Nota da Autora: Finalmente essa fic está de volta! Nesse capitulo abordei um pouco da vida a dois, a volta ao trabalho e a visão diante do primeiro episódio da temporada. Agora vou seguir um pouco o que estiver acontecendo na S7, porém já aviso que devo concluir essa fic ainda nessa primeira parte da S7... por enquanto, enjoy!
Stana chegou à residência de
Nathan, esperou pacientemente para entrar. Tinha um sorriso largo no rosto e
uma sacola nos braços. Suspirou ao vê-lo a sua frente. Já de porta fechada, ela
deixou a sacola cair ao chão abraçando-o com força à altura do pescoço. Os
lábios encontraram-se como um ímã. Que saudades ela estava daquele beijo. As
mãos dele escorregavam pelas costas rumo à cintura dela trazendo-a para mais
próximo do seu corpo. Ao quebrar o beijo, os olhos se encontraram. Aquele mesmo
olhar de cumplicidade de sempre.
- Que bom ter você novamente em
meus braços. Estava imaginando quanto tempo eu teria que esperar para isso
acontecer.
- Ah, Nate... também estava
morrendo de saudades – tocava o rosto dele com a ponta dos dedos como se
estivesse decorando cada pedacinho dele – está com o rosto vermelho, isso foi
bronzeado do Caribe? – o polegar chegou ao queixo, uma pequena barba se formava
ali. Acariciou a novidade – mudança de visual ou preguiça de se arrumar para
mim? Eu gostei, ficou sexy.
- Digamos que um pouco dos
dois. E o bronzeado você acertou. Se bem que estou mais para um pimentão. Vamos
lá pra dentro, o que você trouxe nessa sacola? – perguntou Nathan carregando a
sacola em uma das mãos enquanto a outra a envolvia a cintura.
- Algumas roupas e coisas da
Itália...
- Hummm, tem algum queijo
especial aí? Posso usar no meu jantar.
- Deixa de ser curioso – ela
puxou a sacola da mão dele deixando-a sobre uma das banquetas do balcão da
cozinha. Viu que Nathan já tinha começado a organizar as coisas para o jantar –
qual será o quitute de hoje? – começou a andar na direção dele empurrando-o
contra o sofá – a sobremesa eu já escolhi.
- Ah, Staninha... você não sabe
o quanto eu amo ouvir essas palavras novamente. Hoje à noite vamos fazer tudo e
mais um pouco – ela já estava com as mãos embaixo da blusa dele, beijava o
pescoço esfregando o nariz sobre a pele, sentindo a barbicha contra sua
bochecha. A sensação era muito gostosa. Estava sentada sobre as pernas dele. As
carícias deixavam Nathan já suspirando e sentindo o corpo responder a cada
toque – amor, se você está com fome é melhor parar de fazer isso ou não vou
responder... por mim.
- Isso seria maravilhoso,
realmente o que eu preciso, mas antes... – ela mordiscou a orelha dele – estou
com muita fome, de comida – Nathan a pegou pela cintura e jogou-a no sofá,
colocando o corpo sobre o dela pressionou-a apertou-lhe o seio e beijou-lhe os
lábios com vontade. Uma explosão de desejo fez Stana suspirar e gemer. O peso
do corpo era uma espécie de recompensa pela volta para casa. Apertando seu
mamilo, ele quebrou o beijo deixando a mulher ofegante.
- Agora posso preparar nosso
jantar – pegou a mão dela levando-a aos lábios, já tinha reparado que ela usava
o anel que ele lhe dera, isso o fez sorrir – você está usando o anel. Fica
lindo mesmo em seu dedo – ela retribuiu o sorriso - Quer uma comida light ou
está a fim de uma bela massa? Pode escolher. De qualquer forma, vou preparar um
belo filé com bastante alho, vinho e cogumelos.
- Uma massa seria muito bom,
afinal vamos gastar muitas calorias daqui a pouco – se levantou do sofá ainda
se recompondo do amasso e espreguiçou-se, caminhou até onde ele estava pegando
a sua sacola. De lá de dentro tirou uma embalagem quadrada e uma garrafa de
vinho – para nossa noite, um pinot noir de Chianti especialmente para você.
Aqui temos algo que pode cair bem na sua massa – abriu a caixa e retirou dois pedaços
de queijo – trouxe queijo feta e um parmesão de comer rezando, também tem
azeitonas pretas, orégano e pinole. Ah! Salame e Parma.
- Muito bom, me deu água na
boca – disse ele pegando o pedaço de parmesão – coloque o vinho para gelar um
pouco, amor. Vamos colocar esse queijo no molho e depois sobre nossa massa –
tirou um pedaço – que maravilha! Isso é divino.
- Vou montar uma tábua de frios
para nós – disse Stana – tem pão? Posso fazer umas brucchetas ou uns pães de
alho.
- Ali perto do liquidificador,
já que você se empolgou em cozinhar pode cortar uns temperos para mim? Se quiser
fazer mais alguma coisa...
- Eu disse que ia preparar
petiscos, afinal você não me convidou para jantar? Quem convida...
- Mas você é mesmo uma
preguiçosa – disse rindo.
Os dois se entreteram
preparando a comida. Vez por outra trocaram um beijo, ela apertava o bumbum
dele, Nathan a abraçava. Era realmente um momento a dois. Os temperos começavam
a dar vida aos pratos e encher de vontade o paladar de Stana. Em meia hora,
estava tudo praticamente pronto, contudo a massa seria feita apenas no momento
que fossem jantar. Puxando-a pela mão, Castle a levou até o sofá. Antes de
sentarem-se porém, Stana o surpreendeu pegando-o pela nuca beijando-o
intensamente.
- Sabe, você está mais magro.
Ainda mais bonito e essa barba... hum, acho que vou gostar muito desse novo
visual – deu um selinho nele – será que você poderá mante-lo? Acho que David
não vai deixar – sentaram-se no sofá, ele puxou-a para seus braços – esse visual
me lembrou quando nos conhecemos, lembra ao gravar a primeira temporada?
- Como poderia esquecer? Você
era uma desconhecida, mas mostrou logo de cara a que veio. Ainda me pego
sorrindo às vezes olhando para você. Tão à vontade com aquela tesoura na mão...
quando penso que estamos começando a sétima temporada, nunca pensei que
chegaríamos tão longe.
- Ganhar aquela chance, um
papel tão intrigante, contracenar com você. Era tudo muito novo, parecia um
sonho – trocaram um novo beijo – ao contrário de você, eu não fui tão cética.
Talvez pela inexperiência ou porque eu realmente acreditei na minha personagem
e em Marlowe. Quando começamos a gravar pensei: como é divertido fazer isso!
Nada parecia trabalho, nos divertíamos tanto. Você era um cavalheiro, um amoreco
e devo acrescentar, mesmo correndo o risco de ouvir você se gabar, um ótimo
professor.
- Ah, sou mesmo não vou negar.
Mas a aluna era muito inteligente, por isso deu tão certo – beijou o topo da
cabeça dela e depois o rosto afastando-a um pouco de si para se levantar –
essas revelações merecem um brinde com um bom vinho.
- Traga a tábua e também a
minha sacola. Nathan voltou com as duas taças, a garrafa e colocou-as sobre a
mesinha de centro. Retornou com a tábua que ela havia preparado. Beliscou um
pedaço de Parma esperando pela sua taça que estava sendo servida. Ao entregar a
ele, elevou a taça brindando juntos. Tomaram o primeiro gole e Stana se deliciou
com um pedaço de queijo parmesão.
- Espetacular esse vinho, amor.
O aroma da uva é tão... é doce mas não tanto. Tem um ponto ideal para o meu
paladar.
- Sabia que ia gostar.
Petiscaram por meia hora, tempo
suficiente para deixarem a garrafa quase no fim. Tudo o que ela trouxera estava
delicioso. Quase terminado os frios, pegou algo na sua sacola. Uma revista.
Mostrou a capa para ele que logo entendeu que era a reportagem italiana feita
em Florença.
- Recebi dois exemplares da
primeira edição. Trouxe um para você, o outro vou levar para a minha mãe –
Nathan pegou a revista começando a folhear com calma, prestando uma atenção
redobrada nas fotos de Stana. Ficaram lindas. Não poderia ser diferente, mas a
paisagem adicionava, pelo menos para si, um quê de sex appeal, fazia sua
imaginação viajar. Não se contendo, puxou-a para si beijando-a apaixonadamente.
- Extraordinárias, como você.
Florença combina com toda a sua beleza.
- Gostou mesmo?
- Por que não gostaria? Você é
sempre um deleite aos olhos, gorgeous. Acho que está na hora do nosso jantar.
Nathan rapidamente foi
preparando os detalhes das comidas, os pequenos toques que faltavam. Ela
observava por um tempo. Gostava de admira-lo executando afazeres domésticos. A
imagem era cativante. Suspirou e decidiu arrumar a mesa para o jantar. Por sua
conta, foi até a pequena adega de Nathan e escolheu um vinho para o jantar,
dessa vez um cabernet savignon. Disse que ia ao toilete e voltava em seguida.
Quando viu, a comida já estava à mesa. O cheiro da massa estava perfumando o
ambiente. O parmesão que trouxera estava em um pequeno prato de sobremesa com
uma faquinha própria para cortar em tiras médias o queijo.
- Nossa! O cheiro está
envolvente. Realmente me deixou com muita vontade de comer.
- Então, por favor, sente-se.
Espero que esteja saboroso.
Ele fez questão de servi-la.
Tanto de comida como de vinho. Stana cortou pedaços de parmesão e espalhou
sobre sua massa. Fez o mesmo com a pimenta do reino. Comeram em silêncio a
primeira garfada. Stana fechou os olhos sorrindo. Elogiou o Chef
cumprimentando-o com um beijo. Aos poucos começaram a conversar sobre o tempo
que passaram longe um do outro. De repente, Nathan trouxe à tona o assunto do
início da temporada. A julgar pela reação que Stana tivera na season finale,
preocupava-se em como ela encararia o primeiro episódio.
- Você já pensou em como a nova
temporada irá se desenvolver? O que realmente aconteceu com Castle?
- Para falar a verdade, eu não
pensei muito sobre isso depois daquela final. Sei que David e Marlowe tem uma
boa história para contar. Eles nunca nos decepcionaram e depois da prisão de
Bracken, precisávamos de um novo mistério. Durante seis anos, a morte da mãe de
Kate foi o enredo principal. Nada mais justo que sabermos algo sobre o passado
de Castle contanto que a relação entre eles permaneça a mesma. Quer dizer,
depois de tantos anos e cumplicidade, qualquer que fosse o problema, eles tem
condições de resolver juntos, confiando um no outro.
- Gostei da sua forma de
pensar. Concordo. Porém, não acha que de alguma maneira Beckett vai ser afetada
por tudo isso?
- Claro que sim! Depois de tudo
o que ela enfrentou para chegar ali, a ponto de casar com Castle e se depara
com o carro de seu noivo incendiando. Mas Kate Beckett será a mesma detetive
que sempre foi, a melhor. Fará tudo para encontrar você. Sei que... – calou-se
por um momento – é só que...
- O que, amor?
- Eu queria que eles tivessem
casados. Não podem esperar mais tempo para isso.
- Confessa que você está louca
para usar um bambolê nesse dedo. Doida para ser a senhora Rick Castle.
- Não preciso confessar, acho
que é normal eu querer os dois juntos depois de tudo que passaram. Torço por
isso há bastante tempo. Fazer essas coisas domésticas em cena com você seria
muito bom.
- Você é uma eterna romântica. Adoro
isso em você – apesar do elogio, ela estava intrigada pela pergunta dele.
- Nate, por que quis saber
minha opinião? Sabe de algo que não sei?
- Não, estou tão no escuro
quanto você. Vale lembrar que dessa vez você tem uma vantagem em relação a
minha pessoa. Vai conhecer o enredo primeiro, volto três dias depois. Perguntei
porque vi como reagiu no último episódio, o quanto tudo mexeu com você. Não me
esqueço da discussão com Marlowe. Isso somente prova o seu nível de
envolvimento com a vida da personagem que criou. Pensei que tivesse uma ideia.
Staninha, acho que por mais estranho que seja a história por trás do que
aconteceu com Castle, ninguém irá separá-los. Estamos falando de amor, como o
nosso.
Aquelas palavras a pegaram de
surpresa. Olhou para o homem a sua frente arregalando os olhos e as sobrancelhas
arqueadas. Tudo bem que ele já dissera que a amava só que quando Nathan fazia
certas coisas de supetão referente ao relacionamento deles, sempre era capaz de
surpreendê-la de uma forma muito positiva.
- O que foi? O que aconteceu? –
ele a olhava intrigado diante da imagem vista do semblante dela.
- Você. Foi você que aconteceu
na minha vida. Essas palavras. Acabo de me dar conta de que não apenas senti
saudades suas, da sua voz, das suas palavras. Senti saudades de dizer que te
amo, eu me sinto tão aliviada, tão bem ao dizer isso – o sorriso iluminou o
rosto de Nathan, buscou a mão dela sobre a mesa e apertou na sua.
- Definitivamente está na hora
da sobremesa. Ele se levantou pedindo para Stana apenas o seguir sem se
preocupar com qualquer bagunça. Chegando ao quarto, a cama muito bem arrumada
esperava pelos dois. A partir de agora, era um momento só deles. Stana queria
esquecer o mundo lá fora, os meses que ficaram separados. Era momento de
celebrar, de reencontro, de matar saudades.
- Parece que conseguimos ficar
a sós depois de tanto tempo, não? Finalmente! – ela ria ao dizer essas
palavras.
- Sim, Staninha. E hoje nada
nem ninguém irá nos impedir de aproveitar cada segundo juntos. A noite é nossa.
Sendo assim... – ele acariciou-lhe o rosto com as costas da mão usando o
polegar para traçar uma espécie de linha na maçã do rosto indo até os lábios
como se quisesse guardar um desenho na memória. Inclinou-se para beija-la sendo
surpreendido por uma Stana voraz. Puxando-o pela nuca, seus lábios sugavam os
dele, ferozmente. A língua pediu passagem para encontrar-se com o seu par.
Ávida por recordar todas as sensações causadas pelo simples toque de Nathan.
Em um súbito movimento, ele a
deitou na cama colocando todo o seu peso sobre o corpo esbelto de Stana. Claro
que ela não reclamou, era uma mistura de dor e prazer que adorava sentir.
Nathan se empolgou com o momento e cedeu a pressão dela no beijo. Enquanto as
bocas se devoravam, as mãos percorriam o corpo dela. Quando se afastou dos
lábios pecaminosos, ele desceu provando o colo indo na direção dos seios dela.
Stana deixara-se levar pelo toque e pelas sensações que dominavam o seu corpo.
Fechou os olhos e se entregou. A reação imediata ao toque estava presente no
arrepiar da pele, no calor que emanava pelos seus poros, na maneira como ele
sugava seus mamilos a fazendo gemer. O desejo a envolvia tornando o contato com
a pele dele algo elétrico. Choque de prazer. Seu centro latejava, úmido e
pulsante. Nathan perdia-se nos seios dela, apertava-os, sugava-os, brincava com
os mamilos. A cada movimento, ela se contorcia embaixo dele. Conhecia muito bem
o corpo da amada para saber que estava muito próximo de um primeiro orgasmo.
Dessa forma, arrancou a calça dela levando junto a lingerie. Afastou-lhe as pernas
contemplando-a primeiramente com os dedos, sentindo o calor presente ali.
Instintivamente a preencheu com os dedos enquanto o polegar e a língua se
alternavam massageando o clitóris. Era um verdadeiro prazer ver aquela bela
mulher se contorcer entregando-se de maneira vulnerável. Bastou mais alguns
movimentos para que sucumbisse ao orgasmo entre gemidos.
Nathan a contemplava sorrindo,
não parara de massagea-la. Queria prolongar aquele instante o quanto pudesse.
Ela gemeu mais alto fazendo com que ele decidisse provoca-la um pouco mais.
Passou a língua em um dos seios mordiscando de leve o mamilo antes de suga-lo
com os lábios ao mesmo tempo que intensificava o controle que obtivera sobre a
mulher ali deitada. Queria mais. Curvou-se para beijar-lhe os lábios novamente
sufocando os gemidos. Tudo fazia parte da sua estratégia em busca do prazer.
Retirara os dedos de dentro dela apenas para atiça-la de outra maneira. Os
lábios estavam agora passeando por toda a extensão do corpo de Stana fazendo-a
suspirar ao misto de sensações provocadas incessantemente até chegar novamente
ao centro do prazer.
Dessa vez, ele não optou pelos
dedos. Queria prová-la verdadeiramente. Assim, tornou a explora-la com os
lábios e a língua. Podia sentir a pressão que ela fazia ao contorcer-se em
busca de mais prazer. As mãos de Stana adentravam os cabelos dele empurrando-o
de contra si. Seu nome virara uma súplica entre gemidos. Ao ouvi-lo, a
excitação que já estava grande, tornava-se ainda mais forte, ocasionando uma
pontada muito insistente em sua virilha. A língua massageou o clitóris a ponto
de fazê-la tremer e atingir o ápice do prazer novamente.
Ele sorriu ao ouvi-la gritar
seu nome ainda com a cabeça no meio das pernas dela. Sentia seus cabelos sendo
puxados ao longo do orgasmo provocado. Durante as últimas sensações, ele a
surpreendeu penetrando-a de uma vez. A sensação foi incrível. Como ansiara por
aquilo. Nathan se posicionou sobre ela de forma que seu olhar encontrasse o
dela.
- Abra os olhos, Staninha – ela
obedeceu – senti falta de te amar assim, devagar, com carinho – beijou-a
ternamente. Após quebrar o contato com os lábios, sentiu a mordiscada leve que
ela dera em sua boca e em seu queixo – pronta para me deixar ama-la mais uma
vez? – o sorriso e o olhar direcionado a ele respondera a pergunta.
Nathan começou a mover-se
vagarosamente dentro dela enquanto seus lábios percorriam o pescoço,
mordiscando-lhe os ombros, roçando a barba pela pele macia do colo e retornando
ao rosto. Stana maravilhou-se com o pinicar da barba. Não tinham pressa. O ritmo
de seus corpos começou de forma lenta, unificada. Entre os movimentos, trocavam
beijos e carícias. A velocidade foi crescendo, tornando-se intensa. Estavam
juntos a cada mexida, a cada estocada. A aceleração aumentava o calor e as
batidas dos corações. O pulsar do membro dentro dela a fazia tremer,
contorcendo-se e provocando movimentos involuntários das paredes internas que
se flexionavam apertadas contra o penis. Presentia que um novo orgasmo se
aproximava, puxou o pescoço de Nathan roubando-lhe mais um beijo ardente. Ele
também estava no limite, rapidamente ambos realizavam a dança do prazer
conhecida pelo homem a tantos séculos e que nunca saia de moda.
Vendo-a tremer podia se
preparar para entregar-se. Projetou-se completamente dentro do corpo dela e com
uma estocada mais, a viu ceder a explosão de prazer. Não conseguindo mais se
segurar, fez o mesmo. Não sabiam ao certo quanto tempo passaram apenas deitados
um ao lado do outro. Quando finalmente Stana se mexeu buscando o peito dele,
aconchegou a cabeça e brincou com os dedos no peito dele. Elevou o rosto para
encontrar o olhar dele.
- Como está se sentindo, Nate?
- Maravilhosamente bem. Espero
que o mesmo ocorra com você.
- Sim, com certeza. Mas babe?
Estou com fome... tem algum sorvete por ai? Pega para mim?
- Seu desejo é uma ordem! – se
levantou da cama saindo do quarto. Stana aproveitou para espreguiçar-se. Em
poucos dias estaria trabalhando, nunca esteve tão relaxada para voltar ao
estúdio apesar de saber que tem muitas perguntas não respondidas sobre como a
vida da sua personagem irá ser desenvolvida, não via a hora de começar a
conviver com todos os seus amigos e colegas regularmente especialmente por
poder ficar ao lado de Nathan todos os dias e algumas noites. Enrolado no
roupão, ele trazia nas mãos duas vasilhas de sorvete e duas garrafas de
coca-cola.
- Aqui está seu sorvete, madame
– sentou-se ao lado dela na cama – sabe gosto demais de sorvete de creme ou
vanilla, talvez seja o mais simples deles mas tem um sabor especial, como algo
caseiro, me lembra infância.
- É delicioso sem exageros –
provava o sorvete lambendo os lábios – não vai me oferecer a coca-cola? Pensei
que ia trazer champagne ou vinho. Não pensei em refrigerante.
- Ah, não imagina o que vou
fazer? E diga-se de passagem não é qualquer refrigerante, é coca. Vaca preta? –
viu pela interrogação que se formava no rosto dela que não tinha ideia do que
ele dizia – nunca provou? Isso era característico da minha infância e mesmo
quando vim do Canada para cá, sempre encontrava em lanchonetes. É uma febre dos
drive-ins.
- Eu não tomo refrigerantes
tanto assim, você sabe que evito ao máximo. E realmente não sei o que é.
- Deixe-me demonstrar – Nathan
derramou a garrafa de coca-cola na sua vasilha de sorvete, o gás fez espumar
junto com o sorvete. Mexeu um pouco enchendo uma colher – prove, sei que vai
gostar. É comum aqui e no nosso país – ela provou a mistura e aprovou.
- É bom mesmo. Gostei. Pode
colocar no meu também? – serviu o resto da coca na vasilha que ela tomava
sorvete – acho que Anne não conhece isso. Vai adorar.
- Falando em Anne, estou com
saudades daquela pequena. Quando podemos fazer algo com ela novamente? Deve
estar de férias do colégio, não?
- Sim, meu irmão viajou com a
família para o caribe. Volta na próxima semana. Acho que não estaremos tão
atolados de trabalho nas primeiras semanas para fazer algo. Poderíamos vir para
cá mesmo. Ela sempre se diverte.
- Faremos assim, quando
tivermos trabalhando e ela já em L.A., ligo para convidá-la. Um bom banho de
piscina, umas brincadeiras no quintal e comidinhas. Aí, vamos oferecer vaca
preta para Anne. Aposto que vai gostar, isso se já não conhecer a bebida. É uma
bebida pode usar canudinho. Sabe a cerveja amanteigada do Harry Potter? É uma
versão dessa bebida.
- Adoro quando você me ensina
essas coisas de cultura inútil – olhava apaixonada para o homem a seu lado –
vou tomar um banho e depois preciso de uma bebida para ajudar a dormir, quero
voltar ao fuso de LA.
- Hum, bebida... e se além da
bebida rolar algo mais caliente?
- Não vou reclamar – disse
seguindo para o banheiro completamente nua, ao chegar à porta virou-se – você
vem?
- Pensei que não ia
perguntar... – saiu às pressas para se juntar a Stana.
Depois do banho, beberam um
belo vinho e fizeram amor novamente. Cansada e sob o efeito do álcool,
conseguiu dormir abraçada a Nathan. Na manhã seguinte, ele preparou um belo
café da manhã para os dois e sugeriu ficarem na piscina. Um bom churrasco ia
ser suficiente para alimenta-los. Stana fez suco com uma mistura de frutas e
serviu a eles. Ficaram de molho na água namorando por um bom tempo. Mais tarde,
ajudou-o com o almoço e saborearam-no debaixo de um sol agradável e muito
vento. À tarde, assistiram a um filme e namoraram. Encerraram a noite com
comida chinesa e sexo. Com muito custo, Stana resolveu ir para casa na manhã
seguinte. Decidiu ir andando. O dia estava lindo para caminhar e ela se sentia
muito feliz.
Dias depois...
Raileigh Studios – 8am
A volta de um hiatus de verão
era sempre cheia de energia. Uma nova temporada se iniciava, muitas ideias e
histórias para contar. Vários capítulos por escrever. Era assim que começava o
dia para os membros responsáveis por fazer a série de TV Castle ir ao ar.
Stana não era diferente deles.
A cada nova temporada parecia estar começando um novo livro, cheios de
novidades e mistérios. Particularmente feliz na sua vida pessoal, estava
curiosa para saber como David continuaria o cliffhanger da última temporada.
Fora difícil fazer aquele episódio e sabia que o primeiro da sétima temporada
não seria um passeio no parque. Não importava, era muito bom estar de volta.
Assim que entrara no estúdio,
distribuía sorrisos e abraços aos seus companheiros de equipe. Cumprimentava
cada um deles sem exceção. Seamus já estava no local. Parou e conversou
animadamente sobre as férias, perguntou por Juliane seguindo em frente. Luke
fez festa ao vê-la. Ao passar pela sala dos escritores encontrou Dara e David
conversando.
- Olhe para você! Totalmente
relaxada, bronzeada... o que andou fazendo nesse hiatus? – olhou
sorrateiramente de lado para a amiga – o que quer que seja fez muito bem! Foi
para o Caribe, Stana? – Dara era esperta, sabia pelas redes sociais que Nathan
estivera no Caribe, estava jogando verde para ver se os dois estavam juntos.
- Não, estive na Itália fazendo
umas fotos e gravando um filme. Também estive na Grécia.
- Que maravilha! Está bem
descansada para começar de novo? O David aqui não quer moleza de você. Espere
até ver o roteiro do episódio que filmaremos a partir de hoje.
- Estou bem curiosa. Já pode me
passar o texto?
- Curiosa e ansiosa, devo
acrescentar – disse David – espere até as nove. Temos reunião com toda a equipe
de direção, os escritores e Marlowe. Do cast apenas você, Seamus, Jon. Amanhã
pretendemos voltar à fazenda para filmar a continuação da cena final. Faremos
externas apenas. No dia seguinte continuamos com as internas. Pronta para usar
seu vestido de noiva mais um pouquinho?
- Sim, uso sem problema.
- Depois da reunião, eu e
Marlowe queremos conversar com você sobre como a sua personagem deve ser
retratada nesse episódio, como estará Kate Beckett. Quando Nathan voltar a
filmar, teremos outra reunião com os dois.
- Vocês não pretendem fazer
algo louco com os dois, certo? Não vamos dar vários passos para trás ou essa é
a ideia? – ela parecia apreensiva – é por isso que querem conversar comigo e
com Nathan? O que vocês vão fazer com Caskett? Não acredito que vão destruir
tudo que foi construído especialmente nessas duas últimas temporadas, não é
certo! E também... – David a interrompeu segurando o seu braço.
- Hey, calma Stana... Castle e
Beckett são um casal real e maduro, continuaram sendo porém passarão por
momentos complicados somente isso. Não precisa se preocupar.
- E falou a shipper Queen! –
disse Dara rindo – vem, vamos tomar um café enquanto os outros não chegam – empurrou-a
porta afora antes que David a fizesse ficar para discutir mais detalhes. Queria
mesmo era saber das novidades. Chegando à minicopa, serviu um bom latte para
Stana e um cappuccino para si. Forçou-a a sentar à mesa colocando biscoitinhos
de aveia, mel e cereais na frente dela. Claro que já sacara a real intenção de
Dara nisso tudo.
- Você não me engana, pensa que
não sei por que quis vir até aqui comigo? Quer saber sobre o hiatus, o que
fiz... ou melhor se fiz algo com um certo alguém.
- Como você é inteligente! É
claro que estava louca para saber o que você aprontou junto com você-sabe-quem
– Stana riu diante do comentário de Dara. Nathan vai adorar ser chamado desse
apelido, pensou.
- Bem, como falei, viajei para
a Europa. Fui visitar meus parentes na Sérvia, atendi alguns eventos por lá e
na Grecia onde fizeram uma festa especial para me homenagear nos estúdios da
FOX de lá, a emissora que exibe Castle. Uma festa maravilhosa, divertida e
cheia de gente bonita e agradável. Junho fui para Itália, Florença para gravar
um filme em duas etapas. Acabei fazendo fotos para uma revista italiana que
deve sair em agosto ou setembro. Com o fim das filmagens em julho, voltei para LA.
- Ah, que lindo. Certo, essa é
a versão para jornalistas. Pare de enrolar e conte logo o que você fez porque
tenho certeza que não passaram esse tempo todo separado. Estiveram juntos antes
ou depois dessa viagem. E Caribe foi fachada!
- Dara, você é uma figura! –
gargalhava do jeito que a escritora colocava as coisas – Caribe foi uma
realidade sim, e sem mim. Da mesma forma que a Europa, sem ele.
- Você só pode estar de brincadeira.
Duvido que ficariam tanto tempo assim sem se ver, não depois que decidiram ir
em frente com o relacionamento. Desembucha logo! Tenho certeza que você fez
sexo tórrido. Sua pele, seu rosto, sua alegria lhe denunciam, Stana! Por mais
feliz que esteja em voltar a gravar, isso tudo é sinônimo de sexo, cheira a
orgasmos.
- Meu Deus, Dara! O que há de
errado com você? – ainda ria da situação.
- Nossa! Eu exagerei não? – riu
e voltou a franzir o cenho – mas tenho razão.
- Tá bom, tá bom. Você tem razão,
estive esses últimos dias com ele – não resistiu abrindo o sorriso.
- Eu sabia, esse brilho todo
tem nome. Que mais? Sei que tem mais.
- New York. Maio. Estivemos lá
juntos.
- O que foram fazer em New
York? Espera... a gravação de Letterman? Você estava com ele lá?
- Sim. Foi muito bom –
inconscientemente Stana leva a mão à altura do colo, onde estava escondido o anel
que ele lhe dera, pendurado no colar.
- Agora sim, está começando a
fazer sentido. Imagino esse reencontro de vocês. Fogos de artifícios.
- Bem isso. Estamos bem.
- E nada de pensar em seguir
adiante? Dar mais um passo? Ninguém sabe da relação de vocês ainda. Não seria a
hora de fazer algo além?
- Não, está bom assim. Fazendo
bem um ao outro, curtindo. Trabalhando... não quero apressar as coisas.
Esperamos tanto tempo para ficar juntos, não há necessidade de querer tudo ao
mesmo tempo.
- A escolha é sua, desde que
esteja feliz.
- E estou. Muito – Dara sabia
ser verdade, a felicidade estava estampada em seu rosto. Diante da conversa,
ela abraçou Stana em sinal de compreensão e apoio. Adorava vê-la sorrindo. Chad
interrompeu as duas confirmando que todos estavam reunidos para começar a
reunião.
Ao entrar na sala, Stana
cumprimentou o resto do pessoal, deu um abraço em Jon e um beijo além do abraço
de urso que recebeu de Marlowe. Concentrados, David iniciou a reunião. Escolheu
por iniciar falando da repercussão da season finale e qual a proposta para a
nova temporada. Mistérios à vista. Explicou como os primeiros episódios seriam
um pouco estranhos, com uma dinâmica diferente da mostrada anteriormente.
Voltariam ao distrito, teriam casos, mas ainda havia um assunto pendente. O que
aconteceu com Castle e como superar o casamento não realizado. Declarou que
Nathan e Stana teriam que criar uma nova camada às suas personagens.
Algumas perguntas surgiram,
Marlowe as respondeu e acrescentou mais informações aquelas já ditas por David.
Em nenhum momento, porém contou o que estava por trás do desaparecimento de
Castle. Disse aos atores que ficariam no escuro, assim como Nathan. Isso criaria
mais verassidade à proposta que estavam desenvolvendo. Em seguida, passou a
palavra a Rob que falou como as gravações aconteceriam no dia seguinte. Após
explicar onde e quantas cenas filmariam, receberam seus scripts e David deu por
encerrada a reunião.
Assim que todos saíram, Marlowe
dirigiu-se a Stana que folheava as páginas do roteiro recebido querendo saber o
que aconteceria a ela e Castle. Porém, reparou que o texto não estava completo.
Recebera algumas cenas, aparentemente todas sem Nathan.
- Então, Stana, podemos
conversar sobre a sua personagem?
- Claro! Por que esse roteiro
está incompleto? Não há uma cena entre mim e Nathan. Ele não participará do
episódio?
- Vai sim, o texto incompleto
foi proposital. Por isso queremos conversar com você. O episódio começará
exatamente onde terminou. Beckett encontrando o carro de Castle em chamas. Você
terá que filmar de vestido de noiva. As primeiras cenas desse episódio serão
bem intensas para você. Imagine o final da temporada passada amplificada. Beckett
estará ferida, angustiada, preocupada. Mesmo assim, ela vai vestir a armadura
de policial e investigar. Como no caso da sua mãe, ela não desistirá de achar o
noivo. Estará confusa pelo desaparecimento, pensará besteira, será dominada
pela raiva e a frustração durante a busca por Castle. Não preciso dizer a você
que Beckett é determinada, isso se intensificará. Você tem a frente uma jornada
interessante.
- Muito sofrimento, só falta me
dizer que não encontrará Castle tão cedo.
- Não, você terá seu momento de
calmaria – David completou - Quero apenas que você se concentre em encarar esse
lado duro que Beckett precisará assumir para evitar que ela desmorone, se
abale. Encontrar Castle é seu maior propósito na vida. Ela não conseguirá lidar
com outra perda. Depende do seu talento, do seu amor e dedicação. Muitas cenas
serão apenas à base de expressão facial e corporal, sem diálogos. É por isso
que precisamos da sua concentração e do seu talento para entender tudo isso.
- Haverá passagem de tempo? -
ela perguntou.
- Sim, dois meses. Tenho uma
boa notícia para você. Sabe os apliques que usou na temporada passada? Não
precisará deles agora. Com o acontecido, a passagem de tempo. Nada mais natural
que dar a Beckett um novo estilo de cabelo.
- Jura? Vou poder usar meu
cabelo naturalmente? Isso é maravilhoso! – abriu um sorriso.
- Ah, finalmente um sorriso.
Fiquei com medo de você me atacar. Estava olhando para nós com um jeito
estranho no olhar.
- Sim, é verdade – disse David
– olhar de Kate Beckett - Agora os três riam.
- Tudo bem, sei exatamente como
trabalhar os sentimentos de Kate, na verdade ela é parte de mim em muitos
níveis. Da mesma forma que mentalizei aquela fatídica cena final, irei fazer o
necessário para dar autenticidade aos sentimentos de Beckett. Precisarei entrar
no clima para gravar a cena da continuidade, tem como vocês garantirem as
últimas cenas que filmei para eu assistir uma vez mais antes de dar sequencia às
outras cenas?
- Claro. Luke terá que
arruma-la novamente como noiva. Dará um certo trabalho. O que podemos fazer é
conversar com Rob para mudar o cronograma das gravações. Era previsto começar às
nove da manhã. Podemos postergar até às dez. você garante estar no estúdio às
sete para seguirmos à fazenda e Luke a prepara-la na locação?
- Sem problema nenhum. Às sete
estarei aqui.
- Ótimo! Agora preciso que você
vá até os camarins onde estão as roupas que separamos para o episódio a ser
filmado. Deve experimenta-las. À tarde, gostaria que você se dedicasse a
conversar com a Dara sobre alguns aspectos do episódio que ela está terminando
de escrever. E claro, decorar seu texto. O trabalho pesado fica para amanhã.
- Tudo bem. A gente se fala.
Durante a tarde, ela conversou
com Dara e deu várias idéias para futuros episódios. Trocaram boas risadas e
por incrível que pareça, Terri que estava na sala se divertiu muito com as
loucuras das duas.
- Vocês duas não tem jeito!
Olha, se Stana decidisse escrever episódios junto com você, podia ter meu
emprego ameaçado. Ainda bem que sou casada com o produtor dessa série.
- Oh, Terri! Você é a musa do
criador. Nunca terá seu lugar ameaçado – exclamou Dara – porém ia ser muito
interessante ver Stana escrevendo um episódio. Por que não pensa nisso? Alguns
atores gostam de testar sua aptidão na direção, talvez para você a escrita
funcione.
- Não invente, Dara. Vocês
escrevam ótimas histórias de preferência com muitos beijos e amassos que eu as
interpretarei com maestria. Deixa eu decorar meu texto se não quem fica sem
emprego sou eu se não estiver preparada amanhã. Vejo vocês depois.
E assim a tarde passou. Stana
se manteve reclusa no camarim decorando texto, analisando o clima que deveria
empregar a cena. Durante a formação da cena onde constatava que Castle havia
sofrido o acidente, ela pensou em como reagiria se Nathan sofresse um acidente
ou simplesmente sumisse do nada. Sem notícia, sem perspectiva, sem pistas.
Seria como perder o chão. Ficaria completamente devastada. Era algo que não
saberia como de fato reagiria. Ao se colocar na pele de Beckett, o lado
racional apareceria superando o seu lado emocional. Como detetive, moveria
mundos para ter uma novidade sobre o paradeiro dele, não descansaria dia e
noite até encontrar o homem que amava.
Sim, esse era o ângulo de
Beckett. Para Stana, não haveria o lance de investigação, mas se algo assim
acontecesse com Nathan não pouparia esforços nem dinheiro para procura-lo.
Usaria a mídia e certamente exporia o segredo deles, por amor era capaz de dar
sua cara a tapa. Ficou pelo menos mais duas horas decorando textos, por fim,
decidiu ir para casa.
Às sete da manhã em ponto,
Stana já estava adiantando a maquiagem e os cabelos com as meninas. Deixaram o
estúdio meia hora depois. Na fazenda, a equipe de câmeras e iluminação já
adiantara grande parte do trabalho, estavam ali desde às seis. Luke a guiou ao
trailer que serviria para arruma-la e fugir um pouco do calor. Foram quase uma
hora e meia de preparação para Stana se transformar na noiva Kate. Ao sair do
trailer, sentiu que nada havia mudado. De repente, ela era a mesma pessoa que estivera
ali a meses atrás. Era como se o tempo tivesse parado no exato momento que ela
deixara aquele mesmo trailer para viver a tragédia desenhada para sua
personagem. Tragédia essa que Stana tomou como sua. De corpo e alma, viveu o
drama relatado em segundos na tela da TV, para si o tempo fora uma eternidade.
A dor de Kate fora a sua dor sentida na pele, real demais para considerar uma
atuação.
Encontrou Rob e sentou-se numa
das cadeiras reservadas para ela, de frente a uma tela onde assistiu a última
cena gravada. Stana engoliu em seco, procurando segurar as lágrimas. Todos os
pensamentos e a dor de imaginar qualquer desastre desse acontecendo na vida
real com Nathan a deixava mexida demais. Lembrava-se muito bem como se sentira
ao final da cena, o choro não podia ser contido, o corpo tremia, o coração
martelava constantemente em ritmo acelerado no peito. Foi assim que tudo
retornou a ela, um aperto no peito, a garganta fechada, a ardência nos olhos.
Diante de todas as emoções, falou.
- Estou pronta. Podemos
começar, Rob.
E mais uma vez, a atuação de
Stana foi impecável onde a emoção dominara seu corpo e sua mente numa cena
perfeita de se ver. A roupa de noiva encharcada grudara em seu corpo ficando
ainda mais pesada. O local da cena era quente fazendo-a transpirar. Ao final da
cena, merecia um banho para somente depois continuar o trabalho já na pele da
detetive que mesmo de coração partido e tendo a angústia como maior sentimento
naquele instante, se destinou a procurar por qualquer indício que a levasse ao
encontro do noivo.
Rodaram todas as externas
necessárias no cenário da fazenda deixando Rob muito satisfeito com o
progresso. Pegaram a van de volta ao estúdio cerca de quatro da tarde. No dia
seguinte, era dia das cenas internas e também a volta de Nathan ao trabalho.
Chegando em casa após um banho
relaxante, pegou seu texto para decorar enquanto comia um box de bifum. A
vontade de ouvir a voz de Nathan era tão grande que não aguentou. Pegou o
celular, apertando o nome dele.
- Hey, babe...
- Staninha, que bom ouvir sua
voz. Como foi o trabalho esses dias? Muitas emoções?
- Bastante, amor. Ainda estou
meio envolvida com tudo. Sabe que do momento em que coloquei o vestido de
noiva, parece que nada havia mudado. Estavam simplesmente congeladas no tempo
todas as emoções daquela primeira cena. Novamente pensei em você ao gravar
hoje. Por mais louco que possa parecer, eu consigo entrar na pele de Kate ao
imaginar você no lugar de Castle.
- De certa forma, você ou Kate
estariam vendo e pensando em mim ou em Castle, apesar de ser algo complicado e
estranho de representar.
- Eu sei, amor. Nem conseguiria
pensar na minha reação se algo parecido acontecesse com você. Aliás, esse é um
péssimo pensamento. Vamos esquecer esse assunto. Liguei para falar de coisas
boas como a saudade que sinto de você. Amanhã finalmente estaremos em estúdio
juntos, quer dizer, convivendo juntos porque cenas não gravaremos até a próxima
semana. David e Marlowe querem falar conosco. Ah, e se prepare para o
interrogatório de Dara. Quis me encher de perguntas sobre o que fiz no hiatus.
Certamente vai fazer o mesmo com você.
- Dara não desiste mesmo. Não
posso culpa-la, somos um casal intrigante.
- Mas ela é nossa aliada, quem
acaba nos socorrendo nas situações difíceis. Contei para ela sobre New York.
- Eu sei, Staninha. Ela torce
muito por nós, já imagino o nível de informação que vai querer descobrir. O que
você está fazendo agora?
- Estava decorando meu texto.
Tenho várias cenas amanhã. Tomamos o café juntos amanhã no estúdio?
- Considere um encontro, amor.
Durma bem e sonhe comigo.
- Tudo bem, boa noite Nate.
Raleigh Studios – dia seguinte
Eram nove horas da manhã quando
as risadas e a voz de Nathan surgiram no estúdio. Ele vinha cheio de sacolas e
como um verdadeiro papai Noel distribuía algumas lembranças para os rapazes da
equipe técnica. Stana soube disso porque Seamus chegou debochando da barbicha
dele.
- Nathan está atacando de papai
Noel, mas não conseguiu fazer a barba crescer como a do bom velhinho. É um
projeto muito distante aquilo ali – Stana riu e Dara ficou logo curiosa.
- Como assim? Que barba? – Dara
mal se continha.
- Dara, ele chegará por aqui
uma hora ou outra. Pode ficar aí – disse Stana. Dara pensou em comentar, porém
com a presença de Seamus ali não poderia. E nem bem Stana falara, Nathan
apareceu na sala de escritores todo sorridente, as sacolas já deveriam ter
ficado metade pelo caminho pois segurava apenas uma. Cumprimentou o amigo
primeiro.
- Olá, Seamus! Bom te ver –
abraçou o amigo e puxou da sacola uma garrafa de tequila – para você e Juliane
aproveitarem numa noite especial.
- Oh, cara. Valeu! – disse ele
todo sorridente. Nathan então se dirgiu as mulheres.
- Olá, caras damas. Como vocês
estão hoje? Sentiram minha falta? – puxou da sacola um lírio para cada uma
delas.
- Nathan, você está diferente.
Bronzeado, muito bonito. Essa pequena barba caiu bem em você.
- É, ficou com cara de Castle
da primeira temporada – acrescentou Stana.
- É, vocês realmente sentiram
minha falta, somente pelos elogios vou dar um presentinho especial – tirou da
sacola duas caixas de chocolate – essa é sua Dara, para Stana só branco. Os bombons
são recheados de bebidas, muito gostosos. Ah, tem mais uma coisinha para você,
Dara, a garrafa de tequila de Chad. Onde estão Marlowe e David? Tenho uma
garrafa para cada.
- Eles estavam conversando com
Rob no set do loft.
- Hum, vou espera-los por aqui
mesmo. Estou desejando um café. Me acompanha, Stana? – ela checou o relógio.
- Tenho apenas dez minutos,
preciso gravar com Susan e Molly. De qualquer maneira, sempre há tempo para um
bom latte - A sós, saborearam o café podendo conversar em particular e matar um
pouco da saudade com um singelo aperto de mão a la Caskett. Infelizmente, ela
teve que seguir para a gravação. Ele recebeu de Dara seus textos para estudar e
analisar.
Cerca de duas horas depois, foram
chamados na sala dos escritores por David e Marlowe.
- Nathan! Bom ver você. O sol
fez bem a sua pele, aliás cairá como uma luva para o que pretendemos filmar com
você amanhã. Queremos conversar com os dois sobre a dinâmica do casal nesse
primeiro episódio. Stana já colocou seu talento à prova em cenas bem difíceis,
mas terá que fazer muitas outras à tarde. Com isso, preciso que você entre em
um ritmo diferente do dela. Kate está focada em achar Castle mesmo que
vulnerável e emocional. Luta a cada dia contra a vontade de demonstrar seus
sentimentos para não cair. Como sabemos, uma vez que ela se entrega a algo,
respira o problema 24 horas por dia, sete dias por semana. Há muito em jogo
aqui, seis anos repletos de memórias, perigos, cumplicidade. Isso é o que a
move na sua jornada. Castle não terá o mesmo sentimento, o mesmo ritmo.
- Como assim? Haverá alguma
mudança no relacionamento deles? Isso não seria uma incoerência? Pelo menos
diante do seu discurso foi o que pareceu.
- Não, Nathan. Para você, os
dois meses tão estressantes vividos por Kate parecerão inexistentes. E não se
preocupe, o casal continua seguro, apenas terão que navegar em rios turbulentos
diante do mistério que iremos apresentar. A cena do reencontro de suas
personagens será gravada amanhã. Castle tentará ser ele mesmo por um momento,
mas Kate não estará muito aberta à brincadeiras. Quero que incorpore o
sentimento de confusão e preocupação em sua personagem. Não será um momento
para discontração e sim muitas dúvidas. Consegui expressar melhor o que
esperamos de você? – perguntou David.
- Sim, compreendi.
- Ótimo, Stana você deverá focar
na frustração e no alívio, essa será a válvula propulsora de Kate. Estará feliz
por ver Castle vivo porém, ao contrário do que imaginara, ele não terá as
respostas que esperava para suas perguntas. Por hora é isso, você volta para o
estúdio, tem cenas no distrito para gravar. Nathan, quero que procure a
maquiagem e se prepare para gravar externas aqui mesmo no estúdio. Amanhã,
filmam a primeira cena juntos.
Nathan e Stana gravaram
separados durante todo o dia. A cena do tão esperado reencontro foi divinamente
interpretada pelos dois tanto que foi gravada uma única vez. Era bom
contracenar com ela novamente. Stana dava sempre um show de interpretação. Em
seguida, tiveram uma nova reunião na qual receberam todos os horários de
gravação até o final do episodio. Seriam apenas quatro dias pela frente para
concluir o que pretendiam. Apesar do ritmo pesado, trabalharam tranquilamente
em todas as cenas propostas. Somente no último dia, eles receberam o texto da última
cena.
Ao ler o texto, Stana
compreendeu exatamente qual seria seu papel ali. Tinha a obrigação de retratar
uma Kate Beckett sem armadura. Naquele momento, Kate se abriria para realmente
se deixar sentir, o sentimento era o alívio por ter Castle ao seu lado
novamente, toca-lo após longos dois meses de espera. Chegara a hora de
despejar, colocar para fora a dor, as lágrimas que segurara até aquele
instante. Era o seu momento íntimo com o homem que amava. Precisava demonstrar
o que sentia para ele a fim de buscar a compreensão por parte de seu parceiro
sem esquecer que o amor, a confiança estavam presentes, mais forte do que
nunca. Ainda havia perguntas e dúvidas, as respostas encontrariam juntos, como
sempre fizeram. Sempre.
Nathan terminou de ler o texto.
Apenas por ver a proposta de atuação para a cena, tinha uma leve ideia de como
Stana encararia aquilo. Também ficou surpreso pelo final escrito. Iriam continuar
no escuro. Para tirar o clima de seriedade que se abateu na sala, resolveu
tirar uma graça.
- Espere um momento, primeiro
Kate encontra Castle e lhe nega um beijo. Depois, ela desaba na frente dele e
não há uma bitoquinha sequer? Vamos lá, caras, dois meses! – Stana olhou para
ele franzindo o cenho – o que foi? Por que está me olhando estranho? Vai dizer
que não concorda comigo?
- Concordo, mas geralmente quem
reclama da falta de beijo sou eu. Mas quer saber Nathan? Não é uma cena para
beijos. Eles estão juntos novamente, felizes por estarem bem e nos braços um do
outro. Só que ainda há o mistério, Castle não se lembra do que aconteceu em
dois meses. Não é algo que acontece do dia pra noite. Ou você pensou que seria
algo do tipo: “hey, Castle que bom, você está vivo. Vamos fazer sexo e depois
casar”. Não é assim que funciona. O amor está lá, a confiança e a cumplicidade.
A parceria é a mesma de antes, o contexto que passou a ser diferente, ganhou
outra perspectiva.
- Wow! Isso é que eu chamo de
aula de roteiro! – disse David – quanto talento! Entendeu exatamente o que queríamos
passar ao telespectador. Stana, já pensou em escrever? Acho que você leva
jeito.
- Mais um talento escondido. Sempre
nos surpreendendo, hein Stana? – brincou ele sorrindo – entendi bem como
poderemos mostrar isso ao público, através de gestos e olhares.
- Exato! – disse Marlowe –
adoro trabalhar com gente inteligente. Por hoje é só, estão despensados. Esperamos
você amanhã para fecharmos esse episódio.
- Antes que me esqueça, esperem
um minuto – Nathan desapareceu por cinco minutos voltando com uma sacola, de
dentro retirou duas garrafas – uma pequena lembrança do Caribe para vocês. Aproveitem
que amanhã já é sexta-feira para se embebedar e curtir a ressaca no fim de
semana ou outra coisa que tenham em mente.
- Oh! Obrigado, Nathan! Tequila
da boa – disse David.
- Será que a Terri vai gostar
disso? – Marlowe examinava a garrafa com cuidado.
- Se ela gostar de diversão como
eu, com certeza – disse Stana rindo – até amanhã, chefes.
- Como está cheia de graça,
não? – todos riram e Nathan a seguiu rumo à saída.
Já no estacionamento, Stana já se
preparava para fazer sua caminhada até a estação do metrô quando ele a alcançou
segurando-a pelo braço.
- Onde você vai com tanta
pressa? Quero combinar algo com você, amor. Sexta é o último dia de gravação desse
episódio. Ainda não teremos muito texto para decorar no fim de semana para o próximo
então, que acha da gente levar a pequena para passar o sábado conosco? Pode ser
o domingo também. Não me importo de passar dois dias com Anne.
- Mesmo? Ela vai adorar! Quer ligar
agora? – checou o relógio – sete e meia, ainda está acordada. Vamos ligar –
Stana pegou o celular discando o número do irmão, ao terceiro toque, ele
atendeu – oi, mano! Tudo bem? – o irmão respondia com as novidades do outro
lado da linha, ela ouvia e concordava ou perguntava quando achava necessário –
que ótimo. E cadê minha princesa? Quero chama-la pra ficar comigo o fim de
semana – calou-se por um momento - Tudo bem, eu espero – virou-se para Nathan –
foi chama-la. Deixa ela atender que coloco no viva-voz.
- Alô? Tia Stana?
- Oi, meu amor. Tudo bem com você?
- Muito bem, tia. Anne tá com
saudades.
- Eu também, docinho. Por isso
liguei. Quer passar o final de semana comigo?
- Oba! Sério? Papai deixou eu
ir para sua casa?
- Já avisei sim, você está
sozinha?
- Estou no meu quarto – Stana acionou
o viva-voz.
- Olá, Anne. Sentiu minha
falta?
- Tio Nathan!!! Sim, muitão. É para
a sua casa que vou?
- É sim, vamos fazer churrasco,
brincar, tomar banho de piscina. Que tal? Está bom para você?
- Muito bom! Quando você vem
buscar a Anne, tia?
- Sábado pela manhã. 9 horas. Avise
seu pai e sua mãe. Peça para ela arrumar sua mochila e não esqueça seu biquíni.
Ok?
- Sim, vou dizer pra mama. Anne
gostou muito. Quer ver a tia e o tio.
- Nós também queremos muito ver
você, pequena – disse Nathan – comporte-se amanhã na escola e sábado a gente se
diverte. Combinado?
- Combinado.
- Meu anjo, durma bem. A tia te
ama. Um beijo.
- Um beijo, Anne também ama a
tia e o tio. Boa noite.
- Boa noite, meu amor – disse Nathan.
Ao desligar, Stana o fitou demoradamente. Admirava a forma como ele tratava sua
sobrinha e como se predispunha a agrada-la.
- Temos que ir para casa também,
Nate. Sonha comigo?
- Nem precisa pedir. Boa noite,
Staninha – jogou um beijo no ar na direção dela que o pegou e simulou manda-lo
de volta. Nathan acompanhou-a descendo vagarosamente pela rua até a entrada do
metrô. Vendo que estava segura, ele acelerou voltando para casa.
Continua.......
2 comentários:
Momento Hot,Coca e Vinho tudo no mesmo cap. PERFEITO!!!!!
Esses 2 no quisito matar a saudade,numca que me decepcionam.Stana radiande e Dara sempre mendigando detales hots me representa amooo Dara serio!
Magina se Stana fosse escrever um epi. kkkkkkkkkkkkkk sei ñ viu?? A mulher que ñ nega fogo =p
Seamus perdi a amizade e ñ a piada adooooooooooro e minha gente Anne. Volta pra alegrar a bagaça.
Amei o cap. até o proximo
Hot, hot. Amei. Só quero ler no dia em que Annie deixar escapar algo para a família dela. Eu queria que D. Rada desse um flagra nesses dois,kkkk.
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