Nota da Autora: Esse capítulo está reflexivo. Talvez porque eu esteja em um momento estranho da vida e passei um pouco dessa emoção/introspecção para Becks. Espero que gostem! As lacunas começam a se completar. Como prometi, um pouquinho para recordar - from the past! Mas no proximo, vem angst! Enjoy!
Dica: Que tal ler esse capítulo ao som de "I just want you"? Vai ser bom...
Atenção.....NC17 - be aware!
Cap.12
Duas semanas
depois...
Beckett estava
ávida por notícias do 12th distrito. Sabia que deveria ficar longe e dar tempo
para as investigações correrem normalmente porque o caso em questão não era de
responsabilidade daquele departamento. Gates autorizara por consideração a ela
e Castle. Mas a ansiedade falou mais alto e ligou para Ryan a fim de obter
respostas.
- Ryan.
- Hey, Ryan é a Beckett. Tudo bem?
- Hey,
Beckett. Sim, apenas muito trabalho. E você? Como está o Castle?
- Na mesma.
Olha Ryan, vou direto ao ponto. Preciso de notícias, quero saber se vocês
conseguiram algo novo, encontraram o cara da filmagem? O tal Andrew?
- Nem sinal
dele, Beckett. Se ele existe, evaporou feito fumaça. Sei que não era isso que
você gostaria de ouvir.
- Isso é
terrível, eu sei que há algo mais nessa situação. Não foi acidente, Ryan e
preciso que me ajudem a provar isso. Por que não emitiram um APB dele? Esse
cara está solto por aí fazendo mais maldades, tenho certeza. Vocês precisam
fazer isso.
- Beckett,
você mais do que ninguém sabe que não podemos emitir APB nesse caso. Não é um
homicidio e não há prova alguma que ele tenha responsabilidade no ocorrido –
ele ouviu a frustração dela do outro lado da linha pois sabia que ele tinha
razão – mas nem tudo está perdido. Espo entrou em contato com o departamento de
trânsito para verificar se existe alguma outra gravação de câmeras de segurança
simulando o possivel trajeto da van. Eles estão averiguando. Devemos ter mais
informações em dois dias.
- Oh, Ryan.
Mas vocês não vão deixar de procurar pelo Andrew, certo? Ele é a chave de tudo.
- A ideia da
gravação é exatamente essa, se conseguirmos uma boa imagem do motorista ou algo
suspeito na van podemos buscar algo que ligue o acidente a ele. Beckett, você
sabe que mesmo com outros casos rolando de homicídio, nós não deixaremos de
investigar o acidente de Castle. Queremos justiça tanto quanto você. Eu prometo
que aviso caso tenhamos alguma coisa.
- Obrigada,
Ryan. Agradeça a Espo e Gates por mim. Sei que estão fazendo o que podem e
desculpe por ser tão insistente. Essa falta de informação, esse vazio que estou
sentindo, Castle que não reage. É muito para lidar, e-eu não consigo ficar sem
fazer nada... desculpe.
- Eu entendo
perfeitamente. Não precisa se desculpar – Gates que estava ao lado dele
acompanhando a conversa desde o momento que ouviu seu nome, puxou o telefone
para si e falou com Beckett.
- Beckett, é a
Gates. Sei que não está sendo fácil para você estar de mãos atadas nesse momento.
Principalmente você que sempre foi uma pessoa disposta a lutar pelas vítimas e
pela busca da verdade. Se quer meu conselho, pode até tentar investigar mas não
seria melhor se concentrar nessa vida que cresce dentro de você? Se dê um
momento de curtição, lembre o que essa gravidez significa. Afinal, esse bebê é
seu e de Castle. É um pedaço dele que você carrega aí dentro. Deixe o trabalho
conosco e faça algo exclusivamente para você.
- Obrigada,
Capitã. Ao desligar o telefone, Gates vira-se para Ryan e chamando-o com o dedo
para sua sala, gritou o nome de Esposito também. Quando os dois já estavam lá,
ela fechou a porta e olhou seriamente para eles.
- Detetives o
que eu vou dizer aqui é muito importante. Sei que o departamento está reduzido
e com muitos casos em andamento mas preciso da atenção de vocês para um assunto
que diz respeito a todos nós nesse distrito. Independente do nosso dever em
solucionar homicidios, quero que vocês continuem investigando o acidente de
Mr.Castle. Não temos muitas pistas mas precisamos achar algo que nos leve ao
culpado. A Detetive Beckett merece nosso apoio e respeito por tudo o que ela já
fez por cada vítima que um dia já surgiu na frente dela e pelas quais ela
dedicou seu tempo em achar a verdade. Cavem o que puderem, entenderam?
- Sim,
senhora.
- Ao trabalho.
Kate ficou
pensativa sobre o conselho de Gates, ela entendia o que a capitã estava
querendo dizer mesmo assim, ao pensar em fazer o que ela sugeria, sentia-se
traindo Castle. Não era justo com ele que ela curtisse esse momento tão
especial sozinha. Toda vez ao lembrar da maneira como ele reagiria a cada
novidade, sentia seu coração apertar. Fechou os olhos e suspirou. Tentou
encontrar outra coisa para se concentrar. Ryan. Ele falou algo importante. Ela
precisava achar aquele cara e Kate tinha uma vaga lembrança dele estar ligado
ao caso da máfia de DC. Ela precisava voltar ao loft, para isso teria que falar
com Martha. A última coisa que precisava era voltar lá e encontrar Alexis. Não
precisava de outra discussão, não diante do que pretendia fazer.
Ela seguiu
para o hospital, precisava vê-lo para acalmar seu coração e se preparar para
buscar respostas. Passou grande parte da manhã ao lado da cama dele e decidiu
sair antes do almoço para evitar encontrar com Alexis. Talvez algumas pessoas
pudessem julgar a atitude dela como infantil, imatura mas ela não estava a fim
de discutir. Precisava dar tempo ao tempo, era isso que Alexis precisava para
colocar as ideias em ordem e aceitar a ajuda de alguém com experiência para
faze-la entender e encarar o que estava acontecendo.
Saindo do
hospital, ela ligou para Martha.
- Katherine!
Que bom que você ligou. Como você está?
- Estou
bem,Martha. Saindo do hospital agora. Vou almoçar, quer se juntar a mim?
Gostaria de conversar com você.
- Claro,
querida. Le Cirque? Em meia hora?
- Tudo bem –
Kate mordeu os lábios ao lembrar que esse era o restaurante preferido de
Castle, sua resposta imediata seria dizer não mas o local era praticamente uma
unidade de cozinha extra da familia Castle – te espero lá. A caminho do local,
ela aproveitou para demorar um pouco mais nas ruas, dar uma olhada na vida ao
seu redor. Desde o acidente, Kate não sabia o que era apreciar uma boa vista.
Sua nova vida se resumia a noites solitárias ou no hospital, enjoos que
finalmente a estavam deixando e pensamentos que geravam várias perguntas sem
respostas sobre o futuro incerto de Castle e dela mesma. Além é claro da
extrema necessidade de achar o responsável por tira-lo da vida dela em um
momento tão importante.
Kate nunca
pensou um dia depender de uma pessoa. Esse também não era o caso agora mas ela
acabou por descobrir que não era apenas sua vida que importava a ela como já
acontecera no passado. Seu mundo, suas escolhas todas se resumiam a Castle. Pelo
menos essa não foi sua ideia quando ele veio se juntar com a NYPD por
intermédio do prefeito de New York querendo fazer pesquisa para escrever seu
próximo best-seller. A jornada entre casos e resoluções de crimes foi cheia de
altos e baixos, brigas, ameaças a vida de ambos, apoio e parceria. O sentimento
não apareceu de repente, ela reconhecia que desde o primeiro contato o achou
atraente, charmoso porém extremamente irritante e cheio de si. Com o passar do tempo,
aprendeu a respeita-lo como uma pessoa que somava ao seu trabalho apesar de
vários deslizes em teorias sem sentido, viu o ser humano gentil, o pai
carinhoso e dedicado e dentro dela o sentimento de admiração se transformou em
carinho, amizade e acabou se revelando ser amor.
Porém a vida a
ensinou duramente não esperar muito das pessoas. Desde a perda da mãe, Kate se
fechara em um mundo unicamente seu. Cercou-se de muros que davam a ela uma
sensação de proteção contra o mundo, contra a possibilidade de se machucar mais
do que já acontecera no passado. Ninguém a havia desafiado a quebrar essas
barreiras, ninguém ousou brigar e enfrentar o passado que as construiu exceto
Castle. Ele a fez se questionar se através dele o mundo não estaria mostrando
que havia uma chance de ser feliz. Não foi uma missão fácil para ambos. A cada
dia, ele dava mais e mais motivos para que ela o visse além do parceiro de
investigações, ele a instigava a questionar-se continuamente mas o medo ainda a
detinha, a impedia de tomar uma decisão. Como todas as conquistas na vida de
Kate, a do amor também fora uma batalha árdua e precisou estar a beira da morte
para perceber que estava prestes a jogar fora a segunda chance que a vida dera
a ela de ser feliz. Em um momento de angústia, ele era tudo o que vinha a mente
dela. Era tudo o que ela mais desejava. Queria Castle. Foi o amor dele que a
salvou naquele dia à beira do telhado. E agora, seria o amor incondicional dela
que o salvaria nem que ela tivesse que dar a vida por ele.
Os pensamentos
a fizeram engolir em seco para lutar contra as lágrimas que se formavam. Martha
sentou-se a frente dela sem que ela percebesse e viu um brilho diferente
naqueles olhos. Esticou a mão para toca-la e sorrindo perguntou.
- O que
aconteceu, querida?
- Hey,
Martha... não percebi você chegar.
- Talvez
porque estava em outro planeta. Está tudo bem, Katherine? Seu olhar me diz que
há algo te incomodando. Pode falar comigo.
- Não, Martha.
Tudo está exatamente da mesma maneira que ontem, a uma semana atrás, a um mês.
Nada muda. Nada – ela engoliu em seco e passou as mãos pelos cabelos tentando
afastar a nuvem cinza que pairava sobre sua cabeça – o que quer beber?
- Não mude de
assunto tão rapidamente, Katherine. Você precisa se abrir com alguém, dizer o
que sente. Isso não faz bem para você nem para o bebê crescendo aí dentro. Ela
suspirou e cedeu.
- Saudades,
muitas saudades de ouvir a voz dele, o sorriso, das brincadeiras e de todo o
resto. Estou me sentindo tão sozinha. O mais solitária que já estive nesses
seis anos. Se ao menos eu pudesse... – ela cobriu o rosto com as mãos e
respirou fundo - não, eu preciso ajuda-lo. Foi isso que me trouxe aqui. Eu
quero ajudar Castle, tenho uma desconfiança de que existe alguém por trás desse
acidente. Os rapazes estão me ajudando a procurar pistas. Existe uma explicação
para tudo isso e eu vou descobrir qual é. Por isso chamei você aqui. Eu deixei
algumas anotações minhas sobre o último caso que trabalhava no escritório de
Castle. Gostaria de ir lá buscá-las.
- Espere, o
que você está dizendo? – a cara de Martha era de espanto – Está pedindo
permissão para entrar no loft? Isso não tem cabimento algum, Katherine. Aquele
loft é seu também de direito e merecimento. Você é a esposa do meu filho. Não
pode se sujeitar a certas situações e por causa de Alexis?! Não admitirei tal
pensamento.
- Martha eu
agradeço a forma como você avalia a situação porém eu não quero causar
desconforto ou incômodo para Alexis. Não é por mim. Eu estou aqui esperando
pelo momento que ela quiser minha ajuda. A reação dela eu posso aceitar. Você
sabe do que estou falando.
- Katherine,
sei que a minha neta errou ao dizer que você era culpada e as outras coisas que
não vale a pena repetir. A imagem do pai naquela cama inerte mexeu muito com
ela. Para Alexis, Richard sempre foi pai e mãe desde que ela se lembra afinal
Meredith, bem não preciso falar dela. Você a conheceu. O que quero dizer é que
Alexis vai cair em si e entender e quando isso acontecer ela a procurará.
- Não a julgo,
já estive no lugar dela, sem chão. Pensei que podia ajuda-la.
- Eu sei,
querida.
- Quando posso
ir até lá?
- Amanhã à
tarde. Geralmente é a hora que ela sai para a faculdade e depois passa no
hospital para ficar com ele. Mas você deve me prometer que caso não tenha terminado
e Alexis chegar, você continuará o que foi fazer. Tudo bem?
- Ok, obrigada
Martha.
- Com licença,
as senhoras desejam beber alguma coisa? Estão prontas para fazer o pedido? –
perguntou o garçon.
- Sim,
estamos. Elas fitaram o menu fazendo seus respectivos pedidos e recebendo toda
a atenção do rapaz. Assim que ele se afastou, Martha viu uma oportunidade para
animar a moça à sua frente.
- Agora vamos
mudar de assunto. Como está a gravidez?
- Tudo bem.
- Precisamos
começar a comprar o enxoval. Um bebê de Richard Castle merece tudo do bom e do
melhor. Você já está com quase cinco meses, não? Quando é a próxima consulta?
Já poderá saber o sexo da criança. O que prefere?
- Não quero
saber. Nada disso tem o mesmo sentido se ele não pode compartilhar da alegria
comigo. Desde que venha saudável e com os olhos de Castle.
- Querida,
isso é difícil para você, eu sei. Claro que queria assim como você que Richard
pudesse curtir esse momento junto com você. Porém, precisamos cuidar disso, é
importante. Me deixa ir com você. Apesar de já ter uma neta, adoraria ver uma
mini Katherine com os olhos azuis de Richard porém seu olhar decisivo e seu
sorriso correndo pelo loft. Não poderia ser mais linda. Mas se for um menino,
prepare-se. Richard vai se igualar a ele em nível de idade, você terá muito
trabalho. Querida, vamos às compras. Faça isso pelo seu bebê e por mim. Isso
será algo terapêutico para você. Acredite.
- Tudo bem,
Martha. Podemos fazer algumas compras.
- Excelente!
Ah, isso é maravilhoso. Podemos ir no sábado? – Kate riu do jeito da sogra e
concordou.
- Sábado. Então
a sogra puxou da bolsa uma sacola.
- Não sabia
como você reagiria a receber um presente mas não resisti e comprei algo para
meu futuro neto ou neta. Acredito ser o primeiro presente não? – ela sorria o
que fez Kate sorrir também.
- Ah,
Martha... não precisava. Sim, é o primeiro presente devido as circunstâncias –
abriu a embalagem e retirou uma roupinha de lá. Era um macacão verde-água. Ao
expor a peça a sua frente, Kate não pode evitar a lembrança de como Castle
ficara empolgado com Cosmo naquele natal e o quanto ele curtiu em comprar
coisinhas de bebê. O surgimento das lágrimas fora inevitável. Ela se levantou e
abraçou a sogra agradecendo – será a roupa que sairá do hospital. Obrigada Martha.
- Que bom que
você gostou.
Ao terminarem,
Kate se despediu e foi para casa. Ela não via a hora de ir até o loft naquela
quinta-feira. Sentada na cama já de camisola, ela zapeava os canais da tv. Não
encontrava nada interessante para assistir. O corpo estava extremamente cansado
por ter dormido três noites seguidas no hospital. A sua próxima consulta era
daqui a duas semanas. A tarde nostálgica mexeu com ela emocionalmente e com o
fisico já desgastado, tudo o que ela queria era poder ficar ao lado dele, ter
seus braços ao redor dela. Foi então que Kate se pegou relembrando as memórias
da última noite que passaram juntos.
Castle viajava
no dia seguinte para suas reuniões em New York. Ela passaria duas semanas longe
dele e isso queria dizer muito pois desde que se casaram e vieram morar em
Washington, ela se acostumara a chegar em casa e encontra-lo na sala ou no
quarto, com um jantar quente ou uma surpresa. Acostumara-se aos mimos. Naquela
noite, ela tratou de chegar em casa o mais cedo possivel. Queria ficar o máximo
de tempo com ele. Castle ainda estava frustrado com o fato de perder parte da
ação em DC.
- Castle não
fale assim, você precisa estar em New York e cuidar do seu trabalho. Tem seus
fãs para agradar também – ela começou a se aproximar dele e brincar com a mão
no peito dele, beijou-lhe o pescoço – sabe em vez de você ficar reclamando –
ela mordiscou a orelha dele – podíamos fazer algo mais... – os dedos finos e
frios davam pequenos beliscões na barriga dele sob a camisa – produtivo... você
ficará com saudades – beijou-lhe os lábios rapidamente e com ambas as mãos
ergueu a blusa do pijama dele – quer tornar a noite mais interessante, babe?
Ela se sentou entre as pernas dele e o beijou novamente cheia de desejo. Por
uns instantes, ele se deixou perder no tempo apenas sentindo o carinho que os
lábios dela provocavam nele. Depois as mãos a tocavam percorrendo as costas de
cima a baixo. Kate quebrou o beijo para tirar a camiseta que usava deixando os
seios à amostra. Ela fazia movimentos com o corpo sobre o membro dele que em
questão de minutos o deixaram pronto para penetra-la. Porém, Castle queria
prolongar o momento.
Ele ergueu-se
da cama buscando novamente os lábios dela mas suas mãos agora estavam
massageando os seios dela o que a fizera tombar a cabeça para trás. Isso
facilitou a boca tomar-lhe um dos seios e suga-los, fazendo o mesmo com o
outro. Os únicos sons que ela emitia eram gemidos de prazer. Kate sentia o
corpo responder ao mais simples toque. A pele quente, o centro úmido e o desejo
fazendo o sangue pulsar mais fortemente em suas veias. Ele trocou de posição
deitando-a contra o colchão com apenas uma finalidade, livrar-se das roupas que
ambos ainda vestiam para então saborear aquele corpo da maneira que deveria. As
carícias, os toques, o dançar das mãos apertando partes do corpo eram uma
constante ritmada. Castle provou-a fazendo Kate ser tomada pela explosão do
orgasmo. Recuperada da primeira sensação quase cósmica, ela voltou a sentar-se
sobre ele. Dessa vez, ela não se ateve a troca de carinhos apenas. Deslizou
devagar sobre o membro ereto dele até senti-lo completamente dentro de si. Ela
debruçou-se sobre o corpo dele e beijou-lhe o peito, mordiscou-lhe a pele e
cravou as unhas em seus ombros enquanto movimentava-se sensualmente sobre ele.
Os movimentos que ela fazia o levava à beira da loucura provocando uma resposta
de prazer poderosa.
Ele se juntou
a ela, sentando-se sobre o colchão. Procurou a boca macia, os lábios delicados
que em questão de minutos tornavam-se selvagens e os tomou em um beijo
avassalador. Ela não iria resistir muito mais ao desejo que a dominava pouco a
pouco. Corpo e mente conectados em prol de um único objetivo, o prazer. Ele
estocava mais e mais dentro dela fazendo-a rebolar com malícia e destreza. Kate
segurou-se ao pescoço dele ao perceber que o orgasmo estava próximo. Fechara os
olhos e rendera-se ao momento. Castle beijou o pescoço dela que pendera para
trás e gemendo contra o ombro dela, ele também se deixou levar.
Essa era a
última demonstração do amor que ela lembrava-se. As sensações e imagens de um
momento que não sabia quando poderia sentir novamente. Abraçou o travesseiro e
fechou os olhos murmurando palavras de amor, como se conversasse com ele. Não
importa o que acontecesse, seu amor por Castle nunca acabaria. Ele era a parte
que transformara em alguém capaz de encarar a vida da maneira mais fácil e
simples, através dos olhos de um homem que não deixara de manter viva a sua
criança interior.
Apartamento de
Castle – 2 pm
Ela abriu a
porta da frente com sua chave. Ao estar de volta naquele lugar, ela respirou
fundo. Tudo parecia estar igual, ao mesmo tempo era diferente. O silêncio
incômodo, nenhum cheiro de café, a cozinha arrumada. Kate foi inundada por
recordações dos dois, apesar de um pequeno sorriso no canto dos lábios, sentiu
um aperto no coração que a fez fraquejar, as pernas pareciam falhar porque
tremiam diante das lembranças. A quem queria enganar? Não era a mesma coisa sem
ele. Vagarosamente, ela chegou ao escritório. Ali sim era um lugar especial,
quase imaculado. Tudo lembrava Castle. Os livros, as fotos, os enfeites sobre a
mesa. Kate percebera que estava exatamente do jeito que deixara. As caixas que
trouxera de DC no chão próximo ao armário que ficava atrás da cadeira dele. O notebook
ainda desligado. Ela não quisera mexer em nada.
Sentou-se na
cadeira dele e puxou uma das caixas para cima da mesa. A busca começou. Todos
os documentos do caso, anotações e papéis de Castle estavam ali. Kate puxou a
pasta com informações do caso. Minuciosamente, ela começou a reler o que
cumpunha os documentos. Verificou a lista dos Quinze e constatou a informação
passada por McQuinn. Realmente Andrew não fazia parte dela mas por que aquele
rosto lhe parecia tão familiar? Não estava imaginando coisas, seu instinto a
dizia que ele estava ligado aquele crime podre de alguma forma. Continuava
checando cada nome e pensando em qual seria a relação desse homem em tudo isso.
Será que estava na folha de pagamento do senador? Balançando a cabeça descartou
tal ideia, muito óbvio e facilmente rastreável. Se trabalhava para o Sr.
Denver, recebia por fora.
Páginas e
páginas foram relidas e viradas sem conseguir achar nada que pudesse lhe guiar
na busca do seu suspeito. Já examinara mais da metade da primeira caixa quando
Martha chegou.
- Olá,
Katherine. Está tudo bem por aqui?
- Sim, Martha.
- Não quer um
suco, algo para comer?
- Não, está
tudo bem.
- Se é assim,
vou subir. Espero que encontre o que está procurando. Qualquer coisa, me chame
– Kate sorriu e a sogra deu as costas para ela. Voltou a se concentrar no que estava
fazendo. Ao puxar mais um maço de papel da caixa, ela se deparou com uma pasta
transparente que não parecia compor o caso do FBI. Continha uma vasta
quantidade de papel. Somente ao coloco-la a sua frente foi que entendeu. Aquele
material pertencia a Castle. Percebeu os post-its grudados e soube que estava
diante do print do livro que Castle escrevia. Retirou-o da pasta para
examina-lo melhor. O primeiro post-it dizia “Rascunho Gina para leitura: Cap. 1
ao 17”. O segundo indicava em letra de forma “CLIMAX?!” com mais uma observação
“Target: 22 capitulos”.
Segurando o
calhamaço de papel nas mãos contemplava o material. Uma obra inacabada, pensou.
Estava achando grosso demais o suposto livro. Foi quando percebeu um bloco
amarelo de anotações em meio as folhas impressas. Ela o puxou e colocou sobre a
mesa. Estava cheios de rabiscos e lembretes feitos por ele. Antes de
examina-los, ela folheou a história inacabada. Viu que o livro já tinha título
definido “Heat Blows” ou pelo menos era o nome provisório.
Com cuidado,
deixou-o sobre a mesa para lê-lo mais tarde. Decidiu que essa era uma boa forma
de se aproximar dele, através de suas histórias e teorias. Novamente com o
bloco amarelo em mãos, Kate começou a examinar o que ele escrevera.
A primeira
folha continha rabiscos totalmente fora do contexto principal como desenhos de
personagens de história em quadrinhos, também havia divagações sobre os
próximos capítulos. No topo da outra folha, ele escrevera “Capítulo 18” seguido
das palavras “Nikki ferida?”, “Climax” e “definição do culpado: senador?”, um
abaixo do outro além de um lembrete ”discutir com Kate”. Mais abaixo, ele
escrevera em letras maiores pegando um espaço de quatro linhas e circulado “cena
de perigo: explosão!”. Agora ela entendera o título do livro. Virando mais uma
folha, Kate se deparou com uma espécie de “To Do list” com uma careta ao lado.
Parecia aos olhos dela, o resultado de uma conversa com Gina pois o nome dela
estava quase no topo da página.
Entre algumas
anotações, ela lera. Definir climax, consultar Kate. O que acontecerá com Nikki
após a explosão? Também escrevera “Definição da arte da capa. Pedir foto de
Kate com o capitólio de fundo”. Abaixo da observação, ele escreveu a palavra
dedicatória. No canto da página, havia um desenho de uma carinha smile. Ele
sempre arrumava uma forma de divagar enquanto trabalhava. Uma página mais e
Kate constatou que ele deixara uma boa parte de ideias para os demais capitulos
que precisavam ser escritos. Folheando as demais páginas, ela encontrou um
post-it rosa escrito por ele em letra cursiva. O coração disparou. Era a
dedicatória do livro. As palavras tão lindas e significativas a pegaram de
surpresa. Kate engoliu em seco e não conseguia mais se concentrar em continuar
sua busca. Tudo o que queria era deitar-se na cama deles.
Levantou-se da
cadeira, arrumou a mesa da melhor maneira que podia e pegando o rascunho do
livro dele, Kate deixou o escritório e foi para o quarto. Fechou a porta e
deitou na cama onde tantas vezes partilharam momentos sexys, quentes e carinhosos.
Onde as conversas revelaram intimidades, sentimentos e dividiram cumplicidade.
Aquelas paredes tinham história. Sentada na cama,especificamente do lado em que
ele ocupava, ela fitava o pequeno quadro com as conchinhas que Castle fizera
para ela querendo mostrar que aquele espaço pertencia aos dois. As conchinhas
daquele primeiro fim de semana sozinhos nos Hamptons que acabara por se tornar
bem diferente do que ela imaginara. Mesmo assim, fora um dos momentos mais
íntimo dos dois em sua época de namoro.
Na cabeceira
ao lado de onde Castle costumava dormir havia um porta-retrato que Kate tinha
certeza não estava ali antes. Ao olhar a foto, ela sorriu. A mesma fora tirada
em Bora-bora durante a lua de mel deles. Ela lembrava que era cedo tinha
acordado depois de Castle que aparentemente não estava no quarto e decidiu
sentar-se na varanda admirando a vista. Os ventos tinham emaranhado seus
cabelos e ela parecia perder-se ao olhar aquele mar azulado a sua frente. Foi
quando ele tirara a foto com ela de perfil. Ficara bonita naquele lugar onde
ele deixara. Era bem recente pois da última vez que estivera em New York com
ele não havia nenhum porta-retrato no quarto. Ela gostara do gesto, mais uma
forma de estar presente ali.
Deitou-se na
cama e colocou o draft do livro ao seu lado, o bloco amarelo sobre seu
estomago. Por alguns minutos ficou apenas contemplando o teto, em seguida pegou
as anotações e começou a ler. As ideias deixadas ali eram muito boas para o
clímax da história e como todas as coisas que Castle escrevia, estava bem ao
seu estilo. E sim, havia ideias malucas além de momentos de tensão e íntimos
entre Nikki e Rook listados. Ela não se deu conta mas acabou cochilando na
cama.
Ao despertar,
Kate esticou-se na cama como quem procura o outro para aninhar-se um pouco mais
antes de realmente levantar. Ao abrir os olhos, ela caiu em si e percebeu que
seu desejo não podia ser realizado. Com cuidado para não amassar os papeis, ela
se mexeu na cama e checou o relógio. Assustou-se levantando da cama de supetão
o mais rápido possivel e sentiu uma tontura. Recompondo-se juntou o material de
Castle e uma daquelas caixas com papeis do caso e resolveu sair dali logo. Já
passavam das sete. Martha estava na sala tomando uma taça de vinho. Quando a
viu, sorriu.
- Ah,
Katherine você acordou.
- E já estou
de saída. Acabei perdendo a hora.
- Nada disso,
kiddo. Não precisa sair correndo. Se está preocupada com a volta de Alexis, não
precisa. Ela ligou e disse que vai dormir no Campus. Tem um trabalho e uma
prova para amanhã. Aproveite e durma aqui, acabei de pedir o jantar do Le
Cirque e você sabe muito bem que precisa se alimentar por dois. Então, sente-se
e faça o que você tem que fazer enquanto a comida não chega.
- Martha não
acho que deveria.
- Quer parar
com essa ideia maluca de que você não pode frequentar essa casa? Não preciso
ficar repetindo que ela é sua. Fique, durma e amanhã você vai embora depois do
café.
- Eu não
sei...
- Mas eu sim e
como uma pessoa mais experiente e sábia você irá fazer o que estou dizendo.
Agora vem aqui e me dê um abraço. Kate obedeceu e inclinou-se para abraçar a
sogra, Martha acariciou a barriga dela e falou com o bebê.
- Você tem uma
mãe maravilhosa, kiddo. Espere até conhece-la. Kate sorriu. Talvez Martha
tivesse razão, ela estava exagerando. Sentou-se ao lado dela e continuou a ler
as anotações de Castle de onde parara. No meio das anotações ela encontrou uma
lista de coisas para comprar e abaixo dizia “jantar para minha musa Kate”. Ela
sorriu, o jantar ficara excelente. Ela estava distraída quando a campainha
tocou anunciando que a entrega do restaurante acabara de chegar. Ela se juntou
a Martha e jantaram em meio a conversas cotidianas e sobre bebês. Depois de
arrumar a cozinha, Kate pediu licença e recolheu-se para o quarto. Arrumando os
travesseiros na cama, ela sentou e abriu o rascunho do livro para ler. Estava
curiosa para saber como Castle transformara o caso da máfia em uma historia de
Nikki Heat.
O tempo passou
e Kate nem se deu conta da hora, o livro estava tão envolvente que ela devorou
os dez primeiros rapidamente somente então ela decidiu dormir. Na manhã
seguinte, acordou por volta das nove. Rumou para a cozinha, cortou frutas e
tomava com iogurte enquanto pensava sobre o livro de Castle. Claro que ela
sabia do talento do marido, não era à toa que mesmo antes de o conhecer e ser
casada com ele já era fã, uma das mais fervorosas. Mas a forma como ele estava
transformando o caso da máfia em algo eletrizante realmente era incrível. Ela
ainda tinha sete capítulos para ler mas estava imaginando que pelas ideias
escritas naquele bloco seria um crime não ter um final para Heat Blows.
Queria que
Castle pudesse terminar esse livro. De repente, um pensamento novo lhe ocorreu.
Castle ficava a maior parte do tempo em Washington escrevendo em casa e se
durante esse período ele tivesse aproveitado para investigar por si mesmo o
caso da máfia? Conhecia a teimosia dele muito bem para saber que adorava ir além
dos limites. E se ele tivesse contatado alguém e não contado a ela? Ou se
descobriu algo sobre o tal Andrew? Poderia ser isso o motivo do acidente?
Castle chegou perto demais? Só havia uma maneira de saber. O notebook.
- Olá, bom dia
querida. Já de pé? – cumprimentou Martha.
- Sim, e já
estou quase de saída. – ela colocou na boca mais uma colher do iogurte –
Martha, teria algum problema se eu levasse o notebook de Castle comigo? Pode me
ajudar a descobrir alguma coisa sobre o que estou suspeitando.
- É claro que
sim, nem sei porque você pergunta. Aquela máquina é de Richard. Alexis tem a
sua e nunca usa a do pai.
- Ótimo. Eu
vou tomar um banho e trocar de roupa. Recolher o que preciso do escritório e
vou para meu apartamento. Devo aparecer no hospital mais tarde.
- Claro,
querida. Vou passar agora pela manhã por lá – ela se serviu de café e o cheiro
delicioso inundou as narinas de Kate.
- Deus...como
eu sinto falta de café! Essa é uma das coisas que odeio na gravidez.
- Viciada como
você é, deve ser uma prova de fogo não?
- Com certeza
e não somente pelo fato de parar de toma-lo... mas por todas as outras coisas
que o café sempre me proporcionava – e Kate de repente teve seu olhar perdido
lembrando quantas vezes ela fora brindada com um café quente e delicioso
trazido por Castle, quantas vezes investigações se resolveram e ganharam forças
por causa de um aparentemente simples copo de café. Mesmo quando ainda não
suportava a ideia dele a seguindo, sempre adorava vê-lo chegar a uma cena de
crime trazendo café. Podia dizer que o amor de ambos pela bebida acabou sendo o
primeiro passo para os aproximar. Tomou a última parte do iogurte e jogou-o no
lixo. Ao passar pela sua sogra, Martha a segurou pelo braço e falou.
- Eu sei, ele
também sente tudo isso. Essa saudade, Katherine - Ela tocou a barriga da nora –
tenho certeza que você contará todas as historias e todos os momentos para esse
bebê lindo que carrega e meu filho estará ao seu lado, dizendo que a história
está errada e – ela parou de falar e de olhos arregalados – mexeu! Seu bebê
mexeu!
- Eu não
senti.... – e parou de falar porque ele acabara de mexer novamente – oh meu
Deus! Mexeu! – o sorriso de Kate foi automático – isso é tão...
- Maravilhoso,
essa é uma das palavras que você pode usar para descrever a sensação apesar de
não fazer justiça ao que significa. Entende agora porque insisto que você curta
esse momento, a sua gravidez? Isso se tornará seu primeiro contato com seu
filho, querida. Algo único que apenas as mães podem usufruir.
- Acho que tem
razão. Eu preciso ir. Nos vemos no sábado ok?
- Sim, vou
espera-la.
Meia hora
depois, Kate deixava o loft levando consigo o notebook de Castle e as caixas de
documentos. No caminho para casa sentiu o bebê mexer novamente.
Em seu
apartamento, Kate optou por levar todo o material para o seu quarto. Ligou o
computador e logo se deparou com uma tela pedindo a senha. Olhando para a tela,
ela ficou imaginando qual palavra ou combinações dela poderiam ser. Digitou a
primeira “Nikki Heat”. Senha errada, tente novamente. Realmente era bastante óbvio.
Castle era um homem que adorava mistérios então sua senha deveria estar
relacionada com isso. Ainda assim, ela apostava em algo relacionado a eles. Os
dedos dela tamborilavam na base do notebook enquanto pensava em algo. E a ideia
inevitável surgiu. Um pouco dos dois mundos, só podia ser isso. Ela digitou
“Caskett”, a tela abriu-se exibindo a foto dela como papel de parede. Sorrindo,
ela começou a vasculhar o email dele. Emails enviados, os marcados como importantes,
as pastas mantidas com mensagens antigas e arquivadas porém não achou nada que
sinalizasse um problema ou suspeitas.
O próximo
passo era verificar pastas de arquivo. Sabia que ele mantinha pistas e arquivo
de investigações em um lugar onde pudesse trabalhar os detalhes do caso em
questão. Afinal, ele tratava qualquer investigação como uma pesquisa para um
livro com elementos e dados importantes. Não foi difícil achar. Havia uma pasta
denominada Washington. Kate clicou.
Dentro dela
todo o material digitalizado do caso incluindo o arquivo completo que estudaram
desde o inicio. Talvez houvesse algo ali. Mas antes de abri-lo, ela se deparou
com uma pasta chamada fotos. A curiosidade fora maior e ao clicar ela se
deparou com várias fotos deles tiradas já em DC. Tinha fotos no antigo
apartamento dela, em lugares que visitaram juntos, muitas fotos apenas dela e
outras tantas na casa dele após casados incluindo algumas dela apenas em
lingerie ou totalmente nua. Tinha lembrança da maioria mas algumas delas a surpreenderam.
Castle e um iphone sempre uma combinação perigosa, ela sorriu.
Outra pasta
chamou sua atenção. Entitulada trabalho, ela imaginou ser os rascunhos de seus
livros e estava certa. Haviam outras subpastas com nomes de Derrick Storm,
Nikki Heat e histórias em quadrinhos. Ela clicou na de Nikki e achou outras
subpastas cada uma com o nome de cada um dos livros já lançados da série Heat.
Kate se ateve a última. Heat Blows.
Dentro dela
havia arquivos em pdf que nada mais eram que as versões já enviadas para Gina,
sugestões de capas para o livro e um documento em Word que levava o mesmo
titulo da pasta principal. Esse era o arquivo do livro em andamento. Ela abriu
curiosa. Com um comando rápido localizou o capítulo dezessete. Constatou então
que o documento tinha ainda mais paginas do que deveria para este ser o ultimo
capitulo e descobriu que na verdade Castle escrevera mais capítulos. Ele parara
a história prestes a começar o capitulo vinte, o que significava que faltavam
apenas três para serem escritos.
Faltara tão
pouco para concluir o livro, pensou. Diante disso, ela deixou o computador de
lado e voltou a pegar o livro impresso e continuar a leitura motivada pelos
novos capítulos que encontrara no notebook. Afastou o aparelho e aninhou-se
melhor na cama para continuar a leitura. Kate perdeu a noção do tempo lendo a
historia criada por Castle. Devorou os capítulos como um viciado consome as
drogas. Pagina a pagina, ela sentia-se mais envolvida em tudo aquilo e a
riquesa de detalhes relevantes ao caso estava toda lá, descrita de maneira
simples e eficiente prendendo a atenção do leitor.
Apenas ao
terminar a leitura do impresso, Kate sentiu fome. Foi até a cozinha e trouxe
uma tigela com blueberries e morangos. Voltou a pegar o notebook e continuou a
ler os demais capítulos escritos por Castle. O fim do capitulo dezenove
deixou-a com gostinho de quero mais. Ele parara bem no clímax do livro. O que
escrevera até ali seguia a estrutura lógica descrita em seu bloco amarelo. Seria
uma pena não completar aquela história.
Kate sentia os
olhos arderem de olhar para a tela do notebook. Checou o relógio e percebeu que
já passavam das oito da noite. Dessa forma não valia a pena ir vê-lo no
hospital. Ela fechou o computador e decidiu tomar um banho. Fez um lanche
rápido e acabou por ceder ao sono não antes de sentir o bebê mexendo-se uma vez
mais.
Era sábado e
conforme havia combinado com Martha, elas saíram para ir às compras. Kate riu e
se divertiu como não fazia a muito tempo. Compraram roupinhas, agasalhos, sapatos
de bebê além de cobertores e lençóis isso depois de comprar um bercinho. Tudo
fora adquirido em cores neutras já que ela não queria saber o sexo do bebê.
Almoçaram juntas e foi a vez de comprar algumas roupas para ela também. Com o
avanço da gravidez, ela começava a sentir as calças apertarem. Antes de
terminarem o passeio, Martha sugeriu irem a uma livraria tomar um café. Fizeram
um pequeno lanche onde Kate foi obrigada a tomar suco mesmo sentindo o aroma do
café deliciosamente em suas narinas.
Ela não pode
deixar de perceber os livros de Castle em evidência. Várias pessoas se
aproximavam do local de exposição e uma ou outra saía com um exemplar dele.
Curiosa, ela se levantou para observar mais de perto. Assim que chegou a pilha
de livros, ela pegou um exemplar de Derrick Storm e fingiu estar interessada.
Uma jovem com um Frozen Heat na mão, falava para a outra amiga ao seu lado.
- Esse livro é
maravilhoso. Você precisa ler essa série. Já li todos e estou relendo. Estava
tão ansiosa para ler a nova aventura de Nikki Heat mas agora nem sei quando
poderei fazer isso.
- Por que? –
perguntou a amiga.
- O escritor
Rick Castle, sofreu um acidente e está em coma. Já tem uns dois meses, eu acho
– a amiga repara na foto da contra-capa.
- Que
desperdício! Um homem tão charmoso, bonito.
- E casado.
Muito bem casado por sinal. Com a policial que inspirou a detetive Nikki.
Sério, se fosse você levava todos porque ao ler o primeiro tenho certeza que
vai ler todos os outros. Kate sorriu pela maneira que a jovem falava dos livros
de Castle.
- É bom mesmo?
Desse jeito viciante? – mas a amiga não a respondeu. Estava olhando vidrada
para o seu lado direito – hey, Lisa. Estou falando com você. Lisa! – tocou o
braço da amiga fazendo-a finalmente virar – você não me ouviu?
- Desculpe mas
você está vendo aquela mulher ali? É ela.
- Ela quem?
Mas a pergunta não foi respondida. Lisa já estava ao lado de Kate.
- Com licença,
você é a detetive? Nikki Heat? Quer dizer, bem sei que eu... - mas Kate não
deixou-a continuar.
- Sou eu sim. Meu
nome verdadeiro é Beckett, Kate Beckett Castle agora. Prazer – ela estendeu a
mão para Lisa que a apertou e a olhava como quem admira um artista de Hollywood.
- Wow! Pode
autografar um livro para mim?
- Claro. Kate pegou
a caneta e viu a alegria em meio ao sorriso de ansiedade da menina. Assinou e
também o da amiga. Lisa não resistiu e perguntou.
- Como ele
está?
- Na mesma.
- Ele vai sair
dessa. Sou fã dele e sua afinal não haveria Nikki Heat sem você. Sempre
acompanho suas investigações que saem na mídia, admiro seu trabalho e fico
comparando com as histórias do livro. Estou louca para ler o próximo livro
dele. Desde que me tornei fã por causa da série Heat já fiz mais de vinte
pessoas lerem os livros. Todas viraram fãs e a minha saga continua, Carla é a
próxima – ela disse apontando para a amiga – Acredite, vai ficar tudo bem.
- Eu acredito.
- Se cuide e
quando estiver na hora, faça Castle escrever mais livros para nós. Estava na
expectativa de ler outro livro dele o quanto antes.
Elas se
separaram. Kate ficou no mesmo lugar observando-as seguir até o caixa para
pagar pelos livros. Ela sabia que estava ligada a Castle e seus livros pela
personagem mas alguém se importar com ela e admira-la? Era muito surreal para
Kate não? Afinal de contas Nikki Heat é uma ficção. Outra pessoa se aproximou
dela e puxou um exemplar de Frozen Heat e outro de Deadly Heat.
- Vou levar o
último para a minha irmã, Frozen é para minha amiga que faz aniversário amanhã.
Incrível como você acaba se viciando em livros de Rick Castle. Você já leu
Frozen? – ela se dirigia a Kate por estar com um deles nas mãos.
- Sim, li
todos. Eu apenas adoro o cliffhanger do Rises. Gosto de reler minhas partes
favoritas.
- Nenhuma é
melhor que a cena da página 105 no primeiro. Kate sorriu. Ela se lembrava muito
bem do modo como enlouqueceu ao saber que havia uma cena de sexo no livro que
ele escrevera sobre ela. Sim, porque apesar de Nikki ser uma personagem, Kate
sempre soube que ali era ela.
- Excelente –
Kate respondeu.
- Aposto que
Castle viveu aquela cena com a detetive, eles se casaram de qualquer forma. É
uma pena o que aconteceu com ele e fico pensando quando teremos outro livro com
as histórias maravilhosas que ele escrevia. Espero que seja logo. O que você
pensa sobre isso? Acredita que vamos ler outro livro? – ao fitar Kate, a moça
abriu a boca assustada – espera, é você? – a mulher esfregou os olhos de novo –
você é a esposa dele não? É Kate...
- Sim, sou eu.
E novamente ela recebeu elogios, teve que assinar livros e palavras de conforto
foram ditas. Aquilo foi uma experiência interessante. Dessa vez, a barriga dela
fora notada e isso causava ainda mais compaixão. Ela se emocionou com algumas
palavras e quando finalmente decidiu sair de perto dos livros dele, Martha a
encontrou com um pequeno embrulho nas mãos.
- Katherine,
comprei um presentinho para você. Aqui – Kate pegou o embrulho da mão dela, viu
que o semblante dela estava diferente – o que foi? O que aconteceu?
- Nada ou
melhor... Martha eu sempre soube que Castle era uma figura pública e tem muitos
fãs mas nos últimos minutos eu fui reconhecida por duas pessoas que me pediram
para autografar seus livros de Nikki Heat. Isso foi tão estranho, não sou
Castle e certamente não sou famosa.
- É claro que
é, Katherine. Você entrou em evidência quando tornou-se inspiração para os
livros, depois quando grandes casos te trouxeram à mídia mesmo que
indiretamente e após se casar com Richard não tem como fugir, você é uma figura
pública. Então porque apenas não aceita isso como algo bom? De certa forma,
isso pode ajudar você a fazer algo diferente para aproveitar esse trunfo não? –
Martha apertou a mão dela e a puxou para a saída – vamos, chega de livraria.
Vou ajudar você a levar as compras para casa.
Martha a
acompanhou até seu apartamento. Depois de ajeitarem as coisas, Kate descobriu
que a sogra tinha comprado para ela um exemplar de “What expect when you’re
expecting”, segundo Martha já estava mais do que na hora de Kate levar a
gravidez a sério e aprender coisas muito importantes para ela e o bebê. Assim,
que ela saiu Kate sentou-se no sofá acariciando a barriga. Ela abriu o livro e
suspirou.
- Vamos lá,
bebê. Quero conhecer um pouco mais sobre você. E mais tarde iremos ver seu pai
– e sentiu o bebê mexer – sim, que bom que gostou da ideia.
Kate leu
durante duas horas. O livro era realmente interessante. Depois se arrumou e
seguiu para o hospital. Tinha muito para conversar com Castle. Chegando lá,
encontrou com o médico dele e conversaram um pouco sobre o estado atual de
Castle e suas perspectivas. O doutor continuava dizendo que por existir uma
estabilidade no quadro dele era motivo suficiente para ela acreditar que ele
acordaria eventualmente. Ela agradeceu e entrou no quarto. Aproximou-se da cama
e beijou-lhe a testa e os lábios. Apertou a mão dele e iniciou a conversa que
pensara várias vezes na noite anterior que teria com ele. Seria um monólogo
certamente mas ela precisava dividir seus pensamentos com a pessoa mais
importante para ela: ele mesmo.
- Hey, babe...
espero que esteja bem. Sei que é um comentário estranho de se fazer, é meio
força do hábito. Tenho muito o que contar para você hoje. Primeiro quero pedir
desculpas pela minha ausência esses dias. Foi por uma boa causa que logo você
irá entender. As investigações continuam se arrastando. Os rapazes não conseguiram
encontrar um possível suspeito e eu não posso me envolver na busca por razões
óbvias. Não sou da NYPD, estou grávida e meu marido é a vítima em questão. Acho
que você nunca imaginou se ver numa situação onde eu não pudesse te defender. O
fato é que tudo isso mexe demais comigo. Não consigo ficar parada esperando por
notícias. Então eu decidir fazer minha própria investigação. Eu voltei ao loft
depois de algum tempo. Fico pensando em como aquele lugar é especial, babe.
Tomei a liberdade de mexer em umas caixas que deixara lá com documentos meus e
seus que trouxe de Washington. Revirei todo o caso da máfia tentando encontrar
algo sobre o tal Andrew que eu tivesse esquecido ou alguma pista que me levasse
a ele. Não encontrei nada mas ainda não desisti. Espo me disse que conseguiu
algo sobre o motorista, bem na verdade sequer retornaram uma semana já se foi.
Se algo novo acontecer, aviso você. Sua mãe tem sido maravilhosa comigo. Eu
acabei dormindo por lá o que me lembra, adorei a foto que você colocou minha no
nosso quarto. me fez relembrar momentos muito importantes. Adoro aquele quarto,
há tanta intimidade, tanto sentimento. Não gostaria de sair dali mas eu não
quero ser um motivo de desentendimento entre sua filha e você.
Ela puxou a
cadeira e sentou-se ao lado dele, tinha os dedos entrelaçados aos seus. Criando
coragem, ela falou do outro assunto.
- Quando
estava mexendo nos documentos encontrei uma pasta sua com uma cópia do seu novo
livro. Desculpe por ter que dizer isso a você mas não resisti. Talvez a saudade
em saber o que você pensa sobre determinado assunto, ou a vontade de me sentir
mais próxima a você fez com que eu lesse o que escreveu. E estava tudo tão perfeito!
A leitura me prendeu a cada momento, a cada pagina. Eu rapitei seu computador,
levei-o comigo. Encontrei mais capítulos
do seu livro e suas anotações. Hoje eu fui a uma livraria depois de fazer
compras de bebê com sua mãe e algo estranho aconteceu. Fui reconhecida por seus
leitores, sabiam que eu era Nikki. Todos falaram bem de você. A maneira que
eles o celebravam. Eu dei autógrafos e foi assim que percebi. Não posso privar
o mundo de Rick Castle e suas histórias. Seria um ato muito egoísta. Seu último
livro mesmo que inacabado merece ser compartilhado com seus fãs. Preciso lembra-los
do escritor de Best-sellers que tanto ajudou a NYPD, um homem comum que
arriscou-se muitas vezes pela justiça e pela verdade principalmente por mim. É
meu dever fazer isso – ela ergueu a mão dele até os lábios para beija-la – não
estou pedindo sua permissão, estou comunicando apenas a minha decisão.
Kate se
levantou novamente procurando ficar mais próxima dele. Encostou a mão de Castle
na barriga dela e cobriu com a sua.
- Essa não era
a parte mais importante da conversa. Castle, nosso bebê mexeu. Eu nem sei como
descrever o que estou sentindo. Apenas quero que você possa sentir também. Bebê
mexe para o papai. Pode sentir a mão do papai? Sim, é o papai. Mexe bebê, ele
quer sentir você – por alguns instantes ela calou-se esperando a reação do
toque mantendo sua mão sobre a dele procurava pelo local ideal onde Castle
pudesse sentir o movimento dele. Inconscientemente, ela desejava que ele
pudesse senti-lo mesmo não tendo como expressar. E como em um passe de mágica,
ele começou a mexer.
- Viu? Está
mexendo. Rick, esse é o nosso bebê. meu e seu. Bebê, esse é o seu pai. Ele está
louco para conhecer você e garanto que você vai simplesmente adora-lo. Seu pai
brincará com você pela casa, jogará videogames, lasertags, me levará a loucura
com a bagunça que fará em nossa casa mas ainda assim saberei que será por sua
felicidade. Vocês desenharão juntos, farão panquecas. Sim, ninguém faz uma
panqueca de morango como Castle. Serão suas preferidas assim como são de
Alexis. Ah, antes que pergunte Alexis é sua irmã mais velha. Super inteligente
e carinhosa. Seu pai é um homem maravilhoso, merece certamente o título de
melhor pai do mundo. Você irá descobrir tudo isso logo. Ele trocará suas
fraldas, te dará mamadeira quando a mamãe estiver na rua prendendo os bandidos,
te colocará para dormir e contará muitas histórias. Algumas serão dos livros
que escreveu, outras serão dos casos que trabalhamos juntos mas haverão aquelas
que ele inventará sobre zumbis, monstros do espaço e bruxas. Se você puxar para
mim, lógico saberá que não passam de pequenas mentiras mas bem divertidas. Ele
te dará sorvete e chocolate, te ensinará comer chantilly do próprio recipiente
por favor escute a sua mãe não faça isso, é meio nojento para as outras pessoas
– enquanto ela falava, o bebê mexia-se várias vezes, ela sentia através da mão
de Castle. As lágrimas teimavam em cair e Kate lutava contra elas.
- E no
natal... – ela suspirou mas não conseguiu segurar a lágrima que deslizava pelo
rosto agora – no natal, e-le monta a maior árvore mais enfeitada e linda do
mundo, há neve e pisca-piscas por todo lugar. Luzes verdes, vermelhas, amarelas
piscando e brilhando capaz de fazer qualquer pessoa entrar no clima de festas.
Ele esconderá presentes, pendurará galhos e galhos de azevinho apenas para ter
uma desculpa para me beijar e agora te beijar. Ele... será a atração da festa,
sempre. Músicas, sorrisos e eggnog porque o natal... – o choro era maior agora
dificultando a Kate de falar – o natal... mudou para mim depois que conheci
Castle. É o dia que seu pai mais adora, bebê. E ele fará você ama-lo tanto
quanto ele.
Kate voltou a
se aproximar dele sem tirar as mãos da barriga, inclinou-se para beija-lo no
rosto.
- Seu pai é o
homem mais incrível que eu já conheci em toda a minha vida. Tenho certeza de
que jamais encontrarei alguém como ele. É por tudo que ele é, pelo que fez que
eu o amo muito... assim como amo você. We Love you, Castle. Always.
O bebê chutou
mais uma vez e Kate mordeu os lábios incapaz de impedir as lágrimas de rolarem
pelo seu rosto. Finalmente, ela retirou a mão dele da sua barriga e levou-a aos
lábios para beija-la e usa-la para tocar seu próprio rosto. Ficou por lá um bom
tempo mantendo o contato tão ansiado.
O que Kate não
sabia era que alguém mais estava ouvindo tudo o que ela dissera. Do instante
que ela entrara no quarto e começara a falar com Castle, uma outra visita
pretendia adentrar o local porém ao vê-la manteve-se à porta sem denunciar que
estava ali. Alexis ouvira cada palavra. Cada elogio, cada reconhecimento. E
compartilhara lágrimas com Kate mesmo sem essa saber. Devagar, Alexis sumiu da
mesma maneira que aparecera sem levantar qualquer suspeita. Quinze minutos
depois, após lavar o rosto, foi a vez de Kate deixar o quarto. Caminhou até a
cafeteria e pediu um suco. Estava bebendo quando a enfermeira que cuidava de
Castle chegou ao seu lado.
- Olá querida!
Faz tempo que não nos encontramos. Ah, olha pra você! De barriguinha. O bebê
está bem?
- Está sim.
- Menino ou
menina?
- Não quis
saber. Quero surpresa.
- Se tivesse
que arriscar diria que será menina.
- Por que?
- Um pouco de
intuição e algumas características que nós enfermeiras aprendemos a perceber
nas grávidas. Não importa, o que vier será perfeito e amado.
- Sim, muito.
No dia
seguinte, Kate começou a remexer nos arquivos de Castle e encontrou o contato
de Gina que estava gravado entre os contatos de email dele. Pegou o número e
ligou. Na terceira tentativa, ela atendeu.
- Gina, é
Kate.
- Olá, Kate.
Faz algum tempo que nos falamos? Notícias de Rick?
- Não
realmente. Ele está na mesma. Eu gostaria de te ligar para falar de algo
importante.
- Claro!
Prefere me encontrar para conversarmos? A escolha é sua.
- Posso ir ao
seu escritório. Tenho algumas coisas para te mostrar também. Pode ser hoje à
tarde?
- Combinado.
Duas horas está bom para você? Tem o endereço?
- Sim, está
nos contatos de Castle. Nos vemos às duas.
Dez minutos
depois das duas, Kate entra no escritório da Hyperion carregando uma pasta
consigo e o notebook de Castle. A sala de Gina ficava ao final do corredor. A
secretária ao vê-la logo tratou de abrir a porta e oferecer-lhe água, suco e
biscoitos que Kate recusou agradecendo. Gina estava sentada por trás de uma
mesa de vidro enorme, a vista da sala era incrível. Os arranha-céus de New York
contrastavam com o brilho do sol que atingia suas paredes de vidro espelhadas.
A decoração era clean e intimista mas ainda assim imponente. Os cartazes na
parede mostravam capaz de livros, entre elas a de Deadly Heat. Gina levantou-se
para cumprimenta-la. Com um abraço e um beijo no rosto, ela falou.
- Bom te ver,
Kate. Você parece muito bem. Sente-se por favor.
- Obrigada. Gina retornou ao seu lado da mesa e Kate
sentou-se colocando o material que trouxera sobre a mesa.
- Confesso que
fiquei surpresa com a sua ligação, Kate. E curiosa. Quando estive com você,
pensei que havia passado dos limites, admito. Então, pode entender que estou
ansiosa para ouvir o que você tem a dizer.
- Talvez ambas
estejamos nos sentindo de alguma forma chocadas mas a vida sempre nos mostra que
uma ideia que julgamos totalmente idiota em um momento pode representar algo
muito maior, você somente precisa se dar a oportunidade de poder entender o que
realmente é importante. Desculpe, estou soando introspectiva e pensadora
demais. Parte disso é culpa dos hormônios, outra é apenas uma demonstração de
sentimentos.
- Não peça
desculpas. Você parece um pouco com Rick falando. Deve ser a convivência.
- Acho que
sim. Eu aprendi muito com Castle, ele continua me ensinando na verdade. Foi por
esse motivo que resolvi vir conversar com você. Eu encontrei a cópia do novo
livro dele, li tudo, achei notas e próximos capítulos desenhados. Além disso,
eu tive alguns momentos interessantes sobre o impacto e a importância das histórias
de Castle não apenas para mim mas para os seus fãs. Eu pensei muito antes de
vir aqui porque por vezes considerava que eu estava roubando algo que não era
meu, me intrometendo em um mundo do qual não fazia parte. Mas acontece que
acabei por descobrir que estou nesse universo de ficção e não há uma forma de
me desconectar. Nikki Heat é parte de mim e parte de Castle. Não existe dúvidas
quanto a isso. Não quero ser egoísta.
- Eu entendo
sua dúvida em tudo isso e qual a motivação que a leva a pensar sobre o que
fazer. Qual foi a conclusão dessa análise toda que você se obrigou a fazer?
- Gina, eu
quero que Heat Blows seja publicado. Eu terminarei os últimos capítulos. Devo
isso a Castle. As pessoas merecem ler mais um mistério de Nikki e não esquecer
das histórias que ele já contou. Eu também descobri algo mais. Ele terminou um
livro de Storm. Nem sabia que ele estava escrevendo sobre ele novamente.
- Eu sabia. Ele
comentou na nossa última reunião. Sabe Kate, fico feliz que você queira
continuar a oferece as histórias de Rick aos seus fãs. Meu ex-marido é um homem
cativante porém irritante e teimoso. Depois de você, ele é um outro homem. Você
é a outra metade dele. Em tudo.
- Bem, ele
continua teimoso. E pode me tirar do sério como ninguém mas eu não mudaria nada
nele. Gina riu.
- E como você
quer fazer tudo isso? O que tem em mente?
- Estive
pensando em lançar Derrick somente depois de Heat Blows. Afinal, está pronto e
apenas necessita de revisão. Deixa eu te mostrar o que falta no livro. Kate
abriu o notebook e começou a mostrar o material. Elas discutiram vários pontos
e ao final de duas horas de reunião, tinham um plano a seguir e marcaram um
novo encontro.
Duas semanas
depois...
Kate estava no
hospital sentada ao lado da cama de Castle e com o notebook apoiado em uma
pequena mesinha que a enfermeira arranjou para ela. Concentrava-se todo o dia
escrevendo um pouco mais do livro. Pelo menos por quatro horas, escrevia e
preocupava-se em fazer justiça a história de Nikki. Daqui a dois dias ela ia
encontrar com Gina para revisar dois capítulos que escrevera, um deles já
iniciado por Castle. Além disso, ela iria fazer uma foto para a capa do próximo
romance. Pela primeira vez em meses, Kate tinha um objetivo em suas mãos. Isso
a deixou focada e inspirada em deixar Castle orgulhoso. Tanto que ela deixou de
lado a ânsia de procurar o suspeito do suposto acidente dele, preferiu dedicar-se
ao livro.
A volta ao
escritório de Gina foi bastante promissora. Elas revisaram a escrita e as
ideias que Kate montara para seguir com a história de Nikki. Ela confessou que
teve dificuldade em descrever o timing perfeito para a cena de ação que
definiria grande parte do clímax do livro. Gina fez algumas recomendações e
pediu para que ela se imaginasse na cena. Kate concordou com as dicas e
agradeceu o apoio. Em seguida, elas foram para o estúdio fotográfico preparar a
capa do livro.
Kate pousara
de costas com cabelos presos em forma de coque e um blazer. Sua forma iria ser colocada em frente a uma
foto do capitólio deixando claro que essa história se passaria em Washington. Elas
viram a montagem e aprovaram. Cabia a Gina escolher as cores que cairiam melhor
com a proposta e enviar para Kate avaliar.
Após sair do
escritório da editora, Kate decidiu visitar Martha no loft e compartilhar o que
andava fazendo. Dessa vez, ela não se preocupou se Alexis estava por lá. Ao
abrir a porta, encontrou Martha sentada no sofá folheando uma revista.
- Katherine,
que bela surpresa! Por onde você andava? – ela abraçou a nora e abaixou-se para
beijar a barriguinha dela – conte como você está. Sentaram-se no sofá.
- Tenho
novidades, para mim muito boas e espero que seja para você também. Desde que estive
aqui e levei o material de Castle para analisar e achar possivelmente alguma
pista para ajudar na investigação dos rapazes. Em vez disso, me deparei com o
trabalho de Castle, seu livro mais recente de Nikki Heat. Tive a oportunidade
de lê-lo e perceber o quanto sentia falta das histórias dele. Naquele dia na
livraria, eu experimentei coisas diferentes que havia esquecido da sua real
importância então eu procurei Gina e disse a ela que escreveria o resto do
livro e publicaríamos. Devo isso a ele, Martha.
- Oh, querida.
Isso é maravilhoso! – e Martha a abraçou novamente – estou tão orgulhosa de
você.
- Esteja de
seu filho, ele deixou quase tudo pronto. Eu apenas tenho que colocar suas
ideias juntas. Ele também deixou mais uma obra de Storm pronta. Tenho
trabalhado bastante com Gina e o resultado está sendo gratificante.
Nesse
instante, Alexis aparece na sala. Ao vê-la, Kate sorriu. Será que a filha de
Castle aprovaria o que ela estava fazendo ou iria acusa-la mais uma vez de ter
arruinado a vida de seu pai? Não queria brigar novamente. Se a menina tinha
alguma mágoa dela ou quisesse que fosse embora imediatamente, ela iria sem
causar confusão. Se a cobrasse por respostas e justiça, Kate não saberia o que
dizer simplesmente porque não havia nada novo. Kate estava prestes a ser
surpreendida por motivos totalmente diferentes ao mesmo tempo. Alexis se
aproximou delas e mantendo o olhar diretamente para Kate, falou.
- Kate, será
que podemos conversar um instante? Eu ouvi você falar dos livros do meu pai e
também tenho algumas coisas que precisam ser ditas. Além de perguntas. Eu...
pode me acompanhar até o escritório?
- Claro,
Alexis. Será bom conversar com você e já estamos adiando isso a algum tempo –
Kate se levantou para segui-la quando o celular tocou. Ela estava prestes a
descobrir que seu mundo viraria de ponta a cabeça em minutos – é do distrito.
- Atenda –
disse Martha.
- Beckett – a
voz familiar do outro lado pareceu tensa.
- Oi,Kate. Tem
um minuto?
- Hey, Espo. Pode
falar.
- Nós achamos
o motorista da van. Ele está vindo para o distrito agora. Deve chegar em vinte
minutos. Pensei que você quisesse acompanhar o interrogatório – Martha viu o
semblante de Kate mudar, ganhara um ar de preocupação logo que parara de falar.
Alguns segundos se passaram sem que ela respondesse qualquer coisa – Kate?
Ainda está aí?
- Estou, e-eu
vou até o 12th.
Ela desligou o
celular. Alexis e Martha olhavam para ela querendo entender o que se passara.
Kate engoliu em seco e falou.
- Acharam o
motorista que atropelou Castle... e-eu preciso ir.
Continua....
3 comentários:
Caramba ... O Capítulo ficou excelente ... deu até um nó na garganta ... Mais estou ansiosa para começar a ler as melhoras do Castle ... Não sei se consigo aguentar de tanta aflição ... Parabéns ...
nossa que cap otimo eu ate fiquei surpresa pois nao lembrava da briga da kate com a alexis deu vontade de bater nela quando reli o cap espero que o proximo esteja tudo bem com as duas fico aqui imaginando como sera essa conversaq imagino ser qndo ela voltar do distrito pq depois dessa ligaçao duvido q ela tera cabeça para ouvir alexis tbm to aqui torcendo pro castle acorda logo nao aguento mais ver becks sofre no dia que ela descobrir os culpados eles estarao fritos pq olha so de lembrar da outra fic do cap do assalto ao banco me da arrepios pq eu sei q ela vai fazer justiça so nao demora quero ver esses caras atras das grades logo e parabens amei
Cap. INCRIVEL!!!!
Amo os momentos de Katie e Martha,o apoio dela esta sendo fundamental para as 2,achei um absurdo a kate tee que cominicar a sogra que pretendia ir ao Loft,culpa da bitch da Alexis vontade de esganar essa guria.E o presnte da vó ao babê muito fofo gente,relembrar da ultima vez em que ficaram juntos me quebrou.
O noot dele ajudara muito a desvendar o que aconteceu e vomitei arco-iris com a senha"Caskett",me beija Castle!
Essas fans super demais...E o que falar do fato de Katie terminar o livro,muito lindo da parte dela no fundo acho que ela não fará apenas por ele e sim por eles o livro é uma parte importante na vida do casal.
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