sábado, 15 de junho de 2013

[Castle Fic] Searching for the Meaning of "Us" - Cap.1


Searching for the Meaning of “Us”
Autora: Karen Jobim

Classificação: PG-13/ NC-17 se aplicável
Gênero: AU  
Advertências: Angst, drama, Romance – A partir de Watershed.  
Capítulos: 1 de ? 
Completa: [  ] Sim [ x ] Não



Resumo: Kate recebe uma proposta para trabalhar em Washington mas isso pode significar muitas mudanças em sua vida inclusive em seu relacionamento com Castle. Ela está dividida e não tem ideia que Castle ainda ia tornar sua decisão um pouco mais difícil.

Nota da Autora: Essa fic é a minha versão angst para a S6. Ela irá abordar os assuntos de Watershed. Não é o momento para flores. É uma longfic e de certa forma a minha visão diferente, um jeito diferente de contar uma história. Preparem-se para o angst, só peço que sigam a história e não me odeiem, não ainda. Vocês verão pedaços de Watershed aqui e também acompanharão a história por pontos de vista de Castle e Beckett. Vocês sabem que eles não me pertencem, certo? Aqui está minha contribuição para o hiatus. Enjoy!








Searching for the Meaning of “Us”


Confiança. Ou você tem ou não.

Este é um atributo que você demora a conquistar, é preciso galgar cada passo, cada degrau de uma longa escada. É um caminho difícil. Uma vez perdida porém, torna-se fácil esquecer todos os atos uma vez realizados em nome dela. Kate Beckett entendia muito bem como isso era possível. Desde a morte da sua mãe, Kate lutava para acreditar que confiar era algo necessário e possível entre pessoas, sistemas, atos. Quando entrou para a academia de polícia de New York, ela tinha um único objetivo: fazer justiça a sua mãe. Durante seus primeiros anos na corporação tornou-se obcecada por descobrir quem a assassinara, quase sucumbiu à loucura e acabou com sua carreira. Precisou de muita terapia para se reerguer. Perdera a confiança na justiça e com isso ela começou uma nova fase na sua vida.
Construiu um muro ao redor de si para esconder seus sentimentos, fechou-se para as pessoas e decidiu que, se a justiça não estava disposta a ajuda-la, ela iria usar o seu trabalho como policial para trazer conforto a outras pessoas, a outras famílias. Suas vítimas podiam confiar nela. Logo ela despontou e foi promovida a detetive. A mais nova mulher detetive da NYPD. Focada, racional e movida pela sede de colocar assassinos atrás das grades, ela era destaque do 12th distrito. Seu Capitão e mentor orgulhava-se dela sendo capaz de morrer para salvá-la. Em meio a tudo isso, ela permanecia escondida atrás do muro que criou tendo as maiores conexões com suas vitimas.

Então, eis que seu caminho foi cruzado por alguém disposto a desafia-la. Ela nunca esqueceu aquele primeiro caso onde Rick Castle decidiu ajuda-la na investigação. E contra tudo e todos, de uma maneira única, ele passou de playboy milionário e vazio a amigo preocupado, parceiro e finalmente Kate conseguiu deixa-lo derrubar seu muro ao se apaixonar por ele. O início do relacionamento foi tão gostoso, as descobertas, as brincadeiras, os carinhos. A dança de sedução evoluíra para algo mais. Eles funcionavam bem juntos, dentro do distrito e fora dele. Fora feliz durante meses com ele.

Kate, como seu pai dizia bem, era uma pessoa difícil, indecisa e tinha uma mania terrível de se sabotar. Talvez por tudo que já passara, talvez por ser racional demais. Chegou um ponto em que começou a se perguntar qual seria seu futuro com Castle. Não sabia o que realmente eram. E a vida acabou por joga-la diante de uma nova encruzilhada. No momento em que se questionava sobre sua vida pessoal, ela recebeu uma oportunidade especial para sua carreira. Juntar-se ao FBI. Mudar-se para Washington.

E o medo de enfrenta-lo a fez cometer um erro. Por manter um segredo, ela pensou ter perdido a confiança de Castle. Invés disso, fora surpreendida por um pedido de casamento. Ela tinha uma decisão a tomar. Essa fora sem sombra de dúvida a maior decisão de sua vida e ainda assim a mais dolorosa.

Ali de frente para o Washington Memorial, ela relembrava sua jornada tentando convencer a si mesma que a seis meses atrás fizera a coisa certa. Todos os dias, Kate procurava dizer de maneira repetitiva  para sua mente que seu trabalho era importante, que estava ajudando pessoas e fazendo diferença para a sociedade, para seu país mesmo que isso significasse esconder seu coração despedaçado atrás novamente de um muro invisível. Muro que ela sabia não ser capaz de derrubar outra vez.

O celular dela tocou quando limpava uma lágrima teimosa que rolava pelo seu rosto. Stack.

- Beckett.

- Oi, você já está a caminho? O pronunciamento e a divisão de tarefas deverão ocorrer em vinte minutos. Estaremos sob os holofotes dessa vez, não nos bastidores.

- Eu sei. Chego aí em no máximo dez minutos, não me atrasarei.

- Ótimo. Te vejo daqui a pouco.

Ela desligou e suspirou. Tinha um caso importante pela frente. Um caso onde uma vida estava em jogo e uma família dependia dela. O tipo de trabalho que a tornara a investigadora que era. Extraordinária, como Castle um dia a denominara. Maldita hora que ligara a TV para assistir ao Late Show. Se soubesse que encararia Castle e seu novo livro da série Heat, ela evitaria. Agora todos os sentimentos confusos voltaram, vieram à tona como uma explosão forçando-a a encarar a dura verdade. Aquela que lutava para esquecer sem sucesso. Perdera Castle, mas nunca deixou de ama-lo um segundo sequer.

Dera uma última olhada nos nomes ali homenageados e um sorriso triste cruzou seu rosto. Chega de pensar e remoer sobre sua vida. Ajeitou os óculos escuros sobre o rosto escondendo as olheiras e seguiu rumo ao carro. Alguém precisava dela e Kate Beckett não fugiria da sua responsabilidade.


White House - Washington DC


O salão principal onde o presidente dos Estados Unidos recebia a impressa estava cheio. Homens de terno, alguns repórteres credenciados, parte do alto escalão do governo estava ali bem como o diretor-assistente do FBI e vários agentes que trabalhavam com ela.
Kate caminhou determinada a passos largos ficando a postos ao lado de Stack. Próximo ao presidente, ela viu o sub-secretário da Casa Branca acompanhado da mulher que tinha os olhos inchados. Ela conhecia a dor que estavam sentindo, se compadecia dela e entendia por isso estava ali pronta para ajudar.

- Hey, disse que chegaria a tempo.

- Que bom. Ele deve falar a qualquer momento. Lembra quando te disse logo na sua chegada a Washington que um dia haveria o momento que seria exposta ao mundo? Era a algo assim que eu me referia. É a sua hora de brilhar e mostrar porque eu estava certo quando a convidei para aquela entrevista em New York. Brilhe e você será notada. Não há espaço para erros, Kate. Prove do que é capaz. Essa é a sua grande chance.

Ela voltou sua atenção ao pequeno palanque. O presidente aproximou-se do microfone e aos poucos as vozes cessaram. Todos tinham os olhos voltados para a autoridade máxima. Não se tratava de um pronunciamento para a nação, a reunião fora um pedido dele para se certificar que tinha os melhores indivíduos envolvidos nessa missão. Não aceitaria falhas.

- Boa tarde a todos. Como já é do conhecimento de alguns aqui presentes, a filha do meu subsecretário foi sequestrada ontem à noite quando deixava a universidade. Temos razão para acreditar que não se trata de um sequestro por dinheiro mas sim, algo político. Por isso chamei aqui os melhores do FBI, eles poderão nos dizer quem e o porquê dessa ação. Mais importante, confio neles para trazer Sasha sã e salva para seus pais. Quis trazer representantes da impressa aqui porque para que o FBI trabalhe rápido e sigilosamente precisaremos da sua compreensão para não divulgar qualquer detalhe do que será feito nas próximas 72 horas. Os sequestradores ainda não fizeram contato mas espera-se que isto aconteça nas próximas horas. Não há espaço para falhar, conto com todos os profissionais dessa sala para recuperar Sasha. Antonny é meu amigo pessoal a anos portanto vocês compreendem a importância dessa missão que os confio como chefe de estado e principalmente como pai. Não temos tempo a perder. Diretor assistente, você quer assumir daqui em diante?

- Obrigado, Sr. Presidente. Peço que os agentes Stack e Beckett se aproximem – eles andaram até onde o seu superior estava – Sr. e Sra. Wilson esses são os agentes responsáveis pelo caso da sua filha, são os melhores que tenho. A agente Beckett irá leva-los a nossa sede onde conversará sobre detalhes do acontecido e da vida de Sasha com vocês. Contem com o FBI e lembrem-se cada detalhe, por mínimo que seja, é importante.

O Sr. Wilson apenas balançou a cabeça concordando e Beckett se aproximou dos dois para guia-los até o headquarters. Ela os acomodou em uma sala privada e garantiu que eles tivessem água e café antes de começar o seu trabalho. Observando-os pelo vidro, ela mesma estava se preparando. Quem a conhecia sabia o quanto casos de sequestros eram delicados e importantes para ela. Precisava de toda calma e concentração para dizer aqueles pais que sua filha era a pessoa mais importante para ela naquele momento. Salvá-la era sua prioridade, custe o que custasse. Respirou fundo e entrou na sala. Stack observaria do vidro na sala ao lado.

- Olá, sou a Agente Especial Kate Beckett. Sei o quanto esse momento é difícil para vocês mas apenas fazendo algumas perguntas podemos entender o que pode ter acontecido com Sasha.

- Sabe o que estamos passando... sabe? – a mãe elevou a voz entre lágrimas - Esse jargão repetitivo não me impressiona. Você não tem ideia do que é estar no escuro, não saber se sua filha está viva ou morta, se está sendo abusada ou... não me venha com esse papo furado, agente. Você apenas não sabe!

O marido segurou a mão dela tentando fazê-la se acalmar.

- Julia, por favor, acalme-se. Deixe a agente fazer seu trabalho, ela está aqui para ajudar.

- Sra. Wilson, por mais que pareça jovem a seus olhos, eu já estive do outro lado da mesa e não apenas uma vez. Sei muito bem o que está passando e por isso estou aqui. Como alguém que sabe o quão importante é recuperar sua filha e farei tudo ao meu alcance para que isso aconteça – ela virou-se para o marido – Sr. Wilson, sei que a possibilidade de um crime político foi levantado mas é meu dever dar um passo atrás e perguntar Sasha tinha namorado? Algum amigo ou amiga que tenha tido alguma desavença?

- Não, ela estava solteira. Terminou o seu namoro com Josh a três meses. Minha filha é um doce de menina, não tem inimigos.

- O término do relacionamento foi mútuo ou difícil?

- Ela terminou, Josh não aceitou bem. Ela não nos contou o motivo mas como pai sei que ela sofreu nesses meses, parecia estar finalmente superando quando isso...essa tragédia aconteceu.

- Por quanto tempo ela namorou Josh e o quanto vocês o conheciam?

- Cerca de um ano, eram felizes, Josh é um bom menino filho de um empresário do petróleo. Conhecemos a família. De uns tempos para cá, Sasha dava sinais de que o namoro parecia sem futuro, estava confusa sobre o que eles tinham e a faculdade de medicina começava a tomar muito tempo dela, conseguira um excelente estágio na equipe de pesquisa do Washington General, células-tronco. Acho que isso de certa forma ajudou-a a terminar a relação.

- O senhor parece conhecer bem sua filha.

- Ela sempre o procura para receber conselhos – disse a mãe – agente, você acha que Josh pode estar envolvido?

- Temos que examinar todas as possibilidades, senhora. Vamos falar do Sr, consegue ver algum motivo para uma vingança de algum inimigo?

Beckett continuou a entrevista com os dois até estar satisfeita com o nível de informação sobre a vítima. Em seguida, ela e Stack os acompanharam até a sua residência onde uma equipe de técnicos do FBI já estavam a postos e instalaram equipamentos de rastreamento de chamadas e também câmeras especiais dentro e fora de casa. Com a permissão da mãe, Beckett entrou no quarto de Sasha em busca de algo que pudesse enxergar algum motivo que indicasse ou justificasse o sequestro da moça. Vasculhando a escrivaninha, ela encontrou anotações de trabalhos, desenhos de anatomia e uma infinidade de canetas e post-its com recomendações e lembretes de estudo. Quando levantou o risque e rabisque, ela encontrou uma foto de Sasha e um rapaz que julgou ser Josh. Eles pareciam felizes. Ao virar a foto, percebeu a data e uma frase “before everything fell apart”, maio deste ano. Também encontrou um bilhete, no fundo era uma divagação escrita pela própria Sasha, Beckett deduziu. Nela, falava sobre porque as coisas ficaram confusas, porque ele mudara, porque preferia os outros a mim.

- Sra. Wilson, quando exatamente Sasha rompeu com Josh?

- Em agosto – como Beckett imaginara a foto era dos momentos felizes do casal. Elevando os olhos para as prateleiras, ela pode ver os mais diversos livros desde clássicos como Crime e Castigo e Os três mosqueteiros até contemporâneos como Código Da Vinci e Heat Wave...- ela engoliu em seco, não pode deixar de tocar o livro e retirou-o da estante, lentamente acariciou a capa e abriu o livro na pagina da dedicatória. Releu a frase que sabia de cor e sorriu ao perceber que ele autografara o exemplar para Sasha. Tocou a assinatura com a ponta dos dedos. Parecia que fora a tanto tempo porém, para Kate a memória estava viva como se fosse ontem. Sentia muita falta dele. Demais. Suspirou e pediu a si mesma para se concentrar no caso.   

- A senhora se importa se eu recolher algumas coisas de Sasha? Apenas para conhecê-la melhor, prometo que devolvo. Tratarei como evidências – Beckett mostrou a ela o que queria.

- Claro agente, o que precisar. Ainda não acredito que isso está acontecendo com a minha Sasha. Ela é tão maravilhosa, tão competente, se destaca na sua turma, todos gostam dela...ela seria...seria...uma médica brilhante. Oh meu deus... – e desatou a chorar. Kate se compadeceu ao ver a mãe desabar e ajoelhou-se ao lado dela segurando sua mão.

- Sasha será uma excelente médica. Sra. Wilson, no que depender de mim, sua filha voltará para vocês. Não vou descansar enquanto não descobrir o que aconteceu com Sasha. Prometo, tem minha palavra.

- Obrigada, Agente...

- É Kate, só me chame de Kate.

- Kate, obrigada. Beckett apertou a mão dela mais uma vez e voltou para recolher o que julgara interessante. Ao terminar, ela se encontrou com Stack na sala de estar onde foi informada que eles deixariam os agentes William e Robs de vigília com a família. Eles provavelmente estavam esperando interar as 48 horas para iniciarem contato e caso isso acontecesse, eles seriam avisados. Antes de deixar a casa dos Wilsons, Beckett virou-se para mãe e perguntou quem era a melhor amiga de Sasha.

- Rebecca, você quer o telefone dela?

- Sim, por favor. Ao receber um papel das mãos de mãe, sorriu e agradeceu. Na rua, Stack perguntou se queria ir para casa e depois encontrava com ele no headquarters. Ela disse que preferia ir direto. Se viraria por lá.


FBI Headquarters


- Beckett antes de começarmos o trabalho investigativo, você poderia vir aqui na sala? Quero deixa-la a par das informações que conseguimos no estacionamento da universidade.

- Claro. Ela entrou na sala com ele.

- Esse é o vídeo recuperado da câmera mais próxima no estacionamento. À direita você vê o carro de Sasha, o sedan azul. Ela está guardando algo na mala quando a van sem qualquer identificação para atrás do carro dela. Uma pessoa apenas desce e a empurra para o carro. Está encapuzado. A qualidade da câmera é bem ruim e estamos tentando melhorar com o pessoal da técnica. Hora do vídeo: 21:47

- Alguma testemunha?

- Havia dois alunos apenas no momento do sequestro. Estavam longe. Precisamos investigar se alguém notou algo suspeito nas duas últimas semanas, qualquer coisa que levantasse suspeita para o que aconteceu. Devemos fazer isso amanhã.

- Acho que temos o suficiente para começar a traçar uma linha do tempo e características da vida da vítima.

- Sim, passei os arquivos pro Jordan arrumar no computador. Acho que devemos ir para casa. Começaremos cedo amanhã.

- Tudo bem, vou apenas arrumar minhas coisas e entregar umas evidências a Jordan. Te vejo amanhã?

- Boa noite, Beckett. Assim que ele se afastou, ela retornou a sua mesa. Mexeu na bolsa e retirou o saco de evidências, colocando-os sobre a mesa. De frente para o computador, ela começou a fazer suas pesquisas a fim de montar sua linha de investigação. Durante os próximos vinte minutos, ela trabalhou com afinco e ao checar pela ultima vez suas anotações, ela tinha tudo o que queria para se concentrar em Sasha. Ao colocar a última foto no quadro, sentiu-se satisfeita.

Beckett podia ser uma agente do FBI e ter toda a tecnologia de ponta agora a seu dispor, mas não conseguia abandonar o quadro branco. Fora com ele que resolvera centenas de casos, nele aprendera a ligar os pontos, enxergar as conexões e para ela aquele quadro de evidências era uma lembrança do seu tempo na NYPD.

Kate olhava para o quadro procurando entender a história de Sasha. Estudante de medicina, uma das melhores da turma, ambiciosa, rica mas não esnobe. Filha de um figurão do governo. Será que o sequestro estava relacionado a isso? A algum inimigo do pai, a algum projeto dele? No último mês ele fora contra uma negociação entre os Estados Unidos e a Síria. E vetou a entrada de uma companhia árabe em uma licitação para a construção de um sistema de transporte e extração do timio. Isso certamente poderia ter enfurecido algumas pessoas. De um lado do quadro, ela tinha as opções políticas do outro, a opção pessoal. Kate descobrira que John era estudante de jornalismo mas que no semestre passado, trocara de curso. A escolha foi Ciências Políticas. Isso teria algum significado maior?

Havia algo nesse caso que o tornava pessoal para ela. Kate não pode deixar de notar as semelhanças entre ela e Sasha. Os últimos acontecimentos da vida dela. Talentosa, apaixonada e confusa. Dividida entre a vida profissional e pessoal. A exemplo dela, Sasha escolheu a carreira ao namorado. Ela terminou o relacionamento, por quê?

Cansada, ela decidiu ir para casa. Um bom banho quente e café podiam ser os bálsamos para fazê-la sentir-se melhor. O mês de novembro tornava Washington ainda mais cinza que de costume. Sentia falta das luzes da Broadway, dos cafés no Soho e Little Italy. Sobretudo, sentia falta dele. Esse caso pareceu abrir seus olhos e tudo o que via até ali lembrava Castle. Deitada em sua cama depois do banho, ela bebericava uma caneca de café. Esse caso mexera com ela. Provavelmente pelas coincidências entre sua história e a de Sasha. Ela olhou para o nicho debaixo da TV onde estavam os livros de Castle e deitando-se na cama, ela acabou voltando no tempo.


Seis meses atrás...


Beckett chegara ao distrito para interrogar o suspeito daquele que seria por decisão, seu último caso. Estava séria demais os rapazes notaram. Sabiam que algo grave acontecia com ela mas a conheciam suficiente para não pressiona-la. Quando encontrassem o momento certo, a abordariam.

Ao entrar na sala, ela se colocou à frente do suspeito. Respirou profundamente antes de fazer as perguntas a ele. Podia ser seu último depoimento no distrito, mas isso não significava que seria menos importante.

- Eu estava lá, e daí? Eu precisava de um lugar para passar algumas noites.Isso é um crime?

- Não, mas matar uma garota é. O que seu irmão te prometeu, Martin? Respeitabilidade para a ovelha negra? Um lugar na mesa da família? – a tigresa estava de volta porém dessa vez havia um outro clima no ar, a atmosfera era pesada e ainda assim saudosista.

- Eu já disse, nunca vi essa garota na vida. Está perdendo seu tempo.

- Tem ideia de quantas pessoas sentaram atrás dessa mesa e confessaram seus pecados para mim? O que te faz pensar que você é diferente? Que é mais esperto? Você só está nesta sala há 1 hora. Mas esta sala... – ela segurou a fala por um segundo. Até aquele momento não havia se dado conta do que significava o seu último caso no 12th - Esta sala tem sido minha vida...minha casa – a emoção quis pregar-lhe uma peça ao fazê-la relembrar o que vivenciara naquelas quatro paredes, viram assassinos confessos, pessoas desesperadas cometendo erros, sofrera sozinha muitas vezes e erguera-se. Havia muita história ali - Não te deixarei sentar aí e mentir para mim em minha casa – ela puxou uma folha do laboratório e mostrou a ele - Esta é uma digital parcial achada na cena do crime,no sangue da vítima.Bate com a sua, Martin.Ainda estou perdendo meu tempo? – ela sentou-se finalmente - Tenho o suficiente para te condenar.A questão é quantos anos da sua vida irá sacrificar pelo futuro de outra pessoa? Está pronto para fazer um acordo?      

Ao sair daquela sala, Kate estava em um transe. Cada pedaço do corredor e do salão tinha uma história, uma memória. Lembranças que afirmavam o quanto aquele lugar era importante para ela. Era difícil dizer adeus as suas conquistas, a seus momentos de batalha e de tristeza. Ali, ela se sentia uma rainha. Eram suas últimas horas na sua casa. Muitas vezes, sua primeira casa. Kate já decidira o que faria, sua dúvida era se estava preparada para as consequências de seus atos. Teria uma tarefa difícil pela frente. Como dizer a Castle que iria para Washington e que provavelmente isso iria expor muito deles, de sua relação, do significado dos sentimentos de ambos.  Precisavam ter uma conversa séria, na verdade talvez a mais séria que já tiveram até hoje nesses cinco anos. Falar do futuro nunca é fácil, porém quando envolve duas pessoas e seus desejos e sonhos torna-se ainda mais complicado.

Ela pediu aos rapazes para concluírem a prisão e encerrarem o caso. Eles sabiam que havia algo muito errado ou estranho acontecendo. Ela pediu licença a eles prometendo que voltaria e explicaria tudo a eles. Ligou para Castle e marcou de encontra-lo no parque que ambos já frequentaram outras vezes.

Castle notara pela voz que essa não seria uma conversa simples. Nem ele esperava que fosse. Passara as últimas horas pensando em tudo o que vivera ao lado dela, em todas as dificuldades, os riscos, nas palavras da sua mãe mas não deixara de lado os momentos engraçados, as provocações, o sentimento. Como sua mãe podia duvidar do amor dele por Kate? Ele daria a vida por ela. Também sabia que ele não era um expert em relacionamentos. Para ser bem honesto, apesar de ter se casado duas vezes, ambas por impulso, por estar apaixonado, reconhecia que tudo fora festa por um tempo e quando o momento feliz acabava, era a sua deixa para encerrar a relação. Essa era a primeira vez que ele se segurava, que experimentava cada novo momento e tudo por uma única razão: Kate. Ela era realmente a sua metade. Só havia um problema, ela era tão enrolada quanto ele quando se falava em sentimentos, em se abrir, em viver a dois.

Independente do que acontecesse, ele já tomara sua decisão. Esperava que pudesse obter o resultado que gostaria. Era a hora de mostrar o jogo que tinha em mãos, planejado para eles. Sem blefes, sem cartas na manga. Era o seu momento. Estava sentado no balanço aguardando-a.

Kate caminhava ao encontro dele. Vira-o encostado na corrente do balanço. Podia perceber que ele estava tenso, sério. A linguagem corporal não mentira sobre seu estado emocional. Suspirou. Até aquele momento, ela tinha certeza de que tomara a melhor decisão: aceitar o emprego. Porém, ao vê-lo ali a sua frente, saber que estava prestes a comunicar algo que poderia significar o fim de sua relação, sentiu o coração apertar. As passadas decididas de outrora começavam a pesar, a desaparecer dando lugar a um fio de insegurança, de incerteza. Sentou-se no balanço ao lado na direção oposta a dele. Seriam dela as primeiras palavras, afinal antes de qualquer coisa, ela precisava pedir desculpas.

- Sinto muito.Eu não deveria ter guardado segredos.

- É quem você é. Você não deixa as pessoas se aproximarem.Eu tive que arranhar e rasgar por cada centímetro.

- Castle... – naquele momento o aperto no coração foi maior e Kate sentiu os olhos arderem, sim essa era ela, uma concha fechada. Por isso doía tanto aquela conversa.  

- Por favor, deixe-me terminar.Tenho pensando muito sobre nós.Sobre nossa relação, o que temos – ele falava evitando de olha-la porque se ia convencê-la não poderia ver o que se passava no semblante de Kate - Para onde estamos indo – ele sentiu uma emoção maior começar a domina-lo - Decidi que quero mais. Nós dois merecemos mais.

- Concordo – ao responder, uma parte dela pressentia que chegaram a um veredito onde talvez nenhum dos dois conseguiria sair plenamente satisfeito. Suas escolhas pareciam indicar o fim? 

- Então, o que quer que aconteça... qualquer que seja a sua decisão...- Kate engolira em seco, as lágrimas queriam vencer o autocontrole que ela lutava para manter. Estava sendo tão difícil. Indubitavelmente ela o amava, a cruz e a espada, ela ia falar o que decidira quando Castle ergueu-se do balanço - Katherine Houghton Beckett...- ele se colocou a frente dela de joelhos e estendeu um anel, naquele instante seus olhares finalmente se encontraram - quer se casar comigo?

O brilho intenso daqueles olhos azuis roubariam seu chão se não tivesse sentada naquele exato momento. Isso estava realmente acontecendo? Castle acabara de pedi-la em casamento? Ela não conseguia fechar a boca. O coração antes apertado, batia como um cavalo a galope. Ao estender as mãos para toca-lo, Castle percebeu que ela tremia. De uma coisa tinha certeza, ele a pegara desprevenida. Kate tocou as mãos dele, uma lágrima teimosa escapara pelo canto do olho.

- Castle... por favor... oh meu Deus! – não era assim que ela previra essa conversa. Não podia acreditar que em questão de horas sua vida mudara, fizera um giro de 180 graus – Castle sente-se, isso foi... inesperado, não posso responder com você ai de joelhos a minha frente.

- Porque não? É exatamente esse o propósito. Basta você responder – mas ele viu o medo no olhar dela, não podia ser tão simples, não com Kate Beckett. Ela se levantou ficando na frente dele, seu gesto o fez levantar-se também. Cara a cara. Ela o olhou séria. Ainda segurava as mãos dele.

- Eu consegui o emprego. É meu. Vim aqui para dizer a você. Eu quero esse emprego. Estava esperando tudo, brigar com você, celebrar com você, discutir mas você foi além não? Você conseguiu mudar tudo com uma frase. E-eu não consigo te responder agora. Eu... – ela viu a mudança no olhar dele, antes estava sério mas seguro, agora podia perceber um nevoa de tristeza. Era isso mesmo, ou sua imaginação? – por favor, preciso de um tempo para pensar. Entenda que nada disso é fácil e não significa que eu não te ame mas Castle é um grande passo para mim.

- Você já aceitou o emprego?

- Não, não aceitaria antes de falar para você.

- Leve – ele estendeu o anel a ela – pode ajuda-la a pensar. Afinal, não seria a mulher pela qual eu me apaixonei se não pedisse um tempo para digerir tudo isso não? – ela pegou o anel, brincou com ele entre os dedos, Castle percebeu um pequeno sorriso no canto dos lábios. Ela guardou-o no bolso do casaco.

- Obrigada – soltou a mão dele e acariciou o braço dele – te vejo depois. Ela saiu caminhando quando ouviu-o chama-la.

- Kate... – ela virou-se – I Love you...

- Eu sei... – ao virar-se de costas para ele, ela não conseguiu mais segurar as lágrimas. Todas as emoções misturavam-se em um sentimento tão forte, tão intenso que a faziam estar a ponto de explodir. Precisava ficar sozinha, ponderar, pensar. Talvez para qualquer mulher essa seria a resposta mais simples e fácil de se dizer. Um simples sim tornaria tudo real. Para Kate, apenas a pergunta já tornara tudo realidade. Não seria ela mesma se não pedisse esse momento de introspecção. Ele realmente a impressionara ao fazer isso.

Ela chegara em casa e jogara-se no sofá. O rosto ainda marcado pelas lagrimas teimosas. Seu futuro dependente de uma palavra de três letras. Não apenas seu futuro, o dela e de Castle. As oportunidades na vida deveriam vir em ciclos, normalmente era assim que acontecia para todos não? Porque para ela deveria ser diferente? Porque ela deveria escolher entre a carreira e o amor? Aliás, porque ela se forçava a fazer uma escolha?

Esfregou o rosto com as mãos e repetiu o gesto nos cabelos. Levantou-se do sofá e rumou para o banheiro. Um bom banho a ajudaria a relaxar um pouco e colocar os pensamentos em ordem. Tirou o casaco não sem antes enfiar a mão no bolso e tirar o belo anel. Olhou para a joia admirando-a. Era linda e combinava com ela, como a pulseira que ele lhe dera e nunca tirava do braço. Cuidadosamente, ela colocou a joia sobre a penteadeira junto com a pulseira e o relógio. Uma a uma, as peças de roupas foram tiradas e Kate enrolou-se numa toalha. Ligou a água, despejou um sabonete aromatizante de baunilha e a espuma começou a formar-se à medida que ela remexia a água.

Tirou a toalha que a cobria e nua, ela deixou o corpo sentir o calor da água quente toma-la enquanto entrava na banheira. Primeiro molhou o rosto com a água e deixou a espuma misturar-se a pele. Encostou a cabeça na beira da banheira e suspirou. O calor a fez relaxar um pouco. Ao fechar os olhos, o rosto de Castle formou-se a sua frente. Os lindos olhos azuis tão intensos, na expectativa de uma resposta sua diante do pedido. Como ela poderia enfrentar aquele semblante novamente sem magoa-lo? Não, feri-lo estava fora de questão. Mas como saber se eles estavam prontos para essa nova fase? Não havia dúvidas quanto a sentimentos, não precisava de provas para saber que ele a amava e a recíproca era verdadeira. Saber qual seria o seu futuro com Castle era tudo o que a interessava a um mês atrás. Ter essa certeza do que ele imaginava para eles exatamente no mesmo momento em que ela recebera uma oportunidade única na sua carreira a assustava. O pedido a fez pensar se Castle não decidiu por isso para evitar que ela fosse embora. Não! Ele não faria algo assim com ela. A vontade de construir algo a mais com ela era genuína. Havia verdade e sentimento naquele olhar, emoção e nervosismo em sua voz, ela percebera. Por mais que se conhecessem a cinco anos, ela reconhecia que ambos tinham problemas em comprometer-se, em se entregarem realmente de corpo e alma. Entendia o que Meredith dissera a ela a uns meses atrás. Por mais desencanado que Castle parecesse, ele era uma pessoa reservada. Pensando assim soava tão contraditório da parte dela. Fora duas vezes casado, seria essa, a terceira vez a definitiva? Seria para sempre como ela sempre esperava que fosse? Como sonhara um dia?

Sim, por trás da detetive durona existia uma romântica. Além disso, a perda da mãe criara em Kate a necessidade de ter uma família, filhos e ensinar a eles tudo o que aprendera. E Castle, ah ele era um pai maravilhoso disso ela não tinha dúvida. Ela planejava isso em algum ponto da sua vida. Da mesma forma, ela amava seu trabalho. Tinha ambição e esperava um dia ter a sua chance de provar quem era Kate Beckett, mostrar todo seu potencial. Agora a oportunidade batera a sua porta. Era dela. Um cargo federal e um anel. Razão e emoção. Mente e coração. Porque não poderia ter o melhor dos dois mundos? No fundo, Kate sabia que essa não era uma decisão somente sua. Ela precisava conversar com ele. No fundo, adiaram a conversa que deveriam ter mais uma vez. Reconhecia,por uma boa causa.

Kate deixou a banheira e enrolou-se na toalha. Não adiaria a conversa novamente. Suas vidas dependiam disso.


Apartamento de Castle


Ele estava sentado olhando para a tela do notebook. Fazia uma hora que fitava a pagina em branco. As palavras sumiram, pareciam fugir, como ela dele. Certo, Kate não fugira dele. Ela tinha que racionalizar tudo. Não podia culpa-la. Kate não era uma mulher simples, um pedido de casamento por mais especial que fosse não a faria mudar de ideia tão rapidamente. Queria dar esse tempo a ela mas ele ainda não se dedicara a pensar em como reagiria se a resposta dela fosse “não”. Haveria essa chance? É claro que sim, Kate queria o emprego e mesmo que o amasse talvez não desistisse de ir a Washington. Essa era uma decisão que não o surpreenderia porque além da ambição, existia outro sentimento que quase sempre a impedia de querer ser feliz, o medo. Kate Beckett tinha seu próprio tempo para aceitar as coisas que fariam bem a ela. Não conseguia explicar porque, apenas sabia que ela era assim.

Mas e ele? Estava pronto para receber um “não”? Significaria que a relação deles chegara ao fim? Ao aceitar o emprego em vez do pedido dele, significaria que estava tudo acabado? Kate quer o emprego, era isso que ela ia dizer a ele antes do pedido. Ele podia aceitar a importância de um cargo federal para ela mas mudar-se para Washington? Como eles lidariam com isso? Não tinha dúvidas que ela merecia o emprego porém não seria uma decisão egoísta para os dois?

- Hey...

Ele ergueu o olhar e a viu escorada na porta do escritório. Vestia uma simples calça jeans e uma camisa branca. Mantinha as mãos na jaqueta preta. Os cabelos caídos nos ombros. Estava séria. Os próximos instantes não seriam fáceis ele logo percebeu. Kate caminhou até onde ele estava, pegou sua mão.

- Podemos conversar no seu quarto? E já foi puxando-o pela mão em direção às escadas. Lá, ela sentou-se na cama e ele fez o mesmo. Kate suspirou. Sem largar a mão dele, ela tomou coragem e começou a falar – Castle, quando fui ao seu encontro hoje eu queria conversar. Precisamos conversar. Claro que diante do que aconteceu não podíamos fazer isso. Eu fui para casa com a cabeça a mil. Tentei entender porque a vida fez isso comigo. Eu nem sei definir qual sentimento está me dominando nesse momento apenas sei dizer que é algo esmagador, incrivelmente caótico. Castle... você sabe o quanto eu amo o que faço, meu trabalho foi o que me fez superar a perda da minha mãe, foi por ela, para ela que entrei na polícia. Foi assim que você me conheceu, sendo a detetive de homicídios destemida que você passou a admirar e mesmo que não admita me escolheu como musa porque gostou de mim desde o inicio.

- Isso é o que você diz pra se enganar... – ela sorriu.

- Que seja. Foi dessa forma que você aprendeu a ler Kate Beckett. Você mais do que qualquer outra pessoa. Me conhece tanto que me assusta. Você, Castle, entre todos deveria saber o que esse emprego significa para mim. Não é qualquer posição, é algo com o que sonhei durante muito tempo. Eu quero ser uma investigadora federal, uma agente. Sei que posso. E você também sabe. Aceitar esse emprego é ser reconhecida, é quem eu sou. Não posso me negar isso.

- Então é isso? Você vai para Washington... – a afirmação saiu quase como um sussurro que não queria ser dito. Ela sentiu o gosto amargo na boca, estava nervosa e não podia fraquejar.

- Quero ir para Washington porque quero esse emprego. Mas Castle, meu coração é seu. Porque não podemos ter as duas coisas, eu te amo e quero sim ficar com você. Eu esperava tanto por um sinal de como seguiríamos em frente em nosso relacionamento. Você provou querer mais, eu acredito que isso seja a verdade, você me pediu em casamento porque me quer na sua vida, no seu futuro e não por uma possível ameaça de separação. Eu também quero estar no seu futuro. Então, isso sou eu dizendo sim a você, Rick Castle, porém eu preciso ser eu mesma, preciso dizer sim ao emprego. O que você acha? Confia em mim para estar ao seu lado?

- Esse é o ponto não, Kate? Você quer o emprego, quer a mim. Eu espero um sinal, eu espero uma oportunidade. Eu, eu, eu. Tudo é sobre você, sua vida. Seu futuro. O problema é que uma relação envolve duas pessoas. Em algum momento você pensou quão difícil sua ida a Washington pode ser? Para mim, para nós? Relacionamentos à distância são complicados. Você estará focada, dedicada a seu novo trabalho. Treinamentos, novos casos, parceiros. Não sobrará tempo para mim nessa nova etapa da sua vida. Sei disso porque você não se permitirá ser nada além de extraordinária. Você está sendo egoísta.

- Egoísta? Não Castle! Eu errei, admito, ao esconder a entrevista. Errei porque era algo importante para mim mas que afetava a nós dois. Por isso, vim aqui. Para que pudéssemos conversar e decidir. Você também já errou nessa relação, você me fez colocar em cheque meu amor por você quando te disse que não me valorizava. Duvidar se tínhamos futuro mas não por falta de amor. Isso nunca. É a minha chance de ser mais. Você mais do que ninguém devia entender o que isso significa. Sei que podemos dar um jeito, fazer isso funcionar... – ela engoliu em seco, queria muito acreditar nisso, mesmo sabendo que ele tinha boa parte da razão – sei que sim. Podemos dizer sim as duas coisas.

- Kate, não podemos. Quer saber qual o nosso problema? Nem eu nem você tivemos um relacionamento sério, não somos bons nisso. O sentimento existe, meu amor por você é imenso, você é a mulher da minha vida. Estou disposto a fazer qualquer coisa por você, te proteger, lutar, levar uma bala por você mas morar em Washington? Isso faria de mim seu companheiro de quarto! Estamos nos descobrindo como casal, a distância seria um peso muito grande. Eu quero acertar dessa vez, quero que seja pra sempre.

- Companheiro de quarto? Castle você é meu namorado, meu noivo – ela arriscou - Você é escritor, pode trabalhar em qualquer lugar! Porque seria tão ruim me acompanhar até Washington?

- Você respirará o FBI! E eu serei apenas o escritor, não o seu parceiro.

- Agora quem está sendo egoísta...

- Não fui eu quem chegou aqui impondo condições. Você não veio aqui para chegar a uma conclusão comigo. Não Kate, você mesma disse logo de cara que ia para Washington, não me perguntou, somente comunicou. Posso ser uma droga em vários quesitos dos relacionamentos, posso dar muitas ratadas, ser infantil porém você nunca poderá duvidar do meu amor. Mais que isso, meu pedido foi e será sempre sincero. Quero mais, muito mais. A questão é: você quer?

- Castle eu disse sim!

- Você disse sim, mas... há uma condição. O emprego. A mudança.

- Eu acredito em nós, acredito que podemos tentar.

- Nós. Talvez esteja aí a nossa resposta. Qual o significado de “nós” para você? Sei o que “nós” soa nesse exato momento. Eu e você mudando para Washington. Isso é ser “nós”?

- Eu não estou condicionando nada e eu vir aqui e conversar mostra que não estou pensando em mim, estou pensando em nós.

- Está mesmo? Ou procurou o caminho mais simples? Queria que eu aceitasse sua proposta. Talvez até já contasse com o meu “sim”. Se está pensando em “nós”, me diga se colocou em meu lugar? Como seria deixar minha casa, minha família, essa cidade que também sei que você ama por você? Se fosse eu quem recebesse uma proposta para ir a Los Angeles ou Paris produzir um filme ou escrever, você aceitaria facilmente ir comigo? Largar toda a sua vida aqui por mim?

Ela fechou os olhos por uns instantes. Suspirou. Não, ela não fizera isso. Só que não importava realmente naquele momento. Tudo estava mais difícil do que ela imaginara. A tensão no ambiente era grande demais, Kate deixou uma lágrima escorrer pelo rosto. Castle estava também abatido, triste. No fundo, ele detestava estar discutindo, brigando com ela. Porém, naquele momento ele tinha que ser firme e responsável. Precisava mostrar a Kate que tinha seriedade e que estava ali disposto a frustra-la apenas para fazê-la entender que seu futuro era ao seu lado. Ele falou.    

- Olhe pra nós, nos degladiando, acusando um ao outro. Onde está a nossa confiança, nosso diálogo? Nesse exato momento estamos fazendo nossa primeira DR e olhe para nós? Esquecemos o sentimento e deixamos o medo tomar conta criando uma briga de egos. Talvez isso sirva para mostrar nossa imaturidade diante de uma situação crítica. A confiança foi posta à prova no momento que ao invés de sentarmos e conversarmos sobre a entrevista e sobre o possível impacto da mesma em nossas vidas, prefere-se segredos e olha onde as consequências desse ato nos levaram. Se não confiamos um no outro para tomarmos decisões, como poderemos fazer isso funcionar?

- Espere um minuto, você está me culpando por tudo o que está acontecendo? – ela elevou a voz – agora não somos um casal maduro porque eu quis poupar uma discussão, um aborrecimento como esses?

- Droga, Kate! Esse é o ponto! – ele também gritou - Você não me incluiu naquela que é provavelmente a decisão mais importante das nossas vidas! Isso magoa, machuca! Me fez pensar se realmente eu era importante para você, se minha opinião valia alguma coisa. Mesmo assim, eu não posso negar que te amo. Não conseguiria.

- Isso não está dando certo. Estamos gritando, ferindo um ao outro e não chegamos a lugar nenhum. Precisamos dar um tempo, esfriar a cabeça.

- Concordo, precisamos dar um tempo – ele ficou de costas para ela. Estava segurando-se para não chorar de frustração com o que faria em seguida. 

- Eu vou fazer um café – ela disse – talvez nos ajude a clarear as ideias e...

- Não, Kate. Acho que não me fiz entender. Precisamos dar um tempo de nós. Por mais que eu te ame, se seguirmos dessa maneira apenas iremos ferir um ao outro ainda mais. Não é isso que eu sonhei quando me coloquei de joelhos a sua frente e estendi aquele anel. Eu acreditei que nosso amor fosse mais importante que qualquer emprego. Nenhum dos dois está pronto para assumir um compromisso se não conseguimos resolver uma situação dessas sem nos xingar, nos magoar.

- Você está terminando comigo? Está retirando o pedido que me fez?

- Estou. Pelo menos por enquanto, até que tenhamos certeza de que esse é o nosso futuro. Eu já tive nesse papel duas vezes e prometi para mim que se fizesse os votos do casamento novamente, seria para sempre. Eu tenho certeza que com você será para sempre mas você precisa estar pronta.

- Estamos rompendo... – ela falou com a voz embargada.

- Sim, boa sorte em Washington. Sei que você irá brilhar.

- Castle... – ela se aproximou dele e tocou-lhe o rosto – por favor...

- Não torne o momento mais difícil do que já é.... – ela percebeu que ele tinha lágrimas nos olhos. A tristeza tornava os olhos azuis quase mortos.

Kate retirou o anel que trazia no bolso do casaco e entregou a ele.

- Eu sinto muito...

- Eu também por nós dois.

Kate o olhou mais uma vez. Engoliu o choro que insistia em domina-la. Lentamente, ela saiu pela porta do quarto. Ao sumir das vistas dele, ela correu descendo as escadas como um foguete. Estava sufocada, precisava sair dali. Castle permaneceu parado no meio do quarto, sem qualquer reação. Apesar da decisão partir dele, era surreal e ainda assim tão real quanto a dor que sentia em seu peito.

Na rua, ela andava a passos largos. Queria estar o mais distante possível dali. Andava sem direção por New York, apenas caminhava ouvindo as batidas do seu coração e sentia como se uma faca a golpeasse uma, duas, várias vezes. Após quinze minutos de andanças, ela parou. De frente para vitrine, viu o seu reflexo abatido. Afinal se decidiram não? Ele o fez, pelos dois. A raiva a atingiu. Era isso. Ela cuidaria da sua carreira. Pegou o celular e discou. Confirmou o que ele queria ouvir, aceitara o emprego e estaria em Washington o quanto antes. Dali, ela seguiu para o seu apartamento, tinha muito o que arrumar. De manhã cedo ela iria ao distrito.


12th Distrito


Kate respira fundo assim que as portas do elevador se abrem. Ela caminha direto para a sala de Gates. Viu que a capitã estava sentada e concentrada lendo algo. Bateu levemente na porta. A capitã ergueu os olhos do que lia e a viu na porta. Fez sinal para que ela entrasse.

- Preciso falar com a senhora.

- Sente-se Beckett – ela percebeu que a mulher a sua frente estava abatida, abalada – pode falar.

- Senhora, eu consegui o emprego.

- Ah, eu sabia que você conseguiria. – ela conteve-se pois sabia que a notícia não fora de todo boa – é com pesar que deixo a minha melhor detetive ir a Washington. Terei problemas mas eu me viro. Fico feliz por você, Kate. Pena que por mais que eu saiba intimamente que isso era o que queria, você não me parece no clima de comemorações. Nem tudo saiu como você gostaria não?

- Não... – um pouco admirada pela observação da capitã – mas a decisão está tomada. Quero ir a Washington o quanto antes.

- Kate, dê um pouco de tempo a ele, tenho certeza que entenderá o peso da sua decisão. Apenas quero que aceite um conselho para pensar. Às vezes a vida nos coloca diante de obstáculos que consideramos intransponíveis, nos desesperamos e acreditamos por um momento que não somos capazes de supera-los. De repente, abrimos os olhos e o que era uma montanha vira uma pequena pedra no meio do caminho. Porém, nenhuma decisão na vida deveria ser responsável por nos causar dor para sempre, se for assim, algo está muito errado.

Kate não sabia o que dizer. Era como se Gates a lesse como um livro. Ela guardaria aquelas palavras.

- Vou providenciar a papelada para sua transferência. Imagino que você queira falar com Ryan e Esposito.

- Quero sim. Ainda não contei a eles.

- Eles vão gostar da novidade mas seriam bobos se não demonstrassem que não sentirão sua falta. Vá para a sala de interrogatório com eles, é mais reservado.

- Obrigada, Capitã.

- Não me agradeça, você merece Kate.

Ao sair da sala de Gates, ela foi até a mesa dos rapazes. Eles estavam fazendo o relatório do último caso.

- Vocês tem um minuto pra conversarmos? Na sala de interrogatório – eles olharam-se e a seguiram até a sala. Assim que fechou a porta, ela contou a eles o que acontecera. O emprego, a mudança. Quando terminou o silêncio pesou por alguns segundos. Ryan foi o primeiro a falar.

- Wow... FBI. Parabéns!

- É agora está explicado seu estado de nervos. Agente federal. Ninguém merece isso mais do que você Beckett – disse Espo e levantou e a abraçou – acho que seremos somente nós dois agora, bro.

- Sim, trabalho dobrado. Vem cá, me dá um abraço – Ryan abraçou a amiga – você merece tanto. Mas não posso dizer que estou 100% feliz, você fará muita falta aqui. É como se perdêssemos um membro da família. Dois membros! Castle deve estar adorando poder promover Nikki também – ele corrigiu e então percebeu que o semblante dela mudou, o sorriso desapareceu.

- Ele não vai com você.... – concluiu Esposito.

- Não, nós terminamos.

- Kate – Ryan não hesitou em perguntar – você tem certeza que isso é o melhor pra vocês? Ele te ama! Vocês deviam pensar um pouco mais e...

- Não, Ryan. Ele terminou. Não há o que pensar. Está feito.

- Eu sei que é a sua vida mas eu não consigo imaginar você e Castle separados. E pelo seu rosto, vejo que você não está completamente feliz. São muitas mudanças de uma vez só. Cidade, emprego e....quer dizer me preocupo com você, nós nos preocupamos.

- Sim, Kate. Ryan tem razão. Você está bem para enfrentar tudo isso?

- Vou ficar. Não se preocupem, vou me cuidar.

- Quando você vai para Washington? – perguntou Espo.

- O quanto antes. Gates está preparando a papelada e eu preciso fazer as malas e arrumar os móveis deixa-los prontos para quando eu tiver que leva-los para Washington depois que achar um apartamento e...

- Calma... vai devagar – disse Esposito – quer ajuda?

- Obrigada, Espo mas na verdade eu vim me despedir de vocês.

- Então, isso é uma despedida.

- É sim. Claro que vocês serão sempre bem-vindos a Washington mas eu quero que entendam, vir aqui novamente... é difícil para mim. Esse lugar é especial, cada centímetro daqui tem uma história. Não consigo mesmo, são muitas memórias.

- Nós entendemos, Kate – Ryan se aproximou dela – e vou certamente visitar você quando eu e Jenny pudermos, quer dizer, isso depois do bebê nascer e passar o tempo e...

- Bebê? Jenny está grávida? Ah, que notícia boa! Parabéns! E abraça o detetive com vontade voltando a sorrir finalmente.

- Pois é... não resisti já que você vai embora tinha que contar.

- Agora vou embora mais alegre sabendo que você vai continuar lutando contra o crime para tornar New York um lugar mais seguro para sua família. Espo, é hora.

Ela abraçou firme o amigo e beijou-lhe o rosto. Segurou as lágrimas.

- Tenho que ir, se cuidem – ela disse segurando a mão de cada um – não desapareçam.

- Você também, se cuida – disse Espo.

- E pense melhor sobre aquele outro assunto – lembrou Ryan.

Ela sabia do que ele estava falando. Agora, ela não podia pensar nisso. Ryan e Espo acompanhavam enquanto ela sumia das vistas deles pelos corredores do distrito.

- Castle não deve estar nada bem mesmo. Acho que precisamos fazer alguma coisa.                                     


Dois dias depois...


Kate olhava pela última vez para o apartamento cheio de caixas. Era difícil olhar para o vazio do lugar que fora seu lar nesses anos que se passaram desde a bomba que pusera em risco sua vida. Tudo estava encaixotado. Ela levaria consigo duas malas e uma caixa com o essencial para esse primeiro momento. Assim que fechasse a escolha do seu apartamento em Washington, ela mandaria o restante pela companhia de mudanças. Checou o relógio. Seu pai deveria chegar em poucos minutos para leva-la ao aeroporto. Novamente fora bem difícil segurar a emoção. Tivera bons momentos, criara recordações ali. O celular tocou indicando que o pai chegara. Durante o trajeto do apartamento para o aeroporto, ela não falou. Ainda não conversara com o pai realmente mas Jim sabia que a filha estava quebrada por dentro, em um conflito interno que consumia cada pedacinho do seu ser.

No aeroporto, após despachar as bagagens, eles sentaram-se em um café e finalmente eles puderam conversar.

- Como você está filha?

- Ansiosa, nervosa.

- Isso é o que você quer me fazer acreditar, mas você não irá enganar seu pai. Por dentro, você está triste, arrasada. Sei que você quer esse emprego, merece-o. Lutou por ele durante anos e também com Castle. Katie, você está deixando tudo pra trás, porém o que está te incomodando, te consumindo é o fato de você sair daqui brigada com Castle. Eu conheço você.

Até aquele instante, ela não contara ao pai o que acontecera com os dois e nem falara do pedido de casamento. Ele a conhecia e sabia que estava destruída mas não conhecia toda a história.

- Pai, não quero que se preocupe. Eu vou ficar bem, vou superar. Queria que as coisas tivessem sido diferentes. Queria que ele estivesse aqui ao meu lado desejando-me boa sorte e dizendo que me ama. Infelizmente, essa não foi a versão da história que aconteceu – sem olhar para o pai, ela falou sobre o pedido – ele me pediu em casamento, pai. Eu aceitei mas também aceitei o emprego. As coisas não terminaram como eu gostaria e nem da forma ideal. Estar aqui foi a minha escolha. Minha carreira.

Jim tentava assimilar o que acabara de ouvir enquanto Kate bebia alguns goles de café.

- Ele a pediu em casamento? De verdade?

- Pediu. Eu não respondi de imediato, pedi tempo para pensar mas quando voltei a encontra-lo para dar minha resposta nós brigamos, discutimos e dissemos algumas coisas que não devíamos. Terminamos e agora vou para Washington.

Jim ficou em silêncio por uns instantes. Não era hora de falar. Eles se levantaram do café e caminharam até o portão de embarque. Era a hora da despedida. Jim ficou de frente para Kate e preparou-se para dar-lhe um último conselho. Segurando nas mãos dela, falou.

- Filha, essa foi a sua escolha desde o principio. Você sempre quis esse emprego. Entre naquele avião, siga em frente e faça o que você sabe fazer de melhor. Sei do que é capaz, enfie a cara no trabalho e prove que eles estavam certos ao escolherem você. Me orgulhe. Mas Katie, quando a poeira dessa mudança passar, eu quero que se pergunte se você está feliz. Essa é uma pergunta que caberá apenas a você responder.

Ela abraçou o pai fortemente, beijou-lhe o rosto, sorriu para manter as lágrimas em seu devido lugar. Jim acariciou o rosto da filha e sorriu.

- Eu te amo, Katie. Boa viagem e ligue sempre que precisar.

- Eu te amo, daddy.

Ela caminhou em direção ao portão de embarque, a cada passo Kate lutava para não se entregar a emoção e responder à dor que lhe apertava o peito. Quem a visse naquele instante, pensaria que ela estava indo para a forca. Ela seguia de encontro ao seu destino, a sua realização profissional mas as primeiras horas daquela mudança eram de sofrimento, de despedidas, de saudades.

No avião, logo após a decolagem ao olhar New York de cima ela se deixou chorar. Por tudo que aquela cidade representava para ela, as coisas boas, as más e pelo que ficara para trás. Porém, o motivo mais importante era Castle, chorava por não tê-lo ali a seu lado.


Presente


Ainda abraçada aos seus joelhos, ela se colocou em posição fetal na cama e cedeu ao vazio que incomodava seu peito com lágrimas. Kate chorou ao lembra-se de tudo. Há um velho ditado que diz “O tempo cura todas as feridas”, no caso dela a impressão que tinha era de que o tempo simplesmente parara ou esquecera-se de passar e a ferida continuava aberta, sem cura.


Dessa forma, ela acabou adormecendo. A pouco mais de duzentas milhas dali, alguém também sentia-se solidário e abatido, com o coração apertado. 


Continua....

6 comentários:

Paula Teixeira disse...

Simplesmente amei a fan fic. Realmente, é triste para quem ama o casal, as achei super coerente, especialmente com a personalidade de Kate. Ouso dizer que você descobriu o que pode acontecer, porque acho que ela não aceitar assim a proposta de D.C. e aceitar o casamento tão fácil, é complicado. E o produtor e autor já disse que será uma temporada tensa, será de verdadeiros desafios e confirmação desse relacionamento!

Unknown disse...

A princípio fiquei meio estressada com o Castle.. mas confesso que depois até curti a atitude dele.Kate é um pouco egoísta sim e podia ter compartilhado essa proposta com ele, para que os dois juntos chegassem a uma alternativa boa para ambos. Claro que ela deve aceitar a proposta, já q é o q tanto almeja, mas como os dois são um casal, isso poderia ter sido compartilhado e não decidido e comunicado!! Enfim, adorei vê-la sofrendo um bocadinho!!!! kkkkk..
Ansiosa pelo próx capítulo!!

Barbara disse...

Matando todos do coração... E olha que é só o primeiro capitulo... Geez!

Marcia disse...

Nooosa muito bom! Parabéns! Vc devia dá uma "ajudinha" a AM nesta temporada. Enquanto isso... Já ansiosa pelos próximoS capítulos.

Unknown disse...

Juro que por mais que vc me avise antes,eu sempre me surpreendo com vc gosto disto é o que te faz única ao meu ver.Enfim,diante deste 1° cap passou um flash em minha cabeça,do final de temporada incrivel.Ver/ler o casal tão perfeito terminando é de querer ir até Manaus te matar,o anel,o pedido de desculpas,a ligação,Gates,vô Jim,kate sofrendo e Cas também.Ok,desisto de viver!
Parabéns a fic esta demais e eu vou ter calma,não posso te matar geralmente vc me faz chorar e este cap foi um dos varios,que já me fez derrar aquela lagrima danada.Bjs!

larynhapaulista disse...

Oi Karen, demorei para comentar mas faz tempo que li o capítulo.
Amei o início da fic, já me apaixonei pela história.
A continuidade que você deu para o último episódio da série foi completamente diferente da outra e posso dizer que gostei muito mais dessa apesar da DR ter acabado mal.
As despedidas de Kate me deixaram com coração na mão. É bem difícil mesmo.
E Kate já trabalhando em um caso importante de sequestro. É ótimo para mostrar quem é Kate Beckett.