle mas ele não estava para brincadeiras, a exemplo do que fizera Kate antes, ele despejou o resto do pente de balas em Tyson e antes que pudesse reagir, caíra na água. Kate ergueu-se do chão ofegante e observou o corpo de Jerry Tyson sumir no rio. Castle veio ficar bem ao seu lado. O corpo desaparecera na frente deles, aparentemente engolido pelas águas do Hudson. Eles trocaram um olhar.

Era de manhã e Beckett permanecia na ponte junto com Castle aguardando as equipes de resgate conseguirem o corpo. Ela estava pensativa observando tudo. Foi até ele. Castle estava encostado no carro, sério e calado. 

- Ainda não encontraram o corpo.

- Nem encontrarão. Ele não morreu.

- Castle, não fale besteiras.

- Isso nunca foi sobre mim. Era sobre ele. As iniciais na agenda dela? Ele não é descuidado assim. Ele queria que achássemos aquele lugar. Ele nos queria nesta ponte. A morte de Tessa, incriminar-me, foi apenas para nos trazer aqui para que o ajudássemos a fazer o que ele não conseguiu. Desaparecer. Para que possa voltar a matar.

- Acha que ele planejou isso?

- Como um homem procurado deixa de ser procurado? Precisa ser público e definitivo.

- Sabe quão maluco isso tudo soa?

- Ninguém mais procurará por ele.

- Você atirou nele. Ele está morto. Acabou. Ela falou um pouco irritada e voltou para falar com a equipe. No fundo, ela tinha certeza de duas coisas: Castle estava visivelmente cansado e afetado pelo stress que esse caso impusera a ele e infelizmente, a maluquice de Castle podia ter um fundo de verdade mas ela não queria pensar sobre isso agora.

- Por enquanto – ele mencionou mas ela não ouvira.

Após dar instruções para a equipe, Beckett decidiu que estava mais do que na hora deles irem para casa. Chamou por ele e pediu para que fosse direto ao seu apartamento falar com a filha e a mãe. Ela voltaria ao distrito para dar continuidade à papelada para libera-lo.

- Você precisa descansar um pouco, Castle. Eu te ligo mais tarde, ok?

- Não vamos nos ver?

- Vamos – ela sorriu – mais tarde... fique com elas e à noite passo lá ou você pode ir ao meu apartamento, o que achar melhor.

- No seu apartamento – ela sorriu e apertou a mão dele – te vejo mais tarde, Kate.

- Pode apostar que sim.

Beckett voltara ao distrito e não só liberara a papelada de Castle como também já preparara o relatório final do caso 3XK para fecha-lo o mais rápido possível. Depois de uma tarde cheia, ela fora até a sala de Gates e atualizara a capitã sobre o fechamento do caso. Para todos os efeitos, Tyson estava morto. Castle atirara em Jerry Tyson com a arma de Beckett para defendê-la. Apesar de não encontrarem o corpo, o caso seria encerrado com a morte do assassino. Gates agradeceu o trabalho da detetive e a dispensou. Quando Kate entrou em casa, já passada das sete da noite. Ela mandou uma mensagem pra Castle “Estou te esperando depois do jantar. Lá pelas nove?” em poucos segundos recebeu a resposta “ok, miss you. RC.”

Ela tirou o casaco e foi direto para o banho. Podia sentir seus músculos duros e tensos. Ela se manteve na banheira por um bom tempo, tentando aliviar a tensão de seus ombros. Algumas lágrimas escaparam dos seus olhos e ela não ligou. Era natural depois de tudo o que passara. Ao sair do banho, ela passou o creme de cerejas no corpo e vestiu-se para dormir com uma calça de moletom e uma camiseta. Foi até a geladeira e tirou uma ameixa e um cacho de uvas. Colocou uma garrafa de vinho para gelar e também tinha cerveja caso Castle preferisse. Sentou no sofá e esperou.

Eram quase nove quando um novo sms chegou, era ele avisando que já saíra de casa. Em quinze minutos a campainha dela tocou. Assim que fechou a porta atrás de si, ela puxou o braço dele para fazê-lo olhar para ela. Então, ela se jogou sobre ele buscando os lábios. Perderam-se em um longo e provocante beijo por alguns minutos. Quando ela finalmente se dera por satisfeita afastou-se sorrindo.

- Estava querendo fazer isso desde a manhã na ponte. Obrigada por salvar minha vida mais uma vez.

Ele sorriu. Ela puxou-o pela mão levando-o até o sofá.

- Quer beber alguma coisa? Vinho, cerveja...

- Acho que um whisky, você tem?

- Tenho...

Ela desapareceu por um instante e voltou com um copo da bebida para ele e uma cerveja para ela.

- Não vai beber?

- Fico na cerveja, whisky não trazem boas recordações para mim. Como você está, de verdade?

- Bem... ainda matutando sobre a fuga de Tyson.

- Castle você atirou em alguém hoje. É normal e sentir estranho, culpado. Já passei por isso e se quiser falar a respeito, eu estou aqui.

- Não, sei que é estranho. Quer dizer, você nunca imagina que um dia vai matar alguém, ou tentar que é na verdade o caso, mas eu não poderia ficar parado sem fazer nada. Quase perdi tudo em tão pouco tempo, não poderia me arriscar a perder você. Faria de novo, por você.

Ela acariciou o joelho dele. Aquelas palavras fizeram seu coração palpitar. Tomou mais um gole da cerveja. 

- Você sabe que é recíproco. Vem cá... – ela o fez sentar entre as pernas dela e de costas. Kate sentiu os músculos dos ombros com as mãos, como imaginara estava tenso demais, cheio de nós – você precisa relaxar, esquecer tudo isso. Nossa! Como suas costas estão duras... quanta tensão!

Ela começou a massagear as costas dele e para cooperar com a massagem, ela esfregava as pernas nas dele. Queria desviar a mente dele de todo aquele pesadelo. Castle deixava-se levar por ela, acariciava a coxa dela também. Aos poucos, Kate foi percebendo que os nós nas costas iam se desfazendo. As mãos deslizaram para o peito dele e começaram a desabotoar a camisa. De vez em quando, ela beijava-lhe a nuca ou mordiscava a orelha dele. Ela queria fazê-lo relaxar para que ela própria também o fizesse. Não queria pensar naquele caso nem no medo e na angústia que ele a fizera sentir. A camisa de Castle já estava no chão. Ela o abraçou e beijou-lhe o ombro.

- Vamos para o quarto?

Ele sorriu e se levantou de imediato. Kate enroscou a mão na dele e juntos subiram a pequena escada. Ela pegou o óleo de amêndoas no banheiro e ordenou.

- Tire as calças e deite-se de bruços. Você ainda está muito tenso.

- Mandona... ah como eu adoro esse seu jeito. E ele obedeceu. Kate subiu na cama e espalhou o óleo nas costas dele. Sentou-se sobre as pernas dele e começou a fazer a massagem novamente. Na nova posição, ela podia experimentar outros movimentos. Logo Castle estava gemendo ao toque dela. Minutos depois de massagens, ela se inclinou sobre o corpo dele para sussurrar em seu ouvido.

- Acho que você já está relaxado o bastante, Castle... que tal fazer algo por mim agora?

Ele virou-se para ela e falou.

- O que você quiser...

- Quero um beijo, um longo, excitante e de tirar meu fôlego. Um beijo como um orgasmo.

Ela saiu de cima dele e sentou-se na cama esperando. Castle sentou-se e de frente para ela, ele começou o ritual. Primeiro, ele aproximou-se dos lábios dela mas não foi diretamente beija-los. Esfregou o nariz no dela e com a língua circulou seus lábios provando-os. Ela entreabriu a boca para dar a ele mais passagem. Ele tomou o lábio inferior dela entre os seus e sugou-o. Fez o mesmo com o superior. Somente então ele beijou-a comprimindo seus lábios aos dela. Kate sentia a língua dele adentrando sua boca e tomando-a por completo. Puxou-a pela nuca e aprofundou o beijo de maneira sensual tal como ela gostava. Ouviu-a gemer entre os lábios e sua língua cruzou com a dela numa dança lenta e sexy. Perdera-se com ela por vários segundos, alternando o toque, o movimento das cabeças e por fim, Castle a puxou para junto de si deitando-se com ela sobre seu corpo. Deixou as mãos percorrerem o corpo dela pressionando firmemente contra o seu próprio corpo. Kate voltara a gemer nos lábios dele e satisfeita quebrou o beijo. Mordiscou o lábio dele e depois o queixo. Sorriu e deixou a cabeça se encostar no peito dele. O corpo todo energizado pelo beijo e pelo toque dele. Um suspiro escapou dos lábios dela.

- Hum... muito bom.

De repente, Kate teve vontade de falar sobre o que sentira nesses últimos dias. Ia compartilhar com ele, afinal estavam em um relacionamento. Começaria pela parte fácil.

- Castle, eu preciso te contar que agora todos já sabem sobre nós.

- Todos?

- Exceto Gates, como já desconfiávamos acho que Ryan sacou dos Hamptons e deve ter conversado com Espo. Eles me ajudaram a me manter em pé, a não desistir apesar de algumas vezes o próprio Esposito duvidar de você. Então eu precisei contar a Lanie a verdade, queria o apoio de uma amiga.

- Tudo bem, eu entendo. Diante das circunstâncias, você precisava deles. E de qualquer forma, acredito que todos eles aprovam. São nossos amigos.

- Castle eu tive tanto medo... como a algum tempo já não sentia. Não que desconfiasse de você, o medo era de perder você, tive medo de que Tyson tivesse certo e que eu não conseguisse tira-lo dali. De não conseguir salvá-lo e se isso acontecesse, se mandasse um inocente para a cadeia, eu nunca me perdoaria simplesmente porque era de você que eu estaria me lembrando, era contra tudo o que lutara até ali e eu...eu...não suportaria e...

- Shhh... Kate, chega disso – ele ergueu o rosto dela para que os olhares se conectassem – estamos bem agora. Vamos seguir em frente e se minha teoria estiver certa, mesmo que Tyson esteja vivo ele irá demorar um tempo para agir novamente. Então, vamos esquecer isso. Eu não vou a lugar nenhum, estou bem aqui ao seu lado.  

Ele reparou que uma lágrima teimosa descia o rosto dela. Limpou-a com o polegar e viu o sorriso formar-se novamente no rosto dela. Kate beijou-o levemente nos lábios e ele a aconchegou em seus braços. Percebeu que ela também estava ainda um pouco tensa. Ele a envolveu num abraço certificando-se que a protegia e a tinha apenas para si. Beijou-lhe o rosto e sussurrou.

- Você também precisa relaxar... durma Kate, estarei aqui quando acordar.

Ela acariciou os braços dele com as mãos e cedeu ao cansaço. Castle a observou dormir por um tempo. A mente ainda maquinava sobre cada detalhe arquitetado contra ele. Não havia falha no plano do 3XK, tudo fora desenhado para aquilo. Agora, Castle sabia que ambos estavam expostos. Ele e Kate teriam que lidar com o fato de terem um inimigo poderoso com desejo suficiente para destruí-los e a tudo que amavam. Uma hora isso lhes seria cobrado.

Não agora. A tempestade finalmente passara e por um tempo eles aproveitariam o arco-íris ainda mais fortalecidos que antes.      


Continua....

7 comentários:

Two Writers Girls disse...

*O* Que perfeito! Esse final então... não poderia ser mais perfeito!
Adorei as novas cenas que você colocou, achei que encaixou muito bem!
Parabéns! *---*

Vick (@PseudoSeries)

Unknown disse...

Ai como eu amo suas fics!! vc traz a tona o q falta na serie, continue estarei acompanhando sempre...AMAZING!!! :D

MarluLeles disse...

Desculpe a demora...
Ficou lindo o final com ela nos braços dele e ele olhando pra ela mto lindo msm.

Aguardando a próxima.

Bjos

Marlene Brandão disse...

Chorei litros neste epi e nesta fic,nossa doi o coração o casal teve seu maldito momento de provar que o existi entre Kate e Castle é amor verdadeiro.Mas no fim tudo se resolvel,algo me diz que tenho que comprar aquela caixinha de lenço por que ainda tem fortes emoções.
Amei simplismente A.M.E.I!!!!!!!!!
BJSSSSSSS

larynhapaulista disse...

Até que enfim consegui um tempo para comentar a fic. Esse episódio mexeu muito comigo, não como Kill Shot, mas quando vi 3XK na tela meu coração apertou. Sabia que nada aconteceria de mais grave com nenhum deles, mas só o fato de Castle estar preso por causa de provas plantadas foi demais para mim.
Amei a parte que eu achei que faltou no episódio. A conversa de Kate e Rick sobre a história e os e-mails. Lógico que como eles escreveram na cena a gente podia imaginar, mas eu realmente achei que faltou essa cena.
Além da continuação da conversa entre Lanie e Kate. Stana foi maravilhosa nessa cena, nunca vi um choro tão perfeito na televisão.
A Cena final dos dois relaxando depois de um caso super tenso para os dois ficou ótima. Nada como uma massagem para relaxar depois de dias de tensão.
A parte da bebida, fazendo Kate dizer para Castle que Whisky não trás boas recordações me abalou bastante. A lembrança da cena de Kill Shot veio a minha cabeça na hora.
E agora todos, exceto Gates, já sabem do relacionamento dos dois. Vamos ver como a relação deles irá crescer durante os episódios agora que os amigos já sabem.

Mais um ótimo capítulo e amanhã tentarei escrever o comentário do final alternativo.

kakah disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
kakah disse...

Achei essa fic por acaso, assisti o último episódio da 3 temporada e queria saber oq acontecia com a beckett, quando procurei no Google achei esse blog, e amei não consigo parar de ler. Esse episódio conserteza me deixou super nervosa, eu estava temendo!!! Simplesmente perfeito!!! Se vc escreveu a primeira temporada gostaria muito do link pra ler!!!