domingo, 22 de setembro de 2013

[Castle Fic] There's Always Tomorrow - Cap.1


There’s Always Tomorrow…
Autora: Karen Jobim
Classificação: PG-13/ NC-17 se aplicável
Gênero: AU 
Advertências: Angst, drama, Romance – Durante a S6 de Watershed a algum lugar. 
Capítulos: 1 de ?
Completa: [  ] Sim [ x ] Não

Resumo: Kate aceitou uma proposta para trabalhar em Washington, readaptou sua vida e a de Castle para essa nova etapa. Ela passou a ser uma agente chave do FBI mas um caso complicado coloca em risco tudo o que acredita. É a prova de que tudo pode mudar em um piscar de olhos.

Nota da Autora: Essa fic é mais uma versão angst para a S6. Agora colocando em prática uma antiga ideia que tinha. É uma longfic diferente. Estilo passado e futuro como uma linha do tempo contarei a história onde o foco principal é o relacionamento entre Castle e Beckett mas de uma forma complicada. Preparem os corações... serão fortes emoções.

Atenção NC-17....Be aware!!!


There’s Always Tomorrow


Barnes & Noble – Maio 2015


Kate parou em frente ao letreiro gigantesco da livraria. Observava a foto de Rick Castle sorridente ao lado de seu novo livro “Heat Blow”. Se alguém dissesse a ela que um dia entraria numa livraria para apresentar um potencial best-seller, certamente ela riria na cara do sujeito. Fora um período complicado para Beckett. Ainda estava em fase de adaptação no novo emprego quando uma nova mudança tomou conta de sua vida. Fazia apenas seis meses que ela estava no FBI, o mesmo período que estava noiva do escritor. Pensava em não precisar passar por mudanças bruscas tão cedo. Estava enganada. Logo ela descobriria que aquela frase que diz “quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas” era uma mentira. Pelo menos para ela, a vida parecia estar sempre pronta a desafia-la, instiga-la. Quando fora surpreendida novamente, ela se perguntou até quando?

O inconfundível cheiro de papel tomava conta da atmosfera dentro da livraria. Em um canto do imenso salão, via-se pilhas do lançamento de Castle e todos as suas demais obras espalhadas ao redor da área reservada para o evento. Suspirou. Ela nunca fizera leitura em público, muito menos passara por um evento como esse onde todos os olhos, ouvidos e lentes estariam voltados para ela. Sentiu um frio percorrer sua espinha. Não sei onde estava com a cabeça ao aceitar o convite de Gina para fazer parte disso, pensou. No banner principal, viu o seu nome logo abaixo do dele. Gina se aproximou dela.

- Tudo bem? Desculpe. É retórica. Está pronta? Começaremos em quinze minutos.

- Claro, estou nervosa mas acho que deve-se ao fato de ser minha primeira vez. Nunca me dei bem com luzes, fotos e mídia. Castle sabia disso e acabava me protegendo sempre que tínhamos algum envolvimento desse tipo em casos que trabalhávamos – Gina afagou-lhe o braço – estou bem, só preciso de alguns minutos.

Kate viu Gina se afastar e passou as mãos nos cabelos. Começou a mentalizar o que viria a seguir para se convencer que era capaz. Você deve isso a ele, por esses anos maravilhosos, pelas histórias, por tudo. Você é uma agente do FBI, Kate. Lida com os mais poderosos criminosos do país, os coloca atrás das grades através das palavras. É apenas um discurso e uma leitura. Não há o que temer, afinal a história é um pouco sua, ajudou a escrevê-la durante noites e noites. Viu Gina fazer sinal para ela indicando cinco minutos.      

Ela pegou o celular e discou.

- Daddy?

- Hey, Katie. Como você está?

- É hoje, daddy. Em cinco minutos. Estou tão nervosa, não sou boa nisso. E se eu não fizer adequadamente?

- Você irá. Seu nome não está nos créditos do livro? Saberá discursar e honra-lo como ninguém mais poderia, filha. Está tudo dentro do seu coração. Deixe-o falar.

- Obrigada, dad.

- Por nada. Agora, vá lá e nos deixe orgulhosos. Castle merece isso.

Ela suspirou profundamente ao desligar o celular. Estava quase na hora de honra-lo por tudo o que ele significa para ela. Sim, Kate não ousava menciona-lo no passado embora algumas vezes tenha se pego fazendo isso. Ela fitou novamente o banner a sua frente. Seu nome logo abaixo do dele ainda sem o sobrenome que tanto esperava usar. Ali era apenas Kate Beckett, uma mulher marcada por algumas tragédias na vida. Uma lutadora. Alguém que não parava de ser desafiada pela vida. A perda da mãe, sua escolha por entrar para a polícia, seu momento ao atingir o fundo do poço. Perigo sempre fez parte da sua vida, sensação essa que fora amenizada quando Castle entrou em sua vida há cerca de sete anos atrás. Com ele ao seu lado, como parceiro na NYPD foi mais fácil enfrentar os momentos difíceis. Bombas, incêndio, ameaças, o caso de sua mãe, mais situações perigosas, tiros. Por ter sobrevivido a tudo isso, ela julgara que a partir do seu novo emprego no FBI, a promessa de um relacionamento sério com um anel no dedo, as coisas só tendiam a melhorar.

Não. A vida quis testa-la novamente. Obrigando-a a confrontar e duvidar de seus sentimentos mais puros, acordando velhos demônios que julgara nunca mais ter que enfrentar. Porém, nunca é uma palavra forte demais e Kate Beckett fora jogada no olho de mais um furacão.

Ao sinal de Gina, ela encaminhou-se até o púlpito.


Vinte e quatro meses antes...


Aeroporto Dulles


Kate esperava ansiosa pelo voo das nove da manhã. Fazia três semanas que não se viam. Parece pouco aos olhos de alguns porém para ela e Castle acostumados a passarem quase 24 horas juntos, esse período era uma eternidade. Não podia culpa-lo, tinha uma turnê nova pela frente e compromissos a cumprir. Estava com tantas saudades de olhar para ele. Adorava se perder naqueles olhos azuis tão brilhantes que a hipnotizavam. Fora uma das primeiras coisas que chamaram sua atenção nele, os belos olhos, envolventes. E o jeito brincalhão e pouco modesto. Castle tinha um senso de humor apurado e era lindo, charmoso e – Deus! Devo estar com muita saudade dele mesmo para estar falando assim, pensou. Viu as portas do desembarque se abrirem e várias pessoas invadirem o saguão do aeroporto. Olhava ansiosa para dentro do desembarque procurando por ele. Finalmente, Castle apareceu na porta e ela abriu o mais lindo dos sorrisos. Caminhando ao encontro dela, Castle brincava fazendo cara e bocas, forçando uma cara de safado o que arrancou uma gargalhada dela. Parou na frente dela e largando a mochila sobre a mala, ele abriu os braços para recebe-la e falou com uma voz sensual.

- Olá, Agente Beckett? Sentiu minha falta?

Ela o abraçou e beijou-lhe o pescoço. Em seguida, ela pode fitar os olhos azuis que tanto amava. Suspirou e beijou-o carinhosamente por longos minutos envolvida pelos braços fortes, esquecendo-se de onde estavam. Deixando as mãos deslizarem pelas costas dele deixando-as chegar até o bumbum dele. Sorrateiramente, enfiou as mãos nos bolsos da calça dele e quebrou o beijo sorrindo.

- Isso responde sua pergunta?

- E como... estou com muita fome. Podemos comer algo a caminho de casa? Não tomei café.

- Hum... isso quer dizer que faremos a primeira refeição do dia juntos? Posso preparar algo pra você no apartamento ou podemos parar em uma cafeteria. Você escolhe.

- No caminho então, quero que guarde suas energias para mais tarde. De mãos dadas, eles deixaram o aeroporto.

Durante o café, sentados lado a lado, Kate perguntou quais eram as novidades de New York. Castle falou pouca coisa. Contou a ela sobre as últimas cidades que visitara fazendo a divulgação de seu livro. Foram duas semanas puxadas de trabalho entre voos e eventos. Já fizera todo o centro-oeste do país. Da mesma maneira, perguntou a ela como estava o trabalho no bureau e se ela estava trabalhando em algum caso interessante. Kate explica a ele que acabara de fechar mais um caso, esse tinha sido simples na sua opinião.

- Deadly Heat tornou-se um sucesso, com apenas duas semanas do lançamento entrou na lista dos mais vendidos. Já estou avaliando meu próximo livro da série Heat. Ainda não contei nada para a minha editora mas quero basea-lo em um caso seu do FBI. Tive algumas ideias mas dessa vez será você a minha principal fonte já que não tenho abertura para fazer a pesquisa ao seu lado ou investigar o caso com você.

- Vai promover Nikki?

- Não, ela continua sendo fiel a NYPD, tratarei como um caso compartilhado. Posso até criar um daqueles agentes pé no saco que só pensam em regras e protocolos, do tipo metódico sabe? Aposto que já conheceu vários assim, fique à vontade para me dar informações.

- Castle, também não é assim. Hoje é sexta, estou de folga e portanto não é hora de falar sobre trabalho. Prometo que pensarei na sua proposta. Agora, o que tem em mente para esse fim de semana? Quer dizer temos pouco tempo não? Quando volta para a turnê? – ela estava ansiosa, Castle percebeu e resolveu acabar com essa aflição dela.

- Kate, não se preocupe. Teremos tempo suficiente. Como a turnê do centro-oeste já está completa, a próxima será no sul do país e depois costa oeste. Fico cinco dias e volto pra New York. Somente na outra semana vou para Nashville, a tour começará por lá. Sobre o que poderemos fazer – ele se aproximou do ouvido dela - até poderia sugerir muitas coisas mas sabe nesse momento apenas um pensamento me vem à mente.

- Fico feliz que pense assim... não vejo a hora de ir para casa.

- Agente Kate Beckett será que detecto uma inclinação para um ataque? Nesse caso é melhor pedir a conta e rezar para que você queira me espancar... podemos começar com as algemas. Você ainda as tem não?

Foi a vez dela mordiscar o lóbulo da orelha dele e sussurrar – Pervertido – ela virou o rosto dele para si e beijou-o puxando-o pela nuca para provocar o contato dos corpos. Castle sentiu a pontada imediata na virilha por causa da provocação dela. Era incrível perceber o quanto ela mexia com ele. Um simples toque já o deixava alerta. Não podia ficar ali ou cometeria um atentado ao pudor a qualquer minuto.

- Vamos sair daqui, Kate.

Ele jogou algumas notas sobre a mesa e de mãos dadas saíram apressados da cafeteria. Kate dirigiu o mais rápido que pode e em quinze minutos, eles chegaram ao apartamento dela. Assim que a porta foi fechada, ela partiu para cima dele com uma tigresa. Era saudade, desejo, carência. Tudo misturado. Perder-se naqueles lábios era um prazer. Quase um vício para Beckett. Rapidamente, puxavam a roupa um do outro jogando-as pelo chão a caminho do quarto. Castle a ergueu do chão e a colocou na cama. Livrou-se do resto das roupas e nu, deitou-se na cama com ela buscando sentir o gosto da pele macia e tão desejada. Queria degustar cada centímetro do corpo de Kate. Precisava disso. Ansiava por isso. A vontade de se tocarem era tanta que bastou poucos minutos para estarem mergulhados no prazer e o orgasmo os atingiu por completo. Repetiram a dose três vezes. Extremamente preguiçosos, eles sequer levantaram da cama durante toda a tarde. Adormeceram de cansaço e por volta das oito da noite, eles decidiram comer pois estavam famintos, optaram pelo delivery. Depois da refeição, eles acabaram tomando uma ducha voltando a se enroscar na cama.

No sábado, Kate acorda assustada com o cheiro de fumaça. Ao olhar ao seu redor no quarto, nem sinal de Castle. Vestiu seu robe e dirigiu-se à cozinha. Castle brigava com o fogão usando luvas e jogando uma frigideira na pia de louças. A fumaça o rodeava. A cena apesar de preocupante era um tanto cômica. Ela acudiu sem dizer nada a princípio mas estava lutando para não sucumbir às risadas. Castle tinha o olhar arregalado. Kate desligou o fogão e tratou de dispersar a fumaça antes que o detector começasse a disparar. Com a situação sob controle, ela viu o bacon e as fatias de pães negras grudadas à frigideira. O que será que passou pela cabeça de Castle para deixar queimar o café da manhã que provavelmente preparava para levar a ela na cama?

- O que aconteceu? Você se feriu? Está queimado? – sim, mesmo com a cena um tanto engraçada, ela se preocupou com ele.

- Eu não sei. Quer dizer, estava preparando nosso café da manhã  quando eu... – ele olhou para Kate um tanto envergonhado – eu fiquei lembrando de ontem à noite e acho que...esqueci do que estava no fogão. Ao ouvir essa revelação, ela não aguentou e desatou a rir.

- Porque você está rindo? – pareceu magoado.

- Porque é engraçado. Vamos, sai daí. Chega de desastres por hoje. Vou preparar o café para nós. Mas – ela empurrou seu corpo contra o dele na pia – adorei a iniciativa,Castle – e beijou os lábios dele deixando a mão deslizar até o membro dele apertando-o sobre a calça de moleton que ele usava fazendo-o gemer entre os lábios dela. Ao quebrar o beijo viu a cara de susto e desejo que ele fazia.

- God....- ele engoliu em seco - Kate Beckett você vai me matar... algum dia... – ela gargalhou.

- Vai pra sala e se recomponha – piscou para ele.

Ele obedeceu Kate. Ainda estava meio zonzo pelo que ela fizera com ele. Quinze minutos depois, ela surgiu na sala com a bandeja de café especial. Sentados à mesa, saborearam a refeição em meio a caricias e beijinhos. Depois eles ficaram de bobeira pela casa mas quando Kate se predispôs a fazer um jantar para ele e informou que iria ao supermercado comprar umas coisinhas, Castle não aceitou. Queria evitar trabalho para ela e fazer um programa diferente.

- Programa diferente? Tipo o que?

- Não sei ao certo, porque não me surpreende? Me mostre a noite de Washington. Aqui é sua nova cidade, deve ter alguma coisa boa para se fazer.

- Ainda não tive tempo de conhecer a cidade, estou trabalhando direto. Além do mais, não sou solteira para ir a uma balada sozinha – ela balança a mão na frente dele realçando o anel de noivado – vamos fazer assim, você escolhe um restaurante porque é melhor do que eu nessas coisas e vou pedir uma dica sobre um lugar badalado, para dançar, do meu estagiário.

- Hum, dançar... taí algo que não fazemos a muito tempo. Acho que nunca fizemos depois que ficamos juntos. Lembra daquela vez na boate? Você deu em cima de mim... você foi má.

- Quando foi isso? – ela se fez de desentendida.

- Não venha com essa desculpa de que não se lembra. Foi um pouco depois daquele beijo sabe? Você apareceu tão linda comigo lá em casa e dirigiu minha Ferrari.

- Ah, verdade. Excelente carro aliás – ela piscou para ele e se debruçou na cadeira dele para beija-lo – foi uma noite maravilhosa mesmo que estivéssemos disfarçados. Vou ligar para o Peter.

Castle fez sua lição de casa e escolheu um restaurante entre os melhores de Washington. Iriam ao Marcel’s. e Kate já tinha o nome de um nightclub atual para dançarem. Se Castle sentia falta daqueles momentos era hora de relembra-los agora sem disfarces. Durante o resto do dia, eles saíram para passear pela cidade e foram a um dos lugares preferidos de Castle, o Smithsonian. Por volta das sete já estavam em casa para se arrumar. Tinham reservas para às nove horas. Castle já estava pronto esperando por ela. Vestia uma camisa vermelha por baixo do blazer preto.

- Kate, vamos nos atrasar e perder a reserva. Restam vinte minutos. É muito difícil conseguir reservas nesse restaurante, consegui através de um contato da indústria editorial e – parou de falar quando a viu na sua frente. Kate vestia um tubinho sem alças bem curto vermelho deixando as pernas à amostra. Os cabelos soltos sobre os ombros. Na boca sorridente um batom vermelho que apenas realçava seu sorriso ainda mais além dos clássicos saltos agulha.

- Wow! – Castle estava boquiaberto.

- Fecha a boca Castle antes que entre mosca e mexa essa traseiro lindo porque vamos nos atrasar – ela falava de costas para ele segurando a risada, adorava implicar com ele.

O restaurante era muito chique, com uma decoração estilo antiga. Castle escolheu o vinho da noite e eles escolheram a opção do Chef do cardápio. Entre um prato e outro, eles trocavam carinhos e conversavam amenidades. Depois da sobremesa, divina por sinal, Castle pediu o café expresso e uma dose de licor. Kate tirou o sapato e começou a acariciar a perna dele por debaixo  da mesa. A princípio, ele se assustou mas depois aproveitou a provocação dela. o problema é que o toque dela o deixava em uma situação no mínimo embaraçosa. Pediu para ela parar.

- Kate... por favor pare... precisamos ir.

- A noite está apenas começando, Castle.

Ela recuou a perna e ele pediu a conta. Assim que saíram do restaurante, eles entraram no taxi e Kate deu o endereço do clube. Ela estava animada para dançar e brincar com ele. Castle não perdia por esperar. Ao chegar no local, havia uma fila enorme de pessoas esperando e pedindo para entrar. Kate passou por todos de mãos dadas puxando Castle e foi direto até o segurança. Com poucas palavras, ela o viu tirando a corda e dando passagem a eles. No instante que entraram na boate, as luzes e a música inundaram seus ouvidos e visão. O ritmo contagiante começou a mexer com Kate. Ainda de mãos dadas com ele, Kate o puxou para o meio do salão. Não que ela quisesse já cair na dança mas porque tinha que atravessar a pista para pegar uma bebida. Ao alcançarem o bar, ela virou-se pra ele e pediu.

- Me compre um drink, Castle. Só então iremos dançar.

- Seu desejo é uma ordem. Algo especial?

- Bourbon está ótimo. Melhor, algo com vodca.

Ele pediu whisky para e a vodca dela. Brindaram e sorveram a bebida. Kate terminou muito rápido sua dose e colando o corpo no dele, deixava as mãos deslizarem pelo peito dele enquanto mordiscava seu queixo. Sorrindo, ela beijou-o e Castle sentiu a mão dela parar bem em seu bumbum.

- Acho que está na hora de dançar – entrelaçando os dedos nos dele, Kate o guiou para a pista, já ia rebolando e aquilo era demais para ele. A música era uma das batidas eletrônicas. Ela parou em uma parte do salão e julgou estar bom para dançar. Se mexendo ao som da música, Kate não largou a mão dele. A música mudou para uma das famosas do Muse. Starlight tocava e fazia Kate Beckett mexer o corpo, ela erguia os braços e tocava os cabelos numa dança pra lá de sensual. Ao ouvir o “hold you in my arms”, ela abraçou Castle e começou a cantar e dançar agarrada a ele. Beijou-o com vontade, ele retribuiu. O problema era que Castle estava tão hipnotizado por ela que sequer pensava em mover-se junto com ela. Kate encostou os lábios ao ouvido dele e pediu.

- Dance comigo...

E a música mudou. Agora era algo mais interessante para ela provoca-lo. Os acordes de Scream do Usher. Kate involuntariamente começou a rebolar. Sim, essa era uma música sensual. Ela se aproximou dele esfregando o corpo ao dele e remexendo o cabelo. Manteve distância e dançava na frente dele sensualmente. Ele a olhava hipnotizado pela beleza e pelos movimentos dela. Queria se perder naquele corpo.  


I see you over there, so hypnotic
Thinking 'bout what I do to that body
I get you like ooh, baby baby, ooh, baby baby
Ah-ooh, baby baby, ooh, baby baby
Got no drink in my hand, but I'm wasted
Getting drunk of the thought of you naked
I get you like ooh, baby baby, ooh baby baby
Ah-ooh, baby baby, ooh, baby baby


Não aguentando estar longe e sem tocar naquele corpo, ele aproveitou que Kate estava de costas rebolando e Castle a agarrou por trás num movimento rápido que a surpreendeu e mexiam-se juntos por algum tempo, Kate esticou o braço para toca-lhe o rosto e a nuca puxando-o para o encontro com a sua boca. Sentiu as mãos de Castle viajarem pelo seu corpo provocando sensações em si própria.


And I tried to fight it, to fight it
But you're so magnetic, magnetic
Got one life, just live it, just live it
Now relax, sing it on your back
If you wanna scream, yeah
Let me know and I'll take you there
Get you going like ah-ooh, baby baby, ooh, baby baby
Ah-ooh, baby baby, ooh, baby, if you wanna done right
Hope you're ready to go all night
Get you going like ah-ooh, baby baby, ooh, baby baby
Ah-ooh, baby baby, ooh, baby, if you wanna scream


Mas Kate sempre procurava algo mais para atiça-lo. Escapou das mãos dele e rebolou até o chão em um movimento que tirava-lhe a concentração. Ela virou-se para ele e o provocava com o olhar. Aquela dança já estava subindo para a cabeça deles. O calor começava a dominar seus corpos. Ela o desafiou chamando-o com o indicador para ir até ela. Castle não deixou barato. Ele a agarrou de tal forma prendendo-a em seu corpo que ela gritou. Surpresa mas extremamente satisfeita com a pegada dele, ambos iniciaram uma dança de lábios buscando atiçar o outro até que após mordiscar o lábio inferior dele, Castle a arrebatou num beijo avassalador incapaz de faze-la pensar. Podia apenas sentir a força do desejo que ele sentia por ela. Kate sentiu o corpo esmorecer e sua pele arrepiar. Havia outra coisa que a dominava agora. Percebera que ele estava excitado. Ela gemeu quando ele quebrou o beijo. Continuou dançando agarrado nela.    


Kill the lights, shut 'em off, you're electric
Devil eyes telling me "come and get it"
I have you like ooh, baby baby, ooh, baby baby (ah)
Ah-ooh, baby baby, ooh, baby baby
Girl, tonight you're the prey, I'm the hunter
Take you here, take you there, take you under
Imagine me whispering in your ear then I wanna
Take off all your clothes and put somethin' on ya


Kate desvencilhou-se do corpo dele por uns instantes apenas para rebolar um pouco mais para ele. Voltou a se agachar e empinou o bumbum para Castle. Deus, ele estava prestes a perder o controle. Ela tornou a virar para encontrar o olhar dele. Desejo puro e simples. Eles não durariam muito ali se continuassem assim. Porém, não desistiu de dançar para Castle. Se aproximou e passava as mãos no peito dele enquanto os lábios devoravam o pescoço dele até encontrar a boca deliciosa esperando entreaberta para recebe-la. Castle a puxou novamente colando o corpo completamente ao dele. O beijo ganhava tom de selvagem tamanha a urgência de explorar cada milímetro daquela boca. 


And I ain't trying to fight it, to fight it
But you're so magnetic, magnetic
Got one life, just live it, just live it
Now relax, sing it on your back


Quebrando o beijo, Kate mordiscava o lóbulo da orelha dele e sussurrou.

- Está pronto para me fazer gritar, Rick? – e apertou o bumbum dele – a noite toda? Quero você por inteiro.

Castle sentiu a fisgada na virilha. Ela estava enlouquecendo-o. Se continuasse assim poderiam ser banidos daquele clube. A música acabou e uma nova batida dançante começou. Ele a puxou pelo braço rumo ao bar. Ela ainda rebolava e esfregava seu corpo no dele. Castle ficava impressionado de como ela fazia isso de maneira sutil, sem chamar atenção das outras pessoas e mantendo um certo decoro. Já o mesmo não acontecia com ele, estava envergonhado e quase a ponto de explodir. Foi por isso que a levou ao bar e pediu mais duas bebidas. Entregou o copo a ela que virou em um único gole. Kate sentou-se em um dos banquinhos e o puxou com as pernas para perto. Abraçou e deixou os lábios continuarem o que haviam parado a poucos segundos. Castle sentiu quando ela beliscou seu bumbum novamente.  

Não adiantava, eles precisavam sair dali. O problema era que mal tinham chegado na boate, não estavam nem a uma hora ali. Será que a convenceria de ir embora tão repentinamente? A música agora era um pouco mais lenta e Kate se balançava no banco abraçando-o pela cintura e apoiando a cabeça no ombro dele. Então, ela se separou dele e avisou.

- Preciso ir ao banheiro. Pede mais um drinque pra mim? Já volto – ela caminhou uns três passos e voltou-se para fita-lo, piscou para ele e sorriu – não olhe para a minha bunda, Castle! – ela o pegara no flagra. Saiu rindo.

Quando ela saiu do banheiro, deu de cara com ele esperando-a no corredor. Isso só podia estar indicando más intenções. Será? Ela se aproximou dele e ergueu a sobrancelha.

- Onde está meu drinque? E porque você está aqui? Ele tocou o queixo dela e beijou-lhe os lábios vagarosamente de uma maneira toda especial e sensual. Ele evitava de colar seu corpo no dela porque todo o fogo dentro dele poderia explodir, estava tentando se controlar.

- Vamos sair daqui, Kate. Vamos curtir a nossa noite. Somente nós dois, não aguentarei ficar vendo você se rebolar na minha frente e eu prestes a enlouquecer.

- É isso mesmo que você quer? – no fundo ela queria a mesma coisa apenas não gostaria de a primeira a pedir isso, manter um pouco de orgulho não seria de todo mal.

- Tenho certeza – ele se aproximou dela e sussurrou no ouvido com uma voz rouca – não quer que eu te faça gritar? – involuntariamente, ela gemeu.

- O que estamos esperando?

Eles deixaram a boate bem rápido parando o primeiro taxi que apareceu. Eles se controlaram até chegarem ao apartamento de Beckett. Quando a porta fechou atrás deles, Kate estava mais calma porém queria criar um certo clima de preliminar com ele. Ir devagar, curtir a noite e a madrugada ao lado dele. Castle foi logo tirando o blazer, prevendo que ela estaria louca para levar as coisas para um outro nível. Ele queria fazer isso. Viu quando ela sentou no sofá e pareceu desligada comparado com o jeito dela na boate. Ele sentou ao lado dela. Primeiro ele a fitou longamente como se a desafiasse a tomar o próximo passo mas Kate era dura na queda apesar de estar morrendo de vontade de agarra-lo e esquecer o lance de ir devagar, ela permaneceu forte em sua posição mas Castle desistiu e jogou-se de corpo e alma sobre ela.

Com um beijo de tirar o fôlego ele a forçou deitar no sofá com o peso do corpo dele sobre si. Os lábios de Castle devoravam os dela e perdiam-se no pescoço e colo provando a pele exposta a seu dispor. As mãos ágeis desciam e buscavam o encontro com as coxas dela, puxando a roupa para cima. O vestido facilmente descartável sequer precisava ser desfeito. Bastava ergue-lo um pouco para tirar proveito da parte mais ansiada do corpo dela. Ao fazer isso, Castle se ateve a tirar a calcinha e as pernas dela beijando-as, provando-as. Depois voltou a buscar os lábios deliciosos de Kate. No mesmo momento, ela sentiu os dedos dele adentrarem o seu íntimo, o que a fez gemer e contorcer o corpo na direção dos lábios dele.

O ritmo impresso por ele acabava por mexer com todos os sentidos de Kate. Sentiu o corpo estremecer com o toque em seu centro. Ele tinha a boca nos seios dela sobre o tecido do vestido. Ele massageava o clitóris dela e Kate não conseguia mais pensar, seu corpo amolecia ao toque dele. Ela foi surpreendida quando a boca dele a provou enfiando a língua em seu centro. Ergueu o corpo e gritou. Após isso foi difícil se controlar e seu corpo se retesou antes de ceder completamente ao orgasmo.

Castle a segurou em meio ao orgasmo não diminuindo o ritmo do toque que os seus dedos exerciam nela. Para atiça-la ainda mais ele roubou um beijo mordendo o lábio inferior dela. Ele retirou os dedos de dentro dela e a puxou de encontro a ele. Kate se posicionou sobre o colo dele desabotoando a camisa e jogando-a para longe. Ainda sobre o colo dele, Kate beijou-lhe o ombro e marcou o peito dele com a ponta das unhas antes de roubar-lhe mais um beijo. Querendo muito mais, ela levantou-se do colo dele, desfez o botão da calça e puxou-a até o chão trazendo consigo o boxer nas mãos. O membro já ereto e pronto para recebê-la. Ela tirou o vestido que já estava na cintura. Ele não esperou pelo próximo passo dela, se levantou do sofá e a puxou para os seus braços em um beijo avassalador. Quando afastou-se dela, Kate estava sem fôlego. Sorrindo ela entrelaçou os dedos nos dele e guiou-o para o quarto.

A noite não era para um simples fazer amor. Hoje tratava-se de desejo. Exatamente por isso Castle sentou-se no colchão e ela se colocou sobre ele já beijando-lhe o peito, ele não esperou Kate continuar. Com uma das mãos, ele segurou os cabelos dela e a afastou um pouco deixando a cabeça tombar para beijar a garganta dela, em seguida trouxe a mão até a nuca e encostou os lábios dela nos seus. O beijo era eletrizante. Conseguia despertar cada poro e pelo do corpo dela. Castle não podia mais esperar e por isso a segurou pela cintura e penetrou-a de uma vez. Kate gritou. Juntos ditaram o ritmo dos movimentos enquanto Castle explorava o corpo dela. Costas, ombros, seios. Ele mesmo inclinou o corpo dela para trás a fim de sugar os seios dela com os lábios. Ele acelerou a batida e sentiu-a amolecer em seus braços. Ele também não podia segurar por mais tempo. Aumentou o ritmo e sentiu-a cravar os dentes no ombro dele quando a onda de prazer a atingiu. Ela se jogou sobre ele empurrando-o na cama. Apoiada no peito dele ela se remexia com ele. Calor, desejo e tesão. Ela sentia-se completamente tomada por ele. Castle gemeu ao sentir o movimento que ela imprimia sobre seu membro. Kate se inclinou buscando os lábios dele quando sentiu-o se mexer e deixa-la de costas para o colchão. Ele tomou os seios dela em suas mãos e os acariciava puxando os mamilos e apertando para leva-la à loucura. Não podiam mais, não queriam mais segurar. Foi ela quem pediu para render-se de vez.

- Castle...por favor...vem....       

E ele obedeceu. A explosão que se seguiu fora tão forte que os dois sentiram-se alheios ao mundo, recebendo todo o prazer gerado por uma noite de prazer e amor. Quando a sensação passou, Kate ainda ofegava deitada sobre ele. Devagar, ela se moveu para o lado da cama mas Castle estava gostando de tê-la sobre seu corpo. O coração começou a se acalmar por hora e ele enroscou suas pernas nas dela e acabaram dormindo de ladinho e abraçados.

Na manhã do dia seguinte, Kate foi despertada por um monte de carícias e beijinhos. Sorrindo, ela se viu sendo levada mais uma vez na direção dos céus porém agora de uma maneira diferente. Ele fez amor com ela calma e lentamente. Despertando cada um dos pontos capazes de fazê-la delirar de prazer. Esse fora seu bom dia.

A relação dos dois estava a cada dia melhor. Apesar de terem que lidar com a ausência e a carência um do outro por períodos muitas vezes maiores que uma semana, Castle e Beckett falavam-se todos os dias. Quando estava coabitando sobre o mesmo teto, seja em Washington ou New York, cada um a sua maneira aproveitava o tempo que tinham juntos e proporcionavam mimos ao seu par. Castle gostava de preparar comidinhas ou leva-la para passear. Também queria saber como fora seu dia, sempre disposto a escuta-la e ajudar no caso que tivesse trabalhando. Quando em New York, ela sempre fazia mimos para ele e sua especialidade era café da manhã. Kate fazia questão de comer sua comida chinesa preferida na companhia dele e uma noite tinha a obrigação de jantar no Le Cirque, o restaurante preferido de Castle. Ela também visitava os amigos e se ele tivesse disposto a deixa-la ler e dar sugestões ao livro que escrevia, Kate fazia de bom grado.

Castle e Beckett criaram uma ponte aérea entre DC e New York. Revezavam-se nas visitas e construíam a nova etapa de suas vidas da maneira melhor que encontravam. A dinâmica de seu relacionamento não era a de casal normal e muitas vezes Kate Beckett se sentia bastante sozinha afinal ela já estava acostumada a tê-lo presente e disponível em sua vida na grande maioria do tempo. Ela praticamente vivia no apartamento dele e tinham um lado bem doméstico internalizado com eles.

Adaptação. Essa era a palavra da vez. Era exatamente isso que eles procuravam fazer nesses primeiros seis meses da nova vida de Kate em Washington. Quando diziam a ela que o amor muda as pessoas, ela achava simplesmente que era apenas uma frase banal, um jargão para os apaixonados. Muito barulho e exagero. Hoje, ela pode afirmar e reconhecer que essas pessoas estavam certas. Em cinco anos ela viu uma transformação acontecer diante dos seus olhos e do seu reflexo no espelho. Castle e ela mudaram, amadureceram para o amor, cada um a seu jeito, a seu tempo e de maneiras diferentes até se considerarem prontos para dar o próximo passo. Era isso.      

O futuro ainda era uma incógnita para Kate. Estava galgando seu espaço no trabalho, havia a possibilidade de crescer,evoluir. Também tinha Castle, o casamento, a visão de uma família. Mudanças constantes. Metamorfoses. A única certeza que tinha era que enquanto tivesse Castle ao seu lado, o amanhã poderia desafia-la. Kate Beckett cansara de ter medo. Ou era assim que ela pensava.   


Dezoito meses antes...

Washington DC


Kate caminhava devagar pelas ruas da cidade. O sol parecia querer esquentar essa hora tão cedo da manhã. Ainda demonstrava sinais de cansaço pelo voo feito de madrugada mas era uma sensação prazerosa. Olhou para a mão direita onde o anel ganhava destaque. Sorriu. Naquela tarde de maio, ela estava disposta a por força de uma oportunidade importante de trabalho, esquecer uma das coisas mais preciosas que já acontecera em sua vida. Ao sentar-se naqueles balanços para encarar sua nova realidade, Kate descobriu que ao invés de fechar um ciclo estava começando outro. No primeiro momento, julgou que seu relacionamento com Castle estava ameaçado pois o fato de mudar-se para Washington iria impactar suas vidas diretamente. Ao ouvi-lo falar tão seriamente sobre quanto havia pensado sobre os dois, ela pensou que Castle terminaria a relação. No fim, fora surpreendida com um pedido de casamento. Essa hipótese nào lhe ocorrera nenhum segundo sequer, talvez por ser uma pessoa muito racional ou ter dúvidas de como ele via o relacionamento dos dois mas principalmente pela reação tão intensa que ele demonstrara ao saber que ela escondera a entrevista dele.

A vida era feita de escolhas. Algumas delas podem te forçar a desistir de algo ou alguém importante, exigem sacrifícios. Outras porém servem para reafirmar um compromisso, determinar prioridades e principalmente definir o que é exatamente essencial na sua vida. Essa fora a escolha de Kate Beckett. Ao escutar a pergunta de Castle, ela percebeu que não poderia ser feliz sem ele ao seu lado, não podia escolher entre ele e o novo emprego. Precisava ter os dois mundos e isso apenas seria possível se houvesse o comprometimento de ambos. Sua escolha foi baseada no amor e na confiança que ambos tinham um no outro. Juntos, eles prometeram fazer tudo dar certo. Bastou olhar naqueles olhos azuis para saber que esse era o seu caminho, a sua verdade.   

E aqui estava ela, rumo ao FBI para investigar mais um caso. Castle estava em New York ainda ajudando os rapazes no 12th distrito, trabalhando em seu novo livro e ela esperava pela próxima oportunidade de tê-lo “morando” um tempo com ela em DC. Nesse momento, ele estava na turnê do Deadly Heat e Kate tinha um novo caso no bureau, o seu décimo quinto caso no departamento de crimes especiais. Tinha recebido poucas informações mas pelo que seu chefe dissera era algo complicado que poderia durar alguns meses de investigação. Ela parou na esquina do prédio J. Edgar Hoover onde havia uma cafeteria. Pediu o mesmo de sempre, já era inclusive conhecida pelos atendentes. Tomar esse café era para Kate um ritual, uma forma de manter viva sua rotina de New York quando todas as manhãs ele trazia café para ela. Era o seu momento introspectivo porque a bebida tinha um significado muito especial para ela e Castle. Após degustar de seu ritual matinal, ela seguiu para o trabalho.

A sala de reunião estava cheia de agentes. Alguns já conhecidos dela, outros já vira pelos corredores e à frente pronto para fazer a apresentação do caso a investigar. Ela arranjou uma cadeira vazia e preparou-se para ouvir.

Três horas depois, eles deixavam a sala com uma missão. Kate Beckett fora escolhida para liderar as investigações. O caso tinha ligação com a máfia chinesa. Milhões de dolares invadem o país através de vias ilegais usando mercadorias que variavam de eletrônicos, vestuário e calçados. Nessa invasão de produtos chineses, foram encontrados produtos com drogas escondidas o que criava uma outra dimensão para o problema ao envolver narcóticos. Pior que isso era o fato de existir negligência na fiscalização na entrada das mercadorias no país, o que implicava diretamente o FBI.

Ela reuniu a equipe de agentes que lhe foi designada e traçou o plano de investigação. Ordenou as pesquisas necessárias sobre tipos de carga, portos onde navios desembarcavam, postos da polícia federal para fiscalização, um perfil dos viajantes que geralmente traziam as cargas e todo o histórico das apreensões de drogas. Toda essa informação era necessária para montar a correta linha de investigação porque uma vez que a Federal se envolvia em casos assim, tinham que ir a fundo, procurar a causa raiz e encerrar o caso colocando na cadeia todos os envolvidos. Se tivessem sorte, poderiam encerrar o trabalho em duas semanas. Mas sempre havia espaço para complicações e se isso acontecesse, o caso poderia se estender por meses. Kate torcia para ser um caso rápido.

Enquanto as pesquisas eram feitas, Kate analisava os primeiros dados passados pelo seu superior tentando montar uma linha do tempo. Eram muitos detalhes e rapidamente ela encheu o quadro de apoio. Apesar da tecnologia, o quadro branco ainda estava lá auxiliando-a na ordenação das ideias. Ao final da tarde, reuniu novamente todos para ver o quanto tinham avançado. Discutiu alguns pontos que julgou importante e obteve o consenso do time. Duas horas depois, ela dispensou a equipe e seguiu para casa.

Já em seu apartamento, Kate prepara algo para jantar e liga a TV para acompanhar o noticiário enquanto isso. Com uma salada,french toast e uma taça de vinho, ela senta-se de frente para TV. Depois de zapear por vários canais, desistiu e pegou o telefone. Discou para ele.

- Hey...

- Gorgeous... bom ouvir sua voz. O que está você fazendo?

- Comendo em frente a TV. Não passa nada interessante. E pensei em você. Está ocupado? Onde está?  

- Atlanta e não, estava pedindo um sanduíche. E se estivesse, não era um problema. Sempre tenho tempo para você, Kate. Você estava trabalhando até agora?

- Cheguei a meia hora. Ainda nem me animei para trocar de roupa direito. Tenho um novo caso. Parece bem interessante e complicado. Espero poder concluí-lo rápido mas não estou muito confiante. Eles me colocaram no comando.  

- Como não? Você é a melhor agente do FBI que eu conheço!

- Você quer dizer a única – e ela mesma riu do que falara.

- Você sabe o que estou dizendo, sobre o que é o caso?

- Provavelmente um esquema mafioso da China envolvendo eletrônicos e narcóticos. Ainda não sei realmente, está cedo pra dizer. O tipo de caso que você adora investigar, Castle.

- Ah, você me conhece tão bem...adorei a mistura de máfia com drogas.

- É uma suspeita apenas de que seja algo envolvendo a máfia afinal não é qualquer um que pode bancar uma operação dessas. Pior é que compromete diretamente o FBI. Mas não foi por isso que liguei para você, queria ouvir sua voz antes de dormir. Toda a vez que volto de New York ou você se vai de DC fico com essa sensação de homesick. Estou cansada ainda da jornada mal tive tempo de me arrumar depois que cheguei porque já tinha que trabalhar mas não me arrependo. Só precisava falar com você.

- Então você sente o mesmo que eu. O apartamento parece vazio quando você não está, sem graça mesmo. E isso vindo de alguém que mora com ninguém menos que Martha Rodgers – ele a ouviu sorrindo mas já havia detectado o cansaço na voz – vá descansar Kate, você precisa estar bem para resolver esse caso. Amanhã viajo para a Florida, Jacksonville depois Orlando, Tampa e Miami. Três dias corridos.

- Três dias? Para fazer noites de autógrafos e entrevistas e os tempos de trânsito. Nossa! Isso não está muito corrido, Castle?

- Não gorgeous não se preocupe. Tampa e Miami serão feitos no mesmo dia. Um pra Orlando e um pra Jackson, aí volto para New York. A próxima rodada vai acontecer apenas depois do natal, no próximo ano mesmo. Quero que se concentre no seu caso e ligue se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, até mesmo se for apenas para ouvir minha voz.

- Tudo bem, eu ligarei. Então, até amanhã?

- Sim, durma bem e Kate...

- Hum?!

- I love you.

- Eu sei. Um beijo e comporte-se. Nada de assinar peitos por aí, ainda durmo com uma arma – ele gargalhou - Love you too,Cas.

Desligou e foi para o quarto. Tudo o que queria era um bom banho e cama.


Cinco dias depois...


O caso que Kate investigava começava a ganhar corpo. A suspeita de Kate sobre a máfia chinesa se confirmou quando os dados que ela pedira chegaram. Mais do que isso, ela também percebeu que havia envolvimento direto de fiscais federais nessas operações facilitando a entrada das mercadorias. A máfia chinesa de Washington era tão grande e poderosa quanto a de New York e claro mantinham conexões com o pessoal de lá para trocar informações dos portos e escoar cargas ali também. Kate pediu ajuda dos rapazes no 12th para conseguirem algumas informações do grupo por lá. Havia muito em jogo e ela precisava encontrar o grupo que chefiava todo aquele pessoal. Ela já identificara pelo menos quinze rostos que recebiam ordens do grupo gestor. A máfia funcionava como uma empresa, tinha um grupo responsável por gerir o negocio que ordenava a equipe de quinze a executar rotas, operações ilícitas, controle de portos e assassinatos quando necessário. Curiosamente, na noite de ontem, um desses quinze foi achado morto em um beco nos arredores da periferia de Washington. Ela mesma visitou a cena do crime. Na sua intuição de detetive, esse assassinato não ocorrera por acaso. Ela estava na sala reunida com o time, passando instruções.

- Como podem ver pelas fotos da cena do crime é um serviço profissional. Esse é um dos Quinze e certamente a minha opinião é de que isso não aconteceu por acaso. Então nossa missão é pressionar o legista para termos respostas o quanto antes a fim de chegar a uma conexão com a máfia chinesa. Outro ponto importante da nossa investigação é continuar vasculhando mais fundo o submundo desses chineses. Precisamos entender quem são os nomes do comando. Essa será nossa primeira tarefa pela manhã, vamos deixar os peritos e o legista conseguir mais informações para nós durante a noite. Vamos para casa.

Ela pegou suas coisas e saiu quase imediatamente do bureau mas levou consigo material suficiente do caso para estudar em casa. Não tinha mesmo o que fazer e depois de uma chuveirada quente, a mente poderia ver algo que não vira antes. Ela chegou em casa e foi tomar banho. Já vestida para dormir, ela sentou-se na cama com uma caneca de café e a papelada que trouxera do bureau. Estava lendo a primeira informação quando a campainha tocou. Ela olhou o celular. 11 da noite, quem podia ser essa hora? Levantou-se e desconfiada pegou sua arma. Ouviu a campainha novamente. Odiava essa porta por não ter olho mágico. Segurou a maçaneta e escondeu a arma estrategicamente. Ao abrir a porta, ela se assustou.

- Castle?! O que faz aqui?

- Olá, gorgeous... surpresa em me ver? – ela abriu os braços e arregalou os olhos, ele viu a arma na mão – você está armada?

- Sim, se alguém bate na minha porta sem avisar às 11 horas da noite eu vou desconfiar e me precaver – ela relaxou e deixou a arma sobre a mesa. Ele estava ali.

- Já estava dormindo? Eu ia para New York mas pensei duas vezes e vim parar em DC. Afinal, posso escrever aqui também e não podia perder a chance de ver a investigação dessa tal máfia chinesa. Você não solucionou o caso ainda, certo? – ela olhava para ele confusa, ele percebeu que se empolgara demais com o que não devia – mas esse não foi o primeiro motivo pelo que vim – ele se aproximou dela, acariciou-lhe o rosto - senti sua falta, Kate.

Ela envolveu seus braços no pescoço dele e sorriu.


- Eu também. Bem-vindo de volta, Rick... – e beijou-lhe os lábios. 


Continua....

4 comentários:

Unknown disse...

Top por demais da conta ! Ansiosa pelos proximos capitulos, você é uma otima escritora e tem uma imaginação muito fertil (o que eu amo a proposito) bjs linda e nunca pare de escrever <3

Unknown disse...

Oi Você! Sorry pela demora,essa SP me tirou o folego tio Andrew arrasou..Like Always!
O que aconteceu com o Cas?????
Eles matanto a saudades ui,Agente Kate Beckett soa tão sexy =p
O que é essa mulher dançando???!!!
É de dá orgasmos só de olhar U.u
eles juntos e ainda por cima noivos =")
Esperando pelo priximo cap.
:)

Unknown disse...

uuu uuuall..sem palavras..amooo esses dois...tbm esperando o proximo cap.. *-*

Unknown disse...

Adorei o capitulo, estou louquinha para ler o proximo e que escritora boa é essa gente! Se continuar assim vai fazer muito sucesso.