terça-feira, 9 de setembro de 2014

[Castle Fic] Home is Where the Heart...


Nota da Autora: Um pouco mais de um mês atrás lancei a promoção de Frozen Heat. Para ganhar o livro o leitor (a) precisava escolher um episódio de Castle e dar uma nova storyline para ele, modificar algo em uma cena ou mudar o evento. Eu deveria escolher a ideia que soasse mais interessante e escrever uma fic oneshot de presente ao vencedor e declarar sua co-participação. 
A vencedora foi a Queila VenÂncio e o episódio bem escolhido nos leva a S107. Alguém ai lembrou do leilão de um certo evento? Pois bem, imaginem que ao invés de curtir o momento de vergonha de Castle, Beckett entrasse na aposta e ganhasse? O que isso significaria para ambos? 
Esqueçam tudo que vcs viram até aqui e encarem a história como algo despretensioso.Queila, amei escrever essa fic. Valeu! Enjoy! 

Atenção....NC17!


Home is where the heart….


Um novo assassinato. Para Kate Beckett era mais um dia de trabalho comum na cidade de New York exceto por um detalhe, sua sombra. Desde que seu capitão acatou o pedido do prefeito de permitir a Rick Castle acompanha-la para fazer pesquisas para a nova personagem baseada nela, sua rotina era diferente. A cada corpo encontrado, era obrigada a comunicar ao seu acompanhante o ocorrido colocando-o na cena do crime. Era uma espécie de babysitter, Castle podia ser igual e algumas vezes pior que uma criança.

Essa nova dinâmica a despertou para situações não percebidas antes. Com seu jeito irreverente e abusado, Castle acabou desafiando seu modo de pensar. Reparara que ele tinha uma visão diferente do simples detetive, fantasiosas e exageradas sim, porém conseguia levantar questões importantes para o rumo de determinada investigação. Claro que se alguém perguntasse isso a ela, negaria até a morte. Por mais que reclamasse, ele era uma pessoa inteligente, sacava detalhes muito bem, momtava a história na cabeça e se via no lugar do assassino e da vítima. Isso foi o que mais intrigou Beckett. Pensavam de maneira semelhante ao analisar um crime. Atrelado a isso, ele era bonito e charmoso, infelizmente implicante ao extremo também.

O que Kate Beckett não poderia imaginar era que esse caso em questão lhe reservava algumas surpresas. A vítima foi achada dentro de um cofre tendo seus ossos quebrados para caber lá dentro, um cenário bizarro com sangue e um ambiente totalmente revirado. Logo descobriu haver roubo de jóias também. Ao contatar alguém da família, Beckett se deparou com uma filha desesperada pela perda da mãe. Não havia como não se colocar no lugar dela, apesar dos insultos que recebera, Beckett sabia exatamente o que era estar impotente diante de uma situação daquelas. A injustiça ainda não reparada da morte da mãe, o caso esquecido entre pilhas de arquivos sem importância nos depósitos das delegacias foram razões suficientes para fazê-la prometer pegar o assassino como uma espécie de dívida pessoal. A forma como encarou e incorporou essa atitude à maneira de investigar, causou dúvida e frustração ao se encontrar em um labirinto.

Precisava pensar, aliviar uma parte do stress que a consumia para que talvez enxergasse algo mais. Por que roubar e matar? Por que aquelas joias e de onde viera a informação? Impaciente, Beckett seguiu para a área de tiro do distrito. Munida de protetor auricular e óculos de segurança, mirava sua arma e disparava contra o desenho-alvo estravassando sua raiva, sua frustração. É claro que não conseguira ficar sozinha por muito tempo. Logo Castle, seu rabo pessoal, a encontrara.

- Vai ver essa silhuetas. Eles podem ser uns idiotinhas espertos.

- Se importa? Estou tentanto me concentrar.

- Geralmente quando acerto uma parede, só consego aquelas bolas de rua – completou - E pornô.

- Castle – fala chamando a atenção dele.

- Olha, entendi? Você fez uma promessa...para a garota que ia achar o assassino. Não seria melhor Freud para resolver esse problema? Antes de sair atirando por aí.

- Aprecio seu conselho,Dr. Phil – Beckett ironizou.

- Só quero...- observando-a atirar, falou - Não seria mais desafiante se eles não continuassem fixos? – disse referindo-se aos alvos.

- Beleza, Castle – disee perdendo a paciência momentaneamente - Me mostre como faz. Todo seu. – oferecendo o posto a ele.

- Não é um duelo, Scaramouche – vendo o jeito como se preparava para atirar - Aqui – ela se posicionou por trás dele - Esquadrão fechando o alvo. Pé. Distância do ombro à parte – disse ajeitando o braço dele à posição da arma - Beleza. A palma de mão direita sobre a esquerda – Castle se concentrou e mirou, disparando o primeiro tiro que pega muito além do cartaz.

- Disparei cedo – ele soltou olhando para Beckett.

- Sim, bom... – faz uma cara de provocação - Poderíamos apenas ficar agarradinhos, Castle.

- Engraçado. E um sorriso. Ótimo. Assim é melhor – ainda com a arma direcionada para o alvo, atirou e continuou - Vim aqui para ver se posso... Levar para casa algumas fotos da cena do roubo.

- Fotos da jóias? Por que?

- Não sei. Pensei que isso pode me dar ideias – atira próximo ao membro do desenho - Deve ter doído...

- Vou te dizer... Acerte qualquer um dos próximos 3 tiros no anel 10 e pode levar as fotos.

- Sério?

- Sério. Castle atirou com precisão as três vezes pedidas bem no alvo. Beckett ficou boquiaberta.

- Você é uma professora muito boa – justificou deixando-a sem chance senão cumprir com sua palavra entregando as fotos para ele.

Em casa, ao analisar as fotos, Castle estava intrigado. Era de valores elevados e alguém havia se dado a muito trabalho para consegui-las. Também era tão especiais que não seriam apreciadas por qualquer pessoa. Precisavam de alguém com gosto impecável e acesso a compradores potenciais. Então se lembrou de Powell. Um ladrão de jóias famoso por seus métodos de quem Castle usara a experiência para escrever um personagem na saga de Storm. O problema foi que em seu último encontro, Powell jurou arrancar seu fígado se o visse novamente. Tudo porque Castle acabou revelando o seu nome como fonte em uma entrevista do livro comprometendo o disfarce do ladrão, por assim dizer, obrigando-o a se aponsentar. Mesmo assim, resolveu arriscar e procura-lo a fim de ajudar Beckett a encontrar uma nova pista para o caso. Viu como o beco sem saída estava consumindo sua mente. A história da filha da vítima era semelhante a sua, fazendo com que relembrasse e remexesse em seu próprio passado. Beckett havia projetado o caso da sua mãe no de Susan Delgado.

Felizmente, o encontro com Powell foi animador e tranquilo. Expondo seu problema, o ex-ladrão sugeriu que essas pessoas deveriam conviver no meio das vítimas para saber que tipo de jóias possuiam visto que eram elegantes demais para se usar no dia a dia. Apesar de querer mais informações, Powell foi taxativo quanto a fornecer algo concreto. Tudo não passava de especulações, sem ver a cena do crime não havia como ajuda-lo. O problema era que a cena estava lacrada e fechada pela polícia. Mas, o que seria isso quando se está diante de um dos maiores ladrões de jóias de New York?

Entraram tranquilamente na cena do crime, enquanto Powell examinava o local ficou surpreso ao ver tamanha brutalidade. Estavam distraidos quando outra pessoa aparece. Beckett.

- Castle? O que faz aqui? – ela estava possessa. Rapidamente tirou-os de lá e pediu para ele dispensar Powell, sozinhos no distrito ela, visivelmente irritada, brigava com ele.

- Você levou um ladrão a cena do crime.

- Foi muito útil.

- Se entrar numa cena de crime, mostro como funciona minha arma de choque.

- Promete? – ela revirou os olhos e bufou. Era sem jeito – por que você estava lá? 

- Verificando se havia deixado passar algo. Então Castle pergunta se já liberaram Mitchell. Beckett afirma estarem esperando apenas a papelada. Na visão dele, havia uma oportunidade. Pediu para falar sozinho com ele. Argumentou que Mitchell sabe mais do que diz. Ainda relutante, acabou permitindo a investida de Castle. Ficou assistindo a maneira como o escritor falava com o bandido. Qual não foi sua surpresa ao perceber que com uma lábia ferrenha, Castle começava a arrancar informações importantes de Mitchell. Foi além, conseguiu um retrato falado do possível chefe da gangue e assasino. Beckett ficou pasma. Após conversar com a filha, encontraram outra pista. Deveriam ter olheiros em eventos especiais frequentados pelas vítimas, esse seria o único jeito de saber que tipo de jóias cada um deles possuia. Sendo assim, combinaram todos os eventos onde as vítimas participaram e foram doadoras. Acharam. Teatro Americano Metropolitano de dança. Identificaram a dona da ONG que gerencia os eventos. Beckett não se admirou ao constatar que a mulher conhecia Castle e ficou irritada ao comentário de um posssível envolvimento entre eles dois. Depois de uma queda de braço mal sucedida, Beckett saiu bufando mediante à palavra final da gerente da ONG. Se quisesse informações de clientes, teria que pedir através de uma ordem judicial.

- Checamos empregados e voluntários, nenhum tem ficha ou registros.

- O que ela tá fazendo? – perguntou Castle.

- Escrevendo uma declaração para uma ordem judicial.

- Que ninguém irá assinar. Viu a lista de diretores? Metade dos juízes da cidade está nela.

- O que devo fazer, deixar alguém morrer? – retrucou.

- Parece meio estressada! – percebeu a olhada fuminante mas não se abateu, sabia que tinha a oportunidade perfeita - Sabe do que precisa? Uma noitada na cidade – disse mostrando ingressos para Beckett.

- O quê? O que é isso? – perguntou ainda chateada.

- O portão para outro mundo.

- Castle.

- Dão quatro eventos para arrecadação por ano. O último aconteceu uma semana antes dos roubos começarem.

- Não – foi enfática.

- É perfeito! Não precisará da lista, porque todos estarão lá, usando suas joias. Empregados e voluntários estão limpos, nosso transgressor...

- Criminoso – ela enfatizou.

- ... pode trabalhar na festa.

- E podemos ficar na portaria – sugeriu Ryan.

- Então fechado. Me pega às 8:00? É um evento black-tie. Algum problema?

- Hum... Não. De jeito nenhum.  

Mas sim, era um tremendo problema. Em seu apartamento, Beckett estava enrolada na toalha revirando seu armário de cima a baixo a procura da roupa ideal para ir ao evento. Do momento que respondera a Castle aceitando a ideia maluca, não conseguira parar de pensar na roubada que se metera. Como ela iria se arrumar e circular em um evento com Rick Castle a seu lado? No mínimo seria alvo dos tablóides na manhã seguinte. A questão, porém, que não gostaria de admitir era que ele estava certo quanto ao fato de poderem encontrar algum detalhe a mais referente ao crime. Roupas e mais roupas eram jogadas na cama após a desaprovação de Lanie. Beckett estava ficando nervosa diante de toda aquela pressão.

- Sabe o que ele está tentando? Ele quer me humilhar – a campainha tocou nesse instante - Lanie, pode atender, por favor?

- Certo, mas é melhor não estar usando seu vestido de formatura quando eu voltar. Minutos depois, Lanie aparece com uma caixa branca nas mãos.

- Quem era?

- Entrega – colocando a caixa sobre a cama.

- De quem?

- Vamos descobrir – pegou o cartão e abriu -"Bibidi Bobidi Bu"? – Lanie soou confusa.

- Cinderela. É dele.
- É um vestido. Abra logo, amiga – já não aguentando de curiosidade.

- Sabia que ele era arrogante, mas isso é completa... – parou de reclamar no instante que viu o vestido – Uau – era lindo, tinha que admitir. Ao vesti-lo constatou que ele acertara em cheio inclusive no tamanho, o que provava o quão observador Castle podia ser. Um último olhar no espelho a fez suspirar. Estava nervosa. Não era acostumada a frequentar altas rodas, tinha receio de como a veriam naquele meio. Ela era uma detetive querendo solucionar um assassinato. Só que o real motivo de estar insegura era ter que enfrentar isso ao lado de Castle. Sim, ele podia ser irritante, chato, louco mas também era charmoso, brincalhão e a junção de tudo isso a fazia pensar se o momento dessa noite não podia ser mal interpretado por eles. Ou, no fundo, seria por ela? Por mais que lutasse algo martelava em sua cabeça. Era uma investigação inflitrada ou um possível encontro? Sacudindo a mente, ela procurou afastar esses pensamentos. Suspirando, deixou seu apartamento rumo ao loft de Castle. Assim que Martha abriu a porta, exclamou.

- Maravilhosa. Simplesmente maravilhosa. Entre – ao olhar para a mulher a sua frente percebeu algo - Espere...

- Você está incrível – disse Alexis.

- Mesmo? – quis se certificar Beckett, a insegurança batia em sua porta.

- Mesmo. Arruma-se bem, detetive – disse Castle.

- Obrigada, Castle.

- Uma vez fui nomeada ao "Tony" – disse Martha reaparecendo com um colar lindo nas mãos.

- Martha, eu não poderia... – ao perceber qual era a intenção da mãe de Castle.

- Pode sim. Deixe-me... – Martha colocou o colar no pescoço dela que compos brilhantemente a roupa - onde vão? – vendo o desespero de Castle ao gesticular para ela, improvisou. 

- Vamos ao "Waldorf".

A chegada ao local foi cheia de glamour. Holofotes, luzes e lentes dos mais inconvenientes paparrazzi se acotovelavam para registrar a chegada dos ricos e famosos à procura da melhor fofoca da noite. Havia alguns rostos conhecidos seja da tv, da política porém a maioria eram estranhos para Beckett. Como toda boa detetive, ela estava observando a cena quando o prefeito se aproximou fazendo festa para Castle.

- Ricky! Por que disse que estaria nesse baile? – disse o prefeito apertando a mão dele com força -Teria te dado uma carona.

- Foi repentino. Prefeito, gostaria de apresentar a detetive Kate Beckett.

- Kate Beckett, senhor prefeito – ele a cumprimentou com um aperto de mão.

- Esta é a detetive Beckett?

- É uma honra conhecê-lo, senhor.

- Por favor, me chame de Bob. Rick, ela é ainda mais bonita do que você disse – ao ouvir essas palavras do próprio prefeito de New York, ela fez o possível para disfarçar sua vergonha. Se pudesse matava o Castle ali mesmo.

- Nos dê licença um instante – saiu puxando Castle para longe.

- É claro.

- Falou sobre mim para o "Bob"?

- Jogamos cartas juntos. E você é o assunto do meu próximo livro – pela cara de poucos amigos dela, sabia que deveria mantr o mínimo de distância para evitar algo pior - Quer uma bebida?

-Sim, vodca. Muita vodca, mas...Estou em serviço, então água?

-É... Vodca!

Enquanto Castle providenciava as bebidas, ela continuou procurando por algo estranho naquele salão que pudesse relacionar com o seu caso de assassinato. Viu Castle conversando com uma mulher e logo descobriu que era a organizadora do leilão segundo a mulher ao seu lado que começou a puxar conversa sobre Castle, o que a fez entender um pouco mais sobre o seu acompanhante. De repente, sentiu-se surrupiada por um furacão. Era Castle arrastando-a para a pista de dança. Rapidamente, ele usou desse espaço para poder trocar informações com ela. Estava asssustado com o nível de insistência e conhecimento de sua vida que aquela pessoa, Rachel, parecia saber dele. Beckett o informou que ela não era a única. Contou-lhe sobre o apelido. Baleia branca, claro que ele não gostou. Insistiu para Beckett checa-los, o que a detetive se negou alegando que aquele era o trabalho deles. Foi quando jogou-a para trás que avistou Powell. Rapidamente deixaram a pista de dança em seu encalço. Por que ele estaria ali? Será que aproveitara as dicas de Castle para cometer um roubo? Ele os viu cochichando e foi tomar satisfações. Durante suas perguntas acabou mencionando assassinatos, o que claramente era novidade para o ladrão e sua acompanhante. Não se dando por vencido, Castle quis saber porque cochichavam. Então, alguém subiu ao palco.

- Obrigada a todos por virem essa noite. Essa é a hora de abrirmos nossos corações, leiloando alguns dos itens mais interessantes da cidade por uma causa justa. Para dar início ao leilão, vamos saudar Martha Rodgers.

- O que você fez? – Castle olhou assustado para Powell. Beckett segurou o riso, algo lhe dizia que ia se divertir essa noite.

- Apenas uma pequena vingança.

- Muito obrigado pela calorosa recepção. A primeira peça da nossa lista é a primeira edição assinada de "Storm Season", escrita por... bem, meu filho. Ali está ele. Acene, querido, para que todos o vejam – ele acenou mas sua vontade era esconder-se atrás de Beckett que, aliás, estava se divertindo com a situação. Mal sabia Castle que a coisa só iria piorar para seu lado - Ele não é bonito? E solteiro ainda, meninas. Como um bônus especial, o lance vencedor ganhará uma encantadora noite em sua companhia. Muito bem, meninas, é o melhor que posso fazer. O resto é com vocês. Alguém?

- $2.500! – gritou alguém na multidão.

- $2.500 para a jovem de azul, obrigada. Ouvimos $3.000? $3.000? Meninas, não se acanhem. Um cavalheiro deu um lance. Ele não é atraente?

- Meu deus, não somos tão tolerantes? – o pânico no semblante de Castle era total. Beckett estava se divertindo com isso.

- Opa! Temos $4.000. Muito bem garotas,

- Está baixo – vaidoso como era, Castle acabou comentando um pouco chateado quanto ao que pareciam oferecer por uma noite com ele. Ao ver a reação de Powell e Beckett rindo da sua cara, tentou se dar por vencido, em partes - Certo, é engraçado, estamos quites – Martha continuava berrando ao microfone.

- Homem inteligente e charmoso... – à beira do desespero, Castle resolveu apelar para Beckett, sim estava disposto a se humilhar e certamente ser motivo de piada no distrito por um bom tempo. Que se dane, já perdera sua dignidade mesmo no momento que sua mãe pisara no palco. Virou-se para Beckett e falou.

- Tenho dinheiro. Pague qualquer quantia, te devolvo depois – ela viu o desespero no olhar suplicante dele. Tinha vontade de gargalhar.

- Não...sem chance Castle! – ela o viu se contorcer todo.

- Por favor... estou implorando! – Beckett estava adorando ver o sofrimento dele naquele momento, de repente, teve uma ideia.

- Você me paga com juros? – perguntou para implicar.

- Pago o quanto você quiser... – o sorriso iluminou-se. Era a hora da vingança. Ouviu alguém gritar $5000, prontamente ergueu a mão. 

- $5500! – ao gritar viu o sorriso de Martha se abrir.

- $5500 para a bela jovem de vermelho. Quem dá mais?

- $6000! – era uma morena, a mesma que já apostara antes de Beckett. Sem cerimônia, ela aumentou a aposta.

- $6500 – Beckett olhou para Castle sorrindo vendo-o levantar o polegar concordando com a tática. Mas, a alegria dele pareceu durar pouco. A morena dera um novo lance. $7000. Beckett observou sua oponente, parecia preocupada. Seria esse o máximo que conseguiria dar em um lance? Queria tanto uma noite na companhia de Castle? Como uma jogadora de poquer, Kate avaliava suas chances ainda ouvindo os gritos incansáveis de Martha tentando prolongar o leilão olhando em sua direção. 

- Veja... O namorado da Rachel.

- E daí? – ela retrucou para Castle. Será que esquecera o que estava rolando ali?

- Está tirando fotos.

- E daí? Também tiraria se tivesse uma camera.

- Da multidão?

-$7.000! $7.000. quem dá mais? Dou-lhe uma, dou-lhe duas...

- $10.000! – Beckett gritou vendo sua oponente baixar a cabeça resignada.

- O que? – Castle arregalou os olhos para ela – Você pagou $10000? Você está louca?

- Vendido por $10.000 para a bela dama de vermelho.

- Não, Castle. Você pagou $10.000 para salvar seu traseiro – sorria maliciosa.

- Não foi isso que quis dizer, eu só queria...eu só...

- Cala a boca, Castle e vamos trabalhar. Ela saiu rebolando na sua frente com um olhar de provocação apenas para deixa-lo mais chateado com tudo aquilo. Beckett passou a informação para Ryan e Esposito checarem e não deu outra, o cara era cheio de antecedentes inclusive usava outro nome, Chad Nellis era o verdadeiro nome dele. Aproximaram-se do suspeito e ela puxou o distintivo – Paul Reynolds, está preso por suspeita de roubo e conspiração de assassinato.

Os rapazes entraram e o levaram para o distrito. Castle ainda olhava espantado para Beckett.

- Onde estava o distintivo?

- Não pergunte.

Deixaram a festa rumo ao 12th. Ryan e Esposito já fizeram uma rodada de interrogatório para conseguir mais informações para a detetive. Quando Beckett surgiu usando roupas comuns de trabalho, a cara de desapontamento fora total.

- Cadê o vestido:? – perguntou Ryan.

- Você não acha que eu ia entrevistar o sujeito usando um vestido....

- Tinhamos esperança. – disse Castle vendo-a revirar os olhos. Sem perder mais tempo, ela o arrastou da sua cadeira colheu as informações de Ryan e tratou de interroga-lo. Queria acabar logo com aquilo. Espremeu Paul até conseguir o nome do contato. Satisfeita, saíram para dar uma batida no endereço fornecido pelo cúmplice. No local, Beckett ordenou que Castle permanecesse no carro por segurança, não que ela acreditasse que ele a obedeceria. E foi o que aconteceu. Por sorte, a prisão foi efetuada. Beckett se encontrou novamente com a filha da vítima. Ao ser questionada por ela sobre como superou, Beckett explica que não se pode fazer isso. Um dia se percebe que ela estará ali para sempre, ou pelo menos era até onde ela conseguira chegar. Deu seu nome e telefone caso precisasse conversar. Castle a observou calado. Essa era a faceta mias importante da personalidade de sua Nikki Heat, pensou. Isso o fazia admira-la ainda mais.

Beckett estava organizando as fotos e evidências para arquivar o caso, pensava sobre a montanha russa de emoções que aquela moça passaria a partir de agora. O verdadeiro sofrimento, a dor estavam apenas começando seria uma longa estrada até conseguir respirar novamente de cabeça erguida. Cura? Não, isso estava fora de questão. Suspirou lembrando da própria mãe. Ao retirar uma foto de uma bela jóia do quadro, pensou sobre a jóia que deveria devolver a Martha. Teria que fazer uma parada no loft de Castle ainda aquela noite. Estava distraída colocando as coisas nas caixas de arquivo quando Castle se aproximou sentando-se na cadeira cativa. Resolveu lembra-la do leilão que ela ganhara durante o evento. Usando uma voz de narrador, ele caprichava nas palavras.

- Então, caso encerrado. Mais uma vez, a detetive Kate Beckett fez justiça a uma família. Agora um assassino iria passar anos enclausurado na prisão graças a inteligência da bela mulher e uma dica valiosa revelada pelo seu parceiro, o escritor bonitão Rick Castle – no mesmo instante viu a boca entorta-se e um bico surgir - Sabia que não havia feito tudo sozinha, mesmo assim ganhara o melhor prêmio da noite. O direito de celebrar ao lado de um dos solteirões mais cobiçados de New York, conhecido como Baleia branca.

- Corta essa, Castle. Já que você mencionou, quando vai me pagar os $10.000?

- Ansiosa para jantar comigo? – ele se insinuou aproximando-se dela.

- Claro que não! Quero o meu dinheiro – falava da boca para fora. Na verdade, após a noite badalada, Beckett se pegou pensando em como seria jantar na companhia dele. Não saberia dizer o que nem quando, porém algo havia mudado nessas últimas semanas em relação a ele. Sentia uma atração por Castle que em seu ponto de vista era muito errada. Isso não podia estar acontecendo com ela e ainda assim estava. Mordiscava os lábios esperando a reação dele. Viu que puxara o talão de cheques, sentiu-se aliviada pelo gesto.

- Confessa, Beckett. Você quer passar horas prazerosas a meu lado em um belo restaurante, uma excelente refeição e...

- Você é maluco? Mal tolero você me seguindo o dia inteiro, o que faço por obrigação. Como poderia aguentar passar a noite? Definitivamente acredito que você tem porblemas mentais, Castle. Vou perguntar a sua mãe se ela deixou você cair quando era bebê.

- Fala e fala para tentar desesperadamente se convencer que isso é verdade, que acredita nessas palavras, mas você é traida pelo olhar, pelo seu corpo, por... – Beckett se levantou abruptamente jogando o paletó sobre ele e pegando o cheque preenchido deixado sobre a mesa.

- Vai pra casa, Castle! – saiu rumo a mini cozinha, deixando um Castle sorrindo sozinho diante da constatação. Ela estava envergonhada e curiosa, notara.

Precisava de café para se acalmar. Pelo menos duas canecas. Suspirou enquanto o líquido descia na caneca enchendo a sala com seu aroma forte e envolvente de um bom expresso. Detestava quando Castle a provocava, principalmente por saber sua vontade. Nem sob um decreto concordaria com ele. O fato era que mesmo trabalho a pouco tempo ao lado dele, reconhecia. Caras como Castle, cheios da grana e metidos a solteiões conquistadores não faziam parte de seu universo. Ela era uma mulher madura, mantinha os pés no chão e a cabeça centrada no mundo real. Definitivamente, ele não era para o seu bico. Exceto que, a cada caso juntos, ela percebia que parte desse comportamento expansivo, provocador e brincalhão podia significar outra coisa.

Com a caneca em mãos, após o primeiro gole continuou sua análise. Tinha muitos anos de investigação, estava acostumada a ver perfis e lidar com todo o tipo de pessoas, deveria ser fácil fazer uma leitura de quem era Rick Castle. Deveria. Isso não significava que era. Rico, arrogante, metido a saber tudo, consegue tudo fácil e se gaba por isso. Ótimo em provocações e piadas. Descrição básica mas para ela havia algo além. Um segredo talvez, um disfarce? O modo como cuidava da filha, por exemplo, ia de encontro com toda aquela idéia de superficialidade que ele insistia em pregar. Afinal, por que ela estava em plena oito horas da noite pensando sobre Castle? O que havia de errado com ela?

Sacudindo a cabeça para livrar-se do pensamento, tomou o resto do café e voltou a sua mesa para pegar o casaco e a bolsa. Ao sentar no banco do seu carro, lembrou do colar. Se tinha que se livrar disso, o quanto antes, melhor. Meia hora depois, ela estava em frente a porta do loft. Tocou a campainha.

- Querido, temos visita – era Martha chamando por ele. Beckett sequer saíra da porta, não pretendia demorar.

- Venha, pegue uma cadeira.

- Vim trazer as jóias da sua mãe.

- Salvou a minha vida. No mínimo, ovos para retribuir – disse ele.

- Não, sério, tenho que ir.

- Que absurdo! – Martha tratou de coloca-la no meio deles - Senta aqui...Conte tudo sobre a noite passada.

- Só ouvimos a versão dele – justificou Alexis.

- Certo, eu...começo pelo tapete vermelho?

- Sim, por favor – as duas exclamaram. Enquanto Beckett contava os acontecimentos da noite e ria com as outras duas mulheres, Castle se encarregava de fazer umas guoseimas para comerem. Beckett não perdera a chance de alfinetar as peripércias de Castle e implicar com ele. Claro que congratulou Martha pela idéia maravilhosa e criativa do leilão, nem ela teria pensado numa forma melhor de se vingar dele. Martha agradeceu mas confessou que fora Powell quem sugerira o leilão da noite com seu filho. Vingança é um prato que se come frio.

- É mesmo! Vocês precisavam ver a cara do Castle. Se tivesse um buraco ali, ele se enterrava. Nem acreditei ao ver um homem dar um lance por ele.

- E não é? Muito atraente por sinal – piscou Martha.

- Poxa, nos eventos que eu vou nunca acontece nada interessante – reclamou Alexis – aposto que foi bem divertido.

- E como! – Beckett respondeu rindo.

- Haha! Todas rindo do Castle, tão engraçado... vocês não tem coração! Minha própria mãe me atirou aos leões e a minha filha ainda queria ter visto. Sinceramente!

- Acho que você não tem o direito de reclamar, Richard. Foi generoso contribuindo para a caridade e ganhou uma noite especial com uma bela mulher. Falando nisso, quando será a grande noite? – ambos se entreolharam – deveria agradecer pela detetive Beckett ter aumentado o lance e arrematado o leilão. Sabe lá que tipo de mulher era aquela maluca que continuava dando lances um atrás do outro? Podia ser uma psicopata.

- Quanto pagou por ele, detetive? – Alexis perguntou curiosa.

- Hey! Isso não é da sua conta, mocinha – Castle estava se sentindo encurralado.

- Por que não, Richard? $10.000! Acredita, Alexis? – Martha falava toda empolgada ao mesmo tempo que a menina soltava um wow – vou perguntar de novo, e dessa vez não me enrolem. Quando será o jantar? Você está devendo Richard.

- Caramba! $ 10.000! Não sabia que policiais ganhavam tanto assim a ponto de gastar tudo isso com meu pai.

- Na verdade, não ganho. Fiz um pequeno favor ao seu pai antes que ele desmaiasse de pavor bem na minha frente. Passei o cartão de crédito raspando minhas economias para salva-lo.

- Mentirosa! – ele arregalava os olhos. Beckett desatou a rir.

- Salvei a vida dele, mas foi apenas um empréstimo. Ele já me ressarciu.

- Ah, não! Isso não é certo. Vocês dois burlaram o leilão. Não posso aceitar isso, regras são regras. Vocês tem que sair, aproveitar uma noite agradável, um jantar no Le Cirque. Richard, eu colocava mais fé em você, francamente!

- Está tudo bem, Martha. Pense dessa forma, a causa arrecadou mais três mil dolares – disse Beckett querendo dar o assunto como encerrado. Vendo que sua mãe era capaz de insistir repetidamente, ele tirou a atenção delas oferecendo mais vinho e comida, claro. Jantaram tranquilamente na cozinha americana de Castle, bebendo e rindo de algumas situações que ela contava sobre a experiência dele na polícia. Sempre procurando tirar sarro das atitudes bobas e sem noção do escritor.

Terminado o jantar, Beckett consultou o relógio e despediu-se alegando estar tarde e amanhã ter um dia longo pela frente. Precisava fechar a papelada do caso. Castle a acompanhou até a porta com um propósito especial. Antes de abri-la, fixou os olhos azuis naquele olhar amendoado firme e verdadeiro. Para ele, misterioso.

- Obrigado pela companhia esta noite, mesmo que tenha sido para me difamar na frente da minha família. Eu gostei muito.

- Que isso, Castle. Elas já te conhecem – estendeu a mão para cumprimenta-lo – também gostei da noite. Ao invés de apertar a mão dela, Castle tomou na sua e beijou-a como um cavalheiro, gesto qeu fez Beckett erguer uma das sobrancelhas.

- Foi um prazer receber a dama em meu humilde castelo – piscou para ela ao usar o trocadilho – sabe, minha mãe tem razão. O mínimo que eu podia fazer era leva-la para jantar. Inesperadamente, você me livrou de uma louca. Achei que não ia faze-lo.

- Ah, Castle. Ao contrário de certas pessoas, eu tenho coração – disse sorrindo – deixa pra lá, não precisa de verdade.

- Eu insisto, Kate. Jante comigo, tome um bom vinho, relaxe um pouco. Vai fazer bem para você. Não aceito um não como resposta. Sexta-feira às oito no Le Cirque. Posso pega-la em seu apartamento. Faço as reservas e não se preocupe, pedirei a Maurice um lugar reservado para evitarmos comentários indesejáveis ou paparazzis. Se alguém perguntar, estou cumprindo minha parte do trato firmado no leilão – beijou-lhe o rosto – até amanhã, detetive – abriu finalmente a porta. Beckett ainda atônita, procurou se recompor ao sair pela porta.

- Boa noite, Castle. Saiu caminhando até o elevador ainda surpresa com o que acabara de acontecer. Castle simplesmente a intimara a jantar com ele na sexta. Com as portas do elevador fechadas, Beckett se encostou na parede e sorriu. Sentiu um calor subir pelo seu corpo. Uma resposta direta ao que estava prestes a encarar ao final daquela semana.

Durante o resto dos dias, nenhum dos dois comentou sobre o assunto do jantar. Trabalhavam em um novo caso e mantinham a mesma implicância de sempre. Ao final da sexta, Esposito estava cansado e decidiu convidar os companheiros de trabalho para beber.

- O que acha de bebermos, Castle você paga no mínimo duas rodadas de cerveja.

- Sinto muito, Espo. Fica pra próxima.

- Ah, qual é. Deixa de ser muquirana. Você é milionário, não pode se negar a pagar cerveja.

- É sério, pessoal. Tenho compromisso, vou sair com Alexis.

- Nossa, se fosse ao menos uma gata, eu ficava calado – respondeu Esposito que levou um safanão de Ryan – ouch!

- É a filha dele.

- Obrigado, Ryan. Bem, tenho que ir. Porque não pergunta a Beckett se ela quer beber? – na mesma hora, ela respondeu.

- Não posso. Tenho um encontro.

- Oh, sério? - Castle se virou para fita-la já empolgado por considerar o jantar deles como um possível encontro.

- Com o meu pai! – e olhou bem séria para Castle – só Alexis pode me compreender, enfim, faz parte da vida de uma boa vida, aturar uma conversa do velho. Castle se segurou para responder. Droga! Não tinha como retrucar sem dar bandeira.

- Boa sorte no seu encontro chato. Bom final de semana rapazes.

Assim que Castle saiu, Esposito perguntou.

- Beckett desde quando você considera um jantar com seu pai chato?

- Cala a boca, Espo! E saiu rumo ao elevador do distrito.

Em seu apartamento, ela estava enrolada na toalha. Ainda faltava secar os cabelos, mas seu foco estava voltado para o vestido. Desde que Castle a convidara para esse jantar, ela ficou angustiada. Certamente era um ambiente fino, pessoalmente não havia estado no restaurante mas sabia que um dos mais recomendados de Manhattan. No dia seguinte ao convite, revirou seu guarda-roupa em busca do vestido ideal. Não era que ela não tivesse roupas para noite, o problema era em como Kate estava encarando esse jantar. Por mais que dissesse milhares de vezes a si mesma que era apenas um jantar, sua mente não conseguia interpretar a ocasião de outra forma senão como um encontro. Castle era uma figura pública, portanto estava acostumado a sair com belas mulheres sempre bem vestidas pela noite. Não queria se sentir inferior a essas beldades.

Exatamente por isso comprara um vestido novo. Nada de grife, encontrara num brechó no SoHo daqueles potenciais estilistas. Era elegante e a moça sugeriu que deixasse o colo exposto, sem qualquer acessório. Para compor o visual, um brinco bem comprido imitando strass. A roupa era preta, colada no corpo e deixava as pernas de Kate à amostra. Escolheu um scarpin de salto agulha. Sim, o conjunto ficaria perfeito. Secou o cabelo, maquiou-se, vestindo por fim o tubinho com finas alças também de strass. Quem a olhasse de frente, consideraria a roupa comportada, porém o vestido possuia um decote retangular no meio das costas. Satisfeita, sorriu para o espelho pegando a chave e saindo. O porteiro já avisara que estavam a sua espera.

Entrou no carro, sorrindo e cumprimentando Castle. O máximo que ele pode reparar com o casaco foram as pernas bastante expostas, não disse nada exceto por elogia-la pela pontualidade.


Le Cirque


Ao soltar do carro entregando sua chave ao manobrista foi que Castle reparou realmente em Beckett quando esta retirou o casaco entregando a moça na entrada do restaurante. Estava fantástica. As longas pernas bem torneadas sobre saltos finíssimos faziam Castle percorrer o corpo da mulher a sua frente desde os pés até a cabeça. O vestido curto, colado ao corpo igualmente esbelto e o rosto ressaltado pela maquiagem singela e os brincos longos.

- Você capricou, detetive. Está linda.

- Obrigada, Castle. Também gostei do terno e da gravata, combinou com seus olhos. Ofereceu o braço a ela, sorrindo. Aproximaram-se da atendente. Fazendo a vez de cavalheiro dirigiu-se a moça falando de sua reserva.

- Olá, Rachel. Pode nos levar a nossa mesa?

- Olá, sr. Castle. Com prazer. Por favor, me sigam – com sutileza ela caminhava pelos corredores do restaurante até chegar a uma área fechada, separada do salão principal. Abriu a porta e fez menção para que os clientes passassem a frente. O espaço, Kate observou, era composto de apenas quatro mesas onde uma única estava ocupada por um casal jovem. Indicando seu lugar, Rachel serviu-os de água, entregou a carta de vinhos e o cardápio – fiquem à vontade, Jean será seu garçon esta noite. Vou avisar ao Sr. Maurice que o senhor está aqui. Tenham uma ótima noite.

- Obrigado, Rachel – Castle respondeu jogando charme para a moça. Kate apenas sorriu em agradecimento. Ele virou-se para sua acompanhante e perguntou – o que quer beber? Vinho, champagne?

- Eu não sei, Castle. Escolha você afinal está familiarizado com tudo por aqui. Aposto que traz todos os seus encontros aqui.  No mínimo é cliente assíduo.

- Sim, já trouxe mulheres aqui. Geralmente as que considero especiais. Como Alexis, minha mãe, minhas ex-mulheres, minha agente. É a lista não é tão longa assim. Sou cliente da casa não por usar isso ao meu favor, realmente gosto daqui. Você vai ver, a comida é excelente. O filé chapado por fora, macio e sangrando por dentro. Ah, deu água na boca.   

- Um dos meus clientes preferidos. Rick Castle, devia contrata-lo para fazer propaganda do restaurante. Aposto que conseguiria um monte de clientes. Não tão belos como mademoiselle – Maurice falou estendendo a mão para cumprimenta-la – Maurice seu criado – fez uma reverência para ela.

- Esta é Kate Beckett. Uma das melhores, se não a melhor detetive da NYPD.

- Encantado. O que poderia fazer pelo belo casal? Começarão com um vinho? Sobre o cardápio acredito que a senhorita está bem acompanhada, Castle pode lhe explicar todos os pratos da casa. Posso trazer um pinot noir italiano para sua degustação, Castle?

- Não agora, Maurice. Talvez para acompanhar o jantar dependendo das nossas escolhas. Quero um champagne. Don Perrignon, a ocasião merece.

- Como quiser. Trarei uma cesta de pão e os antepastos. Volto em um instante. Jean, venha comigo.

- Nossa! Eles realmente gostam de você aqui, Castle.

- O que posso dizer? É o meu charme – ao ver o sorriso lindo se abrir mostrando os dentes brancos, ele comentou – tudo bem, reconheço. Fui pego pelo estômago – o graçon se aproximou trazendo os aperitivos. Maurice vinha atrás, servindo em seguida a champagne – espere até você experimentar os antepastos, são de comer rezando. Sorrindo, após deixa-los com a bebida, disse que ficassem à vontade, desejando uma ótima noite. Saborearam a entrada e Kate constatou que ele tinha razão, eram deliciosos. Castle ergueu a taça para um brinde. Beckett pegou a sua também.

- Quero fazer um brinde. A esse momento especial, a você Kate. Hoje nada de formalidades, somos duas pessoas curtindo uma noite agradável. Saúde!

- Saúde! – ela respondeu.

- Quer fazer o pedido agora para ficarmos mais à vontade? Apenas me diga o que quer comer, carne, frango, frutos do mar, escolha e direi qual seria o melhor prato para provar.

- Definitivamente, carne. Você me deixou curiosa.

- Garanto que não irá se arrepender. Confie em mim, pedirei exatamente como gosto o meu. Garanto que será a melhor carne que você vai comer. Jean, por favor – Castle fez o pedido e assim que o garçon serviu-lhes mais um pouco de champagne e afastou-se, decidiu iniciar uma conversa um pouco mais íntima – pronto, podemos conversar tranquilamente a partir desse momento. Ainda não tive tempo de comentar o fechamento do caso com você. Já lhe disse que a personagem sobre a qual estou escrevendo é meio vadia? – viu-a franzir o cenho – policial durona, excelente no que faz mas que também é linda e desperta o desejo de seus parceiros e até de alguns bandidos.

- Nossa! Estou vendo que Nikki está baseada mais em você. Superficial e vadia. Nem sei porque precisa de mim para musa.

- Adoro essa sua lingua sagaz e ferina. Você me deu um lado obscuro para trabalhar quando falou da sua mãe. Brincadeiras à parte, o motivo por escolhe-la como musa é pela forma como encara o seu trabalho. Cada vítima é importante, se preocupa com elas, se cobra para dar as familias o conforto que não lhe deram quando precisou, as respostas que lhe faltam até hoje. Busca justiça de coração. Ao vê-la conversar com a filha da vítima de igual para igual. Dando apoio, oferecendo seu ombro. Eu vi como esse caso em especial mexeu com o seu emocional, fez a promessa e não suportaria não cumprí-la. Isso me fez admira-la ainda mais. Espero de coração que um dia você encontre as respostas que está procurando, Kate. Também gostaria de estar por perto para ver a sua eterna ruga de preocupação invisível sumir para sempre.    

Kate não sabia o que dizer. As palavras de Castle a pegaram de surpresa, especialmente sobre sua mãe. Como poderia responder a isso? Sentiu as borboletas dançando em seu estomago e um arrepio na pele, aos poucos ele começava a conquista-la com simples gestos, observações.

- Castle, eu... eu não sei o que dizer.

- Não precisa dizer nada. Foi apenas uma observação de um escritor fazendo pesquiisa sobre uma certa detetive da NYPD – sorriu para ela, buscou a sua mão. Kate prendeu a respiração ao toque dele – posso ser um pé no saco, admito mas isso não quer dizer que não preste atenção e saiba reconhecer a mulher forte e decidida que luta para esconder os sentimentos, sejam eles de dor, alegria, desejo. Os olhos, Kate são a parte do corpo mais vulneráveis às emoções. Edgar Allan Poe já declarou uma vez “ Os olhos são as janelas para a alma” e acrescentaria que através deles chega-se à porta do coração.

- Wow! Melhor suspender sua champagne, Castle antes que comece a declamar poesias – brincou porque a direção que a conversa tomava estava mexendo ainda mais com sua vontade.

- A garrafa já acabou, Kate. Vou pedir o vinho que Maurice nos recomendou para acompanhar o jantar – chamou o garçon novamente, depois voltou sua atenção a Kate – tem uma coisa porém que nunca vou querer sequer ter a mínima possibilidade de encarar. Kate Beckett com uma arma. Você é capaz de acabar com um cara!

- E você me enganou. Tinha certeza que você erraria o alvo.

- Ah, é sempre um prazer surpreendê-la.

- Onde aprendeu a atirar daquele jeito?

- Fiz aulas de tiro para dar mais vida a Storm. Queria saber o impacto de um tiroteio, do disparo da arma. Pesquisa, Kate. Gosto de vivenciar as situações dos meus livros. Espero ter a chance de nunca precisar atirar de verdade ou sair machucado. Não sirvo para ser vítima, são coadjuvantes num livro. Quero sempre o papel principal – Kate não aguentou o comentário e gargalhou, começava a sentir o efeito da bebida – você deveria sorrir mais, Kate. Fica ainda mais linda – ela aceitou o elogio passando os dentes nos lábios. Nesse momento, foram interrompidos por Jean trazendo os pratos e Maurice com a garrafa de pinot noir. Serviu o buque para Castle provar, constatando que era divino, aprovou servi-lo. Quando Jean tirou a tampa que cobria o prato do filé, Kate inalou o aroma delicioso do molho fazendo-a salivar. Ao terminar de servi-los, desejaram uma ótima refeição.

- Boun appetite! – exclamou Maurice.

- Obrigada – Kate respondeu – Castle o cheiro está divino.

- Espere até você sentir o gosto. Mas, por favor, corte a carne devagar e saboreie a primeira garfada. Vamos lá – cortou a carne vendo o sangue suculento se misturar com o molho escuro do prato, o filé estava exatamente como Castle descrevera, uma crosta bem chapeada por fora,macio e vermelho por dentro. Ao colocar o primeiro pedaço na boca, fechou os olhos. A mistura do sabor da carne com as ervas e o molho faziam uma combinação espetacular. Continuou degustando vagarosamente o pedaço, respirando suavemente deixando o sabor penetrar pela sua boca. Depois, abriu os olhos para encara-lo.

- Então?

- Espetacular. Uma comida dos deuses.

- Considero quase um orgasmo gastronômico – ele complementou arrancando risos dela – agora prove o vinho e novamente a carne, esse pinot vai ressaltar ainda mais os sabores. Kate fez o que ele sugeriu e constatou que tinha razão, de novo – eu avisei, de comer com estilo eu entendo. Especialmente aqui no Le Cirque.

- Será que poderia ficar calado, Castle? O momento merece ser desfrutado em silêncio absoluto – ela tinha uma certa razão, além disso podia ficar admirando-a comer e degustar prazerosamente a comida. Afinal, Kate Beckett era sensual até comendo.

Terminada a refeição, Kate suspirou satisfeita por ter aceitado o convite do jantar. Pelo menos o sacrifício fora recompensado por um prato perfeito. A quem ela queria enganar? Não era sacrifício algum estar ali naquele restaurante fino, conversando civilizadamente com um homem charmoso, bebendo um vinho encorpado. Era um encontro perfeito. Ela acabou se surpreendendo com a constatação de considerar a noite, um encontro.

- Devo admitir que dessa vez você está certo. Essa foi a melhor carne que comi na vida.        

- Eu sabia. Viu como me ter na sua vida tem suas vantagens?

- Parece que finalmente você acertou uma, Castle.

- Vamos para a sobremesa? Você aprecia cerejas, Kate? – ela concordou com a cabeça – então, a sua sobremesa é a Mon Chéri. Eu vou de chocolate suflê – chamou Jean e disse o que queriam, porém pediu um tempo para terminarem o vinho. Quinze minutos depois, a garrafa estava vazia e as sobremesas servidas. Devorou o doce com vontade. Ao olhar para o chocolate, desejou provar o que Castle comia. Percebendo o olhar comprido sobre seu prato, Castle não aguentou e resolveu baixar a guarda com a mulher a sua frente, talvez o gesto lhe rendesse alguns pontos.

- Quer provar o meu suflê, Kate? – a forma como ele falou deixava a pergunta perdida em um momento extremamente provocante porém, a vontade de provar, fez ela esquecer por um momento a sugestão indireta feita para ela. Com sua própria colher, roubou um pedaço do chocolate e levou-o à boca. O sabor meio-amargo contrastava com o creme de baunilha suavisando a mordida – então?

- Por um momento achei que não estava mais aqui – ela respondeu.

- Quer café? - disse rindo do jeito dela – nem preciso perguntar... Jean, por favor.

Tomaram o café, conversaram mais um pouco e Castle pediu a conta para encerrar a noite, ou pelo menos em sua mente, uma parte dela. Pegaram os casacos e esperaram o manobrista trazer o carro até a porta do restaurante.

- Puxa! Comi tanto que não consigo raciocinar direito. Jantar excelente, Castle.

- Acho que não devemos ir para casa. Que tal uma caminhada? – sugeriu entrando no carro, Kate olhou para o homem ao seu lado rindo.

- Caminhada? Sério? Já reparou nos saltos que estou usando? Não dá pra ficar caminhando pela rua com eles.

- Claro que reparei nos saltos, eu já vi você correr com eles então...

- Corro quando o salto é grosso. Não dá pra fazer isso de salto agulha e quando aceitei o connvite, não incluia nada de caminhada ou corrida. Não me arrumei para ficar suando.

- Tudo bem, sei exatamente onde podemos ir. Um dos meus lugares preferidos de Manhattan.

- A biblioteca está fechada a essa hora, Castle. São quase onze da noite.

- Eu disse um dos meus preferidos, não o preferido Kate. Como sabe sobre a biblioteca?

- Bem óbvio não? Você comentou que passa muito tempo lá, quando roubou meu arquivo foi para lá, escritor, não seria tão difícil. Afinal de contas, sou uma detetive.

- Espertinha.

As ruas da cidade estavam quase desertas para aquele lado. Enquanto dirigia, Kate mantinha-se calada oras observando as ruas ao seu redor, oras disfarçando para olha-lo, sorrateiramente admirava o perfil dele. A pequena barba por fazer, os cabelos castanhos bem penteados mas que deixavam alguns fios estrategicamente cair sobre a testa. As mãos aparentavam ser pequenas mas fortes e precisas. Não sabia o que estava acontecendo, seu corpo parecia reagir a cada movimento dele. Talvez fosse efeito do vinho, bebera além da conta ou era a vontade de contemplar e experimentar o novo, o desconhecido. Deus, ele cheirava bem! Fechou os olhos procurando se concentrar. O carro diminuíra a velocidade e parou a poucos metros de um parque que ela reconheceu como o Bryant Park.

- Hum, posso dizer que você é previsível, Castle? Estamos no fundo da biblioteca.

- O que posso dizer? Sempre que precisava dar um tempo nas pesquisas ou na escrita, eu saía da biblioteca e vinha apreciar a vista, tomar um café. Esse ambiente me provoca uma sensação de paz, tranquilidade. Nunca está deserto, há sempre alguns grupinhos sentados na grama, ou debruçados na mureta. Uma ou outra pessoa com o copo de café em mãos. Vamos admirar a vista, Kate e quem sabe, tomar mais um bom café.

Ele seguiu para o lado dela e ajudou-a a sair do carro. Oferecendo-lhe o braço, caminharam até uma das entradas do parque. O local estava iluminado e como Castle bem comentara, havia várias pessoas dispersas em todos os cantos dele. Um telão fora colocado no meio do gramado e exibia um filme antigo em preto e branco. Alguns segundos na tela e Kate reconheceu a obra.

- Casablanca, um dos meus filmes favoritos – ela se encostou na mureta para apreciar a cena, Castle fez o mesmo ao seu lado. Apesar de ser outono, estava uma noite agradável. Não tão fria. Uma lua cheia iluminava o céu fazendo refletir o seu brilho nos cabelos dela. Uma imagem digna de um quadro. O cenário, o jantar, a companhia. Era tudo perfeito. Mas Castle queria muito mais. O problema era saber se poderia ter o algo mais. Se ele avançasse o sinal, cruzasse a linha entre o respeito e o desejo, ela gostaria? Estaria arriscando todo o trabalho de meses na NYPD por um capricho? Não. Sabia que não se tratava de uma brincadeira, de um jogo de sedução. Haveria flerte, curiosidade, disso não podia fugir, porém, existia a admiração, Kate não era mais uma de suas conquistas, era uma pessoa real, com batalhas reais e uma força invejável.

Enquanto refletia, não tirava os olhos dela. Kate, por outro lado, estava absorta nas imagens do filme. Claro que era apenas uma desculpa para evitar olha-lo. A proximidade dos seus corpos mexia demais com ela. Ao virar o rosto, pegou-o admirando-a. Um arrepio percorreu-lhe o corpo, sentiu a pontada de desejo indo alojar-se em seu centro. A boca ficou seca e a pele arrepiada. Fosse pelo efeito do vinho ou qualquer outra coisa, não conseguia negar o desejo que circulava em suas veias. Nada mais importava a não ser a vontade de beijar aqueles lábios, provar seus beijos. Ela não se lembrava da última fez que se sentira assim. Sequer recordava seu último encontro. Mas, esse. Ah! O corpo falava direto a sua mente. A vista, percebeu, estava enevoada. Por que não arriscar?

Castle pode perceber essa mudança na linguagem corporal dela. Estava intrigado. Será qe a bela mulher a sua frente estava tendo os mesmos pensamentos que ele? Abriu um sorriso e foi fisgado pelos olhos amendoados envoltos em mistério.

- O que foi? – ao invés de responder, Kate se aproximou um pouco mais dele. Estavam a centímetros de distância um do outro. Resistir era quase impossível – Kate... – o que quer que fosse perguntar ficara esquecido no instante que sentiu o puxão na gravata e os lábios dela posaram sobre os seus. Vagarosamente, ela afastou os lábios prendendo o dele entre eles e a explosão aconteceu. O beijo tornou-se intenso. As linguas se exploravam. Castle tomou-a nos braços e puxou-a rente ao seu corpo apoiado na mureta. As mãos de Kate perdiam-se entre as costas, pescoço, subindo pelos cabelos deixando os seus dedos perderem-se no emaranhado de fios. Castle explorava a lateral do corpo esbelto roçando o polegar levemente na lateral dos seios. Kate quebrou o contato dos lábios para mordiscar a orelha dele, a boca de Castle escorregou do pescoço para o inicio do colo exposto. Não por muito tempo. Kate puxou o rosto dele para encontrar o seu, roçou os dentes no maxilar dele antes de tomar os lábios nos seus para outro beijo avassalador. Podia sentir a umidade em seu centro, o meio das pernas latejando. Uma loucura.

Finalmente ao se separarem em busca de ar, ela percebeu o desejo dominando aqueles olhos azuis. Apoiou as mãos sobre o peito dele até seus olhos se encontrarem novamente. Uma nesca de sorriso formava-se no canto dos lábios dela. Sentia a cabeça leve, aérea. Como se estivesse flutuando. Uma sensação maravilhosa.

- Nossa! Agora posso dizer que o nome Nikki Heat lhe cai muito bem – ergueu a mão para acariciar seu rosto – no que você está pensando?

- Na primeira vez que nos conhecemos. Você disse que podia ser uma das minhas conquistas... e quer saber, Castle? Não há nada que deseje tanto nesse instante. Talvez eu possa me arrepender depois mas preciso de mais. Vamos sair daqui.

- Seu desejo é uma ordem. Vamos para a minha casa e.... – sentiu que ela o puxou.

- Não... – sussurrava ao ouvido dele – muita gente....meu apartamento.... agora.

- Tem certeza?

- Sim, preciso investigar você.

- Wow.... adorei essa parte.

Como dois fugitivos entraram no carro. Castle pisava fundo. Seu membro latejava dentro da calça e Kate conseguia piorar a situação ao afagar a coxa dele. Ela não sabia ao certo o que a guiava naquele momento, mas também pouco importava. Essa noite, decidiu, iria viver um pouco. Iria celebrar a vida e não podia ter escolhido melhor companhia para fazer isso. Assim que entraram no elevador, um emaranhado de braços pernas e mãos se agitavam, se buscavam e competiu com a dança incansável dos lábios. Kate deixou a mão deslizar até o fecho da calça dele. Já havia sentido a saliência contra sua perna mas toca-lo era algo totalmente diferente. Ele gemeu ao sentir que ela o acariciava sobre a calça. Louco de desejo retribuiu apertando-a contra o espelho do elevador, as mãos apertavam os seios enquanto os lábios desciam pelo colo. Os dedos apertavam o mamilo sobre o tecido arrancando gemidos dela. Quando a porta do elevador se abriu, eles tropeçaram quase caindo.

Kate desfez a gravata dele e já empurrava o paletó para baixo. De frente para a porta de seu apartamento, ela tentava acertar a chave enquanto Castle devoorava sua orelha. Nunca tinha sentido tanto desejo por alguém assim. Finalmente a porta se abriu e ela foi empurrada para dentro do seu apartamento. Castle começou a explorar a decoração, era um lugar bem aconchegante mas Kate não deixaria que ele se prendesse em detalhes. Segurando-o pela mão, levou-o até seu quarto. O paletó estava no chão, Os botões da camisa começavam a ser desfeitos até joga-la completamente no piso. Ele se encontrava de frente para ela. O peito à amostra atiçava ainda mais o desejo que sentia. Ela se aproximou deslizando as mãos vagarosamente pelo peitoral dele sentindo a pele quente. Os lábios voltaram a procurar pelos dele e Castle aproveitou o beijo para desfazer o fecho do vestido. Afastando-se um pouco dela, puxou as alças e levou a peça ao chão.

Ali estava Kate Beckett apenas de calcinha a sua frente. Deus! Como era linda! Queria prova-la por inteiro. Aproximou-se tomando os rosto dela com as duas mãos. Toda aquela ansiedade e pressa desapareceram. Queria fazer isso da maneira certa. Precisava degustar e desfrutar cada minuto ao lado dela. Beijou-lhe a testa, o nariz, o queixo para então chegar aos lábios. O beijo foi carinhoso, suave e ao mesmo tempo sedutor.

- Nada de pressa, Kate.... vamos devagar, curtindo cada passo – ele a deitou na cama gentilmente. Livrou-se das calças que vestia ficando apenas de boxer. Cuidadosamente, inclinou-se sobre o corpo dela e beijou-a. Tinha todo o tempo do mundo para prova-la. E foi exatamente o que fez. Cada centímetro daquele corpo foi explorado por seus lábios, sua lingua, suas mãos. O toque dele era pecaminosamente bom. Despertava nela os maiores desejos possíveis. Não sabia explicar as sensações que aqueles dedos despertavam em sua pele e Castle não havia sequer começado. A ponta da língua circulou os mamilos, um a um, instigando a reação dela. Eles estavam rijos pelo toque. Devagar, sugou-o com os lábios provando-o e deixando-a completamente a mercê dele. Kate arqueava o corpo gemendo, clamando por mais. Uma das mãos encontrou seu centro e começou a massagea-lo ainda sobre a calça. Castle percebeu que ela se entregava aos poucos ao misto de sensações que tomavam seu corpo.

Distraindo-a com um beijo, tirou a última peça ainda presa ao corpo dela. Massageou o clitóris e enfiou dois dedos em seu centro. Massageava, acariciava, via a mulher poderosa torna-se vulnerável em suas mãos. Ela estava excitada, molhada e pelos seus gestos muito próximo de um orgasmo. Isso tudo apenas servia para aumentar o tesão que o dominava. A cada movimento dela, a pontada na virilha era maior. A excitação beirava o limite. Tornou a abocanhar o seio dela sem deixar de provoca-la com os dedos. Viu que estava de olhos fechados quando a onda de prazer pareceu chegar sobre ela. Sussurrou ao pé do ouvido.

- Entregue-se.... apenas sinta, Kate. E ela deixou o desejo toma-la obedecendo a vontade que percorria seu corpo e clamava por invadi-la completamente. Gemia alto, arqueando o corpo na direção dele até o momento que Castle a silenciou com um beijo. Tremia por baixo dele e contra seu peito era possível sentir o coração batendo forte e rápido. Ao abrir por fim os olhos, pode perceber o desejo através das pupilas dilatadas deixando uma fina camada do castanho amendoado. Ela sorria levanto os dedos aos lábios dele contornando-os. Castle beijou a ponta de cada um deles. De supetão, ela o derrubou de costas para cama. Colocou-se sobre o corpo dele inclinando-se até que seus lábios estivessem a centímetros um do outro, até que estivessem pele contra pele. Fitando os olhos azuis, disse.

- Quero você dentro de mim, Castle... – o sussurro sensual serviu apenas para deixa-lo ainda mais excitado, quase a ponto de explodir. Então, Kate começou sua própria viagem pelo corpo dele. Estava simplesmente maravilhada com o misto de sensações. Gosto, cheiro, maciez, calor. Tudo atiçava seus instintos mais íntimos. A boca e as mãos passeavam despretenciosamente pelo peitoral dele. Estava sentada sobre as coxas mas fazia questão de inclinar o corpo para roçar o seu convidativamente sobre o dele. Pele contra pele. Desejo puro. Uma das mãos se perdeu sobre o boxer que ele ainda usava acariciando o membro duro e pronto para recebe-la, somente em pensar nisso sentia a umidade invadir o meio de suas pernas. Os dentes percorreram o abdomem dele, subindo pelo peito onde sugou o mamilo chegando a altura dos ombros mordiscando-os levemente.

Não aguentando mais o jogo de sedução e pressentindo um novo orgasmo se encaminhando, ela puxou o boxer para libertar o membro. Como ela o desejava dentro de si! Posicionou-se e deixou-se deslizar sobre ele sentindo seu corpo ser preenchido completamente. Fora impossível não gemer diante do ato. Apoiando-se no estomago e peito dele, começou a mover-se devagar, impondo um ritmo moderado e sedutor. Castle contemplava a bela mulher a sua frente, suas mãos buscavam os quadris ajudando-a a movimentar-se a procura do prazer. O ritmo ganhou forma e tornou-se mais rápido e preciso. Ele podia sentir o extase se aproximando, querendo domina-lo mas não sucumbiria antes dela. Não podia. A dança dos corpos ritmadas quebravam as barreiras existentes dando espaço ao desejo que a cada segundo subia-lhe pelo corpo como um comichão. Kate inclinou-se osbre ele para roubar um beijo e foi surpreendida por um puxão na nuca que aprofundou mais do que previa o toque. Sentia a lingua dele a devorando por dentro da mesma forma que o membro a tomava. Aqueles lábios roubavam-lhe o pouco de razão que possuía fazendo-a levitar. Mal percebeu quando Castle virou-se ficando por cima novamente. Apenas com o peso delicioso do corpo masculino sobre si, ela deixou a explosão de prazer tomar conta de si ainda sentindo os lábios dele e o movimento rápido provocado por ele dentro dela.  A barba parca roçava em seu rosto descendo pelo colo, arranhando-a aos poucos deliciosamente. Não podendo segurar, ele se juntou a ela proporcionando ao próprio corpo o mesmo prazer que ela estava sentindo.

Minutos se passaram até que ele retirasse o peso do corpo de cima dela. Kate permanecia com os olhos fechados. O coração fazia sua própria dança sob a pele suada e vermelha. Parecia que estava em outro lugar. Em outra órbita. Gemeu satisfeita espreguiçando o corpo. Sentiu a mão dele vagar pelo seu abdomem em busca dos seios. Ao sentir o toque leve e delicado do polegar em seu mamilo, suspirou em resposta. Agora a boca estava beijando com carinho. A barba tornou a roçar a pele arrepiando-a. Sentiu o nariz dele cheirando seu pescoço ao mesmo tempo que puxava-a para si. Nesse momento, ela abriu os olhos para fitar o azul penetrante do olhar de Castle. O sorriso despontou no rosto.

- Hey...

- Hey... está tudo bem?

- Maravilhosamente bem, por que não estaria? – ela respondeu.

- Isso foi... incrível. Realmente não tinha ideia – ela riu – eu já achava-a linda, mas você conseguiu me surpreender novamente Kate – deu um rápido selinho em seus lábios – não vou mentir que sonhei com esse momento mas duvidava que ele realmente acontecesse. Também acreditei que minha passagem pela NYPD seria muito breve, algo me dizia que você daria um jeito de me expulsar. Tenho adorado cada caso, cada uma das investigações que me ajudam a conhecer melhor quem é Kate Beckett. Espero que essa nossa parceria esteja longe de terminar.

- Acho que você já conseguiu material suficiente para escrever sobre sua Nikki Heat, em todos os sentidos – Kate virou-se para fita-lo, a curiosidade era grande demais e precisava perguntar - O que eu tenho de tão interessante assim que faz um homem rico como você deixar o conforto do seu loft para se juntar a mim numa delegacia, em caçadas pela ruas da cidade arriscando a vida?                

- Com certeza muitas facetas que ainda terei que descobrir. De uma coisa você precisa ter ciência, não pense que você é alguém insignificante. Você não é uma pessoa comum. Mas o que me faz querer acompanha-la em cada caso, com ou sem risco de vida é observar a forma como você se entrega a tudo isso. Nunca conheci alguém com o senso de justiça tão forte. Pela sua educação, teria sido uma excelente advogada ou promotora, certamente se destacaria entre os demais. Só que na minha opinião, o seu talento está bem empregado sendo detetive. Não consigo imagina-la fazendo outra coisa, exceto me azucrinando. Você é um mistério, Kate, capaz de atrair um curioso como eu, me pegar desprevinido. É isso que me move para o 12th distrito todas as manhãs, a oportunidade de estar ao seu lado desvendando crimes e juntando as pistas diante do maior mistério de todos: você.

Ela ficou calada por um momento. Procurava interpretar cada uma das palavras ditas por ele. Por mais que procurasse algum indício de cantada barata, não encontrava. Castle a respondera com sinceridade, havia sentimento ali. Afinal, seria exatamente pela forma como se expressava que conseguia despertar nela a vontade de saber mais, fora isso que a fizera cruzar a linha?

- Por que você é tão bom com as palavras?

- Talvez porque eu seja um escritor? – ele beijou a ponta do nariz dela. Viu quando Kate se remexeu saindo de seus braços e ficando sentada na cama. A serenidade em seu rosto dera lugar a uma ruga de preocupação. Certamente, aquela cabecinha estava tentando separar e analisar os prós e os contras do que acabava de acontecer naquele quarto.

- Castle, você sabe que acabamos de quebrar várias regras aqui. Ultrapassamos a linha da ética e do respeito dentro do trabalho. Esse contato íntimo e pessoal, eu não...

- Kate, eu entendo sua preocupação. Não considero o fato de estarmos atraídos um pelo outro e termos experimentado isso de comum acordo,uma quebra de regras. Sei que você não gosta de misturar as coisas mas não precisa fazer disso um problema. Ninguém precisa saber. Será o nosso segredo. Em vez de ficar procurando razões para potencializar os problemas, que tal deixar de lado a analise, por que não deixar acontecer naturalmente. Talvez o que tivemos aqui, não passe de uma noite de curiosidade, ou talvez percebamos que a intimidade melhorou nossa confiança e isso poderá se refletir no trabalho ou ainda nenhuma delas, somos apenas um homem e uma mulher curtindo a vida, o momento. Não pense demais sobre o que isso significa. Tenho certeza que a resposta virá até você quando chegar a hora.

- Mas e se não vier? Como posso saber se o que estou fazendo é certo, se não estarei desrespeitando colegas e meu capitão?

- Kate, eu sei que não sou a pessoa mais fácil de lidar. Na sua opinião sei que sou a pior pessoa que você já conheceu. Superficial, mulherengo, infantil, irritante. Adora esbanjar o dinheiro que tem, nada que pudesse chamar a atenção de alguém tão centrada e focada como você. Porém, debaixo dessa irritabilidade que demonstra por mim, deve haver um outro motivo por ainda querer me ter a seu lado. Senão, qual a explicação para me contatar altas horas da noite ou cedo pela manhã sempre que um caso novo surge – ela ia responder – nah! Espere. Não adianta dizer que é por obrigação e obediência ao seu capitão que nós dois sabemos que é uma mentira. De alguma forma você aprecia meus comentários, minhas idéias e meu raciocício porque sejamos francos, Kate. Se não gostasse um tantinho que fosse da minha companhia, poderia me colocar como sombra do Esposito, remexendo papeladas, checando fichas de criminosos. É sua escolha me ter todos os dias ao seu lado. Isso é um sinal de que nutre algum sentimento por mim, mesmo que não saiba o que seja. Pode ser pura empatia ou curiosidade, mas existe e isso você não pode negar.

Ela passou a mão pelos cabelos. Ele descrevera parte do que representava sua companhia no trabalho e estava correto em afirmar que ela gostava de discutir os casos com ele, saber sua opinião. De uma maneira estranha, Castle contribuia e ajudava a solucionar casos. Gostava disso. Contudo, estaria pronta para admitir?

- Tudo bem, aceito seu ponto de vista por mais frustrante que isso possa parecer, ele tem fundamento. Castle eu gosto da minha rotina, da minha vida como a programo. Eu me esforcei demais para chegar onde estou. Não posso jogar tudo pro alto por causa de uma noite de sexo.

- E não vai. Prometo. Permita-se sentir. Apenas para registros futuros, para mim isso não foi uma noite de sexo, foi uma noite de amor.

- Castle, por favor.

- Relaxa, Kate – disse acariciando o braço dela com a ponta dos dedos. Sentindo a necessidade de firmar sua posição como a autoridade maior e dona do pedaço, ela fitou-o com um olhar severo.

- Castle, se eu sonhar mesmo por um segundo que você comentou com alguém, qualquer pessoa incluindo sua mãe, sobre o que aconteceu aqui hoje, eu juro que mato você, farei questão de colocar uma bala nesse seu corpinho. Fora daqui, você não fala em jantares, encontros, ou faz qualquer insinuação que me lembre remotamente essa noite. Se isso acontecer, eu mesma terei o maior prazer em te matar mas será a base de tortura. Fui clara?

- Cristalina. Não se preocupe, você não precisará fazer nada disso. Prometo. Agora, será que dá pra deixar a detetive durona e extraordinária de lado e trazer apenas a Nikki para a cama. Esse papo todo me deixou excitado.... – gargalhando ela jogou um travesseiro na cara dele.

- Você é ridículo! – rindo se aproximou engatinhando no colchão – devo ter perdido o juízo mesmo...

- Não, Kate. Você apenas decidiu viver um pouco – beijou-lhe os lábios puxando-a junto consigo para o colchão. Quebrando o beijo, ele falou para provoca-la – eu não disse que ia te explicar como o sexo funcionava? – em retaliação, ela mordeu o braço dele – ouch! Isso é uma nova fantasia, Kate? – mas calou-se em seguida ao sentir as mãos dela sobre seu membro. Kate beijou-o novamente e pensou. Talvez seja a hora de experimentar coisas novas, arriscar. Ainda sentia-se insegura mas não podia negar que a decisão a fizera sentir-se muito bem.

- Quem diria que uma simples brincadeira de leilão pudesse render tanto?

- Confessa, foram os $10.000 mais bem aplicados da sua vida.

- Cala a boca, Castle e me beija. Não usufrui nem da metade que paguei – ele a virou de contra o colchão e começou a depositar beijinhos em todas as partes do corpo arrancando gargalhadas constantes dela.

Uma noite, um jantar, uma atração, um recomeço. Quem sabe? Talvez descubram amanhã, afinal ele é sempre mais promissor.


THE END  

5 comentários:

tatiana_greys anatomy disse...

Sem dúvidas foi a melhor one shot q já li nós últimos tempos!
Só eu acho q poderia ter continuação?!

T disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
T disse...

Oi Karen, aqui é a Bia que sugeriu uma história da fanfic pra vc e ganhou o livro lembra?? Só pra te avisar que o email que eu falava com você (beatriz_branco@icloud.com) ta dando problema e não to conseguindo usar,e então se você precisar falar mais alguma coisa entra em contato por esse outro email: biaa.ob@hotmail.com :) Beijos!!

Unknown disse...

AMEEEEEEEEEEEI NOSSA!!!!!!
Imaginei a cena do leilão e ri muuuuuuuuuuuuito,Martha sempre diva tem as melhores entrade de cenas,concerteza esta na lista das minhas favoritas,Ká arrasando like always né?!
E o"Passei o cartão de crédito raspando minhas economias para salva-lo."
O dinheiro mais bem gasto da vida de Kate Beckett,applause pra ti ;)
E Tati concordo,deixou com gostinho de "QUERO MAIS"

Unknown disse...

KKKKK amei!!! Foi divertido e engraçado. Foi tb mto hot. E Castle sempre convencido, eu ri mto com o comentário sobre "o dinheiro mais bem gasto". Mto legal ele deixando-a ciente do tanto e o porquê a admira. E sim, deu mta vontade de uma continuação!