Nota da Autora: Esse demorou a sair. Quero pedir a atenção de vocês para um ponto importante, devido aos últimos acontecimentos no twitter e na vida do nosso suposto "casal", tive que mudar algumas coisas na linha do tempo para criar a minha história, nela não existe gnomo ok? Vai rolar um angst básico mas faz parte da vida certo? Ah, essa fic tá na reta final. Acredito que mais dois capitulos no máximo, talvez somente um. Tudo dependerá da repercussão do Paley de Castle. Enjoy!
Cap.4
Ela olhou séria para o homem a
sua frente. Abrira uma porta perigosa que poderia não ter mais volta. Se tinham
que se arriscar, esse era o momento. Não poderiam ficar protelando o que deviam
conversar. Respirou fundo antes de começar a falar.
- Nathan, eu preciso entender o
que está acontecendo aqui. Quando eu decidi por dar uma chance ao que estava
sentindo tive que ponderar muitas coisas, ir além do que prego, passar por cima
de inseguranças que consideraria natural para qualquer pessoa. O problema é que
não somos pessoas comuns, somos alvos da mídia. A princípio cruzar a linha da
amizade para o algo mais era para mim algo assustador. Uma vez que a cruzei
porém, comecei a perceber que tinha talvez perdido tempo em não faze-la mas
então... – ela passou a mão nos cabelos – eu comecei a perceber algumas
situações que não condizem comigo, conosco. É eu vasculhei seu twitter, vi
fotos, acompanhei sua participação ontem no evento. E me incomodei
terrivelmente com o que vi. Se vamos levar isso adiante , se vamos fazer isso
funcionar, eu preciso de respostas.
- Que respostas Stana? Você
falou, falou e não disse o que realmente quer. Seja clara. O que eu fiz hoje ou
no passado que possa te deixar tão insegura? Tão incerta de seguir adiante?
- Foi talvez o que você não
fez. Me diz uma coisa, Nathan. Como você consegue andar por ai com suas
ex-namoradas? Como pode manter contato? E não me diga que foram rompimentos
tranquilos e que ambos decidiram por isso que essa historia eu não compro. Você
passou por maus bocados quando terminou com a Ochoa que eu sei. Essas pessoas
te fizeram mal, partiram teu coração e você convive normalmente com elas hoje
como se nada tivesse acontecido! Não conheço ninguém que mantenha contato com
as exs, ninguém que saia com elas normalmente – ela andava de um lado para o
outro, nervosa. Ele estava entendendo onde essa conversa poderia chegar – e hoje...
pode me chamar de paranóica mas eu vi os tweets da Ochoa, pareciam querer
alfinetar alguém.
- Stana, você mesma disse são
ex. Fazem parte do passado.
- Como fazem parte do passado?
Você vive falando com elas, saindo. Como posso acreditar que não rola nada,
pelos velhos tempos? Eu não sei. Não estou bancando a ciumenta aqui quero
apenas um resposta. O que temos é suficiente para que eu confie que voltas ao
passado não acontecem? Como você nos denominaria Nathan? Temos muito em jogo
para arriscar.
Ela olhava para ele
intensamente. Estava visivelmente nervosa. Nathan sabia o conflito que ela
vivia internamente e também tinha visto em seu semblante a insegurança e o
medo. Na mente de Stana, a pergunta martelava: e se eu fiz a coisa errada? Por
causa disso, ele decidiu ir devagar, explicando cada uma das dúvidas que ela
tinha e então deixar claro o que ele queria.
- Tudo bem, é um pouco difícil
ver certas coisas e ficar numa boa, entendo. Sim, mantenho um relacionamento
pacifico com as minhas ex, antes de serem namoradas foram amigas. Admito que
muitos não entendem isso mas não há sentimento não do tipo que você insinuou.
Você me diz que estava pesquisando sobre mim, Stana sinto lhe informar mas isso
é típico de alguém com ciúmes e tudo bem, quando se gosta ciúme é um tempero
gostoso para qualquer relação desde que não seja exagerado.
- Esse é um ponto interessante.
Todas as suas exs foram suas amigas antes, como posso saber se o mesmo não vai
acontecer comigo? Que serei apenas mais uma conquista para o bachelor Nathan
Fillion?
- Acho que você está esquecendo
um ponto importante. Nós concordamos em manter tudo em sigilo, então como
espera que eu não fale com elas ou aceite convites para festas e outras
atividades?
- E por acaso você não pode
usar a imaginação? Inventar uma história ou desculpa? Diga que tem compromisso,
está doente, sei lá, você é bom em dar desculpas. Porque sempre tem que
aceitar?
- Ok, vou fingir que não ouvi
isso porque vai ser melhor assim e sei que você está nervosa. Deixe-me
continuar. Eu mantenho minha posição. Stana minha vida é um livro aberto e não
tenho nada a esconder. Você quer saber o que somos? Vou responder. Somos duas
pessoas extremamente teimosas que lutam e buscam por qualquer chance de sabotar
uma relação que está bem na frente deles! Quando você me questionou a primeira
vez e decidimos seguir adiante, arriscar, eu pensei que você havia perdido esse
medo. Na minha visão somos um homem e uma mulher que possuem uma química
incrível, nos completamos em gênios, gostos e atitudes. Somos ying e yang.
Somos bons na cama e fora dela. Não se trata de sexo ou ficar e curtir. Sim,
estamos experimentando algo um pouco novo mas temos feito essa dança por tanto
tempo que cada momento após assumirmos nossos sentimentos parece natural. Para
mim, somos já um casal. Você não é mais minha amiga, minha parceira de cena,
gostaria de chamar você de minha namorada – ele parou de falar por uns segundos
ganhando fôlego para aquele que seria o momento da verdade, percebeu que ela
prendera a respiração – podemos ser grandes e maravilhosos juntos, a questão é
você está pronta para isso, Stana? Ou vai deixar o medo domina-la uma vez mais?
- Você não pode fazer isso... –
a frase saiu quase como um sussurro – não pode jogar a decisão para mim se não
está disposto a levar isso a sério.
- Não estou? Você não ouviu o
que disse? Como pode dizer que não estou levando o momento a sério? Eu tenho
total intenção de assumir o que estamos vivendo. Quero você como minha
namorada. As outras são passado, Stana. É você, sempre foi você. Não é de hoje,
não tem ligação com o que está acontecendo na temporada com as nossas
personagens agora. Eu já queria isso desde a segunda temporada são três anos,
Stana. Então não diga que eu não estou levando isso a sério.
Ele estava vermelho. Os olhos
azuis brilhavam fixos nela. Foi quando ele percebeu as lágrimas formando-se nos
olhos dela. Droga! Ele a pressionara demais. Tinha que se redimir, tinha que
pedir desculpas, o que para ele soava estranho pedir desculpas por ama-la, por
querem muito mais? Porém sabia que era assim que funcionava com Stana e se esse
era o único meio de conseguir faze-la entender o que significava para ele,
então que seja exatamente assim.
- Stana... – mas ele não teve
tempo de continuar o seu pensamento, ela avançou até ele arrebatando seus
lábios contra os dele num beijo, que Nathan podia afirmar, apaixonado. Segundos
depois, ela se afastou.
- Nate... desculpe, oh meu
Deus, desculpe. Eu sou uma tonta mesmo.
- Não, você não é tonta, você
tem razão em várias coisas. Atravessar essa linha tenue entre amizade e
relacionamento amoroso é difícil para nós dois. Porém, acredito que podemos ser
mais. Muito mais.
- Posso te pedir uma coisa? Não,
duas!
- É claro!
- A primeira é que não vou
proibir você de falar com seus amigos e suas supostas amigas mas poderia
evita-las, por mim? E a segunda é que ainda quero manter sigilo do nosso
relacionamento. Apenas para continuarmos no anonimato e aproveitando todos os
momentos possíveis.
- Sim e sim. Acho que merecemos
esse tempo a sós e somente nosso. Mas promete que não vai mais entrar em
parafuso sem antes ter certeza do que está acontecendo ou pelo menos falar
comigo?
- Tudo bem. Vem – ela pegou a
mão dele – vamos dormir. Estou cansada hoje...
- Hum... que tal uma massagem?
- Não vou recusar...
XXXXXXXX
O trabalho continuava tomando a
maior parte do tempo deles. Entre brincadeiras no set e momentos de muito
desgaste, Nathan e Stana mantinham o relacionamento ativo e melhorando a cada
dia. Muitas vezes nem conseguiam se ver e conversavam por telefone ou mensagem.
No final de semana ou alguns dias que saiam um pouco mais cedo do trabalho,
arriscavam-se a passar um tempo juntos seja no apartamento dela ou na casa
dele.
Por incrível que parecesse, nem
sempre eles corriam para cama. Havia no relacionamento algo tão doméstico que
muitas vezes passavam o final de semana fazendo diversas coisas juntas. À
noite, era muito comum sentarem-se no sofá para ver tv, ou ela deitava a cabeça
no colo dele para ler enquanto recebia carinhos em seus cabelos ao mesmo tempo
que assistia ao jogo de hockey do seu time do Canadá.
Nathan gostava de mima-la e
sempre que podia encomendava algo para jantarem ou preparava um café especial.
Ela retribuia como achava que deveria. Deixava bilhetinhos no camarim dele, bom
dia no espelho de casa com batom. Gestos tão simples mas que representam tanto
a intimidade de um casal. Talvez por se conhecerem a um bom tempo isso torne-se
parte de uma rotina como a de servir canecas de café um para o outro igual a
seus personagens.
Numa dessas noites, Stana
estava no quarto secando o cabelo e Nathan no ipad checando o twitter. Ele
recebeu um recado de Ochoa convidando-o para um evento. Imediatamente, ele
mostrou para ela o que acontecera.
- Leia – ele esperou para ver a
reação dela – o que quer que eu escreva?
Ela mordeu o lábio e franziu a
testa. O fato dele estar perguntando o que dizer, mostrava um outro lado dele
que não conhecia ainda. Isso animou-a.
- Diga que gravará até tarde.
Você sabe responder de maneira enigmática. E de modo que ela entenderá. Ser
direto não soará tão bem.
- Tudo bem – ela o viu teclando
rapidamente – prontinho. Sem evento na companhia de ex. Aliás ela está viajando
logo, vai pra Europa, Espanha acho.
- Ótimo... obrigada, Nate. Ele
apenas piscou para ela.
Eles não se viam a três dias
mas falavam-se por mensagens. Stana tinha uma semana bem puxada, ela ia a um
evento da universidade onde estudou pois seria homenageada, além disso quase ao
final da semana, tinha uma premiere para comparecer. Como optaram por manter
sigilo, obviamente não poderia ir com Nathan ao evento apesar de ter
demonstrado o quanto estava feliz pela homenagem mais do que justa que ela
receberia. Eles se encontraram na casa dele entre um evento e outro e Nathan
não pode deixar de implicar com ela.
Acabavam de jantar e Stana
saboreava um pote de sorvete de macadâmia no sofá enquanto ele preparava um
café. Assim que trouxe as canecas numa bandeja para perto deles, sentou-se ao
lado dela e Stana deu uma boa colher para ele na boca.
- Agora me conta, que história
foi aquela de quebrar regras na faculdade? Arriscar sua carreira, tudo em nome
da arte? Estou impressionado. Você não inventou essa história só pra dar um tom
mais interessante ao seu discurso certo? Realmente aconteceu?
- Sim, realmente aconteceu.
- Ótimo! Então desembucha. Quem
era o tal professor que salvou sua pele? Sério, deve gostar muito de você ou
será que teve uma troca de favores? Rolou sentimento? – ela ficou vermelha –
acertei! Oh meu Deus, você dormiu com o professor! Ou devo dizer teve um caso
com ele? Por quanto tempo?
- Nathan não é nada disso. Você
distorceu tudo, entendeu errado – mas ela não conseguia disfarçar, sequer
olhava para ele.
- Staninha, não negue. Seu
rosto te denunciou. Não vou ficar com ciúmes na verdade acho sexy mulheres que são
ousadas a esse ponto. Ter um caso com seu professor universitário e eu achando
que sabia tudo sobre você. Vamos confesse... não me deixe nessa agonia.
- Tá, eu admito. Satisfeito?
- Não totalmente. Me diga foi
one-night stand para garantir sua permanência na faculdade ou algo mais
duradouro. Espera, deixa eu adivinhar. Você não faria isso. É mais o tipo que
ao apostar quer que dure um pouco pelo menos. Não consigo ver Stana Katic tendo
apenas uma noite tórrida de sexo como uma espécie de favor.
- Hum... isso está ficando bom.
Quer dizer que não acredita que eu seja capaz de me aventurar apenas uma noite?
Ah, Nathan, você pensa que me conhece mas no fundo não me conhece mesmo. Não
tem ideia do que eu já fiz, eu ao contrario de você mantenho segredo. Não
espalho aos quatro ventos o que fiz ou deixei de fazer.
- Oh... sério? Está ficando
cada vez melhor. Que segredos são esses, Stana? Adoraria saber.
- Você disse bem, no tempo verbal
correto. Adoraria saber – ela se levantou do sofá e tomou um último gole da
caneca de café – vem, vamos deitar porque amanhã as gravações são bem cedo.
Temos que estar no estúdio às seis da manha. Você ouviu as recomendações da
Terri.
- Tudo bem, fuja. Acho que está
na hora de fazer uma busca no meu amigo Google. Você não perde por esperar
Stana Katic.
- Fique à vontade. Como disse
antes, não fico postando vídeos das minhas dancinhas nas festas nerds.
- O que?
- Você me ouviu bem. Não se faça
de desentendido.
- Sério, do que você está
falando? – ele realmente não lembrava, postam tantas coisas ele na rede que
talvez nem tivesse visto o que ela estava se referindo – ei, por favor, me
conte. O que você descobriu? – ela já estava tirando a colcha da cama
calmamente. Sabia que ele estava em agonia por não saber do que ela falava –
Stana... não faz isso, me conta – indo para o seu lado da cama, ela deixou o
celular na cabeceira para carregar e deitou-se na cama como se nada estivesse
acontecendo. Ele tirou o roupão e meio contrariado deitou-se ao lado dela,
resmungando sozinho – porque você gosta de me torturar?
- Funciona toda vez, como um
relógio. Você sempre cede e leva a sério a provocação. Me dá seu ipad.
- Pra que? Vai me humilhar
mostrando algum momento embaraçoso da minha vida? Não obrigado.
- Nate... não haja como o Castle.
Deixa eu mostrar um negócio para você – ela acariciou o peito dele e olhou
manhosa esfregando o nariz no rosto dele – por favor, confia em mim –
suspirando ele entregou o aparelho a ela. Stana começou a teclar e alguns
movimentos depois, ela achou o que queria – achei. Ok, agora me explica porque
você nunca dançou assim para mim?
Ela esticou o braço para que
ele visse a tela e apertou o play. O vídeo começou e Nathan se viu rebolando em
uma festa no inicio de julho, um encontro nerd. Com ele estava Christina. Nossa,
nem ele havia visto esse video. Quem poderia ter filmado? Apostava em Zachary.
Hum, isso levantou suspeitas ou ela realmente estava com ciúmes.
- Eu nem tinha visto isso. Como
você achou?
- Nada que o google não ajude,
eu só tive que juntar algumas palavras como Nathan Fillion, nerd, comic con e
encontrei. Muito fácil mas você ainda não respondeu minha pergunta. Porque você
nunca dançou assim para mim e nem Castle pra Beckett? – a carinha dela era da
típica namorada manhosa esperando ansiosa por uma resposta. No fundo, Stana não
estava cobrando nada dele. Queria saber se ele consideraria isso. Claro que também
não gostara da presença de Ochoa ali mas era quase inevitável já que ela sempre
participava desses eventos nerds.
- Quanto a Castle, você deve
perguntar ao Marlowe, já quanto a mim. Bem, nós estamos realmente juntos a
pouco tempo não? Se você quiser, temos chance. Mas de verdade, você gostou
disso? Ou está tirando sarro da minha cara? Não minta pra mim, Stana.
- Não estou tirando sarro,
sério – e começou a rir – eu gostei de verdade. Achei bonitinho – ria e tocava
instantaneamente o braço dele – você tem ginga, Nate.
- Então porque está rindo? –
ele ficara vermelho.
- Ah, você está envergonhado!
Ainda mais fofo – ela puxou o rosto dele e o beijou ainda sorrindo – quem te
ensinou esses passos?
- Porque ainda tenho a sensação
de estar me gozando? Acho que não devo responder sua pergunta...
- Ah, Nathan! Não seja assim.
Estou falando sério quando digo que achei bonitinho quer ver? – ela se levantou
da cama e ficou de pé, começou a imitar os movimentos que fazia no video – é
mais ou menos assim? Pode me ensinar? – ela rebolava bem mais sensual que ele e
Ochoa no video, apenas de ver Stana dançando, ele já sentiu uma pontada na
virilha. Ele se levantou para se unir a ela. Segurou-a pela cintura e começou a
ajuda-la nos movimentos. Automaticamente, Stana se deixou inclinar no corpo
dele provocando. Nesse momento era uma dança de sedução apenas uma forma de
provar para ele quem estava no comando das ações dele. Nem amigos, nem ex. Ela
detinha o controle.
Stana continuava sua dança e
mesmo sem música o clima estava formado. A tensão no ar era palpável. Ela virou
o rosto para esfregar os lábios na pele dele até roubar-lhe um beijo rápido. Deixou
a mão buscar a nuca dele e Nathan rebolando com ela passeava com uma das mãos
pelo corpo dela. Stana gemeu e tornou a perguntar.
- Me diga, Nate... quem te
ensinou esses movimentos?
- Justin Timberlake... – ele
sussurrou ao ouvido dela.
- Mentiroso... – ele mordeu o
lóbulo da orelha dela – ah!
- É verdade. Pode perguntar a
ele, tive algumas aulas – ele a abraçou completamente agora mas Stana
aproveitou para virar-se na direção dele para fitar aqueles olhos azuis que ela
percebera estavam com as pupilas semidilatadas.Roçou seu nariz ao dele e
sorrindo voltou a provocar.
- Ele parece um ótimo
professor, você acha que ele me daria algumas aulas? Sou uma excelente aluna.
- Se eu considerar a opinião do
seu professor de teatro, tenho certeza e exatamante por isso não deixarei
Justin chegar perto de você. Não mesmo! – ele a puxou contra si pela cintura
com um sentimento de possessão.
- Hum, você está se sentindo
dono Nate? Isso é estimulante. E excitante.
- Mesmo? – ele estava crente
que toda a provocação estava a ponto de se transformar em uma explosão de ações
e prazer.
- Então se não posso ter aulas
com Justin.... – mordiscou o queixo dele – de agora em diante, você só poderá
dançar assim para mim, de acordo?
- Posso viver com isso...
- Ótimo! – e tão repentino como
ela começara a provocação, ela terminou. Afastou-se dele e sorrindo voltou a se
sentar na cama.
- Espera.... o que foi isso? –
Nathan estava chocado.
- O que? – Stana disse se
fazendo de inocente e segurando o riso.
- Como você faz isso? Me atiça
e me deixa em um estado digamos .... complicado e senta na cama, tranquila como
se nada tivesse acontecido? Você quer me matar, Stana? Eu...é....
- Relaxa, Nate. Agora que já
sei de onde vem seus truques de dança, você pode ficar mais calmo. E nada de
dançar para outras, deu sua palavra. Se preferir, sugiro uma chuveirada, fará
bem a você. Depois, deite aqui ao meu lado, está frio. Preciso de calor para me
aquecer.
- Mas... mas – ele estava
agoniado não acreditando que ela fizera isso com ele – isso vai ter volta!
- Isso é uma ameaça, Nate?
Porque se for imagine a seguinte situação: um mês sem – ela apontou para si
mesma – euzinha, na seca.
- Quem está ameaçando quem?
Arff... – e saiu bufando para o banheiro enquanto ela se segurava para não rir
na cara dele. Quando ele voltou ao quarto, ela estava enrolada no edredom com
um livro na mão. Ele estava disposto a não dar atenção a Stana. Porém, assim
que virou as costas para ela, sentiu a mão adentrar por baixo da camisa do
pijama, roçando as unhas levemente na pele dele. Pode sentir a respiração dela
próxima ao seu pescoço. Então, já estava pedindo arrego? Se tinha algo que
Nathan se surpreendera sobre Stana era o fato dela ser, como poderia dizer, bem
animada em matéria de sexo, é meio taradinha. Ficou quieto a fim de ver até
onde ela iria.
Stana grudou o corpo no dele
buscando por calor, respirava nas costas dele e em instantes ele percebeu que o
ritmo da respiração mudara. Ela adormecera. Nathan sorriu. Nem tudo era sobre
sexo entre eles.
Dois dias depois, eles estavam
filmando o sexto episódio da temporada. Como tinham sido mais rápidos em alguns
ensaios e gravações de cenas, a próxima hora estavam de folga para que a equipe
técnica trabalhasse no cenário das próximas tomadas. Por não ter nada para
fazer, e muito empolgada com a última cena filmada, Stana resolveu cutucar
Terri via twitter para passar o tempo e também se conter para não colocar
spoilers na rede. Terri entrou na brincadeira e instigou Stana que culpou
Andrew por vigia-la e não deixar que desse spoilers para o fandom.
E para variar os fãs foram à
loucura. Ela largou o ipad e foi buscar um café. Nathan aproveitou a folga para
resolver uns problemas de agenda. Terri se juntou a ela na mini copa. Sentou-se
na frente dela.
- Você não tem jeito hein
Stana? Tem que ficar provocando os fãs na internet?
- Não estava provocando,
aproveitei para dar uma olhada no que estava rolando nas redes sociais –
fazendo cara de inocente – nada de mais.
- Só se não te conhecesse,
Stana. Você não me engana. Não é de hoje que venho acompanhando sua pequena
aventura pelo twitter. O que está acontecendo? Você está aprontando alguma ou
você acha que engoli aquele “amasso no taxi” e o tal “no es un beso, es EL
BESO”? Você está pegando ou namorando alguém e meus instintos tem uma
inclinação para apostar em uma pessoa.
Stana arregalou os olhos e por
instinto gargalhou. Não era deboche, era nervoso mesmo. Se tinha alguém capaz
de sacar o que estava acontecendo, essa pessoa era Terri. Precisava reverter a
situação antes que desse mais bandeira.
- De onde você tirou isso?
Doido! – e virou-se de costas para Terri fingindo que pegava mais café – estava
zoando uma pessoa, a Monica, minha amiga com o lance do taxi. E Beso é um
restaurante muito bom por sinal, você e Andrew deviam experimentar – já um
pouco recomposta, ela virou-se para Terri novamente mas a coisa não parecia tão
simples como ela imaginara. A produtora estava de braços cruzados olhando
clinicamente para Stana de cima a baixo procurando alguma evidência para
constatar sua teoria.
- Sei que você está mentindo e
já que não irá contar para mim, por hora vou deixar quieto mas tenho uma
proposta para você envolvendo redes sociais. Estive pensando,como a season
premiere estréia após o Canadá e conhecendo bem o nosso fandom maluco, não vai
sobrar muita gente para assistir o episódio na segunda. Mas se dermos um
atrativo para eles quem sabe não revertemos a situação?
- Ainda não entendi onde quer
chegar, Terri.
- Já que você anda muito
antenada e adorando passar um tempo no twitter, podiamos fazer um evento
durante a exibição da premiere. Live tweeting. Você, eu, Penny, Nathan e
convidamos Lisa e os outros para participar. O que acha?
E agora, ela pensou. A ideia
era excelente para promover a série e interagir com os fãs mas isso podia ter
consequências perigosas para ela e Nathan. Como iria dizer que a ideia de Terri
não era boa quando ela mesma adoraria comentar como uma boa fangirl as cenas
desse episódio? Haveriam complicações certamente. O que Nathan pensaria sobre
isso? Percebeu que Terri a observava, droga não podia dar bandeira.
- Qual a ideia, comentar o
episódio? Porque você já imaginou todos nós online ao mesmo tempo? Não há
internet que aguente e além do mais, nem sabemos se todos topariam.
- Isso você deixa comigo. Vou
organizar as coisas da forma que teremos controle da situação e faremos bem aos
fãs promovendo o show. Mas Stana você é a principal. Essa premiere é sobre
você. Todos os outros podem dizer não. Então, o que vai ser?
- Aceito. Acho que faremos um
bom trabalho.
- Excelente. Vou verificar umas
coisas e discutir com Andrew sobre quem deve fazer par com quem e volto a
conversar com você – Terri se distanciou mas já na porta, voltou-se para ela
- e não pense que esqueci nossa outra conversa,
Stana.
Com a saída de Terri, Stana
ficou pensativa. Teria que conversar com Nathan sobre o que a produtora acabava
de sugerir. Claro que não via mal algum em promover a série na internet
especialmente sabendo que a maioria do elenco iria gostar. Porém, ela se
conhecia bem a ponto de saber que poderia extrapolar os limites do senso comum
nos comentários, especialmente pelos momentos de intimidade de Castle e Beckett
nesse episódio. Porém, ela não podia ficar contra a ideia por duas razões: ela
era a pessoa mais shipper do elenco e segundo que Terri já estava desconfiada
que algo estava acontecendo. Ela e Nathan não poderiam estar fazendo
comentários juntos durante a exibição, se conhecia o bastante para não passar
por isso. Ela não se controlaria e acabaria mexendo com ele. Definitivamente,
teriam que conversar.
Um dos técnicos veio chama-la.
Recomeçariam as filmagens.
Mais tarde durante uma nova
parada, ela passou pelo escritório de Terri e a viu conversando com Marlowe.
Novamente se lembrou que precisava falar com Nathan, o que faria ao final do
dia ou mesmo em casa. Stana tinha razão, nem mesmo Terri gostaria de colocar os
dois comentando o episódio no mesmo horário.
Terri explicou sua ideia ao
marido que aprovou a ideia mas perguntou como seria a divisão das pessoas.
- Bem, pelo cronograma de
gravações sabemos que alguns não poderão participar. Mas definitivamente se
queremos pulverizar e conseguir impactar a audiência não podemos colocar Nathan
e Stana comentando no mesmo horário, são eles quem puxam os fãs e podem ajudar
nos números. Além disso, não sei se é seguro ter os dois juntos.
- Do que você está falando?
- Tem algo estranho no ar.
Stana pensa que me engana mas ela não perde por esperar. Vou pressiona-la no
momento certo – Andrew percebeu que a esposa estava sendo um pouco misteriosa -
De qualquer forma, tenho a seguinte proposta: traremos Stana, Lisa e Penny no
horario da East coast e podemos colocar Nathan e Molly no segundo horario.
Seamus e Jon não poderão participar, estarão gravando.
- Você não acha que trazer a
Lisa e a Stana juntas pode sugerir uma preferência dos fãs em optar pela costa
leste? Lisa tem muitos fãs que herdou de House...
- E o que você está sugerindo
que elas vão pesar mais na audiencia que Nathan? Não concordo. O que pode haver
é uma preferência por Stana pelo fato de sabermos que ela adora um spoiler e
que no fundo é tào shipper quanto os fãs. Será uma espécie de “girls night”.
Não pense que eu não me preocupo com o que ela possa falar, ainda mais se eu
levar em consideração seus últimos tweets. Vou monitora-la e orienta-la porque
certamente será bombardeada com perguntas capciosas dos fãs.
- Acho que você já sabe o que
precisa fazer e como a ideia foi sua, confio que só teremos bons resultados.
- Eu aviso se precisar da sua
ajuda para convencer alguém. Farei a proposta na próxima semana pois também vou
conversar com alguns contatos da imprensa para divulgação em mídia virtual.
Entre reuniões e trabalho,
Stana mal teve tempo para pensar em outros assuntos, seja sua dúvida com
Nathan, Terri. Teve que se desdobrar em eventos ficando sem estar na companhia
dele por quatro dias seguidos. Na noite passada, ela foi a premiere de Elysium
e as câmeras e lentes além de todos os repórteres procuravam por ela. Queriam
notícias de Castle, saber qual a resposta de Beckett e comentários de CBGB. Ela
atendeu a todos não revelando spoilers, afinal havia prometido a Marlowe que se
seguraria.
No dia seguinte, as fotos dela
repercutiram na rede e todos mexiam com Stana no set de filmagens. Porém
naquele dia, ela estava muito ocupada filmando desde às seis da manhã com
Nathan porque ele pedira para sair mais cedo porque precisava resolver uns
problemas. Por volta de duas da tarde, eles concluíram as filmagens das cenas.
Nathan deixou o set e Stana tirou uma hora para almoçar. Quando fazia isso,
recebeu uma mensagem dele convidando-a para ir a casa dele hoje à noite depois
do trabalho. Ela confirmou que iria se não saísse tarde do estúdio. Assim que terminou
de comer, Stana voltou à maquiagem para se preparar para mais uma cena, agora
com os rapazes. Estava quase terminando quanto Terri veio ao seu encontro.
- Hey, sweetie. Preciso da sua
ajuda. Tem uma repórter do Young Hollywood querendo uma entrevista, nada
demais, posso contar com você?
- Claro. Antes ou depois da
próxima cena?
- Antes. Você, Seamus e Jon.
Infelizmente Nathan não está aqui agora. Acredito que amanhã ou depois vou
falar com vocês sobre o lance do twitter. Obrigada, Stana. Ela a aguarda no
stage 4.
- Já vou lá.
A entrevista com Nikki foi
muito interessante e divertida. Stana percebeu logo de cara que a repórter era
muito perspicaz. De forma singela e despretenciosa, ela fazia perguntas que
davam a oportunidade de responder algumas coisas em duplo sentido e outras
diretas. Nada de spoilers mas Stana estava de muito bom humor e brincou várias
vezes com a entrevistadora. Quando ela lhe perguntou sobre relacionamentos no
trabalho, Stana apoiou mas disse que por um tempo manteria segredo, afinal a
sensação do mistério é sempre mais gostosa, ela pensou quando respondia.
Imagina se eles sonhassem que ela estava com Nathan? Ao final do trabalho, a
repórter agradeceu imensamente a dedicação, a simpatia e elogiou seu trabalho
como Kate Beckett revelando que era uma grande fã dela e da série.
Depois, ela voltou às gravações
no estúdio que representava o distrito e permaneceu lá até as sete da noite.
Pegou um taxi e saltou na esquina da casa de Nathan. Estava querendo matar as
saudades dele. Esses últimos dias mal puderam se curtir pois o ritmo de
trabalho e as agendas pareciam estar contra eles. Esse era o preço que pagavam
por esconder o que estavam fazendo. Por hora, era o melhor a fazer. Ela pensava
assim. Mandou uma mensagem para ele avisando que estava na porta. Menos de dois
minutos, a porta se abre.
- Oi, que bom que você veio.
- Sim, precisava te ver.
Ao fechar da porta, ela se
jogou nos braços dele. Por vários minutos, eles se perderam entre beijos,
toques e carícias. Em pouco tempo estavam no quarto dele fazendo amor. Mais
tarde, eles estavam deitados quando Stana se queixou de fome. Ele foi preparar
um sanduiche para ela. Ao voltar, Nathan comentou sobre o evento que ela fora
na noite anterior.
- Você pode me explicar o
porque daquela maravilha toda ontem naquela premiere? Aquilo foi provocação?
- Andou pesquisando sobre mim
no Google? – ela sorria enquanto provava o sanduiche.
- Quem precisa de Google quando
se tem milhares de fãs ávidos por mostrar ao mundo como sua ídola é linda? Suas
fotos estão por todos os lugares, Stana. Cada uma mais linda que a outra. Aquele
decote... somente me deu ainda mais vontade de está com você e arranca-lo de
uma vez das suas costas – ele beijou o pescoço dela fazendo-a rir.
- Estou comendo, Nate – ele
continuou fazendo sem se importar com ela – por favor...deixa eu comer...- e
gargalhou.
- Que apetitte, hein?
- A culpa é sua! – ela procurou
pela bebida – hey, cadê o meu café?
- Você quer?
- Claro! Ainda pergunta?
Ele levantou-se para pegar o
café. Quando voltou, eles se aninharam na cama e começaram a ver TV.
No dia seguinte, Terri chama a
todos para uma reunião rápida a fim de divulgar que eles iriam fazer uma bagunça
na premiere de sexta temporada. Durante a exibição de Valkyrie, o elenco
comentaria o episódio ao vivo. Comentou que sua intenção não era ter todos nos
dois horários principalmente porque essa era uma maneira de conseguir a atenção
dos fãs americanos e melhorar a audiência.
- Ainda não defini as duplas ou
trios. Infelizmente, nem todos poderão participar. Porém, tem pessoas das quais
não abro mão. Stana e Nathan precisam estar nesse evento. Estou consultando a
Lisa também pois seria bem interessante mas preciso saber se há disponibilidade
da parte dela. Alguém é contra ou não vai participar? Se tiverem ideias, serão
bem-vindas.
- Eu topo – disse Molly.
- Eu posso tentar – afirmou
Penny – do jeito que está esse episodio nem sei se daremos conta da loucura dos
fãs.
- E vai ser mesmo! Pode se
preparar – disse Stana empolgada.
- Alguém está bem animada para
isso, não? – Terri provocou – isso é bom. E quanto a você, Nathan? Sabe que não
pode me deixar na mão.
- Não, parece que não tenho
escolha certo? – ele piscou para Terri mas Stana ficou intrigada com a frase
dele. Com Nathan, muita coisa tinha duplo sentido. Perguntaria depois.
- Certo, assim que tiver novas
informações eu comunico a vocês. Sinto por Jon e Seamus não poderem participar.
- Nós também – falaram
praticamente juntos.
- Tudo bem, vamos
trabalhar.
Ao final da tarde quando
terminaram de filmar, Stana puxou Nathan de lado para uma conversa rápida a fim
de prepara-lo para o que Terri pretendia. Além de verificar se havia realmente
duplo sentido no comentário dele. Serviu café para os dois.
- Terri propôs algo diferente
no dia da premiere. Live tweeting com o
cast. Gostei
muito da ideia.
- Afinal, o que realmente ela
quer com isso? Você quer dizer que nós iremos comentar o episódio para os fãs,
sujeitos a muitas perguntas? Juntos?
- Por aí. Mas acredito que não
estaremos juntos no mesmo horário, ela deve ter alguma estratégia se o objetivo
é promover a série e mexer com a audiência. E sobre a outra parte da sua
pergunta, sim. Os fãs vão querer saber coisas sobre o episódio, cenas. Afinal
estamos ali para falar de Castle. Perguntas e curiosidades surgirão. Tenho
receio do que poderá vir a ser perguntado mas não somos obrigados a responder
tudo. Por que Nathan? É problema para você falar do nosso trabalho?
- Não, eu apenas tenho
preocupações – ele percebeu o tom desafiador dela na pergunta - Quer dizer, e
se você for questionada sobre nós? Ou algum comentário saia errado e seja mal
interpretado? Não estaremos arriscando muito?
- Sobre isso eu tenho medo de me
empolgar e falar o que não devo mas Terri praticamente me desafiou a aceitar e
eu concordei. Ela está desconfiada Nathan. Ou demos bandeira ou ela é bem mais
esperta do que imaginamos. Sabe que tem algo acontecendo comigo, não sei ainda
se ela percebeu que isso tem a ver com você, mas continuará investigando, já me
deu o recado.
- Não acho que demos indícios
de algo claro. Talvez, ela esteja apenas pescando, jogando.
- Não, Nathan. Mesmo mantendo o
sigilo, nós mudamos, eu mudei. Qualquer pessoa que olhe para mim nota, está
tudo mais leve, o corpo fala. E sem esquecer dos tweets. E por favor, não estou
reclamando. Estou adorando essa fase.
- Entendi, Stana. Apenas
teremos que ter cuidado redobrado.
- E vou falar com a Terri sobre
como faremos esse live tweeting.
- Não agora, Stana. Ela pode
interpretar erroneamente algo que você disser. Ainda não sei se isso é uma boa
ideia.
- Não seja pessimista! – ela
aproveitou para checar se havia ironia no comentário dele a Terri - Sabe, às
vezes acho que você parece não gostar de comentar sobre o nosso trabalho. Vejo
isso regularmente nos seus comentários e no twitter, é fácil falar de Firefly,
dos seus filmes mas de Castle? Muito raro. Há algo que te incomoda em falar de
Castle, de Beckett... tem alguma relação comigo?
Ele se assustou. O que ela
estava querendo dizer com isso?
- Stana não comece a ver coisas
que não existem. Não entre nessa.
- Nathan, apenas fiz uma
pergunta. Acredito que bastaria uma resposta coerente sua. Nada demais e não
estou vendo ou imaginando coisas quero saber, não posso? Você tem vergonha de
mim ou de demonstrar qualquer admiração por mim ou meu trabalho?
Ele percebeu que a mudança nas
feições dela. Pronto, tinha falado demais. Agora precisava consertar antes que
fosse tarde demais.
- Olha gorgeous, não pense
assim. Porque não gostaria de falar sobre o meu trabalho? Eu somente evito criar
situações duvidosas e constrangedoras para nós dois. Não é de hoje que as
pessoas querem nos ver juntos e cogitam todo o tipo de coisa. E como teria vergonha de você, uma mulher
linda e maravilhosa? – ele se aproximou e apertou a mão dela - Esquece
isso...não pense demais.
- Vou tentar... – ela suspirou
– mas ainda não estou satisfeita. Tenho que ir, vou encontrar minha agente, tenho
que acertar alguns eventos para a próxima semana. Vamos programar algo para a
sexta, ok? – Nathan a deixou virar as costas para ele antes de falar novamente.
- Você está chateada comigo.
Sinto muito, honey. Não foi minha intenção.
- Não estou chateada, Nathan.
Depois conversamos, aqui não é hora nem lugar – mas ele tinha razão, ela estava
chateada.
Ela foi para sua casa
martelando uma ideia na cabeça. Acreditava que Nathan tinha mesmo bloqueio ao
falar de Castle. Podia ser pelo que ele falou, de não procurar se entregar em
comentários. Como lidar com isso e também driblar Terri. Ela precisava
encontrar um meio.
Mas o problema de Stana somente
tendia a piorar quando ela chegou ao estúdio no dia seguinte. Ela estava
conversando com Tamala quando viu alguém se aproximando. Não era qualquer
pessoa, Stana não esqueceria aquele rosto nem que quisesse. Nada menos que Christina
Ochoa caminhava pelos corredores do estúdio. Não podia acreditar que isso
estava acontecendo. Pior, não podia dar bandeira.
Mordeu o lábio e se afastou da
Tamala fingindo ir buscar café. De costas para que ninguém percebesse a reação
que a presença dessa mulher causava nela. Stana suspirou e tentou se controlar.
Não podia demonstrar nada diante dela afinal ela não tinha nada a ver com o
Nathan nem com as amizades dele, ou era isso que deveria deixar transparecer.
O problema é que independente
da presença de Ochoa ali ou não, aquilo machucava. Ainda não sabia se tinha
dedo de Nathan nessa atitude mas seria bem fácil descobrir não? Buscava
concentração para encara-la. Seria uma cena onde sua atuação era extremamente
importante. Ela já ouvia as conversas de Ochoa com Tamala e reconheceu uma
outra voz. Nathan.
- O que você faz aqui? – Tamala
perguntou.
- Uma visita ilustre. Como vai
Christina? – Stana perguntou.
- Stana, como você pode ficar
mais bonita a cada dia. Me conta o segredo!
- Se contar não teria graça,
certo? Só posso revelar que o café é parte dele. O segredo está nos olhos – ela
olhou de relance para Nathan que entendeu e procurou disfarçar – mas diga qual
o motivo da visita?
- Na verdade eu já tinha
manifestado a vontade de vir aqui para Nathan mas ele foi me enrolando,
enrolando aí como estou voando para New York no inicio da semana que vem e
depois vou passar uns dois meses na Espanha, achei que era a oportunidade
perfeita.
- Então você só decidiu
aparecer... – Stana soltou.
- Não, avisei ao Nathan que
viria hoje.
- Ah... – ela fez cara de
surpresa para não demonstrar a vontade de fuzila-lo com o olhar – que tal uma
volta no set? Posso te mostrar o nosso distrito. Que acha?
- Adoraria. E depois quero que
Nathan me leve ao loft de Castle. Sou apaixonada por aquele lugar.
- Ótimo, ótimo – ela forçou o
sorriso amarelo – vem comigo.
E numa luta sobrehumana, Stana
conduziu o tour para uma das suas rivais. Sim, o fato de ser ex e ainda manter
a tal da amizade como Nathan dizia era para ela inaceitável e ele já havia
prometido que não manteria contato com elas. Aparentemente, ele não era bom de
promessas. Terminou de passear com ela e encontrou Nathan no meio do caminho
para o loft. Stana se despediu mas sem que Ochoa percebesse, lançou um olhar para
ele como se o fuminasse. Ainda não acreditava no que acabava de vivenciar.
Mas apenas acompanha-la e
sorrir pelo estúdio não fora suficiente. Ela tivera que encontrar os dois na
mini copa com Nathan preparando café todo sorridente para ela. Café. E
conversavam animadamente, ela gargalhava e ele parecia um bobo olhando para
Ochoa. Estava realmente gostando de estar ali com ela. No mesmo pé que chegara,
Stana dera meia volta e sumira. Não era obrigada a presenciar aquilo.
Irritada, ela saiu pisando
forte até o banheiro. Entrou numa das cabines e sentou no vaso. As mãos nos
cabelos eram involuntárias. Ela não sabia o que pensar. Não que se sentisse
ameaçada por Ochoa ou por alguma das ex de Nathan. O que a incomodava era o
fato dele não ter mantido a promessa que fez. A última coisa que ela queria
nesse momento era descobrir que apostara todas as suas fichas em um
relacionamento furado, fadado ao fracasso.
Droga! Às vezes se odiava por
ama-lo tanto. Ele tinha a capacidade de faze-la ficar nas nuvens em segundos
com uma palavra meiga ou um simples toque e no próximo segundo irrita-la a tal
ponto de querer soca-lo bem no meio da cara. Essas coisas a deixavam louca! E o
coração era seu maior inimigo, bandido por deseja-lo, por querer tanto assim
aquele homem a seu lado.
Mas dessa vez não seria tão
fácil. Independente dele ter aceitado ou convidado a sua ex para visitar o
lugar deles, a “casa” deles, era suficiente para que Stana desse um gelo nele.
Não queria saber se Nathan ficaria chateado. Ela já tinha ficado intrigada com
a relutância dele em fazer o live tweet, agora apenas somara a frustração dela
em ter que engolir sapos por não poderem declarar que estavam juntos.
Limites são necessários,
respeito e consideração. No fundo, ela queria acreditar que esse era um momento
de explosão, um teste de paciência para ela. Uma forma de descobrir se o que
tinham, se o amor que declararam um ao outro era de fato real.
Saiu da cabine e encarou-se no
espelho. Lavou o rosto, ajeitou os cabelos e fitou o seu próprio olhar. O que
eles diziam naquele exato momento? Possuíam um misto de irritação e decepção,
mas o amor corria na profundeza dos olhos verdes pedindo paciência. Suspirou e
fechou os olhos por uns instantes. Ao abri-los falou com o seu reflexo no
espelho.
- É assim. Desafiou e não fujo.
Quer brincar, mas está pronto para as consequências, Nathan? Vamos jogar,
Stana. Que vença o melhor – E por melhor, ela realmemte esperava que fosse o
amor. Decidida, deixou o banheiro e deu de cara com Dara.
- Stana onde diachos você se
meteu? Estávamos a sua procura! Terri chamou a todos na sala dos escritores.
Quer falar com vocês.
- Estava no banheiro, Dara.
Todos já estão lá? – claro que por todos apenas um a interessava.
- Sim, somente falta você.
Ao chegar na sala, ela manteve
a alegria costumeira porém foi sentar-se próximo a Marlowe no outro extremo de
Nathan. Percebeu que ele a olhava com o canto dos olhos. Fingiu não ligar. Ele
mexeu-se na cadeira claramente desconfortável com a situação que Stana ainda
não sabia se era causada por ela ou pelo que Terri estava prestes a dizer.
- Agora que finalmente a nossa
princesa e mais importante pessoa para essa reunião apareceu, vou procurar ser
rápida. Já falei da ideia com você mas precisava acertar algumas coisas. Há algum
tempo queria fazer algo assim, uma maneira de transformar a nossa premiere em
um evento especial. Não que já não seja especialmente para o fandom que aguarda
ansioso para saber a resposta de Kate. Mas queria de alguma forma recompensar
toda a dedicação e amor que esses fãs demonstram para nós, para o nosso
trabalho. Claro que o fato de termos uma chance de conseguir uma boa audiência
ainda mais com esse lance do Canadá assistir nossos episódios antes, só teria a
agregar em tudo. Conversei um pouco com Andrew e também com Stana e ambos
gostaram da ideia. Conversei com alguns cotatos da imprensa e lancei a ideia a
ABC que não se opôs. Agora chegou a vez de compartilhar com vocês como iremos
fazer nesse live tweeting.
Ela parou um instante para
tomar fôlego e também fazer uma varredura do clima na sala. Percebeu que tinham
pessoas interessadas e outras incomodadas. Uma em particular. Continuou.
- Como nem todos poderão
atender ao nosso evento particular, tive que fazer algumas programações. Como
temos dois horários para atingir nosso público, dividi vocês da seguinte forma:
Stana, Penny irão participar no horário leste. Ainda estou tentando trazer Lisa
para participar pois acho que seria excelente dividir com o fandom a
experiência dela na série junto com você, Stana. Estamos trabalhando em agenda.
- Eu adoraria dividir essa hora
com ela também. Girls night hein Penny?
- Bem não sou tão ativa e
prática com o twitter mas vou adorar fazer parte dessa loucura com você e Lisa
– ela piscou para Stana – apenas as mulheres poderosas. Todos na sala riram do
comentário de Penny, até Nathan apesar do seu modo de interpretar o que isso
seria fosse bem diferente do que ela estava pensando.
- Ótimo! Para o segundo
horário, na costa oeste, deixei Nathan e Molly. Infelizmente, Jon e Seamus
estarão gravando pelo nosso cronograma e Tamala tem um problema de agenda. Os
demais, Luke, Dara e todos os nossos adeptos ao twitter poderão fazer parte de
tudo no horário que preferirem. Alguém tem dúvidas? Perguntas?
- Na verdade sim, eu tenho –
Stana falou – o que especificamente você espera que nós twitemos?
- Stana o objetivo principal é
falar do episódio. Comentar as cenas, atuações ou até curiosidades como fazemos
nos DVDs só que dessa vez é ao vivo. Apenas peço cuidado com os spoilers
futuros. Ah, e não há como prever o tipo de perguntas que surgirão sobre uma ou
outra cena, sobre vocês – quando Terri falou, Stana percebeu que olhara para
ela e Nathan – mas o ideal é ignorar, ou respondam caso achem que a resposta
não causará problemas para vocês e para o show. Também temos que nos divertir.
Mais alguma coisa?
- Só acho que você tem que
supervisionar os posts da Stana – ao ouvir ao voz do Seamus, ela virou-se para
fita-lo – sabe como é, ela já é considerada uma mina de spoilers além de ser
shipper. Cuidado com o que vai escrever,viu? – ele a provocou rindo.
- Engraçadinho... hahaha.
- Pode deixar Seamus, vou ficar
de olho conheço bem a peça.
- O que é isso? Todos contra
mim? Eu sei me comportar, gente. Sério! Não vou revelar nada que não seja do
episódio. Relaxem.
- Stana se você se comportar do
mesmo jeito que fez quando te mostramos a cena do pedido de casamento ou como
Beckett ao responder a Castle, tenho certeza que o fandom surta junto com você
– disse Marlowe.
- E ai estamos no meio de uma
loucura sem fim no twitter – disse Terri e caiu na gargalhada, os outros
acompanharam – bem se não tiverem mais perguntas, estão dispensados para voltar
às gravações.
Terri esperou todos começarem a
sair para chamar Nathan. Ela observara bem o jeito dele durante a conversa.
Stana ia conversar com ela a sós mas assim que ouvi a produtora chama-lo,
decidiu que não podia ficar ali.
- Nathan, tem um minuto?
- Claro. – agora estavam apenas
os dois.
- Nathan, algum problema?
Percebi que você estava um pouco desconfortável durante a reunião. Não aprova a
iniciativa? Não gostou da sua dupla?
- Não Terri, a ideia é ótima.
Não tem nada a ver com isso. Apesar de que tenho a mesma preocupação de Seamus.
Precisa vigiar a Stana. Eu estou preocupado com minhas próximas cenas, só isso.
Não tenho dúvidas que essa é uma ótima alternativa para driblar o fato do
Canada começar a assistir a série antes dos Estados Unidos.
- Tem certeza? Há algo em seu
semblante me incomodando e pela primeira vez desde que começamos a gravar essa
temporada senti uma certa tensão no ar entre você e a Stana.
- Stana?! Não, que isso! – ele
sorriu mas no fundo pensava como ela era perspicaz.
- Tudo bem, vou acreditar em
você. Agora vá gravar.
Ele andava olhando para baixo
com o script em mãos. Não mentira para Terri, estava tendo dificuldades em
decorar suas falas não por serem difíceis. A visita de Ochoa o pegou
desprevinido. É claro que ela tinha comentado com ele na semana passada que
iria fazer uma visita ao set para ele mas Nathan achou que ela estava
brincando. Sabia que Stana não tinha gostado, a tensão no ar estava visível.
Era por isso que ele tinha problemas, faltava-lhe a concentração. Deveria falar
com ela? Tentar esclarecer que não fora nada planejado? Seria esse um bom
momento? Ele também estava um pouco chateado com a reação dela. Será que ela
não entendia que precisava dar atenção a Ochoa? Droga! Ela dedicou uma parte do
tempo dela para Ochoa, o que o deixou bastante surpreso. Claro que agora pela certa indiferença que
demonstrara na reunião , ele sabia que fora tudo encenação. Stana não estava
nem um pouco satisfeita com o que acontecerea mas não estaria exagerando? Quer
dizer, fora apenas uma visita, nada além disso.
Nathan entrou na copa distraído
lendo seu texto e por pouco não esbarrou nela quase derrubando a caneca de café
que ela tinha nas mãos. Um pouco do liquido escorreu para o chão e na mão dela.
- Droga Nathan, presta atenção
onde anda.
- Desculpe, não se sujou certo?
Estava distraído com esse texto – ele pegou um guardanapo de papel e
ofereceu-se para ajuda-la já limpando a pele molhada de café – desculpe mais
uma vez. Os olhos se encontraram enquanto ele esfregava o papel. Era besteira.
Por mais que estivesse chateada com ele, esses pequenos gestos sempre a
tocavam.
- Já está bom, Nathan – se
desvencilhou dele – qual o problema com o texto? Não consegue memorizar suas
falas?
- É, não é difícil mas são
frases longas e continuo tropeçando nas palavras.
- Falta de concentração – ela
provocou – deve estar com sua mente muito cheia de outras coisas para não
conseguir decorar suas falas.
- Stana o que você está
querendo insinuar? – ele sabia exatamente o que ela estava fazendo. Estava
testando e provocando a paciência dele por causa de Christina, ele não iria
brigar com ela por causa disso.
- Nada, apenas estou dizendo
que às vezes quando não conseguimos decorar um texto, é porque estamos viajando
em outros pensamentos. Não deve ser diferente com você – ela checou o reógio,
ia deixa-lo ainda mais intrigado – ah, preciso ir. Pedi a Terri para sair mais
cedo, tenho um compromisso. Mas se quiser passar o texto comigo, posso te
ajudar.
- Compromisso? Com quem?
- Uma amiga.
- Você não me disse nada sobre
isso.
- É, acho que me esqueci mas
isso pode acontecer a todos, não? – Ouch! Ele entendeu a indireta.
- Stana... – ela o cortou. Não
queria começar a falar sobre a Ochoa agora.
- Quer minha ajuda com o texto
ou não?
- Não precisa... pode ir, eu me
viro.
- Tá, até amanhã. E saiu sem
mais informações ou mesmo sem parecer ligar muito para ele. Nathan sabia que
ela estava chateada mas não era a hora nem o lugar de discutir isso.
Stana não ia sair com ninguém.
Do estúdio, ela foi direto para seu apartamento. Estava muito irritada para
ficar perto de pessoas e aquilo era uma forma de demonstrar a ele que pisara na
bola. Ela estava checando seu email quando o celular tocou. Ela sorriu.
- E ai, girl?
- Lisa! Como você está?
- Ótima, melhor agora. Terri me
convidou para comentar o episódio com você na premiere. E acredite estou
fazendo de tudo para mudar um compromisso que tenho e me encaixar nessa
brincadeira. Vai ser muito bom. Estou quase conseguindo.
- Ah vou adorar fazer isso com
você. – mas Lisa notou que havia algo na voz dela que não era normal.
- E você, tudo bem Stana?
- Está sim, somente cansaço.
Olha se confirmar sua participação nesse evento porque não vem aqui para casa,
podemos abrir uma garrafa de vinho e fazer uma farra com os fãs. O que acha?
- Parece perfeito. Eu topo. Mas
antes disso, que tal almoçarmos juntas amanhã? Isso claro dependendo de como
estão suas gravações.
- Hum, posso dar um jeito. Vou
adorar te levar em um lugar muito bacana.
- Execelente. Apenas me ligue
confirmando. E Stana...
- Sim?
- O que quer que esteja te
chateando, vai passar.
- O que? Do que você está
falando?
- Você sabe melhor que eu. Um
beijo e se cuida.
Ela desligou e ficou pensativa
por um tempo. Será que Lisa com tão pouco tempo de convivência podia ter pego
algo no ar? Deistraida, ela começou a olhar a TL em seu celular. Poderia ter
evitado isso. Ela viu a foto postada pela Christina sobre a visita ao set, ela
segurava uma cobrinha. Ele dera RT. Aquilo trouxe de volta parte da raiva que
já havia se dissipado.
- Droga, Nathan!
Continua....