segunda-feira, 7 de abril de 2014

[Castle Fic] There's Always Tomorrow - Cap.12


Nota da Autora: Esse capítulo está reflexivo. Talvez porque eu esteja em um momento estranho da vida e passei um pouco dessa emoção/introspecção para Becks. Espero que gostem! As lacunas começam a se completar. Como prometi, um pouquinho para recordar - from the past! Mas no proximo, vem angst! Enjoy!

Dica: Que tal ler esse capítulo ao som de "I just want you"? Vai ser bom... 

Atenção.....NC17 - be aware!



Cap.12

Duas semanas depois...


Beckett estava ávida por notícias do 12th distrito. Sabia que deveria ficar longe e dar tempo para as investigações correrem normalmente porque o caso em questão não era de responsabilidade daquele departamento. Gates autorizara por consideração a ela e Castle. Mas a ansiedade falou mais alto e ligou para Ryan a fim de obter respostas.

- Ryan.

- Hey, Ryan é a Beckett. Tudo bem?

- Hey, Beckett. Sim, apenas muito trabalho. E você? Como está o Castle?

- Na mesma. Olha Ryan, vou direto ao ponto. Preciso de notícias, quero saber se vocês conseguiram algo novo, encontraram o cara da filmagem? O tal Andrew?

- Nem sinal dele, Beckett. Se ele existe, evaporou feito fumaça. Sei que não era isso que você gostaria de ouvir.

- Isso é terrível, eu sei que há algo mais nessa situação. Não foi acidente, Ryan e preciso que me ajudem a provar isso. Por que não emitiram um APB dele? Esse cara está solto por aí fazendo mais maldades, tenho certeza. Vocês precisam fazer isso.

- Beckett, você mais do que ninguém sabe que não podemos emitir APB nesse caso. Não é um homicidio e não há prova alguma que ele tenha responsabilidade no ocorrido – ele ouviu a frustração dela do outro lado da linha pois sabia que ele tinha razão – mas nem tudo está perdido. Espo entrou em contato com o departamento de trânsito para verificar se existe alguma outra gravação de câmeras de segurança simulando o possivel trajeto da van. Eles estão averiguando. Devemos ter mais informações em dois dias.

- Oh, Ryan. Mas vocês não vão deixar de procurar pelo Andrew, certo? Ele é a chave de tudo.

- A ideia da gravação é exatamente essa, se conseguirmos uma boa imagem do motorista ou algo suspeito na van podemos buscar algo que ligue o acidente a ele. Beckett, você sabe que mesmo com outros casos rolando de homicídio, nós não deixaremos de investigar o acidente de Castle. Queremos justiça tanto quanto você. Eu prometo que aviso caso tenhamos alguma coisa.

- Obrigada, Ryan. Agradeça a Espo e Gates por mim. Sei que estão fazendo o que podem e desculpe por ser tão insistente. Essa falta de informação, esse vazio que estou sentindo, Castle que não reage. É muito para lidar, e-eu não consigo ficar sem fazer nada... desculpe.

- Eu entendo perfeitamente. Não precisa se desculpar – Gates que estava ao lado dele acompanhando a conversa desde o momento que ouviu seu nome, puxou o telefone para si e falou com Beckett.

- Beckett, é a Gates. Sei que não está sendo fácil para você estar de mãos atadas nesse momento. Principalmente você que sempre foi uma pessoa disposta a lutar pelas vítimas e pela busca da verdade. Se quer meu conselho, pode até tentar investigar mas não seria melhor se concentrar nessa vida que cresce dentro de você? Se dê um momento de curtição, lembre o que essa gravidez significa. Afinal, esse bebê é seu e de Castle. É um pedaço dele que você carrega aí dentro. Deixe o trabalho conosco e faça algo exclusivamente para você.

- Obrigada, Capitã. Ao desligar o telefone, Gates vira-se para Ryan e chamando-o com o dedo para sua sala, gritou o nome de Esposito também. Quando os dois já estavam lá, ela fechou a porta e olhou seriamente para eles.

- Detetives o que eu vou dizer aqui é muito importante. Sei que o departamento está reduzido e com muitos casos em andamento mas preciso da atenção de vocês para um assunto que diz respeito a todos nós nesse distrito. Independente do nosso dever em solucionar homicidios, quero que vocês continuem investigando o acidente de Mr.Castle. Não temos muitas pistas mas precisamos achar algo que nos leve ao culpado. A Detetive Beckett merece nosso apoio e respeito por tudo o que ela já fez por cada vítima que um dia já surgiu na frente dela e pelas quais ela dedicou seu tempo em achar a verdade. Cavem o que puderem, entenderam?

- Sim, senhora.

- Ao trabalho.

Kate ficou pensativa sobre o conselho de Gates, ela entendia o que a capitã estava querendo dizer mesmo assim, ao pensar em fazer o que ela sugeria, sentia-se traindo Castle. Não era justo com ele que ela curtisse esse momento tão especial sozinha. Toda vez ao lembrar da maneira como ele reagiria a cada novidade, sentia seu coração apertar. Fechou os olhos e suspirou. Tentou encontrar outra coisa para se concentrar. Ryan. Ele falou algo importante. Ela precisava achar aquele cara e Kate tinha uma vaga lembrança dele estar ligado ao caso da máfia de DC. Ela precisava voltar ao loft, para isso teria que falar com Martha. A última coisa que precisava era voltar lá e encontrar Alexis. Não precisava de outra discussão, não diante do que pretendia fazer.

Ela seguiu para o hospital, precisava vê-lo para acalmar seu coração e se preparar para buscar respostas. Passou grande parte da manhã ao lado da cama dele e decidiu sair antes do almoço para evitar encontrar com Alexis. Talvez algumas pessoas pudessem julgar a atitude dela como infantil, imatura mas ela não estava a fim de discutir. Precisava dar tempo ao tempo, era isso que Alexis precisava para colocar as ideias em ordem e aceitar a ajuda de alguém com experiência para faze-la entender e encarar o que estava acontecendo.

Saindo do hospital, ela ligou para Martha.

- Katherine! Que bom que você ligou. Como você está?

- Estou bem,Martha. Saindo do hospital agora. Vou almoçar, quer se juntar a mim? Gostaria de conversar com você.

- Claro, querida. Le Cirque? Em meia hora?

- Tudo bem – Kate mordeu os lábios ao lembrar que esse era o restaurante preferido de Castle, sua resposta imediata seria dizer não mas o local era praticamente uma unidade de cozinha extra da familia Castle – te espero lá. A caminho do local, ela aproveitou para demorar um pouco mais nas ruas, dar uma olhada na vida ao seu redor. Desde o acidente, Kate não sabia o que era apreciar uma boa vista. Sua nova vida se resumia a noites solitárias ou no hospital, enjoos que finalmente a estavam deixando e pensamentos que geravam várias perguntas sem respostas sobre o futuro incerto de Castle e dela mesma. Além é claro da extrema necessidade de achar o responsável por tira-lo da vida dela em um momento tão importante.

Kate nunca pensou um dia depender de uma pessoa. Esse também não era o caso agora mas ela acabou por descobrir que não era apenas sua vida que importava a ela como já acontecera no passado. Seu mundo, suas escolhas todas se resumiam a Castle. Pelo menos essa não foi sua ideia quando ele veio se juntar com a NYPD por intermédio do prefeito de New York querendo fazer pesquisa para escrever seu próximo best-seller. A jornada entre casos e resoluções de crimes foi cheia de altos e baixos, brigas, ameaças a vida de ambos, apoio e parceria. O sentimento não apareceu de repente, ela reconhecia que desde o primeiro contato o achou atraente, charmoso porém extremamente irritante e cheio de si. Com o passar do tempo, aprendeu a respeita-lo como uma pessoa que somava ao seu trabalho apesar de vários deslizes em teorias sem sentido, viu o ser humano gentil, o pai carinhoso e dedicado e dentro dela o sentimento de admiração se transformou em carinho, amizade e acabou se revelando ser amor.

Porém a vida a ensinou duramente não esperar muito das pessoas. Desde a perda da mãe, Kate se fechara em um mundo unicamente seu. Cercou-se de muros que davam a ela uma sensação de proteção contra o mundo, contra a possibilidade de se machucar mais do que já acontecera no passado. Ninguém a havia desafiado a quebrar essas barreiras, ninguém ousou brigar e enfrentar o passado que as construiu exceto Castle. Ele a fez se questionar se através dele o mundo não estaria mostrando que havia uma chance de ser feliz. Não foi uma missão fácil para ambos. A cada dia, ele dava mais e mais motivos para que ela o visse além do parceiro de investigações, ele a instigava a questionar-se continuamente mas o medo ainda a detinha, a impedia de tomar uma decisão. Como todas as conquistas na vida de Kate, a do amor também fora uma batalha árdua e precisou estar a beira da morte para perceber que estava prestes a jogar fora a segunda chance que a vida dera a ela de ser feliz. Em um momento de angústia, ele era tudo o que vinha a mente dela. Era tudo o que ela mais desejava. Queria Castle. Foi o amor dele que a salvou naquele dia à beira do telhado. E agora, seria o amor incondicional dela que o salvaria nem que ela tivesse que dar a vida por ele.

Os pensamentos a fizeram engolir em seco para lutar contra as lágrimas que se formavam. Martha sentou-se a frente dela sem que ela percebesse e viu um brilho diferente naqueles olhos. Esticou a mão para toca-la e sorrindo perguntou.

- O que aconteceu, querida?

- Hey, Martha... não percebi você chegar.

- Talvez porque estava em outro planeta. Está tudo bem, Katherine? Seu olhar me diz que há algo te incomodando. Pode falar comigo.

- Não, Martha. Tudo está exatamente da mesma maneira que ontem, a uma semana atrás, a um mês. Nada muda. Nada – ela engoliu em seco e passou as mãos pelos cabelos tentando afastar a nuvem cinza que pairava sobre sua cabeça – o que quer beber?

- Não mude de assunto tão rapidamente, Katherine. Você precisa se abrir com alguém, dizer o que sente. Isso não faz bem para você nem para o bebê crescendo aí dentro. Ela suspirou e cedeu.

- Saudades, muitas saudades de ouvir a voz dele, o sorriso, das brincadeiras e de todo o resto. Estou me sentindo tão sozinha. O mais solitária que já estive nesses seis anos. Se ao menos eu pudesse... – ela cobriu o rosto com as mãos e respirou fundo - não, eu preciso ajuda-lo. Foi isso que me trouxe aqui. Eu quero ajudar Castle, tenho uma desconfiança de que existe alguém por trás desse acidente. Os rapazes estão me ajudando a procurar pistas. Existe uma explicação para tudo isso e eu vou descobrir qual é. Por isso chamei você aqui. Eu deixei algumas anotações minhas sobre o último caso que trabalhava no escritório de Castle. Gostaria de ir lá buscá-las.

- Espere, o que você está dizendo? – a cara de Martha era de espanto – Está pedindo permissão para entrar no loft? Isso não tem cabimento algum, Katherine. Aquele loft é seu também de direito e merecimento. Você é a esposa do meu filho. Não pode se sujeitar a certas situações e por causa de Alexis?! Não admitirei tal pensamento. 

- Martha eu agradeço a forma como você avalia a situação porém eu não quero causar desconforto ou incômodo para Alexis. Não é por mim. Eu estou aqui esperando pelo momento que ela quiser minha ajuda. A reação dela eu posso aceitar. Você sabe do que estou falando.

- Katherine, sei que a minha neta errou ao dizer que você era culpada e as outras coisas que não vale a pena repetir. A imagem do pai naquela cama inerte mexeu muito com ela. Para Alexis, Richard sempre foi pai e mãe desde que ela se lembra afinal Meredith, bem não preciso falar dela. Você a conheceu. O que quero dizer é que Alexis vai cair em si e entender e quando isso acontecer ela a procurará.

- Não a julgo, já estive no lugar dela, sem chão. Pensei que podia ajuda-la.

- Eu sei, querida.

- Quando posso ir até lá?

- Amanhã à tarde. Geralmente é a hora que ela sai para a faculdade e depois passa no hospital para ficar com ele. Mas você deve me prometer que caso não tenha terminado e Alexis chegar, você continuará o que foi fazer. Tudo bem?

- Ok, obrigada Martha.

- Com licença, as senhoras desejam beber alguma coisa? Estão prontas para fazer o pedido? – perguntou o garçon.

- Sim, estamos. Elas fitaram o menu fazendo seus respectivos pedidos e recebendo toda a atenção do rapaz. Assim que ele se afastou, Martha viu uma oportunidade para animar a moça à sua frente.

- Agora vamos mudar de assunto. Como está a gravidez?

- Tudo bem.

- Precisamos começar a comprar o enxoval. Um bebê de Richard Castle merece tudo do bom e do melhor. Você já está com quase cinco meses, não? Quando é a próxima consulta? Já poderá saber o sexo da criança. O que prefere?

- Não quero saber. Nada disso tem o mesmo sentido se ele não pode compartilhar da alegria comigo. Desde que venha saudável e com os olhos de Castle.

- Querida, isso é difícil para você, eu sei. Claro que queria assim como você que Richard pudesse curtir esse momento junto com você. Porém, precisamos cuidar disso, é importante. Me deixa ir com você. Apesar de já ter uma neta, adoraria ver uma mini Katherine com os olhos azuis de Richard porém seu olhar decisivo e seu sorriso correndo pelo loft. Não poderia ser mais linda. Mas se for um menino, prepare-se. Richard vai se igualar a ele em nível de idade, você terá muito trabalho. Querida, vamos às compras. Faça isso pelo seu bebê e por mim. Isso será algo terapêutico para você. Acredite.

- Tudo bem, Martha. Podemos fazer algumas compras.

- Excelente! Ah, isso é maravilhoso. Podemos ir no sábado? – Kate riu do jeito da sogra e concordou.

- Sábado. Então a sogra puxou da bolsa uma sacola.

- Não sabia como você reagiria a receber um presente mas não resisti e comprei algo para meu futuro neto ou neta. Acredito ser o primeiro presente não? – ela sorria o que fez Kate sorrir também.

- Ah, Martha... não precisava. Sim, é o primeiro presente devido as circunstâncias – abriu a embalagem e retirou uma roupinha de lá. Era um macacão verde-água. Ao expor a peça a sua frente, Kate não pode evitar a lembrança de como Castle ficara empolgado com Cosmo naquele natal e o quanto ele curtiu em comprar coisinhas de bebê. O surgimento das lágrimas fora inevitável. Ela se levantou e abraçou a sogra agradecendo – será a roupa que sairá do hospital. Obrigada Martha.

- Que bom que você gostou. 

Ao terminarem, Kate se despediu e foi para casa. Ela não via a hora de ir até o loft naquela quinta-feira. Sentada na cama já de camisola, ela zapeava os canais da tv. Não encontrava nada interessante para assistir. O corpo estava extremamente cansado por ter dormido três noites seguidas no hospital. A sua próxima consulta era daqui a duas semanas. A tarde nostálgica mexeu com ela emocionalmente e com o fisico já desgastado, tudo o que ela queria era poder ficar ao lado dele, ter seus braços ao redor dela. Foi então que Kate se pegou relembrando as memórias da última noite que passaram juntos.

Castle viajava no dia seguinte para suas reuniões em New York. Ela passaria duas semanas longe dele e isso queria dizer muito pois desde que se casaram e vieram morar em Washington, ela se acostumara a chegar em casa e encontra-lo na sala ou no quarto, com um jantar quente ou uma surpresa. Acostumara-se aos mimos. Naquela noite, ela tratou de chegar em casa o mais cedo possivel. Queria ficar o máximo de tempo com ele. Castle ainda estava frustrado com o fato de perder parte da ação em DC.     

- Castle não fale assim, você precisa estar em New York e cuidar do seu trabalho. Tem seus fãs para agradar também – ela começou a se aproximar dele e brincar com a mão no peito dele, beijou-lhe o pescoço – sabe em vez de você ficar reclamando – ela mordiscou a orelha dele – podíamos fazer algo mais... – os dedos finos e frios davam pequenos beliscões na barriga dele sob a camisa – produtivo... você ficará com saudades – beijou-lhe os lábios rapidamente e com ambas as mãos ergueu a blusa do pijama dele – quer tornar a noite mais interessante, babe? Ela se sentou entre as pernas dele e o beijou novamente cheia de desejo. Por uns instantes, ele se deixou perder no tempo apenas sentindo o carinho que os lábios dela provocavam nele. Depois as mãos a tocavam percorrendo as costas de cima a baixo. Kate quebrou o beijo para tirar a camiseta que usava deixando os seios à amostra. Ela fazia movimentos com o corpo sobre o membro dele que em questão de minutos o deixaram pronto para penetra-la. Porém, Castle queria prolongar o momento.

Ele ergueu-se da cama buscando novamente os lábios dela mas suas mãos agora estavam massageando os seios dela o que a fizera tombar a cabeça para trás. Isso facilitou a boca tomar-lhe um dos seios e suga-los, fazendo o mesmo com o outro. Os únicos sons que ela emitia eram gemidos de prazer. Kate sentia o corpo responder ao mais simples toque. A pele quente, o centro úmido e o desejo fazendo o sangue pulsar mais fortemente em suas veias. Ele trocou de posição deitando-a contra o colchão com apenas uma finalidade, livrar-se das roupas que ambos ainda vestiam para então saborear aquele corpo da maneira que deveria. As carícias, os toques, o dançar das mãos apertando partes do corpo eram uma constante ritmada. Castle provou-a fazendo Kate ser tomada pela explosão do orgasmo. Recuperada da primeira sensação quase cósmica, ela voltou a sentar-se sobre ele. Dessa vez, ela não se ateve a troca de carinhos apenas. Deslizou devagar sobre o membro ereto dele até senti-lo completamente dentro de si. Ela debruçou-se sobre o corpo dele e beijou-lhe o peito, mordiscou-lhe a pele e cravou as unhas em seus ombros enquanto movimentava-se sensualmente sobre ele. Os movimentos que ela fazia o levava à beira da loucura provocando uma resposta de prazer poderosa.

Ele se juntou a ela, sentando-se sobre o colchão. Procurou a boca macia, os lábios delicados que em questão de minutos tornavam-se selvagens e os tomou em um beijo avassalador. Ela não iria resistir muito mais ao desejo que a dominava pouco a pouco. Corpo e mente conectados em prol de um único objetivo, o prazer. Ele estocava mais e mais dentro dela fazendo-a rebolar com malícia e destreza. Kate segurou-se ao pescoço dele ao perceber que o orgasmo estava próximo. Fechara os olhos e rendera-se ao momento. Castle beijou o pescoço dela que pendera para trás e gemendo contra o ombro dela, ele também se deixou levar.

Essa era a última demonstração do amor que ela lembrava-se. As sensações e imagens de um momento que não sabia quando poderia sentir novamente. Abraçou o travesseiro e fechou os olhos murmurando palavras de amor, como se conversasse com ele. Não importa o que acontecesse, seu amor por Castle nunca acabaria. Ele era a parte que transformara em alguém capaz de encarar a vida da maneira mais fácil e simples, através dos olhos de um homem que não deixara de manter viva a sua criança interior.


Apartamento de Castle – 2 pm


Ela abriu a porta da frente com sua chave. Ao estar de volta naquele lugar, ela respirou fundo. Tudo parecia estar igual, ao mesmo tempo era diferente. O silêncio incômodo, nenhum cheiro de café, a cozinha arrumada. Kate foi inundada por recordações dos dois, apesar de um pequeno sorriso no canto dos lábios, sentiu um aperto no coração que a fez fraquejar, as pernas pareciam falhar porque tremiam diante das lembranças. A quem queria enganar? Não era a mesma coisa sem ele. Vagarosamente, ela chegou ao escritório. Ali sim era um lugar especial, quase imaculado. Tudo lembrava Castle. Os livros, as fotos, os enfeites sobre a mesa. Kate percebera que estava exatamente do jeito que deixara. As caixas que trouxera de DC no chão próximo ao armário que ficava atrás da cadeira dele. O notebook ainda desligado. Ela não quisera mexer em nada.

Sentou-se na cadeira dele e puxou uma das caixas para cima da mesa. A busca começou. Todos os documentos do caso, anotações e papéis de Castle estavam ali. Kate puxou a pasta com informações do caso. Minuciosamente, ela começou a reler o que cumpunha os documentos. Verificou a lista dos Quinze e constatou a informação passada por McQuinn. Realmente Andrew não fazia parte dela mas por que aquele rosto lhe parecia tão familiar? Não estava imaginando coisas, seu instinto a dizia que ele estava ligado aquele crime podre de alguma forma. Continuava checando cada nome e pensando em qual seria a relação desse homem em tudo isso. Será que estava na folha de pagamento do senador? Balançando a cabeça descartou tal ideia, muito óbvio e facilmente rastreável. Se trabalhava para o Sr. Denver, recebia por fora.

Páginas e páginas foram relidas e viradas sem conseguir achar nada que pudesse lhe guiar na busca do seu suspeito. Já examinara mais da metade da primeira caixa quando Martha chegou.

- Olá, Katherine. Está tudo bem por aqui?

- Sim, Martha.

- Não quer um suco, algo para comer?

- Não, está tudo bem.

- Se é assim, vou subir. Espero que encontre o que está procurando. Qualquer coisa, me chame – Kate sorriu e a sogra deu as costas para ela. Voltou a se concentrar no que estava fazendo. Ao puxar mais um maço de papel da caixa, ela se deparou com uma pasta transparente que não parecia compor o caso do FBI. Continha uma vasta quantidade de papel. Somente ao coloco-la a sua frente foi que entendeu. Aquele material pertencia a Castle. Percebeu os post-its grudados e soube que estava diante do print do livro que Castle escrevia. Retirou-o da pasta para examina-lo melhor. O primeiro post-it dizia “Rascunho Gina para leitura: Cap. 1 ao 17”. O segundo indicava em letra de forma “CLIMAX?!” com mais uma observação “Target: 22 capitulos”.

Segurando o calhamaço de papel nas mãos contemplava o material. Uma obra inacabada, pensou. Estava achando grosso demais o suposto livro. Foi quando percebeu um bloco amarelo de anotações em meio as folhas impressas. Ela o puxou e colocou sobre a mesa. Estava cheios de rabiscos e lembretes feitos por ele. Antes de examina-los, ela folheou a história inacabada. Viu que o livro já tinha título definido “Heat Blows” ou pelo menos era o nome provisório.

Com cuidado, deixou-o sobre a mesa para lê-lo mais tarde. Decidiu que essa era uma boa forma de se aproximar dele, através de suas histórias e teorias. Novamente com o bloco amarelo em mãos, Kate começou a examinar o que ele escrevera.

A primeira folha continha rabiscos totalmente fora do contexto principal como desenhos de personagens de história em quadrinhos, também havia divagações sobre os próximos capítulos. No topo da outra folha, ele escrevera “Capítulo 18” seguido das palavras “Nikki ferida?”, “Climax” e “definição do culpado: senador?”, um abaixo do outro além de um lembrete ”discutir com Kate”. Mais abaixo, ele escrevera em letras maiores pegando um espaço de quatro linhas e circulado “cena de perigo: explosão!”. Agora ela entendera o título do livro. Virando mais uma folha, Kate se deparou com uma espécie de “To Do list” com uma careta ao lado. Parecia aos olhos dela, o resultado de uma conversa com Gina pois o nome dela estava quase no topo da página.

Entre algumas anotações, ela lera. Definir climax, consultar Kate. O que acontecerá com Nikki após a explosão? Também escrevera “Definição da arte da capa. Pedir foto de Kate com o capitólio de fundo”. Abaixo da observação, ele escreveu a palavra dedicatória. No canto da página, havia um desenho de uma carinha smile. Ele sempre arrumava uma forma de divagar enquanto trabalhava. Uma página mais e Kate constatou que ele deixara uma boa parte de ideias para os demais capitulos que precisavam ser escritos. Folheando as demais páginas, ela encontrou um post-it rosa escrito por ele em letra cursiva. O coração disparou. Era a dedicatória do livro. As palavras tão lindas e significativas a pegaram de surpresa. Kate engoliu em seco e não conseguia mais se concentrar em continuar sua busca. Tudo o que queria era deitar-se na cama deles.  

Levantou-se da cadeira, arrumou a mesa da melhor maneira que podia e pegando o rascunho do livro dele, Kate deixou o escritório e foi para o quarto. Fechou a porta e deitou na cama onde tantas vezes partilharam momentos sexys, quentes e carinhosos. Onde as conversas revelaram intimidades, sentimentos e dividiram cumplicidade. Aquelas paredes tinham história. Sentada na cama,especificamente do lado em que ele ocupava, ela fitava o pequeno quadro com as conchinhas que Castle fizera para ela querendo mostrar que aquele espaço pertencia aos dois. As conchinhas daquele primeiro fim de semana sozinhos nos Hamptons que acabara por se tornar bem diferente do que ela imaginara. Mesmo assim, fora um dos momentos mais íntimo dos dois em sua época de namoro.

Na cabeceira ao lado de onde Castle costumava dormir havia um porta-retrato que Kate tinha certeza não estava ali antes. Ao olhar a foto, ela sorriu. A mesma fora tirada em Bora-bora durante a lua de mel deles. Ela lembrava que era cedo tinha acordado depois de Castle que aparentemente não estava no quarto e decidiu sentar-se na varanda admirando a vista. Os ventos tinham emaranhado seus cabelos e ela parecia perder-se ao olhar aquele mar azulado a sua frente. Foi quando ele tirara a foto com ela de perfil. Ficara bonita naquele lugar onde ele deixara. Era bem recente pois da última vez que estivera em New York com ele não havia nenhum porta-retrato no quarto. Ela gostara do gesto, mais uma forma de estar presente ali.

Deitou-se na cama e colocou o draft do livro ao seu lado, o bloco amarelo sobre seu estomago. Por alguns minutos ficou apenas contemplando o teto, em seguida pegou as anotações e começou a ler. As ideias deixadas ali eram muito boas para o clímax da história e como todas as coisas que Castle escrevia, estava bem ao seu estilo. E sim, havia ideias malucas além de momentos de tensão e íntimos entre Nikki e Rook listados. Ela não se deu conta mas acabou cochilando na cama.

Ao despertar, Kate esticou-se na cama como quem procura o outro para aninhar-se um pouco mais antes de realmente levantar. Ao abrir os olhos, ela caiu em si e percebeu que seu desejo não podia ser realizado. Com cuidado para não amassar os papeis, ela se mexeu na cama e checou o relógio. Assustou-se levantando da cama de supetão o mais rápido possivel e sentiu uma tontura. Recompondo-se juntou o material de Castle e uma daquelas caixas com papeis do caso e resolveu sair dali logo. Já passavam das sete. Martha estava na sala tomando uma taça de vinho. Quando a viu, sorriu.

- Ah, Katherine você acordou.

- E já estou de saída. Acabei perdendo a hora.

- Nada disso, kiddo. Não precisa sair correndo. Se está preocupada com a volta de Alexis, não precisa. Ela ligou e disse que vai dormir no Campus. Tem um trabalho e uma prova para amanhã. Aproveite e durma aqui, acabei de pedir o jantar do Le Cirque e você sabe muito bem que precisa se alimentar por dois. Então, sente-se e faça o que você tem que fazer enquanto a comida não chega.

- Martha não acho que deveria.

- Quer parar com essa ideia maluca de que você não pode frequentar essa casa? Não preciso ficar repetindo que ela é sua. Fique, durma e amanhã você vai embora depois do café.

- Eu não sei...

- Mas eu sim e como uma pessoa mais experiente e sábia você irá fazer o que estou dizendo. Agora vem aqui e me dê um abraço. Kate obedeceu e inclinou-se para abraçar a sogra, Martha acariciou a barriga dela e falou com o bebê.

- Você tem uma mãe maravilhosa, kiddo. Espere até conhece-la. Kate sorriu. Talvez Martha tivesse razão, ela estava exagerando. Sentou-se ao lado dela e continuou a ler as anotações de Castle de onde parara. No meio das anotações ela encontrou uma lista de coisas para comprar e abaixo dizia “jantar para minha musa Kate”. Ela sorriu, o jantar ficara excelente. Ela estava distraída quando a campainha tocou anunciando que a entrega do restaurante acabara de chegar. Ela se juntou a Martha e jantaram em meio a conversas cotidianas e sobre bebês. Depois de arrumar a cozinha, Kate pediu licença e recolheu-se para o quarto. Arrumando os travesseiros na cama, ela sentou e abriu o rascunho do livro para ler. Estava curiosa para saber como Castle transformara o caso da máfia em uma historia de Nikki Heat.

O tempo passou e Kate nem se deu conta da hora, o livro estava tão envolvente que ela devorou os dez primeiros rapidamente somente então ela decidiu dormir. Na manhã seguinte, acordou por volta das nove. Rumou para a cozinha, cortou frutas e tomava com iogurte enquanto pensava sobre o livro de Castle. Claro que ela sabia do talento do marido, não era à toa que mesmo antes de o conhecer e ser casada com ele já era fã, uma das mais fervorosas. Mas a forma como ele estava transformando o caso da máfia em algo eletrizante realmente era incrível. Ela ainda tinha sete capítulos para ler mas estava imaginando que pelas ideias escritas naquele bloco seria um crime não ter um final para Heat Blows.

Queria que Castle pudesse terminar esse livro. De repente, um pensamento novo lhe ocorreu. Castle ficava a maior parte do tempo em Washington escrevendo em casa e se durante esse período ele tivesse aproveitado para investigar por si mesmo o caso da máfia? Conhecia a teimosia dele muito bem para saber que adorava ir além dos limites. E se ele tivesse contatado alguém e não contado a ela? Ou se descobriu algo sobre o tal Andrew? Poderia ser isso o motivo do acidente? Castle chegou perto demais? Só havia uma maneira de saber. O notebook.

- Olá, bom dia querida. Já de pé? – cumprimentou Martha.

- Sim, e já estou quase de saída. – ela colocou na boca mais uma colher do iogurte – Martha, teria algum problema se eu levasse o notebook de Castle comigo? Pode me ajudar a descobrir alguma coisa sobre o que estou suspeitando.

- É claro que sim, nem sei porque você pergunta. Aquela máquina é de Richard. Alexis tem a sua e nunca usa a do pai.
- Ótimo. Eu vou tomar um banho e trocar de roupa. Recolher o que preciso do escritório e vou para meu apartamento. Devo aparecer no hospital mais tarde.

- Claro, querida. Vou passar agora pela manhã por lá – ela se serviu de café e o cheiro delicioso inundou as narinas de Kate.

- Deus...como eu sinto falta de café! Essa é uma das coisas que odeio na gravidez.

- Viciada como você é, deve ser uma prova de fogo não?

- Com certeza e não somente pelo fato de parar de toma-lo... mas por todas as outras coisas que o café sempre me proporcionava – e Kate de repente teve seu olhar perdido lembrando quantas vezes ela fora brindada com um café quente e delicioso trazido por Castle, quantas vezes investigações se resolveram e ganharam forças por causa de um aparentemente simples copo de café. Mesmo quando ainda não suportava a ideia dele a seguindo, sempre adorava vê-lo chegar a uma cena de crime trazendo café. Podia dizer que o amor de ambos pela bebida acabou sendo o primeiro passo para os aproximar. Tomou a última parte do iogurte e jogou-o no lixo. Ao passar pela sua sogra, Martha a segurou pelo braço e falou.

- Eu sei, ele também sente tudo isso. Essa saudade, Katherine - Ela tocou a barriga da nora – tenho certeza que você contará todas as historias e todos os momentos para esse bebê lindo que carrega e meu filho estará ao seu lado, dizendo que a história está errada e – ela parou de falar e de olhos arregalados – mexeu! Seu bebê mexeu!

- Eu não senti.... – e parou de falar porque ele acabara de mexer novamente – oh meu Deus! Mexeu! – o sorriso de Kate foi automático – isso é tão...

- Maravilhoso, essa é uma das palavras que você pode usar para descrever a sensação apesar de não fazer justiça ao que significa. Entende agora porque insisto que você curta esse momento, a sua gravidez? Isso se tornará seu primeiro contato com seu filho, querida. Algo único que apenas as mães podem usufruir.

- Acho que tem razão. Eu preciso ir. Nos vemos no sábado ok?

- Sim, vou espera-la.

Meia hora depois, Kate deixava o loft levando consigo o notebook de Castle e as caixas de documentos. No caminho para casa sentiu o bebê mexer novamente.

Em seu apartamento, Kate optou por levar todo o material para o seu quarto. Ligou o computador e logo se deparou com uma tela pedindo a senha. Olhando para a tela, ela ficou imaginando qual palavra ou combinações dela poderiam ser. Digitou a primeira “Nikki Heat”. Senha errada, tente novamente. Realmente era bastante óbvio. Castle era um homem que adorava mistérios então sua senha deveria estar relacionada com isso. Ainda assim, ela apostava em algo relacionado a eles. Os dedos dela tamborilavam na base do notebook enquanto pensava em algo. E a ideia inevitável surgiu. Um pouco dos dois mundos, só podia ser isso. Ela digitou “Caskett”, a tela abriu-se exibindo a foto dela como papel de parede. Sorrindo, ela começou a vasculhar o email dele. Emails enviados, os marcados como importantes, as pastas mantidas com mensagens antigas e arquivadas porém não achou nada que sinalizasse um problema ou suspeitas.

O próximo passo era verificar pastas de arquivo. Sabia que ele mantinha pistas e arquivo de investigações em um lugar onde pudesse trabalhar os detalhes do caso em questão. Afinal, ele tratava qualquer investigação como uma pesquisa para um livro com elementos e dados importantes. Não foi difícil achar. Havia uma pasta denominada Washington. Kate clicou.

Dentro dela todo o material digitalizado do caso incluindo o arquivo completo que estudaram desde o inicio. Talvez houvesse algo ali. Mas antes de abri-lo, ela se deparou com uma pasta chamada fotos. A curiosidade fora maior e ao clicar ela se deparou com várias fotos deles tiradas já em DC. Tinha fotos no antigo apartamento dela, em lugares que visitaram juntos, muitas fotos apenas dela e outras tantas na casa dele após casados incluindo algumas dela apenas em lingerie ou totalmente nua. Tinha lembrança da maioria mas algumas delas a surpreenderam. Castle e um iphone sempre uma combinação perigosa, ela sorriu.

Outra pasta chamou sua atenção. Entitulada trabalho, ela imaginou ser os rascunhos de seus livros e estava certa. Haviam outras subpastas com nomes de Derrick Storm, Nikki Heat e histórias em quadrinhos. Ela clicou na de Nikki e achou outras subpastas cada uma com o nome de cada um dos livros já lançados da série Heat. Kate se ateve a última. Heat Blows.

Dentro dela havia arquivos em pdf que nada mais eram que as versões já enviadas para Gina, sugestões de capas para o livro e um documento em Word que levava o mesmo titulo da pasta principal. Esse era o arquivo do livro em andamento. Ela abriu curiosa. Com um comando rápido localizou o capítulo dezessete. Constatou então que o documento tinha ainda mais paginas do que deveria para este ser o ultimo capitulo e descobriu que na verdade Castle escrevera mais capítulos. Ele parara a história prestes a começar o capitulo vinte, o que significava que faltavam apenas três para serem escritos.

Faltara tão pouco para concluir o livro, pensou. Diante disso, ela deixou o computador de lado e voltou a pegar o livro impresso e continuar a leitura motivada pelos novos capítulos que encontrara no notebook. Afastou o aparelho e aninhou-se melhor na cama para continuar a leitura. Kate perdeu a noção do tempo lendo a historia criada por Castle. Devorou os capítulos como um viciado consome as drogas. Pagina a pagina, ela sentia-se mais envolvida em tudo aquilo e a riquesa de detalhes relevantes ao caso estava toda lá, descrita de maneira simples e eficiente prendendo a atenção do leitor.

Apenas ao terminar a leitura do impresso, Kate sentiu fome. Foi até a cozinha e trouxe uma tigela com blueberries e morangos. Voltou a pegar o notebook e continuou a ler os demais capítulos escritos por Castle. O fim do capitulo dezenove deixou-a com gostinho de quero mais. Ele parara bem no clímax do livro. O que escrevera até ali seguia a estrutura lógica descrita em seu bloco amarelo. Seria uma pena não completar aquela história.

Kate sentia os olhos arderem de olhar para a tela do notebook. Checou o relógio e percebeu que já passavam das oito da noite. Dessa forma não valia a pena ir vê-lo no hospital. Ela fechou o computador e decidiu tomar um banho. Fez um lanche rápido e acabou por ceder ao sono não antes de sentir o bebê mexendo-se uma vez mais.

Era sábado e conforme havia combinado com Martha, elas saíram para ir às compras. Kate riu e se divertiu como não fazia a muito tempo. Compraram roupinhas, agasalhos, sapatos de bebê além de cobertores e lençóis isso depois de comprar um bercinho. Tudo fora adquirido em cores neutras já que ela não queria saber o sexo do bebê. Almoçaram juntas e foi a vez de comprar algumas roupas para ela também. Com o avanço da gravidez, ela começava a sentir as calças apertarem. Antes de terminarem o passeio, Martha sugeriu irem a uma livraria tomar um café. Fizeram um pequeno lanche onde Kate foi obrigada a tomar suco mesmo sentindo o aroma do café deliciosamente em suas narinas.

Ela não pode deixar de perceber os livros de Castle em evidência. Várias pessoas se aproximavam do local de exposição e uma ou outra saía com um exemplar dele. Curiosa, ela se levantou para observar mais de perto. Assim que chegou a pilha de livros, ela pegou um exemplar de Derrick Storm e fingiu estar interessada. Uma jovem com um Frozen Heat na mão, falava para a outra amiga ao seu lado.

- Esse livro é maravilhoso. Você precisa ler essa série. Já li todos e estou relendo. Estava tão ansiosa para ler a nova aventura de Nikki Heat mas agora nem sei quando poderei fazer isso.

- Por que? – perguntou a amiga.

- O escritor Rick Castle, sofreu um acidente e está em coma. Já tem uns dois meses, eu acho – a amiga repara na foto da contra-capa.

- Que desperdício! Um homem tão charmoso, bonito.

- E casado. Muito bem casado por sinal. Com a policial que inspirou a detetive Nikki. Sério, se fosse você levava todos porque ao ler o primeiro tenho certeza que vai ler todos os outros. Kate sorriu pela maneira que a jovem falava dos livros de Castle.

- É bom mesmo? Desse jeito viciante? – mas a amiga não a respondeu. Estava olhando vidrada para o seu lado direito – hey, Lisa. Estou falando com você. Lisa! – tocou o braço da amiga fazendo-a finalmente virar – você não me ouviu?

- Desculpe mas você está vendo aquela mulher ali? É ela.

- Ela quem? Mas a pergunta não foi respondida. Lisa já estava ao lado de Kate.

- Com licença, você é a detetive? Nikki Heat? Quer dizer, bem sei que eu... - mas Kate não deixou-a continuar.

- Sou eu sim. Meu nome verdadeiro é Beckett, Kate Beckett Castle agora. Prazer – ela estendeu a mão para Lisa que a apertou e a olhava como quem admira um artista de Hollywood.

- Wow! Pode autografar um livro para mim?

- Claro. Kate pegou a caneta e viu a alegria em meio ao sorriso de ansiedade da menina. Assinou e também o da amiga. Lisa não resistiu e perguntou.

- Como ele está?

- Na mesma.

- Ele vai sair dessa. Sou fã dele e sua afinal não haveria Nikki Heat sem você. Sempre acompanho suas investigações que saem na mídia, admiro seu trabalho e fico comparando com as histórias do livro. Estou louca para ler o próximo livro dele. Desde que me tornei fã por causa da série Heat já fiz mais de vinte pessoas lerem os livros. Todas viraram fãs e a minha saga continua, Carla é a próxima – ela disse apontando para a amiga – Acredite, vai ficar tudo bem.    

 - Eu acredito.

- Se cuide e quando estiver na hora, faça Castle escrever mais livros para nós. Estava na expectativa de ler outro livro dele o quanto antes.

Elas se separaram. Kate ficou no mesmo lugar observando-as seguir até o caixa para pagar pelos livros. Ela sabia que estava ligada a Castle e seus livros pela personagem mas alguém se importar com ela e admira-la? Era muito surreal para Kate não? Afinal de contas Nikki Heat é uma ficção. Outra pessoa se aproximou dela e puxou um exemplar de Frozen Heat e outro de Deadly Heat.

- Vou levar o último para a minha irmã, Frozen é para minha amiga que faz aniversário amanhã. Incrível como você acaba se viciando em livros de Rick Castle. Você já leu Frozen? – ela se dirigia a Kate por estar com um deles nas mãos.

- Sim, li todos. Eu apenas adoro o cliffhanger do Rises. Gosto de reler minhas partes favoritas.

- Nenhuma é melhor que a cena da página 105 no primeiro. Kate sorriu. Ela se lembrava muito bem do modo como enlouqueceu ao saber que havia uma cena de sexo no livro que ele escrevera sobre ela. Sim, porque apesar de Nikki ser uma personagem, Kate sempre soube que ali era ela.

- Excelente – Kate respondeu.

- Aposto que Castle viveu aquela cena com a detetive, eles se casaram de qualquer forma. É uma pena o que aconteceu com ele e fico pensando quando teremos outro livro com as histórias maravilhosas que ele escrevia. Espero que seja logo. O que você pensa sobre isso? Acredita que vamos ler outro livro? – ao fitar Kate, a moça abriu a boca assustada – espera, é você? – a mulher esfregou os olhos de novo – você é a esposa dele não? É Kate...

- Sim, sou eu. E novamente ela recebeu elogios, teve que assinar livros e palavras de conforto foram ditas. Aquilo foi uma experiência interessante. Dessa vez, a barriga dela fora notada e isso causava ainda mais compaixão. Ela se emocionou com algumas palavras e quando finalmente decidiu sair de perto dos livros dele, Martha a encontrou com um pequeno embrulho nas mãos.

- Katherine, comprei um presentinho para você. Aqui – Kate pegou o embrulho da mão dela, viu que o semblante dela estava diferente – o que foi? O que aconteceu? 

- Nada ou melhor... Martha eu sempre soube que Castle era uma figura pública e tem muitos fãs mas nos últimos minutos eu fui reconhecida por duas pessoas que me pediram para autografar seus livros de Nikki Heat. Isso foi tão estranho, não sou Castle e certamente não sou famosa.

- É claro que é, Katherine. Você entrou em evidência quando tornou-se inspiração para os livros, depois quando grandes casos te trouxeram à mídia mesmo que indiretamente e após se casar com Richard não tem como fugir, você é uma figura pública. Então porque apenas não aceita isso como algo bom? De certa forma, isso pode ajudar você a fazer algo diferente para aproveitar esse trunfo não? – Martha apertou a mão dela e a puxou para a saída – vamos, chega de livraria. Vou ajudar você a levar as compras para casa.

Martha a acompanhou até seu apartamento. Depois de ajeitarem as coisas, Kate descobriu que a sogra tinha comprado para ela um exemplar de “What expect when you’re expecting”, segundo Martha já estava mais do que na hora de Kate levar a gravidez a sério e aprender coisas muito importantes para ela e o bebê. Assim, que ela saiu Kate sentou-se no sofá acariciando a barriga. Ela abriu o livro e suspirou.

- Vamos lá, bebê. Quero conhecer um pouco mais sobre você. E mais tarde iremos ver seu pai – e sentiu o bebê mexer – sim, que bom que gostou da ideia.

Kate leu durante duas horas. O livro era realmente interessante. Depois se arrumou e seguiu para o hospital. Tinha muito para conversar com Castle. Chegando lá, encontrou com o médico dele e conversaram um pouco sobre o estado atual de Castle e suas perspectivas. O doutor continuava dizendo que por existir uma estabilidade no quadro dele era motivo suficiente para ela acreditar que ele acordaria eventualmente. Ela agradeceu e entrou no quarto. Aproximou-se da cama e beijou-lhe a testa e os lábios. Apertou a mão dele e iniciou a conversa que pensara várias vezes na noite anterior que teria com ele. Seria um monólogo certamente mas ela precisava dividir seus pensamentos com a pessoa mais importante para ela: ele mesmo.

- Hey, babe... espero que esteja bem. Sei que é um comentário estranho de se fazer, é meio força do hábito. Tenho muito o que contar para você hoje. Primeiro quero pedir desculpas pela minha ausência esses dias. Foi por uma boa causa que logo você irá entender. As investigações continuam se arrastando. Os rapazes não conseguiram encontrar um possível suspeito e eu não posso me envolver na busca por razões óbvias. Não sou da NYPD, estou grávida e meu marido é a vítima em questão. Acho que você nunca imaginou se ver numa situação onde eu não pudesse te defender. O fato é que tudo isso mexe demais comigo. Não consigo ficar parada esperando por notícias. Então eu decidir fazer minha própria investigação. Eu voltei ao loft depois de algum tempo. Fico pensando em como aquele lugar é especial, babe. Tomei a liberdade de mexer em umas caixas que deixara lá com documentos meus e seus que trouxe de Washington. Revirei todo o caso da máfia tentando encontrar algo sobre o tal Andrew que eu tivesse esquecido ou alguma pista que me levasse a ele. Não encontrei nada mas ainda não desisti. Espo me disse que conseguiu algo sobre o motorista, bem na verdade sequer retornaram uma semana já se foi. Se algo novo acontecer, aviso você. Sua mãe tem sido maravilhosa comigo. Eu acabei dormindo por lá o que me lembra, adorei a foto que você colocou minha no nosso quarto. me fez relembrar momentos muito importantes. Adoro aquele quarto, há tanta intimidade, tanto sentimento. Não gostaria de sair dali mas eu não quero ser um motivo de desentendimento entre sua filha e você.  

Ela puxou a cadeira e sentou-se ao lado dele, tinha os dedos entrelaçados aos seus. Criando coragem, ela falou do outro assunto.

- Quando estava mexendo nos documentos encontrei uma pasta sua com uma cópia do seu novo livro. Desculpe por ter que dizer isso a você mas não resisti. Talvez a saudade em saber o que você pensa sobre determinado assunto, ou a vontade de me sentir mais próxima a você fez com que eu lesse o que escreveu. E estava tudo tão perfeito! A leitura me prendeu a cada momento, a cada pagina. Eu rapitei seu computador, levei-o comigo.  Encontrei mais capítulos do seu livro e suas anotações. Hoje eu fui a uma livraria depois de fazer compras de bebê com sua mãe e algo estranho aconteceu. Fui reconhecida por seus leitores, sabiam que eu era Nikki. Todos falaram bem de você. A maneira que eles o celebravam. Eu dei autógrafos e foi assim que percebi. Não posso privar o mundo de Rick Castle e suas histórias. Seria um ato muito egoísta. Seu último livro mesmo que inacabado merece ser compartilhado com seus fãs. Preciso lembra-los do escritor de Best-sellers que tanto ajudou a NYPD, um homem comum que arriscou-se muitas vezes pela justiça e pela verdade principalmente por mim. É meu dever fazer isso – ela ergueu a mão dele até os lábios para beija-la – não estou pedindo sua permissão, estou comunicando apenas a minha decisão.

Kate se levantou novamente procurando ficar mais próxima dele. Encostou a mão de Castle na barriga dela e cobriu com a sua.

- Essa não era a parte mais importante da conversa. Castle, nosso bebê mexeu. Eu nem sei como descrever o que estou sentindo. Apenas quero que você possa sentir também. Bebê mexe para o papai. Pode sentir a mão do papai? Sim, é o papai. Mexe bebê, ele quer sentir você – por alguns instantes ela calou-se esperando a reação do toque mantendo sua mão sobre a dele procurava pelo local ideal onde Castle pudesse sentir o movimento dele. Inconscientemente, ela desejava que ele pudesse senti-lo mesmo não tendo como expressar. E como em um passe de mágica, ele começou a mexer.

- Viu? Está mexendo. Rick, esse é o nosso bebê. meu e seu. Bebê, esse é o seu pai. Ele está louco para conhecer você e garanto que você vai simplesmente adora-lo. Seu pai brincará com você pela casa, jogará videogames, lasertags, me levará a loucura com a bagunça que fará em nossa casa mas ainda assim saberei que será por sua felicidade. Vocês desenharão juntos, farão panquecas. Sim, ninguém faz uma panqueca de morango como Castle. Serão suas preferidas assim como são de Alexis. Ah, antes que pergunte Alexis é sua irmã mais velha. Super inteligente e carinhosa. Seu pai é um homem maravilhoso, merece certamente o título de melhor pai do mundo. Você irá descobrir tudo isso logo. Ele trocará suas fraldas, te dará mamadeira quando a mamãe estiver na rua prendendo os bandidos, te colocará para dormir e contará muitas histórias. Algumas serão dos livros que escreveu, outras serão dos casos que trabalhamos juntos mas haverão aquelas que ele inventará sobre zumbis, monstros do espaço e bruxas. Se você puxar para mim, lógico saberá que não passam de pequenas mentiras mas bem divertidas. Ele te dará sorvete e chocolate, te ensinará comer chantilly do próprio recipiente por favor escute a sua mãe não faça isso, é meio nojento para as outras pessoas – enquanto ela falava, o bebê mexia-se várias vezes, ela sentia através da mão de Castle. As lágrimas teimavam em cair e Kate lutava contra elas.

- E no natal... – ela suspirou mas não conseguiu segurar a lágrima que deslizava pelo rosto agora – no natal, e-le monta a maior árvore mais enfeitada e linda do mundo, há neve e pisca-piscas por todo lugar. Luzes verdes, vermelhas, amarelas piscando e brilhando capaz de fazer qualquer pessoa entrar no clima de festas. Ele esconderá presentes, pendurará galhos e galhos de azevinho apenas para ter uma desculpa para me beijar e agora te beijar. Ele... será a atração da festa, sempre. Músicas, sorrisos e eggnog porque o natal... – o choro era maior agora dificultando a Kate de falar – o natal... mudou para mim depois que conheci Castle. É o dia que seu pai mais adora, bebê. E ele fará você ama-lo tanto quanto ele.

Kate voltou a se aproximar dele sem tirar as mãos da barriga, inclinou-se para beija-lo no rosto.

- Seu pai é o homem mais incrível que eu já conheci em toda a minha vida. Tenho certeza de que jamais encontrarei alguém como ele. É por tudo que ele é, pelo que fez que eu o amo muito... assim como amo você. We Love you, Castle. Always.
O bebê chutou mais uma vez e Kate mordeu os lábios incapaz de impedir as lágrimas de rolarem pelo seu rosto. Finalmente, ela retirou a mão dele da sua barriga e levou-a aos lábios para beija-la e usa-la para tocar seu próprio rosto. Ficou por lá um bom tempo mantendo o contato tão ansiado.

O que Kate não sabia era que alguém mais estava ouvindo tudo o que ela dissera. Do instante que ela entrara no quarto e começara a falar com Castle, uma outra visita pretendia adentrar o local porém ao vê-la manteve-se à porta sem denunciar que estava ali. Alexis ouvira cada palavra. Cada elogio, cada reconhecimento. E compartilhara lágrimas com Kate mesmo sem essa saber. Devagar, Alexis sumiu da mesma maneira que aparecera sem levantar qualquer suspeita. Quinze minutos depois, após lavar o rosto, foi a vez de Kate deixar o quarto. Caminhou até a cafeteria e pediu um suco. Estava bebendo quando a enfermeira que cuidava de Castle chegou ao seu lado.

- Olá querida! Faz tempo que não nos encontramos. Ah, olha pra você! De barriguinha. O bebê está bem?

- Está sim.

- Menino ou menina?

- Não quis saber. Quero surpresa.

- Se tivesse que arriscar diria que será menina.

- Por que?

- Um pouco de intuição e algumas características que nós enfermeiras aprendemos a perceber nas grávidas. Não importa, o que vier será perfeito e amado.

- Sim, muito.

No dia seguinte, Kate começou a remexer nos arquivos de Castle e encontrou o contato de Gina que estava gravado entre os contatos de email dele. Pegou o número e ligou. Na terceira tentativa, ela atendeu.

- Gina, é Kate.

- Olá, Kate. Faz algum tempo que nos falamos? Notícias de Rick?

- Não realmente. Ele está na mesma. Eu gostaria de te ligar para falar de algo importante.

- Claro! Prefere me encontrar para conversarmos? A escolha é sua.

- Posso ir ao seu escritório. Tenho algumas coisas para te mostrar também. Pode ser hoje à tarde?

- Combinado. Duas horas está bom para você? Tem o endereço?

- Sim, está nos contatos de Castle. Nos vemos às duas.

Dez minutos depois das duas, Kate entra no escritório da Hyperion carregando uma pasta consigo e o notebook de Castle. A sala de Gina ficava ao final do corredor. A secretária ao vê-la logo tratou de abrir a porta e oferecer-lhe água, suco e biscoitos que Kate recusou agradecendo. Gina estava sentada por trás de uma mesa de vidro enorme, a vista da sala era incrível. Os arranha-céus de New York contrastavam com o brilho do sol que atingia suas paredes de vidro espelhadas. A decoração era clean e intimista mas ainda assim imponente. Os cartazes na parede mostravam capaz de livros, entre elas a de Deadly Heat. Gina levantou-se para cumprimenta-la. Com um abraço e um beijo no rosto, ela falou.  

- Bom te ver, Kate. Você parece muito bem. Sente-se por favor.

- Obrigada.  Gina retornou ao seu lado da mesa e Kate sentou-se colocando o material que trouxera sobre a mesa.    

- Confesso que fiquei surpresa com a sua ligação, Kate. E curiosa. Quando estive com você, pensei que havia passado dos limites, admito. Então, pode entender que estou ansiosa para ouvir o que você tem a dizer.

- Talvez ambas estejamos nos sentindo de alguma forma chocadas mas a vida sempre nos mostra que uma ideia que julgamos totalmente idiota em um momento pode representar algo muito maior, você somente precisa se dar a oportunidade de poder entender o que realmente é importante. Desculpe, estou soando introspectiva e pensadora demais. Parte disso é culpa dos hormônios, outra é apenas uma demonstração de sentimentos.

- Não peça desculpas. Você parece um pouco com Rick falando. Deve ser a convivência.

- Acho que sim. Eu aprendi muito com Castle, ele continua me ensinando na verdade. Foi por esse motivo que resolvi vir conversar com você. Eu encontrei a cópia do novo livro dele, li tudo, achei notas e próximos capítulos desenhados. Além disso, eu tive alguns momentos interessantes sobre o impacto e a importância das histórias de Castle não apenas para mim mas para os seus fãs. Eu pensei muito antes de vir aqui porque por vezes considerava que eu estava roubando algo que não era meu, me intrometendo em um mundo do qual não fazia parte. Mas acontece que acabei por descobrir que estou nesse universo de ficção e não há uma forma de me desconectar. Nikki Heat é parte de mim e parte de Castle. Não existe dúvidas quanto a isso. Não quero ser egoísta.

- Eu entendo sua dúvida em tudo isso e qual a motivação que a leva a pensar sobre o que fazer. Qual foi a conclusão dessa análise toda que você se obrigou a fazer?

- Gina, eu quero que Heat Blows seja publicado. Eu terminarei os últimos capítulos. Devo isso a Castle. As pessoas merecem ler mais um mistério de Nikki e não esquecer das histórias que ele já contou. Eu também descobri algo mais. Ele terminou um livro de Storm. Nem sabia que ele estava escrevendo sobre ele novamente.

- Eu sabia. Ele comentou na nossa última reunião. Sabe Kate, fico feliz que você queira continuar a oferece as histórias de Rick aos seus fãs. Meu ex-marido é um homem cativante porém irritante e teimoso. Depois de você, ele é um outro homem. Você é a outra metade dele. Em tudo.

- Bem, ele continua teimoso. E pode me tirar do sério como ninguém mas eu não mudaria nada nele. Gina riu.

- E como você quer fazer tudo isso? O que tem em mente?

- Estive pensando em lançar Derrick somente depois de Heat Blows. Afinal, está pronto e apenas necessita de revisão. Deixa eu te mostrar o que falta no livro. Kate abriu o notebook e começou a mostrar o material. Elas discutiram vários pontos e ao final de duas horas de reunião, tinham um plano a seguir e marcaram um novo encontro.           


Duas semanas depois...  


Kate estava no hospital sentada ao lado da cama de Castle e com o notebook apoiado em uma pequena mesinha que a enfermeira arranjou para ela. Concentrava-se todo o dia escrevendo um pouco mais do livro. Pelo menos por quatro horas, escrevia e preocupava-se em fazer justiça a história de Nikki. Daqui a dois dias ela ia encontrar com Gina para revisar dois capítulos que escrevera, um deles já iniciado por Castle. Além disso, ela iria fazer uma foto para a capa do próximo romance. Pela primeira vez em meses, Kate tinha um objetivo em suas mãos. Isso a deixou focada e inspirada em deixar Castle orgulhoso. Tanto que ela deixou de lado a ânsia de procurar o suspeito do suposto acidente dele, preferiu dedicar-se ao livro.

A volta ao escritório de Gina foi bastante promissora. Elas revisaram a escrita e as ideias que Kate montara para seguir com a história de Nikki. Ela confessou que teve dificuldade em descrever o timing perfeito para a cena de ação que definiria grande parte do clímax do livro. Gina fez algumas recomendações e pediu para que ela se imaginasse na cena. Kate concordou com as dicas e agradeceu o apoio. Em seguida, elas foram para o estúdio fotográfico preparar a capa do livro.

Kate pousara de costas com cabelos presos em forma de coque e um blazer.  Sua forma iria ser colocada em frente a uma foto do capitólio deixando claro que essa história se passaria em Washington. Elas viram a montagem e aprovaram. Cabia a Gina escolher as cores que cairiam melhor com a proposta e enviar para Kate avaliar.   

Após sair do escritório da editora, Kate decidiu visitar Martha no loft e compartilhar o que andava fazendo. Dessa vez, ela não se preocupou se Alexis estava por lá. Ao abrir a porta, encontrou Martha sentada no sofá folheando uma revista.

- Katherine, que bela surpresa! Por onde você andava? – ela abraçou a nora e abaixou-se para beijar a barriguinha dela – conte como você está. Sentaram-se no sofá.

- Tenho novidades, para mim muito boas e espero que seja para você também. Desde que estive aqui e levei o material de Castle para analisar e achar possivelmente alguma pista para ajudar na investigação dos rapazes. Em vez disso, me deparei com o trabalho de Castle, seu livro mais recente de Nikki Heat. Tive a oportunidade de lê-lo e perceber o quanto sentia falta das histórias dele. Naquele dia na livraria, eu experimentei coisas diferentes que havia esquecido da sua real importância então eu procurei Gina e disse a ela que escreveria o resto do livro e publicaríamos. Devo isso a ele, Martha.

- Oh, querida. Isso é maravilhoso! – e Martha a abraçou novamente – estou tão orgulhosa de você.

- Esteja de seu filho, ele deixou quase tudo pronto. Eu apenas tenho que colocar suas ideias juntas. Ele também deixou mais uma obra de Storm pronta. Tenho trabalhado bastante com Gina e o resultado está sendo gratificante.

Nesse instante, Alexis aparece na sala. Ao vê-la, Kate sorriu. Será que a filha de Castle aprovaria o que ela estava fazendo ou iria acusa-la mais uma vez de ter arruinado a vida de seu pai? Não queria brigar novamente. Se a menina tinha alguma mágoa dela ou quisesse que fosse embora imediatamente, ela iria sem causar confusão. Se a cobrasse por respostas e justiça, Kate não saberia o que dizer simplesmente porque não havia nada novo. Kate estava prestes a ser surpreendida por motivos totalmente diferentes ao mesmo tempo. Alexis se aproximou delas e mantendo o olhar diretamente para Kate, falou.

- Kate, será que podemos conversar um instante? Eu ouvi você falar dos livros do meu pai e também tenho algumas coisas que precisam ser ditas. Além de perguntas. Eu... pode me acompanhar até o escritório?

- Claro, Alexis. Será bom conversar com você e já estamos adiando isso a algum tempo – Kate se levantou para segui-la quando o celular tocou. Ela estava prestes a descobrir que seu mundo viraria de ponta a cabeça em minutos – é do distrito.

- Atenda – disse Martha.

- Beckett – a voz familiar do outro lado pareceu tensa.

- Oi,Kate. Tem um minuto?

- Hey, Espo. Pode falar.

- Nós achamos o motorista da van. Ele está vindo para o distrito agora. Deve chegar em vinte minutos. Pensei que você quisesse acompanhar o interrogatório – Martha viu o semblante de Kate mudar, ganhara um ar de preocupação logo que parara de falar. Alguns segundos se passaram sem que ela respondesse qualquer coisa – Kate? Ainda está aí?  

- Estou, e-eu vou até o 12th.

Ela desligou o celular. Alexis e Martha olhavam para ela querendo entender o que se passara. Kate engoliu em seco e falou.


- Acharam o motorista que atropelou Castle... e-eu preciso ir. 


Continua.... 

3 comentários:

Unknown disse...

Caramba ... O Capítulo ficou excelente ... deu até um nó na garganta ... Mais estou ansiosa para começar a ler as melhoras do Castle ... Não sei se consigo aguentar de tanta aflição ... Parabéns ...

Debora leal disse...

nossa que cap otimo eu ate fiquei surpresa pois nao lembrava da briga da kate com a alexis deu vontade de bater nela quando reli o cap espero que o proximo esteja tudo bem com as duas fico aqui imaginando como sera essa conversaq imagino ser qndo ela voltar do distrito pq depois dessa ligaçao duvido q ela tera cabeça para ouvir alexis tbm to aqui torcendo pro castle acorda logo nao aguento mais ver becks sofre no dia que ela descobrir os culpados eles estarao fritos pq olha so de lembrar da outra fic do cap do assalto ao banco me da arrepios pq eu sei q ela vai fazer justiça so nao demora quero ver esses caras atras das grades logo e parabens amei

Unknown disse...

Cap. INCRIVEL!!!!
Amo os momentos de Katie e Martha,o apoio dela esta sendo fundamental para as 2,achei um absurdo a kate tee que cominicar a sogra que pretendia ir ao Loft,culpa da bitch da Alexis vontade de esganar essa guria.E o presnte da vó ao babê muito fofo gente,relembrar da ultima vez em que ficaram juntos me quebrou.
O noot dele ajudara muito a desvendar o que aconteceu e vomitei arco-iris com a senha"Caskett",me beija Castle!
Essas fans super demais...E o que falar do fato de Katie terminar o livro,muito lindo da parte dela no fundo acho que ela não fará apenas por ele e sim por eles o livro é uma parte importante na vida do casal.