Nota da Autora: Capítulo fresquinho para vocês! Algumas ressalvas sobre a investigação que veremos a seguir. Nessa AU, Beckett ainda não desmascarou o senador, esse é o plot. Para não ficar muito tenso, coloquei umas cenas lights pelo texto. Enjoy!
O musical citado é fantástico... vale muito a pena!
Atenção....NC17! Be aware...
Cap.25
O ambiente no
The Old Haunt estava calmo. Alguns poucos clientes espaçados pelas mesas e
principalmente no balcão do bar. Castle entrou cumprimentando todos, sorrindo,
tirando graça. Sentou-se no bar, fazendo sinal para o seu gerente. Antes dele,
porém, o barman apressou-se em atende-lo.
- Mr. Castle,
Mrs. Castle, bom vê-los por aqui. O que querem beber?
- Gin tonica
para mim e você, Kate?
- Vodca com
gelo.
- É pra já! –
o gerente se aproximou deles sendo bastante solicito.
- Mr. Castle,
como o senhor está? Por aqui tudo sob controle, o senhor que não aparece a
algum tempo. Como está o pequeno? Desde aquele último festejo logo após seu
nascimento não soubemos mais dele. Aposto que está ótimo, não senhora?
- Está sim,
John. Obrigada por perguntar – disse Beckett.
- Escute John,
estamos esperando uma amiga então assim que ela chegar iremos ficar no
escritório e não queremos ser incomodados, certo? Sendo assim, ninguém desce
depois de nós, nem mesmo você. Já que estamos aqui, que tal uma boa comida?
Avise ao Chef para preparar dois especiais para nós. Pode ir cuidar do bar,
John – o gerente pediu licença e afastou-se dele – então, Kate, o que será que
Nadine quer tanto conversar? Da última vez ela não quis revelar sua fonte de
jeito nenhum, o que a fez mudar de ideia?
- Nadine é
esperta, inteligente. Não revelou sua fonte porque sabia que íamos revirar a
vida da pessoa até saber se a mesma era confiável ou se tinha ficha na polícia,
o que acredito ser um dos motivos pelo anonimato. Há somente uma explicação
para a mudança quanto a sua fonte, acredito que Nadine desobedeceu o que pedi a
ela, deve ter continuado a investigação por conta própria ou mesmo com seu
aliado. Castle, ela não nos procuraria, não entregaria o jogo se tivesse na mesma. Não, ela vem nos
questionar, minha aposta é que encontrou alguma das ligações que eu também
encontrei seja com a Simmons e a máfia, seja com o senador Bracken.
- Kate, e se
for com o assassinato da sua mãe? Já pensou nisso? Como iremos reagir se for
essa a descoberta? Pense bem nisso, seria um ótimo motivo para Nadine decidir
por revelar sua fonte, não?
- Sim, mas
também seria muita ingenuidade dela achar que eu não tivesse todos os dados e
conhecesse esse caso de ponta à cabeça. Se for essa informação que ela pretende
nos dar, só posso concluir que chegamos a outro beco sem saída e
definitivamente Nadine não é a parceira que imaginei ter nessa caçada contra o
senador – ela esticou o braço procurando a mão de Castle – será que não vamos
conseguir justiça para nós, para minha mãe e tantos outros? Até quando viveremos
na sombra desse monstro, Castle? Ele quer ser presidente desse país! Meu Deus!
Toda vez que lembro disso sinto meu coração apertar, sinto culpa por não
conseguir coloca-lo em seu devido lugar, atrás das grades.
- Hey,
gorgeous… não fique assim, não se deixe entregar. Nós iremos buscar o certo, a
justiça. Juntos, como sempre encontraremos um jeito. Preciso de você inteira,
pronta para lutar. Seja a melhor tenente que a NYPD já viu, você afinal de
contas é minha musa, a pessoa extraordinária que conheci e pela qual me
apaixonei – inclinou-se sorvendo os lábios dela com carinho. Nesse instante
ouviram um certo ruído, uma espécie de “hum hum”. Nadine estava parada ao lado
deles, sorrindo.
- Ah, o
amor... será que os pombinhos podem se desgrudar um instante?
- Nadine… -
Castle virou-se para fita-la – boa tarde.
- Desculpe
pelo atraso, as coisas na redação hoje estavam um pouco fora de controle e como
ninguém sabe da minha pesquisa pessoal não podia escapar sem dar motivo
aparente.
- Tudo bem,
Nadine – disse Kate – confesso que fiquei surpresa com o seu telefonema, você
realmente está disposta a aceitar minhas exigências? Revelar sua fonte?
- Kate, diante
do que temos pela frente eu seria muito otária se não dividisse o que sei com
você totalmente. Preciso da melhor ao meu lado, preciso de alguém em que possa
confiar 100%. Não será brincadeira de criança como você mesmo já me alertara,
existem muitas pessoas poderosas envolvidas. É um risco que estou disposta a
correr e sinceramente espero que após ouvir o que tenho a falar, você queira
corre-lo comigo.
- Saberei
quando você me contar o que descobriu e mostrar algumas provas quanto a suas
investigações. Precisamos de privacidade para ter essa conversa – com um
simples olhar trocado, eles se levantaram.do bar.
- John,
estamos descendo. Não queremos ser incomodados – disse Castle vendo o seu
empregado acenar em concordância – vamos ao meu escritório no porão. É a prova
de som e seguro. Ao descerem as escadas, Nadine não pode deixar de se
maravilhar com o que vira a sua frente.
- Que lugar
incrível! Como vocês descobriram essa raridade? Estou impressionada.
- É uma longa
história. Herança de um caso – disse Castle.
- Herança?
Como assim? – perguntou Nadine.
- Castle é o
dono do bar. Adquiriu após um caso que solucionamos juntos. E sim, trata-se de
uma longa história que não é o foco do nosso encontro hoje. Sente-se, Nadine –
a jornalista obedeceu – desculpe eu estar querendo apressar as coisas porém,
viemos aqui com um propósito. Você soava preocupada ao telefone portanto
queremos saber. O que você descobriu para ficar abalada e a fez nos procurar
para revelar sua fonte? Isso é, afinal, parte do acordo.
- Sim, você
está certa. Eu tenho muito a contar. Para começar acho válido declarar que eu
desobedeci suas orientações sobre não procurar mais informações a respeito do
caso do ex-senador Denver e Vulcan Simmons.
Sua declaração apenas me deixou ainda mais curiosa, kate. Veja bem,
qualquer jornalista interpreta um “não, é perigoso” como vai em frente porque
aí tem uma mina de ouro, o furo da sua carreira, o Pulitzer. No primeiro
momento que me deparei com as revelações que vou contar a vocês pensei em
desistir. Foi um choque, acredite. Então, pensei melhor. Se eu desistir agora,
como ficaria a justiça? Meu compromisso é com a verdade, tudo bem que uma
excelente audiência e o destaque na mídia é o sonho de qualquer jornalista mas,
de que adianta a fama quando a injustiça prevalece? Ou inocentes morrem? Foi
esse pensamento que me fez procura-la, quero ajuda-la a fazer a diferença. Eu
sei que essa história não acabou porém, por algum motivo você deixou de
investiga-la, se reservou o direito de esquece-la. Qualquer que seja a
explicação, posso afirmar que você seguiu seu coração, fez a escolha. Seu lado
racional infelizmente não aceitou completamente a derrota. Sei disso porque
você é Kate Beckett. Eu quero me unir a você e garantir a justiça, por isso vim
aqui.
- Nadine, você
é jornalista ou psicóloga? Seu discurso está muito bonito, infelizmente belas palavras
não colocam criminosos atrás das grades, evidências sim. Que tal começarmos de
onde paramos? O momento em que você me revela a sua fonte?
- Sempre
objetiva, policial acima de tudo. Está bem – viu Kate acionando um gravador
colocado estrategicamente à frente da reporter – vai gravar?
- Claro, assim
fica mais fácil para que eu possa endereçar a investigação, não estamos numa
delegacia e não quero perder nada.
- Claro,
entendo. Como você já disse, tudo começou quando decidir investigar a vida do
senador Denver por achar que havia mais naquele caso de sonegação e máfia do
que o FBI supôs. Você já sabe que cheguei em Simmons no Alabama e seu irmão em
New York. A pessoa que me ajudou em tudo isso é muito especial, imagine alguém
como Castle sem a parte do casamento. Esse meu amigo e parceiro me acompanha
desde a época de faculdade. Ele é uma das minhas principais fontes, sua
formação é tecnologia da informação. O cara é fera e um hacker excelente. Esse
era outro problema quanto a identidade dele, você é tenente da polícia poderia
querer indiciá-lo por certas invasões – Nadine respirou fundo antes de
continuar - Kate, irei revelar o nome dele unica e exclusivamente porque confio
em você e o assunto é delicado. Sei que não poderia contar com pessoa melhor
para protege-lo se for preciso. Deve ficar claro que usei a habilidade técnica
dele mas os ganchos da investigação foram todos descobertos por mim. Jeff
apenas quebrou as barreiras tecnológicas. Eu fiz a pesquisa preliminar, as
ligações entre Simmons e Denver. Quanto às provas, mérito total de Jeff. Coisas
que realmente fazem diferença numa investigação. Jeff conseguiu extratos
financeiros, depósitos de Simmons para Denver regulares. A empresa de Simmons
foi a maior patrocinadora do primeiro mandato de deputado de Denver. Tenho
documentos provando assim como as empresas de fachada.
- Nadine, mas
isso seria apenas algum incremento na ficha suja do ex-senador. Nada muito
diferente ou que pudesse mudar consideravelmente o rumo da investigação já
encerrada – disse Castle.
- É verdade,
mas estou apenas começando. Contrariando o que você e Beckett me pediram,
voltei a pesquisar Vulcan e seu domínio em New York. Apesar de hoje ele não
aparecer na lista de criminosos alegando um negócio legítimo, no passado o
quadro era outro, bem feio. A cerca de quinze, vinte anos atrás, sua ligação
com o tráfico, a máfia e mortes faz dele possivelmente nosso inimigo número 1.
Porém, ele não agia sozinho. Possuia uma folha de pagamento tão suja quanto o
irmão, no caso dele era pior pois entre os beneficiados encontrei a escória,
assassinos da pesada, caçador de recompensas e inclusive policiais. Encontramos
depósitos de Vulcan para Kwon, o cara da máfia chinesa de DC, parceiro do
Denver. Aí a coisa começou a ficar sinistra. Sem querer, encontrei a ponta do
iceberg que pode revirar o caso de Washingtron de ponta cabeça – nesse momento,
Nadine faz uma pausa para tomar um pouco da bebida que Castle gentilmente
servira na frente dela – durante o mesmo período, bem antes de ser senador,
Bracken tinha ligações com Vulcan. Não há, pelo menos até agora, uma ligação
concreta financeira entre Vulcan e ele, porém encontramos diversos laranjas do
senador fazendo depósitos em conta de campanha de Bracken, digo laranjas pois
são empresários da época que recebiam dinheiro de Vulcan e repassavam como seus
para a conta do senador, algumas ,inclusive, ficavam na Suíça. Estamos diante
de uma campanha financiada pelas drogas.
- Nadine,
essas são acusações muito sérias contra um dos futuros candidatos à presidência
dos Estados Unidos. Nada adiantará ser levado à frente sem provas – a
jornalista percebeu o nervosismo de Beckett ao falar sobre Bracken, sabia que
estava chegando ao lugar certo, por mais que tentasse disfarçar, Nadine
percebeu que havia medo na reação da tenente, como nunca antes percebera.
- Tenho essas
contas todas. Mas não termina aí. Suspeito de assassinato, de mandar apagar
aqueles que tentavam denuncia-lo. Vários capangas dele já se foram. Coonan,
Reaglan um ex-policial, Lockward um mercenário, Montgomery, ele era seu capitão
antes de Gates não? Foi assassinado pelos homens de Bracken mas trabalhou para
o senador, era companheiro de Reaglan – Nadine passou a mão pelos cabelos antes
de continuar a parte mais difícil dessa conversa, viu pelo olhar trocado entre
Castle e ela que a tenente já imaginava o que ela iria dizer – Kate você
investigou todos esses homens em algum ponto na sua carreira, todos os citados.
Foi você que matou Coonan está registrado no arquivo para salvar uma pessoa.
Eu... eu achei o caso da sua mãe. Ele estava protegido mas isso não era
problema para Jeff. Eu li toda a investigação, cada nova entrada – percebeu que
Kate procurara a mão de Castle, gesto que ela interpretou como uma espécie de
força e cumplicidade – Bracken mandou matar sua mãe, Kate.
- Isso... esse
arquivo não existe, Nadine. Não eletrônicamente. Tudo que se refere ao caso da
minha mãe está conosco – de olhos arregalados, fitava Castle – não pode ser.
- Infelizmente
é. Se o arquivo existe lacrado só há uma única pessoa com interesse nele. O
próprio Bracken. É como se ele acompanhasse todos os seus passos durante as
suas investigações ao longo do tempo. Sabe de cada passo seu. Posso lhe mostrar
o arquivo que coletamos do sistema da polícia – Beckett se levantou procurando
em vão controlar sua revolta, colocou-se de costas para Nadine. Castle
observava a cena de coração partido. Esse assunto devastava a sua esposa de
maneira desastrosa. Se pudesse, expulsava a repórter dali agora apenas por
trazer o sofrimento de volta ao olhar de Kate, porém sabia que não era isso que
a sua parceira queria, jamais aceiraria se dobrar a menção do nome e dos atos
de seu maior algoz.
- Nadine,
apenas para deixar claro. A pessoa que Kate salvou quando atirou em Coonan foi
eu. Ela ainda tentou salvá-lo mas infelizmente não foi possível – ele se
levantou e foi ao encontro dela, buscou primeiro a sua mão para então sentir os
braços de Kate ao redor do seu pescoço.
- Castle não
estou culpando ou acusando Kate de nada. Eu fiquei em choque ao me deparrar com
tudo isso. Relutei muito em procurar vocês porque depois de ter acesso a todas
as informações a dedução foi simples. Denver realmente não atuava szzinho,
Bracken era seu parceiro desde a primeira falcatrua. Jeff encontrou um
pagamento da ordem de usd 100k através de um link fantasma, ele conseguiu o
caminho original que nos levou ao comitê de campanha de Bracken. Também
encontrou depósitos mensais de usd 200k feitos por uma mepresa do Alabama,
fachada certamente para uma das empresas de Denver. Jeff está trabalhando na
fonte real. Viu quando Kate afastou-se dos braços de Castle. Ela detestava
pagar de vulnerável especialmente na frente de Nadine porém, após as
declarações da jornalista, Kate se encontrava em um transe emocional. Um misto
de sensações contraditórias a aflingiam. Sentia revolta por ter sua luta
exposta na frente de outra pessoa, também a esperança começava a despontar
diante da possibilidade de possuir provas suficientes para condenar Bracken.
Além disso, o medo deixava seu coração apertado era a sua vida e a da sua
família em jogo. Ela queria lutar, Nadine estava oferecendo essa chance para
ela. Suspirou profundamente antes de encarar a jornalista.
- Nadine você
mexeu com casa de abelha. Independente do que você descobriu, o assunto é
delicado e tenso.
- Kate em
nenhum momento eu quis submeter você a qualquer pressão. Sei que é difícil
tocar no assunto, acha que não preferia ter encontrado outra forma de pegar o
senador? Você é uma pessoa da lei, preza pela justiça. Esse homem é um
oportunista, criminoso que está movendo mundos e fundos para chegar a Casa
Branca! Nós não podemos deixar que isso aconteça.
- Você acha
que eu não sei disso? Acha que quero ver um ladrão assassino no poder supremo
do nosso país? Claro que não! O problema é que eu quase morri, minha família
foi ameaçada. Bracken não tem escrúpulos! Você acha que é fácil brigar com ele?
Então, eu lhe pergunto, Nadine, você está pronta para morrer? Porque eu não
estou. Já arrisquei demais minha vida por conta disso. não apenas a minha, a de
Castle também. A última coisa que preciso é colocar a vida do meu filho em
risco. – notando que está alterada, Castle aproximou-se dela tentando
acalma-la.
- Kate,
calma... por favor. Eu sei que ela não quis ofendê-la Nadine... entenda...
- Eu passei
quinze anos da minha vida buscando respostas. Eu já sei que Bracken foi o
responsável pela morte da minha mãe há dois anos, Nadine. Infelizmente isso não
foi sufuciente porque me faltam provas. Ele sabe que eu sei porque deixei
claro. Nem depois de salvar a vida dele, Bracken se compadeceu. Ele me ameaçou,
Nadine. Ele não é idiota. Sabe que eu tenho algo que o coloca no caso de fraude
junto com Denver. Se duvidar, ele sabe sobre tudo o que você descobriu. Não
brinque com o fogo, Nadine. Você está pronta para morrer? Porque brigar contra
o senador, é enfrentar a morte de perto – Nadine percebeu que ela lutava contra
as lágrimas tentando manter a fortaleza que sempre a guia.
- Kate,
novamente peço desculpas. Não queria trazer toda essa tristeza e nem deixa-la
nervosa e alterada. É difícil me colocar em seu lugar, nem consigo imaginar o
que é ter um inimigo tão poderoso. Longe de mim remexer em seu passado. Mas, eu
reafirmo, não estou aqui para buscar o furo do ano. Depois de tudo o que
descobri, quero fazer a diferença. Estou disposta a ir até o fim pela justiça.
Chame isso de burrice, romantismo ou heroísmo. Eu chamo em lealdade ao meu
país, ao futuro, a você. Conte comigo.
O silêncio
fez-se presente no porão. Kate fitava a jornalista como quem analisa e digere
cada palavra dita. Desde o momento em que Nadine começou a contar suas
descobertas, entendera que estava diante de alguém como ela própria. Sagaz e
inteligente, não desistiu diante dos primeiros obstáculos, alerta-la sobre o
perigo apenas a tornou mais ávida pelo conhecimento. A prova que Kate queria
estava ali bem a sua frente. Andando em direção a Nadine, Kate buscava sua
força interior para encarar a nova batalha que parecia ter que enfrentar, isso
aconteceria mais cedo ou mais tarde, não havia como fugir. Devia um pedido de
desculpas à jornalista. Sentou-se a sua frente, passou as mãos nos cabelos
preparando-se para falar. Castle observava o jeito que ela lidava com a
situação.
- Desculpe,
Nadine. Há certos assuntos na vida que nos dominam a ponto de nos fazer
esquecer de quem somos. Esse é um deles. Durante os últimos meses, eu procurei
não pensar sobre o que aconteceu um pouco antes de eu ter Alex. Meu
subconsciente tratou de esconder a lembrança em algum lugar escuro da minha
mente. Desde o dia que ele me ameaçou, escolhi por seguir minha vida, pensar
exclusivamente na minha família. Não quero que deduza ou suponha certas coisas.
Ao tomar esse caminho, não esqueci do meu maior inimigo, apenas o coloquei em
segundo plano. Precisava de tempo para indicar ao senador que estava vivendo,
trabalhando na NYPD e feliz. Queria que pensasse sobre o fato de ser uma mera
lembrança do passado, algo que eu procurava esquecer todos os dias. Exceto que
não esqueci um só segundo. Eu esperaria pelo momento apropriado para apanha-lo
de vez, quando isso acontecesse não haveria volta. A justiça seria feita e
prevaleceria diante de todas as atrocidades já cometidas por esse monstro.
- Você quer
vingança... – disse Nadine.
- Não, quero
apenas justiça por esses quinze anos que foram roubados de tantos inocentes –
Castle se aproximou dela colocando as mãos em seus ombros no intuito de
proporciona-la algum conforto – novamente, Nadine eu devo a você um pedido de
desculpas. Não quis gritar ou ofender. Você está querendo ajudar, prover informações
para começar a caçada. O que você está me propondo enfrentar tem proporções
gigantes, o impacto será enorme em nossas vidas se falharmos.
- Será
grandioso se colocarmos Bracken atrás das grades. Acredito que podemos
vence-lo. Temos meios, evidências, somente precisamos da oportunidade correta.
Podemos fazer isso, Kate – tocou a mão da mulher que a fitava – eu sei que
podemos.
Kate olhou
para Castle. Sabia que uma vez aceitando
mergulhar nesse poço, não haveria volta. Teria que entrar de cabeça, precisaria
levar consigo não somente ele mas outras pessoas que seriam chaves durante esse
árduo caminho. Vidas poderiam ser perdidas. Ela se ergueu da cadeira que
ocupava, pela mão o puxou para um canto do escritório. Encarando-o, pode
perceber que havia medo nos olhos dela porém, também via aquela faísca de
determinação tantas vezes demonstrada por Kate ao se ver diante de uma disputa
com o inimigo. Castle sabia do perigo iminente que enfrentariam. Estava com
medo, colocariam suas vidas em jogo pela justiça, por uma causa que os podia
levar à morte ou fechar de vez um capítulo do passado de Kate Beckett. Ele
levou a mão dela até os lábios. Beijou-a suavemente. A troca de olhares era
intensa, ambos perguntando ao outro se estavam prontos para ingressar nessa
briga. Ambos ansiando pela resposta certa sabendo que apenas a errada
interessava. Castle acariciou o rosto dela após ajeitar uma mecha de cabelo.
- Kate,
enfrentaremos o que vier juntos. Estarei ao seu lado como estive tantas vezes.
Nós falamos sobre o dia que teríamos essa batalha pela frente. Desde o dia que
descobrirmos ser Bracken o mandante do assassinato de sua mãe. Gorgeous, é
normal ter medo, use-o a seu favor. Vamos colocar um ponto final nessa
história, de uma vez por todas.
- Cas... babe,
eu não posso fazer isso sem você...
- Eu sei e não
vai – ele a abraçou sussurrando ao ouvido dela – estou bem aqui. Você sabe
exatamente o que tem que fazer. Você é a melhor tenente de New York. Vamos
pega-lo – Kate afastou o corpo do dele, segurando o rosto de Castle com as duas
mãos. Beijou-o. O medo fora embora, ele pode perceber. No olhar, apenas a
determinação e a sagacidade de sua musa.
- Nadine...
prepare-se. O que vou contar agora é estritamente confidencial – durante mais
de uma hora, Kate despejou um caminhão de informações sobre a jornalista.
Pedaços que completavam o que ela tinha descoberto e tornavam o quadro bem
maior do que ela vislumbrara. Ao mencionar sobre o mais novo projeto de
Bracken, o software que controlará todas as principais sedes do governo
americano, Capitólio, Casa Branca, Nasa, supostamente o FBI, Nadine engoliu em
seco. era uma medida audaciosa do senador – entendeu a magnitude do impacto?
Foi vigiando esses orgãos que ele soube da minha busca por provas no caso
Denver. Ameaçou a mim, Castle e meu filho. Disse que não tentasse descobrir
mais nada porque ele saberia. Se isso acontecesse, eu seria uma mulher morta.
- Crápula! –
exclamou Nadine.
- Onde estão
essas provas que você recolheu? Estão impressas? Tem lugar seguro? Se Bracken
desconfiar o mínimo que seja, você e seu amigo entrarão na mira dele. Isso se
ele já não possui alguma informação.
- Jeff é
hacker, sabe se defender. Tudo que encontramos tem várias camadas de proteção,
está seguro. Assim como os documentos impressos. Tenho-os guardados em um cofre
de banco, outra cópia na minha casa, Jeff tem outra com ele.
- Temos que
verificar, ter certeza. Caso Bracken desconfie, vocês estarão sentenciados à
morte. É bem possível que ele a ligue a minha pessoa, por causa do que estamos
fazendo ultimamente. Todo o cuidado é pouco.
- Acredite,
Jeff se esconde. Não é tão fácil acha-lo, seja no mundo real ou virtual – disse
Nadine.
- Acredito que
Nadine tenha razão, Kate. Esses caras que mexem com tecnologia vivem blindados.
Conhecem técnicas que os tornam invisíveis. Você sabe se ele como hacker já
visitou páginas da CIA, Nasa, consideradas as mais seguras?
- Isso você
terá que perguntar a ele. Sou capaz de apostar que sim. Quer dizer, ele acessou
arquivos de polícia e do FBI a meu pedido, já o fez por diversão. O cara é um
gênio. Qual será o nosso próximo passo?
- Disfarçar e
montar a equipe. Tenho dois nomes que estariam dispostos a me ajudar nessa
caçada. Um deles é agente do FBI, a outra trabalha no 12th distrito comigo.
Ambos estariam arriscando seus empregos para fazer essa investigação. Tory já
me deu sua palavra que está dentro. Precisarei conversar com McQuinn mas não
vejo problema em ele aceitar. E quanto a Jeff? Fazer pesquisa para a amiga
jornalista é uma coisa, colocar o traseiro na reta é outra bem diferente. Sabe
dos riscos que corre ao aceitar trabalhar conosco?
- Ele
aceitará, pode contar com isso.
- Ainda assim,
quero ouvir dele. Olhando para Jeff. Quando podemos conhece-lo? Tem que ser na
casa ou sei lá como ele chama o lugar onde se esconde.
- Vou
conversar com ele, agendarei um encontro na próxima semana.
- Ótimo!
Teremos que definir um lugar para nos encontrarmos a fim de trabalhar – ela
olhou para Castle – acho que conheço o lugar perfeito. Castle, acha que podemos
usar o lugar secreto?
- Lugar
secreto? Vocês são policiais ou espiões? Que história é essa? – Nadine ficara
intrigada.
- Acredito que
sim, mas apenas para guardar algumas coisas ou reuniões, precisaremos de uma
boa infraestrutura de internet, iluminação e ali não é possível fazer isso. ao
invés de lá, podemos usar aqui. Teremos o bar ao nosso dispor para qualquer
momento de perigo, afinal é um lugar público.
- Tem
razão.... – Kate respondeu pensativa – precisaremos de notebooks, quadro para evidências,
telão. Uma mesa grande...
- Basta me dar
alguns dias que faço isso. Você nem irá reconhecer essa sala.
- Querem fazer
o favor de me incluir na conversa? De que lugar estao falando? – perguntou a
jornalista agoniada.
- Daqui mesmo.
Vem comigo – Castle jogou uma lanterna para ela, claro que era apenas para
fazer o suspense. Desde que comprara o The Old Haunt, ele reformara os
corredores das passagens de esgoto colocando iluminação apropriada e
deixando-os sempre limpos. Também mexera na sala secreta onde antes ficavam as
garrfas de whisky puro malte. Manteve o estilo rústico em tudo porém, era
possível de se conviver naqueles ambientes após o que fizera. Nadine
acompanhava logo atrás de Kate que preferiu deixar o suspense no ar durante o
caminho para a sala – chegamos.
Nadine estva
boquiaberta diante do que via. Era coisa do século passado, andar nessas
galerias de esgoto de Manhattan. Que outros segredos esses dois guardavam?
Curiosa, perguntou.
- Como vocês
descobriram isso? É incrível.
- Trabalhamos
em um caso, o dono desse lugar era a nossa vítima. Depois de encerrado, Castle
comprou o bar. A sala secreta era o esconderijo do tesouro de um whisky
espetacular guardado desde a época da lei seca. Ele decidiu reformar para dar
uma aparência melhor. Acho que o espaço é suficiente para fazermos nossas
reuniões ou guardamos documentos sob uma forma diferente de proteção. O porão e
escritório do The Old Haunt fica para o trabalho pesado, quando tivermos
analisando, pesquisando e montando o caso sobre Bracken. Vamos, temos muito o
que fazer – na volta ela acendeu as luzes fazendo Nadine rir da situação – acho
que posso culpar meu convívio com Castle por isso. Foi engraçado ver a sua cara
atravessando esses túneis, acredite na primeira vez que vim, isso aqui era
imundo cheio de agua empoçada e coco de ratos.
- Gostou da
aventura, Nadine?
- Achei
incrível. Aposto que se vocês sentassem para contar sobre os casos que já
investigaram daria para escrever uns vinte livros, já pensaram sobre isso?
- Nadine, não
dê ideias, são casos reais com vítimas reais – disse Kate.
- Por que você
falou em disfarce?
- Para manter
a fachada sobre a minha vida. Bracken tem que estar convencido de que eu
realmente desisti de investiga-lo. Se ele suspeitar de mim ou de Castle, está
tudo acabado. Temos que vender o trabalho da NYPD, fazê-lo pensar que continuo
tendo como prioridade meu trabalho como Lieutenant. Você terá que produzir
outros programas comigo. Qualquer coisa que mantenha meu lado de investigadora
de New York nos holofotes. Portanto, pense em algo.
- Tenho que
arranjar alguns eventos também, Kate. Você tem que viver o papel de esposa de
celebridade. Faremos isso agora que Alex está mais crescido.
- Tudo bem.
Preciso conversar com McQuinn. Imagino que ele nos ajudará remotamente na
maioria das vezes pois está baseado em Washington. Tory será mais fácil, apenas
teremos que ser discretas e enganar os rapazes. Não quero que se envolvam nisso
a menos que seja estritamente necessário.
- Então
encerramos por hoje – disse Castle – quando nos reuniremos novamente?
- Assim que
falar com Jeff ligo para você, Kate – a jornalista se aproximou dela um pouco
receosa – será que posso te dar um abraço?
- Pensei que a
repórter atrevida não fosse dada à demonstrações de carinhos. Claro, Nadine –
elas se abraçaram com Nadine dizendo ao seu ouvido que sentia muito.
- Conte
comigo, vamos pegar esse safado, Kate. Vamos fazê-lo pagar por todos os crimes
cometidos. Acho que agora posso dizer que somos oficialmente amigas e parceiras?
- Parceiras de
crime, sim. Sabia que isso aconteceria mais dia, menos dia. Você era tão
irritante e insistente como Castle. Acredite, hoje isso é um elogio, na época
dele era um xingamento – elas riram.
- Haha! Estou
bem aqui. Não vou retrucar porque isso era tudo da boca pra fora, Kate Beckett
sempre foi apaixonada por mim – e lá estava ela revirando os olhos – vê? Ela
revira os olhos mas não consegue disfarçar o sorrisinho no canto dos lábios,
foi asssim desde o começo.
- Vamos
embora, Nadine. Antes que Castle queira justificar tudo o que ele fez para eu
me apaixonar nesses seis anos.
Despediram-se
de Nadine e decidiram tomar mais um drinque no bar para esquecerem um pouco as
últimas horas tensas relembrando momentos do passado que nada de bom traziam
para a vida deles. Brindaram e comeram algo antes de deixar o lugar de volta ao loft. Quando chegaram, Alex
já estava dormindo. Kate agradeceu a Amy pagando-a e desejando uma boa noite.
Foram direto para o quarto. Após um banho, ela deitou-se na cama com a tv
ligada no canal de notícias. Castle saiu do banheiro vinte minutos depois para
encontra-la deitada agarrada ao travesseiro dele fitando o teto. Deitando-se de
lado para olha-la, brincou.
- O programa
deve estar realmente interessante para você está fitando o teto. Perdeu alguma
coisa lá em cima? – o sorriso apareceu, o olhar se encontrou com o dele –
melhor agora. Fale, Kate. Essa situação toda está mexendo com você, não? Não
adianta negar, conheço cada uma dessas ruginhas de preocupação que se formam em
seu rosto mesmo quando sorri. Pode falar, amor.
- Eu realmente
não sei bem como estou me sentindo. Parte de mim quer começar a caça às bruxas
nesse instante, a outra parte reluta em remexer nisso tudo. Castle é a nossa
vida na linha de frente. E se algo acontecer conosco? Como ficará Alex? Não
estamos sendo imprudentes em iniciar uma guerra que pode culminar na nossa
morte iminente? Não estamos falando de um asssassino de momento, ou de uma
gangue. Trata-se do maior sanguinário, calculista e poderoso filho da mãe do
país. Lembra quando você quis me impedir de perseguir Knox e os supostos
assassinos de minha mãe? Você me disse que esses caras eram perigosos, não
escutei e quase perdi minha vida. Tive outros exemplos com os capangas de
Bracken. Não brincam ou provocam, com eles não há conversa, é execução pura. E
quanto ao arquivo do caso de minha mãe? Onde Bracken coonseguiu isso? será que
nos vigiou todo esse tempo? Essa foi a maior revelação de Nadine para mim. Se
confirmarmos tudo, podemos afirmar que ele está sempre dez passos à nossa
frente.
- Kate, o
risco existe. Não podemos negar ou nos iludir. Nem afirmar nada sobre esses
arquivos até analisarmos, ninguém conhece esses documentos melhor que eu e
você. Mas, quantos outros problemas enfrentamos? Tão perigosos quanto os homens
de Bracken? Bombas, serial killers, Jerry Tyson, conspirações. Sobrevivemos a
todos. Não será diferente dessa vez, eu e você iremos colocar esse canalha na
cadeia e voltar para Alex e nossa vidinha na NYPD solucionando mistérios e
assassinatos – deslizava a mão pelo rosto dela descendo até o colo rumo aos
seios.
- Você falando
parece tão simples, tão fácil. Sei que podemos lutar, quero vence-los. Só
precisamos de uma boa estratégia, não podemos vacilar.
- Não iremos.
E para começar a colocar o plano em prática, que tal uma pequena investigação
íntima e amanhã sairemos a noite. Vamos circular por Manhattan. Ligarei para
Gina arrumar alguns eventos e ingressos para nós cumprirmos parte do disfarce
que nos propomos, apesar que isso não será nenhum sacrifício.
- Acho que
não, você adora estar sob os holofotes não? Ainda mais comigo a tiracolo.
- Como somos
convencidos.... – fazendo cócegas eel arrancou uma gargalhada de Kate apenas
para ser calada em seguida com um beijo apaixonado. Em minutos, os lençóis
estavam no chão e os corpos clamavam por prazer.
Semana
seguinte...
Por volta do
meio da semana, Beckett aproveitou um momento que Tory havia lhe chamado para
ver um video com uma pista sobre o caso que investigavam para conversar sobre o
seu novo “projeto”. Primeiramente, deu o espaço necessário para discutir o caso
em análise. Terminada suas conclusões, Beckett orientou Esposito de como
proceder de forma a tira-lo da sala deixando apenas as duas.
- Tory, tem
mais um assunto que gostaria de tratar com você. É sobre um novo projeto,
aquele já mencionado antes para você. Preciso de uma pessoa com os seus
conhecimentos. Caso esteja interessada quero que saiba dos seguintes pontos:
não poderá comentar com ninguém sobre o assunto, você se dirigirá a mim dentro
do distrito apenas em caso de extrema urgência, eu lhe avisarei das reuniões e
Tory, não há garantias, o risco é alto. Então, você está dentro?
- Nem precisa
perguntar, independente dos riscos sei que estarei fazendo a diferença.
Trabalhar com você, ajuda-la. Pode contar comigo.
- Obrigada.
Durante o
resto daquela semana, Beckett não conseguiu arrumar um tempo para ligar para
McQuinn. Nadine apenas enviara uma mensagem para ela avisando que sua fonte
estava viajando apenas disponível para a próxima semana dependendo apenas da
agenda de Kate. Na noite de quinta, após Alex ter dormido, decidiu que não ia
esperar nem mais um minuto para entrar en contato com McQuinn. Estavam no
escritório, Castle revisava alguns capítulos do livro para enviar a Gina.
Estava escrevendo um outro livro de Derrick Storm parsa ser lançado antes da
continuação de Heat Blows. Do seu celular discou para o amigo em Washington.
- Lieutenant
Kate Beckett ou devo dizer Kate Castle? A que devo a honra dessa ligação?
- Olá,
McQuinn. Tudo bem? Colocando muitos criminosos atrás das grades no FBI ou você
voltou para o laboratório como todo bom nerd?
- Um pouco de
cada, mas o laboratório é a minha paixão. Ao contrário de você que ultimamente
adora os holofotes. Vi suas entrevistas e o programa com Nadine Furst. Leva
jeito para coisa. E o Castle? Aposto que está com ciúmes por brilhar mais que
ele.
- Nem tanto.
Isso é apenas um estímulo para as pessoas entenderem como funciona o trabalho
da polícia. Um pequeno projeto. Foi por causa de projetos que liguei para você.
Tenho um assunto a discutir, uma proposta para você. Essa linha é segura ou
está vinculada ao FBI?
- É minha
pessoal, mas se fosse uma do FBI estaria tranquilo também.
- Você que
pensa.
- Nossa! Agora
você me deixou encucado. Diga lá, o que você gostaria de conversar comigo?
- Nosso último
caso, o que teve toda aquela repercussão. Há mais nele do que os olhos possam
enxergar. O que você sabe sobre o Senador Bracken?
- Político
proeminente, com uma fortuna em investimentos e bancos, senador mais bem eleito
de New York e pretende ser o próximo presidente dos Estados Unidos. Tudo bem,
isso é informação básica do Google. O
que tem ele? Está relacionado com o nosso outro colega?
- Até os
ossos, mas essa é apenas o rabo do elefante. O passado do homem é cheio de
sangue, drogas e crimes. O problema é que ele também é muito esperto, não deixa
rastros. Usa outras pessoas, assim como ele, igualmente perigosas e criminosas.
Isso não é uma investigação oficial da NYPD, muito menos do FBI. É um caçada
pessoal. Preciso de experts em computação para desmascarar esse cara, McQuinn.
É exatamente aí que você entra. Olhe, eu não quero que se sinta compelido ou
pressionado a aceitar porque sou eu quem está pedindo. O risco envolvido é
enorme, não há garantias. No seu caso, torna-se mais difícil por morar e
trabalhar em Washington.
- Você está
realmente disposta a ir atrás desse cara! Já me deixou empolgado. Sinto falta
desse dinamismo, dessa adrenalina correndo nas veias.
- Sinto
decepcioa-lo mas a maior parte do trabalho será feita em laboratório, entre
quatro paredes. Não há nada de diferente quanto a isso, McQuinn.
- Exceto pelo perseguido
e seu grau de importância para o país. Um verdadeiro crime do colarinho branco
sem precedentes. O fato de morar em Washington não me impede de ir a Manhattan.
Se precisar de dedicação exclusiva, tenho trinta dias de férias posso
alterna-las, algumas folgas e quem sabe não arrumo umas viagens para New York a
trabalho? É um projeto demorado, imagino. Também posso ajudar remotamente.
- McQuinn,
você entendeu realmente onde está se metendo? Há risco de morte. O pessoal dele
é barra pesada.
- Entendi perfeitamente.
Você está me oferecendo a oportunidade de trabalhar novamente com uma das
melhores investigadoras que conheço, invadir orgãos governamentais em busca de
informação sobre uma das figuras mais visadas dos Estados Unidos para fazer
justiça. Diria que é uma excelente dose de adrenalina e C4. Estou totalmente
dentro! Quando começamos?
- Devagar
cowboy. Isso é altamente sigiloso. Você não pode comentar com absolutamente
ninguém. Eu irei lhe avisar quando e onde nos encontraremos. Você terá que vir
a Manhattan para a primeira reunião.
- Não será
sacrifício nenhum. Fique tranquila, nem sei de projeto algum. Fico feliz que
tenha lembrado de mim, nós geeks e eternos nerds não somos acostumados com
esses tratamentos.
- Ué, McQuinn,
você esqueceu que sou casada com um de vocês? – eles riram – a gente se fala -
Desligou o telefone e reparou que Castle a fitava – o que foi?
- Estava te
admirando mas não deixei de notar que falava de mim. Estava me elogiando, Kate?
– revirou os olhos aproximando-se dele, sentou-se no seu colo tirando os papéis
de suas mãos colocando-os sobre a mesa. Sentiu as mãos envolvendo sua cintura e
não esperou um segundo a mais pelo contato dos lábios. Após o primeiro beijo,
ela segurou o rosto dele com as duas mãos começando um festival de beijinhos
até ele a puxar com vontade pelo pescoço e enfiar a lingua em sua boca. O clima
esquentou e Kate foi quem se afastou buscando por ar.
- Guarde essa
empolgação para amanhã depois do teatro. Já acertei tudo com a Amy. Estará aqui
por volta das cinco então você terá tempo suficiente para se arrumar, o musical
começa às oito e depois iremos jantar. Vamos nos divertir, um encontro a dois.
Estamos merecendo, gorgeous.
- Sim, também
andei pensando... – ela beijou-o novamente – que tal levarmos o Alex ao Central
Park ou até ao Baterry Park para um picnic? Domingo é um dia bom para isso.
- Gostei da
idéia, vamos deixar para pensar sobre isso outra hora.
- Você
conseguiu a reserva naquele restaurante novo que a Mandy indicou?
- Sou Richard
Castle, Lieutenant. Essa é a minha especialidade como uma celebridade – o olhar
dela o recriminava pelo que dizia provocando-o – tudo bem, Gina me deu uma
ajudinha, mas ela disse que o maitre é meu fã então teremos tratamento VIP.
- Só quero
estar com você....
Sábado à noite
Por volta de
sete e trinta, Kate saiu do quarto trajando um vestido na altura dos joelhos
preto de alças largas que se transformavam em um detalhe decotado expondo as
costas. Segurava em mãos o sobretudo mais leve também preto pois sabia que no
teatro sentiria frio. Castle esperava por ela sentado no sofá. Ao vê-la abriu o
sorriso.
- Está linda,
amor. Podemos ir? – ela foi até o encontro dele ajeitou a gola da camisa e o
paletó. Arrumou a gravata roxa. Uma das preferidas dela. Trocaram um beijinho.
- Só vou dar
um beijinho em Alex... – saiu correndo pela casa em seus saltos agulha enquanto
Castle já se dirigia à porta. Optara por ir de taxi para o teatro, não estava a
fim de perder tempo com estacionamento. Da mesma forma que correra até o filho,
retornara até ele. Deixaram o loft.
O teatro
estava lotado. O espetáculo em homenagem a Carole King estava prestes a
completar um ano de Broadway mas continuava tendo casa cheia todas as noites de
sua apresentação graças ao repertório musical de “Beautiful” além do talento de
seus atores especialmente a atriz principal ganhadora do Tony. Os lugares eram
excelentes, na platéia bem de frente para o palco. Sentaram-se confortavelmente
para ver o espetáculo. Kate aconchegou-se no ombro dele entrelaçando a mão
brincava com os dedos de Castle. Ele virou-se para fitá-la erguendo o queixo para
beija-la. As luzes se apagaram e os acordes do piano invadiram o ambiente para
em seguida ser acompanhado da orquestra além da bela voz da artista
interpretando a grande Carole King.
Kate estava
deslumbrada com a qualidade do musical. Conhecia bem as canções de Carole King
e por várias vezes não resistiu em canta-las juntamente com os artistas o que
acabou gerando uma pequena reclamação pedindo silêncio dos mais recatados da
platéia. Seu rosto revelava exatamente o quanto estava curtindo aquela noite.
Os olhos brilhavam, o sorriso largo e os gestos feitos com as mãos estavam lá
para provar. Castle assistia a dois espetáculos, a peça e a vibração de sua
esposa. Anunciado o intervalo, a maioria das pessoas deixaram o teatro em busca
de banheiros, bebidas e merchandising.
- Que tal uma
taça de champagne, gorgeous? Não sei o que eles tem de aperitivos aqui.
- Champagne
está ótimo, ainda vamos jantar depois. Preciso comprar esse CD no itunes. É
espetacular.
- Vamos ao
saguão então – eles foram até o bar onde Castle comprou duas gsrrafinhas de
champagne. Kate foi ao toilete e passou pelo espaço de vendas, muita coisa
interessante. Ela imaginava como não ficavam os turistas ávidos por comprar
tudo como lembrança de viagem. Ao encontrar novamente com Castle, recebeu sua
taça de champagne acompanhando a conversa do marido com um suposto jornalista
do NYLedger, em seguida uma jovem se aproximou pedindo para tirar uma foto com
o autor, mais assédio de outras duas jovens agora com os dois, afinal Kate era
conhecida como musa e escritora. Passada a tietagem, saboreando a bebida, ela
aproveitou para trocar uns beijinhos com Castle. Não se importava com a
possibilidade de aparecer em jornais e revistas, estavam ali para se divertir. Ao
sinal do sino, retornaram aos seus lugares para curtir o resto do espetáculo.
Ao deixar o
teatro, Kate não parava de comentar sobre o musical. De braços dados, tomaram
um taxi para o restaurante que Mandy indicara. Assim que foram conduzidos à
mesa, o maitre já apareceu cumprimentando-os e oferecendo a carta de vinhos.
Castle ouviu as sugestões de aperitivos escolhendo um bom tinto acompanhado de
antepastos. Sentada ao lado dele, Kate acariciava-lhe a coxa.
- Estou
adorando tudo isso. Nem me recordo quando foi a última vez que fizemos algo
assim. Normalmente nem saímos de casa, fazemos nossa festa ali mesmo. É bom ver
gente, apreciar uma boa refeição, ser servida. Não posso esquecer da companhia,
parte muito importante
– inclinou-se e beijou-o. Com a taça de vinho, falou –
um brinde aos momentos a dois.
- Sim, aos
momentos e a nós. Pretendo fazê-los com mais frequência. E Kate? Se depender de
mim, teremos muito o que comemorar. Vamos achar o caminho da justiça antes
mesmo do que se imagina.
- O que o faz
ter tanta certeza?
- Você. Ter a
melhor investigadora da NYPD a frente de uma ótima equipe. Minha fé e confiança
em você são inabaláveis. E porque eu te amo – diante das palavras, ela abriu o
sorriso e beijou-o apaixonadamente.
- E pensar que
odiava ter você me seguindo quando nos conhecemos, agora não consigo imaginar
minha vida sem você, babe.
O resto do
jantar correu às mil maravilhas. A comida era realmente deliciosa, de fazer
murmurar preces. Mandy acertara mais uma. Chegando à sobremesa, optou por um
doce que misturava chocolate, canela e avelãs. Divinamente preparado. Dividiu-a
com Castle em meio a beijos molhados e doces. Deixaram o restaurante
satisfeitos. A noite de New York estava linda com uma lua cheia em destaque no
céu. Resolveram caminhar um pouco pelas ruas do Soho antes de voltarem para
casa. Kate estava desejando um café quentinho. Ao primeiro sinal de uma
Starbucks, eles entraram apenas para comprar a bebida. Continuaram caminhando
pelas ruas até que ela foi tomada por uma vontade louca de agarra-lo. Com um
rápido movimento, encostou-o na parede de uma loja e sugou os lábios com
vontade. Sentiu o corpo estremecer ao toque dele mesmo por cima do casaco que
usava. Mantinha seu corpo colado ao dele. Sabia que a excitação de Castle
estava surgindo fazendo seu desejo crescer ainda mais.
- Castle... –
sussurrava ao ouvido dele abrindo os primeiros botões da camisa – melhor irmos
porque... eu não vou responder por mim... – beijou-o urgentemente. Ele gemeu
pego de surpresa. Com um certo esforço conseguiu afastá-la.
- Precisamos...
taxi... – com algum esforço conseguiram um carro. Apenas deu tempo para Castle
dizer o endereço pois Kate já estava puxando-o para si novamente. O trajeto foi
rápido e como dois desesperados, eles subiram no elevador do prédio para o loft
indo direto para o quarto. No chão, o rastro de casacos, sapatos e roupas se
amontoava abrindo caminho até a cama. Usando apenas a calcinha, Kate empurrou-o
contra a parede deslizando suas mãos pelo peito dele enquanto os lábios
ocupavam-se em beijá-lo, prova-lo. Castle a ergueu pela cintura forçando-a a
envolve-lo com as longas pernas. Era ela quem tinha suas costas contra a parede
agora. Ele devorava seu pescoço apertando-lhe os seios.
Em uma decisão
rápida, ela deixou as pernas escorregarem de volta ao chão. Seu intuito era um
só. Puxou o boxer que ele vestia contemplando a ereção firme e pronta para ela.
Sussurrou pedindo que a suspendesse novamente. Entendera o que se passava na
cabeça dela. Com as pernas envolvendo-o, o membro comprimia-se contra o
estomago dela até que não aguentando de tanto desejo, sentindo a umidade
domina-la em seu centro, ela exigiu gemendo aos ouvidos dele.
- Preciso de
você.... quero agora, Cas...dentro de mim – mordeu o lóbulo da orelha dele e
gemeu. De uma só vez, ele a penetrou. Kate gemeu em resposta tomando-lhe os
lábios, mordiscando e urgenciando o beijo enquanto ele afundava dentro dela. Os
movimentos eram fortes e ritmados. A pele do corpo arrepiava-se sentindo os
dentes dele roçando em seu pescoço. Juntos mantinham um ritmo frenético em
busca do prazer que a dominou em uma onda minutos depois. Agarrou-se ao pescoço
de Castle com tanta força tamanha a explosão que a invadiu. Carregando-a em
seus braços, colocou-a na cama. Por alguns segundos, ficou admirando a beleza
de sua mulher.
Deitada na
cama, a pele vermelha, o rosto rosado e os olhos fechados. A perfeição em um
corpo deliciosamente gostoso. Não conseguindo mais se conter, ele inclinou-se
na cama colocando-se sobre ela. O peso do corpo dele era um estímulo, um
símbolo de força e masculinidade para Kate. Perderam-se em um beijo longo e
sedutor. Ainda excitado, Castle apertou os seios dela com uma das mãos, depois
provou-os com a ponta da lingua até abocanha-los, sugando e provocando a mulher
indefesa abaixo de si. Kate se contorcia enroscando os dedos no cabelo dele
incentivando-o a continuar o que fazia. A outra mão deslizou para o meio das
pernas e ao sentir os dedos a penetrando, arqueou o corpo gemendo o nome dele.
Novamente, ele a levou ao céu com um orgasmo que a dominara dos pés a cabeça.
Mal se recuperara da onda que invadira seu corpo sentiu Castle a penetrar ao
mesmo tempo que roubava-lhe um beijo.
Dessa vez, ele
erguera uma das pernas dela segurando-a na altura de seus ombros, estocando em
movimentos contínuos dentro dela. Retornando a perna até a cama, ele a ergueu
colocando-a quase em seu colo quando se mantinha de joelhos no colchão. Kate
mordeu o ombro dele ao sentir que já estava começando a sentir o corpo mole.
Então, empurrou-o na cama e assumiu o controle. As mãos pressionadas firmes
sobre o peito dele, movimentava-se num ritmo coeso. As palmas das mãos
estendidas sobre a pele deixavam marcas vermelhas de unhas cada vez que se
lançava mais fortemente sobre Castle. Inclinou-se e provou a pele vermelha do
peito dele. Depois de vários beijinhos fazendo trilha até o pescoço, Kate
instigou a boca com sua lingua até beija-lo intensamente. Apertando o bumbum
dela, reuniu todas as suas forças até sentir o prazer a atingir, satisfeito
liberou-se para também desfrutar do momento.
- Meu Deus...
– ela gargalhava entre pequenos gemidos puxando o lençol consigo ao
experimentar as sensações incrivéis enquanto os dentes de Castle roçavam em
suas costelas. Ambos largados na cama, saciados e finalmente sem forças para
fazer qualquer outra coisa. Castle fechou os olhos e adormeceu quase que
instantaneamente atravessado na cama. Após ter sua respiração normalizada, ela
também adormeceu.
Na semana
seguinte, Beckett trabalhava fechando um relatório do último caso investigado.
Castle estava ao seu lado naquela terça vendo-a discutir alguns detalhes com
Ryan. percebeu que a caneca dela estava vazia. Ergueu-se para buscar café na
copa, quando retornou ela agradeceu pelo gesto vendo o coração formado pela
espuma. Ia começar a perguntar algo sobre o caso para ele quando a Capitã a
chamou até sua sala.
- Tenente
Beckett, esse caso chegou às minhas mãos hoje pela manhã. Mais uma defesa no
tribunal a ser comandada pela Dr. Robbins. Esse processo em particular envolve
o 1PP. Foi solucionado por lá sob a autorização do Comandante. Conversei com a
promotora sobre seu possível envolvimento nele. Ela não apenas concordou como
pediu que eu instruisse você a montar a sequencia da defesa e a argumentação com
considerações para que ela use no tribunal. Será julgado na quinta portanto
você tem dois dias para se preparar.
- Senhora, eu
estava fechando o relatório do caso Richards com Ryan e...
- Delegue.
Deixe o detetive Ryan terminar. Sua prioridade é essa argumentação. Fui clara?
- Sim,
senhora.
- Boa sorte,
Lieutenant Beckett.
Voltou para
sua mesa e anunciou que a Capitã havia lhe colocado em um caso especial do
tribunal. Avisou Ryan que ele deveria concluir o relatório. Pedindo licença,
Beckett dirigiu-se ao pequeno acervo do distrito em busca de um código penal.
Castle acompanhava seus passos até que ela voltasse a sua mesa.
- Você
realmente tem que fazer isso, Kate?
- É uma ordem
da minha Capitã, Castle. Não se trata de uma escolha. De qualquer maneira é
algo bom, estou me certificando que a justiça seja feita. Terei que me dedicar
redobrado para esse processo, o caso é do 1PP,
- Algo me diz
que Gates quer expor seus talentos para o Comandante. Isso pode ser muito bom,
mas também pode afasta-la do trabalho investigativo. É isso que você quer?
- Castle eu
adoro solucionar casos, você me conheceu assim porém, o Direito fez parte da
minha vida desde sempre. Eu mesma estaria em alguma corte defendendo casos se o
destino não tivesse pregado uma peça em mim. Por enquanto, fico com os casos de
assassinato. Isso não quer dizer que não goste de olhar a justiça com outra
perspectiva.
- Você é muito
modesta, gorgeous. Se tivesse seguido o Direito, no mínimo seria juíza mas
aposto que estaria brilhando na Procuradoria de Manhattan. Quer mais café? Vou
buscar e depois vou deixa-la estudar o seu processo. Aproveitar a tarde para
finalizar os últimos capítulos do meu livro. Precisamos alimentar os leitores.
Eles estão ávidos pela nova aventura de Nikki Heat e enquanto ela não chega....
- Sobra
Derrick Storm – ela completou.
Durante os
dois dias antes de ir a corte, Kate mergulhou nos livros de direito redigindo
as argumentações para o julgamento. Reservou pelo menos uma hora para Alex que
depois de jantar ficou em sua companhia brincando. Deitada no tapete, colocava
o menino em seu estomago ou apenas ficava observando seus movimentos com os
brinquedos. Assim como ela, ou assim Kate gostava de pensar, Alex tinha a mania
de segurar o rosto das pessoas com as duas mãos e beija-las. Não se cansava de
fazer isso com a mãe. Estranhando a ausência dela no quarto onde escrevia,
Castle foi procura-la. Encontrou-a sobre o tapete colorido escorada numa das
paredes segurando o filho sentado em seus joelhos. Conversava com Alex.
- Mamãe vai
convencer o papai para fazer um picnic pro Alex. Vamos pro parque, tomar sol,
ver crianças. Você quer meu amor? Quer? – encostava nariz com nariz fazendo o
garoto gargalhar e segurar o rosto da mãe com as duas mãos – sabe, papai bobo
faz qualquer coisa por você e a boboca aqui também. É sim! – erguia o menino e
fingia morder a barriga dele arrancando gritinhos da criança, repetia o gesto
umas três vezes – mamãe ama muito o Alex. Muito... – o menino encostava sua
boca na dela como Kate já havia ensinado para ele – beija mamãe, beija.
Castle olhava
a cena deslumbrado. Ver o jeito como Kate cuidava do filho era um prazer
imenso. Ela falava dele mas no fundo era tão moleca quanto ele. Resolvendo
interromper ainda que com pena o momento, ajoelhou-se ao lado deles. Era um
momento digno de foto.
- Nem sei o
que estou sentindo ao ver vocês assim. Antes que você responda que é ciúmes,
vou corrigi-la. É amor, feliciadade, alegria e se me permite consigo ver
sensualidade nisso o que me deixa louco para te beijar, honey.
- Olha o papai
bobão pensando besteira. Beija o papai, Alex – o menino obedeceu e fez o mesmo
gesto de antes agora com Castle – pronto, papai está feliz agora. Hum... pelo
jeito você também. Hora da operação troca fralda. Depois será hora de dormir
viu, pequeno? – ela se levantou sorrindo e Castle a entregou o filho.
- Desistiu das
leis?
- Não, só
estou curtindo meu filho – ela respondia enquanto trocava a fralda - além de
espairecer a cabeça. Aliás, você poderia me ajudar a montar uma defesa, tem um
tópico me incomodando.
- E quem disse
que entendo de leis?
- O problema
não é com a lei e sim com fatos do crime. Não estou gostando do que escrevi e
já que você é bom com palavras... – ele se aproximou dela por trás e a abraçou.
- Sou mesmo.
Mas é sempre bom quando você diz isso – beijou o ombro dela. Terminando de
ajeitar o pijama de Alex, ela o pegou no colo dirigindo-se a cadeira preferida
dele para embala-lo.
- Diga “Boa
noite, papai. Vou dormir. Depois mamãe vai conversar sobre coisas legais pra
gente fazer”. Agora um beijinho, papai – Castle beijou o rosto do filho e a
cabeça – já vou para o quarto, babe. Ele dorme rápido.
Vinte minutos
depois, eles estavam na cama discutindo sobre o ponto que Kate mencionara. Após
uns três rascunhos, chegaram a um consenso. Satisfeita, ela redigia o argumento
final no notebook. Castle a observava com o canto do olho ao mesmo tempo que
fazia a revisão final do seu livro. Ao vê-la fechar o computador, rapidamente
largou o bolo de papel que segurava colocando ao lado da cama. Pegou um dos
livros de direito e jogou para fora da cama.
- Hey! O que
você está fazendo? Cuidado com esses livros, são do distrito – ele tirou o
notebook do colo dela e colocou sobre a cabeceira ao lado.
- Estou
relaxando... – puxou-a para cima de si com força e beijou-a, estava excitado
assim que seus corpos se uniram – estou louco para te beijar desde que a vi
sentada com Alex.
- Seu louco...
– mas cedeu e entrou na brincadeira.
Quinta-feira
Lieutenant
Kate Beckett caminhava pelos corredores do fórum rumo à sala da promotoria. Vestia
um terninho caramelo segurando o sobretudo no braço. Trazia consigo o notebook,
uma cópia do processo a ser julgado e suas anotações. Encontrou a promotora
Robbins e começaram a fazer uma pequena reunião de estratégia. Quando estavam
prestes a entrar no tribunal para começar o julgamento, o celular de Kate toca.
Nadine.
- Nadine, não
é um bom momento agora. Posso retornar sua ligação?
- Acho que
não, Kate. Falei com o Jeff. Ele pode nos receber em meia hora – droga! Kate
xingou mentalmente.
- Impossível!
Estou entrando em um julgamento no fórum, Nadine. Podemos nos encontrar depois
do meu horário de trabalho, tipo seis e meia? Agora não tem jeito.
- Tudo bem,
verei o que posso fazer mas me prometa que não passa de hoje.
- Você tem
minha palavra. Obrigada, Nadine.
- Sei, sei.
Falo com você mais tarde. Boa sorte aí!
Kate desligou
o celular sob o olhar chateado da promotora, pediu desculpas e entraram no
tribunal. Ela pedia calada para que a Dr. Robbins tivesse preparada porque essa
ligação de Nadine a tirara completamente a concentração no processo. Tudo o que
ela conseguia pensar era em sua estratégia para derrotar Bracken.
Continua......