Nota da Autora: Beckett continua tentando provar sua posição no FBI. Atentem para as viradas passado e presente, ok?
Pitadas de NC-17...
Cap.4
Washington – FBI HQ
Kate repassara todos os detalhes da operação com os
outros agentes. Posicionamento tático, tempos e perímetros cobertos. Os
dispositivos a serem usados também foram definidos além da divisão de tarefas.
Não podiam esquecer nada. Terminada a reunião de alinhamento, ela se juntou a
Stack para orientar o pai de Sasha, responsável por entregar o dinheiro. Ele e
a esposa chegaram ao FBI a quinze minutos atrás. Em uma das salas de
interrogatório, os dois aguardavam os agentes. Stack trouxe consigo a mochila
especificada pelo suposto sequestrador.
- Bom dia, Sr. e Sra. Wilson – Kate os cumprimentou.
Stack colocou a mochila com o dinheiro sobre a mesa – Acredito que perguntar
como estão seria uma pergunta retórica.
Antonny sorriu cansado. Gostava do jeito daquela
agente.
- Mesmo assim, obrigado por perguntar.
- Bem, a intenção de trazê-los aqui é para explicarmos
como tudo funcionará hoje à noite e qual o seu papel nessa situação – falou
Stack
- Teremos um grupo de seis agentes espalhados pelo perímetro indicado
como pode ver nesse mapa. Dois carros nos darão apoio e estarão equipados com o
sistema GPS que deve monitorar a mochila – ele colocou a bolsa na frente deles
e abriu – instalamos um chip para monitorarmos o trajeto do dinheiro nos
possibilitando saber onde os suspeitos mantém seu esconderijo. O dinheiro que
colocamos nessa bolsa é falso. Se reparar são bolos de 500 notas de USD 100
distribuídas em duas caixas fundas, ao todo duzentos bolos, portanto duas
mochilas. O senhor pode reparar que deverá entregar duas mochilas iguais. Na
hora marcada, o senhor estacionará seu carro próximo ao café indicado e saltará
para deixar as mochilas no lugar indicado pelo sequestrador. Não haverá ninguém
com o senhor mas o monitoraremos do nosso veiculo. Entre no carro e espere.
Assim que ele devolver sua filha, dê partida e saia do local. Nós assumiremos
dali. É de extrema importância que o senhor...
Mas Kate reconheceu que o pai de Sasha não conseguia
se concentrar em metade das palavras de Stack, estava visivelmente nervoso.
Então, ela tocou o braço de Stack pedindo para que ele se calasse. Como ele não
entendeu, ela falou.
- Acho que precisamos de uma pausa. Porque não vai
pegar um café para nós?
- Mas temos que nos certificar do entendimento e da
responsabilidade do Sr. Wilson nessa operação e...
- Eu sei, mas podemos dar uma parada – ela olhou para
ele de uma forma que indicava para Stack não contestar o que ela estava
fazendo. Meio contrariado, ele deixou a sala. Kate sentou-se de frente para o
pai de Sasha e observou-o por uns segundos antes de falar.
- Olhe, Sr, Wilson eu sei que é muita informação para
o senhor assimilar. Está visivelmente nervoso, tenso e não era para ser
diferente. A vida de sua filha está em jogo e nesse momento você é a única
pessoa que poderá fazer algo para salvá-la. O peso em seus ombros é grande.
Esqueça por um instante os dados técnicos e pormenores que o Agente Stack falou
e me ouça, tudo bem?
Ele assentiu com a cabeça e Kate suspirou para contar
a ele um fato de seu passado e assim fazê-lo acreditar que podia fazer isso e
salvar a filha.
- Sr.Wilson, a algum tempo atrás...
- Me chame de Antonny, por favor.
- Certo, Antonny. A algum tempo atrás, eu passei por
uma situação semelhante a sua. Não tenho filhos então não posso saber
exatamente o que você está sentindo nesse momento. Porém, estive ao lado de uma
pessoa muito especial que teve a filha sequestrada também. Doía vê-lo sofrer.
Como detetive, foi uma das poucas vezes que me senti impotente.
- Isso não deveria me fazer acreditar, criar coragem?
Porque não está surtindo efeito.
- Sim, desculpe – Kate estava mexida ao lembrar da
história – o que quero dizer é que naquele momento eu aprendi duas lições
importantes: um pai é capaz de qualquer coisa por sua filha e não importa quem
ele seja, um herói escondido surge e move montanhas para salvá-la.
- Agente isso parece conto de fadas...
- Não é, eu vi acontecer. Antonny, você morreria pela
Sasha?
- Daria minha vida sem pensar por ela, agente.
- Aí está sua força de vontade.
Ele finalmente sorriu.
- Obrigado, agente. Você me convenceu e certamente me
deixou mais calmo. Você não é igual aos outros, pensa diferente. Há um lado
humano em você. A quanto tempo está aqui?
- Seis meses, senhor. Só estou fazendo o meu trabalho.
- Não, você acaba de fazer mais. Espero que não se
contamine e ponha em cheque a sua razão para dar vez ao coração como fez agora.
Pode chamar seu parceiro, estou preparado para ouvir as recomendações técnicas.
- Tudo bem, vou aproveitar e buscar um café para
vocês.
Ao sair da sala, percebeu que Stack estava observando
sua conversa com os pais de Sasha. Ele não parecia muito satisfeito. Stack
considerava o que Beckett fizera um envolvimento além do esperado, eles eram
técnicos, precisavam de raciocínio, foco. No seu trabalho, o emocional devia
ser esquecido para que se cumprisse a tarefa, a meta.
- Eles estão esperando por você para repassar as
informações. Vou pegar café.
- Beckett sua postura naquela sala não foi adequada.
Em nosso trabalho, a emoção não pode guiar nosso julgamento. Você não pode
criar laços com os envolvidos ou isso poderá cega-la. Distancie-se ou colocarão
em cheque sua competência.
- Colocarão? Ou você colocará? Até o momento em que
você estava naquela sala, eles não pareciam estar muito interessados. Agora,
querem te ouvir. Enfim, parece que fiz alguma diferença não? Você não me conhece
o suficiente para dizer se meu julgamento é errado. Eu me importo com as
vitimas, não me peça para mudar quem eu sou – o olhar de Kate era penetrante fazendo
Stack se calar e voltar à sala.
Voltou à sala, entregou café e acompanhou Stack dar as
últimas orientações a Antonny. Assim que terminara, ele perguntou se ele tinha
alguma pergunta.
- Sim. A Agente Beckett estará presente?
- Sim, ela é coordenadora da missão junto comigo.
- Ótimo. Fico mais tranquilo.
- Sugiro que vão para casa, tentem descansar para
estar pronto à noite. Nos encontraremos aqui mesmo por volta das sete da noite
para os preparativos finais – disse Beckett.
Eles se levantaram e se cumprimentaram. Antonny tornou
a sorrir para Beckett e falou.
- Novamente, obrigado. Significou muito – ele largou a
mão dela e virou-se de costas então teve vontade de perguntar mais coisa – qual
o nome da menina que o pai salvou? Quer dizer, ele salvou não?
- Sim, o nome dela é Alexis – e sorriu ao lembrar-se
do alívio sentido ao vê-los entrando pela porta do apartamento de Castle
naquela ocasião.
New York
Castle estava no camarim retocando a maquiagem e o
cabelo para sua entrevista com Conan O’Brien. Essa era mais uma das suas
entrevistas programada pela editora devido ao lançamento do seu novo livro da
série Heat. A assistente de palco veio chama-lo. Castle sempre tinha receio do que seria
perguntado nesses programas e hoje não seria diferente já que das outras vezes
que estivera ali, Conan acabava perguntando algo sobre Beckett. Em meio a uma
salva de palmas e a apresentação de Conan, Castle entrou no palco. Cumprimento
u o apresentador, o público e sentou-se no sofá.
- Bom te ver aqui de novo. Mais um livro...
- Sim, mais um livro.
- Explique, como você consegue? Quer dizer é muita
imaginação! O trabalho com a polícia ajuda?
- Bem, o convívio com a NYPD certamente ajudou mas tem
muita pesquisa envolvida.
- Esse é o quinto livro de Nikki Heat. Já podemos contar com o próximo?
- É cedo pra dizer, precisamos lançar esse primeiro. A
editora deve avaliar, não posso garantir nada.
- Aposto que por você escrevia uns dez, afinal casos
não devem faltar com sua parceria com a detetive Beckett. Falando nisso, como
ela está? Continua colocando bandidos atrás das grades mesmo com você
atrapalhando não?
- Sim, mas não estou mais trabalhando com a NYPD. Fiz
toda a pesquisa que precisava. Ela está na Federal agora – ele já esperava as
perguntas sobre Beckett. Talvez não todas.
- Ah, isso é uma pena. Acabou o amor? – Castle foi
pego de surpresa com a pergunta mas conseguiu disfarçar.
- Não, Conan. Já aprendi bastante. E nossa polícia
federal está bem servida, tenho certeza.
- Não tenho dúvidas disso apesar de saber que os seus
leitores adorariam ver Nikki ser promovida – a plateia gritou apoiando - O lançamento
de Deadly Heat aconteceu em New York ontem, amanhã é dia de Washington certo?
- Sim, D.C. depois Memphis, Nashville, Chicago. Ainda
não tenho confirmação da costa oeste.
- Seu nome é Rick Castle, autor de Best-sellers. O
lançamento é Deadly Heat. Nas livrarias, corram! E um recadinho à editora
Hyperion: adoraríamos ler um caso investigado pela Agent Heat. Foi um prazer,
Castle.
Após apertar a mão dele, Castle apenas queria sair
dali. Do lado de fora do Studio,respirou fundo e escorou-se na parede por
alguns minutos. Viu uma cafeteria. Comprou um copo de café e se pôs a caminhar
rumo ao Central Park, de volta para casa.
Apartamento de Castle
Ele estava sentado no escritório. Nas mãos, uma
bolinha antiestresse. Suas entrevistas estavam sendo muito complicadas. O que
se passara hoje já tinha ocorrido na entrevista da semana passada com Jimmy. A
pergunta sobre Nikki e sua inspiração. Ele procurava fugir quando questionado
sobre um novo livro e a parceria. A lembrança dela voltava sempre.
Sobre a mesa, havia uma pasta com o itinerário da
turnê do livro enviado pela editora. Sua próxima parada era Washington, duas
noites de autógrafos. Depois seguiria para Memphis. Pensativo, ele relembra
tudo o que essa volta a D.C. pode significar.
Ainda pensava nela todos os dias. Ao contrário da
primeira vez, não havia mágoa. Desentenderam-se por falta de compreensão e
prioridades além de algo que Castle não gostava de recordar. Dessa vez, apesar
de estar sofrendo, Castle já decidira que se houvesse qualquer possibilidade de
uma reconciliação, não seria ele a dar o próximo passo. Até ali, ele pensava
que vê-la era algo tão distante, tão improvável. Ele se perguntava se ela
passava por esses momentos onde se questionava o que ela fazia, como estava, se
a saudade apertava. O sentimento não mudara, Kate era o amor de sua vida porém
cansara de correr e remediar. Se o amor dela fosse tão grande quanto o dele,
era sua vez de provar.
E pensar que daqui a dois meses poderiam estar
casando... a verdade era que não trabalhar ao mesmo ritmo que ela gerou alguns
problemas para os dois, não souberam ter paciência para gerenciar. E ainda
tinha algo do passado que ele não sabia ao certo como resolver. Voltar a Washington,colocava
em cheque seus sentimentos, sua força de vontade e sua curiosidade. Onde estará
Kate? Saberia da sua volta à cidade? Não era esse tipo de pensamento que
deveria ter. Castle tinha que seguir em frente, se ela não estava mais em sua
vida, tinha que descobrir uma forma de se reinventar e viver sua vida. Não era
uma tarefa fácil.
FB
Kate se apresentou ao headquarters no dia seguinte a
ida de Castle para New York. O caso de homicídio era bem ao estilo que ela já
estava acostumada. Parecia ser simples, porém logo percebeu que não seria
fácil.
O método de trabalho de Beckett era objetivo, envolvia
pesquisa e etapas sistemáticas normalmente realizadas pelos rapazes. Não que
ela também não colocasse a mão na massa e usasse o sistema a seu favor, mas sua
preocupação era voltada para a análise e os interrogatórios chaves. E claro,
sua ferramenta principal: o quadro branco onde montava sua linha do tempo
reunindo motivo, suspeitos e pistas.
No FBI, nada disso fazia parte da investigação. O
primeiro problema que encontrou foi a tecnologia. Ao invés de quadro branco,
telas de led, softwares de última geração, simulações em 3D. Não que Kate fosse
uma leiga ou mesmo já não tivesse usado dessas ferramentas, apenas não as
dominava como os demais.
O outro problema encontrado foi o modo desapegado de
tratar a vítima, para ela considerado um pouco de descaso com a visão ampla da
análise de um crime.
Sabendo que a forma de investigação da polícia era um
pouco diferente do âmbito federal, Stack designou Jordan para ambienta-la.
Jordan era um prodígio que fora tirado diretamente do MIT para o FBI. Era
agente especializado em TI há cinco anos. Rapaz comunicativo e dedicado,tinha a
pele morena e os olhos de um verde intenso.
- Agente Beckett, esse é o Agente Jordan. Conhece tudo
de sistema e vai orientá-la a fim de obter o melhor dos nossos softwares.
- É um prazer, Agente Beckett.
- Igualmente. Vamos começar?
- Claro. A princípio, isso parece um bicho de sete
cabeças mas logo você pega o jeito. Sente-se vamos pesquisar o que interessa
desse caso.
Assim, ela e Jordan passaram a tarde investigando
provas e buscando uma linha de investigação sugerida por Beckett. Começava a
usar os sistemas mas Kate sabia que ainda precisava de muito treino para
domina-los. Ryan teria adorado esse monte de tecnologias, Castle então! Seu
lado nerd ia simplesmente babar diante disso. Quando percebeu já passava das
sete da noite. Jordan foi o primeiro a arregar.
- Chega por hoje não?
- Acho que sim. Percebi que estou com fome. Quer comer
alguma coisa?
- Não, tenho que ir para casa mas obrigado pelo
convite. Te acompanho até a saída.
Kate pegou suas coisas e seguiu com ele para o
elevador. Puxando conversa, ela falou.
- Stack me contou que você estudou no MIT. Foi um dos
melhores da classe e recrutado logo que deixou a universidade.
- Foi sim, para alguma coisa serviu minhas nerdices.
- Você já pensava em trabalhar para o FBI?
- Sim, sempre fui fã de mistérios e ver personagens
fictícios como agentes apenas aumentou a vontade. Aliás, sou fã de Nikki Heat –
Kate olhou para ele surpresa – é sabia quem você era e apenas pesquisei no
Google para confirmar. Rick Castle é um excelente contador de história. Você
ainda fala com ele?
Ela sorriu.
- Falo sim. A porta do elevador se abriu e eles saíram
em direção à rua.
- Por acaso esse anel é presente dele? – Kate fez cara
de paisagem querendo disfarçar – ah, por favor, não esconda de mim. Sempre
achei que aquelas cenas entre Rook e Nikki eram muito calientes para ser apenas
imaginação.
- Tudo bem, é foi ele quem me deu. Estamos noivos.
- Não se preocupe, seu segredo está seguro comigo. Boa
noite, Nikki. E piscou para ela.
- Boa noite.
Apartamento de Beckett
Kate chegou em casa trazendo alguns materiais do
trabalho. Estava intrigada com o caso e como fora dispensada de Quântico até
amanhã,ela pretendia dedicar-se inteiramente ao caso. Serviu-se de uma taça de
vinho e pegou umas amêndoas e sentou-se no sofá com o tablet na mão. Mal
começara a pesquisar os dados, seu celular tocou. Castle.
- Hey…
- Oi,gorgeous. Já está em casa?
- Cheguei a pouco. Ia começar a trabalhar quando você
ligou. Como estão as coisas em New York? A reunião com a editora foi boa?
- Tudo excelente. Entreguei o manuscrito e amanhã
começaremos a discutir agenda de turnê e programas de tv. Tudo deve ser feito
com antecedência para conseguirmos disponibilidade de agenda. O livro deve ser
enviado para impressão logo após a última revisão se não encrencarem com alguma
coisa. Mas e você? Como você está?
- Tudo bem – mas a voz de Kate não correspondia ao que
ela queria afirmar.
- Eu não acredito em você, sua voz me diz outra coisa.
Está tudo bem mesmo? E o caso?
- Começamos a trabalhar nele, fui liberada por dois
dias do meu treinamento. E não se preocupe, é apenas cansaço e muita informação
nova para assimilar. Ficarei bem.
- Vou fingir que acredito por hora. Volto a ligar amanhã.
Não vá dormir muito tarde.
- Tá bom, um beijo.
- Outro pra você, Kate.
Depois de desligar, ela acabou de comer e beber indo
para o quarto continuar sua pesquisa. Não se demorou muito e adormeceu. No dia
seguinte, por estar livre do treinamento em Quântico, ela foi cedo para o
headquarters. Queria reunir o máximo de informação que pudesse para corroborar
sua teoria. Novamente, ela enfrentou dificuldades. Ao seu modo, ela criou anotações
de próprio punho e manteve a sua forma de trabalhar, arranjou uma sala onde
havia um quadro branco e montou sua linha do tempo como sempre fazia no
distrito. Ao ver o que fazia, um agente resolveu implicar com ela.
- Você não acha que é muito nova para ficar usando
essas práticas antigas? Está perdendo o seu tempo, enquanto escreve e coloca
todas essas informações no quadro, nós descobrimos o assassino. Esse é o século
21, baby.
- Isso me ajuda a clarear as ideias, enxergar melhor
as possibilidades. É efetivo e me mostra pistas, baby – usou o sarcasmo com
ele.
Vendo que não
tinha muita abertura com ela, o cara a deixou sozinha. Jordan juntou-se a ela e
Beckett pediu para ele realizar algumas pesquisas para confirmar suas
suspeitas. Satisfeita com os resultados levantados pelo Jordan, Kate ia
mantendo seus dados do caso atualizados. Queria saber detalhes do exame do
legista e procurou Stack para autoriza-la a ir até o responsável. Ele
consentiu.
Quando voltou, foi chamada para uma reunião a fim de
discutirem o status do caso e suas pendências. Como ainda não era uma agente credenciada,
ela não tinha autoridade para interrogar os suspeitos. Durante a conversa,
Beckett sugeriu a sua teoria. Quase como uma decisão unânime os colegas
desbancaram não acreditando na sua linha de raciocínio. Ela acabou por
descobrir também que um dos motivos porque não aceitaram sua ideia foi o fato
dela mencionar a sua opinião e alguns pensamentos que obtivera da irmã da
vítima. Enfim, as dificuldades continuavam e sua adaptação era complicada. Ela
estava começando a achar que se contaminara demais com o jeito de Castle de ver
as coisas.
Como essa era a última oportunidade de se dedicar ao
caso e por não ter concordado com a linha de investigação que seus colegas
agentes estavam tomando, Kate decidiu permanecer no headquarters até mais
tarde. Não se convencera e estava disposta a provar que estava certa. Elencou o
máximo de informações e provas, não deixara pontas soltas em sua avaliação e
tornara ainda mais solida a sua teoria. Infelizmente, como amanhã voltaria a
sua rotina puxada na Academia, Kate não acompanharia a evolução daquela que
considerava uma pista furada. Levou consigo todo o material, para ela faltava
apenas conectar a arma do crime com uma pista que levava ao seu suspeito.
Ao chegar em casa, foi direto tomar um banho para
relaxar. Após secar os cabelos e arrumar-se com as roupas de dormir foi que
percebeu a ligação perdida de Castle. Retornou o telefonema para ele.
- Castle.
- Oi!
- Estava trabalhando até essa hora?
- Não, eu voltei tarde mas estava no banho.
- Certo, como foi seu dia?
- Normal.
- O que está acontecendo, Kate? Você não me parece
bem. Tudo isso é saudades de mim? Ela riu.
- Em parte sim, sinto falta de conversar com você. O
trabalho está complicado mas não quero falar sobre isso. Amanhã volto ao ritmo
do treinamento, o que é ruim porque somente saberei do andamento da
investigação no fim da tarde quando deixar Quântico e retornar ao HQ. Se não
ficar pressa estudando algo.
- Sei que vai superar isso tudo. De qualquer forma,
estou fazendo o que posso para finalizar as atividades aqui em New York e
voltar para D.C. Também estou com saudades, Kate. Se cuida.
- Você também. Boa noite,Castle.
Dois dias depois, Kate chega exausta da Academia. A
maratona de exercícios físicos e a sessão de tiros acabaram com ela. Nem sequer
cogitou passar na sede do FBI para saber do andamento do caso. Amanhã, como as
atividades do treinamento seriam realizadas apenas na parte da tarde, ela iria
pela manhã verificar se já haviam concluído o caso.
Abriu a porta de casa e foi jogando o casaco e a bolsa
no sofá dirigindo-se ao quarto. Tirou a blusa, a calça e já se dirigia ao
banheiro quando ouviu o assobio. Ela deu um pulo e gritou. Respirou fundo e
virou-se para ele.
- Você é louco? Quer me matar?
Ele se aproximou dela, envolveu seus braços ao redor
da cintura dela. Beijou-lhe os lábios.
- Só se for de prazer - Kate riu e abraçou-o forte.
Voltou a beija-lo caprichosamente e a acariciar seus ombros e braços – alguém
realmente sentiu minha falta.
- Não vou mentir, senti mesmo.
- Está com fome? – ela assentiu – ótimo! Vá tomar seu
banho enquanto preparou algo para comermos. E então, você irá me contar tudo
sobre o caso que está trabalhando e porque está com dificuldades.
Kate fez exatamente o que ele falou. Não tinha pressa
e apenas por ter a presença dele no pequeno apartamento já sentia-se mais leve
por ter alguém para dividir suas ideias e frustrações. Quando retornou já de
pijamas à sala, viu que Castle optara por uma refeição leve. Preparara uma
salada farta de folhas verdes, tomate cereja, kani e manga. Um molho caesar
para acompanhar e uma panela no fogo onde ele esquentava uma minestrone. O
cheiro de azeite e orégano enchiam suas narinas. Ele fizera torradas
improvisadas como uma espécie de bruschetta.
- Hum, está cheirando...
- Não é nada demais. Sente-se. Vamos comer a salada
primeiro e depois tomamos a sopa.
- Gosto desse mimo sabia?
- Eu sei. Você se faz de durona mas no fundo quer ser
bajulada, te conheço Kate.
- Hey, quem tem essa necessidade é você com seu ego
inflado – fez sinal com o dedo indicador – vem aqui. E beijou-o mais uma vez.
Depois do jantar, eles sentam no chão junto à mesa de
centro onde Kate espalhou parte do material do caso que investigava. Antes de
caírem na análise, ela explicou um pouco da frustração que estava
sentindo. Fez um relato do que a
incomodara nesses dias. Como ex-parceiro no distrito, ele certamente entenderia
o que se passava em sua mente.
- Eu não sei, Castle. Os métodos, a tecnologia é a
ferramenta primordial. Telas de led, softwares de primeira, perito e exames com
tempo recorde de resposta comparados com os da polícia. Você ia se sentir em um
parque de diversões ali, se bem que você já teve o gostinho algumas vezes. Meu
ritmo de análise é diferente do deles e percebi que são muito focados em
resultados sem preocupar-se com o lado humano da história, as causas
plausíveis. Eles são muito preto no branco.
- Racionais, você quer dizer. Você também é bastante
analítica e focada.
- Talvez eu tenha passado muito tempo com você. Meu
modo de ver o todo é diferente.
- Vou encarar isso como um elogio.
- E é. Me incomoda o distanciamento deles da vítima e
daqueles que sofrem por ela. É estranho. Começo a achar que a minha experiência
na NYPD, os conceitos que aprendi com o Capitão Montgomery, com Royce, devem
ser esquecidos ou pelo menos deixados de lado em alguns momentos. Tenho que
reaprender a investigar.
- Você não precisa disso. Não precisa achar ou
esconder o que aprendeu e acredita por estar no meio de pessoas que pensam
diferente. Claro que vai conhecer as novas regras, se familiarizar com as
ferramentas. Só que não vai mudar sua essência. O que você é define a detetive
que criou. Você gosta de coisas sistemáticas, reais. Nunca gostou das minhas
viagens, ou pelo menos fingia não gostar. A história é importante, conectar-se
com a vítima também. Às vezes, a chave do mistério está ali, nos detalhes que
ninguém se preocupa em olhar. Você não precisa mudar quem é ou o que acredita.
Tudo é uma questão de ponto de vista. Nem todos podem estar preparados para
esse estilo de investigação. Minha sugestão para você é observe e siga o padrão
porém, não se omita, expresse sua opinião e principalmente não perca suas
melhores qualidades como detetive. Não precisa falar sobre elas, apenas usa-las
e solucionar quantos casos forem possíveis. Sei que vai vencer essa barreira, é
por isso que você está aqui, Kate.
- Acho que tem razão. E como você está de técnicas
investigativas? Ainda pode me ajudar a prender assassinos?
- Você ainda pergunta? O que temos para hoje?
- Não consigo achar uma última peça para ligar a arma
ao meu suspeito. Se você der uma olhada nessa foto... – e juntos eles começaram
a trabalhar no caso. Exatamente como fizeram tantas vezes. A conexão de ideias
era a mesma de sempre, sagazes e complementares. Quebraram a cabeça por um bom
tempo até finalmente encontrarem um sinal concreto. Algumas verificações e
ambos chegaram à mesma conclusão. Ela estava certa desde o início.
- É isso! – vibrou Kate – eu sabia que ele era o
assassino e agora tenho todas as provas. O caso está solucionado. Estava certa,
Castle.
- Eu sabia que sim, gorgeous - Feliz, ela o puxou pela
gola da camisa e tascou um beijo nele – e gosto dessa sua atitude. Vem aqui.
Ele a puxou contra si deitando-a em seu colo e cobriu-a
de beijos. Deixou as mãos agirem bobas pelo corpo dela, provocando carícias,
instigando e voltando a perder-se naqueles lábios tão doces. Ele a ergueu e
colocou-a deitada no sofá. Pressionando seu peso sobre o corpo dela, ele a
beijava. Lábios, pescoço, colo, seios. Kate arqueava o corpo e logo a pele
ficara vermelha. Castle roçava seus dentes no espaço deixado pelo decote da
camiseta de dormir. As mãos invadiam por baixo da camiseta de seda, acariciando
a pele com o tato quente. Brincou com os dedos nas costelas dela fazendo a rir
e contorcer o corpo abaixo do dele. Calou o riso com a entrada da língua ávida
na boca tão desejada. E por um longo tempo, eles ficaram em preliminares até
Castle por fim, arrancar-lhe a calcinha e penetra-la de uma vez.
Satisfeitos, eles descansaram por um tempo até criarem
coragem de ir para o quarto. Quando se aconchegavam para dormir, Castle tirou
da mala um exemplar draft do seu livro e entregou a ela.
- Trouxe para você. Para o caso de mudar de ideia e
não resistir à tentação.
- Obrigada, mas já disse a você que lerei apenas no
lançamento oficial. Vou deixar junto com os meus outros livros.
- Tudo bem. Só que não acredito em você. Vai ceder
como cedeu a pagina 105 de Heat wave.
- Espera! Tem alguma cena assim quente?
- Acho que você conhece bem o escritor para saber a
resposta não? Mas isso não importa já que você não está curiosa para ler certo?
- Certo, isso mesmo – mas a voz dela não soara nem um
pouco convincente. E Castle sorriu ao vê-la mordendo o lábio inferior. Ela iria
sucumbir em algum momento.
Deitaram-se de conchinha e adormeceram.
No dia seguinte, retomaram a rotina. Essa era também a
última semana de curso para Kate e logo estaria oficialmente trabalhando como
agente federal. Após a aula, Kate se dirigiu ao prédio do FBI para saber do
caso. Foi informada por Jordan que o assassino já estava sob custódia do
estado. Ela não ficou surpresa ao saber que haviam prendido o cara errado.
Decidiu procurar Stack e mostrar a sua linha de investigação, as provas e apresentar
o seu suspeito.
Stack ficou bem impressionado e não viu um furo sequer
na avaliação de Beckett. Mandou chamar o agente que efetuara a prisão para
comunicar o que ela descobrira e soltar o suspeito para prender o verdadeiro
culpado. O agente William, que por sinal era o mesmo que tirara sarro da cara
dela quando usava o quadro branco, não aceitou a avaliação dela e chegou a
debochar da sua investigação. Foi aí que Beckett perdeu a paciência.
- Olha aqui, eu não sei onde você aprendeu a
investigar mas apesar dos meus métodos arcaicos, posso afirmar com certeza que
você prendeu o homem errado. Não perderei meu tempo para explicar para você o
meu método de investigação. Stack, você vai verificar o que eu pedi?
- O que é isso Stack? Você vai deixar essa novata
atrapalhar o caso que já encerramos?
- Novata? Posso ser nova aqui no FBI mas já investigo
homicídios a muitos anos. Você tem um inocente atrás das grades! Faça o teste,
Stack. Seu prisioneiro é destro, o assassino é canhoto. Basta reparar nas características
dos golpes. Não poderia ser feito por um destro, cheque com o legista.
- Por favor, acalmem-se. O ponto de Beckett é válido.
Será verificado.
O agente William ficou possesso porém, se controlou já
que Stack assentiu o pedido de Kate e mandou averiguar a informação dela junto
ao médico legista. Beckett aguardava curiosa para ver a reação do outro agente
que a menosprezara. Enquanto esperava já adiantava o seu relatório, certa de
que poderia encerrar o caso.
Meia hora depois, Stack a chamou em sua sala. Quando
entrou, viu o agente William já sentado à frente dele.
- Agente Beckett, sente-se - ela obedeceu - chegaram
os resultados da análise do legista. Aqui está a foto original da autópsia e -
ele virou a tela do monitor para eles - aqui é a simulação das direções das
facadas compatíveis com as marcas deixadas. Esses golpes não poderiam ser
feitos por um destro, foi a conclusão final técnica, portanto o homem que
prendemos é inocente.
Beckett se segurou para não sorrir. Como era de seu
feitio, manteve o profissionalismo. Stack continuou.
- Autorizei a realização da voz de prisão e a presença
imediata do suspeito apontado por você , agente Beckett. Como ainda não pode
interrogar um suspeito oficialmente, a responsabilidade caberá ao Agente
William porém você estará na sala com ele para qualquer consulta visto que a
pista foi seguida e solucionada por você.
Beckett assentiu e fez questão de dar uma olhada fatal
para o seu colega, bem ao estilo Kate Beckett.
Mais tarde, eles entraram na sala de interrogatório e
bastaram dez minutos para arrancar uma confissão do assassino. Caso encerrado.
Stack a parabenizou e agradeceu dizendo que aquele era apenas o começo. Antes
de deixar o local, Kate não conseguiu evitar a alfinetada no agente que
debochara dela. Passando por ele, ela comentou.
- Parece que o velho quadro branco tem sua utilidade
afinal... E pegou o elevador sem olhar para trás onde o agente bufava com o
comentário.
A caminho de casa, ela comprou uma garrafa de
champanhe. Seu primeiro caso merecia ser comemorado.
Apartamento de Beckett
Kate chegou em casa com um sorriso no rosto, chamando
por ele.
- Castle, hey
cadê você? Castle!
Ele se levantou da cama onde deixou o notebook indo
encontra-la na sala.
- O que foi Kate?
Nem bem entrou na sala, foi surpreendido pelo corpo de
Kate que o tomou em um abraço seguido de um beijo. Ela pendurou-se ao pescoço
dele forçando as pernas ao redor da cintura dele. Os lábios ávidos sugavam a
língua sensualmente. Quebrando o beijo, Castle riu ao ver o sorriso estampado
no rosto dela.
- Eu consegui, Castle. Provei que estava certa e
fechei meu primeiro caso. Temos que comemorar.
- Ah... Agora está explicado. E como vamos comemorar?
- Primeiro, champagne e depois quem sabe? Posso pedir
que Nikki assuma o controle...
- Hum... Está começando a ficar interessante.
Ele apertou o bumbum dela e voltou a beija-la.
Caminhou até o balcão da cozinha americana e colocando-a sentada sobre ele,
pegou a garrafa de champagne e serviu a ambos. Brindaram, beberam e retomaram
os beijos e carinhos. Castle desfez os botões da blusa que ela vestia e
acariciou os seios dela com as mãos ainda sobre o tecido do soutian. Beijou o
meio dos seios antes de botar a peça de lado. Com os polegares, roçou os
mamilos dela atiçando-os. Viu-os empinarem e os pelos eriçarem com o toque.
Castle não resistiu mais e abocanhou um dos seios. Depois, deixou a ponta da
língua deslizar ao longo de todo o seio até voltar a suga-lo. Kate gemeu e
estimulou-o puxando a cabeça dele contra si. As mãos desceram para os ombros
onde acabara cravando as unhas sobre a pele dele.
Ele queria mais.
Desfez o botão da calça e puxou-a trazendo também a calcinha. Afastou as
pernas dela e a provou com a boca. Alguns minutos depois, ele a fez ver
estrelas. O orgasmo a atingiu com muita intensidade arrancando gritos e gemidos
dela. Assim que se recuperou, Kate o beijou apaixonadamente. Castle a ergueu do
balcão colocando a sua frente. Pegando a mão dela na sua, ele a conduziu ao
quarto onde fizeram amor.
Na noite seguinte, Kate chegara da Academia e se
debruçara sobre os livros. O exame final teórico seria em dois dias e em
seguida, teria a prova prática. Castle não interferiu sabendo da sua dedicação.
Resolveu analisar algumas agendas que sua editora enviara para sua aprovação.
Kate acabou deitando-se depois da meia-noite.
E a rotina se repetiu no próximo dia. Porém, ela
sentia que precisava dar uma parada e relaxar. Consultou o relógio, duas da
manhã. Foi aí que se lembrou do livro que ele trouxera. A curiosidade e seu
lado de fã falaram mais alto. Na ponta dos pés, ela entrou no quarto e pegou o
exemplar de Deadly Heat. Deitada no sofá, ela se deliciou com o primeiro
capitulo sorrindo. Sentira falta das histórias dele. Controlando a ansiedade,
ela fechou o livro e decidiu dormir. Não daria nenhuma pista do que fizera a
Castle. Para todos os efeitos, ela continuava sem saber como era a nova
aventura de Nikki Heat.
A prova dela em Quântico foi ótima. Tanto a pratica
quanto a teórica. Estava mais tranquila e decidira que precisava relaxar. Combinou
com Castle que passariam o fim de semana desbravando o Smithsonian. Castle
parecia uma criança perdida em meio à estátuas, esqueletos e relíquias de
diversos tempos passados. Depois de horas no museu, eles foram a um restaurante
tailandês. Terminaram a noite tomando um café de frente para o obelisco.
Kate esperou ele dormir para se levantar da cama e com
o livro sentar-se ao sofá para ler. A verdade era que não suportava mais
esperar, queria saber o que acontecia em seguida na história de Nikki. Não viu
a hora passar. Estava entretida na leitura que não percebeu o momento quando
Castle levantou da cama e foi à sua procura. Por uns instantes, ele permaneceu
escorado à porta observando o jeito dela lendo. Kate mordia os lábios,
arregalava os olhos e uma vez ou outra abria o sorriso e deixava escapar uma
risadinha. Não aguentando mais a vontade de mexer com ela, Castle falou
mansinho mas fez Kate pular no sofá.
- Te peguei...
- Castle! Você me assustou...
- Cinco anos e você ainda não perdeu a mania de ler
meus livros escondida... desde o primeiro livro.
- Imagina, isso é mentira.
- Mentira? Esqueceu da vez que te peguei lendo no
banheiro do distrito? Confessa que você não resiste às minhas historias, afinal
é minha fã número um. Não precisa se esconder de mim.
Não tinha como contestar o que era verdade.
- Tá bom. Não consegui resistir. Culpada.
- Então confirma, diz que é minha fã número um,
incondicional.
- Não vou dizer isso pra você ficar se gabando.
- Diz ou vou sumir com esse exemplar...
- O que? - ela arregalou os olhos - você faria isso?
Não acredito, Castle. Isso é golpe baixo.
- Deixa de ser implicante, Kate - aproveitando a
distração dela, roubou o livro escondendo-o atrás de si - Porque não assume
logo que é fã, você pode, afinal é minha musa. Fala de uma vez e pode vir ler
na cama ao meu lado.
- Isso não é justo... - ela se levantou do sofá e colou
o corpo nele provocando-o, querendo desviar sua atenção - se você me ama, não
devia fazer isso - e jogava charminho.
- Nah... Não é assim que você vai recuperar o livro,
diz Kate... pode admitir.
Ela mordiscou o queixo dele mas percebeu que Castle
não cederia se não fosse mais enfática. Ela apertou o membro dele sobre a calça
e arrancou gemidos dele enquanto mordiscou o lóbulo da orelha dele. Desviou a atenção
dele por fim, recuperando o livro e saindo correndo para o quarto aos risos.
- Te peguei! Agora confessa... Você não resiste aos
meus truques especiais.
- Ao contrário de você, admito que sou louco por você
Kate... Louco - e com um gesto rápido, ele a jogou na cama beijando-a
apaixonadamente tirando-lhe o fôlego. Quebrou o beijo e deitou-se ao seu lado -
boa leitura minha musa - virou-se pro lado rindo. Kate suspirou sentindo o
coração bater mais forte. Ajeitou-se na cama porém, antes de voltar à leitura,
ela inclinou-se para beijar o pescoço dele e sussurrar ao seu ouvido.
- Adoro meu escritor favorito, Rick.
Voltou sorrindo para a leitura.
Presente
Às 21 horas, eles deixaram o prédio do FBI para se
colocarem a postos nas áreas indicadas pelo plano da operação. Kate foi a
última a deixar o lugar. Antes, ela foi pessoalmente falar com Antonny. Sabia
que nesse instante, ele precisava de uma palavra de apoio, de incentivo. Ela
sentou-se de frente para ele.
- Sr. Wilson, sei que está com medo, nervoso. É
natural. Quando estiver entregando essas mochilas pense que logo terá sua filha
de volta. É em Sasha que você precisa focar. Através disso que a terá de volta.
Respire fundo e boa sorte. Eu estarei lá perto para assegurar que o seu
pesadelo acabe o mais rápido possível.
- Obrigado, Agente Beckett.
Apertando a mão dele, Beckett deixou a sala.
Exatamente às 22 horas, Antonny parou o carro no lugar
indicado pelo FBI. Visivelmente nervoso, ele respirou fundo e concentrou toda a
sua força e coragem na tarefa que tinha a executar. Pela sua filha. Desceu do
carro trazendo as duas mochilas cheias de dinheiro e seguiu para a lixeira.
Deixou como combinado no local e voltou para o carro. Esperou. Suava e o
semblante demonstrava a preocupação.
Os agentes estavam espalhados pelo lugar, uns
escondidos outros visíveis como transeuntes. Beckett observava atenta qualquer
movimento suspeito. Quinze minutos depois, uma van totalmente negra estaciona do lado oposto à lixeira. Dois
homens encapuzados e armados desceram do carro e dirigiram-se para próximo da
lixeira. Beckett percebeu que eles estavam vestidos completamente de preto e
usando luvas. Sabiam o que estava em jogo. Retiraram as mochilas e abriu uma
delas para certificar que cumpriram o acordado. Satisfeito, eles voltaram para
a van. Ninguém se mexeu de seus postos, esperavam a aparição de Sasha e depois
a autorização de Beckett para agir. De repente, a van arranca cantando pneu,
desaparecendo rua abaixo.
Eles não cumpriram o trato.
Sasha não voltara para casa.
Continua....